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Auditoria p/ Receita Federal - 2014 Teoria e exercícios Prof. Rodrigo Fontenelle [email protected] 1 de226 1 Olá, Pessoal! Meu nome é Rodrigo Fontenelle, sou Analista de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU), lotado em Brasília/DF e atualmente exerço o cargo de Coordenador-Geral de Auditoria da Área Fazendária. Sou professor de Auditoria Privada, Governamental e Técnicas de Controle em cursos presenciais preparatórios para concursos públicos em MG, SP, BA e DF, além de cursos online. Sou economista, formado pela UFMG, com pós-graduação em Finanças pelo IBMEC e mestre em Contabilidade, pela UnB. No final de 2011 lancei o livro Auditoria - Mais de 200 questões comentadas, pela Editora Elsevier/Campus e em Julho de 2013 a obra Auditoria Privada e Governamental – Teoria Objetiva e mais de 250 exercícios comentados, pela mesma Editora e em Coautoria com o Prof. Claudenir Brito. Além da CGU, fui aprovado em outros concursos no país, entre eles Consultor Legislativo da Assembleia de Minas Gerais, EPPGG do Estado do Espírito Santo e 1º lugar no concurso da Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais. Sou membro efetivo do Instituto de Auditores Internos do Brasil – IIA Brasil –, filial do The Institute of Internal Auditors, e agora em dezembro fui aprovado na prova internacional para Certificação Profissional em Auditoria Governamental – CGAP. Foi com satisfação que recebi o convite do LFG para ministrar o curso de Auditoria para Receita Federal do Brasil – RFB. Como vocês poderão perceber, a matéria não é difícil, às vezes até intuitiva, e boa parte dos assuntos têm sido cobrados da mesma forma por diversas bancas de concursos. Bom, vamos ao que interessa. A apostila foi dividida em 9 aulas, sempre começando com uma abordagem teórica e, em seguida, apresentando diversos exercícios. Resolveremos boa parte deles nas aulas. A base para a elaboração desta apostila foi a aula em pdf que ministro no Estratégia Concursos, junto com o Prof. Claudenir, parceiro e amigo da CGU. Qualquer dúvida, seja em relação à apostila ou às aulas, estou à disposição por meio do e-mail [email protected] Abraços e bons estudos, Rodrigo Fontenelle

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Olá, Pessoal! Meu nome é Rodrigo Fontenelle, sou Analista de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU), lotado em Brasília/DF e atualmente exerço o cargo de Coordenador-Geral de Auditoria da Área Fazendária. Sou professor de Auditoria Privada, Governamental e Técnicas de Controle em cursos presenciais preparatórios para concursos públicos em MG, SP, BA e DF, além de cursos online. Sou economista, formado pela UFMG, com pós-graduação em Finanças pelo IBMEC e mestre em Contabilidade, pela UnB. No final de 2011 lancei o livro Auditoria - Mais de 200 questões comentadas, pela Editora Elsevier/Campus e em Julho de 2013 a obra Auditoria Privada e Governamental – Teoria Objetiva e mais de 250 exercícios comentados, pela mesma Editora e em Coautoria com o Prof. Claudenir Brito. Além da CGU, fui aprovado em outros concursos no país, entre eles Consultor Legislativo da Assembleia de Minas Gerais, EPPGG do Estado do Espírito Santo e 1º lugar no concurso da Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais. Sou membro efetivo do Instituto de Auditores Internos do Brasil – IIA Brasil –, filial do The Institute of Internal Auditors, e agora em dezembro fui aprovado na prova internacional para Certificação Profissional em Auditoria Governamental – CGAP. Foi com satisfação que recebi o convite do LFG para ministrar o curso de Auditoria para Receita Federal do Brasil – RFB. Como vocês poderão perceber, a matéria não é difícil, às vezes até intuitiva, e boa parte dos assuntos têm sido cobrados da mesma forma por diversas bancas de concursos. Bom, vamos ao que interessa. A apostila foi dividida em 9 aulas, sempre começando com uma abordagem teórica e, em seguida, apresentando diversos exercícios. Resolveremos boa parte deles nas aulas. A base para a elaboração desta apostila foi a aula em pdf que ministro no Estratégia Concursos, junto com o Prof. Claudenir, parceiro e amigo da CGU. Qualquer dúvida, seja em relação à apostila ou às aulas, estou à disposição por meio do e-mail [email protected] Abraços e bons estudos, Rodrigo Fontenelle

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1. Introdução Para começar nosso curso de Auditoria rumo à aprovação no concurso da Receita Federal do Brasil, veremos nesta aula o seguinte trecho do edital: “Conceitos de auditoria e da pessoa do auditor. Responsabilidade legal. Ética profissional. Objetivos gerais do auditor independente. Controle de qualidade da auditoria de Demonstrações Contábeis”. A Auditoria tem a natureza de técnica contábil utilizada pela Contabilidade para atingir seus objetivos, sendo a Auditoria Contábil a técnica que tem como objetivo emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis (também denominadas financeiras). A evolução da auditoria como técnica contábil sempre esteve ligada ao atendimento de seu principal objetivo, que é a emissão de uma opinião independente sobre a adequação das demonstrações contábeis/financeiras aos Princípios de Contabilidade, às Normas Brasileiras de Contabilidade, à legislação específica e, mais recentemente, à estrutura de Relatório Financeiro Aplicável. Os conceitos utilizados na Auditoria Independente são bastante similares aos da Auditoria Governamental e da Auditoria Interna. O foco acaba sendo, em regra, o mesmo: a emissão de uma opinião independente (lembrando que a opinião da Auditoria Interna também deve ser independente – autônoma). O que difere, basicamente, é o ambiente ou área que está sendo verificada. Mas não se preocupem. Veremos essas diferenças na próxima aula. O foco dos editais dos concursos da Receita Federal costuma ser mais em Auditoria Independente, por isso, como não poderia deixar de ser, focaremos nossas aulas nesse sentido, não deixando, entretanto, de falar em auditoria interna e auditoria governamental (surpresa do último edital). 2. Aspectos Gerais da Auditoria Independente Para iniciarmos os estudos acerca da Auditoria Independente, trouxemos pra vocês alguns conceitos encontrados na doutrina e que muitas vezes são cobrados em sua literalidade. Crepaldi (2012):

“levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade. A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre sua adequação, consoante os princípios Fundamentais de Contabilidade e pertinente à legislação específica.” (grifamos)

Franco e Marra (2011):

“A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes”. (grifamos)

AULA 01: Conceitos de auditoria e da pessoa do auditor. Responsabilidade legal. Ética profissional. Objetivos gerais do auditor independente. Controle de qualidade da auditoria de Demonstrações Contábeis.

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Apesar da importância das definições encontradas na doutrina, as bancas geralmente preferem explorar os conceitos apresentados pelas normas de auditoria. Dessa forma, segundo a NBC TA 200, que trata dos objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria, o objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis – Externa é:

“aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.” (grifamos)

Como podemos observar, a emissão de uma opinião independente é o principal objetivo da auditoria, passando pelo exame do objeto a ser auditado, particularmente as demonstrações contábeis. A finalidade da emissão dessa opinião é dar a maior credibilidade possível às demonstrações contábeis elaboradas pelo setor de contabilidade e divulgadas ao conhecimento dos interessados no conhecimento da “saúde financeira” da Companhia. Assim, uma auditoria independente envolve a aplicação de técnicas e procedimentos especializados, em busca de evidências que digam respeito aos valores divulgados nas demonstrações contábeis, incluindo a avaliação das práticas contábeis utilizadas e da razoabilidade das estimativas apresentadas pela administração (mensuração de itens que não podem ser definidos com precisão). O objetivo principal da auditoria independente á a emissão de uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis à estrutura de Relatório Financeiro Aplicável. De acordo com Franco e Marra (2011), essa fiscalização dá maior consistência e veracidade aos registros e demonstrações contábeis, pelas seguintes razões, dentre outras:

� o profissional que executa os registros contábeis o faz com maior atenção e rigor, pelo simples fato de saber que seu trabalho será examinado e seus erros apontados;

� empregados e administradores temem erros e fraudes, na certeza de que estes poderão ser apontados aos poderes superiores;

� os titulares do patrimônio, por sua vez, prestam contas, através da auditoria, a seus credores e ao fisco.

Complementarmente, ainda segundo os autores, a auditoria independente apresenta as seguintes vantagens aos usuários das demonstrações contábeis:

� contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis; � possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira

das empresas; � assegura maior exatidão dos resultados apurados.

Entretanto, a auditoria independente, como qualquer outra atividade, apresenta algumas limitações que devem ser conhecidas pelo auditor, a fim de que possa reduzi-las a um nível coerente com o cumprimento de seus objetivos. Essas limitações dizem respeito, principalmente, ao fato de que a auditoria não pode ser interpretada como substituta da administração no cumprimento de seus objetivos de gestão. Como veremos na próxima aula, a administração conta com uma Auditoria Interna para executar um trabalho de assessoramento, auxiliando no cumprimento dos objetivos operacionais da empresa. A auditoria independente, por sua vez, não dispõe de meios suficientes (pessoal, tempo, recursos) para uma análise aprofundada de todos os aspectos das demonstrações financeiras, limitando-se aos mais relevantes

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(aqueles que têm possibilidade de influenciar a opinião do usuário quanto às demonstrações). O auditor trabalha por amostragem, dessa forma, irregularidades podem passar despercebidas pelo auditor, o que não quer dizer que seu trabalho não tenha sido bem feito. O profissional responsável pelo trabalho de auditoria é denominado auditor independente, normalmente integrante de uma firma de auditoria contratada pela empresa a ser auditada para a emissão da opinião sobre as demonstrações contábeis. Se o objetivo principal do auditor independente é a emissão de sua opinião, qual seria um dos objetivos secundários mais importantes? Coloquem-se na condição de um profissional que deva emitir uma opinião, e que, para isso, é contratado anualmente. Imaginem ainda que há uma concorrência entre as empresas de auditoria, e que sua opinião servirá de base para centenas, até milhares de pessoas decidirem os rumos de seus investimentos para o próximo ano. Qual seria o atributo essencial a ser perseguido pelo auditor, no intuito de se manter no mercado? Acertou quem pensou em credibilidade. O auditor que não tem credibilidade é incapaz de emitir um relatório que cumpra o papel de atestar as condições da situação econômico-financeira de uma empresa, apresentada nas demonstrações contábeis. E provavelmente não seria novamente contratado para novos trabalhos. Para que a opinião emitida pelo auditor possua credibilidade, além da qualidade indispensável a qualquer trabalho profissional, ainda mais com a responsabilidade inerente à auditoria, faz-se necessária uma padronização das técnicas e procedimentos utilizados, assim como da elaboração de relatórios. Para tanto, são elaboradas as Normas de Auditoria. Atualmente, no Brasil, as mais importantes são as Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas de Auditoria (NBC TA) e Normas Brasileiras de Contabilidade – Profissionais de Auditoria (NBC PA), as quais serão a base do nosso curso. 3. Normas de Auditoria Independente Normas de auditoria são as regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da profissão contábil, em todos os países, com o objetivo de regulação e apresentação de diretrizes a serem seguidas por esses profissionais no exercício de suas funções. Elas estabelecem os conceitos básicos sobre as exigências em relação à pessoa do auditor, à execução de seu trabalho e ao parecer que deverá por ele ser emitido (Franco e Marra, 2011). Embora, na maioria das vezes, tenham um caráter de guia profissional, acabam fixando limites nítidos de responsabilidades, além de orientar o comportamento do auditor em relação a sua capacitação e controle de qualidade dos trabalhos realizados. No Brasil, desde 1972 temos normas de auditoria relacionadas a esses objetivos, sendo que, atualmente, estão em vigor normas elaboradas pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC – em conjunto com o Instituto de Auditores Independentes do Brasil – IBRACON –, além da Comissão de Valores Mobiliários – CVM –, do Banco Central do Brasil – BACEN – e da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Vamos apresentar algumas características das normas do CFC, por serem as mais exigidas nos concursos.

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Até o ano de 2009, não havia dúvida sobre quais normas estudar, em relação à auditoria independente, pois estava em vigor a NBC T-11 (Resolução 820/97, Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis) e suas derivadas. Entretanto, no final daquele ano houve a convergência dessas normas brasileiras aos padrões internacionais de auditoria definidos pela IFAC – International Federation of Accounting (Federação Internacional de Contadores). O IFAC é uma organização global da profissão contábil, que possui a missão, segundo consta em sua página na internet, de contribuir para o desenvolvimento, adoção e aplicação de normas internacionais de alta qualidade e orientação; além de contribuir para o desenvolvimento de organizações e profissionais de contabilidade e para a utilização de práticas de alta qualidade por contadores profissionais, dentre outras (www.ifac.org – tradução livre). As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC – editadas pelo CFC devem seguir os padrões internacionais e compreendem as normas propriamente ditas, as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos. As normas de auditoria independente são aprovadas pelo CFC por meio de Resoluções, e classificadas em normas profissionais (NBC PA) e normas técnicas (NBC TA) . Enquanto as NBC PA estabelecem regras e procedimentos de conduta a serem observados como requisitos para o exercício profissional contábil, as NBC TA descrevem conceitos doutrinários, princípios e procedimentos a serem aplicados quando da realização dos trabalhos. A Resolução CFC nº 1.328/11, de 18/03/11, que dispõe sobre a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade, estabelece que as Normas Brasileiras de Contabilidade se estruturam conforme se segue: Normas Profissionais:

I – Geral – NBC PG – aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade;

II – do Auditor Independente – NBC PA – aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes;

III – do Auditor Interno – NBC PI – aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos;

IV – do Perito – NBC PP – aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis. Normas Técnicas:

I – Geral – NBC TG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB); e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais;

II – do Setor Público – NBC TSP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, emitidas pela International Federation of Accountants (IFAC); e as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais;

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III – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica – NBC TA – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Independente emitidas pelo IFAC;

IV – de Revisão de Informação Contábil Histórica – NBC TR – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Revisão convergentes com as Normas Internacionais de Revisão emitidas pela IFAC;

V – de Asseguração de Informação Não Histórica – NBC TO – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Asseguração convergentes com as Normas Internacionais de Asseguração emitidas pela IFAC;

VI – de Serviço Correlato – NBC TSC – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas aos Serviços Correlatos convergentes com as Normas Internacionais para Serviços Correlatos emitidas pela IFAC;

VII – de Auditoria Interna – NBC TI – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna;

VIII – de Perícia – NBC TP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Perícia;

IX – de Auditoria Governamental – NBC TAG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria Governamental convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Governamental emitidas pela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI). Pra tentar ilustrar melhor, apresentamos a seguir um quadro-resumo das normas. As principais para a nossa disciplina são as NBC TA, NBC PA, NBC TI e NBC PI, marcadas de vermelho nas definições anteriores.

Fonte: IBRACON Mas surge a seguinte dúvida: a adoção dessas normas é obrigatória? Sim. De acordo com a própria Resolução CFC nº 1.328/11, a inobservância às NBC constitui infração disciplinar sujeita às penalidades

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previstas no Decreto-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/10, e ao Código de Ética Profissional do Contador. De forma simplificada, podemos dizer que as Normas Brasileiras de Contabilidade são classificadas em Normas Técnicas e Profissionais, e compreendem:

- Código de Ética Profissional do Contabilista; - Normas de Contabilidade; - Normas de Auditoria Independente e de Asseguração; - Normas de Auditoria Interna ; e - Normas de Perícia.

As Normas Brasileiras de Contabilidade compreendem: - Código de Ética Profissional do Contabilista; - Normas de Contabilidade, de Auditoria Independente e de Asseguração, de Auditoria Interna e de Perícia. Em 27 de novembro de 2009, o CFC publicou a Resolução nº. 1.203/09, que aprovou a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria –, revogando NBC T-11 e suas derivadas. Essa NBC TA é chamada de “mãe” de todas as outras normas. Por isso, para aqueles que têm tempo e querem dar uma lida nessas normas, sugerimos começar por ela. As principais normas estão relacionadas no Anexo I desta aula, e podem ser obtidas na íntegra no site do CFC, no seguinte link: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx> No decorrer das aulas, conforme nos aprofundamos nos assuntos constantes do edital, vamos tratando das normas relacionadas. As práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Relatórios Financeiros – emitida pelo CFC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais, podem ser utilizadas pelo auditor, visto que fazem parte das práticas contábeis brasileiras. As práticas não necessitam estarem formalizadas, desde que atendam à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL do CFC. 4. Ética Profissional De acordo com o dicionário online Michaelis, ética é o conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão. Ou seja, não estamos falando em conceitos técnicos, nem do cumprimento de leis e normas, mas de princípios morais. Dessa forma, determinada atitude profissional pode até cumprir todos os requisitos legais, mas não ser aceitável, do ponto de vista ético (moral). Para entendermos um pouco mais esse conceito, vamos voltar um pouco no tempo. No início dos anos 2000, foram descobertas manipulações contábeis em uma das empresas mais importantes dos Estados Unidos, a operadora de commodities de gás natural ENRON. De acordo com Borgerth (2007), sob a investigação da SEC (Securities and Exchange Comission), a empresa admitiu ter inflado seus lucros em aproximadamente US$ 600 milhões nos últimos quatro anos (naquela época).

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Não vamos nos aprofundar no mecanismo utilizado para a manipulação, mas o que importa e que ficou evidenciado que o comportamento dos advogados, dos analistas de mercado e dos auditores independentes da empresa também se caracterizaram pela falta de ética. Para vocês terem uma ideia do estrago, na época, a indicação de “compra” de ações da empresa era quase unânime. Com o escândalo, ocorreu o desequilíbrio do mercado, com os acionistas buscando vender as ações o mais rápido possível, os preços caindo, e o desespero se instalando. A empresa de auditoria independente – Arthur Andersen, uma das big five na época – não se recuperou mais. No Brasil, por exemplo, era a segunda em volume de negócios. Hoje em dia, consideramos apenas as big four (PWC, Deloitte, KPMG e Ernst & Young). E os escândalos não pararam na ENRON. Foram descobertas outras manipulações na Worldcom, Xerox, Bristol-Myers Squibb, Merck, Tyco, Imclone systems, Parmalat (Itália). Grande parte das alterações promovidas para “mascarar” as demonstrações contábeis foram realizadas dentro dos princípios legais, por meio de brechas na legislação. Ações em conformidade com a lei, mas eticamente criticáveis. Viram como a falta de ética pode prejudicar um grande número de empresas e investidores? Nesse ponto, cabe destacar que tanto faz o objetivo da realização de uma ação contrária à ética: não importa se em proveito pessoal ou da empresa (a chamada “boa intenção”). A ética deve ser seguida de forma inflexível, e deve permear todas as relações internas e externas. É uma postura essencial. Como já dissemos, nem sempre a atitude do gestor é ilegal, mas pode ser pouco ética, o que vai prejudicar a imagem da Companhia frente ao Mercado. A Resolução CFC nº 803/96 aprovou o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC – que tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os Profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados à profissão e à classe. De acordo com o referido Código, são deveres do Profissional da Contabilidade, e consequentemente do auditor independente, dentre outros:

– exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais; (ZELO, INTEGRIDADE E COMPETÊNCIA) – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade; (CONFIDENCIALIDADE) – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso; (EFICIÊNCIA) – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os interesse dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia; (CREDIBILIDADE) – cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada estabelecidos pelo CFC; (QUALIDADE)

Segundo o Código de Ética, o Contador na função de perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá:

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– recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização requerida; – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo; – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos; – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à sua apreciação; – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho; – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de documentos; – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios de Contabilidade e NBC editadas pelo CFC; – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis, observando as restrições das NBC editadas pelo CFC; – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.

De acordo com Attie (2010), a função da auditoria deve ser exercida em caráter de entendimento e o trabalho executado deve merecer toda a credibilidade possível, não podendo existir qualquer sombra de dúvida quanto à honestidade e aos padrões morais do auditor. Para o autor, a profissão de auditoria exige a obediência aos princípios éticos profissionais, que fundamentalmente se apoiam em independência, integridade, eficiência e confidencialidade. Já a NBC TA 200 informa que os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis estão implícitos no Código de Ética Profissional do Contabilista e na NBC PA 01, que trata do controle de qualidade. Esses princípios estão em linha com os princípios do Código de Ética do IFAC, cujo cumprimento é exigido dos auditores. Esses princípios são:

4.1 Independência A Resolução CFC nº 1.311/10 aprovou a NBC PA 290, que trata da Independência, estabelecendo condições e procedimentos para cumprimento dos requisitos de independência profissional nos trabalhos de auditoria.

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Segundo a referida norma, os conceitos sobre a independência devem ser aplicados por auditores para:

Quando o auditor avalia que salvaguardas apropriadas não estão disponíveis ou não podem ser aplicadas para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável, o auditor deve eliminar a circunstância ou relacionamento que cria as ameaças, declinar ou descontinuar o trabalho de auditoria. O auditor deve usar julgamento profissional ao aplicar estes conceitos sobre a independência. Em suma, Independência é a capacidade que a entidade de auditoria tem de julgar e atuar com integridade e objetividade, permitindo a emissão de relatórios imparciais em relação à entidade auditada, aos acionistas, aos sócios, aos quotistas, aos cooperados e a todas as demais partes que possam estar relacionadas com o seu trabalho. Um aspecto interessante quanto à independência, que é tratado na norma, é que não basta ser independente, sendo necessário parecer ser independente, já que a independência compreende:

a) independência de pensamento - Postura que permite a apresentação de conclusão que não sofra efeitos de influências que comprometam o julgamento profissional, permitindo que a pessoa atue com integridade, objetividade e ceticismo profissional.

b) aparência de independência - evitar fatos e circunstâncias significativos a ponto de um terceiro bem informado, tendo conhecimento de todas as informações pertinentes, incluindo as salvaguardas aplicadas, concluir dentro do razoável que a integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional da entidade de auditoria ou de membro da equipe de auditoria ficaram comprometidos.

Não basta ser independente, é necessário parecer ser independente, já que a independência exige: a) independência de pensamento; e b) aparência de independência.

Outra norma do CFC que ainda está em vigor e que trata da independência do auditor independente é a NBC P1 – IT 02, que define as situações que podem caracterizar a perda de independência da entidade de auditoria em relação à entidade auditada, exemplificando:

- Interesses financeiros: propriedade de títulos e valores mobiliários e quaisquer outros tipos de investimentos adquiridos ou mantidos pela entidade de auditoria.

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- Empréstimos e garantias: a Entidade de auditoria, sócios, membros da equipe e membros imediatos da família destas pessoas não podem ter empréstimos com Bancos/Instituições Financeiras que sejam entidades auditadas. - Relacionamentos comerciais com a entidade auditada: as transações comerciais do auditor independente, de sócios e membros da equipe de auditoria com uma entidade auditada devem ser feitas dentro do curso normal de negócios e na mesma condição com terceiros. - Relacionamentos familiares e pessoais: a perda de independência está sujeita a uma série de fatores; dentre eles, as responsabilidades do membro da equipe de auditoria no trabalho, a proximidade do relacionamento e o papel do membro da família ou de relacionamento pessoal na entidade auditada. - Vínculos empregatícios ou similares por administradores, executivos ou empregados da entidade auditada, mantidos anteriormente com a entidade de auditoria. Nesse ponto, a NBC PA 290 estabelece que “a independência em relação ao cliente de auditoria é requerida durante o período de contratação e o período coberto pelas demonstrações contábeis. O período de contratação começa quando a equipe de auditoria começa a executar serviços de auditoria. O período de contratação termina quando o relatório de auditoria é emitido”. - Membros da entidade de auditoria que, anteriormente, eram administradores, executivos ou empregados da entidade auditada. - Manutenção dos líderes de equipe de auditoria: a utilização dos mesmos profissionais de liderança (sócio, diretor e gerente) na equipe de auditoria, numa mesma entidade auditada, por um longo período, pode criar a perda da objetividade e do ceticismo necessários na auditoria. - Prestação de outros serviços: as entidades de auditoria prestam, usualmente, outros serviços para as entidades auditadas, compatíveis com seu nível de conhecimento e capacitação, que não podem criar ameaças à independência da entidade de auditoria ou de membros da equipe de auditoria. - Presentes e brindes: quando uma entidade de auditoria ou membro de equipe aceita presentes, brindes ou outros benefícios cujo valor não seja claramente insignificante, a perda de independência é caracterizada, não sendo possível a aplicação de qualquer salvaguarda. - Litígios em curso ou iminentes: quando há, ou é provável haver, um litígio entre a entidade de auditoria ou um membro da sua equipe e a entidade auditada, podendo ser criado o conflito de interesses. - Incompatibilidade ou inconsistência do valor dos honorários: os honorários dos serviços de auditoria devem ser compatíveis com os investimentos em formação e com a remuneração profissional. O estabelecimento de honorários substancialmente inferiores ao nível que poderia ser considerado razoável será caracterizado como perda de independência.

Essas situações, consideradas ameaças à independência, se enquadram em uma ou mais de uma das categorias a seguir:

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Quando são identificadas ameaças, exceto aquelas, claramente, insignificantes, devem ser definidas e aplicadas salvaguardas adequadas para eliminar a ameaça ou reduzi-la a um nível aceitável. Essa decisão deve ser documentada. A natureza das salvaguardas a aplicar varia conforme as circunstâncias. Já o Código de Ética do Contabilista prescreve que, no desempenho de suas funções, é vedado ao Profissional da Contabilidade renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho. A NBC PA 01, que trata do Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes, acerca da qual falaremos mais adiante, determina a necessidade de implementação e a manutenção de políticas e procedimentos de supervisão e controle interno de qualidade que forneçam segurança razoável do cumprimento das normas profissionais, regulatórias e legais, particularmente, nesse caso, quanto à necessária independência do auditor, exigindo uma declaração individual dos profissionais da entidade de auditoria da existência, ou não, das seguintes questões relacionadas a entidades auditadas:

� interesses financeiros;

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� operações de créditos e garantias; � relacionamentos comerciais relevantes estreitos com a entidade auditada; � relacionamentos familiares e pessoais; e � membros da entidade de auditoria que já foram administradores, executivos ou empregados

da entidade auditada. Assim, podemos concluir que a independência do auditor está intimamente ligada não apenas à ética profissional, mas também à qualidade das auditorias realizadas. 4.2 Integridade De acordo com Attie (2010), o auditor deve ser íntegro em todos os seus compromissos, que envolvam:

- a empresa auditada quanto às suas exposições e opiniões, exercício de seu trabalho e os serviços e honorários profissionais; - o público em geral e pessoas interessadas na opinião emitida pelo auditor independente, transmitindo validade e certificando a veracidade das informações contidas nas demonstrações contábeis ou de exposições quando não refletidas a realidade em tais demonstrações; - a entidade de classe a qual pertença, sendo leal quanto à concorrência dos serviços junto a terceiros, não concessão de benefícios financeiros ou aviltando honorários, colocando em risco os objetivos do trabalho.

A integridade constitui o valor central da ética do auditor, obrigado a cumprir normas elevadas de conduta de honestidade e imparcialidade durante seu trabalho e em suas relações com o pessoal das entidades auditadas. A percepção da integridade dos auditores é que faz com que a confiança da sociedade seja preservada. Pode ser medida em função do que é correto e justo, e exige que os auditores ajustem-se tanto à forma quanto ao espírito das normas de auditoria e de ética. Exige também que os auditores ajustem-se aos princípios de objetividade (ou imparcialidade) e independência, mantenham normas acertadas de conduta profissional, tomem decisões de acordo com o Interesse Público, e apliquem um critério de honestidade absoluta na realização de seu trabalho. A integridade constitui o valor central da ética do auditor, e pode ser medida em função do que é correto e justo, exigindo que os auditores ajustem-se tanto à forma quanto ao espírito das normas de auditoria e de ética. A percepção da integridade dos auditores é que faz com que a confiança da sociedade em seu trabalho seja preservada. 4.3 Eficiência Em relação à ética profissional, a eficiência é considerada como o atributo segundo o qual o serviço de auditoria independente precisa ser estabelecido conforme padrões técnicos adequados. Conforme vimos acima, o auditor deve inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso, visando principalmente a manutenção da credibilidade por parte dos usuários da informação produzida. Seus relatórios e pareceres devem atender aos objetivos da auditoria. 4.4 Confidencialidade

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De acordo com a NBC P1 – IT 02, é relevante que todos os auditores tenham procedimentos de proteção de informações sigilosas, obtidas durante o relacionamento com o cliente, quer por meio eletrônico ou por meios tradicionais, sendo de especial atenção o uso de redes de computador internas ou externas (internet). Em decorrência da sofisticação do mercado em que atualmente os auditores e seus clientes atuam, são requeridas dos auditores contínua pesquisa e constante atualização quanto aos assuntos técnicos relacionados com as operações e os negócios dos clientes. Durante a fase de obtenção de dados sobre o cliente em potencial, os auditores devem verificar se a sua contratação pelo referido cliente não viola quaisquer normas profissionais e internas, especialmente aquelas sobre independência e conflito de interesses, bem como as relacionadas ao Código de Ética Profissional do Contabilista. Segundo a NBC P 1.6, o sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado nas seguintes circunstâncias:

a) na relação entre o Auditor Independente e a entidade auditada; b) na relação entre os Auditores Independentes; c) na relação entre o Auditor Independente e os organismos reguladores e fiscalizadores; e d) na relação entre o Auditor Independente e demais terceiros.

O Auditor Independente, quando previamente autorizado por escrito, pela entidade auditada, deve fornecer as informações que por aquela foram julgadas necessárias ao trabalho do Auditor Independente que o suceder, as quais serviram de base para emissão do último Relatório de Auditoria por ele emitido. Além disso, quando solicitado, por escrito e fundamentadamente, pelo Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade, deve exibir as informações obtidas durante o seu trabalho, de modo a demonstrar que o trabalho foi realizado de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, da presente norma e das demais normas legais aplicáveis. Resumindo... Como regra, o auditor não pode divulgar as informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, a não ser que:

- Tenha autorização expressa da entidade auditada. - Haja obrigações legais que o obriguem a fazê-lo.

4.5 Requisitos do Auditor Além dos requisitos éticos relacionados à auditoria de demonstrações contábeis, a NBC TA 200 estabelece outros quatro, quais sejam: a) Ceticismo Profissional O auditor deve planejar e executar a auditoria com ceticismo profissional, reconhecendo que podem existir circunstâncias que causam distorção relevante nas demonstrações contábeis. O ceticismo profissional inclui estar alerta, por exemplo, a:

• evidências de auditoria que contradigam outras evidências obtidas; • informações que coloquem em dúvida a confiabilidade dos documentos e respostas a indagações a serem usadas como evidências de auditoria; • condições que possam indicar possível fraude;

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• circunstâncias que sugiram a necessidade de procedimentos de auditoria além dos exigidos pelas NBC TAs.

A manutenção do ceticismo profissional ao longo de toda a auditoria é necessária, por exemplo, para que o auditor reduza os riscos de:

• ignorar circunstâncias não usuais; • generalização excessiva ao tirar conclusões das observações de auditoria; • uso inadequado de premissas ao determinar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria e ao avaliar os resultados destes.

b) Julgamento Profissional O auditor deve exercer julgamento profissional ao planejar e executar a auditoria de demonstrações contábeis. O julgamento profissional é necessário, em particular, nas decisões sobre:

• materialidade e risco de auditoria; • a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria aplicados para o cumprimento das exigências das normas de auditoria e a coleta de evidências de auditoria; • avaliar se foi obtida evidência de auditoria suficiente e apropriada e se algo mais precisa ser feito para que sejam cumpridos os objetivos das NBC TAs e, com isso, os objetivos gerais do auditor; • avaliação das opiniões da administração na aplicação da estrutura de relatório financeiro aplicável da entidade; • extração de conclusões baseadas nas evidências de auditoria obtidas, por exemplo, pela avaliação da razoabilidade das estimativas feitas pela administração na elaboração das demonstrações contábeis.

c) Evidência de auditoria apropriada e suficiente e risco de auditoria Para obter segurança razoável, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo aceitável e, com isso, possibilitar a ele obter conclusões razoáveis e nelas basear a sua opinião. d) Condução da auditoria em conformidade com NBC TAs

• Normas guiam o auditor na condução dos trabalhos. • O auditor deve cumprir com exigências legais e regulatórias, além das NBC TAs. • Conformidade com as NBC TAs relevantes + procedimentos adicionais.

5. Responsabilidade Legal A responsabilidade do trabalho do auditor para com a sociedade em geral (auditor externo) e com dirigentes da empresa (auditor interno e externo) é indiscutível, e, no desempenho de suas funções, pode ser responsabilizado por danos eventualmente causados a terceiros. Podemos dividir a responsabilidade do auditor da seguinte forma: 5.1 Responsabilidade Profissional No Brasil não existe a profissão do Auditor com tal denominação e regulamentação, mas apenas a de Contador. Ao Contador, bacharel em Ciências Contábeis com registro no CRC, é que se atribui o direito de realizar as tarefas de auditoria.

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A profissão de auditor é considerada como técnica ou aplicação conhecimento contábil. Assim, não existe definição clara em nossa legislação de suas responsabilidades legais. Encontramos em nossa legislação civil, penal, comercial e profissional, apenas referências esparsas sobre o assunto. Perante a lei ele é responsável pelo seu parecer sobre as demonstrações, sendo aplicadas as sanções disciplinares pelo CFC, enquanto as sanções civis são próprias do Estado, podendo mesmo haver cumulação de sanções. Assim, podemos concluir que a melhor proteção para o auditor é a execução cuidadosa de seu trabalho, juntamente com a aplicação das normas profissionais geralmente aceitas, pois se o parecer foi elaborado de acordo com as normas contábeis, não poderá ser responsabilizado. A lei não atinge diretamente o profissional auditor, mas indiretamente. Portanto, na execução do trabalho do auditor, a responsabilidade, a ética e o elevado padrão técnico são atributos implícitos. A Infração a qualquer um desses princípios o sujeita a denúncia ao órgão fiscalizador da profissão, o CRC, para aplicação da penalidade cabível (de advertência até suspensão do exercício profissional). As outras responsabilidades (civil, comercial e penal) estão previstas nos códigos próprios da legislação brasileira e são de caráter geral. O exercício da função auditoria necessita de uma fiscalização profissional rigorosa, considerada a sua importância para o mercado de capitais. Pra finalizar este ponto é importante ressaltar que, segundo a Resolução CFC nº 560/83, ainda vigente, as atividades de auditoria (interna e independente) são privativas de contadores. Dessa forma, cuidado, pois não é permitido aos técnicos em contabilidade o exercício de auditoria. 5.2 Responsabilidade Civil A responsabilidade civil do contador na função de auditor independente existe pelo fato de que esse profissional é um cidadão inserido no Estado de Direito com profissão regulamentada, sujeito a Direitos e Deveres. Deve-se atentar que, se referindo a responsabilidade civil, o auditor e qualquer profissional de contabilidade estão condicionados a obrigação de meios e não de resultados, ou seja, se o profissional trabalhar de acordo com as normas técnicas e éticas contábeis não responderá civilmente pelos atos que praticou, uma vez que inexiste prejuízo a apurar, dada a inexistência da responsabilidade pelos resultados, caso contrário por culpa estrita e literal em que se comprove imprudência e negligência por dolo ou não, fica o profissional responsável por sua obra. Salientamos que somente por erro inescusável, que é aquele ocorrido por ignorância patente e profunda, é que poderá levar-se o contabilista e auditor às barras dos tribunais para responsabilizá-lo por eventuais danos aos clientes ou terceiros. 5.3 Responsabilidade com clientes O trabalho de auditoria deve ser baseado em um entendimento entre o auditor e seu cliente. Na realização de seu trabalho, o auditor deve agir de acordo com os termos de seu contrato, uma vez que, caso deixe de aplicar o devido cuidado ou deixe de guardar sigilo das informações a que teve acesso, pode tomar-se legalmente responsável perante o cliente.

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A Responsabilidade Profissional está regulada no Decreto-lei nº. 9.295, que trata da formação dos conselhos de contabilidade, e por extensão pode ser fiscalizada por eles. O auditor precisa, efetivamente, reunir maior dose de conhecimentos técnicos e gerais da mais variada natureza como: Contabilidade, Auditoria, Administração Geral, Finanças, Direito, Economia, Matemática, Psicologia, Engenharia, Estatística, Tecnologia da Informação, Relações Humanas, dente outros. Esta soma de capacidades é realmente exigida e transforma, portanto, a função do auditor em prática altamente especializada, requerendo grandes esforços. Diante disso, a tarefa de auditoria pode ser prestada por:

- Profissional Liberal, individualmente; - Sociedade de Profissionais Liberais; - Associações de Classes de Contadores; - Dois ou mais profissionais liberais consorciados.

A modalidade mais difundida e frequente é a prestação de serviços de auditoria por sociedades de profissionais constituídas para tal fim. A prática de Auditoria Contábil, seja ela interna (exceto para áreas operacionais onde não estejam em análise as contas contábeis), seja externa, é de exercício exclusivo do Contador e está assim regulamentada: Dispositivo Legal Registro Resolução CFC nº. 821/97 Registro CRC – Auditores Externos Resolução CFC nº. 781/95 Registro CRC – Auditores Internos Instrução CVM nº. 308/99 Registro CVM – Auditores Externos que atuem no âmbito do

mercado de valores mobiliários O sócio encarregado do trabalho (auditor) é o sócio ou outra pessoa na firma, responsável pelo trabalho e sua execução e pelo relatório de auditoria ou outros relatórios emitidos em nome da firma, e quem, quando necessário, tem a autoridade apropriada de um órgão profissional, legal ou regulador. Assume a responsabilidade exclusiva pela condução e resultado dos trabalhos. 6. Objetivos Gerais do Auditor Independente Esse tema tem sido cobrado de forma literal nas novas questões de auditoria. De acordo com a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria –, os objetivos gerais do auditor independente, ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, são: a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs, em conformidade com as constatações do auditor. Em todos os casos em que não for possível obter segurança razoável e a opinião com ressalva no relatório do auditor for insuficiente nas circunstâncias para atender aos usuários previstos das demonstrações contábeis,

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as NBC TAs requerem que o auditor se abstenha de emitir sua opinião ou renuncie ao trabalho, quando a renúncia for possível de acordo com lei ou regulamentação aplicável. 7. Controle de qualidade da auditoria de Demonstrações Contábeis. A norma do CFC que trata do controle de qualidade da auditoria de demonstrações contábeis é a NBC TA 220. Esta Norma trata das responsabilidades específicas do auditor em relação aos procedimentos de controle de qualidade da auditoria de demonstrações contábeis. Trata também, quando aplicável, das responsabilidades do revisor do controle de qualidade do trabalho, e deve ser lida juntamente com as exigências éticas relevantes. 7.1 Sistema de controle de qualidade Os sistemas, as políticas e os procedimentos de controle de qualidade são de responsabilidade da firma de auditoria. De acordo com a NBC PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes que executam exames de auditoria e revisões de informação contábil histórica e outros trabalhos de asseguração e de serviços correlatos, a firma tem por obrigação estabelecer e manter sistema de controle de qualidade para obter segurança razoável de que:

- a firma e seu pessoal cumprem com as normas profissionais e técnicas e as exigências legais e regulatórias aplicáveis; e - os relatórios emitidos pela firma ou pelos sócios do trabalho são apropriados nas circunstâncias.

No contexto do sistema de controle de qualidade da firma, as equipes de trabalho têm a responsabilidade de implementar procedimentos de controle de qualidade que são aplicáveis ao trabalho de auditoria e fornecer à firma informações relevantes que permitam o funcionamento da parte do sistema de controle de qualidade relacionado com independência. As equipes de trabalho podem confiar no sistema de controle de qualidade da firma, a menos que as informações fornecidas pela firma ou por outras partes indiquem o contrário. Segundo o item A1 da NBC TA 220, o sistema de controle de qualidade inclui políticas e procedimentos que tratam dos seguintes elementos:

• responsabilidades da liderança pela qualidade na firma; • exigências éticas relevantes; • aceitação e continuidade de relacionamentos com clientes e trabalhos específicos; • recursos humanos; • execução do trabalho; e • monitoramento.

7.2 Aceitação e continuidade de relacionamento com clientes e trabalhos de auditoria O sócio encarregado do trabalho deve estar convencido de que foram seguidos os procedimentos apropriados em relação à aceitação e continuidade de relacionamentos com clientes e trabalhos de auditoria, e deve determinar que as conclusões obtidas sobre esse aspecto são apropriadas. Se o sócio encarregado do trabalho obtém informações que teriam levado a firma a declinar do trabalho se essas informações estivessem disponíveis anteriormente, deve comunicar essas informações prontamente à firma, de modo que a firma e ele próprio possam tomar as medidas necessárias.

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7.3 Definições Frequentemente as bancas examinadoras retiram questões literais que tratam de conceitos, geralmente apresentados no início das normas de auditoria. Nesse sentido, os termos a seguir possuem os significados a eles atribuídos:

O sócio encarregado do trabalho deve assumir a responsabilidade pela qualidade de todos os trabalhos de auditoria para os quais foi designado. 7.4 Execução do trabalho

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O sócio encarregado do trabalho deve assumir a responsabilidade pela: (a) direção, supervisão e execução do trabalho de auditoria de acordo com as normas técnicas e exigências legais e regulatórias aplicáveis; e (b) emissão do relatório apropriado nas circunstâncias. Revisões O sócio encarregado do trabalho deve assumir a responsabilidade de realizar as revisões de acordo com as políticas e procedimentos de revisão da firma. Na data, ou antes, da data do relatório, o sócio encarregado do trabalho deve, por meio de uma revisão da documentação da auditoria e de discussão com a equipe de trabalho, estar convencido de que foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar as conclusões obtidas e o relatório a ser emitido. As políticas e procedimentos da firma sobre responsabilidades pela revisão são determinados com base no fato de que o trabalho de membros menos experientes da equipe é revisado por membros mais experientes da equipe. Segundo o item A17 da NBC TA 220, uma revisão consiste em considerar se, por exemplo:

• o trabalho foi realizado de acordo com as normas técnicas, profissionais e exigências legais e regulamentares aplicáveis;

• foram levantados assuntos significativos para consideração adicional; • foram feitas as consultas apropriadas, documentadas e implementadas as conclusões

resultantes; • há necessidade de revisar a natureza, época e extensão do trabalho realizado; • o trabalho realizado suporta as conclusões obtidas e está adequadamente documentado; • as evidências obtidas são suficientes e apropriadas para suportar o relatório; e • os objetivos dos procedimentos do trabalho foram alcançados.

Revisões tempestivas dos itens abaixo pelo sócio encarregado do trabalho nas devidas etapas durante o trabalho permitem que assuntos significativos sejam prontamente resolvidos para a satisfação do sócio encarregado do trabalho na data ou antes da data do relatório:

• áreas críticas de julgamento, especialmente aquelas relacionadas com assuntos complexos ou controversos identificados no curso do trabalho;

• riscos significativos; e • outras áreas que o sócio encarregado do trabalho considera importante.

O sócio encarregado do trabalho não precisa, mas pode revisar toda a documentação de auditoria. Monitoramento Um sistema de controle de qualidade efetivo inclui um processo de monitoramento projetado para fornecer segurança razoável de que as políticas e procedimentos relacionados com o sistema de controle de qualidade são relevantes, adequados e estão operando de maneira efetiva. O sócio encarregado do trabalho deve considerar os resultados do processo de monitoramento da firma, conforme evidenciado nas informações mais recentes circuladas pela firma e, se aplicável, por outras firmas da rede, e se as deficiências observadas nessas informações podem afetar o trabalho de auditoria.

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ANEXO I

NBC TA Seção 200 Princípios Gerais e Responsabilidades NBC TA Assunto

200 Objetivos gerais do auditor independente e a condução de uma auditoria de acordo com as normas de auditoria

210 Concordando com os termos de um trabalho de auditoria 220 Controle de qualidade de uma auditoria de demonstrações contábeis 230 Documentação de auditoria

240 Responsabilidades do auditor relacionadas com fraude em uma auditoria de demonstrações contábeis

250 Consideração de leis e regulamentos em uma auditoria de demonstrações contábeis

260 Comunicação com os responsáveis pela governança

265 Comunicação de deficiências nos controles internos aos responsáveis pela governança e administração

Seções 300 e 400 Avaliação dos Riscos e Respostas aos riscos avaliados

NBC TA Assunto 300 Planejamento de uma auditoria de demonstrações contábeis

315 Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e de seu ambiente

320 Materialidade no planejamento e na execução de uma auditoria 330 Respostas do auditor aos riscos avaliados

402 Considerações de auditoria referentes ao uso por uma entidade de uma outra organização de serviços

450 Avaliação das distorções identificadas durante a auditoria

Seção 500 Evidência de auditoria NBC TA Assunto

501 Evidências de auditoria - Considerações específicas para itens selecionados 505 Confirmações externas 510 Trabalhos iniciais - Saldos iniciais 520 Procedimentos analíticos 530 Amostragem em auditoria

540 Auditoria de estimativas contábeis, incluindo estimativas contábeis de valor justo, e divulgações relacionadas

550 Partes relacionadas 560 Eventos subsequentes 570 Continuidade 580 Representações formais da administração

Seção 600 Utilização do trabalho de outros NBC TA Assunto

600 Considerações especiais - Auditorias de demonstrações contábeis de grupos (incluindo o trabalho dos auditores de componentes)

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610 Utilização do trabalho de auditoria interna 620 Utilização do trabalho de especialistas

Seção 700 Conclusão dos trabalhos e Relatórios NBC TA Assunto

700 Formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis

705 Modificações na opinião do auditor independente

706 Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no parecer do auditor independente

710 Informações comparativas -- Valores correspondentes e demonstrações contábeis comparativas

720 Responsabilidade do auditor em relação a outras informações incluídas em documentos que contenham demonstrações contábeis auditadas

Seção 800 Áreas Específicas NBC TA Assunto

800 Considerações especiais - Auditorias de demonstrações contábeis preparadas de acordo com estruturas conceituais de contabilidade para propósitos especiais

805 Considerações especiais - Auditoria de quadros isolados das demonstrações contábeis e de elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis

810 Trabalhos para reportar sobre demonstrações contábeis Condensadas

Outras NBCs NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares. NBC PA 290 Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão. NBC P 1.8 Utilização Trabalhos de Especialistas NBC P 1.6 Sigilo

NBC PA 01 Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes.

EXERCÍCIOS 1 - (ESAF / RFB / 2012) - Pode-se afirmar que, para a aceitação do risco de um trabalho de auditoria externa, deve o auditor avaliar: I. se os sócios e equipe são, ou podem razoavelmente tornar-se, suficientemente competentes para assumir o trabalho. II. qual a atitude dos colaboradores e dos grupos de colaboradores em relação ao ambiente de controle interno e seus pontos de vista sobre interpretações agressivas ou inadequadas de normas contábeis. III. se terá acesso aos especialistas necessários para a realização do trabalho. a) Todas estão corretas. b) Apenas I e II estão corretas. c) Apenas II e III estão erradas. d) Somente a III está correta. e) Todas estão erradas

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2 - (FCC / TRT 6ª Região / 2012) – A empresa Jaú S.A. de capital aberto, por problemas administrativos e financeiros, não efetuou a auditoria externa de suas demonstrações financeiras nos anos de 2009, 2010 e 2011. Em 2012, por determinação da CVM foi solicitada a apresentar as auditorias de todo o período, senão teria seu registro cancelado. A empresa precisando manter essa forma de capitação de recursos, contratou auditoria para emitir: (A) parecer de auditoria para o ano de 2009 e relatório de auditoria para os anos de 2010 e 2011, mediante aplicação das normas de auditoria vigentes a partir de 2010. (B) parecer de auditoria para os anos de 2009, 2010 e 2011, mediante a aplicação das normas de auditoria vigentes a partir de 2010. (C) parecer de auditoria para o ano de 2009, aplicando as normas de auditoria vigentes para o período até 2009, e relatório de auditoria para os anos de 2010 e 2011, mediante aplicação das normas de auditoria vigentes a partir de 2010. (D) relatório de auditoria para os anos de 2009, 2010 e 2011, mediante a aplicação das normas de auditoria vigentes até 2009. (E) relatório de auditoria para o ano de 2009, aplicando as normas de auditoria vigentes para o período até 2009 e parecer de auditoria, para os anos de 2010 e 2011, mediante a aplicação das normas de auditoria vigentes a partir de 2010. 3 - (FCC / TRT 6ª Região / 2012) – De acordo com as normas de auditoria externa, quando o auditor desenvolve seus trabalhos com uma postura que inclui questionamento e avaliação crítica e detalhada, e desempenhe os trabalhos com alerta para condições que possam indicar possível distorção, devido a erro ou fraude nas demonstrações financeiras, o auditor está aplicando: (A) julgamento profissional. (B) ceticismo profissional. (C) equidade profissional. (D) diligência profissional. (E) neutralidade profissional. 4 - (FCC / TRE-CE / 2012) – Um auditor externo ao proceder a auditoria da empresa Grãos e Cia, constata no ano de 2010, na fase pré-operacional da unidade construída em Palmas, o custo de R$ 18.000.000,00 relativos à terraplanagem do terreno da fábrica. Foram feitos os testes, que evidenciaram que o contrato de serviços de terraplanagem foi realizado com empresa devidamente constituída juridicamente e em atividade normal. O pagamento do serviço contratado foi efetuado à empresa de terraplanagem e comprovado por pagamento eletrônico constante do extrato bancário. O auditor em procedimento complementar e diante da expressividade dos valores foi até a unidade verificar os serviços. Ao indagar alguns funcionários foi informado que o serviço de terraplanagem havia sido feito pela prefeitura da cidade, a qual também doou o terreno a empresa Grãos e Cia. Os funcionários também informaram que nunca esteve na empresa Grãos e Cia qualquer funcionário da empresa de terraplanagem contratada. O procedimento do auditor mostra uma postura de: (A) falta de ética profissional por desconfiar da administração. (B) investigação, atitude não pertinente às atividades do auditor. (C) julgamento profissional avaliando a licitude dos atos da equipe de auditores. (D) representante da Governança no processo de identificação de todas as fraudes. (E) ceticismo profissional adequada às normas de auditoria. 5 - (FCC / TRT-20ª Região / 2011) - Dentre outros, são princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o Auditor quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis: (A) formalismo e confiabilidade. (B) integridade e pessoalidade. (C) confidencialidade e motivação.

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(D) formalismo e objetividade. (E) integridade e objetividade. 6 - (FCC / INFRAERO / 2011) – De acordo com as Normas Técnicas de Auditoria Independente, é princípio fundamental de ética profissional a: (A) interação com o auditado. (B) objetividade. (C) parcialidade. (D) integralidade. (E) subjetividade. 7 - (FCC / TRF – 1ª Região / 2011) – Considere as assertivas a seguir: I. A auditoria é uma investigação oficial de suposto delito. Portanto, o auditor não recebe poderes legais específicos, tais como o poder de busca, que podem ser necessários para tal investigação. II. Desde que o auditor assine declaração de independência, não é mais necessário que decline de trabalhos nos quais existam, na administração da empresa auditada, parentes em nível de segundo grau. III. Em decorrência das limitações inerentes de uma auditoria, há um risco inevitável de que algumas distorções relevantes das demonstrações contábeis não sejam detectadas, embora a auditoria seja adequadamente planejada e executada em conformidade com as normas legais de auditoria. Está correto o que se afirma SOMENTE em: (A) II e III. (B) I e II. (C) I. (D) II. (E) III. 8 - (FCC / TRF – 1ª Região / 2011) – É prática ética do auditor: (A) guardar sigilo das informações que obteve para realização da auditoria das demonstrações contábeis, dando divulgações dessas informações somente nas situações em que a lei ou as normas de auditoria permitam. (B) auditar empresa na qual sua prima de segundo grau é diretora financeira e administrativa, desde que declare no relatório de auditoria a existência dessa parte relacionada. (C) realizar auditoria de demonstrações contábeis de companhia aberta, desde que tenha no mínimo o registro no CRC, como contador. (D) conduzir os trabalhos de auditoria de forma a não repetir os procedimentos aplicados no ano anterior, para contas nas quais não foram encontradas irregularidades, reduzindo assim o número de contas a serem auditadas. (E) aviltar honorários com a justificativa de manutenção do cliente, do quadro de funcionários da firma e da sua estrutura administrativa. 09 - (FCC / TRT-4ª Região / 2011) - Não corresponde a um princípio fundamental da conduta ética do auditor a: a) integridade dos trabalhos executados. b) competência técnica nas análises e avaliações. c) postura mental independente. d) subjetividade na aplicação dos procedimentos. e) confidencialidade das informações. 10 - (FCC / ISS-SP / 2012) – A independência do auditor externo da empresa Aquisição S.A. é comprometida pelas situações:

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I. A empresa Aquisição S.A. comprou a empresa Ágile S.A.. A firma de auditoria da adquirente é a mesma que realizou os trabalhos de due dilligence da empresa Aquisição S.A. e de consultoria tributária no ano da aquisição para a empresa Ágile. II. O diretor financeiro da empresa Ágile S.A é primo em segundo grau do diretor presidente da empresa Aquisição S.A. III. A firma de auditoria indica escritórios de advocacia para a empresa Aquisição S.A. em suas contingências tributárias. Afeta a independência do auditor externo o que consta em: (A) III, apenas. (B) II, apenas. (C) I, II e III. (D) I, apenas. (E) II e III, apenas. 11 - (FCC / MPE PE / 2012) – NÃO representa um requisito necessário para que o auditor possa conduzir adequadamente os trabalhos de asseguração das demonstrações contábeis: (A) ceticismo profissional. (B) acesso irrestrito a todas as informações necessárias para fundamentar seu parecer. (C) julgamento profissional. (D) corresponsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis da entidade auditada. (E) obtenção de evidência de auditoria apropriada e suficiente. 12 - (ESAF / CVM / 2010) - Assinale a opção que indica uma exceção aos princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor na condução de trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis. a) Independência técnica. b) Confidencialidade. c) Competência e zelo profissional. d) Comportamento e conduta profissional. e) Objetividade. 13 - (ESAF / CVM / 2010) - A respeito da elaboração e divulgação das demonstrações financeiras, com base em padrões contábeis internacionais, é correto afirmar: a) a adoção de padrões internacionais de contabilidade na elaboração e divulgação das demonstrações financeiras é obrigatória para as Companhias Abertas cujo capital social seja de propriedade de companhias com sede no exterior. b) a adoção de padrões contábeis internacionais por parte das Companhias Abertas é opcional para o exercício findo em 2010 e obrigatório a partir do exercício findo em 2011. c) somente as Companhias Abertas com ações em bolsa deverão, a partir do exercício findo em 2010, apresentar as demonstrações financeiras consolidadas de acordo com os padrões contábeis internacionais. d) é opcional às Companhias Abertas a adoção dos padrões internacionais de contabilidade, desde que cumpram com as normas da legislação societária. e) a partir do exercício findo em 2010, as Companhias Abertas deverão apresentar suas demonstrações financeiras consolidadas adotando o padrão contábil internacional. 14 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor da empresa Negócios S.A. estabeleceu três procedimentos obrigatórios para emissão do parecer. O primeiro, que a empresa renovasse o contrato de auditoria para o próximo ano, o segundo, que a empresa emitisse a carta de responsabilidade da administração e o terceiro, que o parecer seria assinado por sócio do escritório de contabilidade, cuja única formação é administração de empresas. Pode-se afirmar, com relação aos procedimentos, respectivamente, que:

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a) é ético, não é procedimento de auditoria e atende as normas de auditoria e da pessoa do auditor. b) não é ético, não é procedimento de auditoria e não atende as normas de auditoria e da pessoa do auditor. c) é ético, não deve ser considerado para emissão do parecer e atende as normas de auditoria e da pessoa do auditor. d) é ético, considera-se apenas em alguns casos para emissão do parecer e não atende as normas de auditoria e pessoa do auditor. e) não é ético, é procedimento de auditoria e não atende as normas de auditoria e da pessoa do auditor. 15 - (ESAF / CVM / 2010) - Assinale a opção que indica uma ação capaz de eliminar a perda de independência da entidade de auditoria por interesse financeiro direto. a) Fazer constar nos relatórios produzidos o tipo de interesse financeiro, a extensão desse interesse. b) Encerrar o trabalho de auditoria ou transferi-lo a outra entidade. c) Alienar o interesse financeiro direto antes de a pessoa física tornar-se membro da equipe de auditoria. d) Alienar o interesse financeiro ou transferi-lo temporariamente até a conclusão dos trabalhos. e) Comunicar às entidades de supervisão e controle a existência desse interesse e aguardar pronunciamento. 16 - (ESAF / CVM / 2010) - Visando manter a qualidade e a credibilidade do seu trabalho, ao identificar ameaças que possam comprometer a sua independência, o auditor deve tomar a seguinte providência: a) comunicar a direção da entidade auditada, para que sejam tomadas as providências necessárias à sua eliminação. b) aplicar as salvaguardas adequadas, para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável, documentando-as. c) propor aos responsáveis pela entidade de auditoria a supressão das ameaças mediante acordo entre as entidades. d) documentar as ameaças e comunicá-las aos órgãos de supervisão e controle do setor em que atua a entidade auditada. e) eliminar as ameaças mediante comunicação aos responsáveis pela governança da entidade auditada e fazer constar tais providências no seu parecer. 17 - (ESAF / CVM / 2010) - O responsável pela revisão da qualidade dos trabalhos de auditoria deve realizar uma avaliação objetiva dos julgamentos significativos levando em conta os seguintes aspectos, exceto: a) avaliação das conclusões atingidas ao elaborar o relatório e considerar se o relatório é apropriado. b) discussão de assuntos significativos com o encarregado do trabalho. c) revisão da documentação selecionada de auditoria relativa aos julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e das conclusões obtidas. d) revisão das demonstrações contábeis e do relatório proposto. e) discussão do julgamento e relatório com a direção da entidade auditada. 18 - (ESAF / CGU-Correição / 2006) - Em uma Auditoria Independente, a perda de independência pode-se dar pela ocorrência dos seguintes fatos, exceto: a) operações de créditos e garantias com a entidade auditada. b) relacionamentos comerciais com a entidade auditada. c) relacionamentos familiares e pessoais com a entidade auditada. d) atuação como administrador ou diretor de entidade auditada. e) recebimento dos honorários devidos pelos serviços de auditoria prestados à entidade auditada. 19 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - É fator determinante para a recusa de um trabalho de auditoria externa: a) o auditor ser importante acionista da empresa auditada.

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b) o auditor ter conhecimento suficiente sobre o negócio da empresa. c) a possibilidade de o profissional contratado poder realizar o trabalho com imparcialidade. d) a necessidade de uso de especialistas para avaliação de áreas específicas. e) a existência de fraude ou erro nas demonstrações auditadas. 20 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - O programa de controle de qualidade deve ser estabelecido de acordo com a estrutura da equipe técnica do auditor e a complexidade dos serviços; assim, se o auditor não possuir equipe, em trabalho desta natureza: a) não poderá aceitar o trabalho visto ser de fundamental importância à existência de estrutura técnica da equipe. b) terá limitação na execução de parte do trabalho, tendo de compor parceria com firma de auditoria maior. c) o auditor deverá de forma obrigatória constar de seu parecer a limitação da equipe técnica, ficando sob sua responsabilidade os trabalhos. d) o controle de qualidade é inerente à qualificação profissional do auditor, a qual confirmará sua competência para a execução do trabalho. e) a qualidade do trabalho fica sempre comprometida, sendo passível de punição ética pelo Conselho Federal de Contabilidade. 21 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Não é fator que impeça o auditor independente de aceitar trabalhos de auditoria em entidades: a) vínculo conjugal com administradores da entidade. b) ter sido empregado da entidade há mais de dois anos. c) ser acionista da empresa auditada. d) ter interesse financeiro direto na entidade. e) fixar honorários condicionais à natureza do trabalho. 22 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Na ausência de disposições específicas para registro de fatos contábeis, pode o Auditor, na avaliação desses fatos, adotar o procedimento de: a) acatar as práticas contábeis já consagradas pela Profissão Contábil, sempre formalizadas pelos seus organismos próprios. b) não aceitar as práticas contábeis já consagradas pela Profissão Contábil, formalizadas ou não pelos seus organismos próprios. c) desconsiderar os fatos contábeis, visto não estarem formalizados pelos seus organismos próprios. d) aceitar as práticas contábeis já consagradas pela Profissão Contábil, formalizadas ou não pelos seus organismos próprios. e) ressalvar as práticas contábeis já consagradas pela Profissão Contábil e formalizadas pelos seus organismos próprios. 23 - (ESAF/SEFAZ-CE/AFRE/2007) - Na ausência de disposições específicas sobre matéria contábil, deve o auditor: A) solicitar que os órgãos competentes da profissão se manifestem formalmente sobre o assunto, aguardando posição para término do trabalho. B) somente adotar práticas consagradas pela profissão contábil formalizadas pelos órgãos da profissão. C) basear-se em práticas já consagradas pela profissão contábil, independente de estarem ou não formalizadas pelos órgãos da profissão. D) sempre emitir parecer com ressalva relatando no parecer o procedimento adotado e a irregularidade em relação aos princípios fundamentais de contabilidade. E) não emitir parecer, em virtude de não haver procedimento contábil formal para tratamento do fato.

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24 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Na ética profissional do auditor independente, a integridade é a qualidade na qual a confiança do usuário de seus serviços se norteia. Para isso, o auditor não pode: a) questionar os fatos contabilizados. b) renunciar aos trabalhos. c) ser imparcial em sua opinião. d) subordinar-se a julgamento. e) cometer erros não intencionais. 25 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - No controle da qualidade dos seus serviços, o auditor deverá ___________, supervisionar e revisar o trabalho em todas as suas etapas, de modo a garantir aos usuários de seus serviços a certeza __________ de que o trabalho foi realizado de acordo com as ___________ de controle de qualidade requeridas nas circunstâncias. a) planejar / razoável / normas b) reestruturar / parcial / normas c) organizar / mínima / leis d) elaborar / total / regulamentações e) auditar / razoável / leis 26 - (ESAF / RFB / 2003) - A ética profissional é condição para o exercício de qualquer profissão. Na execução do trabalho de auditoria, o auditor externo deve atender aos seguintes princípios éticos profissionais: a) integridade, eficiência, confidencialidade e dependência. b) independência, integridade, eficiência e confidencialidade. c) dependência, integridade, imparcialidade e ineficiência. d) confidencialidade, integridade, eficiência e negligência. e) eficiência, confidencialidade, integridade e parcialidade. 27 - (ESAF/Pref. Natal/AFTM/2008) - Na execução dos trabalhos de auditoria externa, normalmente são utilizadas equipes técnicas para o desempenho do trabalho. Pode-se afirmar que a responsabilidade técnica do trabalho é: A) de toda a equipe técnica, desde que supervisionada pelo auditor. B) dos gerentes do projeto e do sócio-auditor, por possuírem formação pertinente. C) da firma de auditoria, que assume os riscos mediante contrato. D) do auditor, que assumirá total responsabilidade pelos trabalhos executados. E) de todos os sócios da firma de auditoria, por responderem solidariamente e ilimitadamente. 28 - (ESAF/Pref. Natal/AFTM/2008) - A firma de auditoria Verificações Ltda. foi convidada, pela empresa Múltiplos S.A., para elaborar proposta de auditoria para suas demonstrações contábeis relativas ao ano de 2007. O auditor, nesse período, já havia efetuado a revisão das declarações de imposto de renda da empresa e consultoria, elaborando a avaliação dos ativos de uma empresa coligada, para que a mesma fosse incorporada pela empresa Múltiplos S.A. Deve o auditor, nessa situação, A) recusar o convite de auditoria por conflito nos trabalhos já executados e os a serem desempenhados. B) participar do processo elaborando proposta que evidencie os trabalhos já executados e os honorários cobrados. C) omitir os serviços de consultoria prestados, deixando que o cliente analise sua independência ou não para realização do trabalho. D) exigir os trabalhos como complemento das atividades já desempenhadas na empresa. E) aceitar o convite, com limitação de escopo, restringindo os trabalhos somente aos processos dos quais não tenha participado como consultor.

