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ANO 31 - Nº 1.629 - R$ 2 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 Páginas 10 e 11 “O Tempo Novo não deve ser aquele que iniciou em 1998” Páginas 6 e 7 Páginas 4 e 5 Brasileiros em outras seleções RÚSSIA 2018 ENTREVISTA: ANSELMO PEREIRA Professores da rede pública estadual lecionam em casa ou no hospital a alunos impedidos, pela saúde, de frequentar a escola Ambiente de trabalho reproduz preconceito e violência vivenciados na sociedade pela população LGBT Páginas 8 e 9 Páginas 8 e 9 DIVERSIDADE A LUTA CONTINUA A base se mexe ENQUANTO A BOLA ROLA NA COPA, JOSÉ ELITON E MARCONI PERILLO ARTICULAM PARA SEGURAR A UNIDADE DA BASE GOVERNISTA E ARMAM A ESTRUTURA E AS AÇÕES DE CAMPANHA, QUE GANHARÁ IMPULSO COM A CHEGADA DAS CONVENÇÕES. PARA O JOGO DE OUTUBRO, ELES JÁ ESTÃO EM CAMPO. Página 3 Quem os militares elegem LINHA DIRETA ESCOLA ESCOLA Onde o aluno estiver Mônica Salvador Mônica Salvador Divulgação Paulo José

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ANO 31 - Nº 1.629 - R$ 2GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 Páginas 10 e 11

“O Tempo Novo não deve ser aquele que iniciou em 1998”Páginas 6 e 7

Páginas 4 e 5

Brasileiros em outras seleções

RÚSSIA 2018ENTREVISTA: ANSELMO PEREIRA

Professores da rede pública estadual lecionam em casa ou no hospital a alunos impedidos, pela saúde, de frequentar a escola

Ambiente de trabalho reproduz preconceito e violência vivenciados na sociedade pela população LGBT Páginas 8 e 9

Páginas 8 e 9DIVERSIDADE

A LUTA CONTINUA

A base se mexeENQUANTO A BOLA ROLA NA COPA, JOSÉ ELITON E MARCONI PERILLO ARTICULAM PARA SEGURAR A UNIDADE DA BASE GOVERNISTA E ARMAM A ESTRUTURA E AS AÇÕES DE CAMPANHA, QUE GANHARÁ IMPULSO COM A CHEGADA DAS CONVENÇÕES. PARA O JOGO DE OUTUBRO, ELES JÁ ESTÃO EM CAMPO.

Página 3

Quem os militares elegem

LINHA DIRETA

E S C O L AE S C O L A

Onde o aluno estiver

Mônica Salvador Mônica Salvador

Divulgação

Paul

o Jo

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Celso TraccoHá exatos 60 anos, o Brasil ganhava sua pri-

meira Copa do Mundo, vencendo a Suécia, lá em Estocolmo, pelo placar de 5x2. Nelson Rodrigues, um célebre jornalista, dramaturgo e escritor, de-cretava que fi nalmente havíamos superado o complexo de “vira-lata”. Nelson era um crítico da-queles que julgavam que pela miscigenação, pelo calor dos trópicos, pela falta de disciplina natu-ral da nossa cultura social, o brasileiro não servia para nada. Na visão de Nelson, o brasileiro tinha uma baixa autoestima, um complexo de “vira-la-ta”. Assim a Seleção já saiu desacreditada, vencer na Europa, jamais. Nós brasileiros, já entrávamos perdendo. Como é que um “escravo” podia vencer o “patrão”? Bem, nesses 60 anos vencemos outras 4 Copas e somos, até agora, o maior vencedor no futebol mundial. Parece que deixamos de ser “vi-ra-latas”.

Mas em outro evento, muito mais importante, as eleições de outubro, já sabemos quem será o perdedor: o de sempre! O povo brasileiro. A frágil democracia brasileira vive seus piores momen-tos dos últimos 30 anos. Pelas últimas pesquisas mais de 30% dos eleitores estão indecisos, ou vo-tarão em branco/nulo. (Mais de 50% dos brasilei-ros dizem que não se mobilizarão para a Seleção, o desencanto é geral). Existem cerca de 15 pré-candidatos, muitos completamente desconhe-cidos para o povo. Mas ganhe quem ganhar, difi -cilmente poderá governar o país, pois o partido, provavelmente, não fará maioria no Congresso e

este, mesmo renovado, permanecerá fragmenta-do. Continuaremos com as negociatas de sempre tendo o presidente de comprar apoio. Com que dinheiro? Ora o de sempre, o chamado dinheiro público, aquele dos impostos, aquele que não vai para a educação, para a saúde, para a segurança, para a infraestrutura. Ou seja este povo, perde-dor, continuará a ser massacrado pelo infame sistema político brasileiro.

Quando é que nós, o povo, iremos vencer nosso complexo de vira-lata? Quando entende-remos que os políticos eleitos, devem servir ao povo e não se servir dele? Quando iremos enten-der que, numa democracia, a verdadeira auto-ridade emana do povo e não do político eleito? Devemos olhar com muita atenção para o nosso campeonato mais importante: o campeonato da cidadania consciente, onde o vencedor deve ser o cidadão que deve ter uma vida mais justa e participativa. Nosso sistema político não joga para o povo, portanto, cabe ao povo vencer seu complexo de vira-lata e mudar esse time corrup-to, anacrônico, inefi caz e despótico. Já passou da hora do povo brasileiro ven-cer, mas para isso, ele precisa aprender a jogar.

Celso Luiz Tracco é eco-nomista e autor do livro ‘Às Margens do Ipiranga - a esperança em sobreviver numa sociedade desigual’.

Susana Falchi

Corporações dão pouco valor ao fator huma-no em suas matrizes de risco. Ao recrutar exe-cutivos sem avaliar seu perfi l comportamental podem colocar em xeque sua existência. Essa, porém, é a tônica do mercado. Executivos sempre são contratados com base em seus currículos, enquanto que suas demissões devem-se, em 90% dos casos, a comportamento e não à falta de co-nhecimento. Isso perdura, mesmo quando o no-ticiário revela grandes corporações ameaçadas por atos escusos e ilegais de seus líderes.

A última pesquisa Perfi l Comportamental dos Executivos, elaborada pela HSD Consultoria em RH, demonstra um crescimento do núme-ro de executivos que exibem desvio de caráter. De 3.500 profi ssionais que ocupavam cargos de comando em médias e grandes corporações no país entre os anos de 2014 e 2017, 27% demons-tram considerável potencial para desvio de con-duta. A pesquisa anterior, de 2013, apontava que 20% de 5 mil avaliações identifi cavam esse perfi l.

A grande maioria dos processos de seleção e entrevistas estruturadas não possui metodolo-gias que identifi quem desvios de caráter/condu-ta, particularmente no caso de executivos. Esses normalmente apresentam alto nível de inteli-gência cognitiva, o que favorece a elaboração de meios para obterem o que almejam. A manipu-lação vem como decorrência desse processo, por exemplo, com o uso de demasiada simpatia para a conquista de objetivos pessoais no ambiente profi ssional.

No estudo, são considerados desvios compor-tamentais características como ambição desme-dida, confl itos de interesse em busca de ganhos pessoais, e condutas moral e ética. Dentre os atos praticados por executivos com desvio de caráter fi guram maquiagem de resultados, apropriação indébita de valores, manipulação de dados e pes-soas e outros que colocam a corporação em xe-que.

Algumas empresas relutam ao decidirem pelo desligamento, mesmo quando tais práticas já foram percebidas, com a justifi cativa de que esses profi ssionais trazem resultados para o ne-gócio. Ora, se há desvio de conduta comprovado, uma ação imediata e contundente deveria ser a ordem e não uma discussão. Até porque, com cer-teza, outras pessoas da organização sabem deste desvio de conduta. Desta forma, a mensagem que se transmite é que tudo é permitido, desde que se traga resultados.

Há um estímulo à impunidade. Por ocupar um cargo importante, alguns executivos acredi-tam que podem tudo e que não serão denuncia-dos. É um refl exo de problemas que a nossa so-ciedade tem. Muita gente acredita que o poder é um salvo-conduto para se fa-zer o que quiser. A sociedade, de certa forma, endossa isso.

Susana Falchi é vice-presi-dente da Orchestra Solu-ções Empresariais

CARTA AO LEITOR

Maria José Rodrigues já foi editora do caderno Escola. Foi editora também de Cultura. Tem uma longa (e não velha) experiência em Jornalismo. E anda toda foca, como repórter do Escola. Foca, na velha (e longa) linguagem do Jornalismo, quer dizer repórter inexperiente, que está aprendendo. Normalmente, este, ou melhor, esta repórter, é a mais animada, a mais agitada, a mais entusiasmada da redação, como a Zezé anda, porque ao vigor natural da juventude se soma a avidez de quem está louco para aprender tudo logo.

Nesta edição, Zezé assina uma emocionante reportagem. Conta a história de Nicole. E de Murilo. E de muito mais gente envolvida em uma história à parte: a de alunos da rede pública estadual que não conseguem frequentar regularmente as aulas e, por isso, precisam de atendimento educacional domiciliar. Desde a pauta, que é a ideia da reportagem, Zezé já estava entusiasmada. E mais se mostrou no momento em que conseguiu colocar um ponto fi nal nela e queria ouvir a opinião dos colegas de redação. Muito preocupada, sem saber se tinha feito algo bom. Coisa de foca, evidente: sofrer por antecipação. Se bem que, sofrimento com texto… Falemos disso outra hora.

Chamo a atenção para uma parte do depoimento da Zezé que acompanha a reportagem. “Cheguei à conclusão de que, por mais que eu me esforçasse, realmente não estaria fazendo jus ao que mais se parece a um roteiro de fi lme, onde o amor se mostra belo, verdadeiro, forte e inabalável e a união, companheirismo, reciprocidade, fé, perseverança, coragem, determinação e superação são os principais ingredientes”, confessa Zezé, sobre o processo que viveu. Sobre a vida que lhe aconteceu. E aí, posso dizer, já não é mais a foca falando. É a sábia Zezé. A Zezé que, de tão poeta na vida, é toda feita de poesia na profi ssão.

Entrei na Tribuna dois meses depois dela, em 1994. Gosto da ideia de que somos inseparáveis. Isso me honra.

Vassil Oliveira, editor

Lição dos fatos

Fiquei triste”

ao ser xingado por Neymar por praticar Fair Play contra a Costa Rica

Thiago Silva, zagueiro da Seleção

sFrase daemana

ARTIGO

ARTIGO

A Copa do Mundo, eleições e o vira-latismo de Nelson Rodrigues

Executivos que põem empresas em risco

Editado e impresso por Rede de Notícia Planalto Ltda-ME - WSC Barbosa Jornalismo - ME

Fundador e Diretor-Presidente Sebastião Barbosa da Silva [email protected]

Diretor de Produção Cleyton Ataídes Barbosa [email protected]

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Repórteres Fabiola [email protected]

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Fundado em 7 de julho de 1986

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GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br2

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PitoO deputado Simeyzon Silveira (PSD) soltou os cachorros contra os deputados do PSDB em sessão da última semana na Assembleia. Disse que a base não votaria nenhum projeto da governadoria sem a presença deles nas sessões.

PreferidosEle complementou dizendo que o governo sempre tratou os deputados tucanos como “mais deputados” do que o restante da base aliada. Chegou a chamá-los de ‘superdeputados’ do PSDB. O clima, claro, fi cou ruim entre os parlamentares.

ChateadosA insatisfação de Simeyzon é a mesma dos deputados pertencentes a outros partidos da base que não do PSDB. Motivo? O governo empenhou de forma total as emendas de parlamentares tucanos e não fez o mesmo com parlamentares do restante da base.

AppO governo estadual lança nesta segunda-feira, 25, o aplicativo Goiás Mais Seguro. Ele disponibiliza o telefone da viatura mais próxima, registra denúncias anônimas, permite o registro de ocorrências que envolva PM e Bombeiros.

AnápolisO deputado federal Rubens Otoni (PT) acredita que seu maior adversário por votos em Anápolis deverá ser seu colega de bancada, Jovair Arantes (PTB). É que o petebista contará com todo o apoio do prefeito Roberto Naves (PTB).

EmpolgaçãoPré-candidato ao Senado pelo PT, o deputado estadual Luis Cesar Bueno tem demonstrado grande animação com os números das pesquisas em Goiás.

