cnf - agenda do setor financeiro 2013

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    CAPTULO 1 |EDUCAO FINANCEIRA

    1. Educao financeiraA Confederao Nacional das Instituies Financei-

    ras apoia as iniciativas multidisciplinares que per-

    meiem toda a formao do futuro consumidor. Ao

    mesmo tempo, apoia medidas pontuais que ofere-

    am educao financeira ou para segmentos espe-cficos da populao, ou sobre aspectos especficos

    das atividades do setor financeiro, desde que tais

    aes no substituam o tratamento transversal

    contemplado, por exemplo, pela Estratgia Nacio-

    nal de Educao Financeira (ENEF).

    Uma educao financeira de qualidade propicia be-nefcios tanto para os consumidores quanto para asinstituies com que estes se relacionam. por essa razoque a educao financeira est no topo da agenda das ins-tituies do setor.

    Para os consumidores, conhecimento de produtos eservios, do funcionamento do sistema financeiro nacio-nal e de princpios de matemtica financeira, entre outros,facilitam a identificao das melhores alternativas de com-pra a prazo, de tomada de crdito e de investimento desua poupana. Educao financeira previne contra riscosdesnecessrios e contribui para o equilbrio das contas fa-

    miliares, com foco no planejamento, no controle dos gas-tos e na importncia de se poupar. Aliar o perfil empreen-dedor do brasileiro a uma educao financeira de qualida-de contribui para o crescimento econmico sustentado emitiga o superendividamento.

    Para as instituies, por sua vez, a educao financeiracontribui para cimentar relacionamentos slidos e duradou-ros com seus clientes, o que fomenta a bancarizao e o cr-dito, com reduo gradual da inadimplncia e das margensbancrias (spread). Tambm contribui para o lanamento degama mais variada de produtos financeiros, medida queos brasileiros se voltem para o planejamento de longo prazoe recorram cada vez mais previdncia privada, ao crditoimobilirio, ao financiamento educacional de suas famlias, formao de carteiras diversificadas de ativos, para mencio-nar algumas das possibilidades.

    Educao financeira pode ser oferecida em diferennveis de complexidade, para os mais variados pblic

    Assemelha-se, em grande medida, ao aprendizado matemtica, que permeia as mais diversas matrias admicas. Assim, a educao financeira ideal no se lima um aprendizado simples, que possa ser adquirido nudisciplina especfica no currculo escolar. Ao contrrio, deveria entremear diferentes matrias ao longo da fmao do brasileiro. Essa a orientao fundamental Estratgia Nacional de Educao Financeira (ENEF).

    O Decreto n 7.397/2010, que institui a ENEF, alde dispor sobre a gesto, estabelece que a execuda Estratgia dar-se- em conformidade com diretrizcomo: (i) a gratuidade das aes de educao financra; (ii) a formao de parcerias com rgos e entidadpblicas e instituies privadas; (iii) a prevalncia do teresse pblico; e (iv) a atuao permanente e em bito nacional.

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    CAPTULO 2 |DIREITOS DO CONSUMIDOR

    Orespeito das instituies financeiras aos direitosdo consumidor est solidamente vinculado a umarelao mtua de confiana. Ao fazer um depsito, osclientes acreditam que seus recursos estaro dispon-veis na forma e no prazo pactuados. Ao conceder umemprstimo, as instituies acreditam que os recursossero repagados nas condies contratadas. Confiana a matria prima fundamental das instituies finan-ceiras. A eventual violao dos direitos do consumidorenfraquece esse vnculo e afeta o bom funcionamentodo setor financeiro.

    A observao desses direitos no se confunde com

    eventuais erros operacionais, inevitveis num sistemaque gerencia 145,6 milhes de contas bancrias. Resulta-dos do balano de instituies mais reclamadas divulga-do pelo Banco Central em dezembro de 2012 evidenciamque, ao considerar-se o nmero de clientes e volume deservios prestados, os bancos esto entre as empresasbrasileiras com o menor ndice de queixas relativas. Noranking das dez instituies (com mais de um milho declientes) com maior nmero de reclamaes, para cada100 mil clientes o banco mais reclamado tinha 1,05 re-clamaes. Em um sistema que lida com um assunto tosensvel quanto o dinheiro e que mantm uma relaoquase diria com seus clientes, processando anualmentemais de 18 bilhes de transaes entre depsitos, em-prstimos, pagamentos e recebimentos de todos os tiposde contas, transferncias e aplicaes financeiras, o n-mero de reclamaes no Banco Central pode ser consi-derado efetivamente baixo.

    A CNF participar da 1 Conferncia Nacional de De-fesa do Consumidor (I CONDEC), comandada pela Secre-taria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministrioda Justia, para o debate democrtico de aperfeioa-mento das normas referentes s relaes de consumo.Esse evento poder ocorrer entre 2013 e 2015 e discu-tir, entre outros temas: crdito e superendividamento;relacionamento do setor financeiro com seus clientes;

    2. Direitos do ConsumidorAs instituies financeiras acompanham com in-teresse propostas que acrescentem transparnciae correo s relaes de consumo, ao mesmotempo em que observem tanto os benefcios que

    propiciam ao conjunto mais amplo dos consumi-dores quanto as implicaes de custos para as em-presas. Para a Confederao Nacional das Institui-es Financeiras, tais propostas devem assegurar oequilbrio entre, por um lado, os direitos dos consu-midores e, por outro, a viabilidade econmica dosprovedores de bens e servios.

    inovaes tecnolgicas e seus reflexos nas relaes consumo; consumo sustentvel; prestao de servi

    pela internet e comrcio eletrnico.

    2.1. Atualizao do Cdigo de Defesa do Consumid

    Em 2010, o ento Presidente do Senado, Senador JoSarney (PMDB/AP), instalou uma comisso de especialispara estudar medidas que promovam a modernizao Cdigo de Defesa do Consumidor com o intuito de adeq

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras considera oportuna a reviso do Cdigo deDefesa do Consumidor, para tratar, entre outros, dequestes como mercado de crdito, preveno dosuperendividamento e comrcio eletrnico. Para

    a reforma do CDC, a CNF pondera que dispositi-vos legais que introduzam incerteza em relaescontratuais aumentam o risco dessas relaes e,por consequncia, tm reflexo no preo (tarifas outaxas de juros, por exemplo). Por essa razo, even-tuais novos dispositivos, ou alteraes em regras jexistentes, deveriam privilegiar a livre negociaoem ambiente concorrencial, no mbito de marcoslegais claramente definidos, resguardados os direi-tos dos consumidores.

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    CAPTULO 2 |DIREITOS DO CONSUMIDOR

    Se por um lado, ganha o fornecedor ao exercer o prin-cpio da livre iniciativa de contratar e ofertar produtos, poroutro, ganha o consumidor, que pode ter acesso a melho-res condies de pagamento, por exemplo, em compras avista ou a prazo pelo mesmo preo. Deve-se sempre coibiros abusos, que quando constatados devem ser punidos

    de acordo com os preceitos e normas j vigentes, inclusi-ve aqueles previstos no atual Cdigo de Defesa do Consu-midor. Nesse sentido, as reformas devem ocorrer de formaa evitar um aumento de custo e, consequentemente, umaumento do preo de produtos e servios, afetando indi-retamente o consumidor.

    A Confederao apoia uma atualizao do Cdigo deDefesa do Consumidor para amparar, ainda mais, o hipos-suficiente em defesa dos seus direitos, entendendo aindaque a norma no escudo para a perpetuao de dvi-

    das, conforme defendido pelo ex-Ministro do STF, CarlosAlberto Menezes Direito.

    2.1.2. Comrcio Eletrnico

    A criao e a difuso do comrcio eletrnico foramum avano nas relaes entre os fornecedores e consumi-dores. A disponibilidade de canais de compra distnciafoi um grande passo para o aumento da competitividadee do acesso do consumidor aos mais diversos tipos deprodutos e servios.

    Considerando a expanso dessa modalidade no pas, erazo dos avanos tecnolgicos, da globalizao, dos novcanais de distribuio eletrnica e da integrao dos mcados, o Ministrio da Justia estabeleceu, no ano de 20adequaes a tais veculos de transaes comerciais por mdas diretrizes para as relaes de consumo estabelecidas

    comrcio eletrnico, quais sejam: proteo paritria, traparente e eficaz; informaes exatas, claras e de fcil acesprocesso de confirmao sobre a transao; garantia de mcanismos de pagamentos seguros e de fcil utilizao; pcedimentos eficientes para resoluo de conflitos; e critrobjetivos de responsabilizao do fornecedor.

    A Confederao concorda com iniciativas que fortaam as diretrizes propostas, considerando que as relade consumo realizadas por meio do comrcio eletrndevam ser assim norteadas para suscitar a confiana d

    consumidores e estabelecer uma relao de consummais equilibrada nas transaes comerciais eletrnicContudo, a CNF entende que a ausncia de definio o

    jetiva de determinadas expresses inseridas nos projeem discusso tais como: assdio de consumo, enddamento exagerado, meios adequados e seguros deser evitada, pois a falta de conceituao clara, alm de grar insegurana, tem potencial de ampliar indevidamedemandas judiciais.

    As propostas que buscam permitir ao consumidor colher o foro de sua residncia, ou qualquer outro, indpendentemente de onde as partes pactuantes realizaro negcio, constitui um privilgio injustificado. O dispsitivo representa cerceamento do direito de defesa dfornecedores ao conceder um rol to amplo de escolhde foro competente para propositura de aes. Muitos fnecedores enfrentariam grandes dificuldades para exerseu direito de defesa devido distncia, comprometena produo de provas.

    A contratao e/ou cancelamento de servios e pdutos distncia um grande avano nas relaes consumo, conferindo agilidade tanto para o consumidquanto para o fornecedor. Destaca-se, nesses casos, quexerccio de tal direito deve ocorrer dentro de prazos ona operacionalidade pressupe avaliao de vrios pro

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia o aperfeioamento da legislao referen-te ao comrcio eletrnico e medidas que visem afortalecer a sua aplicabilidade no ambiente virtual.

    A CNF refora a necessidade de que esses aperfei-oamentos levem em considerao o equilbriodas relaes de consumo e os custos envolvidosnos processos virtuais, de modo a no inviabilizaressa forma de transao, a no excluir dessa moda-lidade de comrcio parcela de consumidores (emfuno de localidades e rendas diferenciadas) e agarantir segurana ao consumidor.

