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Rua Pandiá Calógeras, 250/1601, Prado CEP: 50.720-160 - Recife-PE - Fone/Fax: +55 81 3445-5241 http://www.creativante.com.br - e-mail: [email protected] ======================================== “Agenda do Setor de TICs de Pernambuco para 2035” ======================================== Proposta para Discussão J C Cavalcanti Consultoria e Soluções em Tecnologia e Sistemas de Informação Ltda. (CREATIVANTE) Recife, 24 de Novembro de 2015

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========================================

“Agenda do Setor de TICs de

Pernambuco para 2035”

========================================

Proposta para Discussão

J C Cavalcanti Consultoria e Soluções em Tecnologia e Sistemas de Informação

Ltda. (CREATIVANTE)

Recife, 24 de Novembro de 2015

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SUMÁRIO

A Agenda do Setor de TICs de Pernambuco para 2035

Resumo Executivo

1- Introdução

2- O que é o Setor de TICs no Brasil?

2.1- O Sub-Setor de Hardware

2.1.1- Panorama 2.1.2- Perspectivas

2.1.3- Entrada de Mercado

2.1.4- Oportunidades

2.2- O Sub-Setor de Software e Serviços

2.2.1- Panorama

2.2.2- Perspectivas

2.2.3- Oportunidades

2.2.4- Modelos Distributivos

2.3- Interfaces do Setor de TICs com outros Setores da Economia

2.3.1- Panorama, Perspectivas e Oportunidades

3- O que é Setor de TICs em Pernambuco?

3.1- Os Sub-Setores de Hardware e Software & Serviços

4- A Agenda do Setor de TICs de Pernambuco para 2035

4.1- Horizonte/Alvo

4.2- Principais Desafios

4.3- Políticas de Ação para a Agenda

Referências

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Resumo Executivo

O Setor de Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs de qualquer nação contemporânea representa hoje o que há de mais importante e estratégico para o futuro de sua economia e sociedade. Os avanços obtidos neste setor nos últimos vinte anos têm alterado de forma substantiva a forma como aprendemos, como trabalhamos, como nos divertimos e nos relacionamos.

Neste sentido, pensar o Futuro (com F maiúsculo) significa hoje pensar o futuro do Setor de TICs. Sendo assim, nós, empresários e profissionais do setor signatários deste documento, apresentamos à sociedade pernambucana uma “Agenda para o Setor de TICs” deste Estado para o ano de 2035.

Como é apontado neste documento, o setor de TICs do Brasil, apesar da crise econômica que o país vivencia desde o ano de 2014, é um setor dinâmico e pujante, tanto no seu segmento de hardware como no segmento de software e serviços relacionados, e apresenta, apesar de tudo, taxas de crescimento consideráveis para os padrões internacionais.

O setor de TICs de Pernambuco não deixa a desejar. Apesar de constituir uma economia periférica no cenário nacional, Pernambuco conseguiu estabelecer no seu território um setor de TICs que tem hoje uma visibilidade nacional respeitável, fazendo com que fosse possível erigir iniciativas importantes como o seu Porto Digital. Fundado no ano de 2000, após 15 anos de desenvolvimento este “ecossistema de TICs” (reconhecido pelo Porto Digital) chegou à marca de aglutinação de cerca de 250 empresas, conformando um quadro profissional a ele relacionado de cerca de 7.000 profissionais, perfazendo receitas superiores a R$ 1 bilhão de reais.

Mas Pernambuco, por sua importância histórica e pelo seu reconhecido protagonismo, não pode deixar de ousar, nem pode, nos dias de hoje, pensar o seu Futuro sem pensar no seu setor de TICs no futuro. Sendo assim, esta Agenda tem o espírito de estabelecer um compromisso “com o futuro” de alavancar o seu ecossistema de TICs para chegar ao ano de 2035 com os seguintes números:

■ 1.000 (hum mil) empresas;

■ 30.000 (trinta mil) profissionais de TICs;

■ R$ 40 (quarenta) bilhões de faturamento (um faturamento médio anual de R$ 40 milhões por empresas).

Sabemos que chegar a estes números não será fácil, afinal são grandes os desafios presentes e futuros. No entanto, não podemos nos omitir em apontar o que desejamos para o nosso futuro. E como já dizia Peter Drucker, considerado o pai da Administração Moderna, “a melhor maneira de prever o futuro é cria-lo”. Logo, vamos criar o Futuro de Pernambuco!

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1- Introdução

Este documento apresenta uma Agenda do Setor de TICs de Pernambuco para o ano de 2035. Ele foi fruto de várias iniciativas que se superpuseram ao longo dos últimos anos. De forma substantiva, ele teve origem formal numa demanda realizada pela Sociedade SOFTEX-Recife à Creativante ainda no ano de 2014.

Durante o ano de 2015 a Creativante desenvolveu um trabalho de consultoria para a SOFTEX-Recife que resultou num conjunto de oficinas e de dois relatórios de trabalho. Nesta atividade, a Creativante teve a oportunidade de identificar como os pilares do GCI -Global Competitiveness Index (Índice de Competitividade Global - ICG) do World Economic Forum - WEF (Fórum Econômico Mundial - FEM) estavam caracterizados no Brasil, e, por extensão, em Pernambuco. As demais atividades indicadas foram a de caracterização do setor de TICs do Estado a partir do arcabouço sugerido pelo The Global Information Technology Report – Relatório Global de Tecnologia da Informação, também produzido pelo FEM, bem como as possibilidades futuras deste setor para o aumento da competitividade e para a melhoria dos padrões de vida e oportunidades do Estado, e por decorrência, do país.

Em janeiro de 2015 a Creativante tomou conhecimento de que o Fórum Econômico Mundial acabara de publicar o relatório “Leveraging Entrepreneurial Ambition and Innovation: A Global Perspective on Entrepreneurship, Competitiveness and Development” (Alavancando Ambição e Inovação Empreendedora: Uma Perspectiva Global sobre Empreendedorismo, Competitividade e Desenvolvimento), que examina, de forma pioneira no mundo, a relação complexa de empreendedorismo e competitividade de uma perspectiva nova. Este relatório foi fundamental para uma tomada de posição da Creativante em relação ao seu foco de preocupações, bem como ao que priorizar nas sugestões feitas à SOFTEX-Recife.

Mas foi através das discussões no Comitê Estratégico de TI da AMCHAM, Presidido pelo empresário Yves Nogueira, tendo como Vice-Presidente Sérgio Barreto, líder do Setor de TI do Grupo Brennand, que esta Agenda tomou corpo e ganhou este primeiro formato voltado para as primeiras discussões com a sociedade pernambucana.