Largada É que a pré-candidata ao governo pelo partido, Kátia Maria, já largou com quase 4% da preferência do eleitorado. Bem próximo de outros candidatos.

DecisãoOutro motivo de empolgação por parte dos petistas foi a absolvição da senadora Gleisi Hoffman e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.

PresidênciaA absolvição pode indicar, de acordo com petistas, que as delações que levaram Lula para a cadeia também podem ser invalidadas pelo STF no futuro.

Férias O Sesc já defi niu seu calendário de férias para as próximas semanas. O Sesc Férias irá ocorrer nas unidades Anápolis, Faiçalville, Jataí e Universitário.

Capital e interiorPode participar dependentes de trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, conveniados e usuários. O início é em julho.

CronologiaUm projeto de lei de autoria

do deputado Simeyzon Silveira (PSD), que está sendo relatado pelo deputado Francisco Jr. (PSD) na CCJ da Assembleia, deverá regulamentar, por parte do Executivo, o pagamento de obras de forma cronológica.

Cronologia IIO projeto surgiu após

reivindicação por parte dos prestadores de serviço do governo, que notaram incongruências por parte da administração estadual no pagamento dos serviços prestados. Não há organização cronológica, segundo eles.

Cronologia IIIAmbos deputados vêm

realizando audiências públicas com empresários para adicionar mudanças necessárias no projeto. O sinal verde por parte do governador José Eliton (PSDB) já foi dado. O tucano afi rmou apoiar a ação dos parlamentares.

Tenente-coronel Caixeta, ao Senado; coronel Alessandri da Rocha, para deputado federal; e Major Araújo (PRP), para deputado estadual. Estes foram os nomes apontados como favoritos pelos eleitores militares dentre os pré-candidatos que pretendem concorrer a um cargo eletivo neste ano, tanto pela Polícia Militar quanto pelo Bombeiro Militar. A escolha foi realizada por meio de enquete espontânea e estimulada realizada em consenso entre dez associações que representam militares em Goiás. Dos três, dois – Alessandri e Araújo – estão publicamente ligados ao senador Ronaldo Caiado (DEM). O pré-candidato governista mais bem colocado é o ex-superintendente da Segov Coronel Adailton (PP), que concorrerá a uma cadeira na Assembleia e aparece em terceiro, atrás do comandante-geral dos Bombeiros, coronel Carlos Helbingen Jr, que fi cou em segundo. Dos nomes apontados como favoritos, apenas o deputado estadual Major Araújo é, de fato, pré-candidato, pois tentará reeleição. A enquete, chamada de Fórum Integrado das Entidades que representam os Militares e Pensionistas em Goiás, foi aberta tanto para pré-candidatos civis quanto militares e foi realizada entre 1º e 15 de julho.

Oposição preferida por militares

s

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mídiasociais

O ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à presidência da República pelo MDB, Henrique Meireles (foto), está na mira do senador Romero Jucá (MDB). É que depois de confi rmar em duas oportunidades o nome do goiano como pré-candidato da sigla, ele agora intensifi cou as conversas com o PSDB de Geraldo Alckmin. Detalhe: Jucá também ainda não descartou o nome do ministro Nelson Jobim como candidato do MDB. É que Meireles, assim como Alckmin, ainda não decolou nas pesquisas...

Na mira de Jucá

Foi uma vitória da democracia”

Comentando a decisão do STF em absolver a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-

ministro Paulo Bernardo

LULA, EX-PRESIDENTE

Mais

Coronel Adailton (PP), que sempre foi considerado a voz e os ouvidos do ex-governador Marconi Perillo nos encontros políticos, concorre a uma cadeira na Assembleia incentivado pelo tucano. Ele foi secre-tário-chefe da Casa Militar durante quatro anos.

Tanto o tenente-coronel Caixeta quanto o coronel Alessandri não estão fi liados a nenhum partido, pois ainda estão na ativa dentro da Polícia Mili-tar. Embora desfi liados, a lei eleitoral prevê que os mesmos podem se candidatar.

Desfi liados

Ouvidos

PRTBEx-prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (foto), que deixou o PDT e se fi liou ao PRTB neste ano, pretende concorrer a uma cadeira na Assem-bleia Legislativa. Ele já foi deputado estadual por três mandatos antes de se eleger prefeito.

Além de Misael, o partido ainda deverá ter mais nomes na disputa pela Assembleia, como Charles Bento, que tentará a reeleição. O presidente do partido e ex-presidente da Comurg, Denes Pereira, no entanto, não concorrerá.

Outros apontados na enquete com boa escolha foram os sargentos Denise e Alison Maia. Alison, que é fi liado ao DEM, foi candidato a prefeito de Caldas Novas nas eleições de 2016. Foi derrotado pelo atual prefeito, Evandro Magal (PP).

Mais nomesdLinhaFagner Pinho - [email protected]

ireta

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A base se movimentaELEIÇÕES 2018

4 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Vassil Oliveira

Parada, a máquina polí-tica do governo se des-gasta. Adormecida, en-

ferruja. Fazê-la andar em ano de eleição, eis tarefa nada fácil quando ela está, além de para-da e adormecida, acomodada na direção, na cúpula, no topo da bonomia do poder. Como se trata de um gigante, e um ve-lho gigante de 20 anos, mexer um dedo custa. Sacudir a poei-ra, torna-se quase um parto.

Nos últimos dias, a base me-xeu o dedo. Acordou. Foi acor-dada. A tempo? Ainda com o ex Marconi Perillo viajando ao exterior, o governador José Eli-ton já tinha indicado o plano. À rádio Sagres 730, ele disse que Marconi seria o coordenador de sua campanha à reeleição, que vale, por extensão, a campanha dele ao Senado e a manutenção do seu ‘tempo novo’ no poder, depois de duas décadas coman-dando geral. A pré-campanha, então, estava devagar, quase pa-rando. Com a volta de Marconi, a realidade é outra.

Marconi tem feito o básico: trabalhar para juntar a base aliada, abalada por desgastes internos e uma conjuntura de mudanças nos grupos em volta e em busca do poder. Ele este-ve com Vilmar Rocha (PSD), fez gestos ao PP de Alexandre Baldy (vice ou suplência), e tenta equi-librar a disputa entre o PTB de Jovair Arantes, que acena com Demóstenes Torres para o Se-nado, e o PSB da senadora Lúcia Vânia, que quer a reeleição. A decisão está tomada, segundo aliados do governo: Lúcia Vânia será a companheira de chapa de Marconi. Falta combinar com Jo-vair, o que está em curso.

Semana passada, José Eliton deu um xeque em Vilmar. Os dois se estranham há tempos. Vilmar advoga a tese de renovação de nomes para o governo na base, o que não rima com Eliton. Du-rante encontro organizado pelo deputado federal Thiago Peixoto (PSD), que parece sonhar em ser vice, o governador elogiou o pre-sidente da legenda e disse que vai buscar o diálogo até o último minuto. Falou para os fi liados de Vilmar, que respondeu como quem forma o golpe, em vez de buscar a conciliação.

“Já disse que vou ouvir o par-tido democraticamente, mas ainda tenho a opinião de que, para vivermos a eleição, nós tí-nhamos que ter um candidato a governador com um perfi l de re-

MARCONI PERILLO E JOSÉ ELITON ARRUMAM A CASA NO GOVERNO, ORGANIZAM ESTRUTURA DE CAMPANHA E NEGOCIAM COM ALIADOS. DEPOIS DA COPA, O JOGO SERÁ PESADO

Números apontam que eleitor quer manutenção dos programas sociais

novação, que não seja do gover-no, que seja da sociedade. Tenho uma convicção de que o melhor para a base seria um processo de renovação interna”, disse Vil-mar. Nestes termos, o governa-dor mostra disposição para o entendimento, e recebe um pé atrás como resposta, o que faz pesar mais sobre os ombros de Vilmar a desconfi ança de que seu posicionamento tem, na ver-dade, motivação apenas pessoal. É, pelo menos, a mensagem que fi ca (ou que é propagada) para a base e o PSD em particular, onde os deputados já estão defi nidos por José Eliton.

No equilíbrio das contas está, sempre, Marconi Perillo, como promotor e como fi ador das alianças. Enquanto isso, ou-

Com a volta do governador Marconi Perillo o processo de reunifi cação da base em torno de José Eliton foi reiniciado

tras ações são postas em campo. A estruturação da campanha já vai longe. Há equipes formadas para marketing, plano de gover-no e para o atacado e o varejo da política, e que já se encontram em foco conjunto. Um exemplo elementar: lideranças de todos os municípios estão criando grupos de WhatsApp com pega-da local, municipal, para muni-ciar aliados com informações positivas sobre o governo e ma-terial profi ssional de pré-cam-panha. É o início da mobilização para a corrida até as convenções que começa, de fato, depois da Copa da Rússia.

A Copa é o divisor. A avalia-ção interna é que o espaço agora é para negociações, articulação e organização. Movimentação mesmo, o jogo bruto, virá depois, quando a militância e o público que gira em torno da política es-tarão mais propensos a entrar em campo para o jogo eleitoral. Entenda-se por jogo bruto a in-vestida na atração de partidos hoje com Caiado e Daniel; a con-vocação dos aliados para o cam-po aberto da disputa, com for-mação de grupos de campanha para rodar o Estado; a separação, na estrutura de poder, dos que estão juntos e dos que querem seguir com outra candidatura. Nesse sentido.

Animou bastante os gover-nistas uma pesquisa recente do Instituto Real Time Big Data/TV Record. Ela mostrou, em linhas gerais, que apesar da aprovação baixa do governo, pontualmen-te a administração é bem avalia-da. Dizem os números: 73% en-tendem que obras e programas atuais devem continuar. Mais especifi camente: 91% dos entre-vistados avaliam que o próximo governador deve dar continui-dade aos atuais programas so-ciais, como Bolsa Universitária, Cheque Moradia, Renda Cidadã e Passe Livre Estudantil. E 59% aprovam as Organizações So-ciais (OS), motivo de crítica dos adversários. Em resumo: se os 20 anos pesam como fator ne-gativo em virtude do desgaste e da fadiga do poder, eles também carregam o discurso e as armas que podem reverter a situação.

Marconi tem passado pre-ocupação a aliados, que rever-teram isso em conversas de bastidores. Esta será, acreditam, a sua campanha mais difícil. Basicamente plebiscitária - colo-cando em julgamento popular o seu legado -, estará em questão também o seu futuro. Consegui-rá chegar ao Senado? Com que votação? Fará o sucessor ou terá de enfrentar um inimigo no go-verno, com força para descons-

truí-lo? Refl exo disso está na reação silenciosa dos próprios aliados: ao mesmo tempo que o reconhecem como único capaz de unir a base e puxar a campa-nha rumo à vitória, calculam - e até torcem - que, para ele, o me-lhor seria mesmo concorrer a uma vaga de deputado federal. O risco de derrota, admitem, se-ria bem menor. E se avaliam as-sim, é porque trabalham para o melhor, porém acreditam que o pior tem tudo para acontecer.

José Eliton faz sua parte go-vernando. No exercício do co-mando da máquina do governo, procura manter agenda posi-tiva, ao mesmo tempo em que tenta transmitir confi ança aos seus aliados - principalmente os do interior -, que é combustí-vel para a perspectiva de poder, essencial em uma eleição. Na se-mana passada, fez barulho com o lançamento da Faculdade do Esporte Eseff ego. Realização de governo, plataforma de campa-nha. O maior desafi o, de todo modo, continua a ser a manu-tenção da engrenagem pública: pagamento em dia, obras em an-damento, programas sem inter-rupção. Entra nessa conta, por exemplo, a garantia de que não faltará água para a população este ano. Porque, se faltar, o des-gaste eleitoral é líquido e certo.

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5 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Weslei Garcia e Edson Braz trabalham sem estrutura para criar palanque para presidenciáveis de suas siglas

Kátia Maria na disputa e em alguns cenários aparece empatada tecnicamente com Daniel Vilela

José Eliton e Ronaldo Caiado centram fogo cruzado entre ambos. Caiado é mirado por estar na liderança;

Eliton é mirado por ser o governador

Na estratégia de confronto, José Eliton centra fogo públi-co em Ronaldo Caiado DEM) e, nos bastidores, em Daniel Vile-la (MDB). De forma pragmática, busca a polarização com o líder nas pesquisas. Jogo que, por sua vez, interessa a Caiado, que tem no governo o seu contraponto, a razão de ser do seu discurso de oposição.