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    O Ministrio da Justia (MJ), em 2010, props um de-bate pblico sobre minuta de anteprojeto de lei que versasobre a proteo da privacidade e de dados pessoais doscidados, especialmente no ambiente da Internet. Nostermos da minuta, qualquer informao pessoal s po-der ser tratada mediante o consentimento do titular ou

    por expressa previso legal. O consentimento tambm necessrio para usos posteriores dos dados por bancos eempresas ou repasses a terceiros. Os dados ditos sensveis,como os fiscais e bancrios, estaro sujeitos a proteo es-pecial, com sanes ainda mais rgidas contra os infratores.

    O anteprojeto preparado pelo Ministrio da Justia apre-senta pontos em comum com o Marco Civil da Internet (MCI),o qual rene regras para determinar direitos, deveres e respon-sabilidades de internautas, provedores de acesso e atuao doEstado no ambiente virtual. Entre os destaques do texto est a

    garantia do sigilo do contedo das comunicaes e da preser-vao da intimidade, vida privada, honra e imagem do usurio.

    A proteo de dados pessoais no recebe tratamentoespecfico no ordenamento jurdico brasileiro e as normasexistentes so esparsas e setoriais, embora a privacidadeseja uma das garantias fundamentais previstas na Cons-tituio Federal (CF). Nesse sentido, a CNF concorda inte-gralmente com o Ministrio da Justia sobre a urgnciade se conferir aos brasileiros uma efetiva cidadania digital,evitando que suas prerrogativas e direitos em relao aseus dados pessoais e sua privacidade sejam menores doque aquelas de nacionais de vrios outros pases.

    2.3. Marco Civil da Internet

    A elaborao de um Marco Civil da Internet foi inictiva do Ministrio da Justia (MJ) que, no ano de 20colocou em duas rodadas de audincia pblica um anprojeto cujo objetivo central definir os direitos, devee responsabilidades de cidados, empresas e Governo erelao s suas aes na internet. A criao de uma legis

    o civil para a internet segue experincias internacionArgentina, Estados Unidos, Frana e diversos outros pada Europa, por exemplo, j adotaram seus marcos.

    A proposta no trata de temas polmicos como: cmes cibernticos, comrcio eletrnico e direitos autoraConforme entendimento do MJ, tais assuntos deveser tratados por legislaes especficas, j que inseri-na proposta de Marco Civil atrasaria sua elaborao econstruo de consenso em torno de seus dispositivo

    Apesar do acerto da proposta em superar lacunas ordem jurdica nacional no que concerne regulametao do uso da internet, ela carece de aprimoramentespecialmente no que diz respeito guarda de registde conexo.

    A CNF defende a previso de guarda dos registros conexo por prazo superior a um ano com a finalidaprincipal de manter informaes relevantes sobre o acso que possam vir a ser usadas em processos investigtivos ou na defesa de particulares. Trata-se aqui do meregistro de conexo e no de seu contedo. Dessa formquando da ocorrncia de fraudes ou crimes eletrnicos,informaes armazenadas e decorrentes de prvia relade consumo poderiam ser utilizadas para facilitar a idetificao do real autor da conduta ilcita, uma vez que, contrrio seria apenas possvel localizar o nmero do isto , a identidade do computador de origem da condufraudulenta (mas no os dados pessoais do autor). Resste-se que a guarda desses registros deve ser feita de formconfidencial e restrita, de modo a garantir que pessono autorizadas no os acessem.

    Alm de contribuir com a investigao de conduilcitas cometidas no ambiente virtual, a guarda dos regtros de acesso tem potencial inibidor de crimes, dissuaddo potenciais autores de atos dolosos.

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia a proposta de criao de um Marco Ci-vil que supra a ausncia de regulamentao parao uso da internet e sirva como um norteador da

    ao das empresas nesse ambiente, propiciandomaior segurana jurdica aos atores envolvidos nasrelaes virtuais e respondendo aos conflitos quedecorrem dessas novas relaes. Para a CNF, essaregulamentao deveria prever a guarda dos re-gistros apenas de conexo (no de contedo) porprazo superior a um ano.

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    A excluso dos consulentes do rol dos agentes a quempode ser imputada responsabilidade solidria e objetivano excluiria sua eventual responsabilidade direta pelodescumprimento das obrigaes que lhe so cominadaspela Lei do Cadastro Positivo (Lei n 12.414/2011) para arealizao da consulta, como a obrigao de apenas con-

    sultar dados de pessoas com as quais mantm ou preten-dam manter relao creditcia ou comercial.

    2.5. Banco de Dados de Inadimplentes

    A utilizao do banco de dados de inadimplentes,do qual constam essencialmente as dvidas vencidas,os pagamentos no realizados e os dbitos em aberto,foi certamente um avano, possibilitando a tomada dedecises de crdito mais informadas. Combinado com ocadastro positivo, pode fornecer informaes mais deta-lhadas sobre o perfil dos clientes bancrios, permitindo adiminuio gradual do spreadem decorrncia do menorrisco de crdito.

    As discusses em torno do cadastro negativo focamem quatro questes centrais. A primeira a incluso in-devida de tomadores de crdito nesse banco de dados,seja por erro operacional, seja por presso indevida docredor para obter o pagamento em atraso. A segundaquesto est associada dificuldade de o cadastrado

    retirar seu nome do registro, uma vez regularizados no os dbitos. A terceira est ligada ao uso indevidas informaes contidas no banco de dados de inadiplentes, por exemplo, em disputas trabalhistas, uma vque tais informaes devem destinar-se exclusivamen avaliao do perfil do tomador para fins de concess

    de crdito. A quarta questo diz respeito confidencidade dos dados e proteo de dados pessoais.

    2.6. Boletos de pagamento

    Em termos operacionais, o sistema bancrio avanmuito na criao de alternativas aos clientes para pagmentos de boletos (tambm chamados de bloquetooferecendo possibilidades que so encontradas em pocos pases do mundo. Canais alternativos de pagamencomo telefone, internet e caixa eletrnico, operam em hrrios mais flexveis que os das prprias agncias bancre permitem o pagamento dos boletos nas datas indicadmesmo em casos fortuitos ou de fora maior. Quando nh acesso a esses canais, tambm possvel efetuar o gamento em estabelecimentos no financeiros (lotricsupermercados, farmcias, entre outros). A compensabancria, mesmo em perodos de paralisao do func

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia proposies voltadas para a corretaincluso de informaes sobre tomadores de cr-dito inadimplentes em bancos de dados (o cadas-

    tro negativo), bem como para a limitao do usodessas informaes finalidade precpua dessetipo de banco de dados, que a avaliao do per-fil do tomador para fins de concesso de crdito.A CNF tambm apoia proposies que reforcem aconfidencialidade dos dados e a proteo de dadospessoais dos cadastrados, que sejam realistas e queimpliquem custos compatveis com as atividadesdas empresas operadoras desses bancos de dados.

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia propostas de aprimoramento da le-gislao que regula os pagamentos de boletos deforma a conferir a mxima comodidade e conveni-

    ncia aos consumidores, no entendimento de quetais propostas devam considerar: (i) a neutralidadedas instituies financeiras, no papel de interme-dirias da relao de consumo, por alteraes nostermos contratados entre credor e devedor; (ii) osacrscimos de custos gerados pela emisso de viasadicionais; (iii) limitaes operacionais na definiode locais para o pagamento de faturas por contratoentre as partes; (iv) a liberdade de escolha do clien-te quanto data de vencimento da fatura; e (v) amanuteno, ao longo do perodo da operao,

    das datas de vencimento escolhidas.

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    tempo outra matria-prima fundamental dos produtose servios financeiros. Todas as operaes financeiras soconstrudas ao longo de um vetor de tempo e a regulari-dade de desembolsos e de recebimentos permite calcularvariveis financeiras chaves, tais como o valor presente deum emprstimo, o montante dos pagamentos peridi-

    cos e a taxa de juros efetiva embutida na operao. Nes-se contexto, produtos e servios financeiros so de difcilprecificao se a data de pagamento de faturas se alteraconstantemente ao longo do perodo da operao. Na au-sncia de elementos para precificao adequada, o com-portamento de todos os agentes econmicos inclusiveos financeiros torna-se conservador, com tendncia a seaumentarem defensivamente os preos. Um dos muitoscomplicadores de um contrato com datas de pagamentovariveis seria, por exemplo, a impossibilidade de se deter-minar a data de vencimento que seria utilizada para apu-

    rao da dvida no caso de prestaes em atraso.

    2.7. Decises dos Procons Ttulo Executivo

    Para o bom funcionamento do Sistema de Defesa doConsumidor (SDC), fundamental que as decises dosProcons inclusive multas sejam acatadas. Contudo, atransformao das multas dos Procons em ttulos executi-vos extrajudiciais fragiliza o SDC, na medida em que intro-duz um elemento de arbitrariedade incompatvel com oEstado Democrtico de Direito.

    Os ttulos a que o Cdigo de Processo Civil (CPC) atri-bui fora executiva extrajudicial possuem os atributos dacerteza, liquidez e exigibilidade (art. 686) para que possamser objeto de execuo definitiva (art. 587). Assim, trans-

    formar as multas aplicadas pelos rgos de defesa do cosumidor em ttulos executivos extrajudiciais significa dique estes s podero ser questionados no Poder Judicrio quanto sua exigibilidade, certeza e liquidez. Necaso, no caberia questionamento a respeito da legalidde, da razoabilidade, do valor aplicado, da competn

    da autoridade, da efetiva ocorrncia do fato ensejador multa, entre outras circunstncias de fato e de direito qpodem gerar legtimos questionamentos por parte dempresas multadas.

    Tal limitao da possibilidade de questionamenjudicial de todos os aspectos dessa multa viola a garatia constitucional do direito de defesa das empresas, acesso justia, alm de violar o princpio da razoabilidde, eis que nem as multas administrativas impostas pePoder Pblico so consideradas ttulo executivo extra

    dicial, uma vez que estas dependem de inscrio na dda ativa para a sua execuo, podendo ser questionadpelos particulares.

