antnio frederico de castro alves - espiritismoeluz · casa, jogando seus livros e outros pertences...

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PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 95 - Setembro/2009 Distribuição Gratuita Destaques: Terceira e última parte Não Julgueis Amparo Oculto Viver ou Competir União e Aprendizado Emancipação da Alma Aproveitando Melhor o Tempo Livros: Uma Vida de Amor e Caridade; Trevo de Ideias

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Page 1: Antnio Frederico de Castro Alves - espiritismoeluz · casa, jogando seus livros e outros pertences na rua. Desabafava o poeta a seu amigo Rui, que o escutava piedoso. Aconselhado

PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 95 - Setembro/2009Distribuição Gratuita

Destaques:

Terceira e última parte

Não JulgueisAmparo OcultoViver ou CompetirUnião e AprendizadoEmancipação da AlmaAproveitando Melhor o TempoLivros: Uma Vida de Amor e Caridade; Trevo de Ideias

Antônio Fredericode Castro Alves

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Nos dias atuais observamos muitos sofrimentos de criaturas envolvidas com drogas de todos os gêneros. Famílias inteiras que sofrem, convivendo com entes queridos que se deixaram levar pela tentação de vícios tão difíceis de se livrar. Mas se são difíceis, não são impossíveis.

Ultimamente recebemos notícias do estrago que o crack faz no cérebro humano. O poder de destruição é tamanho que, na primeira aspirada, o sujeito já se vicia e sente necessidade ainda maior de consumir a droga cada vez mais. Se estamos falando da parte material, então que dirá o que ocorre com a parte espiritual.

Estudando o Espiritismo, sabemos que tudo o que lesiona a matéria também lesionará o perispírito, que é o envoltório do espírito formado por uma substância vaporosa. Pois bem, o corpo carnal quando sucumbe, o espírito prossegue na vida pós-morte com o corpo perispiritual, de acordo com o que imprimiu nele, através dos atos que praticou na vida que acaba de deixar (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – questão 93 - Editora FEB).

Pesquisas recentes nos mostram que, dos vários tratamentos realizados em clínicas, com medicamentos, psicoterapias e medicina alternativa, ainda é a crença religiosa que mais consegue acabar com essas tragédias pessoais.

Portanto, caros companheiros, nós que seguimos a Doutrina dos Espíritos acreditamos que o recurso da prece feita com fervor (não só da boca para fora), do culto do Evangelho no Lar feito, nestes casos, diariamente, à mesma hora, todos os dias ou mesmo, quando necessário, a renovação dos pensamentos (que, sabemos, são poderosos para a modificação dos quadros que se apresentam) são atitudes que, tomadas com muita perseverança e fé, nos trarão esses nossos familiares de volta à vida normal.

Quando Jesus disse “Bem-aventurados os aflitos porque eles serão consolados”, Ele indicava a compensação que hão de ter os que sofrem e, ao mesmo tempo, a resignação que nos faz bendizer o sofrimento como os primeiros passos da cura. (O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Cap. V, item 12, Editora Luz no Lar).

Sabemos do desespero e das dificuldades que muitos pais têm em lidar com este tipo de situação, quando vêem seus filhos, jovens ainda, passando por provas tão terríveis, mas, se estamos vivenciando esses dramas, é porque também precisamos nos ajudar mutuamente. Não fomos colocados por acaso em nossa família e devemos procurar ajuda e orientação, principalmente a espiritual porque conforme Jesus nos disse: “Conheci a Verdade e a Verdade vos libertará.”

Temos, assim, que fazer a nossa parte, quando nos é solicitada, sempre sem revolta e confiantes em Deus.

Equipe Seareiro

EditorialPublicação MensalDoutrinária-espírita

Ano 10 - nº 95 - Setembro/2009Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737Seareiro é uma publicação mensal, destinada a expandir a divulgação da Doutrina Espírita e manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Direção e RedaçãoRua das Turmalinas, 56 / 58

Jardim DoniniDiadema - SP - Brasil

CEP: 09920-500Tel: (11) 2758-6345

Endereço para correspondênciaCaixa Postal 42Diadema - SP

CEP: 09910-970Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa

E-mail: [email protected] Editorial

Cladi de Oliveira SilvaEduardo Pereira

Fátima Maria GambaroniGeni Maria da SilvaIago Santos Muraro

Marcelo Russo LouresReinaldo Gimenez

Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de AraújoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda NovickasWilson Adolpho

Revisão gramaticalA. M. G.

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433Diagramação e Arte

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Imagem da CapaPraça Castro Alves, Salvador, BA

http://www.ua.pt/vieira2008/ReadImage.aspx?obj=2433

ImpressãoVan Moorsel, Andrade & Cia Ltda

Rua Souza Caldas, 343 - BrásSão Paulo - SP

CNPJ: 61.089.868/0001-02Tel.: (11) 2764-5700

Tiragem12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

editorial

Grandes Pioneiros: Antônio Frederico de Castro Alves - Terceira e Última Parte - Pág. 3

Contos: O Jardim das Virtudes - Pág. 10Família: União e Aprendizado - Pág. 11Kardec em Estudo: Não Julgueis - Pág.

12Clube do Livro: Uma Vida de Amor e

Caridade - Pág. 13Mensagem: Companheiros - Pág. 13Tema Livre: Viver ou Competir? - Pág. 14

Canal Aberto: Culto no Lar - Pág. 15Cantinho do Verso e Prosa: Amparo

Oculto - Pág. 16Pegadas de Chico Xavier: Primeiros

Passos - Pág. 16Terceira Idade: Aproveitando Melhor o

Tempo - Pág. 17Livro em Foco: Trevo de Ideias - Pág.

17Atualidade: Emancipação da Alma - Pág.

18Calendário: Setembro - Pág. 19

ÍnDic

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3Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Antônio Frederico de Castro Alves Terceira e Última Parte

Anúncio da peça “Gonzaga“, no jornal O Ypiranga

A peça “Gonzaga” foi uma apresentação recebida calorosamente pelo povo. Nas cinco representações Eugênia e Castro Alves foram homenageados, pois, ao final de cada uma, a presença deles no palco era exigida pelo público. E a bela voz do poeta, forte, volumosa, com perfeita dicção, envolvia as moçoilas da época, dando muito trabalho aos pais que as acompanhavam. Enquanto isso, Eugênia recebia flores e elogios de seus admiradores, principalmente os portugueses.

Devido a todos esses acontecimentos, o poeta quase chegou a perder o ano, por faltas na Faculdade. Mas, através de contatos dos professores junto à Reitoria, deram o parecer favorável para que ele fizesse as provas finais. Consegue, dessa forma, ser aprovado e passar de ano.

Após algum tempo Eugênia conseguiu, por uma carta enviada por ela a seu amigo Francisco Correia Vasques, levar a representação da peça “Gonzaga” para o Rio de Janeiro, atendendo ao sonho de Castro Alves em alcançar o povo carioca. A peça foi aceita e apresentada no teatro Eldorado, no Rio de Janeiro.

Rui Barbosa estava muito preocupado com a saúde de seu amigo poeta. A tosse aumentava e, com a separação, ele pouco se alimentava. Trancava-se no quarto a escrever os poemas, bebendo e fumando exageradamente. Rui tentava reanimá-lo convidando-o para assistir a um filme, encontrar os amigos para uma tertúlia sadia, mas nada, Castro Alves mostrava-se irredutível. Embora Eugênia tivesse levado a encenação da peça “Gonzaga” para o Rio de Janeiro, ele não conseguia esquecer a atitude que ele considerou cruel, quando Eugênia praticamente o enxotou de casa, jogando seus livros e outros pertences na rua. Desabafava o poeta a seu amigo Rui, que o escutava piedoso.

Aconselhado por Rui Barbosa, resolveu viajar para a Bahia. Para ficar mais à vontade, ele se instalou na fazenda que pertencera a seus avós paternos. O clima era excelente e seus amigos de infância, Otaviano e Plínio de Lima, cuidavam do patrimônio e receberam o poeta de braços abertos. Após os festejos, pela saudade dos velhos tempos, Castro Alves foi acomodado num aposento da casa de campo.

No dia seguinte, pela manhã, depois de um café com várias iguarias, quis sair pelo campo. Junto dos amigos, pegou uma espingarda usada para caça, colocando-a ao ombro com o cano voltado para baixo. Conversando com os companheiros, ao saltar um grande buraco aberto em meio à mata, a arma bateu no chão e faltando-lhe o equilíbrio, sem sentir, fez com que a arma disparasse e, carregada de grãos de chumbo, vieram esses a se alojar no calcanhar esquerdo.

Sentindo dores e enfraquecido já pela doença pulmonar, pediu aos amigos que o levassem a uma república, por conhecer um conterrâneo de nome Luis Lopes Batista dos Anjos, que lhe prestaria os socorros necessários, por ser médico e prático em casos de emergência.

Tendo feito os curativos, para conter o sangue que corria sem cessar, Dr. Luis Lopes achou por bem levá-lo para outra república, que na verdade seria um tipo de mini-hospital, com mais recursos que a primeira república.

Costumavam esses médicos, do interior baiano, chamar os pequenos pontos de emergência de repúblicas, por serem muitos os acidentes que, nos períodos de férias, aconteciam com os estudantes que vinham para andar a cavalo ou praticar caçadas. Os recursos eram precários, por isso o grande sonho do doutor José Antonio, pai de Castro Alves, era transformar a Quinta da Boa Vista em uma grande clínica.

