antibióticos
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Antibióticos
Conceito
História
Princípios gerais da antibioticoterapia
Resistência Bacteriana
Classificação
O que é um antibiótico?
Um antibiótico é toda a substância que interfere com a capacidade das bactérias
funcionarem normalmente.
Os antibióticos são usados para tratar infecções bacterianas, que variam desde
doenças quase mortais (meningite), a problemas comuns (acne, amigdalite).
História dos antibióticos
A penicilina, o primeiro antibiótico, foi descoberto em 1928 por Alexander Fleming em
Londres, Inglaterra. Fleming fez a sua descoberta quando observou que as bactérias
não conseguiam sobreviver num prato de cultura contendo um bolor frequentemente
encontrado no pão.
Maior eficácia
Menores RAM
Menor indução de resistência bacteriana
Menor custo
Tempo de duração do tratamento
Não devem ser usados por períodos mais curto que uma semana.
Ex: Febre Tifóide = 7 a 14 dias (Clorafenicol e ciprofloxacina)
Endocardite bacteriana = 4 semanas
Suspensão precoce do antibiótico
1- Recidivas
2- Seleção de cepas resistentes
Resistência Bacteriana
Causas:
Uso abusivo dos antimicrobianos
Indicação indiscriminada
Auto medicação de pacientes
Pacientes imunodeprimidos
Mutação espontânea e a recombinação dos genes (reprodução): As drogas atuam como
agente seletivos, favorecendo as raras bactérias resistentes na população.
Resistência Bacteriana
Fenômeno genético (genes contidos no microorganismo), que codificam diferentes
mecanismos bioquímicos que impedem a ação das drogas.
Resistência Natural
Resistência Adquirida
Mecanismos genéticos de resistência
Resistência plasmidial
Certos plasmídios (plasmídios R) possuem genes responsáveis pela síntese de enzimas
que destrõem um antibiótico antes que ele destrua a bactéria.
Resistência cromossômica
Depende de mutação espontânea
Dirigida quase sempre a uma só droga e os genes são transferidos com freqüência
relativamente baixa.
Transposons
Grande parte dos genes de resistência considerados plasmidiais ou cromossômicos
estão localizados sobre transposons e apresentam as propriedades destes
(disseminação rápida dentro da célula ou entre célula).
Resistência Natural (Inerente ou Intrínseca)
Os genes de resistência fazem parte do código genético do microrganismo.
Ex: Mycoplasma pneumoniae, cuja parede celular de peptideoglicano é ausente,
tornando-o resistente natural aos β-lactâmicos.
Ex: Pseudomonas aeruginosa, apresenta resistência natural a vários betalactâmicos,
tetraciclinas, clorafenicol e outros.
Resistência Adquirida
Os genes não estão normalmente presentes no código genético do germe.
Mutações que ocorrem durante o processo reprodutivo e que resultam de erros de
cópia na seqüência de bases que formam o DNA.
Resistência Bacteriana – Mecanismos Bioquímicos de Ação:
Inativação das drogas por enzimas;
Alteração da permeabilidade bacteriana à droga;
Alteração de sistemas de transporte na célula;
Retirada ativa da droga do meio intracelular (bombas de efluxo);
Alteração do receptor da droga;
Modificação do sistema metabólico ativo para a droga e síntese de vias metabólicas
alternativas.
Ex: Staphilococcus aureus (sepse, endocardites) – Resistência a todos, com exceção da
vancomicina.
Zyvox (Linesolida) e o Synercid.
No combate à resistência bacteriana, perguntas fundamentais:
Existe realmente indicação?
O antibiótico tem o espectro mais estreito para o germe que eu quero atingir?
Está sendo prescrito na concentração correta? Intervalo correto? Via mais segura?
A escolha do antimicrobiano deve procurar responder as seguintes questões:
É uma infecção comunitária ou hospitalar?
Qual a faixa etária do paciente?
Qual a gravidade da infecção?
Como estão as funções hepática e renal?
Em paciente do sexo feminino, verificar gravidez.
Por quê realizar o antibiograma?
Na prática diária de um hospital não se deve dispensar o diagnóstico microbiológico
(antibiograma).
Paciente
Por que esta recebendo tratamento antimicrobiano?
Como, quando e por quanto tempo deverá ser utilizado?
Qual a importância de se completar o ciclo terapêutico?
O uso inadequado de antibióticos poderosos = drogas cada vez menos efetivas (pode
gerar ausência de opções futuras de tratamento).
Resistência bacteriana – um dos maiores desafios ao controle de infecções em serviços
de saúde.
Vias e Formas de administração
Via oral
Via Intramuscular
Via Endovenosa
Doses Empregadas
Insuficiência renal
Doses devem ser reduzidas
Aumento dos intervalos de administração
Idade do paciente
Recém-nascidos
Idosos
Reações Adversas
Reações de hipersensibilidade (Penicilinas, sulfas)
Distúrbios gastrintestinais (Tetraciclinas, Amoxicilina, lincomicina)
Toxicidade óssea e dentária (Tretraciclinas)
Classificação
Por origem do Antimicrobiano:
a) Antibióticos – origem biológica
b) Quimioterápicos – origem química
Classificação
Por efeito nos microorganismos
a) Bactericidas – matam os microorganismos.
b) Bacteriostáticos – inibem o crescimento dos microorganismos, sendo necessária a atuação
do sistema imunitário para eliminação dos germes.
