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Página -2 Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013

Todos somos importantes. Todos precisamos de ajuda. Todos necessitamos uns dos outros e isto se reflete em todos os planos, mundos, universos, dimensões... Em toda a Criação!

Sozinhos, os seres não podem ser plenos, pois a plenitude em si só o é, manifestando-se no todo. Até os corpos físico e espiritual são formados de associações de diversos elementos. Interagimos com o meio e o meio conosco o tempo todo!

Aí se pode mensurar a grande citação do mestre: “Eu estou em você e você está em mim, e nós estamos no TODO”. Paz, luz e entendimento para aceitar as diferenças e aprender a compreender o próprio íntimo, para assim poder olhar as pessoas com mais compaixão e amor, pois somos a extensão UNS DOS OUTROS.

Humildade e paz aos corações!

Mensagem do Caboclo Arranca Toco da Mata EscuraPela médium DENISE DOS SANTOS

E-Mail: [email protected]

Diretor Responsável: Alexandre Cumino - Tel.: (11) 5072-2112E-Mail: [email protected]ço: Rua Paracatu, 220 - Sala 1 -Jd. Imperial - São Paulo - SP Diagramação, Editoração e Arte: Laura Carreta - Tel.: (11) 8820-7972E-Mail: [email protected]

Revisão: Marina B. Nagel CuminoE-Mail: [email protected]

Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz Tel.: (14) 3019-4155 E-mail: [email protected]

Consultora Jurídica: Dra. Mirian Soares de Lima Tel.: (11) 2796-9059

Jornalistas Responsáveis:Marcio Pugliesi - MTB: 33888Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Alessandro S. de Andrade - MTB: 37401

expediente:

É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o engrandecimento da religião, divulgando material teo ló gico e unificando a comunidade Umbandista.

Os artigos assinados são de in teira res ponsabilidade dos auto res, não refletindo necessaria mente a opi-nião deste jornal.

As matérias e artigos deste jor nal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veículo de comunicação. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.).

O JORNAL DE UMBANDA

SAGRADAnão vende anúncios

ou assinaturas

Recebi, no curso virtual de Teolo-gia de Umbanda Sagrada, uma pergunta sobre sexualidade. A

pergunta foi respondida de forma direta no curso. Mas, como continuei refletindo sobre a questão, acabei por escrever um texto sobre o assunto. Abaixo mantenho a pergunta do aluno e, em seguida, a resposta e o texto.

PERGUNTA DO ALUNO:“Um amigo meu disse que só não

frequentava a Umbanda porque ele via que “todo pai-de-santo era gay”. Longe de concordar ou discordar, pergunto: Se a alma tem uma qualidade mas-culina ou feminina? Que explicação a Umbanda dá à homossexualidade / homoafetividade / transexualidade? A umbanda acredita na possibilidade de um ser dual, como uma gradação entre estes dois pólos?”

RESPOSTA de Alexandre Cumino: Não existem pré-requisitos de op-

ção sexual para se exercer o sacerdócio

umbandista (“pai de santo”, “mãe de santo”, dirigente, comandante, cacique, padrinho, madrinha e etc.), assim como não há relação entre a opção sexual e a mediunidade. Estabelecer qualquer conceito entre sacerdócio e sexualidade, na Umbanda, é preconceito.

Alguns espíritos têm uma natureza masculina e estão em corpos femininos, outros tem natureza feminina em corpos masculinos. Não existe um ser “dual” em sua natureza ancestral. Há, sim, pessoas que independente de sua natureza se atraem, se relacionam, trocam carinho e amor com pessoas de ambas as na-turezas e sexos.

Ou seja, podemos definir o sexo (biológico), o corpo (soma), como masculino ou feminino. O que inde-pende da natureza do espírito, da alma (ancestral), que também é masculina ou feminina. O mais comum é que es-píritos de natureza feminina encarnem em corpos de natureza feminina e que corpos de natureza masculina encarnem em corpos de natureza masculina. Mas

também é possível encarnar em corpos com o sexo diferente de sua natureza, ou seja: espírito de natureza feminina encarnado em corpo masculino e espí-rito de natureza masculina encarnado em corpo feminino. Assim, podemos verificar que há: mulheres com nature-za masculina e homens com natureza feminina.

Partindo deste princípio, é bem na-tural e fácil de entender que há mulheres de natureza masculina que se atraem por outras mulheres de natureza femi-nina. Há homens de natureza feminina que se atraem por outros homens de natureza masculina. No entanto, há mulheres de natureza feminina que se atraem por outras mulheres de natureza feminina e, também, há homens de natureza masculina que se atraem por outros homens de natureza masculina. As pessoas não se atraem apenas por uma questão sexual de polaridade.

As pessoas também são atraídas por sentimentos de afetividade, admiração e sensualidade. Muitos amam e querem trocar amor, carinho e convivência com outras pessoas, independente do sexo ou de sua natureza. Quanto aos rótulos de homossexual, homoafetivo, heteros-sexual, transexual e outros são apenas títulos utilizados na tentativa de classi-ficar o comportamento humano. Para a Umbanda, o que importa é o amor, o sentimento, o carinho, a afetividade, a convivência e, claro, o respeito.

O vício sexual, a obsessão e o desequilíbrio em nada têm a ver com a natureza ou o sexo, mas sim com a pro-miscuidade, a vulgaridade, a banalização

do sexo e a falta de amor nas relações. O que a Umbanda considera dese-

quilíbrio é: o vício sexual, a obsessão sexual, a promiscuidade sexual, a vulgaridade sexual e a banalização do sexo. Ou seja, na Umbanda são tratados a falta de amor, as carências afetivas e os traumas que bloqueiam a fluidez desta energia.

Para a Umbanda, desequilíbrio sexu-al é, apenas, a agressão sexual, para si ou para o outro. Antinatural é a falta de amor e de respeito que deve haver entre duas pessoas se relacionando.

Quantas mulheres foram agredidas por homens em que confiavam e que deviam lhes dar amor, como seu pai, seu marido, seu irmão e etc.? Quantos homens foram agredidos, em seus sen-timentos, pelas mulheres que confiavam para dar e receber amor? Quantos ca-sais, homem X mulher, vivem debaixo de um mesmo teto sob a agressão e a mentira? Quantos homens ou mulheres são assexuados e isentos de afeto com suas companheiras(os) e buscam fora do casamento outros tipos de relação dese-quilibrada, justamente por estar oculta na mentira e reprimida em sua imagem social? Algumas situações como estas criam traumas e bloqueios emocionais em seres humanos que continuam preci-sando de amor e carinho. Sem verdade e dando vasão a uma sexualidade repri-mida de forma escondida, seja homo ou hetero, cria-se uma separação dentro do ser e isto, sim, é um desequilíbrio, isto, sim, é a porta para o vício e a agressão.