Caiado, ao mesmo tempo, evi-ta movimentos bruscos. Quanto menos campanha agora, melhor para ele, que pode se concentrar no avanço pelo interior e na con-solidação de seu maior capital no momento: a perspectiva real de poder. Ele também economiza fôlego para o período das con-venções partidárias, quando ine-vitavelmente sofrerá cerco mais forte do governo, interessado em esvaziar seu leque de apoios, hoje em mais de dez legendas.

Daniel Vilela é quem corre atrás. É visível a sua mudança de estratégia: está mais duro contra o governo de José Eliton, e mais di-reto no ataque a Ronaldo Caiado. O cerne de seus discurso: Caiado e Eliton são ‘farinha do mesmo saco’, já que foi o DEM quem in-dicou Eliton como vice oito anos atrás, quando ambos integravam o mesmo grupo que há duas dé-cadas governa Goiás. Daniel corre atrás ainda pata melhorar nas pesquisas. Agora, além da cobran-ça por não rivalizar com Eliton e Caiado, ele tem que lidar com ou-tro fator que pesa negativamente para seu projeto: o empate técni-co com a candidata do PT, Katia Maria.

Katia Maria, Weslei Garcia (PSOL) e Edson Braz (Rede), sem a estrutura dos candidatos há mais de ano em campanha, buscam se fi rmar. A petista lançou projeto

É consenso desde o ano passado, inclusive na opo-sição, que José Eliton vai crescer. A máquina do governo sempre carrega o seu candidato. Isso se confi rmando, o provável é alguém da oposição sobrar. Não à toa Ronal-do Caiado decidiu deixar de lado Daniel, empacado nas pesquisas, para se segurar no alto. Não à toa José Eliton prefere polarizar com Caiado: seus estrategistas calcu-lam que as chances de puxar para seu lado os apoiado-res de Daniel Vilela em um eventual 2º turno são maiores do que as de atrair caiadistas derrotados, que tenderiam para Daniel.

A tese de que Caiado tem um teto está por se con-fi rmar. Por ora, o que há é um Caiado se mantendo no topo. Isso é positivo, e não negativo. A dúvida se ele vai se manter lá é do mesmo tamanho das outras: se Zé Eliton vai crescer além do chão dos candidatos de governo (o sufi ciente pra ganhar), e se Daniel vai conseguir chegar ao nível histórico dos nomes do MDB.

Caiado não vai cair pela força do pensamento. José Eliton não vai subir pela fé. Da mesma forma, Daniel nem crescerá porque o MDB é grande, nem desaparecerá por-que o MDB não o quer. O que Daniel não conseguiu foi o que Eliton já alcançou: fazer a sua máquina eleitoral acordar. O MDB de base – muito além do dissidente – está parado, inerte, adormecido. Assume Daniel ou abraça Caiado? Eis a questão nos rincões. Essa máquina, se me-xer um dedo a favor de Daniel, a história muda. Vai mexer? A tempo? Para seu lado mesmo? Daniel não está fora do jogo; mas também ainda não está dentro.

O PT está no jogo. Pra valer.

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Regras do jogo

Como andam as campanhas

de governo, está melhorando nas pesquisas, e prepara movimento de base para se fortalecer, apro-veitando o fato de o partido estar estabelecido em praticamente todos os municípios goianos. É

a mais animada de todos. Vale um registro: a pré-campanha de Weslei Garcia nas redes sociais. Ele conta história. A sua história, enquanto discute temas de inte-resse da nossa história.

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“O Tempo Novo não deve ser aquele que iniciou em 1998”

Tribuna do Planalto Como o senhor analisa o cenário eleitoral até o presente momento, levando em consideração as principais pré-candidaturas colocadas até o momento?

Anselmo PereiraAinda estão se formatando. O que

eu acredito é que a pré-campanha para aqueles que atentaram com a lei já deveria estar a todo vapor. Muitas ações poderão ser feito na pré-campa-nha. Ao meu entender deveria estar bem mais próximo do eleitor que vai decidir o pleito.

De que forma?A forma é visitar os segmentos or-

ganizados, mostrar um pré-plano de governo daquilo que vai melhorar para o Estado de Goiás, mesmo exis-tindo a crise moral e econômica no país, sempre a tempo de você resgatar os compromissos com a população. Deixar para o último tempo é como deixamos na copa passada e levamos de 7 a 1 ou foi 6 a 1.

7 a 1...7 a 1. É isso que vai acontecer com

os políticos que não atentaram ainda para um processo eleitoral que modi-ficou; Eu já me submeti uma eleição de 45 dias. Os deputados estaduais e federais, senadores e governadores vão agora se submeter a uma nova legislação eleitoral surpreendente,

Samuel Straioto, especial para a Tribuna do Planalto

Vereador por nove mandatos, Anselmo Pereira é uma das principais lideranças do PSDB em Goiânia. O parlamentar avalia, nesta entrevista concedida à Tribuna do Planalto, que deve

haver uma renovação dentro do chamado Tempo Novo, que chegou ao poder no Estado de Goiás em 1998. Além disso, o veterano tucano ainda analisa a construção da base do prefeito Iris Rezende (MDB) na Câmara Municipal e o início das articulações visando à eleição da Mesa Diretora do Legislativo goianiense.

[O Tempo Novo deve] se

atualizar, verifi car as necessidades do povo, verifi car onde está o estrangulamento das ações e políticas administrativas, verifi car qual a preferência do anseio de resolver o problema da sociedade goiana”

VereadorPAnselmo

ereira

onde o tempo de comunicação oficial com eleitor será exíguo, menos de 40 dias para que ele possa convencer; Agora, se tem a possibilidade de você se aproximar da população na pré-campanha, é o que eu entendo que deva ser feito; Os quatro nomes mais importantes tem seus projetos, al-guns sociais, outros mais administra-tivas, outros mais contundentes, ou-tros querem ser mais revolucionários. É preciso que toda essa matéria seja colocada em dia na pré-campanha para você ouvir o que o eleitor pensa e dar tempo de você se reprogramar, falar a língua e o pensamento do elei-tor, sob pena de você ficar em terceiro ou quarto plano.

Agora nesse aspecto, o sr. como integrante do PSDB, como é que a base deve se comportar nesse período tão curto de campanha que o sr. citou, o atual governo está aí desde 1998. Como fazer um convencimento ao eleitor?

Muito fácil. Primeiro, nós já temos o nosso candidato. Tem partidos, seg-mentos que estão aí se digladiando com nomes de candidatos. Quem é quem? Quem apoia quem? Nós não temos mais problemas. Nós já temos o nosso candidato. Já temos o per-fil dele, já temos a experiência dele e você acabou de dizer, temos uma herança de 20 anos e precisa ser ad-ministrada bem, porque no mundo político o tempo também desgasta, o tempo precisa modificado, pensa bem você, se eu fosse o vereador de 1976, quando saí candidato. Eu sou verea-dor do século XXI. Eu fui vereador no século passado, quase na metade do século e continuo vereador porque fiz e faço exercício de como representar o meu eleitorado, é o que o nosso go-vernador está querendo e vai ter que fazer. Primeiro vai ter que buscar as alianças, segundo levar a mensagem para o eleitor que quer ouvir do nosso governador José Éliton qual é a me-lhor proposta de aperfeiçoamento do governo que ele representa e que está aí há 20 anos, que não deve ser o mes-mo tipo do governo. O Tempo Novo não deve ser aquele que iniciou em 1998, com o menino da camisa azul, mas sim aperfeiçoado para os tempos modernos.

De que forma, o Tempo Novo deve ser o Tempo Novo?

Se atualizar, verificar as necessi-dades do povo, verificar onde está o estrangulamento das ações e políti-cas administrativas, verificar qual a preferência do anseio de resolver o problema da sociedade goiana. Eu cito um que está na cara: Segurança. Segurança precisa ser atacada. Hoje a morte de alguém é tão banalizada que você deleta a notícia do telefone e

desliga e não quer mais saber, porque mata-se todo dia, mata-se a toda hora, esse direito de ir e vir no Estado de Goiás precisa ser assegurado, precisa ser legitimado. Segundo, o problema da Educação, em que nós precisamos fazer um modelo diferente, começan-do a educar as nossas crianças desde a época que ela tem o desenvolvimen-to da sua capacidade motora para que ela venha com uma nova concepção de cidadania. Esse é o tipo que a he-rança de 20 anos do Tempo Novo pre-cisa se adaptar ao momento histórico do pleito eleitoral. Não tentem fazer a mesma coisa de quando criou o Tem-po Novo, tentem fazer o Tempo Novo se fazer presente, na modernidade das reivindicações dos cidadãos que querem Segurança, Educação e jamais deixar de ser atendido pela Saúde Pública. O nosso governo tem feito exercício na Saúde Pública, tem mos-trado em alguns aspectos, excelência no atendimento principalmente de doenças consideradas as mais perma-nentes e as mais sérias. Ao meu enten-der, agora é preciso atacar a questão ambulatorial no Estado de Goiás.

Acabar com a “ambulâncioterapia”?

Acabar com esse negócio que den-tro de uma ambulância eu resolvo o problema do cidadão. Eu acabo com um problema é colocando um hospi-tal lá perto de Santa Cruz, de Palmelo, de Pires do Rio, eu resolvo é com outro hospital funcionando bem na região de Uruaçu, eu resolvo é com outro na região de Itumbiara. Nós temos que descentralizar o atendimento na área da Saúde, da Educação e da Seguran-ça. Isso vai ser a chave do sucesso de quem quiser ganhar eleição para o governo do Estado de Goiás.

Como Goiânia como vai se comportar nesse cenário eleitoral?

Goiânia tem algumas forças que são latentes. Primeiro, a Prefeitura de Goiânia. Se a Prefeitura for bem

6 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br Entrevista

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As articulações para

presidência da Câmara de Goiânia vão ocorrer após o sufrágio da eleição de governo, aí as forças sempre atuam em todas as direções. Essas forças também atuam na formatação da eleição da Mesa Diretora da Câmara”

Nas últimas eleições a base governista vem sofrendo derrotas aqui na capital. Este cenário será semelhante ou igual?

Não. O cenário em Goiânia sempre foi um. Eu nunca senti que meu go-verno tivesse muito interesse de ga-nhar a eleição em Goiânia. Até porque eu era o presidente da Câmara, eu es-tava com um dos maiores programas de ação social em Goiânia, a Câmara Itinerante. Fizemos um excelente go-verno, nove mandatos, eu fui preteri-do por um candidato novo que tinha apenas 9 meses de mandato. Então o meu partido nunca quis durante as últimas quatro eleições ganhar a Pre-feitura de Goiânia. Pode ser que daqui para frente crie juízo.

O prefeito Iris Rezende recentemente fez uma reunião com 21 vereadores, ele fi nalmente vai conseguir construir uma base aqui na Câmara?

O prefeito tal qual alguns políticos de Goiás, ele e Marconi e talvez mais uns 3 ou 4 são os maiores detentores de mandatos em Goiás, isso significa experiência. Iris Rezende vai fazer 60 anos (de vida pública) agora em se-tembro, não é possível que ele esteja errando. Ao reunir os 21 vereadores ele vai querer trazer para a base mais três vereadores para fazer 24 e é o quórum necessário para aprovar ma-térias de alto interesse do Município.

Por exemplo, emendas à Lei Orgânica do Município?

Nenhuma emenda à Lei Orgânica do Município pode ter quórum quali-ficado com menos de 24 votos, acredi-to que com a experiência que já notou e com a Câmara sendo sua parceira para administrar Goiânia, com uma independência fantástica do Poder Legislativo após a Constituição de 88, os legisladores entenderam que são altamente poderosos e competentes e daí a necessidade de fazer as parce-rias funcionarem.

Mas não demorou o prefeito defi nir um líder e construir uma base na Câmara? O prefeito, por exemplo, teve mais recentemente um arquivamento de projeto do IPSM na CCJ...

Sim demorou. Eu disse a você em outras ocasiões que nos meus anos de mandato eu nunca vi passar um ano sem ter um líder do prefeito, mas cada um tem o seu estilo de se administrar. Cada um tem o seu estilo, mas há sem-pre tempo de se conversar. A política é a arte da conversação, é nessa conver-sação, no diálogo é que você vai con-quistando e afunilando os interesses políticos administrativos para o bem do eleitor e não para o bem de quem administra.

