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Anuário da Produção Acadêmica Docente Vol. 4, Nº. 7, Ano 2010
Aline Soynara Buss Universidade Gama Filho [email protected]
Marina Machado dos Santos Universidade Gama Filho [email protected]
Rafaela Liberali Universidade Gama Filho [email protected]
Vanessa Fernandes Coutinho Universidade Gama Filho [email protected]
PERFIL NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA
RESUMO
Objetivo: Avaliar perfil nutricional de adolescentes, idade entre 10 à 19 anos de uma Instituição Filantrópica. Casuística: Utilizado o QFA e os dados antropométricos (peso e altura) para o cálculo do IMC, adotando como classificação os valores para idade e sexo e os respectivos percentis propostos pela OMS. Resultados: Observam-se dois grupos (masc x fem) homogêneos, pois peso, altura e IMC, não demonstraram diferenças estatisticamente significativas. A maioria dos adolescentes classificados como eutróficos e com altura adequada para a idade. Na análise do consumo alimentar, pelo número de porções, o teste demonstrou diferenças estatisticamente significativas entre os sexos em todos os alimentos consumidos e a média do número de porções, não demonstrou diferenças estatisticamente significativas em todos os alimentos consumidos. A quantidade do consumo dos alimentos independe das variáveis idade, peso e IMC. Conclusão: A maioria dos adolescentes estavam em estado nutricional adequado, eutróficos, porém manifestando hábitos alimentares inadequados.
Palavras-Chave: avaliação nutricional; práticas alimentares; perfil antropométrico; adolescentes.
ABSTRACT
Objective: To evaluate the nutritional status of adolescents aged 10 to 19 years to a charity center in Santa Catarina. Methods: We used an FFQ and anthropometric data (weight and height) to calculate IMC, using as ranking values for age and sex and their percentages proposed by the WHO. Results: There are two groups (male x female) homogenous, because weight, height and IMC, showed statistically significant differences. Most adolescents classified as normal and appropriate height for their age. In the analysis of food consumption, number of servings, showed significant differences in all foods consumed. When evaluating the average number of servings, has not shown statistically significant differences between the genres in all foods consumed. The quantity of food consumption is independent from age, weight and IMC. Conclusion: Most adolescents were in adequate nutritional status, normal, but showing inadequate eating habits.
Keywords: nutritional assessment; dieting practices; anthropometric profile; adolescentes.
Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected]
Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE
Artigo Original Recebido em: 25/08/2010 Avaliado em: 24/02/2011
Publicação: 30 de março de 2011
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1. INTRODUÇÃO
A adolescência compreende o período da vida que se estende dos 10 aos 19 anos e se
inicia com a puberdade ou com o começo da vida fértil (BRASIL, 1996). É o momento
privilegiado para se colocar em prática medidas preventivas, uma vez que os hábitos
alimentares criados, quando o indivíduo afirma sua independência, aparentemente
persistem na idade adulta (VIEIRA et al., 2002; KUSCHNIR et al., 2009; ROGOL, CLARK;
ROEMMICH, 2000; FARIAS JR.; LOPES, 2004).
Esse período é marcado por profundas mudanças e o adolescente começa a
definir sua identidade e a estabelecer um sistema de valores pessoais mostrando-se
vulnerável aos enormes agravos enfrentados pela maioria das sociedades atuais, afetando
assim sua alimentação (KUSCHNIR et al., 2009; BRASIL, 1993; EISENSTEIN et al., 2000;
GAMBARDELLA; FRUTUOSO; FRANCH, 1999) além de um período que deve ser
incrementado com atitudes e comportamentos saudáveis (PINTO; LIMA, 2001).
Vários fatores interferem no consumo alimentar neste período da vida, tais como
valores socioculturais, imagem corporal, convivências sociais, alimentos consumidos fora
de casa, aumento do consumo de alimentos semi-preparados, influência exercida pela
mídia, disponibilidade de alimentos e facilidade de preparo (EISENSTEIN et al., 2000;
GARCIA; GAMBARDELLA; FRUTUOSO, 2003; SERRA; SANTOS, 2003; DIETZ et al.,
1998).
