ano xii nº 286 janeiro/ 2019 painel · conselheiros titulares do crea-sp indicados pela aeaarp:...

28
painel Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 Alimentação Bioforficação agronômica, veja o que é Cachaça A bebida genuinamente brasileira Obra Veja os detalhes do projeto Arena Eurobike A Mata de Santa Tereza começa a ser recuperada; conheça os detalhes do projeto Uma nova chance AEAARP

Upload: others

Post on 07-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

painelAssociação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

Ano XII nº 286 janeiro/ 2019

AlimentaçãoBiofortificação agronômica, veja o que é

CachaçaA bebida genuinamente brasileira

ObraVeja os detalhes do projeto Arena Eurobike

A Mata de Santa Tereza começa a ser recuperada; conheça os detalhes do projeto

Uma nova chance

A E A A R P

Page 2: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

AEAARP anuncio Painel - CONVENIOS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 12:33:28

Page 3: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

pala

vra

do

pre

sid

ente

No ano que acaba, fazemos um balanço das ações. No que começa, as projeções para o futuro. Mas, o que será que fazemos, de fato, para que esses desejos, projetos ou sonhos tornem-se realidade?

Há duas iniciativas em curso em Ribeirão Preto, ambas relatadas nesta edição da revista Painel, que podem ser usadas como exemplos.

Na primeira, objeto da reportagem de capa, o investimento e todos os esforços possíveis são empreendidos para recuperar a grande área devastada pelo incêndio que em 2014 queimou a nossa maior reserva florestal, a Mata de Santa Tereza. Trata-se de uma porção relativamente pequena de Mata Atlântica, se comparada às outras reservas sob a responsabilidade do governo de São Paulo, mas de grande importância para o ecossistema local.

É um bom exemplo de intervenção no meio ambiente. A empresa privada que assumiu a tarefa de reconstruir uma parte da área está cumprindo determinação de compensação ambiental em razão da atividade que exerce (neste caso, de mineração). De um lado, portanto, ela explora comercialmente os recursos naturais; do outro, devolve à população a possibilidade de usufruir de todos os benefícios que a falta de um recurso natural pode causar.

No caso da Mata de Santa Tereza, a degradação atinge córregos, nas-centes, afeta um ecossistema extremamente complexo que começa nos microrganismos presentes no solo e pode acabar na torneira da sua casa.

O segundo exemplo é o Estádio Santa Cruz, que em 2019 se transforma em arena multiuso graças ao investimento privado que moderniza as instalações e oferece ao torcedor e à cidade a oportunidade de usufruir de um espaço amplo, moderno e agradável.

Nos dois casos há investimento, planejamento e ousadia. São de ações assim que precisamos para que em dezembro de 2019 possamos fazer um balanço que comprove a nossa ousadia e nos mostre os novos caminhos que devemos seguir.

Eng. civil Carlos Alencastre

A E A A R P

AEAARP anuncio Painel - CONVENIOS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 12:33:28

Page 4: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

22ObraO estádio que virou arena

24CREAResolução nº 1.107, de 28 de novembro de 2018

26Notas

índiCe

Horário de funcionamentoAEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente

Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente

painel

Diretoria OperacionalDiretor administrativo - eng. agr. Callil João FilhoDiretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri FilhoDiretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes AlvesDiretora de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos

Diretoria FuncionalDiretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza LeiteDiretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor social - eng. civil Rodrigo AraújoDiretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

Diretoria TécnicaAgronomia - eng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArquitetura - arq.urb. Marta Benedini VechiEngenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli

ConselhoPresidente: Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado

Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria JuniorEng. civil Edgard CuryEng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoEng. civil Jose Aníbal LagunaEng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinEng. civil Ricardo Aparecido DebiagiEng. civil Roberto MaestrelloEng. civil Wilson Luiz LagunaEng. elet. Hideo KumasakaArq. e urb. Adriana Bighetti CristofaniArquiteta e eng. seg. do trab. Fabiana Freire GrelletEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. agr. Geraldo Geraldi JrEng. agr. Gilberto Marques Soares

Conselheiros suplentesEng. civil Marcos Tavares Canini Eng. mec. Fernando Antonio Cauchick Carlucci Arq. e urb. Celso Oliveira dos SantosEng. agr. Denizart BolonheziEng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaEng. agr. José Roberto Scarpellini

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. CanadáRibeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | [email protected]

Editoras: Blanche Amâncio – MTb 20907, Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044, Flavia Amarante – MTb 34330Comercial: Angela Soares – 16 2102.1700

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderFoto capa: Daniela AntunesImpressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

05EspecialÉ tempo de recomeçar

10Movimento AgTechStartupsO que são e quais suas fases de crescimento?

12CanaMais uma dose

18TecnologiaAlternativa para o combate à fome oculta

A E A A R P

Page 5: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

5AEAARP

É tempo de recomeçar

O ser humano dá um empurrão para ver brotar novamente a mais

importante reserva florestal de Ribeirão Preto, a Mata de Santa Tereza

Especial5

AEAARP

Dani

ela A

ntun

es

Page 6: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

6Revista Painel

AMata de Santa Tereza está renascendo , l i te ra lmente , d a s c i n z a s . E m o u t u b r o

último, em razão de um processo de compensação ambiental, começaram a ser plantadas as mudas de espécies nativas da primeira ação efetiva de recuperação da f loresta desde o incêndio de 2014, quando 98 hectares sucumbiram aos cerca de 20 dias de fogo. Toda a área soma 180,78 hectares.

O projeto, sob responsabilidade técnica da engenheira florestal Daiane Gaia, foi aprovado pelo grupo de trabalho que reúne-se há pelo menos quatro anos para planejar a reconstrução da reserva. A tarefa é complexa e demorada.

Alessandra Pinezi, gestora da Estação Ecológica de Ribeirão Preto, órgão da Fundação Florestal, ligada à Secretaria

do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, explica que serão necessários pelo menos 30 anos para que a reserva seja totalmente restaurada.