Precisamos de mais educação e me-nos repressão, mas não apenas educação

sexual e, sim, educação afetiva. Devería-mos aprender em casa como tratar com carinho quem a gente ama, aprender que sexo é amor, aprender a trocar energia de forma saudável. A repressão sexual é a grande responsável pela por-nografia agressiva e desequilibrada, que predominou nas salas escondidas dentro das locadoras de vídeo, tão cobiçadas por adolescentes que nada sabiam so-bre o assunto e que acreditavam estar aprendendo algo com aquilo.

O que é a melhor coisa do mundo?A melhor coisa do mundo é a verda-

de! Melhor viver sua verdade, seja ela qual for, que viver uma mentira social. O peso do preconceito na sociedade cria uma sombra pesada para todos que não se encaixam dentro do modelo predo-minante. Todo aquele que reprime algo no seu semelhante tem estas mesmas qualidades reprimidas dentro de seu ser, e deste conflito interno vem o medo, quase inconsciente, de ser descoberto em sua intimidade oculta e a vontade de agredir o outro como fruto deste medo.

O que é bom e faz bem ao ser humano é amar e ser amado de uma forma saudável. Onde, como e com quem é da conta, apenas, de quem está amando, e ninguém, além de você mesmo, pode saber onde encontrar este amor. Todos são livres para trocar cari-nho e afetividade, que faz bem para a saúde emocional, psicológica, hormonal e afetiva. O amor não tem sexo, a alma tem uma natureza, mas somos todos livres para trocarmos amor com quem queiramos.

Quem ama não agride!

Igualdade

Nossa capa:

Autor: JOÃO AUGUSTOE-mail [email protected]

Coroa Planetária

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Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013 Página -3

Para colaborar com textos para o JUS, envie seu artigo [email protected], com seu nome, RG e e-mail,

autorizando a publicação. O texto não pode ter mais do que uma página A4 e será avaliado para possível publicação.

Leia todas as edições do Jornal de Umbanda Sagrada no site www.colegiopenabranca.com.br

01 – Amar a Olorum, aos Orixás e à Umbanda acima de todas as coisas e das outras religiões.

02 – Vestir a roupa branca e incorpo-rar seus guias só no seu centro.

03 – Não ficar visitando outros cen-tros em vão, ou seja, só por curio-sidade.

04 – Se visitar um centro, entrar em silencio, assistir aos trabalhos, tomar o passe e sair em silêncio.

05 – Não comentar ou criticar as práticas alheias, sejam elas do seu agrado ou não, concorde com elas ou não, porque elas não são as suas e, sim, deles.

06 – Não fazer comentários desairo-sos sobre os cultos e trabalhos reali-zados em outros centros de Umbanda.

07 – Não copiar fundamentos alheios e manter-se fiel aos da Umbanda.

08 – Não profanar o que é sagrado e não sacralizar o que é profano.

09 – Cuidar da sua mediunidade e deixar a dos seus irmãos de fé, que os Pais ou Mães Espirituais e os guias deles cuidarão.

10 – Não emitir opiniões sobre o as-sunto religioso que não conhece em profundidade ou sobre o qual sequer conhece.

11 – Não imitar e não invejar os trabalhos e as forças espirituais dos seus irmãos de fé.

12 – Se, por alguma razão, não se sentir satisfeito no centro que está fre-quentando, peça licença para se afastar dos trabalhos, mas guarde só para você as razões do seu afastamento.

13 – Se saiu do centro que frequen-tava, não fique criticando-o ou ao seu dirigente porque, por certo tempo, tanto o centro quanto o seu dirigente lhe foram úteis e o ampararam.

14 – Não faça comentários sobre os trabalhos realizados no seu centro para pessoas que não o conhecem ou não participam do dia a dia dele e do que nele é realizado.

15 – Não fique procurando ou pondo defeitos em seus irmãos de fé, e sim, procure-os em si e tente livrar-se deles antes que descubram que não és o “ser perfeito” que aparentas ser.

16 – Lembre-se disso: Todos possuem defeitos e imperfeições, mas cada um só deve cuidar dos seus.

17 – Trabalhe a favor e em benefício do crescimento do seu centro e dos seus irmãos de corrente, que toda a corrente trabalhará em seu benefício e das suas forças espirituais.

18 – Cada centro tem os seus funda-mentos e os do seu não são melhores ou mais poderosos que os dos outros. Apenas são diferentes!

19 – Faça a caridade, seja ela espiri-tual ou material, sem esperar nenhum tipo de recompensa, pois fazê-la es-perando algo em troca não é caridade e, sim, troca de benefícios.

20 – Se, o ato de auxiliar alguém cari-tativamente com o seu dom mediúnico e com a força dos seus Guias e dos seus Orixás não lhe for gratificante ou recompensador, pare enquanto é tempo, porque, de insatisfeitos e de exploradores do próximo, o inferno está cheio!

21 – Não fazer “Feitura de Santo” no Candomblé e continuar a falar em nome da Umbanda e se apresentar como umbandista.

22 – (Que outros irmãos de fé acres centem aqui outras regras que acharem necessárias ao aperfeiçoa-mento doutrinário dos médiuns um-bandistas)...

23 –..., etc..

22 – Colabore materialmente com seu centro (terreiro/tenda/núcleo), não é responsabilidade do sacerdote custear todas as despesas de um trabalho que é coletivo. Procure saber como colaborar nas despesas, seja para dividi-las ou para pagar uma mensalidade/doação estipulada pelo dirigente. A manutenção material é tão importante quanto a espiritual, é sagrada e deve ser uma prioridade.

23 – Ao chegar no centro, desligue seu celular, procure deixar seus problemas de fora, evite conversas sobre o trânsito, política, futebol, difi-culdades domésticas ou profissionais. Procure não se entregar a distrações, você está em ambiente sagrado, este-ja consciente de si e do sagrado, sinta e perceba quais são seus sentimentos, pensamentos, palavras e ações neste templo da religião.