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29 - (ESAF/Pref. Natal/AFTM/2008) - No processo de auditoria independente, deve-se: A) garantir a viabilidade futura da entidade. B) dividir a responsabilidade entre a equipe técnica e o auditor. C) abolir o uso de práticas consagradas pela Profissão Contábil. D) certificar a continuidade da empresa pelos próximos 5 anos. E) emitir o parecer com assinatura de contador devidamente registrado. 30 - (CESGRANRIO/LIQUIGÁS-Auditor/2012) - São objetivos gerais do auditor, ao conduzir a auditoria das demonstrações contábeis, (A) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante, causada por fraude ou erro, permitindo que o auditor expresse sua opinião sobre a elaboração dessas demonstrações consoante a estrutura de relatório financeiro aplicável. (B) rastrear fraudes e identificar se a aplicação dos recursos financeiros da empresa está de acordo com as normas impostas pelos órgãos de fiscalização e regulamentação. (C) apresentar relatório sobre a administração e comunicar-se conforme exigido pelas Normas Brasileiras de Contabilidade. (D) identificar se a empresa apresenta informações nas demonstrações contábeis de acordo com as normas impostas pelo Ministério Público. (E) comprovar se os ativos e passivos sofreram variações conforme estipulado no planejamento estratégico da empresa.

GABARITO

1 – A 2 - C 3 - B 4 - E 5 - E 6 – B 7 - E 8 - A 9 - D 10 - D 11 - D 12 - A 13 - E 14 - E 15 - C 16 - B 17 - E 18 - E 19 - A 20 - D 21 - B 22 - D 23 - C 24 - D 25 - A 26 – B 27 - D 28 - A 29 - E 30 - A

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AULA 02: Auditoria Interna versus Auditoria Externa. Conceito, Objetivos, Responsabilidades, Funções, Atribuições. 1. Conceito de Auditoria Pessoal, pra começar esta aula vamos relembrar, em apenas duas páginas, a conceituação de auditoria por que, além de ser muito cobrado em prova, é essencial para entendermos as diferenças entre auditoria interna e independente, que é o nosso principal tópico da aula de hoje. Escolher um conceito universal para Auditoria não é uma tarefa simples. A maioria dos autores escreve sobre uma das diversas especializações da matéria, e, no momento da definição, acaba privilegiando a Auditoria Interna ou a Auditoria Externa (não se preocupem com essa diferença, trataremos dela mais a frente). Crepaldi (2012) afirma que se pode definir Auditoria, de forma bastante simples, como o “levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade”. Aprofundando a definição, podemos dizer que se trata de testar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial , sem nos limitarmos aos aspectos contábeis do conceito. Por ser uma atividade crítica, em sua essência, traduz-se na emissão de uma opinião sobre as atividades verificadas. Quanto ao termo auditor, a doutrina se divide em citar sua origem latina – audire, audição, ouvinte – e a expressão inglesa to audit – examinar, certificar. De forma prática, auditar é ouvir o gestor – aquele que detém a responsabilidade pela administração do patrimônio alheio – para saber como é que ele está agindo na condução de suas atividades, e se essa conduta está alinhada com o que o proprietário espera dele. Em linhas gerais, vamos mais uma vez nos remeter à obra de Franco e Marra (2011) para definir o objeto da auditoria (em sentido amplo):

“conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais”. (grifamos)

Neste ponto, vamos dividir a Auditoria em dois grandes grupos, e a partir daqui, centrar nosso foco no que será cobrado no concurso da Receita Federal. De acordo com o ambiente em que será aplicada, a Auditoria poderá ser Governamental ou Privada. A Auditoria Governamental – ou Pública, do Setor Público – é, conforme disposto na Instrução Normativa 01/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno (da Controladoria-Geral da União), o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério técnico, operacional ou legal. Tem por objetivo primordial garantir resultados operacionais na gerência da coisa pública.

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A Auditoria Governamental engloba todas as esferas de governo – federal, distrital, estadual e municipal – e níveis de poder - Executivo, Legislativo e Judiciário -, e, claro, alcança as pessoas jurídicas de direito privado, caso se utilizem de recursos públicos. Essa auditoria será objeto da nossa aula 9. A Auditoria Privada – ou Empresarial, das Demonstrações Contábeis, das Demonstrações Financeiras – é o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis das empresas privadas em relação a sua adequação aos Princípios de Contabilidade e à legislação específica. Nesse sentido, a NBC TA 200 define como objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis (Auditoria Independente):

“aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.” (grifamos)

Aqui já podemos lembrar o seguinte. A questão “falou” em objetivo do auditor independente, temos que pensar logo em emissão de uma opinião sobre as demonstrações contábeis, ok? Não dá pra errar isso e algumas questões cobram apenas esse conhecimento, como veremos nos exercícios comentados. Para atingir suas finalidades, a Contabilidade utiliza-se das seguintes técnicas contábeis:

� Escrituração (registro dos fenômenos patrimoniais); � Demonstrações (balanços e outras demonstrações); � Auditoria ; e � Análise de balanços.

Assim, podemos concluir que a Auditoria tem a natureza de técnica contábil utilizada pela Contabilidade para atingir seus objetivos, sendo a Auditoria Contábil a técnica contábil cujo objetivo é emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis (também denominadas financeiras). 2. Evolução da Auditoria Esta parte da matéria não é cobrada com frequência nos certames (apesar de constar em alguns editais) e por isso não vamos perder mais que uma página e meia nela. De qualquer modo, entendemos que é importante para um entendimento mais abrangente do assunto, e essa visão vai auxiliá-lo na resolução das questões, por meio de um raciocínio sistemático sobre os conceitos que estamos apresentando. A doutrina não é pacífica quando trata da evolução da auditoria. Assim, vamos nos pautar pela obra de William Attie (2010) para traçarmos uma sequência lógica da evolução da auditoria, nos remetendo a outros autores, quando necessário. A Contabilidade foi a primeira disciplina desenvolvida para auxiliar e informar o administrador, e podemos afirmar que a auditoria, como uma técnica contábil, é uma especialização da Contabilidade, destinada a ser usada como ferramenta de confirmação dessa própria ciência. O surgimento da Auditoria está ancorado na necessidade de confirmação por parte dos investidores e proprietários quanto à realidade econômico-financeira espelhada no patrimônio das empresas investidas. Tudo como fruto da evolução do sistema capitalista.

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Attie afirma ser desconhecida a data de início da atividade de auditoria, mas cita alguns momentos marcantes para o desenvolvimento do assunto, sendo o primeiro a criação do cargo de auditor do Tesouro, na Inglaterra, em 1314. Em 1880, foi criada a Associação dos Contadores Públicos Certificados, na Inglaterra, e em 1886, sua congênere nos Estados Unidos. A partir daí, o ponto principal da evolução da auditoria foi a criação da SEC – Security and Exchange Comission (algo como a CVM aqui no Brasil), em 1934, nos Estados Unidos, quando a profissão de auditor assume sua importância, tendo em vista que as empresas listadas em Bolsa de Valores foram obrigadas a se utilizarem dos serviços de auditoria para dar mais credibilidade a suas demonstrações financeiras. No Brasil, a evolução da auditoria esteve primariamente relacionada com a instalação de filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras, e a consequente obrigatoriedade de se auditar suas demonstrações contábeis. Como resultado, tivemos a chegada ao país de empresas internacionais de auditoria independente. Com a evolução do mercado de capitais, a criação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM – e da Lei das Sociedades por Ações, em 1976, a atividade de auditoria tomou grande impulso, mas ainda atrelada às empresas integrantes do mercado de capitais e do Sistema Financeiro.

Quadro cronológico da evolução da auditoria

Datas Fatos ? Desconhecida a data de início da atividade de auditoria.

1314 Criação do cargo de auditor do Tesouro na Inglaterra. 1559 Sistematização e estabelecimento da auditoria dos pagamentos a servidores públicos pela

Rainha Elizabeth I. 1880 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados, na Inglaterra. 1886 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados, nos Estados Unidos. 1894 Criação do Instituo Holandês de Contadores Públicos 1934 Criação do Security and Exchange Comission (SEC), nos Estados Unidos.

Adaptado de “Auditoria – conceitos e aplicações – William Attie, 2010”. 3. Auditoria Interna versus Auditoria Externa. 3.1 Conceitos Bom pessoal, agora sim entraremos na principal parte da aula que, embora simples, tem sido bastante explorada pelas bancas de concursos, como veremos mais a frente. Já vimos que a Auditoria surgiu pela necessidade de formação de opinião independente quanto à forma pela qual determinado patrimônio estava sendo gerenciado. Pois bem. Essa opinião pode vir de dentro da própria empresa, desde que independente, ou de fora da mesma, por profissionais que não fazem parte da organização. Assim, podemos definir Auditoria Interna como uma atividade de avaliação independente dentro da empresa, para verificar as operações e emitir uma opinião sobre elas, sendo considerada como um serviço prestado à administração.

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De acordo com Crepaldi (2012), é executada por profissional ligado à empresa, ou por uma seção própria para esse fim, sempre em linha de dependência da direção empresarial. Vamos ver um exemplo de uma empresa que está bastante na mídia, a EBX. Observem que a Auditoria Interna está ligada ao Conselho de Administração, não estando subordinada a nenhuma Diretoria específica:

Fonte: www.ebx.com.br Essa ligação com a Alta Administração da empresa é que dá a necessária autonomia aos trabalhos da Auditoria Interna, pois não é dependente de qualquer setor da entidade. Essa autonomia é exigida, inclusive, pela NBC PI 01, norma profissional do auditor interno, emitida pelo CFC, que em seu item 3.2.1 estabelece que “O auditor interno, não obstante sua posição funcional, deve preservar sua autonomia profissional”. Nesse ponto, o aluno poderia ter alguma dúvida quanto ao fato de afirmarmos ser uma opinião independente. Como uma opinião independente seria emitida por alguém que está em linha de dependência da direção? Bom, vamos entender o seguinte: se a Auditoria Interna presta um serviço à própria administração, com que objetivo o auditor iria “alterar” um resultado, modificar uma opinião para encobrir um fato? Nenhum, ou vocês imaginam que o administrador pediria para ser enganado pela Auditoria Interna? O fato é que a Auditoria Interna tem como objetivo auxiliar a administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. A Auditoria Interna não tem por objetivo principal a identificação de fraudes e erros, tampouco a punição de gestores que cometam as impropriedades ou irregularidades. Ou seja, se a Auditoria Interna não puder emitir uma opinião independente, autônoma, não cumprirá seu papel na estrutura organizacional. E essa ideia é muito importante para a prova de vocês. Se a banca fizer uma comparação entre a independência da auditoria interna e da auditoria externa, é

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claro que nós vamos dizer que a auditoria externa é mais independente que a interna. Vamos tratar agora de uma norma muito importante quando o assunto é a Auditoria Interna : a NBC T-12 – Da Auditoria Interna – aprovada pela Resolução nº 986/03, do Conselho Federal de Contabilidade. Na verdade, A Resolução CFC n.º 1.329/11 alterou a sigla e a numeração desta Norma NBC TI 01. Assim, a nomenclatura correta é NBC TI 01. Com relação ao conceito de Auditoria Interna, a norma estabelece:

“A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.” (grifamos)

Como se vê, o CFC deixa claro que a Auditoria Interna deve avaliar processos, sistemas e controle, a fim de auxiliar a administração no cumprimento dos objetivos da entidade. E essa definição é muito importante! Quanto à Auditoria Externa , vocês já devem estar imaginando que é realizada por auditores que não fazem parte da estrutura da empresa, e estão certos. É executada por profissional independente, sem ligação com os quadros da empresa, tendo sua atuação regulada por contrato de serviços. Seu objetivo é dar credibilidade às demonstrações contábeis, examinadas dentro dos parâmetros de normas de auditoria e princípios contábeis. Podemos concluir também que tem como clientes o público externo à empresa, usuário final dessa informação. A Auditoria Externa ou Independente é realizada por auditores que não fazem parte da estrutura da empresa. É executada por profissional independente, tendo sua atuação regulada por contrato de serviços. Seu objetivo é dar credibilidade às demonstrações contábeis, examinadas dentro dos parâmetros de normas de auditoria e princípios contábeis, e tem como principal cliente o público externo, usuário final dessa informação.

Para ficar bastante claro, vamos nos colocar na situação do interessado nessa informação produzida pela Auditoria. Os investidores se contentariam em receber dados gerenciais da própria empresa, ainda que da Auditoria Interna, sabendo que seus integrantes fazem parte da folha de pagamentos da auditada? Lembrem-se do que dissemos... se for para comparar, devemos dizer que a Auditoria Interna é menos independente que a Auditoria Externa. Assim, a Auditoria Externa cumpre esse objetivo de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, a fim de permitir a diversos interessados uma tomada de decisão mais racional sobre os investimentos feitos na organização. Pelas normas antigas (NBC T-11), as demonstrações contábeis deveriam ser elaboradas conforme os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica. Pelas novas normas (NBC TA 200), conforme uma estrutura de relatório financeiro aplicável.

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Para esclarecer, de acordo com a NBC TA 200, estrutura de relatório financeiro aplicável é aquela que é aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento. Explicando melhor. É a “regra do jogo” a ser aplicada para aquela empresa que está elaborando as demonstrações.

3.2 Semelhanças e diferenças entre a Auditoria Interna e Externa A principal semelhança entre a Auditoria Interna e a Externa é relacionada aos métodos de trabalho, que, via de regra, são bastante parecidos, tanto quanto às características desejáveis à pessoa do auditor quanto aos aspectos de planejamento, execução e emissão de relatórios. Quanto às diferenças, vamos observar o quadro abaixo, retirado da obra de Crepaldi, sendo que muitas das quais já foram comentadas nesta aula.

Elementos Auditoria Interna Auditoria Externa Sujeito Funcionário da empresa Profissional independente

Ação e objetivo Exame dos controles

operacionais Exame das demonstrações

financeiras

Finalidade Promover melhorias nos controles operacionais

Opinar sobre as demonstrações financeiras

Relatório principal Recomendações Parecer Grau de independência Menos amplo Mais amplo Interessados no trabalho Empresa Empresa e público em geral

Responsabilidade Trabalhista Profissional, civil e criminal Continuidade do trabalho Contínuo Periódico (pontual)

Fonte: Auditoria Contábil – teoria e prática – Crepaldi (2012) - Adaptado Entendendo esse quadro vocês acertarão boa parte das questões relacionadas ao tema. Cabe explicar, em relação ao elemento Relatório Principal, que o auditor interno emite recomendações à empresa auditada (da qual, como vimos, faz parte). Já o auditor externo dá um parecer (no sentido de um juízo técnico). O documento por meio do qual o auditor interno emite suas recomendações, bem como o auditor independente exprime sua opinião é chamado, atualmente, de Relatório. 3.3 Funções da Auditoria Interna Como vimos, o papel da Auditoria Interna é auxiliar a administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. Para tanto, tem exercido a importante função de identificar oportunidades e estratégias para minimizar os riscos inerentes à atividade da organização a qual faz parte. É elemento chave na avaliação e na sugestão de melhorias nos processos, sendo eficiente suporte na gestão empresarial. Outro ponto de destaque na NBC TI 01 é que a norma afirma que “A Auditoria Interna é exercida nas pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, e de direito privado”. Dessa forma, deixa claro que não se limita a discutir conceitos exclusivos do setor privado, incluindo as pessoas jurídicas de direito público.

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Sobre a finalidade da Auditoria Interna , a NBC TI 01 a coloca da seguinte forma: “agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluções para as não conformidades apontadas nos relatórios”. Papel da Auditoria Interna:

Outro ponto que merece destaque quanto às funções da Auditoria Interna é o relacionado à prevenção de fraudes e erros. De acordo com a norma, é atribuição da Auditoria Interna assessorar a administração da entidade nesse sentido, informando-a, sempre por escrito e de maneira reservada, quaisquer indícios de irregularidades detectadas no decorrer do trabalho. A diferença entre fraude e erro é bastante simples: enquanto a fraude resulta de um ato intencional, o erro é consequência de um ato não intencional (o famoso “foi sem querer”). O que mais nos interessa nesse assunto é saber que a prevenção de fraudes e erros não é atribuição principal, finalidade precípua, objetivo maior, e outras afirmações desse tipo, da Auditoria Interna. Se a questão apresentar que é, podemos considerar ERRADO sem medo, pois a responsabilidade primária por essa detecção é a própria administração da entidade. De qualquer forma, para assessorar a administração, a prevenção de fraudes ou erros acabará fazendo parte dos objetivos da auditoria interna, não sendo, entretanto, o principal, precípuo, maior, etc.. Outros pontos da NBC TI 01 serão abordados ao longo do nosso curso, quando tratarmos de temas específicos (planejamento, testes, relatório). Entretanto, cabe adiantar aqui, em relação à forma de opinião do auditor interno, que o relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo. Além disso, a Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial , na hipótese de constatar impropriedades / irregularidades / ilegalidades que necessitem providências imediatas da administração da entidade, e que não possam aguardar o final dos exames. Nesse aspecto cabe lembrar que o auditor independente não emite relatório parcial. Cabe ressaltar a cooperação que deve existir entre o auditor interno e o independente. Segundo a NBC PI 01, o auditor interno, quando previamente estabelecido com a administração da entidade em que atua, e no âmbito de planejamento conjunto do trabalho a realizar, deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente e entregar-lhe cópias, quando este entender necessário.

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Por fim, é importante verificarmos o que o item A3 da NBC TA 610 estabelece, já que as bancas têm buscado muitas questões no final das normas. Segundo essa norma, as atividades da função de auditoria interna podem incluir um ou mais dos itens a seguir:

� Monitoramento do controle interno. � Exame das informações contábeis e operacionais. � Revisão das atividades operacionais. � Revisão da conformidade com leis e regulamentos. � Gestão de risco.

Governança

3.4 Funções da Auditoria Externa (Independente) Pode-se resumir a finalidade da Auditoria Externa com a afirmação de que busca conferir credibilidade às demonstrações contábeis, visto que, para os interessados nas informações financeiras, não basta uma opinião interna, sendo indispensável a opinião independente da Auditoria Externa. Não é atribuição do auditor independente garantir a viabilidade futura da entidade ou fornecer algum tipo de atestado de eficácia da administração na gestão dos negócios. De acordo a NBC TA 200, ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos gerais do auditor são:

“(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e (b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs, em conformidade com as constatações do auditor.” (grifamos)

Ou seja:

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Distorções são a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação de uma demonstração contábil relatada e o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação que é exigida para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável (ou seja, a diferença entre o que é para o que deveria ser). As distorções podem originar-se de erro ou fraude. Uma distorção é relevante quando pode vir a modificar a opinião do usuário. O auditor também pode ter outras responsabilidades de comunicação e de relatório, perante os usuários, a administração, os responsáveis pela governança ou partes fora da entidade, a respeito dos assuntos decorrentes da auditoria, como, por exemplo, de comunicação com os responsáveis pela Governança, responsabilidades em relação a fraudes, dentre outras, desde que estabelecidas por lei, regulamento ou normas do CFC.

4. Rotação dos responsáveis técnicos da Equipe de Auditoria

Segundo a NBC PA 290, de forma geral, objetivando impedir o risco de perda da objetividade (imparcialidade) e do ceticismo do auditor, é necessária a aplicação das seguintes ações, no caso de entidade de interesse do público:

(a) rotação do sócio encarregado do trabalho e do revisor de controle de qualidade a intervalos menores ou iguais a cinco anos consecutivos; e

(b) intervalo mínimo de dois anos para o retorno desses responsáveis técnicos à equipe de auditoria.

Entretanto, pode ser necessário certo grau de flexibilidade em relação ao momento de rotação, como por exemplos:

• Situações em que a continuidade de um dos responsáveis técnicos é especialmente importante para a entidade auditada.

• Situações em que as entidades de auditoria são de pequeno porte pequeno e/ou no caso de auditores pessoas físicas. Nesse caso, haverá a chamada “revisão por pares”.

5. Rotação da Firma de Auditoria

De acordo com o Art. 31 da Instrução CVM nº 308/99, que dispõe sobre o registro e o exercício da atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários, o Auditor Independente - Pessoa Física ou Jurídica -, não podem prestar serviços para um mesmo cliente por prazo superior a cinco anos consecutivos, contados a partir da data da Instrução, exigindo-se um intervalo mínimo de três anos para a sua recontratação. Mas ATENÇÃO! Segundo a Instrução CVM nº 509/2011, a nova redação desse artigo passou a ser:

“O prazo estabelecido no art. 31 desta Instrução é de até 10 (dez) anos consecutivos caso: I - a companhia auditada possua Comitê de Auditoria Estatutário - CAE em funcionamento permanente; e II - o auditor seja pessoa jurídica.

§ 1º Para a utilização da prerrogativa prevista no caput, o CAE deverá estar instalado no exercício social anterior à contratação do auditor independente. § 2º Adotada a prerrogativa prevista no caput, o auditor independente deve proceder à rotação do responsável técnico, diretor, gerente e de qualquer outro integrante da equipe de auditoria com função de gerência, em período não superior a 5 (cinco) anos consecutivos, com intervalo mínimo de 3 (três) anos para seu retorno." (grifamos)

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Portanto, não se deve confundir a rotação do responsável técnico com a rotação da empresa de auditoria.

Resumindo, em regra (há exceções, conforme NBC PA 290), temos o seguinte:

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / RFB / 2012) - A empresa Betume S.A. é uma empresa de interesse público que vem sendo auditada pela empresa Justos Auditores Independentes, pelo mesmo sócio-principal há sete anos. Considerando a NBC PA 290, deve a firma de auditoria externa: a) ser substituída por outra, não podendo retornar a fazer a auditoria da empresa no prazo de dez anos. b) fazer a substituição desse sócio-principal, podendo o mesmo retornar a fazer trabalhos de auditoria nessa companhia somente após cinco anos. c) substituir toda a equipe de auditoria, podendo retornar aos trabalhos nessa companhia, decorridos no mínimo três anos. d) trocar o sócio-principal e demais sócios-chave do trabalho, podendo retornar a fazer auditoria após decorrido o prazo de dois anos. e) comunicar ao cliente a manutenção do sócio-principal, ficando a cargo do órgão regulador a determinação ou não da substituição. 2 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Sobre a auditoria independente, é correto afirmar que tem por objetivo: a) auxiliar a administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. b) apresentar subsídios para o aperfeiçoamento da gestão e dos controles internos. c) emitir parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis. d) levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio. e) recomendar soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios. 3 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - Com relação aos relatórios de auditoria interna, pode-se afirmar que:

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a) podem considerar posições de interesse da administração e dos gestores, sendo conduzidos aos interesses desses.

b) devem estar disponíveis a qualquer administrador da empresa, sem restrição. c) podem relatar parcialmente os riscos associados aos possíveis pontos a serem levantados pela auditoria

externa. d) somente devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, quando houver irregularidades que requeiram

ações imediatas. e) não devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, por não possuírem informações completas. 4 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A responsabilidade primária na prevenção e detecção de fraudes e erros é: a) da administração. b) da auditoria interna. c) do conselho de administração. d) da auditoria externa. e) do comitê de auditoria. 5 - (ESAF / PMRJ / 2010) - A respeito dos objetivos da auditoria interna e da auditoria independente, é correto afirmar que: a) o objetivo da auditoria interna é apoiar a administração da entidade no cumprimento dos seus objetivos, enquanto o da auditoria independente é a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis. b) a auditoria interna se preocupa em avaliar os métodos e as técnicas utilizadas pela contabilidade, enquanto a auditoria externa cuida de revisar os lançamentos e demonstrações contábeis. c) a atuação de ambas não difere na essência uma vez que os objetivos da avaliação é sempre a contabilidade. d) a auditoria interna cuida em verificar os aspectos financeiros da entidade, enquanto a auditoria externa se preocupa com os pareceres a respeito das demonstrações contábeis. e) o objetivo da auditoria interna é produzir relatórios demonstrando as falhas e deficiências dos processos administrativos e os da auditoria externa é emitir parecer sobre a execução contábil e financeira da entidade. 6 - (ESAF / ANA / 2009) - Entre as Normas Brasileiras de Contabilidade, a NBC-T-12 trata da atividade e dos procedimentos da Auditoria Interna. Nesse contexto, é correto afirmar: a) o relatório do auditor interno deve ser redigido com objetividade e imparcialidade. b) o termo ‘erro’ aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios e demonstrações contábeis. c) para dar suporte aos resultados de seu trabalho, o auditor interno deve se valer, unicamente, da análise e interpretação das informações contábeis. d) o termo ‘fraude’ aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. e) o uso de técnicas de amostragem estatística é vedado na auditoria interna. 7 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraude e erros da entidade é: a) da auditoria independente da entidade. b) do contador da entidade. c) da consultoria contábil da entidade. d) do advogado da entidade. e) da administração da entidade. 8 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - O auditor externo, ao auditar entidade que controle outras empresas e que registre seus investimentos pelo método de equivalência patrimonial, tem responsabilidade sobre:

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a) as demonstrações contábeis das controladas que serviram de base para cálculo da equivalência patrimonial. b) o cálculo das equivalências patrimoniais registradas nos investimentos das entidades controladas. c) a apresentação da reserva de reavaliação efetuada nas controladas no Patrimônio Líquido da Controladora. d) os pareceres emitidos para as entidades controladas e emitidos por outros auditores independentes. e) a apresentação da reavaliação efetuada nas controladas e registrada no Patrimônio Líquido da Controlada. 9 - (ESAF / RFB / 2003) - Assinale a assertiva correta quanto às características da auditoria interna e externa. a) A auditoria interna é independente da empresa e a auditoria externa deve realizar testes nos controles internos e modificá-los quando necessário. b) A auditoria interna é obrigatória, conforme determina a Lei 6.404/76, e a auditoria externa deve disponibilizar seus papéis de trabalho sempre que solicitados. c) A auditoria interna tem como objetivo atender à gestão da empresa e a auditoria externa atender às necessidades da diretoria da empresa. d) A auditoria interna não avalia os controles internos e a auditoria externa os elabora, modifica e implanta na empresa auditada. e) A auditoria interna tem como objetivo a revisão das atividades da empresa continuamente e a auditoria externa é independente em todos os aspectos. 10 - (ESAF / ANA / 2009) - No processo de auditoria independente, deve-se: a) garantir a viabilidade futura da entidade. b) dividir a responsabilidade entre a equipe técnica e o auditor. c) abolir o uso de práticas consagradas pela Profissão Contábil. d) certificar a continuidade da empresa pelos próximos 5 anos. e) emitir o parecer com assinatura de contador devidamente registrado. 11 - (ESAF / RFB / 2003) - Das atribuições adicionais do auditor independente, quando na execução de trabalhos de auditoria de empresas que tenham ações negociadas no mercado de valores mobiliários, não está previsto: a) verificar se as demonstrações e o parecer de auditoria publicados estão de acordo com as demonstrações auditadas e com o parecer emitido. b) verificar se as informações divulgadas no relatório da administração estão em consonância com as demonstrações auditadas. c) elaborar relatório sobre deficiências encontradas nos controles internos das companhias auditadas, informando à administração e ao Conselho Fiscal. d) verificar se as informações constantes da Demonstração do Fluxo de Caixa, bem como a estrutura utilizada correspondem à determinada pela CVM. e) verificar se a destinação dada ao resultado foi feita de acordo com o estabelecido na Lei 6.404/76, no estatuto da empresa e nas normas da CVM. 12 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - Analise as afirmativas a seguir e assinale a opção correta. I. A auditoria interna deve assessorar a administração na prevenção de fraudes e erros; II. A auditoria interna é independente e imparcial; III. Fraude é o ato intencional de omissão praticado para manipular documentos, registros e relatórios. a) As assertivas I, II e III estão erradas. b) As assertivas I, II e III estão corretas. c) As assertivas I e II estão corretas e a III está incorreta. d) As assertivas II e III estão incorretas e a I está correta. e) As assertivas I e III estão corretas e a II está incorreta.

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13 - (ESAF / CGU / 2004) - Não é função da auditoria interna avaliar a: a) eficácia dos processos dos controles internos. b) eficiência dos sistemas de informações. c) eficiência dos processos de produção. d) integridade do ambiente de controles internos. e) economicidade dos controles internos. 14 - (ESAF / CGU / 2006) - Preencha a lacuna com a expressão adequada. A ___________________ compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. a) Auditoria Independente. b) Auditoria Governamental. c) Técnica de amostragem em Auditoria. d) Auditoria Externa. e) Auditoria Interna. 15 - (ESAF/TCU-ACE/2006) - Em relação à auditoria interna pode-se afirmar que: A) com relação às pessoas jurídicas de direito público não é sua atribuição avaliar a economicidade dos processos, visto que o objetivo do governo é de controle, independente do valor. B) é sua atribuição aperfeiçoar, implantar e fazer cumprir as normas por ela criadas em sua plenitude. C) deve relatar as não-conformidades sem emitir opinião ou sugestões para que sejam feitas as correções ou melhorias necessárias. D) é seu objetivo prevenir fraudes ou roubos, sendo que sempre que tiver quaisquer indícios ou constatações deverá informar a administração, de forma reservada e por escrito. E) sua função é exclusivamente de validar os processos e transações realizadas, sem ter como objetivo assistir à administração da entidade no cumprimento de suas atribuições. 16 - (FCC / ISS-SP / 2012) - NÃO é uma atividade da função da auditoria interna: (A) a avaliação do processo de governança. (B) a gestão de risco. (C) o monitoramento do controle interno. (D) o exame das informações contábeis e operacionais. (E) a aprovação do relatório de auditoria externa. 17 - (FCC / TRF 2ª Região / 2012) – O auditor independente ou externo: (A) tem como objetivo principal a prevenção e a detecção de falhas no sistema de controle interno da entidade. (B) deve produzir relatórios que visam atender, em linhas gerais, a alta administração da entidade ou diretorias e gerências. (C) tem que fazer análise com alto nível de detalhes, independentemente da relação custo-benefício, para minimizar o risco de detecção. (D) deve produzir um relatório ou parecer sobre as demonstrações contábeis da entidade auditada. (E) tem menor grau de independência em relação à entidade auditada do que o auditor interno. 18 - (FCC / TCE-SP / 2012) – Em relação às diferenças entre a auditoria interna e externa das demonstrações contábeis, é correto afirmar:

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(A) A auditoria externa é de competência exclusiva de contador registrado no Conselho Federal de Contabilidade, enquanto a auditoria interna pode ser realizada por um funcionário qualificado que receba treinamento adequado para tal fim. (B) O grau de autonomia do auditor interno é maior que o do auditor externo independente, em virtude de se reportar diretamente à controladoria da entidade. (C) O auditor externo executa as auditorias operacional e contábil e o auditor interno, apenas a contábil. (D) O auditor externo é responsável pelo exame e avaliação do controle interno da entidade, cabendo ao auditor interno apenas implementar as modificações julgadas necessárias pelo auditor externo para o seu correto funcionamento. (E) Regra geral, os relatórios do auditor interno são de uso exclusivo da administração da entidade, enquanto os elaborados pelo auditor independente são destinados também aos usuários externos da informação contábil. 19 - (FCC / TRE-CE / 2012) – É correto afirmar com relação aos objetivos da auditoria interna que: (A) os objetivos não variam e independente do tamanho da empresa ou do quadro funcional devem cobrir totalmente as atividades. (B) é totalmente responsável pela gestão de riscos, garantindo à gestão e governança da empresa a mitigação ou eliminação dos mesmos. (C) está subordinada aos órgãos de governança da empresa, sendo limitada sobre a possibilidade de avaliar as questões de ordem ética, valores e cumprimento de suas funções. (D) ela pode ser responsável por revisar a economia, eficiência e eficácia das atividades operacionais, incluindo as atividades não financeiras de uma entidade. (E) suas atribuições com relação ao cumprimento de leis e normas limitam-se a aquelas pertinentes à área contábil e financeira, ficando as demais normas e leis sob responsabilidade das áreas específicas. 20 - (FCC / TRE-CE / 2012) – Para que a auditoria externa possa utilizar os trabalhos dos auditores internos é obrigatório que: (A) as reuniões sejam aleatórias e sem previsão dos assuntos a serem tratados, mantendo assim a independência. (B) haja subordinação dos auditores internos aos auditores externos. (C) os trabalhos sejam desenvolvidos de acordo com as determinações da administração da empresa e dos órgãos de governança. (D) a determinação da amostra, a seleção dos documentos e a revisão sejam feitas pela auditoria externa. (E) avalie a objetividade da função da auditoria interna e a competência técnica dos auditores internos. 21 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - As normas brasileiras que estabelecem os preceitos de conduta para o exercício profissional, especificamente para aqueles que atuam como auditores independentes, são estruturadas como: a) NBC TI. b) NBC PI. c) NBC TA. d) NBC PA. e) NBC TP. 22 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2009) - A respeito de conceituação e objetivos da auditoria independente, analise as afirmativas a seguir: I. A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, à legislação específica. II. Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já consagradas pela profissão contábil, formalizadas ou não pelos seus organismos próprios.

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III. O auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, apenas em termos de conteúdo, salvo declaração expressa em contrário, constante do parecer. Assinale: a) se somente a afirmativa III estiver correta. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 23 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - Considerando o que determina o Conselho Federal de Contabilidade, assinale a alternativa correta. a) Pessoa externa qualificada é uma pessoa de dentro da firma com competência e habilidades que poderia

atuar como sócio encarregado do trabalho. b) Pelo menos uma vez a cada seis meses, a firma deve obter confirmação por escrito do cumprimento de

suas políticas e procedimentos sobre independência de todo o pessoal da firma, que precisa ser independente por exigências éticas relevantes.

c) No caso específico de trabalho de auditoria, o período de retenção seria normalmente de pelo menos quatro anos, a partir da data do relatório do auditor independente ou, se superior, da data do relatório do auditor independente do grupo. A documentação do trabalho é de propriedade da firma. A firma pode, a seu critério, disponibilizar partes ou trechos da documentação do trabalho aos clientes, desde que essa divulgação não prejudique a validade do trabalho realizado ou, no caso de trabalhos de asseguração, a independência da firma ou do seu pessoal.

d) Equipe de trabalho são os sócios e o quadro técnico envolvidos no trabalho e quaisquer pessoas contratadas pela firma ou uma firma da mesma rede para executar procedimentos do trabalho. Isso exclui especialistas externos contratados pela firma ou por firma da mesma rede.

e) Recomenda-se, com vistas à manutenção da qualidade (independência), que seja efetuado o rodízio do sócio do trabalho após o período de três anos.

24 - (CESGRANRIO / BACEN / 2009) - Quanto às características da auditoria interna e externa, analise as afirmativas a seguir. I - O processo pelo qual o auditor se certifica de que as demonstrações financeiras representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da empresa, por meio da emissão de parecer, caracteriza a auditoria externa. II - O exercício da auditoria interna é privativo de contabilista registrado no Conselho Regional de Contabilidade da jurisdição. III - A principal característica da auditoria interna é a independência, ou seja, não possui vínculo com a empresa auditada. IV - O parecer do auditor independente pode ser classificado em: sem ressalva, com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião. Está correto SOMENTE o que se afirma em: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) III e IV. e) I, II e III.

25 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Com a crescente expansão dos negócios, as administrações das empresas instituíram o órgão de auditoria interna, que, em muitos ramos, tornou-se um setor obrigatório por força de lei. A auditoria interna auxilia a organização a alcançar seus objetivos, adotando uma abordagem sistemática para a:

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a) avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, de controle e governança corporativa.

b) avaliação dos índices de liquidez e financeiros a fim de assegurar a boa saúde financeira da empresa. c) elaboração do mapeamento organizacional por meio de entrevistas com todos os funcionários. d) emissão do parecer sobre as demonstrações contábeis e publicação em jornal de grande circulação. e) revisão das contas contábeis para elaboração do balanço.

26 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - O gerenciamento de riscos dentro da empresa é uma atividade fundamental que servirá de apoio para diversas outras atividades, como planejamento estratégico, auditoria interna, etc. Nesse contexto, durante uma auditoria, o auditor interno deve: a) preparar toda a estrutura da gestão de riscos, realizando o mapeamento de todas as atividades chaves

relacionadas ao processo auditado. b) justificar à alta administração da empresa os pontos levantados em consequência de falhas na gestão de

riscos dos processos auditados. c) identificar o tipo de risco associado aos processos auditados, verificando se estão classificados

adequadamente quanto à sua natureza, evitando a ocorrência de duplicidade nos testes de auditoria. d) avaliar a aplicação de ferramentas de alta tecnologia que são eficazes para a realização da gestão dos

riscos associados aos processos auditados. e) avaliar e monitorar os riscos dos processos auditados, verificando as consequências quando os objetivos

não são atingidos e se os controles associados mitigam os riscos existentes.

27 - (FCC / SEFAZ/SP – Fiscal de Rendas / 2009) - O trabalho da auditoria interna: a) tem maior independência que o de auditoria externa. b) é responsável pela implantação e pelo cumprimento dos controles internos. c) deve estar subordinado ao da Controladoria da empresa. d) deve emitir parecer, que será publicado com as demonstrações contábeis. e) deve efetuar a revisão e o aperfeiçoamento dos controles internos.

28 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - As auditorias internas e externas atuam em diferentes graus de profundidade e de extensão nas tarefas de auditoria. Embora exista uma conexão nos trabalhos de ambas, é função da auditoria externa: a) acompanhar o cumprimento de normas técnicas e a política de administração da empresa, na consecução

dos seus objetivos. b) avaliar e testar os sistemas de controles internos e contábil, em busca da razoável fidedignidade das

demonstrações financeiras. c) desenvolver continuamente o trabalho de auditoria na empresa, concluindo as tarefas com a elaboração

de relatórios. d) seguir as normas e procedimentos de auditoria na execução dos trabalhos, com grau de independência

limitado. e) prevenir erros e fraudes, sugerindo aos administradores da empresa os ajustes necessários.

29 - (FGV / SENADO FEDERAL / 2008) – Assinale a afirmativa incorreta sobre a diferença entre Auditoria Interna e Auditoria Externa. a) O auditor interno possui autonomia enquanto o auditor externo possui independência. b) O auditor interno é empregado da empresa e o auditor externo é contratado. c) Uma finalidade da auditoria interna é emitir parecer para a adequação do controle interno e da auditoria

externa, é emitir parecer sobre adequação das demonstrações contábeis. d) Na auditoria interna são realizados testes substantivos, e na auditoria externa, testes de relevância. e) O auditor interno executa auditoria contábil e operacional, e a auditoria externa executa apenas auditoria

contábil.

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30 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – De acordo com a Resolução CFC n.º 1229/09, as atividades inerentes a auditoria interna estão relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. a) Revisão da conformidade com leis e regulamentos. b) Monitoramento da auditoria externa. c) Exame das informações contábeis e operacionais. d) Revisão das atividades operacionais. e) Gestão de risco.

31 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – Com relação à Resolução 986/03, que estabelece os procedimentos relacionados à Auditoria Interna, analise as afirmativas a seguir. I. Tem por finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios. II. Deve ser documentada por meio de papéis de trabalho, elaborados em meio físico ou eletrônico, que devem ser organizados e arquivados de forma sistemática e racional. III. Deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho. Assinale: a) se somente a afirmativa II estiver correta. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

32 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2009) - De acordo com a Resolução CFC n.º 986/03, com relação à auditoria interna, assinale a afirmativa incorreta. a) Compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente

estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos.

b) Está estruturada em procedimentos, com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da organização.

c) Compreende, para fins de planejamento, os exames preliminares das áreas, atividades, produtos e processos que definem a amplitude e a época do trabalho a ser realizado.

d) Realiza exames e investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem obter subsídios suficientes para fundamentar as conclusões e recomendações à administração da entidade.

e) É fundamentada por informações denominadas de “referências”, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e recomendações à administração da entidade.

33 - (CESPE / TCE/TO / 2009) - De acordo com a relação do auditor com a entidade auditada, distinguem-se as auditorias interna e externa. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. a) O vínculo de emprego do auditor interno lhe retira a independência profissional desejável para atuar nos

termos das normas vigentes. b) As empresas, de um modo geral, independentemente de seu porte e da relação custo-benefício, devem

dispor de auditoria interna permanente.

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c) A auditoria interna não tem como objetivo precípuo a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, sendo executada mais para fins administrativos internos do que para prestação de contas a terceiros.

d) A auditoria externa deve prescindir do concurso da auditoria interna, sob pena de ser induzida em seus exames e perder a desejável independência.

e) A auditoria externa deve atuar permanentemente e continuamente, exercendo um controle prévio, concomitante e consequente.

GABARITO

1 – D 2 - C 3 - D 4 - A 5 - A 6 – A 7 - E 8 - C 9 - E 10 - E 11 - D 12 - E

13 - C 14 - E 15 - D 16 - E 17 - D 18 - E 19 - D 20 - E 21 - D 22 - B 23 - D 24 - B 25 - A 26 – E 27 - E 28 - B 29 - D 30 - B 31 - E 32 – E 33 - C

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AULA 03: Desenvolvimento do Plano de Auditoria. Estratégia de Auditoria, Sistema de Informações, Controle Interno, Risco de Auditoria. Fraudes e a responsabilidade do auditor. 1. Plano de Auditoria Planejamento, segundo Attie (2010), é “uma metodologia de preparação de um serviço, que compreende os objetivos definidos, o roteiro, os métodos, planos e programas a serem observados por etapas e os processos de avaliação de que se atingiram as metas programadas”. De acordo com a obra de Franco e Marra (2011), “ao se iniciar qualquer trabalho de auditoria, este deve ser cuidadosamente planejado, tendo em vista seu objetivo”, afirmando, ainda, que “o planejamento adequado pressupõe a formulação do programa de auditoria”. O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. Ele define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que sequência. É uma etapa fundamental para o sucesso da fiscalização, sendo imprescindível que seja alocado o tempo adequado para sua realização. A tentativa de reduzir o tempo destinado ao planejamento muitas vezes redunda em problemas na execução da fiscalização, que poderão provocar um acréscimo no tempo total de realização do trabalho, além de repercussões negativas em sua qualidade. Todo trabalho de auditoria deve ser planejado, com o detalhamento que for possível, de acordo com o tempo disponível e com o objetivo determinado. Um planejamento incompleto, além de normalmente aumentar o custo do trabalho, dificulta sua execução, pois gera problemas operacionais e administrativos para os auditores, que acabam por descobrir, na prática, que diversas atividades poderiam ter sido realizadas na sede, ao invés de ocuparem o precioso tempo de campo da equipe. Ou seja, planejar é pensar o modo de se realizar a auditoria, de acordo com os meios disponíveis, em tempo, pessoal, recursos financeiros, a fim de se alcançar os objetivos definidos para o trabalho. Planejar é pensar o modo de se realizar a auditoria, de acordo com os meios disponíveis, em tempo, pessoal, recursos financeiros, a fim de se alcançar os objetivos definidos para o trabalho. Funciona mais ou menos assim:

- você me diz o que você quer (o chefe, no caso, determina que seja realizado o trabalho); - eu realizo meu planejamento e digo o que é necessário para realizá-lo (trabalho em equipe, sobre o qual trataremos em seguida); - você me diz, daquilo que pedi, o que tem para fornecer; - com base no que você tem, eu te digo o que poderá ser feito.

A partir daí, devem ser feitos diversos ajustes (o planejamento deve ser flexível), inclusive dos objetivos da auditoria, caso a empresa de auditoria não disponha dos meios necessários para a execução. Em suma, na fase de planejamento, a equipe de auditoria deve realizar os seguintes procedimentos:

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� obter detalhamento sobre a auditoria, atendendo ao princípio do custo-benefício; � obter o máximo de informações sobre a empresa a ser fiscalizada; � discutir o escopo, os procedimentos e técnicas; � testar a documentação a ser utilizada.

Não se pode fiscalizar com eficiência aquilo que não se conhece. Conhecer o objeto da auditoria é um dos passos mais importantes do processo, a fim de se definir o escopo da auditoria e os procedimentos e técnicas a serem utilizados. Outro ponto interessante é a discussão entre os membros da equipe e com o supervisor. O planejamento é um trabalho em equipe, pois se cada auditor utilizar sua experiência e se sentir parte do processo, as chances de sucesso serão sempre maiores. 1.1 Atividades preliminares Na fase de planejamento, as atividades preliminares auxiliam o auditor na identificação e na avaliação de eventos ou situações que possam afetar sua capacidade de planejar e realizar o trabalho. A equipe de auditoria deve, preliminarmente, construir uma visão geral do objeto a ser fiscalizado, podendo fazer uso, entre outras, das seguintes fontes de informação:

� sistemas informatizados; � cadastros a que se vincula a empresa fiscalizada; � legislação e normas específicas; � demonstrações dos últimos exercícios; � fiscalizações anteriores, incluindo papéis de trabalho; � auditores que tenham participado de trabalhos recentes na empresa; � controle interno; � notícias veiculadas na mídia; � trabalhos acadêmicos publicados; � possíveis ações judiciais concernentes à empresa fiscalizada; � levantamentos anteriores.

A visão geral objetiva o conhecimento e a compreensão da empresa a ser fiscalizada, bem como do ambiente organizacional em que esta está inserida. Em geral, é composta das seguintes informações:

• descrição da empresa fiscalizada, com as características necessárias a sua compreensão; • legislação aplicável; • objetivos institucionais da empresa fiscalizada, se for o caso; • setores responsáveis, competências e atribuições; • riscos e deficiências em controles internos.

Podemos definir essa análise preliminar como sendo o levantamento de informações relevantes sobre a empresa auditada, para adquirir-se o conhecimento necessário à formulação das questões que serão examinadas pela auditoria. A compreensão permite identificar riscos e pontos críticos existentes e é indispensável à definição do objetivo e do escopo da auditoria. É importante assegurar que os aspectos centrais do objeto auditado tenham sido investigados, documentados e compreendidos. A extensão e o nível de detalhamento dos dados que serão coletados devem levar em consideração a natureza do objeto investigado, o tempo e os recursos disponíveis pela equipe.

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A equipe deve realizar investigação preliminar dos controles internos e dos sistemas de informação, assim como dos aspectos legais considerados significativos no contexto da auditoria. Nas auditorias operacionais, o exame da confiabilidade da base informativa e dos controles internos deve enfatizar os aspectos que possam comprometer a efetividade e/ou a eficiência das operações. A avaliação dos controles internos deve ser considerada na estimativa do risco de auditoria, que consiste na possibilidade de o auditor chegar a conclusões equivocadas ou incompletas. Sempre que relevante, o resultado dessa avaliação deve ser registrado no plano de auditoria. Algumas considerações iniciais sobre planejamento:

1 – é a primeira fase de um trabalho de auditoria; 2 – não se encerra com o início dos trabalhos de campo; 3 – é flexível.

1.2 Determinação de escopo Escopo é a profundidade e amplitude do trabalho para alcançar o objetivo da fiscalização, e é definido em função do tempo e dos recursos humanos e materiais disponíveis. Lembrem-se da estória que contamos: dependendo do que o “chefe” puder oferecer de meios, podemos dizer o que pode ser feito (escopo). A partir do conhecimento construído durante a análise preliminar do objeto de auditoria, a equipe deverá definir o objetivo da auditoria por meio da especificação do problema e das questões de auditoria que serão investigadas. O objetivo deve esclarecer também as razões que levaram a equipe a sugerir um determinado tema e enfoque, caso estes não tenham sido previamente definidos na deliberação que determinou a realização da auditoria. Para determinar a extensão e o alcance da auditoria que será proposta, a empresa de auditoria deve dispor de informações relativas aos objetivos relacionados ao objeto que será auditado e aos riscos relevantes associados a esses objetivos, bem como à confiabilidade dos controles adotados para tratar esses riscos. O escopo da auditoria deve ser estabelecido de modo suficiente a satisfazer os objetivos do trabalho. O escopo envolve a definição das questões de auditoria, a profundidade e o detalhamento dos procedimentos, a delimitação do universo auditável (abrangência), a configuração da amostra (extensão) e a oportunidade dos exames. Durante a execução, os auditores podem se deparar com fatos que fogem ao escopo ou ao objetivo estabelecido para o trabalho ou que sejam incompatíveis com a natureza da fiscalização, mas que, dada a sua importância, mereçam a atenção da equipe. Nestes casos, as seguintes opções devem ser consideradas:

- Nas situações em que os fatos relacionem-se de forma clara e lógica com o objetivo da auditoria, o planejamento é passível de mudanças durante a realização dos trabalhos pela própria equipe de auditoria, as quais deverão ser submetidas ao supervisor para aprovação.

- Nas situações em que, mesmo relacionados ao objetivo da auditoria, os fatos fogem ao escopo

estabelecido, mas a consistência das evidências encontradas recomende sua abordagem, a equipe, em conjunto com o supervisor e o titular da unidade técnica coordenadora, deve avaliar a oportunidade e a

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conveniência de realizar exames para desenvolver achados no trabalho em curso, levando em conta que não haja desvirtuamento da auditoria inicial em termos de comprometimento do prazo e/ou dos exames planejados.

- Nas situações em que os fatos sejam incompatíveis com o objetivo ou com a natureza da

fiscalização, caberá ao titular da unidade técnica avaliar a conveniência e a oportunidade de aprofundar os exames acerca das constatações, a fim de que estas sejam devidamente fundamentadas, levando em conta que não haja desvirtuamento da auditoria inicial em termos de comprometimento do prazo e/ou dos exames planejados, ou propor a realização de outra ação de controle com vistas a concluir os exames dos fatos identificados. Atenção: não se preocupem em decorar esses conceitos, basta entendê-los. O mais importante é ter a ciência de que o planejamento de auditoria é uma atividade flexível. ESCOPO é a profundidade e amplitude do trabalho para alcançar o objetivo da fiscalização, e é definido em função do tempo e dos recursos humanos e materiais disponíveis. O escopo da auditoria deve ser estabelecido de modo suficiente a satisfazer os objetivos do trabalho. 1.3 Programa de Auditoria De acordo com Peter e Machado (2008), Programa de Auditoria:

“constitui-se no desenvolvimento do Plano de Auditoria, executado previamente aos trabalhos de campo, embasado em objetivos definidos e nas informações disponíveis sobre as atividades da entidade auditada. É o plano de ação detalhado, destinado a orientar adequadamente o trabalho do auditor, permitindo-lhe, ainda, complementá-lo quando circunstâncias imprevistas o recomendarem.”

Os autores afirmam que o programa de auditoria deverá contemplar todas as informações disponíveis e necessárias ao desenvolvimento de cada trabalho a ser realizado, com vistas a determinar a extensão e a profundidade deste, e deverá ser estruturado de forma que possa ser:

• específico: um plano para cada trabalho; • padronizado: destinado à aplicação em trabalhos locais ou em épocas diferentes, com pequenas

alterações. Ou seja, deve ser desenvolvido e documentado um plano para cada trabalho de auditoria, que evidenciará o objetivo, o escopo, o prazo e a alocação de recursos. Os auditores devem desenvolver programas de auditoria que alcancem os objetivos de auditoria e tais programas, e seus eventuais ajustes, devem ser registrados e aprovados antes do início da execução. Por constituir-se etapa de expressiva importância no resultado que se pretende alcançar com a auditoria é imprescindível que se disponibilize o tempo necessário à fase planejamento, bem como que o planejamento elaborado atenda aos seguintes aspectos básicos:

I. vise à consecução dos objetivos da auditoria mediante execução econômica, eficiente e oportuna dos trabalhos;

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II. considere, necessariamente, elementos de conhecimento prévio sobre a empresa auditada, seus sistemas mais importantes, seus objetivos e riscos e a eficácia de seus controle internos;

III. explicite a natureza, a extensão e a profundidade dos exames a serem realizados e seja suficientemente detalhado de forma a não permitir equívocos na sua execução;

IV. permita a atribuição, na fase de execução dos trabalhos, de tarefas e respectivos prazos compatíveis com a complexidade da tarefa e importância da informação buscada;

V. seja objeto de supervisão por pessoa com perfil e competência profissional adequados e envolva suficiente discussão pela equipe;

VI. seja adequadamente testado quanto à viabilidade de sua aplicação, quando necessário, e seja revisado, sempre que isso se revelar necessário, de forma a permitir a supervisão da execução e, a qualquer tempo, a avaliação das atividades desenvolvidas pelo auditor.

Os programas de auditoria devem estabelecer os procedimentos para identificar, analisar, avaliar e registrar informações durante o desenvolvimento dos trabalhos de auditoria e devem ser executados de modo suficiente para alcançar os objetivos da auditoria. Limitações de escopo em função de restrições de acesso a registros oficiais ou de outras condições específicas necessárias para planejar e conduzir a auditoria devem ser registradas para declaração no relatório de como isso afetou ou pode ter afetado os resultados do trabalho. O programa de auditoria, elaborado com base nos elementos obtidos na visão geral do objeto, objetiva estabelecer, diante da definição precisa dos objetivos do trabalho, a forma de alcançá-los e deve evidenciar:

I. o objetivo e o escopo da auditoria; II. o universo e a amostra a serem examinados; III. os procedimentos e as técnicas a serem utilizados, os critérios de auditoria, as informações requeridas e suas fontes, as etapas a serem cumpridas com respectivos cronogramas; IV. a quantificação dos recursos necessários à execução do trabalho.

2. NBC TA 300 A principal Norma de Auditoria que trata do Planejamento é a NBC TA 300, do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, que dispõe que a natureza e a extensão das atividades de planejamento variam conforme o porte e a complexidade da entidade, a experiência anterior dos membros-chave da equipe de trabalho com a entidade e as mudanças nas circunstâncias que ocorrem durante o trabalho de auditoria. De acordo com a NBC TA 300, o Planejamento não é uma fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo, que muitas vezes começa logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior, continuando até a conclusão do trabalho de auditoria atual. Entretanto, o planejamento inclui a consideração da época de certas atividades e procedimentos de auditoria que devem ser concluídos antes da realização de procedimentos adicionais de auditoria. Por exemplo, o planejamento inclui a necessidade de considerar, antes da identificação e avaliação pelo auditor dos riscos de distorções relevantes, aspectos como:

(a) os procedimentos analíticos a serem aplicados como procedimentos de avaliação de risco;

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(b) obtenção de entendimento global da estrutura jurídica e o ambiente regulatório aplicável à entidade e como a entidade cumpre com os requerimentos dessa estrutura;

(c) a determinação da materialidade; (d) o envolvimento de especialistas; (e) a aplicação de outros procedimentos de avaliação de risco.

O Planejamento não é uma fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo, que muitas vezes começa logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior, continuando até a conclusão do trabalho de auditoria atual. O auditor pode optar por discutir esses elementos do planejamento com a administração da entidade, de forma a facilitar a condução e o gerenciamento do trabalho de auditoria (por exemplo, coordenar alguns dos procedimentos de auditoria planejados com o trabalho do pessoal da entidade). Atenção: Apesar de normalmente essas discussões ocorrerem, a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria continuam sendo de responsabilidade do auditor. Na discussão de temas incluídos na estratégia global de auditoria ou no plano de auditoria deve-se atentar para não comprometer a eficácia dessa auditoria. Por exemplo, a discussão com a administração da natureza e da época de procedimentos de auditoria detalhados pode comprometer a eficácia da auditoria ao tornar tais procedimentos demasiadamente previsíveis. O envolvimento do sócio do trabalho (auditor responsável) e de outros membros-chave da equipe de trabalho no planejamento da auditoria incorpora a sua experiência e seus pontos de vista, otimizando assim a eficácia e a eficiência do processo de planejamento. 2.1 Atividades preliminares do trabalho de auditoria Realizar as atividades preliminares auxilia o auditor na identificação e avaliação de eventos ou situações que possam afetar adversamente a capacidade do auditor de planejar e realizar o trabalho de auditoria. A realização dessas atividades preliminares permite ao auditor planejar o trabalho de auditoria para o qual, por exemplo:

(a) o auditor mantém a necessária independência e capacidade para realizar o trabalho; (b) não há problemas de integridade da administração que possam afetar a disposição do auditor de

continuar o trabalho; (c) não há desentendimentos com o cliente em relação aos termos do trabalho.

A avaliação pelo auditor da continuidade do relacionamento com o cliente e de requisitos éticos, incluindo independência, ocorre ao longo do trabalho de auditoria à medida que mudam as circunstâncias e as condições. A aplicação de procedimentos iniciais sobre a continuidade do cliente e a avaliação de requisitos éticos (inclusive independência) no início do trabalho de auditoria corrente significa que estes devem estar concluídos antes da realização de outras atividades importantes para esse trabalho. No caso de trabalhos de auditoria recorrentes, esses procedimentos iniciais devem ser aplicados logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior. 2.2 Atividades de planejamento

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De acordo com a NBC TA 300, em relação às atividades de planejamento, o auditor deve estabelecer uma estratégia global de auditoria que defina o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria.

Ao definir a estratégia global, o auditor deve:

(a) identificar as características do trabalho para definir o seu alcance; (b) definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a

natureza das comunicações requeridas; (c) considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são significativos para

orientar os esforços da equipe do trabalho; (d) considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando

aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade; e

(e) determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho.

Prosseguindo no estudo da norma, vemos que o auditor deve desenvolver o plano de auditoria, que deve incluir a descrição de:

(a) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco; (b) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nível

de afirmação; (c) outros procedimentos de auditoria planejados e necessários para que o trabalho esteja em

conformidade com as normas de auditoria. O auditor deve atualizar e alterar a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria sempre que necessário no curso da auditoria, pois, como vimos, a atividade de planejamento é um processo contínuo e flexível. O auditor deve planejar a natureza, a época e a extensão do direcionamento e supervisão da equipe de trabalho e a revisão do seu trabalho. 2.3 Estratégia global de auditoria O processo de definição da estratégia global auxilia o auditor a determinar, dependendo da conclusão dos procedimentos de avaliação de risco, temas como:

(a) os recursos a serem alocados em áreas de auditoria específicas, tais como membros da equipe com experiência adequada para áreas de alto risco ou o envolvimento de especialista em temas complexos;

(b) os recursos a alocar a áreas de auditoria específicas, tais como o número de membros da equipe alocados para observar as contagens de estoque em locais relevantes, a extensão da revisão do trabalho de outros auditores no caso de auditoria de grupo de empresas ou o orçamento de horas de auditoria a serem alocadas nas áreas de alto risco;

(c) quando esses recursos devem ser alocados, por exemplo, se em etapa intermediária de auditoria ou em determinada data-base de corte; e

(d) como esses recursos são gerenciados, direcionados e supervisionados, por exemplo, para quando estão previstas as reuniões preparatórias e de atualização, como devem ocorrer as

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revisões do sócio e do gerente do trabalho (por exemplo, em campo ou fora dele) e se devem ser realizadas revisões de controle de qualidade do trabalho.

Uma vez definida a estratégia global de auditoria, pode ser desenvolvido plano de auditoria para tratar dos diversos temas identificados na estratégia global de auditoria, levando-se em conta a necessidade de atingir os objetivos da auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor. A definição da estratégia global de auditoria e o plano de auditoria detalhado não são necessariamente processos isolados ou sequenciais, estando intimamente relacionados, uma vez que as mudanças em um podem resultar em mudanças no outro.

O auditor deve estabelecer uma estratégia global de auditoria que defina o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria. Uma vez definida a estratégia global de auditoria, pode ser desenvolvido plano de auditoria para tratar dos diversos temas identificados na estratégia global de auditoria, levando-se em conta a necessidade de atingir os objetivos da auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor. 2.4 Considerações específicas para entidades de pequeno porte Em auditoria de entidade de pequeno porte, toda a auditoria pode ser conduzida por equipe pequena de auditoria. Muitas auditorias de entidades de pequeno porte envolvem o sócio do trabalho trabalhando com um membro da equipe de trabalho ou sozinho. Com uma equipe menor, a coordenação e a comunicação entre membros da equipe ficam facilitadas. A definição da estratégia global para a auditoria de entidade de pequeno porte não precisa ser complexa ou um exercício demorado, variando de acordo com o tamanho da entidade, a complexidade da auditoria e o tamanho da equipe de trabalho.

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Por exemplo, um memorando breve, elaborado na conclusão da auditoria anterior, baseado na revisão dos papéis de trabalho e destacando assuntos identificados na auditoria que acabou de ser concluída, atualizado no período corrente, com base em discussões com o proprietário ou administrador da entidade, podem servir como documentação da estratégia de auditoria para o trabalho de auditoria corrente, caso cubra os temas já mencionados. Quando a auditoria é realizada integralmente pelo sócio do trabalho, não se colocam questões de direção e supervisão dos membros da equipe de trabalho e de revisão do seu trabalho. Nesses casos, o sócio do trabalho, tendo dirigido todos os aspectos do trabalho, estará ciente de todos os assuntos relevantes. A formação de uma visão objetiva da adequação dos julgamentos feitos no decurso da auditoria pode gerar problemas práticos quando a mesma pessoa também executa toda a auditoria. Quando existem assuntos particularmente complexos ou incomuns e a auditoria é realizada por um único profissional, pode ser recomendável a consulta a outros auditores com experiência adequada ou à entidade profissional dos auditores. 2.5 Plano de auditoria (Programa de auditoria) O plano de auditoria é mais detalhado que a estratégia global de auditoria visto que inclui a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados pelos membros da equipe de trabalho. O planejamento desses procedimentos de auditoria ocorre no decurso da auditoria, à medida que o plano de auditoria para o trabalho é desenvolvido. Por exemplo, o planejamento dos procedimentos de avaliação de riscos ocorre na fase inicial de auditoria. Entretanto, o planejamento da natureza, da época e da extensão de procedimentos específicos adicionais de auditoria depende do resultado dessa avaliação de riscos. Além disso, o auditor pode iniciar a execução de procedimentos adicionais de auditoria para alguns tipos de operação, saldos de conta e divulgação antes de planejar todos os procedimentos adicionais de auditoria. Mudança nas decisões de planejamento durante o processo de auditoria Em decorrência de imprevistos, mudanças nas condições ou na evidência de auditoria obtida na aplicação de procedimentos de auditoria, o auditor pode ter que modificar a estratégia global e o plano de auditoria e, portanto, a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados, considerando a revisão dos riscos avaliados. Pode ser o caso de informação identificada pelo auditor que difere significativamente da informação disponível quando o auditor planejou os procedimentos de auditoria. Por exemplo, evidência de auditoria obtida por meio da aplicação de procedimentos substantivos (sobre o sistema contábil) pode ser contraditória à evidência de auditoria obtida por meio de testes de controle (sobre os controles internos). Direcionamento, supervisão e revisão A natureza, a época e a extensão do direcionamento e da supervisão dos membros da equipe e a revisão do seu trabalho podem variar dependendo de diversos fatores, incluindo:

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(a) o porte e a complexidade da entidade; (b) a área da auditoria; (c) os riscos de distorções relevantes (por exemplo, um aumento no risco de distorções relevantes

para uma dada área de auditoria costuma exigir um correspondente aumento na extensão e no direcionamento e supervisão tempestiva por parte dos membros da equipe e uma revisão mais detalhada do seu trabalho);

(d) a capacidade e a competência dos membros individuais da equipe que realiza o trabalho de auditoria.