A Fundação Florestal disponibilizou a área afetada pelo incêndio no Programa Nascentes, iniciativa do governo de São Paulo que tem a meta de restaurar 20 mil hectares de matas ciliares por meio de parcerias com a iniciativa privada. Na prática, empresas que devem fazer algum tipo de compensação ambiental assumem o compromisso de recuperar áreas dispo-

nibilizadas no acervo do programa.A Mata de Santa Tereza foi fracionada

em duas partes, sob a responsabilidade da Sanen Engenharia e da Compa-nhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O projeto em execução é o da Sanen, que atua no setor se pavimen-tação asfáltica e mineração. A CPTM, por se tratar de empresa pública, está cumprindo as etapas legais da licitação para contratar os serviços necessários à recuperação. Não há previsão para o início dos trabalhos nessa área.

O incêndio de 2014 queimou 98 hectares

Primeira fase de plantio de mudas Dani

ela A

ntun

es

Revi

sta

Pilo

to P

olic

ial

Page 7: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

7AEAARP

Resumo do diagnóstico

Fonte: Inova Soluções Ambientais

O projetoHoje, a paisagem predominante em

grande parte da mata é de lianas, termo técnico para denominar os cipós que cobrem as copas das árvores, troncos e até mesmo o solo após o incêndio. A imensidão verde dá a falsa impressão de que a mata está de pé. Olhando de cima, a cobertura parece uma camuflagem. Alessandra explica, entretanto, que todo esse cipó tem de ser removido. O plano de trabalho definido pela engenheira Daiane detalha que a remoção será feita manualmente (na foice mesmo) e com a aplicação de produtos químicos autorizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama).

De acordo com o cronograma, na pri-meira etapa, que segue até março de 2019,

Nº de árvores Nº de regenerantes Nº de árvores mortas Densidade de árvores Densidade de regenerantes (diâmetro maior que 5cm) (diâmetro maior que 1cm) por hectare por hectare

SIM 17 25 4 1.700 2.500

SIM 17 14 0 1.700 1.400

SIM 14 22 0 1.400 2.200

NÃO 11 25 1 1.100 2.500

SIM 5 18 0 500 1.800

SIM 2 12 0 200 1.200

SIM 9 5 3 900 500

NÃO 14 32 3 1.400 3.200

NÃO 8 34 0 800 3.400

SIM 5 19 0 500 1.900

serão plantadas 10.142 mudas em 10,65 hectares. No diagnóstico feito por Daiane, existem lianas nas áreas degradadas pelo fogo e também na parcela que não foi atingida. A diferença é que, no espaço destruído, essa planta se torna predomi-nante, impedindo o desenvolvimento dos embriões vegetais, que surgiram por ali naturalmente nos últimos quatro anos, e a formação da serapilheira, camada formada sobre o solo pela deposição de restos de plantas e acúmulo de material orgânico vivo em diferentes estágios de decompo-sição, que é a principal via de retorno de nutrientes no solo de uma floresta.

Ainda de acordo com o diagnóstico de Daiane, a área florestada, que não foi atingida pelo fogo, tem árvores de grande porte, diversidade de espécies, pequenas clareiras e serapilheira espessa. A parcela Um dos cursos d’água no meio da Mata

área incendiada área não afetada pelo incêndio

Dani

ela A

ntun

es

Page 8: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

8Revista Painel

lianas, controle das espécies invasoras por herbicidas etc – também a manutenção das mudas. A conclusão de todas as fases do projeto deverá acontecer em seis anos.

com predomínio de lianas está abafada, com baixa diversidade de espécies e solo com pouca matéria orgânica. Na área de transição, que fica entre a incendiada e a não atingida, as lianas estão em quantidade moderada, há pouca diversidade de espé-cies e muitas clareiras. Nas bordas, além da vegetação nativa, a engenheira florestal identificou grande quantidade de espécies consideradas invasoras, como a Brachiaria.

O cronograma do trabalho inclui, além da preparação física do local – abertura de acessos na mata, extração manual das

Cada uma das quatro etapas do projeto em execução será monitorada por dois anos. E não se trata somente de abrir a cova, colocar a muda e deixar que a natureza tome seu rumo. O plantio é vistoriado semanalmente. Em cada fase do projeto, a vistoria será mantida; primeiro por três meses e depois a cada dois meses. O objetivo, de acordo com Daiane, é averiguar a necessidade de repor mudas, verificar se houve rebrota de lianas, adubar as plantas, controlar espécies invasoras, formigas etc.

Fonte: Inova Soluções Ambientais

Fonte: Inova Soluções Ambientais

etapa Mudas

1 10.142

2 12.842

3 16.192

4 17.750

As lianas camuflam a degradação provocada pelo incêndio

Dani

ela A

ntun

es

Page 9: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

9AEAARP

UrbanizaçãoHá mais um desafio na gestão da Mata:

a exploração imobiliária. A proximidade com a natureza é um dos atrativos para o crescimento imobiliário das redondezas. É também, na visão de Alessandra, gestora da Estação Ecológica, um desafio que tem sido enfrentado em harmonia.

Ela ressalta que, para manter a Mata viva, é necessário preservar o ciclo na-tural, que inclui as nascentes e córregos que nascem fora da área ou que passam nas imediações. São espaços usados por animais silvestres que não se guiam por muros ou limites geográficos.

O incêndio não fez vítimas na fauna, mas os animais foram afastados pelo fogo. As primeiras medidas, entretanto, já surtiram efeitos positivos: segundo Alessandra, fo-ram observados no local pelo menos uma onça jaguatirica, uma família de veados, saguis, macacos prego, cobras e cotias.

Desde o incêndio de 2014, foram to-madas algumas medidas para assegurar a preservação da Mata, como a instalação de uma caixa d’água, um ponto de moni-toramento e a contratação de seguranças que vistoriam todos os acessos 24 horas por dia, de moto. A estrada municipal que cruzava a mata também foi fechada para a circulação pública.

Alessandra conta que, apesar da publi-cidade dada à importância da reserva e sobre os riscos da intervenção humana para a fauna e a flora, todas as sema-nas os funcionários flagram ações que poderiam comprometer a segurança do local, como rituais religiosos. Acender velas nesses rituais, aliás, é a prática que, suspeita-se, pode ter sido o estopim do incêndio que queimou em 20 dias tudo aquilo que a população da cidade vai demorar pelo menos 30 anos para ver novamente de pé.

Sinais da passagem de animais e insetos mostram que a Mata, aos poucos, retoma o ciclo da natureza

Os trechos de estrada serão usados como aceiros, espaço livre de vegetação que impede que o fogo se alastre, caso ocorra outro incêndio

Dani

ela A

ntun

es

Dani

ela A

ntun

es

Page 10: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

10Revista Painel

StartupsO que são e quais suas fases de crescimento?