24 – Não chegue atrasado aos tra-balhos, procure chegar mais cedo, informe-se o quanto antes deve che-gar. Ao chegar no centro seja útil, pro-cure saber se precisam de você para a limpeza ou manutenção e organização do espaço e do trabalho que vai se re-alizar. Caso não tenha mais nada para fazer, procure silenciar, meditar ou rezar, preparando-se para os trabalhos que, provavelmente, já começaram no astral. Espere o trabalho/gira/sessão se encerrar completamente antes de se retirar do templo, procure saber se ainda precisam de ajuda antes de ir embora.

25 – Fale baixo (outros podem estar rezando) e movimente-se com calma e cuidado. Seja sempre cordial, tran-quilo, respeitador, atencioso e bem disposto durante os trabalhos de Umbanda. Não grite, não corra, não se manifeste com agitação ou nervo-sismo, independente do que esteja acontecendo. Lembre-se, o estado emocional e a atitude dos médiuns influencia diretamente o comporta-mento da consulência.

26 – Não use o centro/terreiro para paquerar, flertar ou causar frissons. Os trabalhos de Umbanda não podem ter como objetivo encontros afetivos. O foco das reuniões de Umbanda deve ser sempre religioso, espiritual e de autoconhecimento. Evite chamar a atenção por meio da vaidade ou do ego. Caso comece a se relacionar afetivamente com outro médium,

avise seu sacerdote, pois ele é res-ponsável pelo que acontece dentro deste ambiente.

27 – Cuide de sua higiene, procure estar sempre com sua roupa branca, de terreiro, limpa. Esteja sempre atento ao odor dos pés (caso tenha que tirar os calçados), verifique o há-lito e use desodorante sem perfume. Pois nada é mais desagradável que tomar consulta com uma entidade e ter que sentir: “chulé”, mau hálito, CC vencido e outros odores desa-gradáveis.

28 – Cuide de sua alimentação. Nos dias de trabalho, evite comer carnes ou alimentos de difícil digestão, abstenha-se de bebidas alcoólicas e relação sexual.

29 – Mantenha sempre acesa sua vela para o Anjo da Guarda e, quando necessário, firme sua direita e sua esquerda, tome seus banhos de ervas e faça defumação. Aprenda como se limpar e descarregar de energias ne-gativas, não deixe tudo por conta de seus guias ou de seu sacerdote. Não seja mais um dependente e não faça do trabalho espiritual uma muleta, aprenda e conheça os fundamentos de sua religião.

30 – Trate com respeito e humildade todos os guias que trabalham no centro e não apenas os guias do seu sacerdote.

31 – Não ocupe o tempo de seu sacerdote com assuntos’ desneces-sários, frivolidades ou banalidades. Provavelmente, outros irmão tam-bém querem a atenção do dirigente espiritual.

32 – Procure entender que todo cen-tro/terreiro tem regras, escritas ou não, que devem ser seguidas à risca, tanto por médiuns, quanto por seus guias. Procure conhecer estas regras.

33 – Lembre-se, podemos comparar o centro a uma família em que, aos poucos, vamos conhecendo as difi-culdades de cada um e aprendendo a conviver com elas. Também podemos comparar a uma orquestra, em que o sacerdote é o maestro e que cada médium deve seguir sua partitura, fazer seu papel, com consciência de que cada um é uma parte do todo e, se cada um fizer sua parte, o todo estará, sempre, em harmonia.

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Página -4 Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013

Manoel adentra ao terreiro e ob-serva meio chateado que hoje é gira de criança e se questiona:

o que uma criança pode trazer de útil ou importante para este momento da vida, momento este em que está de-sempregado, saindo de um desgastante casamento de longos anos se sentindo desprezado, velho, sem forças ou ânimo para as novas e necessárias buscas. Manuel se sente no fundo do poço, e diz para si mesmo: “aonde eu vim amarrar meu burro? Procurar ajuda num terreiro de macumba já é o fim, mas vir assistir a marmanjos se arrastando de joelhos, fazendo cara de criança, brincando e comendo doce, aí já é ridículo.

O que estou fazendo aqui? Deixe-me ir embora, rápido!”.

Ao se levantar para ir embora, al-guém o segura pelo braço e diz: “Entre. É a sua vez. Aquela criança vos chama”. Manuel observa o médium incorporado com os braços levantados, chamando-o. “Ai, ai. E agora? Bom, vamos ver no que dá!”. Entrou.

A criança lhe sorri. Manuel sério. - Tio, me dá a sua mão.- Olha, eu só quero um passe.

Tenho de ir. Ainda tenho compromisso para hoje - diz Manuel.

- Sim, tio. Me dá as duas mãos e fecha os olhos.

Manuel sente uma leve vibração, convidando-o ao relaxamento, respira fundo, enchendo-se de paz. Manuel pensa: “nossa, há quanto tempo não tenho um momento de paz”. O menino

Em uma noite dessas, en-quanto participava dos sete dias de conexão

com Mamãe Oxum, me vi em um desdobramento astral durante a madrugada. Quando tomei consciência, estava dian-te de uma bela preta-velha de olhar sereno e amoroso.

- Boa noite, fio – cumpri-mentou-me.

- Boa noite, vovó.- Trabalho bonito esse que estão

fa zendo para Mamãe Oxum – comentou e continuou – Pena que nós não con-seguimos entender a dimensão desse Amor Divino!

Percebendo meu silêncio e reflexão continuou:

- Já começa que não entendemos que o principal amor é o amor próprio. Passamos a vida toda tentando amar o que está fora de si, quando o prin-cipal, amar a si próprio, não fazemos. Culpamos-nos, nos punimos e, quase sempre, deixamos de fazer as coisas para nós mesmos para fazer pelos outros. E

fala enquanto dá um passe espiritual, puxando do reino dos encantados essências para impregnar em Manuel:

- Tio, lembra quando você era criança e brincava na rua, lembra tio?

- Sim, uma bola foi meu único brin-quedo ,o único que tive em toda a minha curta infância. E eu adorava brincar de bola. Qualquer vão entre duas coisas era um gol.

- Tio, vem brincar comigo.- Não, eu não posso, tenho mil

problemas a resolver.- Tá bom, tio. Deixa-me acabar

o passe. Tio, à noite, quando você ia dormir, você rezava?

- Sim, mas não me lembro como era, faz muito tempo.

