anuário financeiro dos municípios portugueses 2013

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Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2013 publicado em Julho de 2014 pela OTOC - ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Autoria de João Baptista da Costa Carvalho, Maria José da Silva Fernandes, Pedro Jorge Sobral Camões e Susana Margarida Faustino Jorge

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  • 1. Anurio Financeiro dos Municpios Portugueses 2013 NEAPP

2. 2 Ficha Tcnica Autores Joo Baptista da Costa Carvalho Maria Jos da Silva Fernandes Pedro Jorge Sobral Cames Susana Margarida Faustino Jorge Colaboradores Ana Teixeira e Ana Rita Abreu Edio Ordem dos Tcnicos Oficiais de Contas, julho de 2014 Coordenao Roberto Ferreira, Ordem dos Tcnicos Oficiais de Contas Capa e paginao Duarte Camacho, Ordem dos Tcnicos Oficiais de Contas Impresso: LiderGraf ISSN: 2182-5564 Depsito Legal: 228599/05 3. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 3 Agradecimentos Para a publicao do Anurio Financeiro dos Municpios Portu- gueses, publicao de carter anual, editada desde 2005, muito tem contribudo a colaborao e apoio de um conjunto de indivi- dualidades e entidades, que de diversas formas se tm associado a este projeto, e a quem os autores entendem manifestar publica- mente o seu reconhecimento e agradecimento, nomeadamente: Presidentes e Responsveis Financeiros das Cmaras Municipais que enviaram as contas para o Centro de Investigao em Contabili- dade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politcnico do Cvado e do Ave; Presidente do Tribunal de Contas, Conselheiro Guilherme dOliveira Martins; Bastonrio da Ordem dos Tcnicos Oficiais de Contas (OTOC), Domingues de Azevedo; Conselheiro Ernesto Cunha responsvel pela rea das autar- quias locais e setor empresarial local; Antnio Costa e Silva (Tribunal do Contas de Lisboa); Fernando Flor de Lima (Tribunal de Contas dos Aores); Mafalda Morbey (Tribunal de Contas da Madeira); MariaJosdeJesuseRenaldoMarques(ColaboradoresdoIPCA/CICF); Roberto Ferreira e Duarte Camacho (Colaboradores do Depar- tamento de Comunicao e Imagem da OTOC). A elaborao do Anurio contou com a colaborao de Ana Tei- xeira e Ana Rita Abreu, a quem devida uma referncia especial de agradecimento. Entendemos ser nosso dever de continuar a realar o papel fun- damental da OTOC em todo este processo, que desde 2007, ano em que terminou o financiamento da Fundao para a Cincia e Tecnologia, passou a ser o suporte financeiro para a recolha de dados e todas as tarefas subjacente permitindo a continuao de um projeto de extrema relevncia para a evoluo da investigao da Contabilidade Pblica em geral, e da Contabilidade das Autar- quias Locais em especial. O coordenador do Anurio Financeiro Joo Baptista da Costa Carvalho 4. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 5 ndice Ficha Tcnica 2 Agradecimentos 3 Introduo 16 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES 19 1.1. O Setor Local 19 1.2. Freguesias 19 1.3. Municpios 20 1.4. Caracterizao geral e importncia financeira dos Municpios portugueses no contexto europeu e municpios 24 1.5. Grupos Municipais 25 1.6. Reformas Administrativas e Controlo Financeiro 26 1.7. Programa de Apoio Economia Local (PAEL) 28 1.8. Independncia financeira 32 1.9. Contabilidade Autrquica 43 CAPTULO 2. ANLISE DA EXECUO ORAMENTAL DOS MUNICPIOS 49 2.1. Introduo 49 2.2. Receitas Municipais 49 2.2.1. Execuo global do Oramento da Receita 50 2.2.2. Estrutura e Evoluo da Receita Municipal 66 2.2.2.1. Estrutura e Evoluo da Receita Municipal, por captulos econmicos 66 2.2.2.2. Impacto dos Impostos Municipais na Receita Municipal 78 2.2.3. Impacto do PAEL nas receitas 97 2.3. Despesas Municipais 103 2.3.1. Classificao econmica das Despesas 103 2.3.2. Execuo global do Oramento de Despesa 103 2.3.3. Estrutura e Evoluo da Despesa, por classificao econmica 111 2.3.4. Principais Despesas Realizadas, por classificao econmica 122 2.3.4.1. Despesas com Pessoal 122 2.3.4.2. Despesas em Aquisies de Bens e Servios Correntes 128 2.3.4.3. Despesas com Transferncias e Subsdios 131 2.3.4.4. Despesas com juros e outros encargos financeiros 136 2.3.4.5. Despesas com Investimentos e transferncias de capital 140 2.3.4.6. Amortizao de emprstimos: passivos financeiros 146 2.4. Situao Financeira Global 151 2.4.1. Comparao da Receita Cobrada com a Despesa Realizada e Paga 151 2.4.2. Saldos Oramentais 165 5. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 6 CAPTULO 3. ANLISE FINANCEIRA, ECONMICA E PATRIMONIAL DOS MUNICPIOS 171 3.1. Fiabilidade do Balano e da Demonstrao dos Resultados Econmicos 171 3.2. Ativo 173 3.3. Fundos Prprios (Patrimnio Lquido) e Proveitos diferidos 184 3.4 Passivo 186 3.4.1. Estrutura e variao do passivo 186 3.4.2. O passivo exigvel dos municpios (Dvidas a Pagar) 191 3.4.3. Clculo da Dvida total ao abrigo do disposto no Artigo 52., Lei 73/2013 200 3.4.4. Endividamento lquido 206 3.4.4.1. Clculo do valor global 206 3.4.4.2. Limite do Endividamento Lquido 217 3.4.5. Prazo Mdio de Pagamentos 221 3.4.6. Emprstimos Bancrios 226 3.5. Custos, Proveitos e Resultados Econmicos 229 3.5.1. Estrutura e evoluo dos Custos 229 3.5.2. Estrutura e evoluo dos Proveitos 232 3.5.3. Evoluo dos Resultados Econmicos 234 CAPTULO 4. O SETOR EMPRESARIAL LOCAL E OS SERVIOS MUNICIPALIZADOS NO SETOR AUTRQUICO 245 4.1 Servios Municipalizados 246 4.1.1. Estrutura do Ativo 247 4.1.2. Passivo dos SMS 249 4.1.3. Endividamento dos Servios Municipalizados 251 4.1.4. Proveitos, Custos e Resultados dos Servios Municipalizados 254 4.1.4.1. Custos dos SMS 254 4.1.4.2. Proveitos dos SMS 256 4.1.4.3. Resultados econmicos dos SMS 258 4.2.1. Balano Global das Entidades do SEL: Entidades Empresariais (EELs) e Empresas Municipais (EMs) 263 4.2.1.1. Estrutura e Evoluo do Ativo 264 4.2.1.2. Estrutura e Evoluo do Capital Prprio 273 4.2.1.3. Estrutura e Evoluo do Passivo 274 4.2.2. Endividamento Lquido do Setor Empresarial Local 281 4.2.3. Rendimentos, Gastos e Resultados das Entidades do SEL 286 4.2.3.1. Evoluo dos Rendimentos e Ganhos e dos Gastos e Perdas 286 4.2.3.2. Resultados econmicos das Entidades Empresariais Locais 287 4.2.4. Dissoluo de Empresas do SEL aplicao do artigo 62 da Lei n 50/2012, de 31 de agosto 291 CAPTULO 5. RANKING GLOBAL 297 5.1. Enquadramento e Metodologia 297 5.2. Evoluo da Eficincia Financeira 299 5.2. Ranking Global dos municpios 301 6. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 7 ndice de quadros, rankings e grficos CAPTULO 6. CONCLUSES 311 Independncia Financeira e Programa de Apoio Economia Local ( PAEL) 311 Receita Autrquica: 311 Despesa Autrquica 312 Anlise patrimonial e econmico-financeira 312 Entidades do Setor Empresarial Local 314 ANEXOS 315 ANEXO I: DADOS ECONMICOS E FINANCEIROS DO MUNICPIOS, EMPRESAS MUNICIPAIS E SERVIOS MUNICIPALIZADOS, 2013 315 ANEXO II: LISTAGEM DOS MUNICPIOS POR NMERO DE HABITANTES 333 Grfico 1.01 Os Municpios Portugueses, por dimenso e regio NUTS 2 21 Quadro 1.01 Caracterizao as regies NUTS 2, considerando a dimenso dos municpios 21 Quadro 1.02 Caracterizao das Autarquias Locais Portuguesas em perspetiva comparada 24 Grfico 1.02 Distribuio das despesas locais por funes 24 Quadro 1.03 Nmero de servios municipalizados e Entidades do Setor Empresarial Local 25 Quadro 1.04 Municpios com contratos visados pelo Tribunal de Contas ao abrigo do PAEL 29 Grfico 1.03 Evoluo da Estrutura Financeira dos 308 Municpios 33 Grfico 1.03.A Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios da R.A. dos Aores 33 Grfico 1.03.M Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios da R.A. da Madeira 33 Grfico 1.04 Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios de Grande Dimenso 34 Grfico 1.05 Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios de Mdia Dimenso 34 Grfico 1.06 Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios de Pequena Dimenso 34 Grfico 1.07 Evoluo da Independncia Financeira dos Municpios (2007 a 2013) 35 Quadro 1.05 Independncia Financeira em 2013 36 Quadro 1.06 Outros indicadores relevantes para os Municpios 37 R1 Municpios que apresentam maior Independncia Financeira (receitas prprias / receitas totais) 2013 38 R2 Municpios que apresentam menor Independncia Financeira (receitas prprias / receitas totais) 2013 40 R3.A Independncia financeira (receitas prprias/receitas totais) dos Municpios da R.A. dos Aores 42 R3.M Independncia financeira (receitas prprias/receitas totais) dos Municpios da R.A. da Madeira 42 Quadro 2.01 Classificao econmica da Receita municipal 50 Quadro 2.02 Oramento e Execuo da Receita Total 50 Quadro 2.03 Variao da Receita (em valores absolutos) 51 Quadro 2.04 Taxas de Variao da Receita 51 Grfico 2.01 Evoluo das Receitas 51 Grfico 2.01.A Evoluo das Receitas dos Municpios da R.A. dos Aores 52 Grfico 2.01.M Evoluo das Receitas dos Municpios da R.A. da Madeira 52 Quadro 2.05 Comparao da Receita municipal em 2013 com os valores mdios entre 2007/2013 53 7. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 8 R3 Municpios com maior grau de execuo da receita cobrada, em 2013 55 R3.A Grau de execuo da receita cobrada em 2013 dos Municpios da R.A. dos Aores 57 R3.M Grau de execuo da receita cobrada em 2013 dos Municpios da R.A. da Madeira 58 R4 Municpios com grau de execuo da receita cobrada igual ou inferior a 50%, em 2013 59 Quadro 2.06 Distribuio do nmero de municpios pelos diferentes graus de execuo da receita 60 R5 Municpios com maior volume da receita cobrada, em 2013 61 R5.A Volume da receita cobrada dos Municpios da R.A. dos Aores, em 2013 63 R5.M Volume da receita cobrada dos Municpios da R.A. da Madeira, em 2013 64 R6 Municpios com menor volume da receita cobrada em 2013 64 Quadro 2.07 Receita Cobrada por natureza econmica 66 Quadro 2.08 Variao da Receita Corrente e da Receita de Capital 66 Quadro 2.09 Evoluo e estrutura das receitas cobradas 67 Quadro 2.10 Variao da receita cobrada, por natureza econmica 68 Quadro 2.11 Transferncias Correntes e de Capital 69 Quadro 2.12 Variao do volume de Transferncias Correntes e de Capital 69 Quadro 2.13 Principais Transferncias de Capital 70 Grfico 2.02 Evoluo do volume de cobrana das diferentes componentes da receita, entre 2007 e 2013 72 Grfico 2.02.A Evoluo do volume de cobrana das diferentes componentes da receita dos Municpios da R.A. dos Aores, entre 2007 e 2013 73 Grfico 2.02.M Evoluo do volume de cobrana das diferentes componentes da receita dos Municpios da R.A. da Madeira, entre 2007 e 2013 73 Quadro 2.14 Grau de execuo oramental da receita cobrada, por rubrica econmica em 2013 74 Quadro 2.14.Aux Municpios com grau de execuo de passivos financeiros igual ou superior a 100% 75 Quadro 2.15 Nvel de inflacionamento da Receita municipal reportado receita cobrada 76 Quadro 2.16 Montante inflacionados de receita fiscal 77 Quadro 2.17 Estrutura das Receitas Previstas no Ano de 2013, por grupos de municpios 77 R7 Municpios com maior peso, em relao receita total, de receitas provenientes de impostos e taxas em 2013 79 R7.A Peso, em relao receita total, de receitas provenientes de impostos e taxas nos Municpios da R.A. dos Aores, em 2013 80 R7.M Peso, em relao receita total, de receitas provenientes de impostos e taxas nos Municpios da R.A. da Madeira, em 2013 81 Quadro 2.18 Estrutura dos Impostos Diretos cobrados em 2013 81 Quadro 2.19 Evoluo da cobrana dos Impostos Diretos entre 2007 e 2013 82 Grfico 2.03 Evoluo da cobrana dos Impostos Diretos entre 2007 e 2013 83 Grfico 2.03.A Evoluo da cobrana dos Impostos Diretos nos municpios da R.A. dos Aores entre 2007 e 2013 83 Grfico 2.03.M Evoluo da cobrana dos Impostos Diretos nos municpios da R.A. da Madeira entre 2007 e 2013 84 R8 Municpios com maior receita cobrada de IMI, em 2013 85 R8.A Receita cobrada de IMI dos Municpios da R.A. dos Aores, em 2013 86 R8.M Receita cobrada de IMI dos Municpios da R.A. da Madeira, em 2013 87 R9 Municpios com diminuio de IMI em 2013 88 R10 Municpios com menor receita cobrada de IMI, em 2013 89 Quadro 2.20 Distribuio do nmero de municpios por intervalos de receita do IMI 90 R11 Municpios com maior receita cobrada de IMT, em 2013 91 R11.A Receita cobrada de IMT dos Municpios da R.A. dos Aores, em 2013 92 R11.M Receita cobrada de IMT dos Municpios da R.A. da Madeira, em 2013 92 8. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 9 R12 Municpios com menor receita cobrada de IMT, em 2013 94 R13 Municpios com maior aumento de IMT em 2013 95 R14 Municpios com maior diminuio de IMT em 2013 96 Quadro 2.21 Nmero de municpios com descida de IMI e IMT 97 Quadro 2.22 Municpios com Contratos de Financ. Visados pelo Tribunal de Contas no mbito do PAEL e peso nos passivos financeiros de 2013 98 Quadro 2.23 Municpios apoiados pelo PAEL com aumento da dvida de curto prazo 102 Quadro 2.24 Classificao econmica da Despesa municipal 103 Quadro 2.25 Oramento e Execuo das Despesas Municipais 103 Quadro 2.26 Variao da Despesa Orada, Comprometida e Cobrada 104 Quadro 2.27 Taxas de variao da Despesa Orada, Comprometida e Cobrada 104 Grfico 2.04 Evoluo da Despesa Municipal nas suas diferentes fases entre 2007 e 2013 104 Grfico 2.04.A Evoluo da Despesa Municipal nas suas diferentes fases nos municpios da R.A. dos Aores, entre 2007 e 2013 106 Grfico 2.04.M Evoluo da Despesa Municipal nas suas diferentes fases nos municpios da R.A. da Madeira, entre 2007 e 2013 106 Quadro 2.28 Excesso da Despesa sobre a Receita 107 Quadro 2.28.A Excesso da Despesa sobre a Receita nos Municpios da R.A. dos Aores 108 Quadro 2.28.M Excesso da Despesa sobre a Receita nos Municpios da R.A. da Madeira 108 Grfico 2.05 Taxas de Execuo das Despesas 109 Grfico 2.05.A Taxas de Execuo das Despesas nos municpios da R.A. dos Aores 109 Grfico 2.05.M Taxas de Execuo das Despesas nos municpios da R.A. da Madeira 110 Quadro 2.29 Comparao do grau de Execuo da Despesa com o Grau de Execuo da Receita 110 Quadro 2.30 Despesa Realizada, Despesa Paga e Peso da Despesa Paga na Despesa Realizada 112 Quadro 2.31 Estrutura da despesa realizada e da despesa paga 113 Grfico 2.06 Variao da Despesa Realizada e das Despesa Paga 115 Quadro 2.32 Taxas de Variao da Despesa Realizada 115 Quadro 2.33 Taxas de Variao da Despesa Paga 116 R15 Municpios que apresentam maior volume de despesas realizadas (compromissos assumidos) em 2013 117 R16 - Municpios que apresentam menor volume de despesas realizadas (compromissos assumidos) em 2013 118 R16.A - Volume de despesas realizadas (compromissos assumidos) dos municpios da R.A. dos Aores em 2013 119 R16.M - Volume de despesas realizadas (compromissos assumidos) dos municpios da R.A. da Madeira em 2013 119 R17 - Municpios que apresentam maior volume de despesa paga em 2013 120 R18 - Municpios que apresentam menor volume de despesa paga em 2013 121 Quadro 2.34 - Distribuio dos valores da despesa realizada com pessoal 122 R19 - Municpios que apresentam maior peso de despesas com pessoal, nas despesas totais 123 R20 Municpios que apresentam menor peso de despesas com pessoal, nas despesas totais 124 R20.A Peso de despesas com pessoal nas despesas totais dos municpios da R.A. dos Aores 125 R20.M Peso de despesas com pessoal nas despesas totais dos municpios da R.A. da Madeira 125 R21 Municpios que apresentam maior volume de despesas realizadas com pessoal em 2013 126 R22 Municpios que apresentam menor volume de despesas realizadas com pessoal em 2013 127 Quadro 2.35 Distribuio dos valores da Despesa realizada com Aquisio de Bens e Servios 128 R23 Municpios que apresentam maior volume de despesa realizada em aquisio de bens e servios em 2013 129 R24 - Municpios que apresentam menor volume de despesa realizada em aquisio de bens e servios em 2013 130 9. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 10 Quadro 2.36 Distribuio dos valores da despesa com transferncias correntes e de capital 131 R25- Municpios que apresentam maior volume de transferncias correntes e de capital em 2013 132 R26 - Municpios que apresentam menor volume de transferncias correntes e de capital em 2013 133 Quadro 2.37 Distribuio do nmero de municpios por intervalos de valores de despesa paga em subsdios 134 R27 - Municpios que apresentam maior volume de subsdios compromissados, em 2013 e respetivos pagamentos 135 Quadro 2.38 Distribuio do nmero de municpios por intervalos de valores de despesa com juros e outros encargos financeiros 136 R28 - Municpios que apresentam maior volume de juros e outros encargos financeiros pagos em 2013 138 R29 - Municpios que apresentam menor volume de juros e outros encargos financeiros pagos em 2013 139 Quadro 2.39 Distribuio dos valores da despesa com investimentos (aquisio de bens e servios) 140 R30 Municpios que apresentam maior volume de investimentos (aquisio de bens de capital) em 2013 142 R31 Municpios que apresentam menor volume de investimentos (aquisio de bens de capital) em 2013 143 R32 Municpios que apresentam maior soma de valor de investimentos* com transferncias de capital**, em 2013 144 R33 Municpios que apresentam menor soma de valor de investimentos com transferncias de capital, em 2013 145 Quadro 2.40 Nmero de municpios por intervalo de valores das amortizaes de emprstimos bancrios 146 R34 - Municpios que apresentam maior volume de amortizaes de emprstimos (passivos financeiros) em 2013 148 R34.A - Volume de amortizaes de emprstimos (passivos financeiros) nos municpios da R.A. dos Aores, em 2013 149 R34.M - Volume de amortizaes de emprstimos (passivos financeiros) nos municpios da R.A. da Madeira, em 2013 149 R35 - Municpios que apresentam menor volume de amortizaes de emprstimos (passivos financeiros) em 2013 150 Quadro 2.41 Receita Liquidada, Receita Cobrada, Despesa Realizada e Despesa Paga, nos exerccios de 2007 a 2013 151 Grfico 2.07 Evoluo da Receita Liquidada, Receita Cobrada, Despesa Realizada e Despesa Paga, nos exerccios de 2007 a 2013 152 Grfico 2.07.A Evoluo da Receita Liquidada, Receita Cobrada, Despesa Realizada e Despesa Paga, nos municpios da R.A. dos Aores, nos exerccios de 2007 a 2013 152 Grfico 2.07.M Evoluo da Receita Liquidada, Receita Cobrada, Despesa Realizada e Despesa Paga, nos municpios da R.A. da Madei- ra, nos exerccios de 2007 a 2013 153 Grfico 2.08 Estrutura da Receita e da Despesa Paga e Despesa Realizada, em 2013 153 Grfico 2.08.A Estrutura da Receita e da Despesa Paga e Despesa Realizada nos municpios da R.A. dos Aores, 2013 154 Grfico 2.08.M Estrutura da Receita e da Despesa Paga e Despesa Realizada nos municpios da R.A. da Madeira, 2013 154 Quadro 2.42 Indicadores da Despesa e da Receita 157 Quadro 2.43- Indicadores da Despesa e Receita com base nos compromissos e liquidaes 158 R36 Municpios com maior diferena entre Grau de execuo de receitas liquidadas e Grau de execuo de Despesas Comprometidas 159 R36.A Diferena entre Grau de execuo de receitas liquidadas e Grau de execuo de Despesas Comprometidas municpios da R.A. dos Aores 160 R36.M Diferena entre Grau de execuo de receitas liquidadas e Grau de execuo de Despesas Comprometidas municpios da R.A. da Madeira 160 R37 Municpios com Grau de execuo de Despesas Comprometidas inferior ou igual ao Grau de execuo de receitas liquidadas 161 R38 Municpios com menor diferena positiva, entre o grau de execuo de receitas liqu. e o grau de exec. de despesas comprometidas, em 2013 164 Quadro 2.44 Saldos na Base de Caixa (recebimentos versus pagamentos) 166 Quadro 2.45 Saldos na Base de Compromissos (liquidaes versus compromissos) 167 Grfico 2.09 Evoluo do saldo global efetivo, na base de compromissos 168 Grfico 2.09.A Evoluo do saldo global efetivo, na base de compromissos, nos municpios da R.A. dos Aores 168 Grfico 2.09.M Evoluo do saldo global efetivo, na base de compromissos, nos municpios da R.A. da Madeira 169 Quadro 3.01 Informao patrimonial e econmica 171 Quadro 3.02 Municpios sem registo de proveitos diferidos 2013 172 10. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 11 Quadro 3.03 Municpios sem registo de acrscimo de custos 2013 172 Quadro 3.04 Municpios que no apresentaram Dvidas a Receber de Clientes, Contribuintes e Utentes 2013 173 Quadro 3.05 Componentes do Ativo do Balano 174 Grfico 3.01 Estrutura do Ativo em 2013 174 Quadro 3.06 Evoluo do Ativo do Balano 175 Grfico 3.02 Evoluo do valor das componentes dos Bens de Domnio Pblico 176 Grfico 3.03 Evoluo do valor das componentes do Imobilizado Corpreo 178 Quadro 3.07 Componentes dos investimentos financeiros 179 Quadro 3.08 Variao dos Investimentos financeiros 179 Quadro 3.09 Composio das Dvidas a Receber 180 Quadro 3.10 Variao das componentes das Dvidas a Receber 181 Quadro 3.11 Municpios com dvidas a receber relativas a emprstimos a terceiros 182 Quadro 3.12 Disponibilidades e disponibilidades reais 184 Quadro 3.13 Variao das Disponibilidades 184 Quadro 3.14 Composio dos Fundos Prprios (Patrimnio Lquido) 185 Quadro 3.15 Variao das componentes dos Fundos Prprios (Patrimnio Lquido) 185 Quadro 3.16 Componentes do Passivo 187 Quadro 3.17 Estrutura do Passivo 188 Quadro 3.18 Componentes da Dvida a pagar de Mdio e Longo Prazo 189 Grfico 3.04 Evoluo do Passivo 189 Quadro 3.19 Municpios com valor em provises para riscos e encargos superior a 5 milhes de euros 190 R39 Municpios com menor passivo exigvel, ordenados pelo valor de 2013 191 R40 Municpios com maior Passivo Exigvel (Dvida), ordenados pelo valor de 2013 193 R40.A Passivo Exigvel (Dvida) dos municpios da R.A. dos Aores, ordenados pelo valor de 2013 195 R40.M Passivo Exigvel (Dvida) dos municpios da R.A. da Madeira, ordenados pelo valor de 2013 195 R41 Municpios com aumento do Passivo Exigvel, em 2013 196 R42 Municpios com maior diminuio do Passivo Exigvel em 2013 198 R42.A Variao do Passivo Exigvel dos municpios da R.A. dos Aores em 2013 199 R42.M Variao do Passivo Exigvel dos municpios da R.A. da Madeira em 2013 200 Quadro 3.20 Limite divida total em 2013 201 R43 Municpios com melhor ndice de dvida total 202 R44 Municpios com maior ndice de dvida total 204 R44.A ndice de dvida total dos municpios da R.A. dos Aores 205 R44.M ndice de dvida total dos municpios da R.A. da Madeira 206 Quadro 3.21 Endividamento lquido dos municpios 207 Grfico 3.05 Evoluo da dvida bruta e da dvida lquida 207 Quadro 3.22 Variao do Endividamento lquido dos municpios 208 Quadro 3.23 Municpios com Endividamento Lquido negativo, em 2013 (com excedente de ativo circulante sobre o passivo exigvel) 209 Grfico 3.06 Nmero de municpios com endividamento lquido negativo 210 Grfico 3.07 Nmero de municpios sem dvidas bancrias de curto prazo, no final do ano 210 11. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 12 R45 Municpios com menor Endividamento Lquido, em 2013 211 R46 Ranking dos Municpios com maior Endividamento Lquido, em 2013 213 R46.A Endividamento Lquido nos municpios da R.A. dos Aores, em 2013 214 R46.M Endividamento Lquido nos municpios da R.A. da Madeira, em 2013 215 R47 Ranking dos Municpios com maior reduo do Endividamento Lquido, em 2013 216 Grfico 3.08 Evoluo da dvida bruta, da dvida lquida e das receitas consideradas para efeitos de clculo do ndice de endividamento lquido 217 Grfico 3.08.A Evoluo da dvida bruta, da dvida lquida e das receitas consideradas para efeitos de clculo do ndice de endividamen- to lquido, nos municpios da R.A. dos Aores 218 Grfico 3.08.M Evoluo da dvida bruta, da dvida lquida e das receitas consideradas para efeitos de clculo do ndice de endividamen- to lquido, nos municpios da R.A. da Madeira 218 Grfico 3.09 Evoluo do Rcio do Endividamento lquido 220 Grfico 3.09.A e M Evoluo do Rcio do Endividamento lquido nos municpios das Regies Autnomas 220 Grfico 3.10 Nmero de Municpios com um Prazo Mdio de Pagamentos superior a 90 dias 222 Quadro 3.23 Variao do PMP de 2008 a 2013 223 Quadro 3.24 Prazos Mdios de Pagamento de 2008 a 2013 223 R48 Municpios com menor Prazo Mdio de Pagamentos 224 R49 Municpios com maior Prazo Mdio de Pagamentos 225 Quadro 3.25 Variao do stock da Dvida Bancria de MLP, entre 2008 e 2013 226 Grfico 3.11 Evoluo dos Emprstimos Bancrios de MLP 227 Quadro 3.26 Municpios que no recorreram a emprstimos bancrios de MLP, no quinqunio 2009-2013 (ordem alfabtica) 228 Grfico 3.12 Municpios que no recorreram a emprstimos bancrios de mdio e longo prazo, entre 2008 e 2013 228 Quadro 3.27 Evoluo dos Custos, no perodo de 2007 a 2013 229 Grfico 3.13 Evoluo das componentes dos Custos 230 Grfico 3.14 Estrutura dos Custos em 2013 230 Quadro 3.28 Evoluo dos Proveitos, no perodo de 2007 a 2013 232 Grfico 3.15 Evoluo das componentes dos Proveitos 232 Grfico 3.16 Estrutura dos Proveitos em 2013 233 Quadro 3.29 Evoluo dos Resultados Econmicos, no perodo de 2007 a 2013 234 Grfico 3.17 Evoluo dos Resultados Econmicos 234 Quadro 3.30 Informao de custos, proveitos e resultados por dimenso dos municpios, em 2013 235 Grfico 3.18 Evoluo dos Resultados Econmicos 235 Quadro 3.31 Distribuio dos valores dos Resultados Lquidos 236 R50 Municpios com Maiores Resultados Econmicos (valores absolutos) 236 R51 Municpios com Menores Resultados Econmicos (valores absolutos) 238 R52 Municpios com Maiores Resultados Econmicos acumulados de 2010 a 2013 (valores absolutos) 240 R53 Municpios com Menores Resultados Econmicos acumulados de 2010 a 2013 (valores absolutos) 242 Quadro 4.01 Estrutura do ATIVO dos Servios Municipalizados e dos Municpios a que correspondem 247 Grfico 4.01 Estrutura do Ativo dos Servios Municipalizados 247 Quadro 4.02 Estrutura das Dvidas a Receber dos Servios Municipalizados e dos Municpios a que corresponde 248 Quadro 4.03 Evoluo das Dvidas a Receber dos Servios Municipalizados em 2011, 2012 e 2013 248 Quadro 4.04 Componentes do Passivo dos Servios Municipalizados e dos Municpios a que correspondem 249 12. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 13 Quadro 4.05 Evoluo do Passivo dos Servios Municipalizados em 2011, 2012 e 2013 250 Grfico 4.02 Evoluo das componentes do Passivo dos Servios Municipalizados 250 Grfico 4.03 Evoluo da Dvida de Curto e de Mdio e Longo Prazo dos Servios Municipalizados 250 Quadro 4.06 Endividamento Lquido dos Servios Municipalizados e do Global dos Municpios a que correspondem 251 Grfico 4.04 Comparao da dvida lquida e suas componentes, entre SMs e Municpios c/ SMs 251 Quadro 4.07 Endividamento Lquido dos Servios Municipalizados em 2011, 2012 e 2013 252 Grfico 4.05 Evoluo da dvida bruta e da dvida lquida 252 R54 Servios Municipalizados sem endividamento lquido no final do exerccio de 2013 253 R55 Servios Municipalizados com endividamento lquido no final do exerccio de 2013 253 Quadro 4.08 Estrutura dos custos dos Servios Municipalizados e dos Municpios a que correspondem 254 Grfico 4.06 Estrutura dos Custos dos Servios Municipalizados e dos Municpios a que correspondem 254 Quadro 4.09 Evoluo dos custos dos Servios Municipalizados em 2011, 2012 e 2013 255 Grfico 4.07 Evoluo das componentes de Custos dos Servios Municipalizados 255 Quadro 4.10 Estrutura dos Proveitos dos Servios Municipalizados e dos Municpios a que correspondem 256 Grfico 4.08 Estrutura dos Proveitos dos Servios Municipalizados e dos Municpios a que correspondem 256 Quadro 4.11 Evoluo dos Proveitos dos Servios Municipalizados em 2011, 2012 e 2013 257 Grfico 4.09 Evoluo das componentes de Proveitos dos Servios Municipalizados 258 Quadro 4.12 Informao sobre estrutura econmica 258 Quadro 4.13 Evoluo da situao econmica dos Servios Municipalizados 259 Grfico 4.10 Evoluo dos Resultados Econmicos 259 R56 - Servios Municipalizados com Resultados Econmicos positivos 260 R57 - Servios Municipalizados com Resultados Econmicos negativos 260 Quadro 4.14 Entidades que se dissolveram, fundiram ou das quais no foi possvel recolher informao de 2013 261 Grfico 4.11 Evoluo dos grandes agregados do Balano 263 Quadro 4.15 Ativo, Passivo e Capital Prprio das 225 entidades do SEL em 2013 263 Grfico 4.12 Estrutura do Ativo 2010 a 2013 (220 entidades) 264 Quadro 4.16 Evoluo do ACTIVO NO CORRENTE das Entidades Empresariais, em 2010, 2011, 2012 e 2013 264 Quadro 4.17 Entidades que apresentam valores no Ativos Fixos Tangveis superiores a 50M em 2013 265 Quadro 4.18 Entidades que apresentam valores no Ativo Intangvel superiores a 20M em 2013 265 Quadro 4.19 Entidades com Participaes Financeiras MEP (Mtodo de Equivalncia Patrimonial) em 2013 266 Quadro 4.20 Entidades com Outras Participaes Financeiras em 2013 267 Quadro 4.23 Evoluo do ACTIVO CORRENTE das Entidades Empresariais, em 2010, 2011, 2012 e 2013 270 Quadro 4.24 Entidades Empresariais com maior variao positiva em dvidas de Clientes, de 2012 para 2013 271 Quadro 4.25 Entidades Empresariais com maior variao negativa em Outras Contas a Receber, de 2012 para 2013 271 Quadro 4.26 Entidades Empresariais com maior variao positiva em Inventrios, de 2012 para 2013 272 Quadro 4.27 Entidades com valores inscritos em Ativos no correntes detidos para venda em 2013 272 Grfico 4.13 Estrutura do Capital Prprio em 2010, 2011, 2012 e 2013 273 Quadro 4.28 Evoluo do Capital Prprio de 2010 para 2013 273 Grfico 4.14 Estrutura do Passivo 2010 a 2013 (220 entidades) 274 Quadro 4.29 Evoluo do PASSIVO NO CORRENTE (mdio e longo prazo) das Entidades Empresariais, em 2010, 2011, 2012 e 2013 275 Quadro 4.30 Entidades que aumentaram os financiamentos obtidos de MLP entre 2012 e 2013 276 13. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 14 Quadro 4.31 Evoluo do PASSIVO CORRENTE das Entidades Empresariais, em 2010, 2011, 2012 e 2013 277 Quadro 4.32 Entidades com maiores aumentos na rubrica financiamentos obtidos de CP entre 2012 e 2013 278 R58 Entidades do SEL com menor Passivo Exigvel (dvidas) em 2013 279 R59 Entidades do SEL com maior Passivo Exigvel (dvidas) em 2013 280 Quadro 4.33 Endividamento Lquido das Entidades do SEL e do Global dos Municpios a que correspondem - 2013 281 Quadro 4.34 Evoluo do Endividamento Lquido das Entidades Empresariais Autrquicas (220 entidades) 281 R60 Entidades do SEL com maior valor de endividamento lquido em 2013 285 Quadro 4.38 Evoluo da situao econmica das Entidades Empresariais 288 Quadro 4.39 Resultados Operacionais do Setor Empresarial Local (220 entidades) 288 R61 Entidades com MELHORES Resultados Econmicos em 2013 289 Quadro 4.40 Entidades em processo de dissoluo 292 Quadro 4.41 Nmero de entidades do SEL em incumprimento do n. 1 do art. 62 da Lei n 50/2012 293 Quadro 4.42 Entidades em incumprimento relativamente s quatro alneas n. 1 do art. 62 da Lei n 50/2012 293 R62 Entidades com PIORES Resultados Econmicos, em 2013 290 Quadro 4.43 Entidades cujas vendas e prestaes de servios realizados durante os ltimos trs anos no cobrem, pelo menos, 50% dos gastos totais dos respetivos exerccios (alnea a) 294 Quadro 4.44 Entidades cujo peso dos subsdios explorao superior a 50% das suas receitas, nos ltimos trs anos (alnea b) 295 Quadro 4.45 Entidades cujo resultado operacional, subtrado ao mesmo as amortizaes e depreciaes, negativo nos ltimos 3 anos (alnea c) 295 Quadro 4.46 Entidades com resultado lquido negativos nos ltimos trs anos (alnea d) 296 Quadro 5.01 Indicadores selecionados para ranking global 298 Quadro 5.02 Pontuao mdia obtida pelos municpios por dimenso no perodo de 2007 a 2013 299 Grfico 5.01 Evoluo da pontuao mdia obtida 300 Quadro 5.03 Pontuao mdia dos dez melhores municpios de cada dimenso 300 Grfico 5.02 - Evoluo da pontuao mdia dos dez melhores municpios 300 R63.A Ranking Global dos 10 melhores municpios de grande dimenso, em termos de eficincia financeira em 2013 301 R63.B Ranking Global dos 25 melhores municpios de mdia dimenso, em termos de eficincia financeira em 2013 302 R63.C Ranking Global dos 35 melhores municpios de pequena dimenso, em termos de eficincia financeira em 2013 303 R63.D Ranking Global dos 10 melhores municpios da R. A. dos Aores, em termos de eficincia financeira em 2013 304 R63.E Ranking Global dos 5 melhores municpios da R. A. da Madeira, em termos de eficincia financeira em 2013 304 R64.A Ranking Global dos 10 melhores municpios de grande dimenso, em termos de eficincia financeira soma da pontuao obtida em 2010, 2011, 2012 e 2013 305 R64.B Ranking Global 25 melhores municpios de mdia dimenso, em termos de eficincia financeira soma da pontuao obtida em 2010, 2011, 2012 e 2013 306 R64.C Ranking Global dos 35 melhores municpios de pequena dimenso, em termos de eficincia financeira soma da pontuao obtida em 2010, 2011, 2012 e 2013 307 R64.D Ranking Global dos 10 melhores municpios da R. A. dos Aores, em termos de eficincia financeira soma da pontuao obtida em 2010, 2011, 2012 e 2013 308 R64.E Ranking Global dos 5 melhores municpios da R. A. da Madeira, em termos de eficincia financeira soma da pontuao obtida em 2010, 2011, 2012 e 2013 308 14. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 15 Glossrio CRP - Constituio da Repblica Portuguesa EEL - Entidades Empresariais Locais M - Milhes de euros MLP - Mdio e Longo Prazo NCRF - Norma Contabilstica de Relato Financeiro OTOC - Ordem dos Tcnicos Oficiais de Contas PAEL - Programa de Apoio Economia Local PIB - Produto Interno Bruto POC - Plano Oficial de Contabilidade POCAL - Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais PPI - Plano Plurianual de Investimentos SATAPOCAL - Servio de Apoio Tcnico Implementao do POCAL SEE - Setor Empresarial do Estado SEL - Setor Empresarial Local SNC - Sistema de Normalizao Contabilstica SPA - Setor Pblico Administrativo 15. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 16 Introduo O Anurio Financeiro dos Municpios Portugueses agora publicado apresenta uma anlise econmica e financeira das contas dos muni- cpios relativas ao exerccio econmicos de 2013. Desde a publicao deste documento, que se iniciou em 2005 com a anlise das contas dos municpios relativas ao ano econmico de 2003, que se mantinha o desfasamento de um ano em relao perodo em anlise. Esta situao decorria da impossibilidade de ter acesso informao em tempo oportuno, pois, como do conhecimento geral, as contas de um ano so aprovadas at final de abril do ano seguinte. Em 2013, graas colaborao do Tribunal de Contas na cedncia em tempo real da informao a depositada, foi possvel apresentar a situao econmica e financeira relativa a 2012 no incio de julho de 2013. Assim, em 2013 foi publicado num nico documento a an- lise para os exerccios econmicos de 2011 e 2012. semelhana das ltimas quatro publicaes de anurios, este inclui tambm uma anlise detalhada do setor empresarial local e mais uma vez, com a preciosa colaborao do Tribunal de Contas e das prprias empresas, foi possvel recolher informao relativamente quase totalidade do Setor Local num total de 239. De referir que 2013, o ano que se verifica o maior nmero de dissoluo de empresas municipais, por fora da aplicao do artigo 62 da Lei 50/2012, de 31 de agosto. Com esta publicao concretiza-se o dcimo anurio financeiro dos Municpios Portugueses, completando o perodo de 2003 a 2013, en- volvendo dois mandatos dos rgos eleitos. O Anurio Financeiro dos Municpios Portugueses resulta de um trabalho em equipa que envolve atualmente dois centros de investi- gao onde esto integrados os autores: o Centro de Investigao em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politcnico do Cvado e do Ave (IPCA) e o Ncleo de Estudos em Administrao e Polticas Pblicas (NEAPP) da Universidade do Minho. Entre 2004 e 2007 o Anurio era um dos outputs de um projeto de investigao aprovado pela Fundao para a Cincia e Tecnologia intitulado A Eficincia no Uso dos Recursos Pblicos dos Municpios Portugueses, da responsabilidade do NEAAP (Ncleo de Estudos em Administrao e Polticas Pblicas, da Universidade do Minho). Findo o projeto, e considerando que o Anurio se afirmou como uma publicao de referncia a nvel nacional, contribuindo, decisi- vamente, para o aumento e transparncia da informao contabi- lstica pblica autrquica, entenderam os autores continuar com a sua publicao, agora com apoio financeiro exclusivo da Ordem dos Tcnicos Oficiais de Contas (OTOC). Apresenta-se de seguida uma breve retrospetiva das edies do Anurio Financeiro dos Municpios, at presente data. 1. Ano de anlise: 2003 publicado em 2005 com base numa amostra de 175 municpios. Objetivo central analisar o grau de cumprimento do POCAL com base na informao recolhida nos relatrios e contas; 2. Ano de anlise: 2004 publicado em 2006 com base numa amostra de 289 municpios (sendo 278 do Continente, 6 do Aores e 5 da Madeira); para alm dos relatrios e contas fo- ram tambm analisadas as Atas que aprovam as contas bem como os Relatrios de Gesto; 3. Ano de anlise: 2005 publicado em 2007 com base na amos- tra total (308 municpios). Pela primeira vez, foi apresentado um conjunto de rankings dos municpios em relao a diferentes aspetos financeiros, econmicos e oramentais; 4. Ano de anlise: 2006 publicado em 2008 com base numa amostra de 308 municpios. Pela primeira vez foi apresentado um ranking global dos 50 melhores municpios, tendo em conta uma combinao de 10 indicadores financeiros, econmicos e oramentais; 5. Ano de anlise: 2007 publicado em 2009 com base numa amos- tra composta pelos 308 municpios, bem como por alguns servios municipalizados e algumas entidades do setor empresarial local; 6. Ano de anlise: 2008 publicado em 2010. Pela primeira vez foram analisadas as contas das empresas municipais (219 em- presas) e de 30 servios municipalizados. 16. ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 17 7. Ano de anlise: 2009 Publicado em 2011. Pela segunda vez foram analisadas as contas das empresas municipais (286) e 29 servios municipalizados. 8. Ano de anlise: 2010 Publicado em 2012. Pela terceira vez foram analisadas as contas das empresas municipais e servios municipalizados. 9. Ano de anlise: 2011 e 2012 Publicado em 2013. Pela primeira vez e graas colaborao do Tribunal de Contas na cedncia em tempo real da informao a depositada foi apresentada a situao econmica e financeira relativa a 2012 no incio de julho de 2013. Assim, em 2013 o anurio apresentou as contas de 2011 e 2012. Este 10. Anurio Financeiro dos Municpios Portugueses 2013 analisa as contas de 308 municpios, 225 empresas municipais, e 27 servios municipalizados. De referir que os dados foram obti- dos atravs da consulta dos sites das entidades, onde nos termos da lei devem ser disponibilizados, e a consulta da plataforma do Tribunal de contas, que h vrios anos colabora nesta publicao e cujo apoio tem sido fundamental. De referir ainda, que nos 308 municpios tratados, apenas o municpio da Nazar no tem nesta data as contas aprovadas pelos respetivos rgos, tendo no entan- to disponibilizado a informao necessria. O Anurio encontra-se organizado em seis captulos. O anurio est organizado em seis captulos: NO CAPTULO 1 apresenta-se o setor local, seguindo-se a caracterizao geral dos municpios portugueses, sua tipo- logia, e efetua-se uma anlise comparada do peso dos mu- nicpios portugueses com vrios pases da Unio Europeia. Neste captulo ainda apresentada a anlise da indepen- dncia financeira dos 308 municpios, bem como as perspeti- vas futuras da evoluo dos sistema contabilstico por fora a aplicao das Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Pblico. NO CAPTULO 2 procede-se anlise da execuo oramental, apresentando-se um conjunto de rankings sobre a execuo da despesa e da receita, estabelecendo-se, em alguns casos, com- paraes com os anos anteriores. dada ainda uma referencia especial execuo oramental dos municpios que recorreram ao PAEL ( Programa de Apoio economia Local). No CAPTULO 3 procede-se anlise da situao financeira, econmica e patrimonial dos municpios apresentando-se a sua evoluo nos ltimos 5 anos. So tambm apresentados alguns rankings, estabelecendo-se, em alguns casos, comparaes com o posicionamento em anos anteriores. tambm anali- sado o endividamento lquido dos municpios, nos termos da legislao em vigor, bem como o clculo do grau de utilizao do limite de endividamento tendo em considerao os novos limites impostos pela nova lei das finanas locais. So tambm apresentados vrios rankings. No CAPTULO 4 procede-se anlise da situao financeira, econmica e patrimonial, dos servios municipalizados e das empresas do setor empresarial local, estabelecendo-se com- paraes com os anos de 2010 a 2013. ainda apresentado o impacto da aplicao do artigo 62 da Lei 50/2012, de 31 de agosto ao trinio em anlise. No CAPTULO 5, semelhana do procedimento adotado desde o anurio de 2006, apresentado um ranking dos mu- nicpios melhor posicionados em relao a quinze indicadores selecionados pelos autores. De referir que apresentada a si- tuao reportada a 2013, mas dado completar-se nesse ano um mandato autrquico, tambm apresentado o ranking dos municpios melhores posicionados nos 4 anos de mandato. No CAPTULO 6 apresentam-se as principais concluses s contas dos municpios e do setor empresarial local para os exerccios econmicos de 2013. O presente documento termina com uma seco composta por trs anexos: ANEXO I Dados econmicos e financeiros do Municpios, Em- presas Municipais e Servios Municipalizados, 2013 ANEXO II Listagem dos municpios por nmero de habitantes com indicao do nmero de freguesias e densidade populacional. 17. 19 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES 1.1. O Setor Local O setor pblico portugus assegura a sua misso de produo, presta- o e alocao de bens e servios aos cidados atravs de vrios sub- setores, ou formas organizacionais, com diferentes enquadramentos jurdico-institucionais e diferentes fins. O Setor Pblico Administrativo (SPA) o Estado no sentido lato corresponde maior componente do setor pblico e assegura as funes de redistribuio de rendimentos, afetao de recursos e estabilizao macroeconmica, atravs da pro- viso de bens e servios pblicos. Neste contexto, a organizao democrtica do Estado portugus com- preende a existncia de autarquias locais. O princpio da auto-nomia do poder local est consagrado no art. 6. da Constituio da Repbli- ca Portuguesa (CRP), desenvolvendo-se as coor-denadas em que aque- le se materializa na parte respeitante organizao do poder poltico e sob a epgrafe Poder Local. Assim, a organizao democrtica do Estado compreende a existncia de autarquias locais (art. 235.), definindo-as como pessoas coletivas territoriais dotadas de rgos representativos, que visam a prossecuo de interesses prprios das popula-es respetivas (art. 236.), especificando ainda que, no con- tinente, as autarquias locais so as freguesias, os municpios e as regi- es administrativas, enquanto as regies autnomas compreendem freguesias e municpios1 . A atuao das autarquias locais rege-se, segundo o quadro de transfe- rncia de atribuies e competncias (Lei n 75/2013, de 12 de setem- 1 Considerando que as regies administrativas ainda no foram criadas, as autarquias locais das Regies Autnomas dos Aores e Madeira so compostas da mesma forma que em Portugal Continental, compreendendo as freguesias e os municpios. bro), por um conjunto de princpios garantes de um considervel grau de autonomia na prossecuo dos seus objetivos e na gesto dos seus recursos. A CRP preconiza, no seu art. 6., o princpio da autonomia do poder local e a Carta Europeia de Autonomia Local define-o no art. 3. como a capacidade efetiva de as autarquias locais regulamentarem e gerirem, nos termos da lei, e sob sua responsabilidade e no interesse das respetivas populaes, uma parte importante dos assuntos pbli- cos. As autarquias locais so responsveis, perante diversos destina- trios, pela gesto dos recursos pblicos locais, visando os interesses das respetivas populaes. 1.2. Freguesias A freguesia a autarquia local de menor dimenso e visa a prossecuo de interesses prprios da populao residente numa subdiviso do con- celho (circunscrio concelhia), mediante rgos representativos elei- tos. Embora tendo grande importncia histrica, a relevncia do ponto de vista poltico, econmico, administrativo e financeiro da freguesia no equivalente do municpio. A notoriedade da freguesia diminuiu muito com a reorganizao administrativa territorial autrquica, apro- vada pela Lei n 22/2012, de 30 de maio, que, na verdade, resultou num processo de extino e/ou fuso pela criao de unies de freguesias, em que desapareceram cerca de mil das 4.159 at ento existentes. Legalmente, a freguesia criada por efeito da agregao constitui uma nova pessoa coletiva territorial, dispe de uma nica sede e integra o patrimnio, os recursos humanos, os direitos e as obrigaes das fre- guesias agregadas (art. 9, n2). CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES 18. 