O estado de saúde do poeta se agravara. Precisou ele passar por uma cirurgia para retirar os grãos de chumbo, para que a infecção não piorasse o seu físico já debilitado. A febre diminuía mas voltavam as dores a incomodá-lo muito. Sua preocupação era com os familiares. Não queria assustá-los, esperava que a notícia fosse

dada por amigos, pessoalmente, sem recados que poderiam ser mal interpretados. O Barão de Itaúna, o senhor Cândido Borges Monteiro, que era Presidente da Província, como cirurgião, interessou-se em ajudá-lo. Acontece que Castro Alves estava sem dinheiro e o tratamento já havia consumido suas poucas economias.

Ajudado pelo clínico doutor Cândido, enviou um pedido de socorro ao amigo Luis Cornélio, que morava no Rio de Janeiro, para que o auxiliasse indo até a Bahia buscar

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Fagundes Varela

Maria Amélia

Rui Barbosa

proventos para sanar as dívidas com a república e contar o sucedido à família.

A doença pulmonar avançava, a hemoptise era constante e a respiração difícil.

Luis Cornélio, antes de embarcar para a Bahia, atendendo ao pedido do poeta, avisou aos amigos de seu estado físico, agravado pelo acidente.

Rui Barbosa, Carlos Ferreira, Américo de

Campos, Fagundes Varela e até o padre Francisco de Paula Rodrigues, conhecido como Padre Chico, lá foram levar apoio ao querido amigo poeta.

Castro Alves emocionou-se, ao vê-los. Abraçando Rui Barbosa e envolvendo a todos que rodeavam seu leito, falou, entre os intervalos da tosse:

— Que bom sentir a presença dos amigos e contar com o carinho de cada um, e saber que terei onde colocar a

cabeça, quando sentir-me desfalecer.

Castro Alves também contava com a presença da filha do doutor Luis Lopes, que o atendera de emergência. A companhia constante de Maria Amélia, a cuidá-lo, passava-lhe segurança, como uma enfermeira, a ajudá-lo nos momentos dos acessos de tosse e a abaná-lo, com leques improvisados, para que o ar não lhe faltasse. Para o poeta, quando a

febre subia, em seus delírios, confundia Maria Amélia com seu grande amor, Eugênia Câmara. Essa não se preocupara em ir vê-lo, embora sabendo de seu estado precário. Falava a todos, quando lhe cobravam a visita àquele que um dia dizia ter amado, que o tempo e o trabalho teatral não lhe permitiam se ausentar dos compromissos assumidos. No entanto, a imagem passada àqueles que tão bem a

conheciam, era o sentimento de egoísmo e orgulho que não a

deixavam sentir, pelo menos, compaixão por aquele belo jovem que, apaixonado, lutou contra os terríveis preconceitos sociais e familiares para com ela conviver.

Em reconhecimento à dedicação de Maria Amélia e sua

encantadora doçura, nos momentos em que a febre

cedia e seu cérebro voltava à lucidez, fez um poema

chamado “O Laço de Fita” e dedicou-o a ela. E, mais adiante, deixou a chamada obra-prima, descrita pelos críticos, “A Adormecida” que, segundo esses, a musa inspiradora fora a dedicada enfermeira, Maria Amélia, que não se importava em ouvir o poeta, em seus delírios, chamá-la por: “Eugênia, minha vida”.

A poesia de Castro Alves estava sempre presente em sua vida ou, melhor dizendo, em seu espírito, porque, em meio aos seus padecimentos e tendo a visão do desencarne, mesmo febril e com as mãos trêmulas, compõe “Quando eu morrer”.

Eis os primeiros versos, um desabafo do seu coração:

Ei-la a nau do sepulcro — o cemitério...Que povo estranho no porão profundo!Emigrantes sombrios que se embarcamPara as plagas sem fim do outro mundo....

E a última estrofe:

Ali ninguém se firma a um abraço amigoDo inverno pelas lúgubres noitadas...No tombadilho, indiferentes, chocam-seE nas trevas esbarram-se as ossadas...

Na Espiritualidade, grande era a preocupação dos espíritos socorristas. Aproveitavam esses momentos, chamados de devaneios do poeta, mas que facilitavam o amparo fluídico, em que os pulmões eram beneficiados, levando um pouco de alívio ao corpo debilitado pela falta de oxigênio.

Perguntavam os espíritos socorristas ao mentor de Castro Alves:

— Estaria diminuindo seu tempo de vida terrena, pelos excessos prazeirosos a que se confiou?

— Nada podemos fazer pelas escolhas feitas pelos reencarnantes. Ele reencarnou para trazer a mensagem da união fraterna entre os povos. Quanto a isso, Castro Alves o fez e muito bem. Com a facilidade de sua poesia, conseguiu angariar adeptos e despertar a atenção sobre o sofrimento dos escravos. Sua contribuição nesse aspecto, jamais será esquecida. As peças teatrais e os poemas que emocionaram as pessoas serão sempre lembrados através dos séculos. Portanto, embora pudesse ele alongar mais a sua existência, o que está sendo aproveitado agora, isso lhe trará compensações futuras. Continuemos a ajudá-lo, porque o pior está para acontecer.

Durante algum tempo, Castro Alves sofreu várias intervenções, para que fragmentos de chumbo fossem tirados de seu calcanhar, que apresentava grave infecção. Os médicos que acompanhavam o caso temiam por uma gangrena e decidiram que ele deveria ser removido para a Corte, no Rio de Janeiro, onde os recursos eram maiores.

Luis Cornélio dos Santos, seu amigo carioca, avisado de como se encontrava o estado crítico do poeta, mandou buscá-lo. Numa viagem dolorosa, pelo trajeto longo que tivera que enfrentar, Castro Alves chegou ao Rio de Janeiro e foi acolhido em casa de Luis Cornélio.

Parecia que uma melhora dos pulmões se apresentava, mas, com o tempo, veio manifestar-se um abscesso no calcanhar, com muitas dores, o qual o próprio Castro Alves quis abrir. Luis Cornélio chamou os médicos: doutor Matheus de Andrade e Andrade Pertence, dois hábeis cirurgiões para ouvir a opinião de ambos. Feitos exames profundos, verificaram que se havia iniciado uma cárie no

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5Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Adelaide de Castro Alves Guimarães

Amélia de Castro Alves - irmã mais jovem de Castro Alves

Elisa Alvares Guimarães - a mais velha das irmãs de Castro Alves

osso fraturado. Não poderia ficar apenas com curativos, esses só agravariam o estado que alcançaria a perna, portanto a amputação teria que ser feita. A cirurgia processou-se na própria casa de Luis Cornélio e Castro Alves teve que suportar a operação sem anestesia, porque seus pulmões não aguentariam o uso do clorofórmio.

Com o amparo do Alto, Castro Alves recebeu os fluidos

anestésicos, tanto que, para surpresa dos médicos e do próprio amigo Luis, que tudo assistia, ouviram-no dizer sorrindo:

— Corte meu pé doutor, corte-o, pois, assim, será menos matéria para pesar em meus restos mortais.

Isso para Luis e para os médicos, seria um bom indício para sua recuperação e, mais ainda, para seu estado emocional. Porém, não sabiam eles que Deus os beneficiava, pelas mãos de espíritos superiores.

O pós-operatório foi longo e muito difícil. Castro Alves convalescia junto aos amigos, que não o deixavam sozinho. Maria Amélia já não cuidava dele sem a companhia de mais três jovens amigas, que se encantaram com o

poeta que, embora fraco, não deixava de ser galanteador e a declamar seus versos.

Eulália Figueiras era cunhada de Luis Cornélio, mais Ma-ria Cândida Garcez e Cândida Campos disputavam tratar

do doente, principal-mente para lavar seu rosto e barbeá-lo. Acha-vam ótimo as casas de saúde existentes serem usadas apenas pelos indigentes, pois, se hou-vesse bons hospitais, os pacientes seriam enca-minhados para lá e elas não poderiam cuidar do poeta, como estava acontecendo.

Os chamados hospitais, existentes na época, abrigavam os escravos já velhos e doentes ou aqueles que

apresentavam algum perigo para a família dos fazendeiros, com alguma doença contagiosa. Por isso, os doentes brancos eram tratados em suas casas.

O quadro pulmonar parecia melhorado; o pé, embora Castro Alves sentisse muitas dores, estava com boa cicatrização. Mas, interiormente, o poeta estava mal. Sentia muitas saudades de Eugênia, que nunca procurou visitá-lo. Pensava consigo mesmo: “Sinto-me aleijado também de sentimento”. Mas, ajudado pelo amigo Luis, certo dia, após ter recebido um pé de borracha, conseguiu levantar-se e, com a ajuda de muletas, deu algumas voltas ao redor da casa.

Castro Alves soube pelos amigos, que sempre o visitavam, que seria apresentado, no Teatro Fênix Dramática, uma peça onde a atriz principal seria Eugênia Câmara. Ele não pensou duas vezes e, naquela mesma noite, foi ver a peça, isto é, ele queria rever o seu grande amor. Foi seu último encontro, com alguns olhares durante o espetáculo e um rápido diálogo no camarim, após a apresentação.

Com frases frias, despediram-se. Antes de se recolher, o poeta em seu quarto compõe o poema “Adeus”:

Adeus! P’ra sempre, adeus! A voz dos ventosChama por mim batendo contra as fragas.Eu vou partir... em breve, o oceanoVai lançar entre nós milhões de vagas.......

Esses longos versos possuem duas partes, mas transcrevemos apenas a última quadra:

Sinto que vou morrer! Posso portanto,A verdade dizer-te santa e nua:Não quero mais teu amor! Porém minh’alma.Aqui, além, mais longe, é sempre tua.

Esse poema foi publicado por inteiro no Jornal da Tarde, após o poeta ter embarcado para a Bahia, em companhia de seu cunhado Francisco Lopes Guimarães, que foi buscá-lo no Rio de Janeiro.

