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Biologia

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NDICE

1.0- A Origem da Vida e a Evoluo dos Seres Vivos........................................... 02 1.1- Exerccios............................................................................................................06 2.0- Teorias Evolucionistas...................................................................................... 12 2.1- Exerccios............................................................................................................15 3.0- Caractersticas Gerais e Classificao dos Seres Vivos................................. 19 3.1- Exerccios............................................................................................................20 4.0- Citologia............................................................................................................. 23 4.1- Exerccios............................................................................................................35 5.0- Diviso Celular.................................................................................................. 40 5.1- Exerccios............................................................................................................51 6.0- Histologia........................................................................................................... 56 6.1- Exerccios............................................................................................................66 7.0- Gentica............................................................................................................. 70 7.1- Exerccios............................................................................................................86 8.0- Ecologia..............................................................................................................94 8.1- Exerccio............................................................................................................102 9.0- Interaes Dinmicas das Comunidades.......................................................107 9.1- Exerccios..........................................................................................................116 10.0- Relaes Ecolgicas em um Ecossistema.....................................................125 10.1- Exerccios........................................................................................................128 11.0- Fatores de Desequilbrio Ecolgico..............................................................131 11.1- Exerccios........................................................................................................140 12.0- Biologia e Programa de Sade AUTO-AVALIAO............................144 13.0- Bibliografia Consultada................................................................................149

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ATIVIDADE DE ENSINO

A ORIGEM DA VIDA E EVOLUO DOS SERES VIVOS

Nesta atividade de ensino, voc vai ler textos e resolver exerccios que lhe permitiro atingir os seguintes objetivos:

DISTINGUIR AS TEORIAS E HIPTESES SOBRE AORIGEM DA VIDA.

IDENTIFICAR AS TEORIAS EVOLUCIONISTAS.

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TEXTO: TEORIAS E HIPTESES SOBRE A ORIGEM DA VIDA

O PROBLEMAEmbora o homem tenha se considerado durante muito tempo como um ser todo especial, um elemento parte no conjunto dos seres vivos, progressos relativamente recentes da biologia e de outras reas do pensamento humano foram revelando que a natureza biolgica de nossa espcie no diferente, em sua essncia, da natureza dos outros animais. Diante dos novos conhecimentos surgiram novas teorias, mas o problema da origem da vida ainda um desafio, apesar de todo o progresso cientfico e tecnolgico do sculo XX. Por isso, o que podemos apresentar para explicar o inicio da vida so apenas hipteses ou teorias que comprovam esforo do homem, ao longo dos tempos, para descobrir a soluo do problema: qual foi o fato que permitiu o aparecimento da vida e do homem na terra.

TEORIA DA CRIAO ESPECIALA teoria da criao especial atribui o aparecimento das diversas formas de vida e do homem a um ser sobrenatural, a uma fora onipotente; os defensores dessa teoria no admitem a evoluo.

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TEORIA DA GERAO ESPONTNEAH mais de 2.000 anos, na Grcia, Aristteles e outros sbios da poca acreditavam que a vida pudesse ser criada espontaneamente a partir da matria bruta; baseados na existncia de um princpio ativo. E a teoria da gerao espontnea ou abiognese. Este princpio ativo poderia produzir um ser vivo da matria no-viva (lixo, terra, gua etc.) desde que as condies fossem favorveis. At o final da idade media, cientistas e filsofos ilustres da poca aceitavam esta teoria. A TEORIA DA GERAO ESPONTNEA OU ABIOGNESE EXPLICAVA A VIDA COMO SENDO ORIGINADA DA MATRIA NOVIVA PELA AO DE UM PRINCPIO ATIVO, NA PRESENA DE ELEMENTOS FAVORVEIS. Embora a gerao espontnea fosse aceita por todos, alguns homens com um modo de pensar bastante cientfico, comearam, a partir do sculo XVII, novos estudos. Em 1988, com uma experincia simples e bem controlada (Fig.1) o medico e biologista italiano Francisco Redi mostrou a fragilidade cientfica da teoria da gerao espontnea.

Redi colocou dentro de recipientes, substncias orgnicas em decomposio. Alguns dos recipientes ( esquerda) foram cobertos, onde as moscas conseguiam entrar. Assim, ficou demonstrado que as larvas da carne podre desenvolvem-se de ovos de moscas e no da transformao da carne, como haviam afirmado os adeptos da abiognese (gerao espontnea). Os resultados de Redi fortaleceram a Biognese, isto , a teoria que admite a origem de um ser vivo somente a partir de outro ser vivo, atravs da reproduo.

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Outro trabalho de grande significado para a queda da teoria da gerao espontnea foi o de Louis Pasteur, que confirmou os trabalhos de Redi e fundamentou, de forma cientfica e definitiva, a teoria da biognese. A figura 02 ilustra a experincia de Pasteur.

Um lquido nutritivo (gua, levedura de cerveja, suco de beterraba) colocado em um balo de pescoo longo (1). O pescoo do balo estirado. Aps aquecimento, para formar um tubo fino e curvo, tipo pescoo de cisne (2). O lquido fervido; esta operao mata todos os micrbios. O balo permanece estril durante muito tempo (4). Sem o pescoo do tubo, o lquido nutritivo rapidamente invadido por germes (5). Com esta experincia engenhosa, Pasteur tambm demonstrava que o lquido no havia perdido pela fervura suas propriedades de abrigar vida, como argumentavam seus opositores. Alm disso, no se podia alegar a ausncia do ar, uma vez que este entrava e saia livremente (apenas estava sendo filtrado). SEGUNDO A TEORIA DA BIOGNESE, OS SERES VIVOS SOMENTE SE ORIGINAM DE OUTROS SERES VIVOS POR MEIO DA REPRODUO.

O PRIMEIRO SER VIVOMas nosso problema inicial continua existindo: se por um lado foi demonstrado por Pasteur que toda vida se origina de outra vida, a pergunta permanece: como surgiu o primeiro ser vivo? Nos ltimos 120 anos varias idias sobre a origem da terra, sua idade, as condies primitivas da atmosfera foram surgindo. Em particular, verificou-se que os mesmos elementos que predominam nos organismos vivos (Carbono (C), hidrognio (H), oxignio (O) e nitrognio (N). tambm existem fora deles; apenas nos organismos vivos esses elementos esto combinados de maneira formar molculas complexas, como protenas, polissacardeos (Aucares), lipdios (gorduras) e cidos nuclicos (material gentico), cujo papel estudaremos nas Atividades de Ensino (B).

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A diferena bsica entre matria viva e matria bruta esto, sobretudo na maneira como esses elementos (C, H, O e N) combinam-se (organizao molecular). Se, no passado, na terra existissem condies adequadas, ento, a vida poderia ter surgido a partir desses elementos qumicos.

IDIAS DE OPARINQuem organizou e apresentou essas idias, de maneira clara e coerente, foi o bioqumico russo Oparin. Suas principais idias foram: A composio da atmosfera primitiva era diferente da atual. No havia oxignio e nitrognio; existia amnia (NH3), metano (CH4), vapor de gua (H2O) e hidrognio (H2); Radiaes ultravioletas, descargas eltricas e temperaturas elevadas fizeram com que esses compostos se combinassem, formando novas substncias (Proteinides); Quando a temperatura do solo diminuiu, surgiram os mares e esses proteinides continuaram combinando-se, formando novas substncias mais e mais complexas (coacervados). Como se v na figura 3. Os coacervados ainda no seriam seres vivos, mas sim aglomerados de proteinides, que se manteriam juntos, mergulhados no lquido circundante em forma de pequenas esferas, (microesferas). Mas em processo de transformao continua, atingindo um grau de complexidade bastante grande.

a)

b)

c)

d)

Isso explicaria como surgiram as primeiras molculas constituintes dos seres vivos e do seu isolamento do ambiente, formando uma estrutura pr-biologica.

EXPERINCIA DE MILLER E FOXBaseando-se nas idias de Oparin, dois bioqumicos conseguiram, em laboratrio simular as condies primitivas da terra e obtiveram molculas de proteinides.

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Observaram que essas molculas, quando lquido, formavam microesferas, isoladas do meio lquido por uma espcie de membrana, comprovando as idias de Oparin. Logo, essas microesferas poderiam ter sido as precursoras dos seres vivos. Quando, em determinada fase de sua evoluo, conseguiram reproduzir-se. Estas so as idias defendidas hoje pelos cientistas e compem o eixo da teoria da evoluo molecular ou pr-biologica.

HIPTESE HETEROTRFICAA hiptese mais aceita, atualmente, diz que esses primeiros seres vivos eram hetertrofos. Um ser hetertrofo aquele que no tem capacidade de sintetizar seu prprio alimento. Ele obtm a matria prima e a energia, necessria ao seu desenvolvimento, do meio em que vive. Ao contrario, um ser auttrofo aquele que tem capacidade de sintetizar seu prprio alimento. A partir de substncias inorgnicas e de energia, os auttrofos conseguem produzir as molculas necessrias ao seu desenvolvimento. Os hetertrofos poderiam ter vivido, perfeitamente, nas condies dos mares primitivos, vistos que estes mares eram verdadeiras sopas nutritivas, ricos em matrias orgnicas. A hiptese que diz que os primeiros seres vivos eram auttrofos foi abandonada, pois muito mais razovel pensar que os primeiros seres vivos eram bem simples, como os hetertrofos, dos que altamente complexos, como os auttrofos. SEGUNDO A HIPTESE HETEROTRFICA, OS PRIMEIROS SERES VIVOS OBTINHAM O SEU ALIMENTO DO MEIO CIRCUNDANTE, OS AUTTROFOS SURGIRAM DEPOIS.

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EXERCCIOS

VERIFIQUE O QUE APRENDEU DO ESTUDO DO TEXTO, FAZENDO OS EXERCCIOS A SEGUIR, NO TENTE RESOLV-LOS SEM TER CERTEZA DA RESPOSTA QUE VAI DAR. PARA RESPOND-LOS VOC DEVE SABER: DE QUE TRATA A TEORIA DA GERAO ESPONTNEA OU ABIOGNESE E A TEORIA DA BIOGNESE. COMO SURGIRAM OS PRIMEIROS SERES VIVOS. DE QUE TRATA A HIPTESE HETEROTRFICA.

