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ANO 8 23 | 02 | 2015 ONLINE TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL I N F O R M A T I V O 359 Páginas 2 a 5 Vamos nessa? Se você está cansado de passar mais tempo do que gostaria trancado sozinho no trânsito, ou se está cansado de depender de um único meio de locomoção para ir ao trabalho, a solução pode estar mais próxima do que imagina. A partir de março, os integrantes da Justiça Estadual terão mais uma alternativa de deslocamento ao trabalho: o Caronetas – caronas inteligentes. Trata-se de um serviço que integra os funcionários de forma prática e segura, oferecendo-lhes mais opções de mobilidade. A Secretária de Câmara Anete Hilgemann (F) já aderiu à prática Sergio Trentini

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Page 1: ANO 823 | 02 | 2015 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO … · maior órgão público a ter uma comunidade fechada no Caronetas, Nigro presenciou um caso em que todos saíram do transporte

A N O 8 23 | 02 | 2015

ONLINETRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

I N F O R M A T I V O

359

Páginas 2 a 5

Vamos nessa?Se você está cansado de passar mais tempo do que gostaria trancado sozinho

no trânsito, ou se está cansado de depender de um único meio de locomoção para ir ao trabalho, a solução pode estar mais próxima do que imagina.

A partir de março, os integrantes da Justiça Estadual terão mais uma alternativa de deslocamento ao trabalho: o Caronetas – caronas inteligentes. Trata-se de um serviço que integra os funcionários de forma prática e segura, oferecendo-lhes mais opções de mobilidade. A Secretária de Câmara Anete Hilgemann (F) já aderiu à prática

Sergio Trentini

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A essa altura, você deve estar se perguntando: qual a diferença

entre utilizar o Caronetas e simplesmente compartilhar o carro com os colegas? Segun-do Marcio Nigro, criador do site Caronetas -Caronas Inteligentes, a diferença está na independência, o que permite com que se tenha uma carona garantida mesmo quando o seu colega sai de férias. “Com a criação de uma comunidade própria para o Poder Judiciário Gaúcho no sistema caronetas, será possível o compartilhamento de caro-nas, seja em veículo próprio, seja através de outras formas de locomoção, de forma segura”, declara o Desembargador Carlos Eduardo Richinitti, integrante da comissão do INOVAJUS e mentor da iniciativa.

Isso acontece porque tanto o “carone-teiro” (passageiro) quanto o “caronista” (motorista) podem cadastrar seus trajetos no site (www.caronetas.eco.br). A partir daí, o sistema cruza os dados do trajeto (como CEP e horário de saída) e disponibiliza para o usuário todas as opções disponíveis no momento, previamente cadastradas pelos “caroneteiros”.

“Acho que o importante é você não estar preso a ninguém. O Caronetas, como ferramenta, não te deixa comprometido com nenhum motorista, nem pra ir, nem pra voltar”, explica Nigro. Também é possível compartilhar um táxi ou até uma companhia

para ir de bicicleta. E o trajeto não precisa ser necessariamente da casa para o traba-lho; também pode ser da casa para uma reunião, de um ponto de encontro público para o trabalho, da reunião para um happy hour ou para o aeroporto, são inúmeras as possibilidades.

Moeda virtualÉ possível oferecer carona de forma

gratuita, mas o motorista que deseja dividir os investimentos em combustível e na manu-tenção de seu carro tem outra facilidade para colocar o seu preço: o sistema de milhagem que utiliza a moeda virtual caronetas.

Funciona da seguinte forma: o caronista abastece o sistema com créditos, assim como se faz com o Skype. O pagamento é feito por meio de cartão de crédito ou de boleto ban-cário. Assim, quando uma carona é efetuada, os créditos são automaticamente transferi-dos para a conta do motorista. Porém, o valor não pode ser revertido em espécie. Ao fim de um período, este motorista tem créditos que podem ser trocados por mercadorias, servi-ços, combustível, passagens, vale-presentes, ou então por um cartão Mastercard pré-pago.

A diferença dos os demais sistemas de milhagens é a facilidade na conversão dos valores, pois um caroneta equivale a R$1,00. “Não precisa passar por um sistema de milhagem em que você não sabe se duas mil milhas valem um chinelo havaianas ou

uma viagem para Curitiba. Você sabe que 100 caronetas compram o mesmo que R$ 100,00 compram”, explica Nigro. Dessa forma, se estimula a divisão de gastos entre os passageiros.