    Dispositivo dessa natureza existia no artigo 82 Cdigo de Defesa do Consumidor, que foi vetado pPresidente Fernando Collor quando lhe foi submetidosano. O veto deu-se pela impropriedade de se equiprar compromisso executivo a ttulo executivo extrajudicvisto que o objeto do compromisso a cessao ouprtica de determinada conduta e no a entrega de cocerta ou pagamento de quantia fixada.

    2.8. Contratos

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia propostas que busquem conferir efetivida-de s decises e multas aplicadas pelos rgos dedefesa do consumidor, ao mesmo tempo em queso asseguradas as garantias do direito de defesa, do

    acesso ao judicirio, do devido processo legal e darazoabilidade, previstas na Constituio Federal.

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia projetos que tornem cada vez mais cla-ra e compreensvel a relao entre as instituiesfinanceiras e seus clientes, celebrada por meio decontratos, cujo original seja sempre fornecido ao

    consumidor. Para a CNF, a padronizao de contra-tos no se deve constituir em barreira inovao e adequao de produtos e servios ao perfil espe-cfico e nico de cada consumidor.

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    tuies financeiras que atuam junto aos estabelecimentoscomerciais para promover o financiamento das compras,como o caso de financeiras que atuam em revendedorasde veculos.

    No que diz respeito a produtos e servios financeiros,

    a CNF entende que no podem ser devolvidos a no serque o consumidor arque com eventuais despesas oriun-das da sua utilizao durante certo perodo de tempo.Enquanto o objeto do financiamento (dinheiro) ficou empoder do cliente, este o utilizou e se beneficiou de seurendimento, no sendo correto o consumidor dele seutilizar sem remunerar o credor. Na viso da CNF, o atode um tomador de recursos que detenha os valores poralgum tempo, aufira ganhos da aplicao desses recur-sos e em seguida devolva o capital por arrependimentocaracterizaria enriquecimento ilcito do devedor em de-

    trimento do credor.

    2.10. Venda casada

    Entende-se por venda casada a prtica comercial em queo fornecedor condiciona a venda de um produto ou servio aquisio de outro produto ou servio. Em muitos casos,trata-se de uma estratgia de marketing corriqueira, bastanteutilizada em diferentes pases. Em outros casos, caracterizaabuso de poder econmico ao constranger o cliente a ad-quirir bens e servios no demandados originalmente.

    Entretanto, em muitos casos a venda de produto atre-lada a servio caracterstica do prprio negcio e no

    representa a prtica casada nos termos vedados pCdigo de Defesa do Consumidor. preciso ter cuidapara no confundir a prtica de venda casada prejudicao consumidor com estratgias de oferecimento conjunto de produtos e servios por preo diferenciaem benefcio do prprio consumidor, a quem deve

    sempre assegurada a liberdade de escolha.

    No caso particular de seguros, quando este exido pela legislao brasileira, a combinao de cobertucontra riscos e determinado produto ou servio financro tende a minimizar o custo total, para o consumidda operao.

    2.11. Tempo de espera em filas

    O atendimento nos bancos costuma ser mais intenem perodos especficos. Filas para atendimento nos caixe nos terminais eletrnicos so mais comuns no incio dmeses, por exemplo, em decorrncia da grande quantidde de pessoas que recebem seus salrios nesse perodSo pocas em que tambm se verificam maiores filas nestabelecimentos comerciais e nas reparties pblicas.

    Em anos recentes, sensvel a diminuio do tepo de espera para atendimento em agncias bancrapesar da incluso de milhes de novos correntistas. Esdiminuio resultado de avanos tecnolgicos e medidas administrativas orientadas para um mercado tamente concorrencial, que valoriza a satisfao dos clie

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia dispositivos que probam operaes devenda casada. Essa prtica nociva no se confun-de com a oferta de produtos e servios financeirosapresentados ao consumidor como alternativas de

    combinaes desses produtos e servios, sem limi-tar as opes do consumidor quelas apresentadaspela instituio financeira.

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia propostas voltadas para a reduo do tem-po de espera em filas para atendimento em agn-cias bancrias assentadas no estmulo inovaotecnolgica e administrativa voluntria. A ao coor-denada com outras partes envolvidas na prestaode servios bancrios, tais como estabelecimentoscomerciais e rgos da Administrao Pblica, con-tribui para reduzir o tempo de fila por meio do esca-lonamento de pagamentos e recebimentos.

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    CAPTULO 2 |DIREITOS DO CONSUMIDOR

    tributos no podem servir a esse fim. A prtica lesiva em re-lao consumerista disciplinada pelo artigo 56 da Lei n8.078/1990, cujo texto prev aplicao de multa, apreenso ouinutilizao do produto, cassao de licena de funcionamen-to, suspenso temporria da atividade comercial, interdio eproibio de fabricao do produto que deu causa ao prejuzo.

    Essas sanes consistem em punio estabelecida pelo PoderPblico a sujeito que pratica ato ilcito (verificado unicamentepor meio de atividade jurisdicional), ao passo em que tributosno podem ser empregados para sano a prticas ilcitas.

    Para manter vivel seu negcio, o fornecedor buscainformar-se sobre seus servios e a forma como estes soavaliados por seus clientes, com o fim de aprimor-los eatualiz-los. Redes sociais e endereos eletrnicos de cor-respondncias propiciam uma aproximao com o pbli-co e facilitam o atendimento personalizado.

    2.13. Devoluo de Valores

    A restituio parcial do Imposto sobre Operaes deCrdito, Cmbio e Seguro, ou relativas a Ttulos ou Valo-res Mobilirios (IOF) quando da liquidao antecipada deoperaes financeiras procura corrigir uma injustia co-metida contra o contribuinte.

    O amparo legal da cobrana do IOF se d pelo Decre-to n 7.458/2011 que estipula a alquota em 0,0082% ao

    dia para as situaes em que o contratante ou mutu pessoa fsica. O valor cobrado pro rata die, em fundo prazo da operao de emprstimo ou financiamenobservada a limitao de 365 dias estabelecida pelo1, do artigo 7, do Decreto n 6.306/2007. Ao contraa operao financeira o cliente recolhe o IOF na sua

    talidade. Ocorre que, por vezes, o cliente decide liquidoperao financeira antecipadamente o que gera direa uma restituio proporcional ao perodo remanescenda operao liquidada.

    O Cdigo Tributrio Nacional dispe que:

    Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentem

    te de prvio protesto, restituio total ou parcial do tribu

    seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvad

    disposto no 4 do artigo 162, nos seguintes casos:

    I - cobrana ou pagamento espontneo de tributo

    devido ou maior que o devido em face da legislao tri

    tria aplicvel, ou da natureza ou circunstncias mater

    do fato gerador efetivamente ocorrido;

    A devoluo do IOF incidente sobre operaes liquiddas antecipadamente vincula somente a Receita Federaos contribuintes. As pessoas jurdicas, entre elas as instites financeiras, so responsveis tributrios pela cobra e recolhimento do IOF, nos termos do art. 5 Decreto6.306/2007. Porm, as instituies financeiras no so palegtima para pleitear a restituio. Nessa relao no cacobrana de tarifas por parte de instituies financeipara a efetivao da restituio ao contribuinte, uma vque elas no so parte dessa relao jurdica tributria.

    A restituio do IOF incidente sobre operaes liquidadantecipadamente poderia ser pela Receita Federal nos mdes da sistemtica de devoluo parcial de impostos semlhante empregada pelas Fazendas Estaduais, MunicipaiDistrital (Nota Paulista, Nota Legal, Nota Carioca, etc.).

    A devoluo de impostos relativos quitao antepada de dvidas e outras operaes financeiras no se racteriza como uma relao consumerista, mas sim comuma relao jurdica tributria, isto , exclusivamente etre o Fisco e o contribuinte.

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia propostas que permitam a restituiodo Imposto sobre Operaes de Crdito, Cmbioe Seguro, ou relativas a Ttulos ou Valores Mobili-rios (IOF) cobrado nas operaes liquidadas anteci-padamente, de forma proporcional ao perodo de

    tempo da antecipao. Uma vez que as instituiesfinanceiras no so parte dessa relao jurdica tri-butria, a CNF sugere a implementao pela Recei-ta Federal de sistemtica de devoluo parcial deimpostos semelhante empregada pelas FazendasEstaduais, Municipais e Distrital.

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    CAPTULO 3 |QUESTES SOCIAIS

    As pessoas esto presentes em todas as fases das opera-es de instituies financeiras, como agentes e comopacientes. Ora so funcionrios, ora so clientes, ora so par-ticipantes de programas de capacitao e de incluso, oraso parte de uma comunidade melhorada por iniciativas eprojetos privados, ora so membros de uma sociedade quese beneficia de uma economia em crescimento, sustentadapor um sistema financeiro saudvel e slido.

    Apenas em 2012, 1,5 milhes de pessoas abriram contascorrentes simplificadas, conforme dados do Banco Central. Aprpria bancarizao uma questo social: a possibilidadede contar com uma conta bancria e ter acesso a produtos

    e servios, pblicos e privados, veiculados por essa conta um potente fator de incluso e de promoo de cidadania.As questes sociais no se articulam ao largo das instituiesfinanceiras; ao contrrio, tais questes as entranham, balizamseus negcios e as moldam.

    3.1. Incluso Financeira

    Segundo relatrio do Banco Central, incluso financeira :processo de efetivo acesso e uso pela populao de servios fi-nanceiros adequados s suas necessidades, contribuindo parasua qualidade de vida. A bancarizao uma das dimensesda cidadania, na medida em que permite ao cliente de umainstituio financeira exercer seus direitos (tais como receberbenefcios) e honrar suas obrigaes (tais como pagar tributos).

    O usurio recorre a vrios canais de acesso ao sistemafinanceiro, seja redes de pontos fsicos de atendimento

    3. Questes SociaisA Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras acompanha com grande interesse todas asproposies voltadas para o aprimoramento dasrelaes entre as pessoas, entre as pessoas e os en-tes privados, bem como entre as pessoas e o poderpblico, que visem ao desenvolvimento das poten-cialidades individuais.