A escolha dos alimentos pelos adolescentes tem reflexo imediato e isso faz com
que a sua atitude em relação á alimentação seja satisfatória no presente, não importando
se a qualidade do alimento consumido possa ser prejudicial na vida futura. Este público
sofre ainda grande influência da mídia, dos valores apreendidos na família e amigos,
incluindo a autonomia para escolher o que comer e hábitos relacionados ao estilo de vida,
como praticar atividade física. Isso pode restringir suas necessidades dietéticas em
detrimento de um corpo ideal imposto pela mídia, prejudicando seu estado nutricional
(MONTEIRO; CAMELO JR., 2007; FRANCO NETTO; CARNEIRO, 2002; ALBANO;
SOUZA, 2001a).
A avaliação do estado nutricional tem por objetivo verificar o crescimento e as
proporções corporais dos indivíduos, visando estabelecer atitudes de intervenção
(ROGOL; CLARK; ROEMMICH, 2000; VEIGA; BURLANDY, 2001; FERNANDES et al.,
2007; FUMAGALLI et al., 2008; RIGONI; BARDINI; LBERALI, 2007). A antropometria,
que é um dos métodos mais usados para este tipo de avaliação, tem se revelado o mais
utilizado para o diagnóstico nutricional em nível populacional, sobretudo na infância e na
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adolescência, pela facilidade de execução, baixo custo e inocuidade (SIGULEM;
DEVINCENZI; LESSA, 2000; ANDRADE; PEREIRA; SICHIERI, 2003; KUSCHNIR et al.,
2009).
Este trabalho tem como objetivo avaliar o perfil nutricional de adolescentes de
ambos os sexos com idade entre 10 à 19 anos de uma Instituição Filantrópica.
2. CASUÍSTICA E MÉTODOS
A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, de campo (LIBERALI, 2008). A
população do estudo corresponde a N= 53 adolescentes, divididos em dois grupos GI
(masculino) = 33, escolhidos através de alguns critérios de inclusão: assinar o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, freqüentar regularmente a instituição e estar dentro
da faixa etária de 10 a 18 anos. No que refere aos aspectos éticos, as avaliações não tinham
nenhum dado que identificasse o amostrado e que lhe causasse constrangimento ao
responder. Foram incluídos no estudo os adolescentes que aceitaram participar
voluntariamente, após a obtenção do consentimento verbal dos participantes e
autorização por escrito dos pais e dos adolescentes. Dessa forma, os princípios éticos
contidos na Declaração de Helsinki e na Resolução nº 196 de 10 de Outubro de 1996 do
Conselho Nacional de Saúde foram respeitados em todo o processo de realização desta
pesquisa.
A instituição pesquisada é uma entidade filantrópica, comunitária, de cunho
social e sem fins lucrativos, fundada em 27 de novembro de 1997. Tem como objetivos:
desenvolver um trabalho sócio-educativo, preventivo e sistemático junto às crianças e
adolescentes advindas de famílias de baixa renda de um município localizado em SC,
realizar um trabalho de apoio à educação formal através do acompanhamento sistemático,
individualizado e coletivo, desenvolver atividades artísticas despertando seus talentos e
aptidões favorecendo a socialização e a auto-estima, dentro do processo ensino-
aprendizagem, proporcionar atividades recreativas, esportivas e culturais, desenvolvendo
a socialização, o auto-conhecimento e a dimensão intelectual, afim de que haja uma
formação integral e propiciar um ambiente de acolhimento, amor e carinho, sem
descuidar em propor limites, condição fundamental no processo de socialização. A
instituição promove atividades diariamente como: atividades Recreativas e Culturais
(teatro, dança, poesia, canto coral, teclado, violão, artesanato, pintura e desenho),
Atividades Escolares, Informática, Palestras Temáticas Mensais, Vídeos Educativos,
Ecologia, Nutrição, Espiritualidade, Atendimento Psicológico e Social as Crianças e
Adolescentes extensivos as suas famílias, Trabalho Voluntário nas diversas áreas,
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encaminhamento ao Mercado de Trabalho (aos maiores de 16 anos) e uma alimentação
ricamente balanceada. O atendimento é diário, de 2ª a 6ª feira, das 8 às 17 horas, às
crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 18 anos incompletos no horário
complementar (oposto) ao período escolar. A entidade conta com equipe multidisciplinar
composta por Assistente Social, Psicóloga, Pedagoga, Professoras e Nutricionista. A
direção da entidade autorizou a pesquisa com a assinatura de uma declaração.
Uma semana antes da coleta dos dados foi enviado aos pais, pelos próprios
adolescentes, o termo de livre consentimento e esclarecido. No dia 22 de outubro de 2009,
foram selecionados os adolescentes que trouxeram a autorização dos pais para então
começar a coleta de dados. Foi utilizado um questionário para analisar a freqüência
alimentar dos adolescentes, com perguntas abertas, validado e proposto por Ribeiro et al.