- Tio, acabou. Vai com DEUS, tio!Manuel volta de seu pequeno

transe, leve, como se tivesse deixado lá uma construção que jazia em suas

costas. Mas, volta a pensar: “Não adianta. Foi gostoso, mas não resol-veu meus problemas. Eles vão bater a minha porta logo, logo”. Na volta pra casa, Manuel vai que é só recor-dações, se lembra tanto das alegria quanto das tristezas, da dureza da infância pobre e das alegrias feitas de quase nada.

De repente, na calçada, quica a sua frente uma bola de futebol daquelas modernas. Manuel, conta-giado pela nostalgia, não pensa duas vezes e mete uma bica na bola, que subiu as alturas e foi dar com a vidra-ça de uma casa velha abandonada.

Com o estardalhaço da vidraça ruindo, as casas vizinhas acenderam as luzes e Manuel saiu correndo e rindo tal qual uma criança que fez uma traquinagem. Correu até sua humilde casa a aden-trou a porta aos soluços de cansaço. Deitou-se na cama, fechou os olhos e se lembrou da oração que fazia quando pequeno.

Manuel se viu criança, colocou as duas mãos no peito e adormeceu com uma prece no coração. Sonhou lindos sonhos de uma vida passada, onde havia a alegria que ainda está por vir. Acordou com os mesmos problemas, mas renovado.

Na outra semana, estava lá no terreiro novamente. Desta vez era gira de caboclos e perguntou ao entrar: “QUANDO VAI TER OUTRA GIRA DE CRIANÇA?”.

IBEJI IBEJADA!

esse é só um dos amores! Tem o amor a família, que desprezamos, maltrata-mos, ficamos ausentes. Tem o amor ao próximo. Ah, o amor ao próximo... Como somos hipócritas, só amamos o próximo até não ter que arregaçar as man-gas e ajudá-lo – falou isso soltando um belo riso. Tem o amor dos namorados,

noivos e casais. Tão confuso isso hoje em dia. Amores separados pelos interesses próprios, cada um tem suas coisas, tudo tem contrato, não se respeitam, o carinho fica para depois do acerto dos bens. Falta respeito, carinho, reciprocidade. Claro que estou generalizando, mas, fio, daqui o que mais temos visto hoje é isto!

Lágrimas começaram a correr dos meus olhos e ela me abraçou, confortan-do. Ela sabia o porquê das lágrimas, mas não disse nada, apenas abraçou-me. E continuou baixinho...

- E tem o amor da fé. Esse, o povo brasileiro conhece bem, mas só o usa

com fervor quando está precisando, quando a dificuldade bate a porta, quan-do alguém está doente. Não se lembram do agradecimento diário por tudo o que são e recebem de Deus.

Afastou-me um pouco e olhou meus olhos. E eu perguntei:

- E qual é, ou quais são os mais importantes?

Ela deu um sorriso e respondeu: - Todos eles são importantes igual-

mente. Cada um é parte de um belo quebra-cabeça onde, quando um falta, fica incompleto – e continuou – É pre-ciso pensar, viver, sentir, doar-se, sorrir, agradecer, empenhar-se em todos eles. Só assim teremos uma vida plena e feliz. E se não fizermos isso, não estaremos cumprindo nossa maior missão em vida: Ser feliz e fazer feliz. – E despediu-se. Fique com Deus, fio amado, que Mamãe Oxum lhe abençoe e que você sempre se lembre... Cometemos erros, mas nunca é tarde para concertá-los.

Salve toda a linha dos pretos-velhos e pretas-velhas. Ora yê yê ô Mamãe Oxum!

Esse é um tema de difícil aborda-gem, mas devemos estar atentos a como encaramos essa questão

dentro dos terreiros e, porque não, nas nossas vidas? Como eu olho o irmão ou a irmã que é homossexual? Eu aceito sua opção, ou não? Chamo-o de irmão na frente e depois faço comentários de mau gosto sobre ele? É, devemos fazer uma reflexão sobre nossos pensamentos em re-lação a esses irmãos.

Muitos deles já travam suas próprias batalhas interiores a respeito disso, alguns espíritos aceitam os novos corpos onde irão fazer essa nova jornada e outros espíritos não aceitam os corpos onde reencarnaram, travando uma batalha emocional muito grande.

Será que seus pensamentos e emoções já não seriam suficientes para ter com o que se preocupar? Mas como bons seres humanos evoluídos que so-mos, ainda cabe a nós julgarmos seus atos ou atitudes? Quantos homossexuais na assistência não passam com nossos amados guias? Quantos não têm os mesmo problemas que nós no seu dia a dia e nossos amados guias os acolhem da mesma forma que um heterossexual.

Será que, quando estamos juntos na corrente mediúnica, clamando a ajuda dos nossos Orixás, mentores e guias, nossas orações se dividem entre heteros e homossexuais? Ou chegam juntas com a mesma força e clamor?

Afinal de contas, quando dizemos: “Pai, fazei de mim um instrumento para que o vosso poder possa ajudar seus filhos aqui na terra”, dizendo esta frase, não distinguimos quem iremos ajudar, seja qual for sua opção sexual, estamos

aqui para ser apenas um instrumento dos nossos Orixás. Aos que julgam opções sexuais, saibam que muitas das bênçãos e orações na sua vida também vêm desses irmãos.

É comum uma mulher receber um Caboclo, um Baiano, um Boiadeiro, um Preto velho, um Exú, um Orixá mascu-

lino, isso é comum, não é!? Mas se um homem recebe uma entidade feminina, já acham que ele é homossexual, não é verdade? Para as en-tidades, eles querem apenas uma matéria

limpa para que possam fazer seus tra-balhos e sua caminhada na evolução da seara. Pois quantos de nós já não fomos consultar um Baiano e quem o incorporava era uma mulher? Nesse momento, não víamos se era mulher ou homem quem estava ali apenas queríamos resolver nossos problemas.

Muitas vezes, nos convém jogarmos os lixos que temos para baixo do tapete, pois assim ninguém os vê. Homossexua-lismo existe, sim, em todas as religiões desde que o mundo foi criado. Na Grécia antiga, no Egito antigo, em todos os tempos sempre existiu. O que hoje está deixando de existir é o respeito pelo pró-ximo, esse próximo aí, que você chama de irmão na hora das suas necessidades; esse irmão que está na assistência e sua colaboração ajuda para suas festas no terreiro e melhorias na casa, mas depois é condenado pela sua opção.