O sr. é um político experiente, tem um bom trânsito na prefeitura e no governo. Anselmo Pereira é base ou é oposição?

Eu já disse que eu sou uma base ra-cional. O que é base racional? É aque-la que quando chega uma matéria do Executivo, eu leio e só voto se for bom

para o povo. Não vou votar porque sou amigo deste ou daquele administra-dor, sou afinado com ele. O meu pa-trão é o povo de Goiânia. Eu tenho que responder ao povo de Goiânia. Eu já devolvi projetos, já arquivei projetos do Executivo e já trabalhei para que projetos do Executivo fossem aprova-dos, porque talvez a interpretação do eleitor em determinado momento é equivocada, lá na frente os eleitores vão dizer que eu tinha razão, porque eu sei dos meandros do que a lei esta-va propondo. Vou continuar dizendo que sou base racional, é aquele que não quer que quanto pior melhor, eu

estou me contrapondo a este tipo de comportamento.

Porque o sr. mesmo com tanta experiência como vereador, não se candidata a outro cargo?

Meu patrão é o eleitor de Goiâ-nia. Quando eu saí para deputado estadual e fiquei de suplente eu tive 90% dos votos em Goiânia e 10% no interior, o recado foi dado. Eu preferi renunciar ao mandato de deputado e voltar ao município porque o meu patrão que diz “estou te elegendo e é para você ficar em Goiânia”. Eu fui pré candidato a prefeito de Goiânia, fiquei prefeito por 16 dias, acredito que fiz uma boa administração como prefeito, a maior parte das boas leis que estão tramitando aqui nesta Casa (Na Câmara Municipal) são da minha época enquanto prefeito, como o Có-digo de Defesa do Contribuinte, a Lei Ambiental também fui eu que man-dei e assim uma série de ações que nós fizemos quando ainda prefeito; Vou insistir nessa tese de mudar, sim, mas desde que esteja dentro dessa concepção de Goiânia. Já lhe adianto aqui para a nossa querida Tribuna do Planalto que eu conheço há mais de 25 anos com jornalistas sérios que faz um resumo daquilo que acontece que não sou candidato a deputado. A minha vida até agora é no município de Goiânia e é por isso é que eu penso na Prefeitura de Goiânia, eu penso na Câmara, eu penso na Presidência, eu penso em vereador.

O sr. pensa na Presidência da Câmara?

Todo mundo pensa, todo mundo pensa. Mas isso não significa que eu queira novamente, já fui o presidente da Câmara.

Como o sr. vê essas articulações que ocorrem neste momento? A gente já vê um desenho?

Não, não. Estão muito paradas. As articulações para presidência da Câ-mara de Goiânia vão ocorrer após o sufrágio da eleição de governo, aí as forças sempre atuam em todas as di-reções. Essas forças também atuam na formatação da eleição da Mesa Di-retora da Câmara.

Qual é a tendência desse desenho, qual deve ser a caída da mesa? A prefeitura pode conseguir colocar o nome aqui na presidente da Câmara como foi o caso de Andrey Azeredo ou a oposição leva dessa vez?

Não é questão de oposição, mas sim de grupos de vereadores que pen-sam iguais. Aqui a gente quase nunca elegeu um vereador que saiu do colete do bolso do prefeito, é porque deter-minados nomes para a presidência aglutinam vereadores, se alinham, por exemplo eu ganhei contra a von-tade do prefeito que era na época o Paulo Garcia. Agora, nunca fui ini-migo do Paulo Garcia, tanto é que ele me deixou ser prefeito. Possa ser que o alinhamento das forças na Câma-ra tenha mais vereadores ligados ao governo estadual ou ao município e aí as pessoas pensam que está tendo alguma imposição, não tem; Os verea-dores pensam bem quando decidem.

Entrevista

Meu partido

nunca quis, durante as últimas quatro eleições, ganhar a Prefeitura de Goiânia. Pode ser que daqui para frente crie juízo”

até o pleito, ela pode influenciar um candidato ligado à Prefeitura, a ação política do prefeito do MDB. Se a pre-feitura vai mal, o candidato que se ali-nhar a prefeitura vai pagar por isso, como também o governo do estado, da mesma forma. Então, a Prefeitura de Goiânia é o efeito e demonstração para determinados comportamentos eleitorais.

Quer dizer então que Daniel Vilela vai pagar o ônus a partir do desgaste que o prefeito Iris vem sofrendo?

Possa ser que Daniel também inspire uma coisa que nós eleitores queremos no pleito eleitoral, a espe-rança de dias melhores, como se faz? É rompendo com que está errado. A Prefeitura de Goiânia tem seus es-trangulamentos e seus gargalos como qualquer outra. Não é que está erra-da, é que os gargalos são grandes, os problemas são grandes. A cidade está inchada, a cidade recebe milhares de pessoas com mão de obra desqualifi-cada, com mão de obra despreparada e Goiânia é um efeito dessa demons-tração. Agora, cabe ao candidato liga-do a Prefeitura de Goiânia ter consci-ência disso, propor e fazer com que o eleitor acredite que ele esteja a espe-rança da mudança deste tipo de com-portamento. Mas para isso é preciso que tenha um projeto de campanha e um projeto de governo que o muníci-pe de Goiânia e das cidades da Grande Goiânia entenda que ele (candidato) mesmo sendo aliado a administração de determinada estrutura de governo, ele vai ter que promover a mudança, aí o eleitor vota nele.

7 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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8 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

DIVERSIDADEDaniela Martins

O preconceito vivido na adolescência deixou marcas que balizam as

escolhas de L., 34 anos, no am-biente profi ssional. Formada em turismo, a estudante de pe-dagogia prefere não se identi-fi car na reportagem nem falar de sua vida particular no Cen-tro Municipal de Educação In-fantil (CMEI) em que trabalha como professora. Casada há três anos com uma pedagoga, com quem constrói uma his-tória de amor há sete anos, L. mantém sua relação homoa-fetiva como um assunto para fora dos muros da unidade.

O CMEI fi ca na região pe-riférica de Goiânia, e parte considerável dos moradores, funcionários e pais dos alunos é evangélica. “Onde o Estado não atua, a Igreja atua. Eles são pessoas de um discurso muito intolerante”, avalia a professora. São atendidas na unidade crianças de 1 a 5 anos, o que requer dos professores – como L. – não apenas o ensino de uma sala de aula comum, mas um cuidado próprio des-sa idade em que os pequenos estão no processo de conhecer o mundo, ganhar autonomia, cuidar de seu próprio corpo, de receber estímulos.

Essa realidade torna mais delicada a situação de L. Ela ex-plica que quando se trabalha com criança, o cuidado é re-dobrado porque há, historica-mente, um preconceito social velado de se imaginar o ho-mossexual como alguém des-respeitoso, promíscuo ou até pedófi lo. “Fiquei com medo, não que na instituição tenha isso... existe é no mundo. Cresci

Encontrar espaço no mer-cado de trabalho não é tarefa fácil para as Lésbicas, Gays, Bis-sexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTs), princi-palmente para pessoas trans e travestis. Procurador-chefe do Ministério Público do Traba-lho em Goiás (MPT-GO), Tiago Raniere ressalta que, em regra, o mercado de trabalho acaba reproduzindo os estigmas pre-sentes na sociedade. “O com-portamento das empresas é o de não contratação. A discri-minação ocorre, aprioristica-mente, na fase pré-contratual, na seleção”, aponta.

A cabeleireira Karla Ariella, 40, que o diga. Ela é trans e, apesar da sua vocação ser uma profi ssão em que, supõe-se, o preconceito seja menor e a in-clusão maior, Karla encontrou difi culdades, viveu situações

constrangedoras. Depois de 20 anos traba-

lhando com duas amigas em um salão de cabeleireiros em Goiânia, teve vontade de res-pirar outros ares e se mudou para o Rio de Janeiro. Lá en-trou também em um salão. “E houve resistência pelo fato de eu ser trans. Muitas vezes amigas minhas ouviam que não era legal esse ‘tipo de gen-te com elas’, que não era legal para a reputação do salão. Eu percebia que pessoas que con-viviam comigo também so-friam.”

Precisou voltar para Goi-ânia, retornar ao salão que mantém com suas amigas. Ela considera que conseguir espa-ço é delicado. “Mesmo sendo em uma área que acolhe... en-

tre aspas”, avalia. Mudar só é possível, diz, se abrir um negó-cio próprio.

Não são apenas LGBTs que perdem. Empresas são preju-dicadas pelo preconceito que não combatem no ambiente de trabalho. É o que defende Raniere. “A omissão na inclu-são provoca desperdício de recursos, talentos e potencia-lidades humanas, com efeitos

negativos na produtividade e competitividade das empresas e no desenvolvimento econô-mico da sociedade”, esclarece.

O caminho para promover a diversidade na relações de trabalho começa pelo fi m da discriminação no momento da contratação. Para ele, a in-clusão de pessoas travestis e transexuais no mundo do tra-balho deve ser feita de forma integral, com a sensibilização de todos os setores por meio de campanhas e formação do quadro de funcionários e fun-cionárias. “É necessário garan-tir a proteção e o respeito em todas as fases do contrato de trabalho, bem como, garantir a permanência do vínculo e au-toestima desse grupo de pes-soas”, reforça Tiago Raniere.

Difícil acesso ao mercado

OutrosELES E ELAS FIZERAM SUAS ESCOLHAS NA HORA TRATAR DE AMOR E SEXO NO TRABALHO

Karla sentiu a resistência por ser trans: “pessoas que conviviam comigo também sofriam”

Amigas minhas

ouviam que não era legal esse ‘tipo de gente com elas’. Eu percebia que pessoas que conviviam comigo também sofriamKarla Ariella

vendo essa atmosfera negativa acerca do homossexual. É um processo histórico”, observa.

Jovem, L. se deparou com esse preconceito, esse ódio. “Tinha uns 16, 17 anos. Não ha-via nem beijado uma mulher, e pelo meu comportamento, meu jeito de vestir, começa-ram a falar que eu era lésbica. Meninas que eram minhas amigas, que andavam comigo, do nada nem olhavam mais na minha cara. Não queriam andar com uma lésbica para não sujar a reputação delas.” Pior ainda foi entrar na sala de aula e ver o quadro cheio do seu nome seguido por insultos do tipo “sapatão”.

“No meu caso, me falta coragem! É não querer nem passar pelo processo de apro-vação, preconceito e rejeição. Falta querer provar que sou mulher, tenho relacionamen-to homoafetivo e sou uma pes-soa legal, sim”, desabafa.

A professora conta que sempre foi muito careta. As experiências que acumulou em sua história a fi zeram op-tar por chegar ao mercado de trabalho e simplesmente não falar sobre quem é. “Pelo medo de não enxergarem que sou um ser humano, boa profi ssio-nal. E de me julgarem diante do que sou, que é algo íntimo e só se refere a mim.”

Fotos: Mônica Salvador

Não só LGBTs perdem. As

empresas são prejudicadas pelo

preconceito que não combatem no ambiente de

trabalho.

9 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Gerente em uma franquia de fast food, Túlio Antônio Ca-melo, 30, passou por situações constrangedores no trabalho por ser gay. Para tentar driblar as difi culdades, chegou a criar um segundo perfi l nas redes sociais. “Quis evitar esse olhar diferente sobre minha pessoa. Acabamos por desenvolver ou-tra personalidade dentro de um contexto”, comenta.

Em sua empresa, a maio-ria da equipe é mulher. Uma delas já o deixou paralisado, sem ação. A situação, conta, foi tensa. “Ela me perguntou se eu realmente era gay. Sem muitas delongas: ‘você é gay’? De início, o tom de voz e o sentido de in-ferioridade ao falar a palavra ‘gay’ me paralisaram. Mas res-pondi ‘sou ser humano assim como você’.”

Ambientes de trabalho for-mados por homens podem ser igualmente embaraçador. “Lidar com grupos de homens falando sobre suas aventuras sexuais com mulheres, mexen-do com mulheres e até conver-sando assuntos de futebol po-dem ser constrangedores a um rapaz homossexual”, relata. Na tentativa de driblar a situação, Túlio pesquisava sobre parti-das de futebol, apesar de não gostar do esporte. “Sempre tive comigo essa questão, saber um pouco a ponto de desenvol-ver um assunto.”