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SE VOC TEM ALGUMA DVIDA, RELEIA OS TEXTOS ANTES DE FAZER OS EXERCCIOS, CONFIRA SUAS RESPOSTAS NA CHAVE DE CORREO E LEIA OS COMENTRIOS L FEITOS. I. ESCREVA, NOS PARNTESES, V (VERDADEIRA) OU F (FALSA) EM CADA AFIRMATIVA. CORRIJA EM SEGUIDA AS AFIRMATIVAS FALSAS. 1. ( ) A teoria da gerao espontnea era baseada na crena de que a vida podia ser criada a partir da matria noviva pela existncia de um Princpio Ativo ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. ( ) O Princpio Ativo, segundo os adeptos da gerao espontnea, era uma substncia que toda matria no-viva possua. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. ( ) Segundo a teoria da biognese, os seres vivos somente se originam de outros seres vivos por meio de reproduo. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. ( ) A teoria da biognese foi comprovada definitivamente pelos trabalhos de Pasteur. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. ( ) Segundo Oparin, a vida poderia ter surgido pela evoluo dos sistemas qumicos existentes na terra primitiva. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. ( ) As condies da terra primitiva eram muito semelhantes as atuais. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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7. ( ) Coacervados so aglomerados de proteinides formando gotculas que ficam mergulhadas no lquido circundante, mas isoladas do ambiente. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. ( ) Os coacervados complexos so seres vivos formados pela reunio de coacervados simples. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ II. ASSINALE AS RESPOSTAS CORRETAS, COM X NOS PARNTESES.

1. A experincia de Redi, na qual se comprovou que os vermes que apareciam na carne decomposta no eram originados dela, mas que eram larvas de moscas, introduziu a teoria da: a. ( ) criao especial; b. ( ) gerao espontnea; c. ( ) Biognese. 2. Algumas pessoas, hoje em dia, acreditam que o bicho de fruta, fruta . Acreditar que os bichos da fruta so partes da prpria fruta demonstra a crena na teoria da: a. ( ) criao especial; b. ( ) gerao espontnea; c. ( ) Biognese. 3. Segundo algumas teorias, as condies que permitiram o surgimento de vida no planeta terra foram: a. ( ) presena de gua, amnia, metano e hidrognio, ausncia de radiaes. b. ( ) presena de carbono, hidrognio, oxignio, nitrognio, combinados no com outros elementos. c. ( ) presena de gua, metano amnia e hidrognio e grandes doses de radiaes. 4. Ao dissolver as molculas de protenas em gua levemente salgada, Fox obteve grupos de molculas orgnicas isoladas do meio circundante, as quais deu nome de: a. ( ) proteinides; b. ( ) microesferas; c. ( ) coacervados.

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5. O isolamento interno das microesferas proteinides em gua possibilitou uma evoluo diferente cada vez maior em relao ao meio ambiente atravs de: a. ( ) reaes qumicas internas; b. ( ) divises sucessivas; c. ( ) reaes externas. 6. Podemos afirma que as primitivas microesferas adquiriram vida, quando se tornaram capazes de: a. ( ) nutrio; b. ( ) reproduo; c. ( ) locomoo. 7. A hiptese heterotrfica considera que os seres vivos primitivos eram capazes de: a. ( ) produzir seu prprio alimento; b. ( ) realizar a fotossntese; c. ( ) retirar seu alimento do meio circundante; III. RESPONDA S QUESTES COM SUAS PRPRIAS PALAVRAS E REFLITA BEM ANTES DE FAZ-LAS. 1. As pessoas que acreditavam na gerao espontnea no podiam ser consideradas tolas e ignorantes. Muitas eram pessoas que se destacavam socialmente e tambm pela cultura e saber. Por que levaram aproximadamente dois mil anos acreditando na gerao espontnea? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 2. A teoria da biognese veio substituir a teoria da gerao espontnea. As bases cientficas da biognese a tornam valida at hoje. Voc acha que a biognese resolveu a teoria da origem da vida? Por qu? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 10

3. Qual a importncia da experincia de Miller? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 4. Por que a hiptese heterotrfica afirma que os seres auttrofos surgiram aps os Hetertrofos? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 5. Compare a origem da vida proposta no texto com a teoria da gerao espontnea e d a sua opinio sobre as semelhantes e/ou diferenas. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________

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CHAVE DA CORREO

1. (V); 2. (F) O princpio ativo citado na teoria da gerao espontnea era um tipo de energia de capacidade para criar em determinadas condies. 3. (V); 4. (V); 5. (V); 6. (F) As condies da terra primitiva eram muito diferentes das atuais. Na terra primitiva, a crosta, em formao, era ainda muito quente. A sua atmosfera era constituda principalmente de metano, amnia, hidrognio e vapor dgua, e existiam fortes descargas eltricas e de raios ultravioleta. 7. (V);

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8. (F) Os coacervados complexos no so seres vivos. So um grupo de molculas orgnicas isoladas do ambiente. So consideradas estruturas prbiolgicas. II 1. c. (X) Biognese; 2. b. (X) gerao espontnea; 3. c. (X) presena de gua, metano, amnia e hidrognio e grandes doses de radiaes; 4. b. (X) microesferas; 5. a. (X) reaes qumicas internas; 6. b. (X) reproduo; 7. c. (X) retirar seu alimento do meio circundante; 1. Voc pode ter respondido vrias coisas, mas a resposta essencialmente correta a natureza do conhecimento cientfico. O conhecimento considerado cientfico naquela poca diferia profundamente do conhecimento cientfico da atualidade. As pessoas daquela poca no possuam um mtodo de trabalho cientfico, de acordo com o trabalho cientfico moderno, o que lhes permitia chegar a concluses apressadas. 2. Voc deve ter respondido que no, porque a teoria da biognese somente transferiu o problema para outra rea. Ela explica apenas como os seres vivos surgem atualmente e no como os primeiros seres vivos apareceram. Podemos afirmar que a teoria da biognese possibilitou o ressurgimento do problema sobre a origem da vida. 3. A importncia da experincia de Miller reside na sntese de molculas de proteinides a partir de molculas inorgnicas, reproduzindo as condies da terra primitiva. Foi tambm a primeira comprovao experimental da teoria. 4. Porque as reaes autotrficas so complexas e provavelmente no poderiam ser realizadas por organismos to simples. 5. Semelhanas: Ambas propem o aparecimento da vida a partir da matria inorgnica. Diferenas: A gerao espontnea prope um aparecimento espontneo e instantneo da vida a partir de um princpio vital; e uma criao continua. A origem da vida, proposta na teoria molecular, e o surgimento espontneo da matria viva a partir da no-viva, ao longo de milhes de anos de evoluo pr-biologica. 12

III -

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TEXTO: TEORIAS EVOLUCIONISTAS

Predominou no passado a idia de que as espcies fixas e imutveis teriam sido colocadas em lugares predominados, vivendo como resultado de uma escolha feita por alguma entidade. Tal idia fixista foi combatida, de inicio, lentamente, por outra que propunha um processo de substituio gradual de uma espcie por outra, atravs de adaptaes a ambientes, em continuo processo de mudana. Essa corrente de pensamento, transformao, somente tomou corpo a partir de meados do sculo passado a base do que se pode caracterizar como a evoluo dos seres vivos a partir de espcies pr-existentes. exatamente isso que prope a transformao, que explica a adaptao como um processo dinmico e no esttico como queria o fixismo. Surge da a idia de evoluo: processo atravs do qual os seres vivos se adaptam ao ambiente. Perceba que a idia de transformao no implica necessariamente uma rejeio de idia de criao divina. A transformao apenas rejeita a idia de espcies imutveis, criadas especialmente, como sugerem os textos bblicos.

TEORIA DE LAMARCKUm dos primeiros adeptos do transformismo foi o bilogo francs Lamarck que elaborou uma teoria de evoluo desprovida de fundamento cientfico. Segundo ele, uma grande mudana no ambiente provocaria, em uma espcie, a necessidade de se modificar, o que levaria a mudana de hbitos. Com isso, o animal usaria continuamente um rgo ou membro, desenvolvendo-o. Neste caso, o ambiente seria o responsvel direto pelas modificaes nos seres vivos, e estes transmitiriam essas mudanas aos seus descendentes, aperfeioando a espcie ao longo das geraes. Logo, os principais pontos da teoria de Lamarck so: A) LEI USO E DESUSO O USO DE UM RGO PODE DESENVOLV-LO, ENQUANTO O DESUSO ATROFIA-O; B) LEI DA HERANA DOS CARACTERES ADQUIRIDOS - OS CARACTERES ADQUIRIDOS PELO USO OU PELO DESUSO SO TRANSMISSVEIS AS NOVAS GERAES; PRINCPIO BSICO ADQUIRIDOS; HERANA DOS CARACTERES

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TEORIA DE DARWINTambm chamada Teoria da Seleo Natural ou Darwinismo, foi formulada no final do sculo passado e aceita at hoje. S no completa, pois a poca de suas proposies, no eram conhecidos os mecanismos de transmisso hereditria, nem a estrutura do material gentico. Pode ser assim explicada: Variabilidade Os seres vivos de uma pequena espcie tenderiam a produzir um grande nmero de indivduos com pequenas diferenas individuais. Seleo natural O ambiente imporia uma srie de obstculos sobrevivncia a reproduo e, nesse ambiente, os indivduos mais adaptados as condies do meio sobreviveriam e transmitiriam geneticamente essas variaes aos seus descendentes. Adaptao conseqncia da seleo natural, agindo sobre a variao.

Lamark e Darwin frente a frente: o tamanho do pescoo das girafas

TEORIA SINTTICA DA EVOLUODarwin demonstrou ser a seleo natural o fator orientador da evoluo, uma explicao cientfica para a origem da variabilidade dos organismos. 14

Essas explicaes s foram dadas aps sua morte, pela Gentica, ramo da biologia que, efetivamente, surgiu no sculo XX. Hoje, sabe-se que a variao em grau to amplo pode, de fato, ocorrer, em grande parte pelas mutaes.

MUTAO O PROCESSO PELO QUAL UM GENE SOFRE UMA ALTERAO HEREDITRIA EM SUA ESTRUTURA, PASSANDO A TER DETERMINADAS CARACTERSTICAS DIFERENTES DAS CONDICIONADAS PELO GENE ORIGINAL. A partir do conhecimento da existncia das mutaes e recombinao gentica, que so fontes de variabilidade entre as espcies, o darwinismo foi apenas completado, surgindo ento o chamado neodarwinismo ou teoria sinttica da evoluo.

SELEO NATURAL

VARIABILIDADE

ADAPTAO

MUTAES

RECOMBINAO GENTICA

PRINCPIO BSICO

MUTAES

Esta teoria a que hoje os pesquisadores aceitam e continuam estudando.