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-

    ceiras apoia medidas voltadas para a ampliao doacesso ao sistema financeiro e a intensificao douso de seus produtos e servios por consumidoresorientados por crescente educao financeira.

    agncias, correspondentes, entre outros , seja atenmento telefnico e Internet Banking. A capilaridade de tcanais de acesso ao sistema financeiro constitui importate indicao do potencial de incluso financeira no pas

    A Resoluo n 3.211/2004 simplificou o processo

    abertura de contas e flexibilizou algumas exigncias de idetificao, facilitando assim o acesso ao setor financeiro pparte da populao de baixa renda. Em 2012, o nmero contas correntes simplificadas chegou a mais de 12,8 milh

    A capilaridade do acesso ao setor financeiro e a simpcao da abertura de contas ampliaram o papel do crdcomo eficaz instrumento de desenvolvimento econmic

    o caso do microcrdito. A Lei n 10.735/2003 determinque uma parcela dos depsitos a vista dos bancos mltipcom carteira comercial, dos bancos comerciais e da CaEconmica Federal deve, obrigatoriamente, ser aplicada eoperaes para o pblico de baixa renda. Os valores naplicados na atividade devem ser depositados no Bacsem remunerao. O direcionamento para microcrdest voltado para dois pblicos, o de baixa renda, tambconhecido como microcrdito-consumo, e o microcrdpara microempreendedores.

    3.2. Agenda Nacional do Trabalho DecenteA Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia iniciativas voltadas para a construode um ambiente que assegure o bem-estar do tra-

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    pioneiro nas consultas e debates tripartites para a slidaconstruo de polticas pblicas, vencendo os grandesdesafios de orquestrar discusses desse porte envolven-do todas as esferas da Federao (Municpios, Estados eUnio) diante da heterogeneidade e da extenso do pas.

    A bancada patronal destacou o empenho de todos narealizao da conferncia, que conseguiu aprovar diversaspropostas de forma consensual.

    Aps a publicao dos documentos oficiais da I CNE-TD, prevista para 2013, o MTE designar novo grupo tri-partite para acompanhamento dos trabalhos de imple-mentao da agenda ps-conferncia. A expectativa realizar pelo menos cinco reunies com esse novo grupo

    j em 2013, sendo uma reunio em cada regio do pas.Essa agenda estar ancorada nas prioridades previstas

    no Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente.

    3.3. Igualdade no mundo do trabalho

    No basta a lei declarar que todos so iguais, deve pro-piciar mecanismos eficazes para a consecuo da igualdade.Assim, o princpio constitucional da igualdade no se limita igualdade perante a lei, mas se estende a garantir iguais opor-tunidades para a realizao dos objetivos de cada cidado.

    A isonomia salarial uma das aplicaes possveis doprincpio constitucional da igualdade, dando tratamento

    igual para os iguais. A Constituio Federal de 1988 congrou o princpio da isonomia salarial no seu artigo 7o, insos XXX e XXXI, que determinam a proibio de diferende salrios, de exerccio de funes e de critrios de amisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil eproibio de qualquer discriminao no tocante a sal

    e critrios de admisso do trabalhador portador de decincia. Tambm o artigo 5, inciso I, da CF, estabelece qhomens e mulheres so iguais em direitos e obrigaA Lei n 9.029/1995 cobe a adoo de qualquer prtdiscriminatria e limitativa para efeito de acesso relade emprego. O artigo 373-A da Consolidao das Leis

    Trabalho (CLT) probe prticas que afetem o acesso mulher ao mercado de trabalho. Ressalte-se que o prinpio da igualdade tambm inspira o artigo 461 da CLT, qdelimita o direito equiparao salarial somente queque atendam a vrios critrios todos presentes com

    ter por paradigma empregado que tambm trabalhe po mesmo empregador; incumbido das mesmas funcom trabalho de igual valor (leia-se, com igual produtdade e mesma perfeio tcnica); e na mesma localida

    3.4. Acessibilidade

    A Confederao Nacional das Instituies Financeiapoia propostas realistas e exequveis voltadas para a apliao da acessibilidade a instalaes fsicas e ao mercdo de trabalho, que contribuam para a expanso do nmero de vagas ocupadas por pessoas com deficincia

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia a consolidao do princpio da igualdadenas relaes trabalhistas, ao mesmo tempo em quecelebra o amparo constitucional e a legislao queasseguram maior diversidade no ambiente de tra-

    balho. A CNF sublinha que, no exame de casos con-cretos, a legislao considera as funes e a produ-tividade do empregado, bem como sua localidade,o que afasta comparaes simplistas baseadas ex-clusivamente em um nico critrio, seja ele sexo,idade, cor, nacionalidade ou estado civil.

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia iniciativas voltadas para a construo

    de um ambiente que assegure o bem-estar do tra-balhador e a competitividade econmica do em-pregador. Para a CNF, o trabalho decente tem queser produtivo e deve estar aliado sustentabilidadeda empresa. Para tanto, fundamental o aprofun-damento das discusses no mbito de um frumtripartite que contemple os interesses e as preocu-paes de todos os atores envolvidos, em decisestomadas por consenso.

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    CAPTULO 3 |QUESTES SOCIAIS

    do e atendimento prioritrio s pessoas deficientes. Almdessas normas, a Resoluo do CMN n 2.878/2001 prevque as instituies financeiras devam estabelecer em suasdependncias alternativas tcnicas, fsicas ou especiaisque garantam a acessibilidade e atendimento prioritrios pessoas com deficincia.

    Nesse sentido, entende-se que a maioria das proposi-es em tramitao no Congresso poderiam ser atualizadasdiante da legislao j existente, a qual protege os direitosdas pessoas com deficincia. Esse foi o entendimento pre-dominante na III Conferncia Nacional dos Direitos das Pes-soas com Deficincia, realizada em 2012.

    A Conferncia organizada pelo Conselho Nacional dosDireitos da Pessoa com Deficincia (CONADE), o qual fun-ciona na Secretaria de Direitos Humanos (SDH), defendeu

    o cumprimento da legislao e a efetivao das polticaspblicas lastreadas na Conveno da ONU, que se tornoureferncia de poltica nacional para esse pblico desde apromulgao do Decreto n 6.949/2009.

    Com o tema central Um olhar atravs da Convenoda ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia:Novas perspectivas e desafios, a Conferncia aprovou aotodo 404 propostas que essencialmente defendem a im-plementao da legislao em vigor: 49 sobre questesrelacionadas a educao; 64 sobre acessibilidade; 41 tra-tam de questes trabalhistas; 18 sobre esporte, cultura elazer; 23 versam sobre comunicao; 54 sobre transporte emoradia; 91 sobre sade; 28 na rea de segurana e acesso justia; e 36 sobre proteo social.

    3.5. Clusula de observnciade direitos humanos em contratos

    Discute-se no Congresso Nacional a obrigao de sero de clusulas de proteo aos direitos humanos ncontratos de financiamento. As propostas tm o intumeritrio de impedir a concesso de crdito, subsdio, centivo ou qualquer benefcio de natureza tributria financeira a pessoa jurdica de direito privado que venha

    violar direitos fundamentais da pessoa humana, por aou omisso do muturio. Nesse caso, as propostas estiplam que ficar automaticamente suspenso o contrato aque se apurem as responsabilidades.

    As instituies ou empresas pblicas e privadas qtenham como objetivo o fomento econmico e o emulo atividade agrcola, comercial e industrial deveriapara conceder financiamento, crdito, iseno, renegoco de dvida ou quaisquer outros benefcios financeiravaliar se os solicitantes cumprem toda a legislao anente aos direitos humanos.

    O tema de grande relevncia, refletindo a preocpao com a proteo de direitos fundamentais ( vid liberdade, igualdade, segurana e propriedadecom a funo social dos contratos. Contudo, a legislabrasileira sobre a matria esparsa e subsiste a possilidade de clusulas contratuais vagas. Aes fiscalizatrias, que devem ser realizadas por rgos pblicos, paimpor a devida responsabilizao civil e criminal ao epreendedor que ferir direitos fundamentais, requeredispositivos contratuais precisos e inequvocos.

    A introduo de clusula obrigatria de observnde direitos humanos em contratos viria acompanhada obrigao dos muturios de atenderem determinad

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-

    ceiras apoia propostas que promovam os direitoshumanos, no entendimento de que contratos quecontenham clusula obrigatria ligada a essa ma-tria definam de maneira clara e inequvoca o quesejam violaes desses direitos de modo a garantir

    segurana jurdica e transparncia nas transaes.A suspenso de contratos diante de mera suspeita,antes do trnsito em julgado de sentena conde-natria, impacta a oferta e o custo do crdito. Para aCNF, as instituies financeiras no podem ser res-

    ponsabilizadas por atos de terceiros beneficiadospor financiamentos concedidos mediante o cum-primento de todos os requisitos exigidos por lei.

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    Aideia de sustentabilidade aplicada aos negcios ga-nhou posio de destaque na pauta tanto de consu-midores quanto de empresas. No entanto, a simplificaodo conceito de sustentabilidade, associado comumentecomo a simples preservao da natureza, no atende aosanseios da sociedade atual.

    Em 1987, a chamada Comisso Brundtland (ComissoMundial sobre Meio-ambiente e Desenvolvimento), sob osauspcios das Naes Unidas, ofereceu definio de desen-volvimento sustentvel. O relatrio Nosso Futuro Comumpedia desenvolvimento que satisfaa as necessidadesdo presente sem comprometer a capacidade das futuras

    geraes de satisfazerem suas prprias necessidades. Em1992, na Conferncia do Rio, emergiu novo conceito dedesenvolvimento, com trs dimenses (econmica, sociale ambiental). O desenvolvimento sustentvel relacionavao desenvolvimento econmico com os limites e oportu-nidades que os recursos naturais criam para a atividadeeconmica. Nesse cenrio, valores como liderana, ticae confiana so aspectos a serem includos de forma per-manente nas decises de negcios e essas prticas foraminseridas no dia-a-dia das instituies financeiras, no ape-nas como poltica compensatria.

    Para as instituies financeiras, sustentabilidade no um modismo, muito menos uma tendncia passagei-ra, mas sim um elemento muito concreto nas decisesde concesso de crdito e de busca de financiamento. Otempo a matria-prima das operaes financeiras. Paraum dado fluxo financeiro e uma certa taxa de juros, quan-to mais extenso o horizonte temporal, maior ser o valorpresente lquido. Por exemplo, na comparao de duasempresas que solicitam crdito nas mesmas condies, aempresa sustentvel tem um horizonte temporal de ope-raes muito mais longo do que o da outra empresa queem algum momento cessar suas atividades pelo esgo-tamento de recursos; no surpresa que a empresa sus-tentvel apresente maior valor presente lquido e se tornemelhor candidata ao recebimento do crdito.