Não se tem notícia se o poeta enviou o poema diretamente para Eugênia, ou se ela o leu pelo jornal. O que aconteceu é que Eugênia respondeu também em versos o “Adeus” a Castro Alves. E, em sua carta, ela se declarava amargurada pelo infeliz encontro e que havia desperdiçado o grande amor que o poeta lhe dedicara.

Ela o reconhecia como “um poeta iluminado, um raio divinal”.

Chegara, talvez tardiamente, a reconhecer que sempre o amara.

E, em seus versos, ela assim termina, buscando-lhe o perdão:

Adeus!! Se um dia o DestinoNos fizer ainda encontrar Como irmã ou como amanteSempre! Sempre, me hás de achar.

Eugênia se casou, tempos depois, com um músico de nome Antonio de Assis Osternold. Vítima de uma encefalite, veio a falecer em maio de 1874, depois de Castro Alves. Antes da doença se manifestar, sentindo enfraquecer seu entusiasmo artístico, passou a beber. Diziam os críticos e seus admiradores que ela teria abandonado o palco, por não ter mais capacidade de memorizar os textos das peças teatrais.

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Castro Alves já estava a caminho de Salvador. Olhava com tristeza o navio afastar-se, deixando a baía de Guanabara.

O balançar das ondas, batendo no casco do navio, deu-lhe a ideia de publicar um livro de poemas, com o nome de “Espumas Flutuantes”. Esse sempre foi o seu desejo, desde a publicação de “Gonzaga”. Por sinal, há muito não tinha notícias de seu editor, porém, continuava a pensar seriamente numa publicação da coletânea de seus poemas.

Sua chegada foi muito festejada; todos os familiares o esperavam com ansiedade. Acolhido pelos abraços e beijos das irmãs, Adelaide, vendo-o muito abatido, levou-o para o quarto, aconselhando-o a repousar até a hora do almoço.

Apesar de todo afeto recebido, Castro Alves sentia-se péssimo.

O pé estava praticamente curado, mas o aleijão feria seu orgulho, sentia-se humilhado, parecendo que o olhavam com piedade, como um pobre coitado, inútil na sociedade. Mas o maior problema era a tuberculose que se agravava, voltando a hemoptise. A conselho dos médicos, os familiares pediram, embora com muito cuidado, que ele fosse passar uns tempos no sertão, em Curralinho. Francisco Lopes, seu cunhado, o acompanhou.

Tomaram um vapor até Cachoeira e depois atravessaram o rio, de canoa, até São Félix. De lá, seguiram a cavalo para Curralinho. Finalmente, avistaram a fazenda Cabaceiras, que não era mais propriedade da família de Castro Alves.

Dona Joana Constância, prima da mãe do poeta, isto é, de dona Clélia, ao saber da chegada de seus considerados familiares, abrigou-os em seu sobrado. Esse era um grande acontecimento local, um poeta tão famoso não poderia ficar ignorado; por isso, todas as noites, os vizinhos se reuniam na casa de Joana para ouvir os versos tão bem interpretados pela pungente voz do poeta, que os emocionava até às lágrimas.

Dona Joana conseguira, com uma vizinha, que cedesse o sótão da casa onde morava, para que Castro Alves pudesse ter um local reservado, onde pudesse dar vazão à inspiração de seus poemas. Ali refugiado, ele escrevia e lia muito, porque Augusto Guimarães, seu cunhado, casado com Adelaide, mandava-lhe obras literárias. Castro Alves tinha muita curiosidade em ler obras espirituais. Na Corte havia muitos comentários sobre um certo professor, chamado Allan Kardec, que deixara obras a respeito da Doutrina Espírita.

Pediu a Augusto que lhe providenciasse esses livros, mas, infelizmente, ele não pôde encontrá-los. O Espiritismo ainda estava obscurecido pelos ataques eclesiásticos. Castro Alves tinha certeza de que sua existência apresentava,por vezes, algo sobrenatural que o envolvia. Em sua mente surgiam muitas perguntas, para as quais não encontrava respostas.

A Espiritualidade o amparava, mas ele ainda não havia amadurecido para encontrar respostas às suas dúvidas. Eram muitos os entraves no mundo material para que as obras kardequianas pudessem surgir. Mas com o tempo, romperam-se os obstáculos e aí estão, hoje, essas obras

esclarecendo e se impondo dia a dia, com a Verdade do Cristo.

Castro Alves sentia que esse seu ideal pela arte poética era uma exteriorização divina, difícil de ser compreendido por ele. Era a mediunidade que, vibrante, o levava, através de seus versos, a tocar o sentimento dos corações humanos e à presença de Deus.

Castro Alves gostava de sair todas as manhãs a cavalo, percorrendo vales e montes, porque a natureza, como pensava desde menino, era a presença de Deus que acalmava sua amargura por não poder desfrutar de uma saúde perfeita. Procurava, então, entender os problemas físicos, para não sentir revolta em seu íntimo, por ter que depender de muletas ou bengalas a sustentá-lo em pé.

Após alguns meses em Curralinho, sentindo-se melhor, transferiu-se para a Fazenda Santa Isabel, em Rosário de Orobó, hoje com o nome de Itaberaba, cidade da Bahia. Essa fazenda era uma propriedade do irmão de Leonídia, Sr.Franklin de Menezes Fraga.

Leonídia era apaixonada por Castro Alves desde a infância. Com seu retorno, ela esperava reconquistá-lo, o

que não aconteceu.O poeta esperava apenas o resultado da publicação de seu livro “Espumas Flutuantes”,

que ficara a cargo de seu amigo Augusto, a quem confiara o contato com os editores. Augusto procurou a ajuda de todos os amigos poetas, na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Custearam a edição e Castro Alves teve em suas mãos alguns cadernos compostos, mas não chegou a ver as últimas provas.

Castro Alves retorna a Salvador e vai fixar-se no Solar Sodré, antiga moradia da família. Os ares do sertão lhe fizeram bem.

Estava mais disposto e animado com a publicação de seu livro de poemas. “Espumas

Flutuantes” é editado num bonito volume com 218 páginas, impresso em tipos pequenos, nele

constando 54 poemas, um prólogo e algumas notas. Na capa, embaixo do nome de Castro Alves,

uma indicação: “Estudante do quarto ano da Faculdade de Direito de São Paulo”. Isso era real. Por sentir-se melhor, Castro Alves conseguira matricular-se, a tempo, no quarto ano.

Voltara a frequentar o Teatro São João. Chegava cedo, bem antes do público. Seu meio de transporte era o cavalo, pois assim não chamava a atenção de ninguém, em seu manquejar. No teatro, de imediato ia para o camarote. O público, ao reconhecê-lo, esperava, como antes, que nos intervalos das peças ele declamasse, mas isso não mais acontecia.

Em outubro de 1870, o Grêmio Literário realizou uma festa beneficente. Castro Alves apresentou um novo poema, “Deusa Incruenta”, que exigia boa dicção e ser dito em voz alta e clara. Todos esperavam que ele o fizesse, mas como sua voz estava enfraquecida e rouca, e por medo dos acessos de tosse, ele se fez representar por um grande amigo da faculdade, José Joaquim de Palma, que soube interpretá-lo com muita fidelidade ao autor. Como sempre, seu poema alcançou grande sucesso e o público quis homenageá-lo com aplausos e aclamação de seu nome.

Livro “Espumas Flutuantes” Editora Ateliê

Augusto Guimarães

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7Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Numa tarde primaveril, o poeta convida amigos e estudantes para participar de um sarau literário, onde, junto a outros literatos, ele leu o poema “A Cachoeira de Paulo Afonso”, que havia concluído em sua estada na Fazenda Santa Isabel. Nessa ode, o poeta descrevia a natureza, os passeios a cavalo pelos arredores de Curralinho e as terras da Fazenda Santa Isabel. Ele era tão real em suas narrações poéticas, que os animais, as rochas, as matas e as águas tomavam formas e cores. E a descrição da cachoeira de Paulo Afonso, ele as comparava com as águas do rio a se contorcerem e se juntarem, descendo pelas rochas, como uma luta, sem vencedor. Em meio ao poema, destacamos:

...Quando no lodo fértil das paragensOnde o Paraguaçu rola profundo,O vermelho novilho nas pastagensCome os caniços do torrão fecundo;Inquieto ele aspira nas bafagensDa negra suc’ruiúba o cheiro imundo...Mas já tarde... silvando o monstro voa...E o novilho preado os ares troa!...A cachoeira! Paulo Afonso! O abismo!...Relutantes na dor do cataclismoOs braços do gigante suarentosAguentando a ranger (espanto! assombro!)O rio inteiro, que lhe cai do ombro.

Com esse poema, Castro Alves queria comover o público contra o regime escravocrata, e ressaltar a humilhante condição dos escravos, para que houvesse repercussão entre os leitores e ajudassem a lei abolicionista. Ele queria comparar a lei da Natureza e a liberdade exercida por Deus, entre todos. E pensava consigo mesmo: “Será que consegui meu objetivo?”

Passados alguns meses, projetou escrever um romance sobre o quilombo dos Palmares, mostrando a rebeldia e a vingança dos escravos. Não teve tempo para tanto, sua saúde piorara muito. Febres altíssimas o faziam delirar, mas encontrou-se entre seus manuscritos, algumas estrofes sobre “Saudação a Palmares”, sua eterna luta à causa abolicionista.

Como não podia mais sair de casa, Castro Alves gostava de ouvir sua irmã Adelaide tocar piano. Isso lhe dava novas inspirações para outros poemas. Ficava a relembrar seus romances e até a última aventura, com uma soprano de nome Iginia Agnese Trinci Muni, viúva de um italiano. Ela fora professora de piano de suas irmãs. Mulher de belo porte, a quem ele queria conquistar para esquecer seu frustrado romance com Eugênia Câmara.