O preço médio do litro de gasolina em Porto Alegre, que costumava ser R$ 2,96, custa em média, R$ 3,29.Um litro de gasolina faz um carro rodar, em média, 8 km. Supondo que esta seja a extensão do trajeto que um funcionário faz de casa para o trabalho, ele percorre, num dia, 16 km. Dirigindo sozinho, gasta 2 litros de gasoli-na por dia que, multiplicados pelos 20 dias úteis, gera um gasto mensal de R$ 131,60. Ao longo de um ano, o motorista solitário gasta R$ 1.579,00. Caso decida dar carona para apenas uma pessoa, a economia anual já totaliza R$ 789,60 para cada um. Isso sem contar as demais despesas com manutenção, seguro e afins. “O usuário da carona fica mais confortável, o dono do carro divide custos. Estamos num momento propício para repensar o meio de transporte, agora que o preço do combustível subiu”, defende o criador do Caronetas.

Os usuários de transporte público, por sua vez, agora gastam R$ 3,25 por trajeto (valor da tarifa da Capital). Em um mês gastam R$ 130,00 que, em um ano, totalizam uma despesa de R$ 1.560,00. Quando estava na Cidade Administrativa de Minas Gerais, o

De carona em uma nova ideia

Por Jéssica Nakamura

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maior órgão público a ter uma comunidade fechada no Caronetas, Nigro presenciou um caso em que todos saíram do transporte público para ir de carro. Conseguiu uma carona com uma moça que não costumava ter carro antes de aderir ao sistema. Porém, embora tenha colocado mais um carro nas ruas, ela dava carona diariamente para qua-tro pessoas. Todas dividiam o combustível por igual, gastando R$ 2,50 por dia, menos do que quando pegavam ônibus. Além disso, viram-se livres das 2 horas de viagem no transporte público lotado.

Responsabilidade socioambiental“Do ponto de vista do ECOJUS, são

inúmeras as vantagens ambientais pro-porcionadas por este tipo de iniciativa”, comemora a Juíza de Direito Patricia An-tunes Laydner, coordenadora do Sistema de Gestão Ambiental do TJRS. “Além dos problemas causados à saúde humana (como bronquites, alergias ou até mesmo câncer), o excesso de poluentes no ar prejudica es-pécies e contribui para o chamado “efeito estufa”, com consequências nefastas para o equilíbrio do planeta”.

Em 2005, somente o setor de transportes no Brasil emitiu cerca de 134 mil toneladas de gás carbônico. Entre 1999 e 2005, as emissões aumentaram em 67% e, de 2005 a 2010, a frota dobrou. “Somam-se a isto a poluição sonora e o stress causado pelos congestionamentos e o resultado é uma evi-dente redução da qualidade de vida urbana”, alerta Laydner.

Grande parte das emissões de gases es-tufa advém do grande número de carros que circulam com apenas um motorista, o que, além de prejudicar a qualidade do ar, tam-bém aumenta o congestionamento das vias.

O objetivo do Caronetas é justamente promover o encontro das pessoas, para que se possa reduzir o número de veículos circu-lando. “Se 10% dos carros saírem das ruas, a gente volta a uma situação de trânsito de 10 anos atrás.”, afirma o engenheiro.

“A recente crise de falta de água que vive o Brasil bem mostra que não podemos conti-nuar com o modelo atual, sem se preocupar com as questões do meio ambiente, cada um se deslocando com seu carro para o traba-lho”, conclui o Desembargador Richinitti.

“Para o motorista, representa segurança e boa companhia. Para o passageiro, repre-senta conforto. E pra cidade representa um alívio no trânsito, e a cidade respira melhor”, defende Nigro.

Segurança e novas amizadesMuitas vezes, os motoristas oferecem

caronas gratuitas apenas pelo prazer – ou pela segurança de uma companhia. Anete Hilgemann, Secretária da 23ª Câmara Cível do TJRS, oferece carona desde que comprou seu primeiro carro. “Sempre procuro rostos conhecidos. Se encontrar algum, paro o carro, pergunto o destino e, se for parecido com o meu, levo junto o amigo”, conta.

Hilgemann diz que, antigamente, viajava muito sozinha, e sempre chegava ao destino com o carro cheio. “Foram muitas amizades novas e , como enfrentava à época um perí-odo difícil na minha vida, ouvi conselhos de pessoas estranhas que trago até hoje comigo.