(2006), Slater et al. (2003), Araújo (2005) e Celafisc (2010) adaptados para esta pesquisa.
Os questionários abordavam leite e derivados, carnes e ovos, óleos, petiscos e
enlatados, cereais e leguminosas, hortaliças e frutas, sobremesas e doces, bebidas e
produtos diet e light, mas para esse estudo foi utilizado apenas frituras, frutas e vegetais,
leite e derivados, açúcares e doces e hortaliças e frutas, lanches e refrigerantes e suco
artificial. Para análise do peso utilizou-se uma balança digital da marca Welmy com
capacidade máxima de 200 kg e precisão de 100 g. A balança foi colocada no chão em
superfície lisa e firme sendo ligada e zerada. Em seguida os adolescentes subiram um a
um descalços, com bermuda e camiseta, colocando-se eretos e com o olhar fixo à sua
frente. A estatura foi verificada através de um antropômetro vertical, acoplado a balança
com 200 cm, com uma parte fixa, uma parte móvel, a escala numérica em centímetros e
décimo de centímetro e um ponto para a leitura da medida. Os adolescentes se
posicionaram eretos, de costas para o antropômetro, o queixo afastado do peito e os
braços estendidos ao longo do corpo e os pés eram unidos, fazendo um ângulo reto com
as pernas. A medida foi feita com o avaliado em apneia inspiratória e com a cabeça
orientada segundo o plano de Frankfurt, paralela ao solo. As medidas seguiram o
protocolo de citado por Filho (2003).
Após a verificação do peso (kg) e comprimento (cm), pode-se calcular o Índice de
Massa Corporal (IMC) (dividindo-se o peso em kg pela altura em cm ao quadrado)
adotando como classificado os valores para idade e sexo e os respectivos percentis
propostos pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2007) magreza acentuada,
magreza, eutrofia, sobrepeso, obesidade e obesidade grave. Quanto à altura, os
adolescentes também foram classificados de acordo com os percentis propostos pela
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Organização Mundial de Saúde (WHO, 2007) e os que não se enquadraram entre os
percentis 3 e 97, tiveram suas idades corrigidas.
As pesquisadoras chegaram à instituição na parte da manhã, selecionaram os
adolescentes que faziam parte do estudo e realizaram a coleta de dados no horário das
10:00 ás 11:30 horas. O mesmo aconteceu na parte da tarde entre no horário de 14:30 até
16:00.
A análise descritiva dos dados serviu para caracterizar a amostra, com a
distribuição de freqüência, calculo de tendência central (média) e de dispersão (desvio
padrão). Depois de verificada a normalidade dos dados pelo teste Kolmogorov-Smirnov,
foi utilizado o teste “t” de Student para amostras independentes para verificar a diferença
entre os sexos. Para análise das variáveis categóricas utilizou-se o teste x2 = qui -
quadrado de independência: partição: l × c. O teste de Correlação Linear de Spearman
para verificar a associação entre as variáveis. O nível de significância adotado foi p <0,05.
3. RESULTADOS
Foram avaliados 53 adolescentes de uma Instituição Filantrópica, de ambos os sexos
(62,3% = 33 do sexo masculino). A faixa etária da amostra variou entre 10 a 19 anos, sendo
que o teste “t” de Student para amostras independentes, não mostrou diferenças
estatisticamente significativas (p=0,53) entre as faixas etárias, do sexo masculino que
apresentou média de idade (11,9 ± 1,6) e feminino (11,6 ± 1,5).
Na comparação do perfil antropométrico, observam-se dois grupos (masc × fem)
homogêneos, pois nenhuma das variáveis, peso, altura e IMC, demonstraram diferenças
estatisticamente significativa entre os sexos, como observado na Tabela 1.
Tabela 1 – Valores descritivos antropometricos, comparação entre os sexos – Teste “t” de Student para amostras independentes.
Variáveis x ± s máximo mínimo p
PESO mas 42,3 ± 9,58 63,1 23,8 0,84
fem 41,4 ± 10,33 59,7 22,1
ALTURA mas 1,47 ± 0,12 1,84 1,29
fem 1,47 ± 0,08 1,59 1,31 0,95
IMC mas 19,14 ± 2,63 26,4 14,3 0,69
fem 18,28 ± 3,12 24,54 12,88 P≤0,05 (** resultados estatisticamente significativos)
Na análise do estado nutricional, pelo cálculo do IMC, o teste de qui-quadrado
de independência não demonstrou diferenças estatisticamente significativa entre os sexos
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(masc × fem) na classificação do IMC (x2= 1,73 e p = 0,63), pois tanto o sexo masculino
(75,8%) quanto o feminino (80%) encontram-se a grande maioria classificados como
eutróficos, como demonstrado na Figura 1.