O poeta mandava-lhe muitos versos que ela guardava com carinho, mas ela queria um casamento sólido, não apenas aventuras, como era a fama do poeta.

Numa certa ocasião, através das notícias estampadas nos jornais, ele ficou radiante ao saber que o Visconde do Rio Branco apresentara à Câmara o projeto sobre a “Reforma do Elemento Servil”, que previa aos recém-nascidos das escravas serem livres e onde se criasse um fundo de emancipação, e que fosse reconhecido o direito de formar-lhes um pecúlio, para a compra de sua

liberdade. No projeto, ainda constava a separação proibida dos cônjuges e a libertação dos escravos que pertencessem ao Estado e os de usufruto da Coroa.

Esse projeto fez com que a alegria voltasse ao seu rosto abatido. Era uma grande esperança ao seu ideal de liberdade para os escravos. Mas, em seu íntimo, impossível de vê-lo realizado por sentir-se morrer, a cada dia.

Os meses chamados de inverno, em Salvador, pelas chuvas e umidade, de junho em diante, pioravam a saúde de Castro Alves. Dormia sentado, com muita dificuldade para respirar. Como poeta, gostava de fitar o céu à noite, por isso pediu que levassem a cama junto à janela, para que o brilho das estrelas, com o céu de inverno, viesse a ajudá-lo a iluminar sua mente, pois não queria deixar que sua poesias se petrificassem em seu cérebro inerte.

Sabendo do estado crítico pelo qual passava Castro Alves, Agnese foi visitá-lo. Adelaide, à sua cabeceira, transmite o pedido da cantora, mas Castro Alves implora à irmã que não a deixe entrar. Não queria que ela viesse a guardar uma triste imagem de seu rosto.

E dizia a Adelaide:— Quero que me recorde com saúde e feliz; ou como ela

me disse, um dia: “um belo aventureiro”.Os últimos dias de vida física de Castro Alves foram

junto a seus familiares, principalmente de Adelaide, e ela conta que, na véspera de seu desencarne, ele perguntava constantemente sobre as horas. Adelaide em certo momento perguntou-lhe:

— Por que você se preocupa com o relógio? Procure descansar.

— Porque, a cada minuto, pergunto a Deus se terei mais dia de dor, de sofrimento neste corpo tão desgastado, respondia o poeta intranquilo.

Vista de Curralinho em desenho feito pelo próprio Castro Alves

Dona Clélia, mãe de Castro Alves

Doutor Antônio José, pai de Castro Alves

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Museu Parque Histórico Castro Alves em Cabaceiras do Paraguassu, município baiano localizado a 160 km da cidade do Salvador - O museu foi construído na fazenda da família de Castro Alves, como

uma réplica da casa onde ele nasceu, baseado em fotos antigas. O Parque Histórico Castro Alves é composto por um casarão onde funciona o museu e mais quatro anexos. Os anexos abrigam um

auditório com capacidade para 100 pessoas, a casa da administração, a biblioteca e, o último anexo é o prédio da escola de ensino fundamental administrada pela secretaria de Educação do Estado.

Na casa, os visitantes encontram 380 objetos que pertenceram ao poeta e familiares, como fotografias, cartões-postais, manuscritos, livros, indumentárias,

adornos, utensílios domésticos e peças de arte.

Praça Castro Alves - monumento dedicado ao poeta Castro Alves, Salvador, BA.

Ao amanhecer o dia 6 de julho, Adelaide vendo que a respiração estava cada vez mais difícil, pediu que chamassem o velho amigo e professor de latim do Ginásio Baiano, o padre Tertuliano Fiuza. Ao vê-lo, Castro Alves respondeu com um sorriso de agradecimento, pois sabia que receberia do bom professor, a oração que o ajudaria a se desvencilhar da veste carnal. Em nenhum momento sua mente se conturbou. Adelaide, vendo o suor que corria pelo rosto do poeta, tomou de um lenço e enxugou-lhe a testa. Abrindo os olhos, fixando-os no semblante triste de Adelaide, ele murmurou lentamente:

— Adelaide... Guarde este lenço... com ele você enxugou o suor de meus últimos ais sobre a Terra.

— Foram suas últimas palavras, lembra Adelaide.Partiu aos 24 anos de idade, olhando o céu daquela tarde, com os

raios de sol entrando pela janela aberta. Eram quinze horas e trinta minutos do dia 6 de julho de 1871.

O plano espiritual, composto por seus pais, dona Clélia e doutor Antônio José e outros amigos, aguardava seu desprendimento físico, num trabalho fluídico feito pelas mãos dos espíritos que acompanharam sua tarefa terrena. Castro Alves, espiritualmente, foi levado pelos braços paternais ao hospital onde o pai, doutor Antônio José trabalhava, na Espiritualidade.

Castro Alves foi enterrado no dia seguinte, em 7 de julho de 1871, no cemitério do Campo Santo, em Salvador.

Alguns anos depois, seus restos mortais foram transladados ao mausoléu, onde estavam depositadas as cinzas do primeiro marido de sua madrasta, dona Maria, o senhor Francisco Lopes Guimarães.

No centenário de seu desencarne, o povo baiano homenageia o poeta Antônio Frederico de Castro Alves, levando seus restos mortais para a praça central de Salvador, onde está seu busto e que leva o seu nome: Praça Castro Alves.

Antônio Frederico de Castro Alves, foi escolhido, por indicação de Valentim Magalhães, como patrono da cadeira número sete da Academia Brasileira de Letras (A.B.L.).

Atualmente, a antiga vila Nossa Senhora de Curralinho tem o nome de Castro Alves, na Bahia. Conhecido como “Poeta dos Escravos”, um dos primeiros a lutar pela abolição da escravatura no Brasil.

Algumas frases póstumas deixadas por seus amigos:

Rui Barbosa — “Poderoso em sua eloquência. Sua voz nos faz recordar o glorioso arauto de Agamenon, imortalizado por Homero”.

Euclides da Cunha — “Pregador do advento de uma era nova”.

No Brasil, os poetas e literatos o classificaram como o “maior poeta do Brasil”, o “poeta da América”

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9Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

• Castro Alves – Alberto da Costa e Silva, Editora Companhia das Letras, 1ª ed., 2006.

• Castro Alves em São Paulo e em sua Faculdade de Direito – R. Limongi França, Editora Oliveira Mendes, 1ª ed. 1997.

• O Consolador – Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, Editora FEB, 1ª ed., 1976.

• Parnaso de Além-Túmulo – Francisco Cândido Xavier / Espíritos diversos, Editora FEB, 8ª ed., 1967.

• http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/programas-urbanos/Imprensa/reabilitacao-de-areas-urbanas-centrais/noticias-2008/fevereiro/ipac-faz-reparos-no-parque-historico-para-aniversario-de-castro-alves/

• Imagens:• Livro “Castro Alves” – Alberto da Costa e Silva, Editora Companhia das

Letras, 1ª ed., 2006. • http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5a/Salvador-

CastroAlves.jpg• http://www.atarde.com.br/arquivos/2008/03/26130.jpg• http://www.atarde.com.br/arquivos/2008/03/26135.jpg

Biblio

grafia

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”DIA2ª

Domingo

LIVROS ESTUDADOSO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan Kardec; Os Mensageiros – André Luiz*O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan KardecSabedoria de Paulo de Tarso – Roque Jacintho & J.Manahen; Cartas e Crônicas – Irmão X*; Das Leis Morais – Roque JacinthoTerapia Espiritual; Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos Médiuns – Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan KardecO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros – André Luiz*; Vida Futura – Roque JacinthoO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel*

*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier

Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas3ª e 6ª, às 15 horas

Domingo, às 10 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões

Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas

Artesanato: Sábado, das 10 às 17 horas

Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h453ª e 6ª, às 14h45

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345

e ainda foi comparada a sua luta pela libertação dos escravos a São Francisco de Assis, poeta da pobreza, e a Anchieta pela catequização dos índios.

A casa onde nasceu Castro Alves, em Cabaceiras, foi reconstruída e inaugurada no governo Luis Viana Filho. Foi restaurada em seu estilo arquitetônico original, com o mesmo material da antiga fazenda.

Hoje é um museu e escola pública.As principais obras de Castro Alves:Poesia:• “O Navio Negreiro (Tragédia no Mar)” – 1869Texto teatral:• “Gonzaga” ou “A Revolução de Minas” – 1ª apresentação em

1875Livro:• “Espumas Flutuantes” – 1870Livros Póstumos:• “A Cachoeira de Paulo Afonso” – 1876• “Os Escravos” – 1883• “Hinos do Equador” – 1921

Final da terceira e última parte.Eloísa

_________________________Nota da autora: Encontramos muitas contradições entre pesquisadores e historiadores sobre o acidente sofrido por Castro Alves, onde ele teve o pé amputado.Alguns mencionam que este incidente ocorreu no bairro da Consolação, próximo do cemitério de mesmo nome, em São Paulo.Outros citam que foi um pouco além do centro de São Paulo, num local chamado Mata do Caaguassu, a caminho de Sorocaba, atual Marginal Pinheiros.Outros ainda, descrevem que o local ficava próximo da Faculdade de Direito, no Largo São Francisco.E ainda há os que narram, que esse acidente se deu nos arredores do Brás, onde muitos caçadores vinham à caça de perdizes. Era local de lavouras nessa época.Optamos no texto acima, pela versão mais aceita, apesar de que o fato não descaracteriza o texto como um todo.