20 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 Atualmente, existem em Portugal 3.091 freguesias dos quais 2 882 no Continente, 155 nos Aores e 54 na Madeira2 . As freguesias possuem atribuies nas seguintes domnios (art. 7., n.2 da Lei n. 75/2013, de 12 de setembro): Equipamento rural e urbano; Abastecimento pblico; Educao; Cultura, tempos livres e desporto; Cuidados primrios de sade; Ao social; Proteo civil; Ambiente e salubridade; Desenvolvimento; Ordenamento rural e urbano; Proteo da comunidade. A mesma lei (art. 5.) define que os rgos de governo da freguesia so a Assembleia de Freguesia e a Junta de Freguesia. A Assembleia de Freguesia corresponde ao rgo deliberativo, ou seja, o rgo que toma as grandes decises e define as orienta-es rela- tivas freguesia. Entre outras, compete-lhe acompanhar a atividade da Junta de Freguesia, aprovar as opes do plano e a proposta de oramento e apreciar o relatrio de atividades e os documentos de prestao de contas que refletem o comportamento financeiro do mu- nicpio (art. 9.). A Junta de Freguesia o rgo executivo da freguesia, isto , o r- go responsvel pela gesto corrente dos seus assuntos. Entre outras funes compete-lhe executar as deliberaes do rgo deliberativo, elaborar e executar as opes do plano e a proposta de oramento e elaborar e aprovar o relatrio de atividades e os documentos de pres- tao de contas (art. 16.). 1.3. Municpios Legalmente definidos como autarquias locais que visam a prosse- cuo de interesses prprios da populao residente na circunscri- -o concelhia, mediante rgos representativos por ela eleitos, os municpios adquiriram ao longo do tempo uma grande importncia histrica, poltica, econmica, administrativa, financeira e jurdica, 2 https://appls.portalautarquico.pt/portalautarquico/Home.aspx. revelando-se de primordial importncia no contexto das decises pblicas locais. Esta afirmao do poder local tem conhecido uma considervel notoriedade com a crescente transferncia de atribui- es e competncias para os municpios. Atualmente os municpios possuem atribuies nas seguintes dom- nios (art. 23. da Lei n. 75/13, de 12 de setembro): Equipamento rural e urbano; Energia; Transportes e comunicaes; Educao; Patrimnio, cultura e cincia; Tempos livres e desporto; Sade; Ao social; Habitao; Proteo civil; Ambiente e saneamento bsico; Defesa do consumidor; Promoo do desenvolvimento; Ordenamento do territrio e urbanismo; Polcia municipal; Cooperao externa. A definio taxativa destas atribuies tem subjacente a concre- tizao do princpio da subsidiariedade (art. 4), ou seja, a pros- secuo das funes de interesse local pelo nvel mais prximo da populao que, naturalmente, conhece melhor os seus problemas e necessidades. Nesse sentido, tendo em conta a organizao dos municpios e o res- petivo quadro de competncias, a lei prev a existncia de rgos locais prprios: a Assembleia Municipal e a Cmara Municipal. A As- sembleia Municipal constitui o rgo deliberativo do municpio, ou seja, o rgo que toma as grandes decises e define as orientaes do respetivo municpio. Entre outras, compete Assembleia Munici- pal acompanhar a atividade da Cmara Municipal, aprovar as opes do plano e a proposta de oramento e apreciar o relatrio de ativida- des e os documentos de prestao de contas que refletem o compor- tamento financeiro do municpio (art. 25.). A Assembleia Municipal tem uma composio mista com membros que so eleitos diretamen- te e uma outra parte que so membros por inerncia. Por um lado, 19. 21 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES constituda pelos presidentes das Juntas de Freguesia e, por ou- tro, por membros eleitos em nmero igual ao daqueles mais um, no podendo o nmero dos membros eleitos diretamente ser inferior ao triplo do nmero de membros da respetiva Cmara Municipal. A Cmara Municipal o rgo executivo colegial do municpio, isto , o rgo responsvel pela gesto corrente dos assuntos do municpio. Entre outras funes, compete-lhe executar as deliberaes do rgo deliberativo, elaborar e executar as opes do plano e a proposta de oramento e elaborar e aprovar o relatrio de atividades e os do- cumentos de prestao de contas (art. 33.). A Cmara Municipal constituda pelo Presidente da Cmara e por Vereadores cujo nmero varia consoante o nmero de eleitores da respetiva rea. Desta forma, os resultados da gesto dos recursos pblicos locais resultam das aes da Assembleia Municipal e da Cmara Munici- pal, uma vez que primeira compete definir as principais linhas de orientao das polticas pblicas locais e segunda fazer executar tais polticas. Naturalmente, a forma como so geridos estes recur- sos pblicos tem importantes implicaes no desempenho financeiro dos respetivos municpios, tema deste anurio financeiro. Similarmente ao que ocorre na Administrao Central, na Adminis- trao Local coexiste um setor administrativo com outros subseto- res como os servios municipalizados e, mais recentemente, o Setor Empresarial Local (SEL). Este ltimo composto essencialmente por empresas pblicas municipais e intermunicipais, que so sociedades comerciais de direito privado (Lei n. 50/2012, de 31 de agosto). Atualmente, existem em Portugal 308 municpios dos quais 278 no Continente e 30 nas Regies Autnomas dos Aores e Madeira. O critrio mais usado para classificar os municpios quanto sua dimenso ainda o que tem em conta o nmero de habitan-tes. Assim, para efeitos de realizao deste Anurio, os municpios por- tugueses so agrupados em trs categorias distintas quanto sua dimenso medida em nmero de habitantes: Municpios Pequenos com populao inferior ou igual a 20 000 habitantes; Municpios Mdios com populao superior a 20 000 habi- tantes e inferior ou igual a 100 000 habitantes; Municpios Grandes com populao superior a 100 000 hab. Considerando esta categorizao, o nmero de municpios portu- gueses em 2013 distribuiu-se da seguinte forma: Pequenos Mdios Grandes 184 Municpios 100 Municpios 24 Municpios 463 habitantes (Corvo) 20 000 habitantes 100 000 habitantes 511 667 hab. (Lisboa) Grfico 1.01 Os Municpios Portugueses, por dimenso e regio NUTS 2 Quadro 1.01 Caracterizao as regies NUTS 2, considerando a dimenso dos municpios % Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Aores Madeira Pequenos 53% 63% 6% 78% 44% 79% 64% Mdios 35% 35% 33% 22% 56% 21% 27% Grandes 12% 2% 61% 0% 0% 0% 9% A anlise conjunta dos Grfico 1.01 e Quadro 1.01, permite veri- ficar que no Alentejo e nas ilhas que os municpios de pequena dimenso tm um maior peso relativo. De facto, 64% (7 em 11) dos municpios da Regio Autnoma da Madeira e 79% (15 em 19) dos municpios da Regio Autnoma dos Aores so pequenos, assim como 78% (45 em 58) dos municpios do Alentejo. A Regio Centro concentra 63% (63 em 100) de pequenos municpios do total daquela regio. Em contrapartida, na Regio de Lisboa os pequenos muni- cpios representam apenas 6% (1 em 18) dos municpios da regio. Na Figura seguinte apresenta-se a tipologia dos municpios distribu- dos por todo o pas. Norte Centro Alentejo Algarve Aores Madeira Lisboa 100 63 35 1 11 6 18 45 13 58 7 9 16 15 4 0 19 7 3 1 11 46 30 10 2 86 0 0 Pequenos Mdios Grandes Total 20. 23 21. 24 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 1.4. Caracterizao geral e importncia financeira dos Municpios portugueses no contexto europeu e municpios Como se mostra no Quadro 1.02, a dimenso mdia dos munic- pios portugueses superior da maioria dos pases europeus. Em termos de populao, a mdia portuguesa (34,5 mil habitantes) aproximada aos valores da Grcia, Sucia e Holanda e apenas lar- gamente ultrapassada pelos da Dinamarca, Litunia e Reino Unido. Quadro 1.02 Caracterizao das Autarquias Locais Portuguesas em perspetiva comparada Pas Mdia Populao % Municp. 5,000 hab. n de unidades (1 Nvel) n de unidades (2 Nvel) Despesa Local (% Despesa Pblica) Despesa Capital Local (% Despesa Capital) Receita Local (% Receita Pblica) ustria 3 550 91 2 357 9 35% 77% 35% Blgica 18 320 14 589 10 42% 84% 45% Bulgria 28 670 11 264 44% 74% 45% Repblica Checa 1 680 96 6 250 14 5% 17% 5% Dinamarca 56 345 3 98 5 27% 52% 30% Estnia 5 930 80 226 64% 68% 66% Finlndia 15 610 52 342 2 25% 35% 25% Frana 1 760 95 36 682 100 41% 65% 42% Alemanha 6 765 77 12 104 301 21% 70% 24% Grcia 34 650 53 325 13 6% 22% 8% Hungria 3 155 91 3 177 19 24% 46% 25% Irlanda 39 190 37 114 16% 70% 22% Itlia 7 445 71 8 094 110 32% 73% 35% Letnia 18 950 91 119 29% 63% 33% Litunia 55 655 2 60 24% 42% 30% Holanda 38 435 2 430 12 34% 70% 37% Polnia 15 390 25 2 479 379 33% 60% 37% Portugal 34 520 20 308 2 15% 66% 17% Romnia 6 750 35 3 180 41 25% 42% 29% Eslovquia 1 850 95 2 928 8 17% 61% 19% Eslovnia 9 720 48 210 21% 55% 22% Espanha 5 660 85 8 116 52 53% 72% 63% Sucia 32 210 4 290 20 48% 55% 48% Reino Unido 152 200 0 406 28 28% 51% 35% Mdia 24 767 49 3 715 47 29% 58% 32% Fonte: CCRE/CEMR. EU Subnational Governments: 2010 Key Figures. 2011/2012 Edition. Este dado muito significativo na sequncia da reorganizao da Administrao Local, que teve como objetivo, semelhana de pro- cessos de reorganizao territorial que ocorreram em muitos pases europeus, a diminuio do nmero de autarquias locais no sentido de aumentar a sua escala. 22. 25 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES A anlise do Quadro 1.02 salienta uma outra marca relevante da Administrao Local portuguesa em perspetiva comparada: o ele- vado grau de centralizao financeira do Setor Pblico Adminis- trativo (trs ltimas colunas). As despesas locais dos municpios portugueses correspondem apenas a 15% do total das despesas pblicas e as receitas locais correspondem a 17% do total das recei- tas pblicas, valores que so dos mais baixos quando comparados com a mdia europeia (29% e 32% respetivamente). Portugal (66%) apresenta apenas um valor superior mdia europeia (58%) no que diz respeito ao peso das despesas de capital locais no total das des- pesas de capital, o que sugere claramente uma maior interveno dos municpios portugueses nas atividades de investimento pblico. O Grfico 1.02 mostra a composio funcional das despesas locais do mesmo grupo de pases, o que permite perceber com mais deta- lhe as reas de atividade local com mais peso nas despesas locais. No que diz respeito funo de educao que, na mdia europeia, corresponde a cerca de um quarto das despesas locais (23%), o peso em Portugal muito inferior (9%). De forma ainda mais acentuada, o mesmo se passa com as despesas em proteo social e sade (15% e 11% de mdia europeia respetivamente), em que praticamente no existe interveno dos municpios portugueses (3% e 4% respetiva- mente). Ao invs, no caso das despesas relacionadas com as ativida- des econmicas, o peso em Portugal claramente superior mdia. Finalmente, quase dois teros das despesas municipais portuguesas so consumidos com funes gerais (36%) e outras (26%), ao con- trrio da mdia dos pases europeus, em que o peso destas duas funes em conjunto no atinge os 40%. Grfico 1.02 Distribuio das despesas locais por funes Fonte: CCRE/CEMR. EU Subnational Governments: 2010 Key Figures. 2011/2012 Edition. 1.5. Grupos Municipais A tendncia de reformas do setor pblico no sentido de impor cri- trios de eficincia implicou um conjunto de importantes reconfigu- raes nas formas organizacionais de prestao de servios. Um dos aspetos mais salientes dessa tendncia foi a transferncia da prestao de bens e servios para outras entidades do setor pbli- co. Tal tendncia tambm se verificou frequentemente ao nvel da Administrao Local. Neste contexto, dada a profuso de atividades autrquicas trans- feridas para o SEL, apresentam-se, no Quadro 1.03, o nmero de autarquias que tinham, data de 2013, constitudo empresas muni- cipais e/ou servios municipalizados. Quadro 1.03 Nmero de servios municipalizados e Entidades do Setor Empresarial Local Total Servios Municipalizados(a) Empresas Municipais Empresas Intermunicipais 0 1 2 0 1 2 3 4 >4 0 1 2 3 4 Municpios Pequenos 184 183 1 0 124 52 7 0 0 1 94 77 13 0 0 Municpios Mdios 100 82 18 0 50 24 16 7 1 2 41 46 13 0 0 Municpios Grandes 24 15 9 0 4 5 6 1 5 3 17 4 1 2 0 Total de municpios 308 280 28 0 178 81 29 8 6 6 152 127 27 2 0 Total de Empresas e SMs 266 27 218 21 (a) Existe um Servio Municipalizado pertencente a 2 municpios (Oeiras e Amadora). 