Leonardo Ramos Barbieri, engenheiro agrônomo , sócio da Lidera Consultoria e Projetos

Movimento AgTech

Muitas startups encontram oportunidades e potencial para crescimento no agronegócio. A partir desta edição, divulga-remos informações sobre esse ambiente de negócios nesta página. A AEAARP, em parceria com a Esalq Tec e a Lidera, busca desenvolver um Ecossistema Agtech (Startups do Agronegó-cio) na região de Ribeirão Preto, potencializando esta vocação.

O que diferencia uma startup dos demais tipos de empresa? Inicialmente, imaginamos startups como empresas formadas por jovens, recém-formados ou não, vestindo camisetas, calças jeans, sapatênis, trabalhando em escritórios modernos e desenvolvendo aplicativos de celular. A alegoria é boa, mas não resume a característica de uma startup.

A melhor definição que encontrei é a da Associação Brasileira de Startups (Abstar-tup): são empresas que têm as seguintes características inovação, escalabilidade, repetibilidade, flexibilidade e rapidez. Apesar dessas características se enqua-drarem muito bem nas empresas digitais, existem outros tipos de empresas como biotecnologia, robótica etc.

Normalmente, a startup inicia-se com uma boa ideia, fase chamada de ideação. Nesta fase, a própria equipe fundadora (formada por pessoas com habilidades complementares), com recursos próprios, gera uma versão inicial do produto, deno-minado de MVP (Produto Mínimo Viável).

O MVP é levado ao mercado para clientes (pagantes ou não), passando pela fase chamada de validação.

Realizada a segunda fase, inicia-se a operação da empresa (terceira fase) e, conforme o faturamento cresce, chegamos à quarta fase, a de tração da empresa, quando a receita cresce substancialmente.

Conforme a empresa vai passando pelas diferentes fases, em especial após a validação, aportes de dinheiro são necessários. Os recursos podem vir de familiares, amigos, investidores anjos ou investidores semente. Os dois últimos representam um modelo que cresce no Brasil nos últimos tempos.

De forma geral, o maior problema das startups nas fases iniciais é o risco. O autor americano Eric Ries define muito bem esta situação: “Uma startup é uma instituição humana desenhada para criar um novo pro-duto ou serviço em condições de extrema incerteza”. Portanto, conhecimento, plane-jamento e muito trabalho são ferramentas para reduzir riscos e alcançar o sucesso.

10Revista Painel

Page 11: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

11AEAARP

AEAARP anuncio Painel - CURSOS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 12:18:23

Page 12: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

12Revista Painel

Cana12Revista Painel

Divu

lgaçã

o

Page 13: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

13AEAARP

Mais uma doseA cachaça, destilado que é marca registrada no Brasil, exige

pouca sofisticação agronômica da cana-de-açúcar e tem grande potencial no mercado interno e externo

OInstituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) estima que o Brasil tenha capacidade instalada de

produção de cachaça de, aproximada-mente, 1,2 bilhão de litros anuais. Porém, produz menos de 800 milhões de litros por ano. Censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2006 revela que no Brasil existem quase 12 mil produtores de cachaça. Mas, associações regionais garantem que o número pode chegar a 15 mil.

De acordo com o IBRAC, pouco me-nos de dois mil estabelecimentos estão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e na Receita Federal. “A informalidade é um grande gargalo no setor; estima-se que cerca de 85% dos produtores sejam ile-gais”, diz o administrador de empresas Carlos Lima, diretor executivo do IBRAC. Para ele, a alta carga tributária é uma das justificativas para a informalidade e, con-sequentemente, por não garantir números mais precisos de produção.

A informalidade fiscal, entretanto, nada tem a ver com a característica da bebida – artesanal, por exemplo, é um termo vetado pela Instrução Normativa 13/2005, do MAPA. “Existe um uso equivocado, pois não há distinção com base no processo de destilação da bebida e nos padrões físicos e químicos”, alerta Carlos Lima.

Segundo a norma, cachaça é “a denomi-nação típica e exclusiva da aguardente de

cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38% em volume a 48% em volume a 20°C, obtida pela destilação do mosto [tipo de mistura açucarada desti-nada à fermentação alcoólica] fermentado do caldo de cana-de-açúcar com caracte-rísticas sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro, expressos em sacarose”.

O engenheiro agrônomo Rogério Haruo Sakai publicou um artigo, no portal Agência Embrapa de Informação Tecnológica, no qual discorda do veto ao adjetivo artesanal. “Embora a legislação não estabeleça distinção entre os produtos finais das destilarias industriais e dos alambiques artesanais, existem, na prática, muitas diferenças entre cachaça de alambique e cachaça industrial”. No texto, Rogério comenta que cachaças industriais são controladas por empresas e a cana-de-açúcar é cultivada em grandes áreas, enquanto a pinga artesanal é produzida em pequena escala por pequenos produtores, em sua maioria utilizando mão de obra familiar. É, em sua visão, o que as diferencia.

Ele argumenta que em larga escala, muitas vezes, são utilizadas colunas de destilação e tonéis de aço inox, adição de produtos químicos na fermentação e não se separa a parte nobre do destilado. Segundo o artigo, no processo artesanal, a destilação é feita em alambiques de cobre e a fermentação ocorre de forma natural.

Além disso, a parte nobre da cachaça é separada das impurezas com o objetivo de garantir mais qualidade ao produto e, por fim, há o processo de envelhecimento em tonéis de madeira (carvalho, bálsamo, além de espécies nativas do Brasil).

São Paulo, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba são os principais estados produtores de cachaça. O mercado consumidor, além desses estados, também tem destaque no Rio de Janeiro e Bahia, segundo o IBRAC. No quesito exportação, em 2017, a cachaça foi enviada para mais de 60 países, gerando receita de US$ 15,80 milhões com a venda de 8,74 milhões de litros. Segundo o Instituto, os números representam crescimento de 13,43% em valor e 4,32% em volume, em comparação a 2016. Em 2017, os principais países de destino em valor foram Estados Unidos, Alemanha, Paraguai, França e Portugal. Já os principais estados exportadores em termos de valores foram São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná e Ceará.