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contosContos

Rafael estava em lugar belíssimo, cheio de árvores, pássaros e borboletas multicoloridas.

Que lugar seria aquele?De repente, ouviu uma voz:— Rafael, seja bem-vindo!Era um menino. Rafael respondeu:— Olá...Quem é você?... Onde

estou?— Sou teu amigo, Rafael! Estamos

na Terra dos Sentimentos.O menino segurou a mão de Rafael

e o convidou a segui-lo.Andaram um pouco e Rafael

encontrou um maravilhoso jardim, com as mais belas flores de todas as cores, tipos e tamanhos, como jamais havia visto.

O menino lhe contou que aquele era o JARDIM DAS VIRTUDES. E as flores cantavam:

Somos flores pequeninasDe um jardim cheio de luz.No canteiro em que vivemosO Jardineiro é Jesus.

Neste instante, uma florzinha amarela falou:

Inspiro paz e otimismoNa benção de cada diaVocê sabe quem eu sou?O meu nome é ALEGRIA!

E outra florzinha continuou::

Rafael, querido amigo,Eu sou a flor da HUMILDADE,A divina mensageiraDesta sublime verdade:

Tudo o que temos e somosDesde o nosso nascimento,São bênçãos do CriadorPara o nosso crescimento.

Depois uma flor azul se apresentou, dizendo se chamar PACIÊNCIA:

Perante as provas da vida,Maior que toda ciência,O que nos guarda e confortaÉ a lição da PACIÊNCIA.

E foi a vez da...

Rafael, eu sou a florQue representa o PERDÃO,Virtude que esquece o mal,Toda injúria e ingratidão.

Rafael saudava as flores amigas quando, então, surgiu uma flor branca:

Espalho por onde sigoA luz da fraternidade.Deseja saber quem sou?O meu nome é CARIDADE!

Em seguida, mais duas flores chegaram. A primeira falou:

Somos grandes companheiras.Florimos no mesmo galho.Tenho por nome DEVERE ela se chama TRABALHO.

Depois, uma simpática flor lhe disse:

O meu nome é GRATIDÃO!Estou sempre agradecida, Louvando a Deus Nosso PaiA glória e a benção da Vida.

E, finalmente, encontrou uma flor que se chamava AMOR:

Devemos amar o próximo E a Deus acima de tudo!Da mensagem de JesusEsse é todo o conteúdo.

Deslumbrado com tudo o que via, Rafael perguntou ao menino:

— Onde fica esse jardim? Gostaria de trazer papai, mamãe, meus irmãos...

O amiguinho de Rafael, envolvido em uma luz vinda do Alto, falou:

— Você conhece a parábola do semeador? As sementinhas são os ensinos de Jesus. A terra é o nosso coração.

— Se estudarmos o Evangelho do Mestre, o nosso coração se transformará em um jardim de virtudes!

Rafael, esse lugar fica perto, esse jardim é seu próprio coração.

De repente, Rafael acorda.Tivera um lindo sonho!Lembrou-se do carinho das flores

amigas e das lições recebidas: Ser bom, amar ao próximo, ser agradecido, caridoso, paciente, perdoar sempre... e trabalhar para um mundo cada vez melhor!

Após esta lição espiritual, o pequeno Rafael orou, agradeceu a Jesus e iniciou o dia distribuindo flores de bondade a todos que encontrava.

Trazia, em seu coração, um Jardim de Alegrias!

RosangelaBibliografia: Adapatação do livro O Jardim das Virtudes - Luís Antônio Ferraz, pelo Espírito Benedita Fernandes, Editora Didier, 1996.Imagem: do mesmo livro citado acima

O Jardim das Virtudes

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11Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

familia

Procurando ampliar nossos conhecimentos, ao lermos um dos ensinamentos do Cristo narrados por Neio Lúcio no livro “Jesus no lar”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, deparamos-nos, na lição número dois, intitulada “A Escola das Almas”, com uma questão proferida pela sogra de Pedro ao Mestre:

“— Senhor, afinal de contas, que vem a ser a nossa vida no lar?

Contemplou-a Ele, significativamente, demonstrando a expectativa de mais amplos esclarecimentos, e a matrona acrescentou:

— Iniciamos a tarefa entre flores para encontrarmos depois pesada colheita de espinhos. No começo, é a promessa de paz e compreensão; entretanto, logo após, surgem pedras e dissabores...

Reparando que a senhora galileia se sensibilizara até as lágrimas, deu-se pressa Jesus em responder:

— O lar é a escola das almas, o templo onde a sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao grande entendimento da humanidade.”

Para aqueles que ainda não conhecem o livro, temos a dizer que a resposta de Jesus é mais ampla e segue-se num diálogo ainda mais esclarecedor, não nos cabendo aqui simplesmente reproduzir o livro. Àqueles que tiverem o interesse e a vontade de inteirar-se de todo o conteúdo, pedimos que procedam ao seu estudo, haja vista que, nesta reflexão, aproveitaremos apenas este trecho.

A questão levantada pela sogra de Pedro ao Mestre é de extrema importância por atingir quase nós todos, isto porque, de uma forma ou outra, estamos em busca da felicidade e, de forma geral, buscamos tal felicidade na companhia de outra pessoa que atenda aos nossos anseios.

No estágio evolutivo em que nos encontramos, ainda preponderam em nós, por falta de uma vontade maior, o instinto e a matéria, ao invés do sentimento e da razão, os quais nos conduzirão ao verdadeiro amor.

A maioria, assim como nós, que não atingimos uma evolução moral elevada, ao procurarmos uma companhia para constituir família, deixamos que prepondere o instinto, que é a atração física conduzida pela energia sexual, a qual atua em todo o Universo.

Embevecemo-nos ora com a aparência física, ora com a condição financeira, ora com uma posição social, ora com o intelecto etc., da mesma forma como se utilizássemos o ópio, que nos tira da realidade e nos leva a uma dependência degenerativa, e nos unimos pelo exterior.

Neste estado de embevecimento nos envolvemos uns com os outros, fazemos promessas, idealizamos situações utópicas e construimos castelos de areia. Ao surgirem as primeiras responsabilidades de uma vida em comum, despertamos, então, para a realidade e, na maioria das vezes, ao observarmos que a vida é um campo de trabalho muito mais moral do que material, saímos, inutilmente,

em fuga, na busca de um novo sonho. Assim, vamos percorrendo um caminho de infelicidades, normalmente praguejando a vida e revoltando-nos contra Deus, a Quem nunca nos mostramos submissos.

Ao nos deixarmos, assim, nos envolver por uma atração exterior e permitindo que o prazer físico nos domine, olvidando em usar a razão, passamos a viver uma relação intensa, apenas corporal, inclusive em público, desrespeitando aqueles que estão ao nosso redor. Ainda que surjam divergências de ordem pessoal, discussões e, até mesmo, agressões físicas, muitos pares persistem nesse relacionamento, não levando em conta orientações dos pais, de amigos mais experientes, de exemplos da sociedade, nem de informações provenientes de livros, para mais tarde se frustrarem.

Se a educação moral fosse realmente realizada, a religião faria parte da vida de todos nós e, aos buscarmos algum tipo de relacionamento pretendendo compromissos sérios, como deveria de ser, saberíamos aguardar o momento certo para tudo e entenderíamos que a vida em comum requer responsabilidade, respeito, renúncia, dedicação, paciência, tolerância, perseverança e fé. Somando-se isso a outras qualidades morais, estaríamos iniciando a prática do amor dentro do lar, como o Cristo nos fala em “A Escola das Almas”. Com este aprendizado, estaríamos aptos a transportá-lo para fora do lar, bem como a viver melhor diante daqueles que não fazem parte dos nossos laços consanguíneos.

O que estamos dizendo não é uma fórmula ou receita de viver bem, mesmo porque estamos ainda num período de provas e expiações em que, dentro dos nossos lares, nos reunimos para quitar débitos do passado e, assim sendo, não há como não ocorrerem divergências, as quais, entretanto, devem ser superadas para que surja o amor, conforme dito anteriormente. À medida que superamos tais divergências, vamos nos unindo pelo objetivo de ser feliz, enquanto que nas discussões em que prevalecem os objetivos de ordem

individual, vamos nos algemando pela dor.Não queremos dizer que o lar não possa ser de alegria. Pode sim, desde que o início de uma união

se faça em bases sólidas no comprometimento de buscar a felicidade moral em conjunto

e não a temporal, como até agora a grande maioria tem objetivado.

Muitos jovens podem estar se perguntando: Mas, como fazer

isso? Busquem esse roteiro em “O Evangelho segundo o Espiritismo”

que é o nosso farol da vida, livre de concepções dogmáticas e símbolos, mas

claro e objetivo para aqueles que tiverem a mente voltada para a responsabilidade. Assim, haverá o

entendimento do que é a vida e do que se espera de nós.Que saibamos reconhecer os benefícios que Deus tem

nos proporcionado.Roberto Cunha

Bibliografia: Jesus no Lar – Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Neio Lúcio, Editora FEB – 20ª ed., 1994.O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 3ª ed., 1991.

União e AprendizadoFamília

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Julgar e condenar é fácil.Auxiliar e reerguer, esta é a tarefa.Dia a dia, vemos os nossos companheiros de jornada

cometendo erros. Notar os erros alheios é necessário para conhecer as pessoas que nos rodeiam, mas daí a julgar, condenar e, ainda mais, espalhar através da “fofoca” para todos, isto é maledicência e maldade. Portanto, se o nosso companheiro cometeu um pequeno deslize, nós praticamos um grande mal. Deveríamos ser mais indulgentes, ou seja, analisar o ato alheio com o intuito de ajudar e não de humilhar. Quem erra necessita de orientação e não de condenação.