O programa de auditoria deverá ser estruturado de forma que possa ser:

Específico: um plano para cada trabalho. Padronizado: destinado à aplicação em trabalhos locais ou em épocas diferentes, com

pequenas alterações. 2.6 Documentação A documentação da estratégia global de auditoria é o registro das decisões-chave consideradas necessárias para planejar adequadamente a auditoria e comunicar temas importantes à equipe de trabalho. Por exemplo, o auditor pode resumir a estratégia global de auditoria na forma de memorando contendo as decisões-chave relativas ao alcance global, a época e a condução da auditoria. A documentação do plano de auditoria é o registro da natureza, época e extensão planejadas dos procedimentos de avaliação de risco e dos procedimentos adicionais de auditoria no nível da afirmação, em resposta aos riscos avaliados. Também serve para registrar o apropriado planejamento dos procedimentos de auditoria que podem ser revisados e aprovados antes da sua aplicação. Atenção: ainda que deva existir um plano para cada trabalho de auditoria, e que esse plano seja flexível, por definição, o auditor pode utilizar programas de auditoria padrão ou listas de verificação de conclusão da auditoria, adaptados de forma a refletirem as circunstâncias particulares do trabalho. O registro das mudanças significativas na estratégia global de auditoria e no plano de auditoria, e respectivas mudanças na natureza, época e extensão planejadas dos procedimentos de auditoria explicam o motivo de mudanças significativas, a estratégia global e o plano de auditoria adotado para a auditoria, e também reflete a resposta apropriada a mudanças significativas ocorridas no decurso da auditoria. 2.7 Considerações adicionais em auditoria inicial A finalidade e o objetivo do planejamento da auditoria não mudam caso a auditoria seja inicial ou em trabalho recorrente. Entretanto, no caso de auditoria inicial , o auditor pode ter a necessidade de estender as atividades de planejamento por falta da experiência anterior que é normalmente utilizada durante o planejamento dos trabalhos. Para a auditoria inicial, o auditor pode considerar os seguintes temas adicionais na definição da estratégia global e do plano de auditoria:

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• exceto se for proibido por lei ou norma, manter contato com o auditor antecessor, por exemplo, para conduzir a revisão de seus papéis de trabalho;

• quaisquer assuntos importantes (inclusive a aplicação de princípios contábeis ou de auditoria e normas de elaboração de relatórios) discutidos com a administração e relacionados à escolha do auditor, a comunicação desses temas aos responsáveis pela governança e como eles afetam a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria;

• os procedimentos de auditoria necessários para obter evidência de auditoria suficiente e apropriada relativa aos saldos iniciais (NBC TA 510 – Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais);

• outros procedimentos exigidos pelo sistema de controle de qualidade da firma para trabalhos de auditoria inicial (por exemplo, esse sistema pode exigir o envolvimento de outro sócio ou profissional experiente para a revisão da estratégia global de auditoria antes de iniciar procedimentos de auditoria significativos ou de revisão dos relatórios antes da sua emissão).

3. Estratégia de Auditoria Pessoal, este item 3 foi retirado do apêndice da NBC TA 300, em sua literalidade, pois se trata de um item bastante específico, pouco abordado em provas, mas que, como está explícito no edital, pode ser cobrado e, se for, acreditamos que será de forma literal. A supracitada norma traz algumas considerações na definição da estratégia global de auditoria, oferecendo exemplos de temas que o auditor deve considerar na definição da estratégia global de auditoria. Muitos desses temas também influenciam o plano de auditoria detalhado. Os exemplos apresentados cobrem um amplo leque de temas aplicáveis a diversos trabalhos. Apesar de alguns temas mencionados a seguir serem exigidos por outras normas de auditoria, nem todos os temas são relevantes para todo e qualquer trabalho de auditoria e a relação não é necessariamente completa. 3.1 Características do trabalho

• a estrutura de relatório financeiro sobre o qual a informação financeira a ser auditada foi elaborada, inclusive a eventual necessidade de conciliação com outra estrutura de relatório financeiro;

• a cobertura de auditoria prevista, inclusive o número e a localização de componentes a serem incluídos;

• a natureza das relações de controle entre a controladora e seus componentes que determinam como o grupo será consolidado;

• a extensão em que a auditoria de componentes seja efetuada por outros auditores; • a natureza dos segmentos de negócio, inclusive a necessidade de conhecimento especializado; • a moeda de apresentação das demonstrações contábeis a ser utilizada, inclusive eventual

necessidade de conversão monetária da informação auditada; • a necessidade de auditoria obrigatória de demonstrações contábeis individuais além da auditoria

para fins de consolidação; • a disponibilidade do trabalho dos auditores internos e a extensão da eventual confiança do

auditor nesse trabalho; • a utilização pela entidade de prestadores de serviço e como o auditor pode obter evidência

relativa ao desenho ou operação dos controles aplicados; • a utilização prevista da evidência de auditoria obtida em auditorias anteriores, por exemplo,

evidência de auditoria relativa a procedimentos de avaliação de risco e testes de controle;

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• o efeito da tecnologia da informação nos procedimentos de auditoria, inclusive a disponibilidade de dados e a previsão de uso de técnicas de auditoria assistidas por computador;

• a coordenação da cobertura prevista e a época do trabalho de auditoria com revisão das informações financeiras intermediárias, além do efeito das informações obtidas durante essas revisões sobre a auditoria;

• a disponibilidade do pessoal e dos dados do cliente. 3.2 Objetivos de relatório, época da auditoria e natureza da comunicação

• o cronograma da entidade para emissão de relatórios, tais como etapas intermediárias e final; • a organização de reuniões com a administração e os responsáveis pela governança para discutir a

natureza, época e extensão do trabalho de auditoria; • a discussão com a administração e os responsáveis pela governança em relação ao tipo e ao

prazo de emissão do relatório e outras comunicações, por escrito e verbais, inclusive o relatório de auditoria, relatórios de recomendação e comunicação aos responsáveis pela governança;

• a discussão com a administração das comunicações previstas sobre a situação do trabalho ao longo da auditoria;

• comunicação aos auditores de componentes em relação ao tipo e ao prazo de emissão do relatório e outras comunicações em conexão com a auditoria de componentes;

• a natureza e a época previstas de comunicação entre os membros da equipe de trabalho, inclusive a natureza e a época das reuniões e o prazo de revisão do trabalho realizado;

• se existe a previsão de outras comunicações com terceiros, inclusive quaisquer obrigações contratuais ou estatutárias de emitir outros relatórios resultantes da auditoria.

3.3 Fatores significativos, atividades preliminares do trabalho e conhecimento obtido em outros trabalhos

• a determinação da materialidade de acordo com a NBC TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria e quando aplicável:

� a determinação da materialidade para componentes e a comunicação ao auditor do componente de acordo com a NBC TA 600 – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Auditores dos Componentes, itens 21 a 23 e 40(c); � a identificação preliminar de componentes significativos e classes relevantes de transações, saldos contábeis e divulgações.

• identificação preliminar de áreas em que pode haver maior risco de distorções relevantes. • a forma como o auditor enfatiza aos membros da equipe de trabalho a necessidade de manter postura questionadora e exercer ceticismo profissional na obtenção e avaliação de evidências de auditoria; • resultados de auditorias anteriores envolvendo a avaliação da efetividade dos controles internos, inclusive a natureza das fragilidades identificadas e as medidas tomadas em resposta a essas deficiências; • a discussão de temas que possam afetar a auditoria com os responsáveis da firma pela realização de outros serviços à entidade; • evidência do compromisso da administração no desenho, implementação e manutenção de controles internos sólidos, inclusive evidência de documentação apropriada desses controles internos;

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• volume de operações, que pode determinar se é mais eficiente para o auditor confiar nos controles internos; • importância dada aos controles internos na entidade para o êxito na condução dos negócios; • desenvolvimento de negócios significativos que afetem a entidade, inclusive mudanças na tecnologia da informação e nos processos de negócio, troca de diretores-chave e aquisições, fusões e alienações; • desenvolvimentos setoriais significativos, tais como mudanças na regulamentação setorial e exigência de novos requisitos; • mudanças significativas na estrutura de relatórios financeiros, tais como mudanças nas normas contábeis; • outras mudanças significativas relevantes, tais como mudanças no ambiente jurídico que afetam a entidade. • orçamento do trabalho, inclusive considerando o tempo apropriado previsto para áreas onde existem mais riscos de distorções relevantes.

4. Sistema de Informações De acordo com a obra de Crepaldi (2012), “os controles de sistema de informação referem-se ao controle obtido mediante a prestação de informações aos níveis adequados da administração”. Os autores alegam que, em todas as empresas, o planejamento e o controle das operações dependem do conhecimento que a administração tem das atividades e operações passadas, presentes e futuras. E que, salvo nas pequenas, esse conhecimento dependerá, em maior ou menor grau, do sistema de informação. Nesse sentido, o sistema de informação “equivale aos olhos e ouvidos da administração”, tendo em vista que os administradores não podem estar presentes para observar todas as operações nem inteirar-se de todas as decisões tomadas nos diferentes níveis da organização. Uma das características que distinguem as empresas mais bem sucedidas é, muitas vezes, a qualidade de informação de que dispõem os responsáveis pela tomada de decisão. O sistema de informações é um dos componentes do Controle Interno, de acordo com a NBC TA 315, do CFC, como veremos a seguir. 5. Controle Interno Conforme a NBC TA 315, Controle interno:

“é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança, administração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis.”

Ou seja, é um processo conduzido por todos os integrantes da empresa, para fornecer razoável segurança de que os objetivos da entidade estão sendo alcançados, com relação às seguintes categorias:

1 – eficácia e eficiência das operações; 2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e 3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.

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CONTROLE INTERNO é um processo conduzido por todos os integrantes da empresa, para fornecer razoável segurança de que os objetivos da entidade estão sendo alcançados, com relação às seguintes categorias:

1 – eficácia e eficiência das operações; 2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e 3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.

O termo “controles” refere-se a quaisquer aspectos de um ou mais dos componentes do controle interno. Ainda segundo a norma, o auditor deve obter entendimento do seguinte:

(a) fatores do setor de atividade, regulamentares e outros fatores externos relevantes, incluindo a estrutura de relatório financeiro aplicável;

(b) a natureza da entidade, incluindo:

(i) suas operações; (ii) suas estruturas societária e de governança; (iii) os tipos de investimentos que a entidade está fazendo e planeja fazer, incluindo

investimentos em entidades de propósito específico; e (iv) a maneira como a entidade é estruturada e como é financiada, para possibilitar ao auditor

entender as classes de transações, saldos de contas e divulgações esperadas nas demonstrações contábeis;

(c) a seleção e aplicação pela entidade de políticas contábeis, inclusive as razões para mudanças

nessas políticas. O auditor deve avaliar se as políticas contábeis da entidade são apropriadas para o negócio e compatíveis com a estrutura de relatório financeiro aplicável e políticas contábeis usadas no setor de atividade pertinente;

(d) os objetivos e estratégias da entidade e os riscos de negócio relacionados que possam resultar

em risco de distorção relevante; (e) a mensuração e revisão do desempenho das operações da entidade.

5.1 Controle interno da entidade O auditor deve obter entendimento do controle interno relevante para a auditoria. Embora seja mais provável que a maioria dos controles relevantes para a auditoria esteja relacionada com demonstrações contábeis, nem todos os controles que se relacionam com as demonstrações contábeis são relevantes para a auditoria. É uma questão de julgamento profissional do auditor, determinar se um controle, individualmente ou em combinação com outros, é relevante para a auditoria. 5.2 Natureza e extensão do entendimento dos controles relevantes Na obtenção do entendimento dos controles que são relevantes para a auditoria, o auditor deve avaliar o desenho desses controles e determinar se eles foram implementados, por meio da execução de procedimentos, além de indagações junto aos funcionários da entidade. 5.3 Componentes do controle interno

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Para falarmos de componentes do controle interno devemos explicar, apesar de o edital não pedir explicitamente, o que é o COSO. COSO é o Comitê das Organizações Patrocinadas, da Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros. Criada em 1985, é uma entidade do setor privado – ou seja, foi uma iniciativa do setor privado, independente –, sem fins lucrativos, voltada para o aperfeiçoamento da qualidade de relatórios financeiros, principalmente para estudar as causas da ocorrência de fraudes em relatórios financeiros. Em 1992, o COSO publicou um trabalho denominado “Controle Interno: um modelo integrado” . Esse documento passou a ser referência sobre o assunto “Controle Interno”, e apresentou cinco componentes:

1 – Ambiente de Controle; 2 – Avaliação de Riscos; 3 – Atividades de Controle; 4 – Informações e Comunicações; e 5 – Monitoramento.

Ou seja, para o COSO, o Controle Interno era formado por esses cinco componentes, relacionados às três categorias de objetivos:

1 – eficácia e eficiência das operações; 2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e 3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.

A seguir, apresentamos suas definições. 5.3.1 Ambiente de controle O auditor deve obter entendimento do ambiente de controle. Como parte da obtenção deste entendimento, o auditor deve avaliar se:

(a) a administração, com a supervisão geral dos responsáveis da governança, criou e manteve uma cultura de honestidade e conduta ética; e

(b) os pontos fortes no ambiente de controle fornecem coletivamente fundamento apropriado para os outros componentes do controle interno, e se os outros componentes não são prejudicados por deficiências no ambiente de controle.

5.3.2 Avaliação de Riscos O auditor deve buscar entender se a entidade tem processo para:

(a) identificar riscos de negócio relevantes para os objetivos das demonstrações contábeis; (b) estimar a significância dos riscos; (c) avaliar a probabilidade de sua ocorrência; e (d) decidir sobre ações em resposta a esses riscos.

Se a entidade estabeleceu tal processo (daqui em diante, “processo de avaliação de risco da entidade”), o auditor deve obter entendimento desse processo e de seus resultados. Se o auditor identificar riscos de erro relevante que a administração deixou de identificar, o auditor deve avaliar se havia risco subjacente, do tipo que o auditor esperava que fosse identificado pelo processo de avaliação de risco da entidade.

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Se houver tal risco, o auditor deve obter entendimento do por que o processo deixou de identificá-lo e deve avaliar se o processo é apropriado a suas circunstâncias ou deve determinar se há uma deficiência significativa nos controles internos relacionados ao processo de avaliação de risco da entidade. Se a entidade não estabeleceu tal processo ou se possui processo informal, o auditor deve discutir com a administração se os riscos de negócio relevantes para os objetivos de demonstrações contábeis foram identificados e como foram tratados. O auditor deve avaliar se a ausência de um processo de avaliação de risco documentado é apropriada nas circunstâncias ou determinar se representa uma deficiência significativa no controle interno. 5.3.3 Sistema de informação e Comunicação O auditor deve obter entendimento do sistema de informação, inclusive dos processos de negócio relacionados, relevantes para as demonstrações contábeis, incluindo as seguintes áreas:

(a) as classes de transações nas operações da entidade que sejam significativas para as demonstrações contábeis;

(b) os procedimentos, tanto de tecnologia de informação (TI) quanto de sistemas manuais, pelos quais essas transações são iniciadas, registradas, processadas, corrigidas conforme a necessidade, transferidas para o razão geral e divulgadas nas demonstrações contábeis;

(c) os respectivos registros contábeis, informações-suporte e contas específicas nas demonstrações contábeis utilizados para iniciar, registrar, processar e reportar transações; isto inclui a correção de informações incorretas e a maneira como as informações são transferidas para o razão geral. Os registros podem estar em forma manual ou eletrônica;

(d) como o sistema de informações captura eventos e condições que são significativos para as demonstrações contábeis, que não sejam transações;

(e) o processo usado para elaborar as demonstrações contábeis da entidade, inclusive estimativas e divulgações contábeis significativas; e

(f) controles em torno de lançamentos de diário, inclusive lançamentos de diário não rotineiros usados para registrar transações ou ajustes não usuais.

O auditor deve obter entendimento de como a entidade comunica as funções e responsabilidades sobre demonstrações contábeis e assuntos significativos relacionados com esses relatórios, incluindo:

(a) comunicações entre a administração e os responsáveis da governança; e (b) comunicações externas, tais como as comunicações com os órgãos reguladores.

5.3.4 Atividades de Controle O auditor deve obter entendimento das atividades de controle relevantes para a auditoria, que são aquelas as quais o auditor julga necessário entender para avaliar os riscos de distorção relevante no nível da afirmação e desenhar procedimentos adicionais de auditoria em resposta aos riscos avaliados. Uma auditoria não requer entendimento de todas as atividades de controle relacionadas a cada classe significativa de transações, saldo de conta e divulgação nas demonstrações contábeis ou a toda afirmação relevante nessas demonstrações. No entendimento das atividades de controle da entidade, o auditor deve obter entendimento de como a entidade respondeu aos riscos decorrentes de TI.

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5.3.5 Monitoramento dos Controles O auditor deve obter entendimento das principais atividades que a entidade utiliza para monitorar o controle interno sobre as demonstrações contábeis, inclusive aquelas relacionadas com as atividades de controle relevantes para a auditoria, e como a entidade inicia ações corretivas para as deficiências nos seus controles. Se a entidade tem a função de auditoria interna, o auditor deve obter entendimento dos seguintes assuntos para determinar se a auditoria interna é relevante para a auditoria:

(a) a natureza da responsabilidade da função de auditoria interna e como ela está posicionada na estrutura organizacional da entidade; e

(b) as atividades realizadas, ou a serem realizadas, pela função de auditoria interna. O termo “Função ou Departamento de auditoria interna” é definido no item 7(a) da NBC TA 610 – Utilização do Trabalho de Auditoria Interna, da seguinte forma: “Uma atividade de avaliação estabelecida ou fornecida como um serviço para a entidade. Suas funções incluem, entre outras: exame, avaliação e monitoramento da adequação e efetividade do controle interno”. O auditor deve obter entendimento das fontes das informações usadas nas atividades de monitoramento da entidade e do embasamento sobre o qual a administração considera as informações suficientemente confiáveis para esse propósito. Quanto mais efetivos forem os controles internos, menor o número e a profundidade de testes que serão aplicados ao objeto de auditoria. 5.4 Comunicação das deficiências significativas de controle interno Nesse ponto a NBC TA 265 é bastante clara. O auditor deve comunicar tempestivamente por escrito as deficiências significativas de controle interno identificadas durante a auditoria aos responsáveis pela governança. Ele também deve comunicar tempestivamente à administração no nível apropriado de responsabilidade:

(a) por escrito, as deficiências significativas de controle interno que o auditor comunicou ou pretende comunicar aos responsáveis pela governança, a menos que não seja apropriado nas circunstâncias comunicar diretamente à administração; e (b) outras deficiências de controle interno identificadas durante a auditoria que não foram comunicadas à administração ou a outras partes e que, no julgamento profissional do auditor, são de importância suficiente para merecer a atenção da administração.

6. Risco de Auditoria Risco de Distorção Relevante (Risco Inerente + Risco de Controle) e de Risco de Detecção Franco e Marra (2011) esclarecem que a auditoria é um trabalho complexo, que envolve a aplicação de sofisticados procedimentos, o que torna inevitável que haja um certo grau de risco de que erros ou irregularidades existentes possam não ser detectados durante o processo.

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O auditor não é obrigado a identificar a totalidade dos erros existentes nas atividades auditadas, mesmo porque sabemos que seu trabalho sofre limitações quanto aos recursos disponíveis, em comparação com a gama de atribuições a que é submetido. Quando os erros não são significativos, não há tanto problema. Entretanto, quando forem relevantes e não tenham sido descobertos, esse fato pode prejudicar a confiabilidade em seu trabalho. Assim, faz-se necessário o conhecimento das diversas variáveis envolvidas no risco de auditoria, para que se possa minimizar seus efeitos. A NBC TA 200 define Risco de Auditoria como sendo o “risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção”. (grifamos) Trouxemos a definição literal da norma, porque veremos na resolução das questões que várias delas cobram apenas isso do candidato.

Tipos de Risco Risco de detecção: É o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções. Risco de distorção relevante: É o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois componentes, descritos a seguir no nível das afirmações: • Risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou

divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados.

• Risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classe

de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade.

Em outras palavras, o risco inerente não depende da atuação do controle interno ou da auditoria. Ele vai existir pela simples existência do processo ou entidade a ser auditado. Nesse ponto, não se consideram a existência dos controles ou do trabalho do auditor. Ou seja, não estamos falando em controle e auditoria. O risco de controle diz respeito ao trabalho do controle interno. É o risco de que, mesmo que os controles sejam efetivos, não consigam evitar ou detectar um erro ou fraude no processo. Como exemplo, vamos citar um processo de compra no qual, ainda que haja a devida segregação de funções entre os responsáveis (um dos princípios do controle interno), pode envolver fraude não detectada, elaborada por meio de conluio entre dois ou mais funcionários. Por fim, o risco de detecção está diretamente relacionado ao trabalho do auditor. Como já vimos, em vista das limitações naturais a que um trabalho de auditoria está submetido, é possível que o auditor não detecte erros e fraudes no processo, ainda que pareçam graves. Risco de Auditoria = Risco de Distorção Relevante x Risco de Detecção

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A possibilidade de ocorrência de tais riscos deve ser analisada e avaliada por ocasião do planejamento da auditoria, para que sejam incluídos, nos programas, procedimentos específicos para detectá-los. Quanto maior for o grau de adequação dos controles internos administrativos, menor será a vulnerabilidade dos riscos inerentes à gestão propriamente dita. Risco de Detecção: É o risco do auditor! Riscos de Controle e Inerente: Existem independente do auditor.

Importante!

Há uma relação inversa entre o risco de detecção e os riscos de distorção relevante (inerente e controle). Quanto maior o risco de distorção relevante, menor os riscos de detecção a serem aceitos pelo auditor.

A avaliação do risco de controle pelo auditor é:

Alto (2) Médio Baixo

Alto (3) Menor

(1) Menor Médio

Médio Menor Médio Maior

A avaliação do risco inerente pelo auditor é:

Baixo Médio Maior Maior

Obs.: os números (1), (2) e (3) são apenas para fins de explicação. Explicando o quadro anterior. Dos quadrantes mais escuros, vamos nos concentrar no número (1). Se a avaliação, pelo auditor, do risco de controle, é alta (2), assim como a do risco inerente (3), o auditor irá aceitar um menor risco de detecção. Lembrem-se de que o auditor só pode influir no risco de detecção. Os outros existem independentemente da presença do auditor. Há também uma relação inversa entre o risco de auditoria e o nível estabelecido de relevância, isto é, quanto menor for o nível estabelecido de relevância, maior será o risco de auditoria e vice-versa. Como assim?

Se o auditor considera um item da demonstração financeira auditada relevante, ele aplicará mais testes de auditoria, reduzindo, dessa forma, o risco de detecção que, como sabemos, é o risco do auditor. Como o risco

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de auditoria é função do risco de detecção e do risco de distorção relevante, se um desses riscos diminui, o risco de auditoria também diminuirá. Portanto, quanto maior a relevância, menor o risco de auditoria. Plano de Auditoria baseado no risco De acordo com Castro (2009), a Auditoria baseada no risco busca direcionar o foco do trabalho, a fim de avaliar as tendências e as condições que a entidade possui para atingir seus resultados. Para estabelecer o grau de priorização dos trabalhos da auditoria, utilizando a filosofia do risco, devemos analisar os seguintes fatores: a materialidade, a relevância e a criticidade. A materialidade ($$$) está relacionada ao montante de recursos financeiros envolvidos em determinada operação da entidade. A relevância significa a importância relativa ou papel desempenhado por uma determinada questão, situação ou unidade, existentes em um dado contexto, e deve ser considerada pelo auditor quando determinar a natureza, a extensão e oportunidade dos procedimentos de auditoria. Sobre criticidade, trata de certa fragilidade identificada nos controles internos, que podem ser consideradas como risco. Os demais conceitos serão tratados em tópico específico. Após a relação e classificação dos fatores de risco, deve ser estabelecido o grau de impacto e a probabilidade da ocorrência, elaborando-se uma matriz de probabilidade e impacto, que é um dos instrumentos mais utilizados em gestão de riscos, na análise qualitativa, priorizando os riscos. Seguem dois exemplos de matriz de probabilidade e impacto: 1)

2)

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Nesse ponto, alguns de você poderiam pensar: mas avaliar a probabilidade e o impacto de um risco não é uma tarefa muito subjetiva? Concordamos. Entretanto, lembrem-se de que risco é evento negativo, futuro e incerto (ou seja, ainda não ocorreu e nem sabemos se vai mesmo ocorrer). Assim, fica difícil estabelecer uma forma mais objetiva de se priorizar as atividades de auditoria baseada no risco. Tem que ser por estimativa mesmo. RISCO é evento negativo, futuro e incerto (ou seja, ainda não ocorreu e nem sabemos se vai mesmo ocorrer). Se na questão constar um evento que já tenha ocorrido, não estamos mais falando de risco. Isso tudo serve para priorizar os riscos mais significativos, possibilitando o foco nas áreas a serem auditadas. Um ponto que sempre gostamos de ressaltar nas aulas é o seguinte: a identificação dos riscos é responsabilidade da administração da entidade, e não dos auditores internos. O papel da auditoria interna, nesse caso, é garantir que os riscos identificados estejam sendo adequadamente controlados. De acordo com a NBC TA 315 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante –, o auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante:

(a) no nível das demonstrações contábeis; e (b) no nível de afirmação para classes de transações, saldos de conta e divulgações, para fornecer

uma base para a concepção e a execução de procedimentos adicionais de auditoria. Para este propósito, o auditor deve:

• identificar riscos ao longo de todo o processo de obtenção do entendimento da entidade e do seu ambiente;

• avaliar os riscos identificados e avaliar se eles se relacionam de forma generalizada às demonstrações contábeis como um todo;

• relacionar os riscos identificados aos controles relevantes que o auditor pretende testar; e • considerar a probabilidade de distorção e se a distorção potencial é de magnitude que possa

resultar em distorção relevante. Risco que exige consideração especial da auditoria

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Como parte da avaliação de riscos, o auditor deve determinar se qualquer um dos riscos identificados é, no seu julgamento, um risco significativo. Ao exercer esse julgamento, o auditor deve excluir os efeitos dos controles identificados relacionados ao risco. Ao exercer o julgamento quanto a quais riscos são significativos, o auditor deve considerar pelo menos o seguinte:

(a) se o risco é um risco de fraude; (b) se o risco está relacionado com desenvolvimentos significativos recentes, econômicos,

contábeis ou de outro tipo, e que, portanto, exijam atenção específica; (c) a complexidade das transações; (d) se o risco envolve transações significativas com partes relacionadas; (e) o grau de subjetividade na mensuração das informações contábeis relacionadas ao risco,

especialmente as mensurações que envolvam uma vasta gama de incerteza de mensuração; e (f) se o risco envolve transações significativas que estejam fora do curso normal do negócio para

a entidade ou que de outra forma pareçam não usual. Se o auditor determinou que existe risco significativo, deve obter entendimento dos controles da entidade, inclusive das atividades de controle, relevantes para esse risco. Existem riscos para o qual os procedimentos substantivos (sobre o sistema contábil) sozinhos não fornecem evidências de auditoria suficientes e apropriadas. Tais riscos podem relacionar-se com registro impreciso ou incompleto de classes de transações rotineiras e significativas ou saldos de contas, cujas características frequentemente permitem processamento altamente automatizado, com pouca ou nenhuma intervenção manual. Em tais casos, os controles da entidade sobre esses riscos são relevantes para a auditoria e o auditor deve obter entendimento deles. Revisão da avaliação de risco A avaliação pelo auditor dos riscos de distorção relevante pode mudar durante o curso da auditoria, à medida que evidências adicionais de auditoria são obtidas. Nas circunstâncias em que o auditor obtém evidências de auditoria executando procedimentos adicionais, ou se são obtidas novas informações, incompatíveis com as evidências de auditoria em que o auditor originalmente baseou a avaliação, o auditor deve revisar a avaliação e, portanto, modificar os procedimentos adicionais de auditoria planejados. 7. Fraudes, erro e a responsabilidade do auditor Em regra, as normas de auditoria costumam referir-se a erro e fraude, cuja distinção fundamental se baseia no caráter involuntário ou não de um e de outro. Entende-se por erro, ato não voluntário, não intencional, resultante de omissão, desconhecimento, imperícia, imprudência, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de documentos, registros ou demonstrações. Existe apenas culpa, pois não há intenção de causar dano.

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O termo fraude, por sua vez, refere-se a ato voluntário, intencional, resultante de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, informações, registros e demonstrações. Existe dolo, pois há intenção de causar algum tipo de dano. A fraude pode ser caracterizada, por exemplo, pelas seguintes práticas: a) manipulação, falsificação ou alteração, em todo ou em parte, de documentos, registros e transações; b) supressão ou omissão de documentos, registros e transações; c) acréscimo de documentos, registros e transações sem comprovação; d) aplicação de práticas indevidas. A NBC TA 240 é a norma que trata, atualmente, da responsabilidade do auditor em relação a fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. Segundo a norma, as distorções nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro. O fator distintivo entre fraude e erro, como vimos, está no fato de ser intencional ou não intencional a ação subjacente que resulta em distorção. Dois tipos de distorções intencionais (fraudes) são pertinentes para o auditor – distorções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e da apropriação indébita de ativos. Atenção: a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração. É importante que a administração, com a supervisão geral dos responsáveis pela governança, enfatize a prevenção da fraude, o que pode reduzir as oportunidades de sua ocorrência, e a dissuasão da fraude, o que pode persuadir os indivíduos a não perpetrar fraude por causa da probabilidade de detecção e punição. Isso envolve um compromisso de criar uma cultura de honestidade e comportamento ético, que pode ser reforçado por supervisão ativa dos responsáveis pela governança. O auditor , por sua vez, é responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro. Como descrito na NBC TA 200, o risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do que o risco de não ser detectada uma fraude decorrente de erro. Isso porque a fraude pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la. O conluio pode levar o auditor a acreditar que a evidência é persuasiva, quando, na verdade, ela é falsa. A capacidade do auditor de detectar uma fraude depende de alguns fatores, tais como a habilidade do perpetrador, a frequência e a extensão da manipulação, o grau de conluio, a dimensão relativa dos valores manipulados e a posição dos indivíduos envolvidos. Embora o auditor possa ser capaz de identificar oportunidades potenciais de perpetração de fraude, é difícil para ele determinar se as distorções em áreas de julgamento como estimativas contábeis foram causadas por fraude ou erro. Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de manter atitude de ceticismo profissional durante a auditoria, considerando o potencial de burlar os controles pela administração. Os objetivos do auditor são:

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(a) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante decorrente de fraude; (b) obter evidências suficientes e apropriadas sobre os riscos de distorção relevante decorrente de

fraude; e (c) responder adequadamente face à suspeita de fraudes.

Assim, segundo a NBC TA 240, fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal. Os fatores de risco de fraude são classificados com base em três condições, que geralmente estão presentes quando há fraude:

• Incentivo ou pressão para perpetrar fraude.

• Oportunidade percebida de cometer fraude.

• Capacidade de racionalizar a ação fraudulenta.

Comunicação de fraude aos responsáveis

Em relação à comunicação do auditor com os responsáveis pela governança, cabe ressaltar que pode ser feita verbalmente ou por escrito. Devido à natureza e sensibilidade da fraude que envolve a alta administração, ou da fraude que resulta em distorção relevante nas demonstrações contábeis, o auditor relata tais assuntos tempestivamente e pode considerar necessário também relatá-los por escrito.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / CVM / 2010) - A respeito de planejamento na realização de auditorias é correto afirmar: a) é a fase inicial dos trabalhos e deve ser concluída antes que as equipes específicas e/ou especializadas iniciem suas avaliações. b) constitui-se nos trabalhos iniciais de coleta de informações a respeito da entidade a ser auditada e dos mecanismos de controle existentes.

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c) não é uma fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo, que muitas vezes começa logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior, continuando até a conclusão do trabalho de auditoria atual. d) é a fase em que participa, além da equipe de auditoria, toda a área de gestão e governança da entidade, em especial, a área responsável pela elaboração das demonstrações contábeis. e) consiste em definir as estratégias gerais e o plano de trabalho antes do início de qualquer atividade de avaliação e revisão das demonstrações. 2 - (ESAF/TCE-GO-Auditor/2007) - Todas as opções abaixo são importantes recomendações acerca do planejamento da auditoria, exceto uma. Aponte a única opção falsa. a) O planejamento e os programas de trabalho não devem ser revisados mesmo que novos fatos o recomendarem. b) O programa de auditoria deve ser detalhado de forma a servir como guia e meio de controle do progresso dos trabalhos. c) O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre o ramo de atividade, negócios e práticas operacionais da entidade. d) O auditor deve documentar seu planejamento geral e preparar programa de trabalho por escrito, detalhando o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados. e) O planejamento da auditoria, quando incluir a designação de equipe técnica, deve prever a orientação e supervisão do auditor, que assumirá total responsabilidade pelos trabalhos executados. 3 - (ESAF/CGU-AFC-2006) - Como objetivo do Planejamento da Auditoria não se pode incluir: a) obter conhecimento das atividades da entidade, para identificar eventos e transações relevantes que afetem as Demonstrações Contábeis. b) propiciar o cumprimento dos serviços contratados com a entidade dentro dos prazos e compromissos previamente estabelecidos. c) assegurar que as áreas importantes da entidade e os valores relevantes contidos em suas demonstrações contábeis recebam a atenção requerida. d) identificar meios para aumento dos lucros da entidade. e) identificar a legislação aplicável à entidade. 4 - (ESAF/CGU/AFC/2006) - Quando for realizada uma auditoria, pela primeira vez, na entidade, ou quando as Demonstrações Contábeis do exercício anterior tenham sido examinadas por outro auditor independente, o planejamento da auditoria deve contemplar os seguintes procedimentos, exceto: A) a obtenção de evidências suficientes de que os saldos de abertura do exercício não contenham representações errôneas ou inconsistentes que, de alguma maneira, distorçam as Demonstrações Contábeis do exercício atual. B) o exame da adequação dos saldos de abertura do exercício anterior com os saldos de encerramento do exercício atual. C) a verificação se as práticas contábeis adotadas no atual exercício são uniformes com as adotadas no exercício anterior. D) a identificação de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade e sua situação patrimonial e financeira. E) a identificação de relevantes eventos subseqüentes ao exercício anterior, revelados ou não-revelados. 5 - (ESAF/Contador/2006) - No processo de planejamento de auditoria, pode-se afirmar que o auditor não deve: A) avaliar o nível geral da atividade econômica na área em que a empresa esteja atuando e os fatores econômicos que podem afetar o seu negócio. B) ter conhecimento prévio das informações que a entidade tenha que prestar ou informar a terceiros. C) conhecer as modalidades de inventários físicos e financeiros e a periodicidade que são realizados.

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D) analisar as formas de relacionamentos com empresas coligadas e controladas ou a existência de outras partes relacionadas. E) restringir as avaliações e os testes a serem aplicados à quantidade de horas planejadas ou contratadas. 6 - (ENAP/Contador/2006/ESAF) - Para ser eficiente e eficaz o sistema de controle interno deve contemplar diversos elementos, entre os quais: a) acesso livre a utilização de recursos, rodízio de funções e permeabilidade de acesso aos recursos. b) funções fixas, auditoria interna vinculada à administração patrimonial, registros apropriados e oportunos de transações. c) rodízio de funções, restrição ao acesso e utilização de recursos e auditoria interna vinculada à alta administração. d) permeabilidade de acesso aos recursos, rodízio de funções e registros apropriados e oportunos de transações. e) concentração de funções, auditoria interna vinculada à administração patrimonial e acesso livre à utilização de recursos. 7 - (CGU/AFC/2006/ESAF) - Como conjunto de regras, diretrizes e sistemas, os princípios de Controle Interno Administrativo visam ao atingimento, entre outros, dos seguintes objetivos específicos, exceto: a) Segregação de funções. b) Delegação de poderes. c) Controle sobre as transações. d) Política salarial diferenciada para os auditores. e) Aderência a diretrizes e normas legais. 8 - (ESAF / RFB / 2012) - O auditor externo, ao realizar seu trabalho na empresa Expansão S.A., identificou vários pontos com não conformidades nos controles internos. Com relação a esses pontos, deve o auditor: a) documentá-los em seus papeis de trabalho, para apresentação à administração quando solicitado. b) evidenciá-los no relatório de auditoria, demonstrando os efeitos nas demonstrações contábeis. c) exigir a elaboração de notas explicativas, evidenciando o impacto nas demonstrações contábeis. d) encaminhar às diretorias responsáveis das áreas onde foram apontadas as não conformidades, determinando a correção dos erros, antes da emissão do relatório de auditoria. e) comunicar à administração por meio de carta, relatando os pontos de deficiências encontradas.

9 - (ESAF / CVM / 2010) - Na comunicação das deficiências do controle interno, o auditor deve explicitar que: a) as deficiências observadas têm relação direta com a elaboração das demonstrações contábeis e são suficientes para comprometer o funcionamento da entidade. b) os assuntos comunicados estão limitados às deficiências que o auditor identificou durante a auditoria e concluiu serem de importância suficiente para comunicar aos responsáveis pela governança. c) o exame efetuado nos controles internos, embora relacionados com as demonstrações contábeis, se estenderam para além do limite destas. d) os controles internos avaliados demonstram que a organização necessita desenvolver programas de governança nas áreas financeiras e contábeis. e) as distorções detectadas decorreram única e exclusivamente das deficiências desse controle detectados como falhos. 10 - (ESAF / CVM / 2010) - Segundo as normas de auditoria vigentes, risco de auditoria pode ser caracterizado como: a) o risco de haver insuficiência de informações sobre determinada transação nas demonstrações contábeis sem que o auditor possa perceber.

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b) possibilidade de ser o trabalho do auditor inviabilizado pela inexistência de informações confiáveis para o trabalho. c) o risco de o Controle Interno não ter detectado a tempo uma falha que leva a entidade a elaborar demonstrações contábeis distorcidas. d) o risco de o auditor expressar uma opinião de auditoria inadequada, quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. e) possibilidade de o auditor emitir parecer sem ressalvas, quando distorções relevantes nas demonstrações contábeis forem intencionalmente encobertas. 11 - (ESAF / SUSEP / 2010) - Com relação aos níveis de relevância determinados em um processo de auditoria externa, é verdadeiro afirmar que: a) o processo de avaliação de relevância deve sempre considerar os níveis de risco e as distorções identificadas, não sendo permitido considerar nos limites eventuais distorções não identificadas ou projetadas. b) o auditor, em nenhuma hipótese, pode estabelecer nível de relevância abaixo dos determinados no planejamento. c) não se devem considerar as avaliações de risco e relevância no seu conjunto, sendo sempre avaliadas individualmente. d) os níveis de relevância estabelecidos no planejamento devem ser mantidos, independentemente dos fatores encontrados, durante a realização dos trabalhos. e) se a administração da entidade auditada negar-se a ajustar as demonstrações contábeis e os procedimentos de auditoria adicionais, de forma a não permitir concluir que o montante agregado das distorções seja irrelevante, deve o auditor considerar os efeitos no seu parecer. 12 - (ESAF / RFB / 2012) - O auditor externo, ao ser contratado para auditar o Hotel Paraíso Azul S.A., constata em seus registros que a ocupação média do hotel é de 90% dos quartos. 50% das contas dos hóspedes foram pagas em dinheiro e os livros não identificam parte dos hóspedes. O sindicato dos hotéis da região divulgou, em relatório atualizado, que a ocupação dos hotéis na região não ultrapassa 70%. O noticiário da região dá indícios que vários negócios estão sendo usados para lavagem de dinheiro. A situação apresentada pode evidenciar para o auditor um risco: a) de negócio e detecção. b) de fraude e de controle. c) de distorção relevante e de controle. d) de detecção e distorção relevante. e) residual e de fraude. 13 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Sobre os temas ‘risco de auditoria’ e ‘relevância’, é correto afirmar que: a) quanto menor for a relevância, maior será o risco. b) quanto menor for o risco, menor será a relevância. c) não existe relação entre risco e relevância. d) quanto maior for a relevância, maior será o risco. e) quanto maior for o risco, maior será a relevância. 14 - (ESAF / CGU / 2008) - De acordo com a NBC-T-11, Risco de Auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas. Nesse contexto, há risco de auditoria nos seguintes casos, exceto: a) na possibilidade de o auditor considerar os controles internos eficientes quando na realidade não são. b) na possibilidade de o auditor considerar incorreto o saldo de uma conta quando na realidade este saldo esteja correto. c) na possibilidade de o auditor considerar os controles internos ineficientes quando na realidade são.

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d) na possibilidade de o auditor considerar correto o saldo de uma conta quando na realidade este saldo esteja incorreto. e) na possibilidade de o auditor considerar os controles internos ineficientes quando na realidade não são. 15 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Por ser um ato não-intencional na elaboração de registros e demonstrações contábeis, é correto afirmar que se trata de um erro: a) a alteração de documentos visando modificar os registros de ativos, passivos e resultados. b) a apropriação indébita de ativos. c) a supressão ou omissão de transações nos registros contábeis. d) o registro de transações sem comprovação. e) a aplicação incorreta das normas contábeis. 16 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor interno, ao realizar seus procedimentos e testes de auditoria, quanto à identificação de fraudes e erros, evidencia três fatos: I. O departamento fiscal da empresa, com o objetivo de reduzir o volume de impostos a recolher, cadastrou no sistema de faturamento, a alíquota do IPI que deveria ser de 11%, com o percentual de 5%. II. Ao analisar a folha de pagamentos, evidenciou funcionários demitidos, constando do cálculo da folha, sendo que a conta a ser creditado o pagamento, destes funcionários, pertencia a outro colaborador do departamento pessoal. III. O contador da empresa, ao definir a vida útil da máquina que foi introduzida em linha de produção nova, estabeleceu alíquota, estimando a produção de um milhão de unidades, nos próximos 5 anos. O projeto foi revisto e se reestimou para 10 anos. Assinale a opção correta, levando em consideração os fatos acima narrados. a) Fraude, fraude e erro. b) Erro, erro e erro. c) Erro, fraude e erro. d) Fraude, fraude e fraude. e) Fraude, erro e erro. 17 - (ESAF / PMRJ / 2010) - Assinale a opção falsa a respeito dos assuntos que, se bem equacionados, ajudam o auditor a reduzir o risco de detecção em uma auditoria. a) Formação de equipes de trabalho com pessoal preparado. b) Revisão e supervisão dos trabalhos de auditoria realizados. c) Aplicação do ceticismo profissional. d) Planejamento adequado dos trabalhos de auditoria. e) Diminuição do escopo de exame e redução do número de transações. 18 - (ESAF / TCU / 2006) - O auditor interno ao realizar o processo de avaliação das rotinas a seguir, constata que: I. uma nota fiscal de compras de material de escritório, que o analista contábil havia guardado em sua gaveta para posterior registro, não foi lançada; II. em virtude de problemas no setor de faturamento da empresa, o gerente de logística, que tinha urgência em realizar a entrega da mercadoria a um cliente especial, utilizou uma nota fiscal de um outro cliente que já havia recebido a mercadoria com a mesma especificação e quantidade para atender essa urgência; III. o gerente de tecnologia da informação, por solicitação do departamento de contabilidade, ajustou o sistema de estoques para que, todas as vezes em que o saldo de mercadorias no sistema estiver abaixo da quantidade vendida, sejam baixados somente os itens existentes no sistema. Com base nas considerações anteriores e de acordo com as definições convencionadas de fraude e erro, podemos afirmar que houve, respectivamente: a) I. Fraude; II. Fraude; III. Fraude b) I. Erro; II. Erro; III. Fraude

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c) I. Erro; II. Erro; III. Erro d) I. Fraude; II. Fraude; III. Erro e) I. Erro; II. Fraude; III. Fraude 19 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - Ao confrontar-se com as situações a seguir expostas, o auditor as classificaria como uma situação: I. Um funcionário da Contabilidade, com três períodos de férias não gozados, constantes da folha de pagamentos e da provisão de férias reconhecendo os valores a serem recebidos. II. Contrato vigente de prestação de serviços de manutenção em ar condicionado. A empresa nunca possuiu este tipo de equipamento instalado em suas unidades. III. O diretor financeiro da empresa comercial Betal S.A. possui um prédio fora de operação e resolve alugá-lo por 5 anos, recebendo o aluguel a vista, mas com cláusula de devolução parcial, caso seja rescindido o contrato. O diretor financeiro juntamente com o contador determinam que seja contabilizado em Resultado de Exercícios Futuros. a) normal, fraude e erro. b) fraude, normal e normal. c) erro, normal e erro. d) fraude, fraude e normal. e) normal, fraude e fraude. 20 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - A empresa CompraVia Ltda. determinou que a partir do mês de dezembro as funções de pagamento das compras efetuadas passarão a ser feitas pelo departamento de compras, extinguindo-se o setor de Contas a Pagar. Esse procedimento afeta a eficácia da medida de controle interno denominada: a) confirmação. b) segregação. c) evidenciação. d) repartição. e) atribuição. 21 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - O sistema adquirido pela empresa Certifica S.A. continha um erro de parametrização interna, não registrando na contabilidade dez notas fiscais. O auditor ao realizar os testes de auditoria constata o erro. Esse risco de auditoria é denominado risco de: a) negócio. b) detecção. c) inerência. d) controle. e) estrutura. 22 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Na avaliação do risco de auditoria, quando na fase de planejamento, em nível específico, deve o auditor avaliar: a) a natureza e o volume das transações. b) o sistema de controles internos da entidade. c) as atividades da entidade. d) o sistema contábil da entidade. e) a qualidade da administração da entidade. 23 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - A relação custo versus benefício para a avaliação e determinação dos controles internos deve considerar que o custo dos controles internos de uma entidade: a) deve ser superior aos benefícios por ele gerados. b) não deve ser inferior aos benefícios por ele gerados.

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c) não deve ser igual ou inferior aos benefícios por ele gerados. d) deve ser superior ou igual aos benefícios por ele gerados. e) não deve ser superior aos benefícios por ele gerados. 24 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - São componentes inter-relacionados de controles internos, exceto o(a): a) ambiente de controle. b) avaliação de risco. c) atividades de controle. d) método de custos. e) monitoração. 25 - (CGU/AFC/2004/ESAF) - O auditor, ao realizar auditoria pela primeira vez em uma entidade, deverá contemplar os seguintes procedimentos, exceto: A) a verificação da uniformidade das práticas contábeis aplicadas nas demonstrações financeiras objeto da auditoria. B) o exame de adequação dos saldos finais do exercício anterior com os saldos iniciais do exercício atual, nas demonstrações financeiras objeto da auditoria. C) a identificação de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade objeto da auditoria. D) a realização dos trabalhos visando o cumprimento das horas negociadas, independente de evidenciar que as normas de auditoria foram aplicadas. E) a identificação de eventos subseqüentes relevantes ao exercício anterior às demonstrações financeiras objeto da auditoria. 26 - (CGU/AFC/2008/ESAF) - Assinale a opção que não representa princípio de controle interno administrativo. a) controle independente do custo b) instruções devidamente formalizadas c) controle sobre as transações d) aderência a diretrizes e normas legais e) segregação de funções 27 - (ESAF / RFB / 2003) - O risco de controle é o risco: a) de o auditor deixar de realizar um procedimento de auditoria, que levará a divergências relevantes nas demonstrações contábeis. b) de associar a empresa a um cliente sem credibilidade e ter sua imagem confundida com a imagem do cliente. c) de que os sistemas contábeis e de controle interno deixem de detectar uma distorção de saldo que poderia ser relevante. d) de que os sistemas administrativos e o auditor deixem de avaliar as demonstrações contábeis. e) de o auditor emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre as demonstrações contábeis e estas apresentarem uma situação enganosa ao mercado. 28 - (ESAF / RFB / 2003) - A avaliação dos controles internos compreende: a) suposição e presunção de que os procedimentos e métodos estabelecidos e um grau razoável de segurança de que estes não estão sendo aplicados e funcionando conforme o previsto. b) conhecimento e compreensão dos procedimentos e métodos estabelecidos e um grau razoável de insegurança de que estes estão sendo aplicados e não estão funcionando conforme o previsto. c) suposição e presunção de que os procedimentos e métodos estabelecidos e um grau elevado de insegurança de que estes estão sendo aplicados e funcionando conforme o previsto. d) certeza e compreensão dos procedimentos e métodos estabelecidos e um grau razoável de segurança de que estes estão sendo aplicados e não funcionando conforme o previsto.

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e) conhecimento e compreensão dos procedimentos e métodos estabelecidos e um grau razoável de segurança de que estes estão sendo aplicados e funcionando conforme o previsto. 29 - (FCC / MPE PE / 2012) – É correto afirmar que o: (A) risco de auditoria independe do planejamento eficaz dos trabalhos a serem desenvolvidos na entidade. (B) risco de detecção aumenta quando se utilizam técnicas de amostragem adequadas para aplicação de testes substantivos em um grande número de itens auditados. (C) risco inerente em auditoria é sempre o mesmo qualquer que seja a atividade da entidade e as classes de transações e saldos que serão examinados pelo auditor. (D) risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção. (E) processo da auditoria independente não sofre limitações inerentes ao próprio trabalho a ser desenvolvido e, portanto, não há risco de auditoria. 30 - (FCC / TRT 6ª Região / 2012) – A empresa Condor S.A. atua no segmento de crédito pessoal, com financiamentos de até R$ 30.000,00. Como sua política de análise de crédito é bastante flexível, possui um volume de operações grande, fazendo com que as perdas por inadimplência sejam absorvidas pelas operações. Como a política comercial é atuar junto a grandes lojas de varejo, a empresa concede aos inadimplentes, 80% de perdão nas multas e juros, concedido pelo próprio colaborador no caixa, desde que o cliente venha até as lojas parceiras para quitar os débitos. O auditor constatou que devido à facilidade da concessão dos descontos, os funcionários passaram a se apropriar das quitações em dinheiro feita pelos inadimplentes, dando o desconto e ficando com o dinheiro. Segundo os conceitos de auditoria externa, referida fraude evidencia um risco de: (A) detecção. (B) controle. (C) monitoramento. (D) inerente. (E) operações. 31 - (FCC / ARCE-CE / 2012) – É INCORRETO afirmar: (A) As demonstrações financeiras das companhias abertas devem ser obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários. (B) O auditor deve reduzir o risco de auditoria a zero, e, portanto, obter segurança absoluta de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante devido a fraude ou erro. (C) O objetivo de uma auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. (D) As demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela administração, com supervisão geral dos responsáveis pela governança. (E) Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. 32 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – Nas atividades de planejamento o auditor deve estabelecer uma estratégia global definindo o alcance, a época e a direção para o desenvolvimento do plano de auditoria. A respeito do planejamento da auditoria, assinale a afirmativa incorreta. a) O auditor deve identificar as características do trabalho para definir o seu alcance, bem como definir os

objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações requeridas.

b) O auditor deve considerar os fatores que no seu julgamento profissional são significativos para orientar os esforços da equipe do trabalho e determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho.

c) O auditor deve considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando for o caso, a relevância do conhecimento obtido em outros trabalhos.

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d) O auditor deve desenvolver o plano de auditoria e nele deve incluir a descrição da natureza, a época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco.

e) O auditor deve atualizar e alterar a estratégia global e o plano de auditoria, para definir o tipo de técnica e os procedimentos aplicáveis na revisão do seu trabalho.

33 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - NÃO é objetivo de um programa de auditoria: a) traçar o roteiro de execução de um ponto de auditoria. b) conduzir o auditor na aplicação dos procedimentos técnicos de auditoria. c) propiciar o controle e progresso a ser alcançado no decorrer da execução das tarefas de auditoria. d) evitar que alguma tarefa de auditoria deixe de ser executada. e) estimar o tempo necessário para realização da auditoria. 34 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - A atividade de planejamento é fundamental em qualquer atividade, revelando-se a etapa mais importante do ciclo administrativo (planejar, organizar, coordenar e controlar), segundo Henry Fayol (Teoria Clássica da Administração). Isso ocorre em função de o planejamento considerar a definição de um objetivo, dos caminhos alternativos para atingi-lo, da escolha (processo decisório) e da formulação de um plano de ação. Sobretudo na auditoria, tendo em vista o número de transações a serem validadas, de áreas a serem testadas, de saldos a serem verificados, o planejamento bem elaborado contribui para a otimização da aplicação dos recursos materiais e humanos (evitando desperdícios) e para minimização dos riscos de auditoria. Dessa forma, embora não seja garantia de sucesso, o planejamento, quando bem elaborado, minimiza o risco de o trabalho ser ineficaz e ineficiente. O planejamento na auditoria é dinâmico, ou seja, uma vez elaborado, deve ser revisado sempre que surgirem novas circunstâncias ou os resultados apontarem para uma direção diferente da leitura feita inicialmente. Nesse sentido, o planejamento deverá ser revisto, por exemplo, quando os testes substantivos revelarem uma quantidade de erros superior àquela prevista quando do levantamento do controle interno. Quando da auditoria pela primeira vez, alguns cuidados especiais de planejamento devem ser observados, tais como os listados a seguir, À EXCEÇÃO DE UM. Assinale-o. a) leitura dos relatórios de auditoria anteriores (como mecanismo de “conhecimento” da auditada). b) uniformidade de critérios contábeis (uma vez que pode ter havido alterações de um exercício para o

outro, tais como mudança no método de avaliação de estoques, uso de reavaliação, mudança no critério de tributação – lucro presumido para real, por exemplo).

c) valor da cotação da ação investida na bolsa de valores, se companhia aberta. d) identificação de relevantes eventos subsequentes ocorridos após a data-base do exercício, revelados ou

não. e) levantamento das principais alterações ocorridas no sistema de controle interno. 35 - (CESPE / TCE/TO / 2009) - A auditoria interna é exercida nas pessoas jurídicas em geral, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras. Vários aspectos são peculiares e relevantes no planejamento dos trabalhos, como: a) a impossibilidade de contar com outros especialistas. b) a necessidade de documentar o planejamento e explicar em detalhes os procedimentos a serem aplicados. c) a possibilidade de desconhecimento das políticas e estratégias da entidade. d) a necessidade de neutralizar as expectativas da administração. e) a conveniência de não modificar os programas de trabalho. 36 - (CESPE / UNIPAMPA / 2009)- O programa de auditoria deve ser estruturado de forma que possa ser específico ou padronizado. O programa específico é mais apropriado para atividades que não se alterem ao longo do tempo ou para situações que contenham dados e informações similares. Julgue CERTO ou ERRADO.

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37 - (CESGRANRIO/PETROBRÁS/2011) - Antes do início da auditoria, a equipe deve programar o trabalho de forma objetiva e eficaz. O programa de trabalho é um dos papéis utilizados como ferramenta valiosa nessa função, no qual estão contidos os (as) (A) procedimentos de auditoria, a identificação dos auditores responsáveis e os campos para referências, observações e data de execução dos procedimentos. (B) fluxos, as normas, as políticas e os objetivos dos processos escolhidos para serem auditados e a aprovação formal dos gestores responsáveis por cada processo. (C) nomes dos funcionários auditados com a identificação pessoal de cada um ao lado dos procedimentos de auditoria executados e ordenados por data de nascimento. (D) perguntas que serão realizadas durante as entrevistas de controles internos e a metodologia utilizada durante a auditoria. (E) normas de auditoria aplicáveis ao trabalho a ser executado de acordo com a programação anual. 38 - (CESGRANRIO/PETROBRÁS/2011) - As normas de auditoria estabelecem que o auditor deve avaliar o sistema de controles internos a fim de determinara natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria. A esse respeito, considere os procedimentos a seguir. I - Implementar novos controles internos que, porventura, estiverem faltando. II - Levantar e identificar o sistema de controle interno utilizado na empresa. III - Realizar o mapeamento de toda a organização, elaborando fluxos e normas de processo. IV - Verificar se o sistema levantado está realmente sendo utilizado pela empresa. V - Avaliar, por meio de testes, a eficácia dos controles internos utilizados. Durante a avaliação do sistema de controles internos, são deveres dos auditores APENAS os procedimentos apresentados em (A) I, II e V. (B) I, III e IV. (C) II, IV e V. (D) I, II, III e IV. (E) II, III, IV e V. 39 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - NÃO é objetivo de um programa de auditoria: a) traçar o roteiro de execução de um ponto de auditoria. b) conduzir o auditor na aplicação dos procedimentos técnicos de auditoria. c) propiciar o controle e progresso a ser alcançado no decorrer da execução das tarefas de auditoria. d) evitar que alguma tarefa de auditoria deixe de ser executada. e) estimar o tempo necessário para realização da auditoria. 40 - (CESPE / TCU / 2011) - A hipótese de o auditor se equivocar ao manifestar opinião de que as demonstrações contábeis contêm distorção relevante constitui, na acepção das normas brasileiras de contabilidade um tipo de risco considerado insignificante.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 C A D B E C D E 9 10 11 12 13 14 15 16 B D E B A C E A 17 18 19 20 21 22 23 24

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E E A B D A E D 25 26 27 28 29 30 31 32 D A C E D B B E 33 34 35 36 37 38 39 40 E C B E A C E C

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AULA 04: Concordância com os termos do trabalho de auditoria independente. Testes e procedimentos de auditoria. Evidenciação. 1. NBC TA 210 - Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria A NBC TA 210 trata da responsabilidade do auditor independente em estabelecer os termos de um trabalho de auditoria com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança, considerando que existem certas condições prévias a um trabalho de auditoria, que são de responsabilidade desses atores. 1.1 Objetivo Em relação ao assunto, o objetivo do auditor independente é aceitar ou continuar um trabalho de auditoria somente quando as condições em que esse trabalho deve ser realizado foram estabelecidas por meio de: (a) determinação da existência das condições prévias; e (b) confirmação de que há um entendimento comum entre o auditor independente e a administração sobre os termos do trabalho. Para fins das normas de auditoria, condições prévias a um trabalho de auditoria correspondem ao uso pela administração de uma estrutura de relatório financeiro aceitável na elaboração das demonstrações contábeis e a concordância da administração em relação ao pressuposto em que a auditoria é conduzida. Trabalhos de asseguração, que incluem trabalhos de auditoria, podem ser aceitos somente se o auditor independente considera que as exigências éticas relevantes, como independência e competência profissional, serão satisfeitas, e quando o trabalho apresenta certas características. 1.2 Condições prévias para uma auditoria Para determinar se existem as condições prévias a um trabalho de auditoria, o auditor independente deve: (a) determinar se a estrutura de relatório financeiro a ser aplicada na elaboração das demonstrações é aceitável. Para fins das normas de auditoria, a estrutura de relatório financeiro aplicável fornece os critérios que o auditor utiliza para examinar as demonstrações contábeis, incluindo, quando relevante, sua adequada apresentação. Os fatores relevantes para a aceitação pelo auditor da estrutura a ser aplicada na elaboração das demonstrações incluem:

• a natureza da entidade; • o objetivo das demonstrações contábeis; • a natureza das demonstrações contábeis.

Mas atenção: as deficiências na estrutura de relatório financeiro aplicável que indicam que a estrutura não é aceitável podem ser encontradas após a aceitação do trabalho de auditoria. Quando o uso dessa estrutura

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não for previsto em lei ou regulamento, a administração pode decidir adotar outra estrutura que seja aceitável, sendo estabelecidos novos termos para o trabalho de auditoria. (b) obter a concordância da administração de que ela reconhece e entende sua responsabilidade:

(i) pela elaboração das demonstrações contábeis; (ii) pelo controle interno; e (iii) fornecer ao auditor:

a. acesso a todas as informações relevantes; b. informações adicionais que o auditor pode solicitar da administração para fins da auditoria; e c. acesso irrestrito a pessoas da entidade que o auditor determina ser necessário.

Alguns aspectos relevantes: 1 - o conceito de auditoria independente requer que o papel do auditor não envolva assumir a responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis ou pelo respectivo controle interno da entidade. 2 - Na maioria dos casos, a administração é responsável pela execução enquanto os responsáveis pela governança, pela supervisão geral da administração. 3 - Um dos objetivos de se estabelecer os termos do trabalho de auditoria é evitar mal-entendidos sobre as responsabilidades da administração e do auditor. Se a administração ou os responsáveis pela governança impõem uma limitação no alcance do trabalho do auditor, nos termos de um trabalho de auditoria proposto, de modo que o auditor entenda que a limitação resultará na emissão de relatório com abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor não deve aceitar esse trabalho de natureza limitada como um trabalho de auditoria, a menos que exigido por lei ou regulamento. 1.3 Acordo sobre termos do trabalho de auditoria Os termos do trabalho de auditoria devem ser formalizados na carta de contratação de auditoria ou outra forma adequada de acordo por escrito, que devem incluir: (a) o objetivo e o alcance da auditoria; (b) as responsabilidades do auditor ; (c) as responsabilidades da administração; (d) a identificação da estrutura de relatório financeiro aplicável para a elaboração das demonstrações contábeis; e (e) referência à forma e ao conteúdo esperados dos relatórios do auditor e declaração de que podem ter forma e conteúdo diferentes do esperado. 1.4 Aceitação de mudança nos termos do trabalho Se os termos do trabalho de auditoria são alterados, o auditor e a administração devem concordar com os novos termos e formalizá-los na carta de contratação ou outra forma adequada de acordo por escrito.

Mas e se o auditor não concordar com a mudança? Bom, se o auditor não concordar com a mudança dos termos do trabalho de auditoria e a administração não permitir que ele continue o trabalho de auditoria original , o auditor deve: (a) retirar-se do trabalho de auditoria, quando permitido por lei ou regulamento aplicável; e

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(b) determinar se há alguma obrigação, contratual ou de outra forma, de relatar as circunstâncias a outras partes, como os responsáveis pela governança, proprietários ou reguladores. Um exemplo de mudança que pode ser considerada base razoável para solicitar uma mudança no trabalho de auditoria seria um mal-entendido sobre a natureza do serviço originalmente solicitado. 1.5 Outros assuntos que afetam a aceitação Se o auditor determinou que a estrutura de relatório financeiro prevista em lei ou regulamento não seria aceitável, exceto pelo fato de ser prevista em lei ou regulamento, o auditor deve aceitar o trabalho de auditoria somente nas seguintes condições:

(a) a administração concorda em fornecer divulgações adicionais; e (b) nos termos do trabalho de auditoria reconhecer que:

(i) o relatório do auditor independente incluirá um parágrafo de ênfase; e (ii) o auditor deva expressar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis usando as

frases “apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes”, como é o caso no Brasil, ou “apresentam uma visão verdadeira e justa” de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, a sua opinião sobre as demonstrações contábeis não incluirá essas frases.