Leia o artigo completo do engenheiro agrônomo Rogério

Haruo Sakai no endereço eletrônico da AEAARP, na área

Notícias. Na publicação, ele também mostra o passo a passo da

produção de cachaça.

www.aeaarp.org.br

Page 14: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

14Revista Painel

História da cachaça

Segundo um artigo publicado no portal IBRAC, do professor Jairo Martins da Silva, considerado um dos principais formadores de opinião no segmento da cachaça no Brasil e no exterior, embora existam muitas histórias sobre o marco zero da cachaça, sua origem se confunde com a do Brasil, tendo como protagonistas a cana-de-açúcar, o imigrante português e o escravo africano, que juntos criaram a bebida que simboliza o modo de viver e o espírito descontraído do brasileiro.A primeira plantação de cana no Brasil foi formada em 1504 pelo fidalgo português Fernão de Noronha, que recebeu a ilha (que hoje leva o seu nome) para explorar pau-brasil. Há referências de que o primeiro engenho de açúcar foi construído em 1516, na Feitoria de Itamaracá, criada pelo Rei D. Manuel no litoral pernambucano e confiada ao técnico de administração colonial Pero Capico. A prova documental dessa tese está nos registros de pagamento de tributo alfandegário, encontrados em Lisboa (Portugal), sobre uma carga de açúcar vinda de Pernambuco, de 1526. Pesquisas arqueológicas, feitas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), identificaram ruínas de um engenho de açúcar, de 1520, nas redondezas de Porto Seguro (BA).Pelo fato de Martim Afonso de Souza ter chefiado a primeira expedição colonizadora do Brasil, tendo fundado a Vila de São Vicente em 1532 e logo iniciado o cultivo da cana e a construção de engenhos de açúcar, tem sido defendida a tese de que a produção de açúcar ocorreu pela primeira vez no litoral paulista. Apesar de não haver registro preciso sobre o local da primeira destilação da cachaça, pode-se afirmar que aconteceu em algum engenho do litoral brasileiro, entre 1516 e 1532, sendo o primeiro destilado da América Latina – antes mesmo do aparecimento do pisco peruano, da tequila mexicana e do rum caribenho.

PRinciPais Estados ExPoRtadoREs Em valoR - 2017Total: US$ 15.808.485,00

PRinciPais PaísEs dE dEstino Em valoR - 2017Total: US$ 15.808.485,00

Fonte: IMDIC - ALICEWEB - NCM 2208.40.00 | Elaboração: Instituto Brasileiro da Cachaça - IBRAC

Fonte: IMDIC - ALICEWEB - NCM 2208.40.00 | Elaboração: Instituto Brasileiro da Cachaça - IBRAC

na regiãoDe acordo com o diretor executivo do

IBRAC, a região de Ribeirão Preto (SP) apre-senta uma produção expressiva de cachaça, principalmente em Pirassununga (SP), onde é produzida a Cachaça 51. A revista PAINEL entrevistou três produtores de cachaça na região: Itirapuã, Américo Brasiliense e Ca-juru (SP). Eles dizem não conhecer muitas produções pequenas de cachaça na região e, apesar da alta carga tributária, que chega a 82% no preço final do produto, estão ani-mados com o mercado e usam a atividade como mais uma fonte de geração de renda.

O engenheiro agrônomo Maurílio Figuei-redo Cristófani iniciou a atividade logo que concluiu a graduação, em 2002, reativando o engenho da família, em Itirapuã (SP). A produção de cachaça é tradição familiar; o engenho começou a operar em 1860 e, segundo ele, é o único que ainda fun-ciona movido à roda d’ água no estado de São Paulo. Maurílio é a quinta geração da família à frente da fazenda, onde também produz café, cana para usina, gado e re-florestamento, além de manter atividades turísticas na propriedade.

legalização x certificação

Veja no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias, a cartilha Cachaça

– Como legalizar seu empreendimento, publicado pelo Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Leia também outra publicação do Sebrae, em parceria com o Instituto

Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industria (Inmetro), sobre como

conquistar a certificação da cachaça de alambique. Segundo a cartilha, a aceitação internacional aumenta quando a cachaça

passa pelo processo de certificação acreditado pelo Sistema Brasileiro de

Avaliação da Conformidade.

www.aeaarp.org.br

Page 15: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

15AEAARP

Engenho Barra Grande, em Itirapuã SP

Mau

rílio

Figu

eired

o Cris

tófa

ni

A cada safra são produzidos entre 30 mil e 40 mil litros de cachaça de alambique, segundo Maurílio. Durante a safra, cerca de 10 pessoas estão envolvidas direta-mente da produção da cachaça, comer-cializada com duas marcas, Santo Grau e Barra Grande. A primeira é distribuída em todo o país, em redes de varejo, bares e restaurantes das capitais, e mais recen-temente também passou a ser exportada para Miami (EUA ). A segunda marca é comercializada apenas no engenho.

A produção também conta com ca-chaças envelhecidas em diversos tipos de madeira. “Toda nossa cachaça passa primeiro pelo tonel de jequitibá, depois vai para o carvalho francês, carvalho americano, amburana e bálsamo. Enve-lhecemos uma parte da produção em processo de soleira, ou seja, passa por tonéis que foram antes utilizados com vinho de Jerez [Espanha]”.

O agrônomo comenta que o mercado de cachaça tem aumentado nos últimos anos. “Principalmente, as bebidas de me-lhor qualidade, pois o público está cada vez mais valorizando um bom destilado”.

Em Américo Brasiliense (SP), está lo-calizado o Alambique Santa Rufina que

produz a cachaça Sebastiana. O local é administrado pelo empresário Carlos Mattos desde 2012. Lá são produzidos 10 mil litros de cachaça por mês. Cerca de cinco pessoas trabalham na produção das cachaças envelhecidas em barris de madeira e de carvalho americano. “Nós trabalhamos com um público selecionado, que consome cachaças premium [bebida envelhecida em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 litros, por um período não inferior a um ano, segundo a IN 13/2005]”.

Carlos Mattos comenta que trabalha com cinco rótulos diferentes, com valores que variam entre 50 reais e 300 reais a garrafa. Seus produtos são vendidos tanto no Brasil quanto no exterior. Ele diz que a crise não afetou o mercado de cachaça. “Além de a crise não ter atrapalhado, as vendas aumentaram”. O empresário também acrescenta que o processo de legalização da produção de cachaça e do produto é muito burocrático, pois exige a aprovação de vários órgãos.