    4. Questes AmbientaisA Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia propostas que fortaleam prticasempresariais voltadas para a sustentabilidade dasoperaes no tempo e o uso racional de recursos

    naturais, integrando aspectos econmicos com asdimenses sociais e ambientais em todas as deci-ses. Entende, ainda, que a questo ambiental compatvel com o crescimento das operaes decrdito e com o desenvolvimento econmico.

    Em abril de 2010, a Federao Brasileira de Banc(Febraban) e o Ministrio do Meio Ambiente assinarao Protocolo de Intenes com vistas ao desenvolvimensustentvel que pressuponha a preservao ambienta

    uma contnua melhoria no bem estar da sociedade. Cnhecido como Protocolo Verde, declara que os bancenvidaro os melhores esforos para levar prtica seguintes princpios:

    1. Oferecer linhas de financiamento e programas qfomentem a qualidade de vida da populao e o usustentvel do meio ambiente;

    2. Considerar os impactos e custos socioambientais gesto de seus ativos e nas anlises de risco de projet

    3. Promover o consumo consciente de recursos nature de materiais deles derivados nos respectivos procsos internos;

    4. Informar, sensibilizar e engajar continuamente as ptes interessadas nas polticas e prticas de sustentabdade das instituies, e,

    5. Promover a cooperao e integrao de esforos enas instituies aderentes ao Protocolo.

    As instituies financeiras j contam com departametos e profissionais especializados para analisar os pedidde financiamento a projetos que envolvam sustentabilidde e impliquem impactos sobre o meio-ambiente. Mui

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    No Brasil, a maioria dos casos de decretao de estado decalamidade pblica pelos Municpios est ligada a desastresnaturais. Em muitos dos eventos recentes, que causaram gran-de comoo na populao brasileira, as instituies financeirasassumiram papel protagnico na soluo dos problemas, sejaao suspender cobranas e tarifas, seja ao conceder crditos ex-

    traordinrios para reconstruo de reas e instalaes afetadas,seja ainda ao atuarem como agentes captadores de doaes,na forma de depsitos ou de mantimentos e outros materiais.

    Desastres naturais inspiraram diversos parlamentares aapresentarem meritrios projetos voltados para a preven-o e mitigao de calamidades pblicas. Nesses projetos,destaca-se a adequada preocupao com a capacidadede as vtimas arcarem com pagamentos de suas contase demais compromissos financeiros, inclusive tarifas porservios bancrios e prestaes de financiamentos das

    mais variadas espcies, pelo menos at que se restabeleaa normalidade. Considera-se acertadamente, nesses casos,que muitas das vtimas so obrigadas a abandonar seuslares, ficando impossibilitadas temporariamente de traba-lhar e, consequentemente, de honrar seus compromissos.

    Em que pese ao acerto dessas preocupaes, elas noconsideram trs elementos importantes. Em primeiro lugar,a maioria das vtimas de desastres naturais atingida menospor manifestaes violentas da natureza e mais pela ausnciade medidas de poltica pblica, ou pela no aplicao de me-didas existentes. O caso mais evidente o da ocupao irre-gular do solo, que pode se tornar fatal quando acontecem noBrasil enchentes de vero, que em outros pases causam n-mero menor de vtimas mesmo quando sobrevm com igualintensidade. Em segundo lugar, no mundo inteiro, as compa-nhias seguradoras ou no oferecem cobertura, ou a proveemde forma muito limitada aos chamados atos de Deus, isto ,a sinistros causados pela ao violenta da natureza. Por fim,as instituies financeiras no tem mandato de seus clientespara suspender cobranas feitas em favor destes, nos casosem que atuam como meras intermedirias (diferentementeda suspenso de tarifas, taxas e juros vinculados a produtosdas prprias instituies financeiras).

    A Constituio Federal estabelece em seu artigo 182que compete ao Poder Pblico ordenar o pleno desen-

    volvimento das funes sociais das cidades e garantibem-estar de seus habitantes. Nesse quadro, a inexistcia de polticas pblicas, a no aplicao de polticas extentes e sinistros causados pela natureza no podem converter em obrigatoriedades para setores especficda economia. A soluo correta passa pela formula

    de polticas pblicas voltadas para preveno e mitigade desastres naturais, pela rigorosa aplicao daquelasexistentes (tais como ocupao do solo) e pela criade seguros oficiais que preencham a lacuna deixada pseguradoras privadas que no tm capacidade financepara cobrir os atos de Deus.

    razovel exigir que as instituies financeiras cupram o papel que lhes reserva o artigo 192 da Constuio Federal, de promover o desenvolvimento equbrado do pas e a servir aos interesses da coletividad

    Para tanto, necessrio conciliar a oferta de serviosde produtos financeiros diferenciados em condies ecepcionais de calamidades pblicas com a viabilidaeconmica das empresas que atuam no setor financeiA melhor maneira de faz-lo pela criao de incentive pela livre concorrncia.

    4.3. Licenciamento ambiental

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia propostas voltadas para o aprimoramen-to da legislao que trata da concesso de licenasambientais formuladas de maneira objetiva, combase em indicadores verificveis, de modo a ga-rantir maior segurana jurdica e transparncia nastransaes que requeiram tais licenas. Para a CNF,a tramitao da concesso de licenas deve ocor-rer em um intervalo de tempo compatvel com ofinanciamento e com a realizao dos projetos. AConfederao sustenta que as instituies financei-ras no podem ser responsabilizadas pelos impac-tos ambientais de projetos cujo financiamento foiconcedido mediante a apresentao de licenas edemais autorizaes exigidas pelo Poder Pblico.

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    CAPTULO 4 |QUESTES AMBIENTAIS

    Nesse contexto, diversos setores da economia bra-sileira tm discutido formas de impulsionar o mercadode crditos de carbono. Os debates enfatizam as incer-tezas jurdicas, a necessidade de alguma regulao e deuma padronizao do mercado, bem como a falta declareza nas definies dos projetos elegveis. Tambm

    ressaltam a importncia do papel das instituies fi-nanceiras como fomentadoras dos projetos de reduode emisses e intermediadoras do mercado doms-tico com o mercado internacional. Ao mesmo tempoem que foram projetadas tendncias de crescimento

    do mercado no futuro, mesmo ps-2012, registroua necessidade de uma regulamentao mais clara qproporcione condies para esse crescimento, prinpalmente na Amrica Latina.

    Em dezembro de 2012, durante a Conferncia

    Doha, o Protocolo de Quioto, nico plano juridicamenvinculante de reduo de emisses, foi prolongado 2020. Mais de 200 pases concordaram em estender o Ptocolo at que um amplo tratado global seja negociaem termos mais concretos.

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    CAPTULO 5 |REFORMAS ESTRUTURAIS

    No existe economia forte com setor financeiro fraco,tampouco h setor financeiro forte em economia frgil.Para as instituies financeiras bem cumprirem seu papelde promotoras do crescimento econmico e do desenvol-vimento socioambiental, importante que operem em umambiente aberto e competitivo, que incentive a eficincia.

    O Brasil passou por profundas mudanas estruturaisdesde a promulgao da Constituio de 1988, com im-pacto sobre a estrutura e o funcionamento do setor fi-nanceiro. Tambm o cenrio internacional experimentoualteraes radicais. Como pano de fundo, a globalizao,que parecia um modismo h pouco mais de vinte anos,

    hoje uma realidade concreta que afeta as vidas de mi-lhes de brasileiros, suas rendas, seus empregos e a ma-neira como consomem bens e servios. No curto e mdioprazos, a crise financeira internacional, que se instalou apartir do segundo semestre de 2007, reclama ajustes pro-fundos para que no seja comprometida a perspectiva docrescimento econmico do Brasil. Muito da legislao pre-videnciria, fiscal, trabalhista e sindical no acompanhouessas mudanas, o que pode vir a se tornar barreira paraum ambiente de negcios eficiente e competitivo.

    5.1. Novo Modelo Previdenciriopara Novos Trabalhadores

    5. Reformas EstruturaisA Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras acompanha com interesse propostas de re-formas estruturais nas legislaes previdenciria,fiscal, trabalhista e sindical, voltadas para maiortransparncia nas relaes contratuais, para maiorsegurana jurdica e para simplificao de procedi-mentos com vistas a conferir economia brasileiramais eficincia e competitividade.

    O Novo Modelo Previdencirio para Novos Trabalhadres no constitui uma reforma da Previdncia Social, umvez que os direitos dos trabalhadores em atividade seriapreservados. Trata-se de uma proposta voltada apenpara os novos e futuros participantes da Previdncia Socdo setor pblico ou privado, portanto ainda no includno mercado de trabalho.

    O modelo previdencirio brasileiro est consumindosade financeira e, com ela, a prpria capacidade de geo de recursos do setor pblico. A despesa previdencicaminha para a alarmante porcentagem de 16% do Pdos quais 12% no INSS e outros 4% nos regimes dos sedores pblicos. Isso tem importantes consequncias soba dvida pblica, a taxa de juros, o nvel de investimente as demais despesas do Estado, inibindo, por consequcia, o crescimento econmico e estabelecendo um crcvicioso de estagnao que precisa ser rompido. As conda previdncia so agravadas pela rpida mudana demgrfica em curso e pelas baixas idades de aposentadori

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia um novo modelo previdencirio paranovos trabalhadores com: segregao entre Previ-dncia e Assistncia; segregao entre benefciosde risco e benefcios programveis, sendo o finan-ciamento dos benefcios de risco em regime soli-

    drio e mutual; classificao dos benefcios progra-mveis, ou aposentadoria propriamente dita, base-ados em dois pilares: (a) de repartio e (b) de capi-talizao; montagem de um planejamento atuarialrigoroso e realista; estabelecimento de um modelo

    nico e universal para todos os beneficirios da Pre-vidncia Social; correo dos benefcios previdenci-rios e assistenciais por um ndice de preos; e re-

    conhecimento dos direitos femininos. Para a CNF, aparticipao do setor privado na gesto de fundosprevidencirios essencial no s para conferir efi-cincia administrativa, mas tambm para introduzirreferencial de preos (benchmark).