Experiências de violência verbais e até de ameaças físi-cas, o gerente tam-bém tem para contar. Quando trabalhava em uma rede de cinema, se viu agredido por um cliente que

Tiago Raniere: mercado reproduz estigmas sociais

GENTE

ele teve de abordar por des-cumprir normas da própria empresa. Era seu trabalho. Tú-lio começou a ser chamado de ‘viadinho’. “Ele me agrediu verbalmente diante de outros clientes, mandou eu cortar ‘esse cabelo’, ‘ter cabelo de homem’”, lembra. Foi ainda ameaçado, o cliente disse que pegaria Túlio ‘lá fora’ e ‘daria uma surra para ensinar a ser homem’.

O medo de denunciar o ho-mem por homofobia e ser no-vamente ameaçado fez Túlio não ir atrás de seus direitos. Ele explica que a denúncia pode aumentar, intensifi car o ódio contra as pessoas ofendidas e discriminalizadas. “Falta es-trutura que defenda realmente essa porcentagem de pessoas LGBTs”, lamenta.

SilêncioDe fato, poucos são os casos

que se tornam denúncias for-malizadas. “Não chegam mui-tas denúncias ao Ministério Público, acredito que por medo de ser expor mais uma vez, ou por falta de esclarecimento de onde denunciar”, aponta o procurador Tiago Ranieri. Ele reforça que é importante mu-dar essa realidade. “Quando se sentir discriminado ou sofrer assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho, denun-

cie ao MPT”, orienta.As denúncias podem ser

feitas pessoalmente nas uni-dades do Ministério Público do Trabalho em Goiás ou pelo site (www.prt18.mpt.mp.br)

Realizado no início de ju-nho, em Goiânia, o II Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gêne-ro de Goiás (Digo), que teve o apoio do MPT-GO, levantou o debate sobre a realidade LGBT no mercado de trabalho com o tema “A empregabilidade LGBT+”.

Idealizador do Festival, o produtor audiovisual Cristia-no Sousa diz que o tema foi escolhido a partir de reuniões realizadas com organizações não governamentais (ONGs), em que conheceu de perto a história de Rayanne Eduarda, uma trans que, demitida de um call center, voltou a se pros-tituir para sobreviver. “O incrí-

vel é que recebemos um público variado. Mui-tos feedbacks de pesso-

as não LGBTI que tiveram curiosidade de visitar e adora-ram”, conta.

CONSTRANGIMENTOS

bazar express

bazarDaniela [email protected]

Solos de guitarra vão me conquistar

A viagem começa dentro da gente

Espetáculos gratuitos

De novo ele

Na segunda, 25, o velejador Amyr Klink, conhecido por suas viagens mundo afora, vem a Goiânia para falar sobre ‘Autoliderança e Protagonismo com a Vida’. É mais uma atração do Vitrine do Conhecimento, às 19h30, no Deck Sul 1 do Shopping Flamboyant. Ingresso: um livro em bom estado. Nas próximas palestras tem Leandro Karnal e Mário Sérgio Cortella.

Julho tem programação especial no Sesc Férias (Faiçalville e Universitário), com cursos de teatro, violão, teclado, dança, circo e musicalização. Mais: 3522.6321 e 3522.6199.

Alegria, raça, devoção e misticismo são sentimentos tão comuns às Copas. Essa atmosfera inspirou as imagens de ‘A Cor do Brasil’, mostra fotográfi ca de Veruska Toledo, aberta ao público no Shopping Flamboyant até dia 1º de julho.

O Trio Loroa Boa, do Distrito Federal, apresenta ‘Lorota de Palhaças’, dia 23, às 17h, no Teatro Sesc Centro. O diferencial: mulheres dando vida a um espetáculo circense com as performances de palhaços tradicionais.

Teste seus conhecimentos no app Quiz da Copa, do CIEE, com questões do tipo ‘Quantas vezes o Brasil enfrentou a Argentina em Mundiais?’. Tem premiações para os melhores. App gratuito e disponível até 15 de julho.

A Universidade Salgado de Oliveira promove de 2 a 13 de julho, o Mix Enem, intensivo de férias para estudantes que vão prestar o Exame Nacional no fi nal do ano. Mais: (62) 3209-7300 ou 3209-7240.

Dentro da programação do Festival Internacional

de Dança de Goiás, de 4 a 8 de julho no Teatro Sesi, a Mostra

Competitiva presenteia o público com espetáculos gratuitos. São centenas

de shows de Ballet, Dança Contemporânea, Jazz,

Estilo Livre, Sapateados, Danças Urbanas e

Populares. A Mostra pode ser conferida nos cinco dias de Festival, às 17h e

20h.

Dois ícones do rock brasileiro dos anos 80, Paula Toller (ex-Kid Abelha) e Paulo Miklos (ex-Titãs), se juntam no palco do Flamboyant In Concert na terça, 26. É dia de curtir os clássicos da eterna líder do Kid Abelha – ‘Como eu quero’, ‘Lágrimas e chuva’, ‘Educação sentimental’, ‘A fórmula do amor’ e tantos outros – com a participação especialíssima de Miklos. Será a partir das 19h30, no Deck 1, do Shopping.

Neymar, que nada! Quem salvou mais uma vez a Seleção na partida contra a Costa Rica foi Phillippe Coutinho. Quando o Brasil amargava um zero a zero, já no fi nalzinho da partida, o camisa 11 foi lá e resolveu, de novo. Sem cair, sem se autopromover e com muito, muito pé no chão: “fomos premiados pela ação do grupo”, disse em entrevista logoapós a vitória.

“Ela me perguntou se eu realmente

era gay. De início, o tom de voz

e o sentido de inferioridade

ao falar a palavra ‘gay’ me

paralisaram, mas respondi ‘sou ser

humano assim como você’.”Túlio Camelo

Page 9: ANO 31 - Nº 1.629 - R$ 2 Páginas 6 e 7 GOIÂNIA, 24 A 30 DE ...tribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2018/... · ANO 31 - Nº 1.629 - R$ 2 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018

8 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

DIVERSIDADEDaniela Martins

O preconceito vivido na adolescência deixou marcas que balizam as

escolhas de L., 34 anos, no am-biente profi ssional. Formada em turismo, a estudante de pe-dagogia prefere não se identi-fi car na reportagem nem falar de sua vida particular no Cen-tro Municipal de Educação In-fantil (CMEI) em que trabalha como professora. Casada há três anos com uma pedagoga, com quem constrói uma his-tória de amor há sete anos, L. mantém sua relação homoa-fetiva como um assunto para fora dos muros da unidade.

O CMEI fi ca na região pe-riférica de Goiânia, e parte considerável dos moradores, funcionários e pais dos alunos é evangélica. “Onde o Estado não atua, a Igreja atua. Eles são pessoas de um discurso muito intolerante”, avalia a professora. São atendidas na unidade crianças de 1 a 5 anos, o que requer dos professores – como L. – não apenas o ensino de uma sala de aula comum, mas um cuidado próprio des-sa idade em que os pequenos estão no processo de conhecer o mundo, ganhar autonomia, cuidar de seu próprio corpo, de receber estímulos.

Essa realidade torna mais delicada a situação de L. Ela ex-plica que quando se trabalha com criança, o cuidado é re-dobrado porque há, historica-mente, um preconceito social velado de se imaginar o ho-mossexual como alguém des-respeitoso, promíscuo ou até pedófi lo. “Fiquei com medo, não que na instituição tenha isso... existe é no mundo. Cresci

Encontrar espaço no mer-cado de trabalho não é tarefa fácil para as Lésbicas, Gays, Bis-sexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTs), princi-palmente para pessoas trans e travestis. Procurador-chefe do Ministério Público do Traba-lho em Goiás (MPT-GO), Tiago Raniere ressalta que, em regra, o mercado de trabalho acaba reproduzindo os estigmas pre-sentes na sociedade. “O com-portamento das empresas é o de não contratação. A discri-minação ocorre, aprioristica-mente, na fase pré-contratual, na seleção”, aponta.

A cabeleireira Karla Ariella, 40, que o diga. Ela é trans e, apesar da sua vocação ser uma profi ssão em que, supõe-se, o preconceito seja menor e a in-clusão maior, Karla encontrou difi culdades, viveu situações

constrangedoras. Depois de 20 anos traba-

lhando com duas amigas em um salão de cabeleireiros em Goiânia, teve vontade de res-pirar outros ares e se mudou para o Rio de Janeiro. Lá en-trou também em um salão. “E houve resistência pelo fato de eu ser trans. Muitas vezes amigas minhas ouviam que não era legal esse ‘tipo de gen-te com elas’, que não era legal para a reputação do salão. Eu percebia que pessoas que con-viviam comigo também so-friam.”

Precisou voltar para Goi-ânia, retornar ao salão que mantém com suas amigas. Ela considera que conseguir espa-ço é delicado. “Mesmo sendo em uma área que acolhe... en-

tre aspas”, avalia. Mudar só é possível, diz, se abrir um negó-cio próprio.

Não são apenas LGBTs que perdem. Empresas são preju-dicadas pelo preconceito que não combatem no ambiente de trabalho. É o que defende Raniere. “A omissão na inclu-são provoca desperdício de recursos, talentos e potencia-lidades humanas, com efeitos

negativos na produtividade e competitividade das empresas e no desenvolvimento econô-mico da sociedade”, esclarece.

O caminho para promover a diversidade na relações de trabalho começa pelo fi m da discriminação no momento da contratação. Para ele, a in-clusão de pessoas travestis e transexuais no mundo do tra-balho deve ser feita de forma integral, com a sensibilização de todos os setores por meio de campanhas e formação do quadro de funcionários e fun-cionárias. “É necessário garan-tir a proteção e o respeito em todas as fases do contrato de trabalho, bem como, garantir a permanência do vínculo e au-toestima desse grupo de pes-soas”, reforça Tiago Raniere.

Difícil acesso ao mercado

OutrosELES E ELAS FIZERAM SUAS ESCOLHAS NA HORA TRATAR DE AMOR E SEXO NO TRABALHO

Karla sentiu a resistência por ser trans: “pessoas que conviviam comigo também sofriam”

Amigas minhas

ouviam que não era legal esse ‘tipo de gente com elas’. Eu percebia que pessoas que conviviam comigo também sofriamKarla Ariella

vendo essa atmosfera negativa acerca do homossexual. É um processo histórico”, observa.

Jovem, L. se deparou com esse preconceito, esse ódio. “Tinha uns 16, 17 anos. Não ha-via nem beijado uma mulher, e pelo meu comportamento, meu jeito de vestir, começa-ram a falar que eu era lésbica. Meninas que eram minhas amigas, que andavam comigo, do nada nem olhavam mais na minha cara. Não queriam andar com uma lésbica para não sujar a reputação delas.” Pior ainda foi entrar na sala de aula e ver o quadro cheio do seu nome seguido por insultos do tipo “sapatão”.

“No meu caso, me falta coragem! É não querer nem passar pelo processo de apro-vação, preconceito e rejeição. Falta querer provar que sou mulher, tenho relacionamen-to homoafetivo e sou uma pes-soa legal, sim”, desabafa.

A professora conta que sempre foi muito careta. As experiências que acumulou em sua história a fi zeram op-tar por chegar ao mercado de trabalho e simplesmente não falar sobre quem é. “Pelo medo de não enxergarem que sou um ser humano, boa profi ssio-nal. E de me julgarem diante do que sou, que é algo íntimo e só se refere a mim.”

Fotos: Mônica Salvador

Não só LGBTs perdem. As

empresas são prejudicadas pelo

preconceito que não combatem no ambiente de

trabalho.

9 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Gerente em uma franquia de fast food, Túlio Antônio Ca-melo, 30, passou por situações constrangedores no trabalho por ser gay. Para tentar driblar as difi culdades, chegou a criar um segundo perfi l nas redes sociais. “Quis evitar esse olhar diferente sobre minha pessoa. Acabamos por desenvolver ou-tra personalidade dentro de um contexto”, comenta.

Em sua empresa, a maio-ria da equipe é mulher. Uma delas já o deixou paralisado, sem ação. A situação, conta, foi tensa. “Ela me perguntou se eu realmente era gay. Sem muitas delongas: ‘você é gay’? De início, o tom de voz e o sentido de in-ferioridade ao falar a palavra ‘gay’ me paralisaram. Mas res-pondi ‘sou ser humano assim como você’.”