COMPROVAO DAS TEORIASA teoria da evoluo atualmente um fato biolgico suficientemente comprovado. Utilizando-se dos fosseis (restos ou vestgios comparada) e anatmicas (anatomia comparada) existentes entre alguns animais, especialmente os vertebrados;

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As semelhanas fisiolgicas (fisiologia comparada) e qumicas de algumas enzimas e hormnios de animais pertencentes a grupos diferentes;

A existncia de rgos vestigiais (rgo que no apresentam uso e tm tamanhos reduzidos). Tais rgos eram necessrios no passado, mas perderam a utilidade, devido as alteraes no ambiente e nos hbitos do animal. No corpo humano podemos citar: o apndice (prolongamento do intestino), os dentes caninos; Conclui-se, ento, que os estudos sobre e evoluo dos seres vivos avanam na vida na medida que surgem novas tcnicas laboratoriais, e desenvolvemse outras reas como a bioqumica, a zoologia, a botnica, etc, pois quanto mais se pesquisa o assunto mais se percebe quantas perguntas esto sem resposta.

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EXERCCIOSPARA RESOLVER OS EXERCCIOS, VOC DEVE SABER DO QUE

TRATAM. A TEORIA DE LAMARCK A TEORIA DE DARWIN A TEORIA SINTTICA DO NEODARWINISMO

SE VOC TEM ALGUMA DVIDA, RELEIA OS TEXTOS ANTES DE RESOLVER OS EXERCCIOS. CONFIRA SUAS RESPOSTA NA CHAVE DE CORREO. I - ASSINALE, COM UM X NOS PARNTESES, A NICA ALTERNATIVA CORRETA EM CADA QUESTO. 1. Na luta pela a vida, certamente, os mais fortes tm mais possibilidades de sobreviver. Essa afirmao refere-se aos trabalhos de: a. ( ) Lamarck; b. ( ) De Vries; c. ( ) Darwin; d. ( ) Weisman; 2. O uso desenvolve um rgo enquanto o desuso o atrofia. Este enunciado caracteriza a lei do uso e desuso, estabelecido por: a. ( ) Darwin; b. ( ) Weisman; c. ( ) De Vries; d. ( ) Lamarck; 3. O mecanismo bsico de evoluo, segundo o ponto de vista de Darwin, foi a (o): a. ( ) mutao; b. ( ) acaso; c. ( ) seleo natural; d. ( ) adaptao.

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4. A teoria da seleo natural leva em conta principalmente: a. ( ) A sobrevivncia dos indivduos melhor dotados com relao a adaptao ao ambiente em que vivem; b. ( ) A herana dos caracteres adquiridos; c. ( ) As mutaes; d. ( ) A lei do uso e desuso; 5. A teoria lamarckista da evoluo baseia-se na: a. ( ) ocorrncia de mutaes espontneas; b. ( ) ocorrncia de mutaes dirigidas; c. ( ) herana do uso e do desuso; d. ( ) herana de caracteres adquiridos; 6. A teoria lamarckista de evoluo baseia-se na: a. ( ) as teorias de Lamarck e Darwin; b. ( ) apenas a teoria de Lamarck; c. ( ) apenas a teoria de Darwin; d. ( ) o neodarwinismo; 7. Animais que precisam correr muito para escapar de seus inimigos desenvolvem muito os msculos das pernas e transmitem esta caracterstica aos seus descendentes. Esta afirmao caracteriza: a .( ) mutao seleo natural; b. ( ) transmisso hereditria de caracteres adquiridos - seleo natural; c. ( ) uso e desuso transmisso hereditria de caracteres adquiridos; d. ( ) uso e desuso seleo natural; 8. Os fosseis constituem: a. ( ) um documento paleontolgico sem relao com as teorias da evoluo; b. ( ) uma prova de que os seres vivos evoluram; c. ( ) uma prova de que existem vrias categorias de seres vivo; d. ( ) um documento para o estudo de anatomia comparada; 9. Entre as provas da evoluo podemos destacar: a. ( ) a anatomia comparada e a fisiologia comparada. b. ( ) a embriologia comparada. c. ( ) os rgos vestigiais e os fosseis. e. ( ) todas as alternativas esto corretas.

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II REFLITA E RESPONDA AS QUESTES: 1. Segundo Lamarck, as primeiras girafas que surgiram na terra tinham pescoo curto e se alimentavam da vegetao, mais baixa. medida que essa vegetao ia escasseando havia necessidade de os animais se esticarem para apanhar folhas situadas em galhos mais altos. Desta forma, o pescoo tornava-se mais comprido. Ao se cruzarem, as girafas davam descendentes com pescoo cada vez maior at ser atingido o comprimento do pescoo das girafas atuais. Que explicao teria dado Darwin para esse fato? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. Por que a teoria de Lamarck est errada? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. Qual a principal diferena entre as idias de Lamarck e de Darwin, se ambos achavam que o meio ambiente era um dos responsveis pelo processo evolutivo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. A teoria de Darwin aceita at hoje? O que faltou para que ela fosse completa? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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CHAVE DE CORREO1. C. (X) Darwin; 2. D. (X) Lamarck; 3. C. (X) seleo natural; 18

4. A. (X) a sobrevivncia dos indivduos melhor dotados com relao a adaptao ao ambiente em que vivem; 5.D. (X) herana de caracteres adquiridos; 6.B. (X) apenas a teoria de Lamarck; 7. A. (X) uma prova de que os seres vivos evoluram; 8. B. (X) uma prova de que os seres vivos evoluram; 9. D. (X) todos as alternativas esto corretas;

II - Suas respostas devem ter sido semelhantes a estas: 1. Para Darwin sempre houve girafas de pescoo curto e girafas de pescoo longo. medida que a vegetao baixa, ia escasseando, as girafas de pescoo curto, que dela se alimentava; eram prejudicadas, morrendo em maior nmero e deixando menos descendentes que as de pescoo longo. Estas podendo alimentar-se de folhas situadas em galhos mais altos, tinham oportunidade de sobreviver. 2. A teoria de Lamarck esta errada, porque supe que os caracteres adquiridos se transmitem hereditariamente, o que jamais ocorre. 3. A principal diferena entre as idias de Lamarck e Darwin consiste no seguinte: enquanto para Lamarck o princpio bsico do processo evolutivo era a herana dos caracteres adquiridos, para Darwin o princpio bsico do processo evolutivo era a seleo natural. 4. A teoria de Darwin e aceita at hoje. Ela s no completa, porque faltou uma explicao cientfica para a origem da variabilidade dos organismos, pois o mecanismo de transmisso hereditria dos caracteres era ainda desconhecido. Segundo o neodarwinismo, a teoria da evoluo atualmente aceita, a origem fundamental da variabilidade dos organismos e a mutao.

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ATIVIDADE DE ENSINO

CARACTERSTICAS GERAIS E CLASSIFICAO DOS SERES VIVOSNesta atividade de ensino, voc vai ler textos e resolver exerccios que lhe permitir atingir o seguinte objetivo: DISTINGUIR AS CARACTERSTICAS DOS SERES VIVOS: NUTRIO E REPRODUO, FORMA E TAMANHO, COMPOSIO QUMICA, ORGANIZAO CELULAR, IRRITABILIDADE E MOVIMENTO, CICLO VITAL, REGENERAO E AUTO-REGULAO, ADAPTAO, HEREDITRIA.

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TEXTO: CARACTERSTICAS GERAIS E CLASSIFICAO DOS SERES VIVOS.

SISTEMAS DE CLASSIFICAONo necessrio uma formao biolgica para se perceber a imensa variedade de bichos e plantas existentes na natureza. Embora a finalidade da biologia no seja formar listas de bichos e plantas nem apenas descrev-los, importante ter-se uma idia razoavelmente organizada sobre o conjunto de seres vivos. Para organizar e separar os seres vivos, os bilogos usam critrios baseados na evoluo deles, ou seja no grau de parentesco existente entre eles. No princpio do sculo, os bilogos reuniram-se em um congresso para escolher um sistema de classificao biolgica universal. Optaram pelo sistema criada por Lineu, cientista sueco que viveu no sculo XXIII, segundo o qual os seres vivos seriam agrupados de acordo com o grau de semelhanas estruturais (quanto a forma, fisiolgica, embriolgica). Assim, o sistema foi organizado da seguinte maneira: as espcies conhecidas so agrupadas em conjuntos de espcies parecidas entre si, chamados gneros. O nmero de espcies reunidas em um gnero muito varivel; alguns 20

englobam milhes de espcies, outros so constitudos por uma chamada famlia. As famlias parecidas formam ordens. As ordens so agrupadas em classes. As classes semelhantes formam filos. E os filos agrupados em reinos.

Reinos Filos Classes Ordens Famlias Gneros Espcies

Espcie, gnero, famlia ordem, classe, filo e reino so categorias bsicas do sistema de classificao biolgica. s vezes conveniente criar subdivises das categorias. Assim, pode-se ter subespcie, subclasse, superclasse, etc.

CRITRIOS DE CLASSIFICAONuma das primeiras propostas de classificao, os seres vivos foram divididos em dois grandes grupos: O Reino Animal e o Reino Vegetal, essa separao usava o critrio de nutrio.

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EXERCCIO

VOC AGORA VAI VERIFICAR O QUE APRENDEU DO ESTUDO DO TEXTO E, SE FOR O CASO O QUE PRECISA ESTUDAR MAIS. NO TENTE RESOLVER OS EXERCCIOS SEM TER CERTEZA DA RESPOSTA QUE VAI DAR, PARA RESOLV-LOS VOC DEVE SABER: COMO SO CLASSIFICADOS OS SERES VIVOS ATUALMENTE

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SE VOC TEM ALGUMA DVIDA, RELEIA AS EXPLICAES ANTES DE RESOLVER OS EXERCCIOS, C ONFIRA SUAS RESPOSTAS NA CHAVE DE CORREO. I - ASSINALE, COM UM X NOS PARNTESES, A NICA ALTERNATIVA CORRETA. 1. O reino monera engloba basicamente os organismos unicelulares. Pertencem a este reino. a. ( ) as bactrias e algas cianofceas; c. ( ) os protozorios; b. ( ) as algas pardas e fungos; d .( ) as algas vermelhas; 2. Os celenterados so animais: a .( ) marinhos, somente; b. ( ) terrestre, somente; c. ( ) lacustres, somente; d. ( ) de gua doce ou salgada; 3. Entre os equinodermos podemos destacar os: a. ( ) peixes; b. ( ) pepinos- do mar;

c. ( d. (

) mamferos; ) insetos;

4. So caractersticas exclusivas dos cordados: a. ( ) tudo nervoso, notocorda e fendas braquiais; b. ( ) notocorda e fendas braquiais; c. ( ) tudo nervoso, concha e notocorda; d. ( ) fendas braquiais e tudo nervoso; 5. Podemos afirmar que: a. ( ) todo vertebrado protocordado; b. ( ) todo cordado vertebrado; c. ( ) todo protocodado vertebrado; d. ( ) todo vertebrado e cordado; II - RELACIONE AS COLUNAS, ESCREVENDO, NOS PARNTESES, A LETRA ADEQUADA. 1. ( ) Reino Metazoa A - inclui os vegetais, desde os musgos at as plantas angiospermas; B - inclui as bactrias, as cianofceas e os vrus; 2. ( ) Reino Metfita C - inclui os animais, desde as esponjas at os