Saibam que se continuarmos olhan-do essas diferenças, estamos apenas nos atrasando, pois durante a gira nada disso importa, somos todos iguais perante a Lei maior do nosso amado pai Olorum.

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Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013 Página -5

Mas, além deles, que formam um conjunto de regras morais que deter-minam o comportamento das pessoas, a doutrina umbandista é formada pela crença em leis espirituais, tais como:

- Lei de Ação e Reação- Lei de Causa e Efeitos- Lei das Afinidades - Lei da Reencarnação- Lei do Retorno

A lei de ação e reação determina que toda ação, seja ela boa ou má, cau-sará uma reação em sentido contrário com os mesmos propósitos e a mesma intensidade. Assim, toda boa ação ge-rará uma reação benéfica para quem praticá-la. E toda má ação gerará uma reação maléfica para quem praticá-la.

A doutrina de Umbanda também ensina que a prática de boas ações deve ser uma constante na vida dos um-bandistas e o combate permanente às más ações deve ser o propósito de suas práticas espirituais e magísticas, que devem anular os malefícios causados por quem recorre às práticas espirituais e magísticas negativas, também conhe-cidas popularmente como necromancia e magia-negra.

Mas a doutrina vai muito além dis-so! O aprimoramento moral deve ser acompanhado de um aprimoramento consciencial e do desenvolvimento íntimo de valores espirituais, tais como a fraternidade, a tolerância, a paciên-cia, a resignação, a perseverança, o humanismo, a caridade, a concórdia e o perdão, etc.

A doutrina umbandista tem sido formada a partir de princípios morais e religiosos universais,

já consagrados no tempo e que têm servido de base para várias outras re-ligiões porque, depois da universaliza-ção dos dez mandamentos elaborados por Moisés no Judaísmo, pouco pode ser acrescentado a eles e, dos dez, nenhum pode ser suprimido. Os dez mandamentos são estes:

- Amar a Deus sobre todas as coisas- Não usar o Santo nome de Deus em vão- Lembra-te do dia de domingo para santificá-lo- Honrar Pai e Mãe- Não matarás - Guardar castidade nas palavras e obras- Não roubar - Não levantar falso testemunho- Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos- Não cobiçar as coisas do próximo

Dependendo da fonte consultada, eles variam nas palavras usadas para descrevê-los, mas a essência de cada um é esta, descrita acima. Os dez man-damentos formam uma base religiosa moralizadora do comportamento das pessoas e formam uma base jurídica, que tem auxiliado na contenção do instinto primitivista da humanidade. Muitas das leis canônicas judaicas e cristãs estão fundamentadas neles.

A FRATERNIDADE. O umbandista deve desenvolver em

seu íntimo o entendimento de que, se tudo foi criado por Deus, então tudo é parte da Criação Divina e, porque todos foram criados por Ele, não se justifica amar e respeitar quem nos é querido e não amar quem não faz parte de nossa vida e religião. A fraternidade se faz presente no respeito aos nossos seme-lhantes, mesmo que eles sigam crenças religiosas diferentes da umbandista, ou que tenham opiniões diferentes da nossa sobre assuntos religiosos ou profanos.

A tolerância deve ser aprimorada no íntimo de todos os umbandistas para que não vejam como “inferiori-dade” as diferenças culturais, raciais, religiosas e morais, pois tanto as leis civis quanto as religiosas mudam de povo para povo e de religião para religião. Afinal, se cremos de fato que todos foram criados por Deus, não se justifica o racismo e o preconceito.

O umbandista não deve fazer juízo sobre alguém a partir da cor de sua pele, de sua preferência sexual, do seu grau de escolaridade ou de sua crença religiosa e, sim, se tiver que opinar ou fazer um juízo, só o faça a partir das qualidades morais e de caráter de quem for objeto de sua opinião de julgamento. Opinião ou julgamento de falta de qua-lidades morais ou de vícios em alguém, só se forem transmitidos pessoalmente à pessoa em questão.

A tolerância não nos obriga a acei-tar dentro da Umbanda, ou em nosso

dia-a-dia, uma pessoa sem moral e ca-ráter, mas também não nos dá o direito de emitir opiniões e juízos pessoais so-bre alguém para outras pessoas, sendo que, se quisermos emiti-los, devemos nos dirigir diretamente à pessoa, mas de forma pacifica e construtiva, visando à mudança íntima dela, que, se acei-tar nossa opinião e juízo, ótimo, pois começará sua reforma íntima. Mas, se não aceitá-la e reagir de forma agres-siva e desrespeitosa, com certeza mais adiante a própria vida a reformará e a tornará uma pessoa melhor.

A paciência implica em não buscar-mos de forma precipitada e emocional as soluções que exigem racionalismo e calma até que as soluções apareçam. A precipitação, o impetuosidade, a ansiedade e a impaciência diante de fatos consumados não se justificam, porque não só não os alterarão como poderá agravá-los e torná-los insolúveis ou insuportáveis.

A resignação deve ser uma qua-lidade em todos os umbandistas, porque diante de certos fatos não nos resta alternativa e temos que nos resignar e dar um novo rumo à nossa vida.

A perseverança é indispensável,

porque muitas vezes as dificuldades que surgem em nossa vida fazem com que nos afastemos dos trabalhos rea-lizados no Templo que frequentamos, tornando ainda mais difícil superar os obstáculos que nos paralisam, seja profissional, financeiro ou familiar.

PRESERVAR A NOSSA FÉ É IMPORTANTÍSSIMO!

O humanismo é um estado de consciência que desenvolve em nosso íntimo a bondade, a compaixão e a ca-ridade, porque anula em nosso íntimo o egoísmo, a soberba e a prepotência.

A caridade deve ser algo que brote no íntimo de cada umbandista e faça parte do seu dia-a-dia, porque ela pode e deve ser praticada de muitas formas, desde uma palavra amiga de consolo, de esclarecimento, até de ajuda mate-rial aos menos favorecidos.

A concórdia deve ser buscada, primeiro para si, depois para aqueles que se encontram com o íntimo e a consciência em conflito.

O perdão, no seu sentido mais elevado, deve ser praticado pelo umbandista, começando por si e se estendendo aos que, em determinado momento e sob condições adversas nos ofenderam.