Ambientes de trabalho for-mados por homens podem ser igualmente embaraçador. “Lidar com grupos de homens falando sobre suas aventuras sexuais com mulheres, mexen-do com mulheres e até conver-sando assuntos de futebol po-dem ser constrangedores a um rapaz homossexual”, relata. Na tentativa de driblar a situação, Túlio pesquisava sobre parti-das de futebol, apesar de não gostar do esporte. “Sempre tive comigo essa questão, saber um pouco a ponto de desenvol-ver um assunto.”

Experiências de violência verbais e até de ameaças físi-cas, o gerente tam-bém tem para contar. Quando trabalhava em uma rede de cinema, se viu agredido por um cliente que

Tiago Raniere: mercado reproduz estigmas sociais

GENTE

ele teve de abordar por des-cumprir normas da própria empresa. Era seu trabalho. Tú-lio começou a ser chamado de ‘viadinho’. “Ele me agrediu verbalmente diante de outros clientes, mandou eu cortar ‘esse cabelo’, ‘ter cabelo de homem’”, lembra. Foi ainda ameaçado, o cliente disse que pegaria Túlio ‘lá fora’ e ‘daria uma surra para ensinar a ser homem’.

O medo de denunciar o ho-mem por homofobia e ser no-vamente ameaçado fez Túlio não ir atrás de seus direitos. Ele explica que a denúncia pode aumentar, intensifi car o ódio contra as pessoas ofendidas e discriminalizadas. “Falta es-trutura que defenda realmente essa porcentagem de pessoas LGBTs”, lamenta.

SilêncioDe fato, poucos são os casos

que se tornam denúncias for-malizadas. “Não chegam mui-tas denúncias ao Ministério Público, acredito que por medo de ser expor mais uma vez, ou por falta de esclarecimento de onde denunciar”, aponta o procurador Tiago Ranieri. Ele reforça que é importante mu-dar essa realidade. “Quando se sentir discriminado ou sofrer assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho, denun-

cie ao MPT”, orienta.As denúncias podem ser

feitas pessoalmente nas uni-dades do Ministério Público do Trabalho em Goiás ou pelo site (www.prt18.mpt.mp.br)

Realizado no início de ju-nho, em Goiânia, o II Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gêne-ro de Goiás (Digo), que teve o apoio do MPT-GO, levantou o debate sobre a realidade LGBT no mercado de trabalho com o tema “A empregabilidade LGBT+”.

Idealizador do Festival, o produtor audiovisual Cristia-no Sousa diz que o tema foi escolhido a partir de reuniões realizadas com organizações não governamentais (ONGs), em que conheceu de perto a história de Rayanne Eduarda, uma trans que, demitida de um call center, voltou a se pros-tituir para sobreviver. “O incrí-

vel é que recebemos um público variado. Mui-tos feedbacks de pesso-

as não LGBTI que tiveram curiosidade de visitar e adora-ram”, conta.

CONSTRANGIMENTOS

bazar express

bazarDaniela [email protected]

Solos de guitarra vão me conquistar

A viagem começa dentro da gente

Espetáculos gratuitos

De novo ele

Na segunda, 25, o velejador Amyr Klink, conhecido por suas viagens mundo afora, vem a Goiânia para falar sobre ‘Autoliderança e Protagonismo com a Vida’. É mais uma atração do Vitrine do Conhecimento, às 19h30, no Deck Sul 1 do Shopping Flamboyant. Ingresso: um livro em bom estado. Nas próximas palestras tem Leandro Karnal e Mário Sérgio Cortella.

Julho tem programação especial no Sesc Férias (Faiçalville e Universitário), com cursos de teatro, violão, teclado, dança, circo e musicalização. Mais: 3522.6321 e 3522.6199.

Alegria, raça, devoção e misticismo são sentimentos tão comuns às Copas. Essa atmosfera inspirou as imagens de ‘A Cor do Brasil’, mostra fotográfi ca de Veruska Toledo, aberta ao público no Shopping Flamboyant até dia 1º de julho.

O Trio Loroa Boa, do Distrito Federal, apresenta ‘Lorota de Palhaças’, dia 23, às 17h, no Teatro Sesc Centro. O diferencial: mulheres dando vida a um espetáculo circense com as performances de palhaços tradicionais.

Teste seus conhecimentos no app Quiz da Copa, do CIEE, com questões do tipo ‘Quantas vezes o Brasil enfrentou a Argentina em Mundiais?’. Tem premiações para os melhores. App gratuito e disponível até 15 de julho.

A Universidade Salgado de Oliveira promove de 2 a 13 de julho, o Mix Enem, intensivo de férias para estudantes que vão prestar o Exame Nacional no fi nal do ano. Mais: (62) 3209-7300 ou 3209-7240.

Dentro da programação do Festival Internacional

de Dança de Goiás, de 4 a 8 de julho no Teatro Sesi, a Mostra

Competitiva presenteia o público com espetáculos gratuitos. São centenas

de shows de Ballet, Dança Contemporânea, Jazz,

Estilo Livre, Sapateados, Danças Urbanas e

Populares. A Mostra pode ser conferida nos cinco dias de Festival, às 17h e

20h.

Dois ícones do rock brasileiro dos anos 80, Paula Toller (ex-Kid Abelha) e Paulo Miklos (ex-Titãs), se juntam no palco do Flamboyant In Concert na terça, 26. É dia de curtir os clássicos da eterna líder do Kid Abelha – ‘Como eu quero’, ‘Lágrimas e chuva’, ‘Educação sentimental’, ‘A fórmula do amor’ e tantos outros – com a participação especialíssima de Miklos. Será a partir das 19h30, no Deck 1, do Shopping.

Neymar, que nada! Quem salvou mais uma vez a Seleção na partida contra a Costa Rica foi Phillippe Coutinho. Quando o Brasil amargava um zero a zero, já no fi nalzinho da partida, o camisa 11 foi lá e resolveu, de novo. Sem cair, sem se autopromover e com muito, muito pé no chão: “fomos premiados pela ação do grupo”, disse em entrevista logoapós a vitória.

“Ela me perguntou se eu realmente

era gay. De início, o tom de voz

e o sentido de inferioridade

ao falar a palavra ‘gay’ me

paralisaram, mas respondi ‘sou ser

humano assim como você’.”Túlio Camelo

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10 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

RÚSSIA 2018

ConsagradosAstros em seus clubes no futebol

europeu, esta classe de jogadores não fez tanto sucesso atuando em territó-rio nacional. Saíram cedo do Brasil e se consolidaram em equipes europeias. Por conta do sucesso em terras estran-geiras, estes jogadores preferiram de-fender seleções de outros países.

Diego Costa – Espanha

Um dos maiores artilheiros do fute-bol mundial, Diego Costa desde sempre quis defender a seleção brasileira. Ele chegou a ser convocado para amistosos pelo Brasil em 2014, mas optou por de-fender a Espanha na Copa daquele ano, ao desconfi ar que sua convocação era apenas para que não defendesse outro time.

Com 29 anos, Diego jogou por di-versas equipes espanholas, mas se des-tacou no Atlético de Madri, clube que atualmente defende. Também foi cen-troavante do Chelsea, conquistando dois títulos do Campeonato Inglês, mas saiu do clube londrino brigado com o técnico italiano Antônio Conte.

Nascido na pequena Lagarto, no Ser-gipe, Diego ainda jogou no futebol por-tuguês, onde defendeu o Sporting de Braga. Jogou dois amistosos pelo Brasil e 24 partidas pela Espanha. Já marcou

ESPORTE

APESAR DE TEREM LIGAÇÃO COM O PAÍS, VÁRIOS JOGADORES BRASILEIROS DEFENDEM OUTRAS SELEÇÕES NA COPA

Fagner Pinho

Que o Brasil é um celeiro de ases do futebol, todos já sabem. Anos e anos mui-tos atletas surgem no País e abastecem tanto as fi leiras de clubes nacionais e também de clubes estrangeiros, principalmente os europeus, que buscam

talentos cada vez mais cedo nos campos tupiniquins para fortalecer suas bases.No entanto, o que há 50 ou 60 anos era bastante raro, hoje se tornou algo nor-

mal: jogadores nascidos no Brasil que se naturalizam por outras nações e defen-dem outras seleções em competições internacionais, como o que vem ocorrendo nesta edição da Copa do Mundo, que vem sendo disputada na Rússia.

Na Copa além dos 23 jogadores brasileiros convocados pelo técnico Tite para defender a seleção brasileira, outros dez jogadores nascidos no Brasil ou com na-cionalidade brasileira, estão no torneio. Defendendo outras seleções, claro. Estes se dividem em três grupos: os consagrados, os desconhecidos e os estrangeiros.

Os estrangeiros

gol nesta Copa e afi rma que não teria problemas de enfrentar o Brasil na Copa. Já marcou mais de 200 gols em sua carreira.

Pepe – PortugalTalvez o mais consagrado dos joga-

dores brasileiros que atuam no exte-rior, Pepe sempre jogou profi ssional-mente no futebol português. Alagoano de Maceió, onde nasceu em 1983, Pepe atuou pelo Corinthians Alagoano entre os anos de 1995 e 2001, quando se trans-feriu para o Marítimo B.

Na equipe portuguesa, ele se pro-fi ssionalizou e, após algumas partidas, chamou a atenção do Porto, onde jogou quase 70 partidas, antes de se transferir para o Real Madrid. No gigante espa-nhol, Pepe se consagrou. Titular absolu-to, defendeu o time merengue por qua-se 350 partidas, sempre comandando o time.

No ano passado, depois de 11 anos vestindo a camisa madrilena, Pepe se despediu da capital espanhola e se transferiu para o Besiktas, da Turquia, onde atua até hoje. Aos 35 anos, Pepe atua desde 2007 na seleção portuguesa, onde conquistou a Eurocopa em 2016. Pepe já jogou mais de 100 vezes com a camisa lusitana.

Mario Fernandes – RússiaNem tão consagrado como Pepe ou

Diego Alves, Mário Fernandes começou sua carreira no São Caetano. Nascido na cidade do ABCD Paulista, Mário logo se destacou e chamou a atenção do Grê-mio. Chegou a ser convocado duas ve-zes pela seleção brasileira, mas em uma delas dispensou o chamado e na outra chegou a se apresentar, mas não jogou.

Hoje Mário se arrepende de não ter seguido na seleção. No Grêmio, Mário se destacou, mas nem tanto pelo fute-bol. Ele era famoso pelas noitadas que promovia em Porto Alegre e pelo pro-blema – muito sério, como já dito pelo próprio atleta – que tinha com bebidas alcoólicas, o que o fez perder muitas oportunidades no Brasil.

Jogando no CSKA Moscou desde 2012, o lateral-direito conseguiu a cida-dania russa em 2016 e desde então de-fende os anfi triões da Copa do Mundo de 2018. Na Rússia, Mário afi rma que conseguiu controlar seus problemas e que tem focado em sua carreira, o que o fez ser um dos principais atletas do país eslavo.

Desconhecidos Nascidos no Brasil, estes atletas até

começaram a carreira no país, mas sem maior sucesso, se transferiram, ainda desconhecidos, para outras equipes. Desenvolveram certo sucesso em equi-

pes estrangeiras sem se tornarem muito conhecidos em terras brasilei-ras. Hoje, defendem cores de outros países.

Rodrigo Moreno – Espanha

Rodrigo Moreno nasceu no Rio de Janeiro e desde criança frequentou as categorias de base do do Flamengo, seu clube de formação e também clube onde jogava seu pai, o lateral esquerdo Adalberto. Em 2003, então com 12 anos, deixou o futebol brasileiro e seguiu para a Espanha, onde passou a atuar nas categorias de base do Nigrán. De lá, ainda pela base, jogou pelo Celta, de Vigo, até chegar ao Real Madrid, clube pelo qual se profi ssionalizou.

Já profi ssional, Rodrigo atuou pelo Real Madrid C e pelo Real Madrid Cas-tilla, clubes alternativos do clube me-rengue, até chegar ao Benfi ca, de Portu-gal, em 2010. Lá passou a atuar em alto nível, se destacando e marcando 45 gols em pouco mais de 100 jogos. Nesta épo-ca, já vinha sendo convocado para a se-leção espanhola sub-21.

Em 2014, voltou a atuar no futebol espanhol, quando foi contratado pelo Valência. E também neste ano, passou a atuar pela seleção espanhola, quando foi convocado pela primeira vez pelo então técnico Vicente Del Bosque. Com 27 anos, Rodrigo participa de sua pri-meira Copa do Mundo neste ano.