22

3. ( 4. (

) Reino Protista ) Reino Monera

cordados; D - inclui todas as algas, os fungos e os protozorios;

III - REFLITA E RESPONDA: 1. O Reino Metazoa abriga uma enorme variedade de espcies, desde animais mais simples at seres de grande complexidade. Que caractersticas permitem a incluso dessa enorme variedade de seres de um mesmo reino? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. O que acontecer com uma espcie cujos componentes se reproduzem mal, com muita dificuldade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. A que se deve a grande diversidade de animais e vegetais que observamos hoje na natureza? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

1I-

CHAVE DE CORREO1. 2. 3. 4. 5. a. ( X ) as bactrias e as algas cianofceas; d. ( X ) de gua doce ou salgada; b. ( X ) pepinos-do-mar; a. ( X ) tudo nervoso, notocorda e fendas braquiais; d. ( X ) todo vertebrado cordado;

II -

1. ( C ); 2. ( A );

23

3. ( D ); 4. ( B ); III - Suas respostas devem ter sido semelhantes a estas: 1. Entre as caractersticas compartilhadas pelos diversos filos animais que compem o reino Metazoa, pode ser citada a forma de nutrio heterotrfica e organizao pluricelular. 2. Uma espcie, cujos componentes se reproduzem mal, com muita dificuldade, tender ao desaparecimento, pois, em cada gerao, haver um nmero menor de representantes. 3. A grande diversidade de animais e vegetais que observamos hoje na natureza deve-se as inmeras tentativas de adaptao dos seres vivos aos diferentes meios.

ATIVIDADE DE ENSINO

C

CITOLOGIA

Ao completar o estudo dos textos e resolver os exerccios apresentados nesta atividade de ensino, voc vai esta em condies de: 1IDENTIFICAR AS CARACTERSTICAS GERAIS DAS CLULAS E A FUNO E CONSTITUIO DAS PRINCIPAIS ESTRUTURAS CELULARES. DIFERENCIAR OS PROCESSOS DE DIVISO CELULAR: MITOSE E MEIOSE.

2-

A citologia, cincia que estuda a clula, desenvolveu-se a partir da descoberta do microscpio ptico, no sculo XVIII. Um fsico ingls, Robert Hooke, foi a primeira pessoa a observar as clulas. Logo aps vrios cientistas se interessaram pelo seu estudo. Os bilogos alemes Schleiden e Schawnm (1838 1839), com base em suas prprias observaes e nas de outros autores, formularam a teoria celular. Segundo a teoria celular todo ser vivo formado por clulas e por produtos dessas clulas.

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O aparecimento da teoria celular permitiu vislumbrar uma ordem geral, um princpio bsico em meio toda aquela diversidade dos seres vivos: todos eram constitudos de clulas. Os bilogos puderam perceber a existncia de um padro comum a todos os seres vivos- o padro celular e se concentraram cada vez mais, no estudo da unidade fundamental de vida que a clula. Surgiu, assim, a Citologia. A partir do conhecimento dos processos vitais bsicos que acontecem na clula que se tornou possvel a compreenso do funcionamento dos organismos como um todo.

FORMA E FUNO DAS CLULASA clula a unidade bsica da vida animal e vegetal; a menor poro de um organismo capaz de viver, como unidade dependente de um todo ou livremente, sob determinadas condies. Os sais minerais existem nos seres vivos na forma cristalina (constituindo esqueletos, carapaa, a casca de ovos, etc.) e dissociado em ons. Os sais minerais dissociados em ons concentram e funes variadas, tais como: sdio (Na+) e potssio (K+) (participam dos fenmenos de conduo nervosa); clcio (Ca++) (participam do processo de coagulao sangnea); ferro (Fe+) (presente nas clulas sanguneas). Os constituintes orgnicos so representados principalmente pelas protenas, carboidrato, lipdios e cidos nuclicos.

PROTENASAs protenas so os mais importantes componentes dos seres vivos. Suas molculas so formadas por C (carbono), H (hidrognio), O (oxignio) e N (nitrognio). Em alguns casos aparece tambm o S (enxofre) ou o P (fsforo). As protenas exercem importantes funes no organismo. Estas funes so: Funo plstica (participam da construo de matria viva); Funo catalisadora (facilitam as reaes qumicas celulares); Funo de defesa (funcionam como anticorpos); Funo coordenadora e reguladora do metabolismo (funcionam como hormnios);

As protenas so molculas grandes (macromolculas) constitudas de unidades menores denominadas aminocidos. No total so 20 aminocidos. Na natureza, apenas os vegetais produzem vinte aminocidos a partir dos quais so sintetizadas as protenas. Os animais produzem alguns e obtm os outros, 25

alimentando-se dos vegetais. So considerados naturais os aminocidos fabricados pelo animal e essenciais, que so obtidos pela alimentao. Os aminocidos podem unir-se, formando cadeias mais ou menos longas. Os dipeptdeos so compostos por dois aminocidos; tripeptdeos por trs, os polipeptdeos, por vrios aminocidos. Uma molcula de protena pode ser formada por um ou mais filamentos peptdicos. A seqncia dos aminocidos no filamento peptdico determina as caractersticas prprias de cada tipo de protena. As enzimas, por exemplo, so protenas produzidas pelas clulas a atuam como biocatalizadores. Atravs da sua ao as enzimas multiplicam milhares de vezes a velocidade das reaes qumicas que ocorrem nos organismos vivos. As enzimas atuam em concentraes muito baixas e no se alteram pelas reaes que provocam.

CARBOIDRATOS E LIPDIOSEntre os constituintes orgnicos vamos encontrar os carboidratos (aucares) e os lipdios (gorduras). Ambos so compostos orgnicos que representam uma importante fonte de energia para o organismo. Suas molculas so formadas de C (carbono), H (hidrognio) e O (oxignio). Os lipdios so substncias combustveis e fornecem mais caloria por grama do que os carboidratos. Como alimento fornecem os cidos graxos essncias que no podem ser sintetizados pelos animais. Os lipdios exercem vrias funes: So alimentos energticos; Funcionam como reserva alimentar; Funcionam como isolante trmico; Participam da composio qumica das membranas nas clulas vivas, juntamente com as protenas;

Biocatalizadores: substncias que aceitam as reaes orgnicas nos seres vivos. Elas so unidades morfofisiolgicas, porque alm de formar o corpo dos organismos, realiza todas as funes, que so necessrias a sua vida. A forma e a funo das clulas variam entre os seres unicelulares e os seres pluricelulares. Cada clula tem uma forma adaptada sua funo e que controlada pelos seus genes Nos seres unicelulares, constitudos de uma s clula, todas as funes

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vitais so realizadas por esta nica clula. (Fig. 23)

Nos seres pluricelulares, as clulas so adaptadas para a realizao de diferentes funes. (Fig.24)

CONSTITUIO QUMICA DAS CLULASA composio qumica da clula varia nos diferentes seres vivos e nos diferentes tecidos Existem, entretanto, substncias comuns a todas as clulas. Essas substncias abrangem dois grupos que so as inorgnicas e as orgnicas. Os constituintes inorgnicos da clula so a gua e os sais minerais. A quantidade de gua varia de acordo com a natureza do ser vivo, com tipo de tecido e diminui com o aumento da idade, se considerarmos os vertebrados terrestres de um modo geral .

27

A gua muito importante do ponto de vista biolgico devido s suas propriedades fsico qumico: o solvente dos ons minerais e de outras substncias; Permite a atuao das enzimas nos processos metablicos da clula; o veculo de aquisio e eliminao de substncias pelas clulas; Permite a manuteno da estabilidade da concentrao intracelular.

CIDOS NUCLICOSOs cidos nuclicos mais importantes para a clula so o desoxirribonuclico (ADN ou DNA) e o ribonuclico (ARN ou RNA), que constituem o material hereditrio dos seres vivos. So molculas gigantes constitudas por pequenas unidades ligadas entre si, os nucleotdeos. (Fig. 25). Uma molcula de acido nuclico dita, portanto, um polinucleotdeo. Neste sentindo, cidos nuclicos so semelhantes a molculas de protenas, tambm gigantes, e tambm constitudas por pequenas unidades ligadas entre si. Um nucleotdeo constitudo por um acido fosfrico, um pentose (acar de 5 C), e uma base nitrogenada. No DNA, pentose sempre a desoxirribose; no RNA, a pentose chamada ribose.

cido fosfrico

Pentose ( acar 5C)

Base Hidrogenada

NUCLEOTDEO ( Fig. 25) As bases nitrogenadas so cinco: adenina (A), guanina (G), citosina (C), timina (T) e uracila (U). As trs primeiras (A, G e C) fazem parte dos nucleotdeos de DNA e RNA. A timina s se encontra no DNA, enquanto a uracila s se encontra no RNA. (Fig.26) DNA 28 RNA

Os 4 nucleotdeos do DNA

Os 4 nucleotdeos do RNA

D

A

R

A

D

G

R

G

D

C

R

C

D

T R

R RIBOSE

U

D DESOXIRRIBOSE

Watson e Crick, usando tcnicas de difrao de raios-X, propuseram para o DNA um modelo que vem sendo confirmado por todos os dados experimentais. O modelo de Watson prope o seguinte: A molcula da DNA constituda por 2 filamentos. Cada filamento composto por vrios nucleotdeos. As duas cadeias so ligadas entre si atravs de suas bases nitrogenadas. S pode haver ligao entre pares definidos: assim, adenina sempre se liga timina e citosina sempre se liga a guanina. O modelo prope que as duas fileiras de nucleotdeos estejam torcidas uma sobre a outra formando uma dupla hlice voc verifica na (Fig. 27) Dessa forma, a molcula de DNA pode ser comparada a uma escada de corda retorcida: os degraus correspondem aos pares de bases nitrogenadas e o corrimo, as molculas de cido fosfrico e pentose, alternadamente. Deve ficar para voc que existem infinitos tipos de DNA, que variam quanto ao nmero de nucleotdeos e a sua disposio. Ainda assim, os 4 tipos de nucleotdeos so sempre os mesmo para qualquer ser vivo.

29

Fig. 27A organizao padro de uma clula eucaritica consiste de membrana plasmtica, citoplasma, ncleo e inmeras estruturas diferenciadas (orgnulos). Para melhor entendimento, estudaremos uma clula de tecido animal e uma clula de tecido vegetal. Como comparao importante, analisaremos tambm as estruturas e o padro de organizao de um ser procaritico (no caso uma bactria).