Se as condições descritas acima não existem e o auditor , por exigência de lei ou regulamento, deve assumir o trabalho de auditoria, o auditor deve:

(a) avaliar o efeito, no seu relatório de auditoria, da natureza enganosa das demonstrações contábeis; e

(b) incluir referência apropriada sobre esse assunto nos termos do trabalho de auditoria. Pessoal, deixamos de apresentar exemplos de carta de contratação de auditoria para não aumentar demais a aula, e pelo fato de que não consideramos essencial para a prova, mas quem tiver interesse, há um apêndice na norma que exemplifica bem o assunto. É só procurar em http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001204. 2. NBC TA 500 - Evidência de Auditoria Como as bancas ainda estão se adequando às novas normas de auditoria, têm cobrado os assuntos de forma bastante literal. Por isso, antes de adentrarmos no tema Evidência de Auditoria, vamos ver alguns conceitos trazidos pela NBC TA 500. Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações contidas nos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras informações. Adequação da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, a sua relevância e confiabilidade para suportar as conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor. Suficiência da evidência de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria. A quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade da evidência de auditoria. Atenção! Geralmente, basta saber que qualidade está ligada à adequação e quantidade à suficiência para responder às questões. Entretanto, não podemos esquecer que a qualidade também vai influenciar a

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suficiência da evidência de auditoria. Quanto melhor for a qualidade da evidência, menor a quantidade necessária de evidências. Os documentos considerados como evidências podem ser:

� originais de ofícios, cartas, relatórios ou outros documentos emitidos pelo fiscalizado ou por terceiros endereçados à equipe;

� cópias de documentos devidamente autenticadas (“confere com o original”), exceto no caso de documentos publicados, para os quais é dispensada a autenticação;

� fotografias ou mídias contendo arquivos de dados, de vídeo ou de áudio; � extratos de entrevista; � consolidações de respostas a questionários; � planilhas de cálculos, quadros comparativos, demonstrativos e outras evidências construídas

pela equipe a partir de fontes de informação internas ou externas ao órgão/entidade fiscalizado.

As evidências testemunhais devem, sempre que possível, ser reduzidas a termo e corroboradas por outras evidências. A Resolução nº 1.217/09, do Conselho Federal de Contabilidade - CFC -, que aprova a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria –, dispõe que o objetivo do auditor é definir e executar procedimentos de auditoria que permitam conseguir evidência de auditoria apropriada e suficiente que lhe possibilitem obter conclusões razoáveis para fundamentar a sua opinião. Ou seja:

Nesse sentido, evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações contidas nos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras informações. A evidência de auditoria é necessária para fundamentar a opinião e o relatório do auditor. Ela tem natureza cumulativa e é obtida principalmente a partir dos procedimentos de auditoria realizados durante o curso do trabalho. Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião.

Contudo, também pode incluir informações obtidas de outras fontes, como auditorias anteriores (contanto que o auditor tenha determinado se ocorreram mudanças desde a auditoria anterior que possam afetar sua relevância para a atual auditoria) ou procedimentos de controle de qualidade da firma de auditoria para aceitação e continuidade de clientes. A evidência de auditoria abrange informações que suportam e corroboram as afirmações da administração e qualquer informação que as contradiga. Além disso, em alguns casos, a ausência de informações (por

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exemplo, a recusa da administração em fornecer uma representação solicitada) é utilizada pelo auditor e, portanto, também constitui evidência de auditoria. A maior parte do trabalho do auditor para formar sua opinião consiste na obtenção e avaliação da evidência de auditoria. Os procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria podem incluir a inspeção, observação, confirmação, recálculo, reexecução e procedimentos analíticos, muitas vezes em combinação, além da indagação. A equipe deve determinar a quantidade e o tipo de evidências necessárias para atender aos objetivos e ao plano de auditoria, de forma adequada. Para isso, é necessário que as evidências tenham alguns atributos. São eles: a) validade - a evidência deve ser legítima, ou seja, baseada em informações precisas e confiáveis; b) confiabilidade - garantia de que serão obtidos os mesmos resultados se a auditoria for repetida. Para obter evidências confiáveis, é importante considerar que: é conveniente usar diferentes fontes; é interessante usar diferentes abordagens; fontes externas, em geral, são mais confiáveis que internas; evidências documentais são mais confiáveis que orais; evidências obtidas por observação direta ou análise são mais confiáveis que aquelas obtidas indiretamente; c) relevância - a evidência é relevante se for relacionada, de forma clara e lógica, aos critérios e objetivos da auditoria; d) suficiência - a quantidade e qualidade das evidências obtidas devem persuadir o leitor de que os achados, conclusões, recomendações e determinações da auditoria estão bem fundamentados. É importante lembrar que a quantidade de evidências não substitui a falta dos outros atributos (validade, confiabilidade, relevância). Quanto maior a materialidade do objeto auditado, o risco de auditoria e o grau de sensibilidade do auditado a determinado assunto, maior será a necessidade de evidências mais robustas. A existência de auditorias anteriores também indica essa necessidade. São atributos das evidências:

As evidências podem ser classificadas em quatro tipos: a) física - observação de pessoas, locais ou eventos. Pode ser obtida por meio de fotografias, vídeos, mapas, e costumam causar grande impacto. A fotografia de uma situação insalubre ou insegura, por exemplo, pode ser mais convincente que uma longa descrição; b) documental - é o tipo mais comum de evidência. Pode estar disponível em meio físico ou eletrônico. É obtida de informações já existentes, tais como ofícios, memorandos, correspondências, contratos, extratos, relatórios. É necessário avaliar a confiabilidade e a relevância dessas informações com relação aos objetivos da auditoria;

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c) testemunhal - obtida por meio de entrevistas, grupos focais, questionários. Para que a informação testemunhal possa ser considerada evidência, e não apenas contextualização, é preciso corroborá-la, por meio de confirmação por escrito do entrevistado ou existência de múltiplas fontes que confirmem os fatos; d) analítica - obtida por meio de análises, comparações e interpretações de dados e informações já existentes. Este trabalho pode envolver análise de taxas, padrões e tendências, normalmente por meio de processamento computacional. É o tipo de evidência mais difícil de se obter. Tipos de evidências:

A equipe de auditoria deve avaliar se a falta de evidências apropriadas e suficientes deve-se a: a) falha na estratégia metodológica; ou b) deficiências do objeto de auditoria, a exemplo de falhas dos controles internos ou problemas operacionais e estruturais. No primeiro caso, pode ser necessário modificar a estratégia metodológica ou revisar o objetivo da auditoria e seu escopo. No segundo caso, os problemas identificados são achados de auditoria. A equipe de auditoria deve considerar que algumas evidências podem apresentar problemas ou fragilidades. Os principais referem-se a evidências:

a) baseadas em apenas uma fonte; b) testemunhais não corroboradas por documento ou observação; c) cujo custo de obtenção não atende a critérios de custo-benefício; d) provenientes apenas do gestor ou da equipe auditada; e) cuja única fonte é parcial com relação ao resultado do trabalho; f) obtidas de amostras não-representativas; g) relacionadas à ocorrência isolada; h) conflitantes.

Existem algumas técnicas que podem contribuir para a obtenção de evidências mais robustas. Uma delas é a circularização, que consiste na confirmação, junto a terceiros, de fatos e informações apresentados pelo auditado. Outra é a triangulação, que é o uso de diferentes métodos de pesquisa e de coleta de dados para estudar o mesmo assunto, com o objetivo de fortalecer as conclusões. 3. Testes e procedimentos de auditoria Tendo em vista limitações diversas, o trabalho de auditoria independente é desenvolvido, em regra, por meio da realização de testes de auditoria, já que não é possível verificar a totalidade dos objetos possíveis. Os testes de auditoria podem ser classificados em testes de observância (ou aderência) e testes substantivos. Enquanto os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela Administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento, os testes substantivos visam à obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validação dos dados

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produzidos pelos sistemas contábil e administrativo da entidade, dividindo-se em testes de transações e saldos e procedimentos de revisão analítica. Embora esses conceitos constem da NBC T-11 (revogada), eles também estão expressos na NBC TI 01, que trata de auditoria interna e na Instrução Normativa SFC/MF nº 01/2001, que trata de auditoria governamental (essas duas ainda vigentes). Por serem conhecimentos básicos na auditoria, merecem ser memorizados. Procedimentos de Auditoria são técnicas para obtenção de evidências suficientes e adequadas para fundamentação da opinião. Abrangem testes de observância e substantivos. Em relação às novas normas de auditoria independente, atualmente temos o seguinte: Teste de controle é o procedimento de auditoria planejado para avaliar a efetividade operacional dos controles na prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações. Procedimento substantivo é o procedimento de auditoria planejado para detectar distorções relevantes no nível de afirmações. Os procedimentos substantivos incluem:

(a) testes de detalhes (de classes de transações, de saldos de contas e de divulgações); e (b) procedimentos analíticos substantivos.

Ilustrando...

Por meio dos testes, o auditor é capaz de obter as evidências indispensáveis à formação de sua opinião. A aplicação dos procedimentos, como sabemos, precisa estar atrelada ao objetivo que se quer atingir. Devem, na medida do possível, ser detalhados em tarefas descritas de forma clara, de modo a não gerar dúvidas ao executor e esclarecendo os aspectos a serem abordados, bem como expressando as técnicas a serem utilizadas. Técnicas são formas ou maneiras utilizadas na aplicação dos procedimentos com vistas à obtenção de diferentes tipos de evidências ou ao tratamento de informações. Para ficar bem claro, enquanto os procedimentos são os exames, as investigações (o que fazer), as técnicas são as ferramentas a serem utilizadas para a aplicação dos procedimentos (como fazer). Se o objetivo da ação é determinar a existência de um bem (procedimento), o caminho a seguir é inspecioná-lo fisicamente (técnica), buscando uma prova material satisfatória.

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Cuidado! É comum que as bancas de concursos tratem técnicas e procedimentos como sinônimos.

De acordo com a NBC TA 500, a evidência de auditoria para a obtenção de conclusões para fundamentar a opinião do auditor é conseguida pela execução de:

“(a) procedimentos de avaliação de riscos; e (b) procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem:

(i) testes de controles, quando exigidos pelas normas de auditoria ou quando o auditor assim escolheu; e

(ii) procedimentos substantivos, inclusive testes de detalhes e procedimentos analíticos substantivos.” (grifamos)

Os testes de controle são definidos para avaliar a eficácia operacional dos controles na prevenção, detecção e correção de distorções relevantes. Lembrando que distorções são diferenças entre um critério a ser verificado (como que deveria ser) e a situação encontrada (como é). Caso essa distorção (diferença) possa vir a influenciar a tomada de decisão do usuário da informação dada pela auditoria, é considerada relevante. Técnicas são formas ou maneiras utilizadas na aplicação dos procedimentos com vistas à obtenção de diferentes tipos de evidências ou ao tratamento de informações. As técnicas mais usualmente utilizadas são as seguintes: exame documental, inspeção física, cálculos, observação, entrevista, circularização, conciliações, análise de contas contábeis e revisão analítica. Vamos comentar cada uma delas a partir de agora. 3.1 Exame documental (Inspeção de registros de documentos) Uma das técnicas (procedimentos) mais utilizadas, sendo muitas vezes, por falta de conhecimento daqueles que executam o trabalho, confundida com o próprio trabalho. No exame documental, a equipe deverá observar se as transações realizadas estão devidamente documentadas, se a documentação que suporta a operação contém indícios de inidoneidade, se a transação e a documentação suporte foram por pessoas responsáveis e se a operação realizada é adequada em função das atividades do órgão/entidade.

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Trata-se de procedimento (técnica) voltado para a comprovação das transações que por exigências legais, comerciais ou de controle são evidenciadas por documentos comprobatórios dessas transações. Esse exame deve atender às seguintes condições: - autenticidade: constatar se a documentação é fidedigna e merece crédito; - normalidade: constatar que a transação refere-se à operação normal e de acordo com os objetivos da empresa (auditado); - aprovação: verificação de que a operação e os documentos foram aprovados por pessoas autorizadas; e - registro: comprovar que o registro das operações foi adequado, a documentação é hábil e houve correspondência contábil, fiscal, etc. De acordo com a NBC TA 500, a inspeção de registros e documentos envolve o exame de registros ou documentos, internos ou externos, em forma de papel, em forma eletrônica ou em outras mídias, ou o exame físico de um ativo (que é a mesma coisa que inspeção física). Fornece evidência de auditoria com graus variáveis de confiabilidade, dependendo de sua natureza e fonte e, no caso de registros internos e documentos, da eficácia dos controles sobre a sua produção. Exemplo de inspeção utilizada como teste: inspeção de registros em busca de evidência de autorização. Ainda conforme a NBC TA 500, alguns documentos representam evidência de auditoria direta da existência de um ativo, por exemplo, um documento que constitui um instrumento financeiro, como uma ação ou título. A inspeção de tais documentos pode não fornecer necessariamente evidência de auditoria sobre propriedade ou valor. Além disso, a inspeção de um contrato executado pode fornecer evidência de auditoria relevante para a aplicação de políticas contábeis da entidade, tais como reconhecimento de receita. A inspeção de ativos tangíveis pode fornecer evidência de auditoria confiável quanto à sua existência, mas não necessariamente quanto aos direitos e obrigações da entidade ou à avaliação dos ativos. Outro exemplo: a inspeção de itens individuais do estoque, que pode acompanhar a observação da contagem do estoque (um auditor observa a contagem sendo realizada). 3.2 Inspeção física Constatação “in loco” , que deverá fornecer à equipe a certeza da existência, ou não, do objeto ou item verificado. Também chamada “exames físicos”, devem atender às seguintes características:

- existência física: comprovação visual da existência do item; - autenticidade: discernimento da fidedignidade do item; - quantidade: apuração adequada da quantidade real física; e - qualidade: comprovação visual ou laboratorial de que o objeto examinado permanece em perfeitas condições de uso.

Ainda segundo os autores, o exame físico não existe por si só. Trata-se de uma técnica complementar que permite ao auditor verificar se há correspondência nos registros do órgão/entidade, servindo para determinar se os registros estão corretos e os valores são adequados em função da qualidade do tem examinado. Como vimos no tópico anterior, nas novas normas de auditoria (NBC TA 500), a inspeção física foi incluída no procedimento “inspeção de registros e documentos”.

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3.3 Recálculo (Cálculo) Objetiva a conferência das operações que envolvam cálculos; na aplicação da técnica, a equipe não deve se limitar a conferir os cálculos realizados por terceiros, fazendo-se necessária a efetivação de cálculos próprios, que serão comparados, ao final, com aqueles apresentados pelo fiscalizado. É a técnica mais simples e a mais completa, amplamente utilizada, em virtude de a quase totalidade das operações do órgão/entidade envolver valores, números, etc. Muito embora os valores auditados possam ter sido conferidos pelo órgão/entidade auditado, é de grande importância que sejam reconferidos. Para esse trabalho, é essencial que exista uma memória de cálculo, que é um histórico do trabalho realizado sobre as contas, ou seja, a maneira como se chegou a um valor final. O nome dado pela NBC TA 500 é recálculo, que consiste na verificação da exatidão matemática de documentos ou registros. Segundo a norma, pode ser realizado manual ou eletronicamente. 3.4 Observação Consiste em olhar como um determinado processo ou procedimento está sendo executado por outros. É a técnica de auditoria que envolve o poder de constatação visual do auditor, podendo revelar erros, deficiências ou problemas por meio de exames visuais, e depende da argúcia, conhecimentos e experiências do auditor. A observação pode ser considerada a mais generalizada técnica de auditoria. Não se aplica à verificação específica de problemas, da forma que o fazem a circularização ou a conferência de cálculos, mas é de alguma utilidade em quase todas as fases do exame e não deve ser negligenciada. De acordo com a NBC TA 500, a observação consiste no exame de processo ou procedimento executado por outros, por exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou da execução de atividades de controle. A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processo ou procedimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato de que o ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é executado. 3.5 Entrevista (Indagação) Consiste na elaboração de perguntas objetivando a obtenção de respostas para quesitos previamente definidos. Deve-se evitar questionamentos desnecessários, fora do escopo da auditoria. Recomenda-se que seja realizada por auditor que possua bom conhecimento sobre a área sob exame. As respostas podem ser obtidas por meio de declarações formais ou informais, mas lembrando de que toda a informação obtida deve, dentro do possível, ser examinada, constatando-se sua efetiva comprovação e veracidade. A entrevista, ainda que tenha cunho informal , pode ser utilizada no relatório de auditoria. Nas novas normas de auditoria, é tratada como indagação, que consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, financeiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade.

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Para o CFC, a indagação é utilizada extensamente em toda a auditoria, além de outros procedimentos, e podem incluir desde indagações escritas formais até indagações orais informais. A avaliação das respostas às indagações é parte integral do processo de indagação. As respostas às indagações podem fornecer ao auditor informações não obtidas anteriormente ou evidência de auditoria comprobatória. Alternativamente, as respostas podem fornecer informações significativamente divergentes das informações que o auditor obteve, por exemplo, informações referentes à possibilidade da administração burlar os controles. Em alguns casos, as respostas às indagações fornecem uma base para que o auditor modifique ou realize procedimentos de auditoria adicionais. Embora a corroboração da evidência obtida por meio da indagação muitas vezes seja de particular importância, no caso de indagações sobre a intenção da administração, a informação disponível para suportar a intenção da administração pode ser limitada. Nesses casos, o entendimento do histórico da administração na realização de intenções por ela formuladas, das razões por ela alegadas para escolher determinado curso de ação, e sua capacidade de seguir um curso de ação específico, podem fornecer informações relevantes para corroborar a evidência obtida por meio de indagação. No que diz respeito a alguns assuntos, o auditor pode considerar necessário obter representações formais da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, para confirmar respostas a indagações verbais. 3.6 Circularização (confirmação externa) Consiste na confirmação, junto a terceiros, de fatos alegados pela entidade; no planejamento dos trabalhos, a equipe deve considerar as partes externas que podem ser circularizadas e os objetivos de fiscalização que poderão ser satisfeitos pela circularização. Esse procedimento só tem validade para comprovação de auditoria quando o gestor/dirigente, ligado ao assunto a comprovar, tem participação no processo, porém ficam a remessa e a obtenção das respostas aos pedidos circularizados sob controle do auditor. A primeira condição deve-se ao fato de o auditor não ter poderes para assinar ou solicitar pedido de confirmação pelo órgão/entidade. A segunda é para evitar que haja influência ou modificação, por parte do auditado, dos dados ou respostas dos itens objetos do processo de circularização. Ainda segundo os autores, os dois tipos de pedidos de confirmação de dados usados pela auditoria são: positivo e negativo. O primeiro é utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter uma confirmação formal. Pode ser usado de duas formas:

- branco: quando não se colocam os valores nos pedidos de confirmação; - preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada.

Exemplificando. O auditor, ao verificar o saldo da conta Bancos – Banco do Brasil, constante no Balanço Patrimonial da Petrobras, observa que, segundo a empresa auditada (Petrobras), havia naquela conta, em

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31/12/2012 a quantia de R$ 100.000,00. Objetivando confirmar esse valor, o auditor solicita à Petrobras que assine uma solicitação ao Banco do Brasil (quem solicita a informação é a empresa auditada), que deverá ser devolvida diretamente ao auditor. O texto dessa circularização pode constar a necessidade de resposta, por parte do Banco, ao auditor, independente da concordância ou não com os valores. Nesse caso temos a confirmação positiva. A confirmação desse saldo pode ser feita a partir de uma das duas formas a seguir:

(a) Em 31/12/2012, a Petrobras tinha em sua conta corrente no Banco do Brasil R$ 100.000,00? Como a pergunta menciona o valor, temos a confirmação positiva em preto.

(b) Qual o saldo em conta corrente no Banco do Brasil a Petrobras possuía, em 31/12/2012? Nesse caso, como não foi mencionado o valor, temos a confirmação positiva em branco.

O pedido de confirmação negativo é utilizado quando a resposta for necessária em caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditor entende que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação. Esse tipo de pedido é geralmente usado como complemento do pedido de confirmação positivo e deve ser expedido de forma a assegurar que a pessoa de quem se quer obter a confirmação, efetivamente, recebeu tal pedido. Os dois tipos de pedidos de confirmação de dados usados pela auditoria são: positivo e negativo. O positivo é utilizado quando há necessidade de resposta. Pode ser: - branco: não se colocam os valores nos pedidos de confirmação; - preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados. O negativo é utilizado quando a resposta for necessária em caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação. Conforme a NBC TA 500, uma confirmação externa representa evidência de auditoria obtida pelo auditor como resposta escrita de terceiro (a parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. Os procedimentos de confirmação externa frequentemente são relevantes no tratamento de afirmações associadas a certos saldos contábeis e seus elementos. Contudo, as confirmações externas não precisam se restringir apenas a saldos contábeis. Por exemplo, o auditor pode solicitar confirmação de termos de contratos ou transações da entidade com terceiros; a solicitação de confirmação pode ser planejada para perguntar se foram efetuadas quaisquer modificações no contrato e, em caso afirmativo, quais são os detalhes relevantes. 3.7 Conciliações Objetiva verificar a compatibilidade entre o saldo das contas sintéticas com aqueles das contas analíticas, ou ainda o confronto dos registros mantidos pela entidade com elementos recebidos de fontes externas. 3.8 Análise de contas contábeis Objetiva examinar as transações que geraram lançamentos em determinada conta contábil; essa técnica parte dos lançamentos contábeis para a identificação dos fatos e documentos que o suportam; as contas são selecionadas em função do objetivo geral e da sensibilidade da equipe.

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Usada para a constatação da veracidade das informações contábeis, fiscais, etc., além de possibilitar levantamentos específicos nas análises, composições de saldos e conciliações. 3.9 Revisão analítica (procedimentos analíticos) Objetiva verificar o comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situações ou tendências atípicas. Na aplicação dos procedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar: a) o objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis; b) a natureza do órgão/entidade e o conhecimento adquirido em fiscalizações anteriores; c) a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade. Para a NBC TA 500, os procedimentos analíticos consistem em avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos analíticos incluem também a investigação de flutuações e relações identificadas que sejam inconsistentes com outras informações relevantes ou que se desviem significativamente dos valores previstos. 3.10 Reexecução Novidade constante das novas normas de auditoria (NBC TA 500), a reexecução envolve a execução independente pelo auditor de procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade. 3.11 Investigação A investigação – ou investigação minuciosa – é o exame em profundidade da matéria auditada, que pode ser um documento, uma análise, uma informação obtida, tudo com o objetivo de certificar que o objetivo auditado, no momento, realmente é fidedigno (Attie, 2010).

EXERCÍCIOS 1 - (ESAF / RFB / 2003) - A carta-proposta é o documento no qual o auditor formaliza as condições do trabalho a ser executado. Entre as assertivas a seguir apresentadas, qual não representa um item a ser considerado na carta-proposta. a) Descrição dos serviços a serem prestados. b) O prazo estimado para realização dos serviços. c) Os relatórios a serem emitidos para a empresa. d) As condições de pagamento dos honorários. e) Os testes de comprovação a serem realizados.

2 - (ESAF / CVM / 2010) - Assinale opção falsa a respeito das evidências de auditoria. a) A quantidade necessária de evidência de auditoria é afetada pela avaliação dos riscos de distorção. b) A qualidade é fator importante para determinar a suficiência das evidências. c) A opinião do auditor é sustentada nas evidências de auditoria. d) As auditorias anteriores não podem ser uma fonte de evidência segura se tiver sido executada por outra entidade de auditoria. e) A forma primária de obtenção de evidência é a partir de procedimentos de auditoria executados durante o curso da auditoria.

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3 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Agrotoxics S.A. tem seus produtos espalhados por diversos representantes, em todas as regiões do Brasil. Seu processo de vendas é por consignação, recebendo somente após a venda. O procedimento de auditoria que garantiria confirmar a quantidade de produtos existentes em seus representantes seria: a) inventário físico. b) custeio ponderado. c) circularização. d) custeio integrado. e) amostragem. 4 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A auditoria externa realizou na empresa Avalia S.A. o cálculo do índice de rotatividade dos estoques para verificar se apresentava índice correspondente às operações praticadas pela empresa. Esse procedimento técnico básico corresponde a: a) inspeção. b) revisão analítica. c) investigação. d) observação. e) confronto. 5 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Grandes Resultados S.A. possui prejuízos fiscais apurados nos últimos três anos. A empresa estava em fase pré-operacional e agora passou a operar em plena atividade. As projeções para os próximos cinco anos evidenciam lucros. O procedimento técnico básico que aplicado pelo auditor constataria esse evento seria: a) ocorrência. b) circularização. c) cálculo. d) inspeção. e) inventário físico. 6 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Os testes de observância têm por objeto de análise: a) as contas patrimoniais e de resultado. b) os procedimentos de controle de custos adotados pela administração. c) as contas patrimoniais, apenas. d) os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração. e) as contas de resultado, apenas. 7 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Assinale a opção que preenche corretamente a lacuna da seguinte frase: “Considerado um procedimento técnico básico a ser aplicado em testes de observância e substantivos, ____________ consiste(m) na verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.” a) a inspeção b) a observação c) a investigação e a confirmação d) o cálculo e) a revisão analítica 8 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, é procedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do: a) Ativo Circulante. b) Ativo Realizável a Longo Prazo.

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c) Ativo Permanente. d) Passivo Circulante. e) Patrimônio Líquido. 9 - (ESAF / CGU / 2008) - Considerando o que dispõe a NBC-T-11, assinale a opção correta. a) Testes de transações e de saldos são testes substantivos. b) Considera-se erro o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. c) Os testes substantivos visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. d) Considera-se fraude o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. e) Procedimentos de revisão analítica são testes de observância. 10 - (ESAF / CGU / 2008) - Quando da aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar alguns procedimentos técnicos básicos. Um deles – a revisão analítica – tal como a define a NBC-T-11, consiste no (a): a) exame de registros, documentos e de ativos tangíveis. b) acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução. c) obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade. d) conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias. e) verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas. 11 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao realizar os procedimentos para avaliação de três processos da empresa a ser auditada, constatou a seguinte situação:

Área 1: Baixo nível de risco, com baixa probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes. Área 2: Alto nível de risco, com média probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes. Área 3: Alto nível de risco, com alta probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes.

Com base nas conclusões acima, pode-se afirmar que o auditor: a) não deverá realizar testes para a área 1, visto que o risco e a probabilidade de ocorrência de erros é baixa. b) deverá aplicar testes considerando grandes amostragens para todas as áreas. c) somente deverá realizar testes nas áreas 2 e 3, as quais apresentam risco alto. d) em decorrência da probabilidade baixa e média nos itens 1 e 2, os testes de auditoria poderão ser suportados por relatórios de confirmação feitos pela administração da empresa. e) deverá efetuar testes em todas as áreas, conforme estabelece as normas de auditoria. 12 - (ESAF / SUSEP / 2010) - A definição, pelo auditor externo, da extensão dos testes a serem aplicados em seus procedimentos de auditoria são fundamentados: a) no volume de transações praticado pela empresa auditada, sem influência dos controles internos. b) na carta da administração que afirma que todas as informações foram prestadas e disponibilizadas para a auditoria. c) nos conhecimentos e nas experiências dos auditores que farão os trabalhos. d) na experiência do auditor em empresas que realizam as mesmas atividades que a empresa auditada, de forma padrão. e) nos riscos e na confiança apresentada pelos controles internos da empresa.

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13 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor interno, ao realizar seus testes, efetuou o acompanhamento dos inventários físicos, confrontou as notas fiscais do período com os registros e realizou a circularização dos advogados internos e externos. Esses procedimentos correspondem respectivamente a: a) investigação, inspeção e observação. b) inspeção, observação e investigação. c) confirmação, investigação e observação. d) circularização, observação e inspeção. e) observação, Inspeção e investigação. 14 - (ESAF / CGU / 2006) - A Revisão Analítica vale-se da análise do comportamento de valores significativos por meio de índices, relações, valores absolutos ou outros meios que permitam avaliar variações atípicas ou anormais. Considerando o relacionamento direto entre valores de contas ou grupos de contas contábeis que possuam elevado grau de vinculação, assinale a opção em cujas contas ou grupo de contas se verifica o menor grau de interdependência esperado para fins de Revisão Analítica. a) Despesas Financeiras e Empréstimos a Pagar. b) Despesas com Salários e Encargos Sociais. c) Compras e Fornecedores a Pagar. d) Conta Capital e Ativo Diferido. e) Estoques e Custo das Mercadorias Vendidas. 15 - (ESAF / ICMS-CE / 2006) - Os testes de observância visam: a) confirmar que as normas e procedimentos da empresa estejam estabelecidos e previstos em seus manuais. b) estabelecer normas para implantação dos controles internos na empresa. c) evidenciar que os procedimentos estabelecidos pela empresa estão funcionando e sendo cumpridos na prática. d) assegurar que as demonstrações contábeis sejam apresentadas a todos os usuários. e) garantir que os administradores da empresa estejam implantando os sistemas de controles internos. 16 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - Os testes de observância têm como objetivo obter: a) certeza de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. b) razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. c) certeza de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração não estão em efetivo funcionamento e cumprimento. d) confiabilidade absoluta de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração não estão em efetivo funcionamento e parcial cumprimento. e) razoável certeza de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração não estão em efetivo funcionamento e cumprimento. 17 - (ESAF / CGU / 2006) - A empresa Modernidade S.A. possui controles internos rígidos com relação à emissão e à autorização de pagamentos por meio de cheques. Exige sempre assinatura de dois procuradores da empresa. O gerente financeiro e o diretor financeiro possuem procurações para exercer essa função. O auditor, ao entrar na sala do gerente financeiro, percebe um talonário de cheques sem preenchimento de valores, assinado pelo diretor financeiro. Indique, nas opções abaixo, o procedimento técnico básico que o auditor está aplicando: a) observação b) investigação c) cálculo d) revisão

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e) inspeção 18 - (ESAF / RFB / 2003) - O teste substantivo tem como objetivo: a) a obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade. b) a suposição de evidência quanto à suficiência, exatidão e valor dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade. c) a obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e velocidade dos dados produzidos pelo sistema de custos da entidade. d) a suposição de evidência quanto à suficiência, inexatidão e valor dos lançamentos produzidos pelo sistema contábil da entidade. e) a obtenção de evidência quanto à insuficiência, exatidão e validade dos registros produzidos pelo sistema contábil da entidade. 19 - (ESAF / SUSEP / 2002) - O auditor independente, durante seus trabalhos, circulariza uma amostra selecionada de fornecedores. Este procedimento de auditoria deve ser autorizado pelo: a) auditor independente. b) administrador da empresa auditada. c) contador da empresa auditada. d) auditor interno da companhia. e) sócio diretor da empresa de auditoria. 20 - (ESAF / ISS-Natal-RN / 2008) - A Companhia Legal tem estabelecido, em seu manual de normas e procedimentos, que o processo de autorização dos pagamentos seja feito de forma eletrônica, devendo o supervisor da área revisar todas as autorizações dos analistas. Para isso, o supervisor tem obrigatoriamente que entrar na área de aprovações do sistema, digitar sua senha, passar o seu cartão no leitor óptico e marcar um espaço com "X", autorizando. O auditor, ao visitar a área, presencia um analista de posse do cartão e senha do supervisor executando sua função. Esse procedimento técnico adotado pelo auditor é considerado uma: a) investigação b) revisão analítica c) mensuração d) avaliação e) observação 21 - (ESAF / PMRJ / 2010) - Para a obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade, o procedimento de auditoria a ser aplicado é: a) inspeção. b) observação. c) revisão analítica. d) confirmação. e) solicitação de informações. 22 - (CGU/AFC/ESAF/2006) - Assinale a opção que indica uma Técnica de Auditoria corretamente definida. A) Indagação Escrita ou Oral - exame de processos, atos formalizados e documentos avulsos. B) Análise Documental - uso de entrevistas e questionários junto ao pessoal da unidade/entidade auditada, para a obtenção de dados e informações. C) Confirmação Externa - verificação, junto a fontes externas ao auditado, da fidedignidade das informações obtidas internamente.

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D) Exame dos Registros - cotejamento de informações obtidas de fontes independentes, autônomas e distintas, no interior da própria organização. Essa técnica procura a consistência mútua entre diferentes amostras de evidência. E) Correlação das Informações Obtidas - verificação dos registros constantes de controles regulamentares, relatórios sistematizados, mapas e demonstrativos formalizados, elaborados de forma manual ou por sistemas informatizados. A técnica pressupõe a verificação desses registros em todas as suas formas. 23 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – De acordo com as normas de auditoria em vigor, a medida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, a relevância e confiabilidade para suportar as conclusões em que se fundamenta o auditor, é conhecida como: a) avaliação dos procedimentos de auditoria. b) avaliação dos papéis de trabalho dos especialistas. c) suficiência da evidência de auditoria. d) evidência de auditoria. e) adequação da evidência de auditoria. 24 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2010) - O envio de cartas de circularização para os clientes de uma empresa é um procedimento de auditoria, utilizado para confirmação do: a) valor do ativo imobilizado. b) volume de estoques. c) volume de contas a pagar. d) saldo registrado como contas a receber. e) saldo bancário. 25 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2010) - Durante a execução de primeira auditoria no processo de contas a pagar, o auditor interno da empresa X verificou que existiam dois problemas relacionados ao processo:

• contas pagas em duplicidade ou com valores incorretos; • fornecedores inexistentes registrados no contas a pagar.

Para encontrar os dois problemas relacionados ao processo de contas a pagar, o auditor precisou executar, no mínimo, alguns procedimentos de auditoria, como os que devem ser analisados a seguir. I - Abertura analítica do saldo registrado no contas a pagar. II - Envio de cartas de circularização para os fornecedores. III - Contagem de caixa. IV - Contagem física dos estoques. V - Conferência e inspeção física de documentos. Estão corretos APENAS os procedimentos: a) I, II e V. b) I, III e IV. c) II, III e IV. d) I, II, III e V. e) II, III, IV e V. 26 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Em um processo de auditoria completo, são realizados alguns procedimentos para se chegar ao objetivo final. Dentre os procedimentos que devem ser executados pelos auditores, incluem-se os testes substantivos, que visam à: a) obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema

contábil ou dos processos da entidade. b) realização de procedimentos simples de auditoria para verificação do comportamento financeiro da

empresa. c) regularização de todos os outros procedimentos de auditoria a serem executados.

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d) validação do sistema de controles internos por meio da observância do fiel cumprimento das normas internas da empresa.

e) verificação da eficácia do sistema de governança corporativa da empresa. 27 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Os procedimentos de auditoria são um conjunto de técnicas utilizadas pelo auditor para colher evidências sobre o processo auditado e emitir um parecer técnico. Um dos procedimentos de auditoria que podem ser realizados para validação do saldo contábil registrado na conta fornecedores é a (o): a) contagem física do estoque. b) conferência de cálculos. c) confirmação com terceiros. d) teste dos controles internos. e) acompanhamento do fluxograma do processo de contas a pagar (walkthrough). 28 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - Tendo em vista o que determina o Conselho Federal de Contabilidade, e considerando a doutrina, assinale a alternativa correta. a) A evidência de auditoria é mais confiável quando é obtida de fontes independentes externas à entidade.

Nesse sentido, as normas de auditoria requerem que o auditor obtenha evidência de auditoria mais persuasiva quanto menor o risco avaliado.

b) Em algumas situações, a administração se recusa a permitir que o auditor envie solicitações de confirmação. Nesses casos, o auditor deve evitar a execução de procedimentos alternativos de auditoria.

c) Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde ou não responde de maneira completa a uma solicitação de confirmação positiva, ou a devolução de uma solicitação de confirmação não entregue (devolução pelo correio, por exemplo, para um destinatário não localizado).

d) Os procedimentos de confirmação externa são frequentemente usados para confirmar ou solicitar informações relativas a saldos contábeis e seus elementos. Não se recomenda, contudo, o uso para confirmar os termos de acordos, contratos ou transações entre a entidade e outras partes, ou para confirmar a ausência de certas condições como um “acordo paralelo” (side letter).

e) As confirmações negativas fornecem evidência de auditoria mais persuasiva que as confirmações positivas.

29 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - Com base nas disposições do Conselho Federal de Contabilidade, assinale a alternativa correta. a) Quando uma resposta foi enviada ao auditor indiretamente (por exemplo, porque a parte que confirma

endereçou a resposta incorretamente para a entidade ao invés de encaminhar para o auditor), o auditor não pode solicitar a essa parte que envie uma nova resposta por escrito diretamente a ele.

b) As respostas recebidas eletronicamente, por exemplo, por fax ou correio eletrônico, envolvem riscos relacionados à confiabilidade, podendo ser difícil estabelecer a prova de origem e autoridade da parte que confirma e a identificação de alterações. Um processo usado pelo auditor e a parte que confirma, que institua um ambiente seguro para as respostas recebidas eletronicamente, pode reduzir esses riscos.

c) Uma resposta verbal a uma solicitação de confirmação, por si só, se enquadra na definição de confirmação externa.

d) Quando a resposta não for recebida, os seguintes procedimentos alternativos de auditoria podem ser executados: observar saldos de contas a pagar, examinar recebimentos subsequentes específicos, documentação de embarque e vendas próximas ao final do período.

e) As exceções observadas em respostas a solicitações de confirmação podem indicar distorções ou possíveis distorções nas demonstrações contábeis. Quando uma distorção é identificada, o auditor deve avaliar se essa distorção é indicativa de fraude. As exceções podem fornecer um guia para a qualidade das respostas de partes que confirmam similares ou para contas similares. As exceções podem indicar, também, uma deficiência, ou deficiências, no controle interno da entidade sobre o processo de encerramento e elaboração de demonstrações contábeis. Todas as exceções representam distorções. Por

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exemplo, o auditor pode concluir que diferenças nas respostas à solicitação de confirmação são decorrentes de época, mensuração ou erros de transcrição nos procedimentos de confirmação externa.

30 - (FCC / TRE-CE / 2012) – A técnica de auditoria que consiste na elaboração de perguntas, objetivando a obtenção de respostas para quesitos previamente definidos é a: (A) revisão analítica. (B) inspeção física. (C) conciliação. (D) entrevista. (E) observação. 31 - (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2011) – Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames e investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à administração da entidade. Na aplicação dos testes de observância, devem ser considerados os seguintes procedimentos: (A) exame, vistoria, indagação e certificação (B) exame, inspeção, vistoria e certificação (C) investigação, arbitramento, mensuração e avaliação (D) inspeção, observação, investigação e confirmação (E) observação, vistoria, indagação e confirmação 32 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - Os testes de observância ou de aderência são aplicados pelas auditorias principalmente nas investigações: a) de fraudes e erros. b) de contas e saldos. c) dos controles internos utilizados pelos gestores. d) dos valores representativos dos informes. e) das trilhas de auditoria. 33 - (FCC / COPERGÁS / 2011) – A confirmação de terceiros é um procedimento que deve ser utilizado na auditoria da conta: (A) Tributos a Recolher. (B) Fornecedores. (C) Despesas Antecipadas. (D) Depreciação Acumulada. (E) Estoques. 34 - (FCC / ISS-SP / 2012) - O auditor ao verificar na folha de pagamentos se as verbas pertinentes ao FGTS e INSS foram calculadas adequadamente, atendendo a legislação trabalhista, realiza o procedimento de cálculo e: (A) fiscalização. (B) inspeção. (C) observação. (D) indagação. (E) investigação.

35 - (FCC / TCE-SP / 2012) – Na auditoria da administração pública, os testes realizados com o objetivo de obter evidências quanto à suficiência, exatidão e validação dos dados produzidos pelo sistema contábil e administrativo do ente público são denominados testes: (A) de observância.

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(B) substantivos. (C) de aderência. (D) amostrais estratificados. (E) operacionais. 36 - (FCC / INFRAERO / 2011) - Os testes que visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela Administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento são denominados testes: A) de observância. B) de revisão analítica. C) substantivos. D) de aderência. E) formais de contingência.

GABARITO

1 – E 2 - D 3 - A 4 - B 5 - D 6 – D 7 - E 8 - A 9 - A 10 - E 11 - E 12 - E 13 - E 14 - D 15 - C 16 - B 17 - A 18 - A 19 - B 20 - E 21 - D 22 - C 23 - E 24 - D 25 - A 26 – A 27 - C 28 - C 29 - B 30 - D 31 - D 32 - C 33 - B 34 - B 35 – B 36 - A

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AULA 05: Amostragem. Testes em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis. 1. Amostragem em Auditoria A norma do Conselho Federal de Contabilidade – CFC – que trata do tema é a Resolução CFC nº 1.222/09, que aprovou a NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria. Assim, a base da nossa aula será essa norma, embora adiantamos que faremos uma complementação na parte teórica, tendo em vista que a norma antiga, a NBC T-11.11, ainda venha sendo cobrada em alguns certames. Não deve acontecer com o concurso do ICMS-SP, mas a precaução é importante. A literatura disponível sobre o assunto amostragem em auditoria é bastante farta, tendo em vista que a grande maioria dos autores dedica um ponto de suas obras ao tema. Um teste eficaz fornece evidência de auditoria apropriada e suficiente quando, considerada com outra evidência de auditoria obtida ou a ser obtida, será suficiente para as finalidades do auditor. Os meios à disposição do auditor para a seleção de itens a serem testados são:

(a) seleção de todos os itens (exame de 100%); (b) seleção de itens específicos; e (c) amostragem de auditoria.

O exame de 100% dos itens, na prática, raramente é aplicável, pois as empresas de auditoria não têm estrutura suficiente - nem tempo – para fiscalizar a totalidade dos registros que fazem parte de sua competência. É por essa razão que definimos as prioridades da auditoria e o escopo dos trabalhos. Mesmo nos objetos selecionados, é comum que a equipe de auditoria verifique, antecipadamente, que não dispõe dos meios necessários para a verificação do universo de itens a serem auditados. Sobre universo, podemos defini-lo como sendo o conjunto integral de elementos a serem verificados, dependendo dos objetivos da auditoria. Pode ser o universo de registros efetuados; o universo de despesas realizadas; o universo de funcionários da empresa auditada, por exemplo. Em certos casos, é possível, ou necessário, realizarmos os testes de auditoria na totalidade dos elementos do universo, como, por exemplo, se a quantidade de empregados constante da folha de pagamento da empresa a ser auditada for muito pequena (é possível), ou no caso do censo promovido pelo IBGE, para que se verifique as características da população brasileira. Crepaldi (2012) explica que, ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a testar, o auditor pode empregar técnicas de amostragem, assim a definindo:

“é a utilização de um processo para obtenção de dados aplicáveis a um conjunto, denominado universo ou população, por meio do exame de uma parte deste conjunto denominada amostra.” (grifamos)

O método de amostragem é aplicado como forma de viabilizar a realização das auditorias em situações onde o objeto alvo da ação se apresenta em grandes quantidades e/ou se distribui de maneira bastante pulverizada. A amostragem é também aplicada em função da necessidade de obtenção de informações em tempo hábil, em casos em que a ação na sua totalidade se torne impraticável.

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A amostragem tem como objetivo conhecer as características de interesse de uma determinada população a partir de uma parcela representativa. A amostragem tem como objetivo conhecer as características de interesse de uma determinada população a partir de uma parcela representativa. É um método utilizado quando se necessita obter informações sobre um ou mais aspectos de um grupo de elementos (população) considerado grande ou numeroso, observando apenas uma parte do mesmo (amostra). As informações obtidas dessa parte somente poderão ser utilizadas de forma a concluir algo a respeito do grupo, como um todo caso esta seja representativa. A representatividade é uma característica fundamental para a amostra, que depende da forma de seleção e do tamanho da amostra. Potencialmente, a amostra obtém essa característica quando ela é tomada ao acaso. Para uma amostra ser considerada representativa de uma população, ela deve possuir as características de todos os elementos da mesma, bem como ter conhecida a probabilidade de ocorrência de cada elemento na sua seleção. Existem várias razões que justificam a utilização de amostragem em levantamentos de grandes populações. Uma dessas razões é a economicidade dos meios. Onde os recursos humanos e materiais são escassos, a amostragem se torna imprescindível, tornando o trabalho do auditor bem mais fácil e adequado. Outro fator de grande importância é o tempo, pois onde as informações das quais se necessitam são valiosas e tempestivas, o uso de amostra também se justifica. Outra razão é o fato de que com a utilização da amostragem, a confiabilidade dos dados é maior. Devido ao número reduzido de elementos, pode-se dar mais atenção aos casos individuais, evitando erros nas respostas. Além disso, a operacionalidade em pequena escala torna mais fácil o controle do processo como um todo. Porém, existem casos onde não se recomenda a utilização de amostragem, tais como: a) quando a população é considerada muito pequena e a sua amostra fica relativamente grande; b) quando as características da população são de fácil mensuração, mesmo que a população não seja pequena; e c) quando há necessidade de alta precisão recomenda-se fazer censo, que nada mais é do que o exame da totalidade da população.

O método de amostragem se subdivide em dois tipos: a estatística e a não-estatística.

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Segundo Crepaldi (2012), amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada cientificamente com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas, sendo seu uso recomendável quando os itens da população apresentam características homogêneas. Tem como característica fundamental o fato de poder ser submetido a tratamento estatístico, sendo, portando, os resultados obtidos na amostra generalizáveis para a população. Amostragem não estatística (por julgamento) é aquela em que a amostra é determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da entidade. A principal característica do método de amostragem não estatístico é que este se baseia, principalmente, na experiência do auditor, sendo assim, a aplicação de tratamento estatístico a seus resultados se torna inviável, bem como a generalização dos resultados obtidos através da amostra para a população. Essa limitação faz com que o método não sirva de suporte para uma argumentação, visto que a extrapolação dos resultados não é passível de demonstração segundo as normas de cálculo existentes. Contudo, é inegável a sua utilidade dentro de determinados contextos, tal como, na busca exploratória de informações ou sondagem, quando se deseja obter informações detalhadas sobre questões particulares, durante um espaço de tempo específico. Assim, seus resultados podem ser considerados em pareceres e relatórios, em algumas circunstâncias. O método de amostragem não estatístico não serve de suporte para uma argumentação, visto que a extrapolação dos resultados não é passível de demonstração segundo as normas de cálculo existentes. Entretanto, seus resultados podem ser considerados em pareceres e relatórios, em algumas circunstâncias. 2. NBC TA 530 Esta Norma se aplica quando o auditor independente decide usar a amostragem na execução de procedimentos de auditoria, e trata do uso de amostragem estatística e não estatística na definição e seleção da amostra de auditoria, na execução de testes de controles e de detalhes e na avaliação dos resultados da amostra. Segundo o CFC, a NBC TA 530 complementa a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria –, que trata da responsabilidade do auditor na definição e execução de procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para chegar a conclusões razoáveis que fundamentem sua opinião de auditoria. A NBC TA 500 fornece orientação sobre os meios disponíveis para o auditor selecionar os itens para teste, dos quais a amostragem de auditoria é um deles. Mas qual o objetivo do auditor ao utilizar a amostragem? Segundo a norma, é proporcionar uma base razoável para o auditor concluir quanto à população da qual a amostra é selecionada. 2.1 Definições

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Para fins das normas de auditoria do CFC, os termos a seguir tem os seguintes significados (e têm sido cobrados literalmente nas provas): 2.1.1 - Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria (ou seja, em partes do universo), de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população. 2.1.2 - População é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir.

Fonte: Barbetta (2006) 2.1.3 - Risco de amostragem é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. O risco de amostragem pode levar a dois tipos de conclusões errôneas:

(a) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados mais eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que não seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela existe. O auditor está preocupado com esse tipo de conclusão errônea porque ela afeta a eficácia da auditoria e é provável que leve a uma opinião de auditoria não apropriada.

(b) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados menos eficazes do que

realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela não existe. Esse tipo de conclusão errônea afeta a eficiência da auditoria porque ela normalmente levaria a um trabalho adicional para estabelecer que as conclusões iniciais estavam incorretas.

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2.1.4 - Risco não resultante da amostragem é o risco de que o auditor chegue a uma conclusão errônea por qualquer outra razão que não seja relacionada ao risco de amostragem. Os exemplos de risco não resultante da amostragem incluem o uso de procedimentos de auditoria não apropriados ou a interpretação errônea da evidência de auditoria e o não reconhecimento de uma distorção ou de um desvio. 2.1.5 - Anomalia é a distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo em uma população. 2.1.6 - Unidade de amostragem é cada um dos itens individuais que constituem uma população. As unidades de amostragem podem ser itens físicos (por exemplo, cheques relacionados em comprovante de depósito, lançamentos de crédito em extratos bancários, faturas de venda ou saldos de devedores) ou unidades monetárias. 2.1.7 - Amostragem estatística é a abordagem à amostragem com as seguintes características:

(a) seleção aleatória dos itens da amostra; e (b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a

mensuração do risco de amostragem. A abordagem de amostragem que não tem as características (a) e (b) é considerada uma amostragem não estatística. A amostragem estatística possui as seguintes características: (a) seleção aleatória dos itens da amostra; e (b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem. Se não tiver as características acima, é amostragem não estatística. 2.1.8 - Estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes (geralmente valor monetário).

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2.1.9 - Distorção tolerável é um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor não seja excedido pela distorção real na população. Ao definir uma amostra, o auditor determina a distorção tolerável para avaliar o risco de que o conjunto de distorções individualmente irrelevantes possa fazer com que as demonstrações contábeis apresentem distorções relevantes e forneça margem para possíveis distorções não detectadas. Ou seja, é a distorção que o auditor aceita, a fim de que as pequenas distorções, no conjunto, não se tornem grandes distorções. A distorção tolerável é a aplicação da materialidade na execução da auditoria, em procedimento de amostragem específico. A distorção tolerável pode ter o mesmo valor ou valor menor do que o da materialidade na execução da auditoria. 2.1.10 - Taxa tolerável de desvio é a taxa de desvio dos procedimentos de controles internos previstos, definida pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que essa taxa de desvio não seja excedida pela taxa real de desvio na população. 2.2 Requisitos Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de auditoria e as características da população da qual será retirada a amostra. A amostragem de auditoria permite que o auditor obtenha e avalie a evidência de auditoria em relação a algumas características dos itens selecionados de modo a concluir, ou ajudar a concluir sobre a população da qual a amostra é retirada. Como vimos, a amostragem em auditoria pode ser aplicada usando tanto a abordagem de amostragem não estatística como a estatística. Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar os fins específicos a serem alcançados e a combinação de procedimentos de auditoria que devem alcançar esses fins. A consideração da natureza da evidência de auditoria desejada e as eventuais condições de desvio ou distorção ou outras características relacionadas com essa evidência de auditoria ajudam o auditor a definir o que constitui desvio ou distorção e qual população usar para a amostragem. A consideração do auditor sobre a finalidade do procedimento de auditoria inclui um claro entendimento do que constitui desvio ou distorção, de modo que todas essas condições, e somente elas, que são relevantes para a finalidade do procedimento de auditoria estejam inclusas na avaliação de desvios ou na projeção de distorções. Por exemplo, em um teste de detalhes relacionado com a existência de contas a receber tais como confirmação, pagamentos efetuados pelo cliente da entidade antes da data de confirmação, mas que a entidade recebeu pouco depois dessa data, não é considerada distorção. Adicionalmente, um registro errôneo entre as contas de clientes não afeta o saldo total das contas a receber. Portanto, pode não ser apropriado considerar que isso seja uma distorção na avaliação dos resultados da amostragem desse procedimento de auditoria em particular, embora isso possa ter um efeito importante em outras áreas da auditoria, como por exemplo, na avaliação do risco de fraude ou da adequação da provisão para créditos de liquidação duvidosa.

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Ao considerar as características de uma população, para testes de controles, o auditor faz uma avaliação da taxa esperada de desvio com base no entendimento do auditor dos controles relevantes ou no exame de pequena quantidade de itens da população. Essa avaliação é feita para estabelecer a amostra de auditoria e determinar o tamanho dessa amostra. Por exemplo, se a taxa esperada de desvio for inaceitavelmente alta, o auditor geralmente decide por não executar os testes de controles. Da mesma forma, para os testes de detalhes, o auditor faz uma avaliação da distorção esperada na população. Se a distorção esperada for alta, o exame completo ou o uso de amostra maior pode ser apropriado ao executar os testes de detalhes. Ao considerar as características da população da qual a amostra será extraída, o auditor pode determinar que a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada. A decisão quanto ao uso de abordagem de amostragem estatística ou não estatística é uma questão de julgamento do auditor, entretanto, o tamanho da amostra não é um critério válido para distinguir entre as abordagens estatísticas e não estatísticas. - Decisão quanto ao uso de abordagem de amostragem estatística ou não estatística: questão de julgamento do auditor; - o tamanho da amostra não é um critério válido para distinguir entre as abordagens estatísticas e não estatísticas; - quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra. O auditor deve determinar o tamanho de amostra suficiente para reduzir o risco de amostragem a um nível mínimo aceitável. O nível de risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar afeta o tamanho da amostra exigido. Quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra. O tamanho da amostra pode ser determinado mediante aplicação de fórmula com base em estatística ou por meio do exercício do julgamento profissional. O auditor deve selecionar itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada. Pela amostragem estatística, os itens da amostra são selecionados de modo que cada unidade de amostragem tenha uma probabilidade conhecida de ser selecionada. Pela amostragem não estatística, o julgamento é usado para selecionar os itens da amostra. Como a finalidade da amostragem é a de fornecer base razoável para o auditor concluir quanto à população da qual a amostra é selecionada, é importante que o auditor selecione uma amostra representativa, de modo a evitar tendenciosidade mediante a escolha de itens da amostra que tenham características típicas da população.

Risco Amostra

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Os principais métodos para selecionar amostras correspondem ao uso de seleção aleatória, seleção sistemática e seleção ao acaso.

2.3 Execução de procedimentos de auditoria O auditor deve executar os procedimentos de auditoria, apropriados à finalidade, para cada item selecionado. Se o procedimento de auditoria não for aplicável ao item selecionado, o auditor deve executar o procedimento em um item que substitua o anteriormente selecionado. Um exemplo de quando é necessário executar o procedimento em item de substituição é quando um cheque cancelado é selecionado durante teste de evidência de autorização de pagamento. Se o auditor estiver satisfeito que o cheque foi cancelado de forma apropriada de modo a não constituir desvio, um item escolhido de maneira apropriada para substituí-lo é examinado. Se o auditor não puder aplicar os procedimentos de auditoria definidos ou procedimentos alternativos adequados em um item selecionado, o auditor deve tratar esse item como um desvio do controle previsto, no caso de testes de controles ou uma distorção, no caso de testes de detalhes. Um exemplo de quando o auditor não pode aplicar os procedimentos de auditoria definidos a um item selecionado é quando a documentação relacionada com esse item tiver sido perdida. Um exemplo de procedimento alternativo adequado pode ser o exame de recebimentos subsequentes, juntamente com a evidência da fonte dos recebimentos e os itens que eles visam liquidar quando nenhuma resposta tiver sido recebida para uma solicitação positiva de confirmação. 2.4 Natureza e causa de desvios e distorções O auditor deve investigar a natureza e a causa de quaisquer desvios ou distorções identificados e avaliar o possível efeito causado por eles na finalidade do procedimento de auditoria e em outras áreas de auditoria. Ao analisar os desvios e as distorções identificados, o auditor talvez observe que muitos têm uma característica em comum como, por exemplo, o tipo de operação, local, linha de produto ou período de tempo. Nessas circunstâncias, o auditor pode decidir identificar todos os itens da população que tenham a característica em comum e estender os procedimentos de auditoria para esses itens. Além disso, esses desvios ou distorções podem ser intencionais e podem indicar a possibilidade de fraude.

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Em circunstâncias extremamente raras, quando o auditor considera que uma distorção ou um desvio descobertos na amostra são anomalias, o auditor deve obter um alto grau de certeza de que essa distorção ou esse desvio não sejam representativos da população. O auditor deve obter esse grau de certeza mediante a execução de procedimentos adicionais de auditoria, para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente de que a distorção ou o desvio não afetam o restante da população. 2.5 Projeção de distorções Para os testes de detalhes, o auditor deve projetar , para a população, as distorções encontradas na amostra, para obter uma visão mais ampla da escala de distorção, mas essa projeção pode não ser suficiente para determinar o valor a ser registrado. Quando a distorção tiver sido estabelecida como uma anomalia, ela pode ser excluída da projeção das distorções para a população. Entretanto, o efeito de tal distorção, se não for corrigido , ainda precisa ser considerado, além da projeção das distorções não anômalas. Para testes de controles, não é necessária qualquer projeção explícita dos desvios uma vez que a taxa de desvio da amostra também é a taxa de desvio projetada para a população como um todo. Explicando melhor. A não projeção nos testes de controle se refere ao fato de não estarmos falando de unidades monetárias, mas de procedimentos de controle. Dessa forma, quando estamos aplicando os testes de detalhes, ao verificarmos uma distorção de 1 milhão de reais em uma amostra que corresponde a 10% de determinada conta das demonstrações contábeis, se projetarmos essa distorção, teríamos uma distorção, para a população, de 10 milhões de reais (projeção linear, apenas para fins exemplificativos). Já numa observação de um controle de acesso ao almoxarifado de determinada empresa, em que se constata que não há um sistema de identificação para a entrada dos funcionários (qualquer um entra), como seria essa projeção? 2.6 Avaliação do resultado da amostragem em auditoria O auditor deve avaliar:

(a) os resultados da amostra; e (b) se o uso de amostragem de auditoria forneceu uma base razoável para conclusões sobre a

população que foi testada.

Para os testes de controles, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante, a menos que sejam obtidas evidências adicionais de auditoria que comprovem a avaliação inicial. Para os testes de detalhes, o valor de distorção inesperadamente alto em uma amostra pode levar o auditor a acreditar que uma classe de operações ou o saldo de uma conta está distorcido de modo relevante, na ausência de evidências adicionais de auditoria de que não há distorções relevantes. No caso de testes de detalhes, a distorção projetada mais a distorção anômala, quando houver, é a melhor estimativa do auditor de distorção na população.

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Quando a distorção projetada mais a distorção anômala excederem uma distorção tolerável, a amostra não fornece uma base razoável para conclusões sobre a população que foi testada. Quanto mais próximo o somatório da distorção projetada e da distorção anômala estiver da distorção tolerável, mais provável será que a distorção real na população exceda a distorção tolerável. Além disso, se a distorção projetada for maior do que as expectativas de distorção do auditor usadas para determinar o tamanho da amostra, o auditor pode concluir que há um risco inaceitável de amostragem de que a distorção real na população exceda a distorção tolerável. A consideração dos resultados de outros procedimentos de auditoria ajuda o auditor a avaliar o risco de que a distorção real na população exceda a distorção tolerável e o risco pode ser reduzido se for obtida evidência adicional de auditoria. Se o auditor conclui que a amostragem de auditoria não forneceu uma base razoável para conclusões sobre a população que foi testada, o auditor pode: - solicitar que a administração investigue as distorções identificadas e o potencial para distorções adicionais e faça quaisquer ajustes necessários; ou - ajustar a natureza, época e extensão desses procedimentos adicionais de auditoria para melhor alcançar a segurança exigida. Por exemplo, no caso de testes de controles, o auditor pode aumentar o tamanho da amostra, testar um controle alternativo ou modificar os respectivos procedimentos substantivos.

Limite Superior de Desvios – LSD (Testes de Controle)

Desvios encontrados na amostra devem ser adequadamente avaliados. Para cada controle testado o auditor irá calcular uma taxa de desvios da amostra, que é realizada dividindo a quantidade de desvios pelo tamanho da amostra examinada.

Realizado esse cálculo, o auditor irá determinar o limite superior dos desvios, que é a taxa máxima de desvios da população, baseada na quantidade de desvios da amostra.

LSD = Taxa de desvios da amostra + Provisão para Risco de Amostragem (PRA)

Exemplificando:

Se 1 desvio é encontrado em uma amostra de 100 unidades, a taxa de desvio será de 1%. Para encontrar o limite superior de desvios, devemos somar essa taxa de 1% à PRA.

Encontrado o LSD, o auditor irá comparar com a taxa aceitável de desvios definida na seleção da amostra. Se o LSD for igual ou inferior à taxa aceitável de desvios, os resultados darão suporte ao risco de controle planejado. Caso o LSD seja superior, o auditor deverá revisar a estratégia de auditoria ou revisar os procedimentos substantivos planejados.

Limite Superior de Desvios – LSE (Testes Substantivos)

Ao utilizar amostragem para testes substantivos, o auditor aplica procedimentos de auditoria sobre os elementos da amostra e determina o valor real de cada unidade. A diferença entre o valor encontrado pelo auditor e o valor registrado na contabilidade será utilizado para projetar o erro (distorção) total na população.

Da mesma forma como visto nos testes de controle, o auditor calcula o limite superior (agora de erros) para os testes substantivos.

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LSE = Erro projetado da população + Provisão para Risco de Amostragem (PRA)

Calculado o LSE, o auditor irá compará-lo com o erro aceitável (EA), definido quando da seleção da amostra. Se o LSE for igual ou inferior ao EA, o auditor conclui que a população (saldo da conta analisada) não contém erros relevantes. Se for maior, pode-se suspeitar que a amostra não tenha sido representativa da população e aplicar procedimentos adicionais sobre unidades de amostragem.

2.7 Estratificação e seleção com base em valor Ao considerar as características da população da qual a amostra será retirada, o auditor pode determinar que a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada. 2.7.1 Estratificação A eficiência da auditoria pode ser melhorada se o auditor estratificar a população dividindo-a em subpopulações distintas que tenham características similares. O objetivo da estratificação é o de reduzir a variabilidade dos itens de cada estrato e, portanto, permitir que o tamanho da amostra seja reduzido sem aumentar o risco de amostragem. Atenção! Se compararmos um estrato com outro, eles continuam sendo heterogêneos. O que passa a ser mais homogêneo são os elementos que compõem cada estrato. Na execução dos testes de detalhes, a população é geralmente estratificada por valor monetário. Isso permite que o trabalho maior de auditoria possa ser direcionado para os itens de valor maior, uma vez que esses itens podem conter maior potencial de distorção em termos de superavaliação. Da mesma forma, a população pode ser estratificada de acordo com uma característica específica que indica maior risco de distorção como, por exemplo, no teste da provisão para créditos de liquidação duvidosa na avaliação de contas a receber, os saldos podem ser estratificados por idade. Os resultados dos procedimentos de auditoria aplicados a uma amostra de itens dentro de um estrato só podem ser projetados para os itens que compõem esse estrato. Para concluir sobre toda a população, o auditor precisa considerar o risco de distorção relevante em relação a quaisquer outros estratos que componham toda a população. Por exemplo, 20% dos itens em uma população podem compor 90% do saldo de uma conta. O auditor pode decidir examinar uma amostra desses itens. O auditor avalia os resultados dessa amostra e chega a uma conclusão sobre 90% do saldo de uma conta separadamente dos 10% remanescentes (nos quais outra amostra ou outros meios de reunir evidências de auditoria serão usados ou que possam ser considerados não relevantes). Se uma classe de operações ou o saldo de uma conta tiver sido dividido em estratos, a distorção é projetada para cada estrato separadamente. As distorções projetadas para cada estrato são, então, combinadas na consideração do possível efeito das distorções no total das classes de operações ou do saldo da conta. 2.7.2 Seleção com base em valor

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Ao executar os testes de detalhes, pode ser eficaz identificar a unidade de amostragem como unidades monetárias individuais que compõem a população. Após ter selecionado unidades específicas da população, como por exemplo, o saldo das contas a receber, o auditor pode, então, examinar os itens específicos, como por exemplo, os saldos individuais que contêm essas unidades monetárias. O benefício dessa abordagem para definir a unidade de amostragem é que o trabalho de auditoria é direcionado para itens de valor maior porque eles têm mais chances de serem selecionados e podem resultar em amostras de tamanhos menores. Essa abordagem é muito eficiente quando os itens são selecionados usando a seleção aleatória. Ao considerar as características da população da qual a amostra será retirada, o auditor pode determinar que a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada. 2.8 Exemplos de fatores que influenciam o tamanho da amostra para os testes de controles A seguir apresentamos os principais fatores que o auditor pode levar em consideração ao determinar o tamanho da amostra para os testes de controles. Esses fatores, que precisam ser considerados em conjunto, pressupõem que o auditor não modifica a natureza ou a época dos testes de controles nem de outra forma modifica a abordagem aos procedimentos substantivos em resposta aos riscos avaliados.