11 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br ESPORTEThiago Cionek – Polônia

Paranaense de Curitiba, o zagueiro Thiago Cionek, que atualmente defen-de a seleção da Polônia, começou sai carreira nas categorias de base do Cuia-bá, clube da terceira divisão do futebol brasileiro, no ano de 2005. Antes, jogava em ligas amadoras da cidade de Curiti-ba, onde nunca se profi ssionalizou.

De lá seguiu para Portugal onde atuou pelo Grupo Desportivo de Bra-gança, onde não se fi rmou. De volta ao Brasil, Thiago jogou no CRB de Alagoas, de onde partiu para o futebol polonês, onde passou a atuar no Jagiellonia Białystok, onde se naturalizou polonês. De lá Thiago se transferiu para a Itália onde joga até hoje.

NacionalizadosEstes são os atletas que possuem

cidadania brasileira, embora tenham nascido em outros países. Normalmen-te são fi lhos de jogadores brasileiros que se transferiram para outros países em décadas passadas e se identifi caram com seus países de nascimento ou os quais adotaram como cidadãos.

Thiago Alcântara – Espanha

Filho do tetracampeão Mazinho, Thiago Alcântara nasceu na Itália, quando seu pai atuava no Lecce. Mes-mo tendo nascido em terras italianas, Thiago tem cidadania brasileira e espa-nhola, onde foi criado. Desde jovem de-fendeu as seleções de base da Espanha, inclusive vencendo as Eurocopas sub-21 e sub-18. Apesar disso, iniciou sua carreira no Flamengo, em 2001.

Mas desde 2005, Thiago – que é ir-mão de Rafi nha Alcântara, lateral-di-reito e meia que preferiu defender a seleção brasileira e que foi medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016 – passou a defender as cores do Barcelona. Por lá, jogou mais de 100 jogos e, em 2013, dei-xou o clube espanhol e se se transferiu

para o Bayern de Munique. Na Baviera, o jogador de 27 anos

conquistou cinco títulos do Campeona-to Alemão de Futebol. Na Espanha, ele havia conquistado duas Ligas Espanho-las além de uma Liga dos Campeões.

Bruno Alves – Portugal

Também fi lho de um ex-jogador brasileiro, Washington Alves, ex-zaguei-ro do Flamengo nas décadas de 1960 e 1970, que se transferiu para Portugal em 1975, onde atuou por Rio Ave, Var-zim e Famalicão, dentre outras equipes, Bruno Alves nasceu na pequena cidade de Póvoa do Varzim, onde seu pai vive até hoje, em 1981.

A história de Bruno com Portugal é maior do que se imagina. Seus irmãos, Geraldo Alves, também é jogador de futebol e atua no futebol romeno, no Astra Giurgiu. Seu outro irmão, Júlio Alves, também é jogador e chegou a de-fender as categorias de base de Portu-gal e atuar pelo Atlético de Madrid, mas devido a problemas extracampo hoje está sem clube.

Bruno, por sua vez, foi o futebolista de maior sucesso da família. Zagueiro central, ele surgiu no Porto, clube pelo qual se profi ssionalizou e atuou por mais de 170 jogos. Depois de deixar a es-quadra, Bruno atuou pelo AEK, de Ate-nas; Zenit, de São Petersburgo; Fener-bahce, da Turquia; e Cagliari, da Itália, antes de se transferir para o Glasgow Rangers, da Escócia, seu clube atual.

Aos 36 anos, disputa sua segunda Copa do Mundo por Portugal, no qual fez muitas duplas de zaga com Pepe, ou-tro brasileiro naturalizado português. Detalhe: Bruno é sobrinho do ex-meio-campista do Flamengo e da seleção bra-sileira, Geraldo Assoviador, que morreu prematuramente durante um procedi-mento cirúrgico aos 22 anos.

Celso Borges – Costa Rica

Filho do ex-técnico e ex-capitão da seleção costarriquenha de futebol, Ale-xandre Guimarães, Celso Borges nasceu em São José, capital da Costa Rica em

1988. Seu pai, que atuava na zaga, atua-va no país centro-americano na época e disputou a Copa de 1990, na Itália, ten-do atuado, inclusive, contra o Brasil.

Celso começou no futebol atuando pelo Saprissa, e em 2005 se profi ssio-nalizou pelo clube. Lá jogou até 2009, quando se transferiu para o futebol norueguês e, posteriormente, para o futebol sueco. Hoje, com 30 anos, atua pelo La Coruña, da Espanha, desde 2015. Já atuou mais de 100 vezes pelo clube galego.

Desde sempre Celso defendeu a sele-ção costarriquenha, desde as categorias sub-17 e sub-20. Ele estreou em 2008 pela seleção principal, quando partici-pou das eliminatórias para a Copa de 2010, a qual seu país não conseguiu a classifi cação. Ele já atuou em mais de 60 jogos pela seleção e marcou 24 gols.

Giovani dos Santos – México

Filho do ex-jogador Zizinho, que atuou no São Paulo nas décadas de 1970 e 1980, quando se transferiu para o América, do México, Giovani nasceu em Monterrey, no ano de 1989. Mas, desde jovem, começou a atuar nas categorias de base do Barcelona, da Espanha. Meia muito veloz, é considerado um dos melhores jogadores de sua geração.

No Barça, Giovani se pro-fi ssionalizou. Chegou a ser comparado com Ronaldi-nho Gaúcho pela sua ha-bilidade e pelos cabelos encaracolados. Atuou por quase 70 jogos pelo clube catalão antes de se trans-ferir para o futebol inglês, apara atuar no Tottenham Hotspur, clube londrino. Ainda na Inglaterra, de-fendeu o Ipswich Town.

Depois da experiência na terra da rainha, Giovani seguiu para o Galata-saray, da Turquia, até voltar à Espanha, onde defendeu o Racing Santander, o Mallorca e o Villareal. Desde 2015 joga nos Estados Unidos, onde é o camisa 10 do Los Angeles Galaxy. Atua pela seleção mexicana desde 2005. É irmão de Jona-than dos Santos.

Jonathan dos Santos – México

Irmão de Giovani dos Santos, Jona-than também nasceu em Monterrey e começou sua carreira no Barcelo-na. Mas, ao contrário do parente, não atuou por tantas equipes. Permaneceu no clube catalão por mais tempo que Jonathan, onde jogou em mais de 90 partidas, entre os anos de 2009 e 2014, quando fi nalmente saiu da equipe.

Após, Jonathan se transferiu para o Villareal. Ao contrário do irmão, que atua no ataque, Jonathan é meio-cam-pista. Atua mais na defesa, como vo-lante. Mesmo assim, conseguiu marcar sete gols em mais de 130 jogos durante os três anos que atuou no submarino amarelo, como é conhecido o clube de Castellón.

Após a saída da Espanha, Jonathan seguiu os mesmos passos do irmão e se transferiu para o Los Angeles Gala-

xy, onde atua ao lado de Giovani. Pelo México, Jonathan começou

a atuar em 2009, quando ti-nha apenas 19 anos. Esta

é a primeira Copa do Mundo de Jona-

than, que não atuou em 2014.

Page 11: ANO 31 - Nº 1.629 - R$ 2 Páginas 6 e 7 GOIÂNIA, 24 A 30 DE ...tribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2018/... · ANO 31 - Nº 1.629 - R$ 2 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018

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RÚSSIA 2018

ConsagradosAstros em seus clubes no futebol

europeu, esta classe de jogadores não fez tanto sucesso atuando em territó-rio nacional. Saíram cedo do Brasil e se consolidaram em equipes europeias. Por conta do sucesso em terras estran-geiras, estes jogadores preferiram de-fender seleções de outros países.

Diego Costa – Espanha

Um dos maiores artilheiros do fute-bol mundial, Diego Costa desde sempre quis defender a seleção brasileira. Ele chegou a ser convocado para amistosos pelo Brasil em 2014, mas optou por de-fender a Espanha na Copa daquele ano, ao desconfi ar que sua convocação era apenas para que não defendesse outro time.

Com 29 anos, Diego jogou por di-versas equipes espanholas, mas se des-tacou no Atlético de Madri, clube que atualmente defende. Também foi cen-troavante do Chelsea, conquistando dois títulos do Campeonato Inglês, mas saiu do clube londrino brigado com o técnico italiano Antônio Conte.

Nascido na pequena Lagarto, no Ser-gipe, Diego ainda jogou no futebol por-tuguês, onde defendeu o Sporting de Braga. Jogou dois amistosos pelo Brasil e 24 partidas pela Espanha. Já marcou

ESPORTE

APESAR DE TEREM LIGAÇÃO COM O PAÍS, VÁRIOS JOGADORES BRASILEIROS DEFENDEM OUTRAS SELEÇÕES NA COPA

Fagner Pinho

Que o Brasil é um celeiro de ases do futebol, todos já sabem. Anos e anos mui-tos atletas surgem no País e abastecem tanto as fi leiras de clubes nacionais e também de clubes estrangeiros, principalmente os europeus, que buscam

talentos cada vez mais cedo nos campos tupiniquins para fortalecer suas bases.No entanto, o que há 50 ou 60 anos era bastante raro, hoje se tornou algo nor-

mal: jogadores nascidos no Brasil que se naturalizam por outras nações e defen-dem outras seleções em competições internacionais, como o que vem ocorrendo nesta edição da Copa do Mundo, que vem sendo disputada na Rússia.

Na Copa além dos 23 jogadores brasileiros convocados pelo técnico Tite para defender a seleção brasileira, outros dez jogadores nascidos no Brasil ou com na-cionalidade brasileira, estão no torneio. Defendendo outras seleções, claro. Estes se dividem em três grupos: os consagrados, os desconhecidos e os estrangeiros.

Os estrangeiros

gol nesta Copa e afi rma que não teria problemas de enfrentar o Brasil na Copa. Já marcou mais de 200 gols em sua carreira.

Pepe – PortugalTalvez o mais consagrado dos joga-

dores brasileiros que atuam no exte-rior, Pepe sempre jogou profi ssional-mente no futebol português. Alagoano de Maceió, onde nasceu em 1983, Pepe atuou pelo Corinthians Alagoano entre os anos de 1995 e 2001, quando se trans-feriu para o Marítimo B.

Na equipe portuguesa, ele se pro-fi ssionalizou e, após algumas partidas, chamou a atenção do Porto, onde jogou quase 70 partidas, antes de se transferir para o Real Madrid. No gigante espa-nhol, Pepe se consagrou. Titular absolu-to, defendeu o time merengue por qua-se 350 partidas, sempre comandando o time.

No ano passado, depois de 11 anos vestindo a camisa madrilena, Pepe se despediu da capital espanhola e se transferiu para o Besiktas, da Turquia, onde atua até hoje. Aos 35 anos, Pepe atua desde 2007 na seleção portuguesa, onde conquistou a Eurocopa em 2016. Pepe já jogou mais de 100 vezes com a camisa lusitana.

Mario Fernandes – RússiaNem tão consagrado como Pepe ou

Diego Alves, Mário Fernandes começou sua carreira no São Caetano. Nascido na cidade do ABCD Paulista, Mário logo se destacou e chamou a atenção do Grê-mio. Chegou a ser convocado duas ve-zes pela seleção brasileira, mas em uma delas dispensou o chamado e na outra chegou a se apresentar, mas não jogou.

Hoje Mário se arrepende de não ter seguido na seleção. No Grêmio, Mário se destacou, mas nem tanto pelo fute-bol. Ele era famoso pelas noitadas que promovia em Porto Alegre e pelo pro-blema – muito sério, como já dito pelo próprio atleta – que tinha com bebidas alcoólicas, o que o fez perder muitas oportunidades no Brasil.

Jogando no CSKA Moscou desde 2012, o lateral-direito conseguiu a cida-dania russa em 2016 e desde então de-fende os anfi triões da Copa do Mundo de 2018. Na Rússia, Mário afi rma que conseguiu controlar seus problemas e que tem focado em sua carreira, o que o fez ser um dos principais atletas do país eslavo.

Desconhecidos Nascidos no Brasil, estes atletas até

começaram a carreira no país, mas sem maior sucesso, se transferiram, ainda desconhecidos, para outras equipes. Desenvolveram certo sucesso em equi-

pes estrangeiras sem se tornarem muito conhecidos em terras brasilei-ras. Hoje, defendem cores de outros países.