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    CAPTULO 5 |REFORMAS ESTRUTURAIS

    No regime de capitalizao facultativa, o beneficirioutilizar a Previdncia Complementar, seja aberta ou fe-chada, conforme modelo j existente.

    Os benefcios programveis sero sustentados emduas bases. A primeira corresponde ao atual Regime

    Geral de Previdncia Social e assentar, por sua vez,em outros dois pilares: um, com caracterstica de be-nefcio definido e em sistema de repartio (solidrioe mutual); e outro, de contribuio definida duranteo perodo trabalhado e em sistema de capitalizao(contas individualizadas). A segunda base correspon-de atual Previdncia Complementar, aberta ou fe-chada, de carter facultativo e que, por estar operan-do adequadamente, no objeto do Novo Modelo daPrevidncia Social.

    O projeto apresenta vrias vantagens para o Brasil, en-tre as quais:

    a retomada de investimentos pelo Governo. Issono se daria pela reduo imediata das despesasprevidencirias, que s sero obtidas no longo pra-zo, mas pela possibilidade, no curto prazo, de umaqueda mais significativa da taxa de juros no Pas,graas percepo pelos agentes econmicosda reduo do risco Brasil, e pelas perspectivas deatrao de maior volume de investimentos estran-geiros para projetos de infraestrutura;

    menor resistncia poltica. Como no se trata de umareforma previdenciria, mas sim da criao de umnovo modelo para os novos trabalhadores, a propos-ta no questiona nem suprime direitos adquiridos;

    incluso social. Os trabalhadores poderiam serincludos nos benefcios do crescimento do Paspor meio da aplicao de parte de sua poupanaprevidenciria nas empresas geradoras da rique-za nacional;

    aumento da renda. Possibilidade de os trabalhadoresobterem uma melhor remunerao na aposentadoriacom a reduo das obrigaes do Estado brasileiro.

    5.2. Reforma trabalhista/sindical

    Trabalhadores de todos os setores tanto mais se beneficiquanto maior a taxa de crescimento da economia brasileirmais acelerada a reduo das desigualdades de renda. Em ucenrio ideal, crescimento econmico e distribuio de rencaminham juntamente com proteo dos direitos trabalhistentre eles o de representao sindical. No cenrio inversoexacerbao desmesurada de direitos trabalhistas aumentaexageradamente os custos de contratao e reduziria tantoferta de emprego quanto o prprio crescimento econmUma reforma trabalhista e sindical bem sucedida consegulograr o equilbrio entre, de um lado, crescimento econmgerao de empregos e distribuio de renda e, de outro, ctos de contratao e proteo aos direitos trabalhistas.

    No que diz respeito reforma sindical, a CNF acopanha com preocupao a proliferao de sindicatos serepresentatividade, com consequente ampliao do nmero de dirigentes sindicais.

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica registque os resultados completos da Pesquisa Sindical 20revelam que, de 1991 a 2001, o nmero de sindicatos

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras acompanha com grande interesse propostas dereforma trabalhista e sindical que assegurem a pro-

    teo dos direitos dos trabalhadores, entre eles o derepresentao sindical, sem implicar custos de con-tratao irrealistas e exorbitantes que prejudiquem agerao de empregos e o crescimento econmico.A CNF apoia propostas que no criem insegurana

    jurdica, presente sempre que dispositivos so redigi-dos de maneira genrica e vaga, sem limitao dosdireitos e obrigaes de empregados e empregado-res e sem previso de sano para o descumprimentopor ambas as partes. Para a Confederao, propostasde reforma sindical devem estar sempre vinculadas

    a propostas de reforma trabalhista, de forma a tratarsimultaneamente dos interesses de empregados eempregadores e de suas respectivas representaes.

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    CAPTULO 5 |REFORMAS ESTRUTURAIS

    H hoje vrias distores no sistema tributrio brasilei-ro: a carga tributria de 35% do Produto Interno Bruto (PIB)no compatvel com a economia de um pas em desen-volvimento; os mais de 85 tributos no so administrveispor pequenas e mdias empresas; as alquotas elevadasno so proporcionais s bases tributrias reduzidas; e a

    superposio de impostos sobre a cadeia produtiva noafeta aqueles que podem contribuir mais.

    Para agravar esse quadro, propostas de reforma tribu-tria examinadas no passado incorporaram uma percep-o equivocada que introduz insegurana jurdica. Essapercepo a de que o sistema financeiro extrai lucrosexagerados dos demais setores da economia mediante aimposio de taxas de juros excessivas. Como corolrio,o setor deveria estar sujeito tributao adicional, mes-mo que esta seja inconstitucional e gere incertezas sobre

    uma futura extenso da diferenciao a outros segmen-tos, no por sua lucratividade ou resultado base do tri-buto mas sobre sua atividade.

    A noo de que as instituies financeiras obtmresultados exagerados vem da publicao do valor ab-soluto de lucros das empresas do setor. Essa divulgaoraramente acompanhada de informaes sobre lucra-tividade, que permitiria comparar o setor financeiro comoutros segmentos da economia brasileira e com os deoutros pases. Contudo, as instituies financeiras brasi-leiras no apresentam lucratividade excepcional quandocotejadas com as de outros setores e de outros pases.

    Essa percepo equivocada de lucratividade exagera-da deriva, em boa medida, do fato de os bancos brasileirosatuarem em um ambiente de elevadas taxas de juros. Po-rm, os bancos no fazem os juros, talvez fosse mais certodizer que os juros fazem os bancos. O juro o preo quepaga o tomador pela escassez do crdito, pela cunha fiscale pelo desajuste nas contas fiscais do setor pblico. O se-tor financeiro no obtm lucros por meio de altas taxas de

    juros. Na verdade, os lucros so obtidos a partir da diferen-a entre taxa de captao e taxa de repasse de recursos.Quanto maiores as taxas de juros, maior o risco de inadim-plncia, maiores as provises necessrias para cobrir esserisco e menores os resultados.

    Lucro alto no significa grande lucratividade a meda de desempenho de qualquer empresa ou setor. Pora percepo equivocada dos resultados de instituiesnanceiras, em que o lucro absoluto confundido comlucratividade relativa, conduz s propostas de tributadiferenciada do setor. A rentabilidade do setor finance

    depende menos do patamar das taxas de juros e mais estabilidade econmica com justia fiscal. Para as instites financeiras, o Pas far grande avano se vier a adosistema compatvel com padres internacionais de tribtao, com redistribuio da carga tributria e adoo princpio da progressividade, preservados a renda, o pamnio e o consumo como base referencial de tributaA simplificao, desburocratizao e estabilidade da leglao tributria, com a reduo da tributao em cascaaumentariam a competitividade.

    A discriminao tributria de um setor contraria princpios da capacidade contributiva e da isonomambas limitaes constitucionais ao poder de tribtar. A Constituio vincula a capacidade econmiao patrimnio, rendimentos e atividades econmicdo contribuinte (Constituio Federal, art. 145, 1), nao setor em que este opera. Tal contribuinte est sujto apenas a impostos, no aos demais tributos (taxcontribuies de melhoria, contribuies e emprstimcompulsrios). Ademais, est sujeito apenas a impospessoais, isto , queles que incidem sobre bens, receie operaes. O princpio da isonomia tributria (CF, a150, II), por sua vez, busca a igualdade na lei e a igudade perante a lei, ao dar tratamento desigual aos qso juridicamente desiguais. A Constituio cria exes ao princpio da isonomia, tais como os incentivfiscais para desenvolver determinadas regies, regimtributrio favorecido para microempresas e empresas pequeno porte, alm da possibilidade de discriminar etre ramos de atividade econmica por motivo extrafiscdesde que a distino seja razovel (como o caso iseno de IPI para taxistas e deficientes fsicos). Porno menciona excees para setores especficos.

    A cobrana diferenciada poderia se justificar somepela adoo de alquotas maiores em funo do lucro oulucratividade, para todos os setores da economia. O lucro

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    Aeficincia econmica um dos princpios que nor-teiam a operao das empresas, em geral, e das ins-tituies financeiras, em particular. Trata-se de otimizar oemprego de recursos escassos para obter os mesmos oumelhores resultados. O recurso escasso mais evidente,para os setores pblico e privado, a poupana, sem a qualno se materializa o correspondente investimento. Para osetor financeiro, porm, outro importante recurso escasso o tempo muitas vezes desbaratado em procedimentosburocrticos. Tambm o espao ocupado por instalaes e

    arquivos tem impacto sobre eficincia econmica.

    A eficincia econmica est estreitamente vinculada competitividade. Empresas - entre elas instituies finan-ceiras que desperdiam recursos escassos em operaesque no buscam alcanar objetivos estratgicos tendem aser menos competitivas e a desaparecer.

    6.1. Concentrao bancria

    Para o setor financeiro bem desempenhar seu papel emelhor atender aos consumidores, fundamental a ma-nuteno de um ambiente de negcios competitivo, emque a concorrncia estimule o contnuo aprimoramentode produtos, servios e procedimentos. Frequentemente osetor financeiro, em geral, e o bancrio, em particular, so

    6. Eficincia Econmicae Competividade A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia propostas voltadas para a otimizao do

    emprego de recursos escassos, tais como poupan-a (que financia investimentos), tempo e espaofsico, para a simplificao de procedimentos e parao fortalecimento da superviso do uso desses re-cursos sempre que envolverem bens pblicos.

    descritos como mercados oligopolizados avessos a econcorrncia. Essa avaliao no se sustenta em fatos.

    Aumentou, no passado recente, a percepo equivcada de que o mercado financeiro brasileiro tornou

    menos competitivo por causa da maior concentrabancria. De fato, na esteira da crise financeira intercional, verificou-se um conjunto de acontecimentos qdo margem a essa avaliao apressada. Ocorreram iportantes operaes de fuso entre grandes instituitais como entre ABN Real e Santander, Ita e Unibanalm de Banco do Brasil e Nossa Caixa. Os bancos pblicadotaram poltica de concesso de crdito mais agresscomo parte de uma poltica anticclica voltada para a mtigao dos efeitos da crise. Ademais, bancos com mennmero de agncias, de pequeno e mdio portes, vendram carteiras de crdito ou para bancos maiores, ou po Fundo Garantidor de Crditos, para se capitalizar e fafrente a desafios de liquidez. Contudo, os mais diferenindicadores de mercado no apontam, no Brasil, queconcentrao bancria seja superior de outros pases traga ineficincia ao sistema.