Neste sentido, para orientar os trabalhos, a Creativante se propôs a estabelecer um panorama de base sobre o estado da arte do Setor de TICs no Brasil, tanto nos segmentos de hardware como de software e serviços relacionados, apresentado na seção 2 deste documento. Na seção 3 é apresentado um panorama do Setor de TICs de Pernambuco, através de seus aspectos constitutivos mais relevantes.

Finalmente, na seção 4 é apresentado o conteúdo central do que aqui se denomina por Agenda, onde é apontado um horizonte/alvo para se pensar o que deverá ser o Setor de TICs de Pernambuco em 2035, apontando os principais desafios a serem enfrentados para o alcance daquele horizonte/alvo, bem como as políticas de ação necessárias para superação daqueles desafios.

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2- O que é o Setor de TICs no Brasil?

Este item temático tenta apresentar o estado da arte do Setor de TICs no Brasil. Ele é composto essencialmente de panoramas, perspectivas e oportunidades que estão se delineando para os segmentos tanto de hardware quanto de software e serviços relacionados. Não tem a pretensão de ser exaustivo, mas sim de trazer à luz aquilo que mais sobressai aos olhos do observador atento, marcadamente o observador internacional, uma vez que este item está fortemente apoiado na leitura que fez o U.S. Commercial Service, em documento recente de 2015.

2.1- O Sub-Setor de Hardware

2.1.1- Panorama

O Brasil é o segundo maior mercado de TI entre as economias emergentes depois da China. Também apresenta um balanceado segmento de mercado de TI quando comparado com outros países dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). O segmento de TI do Brasil permanece o sétimo maior mercado do mundo; no entanto, está projetado para ser o quinto em 2022 (U.S. Commercial Service, 2015).

A indústria brasileira de TI (também referida como TICs) foi avaliada em US$ 60 bilhões em 2014. De acordo com a IDC (International Data Corporation), os investimentos em TI atingiram US$ 34.8 bilhões em 2014. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) reporta que a indústria de TI diminuiu em 2014, e as projeções para 2015 são de que certos mercados nicho continuarão a investir em tecnologia, especialmente no setor financeiro.

Os Jogos Olímpicos de 2016 também fomentarão mais investimentos em TI no país para dar suporte à infraestrutura, transporte e segurança.

2.1.2- Perspectivas

O ano de 2015 deverá ser reconhecido como o “Ano dos Tablets e dos Smartphones”. De acordo com a ABINEE, o crescimento das vendas do setor de eletrônicos foi motivado por estes itens de consumo. Com o crescente uso de dispositivos portáveis, as companhias brasileiras estão adotando o Bring your Own Device (BYOD) para o trabalho, o que será também de grande benefício para a indústria.

O Governo do Brasil tem criado mecanismos e incentivos para atrair os produtores de tablets para instalarem plantas industriais no país (Lei 12.507, de 11/10/2011).

Equipamentos de armazenamento irão continuar em demanda no Brasil, à medida que o volume de dados se torna disponível. Há um crescente número de companhias buscando informação e conhecimento em Cloud Computing, Platform as a Service (PaaS) e Infrastrucuture as a Service (IaaS), e, consequentemente, a necessidade de servidores e equipamentos de armazenamento seguirá a tendência. Governo e entidades privadas usam tais tecnologias para suas câmeras de vigilância, gestão de conteúdo para bibliotecas e museus, bem como digitalização do sistema jurídico. O mercado para dispositivos de armazenamento pessoal, tais como Network Access

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Storage (NAS) para consumidores irá também expandir. A demanda por impressoras 3-D é também esperada crescer nos próximos três anos.

O setor financeiro continua a ser um dos maiores investidores em TICs. De acordo com a revista Computerworld, o setor financeiro investiu acima de US$ 7 bilhões em TICs em 2014, um crescimento de 6%. Apesar da diminuição do ritmo da economia brasileira, o setor financeiro não vai parar de investir em TICs. 43% deste investimento foram feitos em hardware, o qual inclui a modernização da infraestrutura e datacenters.

2.1.3- Entrada de Mercado

A maioria dos distribuidores de computadores no Brasil é de companhias nacionais, mas distribuidores estrangeiros têm chegado ao Brasil fazendo parcerias com estes distribuidores existentes, de forma a se tornarem mais competitivos.

Companhias estrangeiras devem considerar a possibilidade de uma distribuição ou acordo de representação com companhias locais bem estabelecidas no país. Estas companhias são capazes de navegar no ambiente de negócios do Brasil, e terão mais fácil acesso ao potencial usuário final. Além disso, companhias estrangeiras interessadas em participar de ofertas públicas devem ter um representante local estabelecido.

2.1.4- Oportunidades

Em adição aos benefícios de produzir “tablets” no Brasil, desde 2007 o Ministério da Educação tem investido no PROINFO, um programa para promover tecnologia como uma importante ferramenta de ensino nas salas de aula. O programa inclui instalações de laboratórios de tecnologia nas escolas públicas, laptops para professores e estudantes, quadros digitais, projetores e tablets.

A política de comércio exterior do Brasil tem claramente favorecido a produção doméstica de PCs em relação à importação de sistemas completos. As tarifas para os sistemas completos de PCs permanecem altas, e apesar das mudanças de políticas, a tendência provável é de que continue, impulsionando os vendedores estrangeiros a estabelecerem instalações no Brasil. A política do governo no Brasil também estipula que os fabricantes de PCs necessitam manter uma razão mínima de 3% do investimento em P&D, como proporção da receita, no país. Isto encoraja fabricantes domésticos a inovarem e permanecerem competitivos em relação aos produtos estrangeiros.

Um desafio para companhias privadas será a “Lei de Preferência” – Decreto 7.903- de 04/02/2013, que dá 25% de vantagem para os produtos produzidos localmente quando participando de ofertas públicas.

2.2- O Sub-Setor de Software e Serviços

2.2.1- Panorama

A indústria brasileira de TI é considerada a sétima maior do mundo, com um valor de mercado de US$ 60 bilhões em 2014. De acordo com pesquisa pela IDC (International Data Corporation) em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Software

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(ABES), investimentos feitos em software e serviços de TI (não contando exportações do Brasil) atingiram US$ 25.2 bilhões em 2014. O setor de software sozinho atingiu a marca de US$ 11.2 bilhões (excluindo exportações) e o mercado de serviços foi avaliado em US$ 14 bilhões em 2014.