Já o engenheiro agrônomo Valmir Barbosa, que desde 1996 tem uma pequena produção de cachaça em Cajuru (SP), sempre trabalhou com cana e viu

na produção de cachaça uma forma de continuar lidando com a matéria-prima e diversificar o negócio. “Eu não queria mudar de ramo, mas queria desenvolver um trabalho de produção e a cachaça é um produto interessante. Fazer cachaça é algo mágico”.

Em média, Valmir produz entre 50 e 60 litros de cachaça por dia e conta com a ajuda de três funcionários, que também atuam na produção de açúcar mascavo. Sua cachaça – a Pálea – é envelhecida em tonel de carvalho e vendida regionalmente. Mesmo perce-bendo que o mercado tem aumentado nos últimos anos, ele pondera que o custo de produção também aumentou. “Tem encarecido a folha de pagamento, o manejo da cana, a compra de adubos, embalagens e rótulos, a manutenção de máquinas e a contratação de serviços de terceiros”. Valmir observa que produzir cachaça de qualidade não é fácil. “As nuances de sabor, aroma e aparência são muitas e, às vezes, é necessário descartar lotes inteiros. Pois, o paladar de quem gosta da bebida tem elevado nível de exigência; qualquer aroma ou sabor diferente é percebido”.

Page 16: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

16Revista Painel

AEAARP anuncio Painel - ART

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 12:20:22

características agronômicasToda a variedade de cana rica em

açúcares é adequada para produção de cachaça, segundo a zootecnista Gabriela Aferri, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “Uma boa cana para produzir cachaça é aquela que tem alta produtividade, elevado teor de açúcar, longo período de utilização industrial, porte ereto e alta densidade”, explica. Carlos Lima acrescenta que não existe uma espécie específica, porém toda cana plantada com bom manejo serve como matéria-prima para a cachaça.

Quanto às condições climáticas ideais e de solo para produzir essa cana seguem as mesmas diretrizes para produzir a espécie para outras finalidades. “É necessária boa distribuição de chuvas ao longo do ciclo de desenvolvimento vegetativo e solos férteis”, aponta Gabriela. Já a produção de cachaça necessita de um responsá-vel técnico que pode ser um agrônomo, engenheiro de alimentos ou engenheiro químico, por exemplo.

Com o avanço do setor, algumas institui-ções perceberam a necessidade de quali-ficação e criaram cursos, treinamentos e concursos para os produtores. A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), por exemplo, já promoveu diver-sos eventos com este objetivo. Gabriela é uma das coordenadoras desses treinamen-tos. Ela diz que ainda não tem data defi-nida para o próximo e acrescenta que os encontros reúnem, em média, 25 pessoas.

Nos treinamentos são abordados temas como: aspectos sobre equipamentos, qualidades da matéria-prima, higienização do ambiente e o processo da produção da

cachaça (que conta com filtração, dilui-ção, tratamento térmico, fermentação e destilação). São discutidos ainda aspectos sensoriais da bebida: aromas, sensações, gostos e visual, que resultam em um produto de qualidade. “Quanto maior a difusão do conhecimento, melhor será a bebida e isso é fundamental para atender os consumidores que, cada vez mais, bus-cam produtos diferenciados e com elevada qualidade”, diz Gabriela.

desafios para o futuroDe acordo com um levantamento do

IBRAC, enquanto a tequila é reconhecida como genuinamente mexicana em 46 países, apenas três identificam a cachaça como um produto autenticamente do Bra-sil: Estados Unidos, Colômbia e o próprio México. Esse reconhecimento tem grande valor para o país, pois garante aos produ-tores brasileiros a exclusividade no uso da denominação cachaça. Além de conquistar o reconhecimento internacional como bebida genuína e exclusiva do Brasil, a cachaça ainda tem outros grandes desafios para o futuro: aumento das exportações e consolidação no mercado internacional.

Ainda segundo a publicação, atualmen-te, as exporta-ções de cachaça e s t ã o a q u é m do potencial de mercado. Estima--se que menos de 1% do volu-me produzido é e x p o r t a d o . Co m p a rat i va -mente, o Méxi-co exportou, em 2016, quase 200 Cachaça Pálea, produzida em

Cajuru (SP)

Valm

ir Ba

rbos

a

Produção de cachaça em Cajuru (SP)

milhões de litros de tequila para mais de 120 países (quase 70% do volume pro-duzido), o Brasil exportou pouco mais de oito milhões de litros de cachaça para 54 países. O sucesso da projeção da tequila no mundo deve-se a forma de organização do setor no México.

No Brasil, instituições como o IBRAC têm defendido junto ao governo que a cachaça tenha o mesmo modelo orga-nizacional do México. “A percepção do valor da bebida mudou. Agora ela tem sido apreciada como identidade cultural e que reúne características tão boas quanto a de outros destilados”, ressalta a pesquisadora do IAC.

16Revista Painel

Page 17: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

17AEAARP

AEAARP anuncio Painel - ART

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 12:20:22

Page 18: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

18Revista Painel

Tecnologia

Alternativa para o combate à fome oculta

Técnica aumenta a concentração de micronutrientes nos alimentos

Desig

ned

by Fr

eepi

k

18Revista Painel

Page 19: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

19AEAARP

Dois bilhões de pessoas têm deficiência em vitaminas e minerais, segundo a Organização

Mundial da Saúde (OMS). As maiores são em ferro, zinco, iodo e selênio. Além disso, deficiências de cálcio, magnésio e de cobre também são comuns em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento. O baixo consumo desses minerais é atribuído à produção de culturas agrícolas em solos com pouca disponibilidade de micronutrientes e, consequentemente, ao consumo de alimentos com baixo valor nutricional. À falta dos micronutrientes no organismo dá-se o nome de fome oculta, que favorece o surgimento de doenças cardiovasculares, osteoporose, hipertensão, diabetes e câncer.

Uma das alternativas para auxiliar no combate à fome oculta é a biofortifi-cação de alimentos, recomendada até mesmo por órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para

Alimentação e Agricultura (FAO) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O objetivo da técnica é aumentar a con-centração de micronutrientes essenciais e benéficos aos seres humanos e animais em partes comestíveis de plantas cultivadas e assim melhorar a qualidade dos alimentos e a quantidade de nutrientes consumidos.