23. 26 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 Pela anlise do Quadro 1.03 verifica-se que 81 municpios tm servios descentralizados apenas numa empresa municipal e 49 municpios em duas ou mais empresas municipais, sendo que apenas 6 detm 4 ou mais. Ao mesmo tempo, 156 participam pelo menos numa empresa intermunicipal (127 apenas numa, 27 em duas e 2 em trs). No cmputo geral, a maioria dos munic- pios tm apenas uma empresa municipal e, ou, participam em apenas uma empresa intermunicipal. Ao invs, 178 municpios (124 pequenos, 50 mdios e 4 grandes) no possuem empresas municipais, 152 municpios (94 pequenos, 41 mdios e 17 grandes) no participam em empresas intermuni- cipais e uma larga maioria de municpios (280) no possuem ser- vios municipalizados (183 pequenos, 82 mdios e 15 grandes). A atual Lei das Finanas Locais (Lei n. 73/2013, de 3 de setembro) impe, no seu art. 75, que os municpios apresentem contas con- solidadas com as entidades detidas ou participadas, sendo eles a entidade me ou consolidante. ainda referido que o grupo autr- quico composto por um municpio, uma entidade intermunicipal ou uma entidade associativa e pelas entidades controladas, de forma direta ou indireta, definindo-se controlo como o poder de gerir as polticas financeiras e operacionais da outra entidade, a fim de beneficiar das suas atividades. Do exposto, ainda sem se considerar a participao dos muni- cpios em Fundaes, Associaes e outras entidades de direito pblico ou privado, que no estejam includas no SEL, verifica- mos que se est perante 222 potenciais grupos autrquicos, em que o municpio ser a designada entidade-me. O assunto dos Grupos Municipais ser retomado no Captulo 4 deste Anurio, aquando da anlise das contas do SEL. 1.6. Reformas Administrativas e Controlo Financeiro No mbito da implementao da designada Reforma da Adminis- trao Local, em 2012 foram introduzidas diversas reformas legais que alteraram significativamente o enquadramento financeiro, de controlo e de prestao de contas dos municpios portugueses. Al- gumas dessas alteraes resultaram diretamente do programa de assistncia econmica e financeira (PAEF) a Portugal, em cujos me- morandos de entendimento consta a meno explcita da necessida- de de reorganizar as Administraes Local e Regional e a prestao de servios da administrao a nvel local. Relativamente Adminis- trao Local, o PAEF impunha um conjunto de compromissos que a seguir se resumem: Reduzir, em pelo menos 175 milhes de euros, as transferncias para as Administraes Local e Regional, no mbito do contributo deste subsetor para a consolidao oramental; Submeter Assembleia da Repblica uma proposta de reviso da Lei das Finanas Locais, com vista a promover a sua adaptao aos princpios e normas adotadas pela nova Lei do Enquadramento Or- amental, nomeadamente no que se refere (i) incluso de todas as entidades pblicas relevantes no permetro das Administraes Local e Regional; (ii) ao enquadramento plurianual das regras de despesa, saldos oramentais e regras de endividamento, e de ora- mentao de programas; e (iii) interao com as funes do Con- selho das Finanas Pblicas; Preparar uma avaliao abrangente da estrutura de tarifas das empresas pblicas, incluindo do SEL, a fim de reduzir o grau de sub- sidiao, bem como rever o seu nvel do servio pblico prestado; Avaliar os planos em curso de reduo de custos operacionais, at ao final de 2011, em pelo menos 15% em mdia face a 2009, propondo cortes especficos por empresa pblica, incluindo nas do SEL, que sejam consistentes com uma avaliao econmica e finan- ceira realista; Aplicar limites de endividamento mais restritos ao SEE, extens- veis ao SEL; Elaborar um plano para reforar a governao do SEE e do SEL, de acordo com as melhores prticas internacionais, que inclua uma avaliao da funo acionista, dotando o Ministrio das Finanas e da Administrao Pblica de um papel decisivo quanto a questes de ordem financeira do SEE. Os marcos legislativos mais importantes desta reforma foram os seguintes: Lei n. 22/2012, de 30 de maio Regime Jurdico da Reorganiza- o Administrativa Territorial Autrquica; Lei n. 43/2012, de 28 de agosto aprova o Programa de Apoio Economia Local (PAEL); Lei n. 50/2012, de 31 de agosto Regime Jurdico da Atividade Empresarial Local; Lei n. 73/2013, de 3 de setembro Regime Financeiro das Au- 24. 27 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES tarquias Locais e Entidades Intermunicipais (vulgo Lei das Finanas Locais LFL); Lei n. 75/2013, de 12 de setembro Regime Jurdico das Autar- quias Locais, estatuto das Entidades Intermunicipais e da transfe- rncia de competncias (vulgo Lei das Autarquias Locais). Do ponto de vista da atividade financeira do setor pblico local, a mais importante reforma foi a publicao do Novo Regime finan- ceiro (Lei n. 73/2013) que revoga a Lei 2/2007, cujo objetivo era ajustar o paradigma das receitas autrquicas realidade atual, au- mentar a exigncia e transparncia ao nvel da prestao de contas, bem como dotar as finanas locais dos instrumentos necessrios para garantir a efetiva coordenao entre a Administrao Central e Local, contribuindo assim para o controlo oramental e para a preveno de situaes de instabilidade financeira (Prembulo da Lei). O novo Regime Financeiro aprovado em 2013 procura assim intervir fundamentalmente sobre o controlo e preveno do dese- quilbrio financeiro. Dado que a autonomia financeira municipal deve ser exercida no contexto do equilbrio financeiro global do setor pblico, os prin- cpios constantes da Lei de Enquadramento Oramental (Lei n 37/2013, de 14 de junho), na sua mais recente reviso, passaram a estar tambm plasmados na nova LFL (art. 3.): princpios da estabilidade oramental; da solidariedade nacional recproca; da transparncia oramental; da equidade intergeracional; alm dos princpios da autonomia financeira e da justa repartio dos recursos pblicos entre o Estado e as autarquias locais. Neste mbito, merece destaque ainda o princpio da coordenao entre finanas locais e finanas do Estado (art. 11.), a realizar atra- vs de um Conselho de Coordenao Financeira (CCF), que prev a audio dos municpios antes da preparao do Programa de Es- tabilidade e Crescimento e da Lei do Oramento de Estado. Esta coordenao estabelece-se tendo por base um quadro oramental plurianual (art. 44.) que defina os limites, elaborados numa base mvel e atualizados anualmente, para a despesa e as projees da receita do municpio no mdio prazo. Este documento dever ser elaborado em articulao com as Grandes Opes do Plano, sub- metido Assembleia Municipal e ter natureza vinculativa. O novo Regime Financeiro introduz tambm mecanismos que se destinam a garantir o alerta precoce de desvios (art. 56.) e, se necessrio, de recuperao financeira municipal (art. 57.). Entre outros mecanismos, prev-se a participao dos municpios num Fundo de Apoio Municipal (FAM), com contribuio obrigatria dos municpios (atravs do Fundo de Equilbrio Financeiro FEF), bem como do Governo Central, e que se traduz num mecanismo de soli- dariedade e corresponsabilidade financeira por parte da totalidade dos municpios. O novo Regime Financeiro introduz ainda alteraes no sentido da reduo da base de receitas prprias locais, como o caso da ex- tino do IMT (Imposto Municipal sobre Transmisses Onerosas de Imveis). Em 2012 foi tambm alterado o enquadramento do SEL. A Lei n. 50/2012, de 31 de agosto, aprovou o novo regime jurdico da ati- vidade empresarial local e das participaes locais, revogando o anterior regime que datava de 20063 . Em termos gerais, substan- cialmente alterada a configurao jurdica do SEL, passando a ser inserido na agora designada atividade empresarial autrquica. O atual diploma legal: i. Estabelece o regime geral aplicvel aos servios municipalizados; ii.Regula a atividade das empresas locais, que so genericamente as sociedades sujeitas influncia dominante dos municpios e das associaes de municpios (ambos designados por entidades pbli- cas participantes); iii. Disciplina a aquisio e deteno de participaes locais, que se traduzem nas participaes sociais detidas pelas entidades pblicas participantes noutras sociedades comerciais e, bem assim, a aquisi- o de outras participaes, tais como em Fundaes, em Coopera- tivas ou em Associaes de direito privado. Em primeiro lugar, introduz-se a imposio de significativos deveres de informao institucional e econmico-financeira das entidades p- blicas participantes Direo-Geral das Autarquias Locais (DGAL). O incumprimento destes deveres de informao sancionado com a reteno de 10% do duodcimo (sendo de 20% em caso de reincidn- cia) das transferncias correntes do Fundo Geral Municipal, no caso dos municpios, sendo sancionado com a suspenso imediata e auto- mtica das transferncias financeiras do Estado se o incumprimento for por parte de associaes de municpios (art.s 42 e 44). 3 Lei n. 53-F/2006, de 29 de dezembro. 25. 28 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 Em segundo lugar, passam a estar sujeitos ao controlo prvio do Tribunal de Contas, quaisquer atos de constituio ou de participa- o em empresas locais, assim como de aquisio de participaes sociais, pelas entidades pblicas participantes. A fiscalizao prvia do Tribunal de Contas incidir, ainda, sobre quaisquer processos de fuso de empresas locais (art.s 54 e 56). Em terceiro lugar, passa a prever-se a possibilidade de integrao de empresas locais em servios municipalizados, assim como de fuso de empresas locais, bem como a mera internalizao da ativida- de destas empresas nos servios das respetivas entidades pblicas participantes (art.s 64 e 65). Por ltimo, destaca-se a criao de novas regras de dissoluo das empresas locais, com a obrigatoriedade de extino das empresas, sempre que, nos ltimos trs anos, i) as respetivas vendas e presta- es de servios no cubram, pelo menos, 50% dos custos totais dos correspondentes exerccios; iii) o peso contributivo dos subsdios explorao tenha sido superior a 50% das receitas; iii) o valor do resultado operacional subtrado do valor correspondente s amor- tizaes e depreciaes tenha sido negativo, ou ainda quando; iv) o resultado lquido tenha sido negativo. O prazo para a deliberao de dissoluo de seis meses a contar da verificao de uma destas situaes elencadas (art. 62). Em alternativa deciso de dissoluo da empresa local podero as entidades pblicas participantes alienar integralmente as respe- tivas participaes detidas nas empresas locais. Quando se trate de meras participaes locais, a alienao das participaes, nos casos supra descritos, obrigatria (art. 66). A referida lei entrou em vigor a 1 de setembro de 2012, sendo que as entidades de natureza empresarial criadas ou constitudas ao abrigo de legislao anterior e sob a influncia dominante das entidades pblicas participantes, a par das sociedades comerciais participadas j existentes, ficaram obrigadas a adequar os seus estatutos no prazo de seis meses a contar daquele dia. tambm de seis meses o prazo para as entidades pblicas participantes determinarem a dissoluo das empresas locais, ou, em alternati- va, procederem alienao integral das participaes sociais que detenham nessas empresas, quando ocorram as circunstncias enunciadas acima (art. 62). 