Apesar das projeções para um crescimento limitado da economia brasileira nos próximos poucos anos, o gasto brasileiro em TI deverá aumentar alho como 7,3% em 2015. A mais significativa tendência deste setor é o aumento na comunicação de dados em dispositivos móveis (smartphones e tablets), segurança de dados (segurança cibernética e cloud computing), IoT – Internet of Things (Internet das Coisas), infraestrutura para serviços baseados em nuvem, “application development and deployment” (desenvolvimento de aplicativos e implementações) para o terceiro setor, e investimentos em big data e analytics. Notadamente, investimentos em infraestrutura em preparação para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de janeiro são esperados polarizarem novos gastos em software. Como resultado, o mercado de serviços de software, que já detém a mais alta taxa de crescimento da América latina, está projetado exceder 7,3% por ano em 2015.

De acordo com a ABES, a grande e crescente economia do Brasil e a adoção de tecnologias os tornam um mercado relevante para tecnologia e provedores de serviços buscando oportunidades para expansão global. Comparado com outros países Latino-Americanos, Brasil investiu US$ 128 bilhões no mercado de TI, representando 46% do investimento de toda a região.

Os setores de serviços e financeiro representam quase 50% do mercado de usuários, seguido pelo de telecom, indústria em geral, comércio exterior, governo, petróleo e gás, e setores agrícolas. O mercado de software consiste de aproximadamente 12.661 empresas dedicadas ao desenvolvimento, produção e distribuição de software e serviços. No segmento de desenvolvimento de software e produção, 98% podem ser classificados como empresas de pequeno e médio portes.

2.2.2- Perspectivas

Há um crescente número de empresas buscando informação e conhecimento em cloud computing. A demanda por colaboração internacional, segurança, CRM, armazenamento e produtividade irá acelerar nos próximos anos. Virtualização e consolidação de investimento em infraestrutura irão continuar como uma prioridade nos negócios. Novas soluções irão liderar uma profunda mudança na operação e entrega de soluções de TI, à medida que os fornecedores irão liberar ofertas específicas e concentradas para o ambiente cloud em 2015, com a rápida proliferação de Platforms as a Service (PaaS) e Infrastructure as a Service (IaaS). Espera-se que a infraestrutura e os serviços de cloud computing irão crescer acima de 50% do mercado de cloud pública brasileiro em 2015, e investimentos em Big Data e Analytics irão atingir U$ 778 milhões.

Dados móveis irão também, continuar a crescer a taxas exponenciais. Algumas soluções de serviços telecom irão expandir suas ofertas 4G, as quais irão expandir a crítica rede móvel. Data Centers irão se modernizar ou aumentar as atuais capacidades nos anos vindouros. Analistas da indústria preveem que mais de 130 milhões de coisas estarão conectadas no Brasil, contabilizando algo como metade de toda América Latina.

As empresas de telecom já estão usando soluções de software B/OSS (Business Support System and Operation Systems) para ajudarem no aumento da lucratividade, enquanto simultaneamente otimizam desenvolvimento e custos de implementação. O

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bem desenvolvido setor financeiro busca soluções de cyber segurança para prevenir fraudes eletrônicas.

A demanda de software para telecomunicações é esperada crescer como resultado da convergência de dados, voz e telecomunicações convencionais e móveis. A mais significativa tendência neste setor é o aumento da comunicação em dispositivos móveis, tais como tablets e smartphones. Crescimento continuado é esperado para os próximos poucos anos.

A presente tendência no Brasil é para as áreas de TI, infraestrutura, redes e telecomunicações consolidarem tecnologias. A este respeito, à medida que as empresas brasileiras de TI se tornam maduras elas estão atraindo o interesse de competidores e fundos de investimento em capital.

No seio do segmento de software, 45% do mercado representam compras de aplicações empresariais tais como soluções CRM, ERP e SCM; enquanto soluções de sistemas de infraestrutura, tais como plataformas para administrar e operar ativos de software, contribuem com 36%.

Com a expansão da banda larga no Brasil, o comércio eletrônico está se tornando parte da rotina diária das empresas brasileiras e indivíduos. As perspectivas de crescimento do setor são de dobrarem em 2017, atingindo um volume de vendas de U$ 25 bilhões.

Na última década mais de 30% da população se juntou à classe média, um grupo com melhor acesso à infraestrutura e produtos ao consumidor, notadamente dispositivos inteligentes móveis. Projeta-se que em 2015 mais de três milhões de lares irão obter seus primeiros dispositivos conectados – usualmente tablets e smartphones – e o número de famílias com pelo menos um dispositivo deve exceder 30 milhões. Em 2015 o número de notebooks será maior do que o de desktops no mercado brasileiro. A demanda irá motivar o lançamento de mais aplicativos de software específicos e soluções de conectividade móvel.

2.2.3- Oportunidades

A maioria dos distribuidores de computadores no Brasil é de empresas nacionais, mas nos anos recentes distribuidores estrangeiros têm entrado no mercado e têm feito parcerias com canais de dealers/re-sellers (vendedores e revendedores) para se tornarem mais competitivos.

Um forte parceiro financeiro é importante para os distribuidores de hardware e software de computadores no Brasil; portanto, um número de distribuidores brasileiros está colaborando com parceiros do setor bancário para solidificar suas posições financeiras. Os recursos financeiros aumentados permitem aos distribuidores oferecerem melhores termos financeiros e de pagamentos para seus revendedores. No Brasil, devido às altas taxas de juros nos empréstimos, esta habilidade é uma vantagem competitiva distinta.

À medida que o número de revendedores, value-added resellers (VARs), e agentes cresce e seus portfólios se expandem, mais distribuidores irão aderir ao modelo de distribuição two-tier (duas camadas). À frente há uma descrição deste modelo de camadas que opera no Brasil.

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2.2.4- Modelos Distributivos

Tal como nos EUA e em outros mercados desenvolvidos, no modelo one-tier distribution (distribuição de uma camada) o fornecedor entrega o produto para o usuário final via agentes, VARs, e integradores de sistemas. O fornecedor não depende de um distribuidor para ofertar aos revendedores, que estão em contato direto com o usuário final.

O modelo two-tier (de duas camadas) é o mesmo que o modelo one-tier, mas com um intermediário adicional. No modelo two-tier, o fornecedor oferta o produto para o distribuidor, que então passa o produto para um canal de distribuição intermediário tais como um VAR, agente ou integrador de sistemas, cada qual com acesso ao usuário final.

Em agosto de 2012 o Governo Federal do Brasil lançou o Programa “TI Maior”, em que o governo iria investir algo como R% 500 milhões em inovação, desenvolvimento de software nativo e tecnologia de informação até o ano de 2015. Desta quantia, R$ 40 milhões seriam aplicados nas “start-ups”.