Nós mesmos, diariamente, cometemos tantos erros, mas tentamos escondê-los de todos, rezando para que ninguém os descubra e, quando o faz, temos mil justificativas para eles.

Mas, quando apontamos o dedo para o erro alheio,

esquecemos que já erramos muito mais que ele. Por que não achar justificativas para eles também?

Não estamos aqui querendo dizer que devemos nos calar, ao vermos o erro dos outros. Não, isso seria até omissão. Devemos reprimir o mal, com a intenção de transformá-lo em um bem.

Devemos, acima de tudo, nos esforçar para reprimir o mal que temos dentro de nós. Quando isto fizermos, iremos adquirindo autoridade moral para, ao chamarmos a atenção de alguém que erra, possamos ser o exemplo que ensina.

Não foi assim com Jesus?Quando queriam apedrejar a mulher adúltera, Jesus

somente fez uma colocação: “Aquele que, dentre vós, está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.”

Todos os que estavam à sua volta sentiram a autoridade moral de Jesus e, alertados pelas suas consciências não tão tranquilas, se retiraram.

Jesus não condenou a mulher adúltera, mas não deixou passar a oportunidade de chamar a atenção dela para que modificasse o seu modo de agir. Para isso disse: “Nem eu também te condeno: vai-te, e não peques mais.”

Ou seja, Ele não a condenou, mas não foi conivente com o seu erro.

Não julgar, não quer dizer que devemos apoiar todos os enganos dos outros a fim de não magoarmos a pessoa.

Devemos respeitar o próximo, mesmo quando ele insiste em se manter nos enganos, mas temos o dever moral de deixar algo de bom, cada vez que nos encontrarmos com alguém.

Agindo assim, em sintonia com as virtudes cristãs, respeitando o próximo, esforçando-nos para auxiliar a todos com caridade, iremos sendo reconhecidos pelo perfume do amor e da simpatia que vamos espalhando ao nosso redor.

WilsonBibliografia: O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 3ª ed., 1991.Imagem: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/images/JusticaMarteloTres.jpg

Kardec em Estudokardec em estudo

Não Julgueis“Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra”, disse Jesus. Este convite faz da indulgência um dever, porque não há pessoa alguma que não necessite, para si própria, da indulgência.

O Evangelho Segundo o EspiritismoCapitulo X “Bem-Aventurados os Misericordiosos” – item 13

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13Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Como acontece em todos os meses, o associado do Clube do Livro Espírita, “Joaquim Alves (Jô)”, recebe uma obra literária espírita. No mês de junho, foi enviado o livro “UMA VIDA DE AMOR E CARIDADE”, de autoria de Izabel Bueno, Francisco Cândido Xavier e Espíritos Diversos.

O livro traz em destaque a tarefa missionária de Apa-recida Conceição Ferreira e descreve suas dificuldades diante de uma vida real-mente abnegada à caridade, pondo em prática os exem-plos da Divina Providência.

A “Mãe dos enfermos”, como foi justa e carinhosa-mente cognominada, propor-ciona, até hoje, aos portado-

res da doença “Pênfigo Foliáceo”, vulgarmente chamada de “Fogo Selvagem”, a oportunidade de recuperação e reinte-gração ao seio da sociedade.

Traz, em relatos, um breve resumo de sua trajetória, desde o início da obra assistencial, nos mostrando o que esta mulher, embora desconhecida por muitos, fez e faz em

prol de outros seres, sem escolher a quem e sem esperar recompensas, por pura misericórdia e Amor.

No seguimento da leitura, acompanharemos toda a sua preocupação e as diversas tarefas realizadas, visando sempre o auxílio ao tratamento dos doentes, o que inclui tanto a parte física, como a moral, com o implemento da educação. Veremos, também, a luta para a construção da sede própria e as barreiras que teve de enfrentar por falta de recursos financeiros e por interesses vis.

Chico Xavier, sempre presente, a auxilia em diversas situações.

Adiante, a primeira experiência de D. Aparecida na seara espírita, tornando-se seguidora da doutrina e manifestando-se dotada de várias faculdades mediúnicas: vidência, auditiva, curadora e também médium de incorporação.

A segunda parte do livro nos traz mensagens recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reuniões públicas, de diversos autores, a saber: Maria Dolores, Bezerra de Menezes, Emmanuel, Jésus Gonçalves, entre outros.

A capa traz as fotos de D. Aparecida e Chico e um pequeno trecho da partitura da poesia “Prece a Jesus”, de Auta de Souza, musicada pela musicista e compositora Regina Barbosa, cuja íntegra está anexada à obra. Na contracapa, encontram-se mais fotos.

Só nos resta agradecer a Deus, por estes exemplos vivos e tão próximos desta nossa existência terrena!

Marcelo e Rosangela

Izabel Bueno / Francisco Cândido Xavier / Espíritos

DiversosEditora Fonte Viva

166 páginas3ª edição – 2002

Clube do Livroclube do livro

Uma Vida de Amor e Caridade

Mensagemmensagem

O termo companheiros ressalta o ideal comum daqueles que coparticipam de uma mesma tarefa ou empreendimentos cristãos.

Procuremos exemplificar a ação dos companheiros, como se fossem vários aparelhos de TV ligados num único circuito. Teríamos, nesse conjunto, os mesmos quadros e as mesmas ações vivenciadas, numa sintonia comum dos tarefeiros, na obra gloriosa do Mestre Jesus.

Cada obreiro agirá sob a direção ajustada num mesmo princípio, con-quistado pelos talentos já transforma-dos pela ética cristã.

Esses deverão ser os companheiros no futuro, quando a responsabilidade de cada um será o de trazer novos tarefeiros para a seara do Cristo, ajudando-os com humildade e sem afetação, à trilha do entendimento fraterno.

Jesus, sendo o mais perfeito modelo, ensinou sem medidas drásticas, a trazer de retorno para o seu rebanho, os companheiros desavisados e pueris em suas atitudes, a se tornarem verdadeiramente companheiros na prática do bem.

Aprendamos, portanto, a nos sustentar como companheiros uns dos outros, para juntos crescermos a caminho da luz.

Roque Jacintho

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Não temos muita experiência de vida, nesta encarnação para dizer com pro-priedade que o que ocorre em nossa so-ciedade está errado; entretanto alguns aspectos que obser-vamos nos deixam um tanto quanto confusos e, se com-pararmos algumas ocorrências com o que nos orienta “O Evangelho segundo o Espiritismo”, se não tivermos convicção do que realmente ob-jetivamos, não colo-caremos quase nada em prática dessas sublimes orientações.

Para melhor esclarecer o que estamos tentando dizer, vamos mencionar algo que ocorre no plano profissional.

Empresas de recursos humanos ou setores de recursos humanos, dentro das empresas, divulgam e massificam informações, mencionando que os profissionais precisam ser altamente capacitados, ter espírito vencedor, perfil de liderança e de empreendedores, saber administrar confli-tos (o que chamam de coeficiente emocional), e promovem dinâmica de grupo para observar como os concorrentes a uma vaga de trabalho se sobressaem, uns diante dos ou-tros. Com esses mecanismos, criam um clima de competiti-vidade em que as pessoas passam a mentalizar que, para se conquistar um trabalho ou manter-se nele, é necessário estar sempre superando ou ser melhor que o seu semelhan-te e, ao mesmo tempo, falam da importância do trabalho em equipe, do espírito de colaboração. Vê-se aí um para-doxo porque esses profissionais não orientam o que venha a ser realmente um líder, um empreendedor e, na prática, o que temos observado são as pessoas competindo entre si de maneira voraz, como se fossem gladiadores da triste época romana. Ou se vence ou se é vencido; naqueles que vencem, o orgulho se torna a base de suas vidas; nos que perdem, o desânimo e a frustração passam a fazer parte do seu dia-a-dia, porque a pessoa acaba se sentindo incapaz, inválida; e nesse ritmo de vida vemos cada dia mais os con-sultórios de terapia sendo procurados pelos que se sentem pressionados no trabalho, o que tem causado o afastamen-to de funcionários por problemas psíquicos, catalogados de

estresse e pelos supostos incapazes desempregados, como se nesses consultó-rios eles fossem resolver seus problemas, visto que muitos desses terapeutas que visam também somen-te os recursos financeiros, massageiam o ego das pessoas para não perder o cliente e deixam de realizar realmente os objetivos para os quais a profissão foi criada, que é a de auxiliar o semelhante e não a de ver no semelhante a sua fonte de renda.

A vida não é competição como a estamos encarando. O Evangelho nos pede união, colaboração, nos

orienta para que os mais fortes auxiliem os mais fracos e não para fazê-los seus escravos; que os mais inteligentes esclareçam os ignorantes e não os dominem; que os ricos utilizem suas fortunas para promover o desenvolvimento e não para suas satisfações pessoais, deixando o semelhante na miséria, e que os subalternos, inferiores, desafortunados saibam cumprir com suas obrigações, ao invés de alimentar a inveja e o despeito. Nos últimos tempos, então, vemos uma competição ainda mais triste entre o homem e a mulher, em que os valores morais estão sendo cada vez mais abandonados e nem precisamos falar muito a respeito. Sobre este assunto basta observarmos, com atenção, a mensagem de Maria João de Deus, psicografada por Francisco Cândido Xavier em 28 de agosto de 1940 e divulgada também no Seareiro, ano 9, nº 84, out/2008. É importante ressaltarmos que o ano da mensagem é de 1940 e estamos em 2009, portanto passados 69 anos, quando uma alma feminina chama a atenção para as responsabilidades que estão sendo abandonadas, desde aquela época e, hoje ainda, nos parece que, mesmo diante de tantos problemas, não estamos dando a importância que deve ser levada a efeito. Também basta observarmos como estão os lares, se é que os podemos chamar de lar, porque as pessoas se unem já afirmando: se não der certo nos separamos. Aí nascem os filhos e o que é feito com eles, qual educação estão recebendo? Nenhuma, e mesmo quando o casal permanece junto, existe aí a disputa entre eles, quem ganha mais e de quem é o dinheiro? E a educação moral do filho, mais uma vez, onde fica? Quem é o responsável?