30

Observamos que envolvendo a clula encontra-se uma pelcula chamada membrana plasmtica, que controla as trocas entre a clula e o meio. O interior preenchido por um caldo ou substncia viscosa chamada citoplasma. O citoplasma apresenta incluses diversas, entre elas, reservas acumuladas na clula sob a forma de gotculas e grnulos (protenas, aminocidos, sais minerais e outras substncias ) e , ainda, as seguintes estruturas diferenciadas ou orgnulos: Retculo endoplasmtico - sistema complexo de membranas que delimitam cavidades achatadas que se comunicam entre si e cujo aspecto lembra o de uma pequena rede, da reticulo. Esse conjunto de canais funciona como um sistema de comunicao de clula, por onde so transportadas ou armazenadas diversas substncias. Mitocndrias - orgnulos de forma ovide ou em bastonetes com dupla membrana, sendo a interna pregueadas, relacionados com a liberao e aproveitamento da energia dos alimentos combustveis usados pela clula na respirao celular. Lisossomos - bolsas muito pequenas espalhadas pelo citoplasma cujo interior contm substncias digestivas, usadas na digesto de substncias intracelulares. Ribossomos - grozinhos formados por RNA (cidos ribonuclico) e protenas, ao nvel dos quais se da a sntese de protenas da clula. As protenas a sintetizadas ficam no citoplasma ou so exportadas para as cavidades do retculo ou do complexo de Golgi. Nas clulas em geral, os ribossomos podem estar dispersos no citoplasma ou aderidos as membranas do retculo que, neste caso, passa a ser chamado retculo endoplasmtico rugoso ou ergastoplasma.

31

Centrolos - correspondem a pequenos cilindros formados por uma srie de tbulos. Pode-se dizer centrolos so os orgnulos mais raros nas clulas em geral, pois alm de haver clulas sem centrolos, nas que existem, ocorrem freqentemente em nmero de dois e nas proximidades do ncleo. Tem papel importante na diviso celular. O ncleo da clula limitado por uma carioteca ou membrana nuclear, expanso do prprio reticulo. O caldo do ncleo chamado suco nuclear, nucleoplasma ou cariolinfa. Possui um orgnulo, o nuclolo, relacionado com a produo e concentrao de certas substncias. Possui tambm cromtica (material gentico), estrutura filamentos vista como manchas mais ou menos irregulares. Uma caracterstica importante da cromtica e que, nas clulas em geral, h momentos em que ela se condensa em fios mais espessos e visveis, chamados cromossomos, cujo comportamento se relaciona com a diviso celular e fenmenos da hereditariedade. Portanto, a cromtica rene todas as informaes qumicas que controlam o funcionamento celular (tema do texto 2).

Observe o esquema que representa. Nele so encontradas diversas estruturas descritas anteriormente. Alm disso, esta clula apresenta novidades: Um envoltrio externo a membrana plasmtica, rgido, constitudo de celulose, chamado membrana esqueltica celulsica (ou parede celular); H grandes cavidades limitadas por membranas, cheias de liquidos, chamados vacolos, considerado como grandes expanses do retculo. Em geral nas clulas vegetais podem conter, reservas, pigmentos ou cristais;

32

Chama a ateno na clula a presena de orgnulos contendo um pigmento verde, a clorofila, e que so chamadas cloroplastos (cloro = verde). So extremamente importantes, na medida em que absorvem energia luminosa, permitindo ao vegetal a produo de seu prprio alimento, num processo chamado fotossntese; No h centrolos nem lisossomos;

Notamos que as clulas estudadas (de tecidos animal e vegetal) possuem organizao celular, carioteca envolvendo o ncleo e algumas estruturas especficas, como por exemplo, membrana esqueltica ou parede celular (clula vegetal) e centrolos e lisossomos (clula animal). Podemos ento esquematizar: ORGANIZAO GERAL DA CLULA EUCARITICA PADRO

MEMBRANA

membrana esqueltica ou parede celular membrana plasmtica

grnulos gotas

RESERVAS

CITOPLASMA

retculos endoplasmtico ribossomos complexo de Golgi mitocndrias lisossomos centrolos plastos vacolos

ORGNULOS

NCLEO

carioteca nucleoplasma cromatina nuclolos

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BACTRIA (E COLI) Analisaremos, agora uma bactria, como exemplo de clula procaritica.

No pense que toda a clula apresenta tantos componentes quantos os j estudados. As bactrias so bem mais simples quanto a organizao de sua nica clula. Se observarmos a clula que representa o corpo da escherichia coli, habitante natural do intestino de mamferos, encontraremos apenas: Um conjunto de membranas envolvendo: por a membrana esqueltica (ou parte celular), mais espessa, e sob ela a membrana plasmtica; O citoplasma, que neste caso repleto de um s tipo de orgnulos citoplasmtico, os ribossomos; Espalhada na regio central h a cromatina, que neste caso nunca esta envolvida pela carioteca, isto nas bactrias no h ncleo organizao (nucleide);

Comparando os trs exemplos, notaramos que existem estruturas iguais, mas que o conjunto mnimo de componentes de uma clula, formada pelas estruturas absolutamente indispensveis seria: membrana plasmtica, citoplasma, ribossomos e cromatina.

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Portanto: AS CLULAS SO CONSTITUDAS BASICAMENTE DE MEMBRANA PLASMTICA, CITOPLASMA E NCLEO, NAS CLULAS EUCARITICAS; E MEMBRANA PLASMTICA, CITOPLASMA E NUCLEIDE, NAS CLULAS PROCARITICAS. Apresentamos um esquema de uma clula ideal na qual as verdadeiras dimenses dos componentes no foram respeitadas. Complete-o com as legendas, a fim de se acostumar com os nomes das estruturas e sua forma usual de representao:

Preencha os quadros abaixo.

COMPONENTES Membrana Esqueltica Membrana Plasmtica Retculo Endoplasmtico Ribossomos

CARACTERSTICAS

FUNO

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COMPONENTES Complexo de Golgi Mitocndrias Lisossomos centrolos plastos vacolos

CARACTERSTICAS

FUNO

Voc no ter gabarito para conferir o preenchimento do quadro. O objetivo da atividade ajuda-lo a identificar os componentes das clulas e distinguir as caractersticas e funes de cada um deles, memorizando-os.

1

EXERCCIOSVERIFICAR A SUA

FAA OS EXERCCIOS SEGUINTES, PARA APRENDIZAGEM. PARA TER SUCESSO, VOC DEVE SABER: O QUE UMA CONSTITUIO). CLULA

(FORMA,

FUNO

E

AS CARACTERSTICAS DOS CONSTITUINTES ORGNICOS E INORGNICOS DAS CLULAS. O QUE SO E PARA QUE SERVEM AS ESTRUTURAS CELULARES.

APS RESOLVER OS EXERCCIOS, CONFIRA AS SUAS RESPOSTAS NA CHAVE DE CORREO. I - ESCREVA F (FALSO) OU V (VERDADEIRA) EM CADA AFIRMATIVA. CORRIJA, EM SEGUIDA, AS AFIRMATIVAS FALSAS. 1. ( ) Segundo a teoria celular, todo ser vivo formado por clulas e por produtos dessas clulas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 36

2. ( ). As clulas so unidades morfofisiolgicas dos seres vivos. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. ( ) A funo da clula a mesma entre os seres unicelulares e pluricelulares. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. ( ) As clulas tm a forma adaptada sua funo. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. ( ) A gua e os seres minerais so os constituintes inorgnicos das clulas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. ( ) A gua muito importante apenas para os seres vivos aquticos. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7. ( ) Os sais minerais existem nos seres vivos na forma cristalina e dissociados em ons. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. ( ) A protena um constituinte orgnico da clula formada principalmente por C, H, O e N. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9. ( ) As protenas so unidades de macromolculas denominados aminocidos. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10.( ) Apenas os animais produzem os vintes tipos de aminocidos existentes na natureza. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

37

11.( ) O citoplasma contm gua, protenas, aminocidos e sais minerais, entre outras substncias. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 12.( ) A clula dos animais possui uma parede celular muito resistente. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 13.( ) As organelas citoplasmticas so estruturas que possuem uma funo definida. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 14.( ) O ncleo da clula contm o material gentico ou cromatina. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 15.( ) A cromatina encontrada no citoplasma, nas clulas eucariticas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 16.( ) Os cromossomos so estruturas formadas durante o processo de diviso celular. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ II - REFLITA E RESPONDA S QUESTES. 1. Todos as protenas so formadas por filamentos ppticos. Como ocorrer tipos to diferentes de protenas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. O que um nucleotdeo e como ele se relaciona com os cidos nuclicos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 38

3. O que significa DNA e RNA? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. Quais so as funes dos lipdios? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Quais so as funes de Na+, K+, Ca++ no organismo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. Como se dispe a cromatina nas clulas procariticas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ III - NUMERE A 1 COLUNA DE ACORDO COM A 2, IDENTIFICANDO AS CARACTERSTICAS DAS ORGANELAS CITOPLASMTICAS. A - encontrado em clulas procariticas e eucariticas; formado por RNA e protenas e est ligado a sntese de protenas. B - constitudo por um sistema complexo de membranas que se comunicam entre si, com aspecto de rede; est ligado ao transporte e armazenamento de diversas substncias. C - Ocorre nas clulas eucariticas dos animais e est ligado ao processo de diviso celular. D - formado por um conjunto de sculos achatados (pequenas bolsas); sua funo acumular e eliminar secrees e sintetizar os glicdios.

1. ( ) Retculo endoplasmtico 2. ( ) Ribossomos 3. ( ) Complexo de Golgi 4. ( ) Lisossomos 5. ( ) Mitocndria

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6. ( ) Centrolo 7. ( ) Cloroplasto 8. ( ) Vacolo

E - Ocorre nos vegetais e sua principal funo a fotossntese. F - Contm enzimas digestivas; sua funo a de digerir as substncias. G - Orgnulos de forma ovide ou em bastonetes, responsvel pela respirao celular. H - uma pequena cavidade originada por expanso do retculo; pode conter reservas, pigmentos ou cristais.