O cordão de São Francisco tem a mesma função que as guias na Umbanda Sagrada. Sendo

consagrado corretamente, é mais uma proteção para o médium. Ao amarrar-mos em nossa cintura, o cordão de São Francisco, independente da cor e Orixá consagrado, protege o nosso eixo magnético que está localizado em nossa cintura, nos protegendo de ataques de espíritos que venham por baixo de nós.

Como o cordão funciona, ele rebate as energias negativas, espíritos sofre-dores, eguns, quiumbas, ao mesmo tempo nos guia em direção a luz, mos-trando aos espíritos de baixa vibração que estamos seguindo o caminho e os ensinamentos do Pai Maior.

Os Monges Franciscanos que são consagrados e tem a permissão pelo nosso Pai Jesus Cristo, fabricam o cor-dão de São Francisco com as seguintes etapas.

Boa Noite, povo. Sou Capa Preta, peço licença pra dizer algumas palavras. Aproveitem que estão aqui dentro desta mata com seus pés na terra, não tenham medo de pisar nela, vocês reencarnam exatamente pra isso, pisar firme na terra. Mas é com pesar que sinto seus pés

inseguros, seus corações apertados e negros como a minha capa, e com esses olhos entristecidos.Vocês tiveram esse privilégio de estarem aqui e nem se quer sorriem pra esta fogueira que brilha,

que solta chamas fortes e quentes, é como deveriam estar seus corações. Ao contrário, estão de cabeça baixa, desanimados e sem forças, até pra saudar nossa chegada.

UMBANDA não é isso. UMBANDA pede alegria, união, força e determinação, pra enfrentar o quê vocês mais dizem: DEMANDA, que vocês mesmos produzem, mas não sabem identificar o porquê e de quem. Esquecem de olhar pra cima e ver os braços do PAI, que está sempre aberto, pronto pra abraçar e socorrer qualquer um de vocês e ate nós que ainda estamos aprendendo com ele.

Então, povo, fica o meu recado. Igual vocês falam que na UMBANDA não se escolhe a quem ajudar, que é CARIDADE, façam a primeira caridade pra vocês mesmos, cuidando de tudo e todos

com amor. Precisando, é só chamar esse que vos fala. Te cubro na verdade e Te descubro na mentira. Obrigado por me ouvirem, boa noite. Capa Preta.

Cordão de São Francisco:Por que usamos na Umbanda Sagrada

Pelo médium RODRIGO CORREIA DOS SANTOS E-Mail: [email protected]

• Os monges fazem a fabricação geralmente em grupos, enquanto estão entrelaçando os fios do cordão, os monges vão fazendo orações carre-gando o cordão energeticamente com forças benéficas.

• Em cada nó do cordão tem um (Creio em deus-pai, Senhor meu Jesus Cristo, Eu Pecador, Pai-Nosso, Ave-Maria e Santa Maria).

• Os cordões franciscanos são compostos geralmente com três nós, ou cinco nós.

• Três nós - correspondem às três virtudes do Seráfico Pai: a Pobreza, a Castidade e a Penitência.

• Cinco nós - correspondem às cincos chagas de Jesus Cristo e os estigmas de São Francisco.

Mensagem do Guardião Capa PretaPela médium MAISA ROSANGELA DOS SANTOS SILVA - [email protected]

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Página -6 Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013

A repressão feminina é uma questão histórica dentro das sociedades patriarcais, masculinas, machistas

e hipócritas. No mundo ocidental, judaico cristão, a base de comportamento social e moral foi a Bíblia considerada a palavra de Deus. No entanto, a Bíblia é um livro que foi escrito por homens como eu e você, que lê este texto. E, como todo livro, deve ser lido dentro de um con-texto de época, cultura, foco, interesse, objetivo, intenção subjetiva e outros.

Estes dias, uma aluna que está pesquisando as questões da agressão à mulher, me procurou afirmando que, em meio a pesquisas e entrevistas, uma mulher teria lhe dito que: “está escrito na bíblia, que a mulher deve ser submissa ao homem”. Esta mulher teria ouvido isso do seu sacerdote cristão e

que esta verdade deveria ser a base de um relacionamento cristão. Nenhuma das duas havia lido a bíblia, mas sabiam que o texto estava no Novo Testamento, em Efésios. Ao ouvir este relato, de pronto, me ofereci para pegar a Bíblia e ler o que de fato estava escrito, como segue abaixo em Efésios 5:21-28:

Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;

Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.

De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.

Vós, maridos, amai vossas mulhe-res, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,

Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,

Para a apresentar a si mesmo igre ja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.

Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mu-lher, ama-se a si mesmo.

Estas são palavras de Paulo, a sub-missão da mulher já era uma regra nesta época. A mulher era praticamente uma propriedade do homem. Mas o ponto alto deste texto não é a submissão da mulher e, sim, a forma como o homem de veria tratar esta mulher. Paulo não está ensinando a submissão, porque es ta já era a lei e a regra, o que ele está ensinado é o amor e o respeito. No momento em que o homem ama a mulher como a si mesmo, esta “submis-são” já não existe mais. Podemos dizer que Paulo usa a palavra submissão e afirma a submissão da mulher ao marido com o interesse claro de acabar com a própria submissão, dentro do significado que esta palavra possui e é empregada. São palavras de Paulo, um intelectual, político, que nunca conviveu com Jesus. Cristo era muito, mas muito mais radical com relação à mulher. Ele ia, inclusive, contra a lei para defender a mulher, o que podemos ver quando ele pede que atire a primeira pedra na mulher adúltera quem não tiver pecados.

Hoje, sabemos que a igreja rejeitou muitos outros evangelhos que não lhe interessava. Estes textos são chamados de “apócrifos” e constituem uma bíblia a parte, ou paralela, com conjuntos de ensinamentos que revelam um outro cristianismo.

Cito abaixo algumas passagens de apócrifos que mostram a relação entre Jesus e a mulher, mais especificamente, Maria Madalena:

Pedro disse a ele (Jesus): “Permite que Maria nos deixe, pois as mulheres não são dignas da vida”.

Jesus responde: “Eu mesmo devo guiá-la para fazer dela um homem, para que ela também possa se tornar um espírito vivo semelhante a vós homens. Pois, cada mulher que fizer dela mesma um homem, entrará no reino do Céu”.