    Trabalhos acadmicos no estabelecem qualquer reo entre medidas de concentrao bancria e taxas emprstimo ou spread bancrio. So estudos como de Eduardo K. Tonooka Srgio M. Koyama (Taxa de jue concentrao bancria no Brasil, 2003) e os de SimoMiyuki Hirakawa e Rodrigo De Losso da Silveira Bue(Does Location Matter to Explain Loan Interest Rates? Edence from Brazilian Local Banking Markets, de 2009). portal do Banco Central, est disponvel estudo de Mr

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia propostas voltadas para aumentar a com-petitividade no setor financeiro, desde que nocoloquem em risco a higidez do sistema e sejamlastreadas em slidos fundamentos tcnicos e emextensa pesquisa sobre estruturas de mercado.

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    6.3. Correspondentes no bancrios

    Correspondentes no bancrios (chamados impro-priamente de correspondentes bancrios) so estabele-cimentos contratados por instituio financeira, segundoprevisto pelas Resolues do Conselho Monetrio Nacio-

    nal (CMN) n 3.954 e 3.959, ambas de 2011, para a presta-o de determinados servios bsicos tais como saques,pagamentos, cobranas, depsitos, etc. So correspon-dentes no bancrios as casas lotricas, agncias dos cor-reios, farmcias, supermercados, entre outros.

    Surgiram no pas no incio na dcada passada comoalternativa aos tradicionais espaos bancrios e j de-sempenham um importante papel no desenvolvimentosocioeconmico. Entre os benefcios propiciados pelasua atuao, destaca-se o maior acesso da populaoaos servios financeiros, especialmente das regies maisafastadas, desempenhando funo transformadora nessaseconomias. Os correspondentes destacam-se pela quanti-dade absoluta de pontos de atendimento, pelos indicado-res demogrfico e geogrfico e por sua capilaridade. Dosmais de 255 mil pontos de atendimento no pas, 161 milso de correspondentes. Depois de um crescimento acen-tuado por 10 anos, o nmero de correspondestes come-ou a se estabilizar a partir de 2011. A queda neste ano (de165 mil correspondentes em 2010 para 161 mil em 2011:-2,5%) se deve, entre outros aspectos, Resoluo CMN n3.954/2011, que alterou e consolidou as normas que dis-pem sobre a contratao de correspondentes. Todavia,em termos de capilaridade, pode-se considerar que noh, no pas, municpio algum sem ponto de atendimentode correspondente.

    Aposentados e pensionistas da Previdncia Social, sobtudo em localidades mais distantes, so especialmente neficiados pela existncia de uma rede de correspondent

    As resolues do CMN tratam da contratao de corrpondente por bancos e no da atividade de corresponde

    em si, que regulada por normas de direito privado. Apede serem contratados pelos bancos, os correspondentes nbancrios no se equiparam s instituies bancrias, tapouco seus funcionrios pertencem categoria laboral dbancrios. Primeiro, porque o correspondente no se incentre as instituies autorizadas a operar pelo Banco Cene, por essa razo, no est sob a competncia regulatrisupervisora dessa autarquia. O artigo 18 da Lei n 4.595/19reza que: as instituies financeiras somente podero funcnar no pas mediante prvia autorizao do Banco Central Repblica do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quan

    forem estrangeiras. Em segundo lugar, porque o ConseMonetrio Nacional, em seu poder regulamentar, no aurizou banco a contratar correspondente para prestar servque se confunda com sua atividade privativa, qual seja intmediao financeira. Correspondentes no bancrios ncaptam recursos tampouco concedem emprstimos, qso atividades privativas de bancos. As relaes contratu- abertura de conta, depsito e mtuo - so entre bancousurio. Ao contratar o correspondente, o banco no o sucontrata para realizar intermediao financeira, no haventerceirizao de atividade-fim.

    Cuida-se aqui de uma atividade acessria, visto qa atividade principal acha-se ligada ao objeto social estabelecimento comercial que abriga as funes de crespondente. O correspondente no faz intermediafinanceira. J no caso dos bancos, a atividade princi privativa de instituio financeira a do artigo 17 Lei n 4.595/1964, que define instituio financeira compessoas jurdicas pblicas ou privadas, que tenham comatividade principal ou acessria a coleta, intermediao aplicao de recursos financeiros prprios ou de terceirem moeda nacional ou estrangeira, e a custdia de vade propriedade de terceiros.

    Os servios dos denominados correspondentes limtam-se a receber e repassar, pois a anlise das opera

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia propostas voltadas para a expanso eo fortalecimento da rede de correspondentes no

    bancrios como importante instrumento de ban-carizao, que no os equiparem aos bancos parafins legais e que no lhes atribuam as funes eobrigaes tpicas de bancos, inclusive no que tocaaos dispositivos de segurana.

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    da cpia em meio eletrnico de um documento em rela-o ao original firmado em papel, de forma a ser possveldestru-lo, antes de transcorridos os prazos prescricionais,sem perda de valor probatrio.

    Motivou os vetos o argumento de que tais dispositi-

    vos ensejariam insegurana jurdica. Ademais, sustentou-se que as autorizaes para destruio dos documentosoriginais logo aps a digitalizao e para eliminao dosdocumentos armazenados em meio eletrnico, ptico ouequivalente no observam o procedimento previsto nalegislao arquivstica.

    Com os vetos a tais dispositivos do PLC n 11/2007,afastou-se o principal objetivo do projeto aprovado peloscongressistas, qual seja: reduo da utilizao do papel emfavor das novas tecnologias e reduo da burocracia, que

    representariam um avano para as empresas brasileiras epara o meio ambiente.

    6.5. Desonerao da folha de pagamentos

    Proposta de desonerao dos tributos que incidem so-bre a folha de pagamentos das empresas levam em contao impacto positivo que esta poderia ter na ampliao dacompetitividade das empresas brasileiras frente ao resto

    do mundo, na eliminao dos gargalos ao processo de dsenvolvimento e na gerao de empregos formais.

    Todas as contribuies que incidem sobre a folha de lrios financiam importantes polticas pblicas. o caso d20% para a Previdncia Social; 8% para o FGTS; 3,1% par

    Sistema S; 2,5% para a educao; 2% para o seguro acidetes; entre outros.

    Uma das principais propostas em debate sugere a duo da contribuio descontada hoje para a Previdcia, de forma gradativa, em 2% ao ano at que se atiuma queda de cerca de 6%. Assim, a carga sobre a folhapagamentos passaria dos atuais 20% para 14%.

    A medida traz, porm, algumas resistncias visto qpode prejudicar a arrecadao da Previdncia e desest

    turar sua sustentao. Nas avaliaes apresentadas ema-se que cada ponto percentual de desonerao signca um impacto de R$ 4 bilhes nas contas da PrevidncPara evitar redues sensveis no seu recolhimento eperda de sua sustentabilidade no longo prazo, estudase outras fontes para compensar a desonerao da fode pagamentos.

    Como fontes alternativas h basicamente trs sugtes: (a) cobrar contribuio sobre o lucro ou faturamen(b) retornar com a CPMF; ou (c) simplesmente no cobcompensao, esperando um aumento de receitas pmeio da expanso do crescimento econmico com maformalizao do emprego.

    Quanto transferncia da base de incidncia das cotribuies previdencirias para o faturamento, alguns tores (txtil, de mveis, caladista e de Tecnologia de formao) j vm sendo beneficiados pela medida desdezembro de 2011, em razo do Plano Brasil Maior. Essempresas deixaram de recolher a contribuio patronal INSS (alquota de 20%) em troca de uma tributao qincidir sobre o faturamento. Os setores caladista, mveis e txteis passaram a recolher alquota de 1%o de TI, 2%. Os primeiros resultados sugerem que a catributria sobre as empresas no seria de fato reduziddeterminados setores seriam beneficiados em detrimen

    A Confederao Nacional das Instituies Finan-ceiras apoia propostas que desonerem a folha depagamentos e efetivamente estimulem a compe-titividade das empresas e a gerao de empregos

    formais. Para a CNF, as perdas de arrecadao pre-videnciria decorrentes da desonerao poderiamser compensadas pelo Tesouro Nacional e pelo cor-te, por parte do Governo, de outras despesas emvalor igual ao transferido para a Previdncia; pelacontabilizao da aposentadoria rural como bene-fcio social ou outra forma de transferncia de ren-da, de natureza oramentria; pela manuteno dofator previdencirio; e pela introduo da previdn-cia complementar para servidores pblicos.

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    O Comit para Gesto da Rede Nacional para a Sim-plificao do Registro e da Legalizao de Empresas eNegcios (CGSIM/MDIC) um rgo colegiado, presididopelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e ComrcioExterior (MDIC), que tem a finalidade de atuar na desburo-cratizao de registro e legalizao de empresas. De gran-

    de relevncia estratgica, o Comit participa dos debatesrelacionados modernizao dos processos de registromercantil, como uma forma de estimular o empreende-dorismo e a competitividade das empresas brasileiras, re-duzindo os custos decorrentes do excesso de burocracia.O CGSIM trata, por conseguinte, de questes que repercu-tem nas instituies financeiras.

    A CNF acredita que importante a participao dasConfederaes nos trabalhos desenvolvidos pelo CGSIM.Estas podero fomentar de maneira significativa os deba-

    tes que visem compatibilizao, integrao e harmoniza-o das regras e procedimentos do registro mercantil, demodo a evitar duplicidade de exigncias, garantir a lineari-dade do processo e aperfeioar a eficincia dos trabalhos,para estimular o empreendedorismo e a competitividadedas empresas brasileiras, reduzindo os custos decorrentesdo excesso de burocracia.