Figura 1 – Valores percentuais (%) da classificação do estado nutricional pela análise do IMC.
Na análise da classificação da altura, o teste de qui-quadrado de independência
não demonstrou diferenças estatisticamente significativa entre os sexos (masc x fem) (x2 =
0,68 e p = 0,70), pois tanto o sexo masculino (84,85%%) quanto o feminino (85%)
encontram-se a grande maioria classificados como altura adequada para a idade como
demonstrado na Tabela 2.
Tabela 2 – Valores da classificação da altura - Teste do qui-quadrado de independência – partição l x c
Altura
Masculino
FA (FR)
Feminino
FA (FR)
Total
FA (FR)
baixo 04 (12,12%) 02 (10%) 06 (11,3%)
adequado 28 (84,85%) 17 (85%) 45 (84,93%)
alto 01 (3,03%) 01 (5%) 02 (3,77%) X2= P≤0,05 (** resultados estatisticamente significativos)
Na análise do consumo alimentar, pelo cálculo do numero de porções, o teste de
qui-quadrado de independência demonstrou diferenças estatisticamente significativas
entre os sexos (masc × fem) em todos os alimentos consumidos relatando dois grupos
bem heterogêneos quanto ao consumo alimentar como demonstrado na Tabela 3.
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Tabela 3 – Valores descritivos do consumo alimentar por porções – Teste qui-quadrado de independencia
0 – 20 porções 21 – 40 porções 41 – 60 porções + de 60 porções p
frituras m (27) 81,8% (06) 18,2% - - 0,00**
f (12) 60% (08) 40% - -
frutas m (17) 51,59% (04) 12,12% (09) 27,2% (03) 9,09% 0,00**
f (07) 35% (07) 35% (04) 20% (02) 10%
vegetais m (24) 75,74% (06) 18,2% (02) 6,06% - 0,00**
f (10) 50% (06) 30% (02) 10% (02) 10%
leite e derivados m (05) 15,1% (12) 36,5% (11) 33,3% (05) 15,1% 0,00**
f (01) 5% (09) 45% (10) 50% -
açúcar m (17) 51,59% (09) 27,2% (04) 12,12% (03) 9,09% 0,00**
f (06) 30% (11) 55% (1) 5% (02) 10%
lanches m (30) 90,91% (03) 9,09% - - 0,00**
f (15) 75% (03) 15% (02) 10% -
refrigerantes m (14) 42,68% (10) 30,03% (06) 18,2% (03) 9,09% 0,00**
f (08) 40% (08) 40% (04) 20% - X2= P≤0,05 (** resultados estatisticamente significativos) (negrito a maior %)
Apesar de apresentarem-se como dois grupos bem distribuídos na analise do
consumo de porções, relatado na Tabela 3, ao avaliar a média do numero de porções, o
teste “t” de Student não demonstrou diferenças estatisticamente significativas entre os
sexos (masc × fem) em todos os alimentos consumidos relatando que o consumo médio
dos dois grupos é bem homogêneo, como demonstrado na Tabela 4.
Tabela 4 - Valores descritivos entre os sexos da quantidade de porções – Teste “t” de Student para amostras independentes
Variáveis x ± s p
Frituras mas 12,7 ± 9,4 0,10
fem 17,4 ± 10,8
Frutas mas 33,3 ± 28,3 0,76
fem 35,7 ± 25,7
Vegetais mas 17,7 ± 20,1 0,16
fem 27 ± 27,9
açúcar mas 30,4 ± 32 0,93
fem 31,1 ± 24
leite e derivados mas 46,1 ± 25,8 0,75
fem 44,1 ± 16,8
lanches mas 8,8 ± 7,6 0,08
fem 16,3 ± 17,5
refrigerantes mas 35,3 ± 33,7 0,34
fem 28,4 ± 18,5 P≤0,05 (** resultados estatisticamente significativos)
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O teste de correlação linear de Spearman analisa o grau de associação entre
variáveis. A Tabela 5 apresenta os resultados da associação entre idade, peso corporal e
IMC x nº de porções consumidas em ambos os sexos e não demonstrou associações
estatisticamente significativas, mostrando assim que a quantidade do consumo dos
alimentos independe da idade, peso e IMC.