Rodrigo Moreno – Espanha

Rodrigo Moreno nasceu no Rio de Janeiro e desde criança frequentou as categorias de base do do Flamengo, seu clube de formação e também clube onde jogava seu pai, o lateral esquerdo Adalberto. Em 2003, então com 12 anos, deixou o futebol brasileiro e seguiu para a Espanha, onde passou a atuar nas categorias de base do Nigrán. De lá, ainda pela base, jogou pelo Celta, de Vigo, até chegar ao Real Madrid, clube pelo qual se profi ssionalizou.

Já profi ssional, Rodrigo atuou pelo Real Madrid C e pelo Real Madrid Cas-tilla, clubes alternativos do clube me-rengue, até chegar ao Benfi ca, de Portu-gal, em 2010. Lá passou a atuar em alto nível, se destacando e marcando 45 gols em pouco mais de 100 jogos. Nesta épo-ca, já vinha sendo convocado para a se-leção espanhola sub-21.

Em 2014, voltou a atuar no futebol espanhol, quando foi contratado pelo Valência. E também neste ano, passou a atuar pela seleção espanhola, quando foi convocado pela primeira vez pelo então técnico Vicente Del Bosque. Com 27 anos, Rodrigo participa de sua pri-meira Copa do Mundo neste ano.

11 GOIÂNIA, 24 A 30 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br ESPORTEThiago Cionek – Polônia

Paranaense de Curitiba, o zagueiro Thiago Cionek, que atualmente defen-de a seleção da Polônia, começou sai carreira nas categorias de base do Cuia-bá, clube da terceira divisão do futebol brasileiro, no ano de 2005. Antes, jogava em ligas amadoras da cidade de Curiti-ba, onde nunca se profi ssionalizou.

De lá seguiu para Portugal onde atuou pelo Grupo Desportivo de Bra-gança, onde não se fi rmou. De volta ao Brasil, Thiago jogou no CRB de Alagoas, de onde partiu para o futebol polonês, onde passou a atuar no Jagiellonia Białystok, onde se naturalizou polonês. De lá Thiago se transferiu para a Itália onde joga até hoje.

NacionalizadosEstes são os atletas que possuem

cidadania brasileira, embora tenham nascido em outros países. Normalmen-te são fi lhos de jogadores brasileiros que se transferiram para outros países em décadas passadas e se identifi caram com seus países de nascimento ou os quais adotaram como cidadãos.

Thiago Alcântara – Espanha

Filho do tetracampeão Mazinho, Thiago Alcântara nasceu na Itália, quando seu pai atuava no Lecce. Mes-mo tendo nascido em terras italianas, Thiago tem cidadania brasileira e espa-nhola, onde foi criado. Desde jovem de-fendeu as seleções de base da Espanha, inclusive vencendo as Eurocopas sub-21 e sub-18. Apesar disso, iniciou sua carreira no Flamengo, em 2001.

Mas desde 2005, Thiago – que é ir-mão de Rafi nha Alcântara, lateral-di-reito e meia que preferiu defender a seleção brasileira e que foi medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016 – passou a defender as cores do Barcelona. Por lá, jogou mais de 100 jogos e, em 2013, dei-xou o clube espanhol e se se transferiu

para o Bayern de Munique. Na Baviera, o jogador de 27 anos

conquistou cinco títulos do Campeona-to Alemão de Futebol. Na Espanha, ele havia conquistado duas Ligas Espanho-las além de uma Liga dos Campeões.

Bruno Alves – Portugal

Também fi lho de um ex-jogador brasileiro, Washington Alves, ex-zaguei-ro do Flamengo nas décadas de 1960 e 1970, que se transferiu para Portugal em 1975, onde atuou por Rio Ave, Var-zim e Famalicão, dentre outras equipes, Bruno Alves nasceu na pequena cidade de Póvoa do Varzim, onde seu pai vive até hoje, em 1981.

A história de Bruno com Portugal é maior do que se imagina. Seus irmãos, Geraldo Alves, também é jogador de futebol e atua no futebol romeno, no Astra Giurgiu. Seu outro irmão, Júlio Alves, também é jogador e chegou a de-fender as categorias de base de Portu-gal e atuar pelo Atlético de Madrid, mas devido a problemas extracampo hoje está sem clube.

Bruno, por sua vez, foi o futebolista de maior sucesso da família. Zagueiro central, ele surgiu no Porto, clube pelo qual se profi ssionalizou e atuou por mais de 170 jogos. Depois de deixar a es-quadra, Bruno atuou pelo AEK, de Ate-nas; Zenit, de São Petersburgo; Fener-bahce, da Turquia; e Cagliari, da Itália, antes de se transferir para o Glasgow Rangers, da Escócia, seu clube atual.

Aos 36 anos, disputa sua segunda Copa do Mundo por Portugal, no qual fez muitas duplas de zaga com Pepe, ou-tro brasileiro naturalizado português. Detalhe: Bruno é sobrinho do ex-meio-campista do Flamengo e da seleção bra-sileira, Geraldo Assoviador, que morreu prematuramente durante um procedi-mento cirúrgico aos 22 anos.

Celso Borges – Costa Rica

Filho do ex-técnico e ex-capitão da seleção costarriquenha de futebol, Ale-xandre Guimarães, Celso Borges nasceu em São José, capital da Costa Rica em

1988. Seu pai, que atuava na zaga, atua-va no país centro-americano na época e disputou a Copa de 1990, na Itália, ten-do atuado, inclusive, contra o Brasil.

Celso começou no futebol atuando pelo Saprissa, e em 2005 se profi ssio-nalizou pelo clube. Lá jogou até 2009, quando se transferiu para o futebol norueguês e, posteriormente, para o futebol sueco. Hoje, com 30 anos, atua pelo La Coruña, da Espanha, desde 2015. Já atuou mais de 100 vezes pelo clube galego.

Desde sempre Celso defendeu a sele-ção costarriquenha, desde as categorias sub-17 e sub-20. Ele estreou em 2008 pela seleção principal, quando partici-pou das eliminatórias para a Copa de 2010, a qual seu país não conseguiu a classifi cação. Ele já atuou em mais de 60 jogos pela seleção e marcou 24 gols.

Giovani dos Santos – México

Filho do ex-jogador Zizinho, que atuou no São Paulo nas décadas de 1970 e 1980, quando se transferiu para o América, do México, Giovani nasceu em Monterrey, no ano de 1989. Mas, desde jovem, começou a atuar nas categorias de base do Barcelona, da Espanha. Meia muito veloz, é considerado um dos melhores jogadores de sua geração.

No Barça, Giovani se pro-fi ssionalizou. Chegou a ser comparado com Ronaldi-nho Gaúcho pela sua ha-bilidade e pelos cabelos encaracolados. Atuou por quase 70 jogos pelo clube catalão antes de se trans-ferir para o futebol inglês, apara atuar no Tottenham Hotspur, clube londrino. Ainda na Inglaterra, de-fendeu o Ipswich Town.

Depois da experiência na terra da rainha, Giovani seguiu para o Galata-saray, da Turquia, até voltar à Espanha, onde defendeu o Racing Santander, o Mallorca e o Villareal. Desde 2015 joga nos Estados Unidos, onde é o camisa 10 do Los Angeles Galaxy. Atua pela seleção mexicana desde 2005. É irmão de Jona-than dos Santos.

Jonathan dos Santos – México

Irmão de Giovani dos Santos, Jona-than também nasceu em Monterrey e começou sua carreira no Barcelo-na. Mas, ao contrário do parente, não atuou por tantas equipes. Permaneceu no clube catalão por mais tempo que Jonathan, onde jogou em mais de 90 partidas, entre os anos de 2009 e 2014, quando fi nalmente saiu da equipe.

Após, Jonathan se transferiu para o Villareal. Ao contrário do irmão, que atua no ataque, Jonathan é meio-cam-pista. Atua mais na defesa, como vo-lante. Mesmo assim, conseguiu marcar sete gols em mais de 130 jogos durante os três anos que atuou no submarino amarelo, como é conhecido o clube de Castellón.

Após a saída da Espanha, Jonathan seguiu os mesmos passos do irmão e se transferiu para o Los Angeles Gala-

xy, onde atua ao lado de Giovani. Pelo México, Jonathan começou

a atuar em 2009, quando ti-nha apenas 19 anos. Esta

é a primeira Copa do Mundo de Jona-

than, que não atuou em 2014.

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GOIÂNIA

Os grandes mutirões da Prefeitura de Goiânia estão de volta e a primeira edição de 2018 vai ocorrer já no próximo dia 29 de junho, na região No-roeste da Capital. A estrutura que receberá os estandes das várias secretarias da adminis-tração municipal será insta-lada no Jardim Curitiba e vai contemplar 14 bairros daque-la região.

No ano passado, a Prefei-tura realizou 13 edições dos mutirões e outras oito fren-tes de serviços, uma espécie de mini-mutirões idealizados para atender a comunidade no período chuvoso. O Mutirão da Região Noroeste, como está sendo chamado, vai ocorrer das 7:30 às 16 horas de sexta-feria, 29, e das 8 às 12 horas de sábado, 30 de junho.

Os resultados alcançados pelos mutirões da atual ges-tão foram extremamente po-sitivos, na avaliação da admi-nistração municipal. Em 13 edições, cerca de 650 mil aten-dimentos foram feitos à po-pulação de todas as regiões de Goiânia. Somando-se os resul-tados das frentes de serviços, foram mais de 700 mil atendi-

Volta dos mutirões

mentos prestados à população nos mais diversos serviços da administração pública.

Concebido como uma prá-tica rural e inserido no contex-to urbano pelo prefeito Iris Re-zende durante o seu primeiro mandato à frente do executivo municipal em 1966, o mutirão tem se revelado uma impor-tante ferramenta para o aten-dimento das demandas da população, já que permite aos moradores serem atendidos próximos às suas residências e na medida exata das suas ne-cessidades.

“Não tínhamos dúvidas do sucesso dessa forma de admi-nistrar, que trazemos conosco desde o primeiro mandato que ocupei como prefeito de Goiâ-nia. O Mutirão é a administra-ção perto do povo, ouvindo e atendendo suas demandas, de forma que temos uma grande satisfação em realizá-lo”, afi r-ma o prefeito Iris Rezende.

EDUCAÇÃO

O governador José Eliton lançou na última se-mana a UEG Faculda-

de do Esporte Eseff ego, uma das instituições de ensino su-perior públicas pioneiras no País a investir na formação de atletas de alto rendimento nas mais diversas modalidades es-portivas. Os investimentos em qualifi cação de pessoal, inova-ção e tecnologia estão garanti-dos e as atividades terão início no próximo semestre letivo.

A direção da UEG já apro-vou a execução do Programa de Alto Rendimento da Faculdade do Esporte, que tem como co-ordenador o professor Thiago Vilela. Ele está intermediando tratativas com o coordenador do Núcleo de Alto Rendimen-to (NAR) de São Paulo, Irineu Loturco, para um intercâmbio com a Faculdade do Esporte.

“O NAR é um instituto pri-vado, auto-sustentável, com sede em São Paulo, referência na formação de atletas, tanto é que 80% dos atletas olímpi-

Foco no EsporteGOVERNO LANÇA FACULDADE DO ESPORTE DA UEG BUSCANDO FORMAR ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO

cos e paraolímpicos do Brasil passaram por lá, com evolução exponencial. Nós queremos desenvolver o mesmo modelo aqui em Goiás”, relatou o pro-fessor. Ele contou que “o co-ordenador esteve em Goiânia e fi cou impressionado com a nossa estrutura”.

Thiago Vilela afi rmou que a expectativa é que Goiás possa se tornar “referência no treina-mento e formação de atletas, com a atração de intercâmbios, profi ssionais, treinadores do Brasil e de fora do País”, tanto é que estão sendo fechados dois

contratos com instituições da Itália e do México.

“Nosso objetivo é mostrar para as crianças e adolescente que Goiás tem capacidade de gerar atleta de alto rendimen-to, de despertar neles esse in-teresse”, frisou o professor da faculdade.

A Faculdade do Esporte une, em um mesmo local, todo o po-tencial científi co-tecnológico da UEG Campus Eseff ego à es-trutura de ponta instalada no Centro de Excelência do Espor-te, localizado na Avenida Para-naíba, no Centro de Goiânia.

Centro de Excelência abrigará parte da estrutura do órgão