O engenheiro agrônomo Arthur Bernar-des Cecílio Filho, doutor em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras e docente na graduação e na pós-graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), explica que existem dois processos para realizar a fortificação de alimentos: a bio-fortificação genética e a biofortificação agronômica.

Segundo ele, na genética, busca-se por meio do melhoramento de plantas para ob-ter um alimento mais rico em determinado nutriente. Na biofortificação agronômica o objetivo é elevar o teor de um ou mais nutrientes por meio de fertilização dos cultivos, via solo ou foliar.

Para o engenheiro agrônomo Sandro Roberto Branca l ião , pesquisador do Inst ituto Agronômico ( IAC) , a biofortificação agronômica se destaca pela praticidade, agilidade e viabilidade, uma vez que é realizada diretamente no campo, sendo a adubação a mais adotada.

Biofortificação com selênioO selênio é um mineral com um alto

poder antioxidante e por isso ajuda na prevenção de doenças como o câncer, fortalece o sistema imunológico e prote-ge de problemas cardíacos. A falta dele no organismo pode causar a doença de Keshan, que é uma cardiomiopatia (do-ença do músculo cardíaco), e a doença de Kashin-Beck, que é uma osteoartropatia (doença óssea, comum em crianças e ado-lescentes). Há também pesquisas que cor-relacionam a deficiência deste elemento com maior sensibilidade a infecções virais.

O mineral pode ser encontrado no solo, na água e em alimentos, como a castanha--do-pará, mas é considerado escasso, com concentração média nas rochas de aproxi-madamente 0,05 mg/kg, o que representa concentração menor do que a de qualquer outro elemento nutricional.

Castanha-do pará: alimento rico em selênio

Pixa

bay

Page 20: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

20Revista Painel

Em razão de sua escassez no ambiente, a biofortificação agronômica com o selênio tem despertado o interesse dos pesquisadores. “Alguns dados recentes e promissores indicam que a adubação com esse elemento no solo pode proporcionar maiores concentrações nos grãos de trigo e arroz, por exemplo. De forma semelhante, a aplicação de selênio via foliar também promoveu aumento nas concentrações do elemento nos grãos”, enfatiza o agrônomo Sandro.

Um exemplo de biofortificação agronômica de sucesso na solução da deficiência em selênio pela população foi o programa promovido pelo Ministério de Agricultura e Florestas da Finlândia. A preocupação do governo era com o aumento de casos de câncer e problemas cardíacos na população.

O programa foi detalhado por Arthur no trabalho “Biofortificação de Hortaliças e Saúde Global - Um Enfoque para Selênio, Zinco, Ferro e Iodo”, realizado em parceria com o engenheiro agrônomo Hilário Júnior de Almeida, pós-doutorando do Departamento de Produção Vegetal junto ao Programa Agronomia (Produção Vegetal), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Alexson Filgueiras Dutra, licenciado em Ciências Agrárias, doutorando do Programa Agronomia (Ciência do Solo), da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Segundo o relato, após diversas pesqui-sas, em 1998, foi estabelecido o teor de 10 mg/kg de selênio em fertilizantes, via solo,

o que proporcionou aumento do teor do elemento no solo e, consequentemente, nos alimentos. A ingestão de selênio na Finlândia aumentou de 25 microgramas/dia para 110 microgramas/dia, e a con-centração do nutriente no plasma san-guíneo quase duplicou. “Várias pesquisas demonstraram que esta estratégia reduziu os índices de doenças cardiovasculares, imunológicas e inúmeros tipos de câncer na população do país”, destaca Arthur.

Mas o agrônomo ressalta que importar informações de processos bem sucedidos em outros países para o Brasil é um grande risco. “As plantas possuem distinta capa-cidade em absorver, acumular e tolerar os elementos benéficos e nutrientes. Por isso, existe a necessidade de pesquisas para conhecer a resposta de cada espécie cultivada e como se dá a interação destes elementos com a espécie, o solo, o clima e outras práticas culturais realizadas em culturas brasileiras”, diz.

Outra importante questão, segundo ele, é que ferro, zinco e, especialmente, selênio, são requeridos pelo homem em quantidades muito pequenas. “O excesso é tão catastrófico ou mais que a deficiência. Por isso, há enorme desafio para que a pesquisa possa estabelecer o adequado manejo de fertilização de culturas para que se possa proporcionar alimentos com concentrações adequadas destes elementos essenciais á saúde do ser humano”, explica.

selênio no BrasilOs solos do Brasil são historicamente

deficientes em selênio. Segundo Sandro, pesquisador do Instituto Agronômico, estu-dos realizados com diversos tipos de solos demonstraram baixos níveis de selênio, variando de 0,001 a 0,80 mg/kg, o que ca-racteriza uma distribuição não homogênea do mineral. “Esse fato é apontado como a causa de alimentos com níveis de selênio abaixo dos padrões internacionais”, explica.

O enriquecimento dos alimentos com selênio, via biofortificação agronômica, já é feito no Brasil, mas somente em nível de pesquisa. Os experimentos já foram realizados com arroz, feijão, alface, batata, brócolis, couve-flor, rúcula, entre outros.

A Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, se destaca no trabalho de biofortificação agronômica com selênio. Desde 2010, realiza diferen-tes pesquisas focadas na biofortificação com o mineral, em culturas como alface, soja, mandioca, trigo e brássicas (como brócolis, couve-flor, couve-manteiga, couve-de-bruxelas e outros), coorde-nadas pelo engenheiro agrônomo Luiz Roberto Guimarães Guilherme, pesquisa-dor e professor titular do Departamento de Ciência do Solo da UFLA/DCS. Luiz Roberto é mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela Escola Superior Agrícola de Lavras ESAL, Ph.D. em Ciência do Solo pela Universidade Estadual de Michigan (EUA) e em Toxicologia Ambiental pelo

Pixa

bay

Arroz, feijão, milho e soja recebem aplicação de selênio na UFLA

Page 21: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

21AEAARP

Instituto de Toxicologia Ambiental (EUA). Desde 2015, Luiz Roberto e seus colabo-

radores vêm trabalhando em cooperação com o Programa Mundial HarvestPlus, coordenando as atividades do Projeto Har-vestZinc no Brasil, uma importante iniciativa que revela a viabilidade da estratégia de biofortificação agronômica para reduzir a deficiência de micronutrientes (com foco especial em zinco, iodo e selênio), impac-tando positivamente a saúde humana, espe-cialmente nos países em desenvolvimento.