O desafio para as empresas estrangeiras é a “Lei das Preferências” – Decreto 7.174, que dá uma preferência de custo até 25% das soluções desenvolvidas localmente quando participando de ofertas de compras públicas. Os desenvolvedores de software devem passar por um processo de certificação de forma a provar o conteúdo local de suas soluções.

Servidores de virtualização, o que já é uma realidade em empresas de médio e grande portes, irão continuar a crescer em 2015. De forma a absorver o volume de dados que está crescendo a uma taxa de 30% ao ano, a proliferação de máquinas virtuais, e o crescente uso de novas aplicações, tais como CRM e business intelligence, as empresas brasileiras irão investir pesadamente em soluções de memória e armazenamento.

O aumento no tráfego de dados emergindo da expansão da virtualização e do uso de dispositivos móveis em redes corporativas, irá impactar positivamente no mercado de switches e redes LANs sem fio. A segurança de dispositivos móveis também irá se tornar uma prioridade.

2.3- Interfaces do Setor de TICs com outros Setores da Economia

2.3.1- Panorama, Perspectivas e Oportunidades

Apesar de muitos reconhecerem a importância estratégica das TICs para todos os demais setores da economia, ainda não muito poucos os trabalhos que documentem como as interfaces (das TICs e demais setores) se manifestam na prática, e como fazer para induzir formas que alavanquem ainda mais estes segmentos econômicos.

Uma abordagem que vem conquistando a atenção de vários especialistas e de fazedores de políticas é aquela denominada de “complexidade econômica” ou “capacidade computacional”. Desenvolvida pelos professores do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology – MIT e pela Harvard Kennedy School, ambos nos EUA, esta abordagem argumenta que os países ricos são aqueles com alta capacidade computacional para processar informação e gerar produtos em uma intrincada rede produtiva. Trata-se de uma abordagem que procura entender a riqueza e a pobreza de países a partir da ótica de domínio de conhecimento e tecnologia, utilizando vastos bancos de dados.

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A partir da pauta exportadora de determinada economia, através desta abordagem é possível medir de forma indireta a sofisticação tecnológica de seu tecido produtivo. Os dois conceitos básicos para avaliar se um país é complexo economicamente, ou sofisticado, são a ubiquidade e a diversidade de produtos encontrados em sua pauta exportadora.

Para se entender estes conceitos, faz-se necessário associar o problema da escassez relativa, especialmente de produtos naturais, como diamantes e urânio. Os bens não ubíquos são divididos entre aqueles que têm alto conteúdo tecnológico e, portanto, são de difícil produção (como aviões), e aqueles altamente escassos na natureza (como o nióbio) e, portanto, com não ubiquidade natural.

Para controlar esse problema de recursos naturais escassos na medição da complexidade, a abordagem da complexidade usa a técnica de comparar a ubiquidade do produto feito em determinado país com a diversidade de produtos que esse país é capaz de exportar. Por exemplo: Botsuana e Serra Leoa produzem e exportam algo raro, e, portanto, não ubíquo: diamantes brutos. Mas sua pauta exportadora é extremamente limitada e não diversificada. Tem-se aqui, então, casos de não ubiquidade sem ocorrência de complexidade.

No extremo oposto estão produtos como equipamentos médicos de processamento de imagem, algo que praticamente Japão, Alemanha e EUA conseguem fabricar; certamente produtos não ubíquos. Só que, nesses casos, as pautas de exportação dos três países são extremamente diversificadas, indicação de que são altamente capazes de fazer várias coisas. Ou seja, não ubiquidade com diversidade significa “complexidade econômica”. Um país que tenha uma pauta muito diversificada, mas com bens ubíquos (como peixes, tecidos, carnes, minérios), não apresenta grande complexidade econômica; faz o que todos fazem. Ou seja, diversidade com ubiquidade significa falta de complexidade econômica.

Esta é a abordagem que está na raiz do Economic Complexity Index (Índice de Complexidade Econômica). Este índice tem uma versão brasileira, o DataViva, fruto de uma parceria entre o MIT e o governo do Estado de Minas Gerais. O índice atribui um peso à informação contida em cada produto, do material à tecnologia e aos processos de gestão necessários para que ele seja criado. Logo, a complexidade dos produtos de uma região revela muito mais sobre ela do que o Produto Interno Bruto (PIB), pois reflete os investimentos em educação e o tempo de escolaridade da população, por exemplo.

Um bom exemplo do potencial desta metodologia pode ser aquilatado a partir da visualização da balança comercial do município de Recife, onde se observa (pela Figura 1 à frente) que esta cidade importa vários produtos sofisticados, tais como instrumentos médicos, o que é um indicativo da existência de uma base de recursos humanos relativamente sofisticada (em termos de domínio de conhecimento científico e tecnológico) que faz uso destes instrumentos.

Por outro lado, Recife exporta produtos (ver Figura 2 à frente), tais como bombas de ar e conjuntos de geradores elétricos, que são indicativos de que uma base de fabricação de bens de capital sofisticados existe nesta cidade, traduzindo uma competência específica (em Metal-Mecânica e Elétrica) em produzir tais produtos.

O que se pretende com a demonstração desta abordagem, é que as interfaces do setor de TICs com outros segmentos econômicos podem ser mais entendidas a partir desta abordagem da complexidade. A título de exemplo (utilizando os dados das figuras acima), observa-se a importância das cadeias produtivas dos setores de metal-

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mecânica e elétrica do Estado de Pernambuco (ou de Recife) na pauta de exportação do munícipio.

Como outro exemplo, que poderia ser o foco de estratégia comercial futura, poderia ser o seguinte: por que não desenvolver hardware para a substituição de importações de dispositivos ou equipamentos médicos como uma oportunidade de negócio? E porque não, intensificar estratégias de inovação, como as já adotadas pelo C.E.S.A.R., como o seu monitor de irrigação, que viabiliza (ao produzir hardware localmente) a cadeia pernambucana do Agronegócio?

Em resumo, há um enorme elenco de “desconhecidos” que precisam se tornar “conhecidos” de modo que se agir mais sobre a interface do setor de TICs com demais setores da economia de Pernambuco. E para isso, a abordagem da complexidade econômica é a mais indicada para esta finalidade.

Figura 1: Importações do Recife

Fonte: Dataviva (2015)

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Figura 2: Exportações do Recife

Fonte: Dataviva (2015)

3- O que é Setor de TICs em Pernambuco?

O setor de TICs de Pernambuco, aqui denominado de “Ecossistema de TICs” pode ser visualizado a partir da Figura 3, apresentada no documento preliminar denominado “Plano Estratégico da SOFTEX-Recife/2015”, cujos autores são os consultores Cláudio Marinho e Emerson Emerenciano.