TESTES DE CONTROLE

Fator Relação

Taxa tolerável de desvio Inversa

Taxa esperada de desvio Direta

Nível de segurança desejado Direta

Extensão da avaliação de riscos dos controles relevantes

Direta

Quanto menor a taxa tolerável de desvio que o auditor irá aceitar, maior o tamanho da amostra que irá precisar testar. Quanto mais alta for a taxa esperada de desvio, maior o tamanho da amostra para que o auditor esteja em posição de fazer uma estimativa razoável dessa taxa. Quanto maior for o nível de segurança de que o auditor espera que os resultados da amostra sejam de fato indicativos com relação à incidência real de desvio na população, maior deve ser o tamanho da amostra. Por fim, quanto mais segurança o auditor pretende obter da efetividade dos controles, menor a avaliação do auditor quanto ao risco de distorção relevante e maior deve ser o tamanho da amostra. Quando a avaliação do auditor quanto ao risco de distorção relevante inclui uma expectativa da efetividade operacional dos controles, o auditor tem que executar os testes de controles. Sendo os outros fatores iguais, quanto maior for a confiança que o auditor deposita na efetividade operacional dos controles na avaliação de risco, maior será a extensão dos testes de controles do auditor (e, portanto, maior o tamanho da amostra). Em outras palavras, se o auditor irá depositar uma confiança grande na efetividade dos controles, deverá aplicar mais testes de controle pra se precaver. Assim, de posse dos resultados e confirmando essa efetividade dos controles, aplicará menos testes substantivos, como veremos a seguir.

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2.9 Exemplos de fatores que influenciam o tamanho da amostra para os testes de detalhes De forma análoga ao item anterior, apresentamos os principais fatores que o auditor pode levar em consideração ao determinar o tamanho da amostra para testes de detalhes. Esses fatores, que precisam ser considerados em conjunto, pressupõem que o auditor não modifica a abordagem aos testes de controles nem a natureza ou a época dos procedimentos substantivos em resposta aos riscos avaliados.

TESTES DE DETALHES

Fator Relação

Distorção tolerável Inversa

Risco de distorção relevante Direta

Distorção esperada Direta

Estratificação da população Redução

Uso de procedimentos alternativos Inversa

Quanto menor for a distorção tolerável aceita pelo auditor, maior deverá ser o tamanho da amostra. Quanto mais alta for a avaliação do risco de distorção relevante, maior deve ser o tamanho da amostra. Quanto maior for o valor da distorção que o auditor espera encontrar na população, maior deve ser o tamanho da amostra para se fazer uma estimativa razoável do valor real de distorção na população. No caso da utilização da estratificação, o conjunto de tamanhos de amostra dos estratos geralmente será menor do que o tamanho da amostra que seria necessário para alcançar certo nível de risco de amostragem se uma amostra tivesse sido retirada de toda a população. Quanto mais o auditor confia em outros procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentos analíticos substantivos) para reduzir a um nível aceitável o risco de detecção relacionado com uma população em particular, menos segurança precisa da amostragem e, portanto, menor pode ser o tamanho da amostra. 2.10 Métodos de seleção da amostra Existem muitos métodos para selecionar amostras. Os principais são os seguintes:

(a) Seleção aleatória (aplicada por meio de geradores de números aleatórios como, por exemplo, tabelas

de números aleatórios).

(b) Seleção sistemática, em que a quantidade de unidades de amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra para dar um intervalo de amostragem como, por exemplo, 50, e após determinar um ponto de início dentro das primeiras 50, toda 50ª unidade de amostragem seguinte é selecionada. Embora o ponto de início possa ser determinado ao acaso, é mais provável que a amostra seja realmente aleatória se ela for determinada pelo uso de um gerador computadorizado de números aleatórios ou de tabelas de números aleatórios. Ao usar uma seleção sistemática, o

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auditor precisaria determinar que as unidades de amostragem da população não estão estruturadas de modo que o intervalo de amostragem corresponda a um padrão em particular da população.

(c) Amostragem de unidade monetária é um tipo de seleção com base em valores, na qual o tamanho,

a seleção e a avaliação da amostra resultam em uma conclusão em valores monetários.

(d) Seleção ao acaso, na qual o auditor seleciona a amostra sem seguir uma técnica estruturada. Embora nenhuma técnica estruturada seja usada, o auditor, ainda assim, evitaria qualquer tendenciosidade ou previsibilidade consciente (por exemplo, evitar itens difíceis de localizar ou escolher ou evitar sempre os primeiros ou os últimos lançamentos de uma página) e, desse modo, procuraria se assegurar de que todos os itens da população têm uma mesma chance de seleção. A seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem estatística.

(e) Seleção de bloco envolve a seleção de um ou mais blocos de itens contíguos da população. A

seleção de bloco geralmente não pode ser usada em amostragem de auditoria porque a maioria das populações está estruturada de modo que esses itens em sequência podem ter características semelhantes entre si, mas características diferentes de outros itens de outros lugares da população. Embora, em algumas circunstâncias, possa ser apropriado que um procedimento de auditoria examine um bloco de itens, ela raramente seria uma técnica de seleção de amostra apropriada quando o auditor pretende obter inferências válidas sobre toda a população com base na amostra.

A seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem estatística.

3. Tipos de Teste em áreas específicas das Demonstrações Contábeis As Demonstrações Contábeis obrigatoriamente sujeitas à Auditoria Independente, segundo a Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações – são o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA), a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e as Notas Explicativas (NE) que as acompanham. Conforme vimos em nossa aula 01, para atingir suas finalidades, a Contabilidade utiliza-se das seguintes técnicas contábeis:

- Escrituração (registro dos fenômenos patrimoniais); - Demonstrações (balanços e outras demonstrações); - Auditoria; e - Análise de balanços (ou análise das demonstrações contábeis).

A análise das demonstrações contábeis (ADC) é uma técnica contábil que consiste na verificação da exatidão e da fidedignidade dos dados contidos nas demonstrações contábeis, por meio do exame dos registros contábeis e dos documentos que deram origem a esses registros. Vimos também que, de acordo com a NBC TA 200, o objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis é:

“aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.” (grifamos)

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Na aula passada, ao citar a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria –, dissemos que o objetivo do auditor é definir e executar procedimentos de auditoria que permitam conseguir evidência de auditoria apropriada e suficiente que lhe possibilitem obter conclusões razoáveis para fundamentar a sua opinião. Ou seja:

- executar PROCEDIMENTOS ; para - conseguir EVIDÊNCIAS ; que possibilitem - obter CONCLUSÕES; para - fundamentar sua OPINIÃO .

Agora chegamos ao tema específico da nossa aula. Para cada tipo de conta das demonstrações contábeis, devemos aplicar testes e procedimentos específicos, em busca de evidências de distorções relevantes que possam justificar a existência de não conformidades porventura existentes. Essa não conformidades – ou distorções –, segundo Ribeiro e Ribeiro (2012), podem ser de quatro tipos:

- saldo superavaliado (valor maior que o real); - saldo subavaliado (valor menor que o real); - saldo fictício (valor inexistente ou irreal); ou - saldo oculto (omissão de valor).

As não conformidades – ou distorções – encontradas nas DC podem ser de quatro tipos:

- saldo superavaliado (valor maior que o real); - saldo subavaliado (valor menor que o real); - saldo fictício (valor inexistente ou irreal); ou - saldo oculto (omissão de valor).

Assim, em virtude desses riscos, recomenda-se que todas as contas apresentadas nas DC sejam testadas. Em linhas gerais, funciona da seguinte forma: o auditor confere os cálculos dos grupos de contas apresentados nas DC, para depois conferir os saldos iniciais com os saldos finais da auditoria do exercício anterior. Adicionalmente, verifica se os saldos informados “batem” com os registrados nos livros contábeis (principalmente no razão). Se julgar conveniente, em vista do necessário ceticismo que deve possuir, estende as verificações aos registros contábeis. Isso porque o simples confronto entre os saldos das contas apresentadas nas DC com os saldos existentes no Livro-Razão dificilmente irá evidenciar as distorções nos respectivos saldos. Lembrem-se de que, de acordo com o Método das Partidas Dobradas (MPD), cada lançamento (ou mais) no Ativo corresponderá a um lançamento (ou mais) no Passivo, e vice versa. Isso explica o fato de que o auditor, ao analisar a documentação, deva ter ciência de que, normalmente, a superavaliação do saldo de uma conta (ou mais) encontra guarida na subavaliação do saldo de sua (s) contrapartida (s). Observem o quadro resumo a seguir, contendo algumas das contas que abordaremos “em sala”, conforme a Lei nº 6.404/76, alterada pela 11.941/09.

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

Ativo Circulante (AC) - Disponibilidades

Passivo Circulante (PC)

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Passivo Não Circulante (PNC) - Caixa e bancos - Clientes (contas a receber) - Estoques Ativo Não Circulante (ANC) - Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP) - Investimentos - Imobilizado - Intangível

Patrimônio Líquido (PL)

Esse quadro não está completo, mas serve apenas para os colegas que ainda não estão craques na Contabilidade terem uma noção do posicionamento das contas no Balanço Patrimonial. Elaboramos outro quadro, com base na obra de Ribeiro e Ribeiro (2012), apresentando alguns exemplos das muitas situações que podem ocorrer:

Situação Definição Exemplo Saldo superavaliado O saldo constante de

uma conta da DC é superior ao saldo da mesma conta no livro-razão

Superavaliação em conta de despesa: despesa de 100 paga em $ (valor deixa de compor “caixa”), mas escriturada como 120. Para haver compensação, ou o caixa será subavaliado em 20 ou o passivo será superavaliado com a inclusão de um saldo fictício (conta inexistente)

Saldo subavaliado O saldo constante de uma conta da DC é inferior ao saldo da mesma conta no livro-razão

Subavaliação em conta de receita: receita de 500 recebida em $ (valor passa a compor “caixa”), mas escriturada como 400. Acarretará subavaliação na conta de receita, e em contrapartida, subavaliação no saldo da conta “caixa”, que será menor que o real.

Saldo fictício O saldo constante de uma conta da DC não existe no livro-razão

Para compensar desfalque de 50 no caixa, o contador intencionalmente lança o respectivo valor na conta “duplicatas a receber”.

Saldo oculto O saldo de uma conta constante do livro-razão não foi informado ou sequer contabilizado

Nota fiscal de venda de mercadorias a prazo, no valor de 80, não escriturada no livro diário. Essa omissão provocou uma subavaliação no saldo da conta “duplicatas a receber” e a consequente subavaliação da conta de “receitas com vendas”.

3.1. Caixa e Bancos Como sabemos, no Balanço Patrimonial, os ativos são classificados em ordem decrescente de grau de liquidez. Assim, caixa e bancos são classificados na primeira linha do lado do ativo do BP, pois é o ativo de maior liquidez. São registrados no grupo de caixa e bancos os recursos disponíveis para aplicação nas transações da empresa, tais como:

- dinheiro em caixa; - dinheiros em contas correntes bancárias; - recebimentos não depositados.

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O valor de caixa e bancos é composto, em geral, por dois componentes: o numerário em caixa (também denominado encaixe) e o depósito em bancos. Para cada componente, o auditor realiza procedimentos próprios. De acordo com Almeida (2010), para um ativo ser classificado nesse grupo, é importante que não haja restrições quanto ao seu uso imediato. Os cheques emitidos e ainda não entregues aos beneficiários não devem ser considerados como redução de caixa e bancos. O autor afirma que “caixa e bancos”, por ser um ativo de pronta liquidez, é o mais sujeito a uma utilização indevida. Nessa área, mesmo que haja bom sistema de controle interno, o auditor executa maior volume de testes do que o normal, já que o risco é maior. Os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação, e o principal objetivo é verificar a existência do ativo. Entre os objetivos específicos, estão a verificação da existência, da propriedade da exatidão dos valores, a descoberta de restrições e a apresentação exata nas DC. E qual seria, na opinião de vocês, a melhor forma de se ter certeza da existência de recursos em caixa? Exatamente: contá-los fisicamente, principalmente em empresas nas quais o fluxo de dinheiro diário é mais expressivo. Sempre que possível, a auditoria das DC deve ser iniciada pela contagem física do dinheiro existente em caixa. Para os recursos em contas correntes bancárias, esse procedimento não poderá ser executado, mas uma carta do banco, em resposta a uma circularização, normalmente é a forma utilizada para essa conferência. As contas “caixa e bancos” são as mais testadas nos trabalhos de auditoria, pois apresentam alto grau de liquidez, oferecendo mais riscos que as demais. Os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação, e o principal objetivo é verificar a existência do ativo. 3.1.1 Contagem de caixa (encaixe) É normalmente utilizada para as empresas que costumam manter uma quantia considerável em caixa na data do Balanço Patrimonial. Isso é bastante comum naquelas que vendem à vista grandes quantidades de produtos de pequeno valor. Para se realizar a contagem, na visão de Ribeiro e Ribeiro (2012), algumas recomendações devem ser seguidas: - que a contagem física seja realizada em horário bem próximo ao final do expediente, para evitar que o saldo esteja muito baixo, o que descaracterizaria as verificações; - o fator surpresa inibe o mascaramento do movimento por parte dos responsáveis (isso pode ser conseguido por meio de uma segunda contagem, já que o auditado vai acabar esperando pela primeira); - quando a empresa trabalhar com mais de um caixa, é importante se destacar membros da equipe de auditoria para que a contagem seja realizada simultaneamente (para evitar que o mesmo numerário seja contado nos dois caixas, por substituição de fundos); - a contagem do dinheiro deve ser feita, se possível, pelo próprio tesoureiro, na presença da equipe de auditores (os auditores não devem se apoderar dos valores);

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- a contagem física deve abranger não só o dinheiro, mas também outros documentos integrados ao saldo, como por exemplo, recibos e cheques; - é importante verificar a existência de cheques depositados e devolvidos por falta de fundos ou por outro motivo (se os cheques não forem depositados enquanto o auditor controla o numerário, não será possível certificar-se da validade dos mesmos); - após a conclusão da contagem, lavrar um termo de conferência. 3.1.2 Saldos bancários Aqui, o auditor não mais está tratando de dinheiro em mãos, mas com documentos que comprovam a existência do dinheiro. A checagem é feita, normalmente, por meio de circularização aos bancos e de conferência dos extratos bancários, após a resposta. Almeida (2010) relaciona as principais atividades a serem desenvolvidas pelo auditor, na verificação dos saldos bancários: - solicitar o preenchimento da carta de circularização (lembre-se de que quem preenche a carta é a administração da empresa, pois não há vínculo direto entre a equipe de auditoria e o banco a ser circularizado); - incluir na carta um envelope selado endereçado à própria firma de auditoria (a resposta será enviada diretamente aos auditores, e isso facilitaria o trabalho do banco); - para as cartas não respondidas, reiterar em quinze dias. Se ainda assim não obtiver êxito, obter confirmação pessoalmente; Os procedimentos finais de auditoria concentram-se nas conciliações bancárias. 3.2 Clientes As contas de clientes, ou contas a receber, representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços relacionados ao objetivo social da empresa. Além desses, algumas transações são classificadas como contas a receber: - adiantamentos (férias, 13º salário), e empréstimos a empregados, administradores, acionistas e empresas controladas e coligadas; - impostos a recuperar; - conta retificadora (provisão para devedores duvidosos – PDD); - notas fiscais a receber; - duplicatas a receber. Na venda de bens, a principal exigência é a transferência para o comprador dos riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade dos bens. O principal objetivo do auditor na auditoria dos valores a receber é cobrir a existência, a avaliação e a classificação das contas. Por serem de natureza intangível, exigem procedimentos diferentes daqueles aplicados na auditoria de caixa e bancos, tendo o auditor que aplicar critérios de julgamento não só quantitativos, mas qualitativos, por meio de evidências indiretas.

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De acordo com Crepaldi (2012), os procedimentos de auditoria usados no exame de contas a receber podem ser classificados da seguinte maneira: - coleta e exame de evidências externas; - exame de evidências internas da firma; - procedimentos analíticos referentes a saldos de contas a receber e Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. 3.2.1 Evidências Externas - Confirmação A confirmação externa é um dos mais importantes procedimentos de auditoria, e é particularmente utilizado na verificação da conta clientes. Como vimos na aula passada, podem ocorrer dois tipos de pedidos de confirmação: positivo e negativo. LEMBRETE: O primeiro é utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter uma confirmação formal. Pode ser usado de duas formas: - branco: quando não se colocam os valores nos pedidos de confirmação; - preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada. O pedido de confirmação negativo é utilizado quando a resposta for necessária em caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditor entende que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação. Considera-se de melhor qualidade a evidência obtida por meio dos pedidos de confirmação positivos, pois o auditor não tem meios imediatos de determinar se a ausência de resposta ocorreu por anuência ou negligência do devedor. Para as cartas de confirmação não respondidas, Almeida (2010) apresenta alguns procedimentos alternativos: - inspeção de pedido de venda e nota fiscal; - exame de comprovante de embarque, com atenção para as datas; - verificação do recebimento subsequente, por meio da inspeção de recibos, avisos bancários comprovantes de depósitos. Para as cartas de confirmação não respondidas, Almeida (2010) apresenta alguns procedimentos alternativos: - inspeção de pedido de venda e nota fiscal; - exame de comprovante de embarque, com atenção para as datas; - verificação do recebimento subsequente, por meio da inspeção de recibos, avisos bancários comprovantes de depósitos. 3.2.2 Evidências Internas – teste de avaliação das contas a receber Os procedimentos utilizados para essa parte da auditoria são os testes de registros contábeis e o exame da documentação hábil. Devem ser testadas a exatidão dos registros contábeis e os documentos comprobatórios, comparando-os aos registros. Esses procedimentos de auditoria são comumente denominados testes de transações.

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Para tanto, o auditor deve solicitar da empresa um mapa demonstrativo de contas a receber por idade de recebimento, a fim de facilitar a identificação de problemas. 3.2.3 Procedimentos Analíticos Consiste em analisar, pelos vencimentos, os saldos das contas a receber, e fornece dados sobre o vencimento das contas a receber. Esse procedimento relaciona-se diretamente com a avaliação que o auditor faz da adequação da PDD, o que se traduz de grande para a fidedignidade das contas a receber, embora outros dados também possam ser utilizados com a mesma finalidade:

- antecedentes de porcentagens dos saldos a receber, expressos pela provisão; - tendências da incidência de dívidas duvidosas; - alterações na política de concessão de crédito; - cálculos de movimentação de contas a receber; e - condições econômicas vigentes no momento.

3.3 Estoques Segundo Almeida (2010), os estoques são bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados com os objetivos e atividades da empresa. Eles são importantes na apuração do lucro líquido de cada exercício social e na determinação do valor do capital circulante líquido do Balanço Patrimonial. A importância dada a este item, na auditoria das DC, deve-se ao fato de que os resultados da empresa podem ser facilmente manipulados pela superavaliação ou subavaliação dos estoques. As principais classes de estoques são:

- matérias-primas (bens comprados e destinados à produção); - produtos em processo (bens que estão em processo de produção); - produtos acabados (bens produzidos e destinados à venda); - mercadorias (bens comprados e destinados à venda).

Ainda conforme a obra citada, os principais objetivos da auditoria de estoques (feita por amostragem) são:

- verificar se as quantidades de bens declaradas realmente existem; - verificar se os bens foram custeados e avaliados de acordo com os princípios de contabilidade; - verificar se as informações referentes aos estoques foram adequadamente divulgadas nas DC.

Crepaldi (2012), por sua vez, apresenta os seguintes objetivos:

- determinação de que há bom controle sobre os estoques; - verificação de que o cliente é realmente o proprietário do estoque; - determinação de quantidade de estoque em mão do cliente; - averiguação e certeza de que o cliente atribui preço adequado a seu estoque; - determinação se há ônus sobre o estoque; - determinação da possibilidade de venda do estoque existente, atentando para indícios, tais como mercadoria danificada, itens obsoletos, etc; - determinação da forma correta de apresentação do estoque nas DC.

Os principais procedimentos de auditoria nos estoques são a inspeção física (verificação da existência física) e os testes de avaliação (sistema de alocação de custos aos estoques).

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A verificação da existência física ocorre por meio da observação e da contagem física, confrontando os resultados com os registros contábeis. O corte das operações (cut-off), de acordo com Franco e Marra (2011) consiste em determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos a ele relacionados, refletem o levantamento do inventário. Assim, o que estiver registrado até aquele momento será incluído, o que vier a ser registrado depois será excluído. É escolhida uma data limite, e estando os registros rigorosamente em dia, verifica-se a última anotação constante, a qual indicará os materiais que, até ali, farão parte do inventário. Os testes de avaliação dos estoques dizem respeito à revisão do sistema de alocação de custos aos estoques – PEPS, UEPS – e à verificação de que o somatório das relações finais de inventário concorda com os saldos das respectivas contas do razão geral da contabilidade. Os principais procedimentos de auditoria nos estoques são a inspeção física (verificação da existência física) e os testes de avaliação (sistema de alocação de custos aos estoques). 3.4 Investimentos Como parte da política de algumas empresas, estas aplicam recursos em títulos e outros direitos. Essas aplicações normalmente se dividem em três grupos (Almeida, 2010):

- instrumentos financeiros de dívidas: aplicações em títulos públicos e privados; - instrumentos financeiros de capital: participação no capital social de outras empresas; - investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial: investimentos em sociedades coligadas e em sociedades controladas.

Para concursos – ou seja, o que nos interessa no momento – o mais importante é o investimento no capital de outras empresas, tendo em vista que o que acontece com a investida acaba por refletir na situação da investidora, de acordo com a materialidade do investimento. Na auditoria de investimentos, o auditor deve tomar cuidados especiais, além daqueles comuns a outras contas do BP, em virtude das características das operações que envolvem as operações de investimentos, especificamente às relativas à legislação de aquisição e métodos de avaliação. As informações mais importantes dizem respeito:

- natureza do título; - data e valor da aplicação; - data e taxa dos juros e outros rendimentos que eles possam gerar; - data do resgate; - valor dos dividendos provisionados; - valor de mercado, etc.

De acordo com Crepaldi (2012), os procedimentos usados pelo auditor para atingir o objetivo referente à existência e à propriedade dos investimentos, normalmente, compreendem exame ou confirmação. Quando há títulos envolvidos, considera-se boa prática examiná-los e confrontá-los com a contagem realizada pelo cliente. Se esse procedimento for impraticável, uma alternativa pode ser a confirmação com o encarregado externo da custódia dos bens, ponderando sobre a reputação e os antecedentes financeiros de quem faz a confirmação.

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Os principais procedimentos utilizados são, de acordo com a obra de Franco e Marra (2011): 1 - Verificação física (exame documental) dos títulos de investimento: verificação física, caso os títulos, contratos ou certificados estejam de posse da empresa; ou circularização, em caso negativo. 2 - Verificação da contabilização do investimento: quando de sua aquisição, e das variações ocorridas, para assegurar-se da adequação dos valores mencionados no BP. 3 - Avaliações dos investimentos em coligadas e controladas (investimento relevante): deve ser feito por meio do Método de Equivalência Patrimonial – MEP –, por determinação legal. 3.5 Imobilizado O Art. 179, IV, da Lei nº 6.404/76, considera Ativo Imobilizado como sendo os direitos que tenham por objeto os bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da Companhia ou da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à Cia. os benefícios, riscos e controle desses bens. Ou seja, o Imobilizado é composto exclusivamente por bens materiais, tangíveis. Na auditoria do imobilizado, alguns procedimentos são comuns à auditoria de outras áreas do BP, como a conferência de cálculos, a checagem de saldos do BP com saldos constantes dos livros contábeis e da documentação comprobatória. Uma característica importante, tendo em vista a sujeição ao desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência, é avaliação dos planos e cálculos de depreciação. De acordo com Crepaldi (2012), a auditoria do imobilizado tem os seguintes objetivos:

- determinar sua existência física e a permanência em uso; - determinar se pertence à empresa; - determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade, em bases uniformes; - determinar se o imobilizado não contém despesas capitalizadas e, por outro lado, as despesas não contêm itens capitalizáveis; - determinar se os bens do imobilizado foram adequadamente depreciados monetariamente, em bases aceitáveis; - determinar a existência de imobilizado penhorado, dado em garantia ou com restrição de uso; - determinar se está corretamente classificado nas DC e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas; - estudar e avaliar o controle interno existente para esses bens.

Com base nesses objetivos, podemos concluir pelas ações mais comuns:

- avaliação dos bens, inclusive correção; - existência, propriedade e posse; - eventual ônus sobre os bens; - critérios e extensão das depreciações e amortizações.

Na auditoria do imobilizado, alguns procedimentos são comuns à auditoria de outras áreas do BP, como a conferência de cálculos, a checagem de saldos do BP com saldos constantes dos livros contábeis e da documentação comprobatória.

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3.6 Fornecedores Da mesma forma que nas Contas a Receber, o grupo Contas a Pagar engloba um conjunto de obrigações, como as obrigações com fornecedores, as obrigações trabalhistas, empréstimos, financiamentos, etc., de curto ou de longo prazo, ou seja, podem ser classificadas tanto no Passivo Circulante (PC) como no Passivo Não Circulante (PNC). Em geral, o maior volume de testes recai sobre as obrigações com fornecedores. A conta fornecedores (componente do “contas a pagar”) representa uma obrigação da empresa auditada, uma dívida com fornecedores, devida às aquisições de bens ou serviços, e deve ser reconhecida quando a empresa recebe a prestação do serviço ou quando o ativo passa para sua propriedade. Os procedimentos de auditoria são semelhantes aos utilizados nas contas a receber, e podem ser identificados da seguinte forma:

- Inspeção física; - Circularização; - Recálculo; - Investigação.

Em relação à circularização, da mesma forma que na auditoria do ”contas a receber”, no caso de “fornecedores”, é o procedimento mais importante, com a seguinte observação encontrada na obra de Ribeiro e Ribeiro (2012): “Em relação à circularização, nesse caso, nas cartas enviadas aos fornecedores, não constam valores, pois é o fornecedor quem informa o valor da dívida da auditada”. Nesse caso, a experiência demonstra ser a circularização mais eficiente, pois o credor tem maior interesse em demonstrar seu crédito ou apontar irregularidades, sendo de grande importância na detecção de omissão de passivos. Segue um quadro adaptado de enumeração constante da obra de Attie (2010), no qual o autor ilustra alguns dos principais procedimentos que poderão ser utilizados nos trabalhos de auditoria do Passivo:

Procedimento Aplicação

Exame físico (inspeção) - Contagem das contas a pagar - Contagem dos títulos a pagar

Circularização (confirmação) - Dos fornecedores - Dos empréstimos a pagar - Das contas a pagar

Inspeção de documentos

- Exame documental das faturas / notas fiscais - Exame documental dos contratos de empréstimos - exame das atas e assembleias -Exame documental das guias de recolhimento de impostos

Cálculo (recálculo)

- Dos impostos a pagar - Dos juros a pagar - Da composição dos fornecedores - Das provisões de férias, 13º salário - Dos royalties a pagar

Observação - Classificação adequada das contas - Observação aos princípios de contabilidade - Observação de ativos dados em garantia

Fonte: Attie (Atlas, 2010, p. 455 e 456)

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3.7 Advogados De acordo com a orientação IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), referente à NBC T 11.15 – Contingências –, a circularização dos advogados é uma forma de o auditor obter confirmação independente das informações fornecidas pela administração, referentes a situações relacionadas a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias. As respostas servem de evidência para que o auditor avalie se a administração adotou os procedimentos adequados para a contabilização e/ou divulgação dos passivos não registrados e/ou das contingências (ativas ou passivas). A extensão da seleção dos advogados a serem circularizados depende do julgamento profissional do auditor, que deve levar em consideração: - a estrutura de controles internos da empresa; - a natureza e a relevância dos assuntos envolvidos. Ao final o auditor deve avaliar todas as circunstâncias e as evidências obtidas durante a aplicação de seus procedimentos de auditoria para passivos não registrados e contingências para formar o seu julgamento quanto à adequação às práticas contábeis adotadas na elaboração e na apresentação das DC. 3.8 Seguros De acordo com Franco e Marra (2011), para verificação deste item, além do exame atento das apólices vigentes, é recomendável a circularização, com o objetivo principal de constatar qual a cobertura existente para os ativos da empresa, se é suficiente e adequada, e se existem outros tipos de seguros para contingências. 3.9 Folha de pagamentos (salários a pagar) De acordo com Franco e Marra (2011), os procedimentos são orientados sobre a razoabilidade do saldo final a pagar. Para tanto, se deve pesquisar o movimento durante o exercício, a fim de verificar possíveis lançamentos extraordinários. O confronto das folhas de pagamento, se demonstrar regularidade, é um bom elemento de convicção. Almeida (2010) sugere as seguintes ações:

- análise de composição do saldo da conta; - conferência do valor da análise com a respectiva conta do razão da contabilidade; - verificação de que não existam itens antigos ou anormais na análise; - confrontação dos valores com a folha de pagamentos.

EXERCÍCIOS 1 - (ESAF / CGU/ 2012) - Nos casos em que o auditor independente desejar reduzir o tamanho da amostra sem aumentar o risco de amostragem, dividindo a população em subpopulações distintas que tenham características similares, deve proceder a um(a): a) Estratificação. b) Seleção com base em valores. c) Teste de detalhes.

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d) Seleção sistemática. e) Detalhamento populacional. 2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao realizar o processo de escolha da amostra, deve considerar: I. que cada item que compõe a amostra é conhecido como unidade de amostragem; II. que estratificação é o processo de dividir a população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares; III. na determinação do tamanho da amostra, o risco de amostragem, sem considerar os erros esperados. a) Somente a I é verdadeira. b) Somente a II é verdadeira. c) I e III são verdadeiras. d) Todas são falsas. e) Todas são verdadeiras. 3 - (ESAF / CGU / 2008) - Sobre o tema “amostragem estatística em auditoria”, segundo o que dispõe a NBC-T-11, é incorreto afirmar que: a) na seleção da amostra é vedada a seleção casual, a critério do auditor, baseada em sua experiência profissional. b) ao usar métodos de amostragem estatística ou não-estatística, o auditor deve projetar e selecionar uma amostra de auditoria, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria e avaliar os resultados da amostra, de forma a proporcionar evidência de auditoria suficiente e apropriada. c) na determinação da amostra o auditor deve levar em consideração, entre outros fatores: a população objeto da amostra; o tamanho da amostra e o risco da amostragem. d) a amostra selecionada pelo auditor deve ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto de exame, como também com os efeitos na posição patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período. e) ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, o auditor pode empregar técnicas de amostragem. 4 - (ESAF / TCU / 2006) - O auditor, ao determinar a amostra a ser selecionada, deve considerar: a) obrigatoriamente, métodos de amostragem estatísticos e não estatísticos de forma a garantir a avaliação de todos os itens da amostra. b) um número mínimo de elementos a serem testados, independente do volume da amostra. c) que a amostra deva ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto do exame. d) que a amostra seja selecionada conforme critérios determinados pela área auditada e o auditor. e) somente elementos selecionados por métodos estatísticos, sendo necessário evidenciar suficientemente os fatos que comprovem os itens selecionados. 5 - (ESAF / CCU / 2006) - Nos trabalhos de auditoria, o método da amostragem é aplicado como forma de viabilizar a realização de ações de controle em situações onde o objeto-alvo da ação se apresenta em grandes quantidades e/ou se apresenta de forma muito pulverizada. Acerca da aplicação do método de amostragem em auditoria, assinale a opção incorreta. a) Achados de auditoria obtidos por meio de amostragem não-estatística não têm valor na composição dos pareceres. b) Por estratificação entende-se a separação da população-objeto em classes. c) Por erro tolerável entende-se o erro máximo que o auditor estaria disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que se possa atingir o objetivo dos trabalhos.

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d) Por risco de amostragem entende-se da possibilidade de que a conclusão do auditor, tomando por base uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se o procedimento de auditoria tivesse sido aplicado de forma censitária. e) Entre os aspectos a serem considerados estão o tamanho da amostra e a população-objeto da amostra. 6 - (ESAF / ENAP / 2006) - A amostragem estratificada consiste em: a) gerar diretamente o resultado estatístico final da amostra. b) eliminar a possibilidade de erro na definição da amostra. c) dividir a população em grupos relativamente homogêneos. d) determinar o risco de rejeição incorreta ou erro aceitável. e) avaliar a população total por meio de amostra única. 7 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - Das assertivas a seguir, identifique a que não está relacionada à determinação da amostra: a) estratificação b) tamanho c) erro tolerável d) erro esperado e) sequência 8 - (ESAF / CGU / 2006) - O auditor, para determinar a extensão de um teste de auditoria, pode recorrer a técnicas de amostragem. Qual dos fatores abaixo não corresponde a um fator a ser levado em consideração na determinação da amostra? a) tamanho da amostra b) risco de amostragem c) erro tolerável d) erro esperado e) uniformidade 9 - (ESAF / RFB / 2003) - Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, na determinação da amostra para auditoria externa, devem ser considerados, no mínimo: a) população objeto da amostra, tamanho da amostra, risco de amostragem e fraude. b) tamanho da amostra, erro tolerável, tamanho da empresa e inadimplência. c) risco de amostragem, erro intolerável, erro esperado e manipulação. d) erro inesperado, risco de amostragem, tamanho da amostra e valores. e) estratificação da amostra, tamanho da amostra, erro tolerável e erro esperado. 10 - (ESAF / TCU / 2002) - Ao utilizar o método de amostragem estatística para verificar a aderência aos controles internos, o auditor tem maior probabilidade em conduzir a uma opinião errônea quando incorre no risco de: a) Subavaliação da confiabilidade b) Rejeição incorreta c) Aceitação incorreta d) Superavaliação da confiabilidade e) Avaliação da população 11 - (ESAF / ICMS-PI / 2001) - Para conseguir o nível de confiança desejado com menores amostras, a melhor técnica estatística que o auditor pode utilizar é a: a) Amostragem por Intervalo b) Amostragem por Estratificação c) Amostragem por Julgamento

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d) Tabela de Números Aleatórios e) Amostragem Exploratória 12 - (ESAF / ISS-Natal-RN / 2008) - A relação existente entre o fator de confiabilidade com a amostra é: a) quanto mais baixo for o fator de confiabilidade, maior será o tamanho da amostra. b) não existir no modelo a expectativa de risco de aceitação incorreta. c) o fator de confiabilidade e a amostra devem ter correlação positiva. d) independente do fator de confiabilidade, o tamanho da amostra não varia. e) não correlacionar o fator de confiabilidade da amostra com o seu tamanho. 13 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - No processo de amostragem o LSE – Limite Superior de Erro para superavaliações é determinado pela: a) soma do erro projetado e da provisão para risco de amostragem. b) divisão da população pela amostra estratificada. c) soma do erro estimado e da confiabilidade da amostra. d) divisão do erro total pela população escolhida. e) subtração do erro total, do desvio das possíveis perdas amostrais. 14 - (ESAF / PMRJ / 2010) - Avalie, se verdadeiro ou falso, os itens a seguir a respeito do uso de amostragem estatística em auditoria e assinale a opção que indica a sequência correta. I. O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar não afeta o tamanho da amostra exigido em razão da existência de outros controles a serem utilizados; II. O auditor seleciona itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada; III. Existem outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso de procedimentos de auditoria não apropriados; IV. Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante. a) V, V, F, V b) F, V, V, V c) V, V, V, F d) F, F, F, V e) V, F, V, F 15 - (FCC / ISS-SP / 2012) - O aumento no uso de procedimentos substantivos no processo de auditoria para confirmação dos saldos do contas a receber da empresa Financia S.A. (A) exige a estratificação da amostra. (B) obriga que a amostra seja aleatória. (C) possibilita um aumento da amostra. (D) causa uma diminuição da amostra. (E) não influencia no tamanho da amostra. 16 - (FCC / TRE-SP / 2012) – A técnica de amostragem que consiste em dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes é denominada amostragem: (A) randômica. (B) estratificada. (C) de seleção em bloco. (D) aleatória. (E) de seleção com base na experiência do auditor.

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17 - (FCC / TCE-SE / 2011) - Segundo a NBC TA 530, que versa sobre a utilização de amostragem em auditoria, é correto afirmar: (A) O objetivo da estratificação da amostra é o de aumentar a variabilidade dos itens de cada estrato e permitir que o tamanho da amostra seja aumentado. (B) Quanto menor o risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar, menor deve ser o tamanho da amostra. (C) Anomalia é a distorção ou o desvio comprovadamente representativo de distorção ou desvio em uma população. (D) O método de seleção da amostra em que o auditor não segue nenhuma técnica estruturada é denominado método de seleção aleatório. (E) Quanto maior a confiança do auditor em procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentos analíticos substantivos), menor pode ser o tamanho da amostra. 18 - (FCC/INFRAERO/Analista Contábil/2011) - Em relação à utilização de amostragem na auditoria, é correto afirmar: A) A amostragem utilizada em auditoria é necessariamente probabilística, sob pena de ocorrerem riscos decorrentes da utilização do julgamento pessoal do auditor sobre os itens a serem selecionados. B) A estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características heterogêneas. C) O tamanho da amostra a ser determinada pelo auditor deve considerar o risco de amostragem, bem como os erros toleráveis e os esperados. D) O erro tolerável é o erro mínimo na população que o auditor está disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria. E) Quando o erro projetado for inferior ao erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for inaceitável, considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos. 19 - (FCC/TCM-CE/ACE/2010) - Conforme normas técnicas de auditoria independente, NÃO se refere à definição de uma amostragem de auditoria: A) a possibilidade de existência de fraude. B) os fins específicos da auditoria. C) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra. D) as condições de desvio ou distorção. E) a natureza da evidência da auditoria. 20 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – O Conselho Federal de Contabilidade – CFC, com relação à amostragem em auditoria, define o termo anomalia como: a) o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, possa ser diferente se toda a população

estiver sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. b) a distorção ou o desvio comprovadamente não representativo de distorção ou desvio em uma população. c) o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de

amostragem com características semelhantes. d) um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor

monetário não seja excedido pela distorção real na população. e) o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja

concluir. 21 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - Para propiciar representatividade da população contábil aplicada nos testes de auditoria, o auditor pode estipular intervalos uniformes entre os itens a serem selecionados como um método de seleção de amostras denominado:

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a) números aleatórios. b) amostragem de atributos. c) amostragem sistêmica. d) amostragem por bloco. e) amostragem ao acaso. 22 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A estratificação da amostra pode ser útil quando: (A) superar a 100 unidades a quantidade de itens que compõe a amostra. (B) existir risco de mais de 10% da amostra conter erros. (C) houver uma grande amplitude nos valores dos itens a serem selecionados. (D) for identificada uma linearidade nos valores dos itens a serem selecionados. (E) for pequeno o número de itens que compõe a amostra. 23 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa de prestação de serviços NBA Informática S.A. tem seus processos integrados sistemicamente. A folha de salários é integrada à contabilidade mensalmente. No mês de julho de 2009, não foi feita a parametrização no sistema, para contabilização de uma nova verba de horas extras a pagar, de 100% de acréscimo. A folha de pagamentos apresentava remuneração de R$ 20.000,00 nessa verba. Dessa forma, pode-se afirmar que: a) o passivo está superavaliado e o resultado está subavaliado. b) o ativo está subavaliado e o passivo está superavaliado. c) o passivo está subavaliado e o resultado está subavaliado. d) os saldos estão adequados sem subavaliação ou superavaliação. e) o passivo está superavaliado e o resultado está superavaliado. 24 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período. 25 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Parcial S.A. realizou o estorno da Reserva de Reavaliação, conforme permissibilidade estabelecida pela Lei n. 11.638/2007. No entanto, o contador não realizou o estorno dos impostos pertinentes à reavaliação. Dessa forma pode-se afirmar que: a) a conta de reserva de reavaliação está superavaliada. b) a conta de investimento reavaliação está adequada. c) a conta de imposto de renda diferido está superavaliada. d) a conta de lucros acumulados está superavaliada. e) a conta de resultado do exercício está subavaliada. 26 - (ESAF / CVM / 2010) - Segundo determinação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, no ajuste a valor presente do ativo e do passivo de longo prazo de que trata a Lei n. 11.638/2007, as empresas devem obedecer aos seguintes procedimentos, exceto: a) as notas explicativas deverão detalhar as premissas e fundamentos que justificaram as taxas de desconto adotadas pela Administração.

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b) ao submeter ativos e passivos de curto prazo ao ajuste, devem ser observadas, além das regras gerais, as taxas de retorno para investimentos de curto prazo. c) as reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras. d) as premissas e fundamentos que justificarem as estimativas contábeis relativas ao cálculo dos ajustes a valor presente, inclusive as taxas de desconto, serão objeto de avaliação quanto à razoabilidade e pertinência pelos auditores independentes. e) A quantificação do ajuste a valor presente deverá ser realizada em base exponencial “pro rata die”, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam. 27 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao realizar testes no cálculo do valor recuperável de um ativo imobilizado, feito pelo método do fluxo de caixa descontado, identificou que a taxa utilizada para descontar o fluxo de caixa estava maior que a recomendada para aquela atividade. Dessa forma, pode-se afirmar que a conta: a) de ajuste especial no Patrimônio Líquido, está subavaliada. b) de despesa de depreciação, do imobilizado, está superavaliada. c) do ajuste especial no Resultado do Exercício, está subavaliada. d) de depreciação acumulada do imobilizado, está superavaliada. e) do ativo imobilizado está subavaliada. 28 - (SEFAZ/SP/APOFP/ESAF/2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, é procedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do: (A) Ativo Circulante. (B) Ativo Realizável a Longo Prazo. (C) Ativo Permanente. (D) Passivo Circulante. (E) Patrimônio Líquido. 29 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - A empresa Grande Porte S.A. tem o seu Ativo formado em 15% pelo Contas a Receber e 35% composto pelos Estoques. Dessa forma, a auditoria contratada, ao realizar seus serviços, deve: A) proceder à conferência de 100% do faturamento e realizar inventário físico na empresa, para confirmar a existência dos estoques. B) ressalvar em parecer o Contas a Receber por não ser possível auditar por amostragem e recalcular a apropriação dos custos. C) realizar o procedimento de circularização para confirmação dos saldos de contas a receber e acompanhar o inventário físico realizado pela entidade. D) confrontar com os fornecedores o saldo de contas a receber e determinar a realização de inventário físico pela empresa. E) validar a existência de todos os clientes, mediante verificação do cadastro de clientes da empresa e realizar com sua equipe técnica, inventário físico para confirmação dos Estoques. 30 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - A empresa Celta S.A. apresentou um nível de ociosidade de 30% de sua capacidade instalada. Seu gestor, com o objetivo de apresentar resultados mais condizentes com a performance de seus negócios, decidiu reter essa ociosidade no processo produtivo, dimensionando esses valores e mantendo-os nos estoques. O auditor, ao realizar os testes nas contas de estoques, deve concluir que o saldo da conta: A) Estoques está superavaliado, visto que não é permitido no sistema de custeio reconhecer a ociosidade. B) Custo das Mercadorias Vendidas está superavaliado por ter reconhecido mais custos do que deveria apropriar aos resultados. C) Fornecedores está superavaliado por não ter sido apropriado aos custos dos produtos.

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D) Depreciação está superavaliado, visto ter reconhecido mais depreciação em função da ociosidade. E) Estoques está correto, visto que desde que fundamentado a ociosidade pode ser retida nos custos. 31 - (SRF/AFRF/ESAF/2005) - Os procedimentos de controles internos têm sido fundamentais na prevenção e inibição de desvios, identificação de erros nos processos contábeis e deterioração ou perdas dos ativos das empresas. Identifique a seguir o procedimento relativo ao controle dos estoques. A) Limites de alçada escalonados de acordo com os cargos para aprovação de vendas. B) Segregação de funções do departamento de contas a pagar e do gestor financeiro. C) Restrições de acesso aos ativos da empresa realizando movimentações via requisições. D) Circularização semestral de fornecedores de ativos para confirmação dos saldos. E) Inventário físico dos bens patrimoniais da empresa pelo menos uma vez ao ano. 32 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - No processo de acompanhamento do inventário físico de estoques de matéria-prima, o auditor constatou a existência de quantidades relevantes de itens que não constavam dos registros físico-financeiros e contábeis. Neste caso, o auditor pode ter descoberto: A) ativos e passivos fictícios B) ativos e passivos ocultos C) ativos ocultos e passivos fictícios D) ativos fictícios e passivos ocultos E)ativos obsoletos e passivos a descoberto 33 - (Estado do RN/Auditor do Tesouro/ESAF/2005) - O auditor externo, ao auditar entidade que controle outras empresas e que registre seus investimentos pelo método de equivalência patrimonial, tem responsabilidade sobre: A) as demonstrações contábeis das controladas que serviram de base para cálculo da equivalência patrimonial. B) o cálculo das equivalências patrimoniais registradas nos investimentos das entidades controladas. C) a apresentação da reserva de reavaliação efetuada nas controladas no Patrimônio Líquido da Controladora. D) os pareceres emitidos para as entidades controladas e emitidos por outros auditores independentes. E) a apresentação da reavaliação efetuada nas controladas e registrada no Patrimônio Líquido da Controlada. 34 - (SEFAZ-CE/AFRE/ESAF/2007) - Ao analisar a contabilização em uma imobiliária, de um terreno destinado à construção da sede da empresa, percebeu-se que o mesmo tinha sido contabilizado nos Estoques. Pode-se afirmar que: A) ao executar o teste primário de superavaliação na conta de Terrenos no Imobilizado, esta conta estará sub-avaliada e a conta Estoques de Terrenos estará superavaliada. B) ao praticar o teste primário de superavaliação na conta de Estoques, a mesma estará com seu saldo sub-avaliado e o Contas a Pagar superavaliado. C) independentemente da atividade da empresa, terrenos devem ser sempre contabilizados no Imobilizado, por se tratar de bem imóvel. D) ao proceder o teste primário de superavaliação do Contas a Receber, este apresentará saldo sub-avaliado. E) o referido procedimento está adequado, em virtude de a atividade da empresa ser de comercialização de imóveis. 35 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - Caracteriza-se como fraude o seguinte evento identificado pelo auditor: A) o sistema de folha de pagamentos não está calculando os duodécimos da provisão de férias para dois funcionários. B) a área de produção desativou máquina da linha de produção e não informou a área contábil para suspender a depreciação.

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C) a empresa não reconheceu os créditos de impostos decorrentes de prejuízos fiscais a compensar. D) saldo em aberto na Conta Fornecedores que, consultado na carta de circularização, respondeu não possuir nenhum crédito contra a empresa. E) existem depósitos não identificados efetuados na conta-corrente que estão em aberto na conciliação. 36 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - Assinale a opção que não representa um controle eficaz para prevenir o inflacionamento da folha de pagamento. A) Reajuste de salários previamente aprovados pela diretoria. B) Anotações formais de realização de jornada de trabalho. C) Resumo da folha de pagamento contabilizado mensalmente. D) Conferência dos cálculos realizada por funcionário independente. E) Comparação com valores anteriores e análise de variações independentes.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 A B A C A C E E 9 10 11 12 13 14 15 16 E D B A A B D B 17 18 19 20 21 22 23 24 E C A B C C Anulada E 25 26 27 28 29 30 31 32 C B E A C E C B 33 34 35 36 C A D C

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AULA 06: Execução dos trabalhos de auditoria. Avaliação das distorções Identificadas. Materialidade e Relevância no planejamento e na execução dos trabalhos de auditoria. Representações formais: objetivo, conteúdo. Documentação de Auditoria. Princípios de Contabilidade. 1. Execução dos trabalhos de auditoria De modo geral, a etapa de execução consiste na obtenção de evidências apropriadas e suficientes para respaldar as conclusões da auditoria. Ou seja, nessa fase, a equipe de auditoria vai colocar em prática aquilo que foi planejado, aplicando as técnicas e procedimentos necessários para que se obtenham evidências, em quantidade e qualidade, que possam sustentar as conclusões. As principais atividades realizadas durante a execução são:

a) desenvolvimento dos trabalhos de campo; b) análise dos dados coletados; c) elaboração da conclusão.

Essas atividades, em geral, não são realizadas de forma isolada, sendo difícil delimitar exatamente quando começa uma e termina outra. A coleta e a análise de dados não são atividades estanques, sendo os dados coletados, interpretados e analisados simultaneamente. Dependendo da metodologia adotada no projeto de auditoria, pode haver variação significativa na organização dos trabalhos de campo e na estratégia de análise dos dados. O trabalho de campo consiste na coleta de dados e informações definidos no planejamento de auditoria. O tipo de dados a coletar e as fontes desses dados dependerão da estratégia metodológica e dos critérios estabelecidos. Os dados coletados devem ser precisos, completos e comparáveis. Entretanto, essa coleta, embora essencial, muitas vezes é considerada uma tarefa mecânica e a parte menos interessante da auditoria. De qualquer modo, a qualidade na coleta, análise e documentação dos dados é fundamental para garantir bons resultados. Normalmente, a coleta de dados é feita in loco e a equipe aplica os instrumentos desenvolvidos e testados na fase de planejamento. Os métodos de coleta de dados mais usados são entrevista, questionário e observação direta. Quando o objetivo da auditoria inclui a generalização da conclusão para o universo pesquisado, as soluções mais comumente adotadas são tratamento estatístico e estudo de caso. Se o estudo de caso é representativo, é possível generalizar os resultados, ou seja, os achados identificados em um caso podem ser aplicados a outros casos. É importante que o auditor obtenha as melhores informações possíveis – tanto fatos quanto opiniões, argumentos e reflexões – de diferentes fontes e com o apoio de especialistas. O auditor deve buscar as evidências necessárias para orientar sua conclusão e ter cuidado para não se

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desviar do foco do trabalho nem coletar grande quantidade de informações que, muitas vezes, são desnecessárias e irrelevantes. Para o sucesso dos trabalhos de campo, é necessária a realização de diversas atividades operacionais e administrativas. Assim, antes da execução da auditoria, a equipe deve, por exemplo:

a) agendar visitas de estudo; b) providenciar ofícios de apresentação; c) reservar passagens e hotéis; d) informar telefones de contato ao supervisor; e) preparar material necessário (cópias de questionários, roteiros de entrevistas, etc.).

Os esclarecimentos que se fizerem necessários devem ser colhidos ainda em campo, para evitar mal entendidos e eventuais novas solicitações de informações, com o consequente desperdício de esforços e sensação de desorganização da equipe por parte da empresa auditada. A equipe de auditoria deverá, sempre que possível, se apresentar aos responsáveis pelas áreas que serão fiscalizadas, esclarecendo o objetivo, os critérios e o escopo da fiscalização. A requisição de documentos e informações, durante os trabalhos de campo, deve fixar prazo para seu atendimento, estabelecido, sempre que possível e desde que não comprometa o prazo de execução, em comum acordo com o fiscalizado. A mencionada requisição será formalizada por meio de ofício de requisição, datado e numerado sequencialmente. O ofício de requisição deve ser entregue mediante atestado de recebimento na segunda via, a qual se constituirá em documentação de auditoria. Os documentos fornecidos pela empresa devem identificar quem os elaborou ou forneceu e a fonte da informação, além de estarem legíveis, datados e assinados. A equipe de auditoria deverá identificar os documentos recebidos, correlacionando-os ao item do ofício de requisição a que se referem. Os esclarecimentos acerca dos indícios devem ser colhidos por escrito ao longo da fase de execução, por intermédio de ofícios de requisição, evitando-se mal entendidos e minimizando o recolhimento de informações posteriores. Bom pessoal, em linhas gerais, esses comentários nos dão uma ideia de como funciona, na prática, a execução dos trabalhos de auditoria. 2. Avaliação das Distorções Identificadas Pessoal, antes de entrar mais especificamente neste tema, abordado pela NBC TA 315, trazemos pra vocês alguns conceitos importantes, que estão no início dessa norma e que, muitas vezes, têm sido cobrados de forma literal. Como dissemos no início, este item começou a ser explorado agora pelas bancas de concurso e, por isso, ainda não temos muitas questões. De qualquer forma, como a mencionada norma é muito grande, tentamos trazer o que consideramos o principal acerca do tema. 2.1 - Definições Afirmações são declarações da administração, explícitas ou não, que estão incorporadas às demonstrações contábeis, utilizadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções potenciais que possam ocorrer.

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Risco de negócio é o risco que resulta de condições, eventos, circunstâncias, ações ou falta de ações significativas que possam afetar adversamente a capacidade da entidade de alcançar seus objetivos e executar suas estratégias, ou do estabelecimento de objetivos ou estratégias inadequadas. Controle interno é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança, administração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. O termo “controles” refere-se a quaisquer aspectos de um ou mais dos componentes do controle interno. Procedimentos de avaliação de riscos são os procedimentos de auditoria aplicados para a obtenção do entendimento da entidade e do seu ambiente, incluindo o controle interno da entidade, para a identificação e avaliação dos riscos de distorção relevantes, independentemente se causada por fraude ou por erro, nas demonstrações contábeis e nas afirmações. Risco significativo é o risco de distorção relevante identificado e avaliado que, no julgamento do auditor, requer consideração especial na auditoria. 2.2 - Procedimentos de avaliação de risco O auditor deve aplicar procedimentos de avaliação de riscos para fornecer uma base para a identificação e avaliação de riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis e nas afirmações. Os procedimentos de avaliação de riscos por si só, porém, não fornecem evidências de auditoria apropriada e suficiente para suportar a opinião da auditoria. Esses procedimentos incluem: (a) indagações à administração e a outros na entidade que, no julgamento do auditor, possam ter informações com probabilidade de auxiliar na identificação de riscos de distorção relevante devido à fraude ou erro

Muitas das informações obtidas pelas indagações do auditor são obtidas junto à administração e aos responsáveis pelas demonstrações contábeis. Contudo, o auditor também pode obter informações, ou uma perspectiva diferente na identificação de riscos de distorção relevante, por meio de indagações junto a outros dentro da entidade e a outros funcionários com graus diferentes de autoridade. Exemplificando: as indagações dirigidas aos responsáveis pela governança podem ajudar o auditor a entender o ambiente em que as demonstrações contábeis são elaboradas.

(b) procedimentos analíticos

Procedimentos analíticos realizados como procedimentos de avaliação de risco podem identificar aspectos da entidade que o auditor não tinha conhecimento e pode auxiliar na avaliação de risco de erros relevantes para fornecer uma base para planejar e implementar respostas para esses riscos. Esses procedimentos podem incluir informações financeiras ou não financeiras, por exemplo, a relação entre vendas e área total do espaço de vendas ou volume dos produtos vendidos.

(c) observação e inspeção

A observação e a inspeção podem apoiar as indagações junto à administração e outros, e podem também fornecer informações sobre a entidade e o seu ambiente.

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Exemplos de tais procedimentos de auditoria incluem a observação e inspeção do seguinte: operações da entidade; documentos, registros e manuais de controles internos; relatórios elaborados pela administração e pelos responsáveis da governança; e dependências e instalações industriais da entidade.

2.3 - Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante O auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante: (a) no nível das demonstrações contábeis

Os riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis referem-se a riscos que se relacionam de forma generalizada às demonstrações contábeis como um todo e que afetam potencialmente muitas afirmações. Riscos dessa natureza não são necessariamente riscos que possam ser atribuídos a afirmações específicas na classe de transações, saldo de contas ou nível de divulgação. Ao contrário, representam circunstâncias que podem aumentar os riscos de distorção relevante no nível da afirmação, por exemplo, em decorrência dos controles serem burlados pela administração. Os riscos no nível das demonstrações contábeis podem ser especialmente relevantes para as considerações do auditor sobre os riscos de distorção relevante decorrente de fraude. Riscos no nível das demonstrações contábeis podem derivar especificamente de um ambiente de controle deficiente (embora esses riscos também possam relacionar-se a outros fatores, como condições econômicas em deterioração). Por exemplo, deficiências como a falta de competência da administração podem ter efeito mais disseminado sobre as demonstrações contábeis e podem exigir uma resposta mais abrangente do auditor.

(b) no nível de afirmação para classes de transações, saldos de conta e divulgações, para fornecer uma base para a concepção e a execução de procedimentos adicionais de auditoria.

Os riscos de distorção relevante no nível da afirmação para classes de transações, saldos de contas e divulgações precisam ser considerados porque tal consideração auxilia diretamente na determinação da natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria no nível da afirmação, necessários para a obtenção de evidências de auditoria apropriadas e suficientes. Ao identificar e avaliar riscos de distorção relevante no nível da afirmação, o auditor pode concluir que os riscos identificados relacionam-se de forma generalizada às demonstrações contábeis como um todo e afetam potencialmente muitas afirmações. Ao declarar que as demonstrações contábeis estão em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável, a administração faz afirmações implícitas ou explicitamente no que se refere ao reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação dos vários elementos das demonstrações contábeis e divulgações relacionadas. As afirmações usadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções potenciais que possam ocorrer enquadram-se nas três categorias seguintes e podem assumir as seguintes formas: (a) afirmações sobre classes de transações e eventos para o período sob auditoria:

(i) ocorrência – transações e eventos que foram registrados ocorreram e são da entidade. (ii) integridade – todas as transações e eventos que deviam ser registrados foram registrados;

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(iii) exatidão – valores e outros dados relacionados a transações e eventos registrados foram registrados adequadamente; (iv) corte – as transações e eventos foram registrados no período contábil correto; (v) classificação – as transações e eventos foram registrados nas contas corretas;

(b) afirmações sobre saldos de contas no fim do período:

(i) existência – ativos, passivos e elementos do patrimônio líquido existem; (ii) direitos e obrigações – a entidade detém ou controla os direitos sobre ativos e os passivos são as obrigações da entidade; (iii) integridade – todos os ativos, passivos e patrimônio líquido que deviam ser registrados foram registrados; (iv) valorização e alocação – ativos, passivos e patrimônio líquido estão incluídos nas demonstrações contábeis nos valores apropriados e quaisquer ajustes resultantes de valorização e alocação estão adequadamente registrados;

(c) afirmações sobre a apresentação e divulgação:

(i) ocorrência e direitos e obrigações – eventos divulgados, transações e outros assuntos ocorreram e são da entidade; (ii) integridade – todas as divulgações que deviam ser incluídas nas demonstrações contábeis foram incluídas; (iii) classificação e compreensibilidade – as informações contábeis são adequadamente apresentadas e descritas e as divulgações são claramente expressadas; (iv) exatidão e valorização – informações contábeis e outras informações são divulgadas adequadamente e com os valores apropriados.

Como parte da avaliação de risco o auditor deve determinar se qualquer um dos riscos identificados é, no seu julgamento, um risco significativo. Ao exercer esse julgamento, o auditor deve excluir os efeitos dos controles identificados relacionados ao risco. Se o auditor determinou que existe risco significativo, o auditor deve obter entendimento dos controles da entidade, inclusive das atividades de controle, relevantes para esse risco. No que diz respeito a alguns riscos, o auditor pode julgar que não é possível ou praticável obter evidências de auditoria suficientes e apropriadas apenas a partir de procedimentos substantivos. Tais riscos podem relacionar-se com registro impreciso ou incompleto de classes de transações rotineiras e significativas ou saldos de contas, cujas características frequentemente permitem processamento altamente automatizado, com pouca ou nenhuma intervenção manual. Em tais casos, os controles da entidade sobre esses riscos são relevantes para a auditoria e o auditor deve obter entendimento deles. 3. NBC TA 320 - Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria A Resolução CFC nº 1.213/09, que aprovou a NBC TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria -, trata da responsabilidade do auditor independente de aplicar o conceito de materialidade no planejamento e na execução de auditoria de demonstrações contábeis, definindo que o objetivo do auditor é aplicar o conceito de materialidade adequadamente.

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A estrutura de relatórios financeiros, frequentemente, discute o conceito de materialidade no contexto da elaboração e apresentação de demonstrações contábeis, explicando que:

• distorções são relevantes quando for esperado que possam influenciar as decisões econômicas de usuários;

• julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas; e

• julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários são baseados em considerações sobre

as necessidades de informações financeiras comuns a usuários como um grupo. A determinação de materialidade pelo auditor é uma questão de julgamento profissional e é afetada pela percepção das necessidades de informações financeiras dos usuários. A materialidade determinada no planejamento da auditoria não estabelece necessariamente um valor abaixo do qual as distorções não corrigidas serão sempre avaliadas como não relevantes, pois as circunstâncias relacionadas a algumas distorções podem levar o auditor a avaliá-las como relevantes mesmo que estejam abaixo do limite de materialidade. De acordo com o CFC, materialidade para execução da auditoria significa o valor ou valores fixados pelo auditor , inferiores ao considerado relevante para as demonstrações como um todo, para adequadamente reduzir a um nível baixo a probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas excedam a materialidade para as demonstrações como um todo. Se aplicável, materialidade para execução da auditoria refere-se, também, ao valor ou valores fixados pelo auditor inferiores ao nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis e divulgações. Exemplificando. Vamos admitir o seguinte balanço patrimonial:

Balanço Patrimonial (em R$)

Ativo circulante

300.000 Passivo circulante e não

circulante 500.000

Ativo não circulante

700.000 PL 500.000

Ativo Total 1.000.000 Passivo Total 1.000.000

A partir do seu julgamento profissional, o auditor pode definir, por exemplo, que o valor que irá considerar material para uma conta será de 1% do Ativo Total. Dessa forma, valores inferiores a R$ 10.000,00 serão considerados não materiais, reduzindo a um nível baixo a probabilidade de que distorções não detectadas nessas contas influenciem nas demonstrações como um todo.

3.1 - Determinação da materialidade no planejamento e para a execução da auditoria

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Ao estabelecer a estratégia global de auditoria (durante o planejamento), o auditor deve determinar a materialidade para as demonstrações contábeis. 3.2 - Revisão no decorrer da auditoria O auditor deve revisar a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo (e, se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação) no caso de tomar conhecimento de informações que o teriam levado a determinar um valor diferente.

A materialidade, assim como o planejamento do auditor NÃO é imutável e pode ser revista ao longo da execução da auditoria.

Se o auditor concluir que é apropriada a materialidade mais baixa para as demonstrações do que inicialmente determinado, o auditor deve verificar se é necessário revisar a materialidade e se a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria continuam apropriados. 3.3 - Documentação O auditor deve incluir na documentação de auditoria os seguintes valores e fatores considerados em sua determinação:

(a) materialidade para as demonstrações como um todo;

(b) se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação; (c) materialidade para execução da auditoria; e (d) qualquer revisão de (a) a (c) com o andamento da auditoria.

4. Representações formais (Carta de Responsabilidade da Administração) Representação formal é o documento que, conforme as normas antigas, era chamado de “Carta de responsabilidade”. A Resolução CFC nº 1.227/09 (vigente), que aprovou a NBC TA 580 – Representações Formais -, define representações formais como “uma declaração escrita pela administração, fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outra evidência de auditoria”, e não mais prevê a existência da figura da carta de responsabilidade. Importante ressaltar que as representações formais não incluem as demonstrações contábeis, nem seus registros comprobatórios. Quem elabora as representações formais é a própria administração, para entregar ao auditor, a fim de que se possa confirmar assuntos de relevância. Lembrem-se de que a administração é responsável pela elaboração e apresentação adequada das demonstrações contábeis, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro.