Mecanismo de ação
Como funcionam os antibióticos?
Diferentes antibióticos têm diferentes maneiras de combater as bactérias.
Mecanismo de ação
Parede celular
Membrana Citoplasmática
Inibição da síntese protéica
Replicação Cromossômica
Inibição Metabólica
Parede Celular: As bactérias rompem-se, literalmente, devido à penetração de líquidos
através da parede celular.
Ex: Penicilina (e seus derivados - ampicilina e cloxacilina), cefalosporinas (ex.:
cefoxitina); Vancomicina e Teicoplamina (Glicopeptídeos).
Inibem a transpeptidação (Transpeptidase): configuração final dos antibióticos
mucopeptide (Membrana basal)
Membrana Citoplasmática
Ligam-se à membrana, entre os fosfolipídeos, alterando sua permeabilidade
(detergentes).
São mais eficientes contra Gram negativos.
Polimixinas
Inibição da síntese proteíca:
interferem com a capacidade das bactérias produzirem proteínas que são usadas para
construir partes importantes da célula.
Determinam síntese de proteínas defeituosas
Ex: tetraciclinas, aminoglicosídios (ex.: gentamicina, tobramicina), macrolídios (ex.:
azitromicina, eritromicina, claritromicina)
Tetraciclina: Inibe a união do tRNA com AA a sub-unidade 30S do ribossoma.
Aminiglicosídeos (Síntese de proteínas defeituosas): Fixam-se ao ribossoma (30S)
Burla do código genético Leitura incorreta de um ou mais AA = Incorporação de
um ou mais AA em local equivocado.
Replicação Cromossômica (Interferir na síntese do ADN): Estes antibióticos interferem
na produção de novos cromossomas, a informação genética da célula.
Ex: quinolonas (ciprofloxacina)
Inibição Metabólica
Impedimento da síntese de Ác. Fólico.
Supressão do crescimento bacteriano.
EX: Sulfonamidas sulfametoxazol/trimetoprina
PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS
PENICILINAS (betalactâmicos)
penicilinas naturais - penicilina G
penicilinas resistentes a beta-lactamases -
oxacilina, cloxacilina e meticilina
aminopenicilinas - ampicilina, amoxicilina
carboxipenicilinas - carbenicilina, ticarcilina
ureidopenicilinas - piperacilina, mezlocilina,azlocilina.
PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS
BETALACTÂMICOS + INIBIDORES DE BETALACTAMASES
amoxicilina + ácido clavulânico
ampicilina + sulbactam
ticarcilina + ácido clavulânico
piperacilina + tazobactam
CEFALOSPORINAS (betalactâmicos)
cefalosporinas de 1ª geração: cefalotina, cefazolina, cefalexina
cefamicinas (cefalosporinas de 2ª geração): cefoxitina,cefotetan,
cefmetazol,cefuroxima sódica (parenteral), cefuroxima acetil (oral), cefamandol,
cefaclor
Cefalosporinas de 3ª geração: cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima, cefixima,
cefpodoxima
Cefalosporinas de 4ª geração: cefepima,Cefpiroma
MONOBACTAM (betalactâmico)
aztreonam
CARBAPENENS (betalactâmico)
imipenem, meropenem e ertapenem
AMINOGLICOSÍDIOS
amicacina, gentamicina, netilmicina, tobramicina,
estreptomicina, neomicina, canamicina
LINCOSAMIDAS
clindamicina, lincomicina
QUINOLONAS
ácido nalidíxico, ácido pipemídico
FLUOROQUINOLONAS
ciprofloxacina, ofloxacina, norfloxacina,
levofloxacina,moxifloxacina
ANSAMICINAS
rifampicina
MACROLÍDIOS
eritromicina, azitromicina, claritromicina,
roxitromicina
GLICOPEPTÍDIOS
vancomicina, teicoplanina
TETRACICLINA
tetraciclina, doxiciclina, minociclina
FENICOL
cloranfenicol
INIBIDORES DO ÁCIDO FÓLICO
sulfametoxazol/trimetoprina, sulfonamidas
OXAZOLIDINONAS - Linezolida (Zyvox)
Liga-se a subunidade 50S e impede o processo de translocação (Transcrição).
Excreção 70% renal.
ESTREPTOGRAMINAS -quinupristina/dalfopristina(Synercid)
Atuam na subunidade 50S do ribossoma bacteriano.
Dalfopristina: bloqueia ligação dos aminoácidos ao peptídeo em formação.
Quinupristina: impede alongamento da cadeia peptídica, liberando-a precocemente.
Eliminação biliar e fecal.
Maior atividade antimicrobiana contra estafilococos e Enterococcus faecium
superando os glicopeptídeos e a linezolida.