A figura recebeu (no Relatório Final intitulado “Perspectivas para o Setor de Tecnologias de Informação e Comunicação- TICs de Pernambuco para o ano 2020”, produzido em 2015 pela empresa Creativante para a SOFTEX-Recife, doravante: Creativante, 2015) a denominação de “representação estática parcial” por duas razões. Em primeiro lugar, ela constitui uma representação esquemática de uma realidade (ou seja, é uma “foto”, usando a metáfora da “foto”) que tenta modelar o inter-relacionamento dos principais atores que intervêm na composição do ecossistema. Em segundo lugar, ela ignora um importante ator dos ecossistemas mundiais, como é a sociedade civil, já que os consumidores/usuários finais, aqueles que adotam as TICs, hoje exercem papel preponderante no sucesso destes ecossistemas. Por último, a representação é denominada estática por não configurar a dinâmica do ecossistema (ou seja, o “filme/evolução”, usando a metáfora do “filme”).

É parcial também no sentido de que oferece uma visão geral, mas não destaca os elos micro-organizacionais. Neste sentido, é importante destacar o que aqui se denomina por “microeconomia do ecossistema de TICs”, como pode ser visualizado a partir da Figura 4 à frente. Nesta figura é apresentada uma representação esquemática de como o complexo de Ciência, Tecnologia e Inovação- C&T&I de uma nação (no caso a brasileira) se articula com o complexo educacional formador dos profissionais de TICs, e como estes complexos se articulam com a indústria de TICs a partir dos seus ciclos constitutivos. A Figura 4 pode ser desdobrada em três outras, como são as Figuras 5, 6 e 7.

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Figura 3: Representação estática parcial do Ecossistema de TICs de Pernambuco

Fonte: Marinho e Emerenciano (2015)

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Figura 4: Microeconomia do Ecossistema de TICs

A Figura 5 dá destaque ao complexo de C&T&I, apontando, para o caso do Brasil, alguns dos seus principais instrumentos e mecanismos. A Figura 6 ilustra como o complexo da educação formador dos profissionais de TICs identifica as suas diversas áreas de competência. A Figura 7 dá destaque aos ciclos de estruturação das indústrias de TICs, partindo do ciclo de vida de produtos e serviços, passando pelo ciclo de vendas, até chegar ao ciclo de negócios de produtos e serviços de TICs. No Brasil em particular, a trajetória histórica de nossa indústria aponta para muitos investimentos (e energia) no primeiro ciclo, pouco no segundo, e quase nada no terceiro ciclo.

Uma outra dimensão da arquitetura do “Ecossistema de TICs” é a natureza do seu mercado de trabalho. Como pode ser visualizado na Figura 8, o mercado de trabalho na indústria de TICs é estruturado a partir de níveis de habilidades e competências em capital humano, das dimensões da formação, e dos mercados de trabalho propriamente ditos. Os níveis são três: um primeiro nível (básico) que é aquele formado por profissionais com habilidades e competências mais técnicas, ou tecnológicas (como programadores e desenvolvedores, os conhecidos “nerds”); um nível intermediário se estrutura a partir daqueles profissionais com perfil mais administrativo e gerencial; e num último nível, no topo da carreira, estariam aqueles profissionais com perfis mais de liderança ou de perfil empreendedor, que ousam abrir seus próprios negócios. Todos estes profissionais adquirem formações caracterizadas por duas dimensões: a dimensão

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do negócio (onde são passadas noções de lógica e modelagem) e a dimensão das tecnologias (onde são tratados os aspectos centrais do desenvolvimento de tecnologias, tais como Java, dot.Net, iOs, Android, Tizen ,etc).

Mas é fora dos bancos acadêmicos que o mercado de trabalho se estrutura de fato. E neste podem ser observados três patamares distintos: um mercado de maior dimensão, constituído por aquelas empresas, organizações e instituições que são usuárias de TICs (e no caso brasileiro este mercado pode ser denominado como sendo o mercado NIBSS – Não Indústria Brasileira de Software e Serviços, nomenclatura da SOFTEX-Nacional); um mercado num patamar intermediário, composto por empresas, organizações e instituições desenvolvedoras de TICs (no Brasil IBSS - Indústria Brasileira de Software e Serviços); e num patamar no topo dos mercados estaria o mercado de profissionais desenvolvedores de TICs que constituem suas empresas (mercado EMPREENDE).

Do ponto de vista de sua evolução histórica, o Ecossistema de TICs de Pernambuco passou por quatro fases (segundo do relatório Creativante, 2015):

a) A Primeira Fase do “Ecossistema de TICs” de Pernambuco: das necessidades governamentais ao pioneirismo empreendedor;

b) A Segunda Fase do “Ecossistema de TICs” de Pernambuco: a oferta de capital humano especializado (o Departamento de Informática- DI da UFPE, o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife-CESAR e o Centro de Informática- CIn da UFPE);

c) A Terceira Fase do “Ecossistema de TICs” de Pernambuco: Governo Estadual assume papel estratégico das TICs (a emergência do Porto Digital e da Institucionalização da Política Pública de Informática);

d) A Quarta Fase do “Ecossistema de TICs” de Pernambuco: à procura de maior espaço em economias em transformações produtivas (a do Brasil, a do Nordeste e a de Pernambuco).

A Agenda aqui proposta inaugura uma nova fase (a Quinta) na evolução do Ecossistema de TICs de Pernambuco, dando destaque a um novo Horizonte/Alvo, aos desafios que precisam ser enfrentados, e os recursos necessários para o atingimento do Horizonte/Alvo aqui estabelecido.

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Figura 5: O Complexo de C&T&I no Brasil

Fonte: Newsletter da Creativante, 07/02/2011: http://bit.ly/1wU4eLU

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Figura 6: O Complexo Formador dos Profissionais de TICs

Fonte: Newsletter da Creativante, 07/02/2011: http://bit.ly/1wU4eLU

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Figura 7: Ciclos da Indústria de TICs

Fonte: Newsletter da Creativante, 07/02/2011: http://bit.ly/1wU4eLU

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Figura 8: Mercado de Trabalho na Indústria de TICs

3.1- Os Sub-Setores de Hardware e Software & Serviços

Há muito pouco do que dizer acerca da composição efetiva (em termos de produtos e serviços) da estrutura do “Ecossistema de TICs” de Pernambuco. A principal razão é simples de ser diagnosticada: inexistem estatísticas confiáveis recentes a este respeito. Uma única oportunidade registrada em todas as fases do seu desenvolvimento histórico foi aquela proporcionada pela pesquisa “Indicadores de Tecnologia da Informação do Estado de Pernambuco- ITIC-PE”, idealizada pela FACEPE- Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco e desenvolvida pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco- CONDEPE. Esta pesquisa, iniciada em 2001, proporcionou a identificação da estrutura e da dinâmica dos vários segmentos econômicos que compunham a indústria de TICs de Pernambuco (tanto em hardware quanto software e serviços), chegando até a definição da participação desta indústria no produto interno bruto- PIB do Estado desde 1999, como pode ser observado na Figura 9 à frente. Infelizmente esta pesquisa foi interrompida em 2007, e de lá para cá nenhum outro registro significativo foi detectado que representasse o crescimento deste setor até os dias atuais.