A UFLA já recebeu diversos prêmios relacionados ao trabalho realizado na área. Em 2012, a tese “Biofortificação, variação genotípica e metabolismo envolvendo selênio em alface e brócolis”, de autoria do engenheiro agrônomo e doutor em ciência do solo Sílvio Junio Ramos, rece-beu o prêmio Capes de Teses, concedido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A tese avaliou técnicas de biofortificação para aumentar a disponibilidade de selênio em alface e brócolis.

Atualmente, diversos trabalhos em cam-po estão sendo realizados pela UFLA com a aplicação de selênio no arroz, no feijão, no milho e na soja, tanto na destinada à produção de óleo e farelo, quanto à alimen-tação humana. Outra pesquisa paralela com uma grande produtora de soja acontece em uma fazenda em Capão Bonito, no interior de São Paulo, e visa melhorar a qualidade nutricional da soja para exportação. Segun-do Luiz, as culturas que serão trabalhadas são escolhidas de acordo com o teor de proteína. “Quanto mais proteína, melhor será a absorção do selênio”, explica.

O especialista destaca que a biofortifi-

Biofortificação de feijão com selênio

Filip

e Aiu

ra N

amor

ato e

Luiz

Robe

rto G

uim

arãe

s Gui

lher

me

cação agronômica não é limitada a apenas um mineral. “Estamos testando a estraté-gia múltipla, com a utilização do selênio, zinco e iodo, em trabalhos desenvolvidos em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Os resultados foram positivos, já que um mineral não prejudicou o outro”, informa.

Os pesquisadores da UFLA também estão realizando um novo trabalho em parceria com a SelenoLife, empresa incu-bada na Universidade de São Paulo (USP), no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)/ Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (CIETEC). A SelenoLife desenvolveu novas moléculas contendo selênio e convidou os pesqui-sadores para avaliar se essas moléculas eventualmente teriam maior eficiência para levar o selênio até o grão. “Essas moléculas podem tornar a biofortificação agronômica mais eficiente”, destaca.

Mas, mesmo com bons resultados, Luiz Roberto enfatiza que a biofortificação agronômica não deve ser uma estratégia isolada e sim associada à biofortificação genética, que não funcionará se o solo tiver baixa quantidade de nutrientes. “Não adianta fazer seleção de plantas com mais nutrientes, se o solo é pobre”, explica.

Segundo ele, hoje a nutrição humana e animal é uma preocupação também dos pesquisadores da área agrícola e até mesmo de empresas do setor de fertili-zantes. “Tenho sido procurado por muitos especialistas na área de melhoramento de plantas que buscam informação sobre a biofortificação agronômica para tornar a cultura mais nutritiva. Antes a maior preocupação era com a quantidade da

produção e resistência às pragas e doen-ças”, ressalta. “As empresas que produzem fertilizantes estão começando a adotar estratégias que visem não somente uma melhor nutrição das plantas, mas também dos seres humanos”.

No Brasil, produtos com selênio ainda não são comercializados, diferentemente de outros países, como a China, que possui selênio até mesmo em uma bebida alcoó-lica produzida a partir da fermentação de grãos. Mas a intenção dos pesquisadores é que no futuro eles estejam ao alcance de toda a população. “Se conseguirmos que a estratégia de biofortificação agronômica com selênio passe a ser política pública, como o iodo é no sal de cozinha, conse-guiremos levar alimentos mais nutritivos para uma grande parte da população com custo razoável”, afirma.

O próximo objetivo dos pesquisadores da UFLA é iniciar experimentos com selênio em Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), e em plantas condimentares. “O selênio pode ser utilizado em muitas cul-turas. Temos até um projeto para adicionar selênio na cerveja, por meio do enriqueci-mento das leveduras”, adianta Luiz Roberto.

O Brasil já possui uma normativa para o uso do selênio em fertilizantes (Instrução Normativa Nº 39, de 8 de agosto de 2018 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Segundo o engenheiro agrônomo, o teor de mineral autorizado pela normativa é um pouco maior do que o utilizado na Finlândia. “O solo do Brasil tem capacidade de reter mais o selênio, por isso a dose nos fertilizantes é maior”, destaca.

Veja a normativa na íntegra no site da AEAARP

www.aeaarp.org.br

Page 22: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

22Revista Painel

Obra22Revista Painel

O estádio que virou arenaConheça o projeto que está transformando o Estádio Santa Cruz em Arena Eurobike

Nem só de futebol vive um estádio. Pelo menos, não nos tempos atuais. A construções

das arenas usadas na Copa de 2016, com todas as argumentações que justificavam suas dimensões faraônicas, pautaram no Brasil um novo conceito para o palco do maior espetáculo do esporte brasileiro, o futebol. No segundo semestre de 2018, Ribeirão Preto entrou na rota desses in-vestimentos e já em abril deste ano deve ser inaugurada a Arena Eurobike.

22

Trata-se da mais ambiciosa intervenção de engenharia civil em um campo de fu-tebol da cidade; no caso, o Estádio Santa Cruz, a casa do time do Botafogo. De acordo com o engenheiro Luís Antônio

Bagatin, responsável técnico pela obra, o investimento será de R$ 30 milhões e re-sultará na repaginação de um dos lados do estádio, aquele reconhecido pela torcida como “churrasqueira”.

Dani

ela A

ntun

es

O estádio em obras

Page 23: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

23AEAARP

A obra soma cinco mil metros quadrados de arquibancadas, camarotes e sanitários. Na área dos camarotes, que são objeto de negociação para aluguel, serão instalados estabelecimentos comerciais de alto pa-drão – lojas, restaurantes, bares etc.

A arquibancada com cadeiras cativas terá três pavimentos e todo o conjunto vai ampliar a capacidade do estádio de 30 mil para 42 mil pessoas sentadas. Foram instalados também novos sanitários, com torneiras e espelhos antivandalismo e acabamento de primeira linha. Na obra, são usados elementos pré-fabricados metálicos e de concreto.

O projeto é do engenheiro civil Walter Follador Júnior, que atuou como gerente de manutenção do estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).