1I

CHAVE DE CORREO1. ( V ); 2. ( V ); 3. ( F ) A funo da clula difere entre os seres unicelulares e pluricelulares. Nos unicelulares a mesma clula executa todas as funes vitais; as clulas dos pluricelulares so adaptadas para exercem diferentes funes. 4. ( V ) A forma e a funo das clulas so controladas pelos seus genes. 5. ( V ); 6. ( F ) A gua de extrema importncia para todos os seres vivos. o componente que existe em maior quantidade nas clulas. 7. ( V ); 8. ( V ); 9. ( F ) Os vegetais sintetizam os vinte aminocidos que existem na natureza; os animais macromolculas. 10. ( F ) Os vegetais sintetizam os vinte aminocidos que existem na natureza; os animais sintetizam alguns e obtm os outros atravs da alimentao. 11. ( F ) Contm tambm aucares, compostos de metabolismo e cidos nuclicos. 12. ( F ) A parede celular no ocorre nos animais. 13. ( V ); 14. ( V ); 15. ( F ) A cromtica est contida no ncleo das clulas dos eucariontes. 16. ( F ) tornam-se mais visveis durante o processo de diviso celular.

II - Compare as suas repostas com as que so dadas a seguir.

40

1.

2.

3.

4.

5. 6.

Os filamentos ppticos so formados por uma seqncia de aminocidos. A ordem dos aminocidos nestes filamentos que d as caractersticas de cada protena. O nucleotdeo uma unidade constituda por uma molcula de pentose, uma molcula de cido fosfrico e uma base nitrogenada. Os nucleotdeos ligados em cadeia formam os polinucleotdeos que constituem os cidos nuclicos. DNA ou ADN so as iniciais do cido desoxirribonuclico; ARN ou RNA so iniciais do cido ribonuclicos. Estes so os cidos mais importantes para as clulas. Eles se apresentam ligados as protenas, constitundo as nucleoprotenas. Os lipdios exercem vrias funes que so: alimento energtico reserva alimentar, isolante trmico e participam da composio qumica das membranas das clulas. O Na+ (sdio) e o K+ (potssio) participam dos fenmenos de conduo nervosa pelos neurnios; o Ca+ atua na coagulao do sangue. A cromatina, nas clulas procariticas (sem membrana nuclear), fica livre numa regio o citoplasma que constitui o nucleide. 2. ( A ); 6. ( C ); 3. ( D ); 7. ( E ); 4. ( F ); 8. ( H );

III

1. ( B ); 5. ( G );

2

TEXTO: DIVISO CELULAR MITOSE E MEIOSE

Os processos de diviso celular esto intimamente relacionados ao comportamento dos cromossomos, mas no necessrio conhecer detalhes da estrutura cromossmica para entender as divises de uma, bastando saber que os cromossomos so estruturas, filamentos que podem se duplicar e se dividir. Esta capacidade se deve a molcula de um componente dos cromossomos, cidos desoxirribonuclicos (DNA). Uma vez que uma clula se prepara para uma diviso. Autoduplicao, que acontece toda a vez que uma clula se prepara para um diviso. Esta duplicao pode ser esquematizada assim: (Fig. 28)

41

necessrio saber tambm que, quando isto acontece, os cromossomos so praticamente invisveis, porque esto desconhecidos sob a forma de fios e grnulos de cromatina. Condensam-se e tornam-se bem visveis durante o prprio processo de diviso. Porm, para efeito de melhor compreenso costuma-se representar os cromossomos da clula que vai entrar em diviso por filamentos unitrios ou simples, visveis e contveis, portanto. Com base nas afirmaes precedentes, vamos montar um esquema simples de como o DNA contraria a duplicao dos cromossomos. (Fig. 29)

A regio de constrio do cromossomo chama-se centrmero. Quando o cromossomo se duplica os dois filamentos irmos resultantes, chamados cromtides, ficam unidos pelo centrmero, constitundo um cromossomo duplicado. O centrmero a ultima poro a se dividir e, toda vez que isto acontece, cada cromtide passa a ser um novo cromossomo. De acordo com o comportamento cromossmico, dois so os tipos de diviso celular. No primeiro deles formam-se duas clulas filhas contendo uma exatamente o mesmo nmero de cromossomos da clula-me. Chama-se mitose e ocorre durante o crescimento de um indivduo e nos processos de regenerao e nos indivduos unicelulares (Reino monera) constitui um tipo de reproduo assexuada. (Modulo 2 atividades de ensino A) No outro tipo de diviso, conhecido como meiose, formam-se quatro clulas filhas, contendo, cada uma, metade do nmero total de cromossomos presentes na clula me. Nos animais a meiose ocorre para a formao das clulas sexuais ou gametas (espermatozides) e nos vegetais para a formao de esporos. A fim de descrio de diviso celular costumam ser divididos em estgios. Entretanto, importante observa que so processos contnuos, sem interrupes entre um estgio e outro.

MITOSEEntre mitoses sucessivas ocorre um estgio chamado intrfase (tambm se diz interfase), que no pertence ao fenmeno mittico. Durante a interfase observa-se uma grande atividade metablica. As clulas crescem, o material gentico (DNA) se duplica, formam-se novas organelas e a clula acumula energia para continuar o processo. (Fig. 30) 42

Aps esta, inicia-se o processo mittico propriamente dito, que se divide em quatro estgios: prfase, metfase, anfase e telfase.

- PRFASE Fase de mobilizao para a ao; A cromtica condensa-se e pode-se observar as duas cromtides ligadas pelo centrmero; Aparecimento de fibras proticas no citoplasma; Centrolos vo para os plos do fuso; Fibras proticas se prendem aos centrmeros dos cromossomos; A carioteca rompe-se e o ncleo desaparece;

- METFASE Cromossomos presos s fibras proticas migram para o meio da clula, atingindo o mximo de condensao. (Fig. 32)

43

- ANFASE As cromtides afastam-se e migram para os plos opostos, puxados pelos respectivos centrmeros, devido ao encurtamento das fibras do fuso.

- TELFASE Os cromossomos se descondensam, tornando-se invisveis; Nuclolos reaparecem; Duas novas cariotecas se reconstituem a partir da vescula do rtico endoplasmtico; fibras proticas desaparecem; citocinese (diviso do citoplasma); distribuio das demais estruturas celulares.

44

A mitose terminou. As clulas filhas entram em interfase, preparando-se para a prxima diviso celular. Para melhor visualizar o que acontece com o cromossomo durante a mitose observe a figura 35 a seguir:

Na espcie humana, o nmero de cromossomos de 46 ou 23 pares de cromossomos homlogos. Assim, no processo de mitose, uma clula com 46 cromossomos da origem a duas clulas filhas: tambm com 46 cromossomos cada.

45

RESUMO:

INTERFASE DUPLICAO DOS CROMOSSOMOS CICLO CELULAR MITOSE

- PRFASEo DUPLICAO E MIGRAO DOS CENTROLOS; o FORMAO DAS FIBRAS DO STER E DO FUSO; o CONDENSAO DOS CROMOSSOMOS; o DESAPARECIMENTO DO NUCLOLO E DA CARIOTECA; o METFASE; o VISIBILIDADE MXIMA DOS CROMOSSOMOS; o CROMOSSOMO DISPOSTOS NO EQUADOR DA CLULA E LIGADAS AO FUSO PELOS CENTRMEROS;

- ANFASEo DIVISO DO CENTRMERO; o MIGRAO DOS CROMOSSOMOS-FILHOS GUIADOS PELAS FIBRAS DO FUSO; o TELFASE; o DESESPIRALIZAO DOS CROMOSSOMOS; o ORGANIZAO E DIVISO DO NCLEO E NUCLOLO; o DIVISO DO CITOPLASMA E FORMAO DE DUAS CLULAS-FILHA; A meiose um tipo de diviso celular em que uma clula-me da origem a quatro novas clulas com metade do nmero de cromossomos da clula inicial. Trata-se de um processo reducional de diviso. A clula que tem os cromossomos caractersticos da espcie recebe o nome de diplide; a clula com metade dos cromossomos da espcie recebe o nome de haplide. Ento: 46

Meiose

2n

Clulas mes

n

n

n

n

Clulas - filhas

No caso do homem (46 cromossomos), as clulas correspondem, regra geral, aos gametas nos respectivos, pelo macho e pela fmea. O esporo vegetal corresponde ao gameta animal, mas ambos so clulas haplides. A meiose consiste de duas etapas de diviso sucessivas: na primeira diviso os cromossomos homlogos se separam permanecendo em clulas diferentes (etapa reducional); na segunda diviso acontece na mitose (etapa equacional). Veja o esquema da meiose.

Como na mitose, o processo dividido, por convenincia, em estgios. Os nomes so os mesmos da mitose, mas seguidos de I ou II, indicando a primeira ou a segunda diviso. O DNA duplica-se na interfase que precede a primeira diviso. Pode existir uma espcie de interfase entre a primeira e a segunda diviso, chamada intercinese. Podem neste perodo o DNA se duplicar.

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DIVISO I

PRFASE I METFASE I ANFASE I TELFASE I

MEIOSE

INTERFASE PRFASE II METFASE II ANFASE II TELFASE II

DIVISO II

DIVISO II

- MEIOSE IA duplicao dos cromossomos, como voc j sabe, ocorre na interfase. (Fig. 38). Assim, ao iniciar a prfase I, os cromossomos j se encontram duplicados. Cada cromossomo formado para duas cromtides irms. (Fig. 37)

Fig. 37

Fig. 38

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- PRFASE IA prfase I costuma se dividir em cinco estagio: leptteno, zigteno, paquteno, diplteno, diacinese.

Leptteno: Cromossomos visveis, finos e enovelados; apesar de estarem duplicados desde da interfase, ainda no evidente a sua duplicao. (Fig. 39) Nuclolo visvel. Zigteno: Cada cromossomo continua a se condensar e faz par com seu homlogo. Atraem-se, emparelham-se ponto a ponto, como um zper. Este pareamento conhecido como sinapse (Fig. 40) Nuclolo comea a desaparecer, mas ainda visvel. Paquteno:

cromossomo mais espessos nos quais se pode visualizar as duas cromtides. 49

Os cromossomos pareados mostram um total de quatro filamentos (cromtides); o conjunto uma ttrade. Nuclolo est desaparecendo. (Fig.41)

Diplteno:

Aos poucos os cromossomos se repelem, permanecendo alguns pontos de contato (quiasmas) entre as cromtides homlogas; nos quiasmas ocorrem quebras e as cromtides trocam pedaos entre elas. (crossing-over ou permuta)

Diacinese:

Cromossomos mais condensados; Terminalizao dos quiasmas; Nuclolo desaparece;

Ateno: observe os pares de cromossomos com partes trocadas entre si (j ocorreu o crossing-over)

A prfase I semelhante prfase da mitose (centrolos migram para os plos da clula, cromossomos se condensam, nuclolos e carioteca desaparecem, formao do fuso constitudo de fibras proticas).