1.7. Programa de Apoio Economia Local (PAEL) Seguindo tambm as recomendaes dos memorandos de enten- dimento de introduzir mecanismos de controlo e restrio dos pa- gamentos em atraso pelo setor pblico, no ano de 2012 foi imple- mentada a Lei dos compromissos e pagamentos em atraso (Lei n 8/2012, de 21 de fevereiro, e Decreto-Lei n. 127/12, de 21 de junho). Embora a regulamentao se destinasse igualmente a todo o setor pblico, teve efeitos muito significativos no setor municipal. No essencial, este novo regime procura disciplinar os pagamentos em atraso, por via do controlo apertado da assuno de novos compromissos pelo limite dos fundos disponveis a 90 dias, que passaram a ser apurados. Foi tambm introduzida a corresponsa- bilizao dos fornecedores do setor pblico, o aperfeioamento e integrao dos sistemas de informao, bem como o aprofunda- mento dos regimes de responsabilidade civil, criminal e financeira dos agentes pblicos que autorizam despesa pblica sem a exis- tncia de Fundos Disponveis. Nos termos do art. 16 da Lei n. 8/2012, de 21 de fevereiro Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso (LCPA), os municpios com pagamentos em atraso a 31 de dezembro de 2011 teriam de apresentar DGAL, num prazo de 90 dias, um plano de liquidao de pagamentos. Neste mbito da racionalizao financeira, foi aprovado tambm o Programa de Apoio Economia Local PAEL (Lei n. 43/2012, de 28 de agosto), para a regularizao do pagamento de dvidas dos municpios vencidas h mais de 90 dias, registadas na DGAL data de 31 de maro de 2012. Este programa englobava um montante de 1 000 milhes de euros, permitindo aos municpios elegveis es- tabelecerem contratos de emprstimos com o Estado, aprovados pelas respetivas assembleias municipais e apresentados no Tribunal de Contas para fiscalizao prvia. Os municpios aderem ao PAEL apresentando um Plano de Ajus- tamento Financeiro que, nos termos do art. 6 da Lei n.43/2012, contm um conjunto de medidas especficas e quantificadas, que evidenciem o restabelecimento da situao financeira do municpio, tendo em conta os seguintes objetivos: a)Reduo e racionalizao da despesa corrente e de capital; b)Existncia de regulamentos de controlo interno; 26. 29 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES c)Otimizao da receita prpria; d)Intensificao do ajustamento municipal nos primeiros cinco anos de vigncia do PAEL. Nos termos do art. 3., relativamente aos prazos e montantes de financiamento, distinguem-se: Programa I relativo aos municpios que estejam abrangidos por um plano de reequilbrio financeiro e se encontravam em situao de desequilbrio estrutural a 31 de dezembro de 2011; Programa II que integra os restantes municpios. O Quadro 1.04 apresenta os 99 municpios que em 2013 tinham ade- rido a programa, que j ascende a um valor global de cerca de 596 milhes de euros. Este conjunto de 99 municpios inclui principal- mente pequenos (48) e mdios (48) municpios e apenas 3 de grande dimenso (Funchal, Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia). Ao abrigo do Programa I o financiamento visado foi de aproximada- mente 239 milhes de euros, sendo que ao abrigo do Programa II o financiamento visado foi de 358 milhes de euros. Dos 99 municpios que recorreram ao PAEL, 21 esto abrangidos pelo Programa I, dos quais 10 so de pequena dimenso e 11 so de mdia dimenso. Os maiores valores de financiamento foram concedidos, por ordem decrescente, aos seguintes municpios: Fundo (36,78 milhes de eu- ros), vora (32,17 milhes de euros), Funchal (28,41 milhes de euros), Santarm (24,58 milhes de euros), Vila Real de Santo Antnio (24,47 milhes de euros) e Vila Nova de Gaia (22,75 milhes de euros). Por seu turno, os menores valores de financiamento foram conce- didos, por ordem decrescente, aos seguintes municpios: Alfndega da F (0,69 milhes de euros), Vila Nova de Paiva (0,59 milhes de euros), Monforte (0,50 milhes de euros), Oliveira de Frades (0,49 milhes de euros), Ferreira do Alentejo (0,46 milhes de euros) e Sardoal (0,44 milhes de euros). Quadro 1.04 Municpios com contratos visados pelo Tribunal de Contas ao abrigo do PAEL Municpio Dim. Financiamento visado () Programa 1 Albufeira M 16.678.726 I 2 Alcobaa M 4.435.817 II 3 Alenquer M 1.149.795 II 4 Alfndega da F P 694.457 I 5 Alij P 4.424.691 I 6 Aljustrel P 1.332.329 II 7 Almeirim M 694.480 II 8 Alvaizere P 1.718.333 II 9 Ansio P 2.233.967 I 10 Armamar P 987.994 II 11 Arruda dos Vinhos P 2.441.431 II 12 Azambuja M 3.139.294 II 13 Barreiro M 10.201.380 II 14 Borba P 4.886.116 I 15 Calheta (R. A. M.) P 4.232.882 II Municpio Dim. Financiamento visado () Programa 16 Cmara de Lobos M 5.815.459 II 17 Caminha P 2.281.969 II 18 Chamusca P 4.323.839 II 19 Chaves M 7.873.427 II 20 Covilh M 2.815.021 II 21 Entroncamento M 3.219.263 II 22 Espinho M 8.176.751 I 23 Estremoz P 2.710.733 II 24 vora M 32.166.373 I 25 Faro M 16.710.900 I 26 Ferreira do Alentejo P 458.617 II 27 Freixo de Espada Cinta P 4.346.736 I 28 Funchal G 28.414.336 II 29 Fundo M 36.777.846 I 30 Gouveia P 754.338 II 27. 30 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 Municpio Dim. Financiamento visado () Programa 31 Grndola P 1.477.120 II 32 Guarda M 14.091.560 II 33 lhavo M 8.794.812 II 34 Lagoa (Algarve) M 4.000.000 II 35 Lagos M 9.508.131 II 36 Lamego M 11.826.491 II 37 Loul M 14.506.376 II 38 Lourinh M 972.627 II 39 Lous P 880.772 II 40 Mangualde P 4.001.682 II 41 Melgao P 2.130.366 II 42 Miranda do Douro P 2.031.709 II 43 Moimenta da Beira P 2.412.487 I 44 Monforte P 504.812 II 45 Montijo M 846.737 II 46 Mouro P 1.174.765 I 47 Nelas P 1.635.611 I 48 Nordeste P 7.611.777 I 49 bidos P 3.839.744 II 50 Olho M 4.083.540 II 51 Oliveira de Azemis M 1.216.473 II 52 Oliveira de Frades P 485.614 II 53 Ourm M 3.365.330 II 54 Paos de Ferreira M 7.137.212 II 55 Paredes M 19.755.872 II 56 Paredes de Coura P 2.881.120 II 57 Penafiel M 1.736.014 II 58 Penela P 2.313.528 II 59 Peniche M 3.202.576 II 60 Peso da Rgua P 5.106.130 II 61 Ponte da Barca P 846.752 II 62 Porto Santo P 2.452.015 I 63 Pvoa de Lanhoso M 2.469.210 II 64 Pvoa de Varzim M 7.498.180 II 65 Reguengos de Monsaraz P 4.675.556 II 66 Ribeira de Pena P 2.041.244 II Municpio Dim. Financiamento visado () Programa 67 Ribeira Grande M 2.049.782 II 68 Rio Maior M 962.061 II 69 Santa Cruz M 16.848.866 I 70 Santa Maria da Feira G 12.899.357 II 71 Santarm M 24.581.767 I 72 Santo Tirso M 1.730.000 II 73 So Pedro do Sul P 2.873.609 II 74 Sardoal P 444.793 II 75 Seia M 2.768.065 I 76 Sert P 2.130.877 II 77 Sesimbra M 8.912.069 II 78 Sines P 3.548.273 II 79 Sobral de Monte Agrao P 1.053.287 II 80 Soure P 1.695.316 II 81 Tbua P 2.443.240 II 82 Tavira M 1.165.078 II 83 Torres Novas M 6.795.454 II 84 Trancoso P 3.583.677 II 85 Trofa M 16.597.188 I 86 Vagos M 3.553.788 II 87 Vale de Cambra M 2.145.858 II 88 Valena P 1.000.000 II 89 Valongo M 16.263.896 II 90 Valpaos P 2.649.478 II 91 Viana do Castelo M 2.903.596 II 92 Vieira do Minho P 3.056.978 II 93 Vila da Praia da Vitria M 1.953.335 II 94 Vila do Conde M 10.928.221 I 95 Vila Nova da Barquinha P 741.247 II 96 Vila Nova de Gaia G 22.751.431 II 97 Vila Nova de Paiva P 586.130 II 98 Vila Real de Santo Antnio P 24.466.151 I 99 Vila Verde M 10.438.783 II Total 596.132.893 Fonte: Tribunal de Contas at 26 de maio de 2014 28. 32 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 1.8. Independncia financeira4 No presente Anurio mantm-se a anlise do rcio que relacio- na as receitas prprias com as receitas totais para se aferir o grau de independncia financeira dos municpios. Considera-se que existe independncia financeira nos casos em que as receitas prprias5 representam, pelo menos, 50% das receitas totais. Para melhor compreender a evoluo deste indicador apresenta- -se, de forma comparada para os anos compreendidos entre 2007 e 2013 e por grupos de municpios, o peso nas receitas totais das receitas prprias, das transferncias e dos passivos financeiros. A anlise feita considerando os respetivos valores cobrados. A observao do Grfico 1.03 permite concluir que, nos sete anos considerados, a independncia financeira, considerando a totali- dade dos municpios, atingiu o seu maior peso em 2007 (36%) e o menor em 2009 (31%), o que correspondeu a uma significativa diminuio em apenas dois anos. A partir de 2009 h uma tendncia ligeira de aumento, atingindo 34% em 2013. O valor mdio no per- odo considerado foi de 33,7% para o universo dos municpios. O ano de 2009 aparece assim como um ano crtico, j que as receitas pr- prias e as transferncias apresentam os valores baixos no perodo considerado, atingindo os passivos financeiros o valor mais elevado (11%). Em 2013 face ao ano anterior, a independncia manteve-se, mas os passivos aumentam 5% por compensao na reduo das transferncias. Analisando a evoluo deste indicador por grupos de municpios de acordo com a dimenso, verifica-se que as receitas prprias assu- mem um maior peso relativo nos municpios de grande dimenso (Grfico 1.04)6 ; representando estas, no perodo de 2007 a 2013, um valor mdio de 62,4% das receitas totais, isto , mais 28,7 pon- tos percentuais (p.p.) do que a mdia global. Neste grupo, o ano 4 Este conceito no deve ser confundido com o de Autonomia Financeira, referido no art. 6. da Lei n. 73/2013, de 3 de setembro, que estabelece o novo regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais. 5 Tal como nas edies anteriores do Anurio, considera-se que receitas prprias do municpio so as receitas totais deduzidas das transferncias e dos passivos financeiros. 6 Justificada pelo maior volume de receita fiscal auferida, nomeadamente, a prove- niente do Imposto Municipal sobre Imveis (IMI) e do Imposto Municipal sobre Trans- misses Onerosas de Imveis (IMT). Releva-se, ainda, o peso significativo, nos grandes municpios, do produto das cobranas das derramas lanadas sobre o lucro tributvel (atravs do IRC). de 2007 foi o que apresentou melhor nvel mdio de independncia financeira (68%), notando-se uma ligeira tendncia de descida no perodo, atingindo 61% em 2013, o que representa uma diminuio de 1 p.p. em relao a 2012. Nos municpios de mdia dimenso (Grfico 1.05), as transfe- rncias do Estado e as receitas prprias contriburam, nestes sete anos, quase em partes iguais para a receita total, com o peso m- dio, respetivamente de 49,6% e 44,1%. O peso das transferncias regista uma tendncia crescente de 2008 (46%) a 2012 (54%), tendo decrescido significativamente em 2013 (48%). J no caso do peso das receitas prprias observa-se uma tendncia de estabilidade, sobretudo desde 2010, diminuindo em 2013 1% em relao a 2012, fixando-se em 43%. Neste grupo de municpios, assim como nos de pequena dimenso, o decrscimo das transferncias parece ter sido compensado por aumento nos passivos financeiros, que subiram de 2% em 2012 para 10% em 2013. Os recursos financeiros dos municpios de pequena dimenso (Grfico 1.06) dependem significativamente das transferncias re- cebidas atravs do Fundo de Equilbrio Financeiro (FEF)7 , que repre- sentam neste perodo, em mdia, 70,1% das receitas totais. O peso mdio dos recursos prprios nas receitas totais foi apenas de 24%, o que significa que menos de da totalidade dos recursos financeiros gerados, traduzindo uma independncia financeira muito reduzida nesta categoria de municpios. Em 2013, este indicador de indepen- dncia cresceu 1 p.p. em relao a 2011, numa tendncia que se iniciou em 2010. Tal como nos municpios de mdia dimenso, houve uma compensao da reduo das transferncias em 5%por um au- mento do peso dos passivos financeiros. 