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Figura 9- Evolução da participação do PIB setorial no PIB estadual segundo setores de TI&C (1999-2005)

Há que se mencionar um registro recente de pesquisa conduzida para o Núcleo de Gestão do Porto Digital- NGPD, mas tal registro só representa a indicação do faturamento das empresas pesquisadas, e não o PIB setorial. Neste sentido, cabe aqui a sugestão desta Agenda para uma possível recuperação dos ITIC-PE de forma a se constatar a efetivo crescimento do setor (em termos de composição) ao longo dos últimos 10 anos.

Apesar desta fragilidade, em termos de registros numéricos do setor, é possível afirmar que o ecossistema de TICs de Pernambuco é predominantemente voltado para o desenvolvimento de software e serviços correlacionados, muito embora seja possível notar algumas poucas empresas atuando na área de hardware e componentes industriais.

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4- A Agenda do Setor de TICs de Pernambuco para 2035

4.1- Horizonte/Alvo

Pernambuco, liderado por iniciativas como o seu Porto Digital, levou 15 anos para chegar às marcas históricas de 250 empresas de TICs, e 7.000 pessoas relacionadas diretamente ao setor, com um faturamento pouco superior a R$ 1 (hum) bilhão de reais.

Para os próximos 20 anos, ou seja, numa projeção para o ano de 2035, o Horizonte/Alvo desta Agenda é que Pernambuco detenha cerca de:

■ 1.000 (hum mil) empresas no ecossistema estadual de TICs;

■ 30.000 (trinta mil) profissionais de TICs;

■ R$ 40 (quarenta) bilhões de faturamento (um faturamento médio anual de R$ 40 milhões por empresas).

4.2- Principais Desafios

Para que o Horizonte/Alvo acima estabelecido seja alcançado, faz-se necessário superar alguns dos principais desafios que o Ecossistema de TICs de Pernambuco ora se defronta. Estes desafios são:

a) Um dos principais, senão o de maior relevância, é o da AMPLA IGNORÂNCIA da importância econômica e estratégica do setor de TICs, marcamente neste século 21. Este problema não se limita apenas aos não-afeitos às TICs do ponto de vista técnico, mas representa um estado de coisas que decorre da não compreensão (mesmo entre economistas reconhecidos) de um fenômeno econômico denominado de “transformação produtiva” (um exemplo bem emblemático desta condição é a total ausência de referências ao setor no Projeto Pernambuco 2035, apresentado pelo Governo do Estado de Pernambuco ao final de 2013, e reapresentado ao final de 2014)(projeto apresentado pelas empresas TGI, CEPLAN e Multiplan).

Os economistas, profissionais que lidam com modelos e teorias que representam os processos econômicos se utilizam muito de regularidades empíricas (fatos estilizados) para ajudarem em suas argumentações. Alguns fatos estilizados podem ajudar na compreensão da razão pela qual o setor de TICs ainda não ser amplamente reconhecido.

Na Figura 10 à frente, são apresentados alguns gráficos retirados de um recente trabalho que publicado neste ano de 2015 como capítulo de um Handbook of Economic Growth (Manual de Crescimento Econômico). Seus autores construíram uma série de dados de dois séculos de participações setoriais de emprego e valor adicionado de 10 países. Nos gráficos das figuras o eixo vertical é tanto a participação no emprego quanto a participação no valor adicionado. O eixo horizontal é o logaritmo do PIB per capita, em dólares de 1990.

Os gráficos revelam fatos estilizados (padrões) da transformação estrutural que ocorreu nestes 10 países. Ou seja, ao longo de 2 (dois) séculos aumentos no PIB per capita têm estado associados com decréscimos tanto na participação do emprego quanto do valor adicionado na agricultura, e com aumentos tanto na participação no emprego quanto

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na participação no valor nominal no setor dos serviços. O setor industrial tem se comportado diferentemente dos outros 2 setores: suas participações em emprego e em valor adicionado seguem a forma de uma “corcunda”, isto é, elas crescem para baixos níveis de desenvolvimento dos países e decrescem para altos níveis de desenvolvimento.

O que estes gráficos apontam é para a diminuição da importância econômica do setor industrial e para o crescimento da importância econômica do setor de serviços das economias que se desenvolvem. Dentro deste setor de serviços está a grande maioria dos setores de TICs do mundo. Além disto, o setor de TICs é considerado na nova literatura econômica como sendo um setor de General Purpose Tecnologies- GPT (Tecnologias de Propósito Geral), ou seja, tecnologias que têm importância central para os outros setores da economia (industrial e agrícola).

No entanto, esta compreensão infelizmente não é disseminada. Muitos profissionais, bem como muitas instituições, ainda consideram que o setor industrial é o principal motor do crescimento, e que, portanto, um crescimento no setor de serviços representa uma “doença de custos” na economia. Este posicionamento reflete um amplo desconhecimento do peso, e da complexidade, dos serviços nas economias modernas.

Para que possa ficar mais claro o que representa para as economias modernas a expansão de setores como os de TICs, basta que se observe a noção colocada recentemente pelo Prof. Michael Porter do que ele denomina de “Produtos Inteligentes Conectados” (Smart, Connected Products). Em um artigo recente publicado na Harvard Business Review, o Prof. Porter apresenta um ilustrativo exemplo do que está acontecendo com os produtos e serviços modernos.

Na Figura 11 à frente é possível perceber o exemplo tratado pelo Prof. Porter. Na figura vê-se um trator, um produto típico da era industrial que foi desenvolvido para aumentar a produtividade do setor agrícola. No entanto, se ao trator é acoplado um computador, este trator passa a ser um “produto inteligente”. Se este tratador com computador é conectado a uma rede de comunicações, este trator passa a ser um “produto inteligente conectado”. Se este trator inteligente conectado acessa um sistema de informações que

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Figura 10- Participações setoriais do emprego e do valor adicionado em países desenvolvidos selecionados 1800-2000

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Figura 11: Produtos Inteligentes Conectados

Fonte: Porter (2014)

adiciona de segmentos relacionados à atividade agrícola, este produto inteligente conectado passa a ser considerado um “sistema de produtos”. E se este sistema de produtos acessa outros sistemas de informações especializados, tem-se aí um sistema de sistemas, ou um ecossistema de serviços.