Este texto acima está no Evangelho de Tomé e, aqui, quando Jesus diz para fazer da mulher um homem, ele quer di-zer que ela deve ter os mesmos direitos que um homem e é assim que entrará no reino dos céus. No Evangelho de Felipe, está escrito que Jesus sempre estava acompanhado de três Marias, sua mãe,

sua irmã e Madalena. Também está escrito que ele amava Maria Madalena mais que a todos os discípulos e que a beijava frequentemente na boca, o que causava um certo ciúme nos discípulos. Entre os apócrifos, existe o Evangelho de Maria Madalena e, neste, aparece Pedro afirmando que Jesus lhe amava mais que a todas as mulheres e per-guntando a Madalena quais eram as palavras de Jesus para ela, que eram ocultas aos outros discípulos.

Estes textos apócrifos não são do interesse de ninguém que ainda queira a mulher submissa ao homem, nem seria necessário trazer os apócrifos, pois as palavras se traem a si mesmas e os textos se contradizem o tempo todo. A premissa da mensagem de Cristo é o amor e o respeito pelo ser humano. Cristo amou muito as mulheres e as colocou em igualdade com os homens. Quando existe amor e respeito, nin-guém deve ser submisso a ninguém. Quanto à Bíblia, esta não pode ser lida fora de contexto, não pode ser interpre-tada ao pé letra e exige de todos nós maiores estudos, para não ser usada ou manipulada por interesses temporais.

Os apócrifos citados foram con-sultados no título: “A Biblioteca de Nag Hammadi”, Editora Madras, www.madras.com.br.

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Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013 Página -7

Em nosso terreiro, sempre con-versamos com os médiuns sobre a importância da saúde física,

mental, emocional e espiritual. Falamos sobre firmezas, oferendas, trabalhos de limpeza, sobre a prática da meditação, sobre a necessidade da autoanálise e do autoconhecimento, sobre praticar exercícios físicos e fazer alongamen-tos, assim como ter uma alimentação saudável.

E não cansamos de falar sobre nada disso, porque nossos costumes são antigos e difíceis de mudar. No caso da alimentação, mesmo quando fica-mos doentes e o médico nos pede que nossos hábitos sejam alterados, muitas vezes ainda resistimos à mudança.

E falando em alimentação, que é um dos focos da minha orientação aos médiuns no Colégio Pena Branca, vou tentar ser mais específica sobre o que faz bem e o que não faz; sobre como se cuidar e evitar uma série de doenças que não só atrapalham nossa vida, como podem reduzir o tempo de nossa encarnação.

Comece tirando (ou evitando) tudo o que faz mal: embutidos, carnes gor-das, queijos amarelos e fortes, farinha de trigo branca (pão e massas), sal em excesso, açúcar, doçuras em geral, café

e energéticos. Os enlatados e alimentos cheios de conservantes (aqueles que duram meses no armário ou na gela-deira) também devem ser consumidos com cautela.

Você pode estar perguntando: sobrou o que pra comer? Muita coisa. Tudo o que é fresco, vivo e saudável.

Pela manhã, de preferência aos sucos naturais ou aos chás, juntamente com frutas e granola. Se precisar do pão, prefira os integrais, com mel, ge-léia sem açúcar ou manteiga. O Tahine e o ghee também são boas opções. Pra quem não vive sem aquele café com leite, não há problema. O problema do café são as doses repetidas durante o dia. Uma pequena dose pela manhã não faz mal a ninguém. Mas café não é água e não deve ser consumido como tal.

O café não é um alimento ener-gético. Ele age capturando as nossas reservas de energias e utilizando-as instantaneamente. Explicando melhor, a energia armazenada em nosso corpo que deveria nos manter ativos por horas é sugada para nos dar aquele “gás” momentâneo, só que não sobra nada pra depois. A energia que o café dá é uma ilusão, pois depois ficamos muito mais cansados e esgotados do que

antes de ingeri-lo.Continuando o dia, se tiver fome,

coma uma pequena porção de casta-nhas ou amêndoas no meio da manhã, uma barra de cereais, ou uma fruta leve. No almoço, sirva-se a vontade de saladas cruas, legumes, grãos, ar-roz e carnes magras (de preferência grelhadas). Deixe de lado as massas, as frituras e os ensopados carregados de gordura.

Quem pode cozinhar sua própria refeição, dê preferência ao uso do óleo de coco ou de palmiste para cozinhar ou refogar os alimentos. Estes óleos têm um ponto de saturação alto e são os mais indicados para serem aquecidos em altas temperaturas. O azeite de oliva é ótimo para temperar os pratos. Evite ainda utilizar temperos prontos. Lembre-se: nem toda comida precisa ser preparada com alho e cebola. Existem outros temperos incrivelmente saborosos. Comer tudo com o mesmo gosto, cansa. Experimente trocar o alho pelo gengibre em alguns preparos, use açafrão, manjericão, tomilho, orégano, sálvia, alho poró, cebolinha verde, car-damomo, pimenta. Invente!

Muitas vezes, não gostamos do sabor de um alimento, porque a forma de prepará-lo não nos agrada.

Não coloque óleo em tudo. Não cozinhe os alimentos em excesso. Pegue um único legume e experimente fazê-lo a cada dia da semana de um jeito e com um tempero diferente. Como a cenoura, por exemplo. Coma um dia crua e ralada; no outro, refo-gada em rodelas com pedacinhos de gengibre (pode temperar com shoyo quando for servir); no outro, rale e refogue a cenoura, com um molho de tomate feito por você, com pouca cebola, salsinha, cebolinha verde, e sirva para colocar em cima da carne, de uma batata assada, ou mesmo do arroz; no outro dia, faça um creme de cenoura, apenas cozinhando bem uma boa quantidade da raiz e batendo no liquidificador, pode temperar com alho poró, um pouquinho de gengibre, sálvia (até um pouco de leite de coco dá um sabor especial ao creme); no outro dia, corte a cenoura em tiras e asse junto com a carne. Viu como é possível inventar e comer um único alimento de formas e sabores com-pletamente diferentes?

Na janta, uma boa opção são as sopas, ou os sanduíches com pão in-tegral e cheios de salada dentro (que sustentam e lhe fornecem vitaminas em abundância). Tente comer hommus, ou

baba ganoush, com torradinhas (o pra-to árabe é leve e saboroso). Legumes refogados também são leves e podem ser deliciosos se bem temperados, servidos com uma carne ou frango grelhado. Pra quem prefere um café com leite e pão no início da noite, novamente sugiro dar preferência ao integral.