7 Transferncias do OE e provenientes da repartio dos recursos pblicos entre o Estado e os municpios (nos termos do art. 25. da LFL), cujo objetivo, exatamente providenciarem, atravs de subveno criteriosa, o equilbrio financeiro horizontal e vertical entre o exerccio do poder central e dos poderes locais. 29. 33 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES Grfico 1.03 Evoluo da Estrutura Financeira dos 308 Municpios Grfico 1.03.A Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios da R.A. dos Aores Grfico 1.03.M Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios da R.A. da Madeira 30. 34 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 Grfico 1.04 Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios de Grande Dimenso Grfico 1.05 Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios de Mdia Dimenso Grfico 1.06 Evoluo da Estrutura Financeira dos Municpios de Pequena Dimenso 31. 35 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES Em 2013, o peso do recurso ao crdito (passivos financeiros) nas re- ceitas totais aumentou globalmente 5 p.p. em relao a 2012. Para este aumento foi maior a contribuio do grupo dos municpios de mdia dimenso, onde foi mais expressivo (8%). O Grfico 1.07 evidencia a evoluo do peso relativo das receitas prprias na receita total autrquica no perodo de 2007 a 2013, por grupo de municpios. O valor do rcio da independncia fi- nanceira, entre 2012 e 2013, diminuiu 1 p.p. para os municpios de mdia e grande dimenso e aumentou 1 p.p. para os munic- pios de pequena dimenso, o que denota um esforo destes no sentido da melhoria, pese embora o aumento dos seus passivos financeiros. Grfico 1.07 Evoluo da Independncia Financeira dos Municpios (2007 a 2013) Considerando a independncia financeira nos termos que se aca- baram de expor relativamente ao universo total em anlise, consta- ta-se o seguinte, pela anlise do Quadro 1.05: A independncia financeira dos municpios apresenta uma ampli- tude muito grande entre o mximo de 81% (municpio do Seixal) e um mnimo de 3%(municpio de Nordeste). Enquanto no grupo dos grandes municpios se verifica que a in- dependncia financeira varia entre o mnimo de 37% (Barcelos) e o mximo de 81% (Seixal), no grupo dos pequenos municpios uma amplitude situa-se entre 3% (Nordeste) e 69%(Vila Real de S. Ant- nio); j no grupo dos municpios de mdia dimenso, esta variao ocorre entre os 15% (Fundo) e os 79%(Aveiro). Em 2013, a mdia global do rcio de independncia financeira do grupo dos municpios: de pequena dimenso foi de 26% (+3% que em 2011, +4% que em 2010 e 2009, +2% que em 2008 e idntica a 2007); de mdia dimenso foi de 43% (igual a 2011, -1% que em 2010, +2% que em 2009, - 3% que em 2008 e -5% que em 2007); de grande dimenso foi de 61% (+1% que em 2011, 2010 e 2009, -5% que em 2008, -7% em relao a 2007). Relativamente dependncia dos municpios das transferncias de Estado em 2013, verifica-se que esta situou-se entre o mnimo de 12% (Albufeira) e o mximo de 96% (Corvo), sendo que o peso mdio foi de 58% (-6%. que em 2012). Considerando apenas o universo dos pequenos municpios, este indicador apresentou o valor mdio de 68% (em 2007 e 2008 foi de 70%, em 2009 de 68%, 2010 de 70%, em 2011 de 72% e em 2012 foi de 73%). Nos grandes municpios a mdia foi de 34% (tendo mantido este valor desde 2010). Nos municpios de mdia dimenso, este rcio apresentou um valor mdio de 48% (-6% que em 2012 e -5% que em 2011). O peso mdio dos passivos financeiros na receita total, conside- rando a globalidade dos municpios, foi de 7% em 2013, o que cor- respondeu a um aumento de 5% em relao a 2012, de 2% em rela- o a 2011 e de 1% em relao a 2010, representando, no entanto, uma diminuio de 4% comparativamente a 2009. Existe tambm uma amplitude considervel, sobretudo nos municpios mdios e pe- quenos, variando entre os que no tm passivos financeiros e os que atingem os 66% (53% em 2012). 32. 36 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 Quadro 1.05 Independncia Financeira em 2013 Pequenos Mdios Grandes Total N de municpios existentes 184 100 24 308 N de municpios analisados 184 100 24 308 Receitas prprias (01,02,04,05,07,08,09,11,13) Receitas Totais (Receitas prprias + Transferncias+ Passivos Financeiros) % Mdia dos 308 municpios 26% 43% 61% 34% % Mnima 3% 15% 37% 3% Nordeste Fundo Barcelos % Mxima 69% 79% 81% 81% V. R. Santo Antnio Aveiro Seixal Transferncias (06, 10) Receitas Totais (Receitas prprias + Transferncias+ Passivos Financeiros) Mdia dos 308 municpios 68% 48% 34% 58% % Mnima 25% 12% 14% 12% Alfndega da F Albufeira Lisboa % Mxima 96% 79% 55% 96% Corvo Tondela Barcelos Passivos Financeiros (12) Receitas Totais (Receitas prprias + Transferncias+ Passivos Financeiros) % Mdia dos 308 municpios 6% 10% 5% 7% % Mnima 0% 0% 0% 0% % Mxima 66% 64% 28% 66% Nordeste Fundo Funchal Da anlise conjunta do quadro anterior, conjugada com o Quadro 1.06, verifica-se que em 2013 so 57 (59 em 2012) os municpios que apresentam uma independncia financeira igual ou superior a 50%. Destes, 19 so municpios de grande dimenso, 29 de mdia dimen- so e 9 de pequena dimenso (Alcochete, Castro Marim, Grndola, Nazar, bidos, Porto Santo, So Brs de Alportel, Vila do Bispo e Vila Real de Santo Antnio). Face a 2012, em 2013 verifica-se um ligeiro acrscimo no nmero de municpios de pequena dimenso (+1) e uma diminuio do nme- ro de municpios de grande dimenso (-3) que apresentam indepen- dncia financeira igual ou superior a 50%. Adicionalmente verifica- -se uma diminuio acentuada no n de municpios pequenos com transferncias superiores a 80% das receitas totais (-20), bem como de municpios pequenos com receitas prprias inferiores a 20% das receitas totais (-10). Tal parece traduzir um caminho de reforo no processo de consolidao de autonomia financeira, exigida com a Lei das Finanas Locais e com o controlo da execuo oramental. Todavia, 5 municpios de grande dimenso apresentam um volu- me de receitas prprias inferior a 50% das receitas totais (Barcelos, Braga, Gondomar, Guimares e Santa Maria da Feira). 33. 37 CAPTULO 1. O SETOR LOCAL E OS MUNICPIOS PORTUGUESES Quadro 1.06 Outros indicadores relevantes para os Municpios Dimenso 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 N de municpios com receitas prprias superiores ou iguais a 50% das receitas totais Pequenos 11 13 5 9 7 8 9 Mdios 44 41 27 30 28 29 29 Grandes 22 20 17 17 19 22 19 Total 77 74 49 56 54 59 57 N de municpios com receitas prprias inferiores a 20% das receitas totais Pequenos 77 90 97 89 81 64 54 Mdios 2 1 5 3 4 2 3 Grandes 0 0 0 0 0 0 0 Total 79 91 102 92 85 66 57 N de municpios que no recor- reram a emprstimos bancrios Pequenos 55 53 42 61 82 99 102 Mdios 26 19 16 31 36 47 37 Grandes 9 6 4 6 3 5 7 Total 90 78 62 98 121 151 146 N. de municpios com receitas provenientes das transferncias, superiores a 80% da receita total Pequenos 37 47 35 50 56 57 37 Mdios 1 1 0 0 1 0 0 Grandes 0 0 0 0 0 0 0 Total 38 48 35 50 57 57 37 totais) so na sua totalidade (37) municpios de pequena dimenso, embora em 2011 tenha havido tambm um municpio de mdia di- menso (Cinfes). O aumento considervel que ocorreu em 2010 do nmero de municpios de pequena dimenso nesta situao (mais 15 no global, representando +43% que em 2009) acentuou-se com mais seis municpios a carem nesta situao em 2011 e ainda mais um em 2012. Esta degradao poder estar associada descentralizao de competncias no domnio da educao (art. 34. da Lei do OE de 2010), repercutindo-se as correspondentes transferncias financei- ras nos recursos financeiros destes municpios. Sobre o recurso a emprstimos bancrios, reala-se a diminuio, em 2013 face a 2012, de 5 municpios no global que no recorreram queles, ou seja, houve mais dez municpios de mdia dimenso que recorreram a emprstimos bancrios, ao mesmo tempo que houve menos 3 municpios de pequena dimenso e menos 2 municpios de Da apreciao do Quadro 1.06 pode concluir-se ainda o seguinte: Em 2013, relativamente a 2012, houve 10 municpios que deixa- ram de ter receitas prprias com nveis inferiores a 20% das receitas totais (27 face a 2012). A diminuio global do nmero de municpios nesta situao financeira poder ser um sintoma de uma progres- siva consciencializao e prtica de gesto pblica conducente a uma maior consolidao financeira. A forte dependncia financeira das receitas externas expressa por este indicador essencialmente verificada nos municpios de pequena dimenso que, em 2013, che- gam a quase 30% (54 em 184 municpios), pois s em 3 de mdia dimenso se verificou esta condio. No perodo de 2007 a 2013 nenhum municpio de grande dimenso apresenta esta situao de dependncia financeira. Em 2013 os municpios com maior dependncia das transferncias para equilbrio do seu oramento (valor superior a 80% das receitas 34. 38 ANURIO FINANCEIRO DOS MUNICPIOS PORTUGUESES 2013 grande dimenso a recorrerem a emprstimos bancrios em 2013. No Ranking R1 so apresentados os 50 municpios com maior independncia financeira no ano de 2013, mostrando tambm o valor do indicador para os seis anos anteriores. So municpios cujos recursos financeiros provm mais das receitas prprias, onde os impostos e taxas tm papel central, e onde as transferncias do Estado e emprstimos bancrios se repercutem menos na estrutura da receita. Em 2013, o municpio do Seixal liderou o ranking, com o rcio de independncia financeira de 81,3%, em 2009 foi o municpio de Oei- ras, em 2010 o municpio de Vila Real de Santo Antnio, em 2011 o municpio de Albufeira e em 2012 o municpio de Lisboa8 . O atual 4. municpio financeiramente mais independente (Avei- ro) apresentou a maior oscilao deste indicador entre os anos de 2007 e 2013, respetivamente, com os valores de 69,8%, 33,4%, 54,7%, 76,2%, 65,4%, 67,9% e 78,7%. As mais significa- 8 A independncia financeira de 88,8% do municpio de Lisboa em 2012, resultou do montante extraordinrio recebido por conta de uma indemnizao relativa aos terre- nos do aeroporto, com um impacto na receita de 271 milhes de euros. Excluindo este valor da receita, a independncia financeira do municpio em 2012 seria de 83,4%.pelo que a variao efetiva de 2012 para 2013 de 8%. tivas alteraes na estrutura da receita foram mais visveis a partir de 2009, resultantes da diminuio dos impostos e taxas municipais e da grande variao das receitas creditcias. Cen- trando a observao em 2013, verifica-se que 7 novos munic- pios integraram este grupo de 50 (lhavo, Mealhada, Ovar, Peni- che, Torres Vedras, Vila do Bispo e Viseu) e outros 7 saram do mesmo (Castro Marim, Funchal, Lourinh, bidos, Santa Maria da Feira, Valongo e Vila do Conde). Apenas o municpio de lhavo apresenta um aumento relevante do valor deste rcio de 2012 para 2013 (+23,8%). Pela observao do ranking verificam-se outros municpios com va- riaes significativas do valor deste indicador de 2012 para 2013, dos quais se destacam: de foram positiva, Cascais (+13,8%),