    6.7. Duplo registro

    Tramitam no Congresso Nacional projetos de lei quepodem afetar as operaes de financiamento de comprade veculos ao tornar obrigatrio o registro dos contratosde alienao fiduciria junto aos cartrios de ttulos e do-cumentos e ao regulamentar baixa de gravame. Para tan-

    to, propugnam, entre outras, alterao no novo CdCivil, em que clara a distino, no artigo 1.361, entre unorma geral para constituio da propriedade fiduci(que obriga o depsito do contrato no Registro de Ttue Documentos do domiclio do devedor) e outra espec(que constitui a propriedade fiduciria de veculo pelo s

    registro na repartio de licenciamento). Para o compdor, no haveria mais a norma especial: a constituio propriedade fiduciria de veculos dependeria do regisdo contrato no cartrio e tambm na repartio comptente para o licenciamento. O chamado duplo registro

    A Deliberao n 77/2009 e a Resoluo n 320/20do CONTRAN, e as Leis n 11.795/2008 e n 11.882/20dispensam nas operaes realizadas com veculos aumotores da obrigatoriedade do registro dos contratos nCartrios de Ttulos e Documentos. Contudo, existem

    gulaes de rgos estaduais que so divergentes entrerazo pela qual se deve buscar a harmonizao das regde registro de veculos em todo o territrio nacional.

    O principal argumento para a reintroduo do duregistro o da segurana jurdica: o registro notarial assegraria tanto o arquivamento do ato quanto a disponibilio para o consumidor de cpia do contrato de alienafiduciria. O registro em repartio competente (DETRAatende plenamente aos requisitos de arquivamento, comindica a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia:

    O registro no rgo de licenciamento faz as vezes arquivo no Cartrio de Ttulos e Documentos (RTD), pisso que, merc de a exigncia de duplo registro reveodiosa imposio, afronta o princpio da razoabilidaposto impor desnecessrio bis in idem, mxime luz interpretao autntica levada a efeito pelo novel arti1.361 do Cdigo Civil (Ministro Luiz Fux).

    A entrega de cpia do contrato, por sua vez, regra obrigtria sedimentada no setor financeiro (ver 2.8 Contrato

    Para as instituies financeiras, o duplo registro ata no s medidas de reduo do custo do dinhemas tambm a melhoria da qualidade do crdito e atendimento prestado aos clientes e consumidores.

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia propostas voltadas para a efetividade jur-dica exclusiva do registro de alienao fiduciria deveculo em repartio competente de licenciamen-to para evitar o duplo registro dessa alienao tam-bm em repartio notarial, que aumenta o nuspara os consumidores sem acrescentar segurana

    jurdica relao contratual.

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    e d) criao de mecanismos de competio entre as em-presas mineradoras por intermdio de leiles, pois atual-mente a concesso de lavra concedida empresa que asolicitar primeiro e sem prazo de explorao.

    O Governo Federal tambm est discutindo a refor-

    mulao do atual modelo de Compensao Financeirapela Explorao de Recursos Minerais (CFEM). De acordocom o MME, o modelo vigente tem muitas fragilidades, oque justifica a apresentao de uma nova proposta quefortalea o instituto da compensao, corrigindo devida-mente as falhas. A CFEM foi estabelecida com base naConstituio Federal (artigo 20, 1): assegurada, nostermos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-nicpios, bem como a rgos da administrao direta daUnio, participao no resultado da explorao de pe-trleo ou gs natural, de recursos hdricos para fins de

    gerao de energia eltrica e de outros recursos mineraisno respectivo territrio, plataforma continental, mar ter-ritorial ou zona econmica exclusiva, ou compensaofinanceira por essa explorao.

    Hoje, os direitos de explorao so convertidos emttulos mobilirios negociados em bolsas de valores. Aescolha pela praa em que ttulos dessa natureza sonegociados depende no s das condies do mercadofinanceiro local (liquidez, marco legal, atuao da autori-dade regulatria, superviso, poltica cambial, entre ou-tros), mas tambm do ambiente de negcios que cerca aatividade de explorao mineral. Ao Brasil interessa queos ttulos relacionados a direitos de lavras brasileiras se-

    jam negociados em praa local, e no no exterior, comoacontece atualmente. O Novo Marco Regulatrio da Mi-nerao oferece oportunidade importante para se intro-duzir alteraes no mercado financeiro e no ambiente denegcios que criem condies para a negociao localdesses ttulos mobilirios.

    Para a CNF, as discusses sobre a atualizao da le-gislao do setor mineral devem compreender tambma anlise de medidas que reforcem a atrao de investi-mentos e a promoo da negociao de ttulos mobili-rios representativos do setor mineral em bolsa de valoresno Brasil. A nova legislao deve criar e desenvolver um

    ambiente favorvel e sustentvel para transformar o Bsil em um polo internacional de investimentos e negcios no setor de minerao.

    6.10. Agncias Reguladoras

    As agncias reguladoras so parte do arcabouo ititucional que d segurana aos investidores. Um dpapis fundamentais dessas agncias justamente o assegurar estabilidade e aplicao uniforme de regras.

    No que toca especificamente ao setor financeiro, a gulao e a superviso so pilares da confiabilidade dinstituies e da reduo do risco sistmico. As entidadque atuam como agncias reguladoras por excelncia so Banco Central do Brasil (Bacen), a Comisso de ValoMobilirios (CVM), a Superintendncia de Seguros Pridos (SUSEP) e a Superintendncia Nacional de Previdcia Complementar (PREVIC). Cada uma dessas entidadconta com corpo tcnico qualificado e se concentra esegmentos especficos do mercado, exercendo uma at

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-ras apoia projetos voltados para o fortalecimentodas agncias reguladoras, que assegurem indicaode pessoal qualificado, com formao acadmica eexperincia profissional relevantes na rea de atua-o da entidade, qual se garanta independncia,tendo como contrapartida prestaes de contas queprivilegiem no a criao de metas regulatrias, massim a estabilidade de regras e correspondente au-

    mento dos investimentos no setor de competnciada agncia. No caso especfico do setor financeiro, aCNF acredita que as funes de regulao e de su-perviso vm sendo desempenhadas com eficin-cia pelo Banco Central do Brasil (Bacen), a Comissode Valores Mobilirios (CVM), a Superintendncia deSeguros Privados (SUSEP) e a Superintendncia Na-cional de Previdncia Complementar (PREVIC), quefuncionam como agncias reguladoras, o que dis-pensaria a criao de nova agncia especfica.

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    CAPTULO 6 |EFICINCIA ECONMICA E COMPETITIVIDADE

    A Constituio Federal assegura tratamento favorecidopara as empresas de pequeno porte constitudas sob as leisbrasileiras e que tenham sua sede e administrao no pas(art. 170, IX). Tambm estabelece que a Unio, os Estados,o Distrito Federal e os Municpios dispensaro s microem-presas e s empresas de pequeno porte, assim definidas emlei, tratamento jurdico diferenciado, visando a incentiv-laspela simplificao de suas obrigaes administrativas, tri-

    butrias, previdencirias e creditcias, ou pela eliminao oureduo destas por meio de lei (artigo 179).

    A conceituao de micro, pequena e mdia empresaconsidera critrios quantitativos, como nmero de empre-gados ou faturamento anual bruto. No Brasil, a principalnorma que classifica firmas segundo o porte empresarial,a Lei Complementar n 123/2006, adota o critrio de fa-turamento. Hoje, 99% das empresas so micro e peque-nas, mas s faturam 25% do PIB, ou seja, 1% so mdias egrandes que faturam 75% do Produto Interno Bruto.

    O Estatuto das Microempresas e Empresas de PequenoPorte a referncia para a elaborao de polticas que respei-tem o tratamento jurdico diferenciado e simplificado. Trata:(a) da apurao e recolhimento dos impostos e contribuiesda Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios,mediante regime nico de arrecadao, inclusive obrigaesacessrias; (b) do cumprimento de obrigaes trabalhistas eprevidencirias, inclusive obrigaes acessrias; e (c) do aces-so a crdito e ao mercado (inclusive quanto preferncia nasaquisies de bens e servios pelos Poderes Pblicos), tec-nologia, ao associativismo e s regras de incluso.

    As discusses em torno de microempresas e empresasde pequeno porte esto centradas em vrias questes, dasquais se destacam trs. Uma a inscrio em cadastros de

    restrio ao crdito bem como protestos por dvidas pbli(que, por exemplo, somente poderiam ser realizados aptrnsito em julgado dos processos de execuo e cobranOutra questo a intermediao obrigatria do sindicana contratao do trabalhador avulso. A terceira questoa alterao na ordem de preferncia estabelecida na Lei

    11.101/2005 (recuperao de empresas), para priorizar crditos das microempresas e empresas de pequeno port

    As microempresas e empresas de pequeno porte sfronteira da inovao e da gerao de emprego. comuque o microempresrio e o empresrio de pequeno pono contem com experincia profissional ou qualificaacadmica para iniciar e manter um negcio. Ademenfrentam problemas de concorrncia, de logstica e histrico de crdito. Nesse quadro, justifica-se o prececonstitucional do favorecimento a esse tipo de empres

    Contudo, tal favorecimento est voltado preferencialmepara as relaes das microempresas e empresas de peqno porte com o Poder Pblico. Nas relaes com o seprivado e o restante da sociedade, o interesse coletivo brepe-se ao individual (como, por exemplo, o intereindividual dos credores). A solidez da atividade empresadeve ser buscada para benefcio de todos. Essa solidezconstri com as prticas de mercado, sobretudo a livre cocorrncia e a livre negociao.

    parte dessa prtica de mercado a inscrio em cadastde restrio ao crdito de devedores inadimplentes, a licontratao de empregados sem intermediao obrigaria do sindicato e o risco de transacionar com outras empsas que podem eventualmente ir falncia, quando entos crditos prioritrios atendem a imperativos sociais.

    6.13. Recuperao de empresas

    to, assentadas nos princpios constitucionais dalivre concorrncia e do livre exerccio da atividadeeconmica, incompatveis com a imposio a en-tes privados de obrigaes compulsrias no seu re-lacionamento com qualquer segmento especfico

    do setor empresarial.

    A Confederao Nacional das Instituies Financei-

    ras apoia propostas voltadas para o aprimoramentoda Lei n 11.101/2005, de Recuperao de Empre-sas e Falncias, com vistas a fornecer maiores ga-rantias aos credores, sem comprometer o interessepblico. Para a CNF, a ordem de classificao dos

  • 7/29/2019 CNF - Agenda Do Setor Financeiro 2013

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    introduzir