- METFASE I

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Os cromossomos homlogos vo, aos mediana da clula.

pares e deslocam-se para a regio

As fibras se unem ao centrmero das duas cromtides. (Fig. 44)

- ANFASE IOs cromossomos homlogos separam-se, movendo-se para os plos da clula devido ao encurtamento das fibras do fuso. (Fig. 45)

TELFASE I Os cromossomos atingem os plos e descondensam-se; O fuso desaparece; Carioteca e nuclolo reaparecem; Formao de um ncleo em cada plo da clula com n cromossomos, mas cada um deles constitudos por duas cromtides. (Fig. 46);

- INTERCINESE

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Geralmente as clulas filhas passam por um curto estgio de repouso, para entrar na prfase, da segunda diviso.

- MEIOSE IIUma vez que a separao dos homlogos aconteceu na diviso I, na segunda diviso tudo se passa tempo na mitose. Finalidade da diviso II apenas separar as cromtides irms por diviso dos centrmeros. Quando termina a diviso II, os cromossomos reassumem sua forma filamentosa. Dessa maneira a partir da clula 2n inicial, so formadas quatro clulas filhas, todas n. Acompanhe o desenho esquemtico. (Fig. 47) Final da meiose I 02 celulas-filhas (2n) diplides

MEIOSE II

PRFASE II

RESUMO:MEIOSE I PRECEDIDA DA SNTESE DO DNA NA INTERFASE. OS CROMOSSOMOS HOMLOGOS, DUPLICADOS, SEPARAM-SE, INDO PARA AS CLULAS DIFERENTES. O CENTRMERO NO SE DIVIDE.

MEIOSE II NO PRECEDIDA DA SNTESE DO DNA. OS CENTRMEROS DIVIDEM-SE, PREPARANDO AS CROMTIDES (CROMOSSOMOS-FILHOS). OS CROMOSSOMOSFILHOS VO PARA CLULAS DIFERENTES.

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EXERCCIOS

FAA OS EXERCCIOS A SEGUIR PARA VERIFICAR SUA APRENDIZAGEM. PARA ISTO VOC DEVE SABER O QUE MITOSE E INTERFASE. O QUE MEIOSE

I - ESCREVA S (SIM) N (NO) EM CADA AFIRMATIVA, CONFORME O SEU CONTEDO, ESTEJA OU NO DE ACORDO COM O QUE ESTUDOU NO TEXTO. 1. (______) A mitose um tipo de diviso celular que forma duas clulas-filhas iguais entre si e diferente da clula me. 2. (______) O Fenmeno mais importante da interfase a duplicao dos cromossomos. 3. (______) A interfase um perodo de grande atividade nuclear, e o ncleo das clulas apresenta carioteca, nuclolo e cromatina. 4. (______) O ciclo celular compreende a prfase, a metfase, a anfase e a telfase. II - RELACIONE AS COLUNAS: A - IDENTIFICANDO AS FASES DA MITOSE. A - Fase final da mitose, onde ocorrem os seguintes fenmenos: desespiralizao dos cromossomos, organizao e diviso do ncleo e nuclolo, diviso do citoplasma. B - Os cromossomos duplicados deslocam-se para a regio mediana da clula e se ligam s fibras do fuso, pelos centrmeros. C - Os cromossomos duplicados comeam a se condensar, o nuclolo desaparece, e a carioteca se rompe; os centrolos se duplicam e vo para os plos da clula. D - As cromtides irms se separam pela diviso dos centrmeros e se dirigem para os plos da clula; surgem as fibras do ster e fibras do fuso.

1. ( 2. ( 3. ( 4. (

) Prfase; ) Metfase; ) Anfase; ) Telfase;

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B - IDENTIFICANDO AS SUBFASES DA PRFASE I. A - Os cromossomos homlogos comeam a se afastar, mas permanecem ligados pelos quiasmas. Ocorre crossing-over ou permuta B - Termina o pareamento dos cromossomos homlogos. A figura recebe o nome de ttrade. C - Os cromossomos iniciam a sua condensao e se tornam visveis com fios longos e delgados; o nuclolo bem visvel. D - Os cromossomos, ainda pareados, comeam a se dirigir para o equador do fuso. E - Prossegue a condensao dos cromossomos, o nuclolo comea a desaparecer; inicia-se o processo de pareamento (sinapse).

1. ( 2. ( 3. ( 4. ( 5. (

) Leptteno; ) Zigteno; ) Paquteno; ) Diplteno; ) Diacinese;

III - COMPLETE CORRETAMENTE AS AFIRMATIVAS COM AS PALAVRAS DO QUADRO. cromossomos homlogos gametas diplides metfase crossing over mesmo meiose II sexuada esporos haplides

eucariontes

1. Na meiose, as clulas mes _________________ do origem, cada uma, a quatro clulas filhas _________________. 2. A meiose uma diviso celular caracterstica dos _________________ que tm reproduo _________________. 3. As clulas haplides resultantes da meiose correspondem _________________ animais e, aos _________________ nos vegetais. 4. A meiose e constituda _________________. por duas divises sucessivas aos

determinadas

5. As cromtides homlogas pertencem a _________________, enquanto que as cromtides irms pertencem ao _________________ cromossomos. 6. Quando cromtides homlogas sofrem uma ruptura na mesma altura e permutam as suas partes, ocorre um fenmeno denominado permuta ou _________________.

IV - REFLITA E RESPONDE.

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1. Qual a importncia da mitose para os seres vivos pluricelulares e unicelulares? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. Qual a importncia do fenmeno da duplicao dos cromossomos ou sntese do DNA para a mitose? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. Por que a meiose I chamada reducional e a meiose II equacional? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. Qual o aspecto caracterstico mais importante da meiose II? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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CHAVE DE CORREO

I 1. ( N ) As clulas filhas resultantes de um processo de mitose so iguais entre si e iguais clula me. Elas possuem, principalmente, o mesmo nmero de cromossomos. No homem, com 46 cromossomos, tanto a clula me, as clulas filha tero 46 cromossomos.

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2. ( S ); 3. ( S ); 4. ( N ) O ciclo celular compreende a interfase e a mitose. Estas so as fases da mitose. II A B 1. ( C ); 1. ( C ); 2. ( B ); 2. ( E ); 3. ( D ); 3. ( B ); 4. ( A ); 4. ( A );

5. ( D );

III

1. diplides / haplides; 2. eucariontes / sexuada; 3. gametas / esporos; 4. meiose / meiose II; 5. cromossomos homlogos /mesmo; 6. crossing-over; 1. A mitose um processo que possibilita a regenerao dos tecidos e o crescimento do organismo dos seres pluricelulares. Nos seres unicelulares a mitose um tipo de reproduo sexuada. 2. Sem a sntese do DNA e a duplicao dos cromossomos, no poderia haver mitose, e as clulas acabariam degenerando-se. Se no houvesse duplicao, as clulas-filhas teriam os cromossomos da clula-me e perderiam o nmero caracterstico de cromossomos da espcie, isto , o seu material gentico. 3. Porque na meiose I que ocorre a reproduo dos cromossomos da clula-me para a metade; na meiose II, por sua vez, muito semelhante mitose, o nmero de cromossomos da clula me mantido nas clulas filhas. 4. O aspecto caracterstico mais importante na meiose II ocorre na metfase e a diviso do centrmero, permitindo que cada cromtide passe a constituir um cromossomo filho.

IV -

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ATIVIDADE DE ENSINO

HISTOLOGIAAps o estudo dos textos e resoluo dos exerccios propostos nesta atividade de ensino voc dever ser capaz de: DISTINGUIR A ESTRUTURA E A FUNO DOS PRINCIPAIS TECIDOS. DISTINGUIR A ESTRUTURA E A FUNO DOS PRINCIPAIS TECIDOS VEGETAIS.

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TEXTO: HISTOLOGIA ANIMAL

A estrutura e o funcionamento dos organismos pluricelulares resultam da grande variedade de formas e funes das clulas, que se diferenciam e se especializam no desempenho de atividades especficas, formando os tecidos. Os tecidos formam os rgos, como o estomago dos animais ou a folha dos vegetais. Os rgos formam sistemas, cuja funo a de solucionar os problemas de sobrevivncia do organismo.

TECIDOS ANIMAIS

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Os tipos fundamentais de tecidos animais so o tecido epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido nervoso e o tecido muscular.

1 TECIDO EPITELIALO Tecido epitelial ou epitlio formado por clulas justapostas, com pouco material intercelular. Ele , basicamente, um tecido revestido; apresenta, entretanto, clulas especializadas na produo de substncias que so eliminadas para fora do corpo (excreo) ou utilizadas pelo organismo (secreo), formando o tecido epitelial glandular. O TECIDO EPITELIAL FORMADO PELO TECIDO DE REVESTIMENTO E PELO TECIDO EPITELIAL GLANDULAR O tecido epitelial avascular, isto , no possui vasos sanguneos; as suas clulas trocam substncias (alimentao, excreo) com os vasos sanguneos existentes no tecido conjuntivo subjacente, com o qual est sempre em contato. Entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo existe uma lamina denominada lmina basal, produzida pelas clulas epiteliais e formada de colgeno (protena). Em determinados tecidos pode ocorrer, alm da lmina basal, um acmulo de fibras reticulares formando, juntamente com a lmina basal, a membrana basal. (Fig. 20) A lmina e a membrana basal servem como suporte para o epitlio e como meio de fixao do tecido epitelial ao tecido conjuntivo.

TECIDO DE REVESTIMENTOO tecido de revestimento recobre todo o corpo e forra todas as suas cavidades naturais (boca, fossas nasais, etc.) e os rgos ocos (bexiga, estmago, etc.), tomando o nome de epiderme, mucosas e serosas. Os epitlios de revestimento podem ser simples e estratificados. 58

Os epitlios simples so formados por uma nica camada de clula; os epitlios estratificados so formados por mais de uma camada de clulas. Os epitlios simples (Fig. 21), de acordo com a morfologia de suas

clulas, podem ser pavimento, cbico e prismtico.

O epitlio pavimento reveste o interior dos vasos sanguneos e linfticos e forma a epiderme de muitos invertebrados; o epitlio recobre a superfcie do ovrio e os tbulos renais; o epitlio prismtico reveste as mucosas gstrica e intestinal. Os epitlios podem ser plano queratinizado e plano no-queratinizado.

O primeiro tipo encontrado na pele formando a epiderme. Suas clulas so impregnadas por uma protena (queratina) que o impermeabiliza, evitando a perda de gua nos organismos. As clulas, ao serem queratinizadas, morrem e so substitudas por clulas da camada inferior da epiderme.