Não fazemos estes comentários com o objetivo de denegrir a sociedade na qual vivemos, pois fazemos parte dela e estamos envolvidos e, por isso mesmo, falamos daquilo que vivenciamos; cada um dá do que tem. Então temos que enxergar nossos defeitos para que possamos refletir sobre os mesmos e procurar uma mudança de atitude. Muitas

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15Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

vezes é necessário mexer na ferida, a fim de expurgar o foco infeccioso para, aí então, obter a cura.

Não podemos traçar caminhos a ninguém, pois não temos moral para isso. A Espiritualidade Superior já nos abasteceu e continua a nos abastecer de centenas, senão milhares, de livros de moral ilibada para o nosso aprimoramento. Cabe-

nos divulgá-los. Quanto a nós mesmos, somos assim: cheios de vícios e necessitamos praticar o Evangelho, se desejamos encontrar o caminho para a vida em harmonia coletiva e não competindo para viver.

Roberto CunhaImagem:http://img.dailymail.co.uk/i/pix/2007/12_01/xmaswarDM0512_468x342.jpg

No longo trem da vida, somos viajantes em crescimento espiritual e estamos de passagem aqui na Terra. Toda a nossa riqueza material aqui ficará enterrada; somente os tesouros do espírito poderemos levar de volta, na bagagem da alma.

Mesmo estando aqui de passagem, devemos valorizar este corpo que nos reveste e que nos serve de instrumento de aperfeiçoamento. Afinal, sem o contato com a matéria, o espírito não pode evoluir.

Temos também que considerar a importância de nossa estadia, pois impregnamos tudo o que tocamos e, em especial, o lugar onde vivemos. O lar é o local mais importante, é o nosso refúgio onde devemos encontrar paz, alegria e um ambiente saturado de amor e fé. Daí a necessidade de o mantermos sempre limpo, não só da poeira material, mas principalmente da poeira mental que emitimos.

As energias deletérias, emitidas pela maioria dos habitan-tes de nosso planeta são como nuvens tóxicas, impregna-

das de baixos sentimentos, carregadas de vibrações dano-sas. Se a gente não encontra em nosso lar um ambiente de energias positivas, fica muito difícil a luta contra as nossas tendências inferiores.

Atraímos, por questões de afinidade, variada espécie de espíritos que invadem o nosso ambiente físico e mental. Um lar onde não se praticam os ensinamentos do Cristo é um ninho desprotegido contra as investidas dos espíritos, ainda ignorantes das leis divinas.

Devemos transformar o nosso lar em santuário de repouso do espírito, fazendo o possível para torná-lo um recinto sadio para os que ali vivem e a todos os que nos visitam. Muito importante é implantarmos um ponto de comunhão com o Mestre Jesus, abrindo as nossas portas e permitindo a entrada dos amigos espirituais que estão de prontidão para nos auxiliar.

Escolhidos o dia e o horário, sintonizemos o nosso pensa-mento com o pensamento do Cristo e busquemos a Causa Primeira de todas as coisas, através do estudo do Evange-lho e da leitura edificante. Agindo assim, faremos do nosso lar uma fortaleza.

Carlo Augusto Sobrinho

Culto no Lar

Canal Abertocanal aberto

Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores. Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

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Amparo OcultoCantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Quantas vezes ficamos aborrecidos por uma contrariedade ou um pequeno acontecimento, que logo denominamos de “problema”.

Fazemos planos, mas algo nos atrapalha.Saibamos que Deus está atento a tudo o que fazemos e ao

que estamos planejando fazer. E, através da Sua Sabedoria, Ele sabe o que nos é benéfico ou não.

Por isso, age em silêncio, muitas vezes frustrando os nossos planos, por que enxerga adiante o mal que está por vir.

Nós, como crianças espirituais que somos, quando nos de-paramos com algo que frustra os nossos planos, reclamamos dizendo que “Deus não nos ajuda”, quando é justamente o con-trário.

Se nada acontece por acaso e Deus vê tudo, há alguma razão para as contrariedades também.

Lembremos dos inúmeros casos de pessoas que, por defeito no carro ou outros pequenos empecilhos, chegaram atrasadas ao aeroporto e perderam o voo. Reclamaram, dizendo que não têm sorte e que Deus não estava ajudando. Horas depois, recebem a notícia de que aquele avião caiu.

No lar, também temos os espíritos familiares que procuram nos auxiliar para que a vida doméstica flua com mais harmonia.

Quando nos depararmos com um empecilho às nossas atividades, procuremos lembrar que Deus está no comando de tudo o que nos acontece e que, se não nos foi permitido seguir adiante em um plano, podemos ter certeza de que Ele queria evitar um mal maior, pelo qual não haveria necessidade de passarmos.

Confiemos no Pai de Amor e Sabedoria.Agradeçamos, antes de reclamar.

AdolphoBibliografia: Antologia da Criança – Francisco Cândido Xavier / Autores diversos, Editora IDEAL, 3ª ed.,1992.Imagem: http://2.bp.blogspot.com/_liOO0KMb4WE/SlRra2hs_qI/AAAAAAAAEq0/moAdi3UrnYs/s1600/amigoespiritual.jpg

Não lamentes, alma boa,Contratempo que aconteça,Que a luta não te esmoreça,Nada existe sem valor;Aquilo que te pareceUm desencanto de vultoÉ sempre socorro ocultoQue desponta em teu favor.

Uma viagem frustada,Uma festa que se adia,Uma palavra sombriaQue encerra uma diversão;O desajuste num carro,Um desgosto pequenino,Alteram qualquer destinoEm forma de salvação.

Não chores por bagatelas,Guarda a fé por agasalho,Deus te defende o trabalho,Atuando em derredor;Contrariedades no tempo,Quase sempre, em maioria,É amparo que o Céu te enviaPor bênção do mal menor.

Maria Dolores

Chico relata, com muita humildade, a primeira vez em que psicografou uma mensagem de um espírito.

Ele estava com dezessete anos (1927), quando, em uma reunião de preces em que acompanhava a sua irmã doente, ouviu de Dona Carmem Penna Perácio, a recomendação de um amigo espiritual para tomar lápis e papel, a fim de escrever mediunicamente.

Tomou o lápis e seu braço, qual se estivesse desligado do corpo, passou a escrever certa mensagem que exortava ao trabalho, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Chico, embora muito jovem, era fervoro-so católico. Não sabia se aquele ato trans-gredia algum preceito da Igreja, que consi-derava sua mãe espiritual, tanto que, no dia seguinte, após a missa da manhã, procurou

o Padre Sebastião Scarzelli, moço de origem italiana, e con-tou-lhe o sucedido.

O sacerdote falou-lhe com bondade que ele mesmo nunca lera livros espíritas, mas, se ele, Chico, se sentia

bem no círculo de preces, seria justo buscar a paz que lhe faltava, já que o nome de Jesus presidia aquele grupo de pessoas honestas e ainda afirmou que poderia frequentá-lo, sempre lembrando a devoção a Nossa Senhora, pois ele acreditava que a nossa Mãe Santíssima intercederia em seu benefício em qualquer circunstância.

Logo depois deste entendimento, o Padre Scarzelli foi transferido para Joinville, Estado de Santa Catarina, onde desenvolveu obra imensa de benemerência.

Sem a presença daquele apóstolo do Bem, Chico dedicou-se ao grupo espírita com a mesma fé com a qual comparecia às atividades católicas.

VitórioBibliografia: O Evangelho de Chico Xavier - Carlos A. Bacelli, Editora Didier, 6ª ed., 2003.

Pegadas de Chico Xavierpegadas de chico xavier

Primeiros Passos

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17Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Francisco Cândido XavierEspírito Emmanuel

Editora GEEM - 96 páginas1ª edição, 1987

As atividades no campo do bem podem ser exercidas das mais variadas formas. São “estradas abertas para diversos rumos, planos de ação”.

Alguns se dedicam à pro-teção à infância; outros traba-lham com a assistência social, havendo ainda os que auxiliam os idosos desamparados.

Neste livro, Emmanuel co-menta os diversos campos de ação em que podemos atuar, utilizando elevadas reflexões para nos mostrar o quanto po-

demos aprender ajudando.

Nosso amigo espiritual ressalta, em todas as lições, as virtudes cristãs que devemos desenvolver, quais sejam: a paciência, a tolerância, a indulgência, a coragem para fazer o certo, o perdão e tantas outras.

Para “adquirir” estas virtudes, devemos colocar a nossa energia em movimento, na direção do semelhante. Isto é amor.

Direcionemos a nossa vontade nesse sentido, como nos recomenda Emmanuel:

“As leis divinas estabelecem que a vontade consciente da criatura tome os ingredientes do mundo, com a possibilidade constante de tudo alterar, modificar, fazer e refazer, construir e reconstruir nas trilhas da existência.”

Ou seja, as leis divinas nos pedem ação!Há uma multidão que nos rodeia constantemente,

necessitando de alguém que estenda a mão que auxilia, seja materialmente, através de alimentos, roupas, remédios

Livro em Focolivro em foco

Trevo de Ideias

O caminho que as pessoas da terceira idade encontraram para vencer os obstáculos que, ao longo da vida deixaram, dia após dia, foi ir ao encontro de novos horizontes, interessando-se por conhecimentos que, até então, para eles, ou até para outros, ainda era um sonho quase impossível.