Criador da ideia, Marcio Nigro é engenheiro Naval de escola Politécnica

da USP

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Sempre encontrei no meu caminho pessoas boas e olhei nos olhos de cada um que entrou no meu carro”.

Hilgemann acrescenta que “das caronas podem surgir novos amigos, resgate de antigas amizades e, acima de tudo, gratifica quem oferece o conforto do banco de um carro num dia de sol escaldante, de chuva ou mesmo frio intensos”.

O CaronetasO projeto começou como uma ideia

concebida no chuveiro pelo engenheiro naval Marcio Nigro. Vendo que ninguém havia tratado da questão da segurança da carona de uma forma corporativa numa comunidade fechada, Nigro criou, em 2009, uma comunidade online de caronas que, dois anos depois, tornou-se um site que promove a ligação entre as pessoas dentro de uma co-munidade, incentivando a prática de forma prática e segura, e diminuindo o número de carros circulando nas ruas.

Em 2012, ganhou um prêmio da Uni-versidade de Michigan (EUA), na categoria mobilidade urbana sustentável. Em 2013, entrou no ranking das 100 inovações para o próximo século, do Instituto Rockefeller. E, em 2014, conquistou um prêmio de mo-bilidade da IBM, em São Paulo.

Atualmente, o Caronetas está presente em quase todo o Brasil – só não há co-munidades nos estados de Sergipe, Ron-

dônia, Acre, Piauí, Roraima e Amapá -, ultrapassando a fronteira até Buenos Aires (Argentina).

Só no Rio Grande do Sul já são 26 comu-nidades cadastradas, das quais 19 em Porto Alegre e, em 2015, começará a funcionar no Judiciário.

Embora Nigro tenha vendido seu carro para dar o exemplo tornando-se cliente de seu próprio sistema, reforça que o objetivo não é fazer com que a pessoa se locomova exclusivamente por meio da carona. A ideia é que ela se torne um modal a mais, integrando-a com os demais meios de trans-porte. “Ela é parte de uma solução, mas não é toda a solução”, explica.

Segundo ele, “o diferencial do Caronetas é que você sabe quem está te dando a carona. Sabe em qual empresa e qual departamento a pessoa trabalha”, afirma.

Ele funciona com comunidades fecha-das e comunidades abertas. A comunidade do Tribunal de Justiça é uma comunidade fechada, que funciona somente entre pes-soas do Poder Judiciário, o que garante a segurança dos envolvidos.

Futuramente estuda-se a possibilidade de ampliar a comunidade convidando MP e Justiça Federal.

“A ideia de aderir ao site Caronetas vem ao encontro do que já vem sendo feito por várias grandes empresas e instituições no

Brasil, no sentido de oferecer aos seus cola-boradores uma forma fácil, segura e atrativa de compartilhar formas de deslocamento ao trabalho”, finaliza o Desembargador Richinitti.

“Estamos muito felizes de ter o TJRS como pioneiro, de estar investindo nessa ferramenta para que as pessoas realmente mudem de atitude, tenham experiências positivas e beneficiem a todos: não só quem tem carro, mas também o resto da cidade” destaca Nigro

“A iniciativa do Tribunal de Justiça de incentivar esse meio de transporte ‘cole-tivo’ é muito interessante, e acredito que realmente servirá de incentivo para que mais pessoas ofereçam caronas a colegas de trabalho e amigos” Anete Hilgemann também comemora.

Mais informações:

http://www.caronetas.com.br

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pratiqueeste

gesto!

divulgueestaideia!

Você sabia...... que os veículos automotores são responsáveis por mais de 1/3 da poluição atmosférica?... que a má qualidade do ar nas principais capitais do país provoca a morte prematura de 11,6 mil pessoas por ano?... que na hora do rush em São Paulo, a velocidade média dos veículos é de 9,7 km/h, apenas um pouco mais rápido que os pedestres que andam a 5 km/h?

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Lançamento Oficial

No dia 11/3 o serviço será lançado oficialmente no Poder Judiciário estadual. Servidores e

magistrados poderão saber mais sobre o Caronetas, participando de uma palestra e esclarecendo

dúvidas com o diretor da empresa, Marcio Nigro. A partir das 9h30min, no Plenário do Tribunal

de Justiça. O evento também será transmitido para todas as comarcas via Centro de Ensino a

Distância. À tarde, o convidado estará presente na sala do ECOJUS no 8º andar do TJRS, para

conversar com interessados

Em 2010, ECOJUS lançou projeto embrionário

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