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Além da administração, a norma prevê que, quando apropriado, os responsáveis pela governança, na auditoria de demonstrações contábeis, forneçam as representações formais ao auditor. Não vamos nos aprofundar nos conceitos de governança (normalmente cobrado em Auditoria Governamental), mas vamos ver o conceito de “Responsáveis pela governança”, segundo a Resolução CFC nº 1.209/09, que aprovou a NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança:

“são as pessoas ou organizações com responsabilidade pela supervisão geral da direção estratégica da entidade e das obrigações relacionadas à responsabilidade da entidade. Isso inclui a supervisão geral do processo de relatórios contábeis. Para algumas entidades em algumas circunstâncias, os responsáveis pela governança podem incluir pessoal da administração, por exemplo, membros executivos de um conselho de administração de uma entidade do setor público ou privado, ou um sócio-diretor.” (grifamos)

Na prática, os membros executivos do Conselho de Administração são considerados responsáveis pela governança. 4.1 - Objetivos do auditor De acordo com a NBC TA 580, em relação às representações formais, são objetivos do auditor:

- obter representações formais da administração, e quando apropriado, dos responsáveis pela governança, de que eles cumpriram com suas responsabilidades pela elaboração das demonstrações contábeis e pela integridade das informações fornecidas ao auditor; - dar suporte a outras evidências de auditoria relevantes para as demonstrações contábeis ou para afirmações específicas nas demonstrações contábeis por meio de representações formais, se o auditor determinar que estas são necessárias ou se forem exigidas por outras normas de auditoria; - reagir apropriadamente às informações contidas nas representações formais fornecidas; - reagir prontamente caso a administração não forneça as representações solicitadas pelo auditor.

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4.2 - Membros da administração aos quais são solicitadas representações formais O auditor deve solicitar representações formais dos membros da administração com responsabilidades apropriadas pelas demonstrações contábeis e conhecimento dos assuntos envolvidos. Nesse sentido, são solicitadas representações formais dos responsáveis pela elaboração e pela apresentação das demonstrações contábeis. Estas pessoas podem variar, dependendo da estrutura de governança da entidade, mas a administração (e não os responsáveis pela governança) é normalmente a parte responsável. Em alguns casos, a administração pode decidir fazer indagações junto a outros que participam da elaboração e apresentação das demonstrações, inclusive que possuam conhecimento especializado. Segundo a NBC TA 580, tais indivíduos podem incluir, por exemplo:

• um atuário responsável por estimativas contábeis determinadas de forma atuarial; • engenheiro da companhia que possa ter responsabilidade e conhecimento sobre mensuração de

passivos ambientais; • departamento jurídico que possa fornecer informações essenciais para provisões para ações

judiciais. Para reforçar a necessidade de que a administração faça representações completas, o auditor pode solicitar que a administração inclua nas representações formais a confirmação de que realizou todas as indagações que considerou apropriadas. Mas atenção: a NBC TA 260 (comunicação com os responsáveis pela governança) exige que o auditor comunique aos responsáveis pela governança as representações formais solicitadas da Administração. O auditor deve comunicar aos responsáveis pela governança as representações formais solicitadas da Administração.

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4.3 - Representações formais sobre a responsabilidade da administração A informação que deve constar da representação formal com esse objetivo deve ser a de que a Administração cumpriu a sua responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Ainda que se tenha obtido, durante os trabalhos de auditoria, evidência de que a administração cumpriu essas responsabilidades, é necessária a confirmação da administração, já que o auditor não é capaz de julgar esse fato apenas com base em evidência de auditoria. É necessário que a administração afirme que foram cumpridas. Por exemplo, o auditor não poderia ter certeza de que a administração forneceu ao auditor todas as informações, sem lhe perguntar e receber confirmação de que tais informações foram fornecidas. Ou de que a Administração entende que forneceu. As representações formais exigidas com essa finalidade se valem do reconhecimento e entendimento combinados com a administração quanto às suas responsabilidades nos termos do trabalho de auditoria, solicitando a confirmação de que ela (administração) os cumpriu. O auditor também pode pedir à administração que confirme o seu conhecimento e entendimento dessas responsabilidades em representações formais, particularmente quando, por exemplo: - os que assinaram os termos do trabalho de auditoria em nome da entidade já não têm mais responsabilidades relevantes; - há qualquer indicação de que a administração entendeu erroneamente essas responsabilidades. Em resumo: o auditor deve solicitar à administração que forneça representação formal no sentido de que: 1 - forneceu ao auditor todas as informações e permitiu os acessos necessários, conforme termos do trabalho de auditoria; 2 - todas as transações foram registradas e estão refletidas nas demonstrações contábeis. Outra finalidade das representações formais é o suporte de evidências de auditoria. Vamos tratar disso a seguir. 4.4 - Representações formais como evidência de auditoria Evidência de auditoria é a informação usada pelo auditor para chegar às conclusões nas quais se baseia o seu relatório de auditoria, segundo a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria, vista na aula 03. O trabalho principal do auditor é aplicar os procedimentos de auditoria necessários à obtenção de evidências, a fim de serem utilizadas como base para a emissão de sua opinião. Se as representações formais são documentos que o auditor exige, por entender como necessários à formação de sua opinião, então as respostas às indagações são evidências de auditoria. Assim, podemos considerar as representações formais como evidências de auditoria. Podemos dizer que são importantes fontes de evidência, pois se a administração não fornecê-las, o auditor pode entender o fato como indício de que possam existir problemas que a administração está tentando esconder.

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Além disso, a solicitação de representações formais ao invés de verbais pode levar a administração a considerar os assuntos com mais rigor e a elaborar sua resposta com mais cuidado, aumentando com isso a qualidade das informações apresentadas. Isso é normal: qual de nós não capricha mais ao responder um questionamento se for por escrito? Mas atenção para um alerta constante da própria NBC TA 580: as representações formais, sozinhas, não fornecem evidência de auditoria apropriada (qualidade) e suficiente (quantidade) a respeito dos assuntos por elas tratados. Outro aspecto importante: o fato de a administração ter fornecido representações formais confiáveis não afeta a natureza ou extensão de outras evidências de auditoria que o auditor tenha obtido a respeito da responsabilidade da administração ou de outras afirmações específicas. 4.5 - Data e período abrangido pelas representações Em relação à data das representações formais, houve uma mudança substancial em relação às normas antigas. A NBC T-11.17 (revogada) previa que a carta de responsabilidade cujas Demonstrações Contábeis estavam sendo auditadas tivesse a mesma data do parecer dos auditores independentes. De acordo com a NBC TA 580, a data das representações formais deve ser tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis, e que as representações formais devem ser relativas a todas as demonstrações contábeis e períodos mencionados no relatório do auditor (lembrem-se de que as novas normas não tratam mais de parecer, mas sim de relatório). A data das representações formais deve ser tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis. Ou seja: obrigatoriamente, as representações não podem ser posteriores à data do relatório do auditor. O motivo da definição dessa data é que, como as representações formais são evidências de auditoria necessárias, a opinião do auditor não pode ser expressa e o relatório não pode ser datado, antes da data das representações formais. Ou seja: obrigatoriamente, as representações não podem ser posteriores à data do relatório do auditor. Além disso, como o auditor está interessado em eventos que ocorram até a data do seu relatório e que possam exigir ajuste ou divulgação nas demonstrações contábeis, as representações formais são datadas o mais próximo possível da data do seu relatório, mas não após o relatório. Em algumas circunstâncias, pode ser apropriado que o auditor obtenha representação formal durante a execução dos trabalhos de auditoria. Nesse o caso, pode ser necessário solicitar uma representação formal atualizada. As representações formais são referentes a todos os períodos mencionados no relatório do auditor, porque a administração precisa reafirmar que as representações formais anteriores sobre períodos anteriores continuam apropriadas. Problema prático: podem surgir situações em que a administração não esteve presente durante todos os períodos mencionados no relatório do auditor, e tais pessoas podem afirmar que não estão em posição de fornecer algumas ou todas as representações formais porque não estavam presentes durante o período.

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Este fato não diminuiu a responsabilidade de tais pessoas pelas demonstrações contábeis como um todo, e ainda assim se aplica a exigência de que o auditor solicite delas representações formais que abranjam todos os períodos apresentados e cobertos no seu relatório. 4.6 - Dúvida quanto à confiabilidade das representações Se o auditor tem preocupação a respeito da competência, integridade, valores éticos ou diligência da administração, deve avaliar o efeito que tais preocupações podem ter sobre a confiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência de auditoria em geral. Essas preocupações podem fazer o auditor concluir que o risco de representação errônea da administração nas demonstrações contábeis é tal que a auditoria não pode ser conduzida. O auditor pode considerar retirar-se do trabalho, quando essa retirada for possível, a menos que os responsáveis pela governança tenham adotado medidas corretivas, que podem, todavia, não ser suficientes para possibilitar ao auditor a emissão de relatório de auditoria sem modificações (opinião não modificada). Em particular, se as representações formais forem incompatíveis com outras evidências de auditoria, o auditor deve executar procedimentos de auditoria para tentar solucionar o assunto. Se o assunto não for solucionado, o auditor deve reconsiderar a avaliação da administração, e determinar o efeito que isso pode ter sobre a confiabilidade das representações e da evidência de auditoria em geral. No caso de incompatibilidades identificadas entre uma ou mais representações formais e a evidência de auditoria obtida de outra fonte, o auditor pode considerar que a avaliação dos riscos se tornou inapropriada. Assim, deve rever a avaliação de riscos e determinar a natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria para responder aos riscos avaliados. Se o auditor concluir que as representações formais não são confiáveis, deve tomar ações apropriadas, inclusive determinar o possível efeito na sua opinião no relatório de auditoria. 4.7 - Representações solicitadas e não fornecidas E se a administração não apresentar a representação formal exigida?

Se a administração não fornecer uma ou mais das representações formais solicitadas, o auditor deve:

(a) discutir o assunto com a administração; (b) reavaliar a integridade da administração e avaliar o efeito que isso pode ter sobre a confiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência de auditoria em geral; e (c) tomar ações apropriadas, determinando o possível efeito sobre a sua opinião no relatório de auditoria.

Adicionalmente, de acordo com a NBC TA 580, o auditor deve abster-se de emitir opinião no relatório sobre as demonstrações contábeis se:

(a) existir dúvida suficiente a respeito da integridade da administração, de tal modo que as representações formais não sejam confiáveis; ou (b) a administração não fornecer as representações formais relacionadas às responsabilidades da administração.

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Ou seja: a não apresentação de uma representação formal exigida leva à emissão de uma opinião modificada no relatório do auditor independente, no caso, uma abstenção de opinião. Isso porque, como já explicado, o auditor não é capaz de julgar apenas com base em outras evidências de auditoria se a administração cumpriu com as responsabilidades. Portanto, o auditor não tem condição de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente nesse sentido. Os possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis de tal limitação não se limitam a elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis e, portanto, estão disseminados, o que levaria à abstenção de opinião. 4.8 - Outras representações formais Além da representação formal tratada até o momento, o auditor pode considerar necessário solicitar outras representações formais sobre as demonstrações contábeis, que podem suplementar, mas não fazer parte da representação formal principal. Essas representações suplementares podem incluir representações, por exemplo, sobre se a seleção e a aplicação das políticas contábeis são apropriadas. A seguir, apresentamos um exemplo de carta de representação, incluindo representações formais, constante da NBC TA 580, para vocês terem uma ideia de como são. (Papel Timbrado da Entidade, no exemplo, Cia ABC)

(Data) Destinatário (Nome do Auditor)

Esta carta de representação é fornecida em conexão com a sua auditoria das demonstrações contábeis da Companhia ABC para o ano findo em 31 de dezembro de 20XX(*) com o objetivo de expressar uma opinião se as demonstrações contábeis foram apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Para fins de identificação, as demonstrações contábeis examinadas por V. Sas. apresentam os seguintes valores básicos: X1 R$ / X2 R$ Total do ativo Total das exigibilidades Patrimônio Líquido Lucro líquido do exercício findo em Confirmamos que (com base em nosso melhor entendimento e opinião, depois de feitas as indagações que consideramos necessárias para o fim de nos informarmos apropriadamente): Demonstrações contábeis Cumprimos nossas responsabilidades como definidas nos termos do trabalho de auditoria datado de [inserir data], pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e, em particular, que as demonstrações contábeis foram apresentadas adequadamente em conformidade com essas práticas.

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Os pressupostos significativos utilizados por nós ao fazermos as estimativas contábeis, inclusive aquelas avaliadas pelo valor justo, são razoáveis (NBC TA 540). Os relacionamentos e transações com partes relacionadas foram apropriadamente contabilizados e divulgados em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil (ver também NBC TA 550 – Partes Relacionadas).

Todos os eventos subseqüentes à data das demonstrações contábeis e para os quais as práticas contábeis adotadas no Brasil exigem ajuste ou divulgação foram ajustados ou divulgados (ver também NBC TA 560 – Eventos Subsequentes). Os efeitos das distorções não corrigidas são irrelevantes, individual e agregadamente para as demonstrações contábeis como um todo. Uma lista das distorções não corrigidas está anexa a esta carta de representação (ver também NBC TA 450). [Quaisquer outros assuntos que o auditor possa considerar apropriados (ver item A11 desta Norma).] Informações fornecidas Nós lhes fornecemos:

• acesso a todas as informações das quais estamos cientes que são relevantes para a elaboração das demonstrações contábeis, tais como registros e documentação, e outros;

• informações adicionais que V. Sas. nos solicitaram para o propósito da auditoria; e • acesso irrestrito a pessoas dentro da entidade das quais V. Sas. determinaram necessário obter

evidência de auditoria. Todas as transações foram registradas na contabilidade e estão refletidas nas demonstrações contábeis. Divulgamos a V. Sas. os resultados de nossa avaliação do risco de que as demonstrações contábeis possam ter distorção relevante como resultado de fraude (NBC TA 240). Divulgamos a V. Sas. todas as informações relativas à fraude ou suspeita de fraude de que temos conhecimento e que afetem a entidade e envolvam:

• administração; • empregados com funções significativas no controle interno; ou • outros em que a fraude poderia ter efeito relevante sobre as demonstrações contábeis (NBC TA

240). Divulgamos a V. Sas. todas as informações relativas a alegações de fraude ou suspeita de fraude que afetem as demonstrações contábeis da entidade, comunicadas por empregados, antigos empregados, analistas, reguladores ou outros (NBC TA 240). Divulgamos a V. Sas. todos os casos conhecidos de não conformidade ou suspeita de não conformidade com leis e regulamentos, cujos efeitos devem ser considerados na elaboração de demonstrações contábeis (NBC TA 250). Divulgamos aos senhores a identidade das partes relacionadas e todos os relacionamentos e transações com partes relacionadas das quais temos conhecimento (NBC TA 550). [Quaisquer outros assuntos que o auditor possa considerar necessário (ver item A13 desta Norma)].

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Assinaturas (Presidente (ou principal executivo), Diretor Financeiro e Contador) (*) Adaptar no caso de incluir mais de um período.

5. Documentação de auditoria A Resolução CFC nº 1.206/09, que aprovou a NBC TA 230, trata da responsabilidade do auditor na elaboração da documentação de auditoria para a auditoria das demonstrações contábeis. Não trata do termo “papéis de trabalho”, embora o cite na definição de documentação de auditoria, da seguinte forma: “registro dos procedimentos de auditoria executados, da evidência de auditoria relevante obtida e conclusões alcançadas pelo auditor (usualmente também é utilizada a expressão “papéis de trabalho)”. Ou seja: todas as atividades de um trabalho de auditoria devem ser registradas por meio da documentação de auditoria (procedimentos, evidências e conclusões). Segundo a norma, a documentação de auditoria fornece:

(a) evidência da base do auditor para uma conclusão quanto ao cumprimento do objetivo global do auditor (conforme NBC TA 200); e

(b) evidência de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas de auditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis.

Além da finalidade principal da documentação de auditoria, podemos relacionar várias finalidades adicionais, que incluem:

- assistir a equipe de trabalho no planejamento e execução da auditoria; - assistir aos membros da equipe responsáveis pela direção, supervisão e revisão, com vistas ao controle de qualidade da Auditoria; - permitir responsabilização da equipe de trabalho; - manter registro de assuntos recorrentes para auditorias futuras; - permitir a condução de inspeções externas.

A documentação de auditoria fornece: (a) base para conclusão quanto ao cumprimento do objetivo global do auditor; e (b) evidência de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas. A elaboração tempestiva de documentação de auditoria suficiente (em quantidade) e apropriada (em qualidade) aprimora a qualidade da auditoria e facilita a revisão e a avaliação eficazes da evidência e das conclusões obtidas antes da finalização do relatório do auditor. Atenção para a informação: a documentação elaborada após a execução do trabalho de auditoria tende a ser menos precisa do que aquela elaborada no momento em que o trabalho é executado. 5.1 - Objetivo do auditor Em relação à documentação de auditoria, o objetivo do auditor é preparar documentação que forneça:

a) registro suficiente e apropriado do embasamento do relatório do auditor; e

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b) evidências de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e as

exigências legais e regulamentares aplicáveis. 5.2 - Forma, conteúdo e extensão da documentação de auditoria O auditor deve preparar documentação de auditoria que seja suficiente para permitir que um auditor experiente, sem nenhum envolvimento anterior com a auditoria, entenda:

(a) a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria executados;

(b) os resultados dos procedimentos de auditoria executados e a evidência de auditoria obtida; e

(c) assuntos significativos identificados durante a auditoria, as conclusões obtidas a respeito deles e os julgamentos profissionais significativos exercidos para chegar a essas conclusões.

O auditor pode considerar útil preparar, como parte da documentação de auditoria, um resumo (conhecido também como memorando de conclusão) que descreva os assuntos significativos identificados durante a auditoria e como eles foram tratados. O memorando de conclusão pode facilitar revisões e inspeções da documentação de auditoria, particularmente nas auditorias mais complexas, além de possibilitar suporte ao auditor na consideração dos assuntos mais significativos. A forma, o conteúdo e a extensão da documentação de auditoria dependem de fatores como: - tamanho e complexidade da entidade; - natureza dos procedimentos de auditoria a serem executados; - riscos identificados de distorção relevante; - importância da evidência de auditoria obtida; - metodologia e as ferramentas de auditoria usadas. Um fator importante na determinação da forma, conteúdo e extensão da documentação de auditoria é a extensão do julgamento profissional exercido na execução do trabalho e avaliação dos resultados. A documentação das decisões profissionais tomadas serve para explicar as conclusões do auditor e reforçar a qualidade da decisão, sendo de grande interesse para os responsáveis pela revisão da documentação, inclusive para os que conduzirem auditorias subsequentes na empresa, quando forem rever assuntos recorrentes. A documentação de auditoria pode ser registrada em papel, formato eletrônico ou outros. Exemplos de documentação de auditoria incluem:

- programas de auditoria; - análises; - memorandos de assuntos do trabalho; - resumos de assuntos significativos; - cartas de confirmação e representação; - listas de verificação; - correspondências (inclusive email) referentes a assuntos significativos.

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O auditor pode incluir resumos ou cópias de registros da entidade (por exemplo, contratos e acordos específicos) como parte da documentação de auditoria. Mas atenção: a documentação de auditoria não substitui os registros contábeis da entidade. O auditor não precisa incluir na documentação de auditoria versões superadas de papéis de trabalho e demonstrações contábeis, notas que reflitam entendimento incompleto ou preliminar, e outros documentos que não tem relevância para os trabalhos, ou que estejam desatualizados. Vou fazer uma pergunta que pode parecer óbvia, mas que, numa questão de concurso, poderia deixar muitos candidatos em dúvida: - Explicações verbais podem suportar as conclusões obtidas? De acordo com a NBC TA 580, explicações verbais do auditor não representam documentação adequada para o trabalho executado pelo auditor ou para as conclusões obtidas, mas podem ser usadas para explicar ou esclarecer informações contidas na documentação de auditoria. Ao documentar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria executados, o auditor deve registrar :

(a) itens ou assuntos testados; (b) quem executou o trabalho e a data em que foi concluído; e (c) quem revisou o trabalho e a data e extensão de tal revisão.

5.3 - Montagem do arquivo final de auditoria O auditor deve montar a documentação em arquivo de auditoria e completar o processo após a data do relatório do auditor. A NBC PA 01, que trata do controle de qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes, determina que um limite de tempo apropriado para concluir a montagem do arquivo final de auditoria geralmente não ultrapassa 60 dias após a data do relatório do auditor. A conclusão da montagem do arquivo final de auditoria após a data do relatório do auditor é um processo administrativo que não envolve a execução de novos procedimentos de auditoria nem novas conclusões. Contudo, modificações podem ser feitas na documentação de auditoria durante o processo final de montagem se essas forem de natureza administrativa. Por exemplo:

- apagar ou descartar documentação superada; - selecionar, conferir e acrescentar referências aos documentos; - conferir itens das listas de verificação evidenciando ter cumprido os passos relativos ao processo de montagem do arquivo; - documentar evidência de auditoria que o auditor obteve, discutiu e com a qual concordou junto à equipe, antes da data do relatório de auditoria.

Após a montagem do arquivo final de auditoria ter sido completada, o auditor não apaga nem descarta documentação de auditoria de qualquer natureza antes do fim do seu período de guarda dessa documentação.

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A NBC PA 01 estabelece que o período de retenção da documentação de auditoria geralmente não é inferior a cinco anos a contar da data do relatório do auditor. O período de retenção da documentação de auditoria geralmente não é inferior a cinco anos a contar da data do relatório do auditor. Se o auditor julgar necessário modificar a documentação de auditoria existente ou acrescentar nova documentação de auditoria após a montagem do arquivo final de auditoria, deverá documentar: (a) as razões específicas para a modificação; e (b) quando e por quem foram executados e revisados. Por exemplo: necessidade de esclarecimento da documentação de auditoria existente em resposta a comentários recebidos durante as inspeções de monitoramento executadas por partes internas ou externas. 5.4 - Assuntos surgidos após a data do relatório do auditor São fatos que chegaram ao conhecimento do auditor após a data do seu relatório, mas que existiam naquela data e que, se conhecidos na data, poderiam ter causado correções nas demonstrações contábeis ou levado o auditor a modificar o seu relatório. As modificações resultantes na documentação de auditoria são revisadas de acordo com as responsabilidades de revisão, e a responsabilidade final pelas mudanças cabe ao sócio do trabalho. 6. Princípios de Contabilidade (Resolução CFC nº 750/93 e nº 1282/10) Em cada uma das ciências são definidos princípios que servem de base para a orientação e condução de determinadas ações. Com a Contabilidade, como ciência, não poderia ser diferente. Segundo Attie (2010), Princípios de Contabilidade são “os preceitos resultantes do desenvolvimento da aplicação prática dos princípios técnicos emanados da Contabilidade, de uso predominante no meio em que se aplicam, proporcionando interpretação uniforme das demonstrações financeiras”. Ou seja, os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação e de credibilidade, em função do reconhecimento dos critérios adotados na elaboração das demonstrações contábeis. A Resolução CFC n.º 750/93, alterada pela Resolução CFC nº. 1.282/10 (que, dentre outras mudanças, alterou a denominação de Princípios Fundamentais de Contabilidade – PFC – para a nomenclatura atual), relacionou os Princípios de Contabilidade (PC), estabelecendo que sua observância é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

Segundo a norma, na aplicação dos Princípios de Contabilidade devem ser consideradas as situações concretas, sendo que a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. 6.1 - Conceito e enumeração

Segundo o CFC, os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

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O Art. 3º da Resolução nº 750/93 estabelece os seguintes Princípios de Contabilidade:

- o da ENTIDADE - o da CONTINUIDADE ; - o da OPORTUNIDADE ; - o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ; - o da COMPETÊNCIA ; e - o da PRUDÊNCIA .

Antes de falarmos de cada um deles, cabe lembrar que não há mais o Princípio da Atualização Monetária, que foi revogado pela Resolução nº 1.282/10. 6.2 - Princípio da Entidade

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial , a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a pessoa, conjunto de pessoas, sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Assim, segundo este princípio, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE , mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Assim, podemos concluir que o cerne do princípio da Entidade está na autonomia do patrimônio a ela pertencente, afirmando que o patrimônio deve revestir-se do atributo de autonomia em relação a todos os outros Patrimônios existentes, pertencendo a uma Entidade, no sentido de sujeito suscetível à aquisição de direitos e obrigações. Por fim, cabe esclarecer que o Patrimônio pode ser decomposto em partes, segundo os mais variados critérios, mas nenhuma classificação resultará em novas Entidades.

6.3 - Princípio da Continuidade

O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. A situação limite na aplicação do princípio da Continuidade é aquela em que há a completa cessação das atividades da Entidade. Nessa situação, determinados ativos, como, por exemplo, os valores diferidos, deixarão de serem assim considerados, passando à condição de despesas (não há possibilidade de recuperação). 6.4 - Princípio da Oportunidade

O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

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A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. A falta de integridade e tempestividade pode ocasionar perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre oportunidade e confiabilidade da informação. O princípio da Oportunidade abarca dois aspectos distintos, embora complementares: a integridade e a tempestividade, razão pela qual alguns doutrinadores preferem chamá-lo de princípio da Universalidade. Como essa denominação não está presente na Resolução 750/93, para nossa prova, ficaremos com Oportunidade mesmo. 6.5 - Princípio do Registro pelo Valor Original

O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. As seguintes bases de mensuração desses componentes devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;

b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. São resultantes da adoção da atualização monetária:

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I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

6.6 - Princípio da Competência

O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento, e pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. A Competência é o princípio que estabelece quando determinado componente deixa de integrar o patrimônio para transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido. Entretanto, observem que não está relacionado com recebimentos e pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período.

6.7 - Princípio da Prudência

O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Este princípio pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. Mas atenção: segundo o CFC, a aplicação do princípio da Prudência não deve levar a excessos, a situações classificáveis como manipulações do resultado, com consequente criação de reservas ocultas. Pelo contrário, deve constituir garantia da inexistência de valores artificiais e impedir a prevalência de juízos puramente pessoais. Ao finalizar o estudo dos Princípios de Contabilidade, faz-se necessário esclarecer que um eventual comentário, no Relatório do auditor independente, sobre a observância desses princípios nas demonstrações contábeis, requer o exercício do julgamento profissional do auditor, no sentido de que estes encontrem aceitação geral no meio em que se aplicam.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / SUSEP / 2010) - Com relação aos níveis de relevância determinados em um processo de auditoria externa, é verdadeiro afirmar que: a) o processo de avaliação de relevância deve sempre considerar os níveis de risco e as distorções identificadas, não sendo permitido considerar nos limites eventuais distorções não identificadas ou projetadas.

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b) o auditor, em nenhuma hipótese, pode estabelecer nível de relevância abaixo dos determinados no planejamento. c) não se devem considerar as avaliações de risco e relevância no seu conjunto, sendo sempre avaliadas individualmente. d) os níveis de relevância estabelecidos no planejamento devem ser mantidos, independentemente dos fatores encontrados, durante a realização dos trabalhos. e) se a administração da entidade auditada negar-se a ajustar as demonstrações contábeis e os procedimentos de auditoria adicionais, de forma a não permitir concluir que o montante agregado das distorções seja irrelevante, deve o auditor considerar os efeitos no seu parecer. 2- (ESAF / CGU/ 2012) - Para lidar com riscos avaliados de distorção relevante decorrente de fraude, o auditor independente pode lançar mão dos seguintes procedimentos de auditoria, exceto: a) Visitar locais ou executar certos testes de surpresa, sem anúncio prévio. b) Rever o nível e a adequação dos relatórios de gastos apresentados pela alta administração. c) Executar procedimentos em contas ou outras conciliações elaboradas pela entidade. d) Testar a integridade de registros e operações processados em sistema computadorizado. e) Buscar evidências de auditoria adicionais em fontes fora da entidade sendo auditada. 3 - (ESAF / SUSEP / 2002) - Para o auditor independente, uma informação é relevante quando: a) sua omissão ou distorção puder influenciar nas decisões econômicas dos usuários, se estas forem tomadas com base nas demonstrações contábeis. b) a sua materialidade influenciar na tomada de decisões econômicas e financeiras dos usuários, tendo como base de decisão o parecer da auditoria. c) a sua distorção influenciar em decisões econômicas ou financeiras tomadas pelos usuários, tendo como base de juízo o parecer da auditoria independente. d) a sua omissão influenciar negativamente nas decisões tomadas com base nas demonstrações contábeis por acionistas preferenciais ou pelos membros do Conselho de Administração. e) a sua subjetividade e distorção influenciar nas decisões financeiras dos acionistas controladores e demais usuários, se tomadas com base nas demonstrações contábeis. 4 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Sempre que se apresentarem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido, deve-se adotar o menor valor para os componentes do Ativo e o maior valor para os componentes do Passivo. É como determina o princípio do (a): a) Registro pelo Valor Original. b) Prudência. c) Atualização Monetária. d) Competência. e) Oportunidade. 5 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Eletronics S.A. fabrica televisores de LCD de última geração. A garantia convencional é dada para três anos e a garantia oferecida é estendida para mais um ano mediante pagamento complementar. Como o custo é baixo, em 90% dos casos o cliente adquire. A empresa registra o valor da venda do televisor como receita de vendas e a garantia estendida como receita de serviços, no resultado. Pode-se afirmar que, nesse caso, não está sendo atendido o princípio: a) da continuidade. b) do custo como base do valor. c) da competência. d) da neutralidade. e) da entidade.

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6 - (ESAF/SEFAZ-SP/APOFP/2009) - Assinale abaixo a opção que contém uma afirmativa falsa. A) A Contabilidade é mantida para as Entidades; os sócios ou quotistas destas não se confundem, para efeito contábil, com aquelas. B) Para a Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá operar por período indeterminado de tempo até que surjam fortes evidências em contrário. C) O custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a Entidade representa a base de valor para a Contabilidade. D) Os princípios fundamentais da Resolução CFC 750/93, apesar de servirem como orientação precisa para os procedimentos contábeis, não constituem condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. E) Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente válidos, segundo os princípios fundamentais, a Contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações. 7 - (ESAF/SUSEP-Analista/2010) - A legislação vigente sobre as sociedades anônimas estabelece o que deve ser computado na determinação do resultado do exercício. Diz a lei que devem ser incluídas as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda, bem como os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Ao analisar essa determinação, pode-se dizer que, com ela, a lei está consagrando o princípio contábil: A) da Oportunidade. B) da Realização da Receita. C) da Prudência. D) da Igualdade Contábil. E) da Competência. 8 - (ESAF/MPOG-APO/2010/adaptada) - De acordo com a Resolução 750/93, do Conselho Federal de Contabilidade, foram aprovados os seguintes Princípios de Contabilidade: da Competência; da Prudência; do Denominador Comum Monetário; do Custo como Base de Valor; da Realização da Receita; da Entidade; e da Continuidade. A afirmativa "a todo débito corresponde um crédito de igual valor" se refere ao princípio contábil: A) da Prudência. B) da Competência. C) do Custo como Base de Valor. D) do Denominador Comum Monetário. E) não se refere a nenhum princípio. 9 - (ESAF/SEFAZ-CE-Analista Contábil/2007) - Assinale abaixo a opção que contém a assertiva verdadeira. A) Pelo princípio contábil da competência, são consideradas do exercício social as despesas que nele forem pagas, independentemente de seu vencimento, enquanto que para receitas o que importa é o momento em que forem efetivamente realizadas. B) Pelo princípio contábil da prudência, quando houver dois valores igualmente válidos e confiáveis, a contabilidade deverá considerar o menor dos dois, se for do passivo, ou o maior dos dois, se for do ativo. C) O princípio contábil do custo como base de valor disciplina que um bem adquirido deve ser incorporado ao ativo pelo seu preço de aquisição, a menos que o valor tenha sido alterado já na época da compra. D) O princípio contábil da entidade está claramente definido no conceito de patrimônio, quando se afirma que o objeto da contabilidade é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa. E) O critério de avaliação de bens pelo preço de custo ou de mercado, dos dois o menor, está inteiramente de acordo com o princípio contábil da Consistência.

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10 - (ESAF/ANEEL/Analista Administrativo/2006) - João Aniceto comprou um caminhão e, com muito esforço pessoal, pagou as prestações até a quitação final. Ao adquirir quotas de capital do Mercadinho da Praça Limitada, Aniceto aceitou entregar o caminhão para integralizá-las, mas combinou com os outros sócios que queria usar o caminhão sempre que dele precisasse, já que foi ele, João, quem o adquiriu da Chevrolet, comprando-o e pagando-o até a quitação. O desejo de João Aniceto não pode ser atendido, porque o Mercadinho é uma sociedade empresária e tem que observar os princípios fundamentais de contabilidade. A regra que determina que o caminhão não é mais do João, mesmo que ele seja dono da empresa, é o princípio contábil da: A) continuidade. B) competência. C) oportunidade. D) prudência. E) entidade. 11- (ESAF / CVM / 2010) - Na elaboração da documentação de auditoria (Papéis de Trabalho), no que se refere à forma, ao conteúdo e a extensão, o auditor deve levar em conta os seguintes fatores, exceto: a) importância da evidência de auditoria obtida. b) tamanho e complexidade da entidade auditada. c) riscos identificados de distorções relevantes nas demonstrações contábeis. d) natureza dos procedimentos de auditoria a serem executados. e) volume dos recursos das transações auditadas. 12 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Compostos pela documentação preparada pelo auditor ou a ele fornecida na execução da auditoria, os papéis de trabalho possuem as seguintes características, exceto: a) sua disponibilização a terceiros é permitida, desde que formalmente autorizada pela entidade auditada. b) apenas abrigam informações em papel, sendo vedadas as evidências obtidas por meios eletrônicos. c) sua confidencialidade é dever permanente do auditor. d) devem ser mantidos sob a custódia do auditor por um prazo de cinco anos, a partir da data de emissão do parecer. e) sua padronização não é obrigatória. 13 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao realizar auditoria na empresa Construção S.A., aplicou todos os procedimentos de auditoria necessários ao trabalho, realizando os trabalhos em conformidade com as normas de auditoria. Ao solicitar a carta de responsabilidade da administração da empresa, esta deve ser emitida na data: a) de encerramento das demonstrações contábeis. b) do término dos relatórios de revisão. c) da publicação das demonstrações contábeis. d) de emissão do parecer dos auditores. e) em que o auditor finalizar os trabalhos em campo. 14 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Sempre que não possa ter expectativa razoável quanto à existência de outra evidência de auditoria pertinente, deve o auditor obter declarações por escrito da administração, sobre os assuntos significativos para as Demonstrações Contábeis, por meio da (o) chamada (o): a) Carta de Representação da Administração. b) Circularização dos Consultores Jurídicos. c) Carta de Responsabilidade da Administração. d) Termo de Diligência.

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e) Carta de Conforto. 15 - (ESAF / CGU / 2006) - Segundo as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, o auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custódia dos papéis de trabalho: a) pelo prazo de cinco anos, a partir da data de emissão do seu parecer. b) pelo prazo de três anos, a partir da data de emissão do seu parecer. c) pelo prazo de cinco anos, a partir da data de finalização da auditoria. d) pelo prazo de três anos, a partir da data de finalização da auditoria. e) pelo prazo de dois anos, a partir da data de finalização da auditoria. 16 - (ESAF / CGU / 2006) - Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor e que constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. Indique, entre as seguintes afirmativas, aquela que não se aplica aos papéis de trabalho. a) Devem ser conservados em boa guarda pelo período de cinco anos a partir da data da emissão do parecer a que serviram de fundamento. b) Quando podem ser utilizados por mais de um período, são classificados como ‘permanentes’. c) Arquivos mantidos em meios ópticos ou magnéticos não podem ser classificados como papéis de trabalho. d) Devem conter informações relativas ao planejamento da auditoria. e) Podem ser padronizados ou não. 17 - (ESAF / AFRFB / 2003) - Dos objetivos a seguir relacionados, qual não corresponde aos objetivos do auditor na obtenção da Carta de Responsabilidade da Administração. a) Atender às normas contábeis geralmente aceitas. b) Obter evidência auditorial por escrito. c) Delimitar as responsabilidades do auditor e da administração. d) Dar mais confiabilidade às informações verbais obtidas. e) Atender às normas de auditoria independente. 18 - (ESAF/Pref. Natal/AFTM/2008/adaptada) - A empresa Documental S.A., tendo como objetivo manter um arquivo completo sobre o seu processo de auditoria, exige do auditor que forneça cópia de todos os seus arquivos eletrônicos e documentação de auditoria elaborados durante a execução de seus serviços. Pode-se afirmar que: A) a referida solicitação é pertinente, uma vez que a empresa também é responsável pela guarda e sigilo da documentação de auditoria. B) a solicitação da empresa é indiferente, pois a documentação de auditoria é de acesso público, conforme determinado por resolução da Comissão de Valores Mobiliários. C) é indevida a solicitação, visto que a guarda e sigilo da documentação de auditoria são de responsabilidade do auditor. D) é permitido à empresa solicitar a documentação de auditoria, visto estar sujeita a questionamentos por parte dos acionistas ou de terceiros. E) a solicitação é irregular, já que em nenhuma hipótese a documentação de auditoria pode ser disponibilizada, seja para a empresa seja para qualquer usuário. 19 - (ESAF/SEFAZ-MG/2005/adaptada) - O não fornecimento, pela administração da empresa auditada, das Representações Formais exigidas ao auditor independente caracteriza: A) limitação de escopo. B) impossibilidade de auditoria. C) suspensão da auditoria. D) fraude em auditoria.

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E) a renúncia ao trabalho. 20 - (ESAF/SEFAZ-MG/2005/adaptada) - O auditor, ao não solicitar representações formais relativas às responsabilidades da administração à empresa auditada, não estaria atendendo: A) ao conteúdo da documentação de auditoria. B) aos princípios contábeis brasileiros. C) ao processo de emissão de parecer adequado. D) às demonstrações contábeis. E) aos procedimentos ligados aos testes de superavaliação. 21 - (ESAF/SEFAZ-MG/2005/adaptada) - A representação formal da Administração deve ser emitida com data: A) do encerramento das demonstrações contábeis. B) em que for redigida e emitida pela administração. C) em que o auditor iniciou os trabalhos na entidade. D) tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor. E) da publicação das demonstrações contábeis. 22 - (ESAF / AFRFB / 2003 / Adaptada) - A representação formal deve ser emitida pelos administradores da empresa auditada e datada com: A) a mesma data das demonstrações contábeis elaboradas pela empresa. B) a data em que a administração efetivamente emitir a carta e assinar. C) com data tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor. D) a mesma data da publicação das demonstrações contábeis nos jornais. E) a data que a empresa de auditoria solicitar que seja emitida. 23 - (FCC / TCE-PR / 2011) - Sobre os papéis de trabalho é correto afirmar que são: (A) de propriedade da empresa ou órgão auditado. (B) documentos elaborados pelo auditor na fase que antecede o planejamento da auditoria. (C) o conjunto de formulários que contém os apontamentos obtidos pelo auditor durante o seu exame. (D) as atividades desempenhadas por cada integrante do grupo de auditoria. (E) os documentos, selecionados pelo auditor, que devem ficar arquivados por, pelo menos, dez anos após a emissão do parecer de auditoria. 24 - (FCC / COPERGÁS / 2011) – Segundo a NBC TA 200, que trata dos objetivos gerais do auditor independente, (A) o auditor deve ter um nível absoluto de segurança de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, já que a maioria das evidências de auditoria nas quais o auditor baseia sua opinião é conclusiva. (B) a adequação das evidências de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria. (C) a suficiência da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria. (D) a crença de que a administração e os responsáveis pela governança são honestos e têm integridade dispensa a necessidade de o auditor manter o ceticismo profissional ao conduzir a auditoria. (E) as distorções das demonstrações contábeis são consideradas relevantes pelo auditor se for razoável esperar que elas influenciem as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis. 25 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A carta de responsabilidade da administração da empresa auditada responsabiliza: A) a diretoria financeira e a de controladoria. B) o conselho de administração e o conselho fiscal.

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C) a diretoria executiva. D) o conselho de administração. E) a governança e a administração. 26 - (FCC / TRE-CE / 2012) - A empresa Resistente S.A. não concordou em apresentar a carta de responsabilidade da administração. Nesse caso, o auditor: A) não deve aceitar o trabalho, em qualquer situação, ainda que exigido por lei. B) deve denunciar a empresa aos órgãos competentes e recusar a auditoria. C) deve aceitar o trabalho, estabelecendo a limitação de escopo e evidenciando a recusa no relatório da auditoria. D) não deve aceitar o trabalho a menos que seja exigido por lei ou regulamento. E) deve ressalvar o parecer, apresentando nota de ênfase em qualquer situação. 27 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Segundo a metodologia de mercado e as boas práticas de auditoria, os papéis de trabalho podem ser classificados, quanto à sua natureza, em dois tipos: permanentes e correntes. São exemplos de papéis de trabalho permanentes, EXCETO: a) as atas das reuniões de assembléia geral extraordinária. b) as cópias do estatuto ou contrato social da empresa. c) os manuais de procedimentos internos. d) a legislação específica aplicável ao negócio da empresa auditada. e) a revisão analítica das contas contábeis. 28 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - De acordo com uma das normas de auditoria, o auditor deve elaborar papéis de trabalho que suportem sua opinião para emissão do parecer final. Os papéis de trabalho representam a (o): a) marca e a metodologia da equipe de auditoria responsável pelo trabalho. b) autorização prévia da alta administração para realização da auditoria. c) dever de cada membro da equipe de auditoria dentro do trabalho realizado. d) registro de todas as evidências obtidas ao longo da execução da auditoria. e) controle e gerenciamento dos riscos inerentes ao processo de auditoria.

GABARITO 1 – E 2 - B 3 - A 4 - B 5 - C 6 – D 7 - E 8 - E 9 - D 10 - E 11 - E 12 - B 13 - D 14 - C 15 - A 16 - C 17 - A 18 - C 19 - A 20 - A 21 - D 22 - C 23 - C 24 - E 25 - E 26 – D 27 - E 28 - D

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AULA 07: Utilização de trabalhos da auditoria interna. Uso de trabalhos técnicos de especialistas. Eventos Subsequentes. Continuidade Operacional. Auditoria de estimativas Contábeis. Contingências. 1. Uso do trabalho de outros profissionais Na realização dos trabalhos de auditoria independente, o auditor poderá utilizar trabalhos anteriores de outros profissionais, de acordo com certas regras a serem seguidas, sempre com vista do objetivo principal do auditor independente, que é o de emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis da empresa auditada. Os trabalhos que podem ser utilizados e que são cobrados em prova são os de outros auditores independentes, os da auditoria interna, e o de especialistas. Vamos estudar essa utilização nos tópicos a seguir. 1.1 - Trabalho de outro auditor independente O auditor deve fazer menção em seu relatório, caso utilize o trabalho de outro auditor. De acordo com Almeida (2010), esse fato ocorre com frequência quando sociedades investidas, cujos investimentos são avaliados pelo método de equivalência patrimonial (MEP), são auditadas por outros auditores. Nesse sentido, o auditor principal deve efetuar procedimentos para obter evidência de auditoria suficiente de que o trabalho efetuado pelo outro auditor está adequado para as finalidades do auditor principal. A NBC TA 600 – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Auditores dos Componentes – traz considerações especiais aplicáveis às auditorias de grupos, em particular aquelas que envolvem auditores de componente. Componente, segundo a norma, é uma entidade ou atividade de negócios para a qual a administração do grupo ou dos componentes elabora informações contábeis que devem ser incluídas nas demonstrações contábeis do grupo. A NBC TA 600 pode ser útil ao auditor independente quando este envolver outros auditores na auditoria de demonstrações contábeis que não são demonstrações contábeis de grupos. Por exemplo, o auditor pode envolver outro auditor para observar a contagem de estoques ou fazer a inspeção física de ativos fixos em local remoto. De qualquer forma, esse envolvimento não modifica a responsabilidade do auditor em relação aos trabalhos desenvolvidos. Com relação a essa responsabilidade, segundo a norma, o sócio encarregado do trabalho do grupo é responsável pela direção, supervisão, execução e desempenho do trabalho de auditoria do grupo, em conformidade com as normas técnicas e profissionais, assim como exigências legais e regulamentares aplicáveis, e se o relatório de auditoria emitido é ou não apropriado nas circunstâncias. Como resultado, o relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis do grupo não deve se referir ao auditor do componente. Se tal referência for requerida por lei ou regulamento, o relatório do auditor deve indicar que a referência não diminui a responsabilidade do sócio encarregado ou da firma encarregada do trabalho do grupo e pela opinião de auditoria do grupo.

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1.2 - Trabalho do Auditor Interno A norma referente ao assunto é a NBC TA 610, aprovada pela Resolução CFC nº. 1.229/09, que trata da responsabilidade do auditor externo (independente) em relação ao trabalho dos auditores internos, quando o auditor independente observar que existe a probabilidade de que a função de auditoria interna seja relevante para a auditoria independente. Isso ocorre quando a natureza das responsabilidades e atividades da função de auditoria interna estiver relacionada com os relatórios contábeis da entidade e se o auditor independente espera utilizar o trabalho dos auditores internos para modificar a natureza, época ou reduzir a extensão dos procedimentos de auditoria a serem executados. A utilização do trabalho dos auditores internos pode levar o auditor independente a rever a sua avaliação dos riscos de distorção relevante. Atenção: a Norma não trata dos casos em que auditores internos atuam na assistência direta do auditor independente na aplicação de procedimentos de auditoria. A relação entre a função de auditoria interna e o auditor independente possui as seguintes características: - os objetivos da função de auditoria interna são determinados pela administração e, quando aplicável, pelos responsáveis pela governança. Embora os objetivos da função de auditoria interna e o do auditor independente sejam diferentes, os meios utilizados pela auditoria interna e pelo o auditor independente para alcançar seus respectivos objetivos podem ser semelhantes. - Independentemente do grau de autonomia e de objetividade da função de auditoria interna , tal função não é independente da entidade, como é exigido do auditor independente quando ele expressa uma opinião sobre as demonstrações contábeis. O auditor independente assume integral responsabilidade pela opinião de auditoria expressa e essa responsabilidade do auditor independente não é reduzida pela utilização do trabalho feito pelos auditores internos. O auditor independente assume integral responsabilidade pela opinião de auditoria expressa e essa responsabilidade do auditor independente não é reduzida pela utilização do trabalho feito pelos auditores internos. Vamos relembrar que as funções de auditoria interna variam amplamente e dependem do tamanho e da estrutura da entidade e dos requerimentos da administração. As atividades da função de auditoria interna podem incluir um ou mais dos itens a seguir:

• Monitoramento do controle interno. • Exame das informações contábeis e operacionais. • Revisão das atividades operacionais. • Revisão da conformidade com leis e regulamentos. • Gestão de risco. • Governança.

Os objetivos do auditor independente, quando a entidade tiver a função de auditoria interna que o auditor independente determinou como tendo a probabilidade de ser relevante para a auditoria, são:

(a) determinar se e em que extensão utilizar um trabalho específico dos auditores internos; e

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(b) caso utilize um trabalho específico da auditoria interna, determinar se o trabalho é adequado para os fins da auditoria.

Antes da utilização do trabalho dos auditores internos, o auditor independente deve determinar o efeito planejado do trabalho dos auditores internos na natureza, época ou extensão dos procedimentos do auditor independente. Para determinar se é provável que o trabalho dos auditores internos seja adequado para os fins da auditoria , o auditor independente deve avaliar os seguintes fatores: a) Objetividade

• a situação da função de auditoria interna na entidade e a capacidade dos auditores internos de serem objetivos;

• se a função de auditoria interna apresenta relatórios para os responsáveis pela governança; • se estão livres de qualquer responsabilidade conflitante; • se os responsáveis pela governança supervisionam a contratação de pessoas relacionadas com a

função de auditoria interna; • se existem limitações ou restrições para a função de auditoria interna pela administração; • se e em que extensão a administração age de acordo com as recomendações da auditoria;

b) Competência técnica

• se os auditores internos são membros de órgãos profissionais; • se têm competência e treinamento técnico adequados; • se existem políticas estabelecidas para a contratação e o treinamento;

c) Zelo profissional

• se as atividades da auditoria interna são planejadas, supervisionadas, revisadas e documentadas adequadamente;

• a existência e a adequação de manuais de auditoria, de programas de trabalho e da documentação de auditoria interna.

d) Comunicação

• as reuniões são realizadas em intervalos apropriados durante todo o período; • o auditor independente é informado sobre relatórios de auditoria interna; e • o auditor independente informa os auditores internos sobre assuntos significativos que possam

afetar a auditoria interna. Para que o auditor independente possa utilizar um trabalho específico dos auditores internos, deve avaliar e executar os procedimentos de auditoria nesse trabalho, para determinar a sua adequação. A natureza, época e extensão desses procedimentos dependem da avaliação dos riscos de distorção relevante, da avaliação da auditoria interna e da avaliação do trabalho específico dos auditores internos. Esses procedimentos de auditoria podem incluir:

- exame dos itens já examinados pelos auditores internos; - exame de outros itens semelhantes; e

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- observação dos procedimentos executados pelos auditores internos. Para determinar a adequação de trabalhos específicos executados pelos auditores internos para os seus objetivos como auditor independente, este deve avaliar se:

(a) o trabalho foi executado por auditores internos que tenham competência e treinamento técnicos adequados; (b) o trabalho foi adequadamente supervisionado, revisado e documentado; (c) foi obtida evidência de auditoria apropriada para permitir que os auditores internos atinjam conclusões razoáveis; (d) as conclusões são apropriadas nas circunstâncias; e (e) quaisquer exceções ou assuntos não usuais divulgados pelos auditores internos estão resolvidos adequadamente.

Se o auditor independente usa um trabalho específico dos auditores internos, deve incluir na documentação de auditoria as conclusões atingidas relacionadas com a avaliação da adequação do trabalho dos auditores internos. 1.3 - Trabalho de especialista de outra área A Resolução CFC Nº. 1.230/09 aprovou a NBC TA 620, que trata da responsabilidade do auditor em relação ao trabalho de pessoa ou organização em área de especialização que não contabilidade ou auditoria, quando esse trabalho é utilizado para ajudar o auditor a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada. Atenção: especialista, neste caso, não inclui aquele que trabalho com contabilidade ou auditoria. A NBC TA 620 não trata de situações em que a equipe de trabalho inclui um membro, ou consulta uma pessoa ou organização, com especialização em uma área específica de contabilidade ou auditoria. Esse caso é tradado pela NBC TA 220 – Controle de Qualidade. A NBC TA 620 também não trata da utilização, pelo auditor, do trabalho de pessoa ou organização usado pela entidade para ajudá-la na elaboração das demonstrações contábeis (especialista da administração) – tratada pela NBC TA 500 – Evidência de Auditoria. O auditor é o único responsável por expressar opinião de auditoria e essa responsabilidade não é reduzida pela utilização do trabalho de especialista contratado pelo auditor (doravante especialista do auditor ou especialista). O auditor é o único responsável por expressar opinião de auditoria e essa responsabilidade não é reduzida pela utilização do trabalho de especialista contratado pelo auditor. No entanto, se o auditor concluir que o trabalho desse especialista é adequado para fins da auditoria, o auditor pode aceitar que as constatações ou conclusões desse especialista em sua área de especialização constituem evidência de auditoria apropriada. Ou seja: se o auditor considerar o trabalho adequado, poderá utilizar seus resultados como evidência de auditoria, para o embasamento das conclusões apresentadas no relatório. Objetivos do auditor, em relação ao uso do trabalho de especialistas:

(a) determinar a necessidade de utilizar o trabalho de especialista; e

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(b) no caso de utilização, determinar se o trabalho é adequado para fins da auditoria.

“Especialista do auditor”, segundo a NBC TA 620, é uma pessoa ou organização com especialização em área que não contabilidade ou auditoria, contratado pelo auditor, cujo trabalho nessa área é utilizado pelo auditor para ajudá-lo a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada. Essa especialização pode incluir especialização relacionada a:

• avaliação de instrumentos financeiros complexos, terrenos e edifícios, instalações fabris e máquinas, jóias, peças de arte, e ativos que possivelmente apresentem problemas de perdas no valor recuperável;

• cálculo atuarial referente a contratos de seguro ou planos de benefícios a empregados; • estimativa de reservas de petróleo e gás; • avaliação de responsabilidade ambiental, e custos de limpeza de locais; • interpretação de contratos, leis e regulamentos; • análise de assuntos complexos ou não usais de natureza fiscal.

Em muitos casos, a diferenciação entre especialização em contabilidade ou auditoria e especialização em outra área será direta. Em outros casos, entretanto, especialmente os que envolvem conhecimentos especializados em área contábil ou de auditoria emergente, a diferenciação entre áreas especializadas de contabilidade ou auditoria e especialização em outra área será questão de julgamento profissional.

O especialista do auditor pode ser interno (um sócio, ou equivalente no setor público, ou uma pessoa que faz parte da equipe), ou externo. Já o “Especialista da administração” é uma pessoa ou organização com especialização em área que não contabilidade ou auditoria, contratado pela administração, em que o trabalho nessa área é usado pela entidade para ajudá-la na elaboração das demonstrações contábeis. Um exemplo bastante comum no Brasil é a utilização de atuário pela administração de uma seguradora ou de um fundo de pensão para estimar certas provisões. Se a especialização é necessária para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o especialista pode ser necessário para ajudar o auditor em um ou mais dos assuntos a seguir:

• entendimento da entidade e de seu ambiente, incluindo seus controles internos; • identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante; • determinação e implementação de respostas gerais aos riscos avaliados no nível de

demonstrações contábeis; • definição e execução de procedimentos adicionais de auditoria para responder aos riscos

avaliados no nível de afirmação, que compreendem testes de controle ou procedimentos substantivos;

• avaliação da suficiência e adequação da evidência de auditoria obtida na formação de opinião sobre as demonstrações contábeis.

Contudo, o auditor pode ser capaz de executar a auditoria sem um especialista. Esse entendimento pode ser obtido, por exemplo, por meio de:

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- experiência em auditar entidades que exigem a especialização na elaboração das demonstrações contábeis; - educação ou desenvolvimento profissional na área específica; - discussão com auditores que executaram trabalhos similares.

Nesses casos, podemos dizer que o auditor não entendeu como essencial a utilização do especialista, tendo em vista sua experiência e desenvolvimento profissional. Em outros casos, entretanto, o auditor pode determinar que é necessário utilizar especialista do auditor para ajudar a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada. As considerações para decidir sobre utilizar o trabalho de especialista do auditor podem incluir:

• se a administração já usou um especialista da administração na elaboração das demonstrações;

• a natureza e importância do assunto, incluindo sua complexidade; • os riscos de distorção relevante decorrente desse assunto; • a natureza dos procedimentos que se espera sejam executados para responder aos riscos

identificados. A natureza, época e extensão dos procedimentos do auditor podem variar dependendo das circunstâncias. Ao determiná-los, o auditor deve considerar determinados assuntos:

(a) a natureza do assunto a que se refere o trabalho desse especialista; (b) os riscos de distorção relevante no assunto a que se refere o trabalho desse especialista; (c) a importância do trabalho do especialista no contexto da auditoria; (d) o conhecimento e a experiência do auditor em relação a trabalho anterior executado por esse especialista; e (e) se esse especialista está sujeito às políticas e procedimentos de controle de qualidade da firma de auditoria.

O auditor deve estabelecer acordo, por escrito, com o especialista por ele contratado, sobre os seguintes assuntos:

- a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho desse especialista; - as respectivas atribuições e responsabilidade do auditor e desse especialista; - a natureza, a época e a extensão da comunicação entre o auditor e esse especialista, incluindo o formato dos relatórios; e - a necessidade de o especialista observar requisitos de confidencialidade.

Acordo, por escrito, com o especialista, sobre: - a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho; - as respectivas atribuições e responsabilidade; - comunicação entre o auditor e esse especialista; e - necessidade de confidencialidade. O auditor deve avaliar a adequação do trabalho do especialista do auditor para fins da auditoria, incluindo

(a) a relevância e razoabilidade das constatações ou conclusões desse especialista, e sua consistência com outras evidências;

(b) se o trabalho do especialista envolve o uso de premissas e métodos significativos; e (c) se o trabalho do especialista envolve o uso de dados-fonte significativos para o seu trabalho.

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Se o auditor determina que o trabalho do especialista do auditor não é adequado para fins da auditoria, deve:

- estabelecer acordo com esse especialista sobre a natureza e a extensão do trabalho adicional a ser executado pelo especialista; ou - executar procedimentos adicionais de auditoria.

O auditor não deve fazer referência ao trabalho do especialista do auditor em seu relatório que contenha opinião não modificada. Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista do auditor em seu relatório porque essa referência é relevante para o entendimento de ressalva ou outra modificação na sua opinião, o auditor deve indicar no relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade por essa opinião. O auditor não deve fazer referência ao trabalho do especialista do auditor em seu relatório que contenha opinião não modificada. Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista do auditor em seu relatório porque essa referência é relevante para o entendimento de ressalva ou outra modificação na sua opinião, o auditor deve indicar no relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade por essa opinião. Outra norma que trata do assunto é a Resolução CFC nº 1.023/05, que aprovou a NBC P 1.8 – Utilização de Trabalhos de Especialistas –, estabelecendo as condições e procedimentos para utilização desses profissionais, pelo auditor independente, como parte da evidência de seus trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis. Segundo a norma, ao utilizar-se de trabalhos executados por outros especialistas legalmente habilitados, o auditor independente deve obter evidência suficiente de que tais trabalhos são adequados para fins de sua auditoria . A expressão “especialista” significa um indivíduo ou empresa que detenha habilidades, conhecimento e experiência em áreas específicas não relacionadas à contabilidade ou auditoria. Um especialista pode ser:

a) contratado pela entidade auditada;

b) contratado pelo auditor independente; c) empregado pela entidade auditada; ou

d) empregado pelo auditor independente. Quando o auditor independente faz uso de especialistas que sejam seus empregados, estes devem ser considerados como tal e não como auxiliares do processo de auditoria, com a consequente necessidade de supervisão. Assim, nessas circunstâncias, o auditor independente não necessita avaliar sua competência profissional a cada trabalho onde estes se envolvam. Isso não precisa decorar, basta entender o motivo. Ora, se o auditor já está acostumado a trabalhar com o especialista – por ser seu empregado –, não faria sentido, a cada trabalho, avaliar a competência do seu empregado. De acordo com a NBC P 1.8, são exemplos de evidências que necessitam da intervenção de especialistas:

- avaliações de certos tipos de ativos, como por exemplo, terrenos e edificações, máquinas e equipamentos, obras de arte e pedras preciosas;

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- determinação de quantidades ou condições físicas de ativos, como por exemplo, minerais estocados, jazidas e reservas de petróleo, vida útil remanescente de máquinas; - determinação de montantes que requeiram técnicas ou métodos especializados, como por exemplo, avaliações atuariais; - medição do estágio de trabalhos completados ou a completar em contratos em andamento; - interpretações de leis, de contratos, de estatutos ou de outros regulamentos.

Como vimos, o auditor deve, antes de tudo, determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho de especialistas, devendo considerar:

- a relevância do item da demonstração contábil que está sendo analisada; - o risco de distorção ou erro (no trabalho do especialista); - conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos aspectos considerados; e - quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis.

O auditor deve avaliar a competência profissional e a objetividade do especialista. Caso tenha dúvidas da existência desses atributos, deve discutir suas opiniões com a administração da entidade auditada e considerar a necessidade de aplicar procedimentos adicionais de auditoria ou buscar evidências junto a outros especialistas de sua confiança. O auditor independente deve avaliar a qualidade e suficiência do trabalho do especialista como parte da evidência de auditoria relacionada ao item da demonstração contábil sob análise. Isso envolve uma avaliação sobre se as conclusões do especialista foram adequadamente refletidas nas demonstrações contábeis ou fornecem suporte adequado para as mesmas. Se os resultados do trabalho do especialista não fornecerem suficiente evidência de auditoria ou se não forem consistentes com outras evidências já levantadas, o auditor deve tomar devidas providências, que podem incluir discussão com a administração da entidade auditada e com o especialista; aplicação de procedimentos de auditoria adicionais; contratação de um outro especialista; ou modificação de seu parecer.

A responsabilidade do auditor fica restrita a sua competência profissional.

Segundo a norma, em se tratando de um parecer sem ressalva (opinião não modificada), o auditor independente não pode fazer referência do trabalho de especialista no seu parecer (relatório). Em situações onde especialista legalmente habilitado for contratado pela entidade auditada, sem vínculo empregatício, para executar serviços que tenham efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, este fato deve ser divulgado nas demonstrações e o auditor, ao emitir sua opinião de forma modificada, pode fazer referência ao trabalho do especialista.

2. Continuidade Operacional O estudo da continuidade normal dos negócios da entidade deve ser baseado, atualmente, na NBC TA 570 – continuidade operacional –, tendo em vista a revogação da norma antiga – NBC T 11.10. A NBC TA 570 trata da responsabilidade do auditor independente, na auditoria de demonstrações contábeis, em relação ao uso do pressuposto de continuidade operacional, pela administração, na elaboração das demonstrações contábeis.

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De acordo com esse pressuposto, a entidade é vista como “em operação” em futuro previsível. As demonstrações contábeis, para fins gerais, são elaboradas com base na continuidade operacional, a menos que a administração pretenda liquidar a entidade ou interromper as operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista além dessas. Dessa forma, ativos e passivos são registrados considerando que a entidade será capaz de realizar seus ativos e liquidar seus passivos no curso normal dos negócios. Esse conceito é também relevante para entidade do setor público. Podem surgir riscos à continuidade operacional, em situações onde uma entidade do setor público opera com fins lucrativos e o suporte do governo pode ser reduzido ou retirado. Outro exemplo: privatização. A avaliação, pela administração, da capacidade de continuidade operacional, envolve exercer um julgamento, em determinado momento, sobre resultados futuros incertos de eventos ou condições, observados os seguintes fatores:

• o grau de incerteza aumenta significativamente quanto mais distante no futuro ocorrer o evento ou condição, ou o correspondente resultado;

• o tamanho e a complexidade da entidade, a natureza e a condição de seu negócio e o grau em que ela é afetada por fatores externos afetam o julgamento;

• qualquer julgamento sobre o futuro é baseado em informações disponíveis na época em que o julgamento é feito.

A responsabilidade do auditor é obter evidência de auditoria suficiente sobre a adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração e apresentação das demonstrações contábeis e expressar uma conclusão sobre se existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade operacional. Entretanto, a ausência de qualquer referência à incerteza de continuidade operacional, no relatório do auditor independente, não significa garantia da capacidade de continuidade operacional. Os objetivos do auditor, sobre o tema, são:

(a) obter evidência da adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração das demonstrações contábeis;

(b) concluir sobre a existência de incerteza significativa em relação a eventos ou condições que podem levantar dúvida quanto à continuidade; e

(c) determinar as implicações para o relatório. O auditor deve revisar a avaliação da administração sobre a capacidade de continuidade operacional, cobrindo o mesmo período utilizado pela administração. Ao revisar a avaliação da administração, o auditor deve verificar se essa avaliação inclui todas as informações relevantes que o auditor tomou conhecimento como resultado da auditoria. Se forem identificados eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional, o auditor deve aplicar procedimentos adicionais de auditoria. Com base na evidência de auditoria obtida, o auditor deve expressar uma conclusão se, no seu julgamento, existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade operacional relacionada a eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa sobre essa capacidade de continuidade operacional.