Encontramos pessoas da ter-ceira idade nas salas de Univer-sidades, nos cursos de Informá-tica, promovendo eventos. Há outras que doam um pouquinho do seu tempo como voluntário, beneficiando o próximo.

Isso é um desafio e uma lição para alguns jovens que, muito cedo, abandonam os estudos e vão atrás de futilidades que, no futuro, não os levarão a nada.

Esse interesse, que a terceira idade vem tendo, nos dá a certeza de que tudo só depende de nós.

Isso falando das coisas materiais. Espiritualmente, não é diferente. Sabendo-se que temos um espírito que é eterno, não podemos nos esquecer que só levamos para a Espiritualidade o que fazemos de bom em benefício dos nossos irmãos de caminhada. É esse

bem que podemos chamar de passaporte para nos levar a um mundo melhor, ao deixarmos o corpo físico.

Se já temos o conhecimento do que é bom para nós, é útil passá-lo para alguém. E que seja logo, porque nunca sabe-mos quanto tempo de vida ainda vamos ter no corpo físico, já que a vida continua no outro plano.

As oportunidades sempre aparecem à nossa frente, nos mostrando que é o momento do auxílio e, na maioria das vezes, passamos desapercebidos.

São poucos os que enxergam e, assim, passamos a encarna-ção inteira sem nada fazer, por-que, mesmo vendo, às vezes não conseguimos aproveitar as oportunidades que surgem.

Deus, nosso Pai, espera que façamos algo de bom para todos. É essa a grande razão pela qual Ele (Deus) nos permite a vida um pouco mais longa para que possamos aproveitar melhor o nosso tempo e, assim,

trabalhar mais na Seara de Jesus.Geni

Imagem: http://www.oilpastelsociety.com/2007Show/MakHardWorkingMan.jpg

Terceira Idadeterceira idade

Aproveitando Melhor o Tempo

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Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 419 livros psicografados por Chico Xavier, romances de diversos autores, revistas, jornais e DVDs espíritas. Distribuição permanente de edificantes mensagens.

Praça Presidente Castelo BrancoCentro - Diadema - SPTelefone (11) 4055-2955Horário de funcionamento: 8 às 19 horasSegunda-feira a Sábado

Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”

Quantos sofrimentos podemos mencionar dentre aqueles que vemos diariamente! E quanta esperança não alenta o coração daqueles que sofrem!

O cego tem a esperança de, por um instante, ver o colorido das flores, o paralítico suspira por rastejar, o órfão suplica aconchego no coração materno, as mães, cujos filhos desencarnaram na juventude, anseiam acariciá-los.

Repetimos: quanto sofrimento e quanta esperança!A esperança surge no coração sofrido, alimentada pelas

bem-aventuranças que Jesus mencionou.O Mestre promete:“Bem-aventurados os aflitos,

pois eles serão consolados.”“Bem-aventurados os que

choram, porque haverão de rir.”Baseados nas promessas de

Jesus, suportamos todos os so-frimentos, sabendo serem neces-sários para a nossa emancipação espiritual, conforme nos orientou Emmanuel:

“Emancipação espiritual é a mensagem da morte; no entanto, para que a morte seja alegria e clarão, liberdade e reconforto, é preciso tenhamos sabido aceitar a escola da experiência terrestre, aprendendo a sofrer e servir na veste física, a encharcar-se de suor no trabalho digno, a fim de recebermos as chaves de luz do lar eterno, na plenitude da Vida Maior.”

Jesus continua nos alentando o coração, através das mensagens de orientação que nos chegam pelos amigos espirituais.

No trecho antes transcrito, vemos que, ao passar por um momento difícil, não devemos nos prostrar, nos desanimar e, muito menos, desejar a morte.

“Aceitemos” é a palavra, pois se ficarmos remoendo o sofrimento, mais do que é necessário, não nos libertaremos para podermos viver uma vida plena de realizações, que vão garantir que a nossa vida espiritual futura seja de mais paz.

Muitos são os que, ansiando a morte para se livrarem dos sofrimentos, cavam para si próprios, covas nas quais se afundam, ao desencarnarem.

Ao invés de encontrarem a tão almejada emancipação, reencontrar aqueles que partiram antes ou se libertarem dos

sofrimentos físicos, ao, desencar-narem, continuam na mesma si-tuação, agravada pela “fraqueza espiritual”.

A vida, como nos recomendou Emmanuel, é feita de suor e tra-balho; mas não é só o trabalho remunerado. Devemos lembrar que, para acendermos luz espi-ritual em nosso futuro, podemos ler um livro para um cego. Se de-sejamos caminhar para um futuro de paz, podemos começar agora, auxiliando um paralítico a dar um passeio. Se queremos receber o carinho dos pais que já partiram para o mundo espiritual, afague-mos com carinho uma criança órfã.

Quanto podemos fazer por nós mesmos, esquecendo os nossos sofrimentos e auxiliando nosso próximo.

Bem nos disse Jesus:“Fora da caridade não há salvação.”

WilsonBibliografia: Família - Francisco Cândido Xavier / Espíritos Diversos, capítulo “Emancipação além-túmulo”, Editora CEU, 4ª ed., 1986.Imagem: http://vidaevoz.files.wordpress.com/2009/03/nas_maos_de_deus.jpg

Atualidadeatualidade

Emancipação da Alma

e tudo o que atenda às necessidades básicas do corpo, como também espiritualmente, através de nossa atenção ao sofrimento, acendendo a luz da esperança em corações que ainda não enxergaram a Luz Divina, presente em todo o lugar.

Novamente, este pequeno livro, através de Emmanuel, nos lembra:

“Sê tu quem auxilie, quem encoraje a esperança, quem aclare o caminho e quem estende sobre a vida o manto da

paz, e terás brilhando sobre ti a luz do Mestre Divino, que, em se imolando, por amor, na cruz do sacrifício, reconciliou o transviado homem da Terra com a Luz Celestial.”

Nelson

ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃOSua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro

e pode ser feita em nome doNúcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança - CNPJ: 03.880 975/0001-40

Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0

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19Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

DIA 021914 - Desencarna Albert de Rochas D’Aiglun, pesquisador

francês de fenômenos mediúnicos e magnetizador. DIA 05

1890 - Desencarna Lea Fox, uma das médiuns envolvidas nos fenômenos de Hydesville, ocorrido em 1848, na América do Norte.

1892 - Desencarna em Londres, Inglaterra, o pesquisador, médium e escritor espírita, William Stainton Moses.

DIA 061881 - Realizado o 1° Congresso Espírita do Brasil,

visando reunir e orientar as instituições espíritas então existentes.

1881 - O Imperador Dom Pedro II recebe uma comissão de espíritas, no Rio de Janeiro, que lhe entregam um documento narrando as perseguições sofridas e pedindo-lhe o fim das perseguições.

DIA 131909 - A médium Linda Gazerra realiza a última sessão

de figurações telepáticas e corporificações luminosas, em Turim, Itália, na residência da Princesa Rispoli, sob a investigação científica do Dr. Enrique Imoda.

DIA 141879 - Nasce na Rússia, o médico Ivan Pavlov; seu estudo

sobre os reflexos salivares-condicionados levou-o ao acontecimento dos processos corticocerebrais implicados nos fenômenos da hipnose.

DIA 151879 - Nasce no Rio de Janeiro, a professora Júlia Pêgo

de Amorim. Foi diretora de escola de música e, sozinha, aprendeu o Braille. Fundou a “Sociedade Amigos dos Cegos” e a “Instituição das Cegas Hellen Keller”, sendo uma baluarte da Sociedade Pró-livro Espírita em Braille - SPLEB.

DIA 171839 - Nasce em Buffalo, EUA, Ira Erastus Davenport, um

dos conhecidos irmãos Davenport, notáveis médiuns de efeitos físicos, notabilizados pelas sessões públicas que promoveram.

1865 - Fundado, por Luiz Olímpio Teles de Menezes, o primeiro Centro Espírita do Brasil, em Salvador, Bahia, denominado “Grupo Familiar de Espiritismo”.

DIA 221868 - Nasce no Rio de Janeiro, Caírbar de Souza

Schutel, médium, escritor e divulgador da Doutrina Espírita. Considerado o “Pai da Pobreza” de Matão. Desencarnou em Matão, SP, em 30/01/1938. Convertido ao Espiritismo, após observação prática e estudos doutrinários. Fundou em 1904 o Centro Espírita “Amantes da Pobreza” e, em 1905, o jornal “O Clarim”, que circula até hoje. Em 1925, lançou a Revista Internacional do Espiritismo. Escreveu 17 livros espíritas. Foi pioneiro na divulgação da doutrina pelo rádio.

DIA 251914 - Nasce em Avaré, São Paulo, o professor José

Herculano Pires, filósofo, parapsicólogo, escritor, jornalista e conferencista espírita. Mais de 70 obras editadas, fundador do “Clube dos Jornalistas Espíritas”. Destaca-se a tradução dos livros de Kardec feita por Herculano.

DIA 281971 - Desencarna em São Paulo, o professor Júlio Abreu

Filho, jornalista e tradutor da “Revue Spirite” do francês para o português; colaborou assiduamente em muitos jornais e publicações espíritas; foi ainda representante no Brasil de vários organismos espíritas do Exterior.

DIA 301891 - Nasce em Cepa Forte, BA, Leopoldo Machado

Barbosa, grande propagandista espírita. Participou dos trabalhos de unificação do Espiritismo brasileiro.

Imagem: http://areiavermelha.zip.net/images/4726flores.jpg

SetembroCalendário

calendario

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