Toda repaginação do estádio, explica o engenheiro Luís Antônio, integra um novo plano de gestão do lugar, que admitiu a transformação do clube em empresa e a cessão para a iniciativa privada. Além dos jogos de futebol, a Arena estará capacitada para receber grandes eventos, como shows.

O Estádio Santa Cruz foi inaugurado em 1958 e passou por algumas reformas no decorrer dessas seis décadas. Nenhuma dessa magnitude, garante Luís Antônio, que responde pela engenharia de segu-rança do estádio há 30 anos.

O estádio em obras

Dani

ela A

ntun

es

Page 24: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

24Revista Painel

XI - especificar, controlar e fiscalizar s istemas de proteção colet iva e equipamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os de proteção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e eficiência;

XII - opinar e participar da especificação para aquisição de substâncias e equipa-mentos cuja manipulação, armazenamen-to, transporte ou funcionamento possam apresentar riscos, acompanhando o controle do recebimento e da expedição;

XIII - elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de acidentes, promovendo a instalação de comissões e assessorando-lhes o funcionamento;

XIV - orientar o treinamento específico de Segurança do Trabalho e assessorar a elaboração de programas de treinamento geral, no que diz respeito à Segurança do Trabalho;

XV - acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da adoção de medi-das de segurança, quando a complexidade dos trabalhos a executar assim o exigir;

XVI - colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de funções, apontando os riscos decorrentes desses exercícios;

Art. 1º Discriminar as atividades e compe-tências profissionais do engenheiro de saúde e segurança e inserir o respectivo título na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional.

Art. 2º Compete ao engenheiro de saúde e segurança o desempenho das seguintes atividades:

I - supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços de Engenharia de Segurança do Trabalho;

II - estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de controle de risco, con-trole de poluição, higiene do trabalho, ergonomia, proteção contra incêndio e saneamento;

III - planejar e desenvolver a implantação de técnicas relativas a gerenciamento e controle de riscos;

IV - vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição a agentes agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais como poluentes atmosféricos, ruídos, calor,

radiação em geral e pressões anormais, caracterizando as atividades, operações e locais insalubres e perigosos;

V - analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo medidas preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, inclusive com res-peito a custo;

VI - propor políticas, programas, normas e regulamentos de Segurança do Trabalho, zelando pela sua observância;

VII - elaborar projetos de sistemas de segurança e assessorar a elaboração de projetos de obras, instalação e equipa-mentos, opinando do ponto de vista da Engenharia de Segurança;

VIII - estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus pon-tos de risco e projetando dispositivos de segurança;

IX - projetar sistemas de proteção contra incêndios, coordenar atividades de com-bate a incêndio e de salvamento e elaborar planos para emergência e catástrofes;

X - inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a segurança do Trabalho, delimitando áreas de periculosidade;

Desig

ned

by F

reep

ik

CREA-SP

Resolução nº 1.107, de 28 de novembro de 2018

24Revista Painel

Page 25: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

25AEAARP

XVII - propor medidas preventivas no campo da Segurança do Trabalho, em face do conhecimento da natureza e gravidade das lesões provenientes do acidente de trabalho, incluídas as doenças do trabalho;

XVIII - informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio de seus representantes, as condições que possam trazer danos a sua integridade e as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos e que deverão ser tomadas;

XIX – elaborar programa de condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção - PCMAT, previsto na NR-18;

XX – elaborar programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA, previsto na NR-09;

XXI - elaborar programa de conservação auditiva;

XXII – elaborar laudo de avaliação ergo-nômica, previsto na NR-17;

XXIII – elaborar programa de proteção respiratória, previsto na NR-06; e

XXIV – elaborar programa de prevenção da exposição ocupacional ao benzeno – PPEOB, previsto na NR-15.

Art. 3º As competências do engenheiro saúde e segurança são concedidas por esta resolução sem prejuízo dos direitos e prerro-gativas conferidos ao engenheiro, ao enge-nheiro agrônomo, ao geólogo ou engenheiro geólogo, ao geógrafo e ao meteorologista por meio de leis ou normativos específicos.

Art. 4º As atividades e competências prof iss ionais serão concedidas em conformidade com a formação acadêmica do egresso, possibilitadas outras que

sejam acrescidas na forma disposta em resolução específica.

Art. 5º O engenheiro de saúde e segurança integrará o grupo ou categoria Especial, modalidade Especial.

Parágrafo único. O respectivo título pro-fissional será inserido na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea con-forme disposto no caput deste artigo e da seguinte forma:

I - título masculino: Engenheiro de Saúde e Segurança;

II - título feminino: Engenheira de Saúde e Segurança; e

III - título abreviado: Eng. Saúde Seg.

Art. 6º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Page 26: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

26Revista Painel

Ana Maria Furtado Cardoso Arquiteta e urbanista

camila martins nogueira engenheira civil

José Rubens Pereira de Souza engenheiro civil

antônio carlos castro vieira Técnico em eletrotécnica

José Ricardo Benedeti Técnico em eletrotécnica

Maria Gabriela Pereira Macedo estudante de engenharia civil

Notas

Novos Associados

Confira os eventos já programados pela Associação para este ano.

Confira mensalmente os detalhes no Portal AEAARP e nas redes sociais.

Fevereiro15 Pré-carnaval 19 Movimento AgTech23 Plantio de árvores

Março07 Sarau das mulheres 16 AEAARP na praça (plantio de árvores)18, 19 e 20 Semana de Tecnologia da Construção

Abril05 Posse diretoria 16 Movimento Agtech

Maio09 Sarau Dia das Mães 20, 21 e 22 Semana de agronomia 28 AgTech Day

Junho03, 04 e 05 Semana do Meio Ambiente 14 Festa junina Junho

11 Sarau

Agosto19, 20 e 21 Semana de Arquitetura 23 Jantar dos Arquitetos

Setembro12 Sarau da Primavera 21 Almoço beneficente

Outubro05 Almoço dos Agrônomos 18 Oktoberfest21, 22 e 23 Semana de Engenharia

Novembro07 Sarau

Dezembro06 Festa de final de ano

Agenda AEAARP

A E A A R P

Desig

ned

by F

reep

ik

Page 27: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

AEAARP anuncio Painel - CURSOS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 12:40:00

Page 28: Ano XII nº 286 janeiro/ 2019 painel · Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick

AEAARP anuncio Painel - LOCAÇÃO

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019 15:17:31