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Se as demonstrações contábeis foram elaboradas com base na continuidade operacional, mas no julgamento do auditor, o uso do pressuposto de continuidade utilizado pela administração é inapropriado , o auditor deve expressar uma opinião adversa, independentemente das demonstrações contábeis incluírem ou não a divulgação dessa inadequação. Quando o auditor independente conclui que o uso do pressuposto de continuidade operacional é apropriado, porém existe incerteza significativa, ele deve determinar se as demonstrações contábeis:

(a) descrevem adequadamente os principais eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional; e

(b) divulgar que existe incerteza significativa relacionada à capacidade de continuidade operacional e, portanto, que pode não ser capaz de realizar seus ativos e saldar seus passivos no curso normal do negócio.

Se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase. Se não for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou adversa, conforme apropriado, devendo declarar, no seu relatório, que há uma incerteza significativa que pode levantar dúvida quanto à capacidade de continuidade operacional da entidade. Pressuposto inapropriado: opinião adversa. Pressuposto apropriado, mas com incerteza sobre continuidade:

- divulgado adequadamente: opinião sem ressalva e parágrafo de ênfase; - não divulgado adequadamente: opinião com ressalva ou adversa.

3. Contingências Este tema, embora não conste explicitamente no edital 2012 da RFB, tem sido cobrado em diversas provas fiscais e, conforme explicado na introdução desta aula, pode também aparecer na próxima prova. A NBC TG 25, norma que trata do assunto, traz algumas definições importantes acerca do tema. Muitas vezes conseguimos resolver as questões apenas com esses conceitos que serão apresentados a seguir. Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos. Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. Evento que cria obrigação é um evento que cria uma obrigação legal ou não formalizada que faça com que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar essa obrigação. Obrigação legal é uma obrigação que deriva de: (a) contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos); (b) legislação; ou (c) outra ação da lei. Passivo contingente é:

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(a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou (b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:

(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja exigida para liquidar a obrigação; ou (ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.

Ativo contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade. Esses eventos ou condições são questões de direto conhecimento e, frequentemente, objeto de controle da administração da entidade e, portanto, seus administradores constituem-se em fonte primária de informação sobre esses eventos ou condições. Assim, o Auditor deve pedir à administração do cliente para preparar carta de solicitação de confirmação de dados (circularização) aos consultores jurídicos encarregados dos processos e litígios em andamento, para que o auditor a encaminhe a esses como forma de obter e evidenciar o julgamento desses profissionais acerca do grau da probabilidade de um resultado favorável ou desfavorável e do montante envolvido. Caso considere necessário, o Auditor, baseado nas informações obtidas dos consultores jurídicos, tendo em vista eventuais incertezas e relevância do assunto, deve solicitar à administração a opinião de outro consultor jurídico independente. De acordo com orientação IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), a circularização dos advogados é uma forma de o auditor obter confirmação independente das informações fornecidas pela administração, referentes a situações relacionadas a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias. As respostas servem de evidência para que o auditor avalie se a administração adotou os procedimentos adequados para a contabilização e/ou divulgação dos passivos não registrados e/ou das contingências (ativas ou passivas). A extensão da seleção dos advogados a serem circularizados depende do julgamento profissional do auditor, que deve levar em consideração:

- a estrutura de controles internos da empresa; - a natureza e a relevância dos assuntos envolvidos.

Ao final o auditor deve avaliar todas as circunstâncias e as evidências obtidas durante a aplicação de seus procedimentos de auditoria para passivos não registrados e contingências para formar o seu julgamento quanto à adequação às práticas contábeis adotadas na elaboração e na apresentação das DC. Em relação ao reconhecimento e divulgação (geralmente o mais cobrado em prova), temos o seguinte: Passivo contingente A entidade não deve reconhecer um passivo contingente. O passivo contingente é divulgado, a menos que seja remota a possibilidade de uma saída de recursos que

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incorporam benefícios econômicos. Quando a entidade for conjunta e solidariamente responsável por obrigação, a parte da obrigação que se espera que as outras partes liquidem é tratada como passivo contingente. A entidade reconhece a provisão para a parte da obrigação para a qual é provável uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos, exceto em circunstâncias extremamente raras em que nenhuma estimativa suficientemente confiável possa ser feita. Ativo contingente A entidade não deve reconhecer um ativo contingente. Os ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações contábeis, uma vez que pode tratar-se de resultado que nunca venha a ser realizado. Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa, então o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado. O ativo contingente é divulgado quando for provável a entrada de benefícios econômicos. Para ilustrar melhor essa questão de reconhecimento e divulgação, apresentamos o quadro-resumo abaixo:

Ativo Contingente

Tipo

Entrada de benefícios

econômicos é praticamente certa

Entrada de benefícios

econômicos é provável, mas não praticamente certa

Entrada de benefícios

econômicos é possível (não

provável)

Ação O ativo não é

contingente. Deve ser reconhecido

Apenas divulga Nem reconhece nem

divulga

Passivo Contingente

Tipo

Obrigação presente com saída

provável de recursos

Obrigação presente com saída

possível (não provável) de

recursos

Obrigação com probabilidade

remota de saída de recursos.

Ação Reconhece a

provisão e divulga Apenas divulga

Nem reconhece nem divulga

4. Estimativas contábeis

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A NBC TA 540 trata da responsabilidade do auditor independente em relação a estimativas contábeis, incluindo estimativas contábeis do valor justo e respectivas divulgações em auditoria de demonstrações contábeis. Mas o que é estimativa contábil? Alguns itens das demonstrações contábeis não podem ser mensurados com precisão pela administração, mas podem ser apenas estimados. Para o CFC, essa forma de mensuração desses itens das demonstrações contábeis é denominada estimativa contábil. A natureza e a confiabilidade das informações disponíveis para a administração para suportar a elaboração de estimativa contábil variam significativamente, afetando o grau de incerteza associada às estimativas contábeis, o que, por sua vez, afeta os riscos de distorção relevante de estimativas. O objetivo da mensuração de estimativas contábeis pode variar dependendo da estrutura de relatório financeiro aplicável e do item financeiro que está sendo relatado. Em alguns casos, é prever o desfecho de uma ou mais transações, eventos ou condições que dão origem à necessidade de estimativas contábeis. Para outras estimativas contábeis, o objetivo da mensuração é diferente, e é expresso em termos do valor da transação corrente ou um item das demonstrações baseado nas condições vigentes na data da mensuração, como preço de mercado estimado para um tipo de ativo ou passivo específico. Mas atenção: uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações. Este é especialmente o caso para estimativas contábeis ao valor justo, pois qualquer desfecho observado é invariavelmente afetado por eventos ou condições posteriores à data em que a mensuração é estimada para fins das demonstrações contábeis. O objetivo do auditor é obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre:

(a) se as estimativas contábeis registradas ou divulgadas nas demonstrações contábeis são razoáveis; e

(b) se as respectivas divulgações são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável - RFA.

Para a NBC TA 540, Estimativa contábil é a aproximação de um valor monetário na ausência de um meio de mensuração preciso. Este termo é usado para um valor mensurado do valor justo quando existe incerteza de estimativa, bem como para outros valores que requerem estimativas. Já a Estimativa pontual ou intervalo é o valor, ou intervalo de valores, respectivamente, derivado de evidências de auditoria para uso na avaliação da estimativa pontual da administração. A norma apresenta, ainda, as seguintes definições: Incerteza de estimativa é a suscetibilidade da estimativa contábil e das respectivas divulgações à falta de precisão inerente em sua mensuração. Tendenciosidade da administração é a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações.

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Estimativa pontual da administração é o valor selecionado pela administração para registro ou divulgação nas demonstrações contábeis como estimativa contábil. Desfecho de estimativa contábil é o valor monetário real resultante da resolução da transação, evento ou condição de que trata a estimativa contábil. Se, no julgamento do auditor, a administração não tratou adequadamente os efeitos da incerteza de estimativa das estimativas contábeis que geram riscos significativos, o auditor deve, se necessário, desenvolver um intervalo para avaliar a razoabilidade da estimativa contábil. O auditor deve avaliar, com base nas evidências de auditoria, se as estimativas contábeis nas demonstrações são razoáveis no contexto da estrutura de RFA ou se apresentam distorção. Deve, ainda, obter evidência se as divulgações nas demonstrações, relacionadas com estimativas contábeis, estão de acordo com as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável. Uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações, já que estamos tratando de estimativas. 5. Eventos Subsequentes A Resolução CFC Nº. 1.225/09 aprovou a NBC TA 560 – Eventos Subsequentes –, que da trata da responsabilidade do auditor independente em relação a eventos subsequentes na auditoria de demonstrações contábeis. De acordo com a norma, as demonstrações contábeis podem ser afetadas por certos eventos que ocorrem após a data das demonstrações contábeis. No Brasil, a NBC TG 24 (antiga NBC T-19.12) – Evento Subsequente – analisa o tratamento nas demonstrações contábeis de eventos, favoráveis ou não, ocorridos entre a data das demonstrações contábeis (mencionada como "data do balanço" nesse pronunciamento) e a data na qual é autorizada a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis. Essas estruturas costumam identificar dois tipos de eventos:

(a) os que fornecem evidência de condições existentes na data das demonstrações contábeis; e (b) os que fornecem evidência de condições que surgiram após a data das demonstrações

contábeis. Uma informação importante é que a NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório –, explica que a data do Relatório do Auditor Independente informa ao leitor que o auditor considerou o efeito dos eventos e transações dos quais o auditor se tornou ciente e que ocorreram até aquela data. A data do Relatório do Auditor Independente informa ao leitor que o auditor considerou o efeito dos eventos e transações dos quais o auditor se tornou ciente e que ocorreram até aquela data. Os objetivos do auditor em relação aos eventos subsequentes são:

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(a) obter evidência sobre se os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações contábeis, estão adequadamente refletidos; e (b) responder adequadamente aos fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data de seu relatório, que, se fossem do seu conhecimento naquela data (do relatório), poderiam ter levado o auditor a alterá-lo. Para fins das normas de auditoria, eventos subsequentes são eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente e fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório . Devem ser considerados três momentos de eventos subsequentes:

5.1 Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente; 5.2 Eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório , mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis; e 5.3 Eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das demonstrações contábeis.

5.1 Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente O auditor independente deve executar procedimentos de auditoria desenhados para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente de que todos os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações foram identificados. Esses procedimentos devem cobrir o período entre a data das demonstrações e a data do seu relatório, ou o mais próximo possível dessa data. Se, em decorrência desses procedimentos, o auditor identificar eventos que requerem ajuste ou divulgação nas demonstrações, o auditor independente deve determinar se cada um desses eventos está refletido de maneira apropriada nas demonstrações, de acordo com a estrutura conceitual aplicável. Dependendo da avaliação de risco do auditor independente, os procedimentos de auditoria requeridos podem incluir procedimentos necessários para obter evidência que envolva a revisão ou o teste de registros

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contábeis ou transações ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente. Além dos procedimentos de auditoria requeridos, o auditor independente pode considerar necessário e apropriado:

• ler os últimos orçamentos disponíveis, previsões de fluxos de caixa e outros relatórios da administração relacionados de períodos posteriores à data das demonstrações contábeis;

• indagar, ou estender as indagações anteriores verbais ou por escrito, aos consultores jurídicos sobre litígios e reclamações; ou

• considerar a necessidade de representações formais que cubram determinados eventos subsequentes para corroborar outra evidência de auditoria e assim obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.

5.2 Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis O auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório . Entretanto, se, após a data do seu relatório , mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia ter levado o auditor a alterá-lo, ele deve:

(a) discutir o assunto com a administração; (b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; (c) indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis.

Em geral, pode ser que não haja exigência da legislação ou regulamentação para que a administração reapresente demonstrações contábeis. Esse é frequentemente o caso quando a emissão das demonstrações contábeis para o período seguinte é iminente, desde que sejam feitas as divulgações apropriadas nessas demonstrações. Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve:

1 - aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias da alteração; 2 - estender os procedimentos de auditoria mencionados até a data do novo relatório do auditor independente; e 3 - fornecer novo relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis alteradas. O novo relatório do auditor independente não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações alteradas.

Caso a administração altere as demonstrações, o auditor deve: 1 - aplicar os procedimentos necessários; 2 - estender os procedimentos até a data do novo relatório; e 3 - fornecer novo relatório. O novo relatório do auditor independente não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações alteradas. Se a administração puder restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes, o auditor pode limitar os procedimentos de auditoria aos eventos subsequentes.

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Nesses casos, o auditor deve alterar o relatório para incluir data adicional restrita a essa alteração que indique que os procedimentos do auditor independente sobre os eventos subsequentes estão restritos unicamente às alterações descritas na nota explicativa. Quando, nessas circunstâncias, o auditor alterar seu relatório para incluir data adicional, a data do relatório anterior à alteração subsequente feita pela administração permanece inalterada, pois essa data informa ao leitor quando o trabalho de auditoria para essas demonstrações contábeis foi concluído. Entretanto, é incluída data adicional no relatório do auditor independente para informar os usuários que os procedimentos posteriores àquela data restringiram-se à alteração subsequente das demonstrações contábeis. Segue exemplo desse tipo de data adicional: (Data do relatório do auditor independente), exceto para a Nota Y, que é de (data da conclusão dos procedimentos de auditoria restritos à alteração descrita na Nota Y) 5.3 Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das demonstrações contábeis Após a divulgação das demonstrações, o auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações. Entretanto, se, após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório, o auditor independente deve:

(a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança;

(b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; (c) indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis.

Caso o relatório seja alterado, o auditor deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. Caso a administração não tome as providências necessárias para garantir que todos os que receberam as demonstrações emitidas anteriormente sejam informados da situação e não altere as demonstrações nas circunstâncias em que o auditor considere necessário, o auditor independente deve tomar as medidas apropriadas para tentar evitar o uso por terceiros daquele relatório de auditoria.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Grandes Negócios S.A. adquiriu a principal concorrente, após o encerramento do balanço e a emissão do parecer pelos auditores. No entanto, a empresa ainda não havia publicado suas demonstrações com o parecer. Nessa situação, a firma de auditoria deve: a) manter o parecer com data anterior ao evento, dando encerramento aos trabalhos. b) obrigatoriamente, rever o parecer considerando o fato relevante. c) estabelecer que a empresa inclua o evento relevante nas notas explicativas.

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d) refazer o parecer considerando as novas informações, determinando nova data para publicação das demonstrações contábeis. e) decidir se as demonstrações devem ser ajustadas, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas às circunstâncias. 2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor da empresa Encerramento S.A. obteve evidências da incapacidade de continuidade da entidade, nos próximos 6 meses. Dessa forma, deve o auditor: a) informar, em parágrafo de ênfase no parecer, os efeitos da situação na continuidade operacional da empresa de forma que os usuários tenham adequada informação sobre a situação. b) emitir parecer com ressalva, limitando o escopo dos trabalhos pelas restrições financeiras apresentadas pela atividade. c) emitir parecer com abstenção de opinião por não conseguir determinar a posição econômica e financeira da empresa. d) emitir parecer sem ressalva, mas estabelecendo que a empresa apresente as demonstrações contábeis, de forma a divulgar os valores dos ativos e passivos por valor de realização. e) relatar em parecer adverso os efeitos no patrimônio que o processo de descontinuidade ocasiona, trazendo os valores dos ativos e passivos, a valor de realização. 3 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Ao avaliar o pressuposto de continuidade operacional da entidade auditada, o auditor deve lançar mão de indicações que, isoladamente ou não, possam sugerir dificuldades na continuação normal dos negócios. Entre tais indicações, não se inclui: a) incapacidade financeira de a entidade pagar seus credores nos vencimentos. b) alteração na política econômica governamental que afete a todos os segmentos produtivos. c) existência de passivo a descoberto (Patrimônio Líquido negativo). d) posição negativa do Capital Circulante (deficiência de Capital Circulante). e) falta de capacidade financeira dos devedores em saldar seus compromissos com a entidade. 4 - (ESAF / SEFAZ-SP / 2009) - As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventos subsequentes, exceto: A) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor. B) alteração do controle societário. C) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital. D) destruição de estoques em decorrência de sinistro. E) variação sazonal dos custos com insumos. 5 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Em relação ao tema ‘contingências’, podemos afirmar que o trabalho do auditor visa identificar as seguintes ocorrências, exceto: a) Passivos não-registrados. b) Contingências passivas relacionadas a litígios. c) Contingências ativas relacionadas a pedidos de indenização. d) Contingências passivas relacionadas a questões tributárias. e) Ativos não-registrados. 6 - (ESAF / SUSEP / 2010) - As estimativas contábeis reconhecidas nas demonstrações contábeis da empresa são de responsabilidade: a) dos auditores externos. b) dos advogados. c) da auditoria interna. d) do conselho de administração. e) da administração da empresa.

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7 - (ESAF / PMRJ / 2010) - A respeito do uso de especialista de outra área em auditoria, é correto afirmar, exceto: a) na avaliação do trabalho do especialista, não cabe ao auditor revisar ou testar a fonte de dados utilizada. b) na emissão de parecer sem ressalva, o auditor não pode fazer referência ao trabalho de especialista no seu parecer. c) a certificação profissional, licença ou registro em órgão de classe é um dos elementos de verificação da competência do especialista. d) a responsabilidade, quanto à qualidade e propriedade das premissas e métodos utilizados, é do especialista e não do auditor. e) É atribuição do auditor obter evidência adequada de que o alcance do trabalho do especialista é suficiente para os fins da auditoria. 8 - (ESAF / CGU / 2006) - Consideram-se exemplos de transações e eventos subsequentes, havidos entre a data de término do exercício social e até após a data da divulgação das demonstrações contábeis, exceto: a) as operações rotineiras de compra e venda. b) a compra de nova subsidiária ou de participação adicional relevante em investimento anterior. c) a destruição de estoques ou estabelecimento em decorrência de sinistro. d) a alteração do controle societário. e) o aporte de novos recursos, inclusive como aumento de capital. 9 - (ESAF / CGU / 2006) - Uma possível obrigação presente cuja existência será confirmada somente pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros, que não estejam totalmente sob o controle da entidade, deve ser classificada como: a) contingência ativa. b) provisão. c) contingência passiva. d) obrigação não formalizada. e) fato gerador. 10 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - Quando da utilização de serviços de especialista, não há responsabilidade do auditor: a) em confirmar se o especialista é habilitado. b) em questionar a capacidade do especialista, desde que habilitado. c) quando o especialista for funcionário da empresa auditada. d) se o especialista for independente e não possuir vínculo com a empresa. e) em divulgar o fato em parecer sem ressalva. 11 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Quando o auditor externo constata eventos ocorridos, entre as datas do balanço e a do seu parecer e a entidade não realiza os ajustes recomendados adequadamente, deve o auditor: a) expedir parecer adverso ou mencionar os fatos em parágrafo de ênfase. b) elaborar parecer de auditoria com abstenção de opinião ou sem ressalva. c) emitir parecer com ressalva ou mencionar os fatos em parágrafo de ênfase. d) somente exigir a menção em notas explicativas evidenciando os respectivos cálculos. e) recomendar menção em nota explicativa e emitir parecer sem ressalva. 12 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Na constatação de evidências de riscos na continuidade normal das atividades da entidade, o auditor independente deverá emitir parecer: a) com abstenção de opinião.

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b) sem ressalva e sem parágrafo de ênfase. c) com ressalva e com parágrafo de ênfase. d) sem ressalva e com parágrafo de ênfase. e) adverso e com parágrafo de ênfase. 13 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Para dimensionar se a empresa terá continuidade de suas atividades, o auditor deve avaliar se haverá normalidade nas operações da empresa pelo período de: a) seis meses após a data das demonstrações contábeis. b) dois anos após a data das demonstrações contábeis. c) um ano após a publicação das demonstrações contábeis. d) seis meses após a publicação das demonstrações contábeis. e) um ano após a data das demonstrações contábeis. 14 - (ESAF / CGU / 2006) - Com relação às estimativas contábeis praticadas pela empresa objeto da auditoria, podemos afirmar que: a) são de responsabilidade do auditor da entidade e se baseiam em fatores objetivos e subjetivos requerendo o seu julgamento. b) o auditor não tem responsabilidade de certificar-se dos procedimentos e métodos utilizados pela entidade para determinação das estimativas. c) o auditor não deve basear-se em posições de períodos anteriores da empresa para não se influenciar por efeitos passados. d) o auditor pode basear-se em conhecimentos básicos e incompletos dos controles internos e procedimentos da entidade. e) o auditor deve assegurar-se da razoabilidade das estimativas, individualmente consideradas, quando estas forem relevantes. 15 - (ESAF / CGU / 2006) - São consideradas situações de eventos subsequentes para a auditoria, exceto fatos ocorridos: a) após a publicação do balanço e do parecer de auditoria. b) durante o exercício contábil objeto da auditoria. c) da data de fechamento do balanço até a data de emissão do parecer. d) durante a publicação do balanço e do parecer de auditoria. e) depois do término dos trabalhos de campo e emissão do parecer e antes da data de publicação. 16 - (ESAF / RFB / 2003) - O auditor externo, ao utilizar o trabalho de terceiros para complementar seus trabalhos, não terá responsabilidade quando executado por: a) contador na função de auditor interno da empresa auditada para a qual realizou trabalhos. b) perito contratado pelo cliente para elaboração de laudo de reavaliação de ativos. c) consultores tributários ou advogados para complemento dos trabalhos da auditoria. d) especialistas da área de informática para revisão dos sistemas da empresa auditada. e) especialistas legalmente habilitados para suporte aos trabalhos da auditoria externa. 17 - (ESAF / RFB / 2003) - Na hipótese de o auditor constatar e evidenciar na análise da empresa que haja risco de continuidade, o auditor deve: a) guardar sigilo dos fatos contábeis, não divulgando ao público ou em nota explicativa. b) avaliar os efeitos nas demonstrações contábeis quanto à realização dos ativos. c) limitar os procedimentos e testes para realização do trabalho na empresa. d) evidenciar a normalidade das operações pelo prazo mínimo de seis meses. e) omitir do parecer de auditoria o fato para não dificultar a situação da empresa.

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18 - (ESAF / RFB / 2003) - São diversos os pressupostos mínimos a serem avaliados pelo auditor na análise da continuidade da empresa, conforme determina a NBC-T 11. Dos indicadores abaixo, indique qual não representa um indicador financeiro. a) Índices financeiros adversos de forma contínua. b) Dificuldades de acertos com credores. c) Posição negativa de capital circulante líquido. d) Perda de mercado, franquia ou licença. e) Prejuízos operacionais substanciais de forma contínua. 19 - (ESAF / RFB / 2003) - O auditor externo, ao realizar procedimentos para constatação de eventos subsequentes e constatar a existência de evento que altera substancialmente a situação patrimonial da empresa, deve: a) sempre ressalvar o parecer e exigir o ajuste das contas. b) não se pronunciar por não fazer parte do período das demonstrações contábeis. c) sempre emitir parecer adverso e solicitar a inclusão de notas explicativas. d) elaborar notas explicativas e sempre ressalvar o parecer. e) exigir o ajuste das contas ou a inclusão de notas explicativas. 20 - (ESAF / SUSEP / 2002) - O auditor ao identificar eventos subsequentes deve considerar: a) somente eventos que gerem ajustes nas demonstrações contábeis. b) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis e no parecer de auditoria. c) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas. d) fato não objeto da auditoria por ocorrer após o fechamento dos trabalhos de auditoria. e) exclusivamente, ajustes que modifiquem o parecer de auditoria. 21 - (ESAF / SUSEP / 2002) - O auditor independente constatou, durante seus trabalhos de campo, que uma contingência ativa, provável e estimada, não constava nos registros contábeis da entidade auditada. Nesse caso, o auditor deve emitir um parecer: a) sem ressalva. b) com ressalva. c) adverso. d) com negativa de opinião. e) com abstenção de opinião. 22 - (ESAF / SUSEP / 2002) - Após a data de fechamento, mas antes da emissão de seu parecer, o auditor independente constatou que a matriz da empresa que ele audita requereu concordata. Esse fato pode afetar a continuidade operacional de seu cliente que é dependente financeiramente da matriz. A administração da empresa apresentou adequada interpretação nas demonstrações contábeis; diante dessa situação, o auditor deve emitir um parecer: a) com ressalva e parágrafo de ênfase. b) com abstenção de opinião. c) adverso com parágrafo de descontinuidade. d) sem ressalva com parágrafo de ênfase. e) de incerteza com parágrafo de descontinuidade. 23 - (ESAF / SUSEP / 2002) - Quando o auditor interno coopera, em tempo integral, com o trabalho do auditor independente, conforme acordo pré-estabelecido com a administração da entidade, a responsabilidade do parecer é: a) compartilhada entre o auditor interno e o independente. b) única e exclusiva do auditor interno.

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c) única e exclusiva do auditor independente. d) única e exclusiva da administração da empresa. e) compartilhada entre a administração e o auditor interno. 24 - (ESAF/Pref. Natal/ATM/2008) - O auditor, ao realizar processo de auditoria na empresa Mother S.A., constata a existência de benefício de Previdência Privada concedido a seus funcionários. A empresa participa com 80% das contribuições totais, tendo pactuado em contrato a participação e a complementação das insuficiências de fundos. No intuito de aplicar os procedimentos de auditoria na área, a empresa de auditoria contrata firma especializada em cálculos atuariais, para verificação. Assim, a responsabilidade do auditor: A) limita-se aos trabalhos por ele efetuados, sendo a firma especializada responsável pelos trabalhos especiais, tendo o auditor que mencionar o nome da empresa responsável pelos trabalhos e os efeitos apurados. B) é igual à da empresa contratada, respondendo pelos erros ou fraudes que possam surgir, sendo obrigatória a menção da empresa contratada no parecer de auditoria. C) fica restrita à sua competência profissional, e, na ocorrência de emitir parecer sem ressalva, não poderá fazer referência do especialista no seu parecer. D) é compartilhada com a empresa contratada na avaliação das metodologias e técnicas utilizadas, respondendo tecnicamente pelos cálculos e valores apresentados nas demonstrações contábeis. E) está condicionada à escolha de empresa idônea e competente que não possua vínculo com a empresa auditada e que não tenha dependência, sendo a responsabilidade técnica e de avaliação de metodologias para avaliação dessa área de responsabilidade da empresa especializada. 25 - (ESAF/Pref. Natal/ATM/2008) - Não corresponde a um evento subsequente que gera ajuste nas demonstrações financeiras: A) decisão definitiva de processo judicial, dando ganho ou perda da causa que represente valor relevante. B) perda de valor de investimentos, em decorrência do declínio do valor de mercado das ações. C) descoberta de erros ou fraudes posteriores, que afetam o resultado da empresa. D) determinação de valores referentes a pagamento de participação nos lucros ou referente a gratificações assumidas legalmente e não formalizadas. E) ativos deteriorados, que constavam com valor significativo e que não foram ajustados. 26 - (ESAF / AFRF / 2009) - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: A) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. B) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. C) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. D) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. E) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período. 27 - (FCC / TCM-CE / 2010) - A utilização dos eventos subsequentes aplicados às contas de contas a pagar tem como objetivo: A) verificar se os valores pagos após a data de encerramento das demonstrações contábeis foram corretamente provisionados. B) avaliar as alterações significativas no fluxo dos procedimentos contábeis após o fechamento das demonstrações contábeis.

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C) complementar ou subsidiar os procedimentos de auditoria aplicados durante a avaliação dos saldos das demonstrações contábeis, a fim de concluir sobre a adequação do saldo da conta. D) certificar se os valores pagos foram efetivamente debitados em conta-corrente da empresa auditada. E) certificar se a contabilização dessas contas são corretas. 28 - (FCC / Pref. São Paulo / AFTM / 2007) - Considere as afirmações a seguir, relativas a transações e eventos subsequentes ao término do exercício social a que se referem as demonstrações contábeis auditadas: I. A emissão de debêntures e ações não é considerada evento subseqüente relevante. II. Eventos subsequentes, após a divulgação das demonstrações contábeis, não devem ser considerados pelo auditor, uma vez que ele não pode emitir um novo parecer. III. Caso os eventos subsequentes não sejam revelados adequadamente pela companhia, o auditor deve mencioná-los, como ressalva ou em parágrafo de ênfase, em seu parecer (relatório). IV. A desapropriação de bens da companhia pelo Poder Público é considerada um evento subsequente relevante. Está correto o que se afirma APENAS em A I e II. B I e III. C II e III. D II e IV. E III e IV. 29 - (Pref. Jaboatão/AFTM/2006/FCC) - NÃO se caracterizam como eventos subsequentes, aqueles ocorridos: A) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer. B) após o término do trabalho de campo, com a emissão do parecer, e a data da divulgação das demonstrações contábeis. C) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício social, como ajuste das demonstrações contábeis. D) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada. E) após a emissão do parecer pela firma de auditoria, antes da publicação das demonstrações contábeis. 30 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – O auditor independente, para determinar se o trabalho dos auditores internos é adequado, deve avaliar os aspectos relacionados nas alternativas a seguir, à exceção de um. Assinale-o. a) A objetividade da função de auditoria interna. b) A competência técnica dos auditores internos. c) A necessidade do uso do trabalho de especialistas para executar a auditoria interna. d) O zelo profissional demonstrado pelos auditores internos durante o trabalho. e) A comunicação eficaz entre os auditores internos e o auditor independente. 31 - (FCC / TCE-SE / 2011) - Segundo a NBC TA 560, evento subsequente é aquele ocorrido entre a data: (A) de elaboração das demonstrações contábeis e a data de sua aprovação e fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório. (B) das demonstrações contábeis e a data de sua aprovação e fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data de divulgação das demonstrações contábeis. (C) das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente e fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório. (D) de aprovação das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente e fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data de aprovação das demonstrações contábeis.

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(E) de aprovação das demonstrações contábeis e a data da de sua divulgação e fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data de aprovação das demonstrações contábeis. 32 - (COPS / ICMS-PR / 2012) - Quanto à continuidade normal dos negócios da empresa auditada, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a responsabilidade do auditor. a) Apresentar parágrafo de ênfase no relatório de auditoria eximindo-se da responsabilidade da continuidade dos negócios da empresa auditada, por ser esta uma responsabilidade da administração. b) Determinar um período mínimo de continuidade operacional da empresa auditada, contado da data de elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, e expressar em seu relatório a certeza quanto à capacidade de continuidade operacional. c) Obter evidência de que a entidade auditada não venha a sofrer solução de continuidade, no mínimo cinco anos contados da data das demonstrações contábeis objeto da auditoria. d) Obter dos administradores uma carta de responsabilidade com o objetivo de garantir a permanência da entidade auditada no mercado por período não inferior a um ano, a contar da data do balanço objeto da auditoria. e) Obter suficiente evidência de auditoria sobre a adequação do uso pela administração do pressuposto de continuidade operacional na elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, e expressar uma conclusão sobre a existência de incerteza significativa quanto à capacidade de continuidade operacional. 33 - (FGV / SEFAZ-RJ – Analista de CI / 2011) - Em resposta a uma circularização, os advogados da entidade auditada assim classificaram as chances de perda nos processos judiciais em que aquela (auditada) era ré:

Considerando a situação acima e sabendo que o contador adotou os procedimentos corretos, consoante a regulamentação do CFC para estimativas e contingências, o auditor deverá certificar-se de que (sabendo que os saldos são relevantes): (A) não foram mencionados quaisquer dos valores acima, uma vez que ainda não houve decisão judicial definitiva. (B) apenas as contingências fiscais devem ser contabilizadas. (C) todas as contingências acima devem ser contabilizadas. (D) em relação à contingência trabalhista enquadrada como remota, não deve ser feito registro no balanço patrimonial nem ser mencionada em notas explicativas. (E) a contingência trabalhista classificada como provável não deve ser contabilizada. 34 - (FCC / TCE AM / 2012) – O auditor externo da empresa Pública S.A. (entidade de economia mista) elaborou a revisão das contingências trabalhistas, cíveis e tributárias constatando a seguinte posição de probabilidades de perdas:

Prováveis R$ 100.000,00 Possíveis R$ 50.000,00 Remotas R$ 30.000,00

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Ao examinar as provisões constituídas e notas explicativas e considerando as normas vigentes pertinentes a contingências, para validar as demonstrações contábeis com relação a esses fatos, deverá contar que a empresa: (A) não reconheceu provisões, visto que empresas públicas e entidades de economia mista não estão sujeitas à contestação judicial. (B) reconheceu, no passivo, provisões no valor de R$ 180.000,00. (C) reconheceu, no passivo, provisões no valor de R$ 150.000,00 e apresentou nota explicativa, evidenciando as contingências remotas no valor de R$ 30.000,00. (D) reconheceu, no passivo, provisões no valor de R$ 100.000,00 e evidenciou, em nota explicativa, o valor de R$ 50.000,00, relativo às possíveis perdas. (E) reconheceu, no passivo, provisões no valor de R$ 100.000,00 e evidenciou em nota explicativa. 35 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A empresa Terceserv S.A. possui prejuízos fiscais decorrentes de resultados negativos apurados nos últimos dois anos no valor de R$ 1.000.000,00. Opera em Mercado extremamente competitivo e não há por parte da administração expectativa de obtenção de lucros nos próximos 5 anos. A empresa aposta na qualidade dos serviços prestados para superar a concorrência e começar a gerar lucro. Como não há prescrição do crédito tributário, a empresa constituiu provisão ativa para reconhecimento do crédito. Nesse caso, o auditor externo deve: (A) ressalvar o relatório de auditoria, mesmo que o valor seja irrelevante, uma vez que a empresa infringe regra contábil e fiscal. (B) abster-se de emitir o relatório de auditoria, em virtude de não atender aos pronunciamentos contábeis vigentes. (C) solicitar que a empresa reverta o lançamento, caso a empresa não atenda ressalvar o relatório de auditoria. (D) manter o lançamento, uma vez que o crédito é devido, e emitir relatório de auditoria sem ressalva ou ênfase. (E) recomendar que seja apropriado parte para o resultado do período, uma vez que o benefício já é devido, e emitir relatório de auditoria sem ressalva.

GABARITO

1 - E 2 - A 3 - B 4 - E 5 - E 6 – E 7 - A 8 - A 9 - C 10 - E 11 - C 12 - D 13 - E 14 - E 15 - B 16 - B 17 - B 18 - D 19 - E 20 - C 21 - A 22 - D 23 - C 24 - C 25 - B 26 – E 27 - C 28 - E 29 - C 30 - C 31 - C 32 - E 33 - D 34 - D 35 - C

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AULA 08: Relatórios de Auditoria. 1. Relatórios (Parecer) de Auditoria Segundo Ribeiro e Ribeiro (2012), Relatório de Auditoria é “um documento por meio do qual o auditor independente expressa, claramente, por escrito, sua opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões atingidas pela evidência de auditoria.” Nele, é descrita, também, a base que o auditor utilizou para emitir sua opinião. A NBC TA 200 estabelece que são objetivos gerais do auditor, ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis:

(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e

(b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas

NBC TAs, em conformidade com as constatações do auditor. Ou seja, a NBC TA 200 exige que o auditor obtenha segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, e que apresente relatório sobre essas demonstrações. Asseguração razoável é um nível elevado de segurança. Esse nível é conseguido quando o auditor obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir a um nível aceitavelmente baixo o risco de auditoria (isto é, o risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante). Contudo, asseguração razoável não é um nível absoluto de segurança porque há limitações inerentes em uma auditoria, as quais resultam do fato de que a maioria das evidências de auditoria em que o auditor baseia suas conclusões e sua opinião é persuasiva e não conclusiva. Distorção é a diferença entre o que é relatado e o que é exigido para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, e pode se originar de erro ou fraude. Já a distorção relevante é aquela que, individualmente ou em conjunto, influenciam as decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. Os objetivos do auditor independente são, basicamente, formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis objeto de análise, com base na avaliação das conclusões atingidas pelas evidências de auditoria obtidas e expressar claramente essa opinião por meio de um relatório escrito, que também descreve a base para a referida opinião, denominado relatório de auditoria. Assim, o relatório (parecer) constitui-se na forma pela qual os resultados dos trabalhos são levados ao conhecimento dos usuários com a finalidade de apontar possibilidades de correção de falhas, fornecer dados para a tomada de decisão e atender interesses específicos.

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Distorção é a diferença entre o que é relatado e o que é exigido. Já a distorção relevante é aquela que, individualmente ou em conjunto, influenciam as decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. As seguintes normas são relevantes no estudo dos relatórios do auditor independente, porque tratam de como a forma e o conteúdo do relatório de auditoria independente são afetados quando o auditor expressa uma opinião modificada ou inclui um parágrafo de ênfase ou de outros assuntos no seu relatório de auditoria: - NBC TA 700 – formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis; - NBC TA 705 - Modificações na opinião do auditor independente, e - NBC TA 706 - Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independente. A observância da principal delas, a NBC TA 700, propicia a consistência no relatório do auditor independente e credibilidade no mercado global. Os objetivos do auditor na elaboração de seu relatório (parecer) são: (a) formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões atingidas pela evidência de auditoria obtida; e (b) expressar claramente essa opinião por meio de relatório de auditoria por escrito que também descreve a base para a referida opinião. A opinião do auditor deve informar se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Essa avaliação deve incluir a consideração dos aspectos qualitativos das práticas contábeis da entidade, incluindo indicadores de possível tendenciosidade nos julgamentos da administração. Para formar essa opinião, o auditor deve concluir se obteve segurança razoável sobre se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, independentemente se causadas por fraude ou erro. Essa opinião deve levar em consideração:

1 - a conclusão do auditor sobre se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente; e 2 - a conclusão do auditor sobre se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto.

O auditor deve avaliar se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável. O auditor, especificamente, deve avaliar se: (a) as demonstrações contábeis divulgam adequadamente as práticas contábeis selecionadas e aplicadas; (b) as práticas contábeis selecionadas e aplicadas são consistentes com a estrutura de relatório financeiro aplicável e são apropriadas; (c) as estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis; (d) as informações apresentadas nas demonstrações contábeis são relevantes, confiáveis, comparáveis e compreensíveis;

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(e) as demonstrações fornecem divulgações adequadas para permitir que os usuários entendam o efeito de transações e eventos relevantes; e (f) a terminologia usada nas demonstrações contábeis, incluindo o título de cada demonstração, é apropriada. A avaliação do auditor sobre se as demonstrações contábeis propiciam uma apresentação adequada deve incluir considerações sobre:

(a) a apresentação geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações contábeis; e (b) se as demonstrações contábeis, incluindo as notas explicativas, representam as transações e eventos subjacentes de modo a alcançar uma apresentação adequada.

2. Tipos de Relatório Como consequência das situações encontradas nos trabalhos de auditoria, o auditor independente poderá expressar os seguintes tipos de opinião:

- opinião sem ressalva; - opinião com ressalva; - opinião adversa; e - opinião com abstenção de opinião.

2.1 Opinião sem ressalva (não modificada) O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando concluir que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, e que essas demonstrações, tomadas em conjunto, estão livres de distorção relevante, não importando se causadas por fraude ou erro. De acordo com a NBC TA 705, que trata da opinião modificada do auditor independente, o relatório do auditor que contém opinião sem ressalva (sem modificação) é considerado relatório “limpo” . O auditor deve modificar a opinião no seu relatório de auditoria se:

(a) concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou (b) não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.

Se as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com os requisitos de uma estrutura de apresentação adequada não atingem uma apresentação adequada, o auditor deve discutir o assunto com a administração e, dependendo dos requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável e como o assunto é resolvido, deve determinar se é necessário modificar a opinião no seu relatório de auditoria. Emitir uma opinião modificada significa emitir uma opinião diferente daquela que normalmente é apresentada em um relatório considerado “limpo”, ou seja, emitir uma opinião com ressalva, uma opinião adversa ou uma opinião com abstenção de opinião.

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2.2 Opinião com ressalva A opinião com ressalva é, segundo a NBC TA 705, expressa quando:

(a) ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou

(b) ele não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados.

Ou seja, é o tipo de opinião apropriada nos casos em que o auditor obteve evidência e constata a existência de distorção relevante nas demonstrações contábeis (embora não generalizadas), ou quando há impossibilidade do auditor em obter evidência de auditoria suficiente e adequada. Opinião com ressalva é o tipo de opinião apropriada nos casos em que o auditor obteve evidência e constata a existência de distorção relevante nas demonstrações contábeis (embora não generalizadas), ou quando há impossibilidade do auditor em obter evidência de auditoria suficiente e adequada. Generalizado é o termo usado, no contexto de distorções, para descrever os efeitos disseminados de distorções sobre as demonstrações contábeis ou os possíveis efeitos de distorções sobre as demonstrações contábeis que não são detectados, se houver, devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. Efeitos generalizados sobre as demonstrações contábeis são aqueles que, no julgamento do auditor:

(i) não estão restritos aos elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis; (ii) se estiverem restritos, representam ou poderiam representar uma parcela substancial das

demonstrações contábeis; ou (iii) em relação às divulgações, são fundamentais para o entendimento das demonstrações

contábeis pelos usuários. Exemplo de Opinião com ressalva, na NBC TA 705 Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para opinião com ressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 2.3 Opinião adversa Opinião apropriada quando o auditor encontra distorções relevantes nas demonstrações contábeis, e essas distorções são consideradas generalizadas. Segundo a NBC TA 705: “O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.” (grifamos) Exemplo de Opinião adversa, na NBC TA 705

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Em nossa opinião, devido à importância do assunto discutido no parágrafo Base para opinião adversa, as demonstrações contábeis consolidadas não apresentam adequadamente a posição patrimonial e financeira consolidada da Companhia ABC e suas controladas em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados para o exercício findo em 31 de dezembro de 20X1 de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro. 2.4 Abstenção de opinião Segundo a NBC TA 705, o auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizados. Outro motivo para a abstenção de opinião ocorre quando, em circunstâncias extremamente raras envolvendo diversas incertezas, o auditor conclui que, independentemente de ter obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre cada uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu possível efeito cumulativo sobre essas demonstrações contábeis. Em relação a limitações ao trabalho do auditor, a NBC TA 705 prescreve que se depois de aceitar o trabalho, o auditor tomar conhecimento que a administração impôs uma limitação ao alcance da auditoria que tem, segundo ele, probabilidade de resultar na necessidade de expressar uma opinião com ressalva ou abster-se de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar que a administração retire a limitação. No caso de a administração se recusar a retirar a limitação, o auditor deve comunicar o assunto aos responsáveis pela governança, a menos que todos aqueles responsáveis pela governança estejam envolvidos na administração da entidade, assim como determinar se é possível executar procedimentos alternativos para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. Se o auditor não conseguir obter evidência apropriada e suficiente de auditoria, o auditor deve determinar as implicações como segue:

(a) se ele concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados, o auditor deve emitir uma opinião com ressalva; ou

(b) se ele concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as

demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizados de modo que uma ressalva na opinião seria não adequada para comunicar a gravidade da situação, o auditor deve:

- renunciar ao trabalho de auditoria, quando possível, de acordo com as leis ou

regulamentos aplicáveis; ou - se a renúncia ao trabalho de auditoria antes da emissão do seu relatório de auditoria

independente não for possível, abster-se de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis.

Exemplo de Abstenção de opinião, na NBC TA 705

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Devido à relevância do assunto descrito no parágrafo Base para abstenção de opinião, não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de auditoria. Consequentemente, não expressamos uma opinião sobre as demonstrações contábeis acima referidas. 3. Estrutura/Elementos do Relatório No presente tópico, vamos apresentar a estrutura de relatório do auditor independente, definida pelo CFC, comentando o que for mais importante para a prova. Em regra, não é preciso decorar a estrutura, mas sim entender a sequência lógica da elaboração do relatório. Título O relatório do auditor independente deve ter um título que indique claramente que é o relatório do auditor independente. Destinatário O relatório do auditor independente deve ser endereçado conforme exigido pelas circunstâncias do trabalho. Parágrafo introdutório (a) identificar a entidade cujas demonstrações contábeis foram auditadas; (b) afirmar que as demonstrações contábeis foram auditadas; (c) identificar o título de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis; (d) fazer referência ao resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas; e (e) especificar a data ou o período de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis Essa seção do relatório do auditor independente descreve a responsabilidade dos responsáveis na organização pela elaboração das demonstrações contábeis. O relatório do auditor independente não precisa referir-se especificamente à “administração”, mas deve usar o termo que é apropriado no contexto da estrutura legal. O relatório do auditor independente deve descrever a responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis, que deve incluir uma explicação de que a administração é responsável pela elaboração das demonstrações de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável e pelos controles internos que a administração determinar serem necessários para permitir a elaboração de demonstrações que não apresentem distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro. Lembrem-se de que a responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis é da administração da entidade, e não do auditor. Responsabilidade do auditor

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O relatório do auditor independente deve especificar que a responsabilidade do auditor é expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na auditoria. O relatório do auditor independente deve especificar que a auditoria foi conduzida em conformidade com as normas de auditoria indicando sempre a nacionalidade das mesmas. Como no Brasil as normas de auditoria estão sendo integralmente convergidas com as normas internacionais de auditoria emitidas pela Federação Internacional de Contadores, a referência deve ser às normas brasileiras e internacionais de auditoria. O relatório do auditor independente deve explicar, também, que essas normas requerem que o auditor cumpra as exigências éticas, planeje e realize a auditoria para obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis não apresentem distorção relevante. O relatório do auditor independente deve descrever a auditoria, especificando que: (a) a auditoria envolve a execução de procedimentos para obtenção de evidência de auditoria a respeito dos valores e divulgações nas demonstrações contábeis; (b) os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações, independentemente se causadas por fraude ou erro. Nessas avaliações de risco, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração das demonstrações contábeis da entidade para planejar procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia dos controles internos da entidade. Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de expressar uma opinião sobre a eficácia dos controles internos juntamente com a auditoria das demonstrações contábeis, o auditor deve omitir a frase de que a consideração do auditor sobre o controle interno não tem a finalidade de expressar uma opinião sobre a eficácia dos controles internos; e (c) a auditoria inclui , também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis, tomadas em conjunto. Quando as demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com uma estrutura de apresentação adequada, a descrição da auditoria no relatório do auditor independente deve referir-se a “elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis pela entidade” ou “elaboração de demonstrações contábeis pela entidade que apresentam uma visão correta e adequada” conforme apropriado nas circunstâncias. O relatório do auditor independente deve especificar se o auditor acredita que a evidência de auditoria obtida pelo auditor é suficiente e apropriada para fundamentar a sua opinião. Opinião do auditor Ao expressar uma opinião não modificada sobre as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura de apresentação adequada, a opinião do auditor deve, utilizar uma das seguintes frases, que são consideradas equivalentes:

(a) as demonstrações contábeis apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, … de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável]; ou

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(b) as demonstrações contábeis apresentam uma visão correta e adequada … de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável].

Ao expressar uma opinião não modificada sobre demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura de conformidade, a opinião do auditor deve ser que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Se a estrutura de relatório financeiro aplicável indicada na opinião do auditor não se refere às normas internacionais de relatório financeiro (IFRS), a opinião do auditor deve identificar a jurisdição de origem da estrutura, por exemplo, práticas contábeis adotadas no Brasil, cuja definição consta da NBC TS que dispõe sobre Apresentação das Demonstrações Contábeis aprovada pelo CFC. Antes do parágrafo da opinião, incluir um parágrafo para fornecer uma descrição do assunto que deu origem à modificação, se for esse o caso. Esse parágrafo deve ter a denominação de “base para opinião com ressalva”; “base para opinião adversa” ou “base para abstenção de opinião”. O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando concluir que as DC são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de RFA. O auditor deve modificar a opinião no seu relatório se: (a) concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as DC tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou (b) não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as DC tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes. Outras responsabilidades relativas à emissão do relatório de auditoria Se for requerido ao auditor tratar no seu relatório de auditoria de outras responsabilidades em relação às demonstrações contábeis que são complementares à sua responsabilidade, de acordo com as normas de auditoria, para emissão de seu relatório sobre as demonstrações contábeis, essas outras responsabilidades devem ser tratadas em uma seção separada no relatório do auditor independente com o subtítulo “Relatório do auditor independente sobre outros requisitos legais e regulatórios”. Se o relatório do auditor independente contém uma seção separada sobre outras responsabilidades relativas à emissão de relatório de auditoria, os títulos, demonstrações e as explicações devem ser incluídos no subtítulo “Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis”. A seção do relatório sobre outros requisitos legais e regulatórios deve ser apresentada após a seção que cobre as demonstrações contábeis. Assinatura do auditor Data do relatório do auditor independente Relatório do auditor independente previsto por lei ou regulamento Se o auditor, por exigência de lei ou regulamento, for requerido a utilizar uma forma ou um texto especifico para elaborar o seu relatório, ele só pode se referir às normas de auditoria brasileiras ou internacionais se incluir, no mínimo, cada um dos seguintes elementos:

(a) título; (b) destinatário, conforme exigido pelas circunstâncias da contratação;

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(c) parágrafo introdutório que identifica as demonstrações contábeis auditadas; (d) descrição da responsabilidade da administração (ou outro termo apropriado) pela elaboração das demonstrações contábeis; (e) descrição da responsabilidade do auditor por expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis e o alcance da auditoria, que inclui:

(i) referência às normas de auditoria brasileiras e internacionais de auditoria e a lei ou regulamento; e

(ii) descrição da auditoria de acordo com essas normas; (f) parágrafo da opinião contendo a opinião expressa sobre as demonstrações contábeis e referência à estrutura de relatório financeiro aplicável utilizada para elaborar as demonstrações contábeis (práticas contábeis adotadas no Brasil ou, se for o caso, incluir a identificação de origem da estrutura de relatório financeiro aplicada); (g) assinatura do auditor; (h) data do relatório do auditor independente; e (i) localidade em que o relatório foi emitido.

Pode ser que o auditor deva conduzir a auditoria de acordo com as normas de auditoria de uma jurisdição específica (“normas de auditoria dessa jurisdição”), mas deva ter cumprido também com as normas de auditoria (NBC TAs) na condução da auditoria. Nesse caso, o relatório do auditor independente pode referir-se às normas de auditoria além das normas de auditoria dessa jurisdição, somente se:

(a) não houver conflito entre os requisitos das normas de auditoria dessa jurisdição em relação às normas de auditoria que levariam o auditor a

(i) formar uma opinião diferente, ou (ii) não incluir um parágrafo de ênfase que, nas circunstâncias específicas, seria requerido pelas normas de auditoria; e

(b) o relatório do auditor independente inclui, no mínimo, cada um dos elementos já especificados quando o auditor usa a forma ou o texto especificado pelas normas de auditoria dessa jurisdição. A referência à lei ou regulamento deve ser lida como referência às normas de auditoria dessa jurisdição. O relatório do auditor independente deve, portanto, identificar essas normas de auditoria.

Não se preocupem com essa quantidade de informação, pois não é tão relevante. Basta o entendimento. Fizemos questão de incluir na aula para que ficasse bastante completa, mas procurem focar nos trechos mais importantes, grifados. Quando o relatório do auditor independente se refere tanto às normas de auditoria nacionais ou específicas de outra jurisdição e as normas brasileiras de auditoria (NBC TAs), o relatório do auditor independente deve identificar a jurisdição de origem das normas de auditoria nacionais ou específicas. Informações suplementares apresentadas com as demonstrações contábeis No caso de serem apresentadas informações suplementares com as demonstrações contábeis auditadas, não requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável, o auditor deve avaliar se essas informações suplementares estão claramente diferenciadas das demonstrações contábeis auditadas. Se essas informações suplementares não estão claramente diferenciadas das demonstrações contábeis auditadas, o auditor deve pedir que a administração mude a forma de apresentação das informações suplementares não auditadas. Se a administração se recusar a fazê-lo, o auditor deve explicar no relatório do auditor independente que essas informações suplementares não foram auditadas.

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Informações suplementares não requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável, mas que, apesar disso, são parte integrante das demonstrações contábeis porque não podem ser claramente diferenciadas das demonstrações contábeis auditadas devido a sua natureza e forma de apresentação, devem ser cobertas pela opinião do auditor. Resumindo: 1) Características do Relatório A decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende da natureza do assunto que deu origem à modificação. O auditor deve modificar sua opinião quando:

- Conclui, com base nas evidências de auditoria, que as DC, como um todo, apresentam distorções relevantes;

- Não consegue obter evidências apropriadas e suficientes para a conclusão acima. Antes do parágrafo da opinião, incluir um parágrafo para fornecer uma descrição do assunto que deu origem à modificação. Esse parágrafo deve ter a denominação de “base para opinião com ressalva”; “base para opinião adversa” ou “base para abstenção de opinião”. 2) Opinião com ressalva

- Obteve evidência suficiente e apropriada, e concluiu que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas DC; ou

- não conseguiu obter evidência suficiente e apropriada, mas concluiu que os possíveis efeitos das distorções não detectadas, se houver, sobre as DC poderiam ser relevantes, mas não generalizadas.

Especificar no parágrafo de opinião que, exceto pelo descrito no parágrafo “base para opinião com ressalva”:

- Que as DC estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de RFA, quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura que tem como objetivo a apresentação adequada das DC; ou

- Que as DC foram elaboradas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de RFA quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura de conformidade.

3) Opinião adversa Conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as DC. Deve especificar, no parágrafo de opinião, que:

- As DC não estão apresentadas adequadamente, de acordo com a estrutura de RFA, quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura que tem como objetivo a apresentação adequada das DC; ou

- as DC não foram elaboradas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de RFA quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura de conformidade.

4) Abstenção de Opinião

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O auditor deve abster-se de expressar sua opinião quando: - não conseguiu obter evidência suficiente e apropriada para suportar sua opinião, e concluiu

que os possíveis efeitos das distorções não detectadas, se houver, sobre as DC poderiam ser relevantes e generalizadas .

- em circunstâncias extremas raras, envolvendo diversas incertezas, o auditor conclui que, independentemente de ter obtido evidências sobre cada uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as DC devido à possível interação das incertezas e seu possível efeito cumulativo sobre essas DC.

5) Parágrafo de Ênfase Refere-se a um assunto apropriadamente apresentado nas DC que, de acordo com o julgamento do auditor, é de tal importância para o entendimento do usuário, que justifica que se chame a atenção para o assunto. Deve ser inserido imediatamente após o parágrafo de opinião, com o título “Ênfase” . Para finalizar a parte teórica da nossa aula, a tabela a seguir, constante da NBC TA 705, mostra como a opinião do auditor sobre a natureza do assunto que gerou a modificação e a disseminação de forma generalizada dos seus efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis afeta o tipo de opinião a ser expressa.

Julgamento do auditor sobre a disseminação de forma generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as

demonstrações contábeis Natureza do assunto que gerou a

modificação Relevante mas não

generalizado Relevante e generalizado

As demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes Opinião com ressalva Opinião adversa

Impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente

Opinião com ressalva Abstenção de opinião

Não precisamos nem dizer que esse quadro é muito importante, concordam?

EXERCÍCIOS 1 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - Na emissão de parecer com abstenção de opinião para as demonstrações contábeis de uma entidade, pode-se afirmar que: a) elimina a responsabilidade do auditor de emitir qualquer parecer devendo este comunicar à administração da empresa da suspensão dos trabalhos. b) não suprime a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio, independente da relevância ou materialidade, que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. c) exclui a responsabilidade do auditor de se manifestar sob qualquer aspecto das demonstrações. d) não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. e) extingue a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. 2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa de Transportes S.A. é uma empresa que tem seus registros contábeis e procedimentos estabelecidos por agência de fiscalização. A agência estabeleceu procedimento para registro das concessões que diverge significativamente, do

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procedimento estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade. Nessa situação, deve o auditor emitir parecer: a) sem abstenção de opinião. b) adverso. c) com ressalva. d) sem ressalva, mas evidenciando em nota explicativa a divergência. e) com abstenção de opinião. 3 - (ESAF / CVM / 2010) - No parecer sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve emitir sua opinião afirmando se estas representam adequadamente ou não a situação patrimonial da entidade. Nesse parecer, devem ser observados os seguintes aspectos relevantes, exceto: a) as obrigações para o período seguinte. b) a origem e a aplicação dos recursos para o período a que correspondem. c) as mutações do patrimônio líquido. d) a posição patrimonial e financeira. e) o resultado das operações no período. 4 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas da seguinte frase: “O auditor deve emitir parecer ______(1)______ quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer ______(2)______.” a) (1) adverso // (2) com ressalva b) (1) com ressalva // (2) adverso c) (1) com abstenção de opinião // (2) com ressalva d) (1) com abstenção de opinião // (2) adverso e) (1) adverso // (2) com abstenção de opinião 5 - (ESAF / CGU / 2008) - De acordo com a NBC-T-11, o Parecer do Auditor Independente, segundo a natureza da opinião que contém, pode ser classificado das seguintes formas, exceto: a) parecer sem ressalva. b) parecer com ressalva. c) parecer irregular. d) parecer adverso. e) parecer com abstenção de opinião. 6 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, quando responsável pela auditoria das demonstrações contábeis da holding de um conglomerado econômico, deve: a) evidenciar em cada folha, do conjunto de demonstrações auditadas e nas notas explicativas, os itens ou contas que não foram objetos de auditoria. b) limitar-se a dar divulgação sobre as demonstrações para as quais emitiu opinião. c) ressalvar o parecer, evidenciando as áreas das demonstrações contábeis que não foram auditadas por ele. d) evidenciar, no parecer de auditoria, as demonstrações das coligadas e controladas que não foram auditadas por ele, identificando a firma de auditoria que as auditou. e) responsabilizar-se por todas as demonstrações contábeis utilizadas para elaboração da demonstração objeto da auditoria. 7 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao avaliar as demonstrações contábeis da empresa Evolution S.A., identificou que a empresa está discutindo a similaridade de seus produtos com produtos de concorrentes que possuem isenção de tributação. A empresa não vem recolhendo o referido tributo há mais de 5 anos e o valor relativo a essa contingência é significativo. Caso a decisão

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vier a ser contrária à empresa, a mesma entrará em processo de descontinuidade. A decisão deve ter seu mérito julgado em quatro anos. Dessa forma deve o auditor emitir parecer: a) negativa de opinião, por não poder firmar opinião sobre as demonstrações contábeis. b) com ressalva, evidenciando o fato como restritivo às demonstrações contábeis. c) adverso, por não permitir avaliar as demonstrações contábeis. d) sem ressalva, visto que há incerteza no desdobramento da causa. e) sem ressalva, com introdução de parágrafo de ênfase fazendo referência à nota explicativa que deve descrever detalhadamente o evento. _________ 8 - (ESAF / CGU / 2006) - O Parecer de Auditoria é o instrumento por meio do qual o auditor independente comunica sua conclusão acerca das demonstrações contábeis de uma entidade, tendo caráter comparativo às demonstrações contábeis referentes ao exercício anterior. Sobre o Parecer em comento, assinale a opção incorreta. a) A responsabilidade sobre a preparação e o conteúdo das demonstrações contábeis é do auditor independente. b) A opinião expressada pelo auditor independente deve ser obrigatoriamente clara e objetiva. c) De maneira geral, o Parecer é destinado à diretoria da entidade, seu conselho de administração e/ou a seus acionistas. d) A data do Parecer deve corresponder à data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada. e) O Parecer deve ser assinado por profissional com registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade. 9 - (ESAF / RFB / 2003) - Dadas as situações a seguir, identifique, na respectiva ordem, quais os tipos de parecer de auditoria mais adequados a cada situação: I. O auditor constatou que a empresa Alpha S.A. somente faturava parte de suas mercadorias vendidas e que boa parte das mercadorias compradas entravam sem documentação hábil. II. O auditor constatou que a empresa Beta S.A. não estava reconhecendo os juros e variações monetárias de seus contratos de financiamentos junto ao Banco Empresta Tudo S.A., efetuando a contabilização somente no pagamento do empréstimo. III. O auditor, ao executar os trabalhos na empresa Gama S.A., encontrou divergências no cálculo da provisão para contingências trabalhistas. Ao analisar a relevância dos números, percebeu que os mesmos não afetavam as demonstrações contábeis. IV. O auditor, ao avaliar as demonstrações financeiras da empresa Omega S.A., não conseguiu compor o saldo das contas de financiamentos concedidos, nem das contas de investimentos. a) com ressalva, adverso, abstenção de opinião e sem ressalva b) adverso, abstenção de opinião, sem ressalva e com ressalva c) adverso, com ressalva, sem ressalva e abstenção de opinião d) abstenção de opinião, sem ressalva, com ressalva e adverso e) abstenção de opinião, com ressalva, sem ressalva e adverso 10 - (ESAF / RFB / 2003) - A expressão a ser utilizada na elaboração do parágrafo de opinião do parecer sem ressalva, emitido pelos auditores independentes, sobre as demonstrações contábeis, para identificar que as demonstrações contábeis foram avaliadas e nelas foram aplicadas as Normas Brasileiras de Contabilidade, a legislação pertinente e os Princípios Fundamentais de Contabilidade previstos pelo CFC é, de acordo com: a) os princípios fundamentais de contabilidade. b) as normas brasileiras de contabilidade. c) os princípios contábeis geralmente aceitos. d) as práticas contábeis adotadas no Brasil. e) as normas contábeis nacionais e internacionais aceitas.