Tabela 5: Valores da correlação Linear de Spearman entre as variáveis
r p
Idade x nº de porções 0,38 0,09
peso corporal x nº de porções 0,41 0,07
IMC x nº de porções 0,31 0,17 P = probabilidade de significância p≤0,05.
4. DISCUSSÃO
Quanto as variáveis antropométricas foi possível observar que não houve diferença
estatística entre os grupos com relação á estatura, pois tanto o sexo masculino (84,85%%)
quanto o feminino (85%) encontram-se a grande maioria classificados como altura
adequada para a idade. Resultados parecidos foram encontrados num estudo realizado
por Santos et al. (2005), com alunos matriculados em 23 escolas públicas municipais do
extremo sul da Bahia. Os resultados indicaram que em ambos os sexos a freqüência de
estatura adequada foi de 75% evidenciando que apenas 25% apresentavam déficit de
crescimento. E em estudo realizado por Vélasquez et al. (2007) em que avaliou
adolescentes de ambos os sexos na cidade de Lages/SC, também encontrou resultados de
altura dentro da normalidade para a faixa etária.
Avaliando o estado nutricional dos adolescentes notou-se que não houve
diferenças estatisticamente significativa entre o sexo masculino e feminino na classificação
do IMC, pois tanto o sexo masculino (75,8%) quanto o feminino (80%) encontram-se na
grande maioria classificados como eutróficos. Resultado parecido com o estudo de
Vélasquez et al. (2007) em que avaliou adolescentes de ambos os sexos na cidade de
Lages/SC, também encontraram resultados do IMC para ambos os sexo, classificados
como eutroficos. Como também resultados similares no estudo realizado na cidade de
Piedade/SP, com adolescentes entre 10 e 14 anos que também encontraram 76% dos
adolescentes classificados como eutróficos (2008), mas diferente do estudo realizado por
Albano e Souza (2001a), no município de São Paulo com adolescentes de 11 a 17 anos,
matriculados em uma escola pública e diferente também do estudo de Sigulem, Devicenzi
e Lessa (2000), em que avaliou 354 adolescentes na Bahia e prevalência de sobrepeso e
obesidade no sexo feminino e baixo peso no masculino. No presente estudo 58,01% dos
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adolescentes do sexo masculino foram classificados como eutróficos contra 71,5% do sexo
feminino. Neste estudo houve diferença estatisticamente significativa entre os sexos
quanto ao estado nutricional (p< 0,05).
Analisando o consumo alimentar dos adolescentes pode-se observar que o
consumo de frituras esteve com a maior porcentagem, tanto para o sexo masculino (N=27)
quanto para o feminino (N=12), entre 0 e 20 porções mensais. O mesmo resultado foi
encontrado num estudo realizado por Farias Junior e Lopes (2004) na cidade de
Florianópolis com adolescentes de ambos os sexos, que cursavam o ensino médio nas
escolas da rede pública. No estudo o consumo de frituras foi relatado por apenas 8% dos
jovens, com maior participação entre os rapazes (8,9% n=49) do que nas moças (6,9%
n=42). E para os dois sexos o consumo diário mostrou-se dissociado da idade.
Com relação às frutas o consumo esteve com a maior porcentagem entre 0 e 20
porções em ambos os sexos, significando um baixo consumo, pois na pirâmide alimentar
o recomendado é de 90 a 150 porções mensais. Os vegetais também são consumidos em
pequena quantidade entre os adolescentes de ambos os sexos, representando apenas de 0
à 20 porções mensais, sendo o preconizado pela pirâmide alimentar o consumo de 120 à
150 porções mensais (PHILIPPI et al., 1999). Em um estudo realizado por Toral et al.
(2006), em duas escolas de São Paulo com adolescentes de 10 à 19 anos para também
avaliar o consumo de frutas e verduras, encontrou resultados parecidos com o presente
estudo. Em relação ao consumo recomendado pela pirâmide alimentar, foi observado um
consumo inferior ao proposto, tanto para as frutas quanto para as verduras. Isso foi
observado em 89% dos adolescentes e não houve diferença estatisticamente entre os
sexos. Entre esses verificou-se que o consumo inferior a uma porção diária representava
50,0% da amostra total em relação as frutas e 38,9% para as verduras. Diferente do
encontrado no estudo de Gambardella, Frutuoso e Franch (1999), que avaliaram 153
adolescentes com idades entre 11 a 18 anos, na região de Santo André/ SP e
demonstraram um alto consumo de hortaliças e frutas (78%), sendo superior o consumo
de hortaliças.