Produtos inteligentes conectados, como o acima apresentado, oferecem oportunidades de expansão exponenciais para novas funcionalidades e capacidades que transcendem os limites tradicionais dos produtos. A mudança na natureza dos produtos representa uma cadeia de valor de ruptura e está forçando as empresas a repensarem quase tudo que elas fazem, desde o como elas concebem, projetam e vendem seus produtos, até como elas fabricam, operam, e os servem, bem como elas constroem e asseguram a necessária infraestrutura de TI.

São estas mudanças que são difíceis de serem percebidas, até por exímios profissionais. Entretanto, estes produtos inteligentes e conectados levantam um novo conjunto de escolhas estratégicas sobre como o valor é criado e capturado, como empresas trabalham com parceiros tradicionais e novos, e como elas asseguram vantagem competitiva à medida que as novas capacidades reformatam as fronteiras da indústria.

b) Outro desafio de grande importância é o da AMPLA DESARTICULAÇÃO entre os principais atores do “Ecossistema de TICs” de Pernambuco. Apesar da existência de várias entidades representativas do setor, os diversos depoimentos coletados em

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entrevistas (para a produção do documento Creativante, 2015) revelam um profundo desconhecimento do que se faz no contexto do ecossistema. E isso remete à atomização das atividades e processos, bem como à superposição de interesses e projetos.

Uma primeira investigação sobre as possíveis causas deste fenômeno revela que sua origem pode estar relacionada à ausência de uma VISÃO GLOBAL que unifique os interesses dos diversos stakeholders do ecossistema. Mesmo que se considere que a economia pernambucana tem um posicionamento competitivo considerado frágil, como apontado no documento Creativante (2015), o próprio ecossistema detém exemplo de que uma “visão impactante”, com uma “metáfora sedutora”, pode se estabelecer e unificar alguns interesses, como foi o caso do Porto Digital.

c) Um desafio de grande relevância diz respeito à AUSÊNCIA DE EXPERTISE EM NEGÓCIOS GLOBAIS, e marcadamente, de negócios globais de TICs. Uma das razões para isto é o fato de que a economia brasileira é muito fechada ao comércio exterior. E assim sendo, grande parte das empresas nascidas no território brasileiro tendem a considerar que este mercado é suficiente. Adicione-se a isto, o fato de que, no âmbito do trabalho que levou ao documento Creativante (2015), constatou-se aquilo que o recente documento (de janeiro de 2015) do Fórum Econômico Mundial (intitulado “Leveraging Entrepreneurial Ambition and Innovation: A Global Perspective on Entrepreneurship, Competitiveness and Development” - Alavancando Ambição e Inovação Empreendedora: Uma Perspectiva Global sobre Empreendedorismo, Competitividade e Desenvolvimento) aponta para o caso do Brasil: os empresários e empreendedores de Pernambuco são pouco ambiciosos e inovam muito pouco.

Esta condição foi recentemente reafirmada a partir de depoimento do Prof. Silvio Meira (líder do setor de TICs do Brasil), no evento denominado “Acontece Empreendedorismo”, organizado pelo C.E.S.A.R., no dia 19/11/2015, no Porto Digital, onde o mesmo apontou para a natureza de “ingenuidade” do empreendedorismo no país.

Um outro fato associado a este desafio, diz respeito à lógica dominante nas empresas de TICs no Brasil, e em Pernambuco em particular. Como apontado recentemente pela Creativante (ver suas newsletters de 19/10/2015, 25/10/2015, e 01/11/2015). Como argumentado nestas newsletters, se nós usarmos a metodologia internacionalmente conhecida como Competing Values Framework- CVF para avaliar os valores que concorrem entre si nas organizações, e associamos a esta metodologia os valores que preponderam nas empresas de inovação e tecnologia, constatamos que os valores dos quadrantes esquerdos (superior e inferior) da Figura 12 à frente (que releva o ICVF, metodologia sugerida pela Creativante) detêm relativa hegemonia na cultura corporativa em detrimento dos valores dos quadrantes direitos (superior e inferior) da mesma figura.

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Figura 12: Innovation Competing Values Framework- ICVF

Fonte: Creativante

d) Outro desafio detectado nas pesquisas com os entrevistados para a produção do documento Creativante (2015) foi a AUSÊNCIA DE INSTRUMENTAL ANALÌTICO PARA AVALIAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS E NOVOS MERCADOS. Apesar de se estar tratando de um ecossistema de empresas de tecnologia, são muito poucas aquelas que fazem uso de métodos e técnicas robustas para avaliação de quais tecnologias e mercados abraçarem e desenvolverem atividades. Uma visível exceção é o C.E.S.A.R., que faz uso da metodologia dos Três Horizontes, apresentada no anexo 1 do documento Creativante (2015).

e) Ainda neste âmbito, foi possível perceber junto à esfera governamental do “Ecossistema de TICs” de Pernambuco uma AUSÊNCIA DE INSTRUMENTAL ANALÍTICO PARA TOMADA DE DECISÕES EM AMBIENTES DE MÚLTIPLAS DEMANDAS. Neste sentido, a Creativante, atuando em parceria com a empresa Athiva Soluções Digitais Ltda. para uma atividade junto à Agência de Tecnologia da Inovação de Pernambuco (ATI), apresentou o modelo de quatro estágios da computação descentralizada do Prof. John J. Donovan (ver o potencial deste modelo na newsletter da Creativante de 20/09/2015). A Creativante, em função do seu conhecimento dos atributos da iniciativa PE-Conectado, e para a expansão desta iniciativa, fez uma adaptação do modelo Donovan à realidade do Estado de Pernambuco, apresentando-o na forma descrita no Anexo 2 do documento Creativante (2015).

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4.3- Políticas de Ação para a Agenda

Finalmente, em termos de sugestões de Políticas de Ação para a Agenda do Setor de TICs de Pernambuco, no horizonte de 2035, é possível apresentar o seguinte elenco de proposições de acordo com os desafios acima apontados. Logo, as propostas são:

DESAFIO 1- AMPLA IGNORÂNCIA da importância econômica e estratégica do setor de TICs:

Para enfrentamento deste desafio sugere-se uma ampla discussão/divulgação desta Agenda com os diversos players do Ecossistema de TICs de Pernambuco. Para tanto, sugere-se a identificação (eventualmente através de uma empresa especializada em marketing), com consequente expressiva comunicação e marketing, de uma VISÃO de futuro do ecossistema. Para tanto, indica-se que o ponto de partida seja o encontro de uma “metáfora sedutora”, a exemplo do que representou a metáfora do “desembarque da nova economia” para o lançamento do Porto Digital.