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11 - (ESAF / Pref. De Natal / 2008) - Não é um procedimento a ser aplicado pelo auditor na elaboração do parecer (relatório) de auditoria: A) mencionar em parecer com abstenção de opinião qualquer desvio relevante que possam influenciar os usuários das demonstrações. B) emitir parecer adverso, quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas. C) emitir parecer com ressalva ou com abstenção de opinião, quando houver limitação na extensão do trabalho. D) utilizar expressões como: exceto quanto, sujeito a, ou com exceção de. E) incluir todas as razões que fundamentaram a emissão de seu parecer com ressalva, adverso ou com negativa de opinião. 12 - (ESAF / Pref. de Natal – ISS / 2008) - A empresa Energetill Ltda. é uma empresa de geração e transmissão de energia. O órgão regulador e fiscalizador, por meio de norma, determinou que parte de suas receitas sejam apropriadas pelo regime de caixa. Considerando somente os dados apresentados, deve o auditor emitir parecer (opinião): A) sem ressalva. B) adverso. C) com ressalva. D) com limitação de extensão. E) com abstenção de opinião. 13 - (ESAF / Pref. de Natal – ISS / 2008) - Com relação ao parecer (relatório) de auditoria, é verdadeiro afirmar que: A) quando aplicado o "parágrafo de ênfase", o parecer (relatório) qualifica-se como parecer (opinião) com ressalva. B) a expressão "exceto quanto" é utilizada para limitar a extensão do parecer (relatório) e qualificá-lo como parecer (opinião) adverso. C) a não aplicação de princípios contábeis, sem avaliar a relevância na demonstração contábil, não é fator suficiente para emitir parecer com ressalva. D) a expressão "sujeito a" é utilizada para ressaltar a indefinição sobre algum aspecto da demonstração contábil em parecer com ressalva. E) o parecer com negativa de opinião deve ser emitido somente quando a empresa não tiver elaborado as demonstrações contábeis. 14 - (ESAF / SEFAZ-MG / 2005) - Quanto ao tipo de parecer (opinião) a ser emitido sobre demonstrações contábeis, podemos afirmar que: A) demonstrações contábeis com quebra de uniformidade relevante na aplicação dos princípios contábeis geram parecer sem ressalva. B) trabalhos de auditoria, com limitação significativa imposta na extensão dos trabalhos geram parecer com ressalva. C) demonstrações contábeis com não obediência a princípios contábeis irrelevantes, geram parecer com ressalva. D) demonstrações contábeis com não obediência a princípios contábeis relevantes geram parecer com ressalva. E) incertezas relevantes nas demonstrações contábeis geram parecer com abstenção de opinião. 15 - (ESAF / Pref. de Recife - ISS / 2003) - Em uma situação na qual a empresa está contestando judicialmente, certas incorreções no cálculo do imposto de renda, apontadas por auditoria realizada pela Secretaria da Receita Federal, que arbitrou para o ano das demonstrações financeiras objeto da auditoria, um valor expressivo e relevante. Por ser matéria passível de questionamento jurídico, e tratar-se de matéria conflitante, questionável e difícil de quantificar, sendo assim, a empresa não

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constituiu provisão para esse passivo contingente. De acordo com estas informações, indique qual tipo de parecer (opinião) que o auditor deve emitir. A) com ressalva B) sem ressalva C) parcial D) com abstenção de opinião E) adverso 16 - (ESAF / INSS / 2002) - O auditor, ao terminar seus trabalhos, conclui que as demonstrações contábeis estão comprometidas substancialmente. O tipo de opinião que o auditor deve emitir é: A) sem ressalva ou com abstenção de opinião. B) com ressalva ou com nota explicativa. C) adverso ou com ressalva. D) com abstenção de opinião ou limpo. E) com limitação de opinião ou adverso. 17 - (ESAF / RFB / 2002) - Após uma série de respostas de advogados da empresa auditada, o auditor segregou os processos judiciais movidos contra a empresa em três categorias de chance de insucesso, a saber: provável, possível e remota. Quando os processos forem classificados como prováveis, cujo efeito não possa ser razoavelmente estimado, o auditor deve emitir um parecer (uma opinião): A) sem ressalva B) com parágrafo de ênfase C) com ressalva D) adverso E) com abstenção 18 - (ESAF / RFB / 2002) - Se o auditor independente concluir que uma determinada matéria, envolvendo incerteza relevante, não está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, seu parecer deve conter: A) parágrafo de ênfase ou ressalva. B) ressalva ou negativa de opinião. C) parágrafo de ênfase ou opinião adversa. D) ressalva ou opinião adversa. E) abstenção de opinião ou opinião adversa. 19 - (ESAF / RFB / 2002) - O responsável pela auditoria independente do Grupo Niscau S/A deparou-se com a seguinte situação: ao requisitar os trabalhos de outros auditores de coligadas e controladas do Grupo Niscau, foi comunicado que os trabalhos desses outros auditores não seriam disponibilizados. Nesse caso, o procedimento a ser efetuado pelo auditor é: A) emitir um parecer com ressalva. B) aplicar procedimentos adicionais suficientes. C) emitir um parecer com abstenção de opinião. D) incluir um parágrafo de ênfase na opinião. E) justificar a limitação de escopo. 20 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A empresa brasileira Torucha S.A. elaborou as demonstrações contábeis de 2011, consolidadas e individuais, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil para avaliação dos investimentos em controladas, coligadas, usando o método de equivalência patrimonial. Dessa forma, o auditor ao emitir seu relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis deve : (A) emitir um relatório de auditoria, com limitação de escopo, uma vez que as práticas contábeis adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS.

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(B) emitir um parecer adverso, ressalvando que as demonstrações contábeis não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. (C) elaborar parágrafo de ênfase, evidenciando que as demonstrações financeiras individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, ressalvando que neste aspecto não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS. (D) emitir parecer sem ressalva, uma vez que as demonstrações foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; como essas práticas refletem os pronunciamentos do CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, estão em conformidade com as normas internacionais de contabilidade: IFRS. (E) abster-se de opinar em seu relatório de auditoria, uma vez que as práticas adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS. 21 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A empresa exportatudo S.A. tem em suas operações instrumentos financeiros derivativos de hedge de moeda para cobertura de sua exposição cambial. Apesar de enquadrar- se na condição para contabilização pelo método de hedge accounting não o aplica. Dessa forma, deve o auditor externo: (A) ressalvar e enfatizar, no relatório de auditoria, os efeitos que o referido procedimento causa às demonstrações financeiras auditadas. (B) verificar se o procedimento está divulgado em nota explicativa e emitir relatório de auditoria sem ressalva, uma vez que esse procedimento é opcional. (C) avaliar o impacto e verificar se o procedimento afeta representativamente o resultado, ressalvando o relatório de auditoria. (D) emitir relatório de auditoria, condicionando sua avaliação aos reflexos que o referido procedimento causaria às demonstrações contábeis. (E) abster-se de emitir opinião em virtude da relevância que o procedimento causa nas demonstrações contábeis das empresas de forma geral. 22 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A empresa Terceserv S.A. possui prejuízos fiscais decorrentes de resultados negativos apurados nos últimos dois anos no valor de R$ 1.000.000,00. Opera em Mercado extremamente competitivo e não há por parte da administração expectativa de obtenção de lucros nos próximos 5 anos. A empresa aposta na qualidade dos serviços prestados para superar a concorrência e começar a gerar lucro. Como não há prescrição do crédito tributário, a empresa constituiu provisão ativa para reconhecimento do crédito. Nesse caso, o auditor externo deve : (A) ressalvar o relatório de auditoria, mesmo que o valor seja irrelevante, uma vez que a empresa infringe regra contábil e fiscal. (B) abster-se de emitir o relatório de auditoria, em virtude de não atender aos pronunciamentos contábeis vigentes. (C) solicitar que a empresa reverta o lançamento, caso a empresa não atenda ressalvar o relatório de auditoria. (D) manter o lançamento, uma vez que o crédito é devido, e emitir relatório de auditoria sem ressalva ou ênfase. (E) recomendar que seja apropriado parte para o resultado do período, uma vez que o benefício já é devido, e emitir relatório de auditoria sem ressalva. 23 - (FCC / TCE-SP / 2012) – Segundo a NBC TA 705, que trata da opinião do auditor independente, caso as demonstrações contábeis apresentem distorções relevantes que, no julgamento do auditor, estão disseminadas em vários elementos, contas ou itens das demonstrações financeiras, esse profissional deve emitir um relatório: (A) padrão. (B) com ressalva. (C) com opinião adversa. (D) com abstenção de opinião.

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(E) sem ressalva. 24 - (FCC / TCE-PR / 2011) - Quando as demonstrações financeiras representam adequadamente a posição patrimonial e financeira, o auditor emite um parecer: (A) conclusivo. (B) sem especificações. (C) extroverso. (D) finalístico. (E) sem ressalva. 25 - (FCC / TRT-4ª Região / 2011) - O processo de auditoria e a emissão de relatório de auditoria sem ressalva: a) não isenta o administrador e os agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. b) divide a responsabilidade pelas demonstrações contábeis com os administradores e transfere a responsabilidade de eventuais fraudes não constatadas, para a firma de auditoria. c) exime da responsabilidade os administradores e a diretoria executiva da empresa, dividindo as responsabilidades com os agentes de governança. d) não elimina a possibilidade de erros materiais e de distorções relevantes nas demonstrações contábeis. e) elimina a responsabilidade dos agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. 26 - (FCC / NOSSA CAIXA / 2011) - Quando ocorrer incerteza quanto a fato relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, mas que foi mencionado nas notas explicativas às demonstrações contábeis, o auditor deve: (A) emitir parecer adverso. (B) adicionar parágrafo de ênfase em seu parecer sem ressalva. (C) emitir parecer com abstenção de opinião. (D) não emitir o parecer até ter maiores informações sobre o assunto. (E) emitir parecer com ressalva. 27 - (FCC/TRF-1/Analista Contábil/2011) - No processo de auditoria, para emissão de relatório, deve-se obter: A) documentação mínima que suporte o processo de auditoria independente, sem a necessidade de confirmação da fidedignidade dos documentos, ainda que haja indícios de fraude. B) confirmação dos eventos, dentro do processo de revisão analítica, limitando-se a revisão dos documentos selecionados por amostra estatística, independentemente do nível de risco oferecido. C) evidência de auditoria apropriada e suficiente para a redução do risco de auditoria a um nível aceitável baixo. D) confirmação de que as demonstrações contábeis não apresentam quaisquer níveis de fraude ou erro. E) confirmação do risco inerente da entidade, que é igual para todas as classes relacionadas de transações apresentadas nas demonstrações contábeis. 28 - (FCC/TCM-CE/ACE/2010) - Uma opinião modificada dos auditores independentes, segundo a natureza da opinião que contém, pode ser do tipo: A) negativa, positiva, limpa ou contrária. B) com ressalva, com abstenção de opinião ou adversa. C) com abstenção de avaliação de provas, limpa, com ressalva ou sem ressalva. D) generalizada ou contrária. E) sem ressalva, pericial contábil ou adversa. 29 - (FCC/Metrô/Analista Contábil/2010/adaptada) - Em relação ao relatório do auditor independente, é correto afirmar:

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A) A data do relatório e a data da conclusão dos trabalhos de auditoria devem necessariamente coincidir, inexistindo exceções à essa regra. B) Em caso de emissão de relatório com opinião não modificada, não há necessidade de o auditor elaborar o parágrafo de extensão dos trabalhos e o parágrafo de opinião. C) A limitação na extensão dos trabalhos do auditor pode obrigá-lo a emitir parecer com ressalva ou com abstenção de opinião. D) Caso o auditor emita opinião adversa, ele deve descrever os motivos e a natureza das divergências num parágrafo imediatamente posterior ao da opinião. E) Quando as demonstrações contábeis são divulgadas de forma comparativa com a do exercício anterior e houver mudança de auditores, o auditor atual está obrigado também a emitir parecer sobre as demonstrações do exercício anterior. 30 - (FCC/SEFAZ-RO/AFTE/2010/adaptada) - Considere as seguintes afirmações: I. O auditor deve planejar seu trabalho de forma a detectar fraudes e erros que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis. II. Risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas. III. O parecer dos auditores independentes classifica-se, segundo a natureza da opinião que contém, em parecer sem ressalva, parecer com ressalva, parecer adverso e parecer com parágrafo de ênfase. IV. Na determinação da amostra, o auditor deve levar em consideração somente a população objeto a estratificação e o tamanho da amostra. Está correto o que se afirma em A) III e IV, apenas. B) II e IV, apenas. C) II e III, apenas. D) I, II, III e IV. E) I e II, apenas. 31 - (FCC/TCE-AM/Analista/2008) - Se o auditor discordar ou tiver dúvidas quanto a um ou mais elementos específicos das demonstrações financeiras que sejam relevantes, mas não fundamentais para a compreensão delas, o conteúdo do parecer de auditoria deve indicar claramente que se trata de um parecer: A) pleno. B) adverso. C) com ressalvas. D) com notas relevantes. E) com negativa de opinião. 32 - (FCC/TRT-23/Analista Contábil/2007/adaptada) - Não havendo evidências suficientes para formar uma opinião acerca da fidedignidade das demonstrações contábeis, a opinião apropriada a ser emitida é do tipo: A) com abstenção de opinião. B) limpo. C) qualificado. D) adverso. E) com ressalvas do tipo "sujeito a". 33 - (FCC/TJ-PI/Auditor/2009) - Quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultado das suas operações, se o auditor independente concluir que a matéria será adequadamente divulgada nas notas explicativas às demonstrações contábeis, seu parecer deve conter:

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A) parágrafo de ênfase após o parágrafo de opinião. B) ressalva ou negativa de opinião. C) ressalva ou opinião adversa. D) parágrafo de ênfase ou opinião adversa. E) abstenção de opinião ou opinião adversa. 34 - (FCC / SEFAZ/SP – Fiscal de Rendas / 2009) - O auditor externo, ao se deparar com algum passivo que represente para a empresa uma incerteza relevante, deve emitir parecer: a) com ressalva e limitação de escopo do trabalho. b) sem ressalva e com limitação de escopo do trabalho. c) adverso, evidenciando a incerteza constatada. d) sem ressalva e com parágrafo adicional de ênfase. e) com negativa de opinião e limitação de escopo. 35 - (FCC / CÂMARA DOS DEPUTADOS / 2007) - Com relação às normas pertinentes a Pessoa do Auditor, Execução do Trabalho de auditoria e do Parecer de auditoria, pode-se afirmar que: I. O auditor externo pode assinar parecer de auditoria de companhias abertas, desde que seja bacharel em Ciências Contábeis ou Administração de Empresas. II. O objetivo do auditor externo em avaliar os controles internos é, principalmente, para poder determinar a extensão dos trabalhos e os procedimentos a serem aplicados durante a execução da auditoria. III. A responsabilidade do auditor externo ao emitir o parecer, limita-se as demonstrações contábeis evidenciadas no parecer. (A) Falsa, Verdadeira, Verdadeira. (B) Falsa, Verdadeira, Falsa. (C) Verdadeira, Verdadeira, Falsa. (D) Falsa, Falsa, Falsa. (E) Verdadeira, Falsa, Falsa. 36 - (FCC / CÂMARA DOS DEPUTADOS / 2007) - O auditor da empresa Omega S.A. não teve condições de fundamentar sua opinião. Durante os trabalhos ele constata que foi desviado, por um dos diretores, 10% dos ativos da empresa, o que era relevante para a entidade. Desta forma deve o auditor: a) emitir parecer adverso, realizando os Ativos. b) desistir dos trabalhos, recusando os honorários e devolvendo-os se já houver recebido. c) ressalvar o parecer, condicionando a devolução dos desvios para manutenção do negócio. d) mencionar no parecer, com abstenção de opinião, os desvios encontrados. e) omitir o fato, visto não ser papel do auditor localizar fraudes ou desvios. 37 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - Em uma auditoria em que não foi possível obter comprovação suficiente para fundamentar uma opinião, devido às limitações no escopo dos exames realizados, o auditor: a) deve emitir um parecer adverso. b) deve emitir um parecer com negativa de opinião. c) deve emitir um parecer com ressalvas. d) deve emitir um parecer sem ressalvas. e) não deve emitir qualquer parecer. 38 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, assinale a alternativa correta. a) A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que têm por

objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de

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Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica. Na ausência de disposições específicas, prevalecem as normas emitidas pelo Corecon.

b) O parecer do auditor independente emitido na modalidade sem ressalvas representa garantia de viabilidade futura da entidade, atestando a eficácia da administração na gestão dos negócios.

c) As “práticas contábeis adotadas no Brasil” compreendem a legislação societária brasileira, as Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos, as interpretações e as orientações emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis emitida pelo CFC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais.

d) A fim de que a opinião da entidade de auditoria seja isenta, imparcial, deve ela ser independente (quando externa) ou autônoma (quando interna), emitindo sua opinião de forma isenta. Isso significa que não deve ser vinculada à entidade auditada. Se, por algum motivo, pairarem dúvidas acerca desse atributo, o ideal é que se publique, em jornal de grande circulação, a relação dos sócios da empresa de auditoria.

e) Os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis estão implícitos no Código de Ética Profissional do Contabilista e na NBC PA 01, que trata do controle de qualidade. O cumprimento desses princípios não é exigido dos auditores.

39 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - A firma de auditoria Auditores Associados foi contratada para emitir parecer específico sobre o balanço patrimonial de determinada entidade. Ela disponibilizou acesso ilimitado a todas as áreas da empresa, a todos os relatórios, registros, dados, informações e demais demonstrações contábeis, de forma a serem possíveis todos os procedimentos de auditoria. Dessa forma, é correto classificar essa auditoria como: a) uma limitação no escopo do trabalho. b) um trabalho de objetivo ilimitado, que deverá gerar parecer na modalidade com ressalvas, pelo menos. c) uma indeterminação na profundidade do trabalho. d) um trabalho de objetivo limitado. e) uma restrição na profundidade do trabalho. 40 - (CESPE / TCE/TO / 2009) - O parecer dos auditores independentes é o documento mediante o qual os mesmos expressam sua opinião acerca das demonstrações contábeis nele indicadas. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. a) Por meio do parecer, o auditor assume responsabilidade de ordem privada, de natureza estritamente

contratual. b) O parecer deve ser assinado por contador ou técnico de contabilidade regularmente registrado em CRC. c) A data do parecer deve corresponder a das demonstrações que tenham sido auditadas. d) O auditor, mesmo abstendo-se de emitir opinião a respeito das demonstrações, é responsável por

mencionar qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário das informações. e) Em caso de incerteza acerca de fato relevante, o auditor deve abster-se de opinar, desde que haja nota

explicativa da administração relacionada ao fato. 41 - (CESPE / TCE/TO / 2009) - O auditor contábil externo é responsável pela emissão de parecer acerca das demonstrações contábeis de empresas. Acerca da responsabilidade do auditor e as especificidades na condução de seus exames, assinale a opção correta. a) De acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas, as fraquezas relevantes encontradas ao longo

dos exames devem necessariamente ser identificadas separadamente e comunicadas no relatório ao comitê de auditoria ou órgão equivalente da empresa auditada.

b) Caso o auditor constate evidências de que ativos não se encontram adequadamente protegidos contra apropriação indébita deverá apontar em seus papéis de trabalho, mas não é obrigado a emitir reportable condition sobre o assunto.

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c) Apesar das normas de auditoria não exigirem revisões pós-auditoria, se o auditor descubra, logo após a data de emissão de seu parecer, um procedimento que foi omitido ao longo de seus exames, essa descoberta poderá resultar em programa de inspeção de seu próprio sistema de controle de qualidade ou em uma revisão por pares.

d) Caso o auditor constate evidências de que há instalações inadequadas para a guarda de ativos deverá apontar em seus papéis de trabalho, mas não é obrigado a emitir reportable condition sobre o assunto.

e) Nos relatórios de reportable condition deverá conter parágrafo que indique que a finalidade dos trabalhos de auditoria é emitir parecer sobre as demonstrações contábeis e assegurar a eficiência, eficácia e efetividade dos controles internos.

42 - (CESPE / TCU / 2008) - No processo de auditoria, após examinadas todas as evidências disponíveis, o auditor pode confiar, integralmente, na fidedignidade e na correção das demonstrações contábeis de uma entidade e, sempre que as evidências sejam insuficientes, o auditor deve fazer ressalvas em seu parecer. 43 - (CESPE / TRE/BA / 2010) - A venda de ativo de valor relevante ocorrida no período entre a data do término do exercício social e a data de emissão do parecer deve ser considerada pelo auditor, mencionada como ressalva ou em parágrafo de ênfase, quando não ajustadas ou reveladas adequadamente. 44 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Todos os procedimentos de auditoria executados, as evidências colhidas e os pontos observados irão convergir para a emissão do relatório final de auditoria. Antes do fechamento desse relatório, o auditor deve: a) divulgar os pontos observados para toda a Companhia com suas devidas recomendações, ouvindo a

opinião de cada funcionário e assim finalizar o relatório após todas as ponderações. b) apresentar os pontos observados para os gestores responsáveis pelos processos auditados e realizar as

ponderações finais junto aos gestores e à alta administração da empresa. c) verificar os relatórios de auditoria dos últimos cinco exercícios e ter a certeza de que nenhum ponto ou

recomendação serão repetidos. d) examinar a legislação aplicável aos processos auditados, verificando a adequação de cada procedimento

de auditoria. e) eliminar do relatório os pontos que possam comprometer a empresa, ocasionando sanções e multas junto

aos órgãos fiscalizadores. 45 - (COPS / ICMS-PR / 2012) - Quando o auditor conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, ele deve expressar sua opinião utilizando a seguinte frase: As demonstrações contábeis: a) apresentam uma visão correta e adequada da administração dos recursos financeiros e patrimonial de acordo com [a estrutura do relatório financeiro aplicável]. b) foram elaboradas dentro do que determina os princípios contábeis e estão de acordo com [a estrutura do relatório financeiro aplicável]. c) apresentam uma visão correta e adequada de acordo com [a estrutura do relatório financeiro aplicável]. d) estão condizentes com o que determina a Lei nº 6.404/1976 e suas modificações, bem como de acordo com [a estrutura do relatório financeiro aplicável]. e) estão em consonância com [a estrutura do relatório financeiro aplicável] e com a legislação tributária em vigor.

GABARITO

1 - D 2 - C 3 - A 4 - A 5 - C 6 – A 7 - E 8 - A 9 - C 10 - D 11 - Anulada 12 - C

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13 - D 14 - D 15 - A 16 - C 17 - B 18 - D 19 - B 20 - C 21 - B 22 - C 23 - C 24 - E 25 - A 26 – B 27 - C 28 - B 29 - C 30 - E 31 - C 32 - A 33 - A 34 - D 35 - A 36 - D 37 - B 38 - C 39 - D 40 - D 41 - C 42 - E 43 - C 44 – B 45 - C

AULA 09: Auditoria no setor público federal; finalidades e objetivos da auditoria governamental; abrangência de atuação; formas e tipos; normas relativas à execução dos trabalhos. 1. Auditoria no setor público federal Como revisão da definição de Auditoria, vamos nos remeter à obra de Franco e Marra (2011) para definir o objeto da auditoria:

“conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais”. (grifamos)

Nesse ponto, podemos dividir a Auditoria em dois grandes grupos, e a partir daqui, centrar nosso foco no que será objeto da presente aula. De acordo com o ambiente em que será aplicada, a Auditoria poderá ser Governamental ou Não-Governamental (Privada). A Auditoria Não-Governamental – ou Privada, Independente, Empresarial, das Demonstrações Contábeis, das Demonstrações Financeiras – é uma técnica contábil, constituída por um conjunto de procedimentos técnicos sistematizados, para obtenção e avaliação de evidências sobre as informações contidas nas demonstrações contábeis de uma empresa. Já a Auditoria Governamental – ou Pública, do Setor Público – é, conforme disposto na Instrução Normativa 01/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno (da Controladoria-Geral da União), o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério técnico, operacional ou legal. Tem por objetivo primordial garantir resultados operacionais na gerência da coisa pública. A Auditoria Governamental engloba todas as esferas de governo – federal, distrital, estadual e municipal – e níveis de poder - Executivo, Legislativo e Judiciário -, e, claro, alcança as pessoas jurídicas de direito privado, caso se utilizem de recursos públicos. Por estarmos num curso voltado para um órgão do Poder Executivo Federal, vamos nos limitar à esfera federal. A matéria constante deste tópico do edital (item 20) foi inserida com base na Instrução Normativa citada acima, a IN SFC/MF 01/2001, da SFC, atualmente pertencente à estrutura da Controladoria-Geral da União (CGU). Na época da publicação da IN 01, a SFC fazia parte do Ministério da Fazenda, motivo da inscrição SFC/MF.

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O objetivo da norma foi definir diretrizes, princípios e conceitos, além de aprovar normas técnicas para a atuação do Sistema de Controle Interno – SCI – do Poder Executivo Federal, particularmente quanto às finalidades, organização, competências, tipo de atividades, objetivos, forma de planejamento e de execução das ações de controle e relacionamento com as unidades de auditoria interna das entidades da Administração Indireta Federal, visando principalmente alcançar uniformidade de entendimentos e disciplinar as atividades no âmbito do Sistema de Controle Interno. Sobre a definição de SCI, para relembrar, conforme a NBC TA 315, Controle interno:

“é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança, administração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis.”

Ou seja, é um processo conduzido por todos os integrantes da “empresa”, no nosso caso, órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, para fornecer razoável segurança de que os objetivos da entidade estão sendo alcançados, com relação às seguintes categorias:

1 – eficácia e eficiência das operações; 2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e 3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.

Segundo a IN 01, o SCI visa à avaliação da ação governamental, da gestão dos administradores públicos federais e da aplicação de recursos públicos por entidades de Direito Privado, por intermédio da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial (COFOP). A fiscalização COFOP, para atingir as finalidades constitucionais, consubstancia-se nas técnicas de trabalho desenvolvidas no âmbito do SCI, denominadas nesta Instrução Normativa de auditoria e fiscalização. Um dos objetivos fundamentais do SCI é a avaliação dos controles internos administrativos das unidades ou entidades sob exame. Somente com o conhecimento da estruturação, rotinas e funcionamento desses controles, podem os Órgãos/Unidades de Controle Interno do Poder Executivo Federal avaliar, com a devida segurança, a gestão examinada. Controle interno administrativo é o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos interligados, estabelecidos com vistas a assegurar que os objetivos das unidades e entidades da administração pública sejam alcançados, de forma confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder Público. Os princípios de controle interno administrativo constituem-se no conjunto de regras, diretrizes e sistemas que visam ao atingimento de objetivos específicos, tais como: I. Relação custo/benefício - consiste na avaliação do custo de um controle em relação aos benefícios que ele possa proporcionar. De acordo com esse princípio, não seria coerente, por exemplo, gastarmos R$20.000,00 para o envio de uma equipe de fiscalização a um município distante, para verificar a aplicação de R$8.000,00. II. Qualificação adequada, treinamento e rodízio de funcionários - a eficácia dos controles internos administrativos está diretamente relacionada com a competência, formação profissional e integridade do pessoal. É imprescindível haver uma política de pessoal que contemple:

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a) seleção e treinamento de forma criteriosa e sistematizada, buscando melhor rendimento e menores custos;

b) rodízio de funções, com vistas a reduzir/eliminar possibilidades de fraudes; e c) obrigatoriedade de servidores gozarem férias regularmente, como forma, inclusive, de evitar a

dissimulação de irregularidades. No Brasil, a seleção por meio de concurso público já atende ao primeiro requisito. Quanto ao segundo e terceiro, se observados, reduzem bastante a possibilidade de fraudes, pois os servidores mal intencionados não se sentiriam tão à vontade para cometê-las, sabendo da possibilidade real de serem descobertos.

III. Delegação de poderes e definição de responsabilidades - a delegação de competência, conforme previsto em lei, será utilizada como instrumento de descentralização administrativa, com vistas a assegurar maior rapidez e objetividade às decisões. O ato de delegação deverá indicar, com precisão, a autoridade delegante, delegada e o objeto da delegação. Assim sendo, em qualquer unidade/entidade, devem ser observados:

a) existência de regimento/estatuto e organograma adequados, onde a definição de autoridade e consequentes responsabilidades sejam claras e satisfaçam plenamente as necessidades da organização; e

b) manuais de rotinas/procedimentos, claramente determinados, que considerem as funções de todos os setores do órgão/entidade.

IV. Segregação de funções - a estrutura das unidades/entidades deve prever a separação entre as funções de autorização/aprovação de operações, execução, controle e contabilização, de tal forma que nenhuma pessoa detenha competências e atribuições em desacordo com este princípio. Atenção para não confundir segregação de funções com rodízio de funções. Leiam novamente, e com atenção, as definições. V. Instruções devidamente formalizadas - para atingir um grau de segurança adequado é indispensável que as ações, procedimentos e instruções sejam disciplinados e formalizados através de instrumentos eficazes e específicos; ou seja, claros e objetivos e emitidos por autoridade competente. VI. Controles sobre as transações - é imprescindível estabelecer o acompanhamento dos fatos contábeis, financeiros e operacionais, objetivando que sejam efetuados mediante atos legítimos, relacionados com a finalidade da unidade e autorizados por quem de direito; e VII. Aderência a diretrizes e normas legais – o controle interno administrativo deve assegurar observância às diretrizes, planos, normas, leis, regulamentos e procedimentos administrativos, e que os atos e fatos de gestão sejam efetuados mediante atos legítimos, relacionados com a finalidade da unidade/entidade. A esse atributo damos no nome de compliance. Os controles internos administrativos implementados em uma organização devem:

I. prioritariamente, ter caráter preventivo; II. permanentemente, estar voltados para a correção de eventuais desvios em relação aos

parâmetros estabelecidos; III. prevalecer como instrumentos auxiliares de gestão; e IV. estar direcionados para o atendimento a todos os níveis hierárquicos da administração.

Quanto maior for o grau de adequação dos controles internos administrativos, menor será a vulnerabilidade dos riscos inerentes à gestão propriamente dita.

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Para complementar, vamos observar a diferença entre auditoria e fiscalização. As atividades a cargo do SCI são exercidas mediante a utilização de técnicas próprias de trabalho, as quais se constituem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do Sistema. As técnicas de controle são as seguintes: a) auditoria ; e b) fiscalização Como vimos, a auditoria é o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério técnico, operacional ou legal. Ou seja, na auditoria, devemos comparar o “que é” com o “que deveria ser”. A diferença entre um e outro serão evidências de auditoria. Já a fiscalização é uma técnica de controle que visa a comprovar se o objeto dos programas de governo existe, corresponde às especificações estabelecidas, atende às necessidades para as quais foi definido e guarda coerência com as condições e características pretendidas e se os mecanismos de controle administrativo são eficientes. O ato de fiscalizar é a aplicação do conjunto de procedimentos capazes de permitir o exame dos atos da administração pública, visando avaliar as execuções de políticas públicas pelo produto, atuando sobre os resultados efetivos dos programas do governo federal. Sobre a Auditoria no setor público, podemos dizer que se trata de todo trabalho de auditoria desenvolvido em ambiente de administração pública, o que inclui os trabalhos desenvolvidos pelo Tribunal de Contas da União – TCU –, exercendo sua atividade de Controle Externo, e pelas Unidades de Auditoria Interna das entidades da Administração Indireta que, embora não façam parte do SCI (por definição da IN 01), são consideradas unidades correlatas, atuando de forma complementar ao órgão central, além dos trabalhos desenvolvidos pela própria CGU, como órgão central do SCI. Como dissemos, o foco da presente aula é a Auditoria no Poder Executivo Federal, Poder do qual a RFB faz parte. 2. Finalidades e objetivos da auditoria governamental Na definição da IN 01, a auditoria é o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério técnico, operacional ou legal. Até aí tudo bem. Vale completar que se trata de uma importante técnica de controle do Estado na busca da melhor alocação de seus recursos, não só atuando para corrigir os desperdícios, a improbidade, a negligência e a omissão e, principalmente, antecipando-se a essas ocorrências, buscando garantir os resultados pretendidos, além de destacar os impactos e benefícios sociais advindos. A auditoria tem por objetivo primordial o de garantir resultados operacionais na gerência da coisa pública. Essa auditoria é exercida nos meandros da máquina pública em todas as unidades e entidades

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públicas federais, observando os aspectos relevantes relacionados à avaliação dos programas de governo e da gestão pública. A auditoria tem por objetivo primordial o de garantir resultados operacionais na gerência da coisa pública. Cabe ao SCI, por intermédio da técnica de auditoria , dentre outras atividades: I. Realizar auditoria sobre a gestão dos recursos públicos federais sob a responsabilidade dos órgãos públicos e privados, inclusive nos projetos de cooperação técnica junto a Organismos Internacionais e multilaterais de crédito; II. Apurar os atos e fatos inquinados de ilegais ou de irregulares, praticados por agentes públicos ou privados, na utilização de recursos públicos federais e, quando for o caso, comunicar à unidade responsável pela contabilidade para as providências cabíveis; III. Realizar auditorias nos sistemas contábil, financeiro, de pessoal e demais sistemas administrativos e operacionais; IV. Examinar a regularidade e avaliar a eficiência e eficácia da gestão administrativa e dos resultados alcançados nas Ações de governo; V. Realizar auditoria nos processos de Tomada de Contas Especial; e VI. Apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos procedimentos administrativos e gerenciais e dos controles internos administrativos dos órgãos da Administração Direta e entidades da Administração Indireta Federal. A finalidade básica da auditoria é comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e avaliar os resultados alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, eficácia e economicidade da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalística das unidades e das entidades da administração pública, em todas as suas esferas de governo e níveis de poder, bem como a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, quando legalmente autorizadas nesse sentido. 3. Abrangência de atuação A abrangência de atuação do SCI inclui as atividades de gestão das unidades da administração direta, entidades da Administração Indireta Federal, programas de trabalho, recursos e sistemas de controles administrativo, operacional e contábil, projetos financiados por recursos externos, projetos de cooperação junto a organismos internacionais, a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante contratos de gestão, transferências a fundo, convênio, acordo, ajuste ou outro instrumento congênere. Estão sujeitos à atuação do SCI quaisquer pessoas física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. As pessoas física ou jurídica, pública ou privada, sujeitam-se à atuação do SCI do Poder Executivo Federal mediante os seguintes processos:

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I) Tomada de Contas; a) os ordenadores de despesas das unidades da Administração Direta Federal; b) aqueles que arrecadem, gerenciem ou guardem dinheiros, valores e bens da União, ou que por eles

respondam; e c) aqueles que, estipendiados ou não pelos cofres públicos, e que, por ação ou omissão, derem causa

a perda, subtração, extravio ou estrago de valores, bens e materiais da União pelos quais sejam responsáveis. II) Prestação de Contas:

a) os dirigentes das entidades supervisionadas da Administração Indireta Federal; b) os responsáveis por entidades ou organizações, de direito público ou privado, que se utilizem de

contribuições para fins sociais, recebam subvenções ou transferências à conta do Tesouro; c) as pessoas físicas que recebam recursos da União, para atender necessidades previstas em Lei

específica. TOMA DA – ADM DIRETA PRESTAÇÃO – ADM INDIRETA ( RESTANTE) A Tomada de Contas poderá ser consolidada se envolver mais de uma unidade gestora que tenha vinculação administrativa. A Prestação de Contas será obrigatoriamente unificada por entidade, não admitindo-se subdivisões, a menos que previsto em lei específica. Pessoal, essas são as definições de Tomada e Prestação de Contas que estão na IN 01/2001, mas o entendimento do Tribunal de Contas da União, atualmente, é outro. Segundo o TCU, por meio da Instrução Normativa - TCU nº 63, de 01/09/10, considera-se: I. processo de contas: processo de trabalho do controle externo, destinado a avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão, com base em documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, obtidos direta ou indiretamente; II. processo de contas ordinárias: processo de contas referente a exercício financeiro determinado, constituído pelo Tribunal segundo critérios de risco, materialidade e relevância; III. processo de contas extraordinárias: processo de contas constituído por ocasião da extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização de unidades jurisdicionadas, cujos responsáveis estejam alcançados pela obrigação prevista no art. 70, § único, da CF/88, para apreciação do Tribunal; Portanto, bastante atenção! Se na prova pedirem “de acordo com a IN SFC/MF 01/01”, vale a distinção, se pedirem “de acordo com a IN TCU 63/10”, não vale a distinção. 4. Formas e tipos 4.1. Tipos de Auditoria Governamental

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Existem diversas classificações para a Auditoria, segundo a doutrina e os normativos em vigor. Para a prova da Receita Federal, optávamos por nos concentrar, até 2012, nas informações constantes da IN 01, tendo em vista ter sido, nos últimos anos, a norma utilizada pela ESAF para tratar do assunto. Entretanto, na prova da RFB de 2012 a ESAF cobrou uma classificação constante na página do Senado Federal (que nem norma é). Dessa maneira, pra não sermos surpreendidos, apresentaremos a classificação da IN 01, do TCU e a do Senado Federal. Segundo a IN 01/2001, a auditoria classifica-se em: I. Auditoria de Avaliação da Gestão: esse tipo de auditoria objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados. Compreende, entre outros, os seguintes aspectos: exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de contas; exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil; verificação do cumprimento da legislação pertinente; e avaliação dos resultados operacionais e da execução dos programas de governo quanto à economicidade, eficiência e eficácia dos mesmos. II. Auditoria de Acompanhamento da Gestão: realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de se atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma unidade ou entidade federal, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional. III. Auditoria Contábil : compreende o exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de uma unidade, entidade ou projeto. As auditorias contábeis objetivam obter elementos comprobatórios suficientes que permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, em seus aspectos mais relevantes, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com aqueles organismos com vistas a emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras. IV. Auditoria Operacional: consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, das unidades ou entidades da administração pública federal, programas de governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações, que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial. Este tipo de procedimento de auditoria consiste numa atividade de assessoramento ao gestor público, com vistas a aprimorar as práticas dos atos e fatos administrativos, sendo desenvolvida de forma tempestiva no contexto do setor público, atuando sobre a gestão, seus programas governamentais e sistemas informatizados.

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V. Auditoria Especial: objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação expressa de autoridade competente. Classifica-se nesse tipo os demais trabalhos de auditoria não inseridos em outras classes de atividades. Já a Secretaria de Controle Interno do Senado Federal classifica Auditoria Governamental nos seguintes tipos: 1. Auditoria de Gestão - objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos, convênios, acordos ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados, compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos:

1. Exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de contas; 2. Exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; 3. Verificação da existência física de bens e outros valores; 4. Verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil; e 5. Verificação do cumprimento da legislação pertinente.

2. Auditoria de Programas - objetiva acompanhar, examinar e avaliar a execução de programas e projetos governamentais específicos, bem como a aplicação de recursos descentralizados, compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos:

1. Análise da realização físico-financeira em face dos objetivos e metas estabelecidos; 2. Análise dos demonstrativos e dos relatórios de acompanhamento produzidos com vistas à

avaliação dos resultados alcançados e a eficiência gerencial; 3. Verificação da documentação instrutiva e comprobatória, quanto à propriedade dos gastos

realizados; e 4. Análise da adequação dos instrumentos de gestão -contratos, convênios, acordos, ajustes e

outros congêneres -para consecução dos planos, programas, projetos e atividades desenvolvidas pelo gestor, inclusive quanto à legalidade e diretrizes estabelecidas.

3. Auditoria Operacional - atua nas áreas inter-relacionadas do órgão/entidade, avaliando a eficácia dos seus resultados em relação aos recursos materiais, humanos e tecnológicos disponíveis, bem como a economicidade e eficiência dos controles internos existentes para a gestão dos recursos públicos. Sua filosofia de abordagem dos fatos é de apoio, pela avaliação do atendimento às diretrizes e normas, bem como pela apresentação de sugestões para seu aprimoramento.

4. Auditoria Contábil - é a técnica que, utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de um órgão ou entidade, objetiva obter elementos comprobatórios suficientes que permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.

5. Auditoria de Sistema - objetiva assegurar a adequação, privacidade dos dados e informações oriundas dos sistemas eletrônicos de processamento de dados, observando as diretrizes estabelecidas e a legislação específica.

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6. Auditoria Especial - objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação do Presidente da República, Ministros de Estado ou por solicitação de outras autoridades. Por fim, o Tribunal de Contas da União – TCU classifica auditoria governamental em: � Auditorias de regularidade, que objetivam examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos à jurisdição do Tribunal, quanto aos aspectos contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial. Compõem as auditorias de regularidade as auditorias de conformidade e as auditorias contábeis.

� Auditorias operacionais ou de desempenho, que objetivam examinar a economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de avaliar o seu desempenho e de promover o aperfeiçoamento da gestão pública.

4.2. Formas de Execução Antes de explicarmos as formas de execução da Auditoria Governamental no âmbito do Poder Executivo Federal, temos que conhecer a estrutura do Sistema de Controle Interno - SCI. 4.2.1 Organização e Estrutura do SCI Integram o SCI:

a) órgão central: a Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Fazenda - SFC/MF (atualmente a SFC faz parte da CGU), incumbida da orientação normativa e da supervisão técnica dos órgãos e das unidades que compõem o Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem integrados;

b) órgãos setoriais: as Secretarias de Controle Interno do Ministério da Defesa, do Ministério das Relações Exteriores, da Casa Civil e da Advocacia - Geral da União;

c) unidades setoriais: as Unidades de Controle Interno dos comandos militares como setoriais da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa; e

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d) unidades regionais do órgão central: as Gerências Regionais de Controle Interno – GRCI, nos Estados. Como podemos observar, alguns órgãos tem Secretarias de Controle Interno próprias (MD, MRE, Casa Civil e AGU), denominadas CISET, não sendo “jurisdicionados” da CGU. 4.2.2 Áreas de Atuação A área de atuação da Secretaria Federal de Controle Interno da CGU, além das funções de órgão central, abrange todas as unidades e as entidades do Poder Executivo Federal, excetuadas aquelas jurisdicionadas pelos órgãos setoriais. A Secretaria de Controle Interno da Casa Civil tem como área de atuação todos os órgãos integrantes da Presidência da República, além de outros determinados em legislação específica, sendo, ainda, responsável pelas atividades de Controle Interno da Advocacia-Geral da União. Os órgãos setoriais podem subdividir-se em unidades regionais e setoriais. Quanto às formas de execução propriamente ditas, e ainda segundo a IN 01, as auditorias serão executadas das seguintes formas:

I. Direta – trata-se das atividades de auditoria executadas diretamente por servidores em exercício nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sendo subdividas em:

a) centralizada – executada exclusivamente por servidores em exercício nos Órgão Central ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

b) descentralizada – executada exclusivamente por servidores em exercício nas unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

c) integrada – executada conjuntamente por servidores em exercício nos Órgãos Central, setoriais, unidades regionais e/ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

II. Indireta – trata-se das atividades de auditoria executadas com a participação de servidores não

lotados nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, que desempenham atividades de auditoria em quaisquer instituições da Administração Pública Federal ou entidade privada.

a) compartilhada – coordenada pelo SCI do Poder Executivo Federal com o auxílio de órgãos/instituições públicas ou privada.

b) terceirizada – executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria externa.

III. Simplificada – trata-se das atividades de auditoria realizadas, por servidores em exercício nos

Órgãos Central, setoriais, unidades regionais ou setoriais do SCI, sobre informações obtidas por meio de exame de processos e por meio eletrônico, específico das unidades ou entidades federais, cujo custo-benefício não justifica o deslocamento de uma equipe para o órgão. Essa forma de execução de auditoria pressupõe a utilização de indicadores de desempenho que fundamentam a opinião do agente executor das ações de controle.

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Esquematizando...

5. Normas relativas à execução dos trabalhos O edital foi bastante genérico neste ponto, por isso vamos estudar a parte da IN 01/01 que trata disso. Algumas ideias são importantes. Primeiro, que o servidor do SCI, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todas as dependências do órgão ou entidade examinado, assim como a documentos, valores e livros considerados indispensáveis ao cumprimento de suas atribuições, não lhe podendo ser sonegado, sob qualquer pretexto, nenhum processo, documento ou informação. O servidor, por sua vez, deve guardar o sigilo das informações as quais tenha acesso no decorrer dos trabalhos. Quando houver limitação da ação, o fato deverá ser comunicado, de imediato, por escrito, ao dirigente do órgão ou entidade examinada, solicitando as providências necessárias. Planejamento dos Trabalhos - o trabalho realizado pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal deve ser adequadamente planejado, de acordo com os procedimentos a seguir.

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I. Exame Preliminar - com o objetivo de obter os elementos necessários ao planejamento dos trabalhos, o servidor do SCI deve examinar as informações constantes da ordem de serviço e dos planos estratégico e operacional a que se vincula o objeto do controle. Para tanto, deve considerar a legislação aplicável, normas e instruções vigentes, bem como os resultados dos últimos trabalhos realizados e diligências pendentes de atendimento, quando for o caso.

II. Elaboração do programa de trabalho - o programa de trabalho consta da ordem de serviço preparada pela área de controle que elabora o plano estratégico e operacional. A elaboração de um adequado programa de trabalho exige:

a) a determinação precisa dos objetivos do exame, ou seja, a identificação sobre o que se deseja obter com a auditoria e a fiscalização;

b) a identificação do universo a ser examinado; c) a definição e o alcance dos procedimentos a serem utilizados; d) a localização do objeto ou unidade examinada; e) o estabelecimento das técnicas apropriadas; f) a estimativa dos homens x horas necessários à execução dos trabalhos; e g) referência quanto ao uso de material e/ou documentos de exames prévios ou outras instruções

específicas.

Avaliação dos controles internos administrativos – quando ficar identificado na ordem de serviço – OS –, a necessidade de avaliação dos controles internos administrativos, o servidor do SCI deve efetuar um adequado exame com vistas à avaliação da capacidade e da efetividade dos SCI administrativos – contábil, financeiro, patrimonial, de pessoal, de suprimento de bens e serviços e operacional - das unidades da administração direta, indireta, projetos e programas.

I. Capacidade dos sistemas de controle interno administrativo - avaliar os procedimentos, políticas e registros que compõem os controles, com o objetivo de constatar se estes proporcionam razoável segurança de que as atividades e operações se realizam, de forma a possibilitar o atingimento das metas, em termos satisfatórios de economia, eficiência e eficácia.

II. Efetividade - realizar exame das operações que se processam no SCI administrativo, com o propósito de verificar se os procedimentos, políticas, mecanismos, registros e outros dados relevantes, funcionam de acordo com o previsto e se os objetivos de controle estão sendo atendidos, de forma permanente, sem desvios.

III. Exame dos objetivos de controle – as unidades e entidades adotam SCI administrativo que compreendem um plano de organização e de todos os métodos e procedimentos, de forma ordenada, para: proteger seus recursos; obter informações oportunas e confiáveis; e promover a eficiência operacional, assegurar a observância das leis, normas e políticas vigentes, com o intuito de alcançar o cumprimento das metas e objetivos estabelecidos. Deverá, ainda:

a) certificar a existência e propriedade dos procedimentos e mecanismos de salvaguarda dos recursos humanos, financeiros e materiais, assim como do devido uso e funcionamento dos mesmos;

b) constatar se os sistemas de registros incluem a totalidade das operações realizadas e se os métodos e procedimentos utilizados permitem confiar se as informações, financeira e operacional, oriundas daqueles, refletem, adequadamente, a boa e regular utilização dos recursos, bem como o cumprimento das metas e dos objetivos dos programas;

c) certificar a existência e a idoneidade dos critérios, para identificar, classificar e mensurar dados relevantes das operações, verificando, igualmente, se estão sendo adotados parâmetros adequados para avaliação da efetividade, eficiência, eficácia e economicidade dessas operações; e

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d) comprovar se os procedimentos estabelecidos asseguram, razoavelmente, o cumprimento das diretrizes governamentais, das leis, regulamentos, normas e outras disposições de observância obrigatória.

IV. Prevenção de impropriedades e irregularidades - os sistemas de controle interno administrativo, instituídos em uma unidade ou entidade, devem conter procedimentos, mecanismos e diretrizes que prevejam ou minimizem o percentual de impropriedades ou irregularidades. Um bom SCI administrativo reduz a probabilidade de ocorrer tais impropriedades ou irregularidades, ainda que não possa evitá-las totalmente. Supervisão das atividades do SCI do Poder Executivo Federal – toda atividade deve ser supervisionada pela chefia ou por servidor a quem a função for formalmente delegada.

I. Responsabilidade de quem dirige a função - o titular da unidade do SCI deve supervisionar todas as atividades que envolvem a execução do trabalho, podendo delegar parte das tarefas a supervisores, devendo para isso, estabelecer mecanismos e procedimentos adequados para avaliar a atuação dos supervisores, assegurando-se de que esses possuam conhecimentos técnicos e capacidade profissional suficientes ao adequado cumprimento das atribuições que lhes são conferidas.

II. Supervisão das equipes de trabalho – o servidor do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, com atribuições de supervisão, com maior experiência, conhecimentos técnicos e capacidade profissional, deve instruir e dirigir, adequadamente, seus subordinados, no que tange à execução dos trabalhos e ao cumprimento das ordens de serviço, devendo, ainda, contribuir para o desenvolvimento dos seus conhecimentos e capacidade profissional.

III. Intensidade de supervisão - o grau de intensidade da supervisão exercida sobre a equipe está diretamente relacionada aos seguintes fatores: conhecimento e capacidade profissional dos membros da equipe; o grau de dificuldade previsível dos trabalhos; e alcance de prováveis impropriedades ou irregularidades a detectar no órgão ou entidade examinada. As evidências da supervisão exercida deverão ficar registradas nos próprios papéis de trabalho.

IV. Áreas e enfoques da supervisão - a supervisão deve abranger a verificação: a) do correto planejamento dos trabalhos de acordo com o solicitado na ordem de serviço; b) da aplicação de procedimentos e técnicas para o atingimento das metas/objetivos previstos para a

execução dos trabalhos, de acordo com o programa fornecido; c) da adequada formulação dos papéis de trabalho; d) da necessária consistência das observações e conclusões; e) da fiel observância dos objetivos estabelecidos na ordem de serviço; f) do cumprimento das normas e dos procedimentos de aplicação geral.

Obtenção de evidências - em atendimento aos objetivos da atividade, o servidor do SCI, deve realizar, na extensão indicada na ordem de serviço, os testes ou provas adequados nas circunstâncias, para obter evidências qualitativamente aceitáveis que fundamentem, de forma objetiva, seu trabalho.

I. Finalidade da evidência - consiste na obtenção suficiente de elementos para sustentar a emissão de sua opinião, permitindo chegar a um grau razoável de convencimento da realidade dos fatos e situações observadas, da veracidade da documentação examinada, da consistência da contabilização dos fatos e fidedignidade das informações e registros gerenciais para fundamentar, solidamente, seu trabalho. A validade do seu trabalho depende diretamente da qualidade das evidências que é considerada satisfatória quando reúne as características de suficiência, adequação e pertinência.

a) Suficiência da evidência – ocorre quando, mediante a aplicação de testes que resultem na obtenção de uma ou várias provas, o servidor do SCI é levado a um grau razoável de convencimento a respeito da realidade ou veracidade dos fatos examinados.

b) Adequação da evidência - entende-se como tal, quando os testes ou exames realizados são apropriados à natureza e características dos fatos examinados.

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c) Pertinência da evidência - a evidência é pertinente quando há coerência com as observações, conclusões e recomendações eventualmente formuladas.

II. Critérios para obtenção da evidência - na obtenção da evidência, o servidor do SCI deve guiar-se pelos critérios de importância relativa e de níveis de riscos prováveis. A importância relativa refere-se ao significado da evidência no conjunto de informações e os níveis de riscos prováveis, às probabilidades de erro na obtenção e comprovação da evidência. Impropriedades e irregularidades - o servidor do SCI, no decorrer de qualquer atividade, deve prestar especial atenção àquelas transações ou situações que denotem indícios de irregularidades e, quando sejam obtidas evidências das mesmas, deverá ser dado o devido tratamento, com vistas a permitir que os dirigentes possam adotar as providências corretivas pertinentes, quando couber.

I. Caracterização de impropriedade e irregularidade – impropriedade consiste em falhas de natureza formal de que não resulte dano ao erário, porém evidencia-se a não observância aos princípios de legalidade, legitimidade, eficiência, eficácia e economicidade. A irregularidade é caracterizada pela não observância desses princípios, constatando a existência de desfalque, alcance, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo quantificável para o Erário.

II. Detecção de impropriedades e irregularidades – apesar de não ser o objetivo primordial das atividades do SCI a busca de impropriedades ou de irregularidades, o servidor deve estar consciente da probabilidade de, no decorrer dos exames, observar tais ocorrências. Compete-lhe assim, prestar especial atenção às transações ou situações que apresentem indícios de irregularidades e, quando obtida evidências, comunicar o fato aos dirigentes para adoção das medidas corretivas cabíveis. A aplicação dos procedimentos especificados na ordem de serviço não garante necessariamente, a detecção de toda impropriedade ou irregularidade. Portanto, a identificação posterior de situação imprópria ou irregular, ocorrida no período submetido a exame, não significa que o trabalho tenha sido inadequado.

III. Apuração de impropriedades e irregularidades - exige do servidor do SCI extrema prudência e profissionalismo. Ao verificar a ocorrência de irregularidades, o servidor deve levar o assunto, por escrito, ao conhecimento do dirigente da unidade ou entidade examinada, solicitando os esclarecimentos e justificativas pertinentes, quando isso não implicar risco pessoal. Na hipótese de risco pessoal informar a ocorrência ao seu dirigente que o orientará e adotará as providências necessárias.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / CGU / 2008) - De acordo com a IN SFC/MF n. 001/2001, os controles internos administrativos implementados em uma organização devem possuir as seguintes características, exceto: A) prevalecer como instrumentos auxiliares de gestão. B) prioritariamente, ter caráter preventivo. C) estar direcionados para o atendimento a todos os níveis hierárquicos da administração. D) primar pela abordagem corretiva e, subsidiariamente, punitiva. E) permanentemente, estar voltados para a correção de eventuais desvios em relação aos parâmetros estabelecidos. 2 - (ESAF / CGU / 2006) - Como técnica(s) de trabalho, para a consecução de suas finalidades, o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal utiliza:

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A) a tomada e a prestação de contas. B) a tomada de contas especial. C) a auditoria e a fiscalização. D) a amostragem e a denúncia. E) a circularização. 3 - (ESAF / ANA / 2009) - No Setor Público Federal, a auditoria executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria externa, é classificada como: A) centralizada. B) descentralizada. C) integrada. D) terceirizada. E) compartilhada. 4 - (ESAF / ANA / 2009) - Assinale a opção que preenche corretamente a lacuna da seguinte frase: "No Setor Público Federal, a_________________________ objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizada para atender determinação expressa de autoridade competente." A) Auditoria de Avaliação da Gestão B) Auditoria Contábil C) Auditoria Especial D) Auditoria Operacional E) Auditoria de Acompanhamento da Gestão 5 - (ESAF / CGU / 2008) - Segundo a IN SFC/MF n. 001/2001, o procedimento que tem por objetivo avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, das unidades ou entidades da administração pública federal, programas de governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial, classifica-se como: A) Auditoria de Avaliação da Gestão. B) Auditoria Contábil. C) Auditoria de Acompanhamento da Gestão. D) Auditoria Operacional. E) Auditoria Especial. 6 - (ESAF / TCE-GO / 2007) - De acordo com o previsto na IN 01/2001 da Secretaria Federal de Controle, as atividades de auditoria executadas diretamente por servidores em exercício nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, estão subdivididas em: A) centralizada, descentralizada e integrada. B) terceirizada, simplificada e compartilhada. C) centralizada, compartilhada e terceirizada. D) integrada, descentralizada e compartilhada. E) simplificada, compartilhada e descentralizada. 7 - (ESAF / ENAP / 2006) - Considera-se como processo de tomada de contas, o A) conjunto de documentos e informações, obtidos direta e indiretamente, que permitam avaliar a conformidade e o desempenho da gestão dos responsáveis por políticas públicas. B) processo de contas relativo à gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal direta.

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C) processo de avaliação de contas, quando da extinção, liquidação, transformação, fusão ou incorporação de empresas públicas. D) relatório de gestão apresentado pelo responsável da unidade da administração federal direta ao Tribunal de Contas da União. E) processo organizado anualmente pelas unidades jurisdicionadas cujos responsáveis estão subordinados ao Tribunal de Contas da União. 8 - (ESAF / CGU / 2006) - Nos termos da Instrução Normativa n. 001/2001, da Secretaria Federal de Controle, a Auditoria Governamental direta pode assumir as seguintes formas: A) centralizada, descentralizada e integrada. B) simplificada, compartilhada e terceirizada. C) concentrada, simplificada e difusa. D) concentrada, desconcentrada e delegada. E) simplificada, compartilhada e desconcentrada. 9 - (ESAF/ CGU / 2012) - Uma auditoria qualquer, coordenada pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal com o auxílio de uma empresa privada de auditoria, deve ter sua forma de execução classificada como: a) Centralizada. b) Descentralizada. c) Integrada. d) Compartilhada. e) Terceirizada. 10 - (ESAF / CGU / 2006) - De acordo com a IN SFC/MF n. 01/2001, assinale a opção que apresenta uma classificação de auditoria incorreta. A) Auditoria contábil. B) Auditoria de avaliação da gestão. C) Auditoria de acompanhamento da gestão. D) Auditoria financeira. E) Auditoria especial. 11 - (ESAF / CGU / 2006) - Nos termos da IN SFC/MF n. 001/2001, assim como as auditorias, as fiscalizações podem ser realizadas sob as seguintes formas, exceto: A) centralizada. B) integrada. C) compartilhada. D) simplificada. E) terceirizada. 12 - (ESAF / STN / 2002) - Assinale a opção que não se insere nas finalidades do sistema de controle interno, por intermédio da técnica de auditoria do Poder Executivo Federal: A) controlar a gestão financeira e patrimonial nos órgãos da Administração Pública Federal. B) realizar auditoria nos sistemas contábil, financeiro e de pessoal e demais sistemas administrativos e operacionais. C) realizar auditoria de gestão dos recursos públicos federais sob a responsabilidade de órgãos públicos. D) apurar irregularidades praticadas por agentes públicos com a utilização de recursos públicos federais. E) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

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13 - (ESAF / STN / 2002) - A forma de auditoria realizada com a utilização de indicadores de desempenho que fundamentam a opinião do agente executor das ações de controle e cujo custo-benefício não justificar o deslocamento de uma equipe para o órgão auditado classifica- se como: A) Direta B) Integrada C) Compartilhada D) Simplificada E) Terceirizada 14 - (ESAF / STN / 2002) - A auditoria do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal é classificada em: A) interna, operacional, de controle interno, de avaliação de gestão e independente. B) operacional, especial, de avaliação de gestão, de acompanhamento de gestão e de mensuração. C) contábil, de processos, de gestão, de acompanhamento da gestão e operacional. D) de desempenho, operacional, especial, de processos e de acompanhamento de gestão. E) contábil, operacional, de avaliação da gestão, de acompanhamento da gestão e especial. 15 - (ESAF / SEFAZ-PI / 2001) - O tipo de auditoria que tem por objetivo emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas das unidades e das entidades da administração pública, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, bem como a probidade na aplicação dos dinheiros públicos, é denominada, de acordo com as normas de auditoria governamental: A) Auditoria de Avaliação da Gestão B) Auditoria de Acompanhamento da Gestão C) Auditoria Contábil D) Auditoria Operacional E) Auditoria Especial 16 - (ESAF / SEFAZ-PI / 2001) - Os trabalhos de auditoria coordenados pelo órgão de auditoria governamental, com o auxílio de órgãos ou instituições públicas ou privadas de auditoria ou fiscalização, são uma forma de auditoria governamental denominada: A) Direta – Centralizada B) Indireta – Compartilhada C) Direta – Descentralizada D) Indireta – Terceirizada E)Direta – Integrada 17 - (ESAF / SFC / 2001 - adaptada) - Assinale a opção que contém formas de auditoria governamental, conforme previstas na Instrução Normativa no 01 da Secretaria Federal de Controle. A) diretas, indiretas e simplificada B) integradas, semi-integradas e indiretas C) subsidiárias, integrais e compartilhadas D) diretas, variáveis e indiretas E) integrais, parciais e específicas 18 - (CESGRANRIO / SEPLAG-SSA / 2011) - Constituem objeto do exame de auditoria governamental, EXCETO: (A) a execução dos planos, programas, projetos e atividades que envolvem recursos públicos. (B) os contratos firmados por gestores públicos com entidades privadas para prestação de serviços, execução de obras e fornecimento de materiais. (C) os contratos firmados entre entidades privadas em negócios em que não há participação de entes públicos.

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(D) os instrumentos e sistemas de guarda e conservação dos bens e do patrimônio sob responsabilidade das unidades da administração direta e entidades supervisionadas. (E) os sistemas administrativos e operacionais de controle interno utilizados na gestão orçamentária, financeira e patrimonial de órgãos públicos. 19 - (ESAF/ANA/2009) - Assinale a opção verdadeira a respeito do objetivo primordial e abrangência da auditoria no Setor Público Federal. a) O objetivo primordial é o de garantir os resultados operacionais na gerência da coisa pública, abrange todas as unidades e entidades públicas federais e leva em conta os aspectos relevantes relacionados à avaliação dos programas de governo. b) Abrange as entidades e unidades da administração indireta e tem como objetivo primordial verificar a regularidade dos atos praticados por ordenadores de despesa quanto à execução orçamentária e financeira. c) O objetivo primordial é o de garantir que os objetivos e metas definidos no orçamento sejam atingidos e abrange as entidades constantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. d) A abrangência é a definida na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício e o objetivo primordial é verificar o cumprimento da lei orçamentária anual. e) A abrangência e o objetivo primordial são o de assegurar que os recursos alocados aos projetos sejam aplicados no cumprimento das políticas públicas. 20 - (CESGRANRIO/Casa da Moeda/2009) - De acordo com a IN SFC/MF no 001/2001, o procedimento que tem por objetivo emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados, classifica-se como auditoria do tipo: (A) contábil. (B) avaliação da gestão. (C) acompanhamento da gestão. (D) operacional. (E) especial. 21 - (ESAF/ANA/2009) - Sobre as normas de auditoria utilizadas no âmbito do Poder Executivo Federal, previstas na IN SFC/MF no 01/2001, analise as afirmativas a seguir. I – São formas de auditoria aplicáveis ao setor público: a simplificada, a operacional e a centralizada. II – O tipo de auditoria executada por servidor lotado em unidade regional do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal é um exemplo de auditoria direta compartilhada. III – Cabe ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal realizar auditorias nos processos de tomada de contas especial. IV – A finalidade básica da auditoria é comprovar a legalidade e a legitimidade dos atos e fatos administrativos e avaliar os resultados alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, eficácia e economicidade da gestão. Está correto APENAS o que se afirma em (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. 22 - (FCC / INFRAERO / 2011) - A auditoria operacional efetuada pelo órgão de controle interno:

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A) tem por finalidade o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação expressa de autoridade competente. B) compreende o exame dos registros e documentos e a coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de uma unidade, entidade ou projeto. C) objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da entidade auditada ou a ela confiados. D) consiste em avaliar as ações gerenciais das unidades ou entidades da administração pública, programas de governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade. E) tem por objetivo atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma unidade ou entidade auditada, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional. 23 - (ESAF / RFB / 2012)- Os auditores públicos foram designados para examinar as demonstrações contábeis da Empresa Transportes Fluviais S.A. O objetivo é avaliar se os recursos destinados à construção dos dois novos portos foram aplicados nos montantes contratados, dentro dos orçamentos estabelecidos e licitações aprovadas. Foi determinado como procedimento a constatação da existência física dos portos. Esse tipo de auditoria pública é classificada como auditoria: a) de gestão. b) de programas. c) operacional. d) contábil. e) de sistemas.

GABARITO

1 – D 2 – C 3 – D 4 – C 5 – D 6 – A 7 – B 8 – A 9 – D 10 – D 11 – D 12 – A 13 – D 14 – E 15 – A 16 – B 17 – A 18 – C 19 - A 20 - B 21 - E 22 - D 23 - A

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Auditoria p/ Receita Federal - 2014

Teoria e exercícios

Prof. Rodrigo Fontenelle

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Referências utilizadas na elaboração das aulas ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ________. Auditoria Interna. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. BRITO, Claudenir; FONTENELLE, Rodrigo. Auditoria privada e governamental: Teoria de forma objetiva e questões comentadas. Rio de Janeiro: Elsevier. 1. ed. 2013. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. Instrução Normativa 01, de 06 de abril de 2001. Brasília, 2001. CREPALDI, Sílvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. FONTENELLE, Rodrigo. Auditoria - Questões. Rio de Janeiro: Elsevier. 1. ed. 2012. FRANCO, Hilário e MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MACHADO, Marcus Vinícius Veras e PETER, Maria da Glória Arrais. Manual de auditoria governamental. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2003. OLIVEIRA, Luís Martins de et al. Curso básico de auditoria. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. RIBEIRO, Juliana Moura e RIBEIRO, Osni Moura. Auditoria fácil. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.