Quanto ao consumo de leite e derivados a maior parte dos adolescentes do sexo
masculino consumiam entre 21 à 40 porções mensais enquanto as do sexo feminino
consumiam de 41 à 60 porções, demonstrando que ambos os sexos tem um baixo consumo
de produtos lácteos já que a pirâmide alimentar orienta o consumo de 90 porções mensais
(TORAL et al., 2006). Em estudo parecido, Lerner et al. (2000) observaram que os
adolescentes consumiam apenas 52,4% da recomendação de cálcio preconizada, em
decorrência da baixa ingestão de produtos lácteos, assim também como Dala Costa,
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Cordoni Júnior e Matsuo (2007) que avaliaram escolares de 14 a 19 anos, também
encontraram baixa ingestão de leite e derivados.
Para o consumo de açúcar, a maior parte dos adolescentes do sexo masculino
consumiam entre 0 à 20 porções e para o sexo feminino entre 21 à 40 porções mensais,
mostrando uma adequada ingestão desse grupo alimentar que é de no máximo 30 à 60
porções mensais de acordo com a pirâmide alimentar (PHILIPPI et al., 1999), resultado
contraditório ao estudo realizado em Piedade/SP onde 83% doa adolescentes estudados
ultrapassaram a ingestão máxima de 2 porções diárias de açúcares e doces (ENES;
PEGOLO; SILVA, 2008).
O consumo de refrigerantes foi na maioria dos adolescentes estudados de ambos
os sexos, entre 0 à 20 porções mensais, semelhante aos resultados de um estudo realizado
na cidade de São Paulo, que também encontrou alto consumo de refrigerantes entre os
adolescentes, mas abaixo dos resultados encontrados no estudo realizado em Piracicaba
que avaliou adolescentes de uma escola pública, onde o consumo de doces e refrigerantes
era de 3,8 porções diárias (GARCIA; GAMBARDELLA; FRUTUOSO, 2003; CARMO et al.,
2006).
O consumo de lanches também se apresentou maior em ambos os sexos sendo a
ingestão de 0 à 20 porções mensais, resultado preocupante pelo excesso de gordura
saturada que esses alimentos possuem e parecido com o resultado em Piauí que também
encontrou alta ingestão desses alimentos na dieta dos adolescentes (CARVALHO et al.,
2001). Estudo realizado por Keast, Nicklas e O’neil (2010) em que avaliaram a associação
entre sobrepeso e obesidade em consumo de lanches (snackes) em 5.811 adolescentes nos
NHANES 1994-2004 com idades entre 12 – 18 anos, demonstraram que a redução no
consumo de lanches reduz o risco de desenvolver sobrepeso e obesidade.
5. CONCLUSÃO
Na análise do estado nutricional, pelo cálculo do IMC pode-se concluir que a maioria dos
adolescentes tanto do sexo masculino quanto feminino foram classificados como
eutróficos. Em relação ao consumo alimentar apesar das diferenças estatísticas
encontradas no cálculo do número de porções consumidas entre os sexos feminino e
masculino, ao fazer a média do número de porções concluiu-se que não houve diferença
estatisticamente significativa em relação aos alimentos consumidos. Observou-se também
que a quantidade do consumo dos alimentos independe das variáveis, idade, peso
corporal e IMC.
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Devido à inadequação das práticas alimentares observadas entre os adolescentes,
devem ser adotadas estratégias educativas que enfatizem o aumento do consumo de
frutas e verduras assim como de produtos lácteos, mostrando os benefícios da prática de
uma dieta equilibrada e saudável.
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Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 7, Ano 2010 • p. 101-113
Aline Soynara Buss
Nutricionista e Especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Gama Filho.
Marina Machado dos Santos
Nutricionista e Especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Gama Filho.
Rafaela Liberali
Educadora Física e Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC e professora do Programa de Pós-Graduação Latu Sensu em Nutrição Clínica- Fundamentos Metabólicos e Nutricionais da Universidade Gama Filho.
Vanessa Fernandes Coutinho
Nutricionista e Doutora em Ciências dos Alimentos. Coordenadora de curso de Nutrição Clínica da Universidade Gama Filho.
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