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TECIDO EPITELIAL GLANDULARAs glndulas so rgos encarregados de produzir secrees. Todas as glndulas so formadas por tecido epitelial glandular e tecido conjuntivo. Algumas lanam seus produtos para fora do corpo por meio de condutos; outras libertam suas secrees diretamente no sangue ou na linfa: so as glndulas de secreo externa ou excrinas e as glndulas de secreo interna ou endcrinas. (Fig. 23)

A estrutura dos tecidos das glndulas a mesma tanto para as glndulas excrinas (sebceas, sudorparas, etc) como para as endcrinas (hipfise, suprarenais, etc.). O TECIDO EPITELIAL CONSTITUDO PELO EPITLIO DE REVESTIMENTO E PELO TECIDO EPITELIAL GLANDULAR. SUA FUNO DE PROTEO, SECREO E EXCREO.

TECIDO CONJUNTIVOO tecido conjuntivo tem a funo de assegurar a estabilidade do esqueleto, manter a forma do corpo, ligar e sustentar os demais tecidos, transportar e nutrir, defender, armazenar substncias e cicatrizar leses no organismo. Dependendo de sua funo, a proporo entre as clulas e a substncia 60

intercelular e da natureza e organizao desses elementos, o tecido conjuntivo pode ser: Tecido conjuntivo propriamente dito; Tecido cartilaginoso; Tecido sseo; Tecido hematopotico;

TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITOO tecido conjuntivo propriamente dito tem a funo de unir e alimentar os demais tecidos, alm de defender o organismo contra bactrias patognicas e partculas estranhas. Este tipo de tecido ocupa os espaos livres deixados pelos outros tecidos e se caracteriza por grande quantidade de material intercelular e por uma substncia fundamental amorfa, que banha as suas clulas e as fibras. As fibras do tecido conjuntivo so as colgenas, as elsticas e as reticulares. A substncia fundamental amorfa constituda principalmente de glicoprotenas, sendo incolor, transparente e homognea. (Fig. 24)

As clulas do tecido conjuntivo so os fibroblastos, os macrfagos, os plasmocitos e as clulas adiposas.

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Os fibroplastos, mais abundantes, so responsveis pela a formao de novas fibras e da substncia intercelular amorfa; os macrfagos defendem o organismo, fagocitose partculas estranhas e bactrias patognicas; os plasmcitos produzem anticorpos que neutralizam os antgenos, e as clulas adiposas armazenam gorduras.

TECIDO CONJUNTIVO CARTILAGINOSOO tecido cartilaginoso tem constitudo consistncia firme e atua como um dos tecidos de sustentao do corpo. Ele reveste as superfcies articulares, facilitando os movimentos e agindo como estrutura amortecedora de choque. Este tecido no possui vasos sanguneos, linfticos ou nervos. Podemos encontra-lo revestindo as articulaes de joelho, cotovelo, ombros, nariz, laringe, anis da traquia, pavilho auditivo, etc. As cartilagens so formadas por uma substncia intercelular, fibras colgenas, elsticas e clulas. (Fig. 25) A substncia intercelular e as fibras constituem a matriz cartilaginosa onde predomina uma protena denominada condrina.

As clulas cartilaginosas so denominadas condrcitos e aparecem, de modo geral, agrupadas no meio da matriz cartilaginosa. O tecido conjuntivo sseo constitui o esqueleto da maioria dos vertebrados. Ele tem a funo de sustentar suas contraes em movimentos, e constituir um sistema de alavanca para ampliar as foras geradas pela contrao muscular. O tecido sseo formado por clulas e por material intercelular. As clulas sseas so de trs tipos: osteoblastos, ostecitos e osteoclastos. Esse tipo de clula, entretanto, parecem representar um mesmo tipo de 62

clula em diferentes estgios de atividades. Os osteoblastos so clulas jovens, os ostecitos so clulas adultas, e os osteoclastos so clulas grandes, multicleadas, originadas pela fuso de clulas sseas. (Fig.26) O material intercelular denominado matriz ssea. A matriz ssea de indivduos adultos composta de 65% de substncias inorgnicas e por 35% de substncias orgnicas, aproximadamente. O tecido conjuntivo sseo pode ser de dois tipos: esponjoso ou reticulado e compacto ou denso. Eles apresentam o mesmo tipo de clula e de substncia intercelular, diferindo apenas na disposio de seus elementos e na quantidade de espaos medulares. Ambos ocorrem na grande maioria dos ossos dos vertebrados.

TECIDO CONJUNTIVO HEMATOPETICOO tecido hematopetico representa uma variedade de tecido conjuntivo em que a substncia intercelular liquida. Este tecido pode ser mielide e linftico e constitui o sangue e a linfa. O tecido hematopetico tem a funo de transportar as substncias dentro do organismo. O sangue uma mistura heterognea na qual uma parte lquida, o plasma, contm uma parte slida, formada pelos elementos figurados. Os elementos figurados so as hemcias, os leuccitos e as plaquetas. As hemcias so clulas vermelhas que atuam nas trocas; os leuccitos so clulas brancas cuja funo a defesa do organismo; as plaquetas so pequenos pedaos de clulas que so importantes na coagulao do sangue. O plasma corresponde substncia intercelular. O plasma constitudo basicamente de gua que contm, em dissoluo, protenas, sais inorgnicos e compostos orgnicos. A linfa um tecido formado por uma parte lquida o plasma linfticoe clula, como os linfcitos e leuccitos granulcitos. um fludo que banha os outros tecidos. O tecido mielide ocorre nas cavidades medulares (medula ssea parte central do osso); este tecido produz as clulas do tecido hematopetico. TECIDO CONJUNTIVO CONSTITUDO DE VRIOS TIPOS DE TECIDOS, MAS TODOS POSSUEM SUBSTNCIA INTERCELULAR. OS SEUS TIPOS SO O CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO, O CARTILAGINOSO, O SSEO E O HEMATOPETICO.

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TECIDO NERVOSOO tecido nervoso forma um dos sistemas mais importantes na coordenao das funes de diferentes rgos, que o sistema nervoso. A unidade do sistema nervoso uma clula altamente diferenciada e com ciclo vital muito longo, sem capacidade de diviso e de regenerao, que o neurnio. (Fig. 27) Cada neurnio formado de um corpo celular e prolongamentos que so dendritos e os axnios.

O corpo celular a parte mais longa do neurnio; contm o ncleo e o neuroplasma, que um citoplasma com neurofibrilas, complexo de Golgi, corpsculos de NissI e mitocndrias. Os dendritos so prolongamentos que partem do corpo celular; eles recolhem e transmitem impulsos nervosos. O axnio o maior prolongamento de neurnio; pode apresentar ramificaes terminais (telodendros) e transmitem os impulsos nervosos para longe do corpo celular. O impulso nervoso caminha sempre no mesmo sentido, dentro de cada neurnio, entrando pelos dendritos e saindo pelos telodendros (veja as setas da figura 27). Quando o axnio de um neurnio aparece envolvido por certo tipo de bainha, formada de mielina (substncia lipdica), temos uma fibra nervosa. Essa fibra sofre estrangulamentos chamada ndulos de ranvier. A ligao de dois neurnios feita atravs de um processo denominado

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sinapse, que pode ocorrer entre o axnio de um neurnio e os dendritos ou corpo celular de outro neurnio. As sinapses garantem a transmisso do impulso nervoso em um sentido apenas (Fig. 28)

Os nervos so constitudos por feixes de axnio revestido por tecido conjuntivo. OS NEURNIOS SO CLULAS ALTAMENTE DIFERENCIADAS DO TECIDO NERVOSO E QUE TM A FUNO DE TRANSMITIR O IMPULSO NERVOSO. OS NEURNIOS CONSTITUEM AS FIBRAS NERVOSAS E OS NERVOS.

TECIDO MUSCULARO tecido muscular caracterizado por clulas especializadas em movimentos de contrao e distenso e tem a funo de mover partes ou o corpo inteiro do animal. As clulas do tecido muscular so fusiformes e recebem o nome de fibras musculares.

Estas clulas so to diferenciadas que a membrana plasmtica recebe o nome de sarcolema; o citoplasma o sarcoplasma. (Fig. 29) No sarcoplasma aparecem miofibrilas longitudinais contrteis formadas das protenas actina e miosina. Existem trs tipos bsicos de tecido muscular: liso, estriado e cardaco.

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TECIDO MUSCULAR LISO encontrado nas paredes do tubo digestivo (esfago, estmago, intestino), dos vasos sanguneos, dos dutos, e do outros cavitrios. inervado pela a parte autnoma (involuntria) do sistema nervoso, sendo conhecido como msculo involuntrio. Suas fibras so chamadas unicelulares e, alm disso, no apresentam estriaes transversais sendo, por isso, chamado msculo liso. A contrao dos

miofilamentos se faz de modo lento e involuntrio. (Fig. 30)

TECIDO MUSCULAR ESTRIADOGeralmente est preso ao esqueleto por meio de tendes (tecidos conjuntivos muito rico em fibras colgenas). Est, portanto, relacionado com a locomoo. inervado pela parte voluntria do sistema nervoso sendo, por isso conhecido como msculo voluntrio. Suas clulas (fibras) so multinucleadas. Apresenta transversais, razo pela qual chamado msculo estriado. Contrai-se e entra em fadiga rapidamente. A contrao voluntria e rpida. (Fig. 31)

TECIDO MUSCULAR CARDACO

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Situado na parede do corao, suas fibras so estriadas e interligadas no sentido transversal (discos intercelulares). Contrai-se ritmicamente sem fadiga e no depende do sistema nervoso para iniciar sua contrao, a qual miognica, isto , gerada no prprio msculo (marca passo).(Fig. 32)

TECIDO MUSCULAR CONSTITUDO DE CLULAS, COM A FUNO DE MOVIMENTAR RGOS OU O CORPO DOS SERES VIVOS. A CONTRAO PODE SER LENTA, RPIDA, VOLUNTRIA OU INVOLUNTRIA. O TECIDO MUSCULAR PODE SER LISO, ESTRIADO OU CARDACO.

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EXERCCIOS

VERIFIQUE O QUE APRENDEU DO TEXTO, RESOLVENDO OS EXERCCIOS QUE SEGUEM. PARA RESOLV-LOS, VOC DEVE SABER AS PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DOS TECIDOS: EPITELIAL, CONJUNTIVO, NERVOSO E MUSCULAR. SE TIVER ALGUMA DVIDA SOBRE ESTE CONTEDO, RELEIA OS TEXTOS ANTES DE FAZER OS EXERCCIOS. I - COMPLETE CORRETAMENTE AS FRASES COM AS PALAVRAS. muscular conjuntivo tecido nervoso epitelial meristemtico 1. Clulas diferenciadas e especializadas no desempenho de uma determinada funo recebem o nome de ____________________. 2. O tecido formado por clulas justapostas, com pouco material intercelular, e que tem a funo de revestimento e produo de substncias que so eliminadas dentro ou fora do