Uma metáfora que aqui se pode sugerir seria, a partir da internacionalização do Ecossistema de TICs de Pernambuco, promover-se a “Conquista do Mundo”, alavancando algumas iniciativas pontuais já iniciadas pelas parcerias acadêmicas do Centro de Informática da UFPE, pelo Núcleo de Gestão do Porto Digital, pela empresa de design de negócios Ikewai, ou mesmo de algumas outras, como os passos já tomados pela Serttel em alguns países latino-americanos. Ou seja, o invés de só atentarmos para 3% do PIB mundial (a fatia que cabe ao Brasil), precisamos “conquistar” os “restantes” 97% do PIB mundial.

Neste sentido, é imperativa a aglutinação de esforços, recursos e capital humano para esta “conquista”, marcadamente aqueles de parte dos governos federal, estadual e municipal. Um exemplo que pode ser imediatamente lembrado é o da ampliação da infraestrutura necessária aos projetos de inovação das empresas do Ecossistema de TICs do Estado, tais como a expansão física da rede metropolitana de banda larga e do seu acesso por parte das empresas (Figura 13). Outro exemplo é o da expansão da rede PE-Conectado (Figura 14) para alavancagem de novos serviços digitais dos governos estadual e municipais, fazendo com que esta rede possa se constituir numa verdadeira plataforma para serviços e aplicações na era do “Novo ABC” (Analytics + Big Data + Cloud Computing) das TICs, como vem sendo “evangelizado” pela Creativante.

DESAFIO 2- AMPLA DESARTICULAÇÃO entre os principais atores do Ecossistema de TICs de Pernambuco:

Para o enfrentamento deste desafio sugere-se a criação de uma espécie de “Núcleo de Governança Global do Ecossistema- NGGE de TICs de Pernambuco”, congregando formalmente as entidades atualmente existentes, garantindo suas atuais competências, mas assumindo novos papéis e novas responsabilidades. Dentre estes novos papéis podem ser destacados os de ADVOCACY do setor perante entidades dos diversos governos formais (federal, estadual e municipal) e junto à sociedade civil como um todo, a exemplo do que vêm fazendo os fóruns de discussão como aqueles de entidades como a AMCHAM-Recife.

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Outro papel seria o de THINK TANK para os stakeholders do ecossistema. Uma sugestão seria expandir a capacidade de alavancagem dos estudos e pesquisas pensados no âmbito do recém-criado CICTEC- Centro de Inteligência Competitiva do Porto Digital. Neste caso, o CICTEC passaria a ser apoiado por grants empresariais concedidas por processos competitivos para atender aos desafios empresariais das organizações constituintes do ecossistema.

Figura 13: Rede Metropolitana de Comunicação Lógica para Inovação

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Figura 14- Rede PE-CONETADO

Finalmente, este NGGE poderia se constituir em uma referência internacional em práticas de colaboração de empresas e negócios em ecossistemas para geração de plataformas globais de produtos e serviços avançados de TICs a partir de ambientes de países em desenvolvimento.

DESAFIO 3- AUSÊNCIA DE EXPERTISE EM NEGÓCIOS GLOBAIS, e marcadamente, de negócios globais de TICs:

Para o enfrentamento deste desafio sugere-se a criação de uma “Escola de Negócios Globais Baseados em TICs”. Esta escola poderia ser criada inicialmente a partir de uma rede de instituições formadoras de profissionais no Estado, tais como a Faculdade Guararapes, o Centro de Informática da UFPE e o C.E.S.A.R. Esta escola seria tanto para formar profissionais aqui em Pernambuco, quanto para atrair estudantes internacionais.

Como já afirmado, as empresas brasileiras de TICs, e as de Pernambuco em particular, padecem de uma lógica em que predominam no seio delas uma cultura corporativa que favorece mais os valores da tecnologia do que os valores dos negócios. Neste sentido, formar e atrair talentos na área de negócios (e negócios globais de TICs) é um dado urgente da realidade de nossas empresas.

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DESAFIO 4- AUSÊNCIA DE INSTRUMENTAL ANALÍTICO PARA AVALIAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS E NOVOS MERCADOS:

Este desafio é um desafio constante para as empresas e, portanto, deve ser enfrentado a partir de um Núcleo de Governança Global do Ecossistema de TICS- NGEE, como sugerido acima. Como tais instrumentais se apresentam como de importância estratégica para todos os stakeholders do ecossistema, portanto, assumindo característica de bens públicos, nada mais natural do que serem investigados e disseminados para estes stakeholders a partir deste núcleo sugerido.

Um exemplo neste sentido seria o estudo e adoção de técnicas e metodologias consagradas internacionalmente, como as de empresas como o Gartner, que detém a metodologia dos Hype Cycle para novas tecnologias, como apontado na Figura 15 à frente, e outras, tais como a dos Quadrantes Mágicos.

DESAFIO 5- AUSÊNCIA DE INSTRUMENTAL ANALÍTICO PARA TOMADA DE DECISÕES EM AMBIENTES DE MÚLTIPLAS DEMANDAS:

À exemplo do Desafio 4, este desafio adquire semelhante importância, e, portanto, deve ser enfrentado também a partir de um Núcleo de Governança Global, como sugerido acima. Como tal instrumental se apresenta como de importância estratégica para todos os stakeholders do ecossistema, portanto, assumindo característica de bens públicos, nada mais natural do que ser investigado e disseminado para estes stakeholders a partir deste núcleo sugerido.

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Figura 15: Gartner Hype Cycle

Referências

Creativante (2015). Relatório Final apresentado à SOFTEX-Recife intitulado “Perspectivas para o Setor de TICs de Pernambuco para o ano 2020”.

Marinho, Cláudio e Emerson Emerenciano (2015). “Plano Estratégico da SOFTEX-Recife”.

Porter, Michael and James E. Heppelmann (2014). “How Smart, Connected Products Are Transforming Competition”. Harvard Business Review. November.

TGI/CEPLAN/Multivisão (2014). “Pernambuco Desafiado”. Editora INTG.

TGI/CEPLAN/Multiplan (2014). “Visão de Futuro Pernambuco 2035: Proposta para discussão com a sociedade”.

U.S. Commercial Service, 2015.

World Economic Forum (2015). “Leveraging Entrepreneurial Ambition and Innovation: A Global Perspective on Entrepreneurship, Competitiveness and Development”.

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Recife, 24 de Novembro de 2015

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Prof. José Carlos Cavalcanti