Saia do comum e cuide de você. Não é isso o quê nossos guias mais nos pedem? Que cuidemos de nós mesmos e estejamos bem, não só para recebê-los, mas para aproveitarmos nossa encarnação? Se hoje seu corpo não sente a falta de carinho e cuidado, aos 50, as doenças que poderiam ser somente estatísticas familiares batem à porta e transformam sua vida numa corrida a médicos e a uma rotina de comprimidos e medicamentos, do je-jum à hora de dormir. Se você vai viver até os 70 ou 80 anos de idade, por que não chegar lá com saúde e lucidez, sem que a vida se torne um peso pra você e pra seus familiares? Quanto antes você começar a se cuidar, melhor.

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Página -8 Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013

Por Marco Farnezi - [email protected]

Existem dois caminhos para se desen-volver a mediunidade de incorporação. O primeiro é um caminho natural, sem

uma base teórica e um acompanhamento específico. O médium faz partes das sessões ou engiras e, no decorrer dos trabalhos, começa a abrir suas faculdades mediúnicas e entrar em sintonia com seus guias mestres e mentores.

O segundo caminho é quando o médium entra em um dia específico para o desenvol-vimento mediúnico onde não há atendimento ao público e ele esta lá para entrar em contato com seus guias, mestres e mentores sem a preocupação de atender ou auxiliar as pessoas durante os trabalhos de atendimento.

Na minha opinião, os dois caminhos são válidos desde que se respeite o tempo que cada médium tem para se desenvolver, de tal forma que ele fique seguro e dê a passividade necessária para que os guias possam realmente trabalhar. Muito se fala so-bre a mistificação nos terreiros, porém mistificação é o ato de fingir propositalmente estar incorporado com uma entidade para satisfazer necessidades pessoais, como passar recado a alguma pessoa, fingindo ser um guia, perdir favores e dominar psicologicamente grupos de pessoas ou familiares para os mais variados fins do ego.

Quando não é propositalmente que o médium passa na frante do guia e às vezes não consegue trabalhar dando passividade para que o guia exe-cute seu trabalho com a maior liberdade possível, não é mistificação, mas, sim, falta de um desenvol-vimento mediúnico adequado para que o médium possa realmente trabalhar com seu guia da melhor maneira possível, dando a passividade necessária

e deixando realmente o guia trabalhar e atender as pessoas em dias de trabalho.

Por isso, acredito que o segundo caminho, o de um dia específico para o desenvolvimento mediúnico dos médiuns iniciantes, seja o mais indicado, pois, o médium adquire segurança e pode trabalhar seus dons com mais calma e cla-reza, sempre tirando as suas dúvidas com seus direigentes de uma maneira direta e saudável, e ainda destruindo os tabus acerca da mediunida-de de incorporção, como por exemplo, para ser médium bom, tem que ser inconsciente. Isso é uma grande besteira, pois a grande maioria são semiconscientes e, mesmo assim, fazem um tra-balho explendoroso, dando total vazão aos seus guias e ainda, de quebra, aprendendo muitas lições durante os trabalhos espirituais.

Temos que sempre entender que cada mé-dium tem um tempo de amadurecimento e que nem todos vão estar prontos dentro de suas próprias expectativas de tempo.

Eu estava no metrô que parou entre as esta-ções do Brás e Tatuapé, devido à chuva que alagou o trilho. O metrô estava lotado. Mais

parecia mais uma lata de sardinha. Se tirasse o pé do chão, não tinha como colocar de volta! Ou seja, teria que viajar com um pé só.

Eu estava muito cansada, pois havia traba-lhado mais de 12 horas e, sem querer, comecei a pensar: “Puxa! Bem que meu Pai Ogum poderia me ajudar a comprar um carro. Eu prefiro passar três horas parada no trânsito, sentada, do que uma hora em pé, nessa lata de sardinha, suada, ouvin-do esta falação agressiva do povo atormentando a cabeça de quem está cansado”. Mas como não tinha outro jeito, dei vazão aos meus pensamentos, divagando sobre o carro que eu queria pedir a pai Ogum. No meio de todos esses pensamentos, ouço uma voz muito firme dizer:

- Eu sou Exu! Não estou aqui pra falar do seu

Agora chegou nossa hora. O Portal está aber-to, é tempo de mudança. Ano de Saturno e do nosso amado Pai Obaluayê. Deixe fluir

essa linda energia divina que está dentro de você, esperando apenas a chama se acender e ascender. Acenda e ascenda, meu irmão.

Teu lugar é aqui e agora. O hoje não espera atrasos, o atraso de hoje já virou passado. Não se atrase mais, não se prenda ao ontem. O que passou não vai mudar. Nem o futuro você pode mudar, dele está encarregado o Criador. Você pode sim, mudar o hoje, o Agora.

E Agora? O que te falta? O Portal está aberto. Não lhe garante os céus, mas lhe garante o atalho para lá. Não lhe garante dias de sol, mas lhe ga-rante mostrar a beleza dos dias de chuva. A dor é um caminho para o amor divino. Quem na dor aprende o verdadeiro amor, acenderá uma chama tão intensa que mais nada lhe faltará.

E Agora? O que te falta? Não confiar em si mesmo, é não confiar em Deus, teu Criador. Ele te deu essa vida, essa personalidade e esse caminho. Se diz que confia em Deus, confie agora mesmo em você. Apenas seja você, Agora.

O que te falta? Tempo? Tempo já se foi, não espere outra chance. Quantos bilhões de anos já se passaram e quantas vidas já encarnou? Precisa de mais tempo? O Tempo é Agora.

Sofrimento nada mais é do que desrespeitar as leis do Tempo. Sofremos quando não respei-

passado, nem do seu futuro, porque esse será con-sequência do seu presente! Não lhe dou respostas, nem tomo as suas decisões. Caminho ao seu lado! Se quiser descer, te espero lá embaixo, mas se quiser evoluir, sigo junto na sua caminhada pelas encruzilhadas da vida. Não ajudo nem atrapalho. Trabalho na Lei do Carma e só faço o que me for permitido, dentro do seu merecimento. Esse sou eu, EXU do VENTO.

Em seguida, ouvi uma risada bem alta e metá-lica. Fiquei surpresa e algo assustada, pois nunca tinha ouvido falar de um Exu do Vento, e dentro do metrô, além do mais? Me senti melhor após esta vi-sita e minha curiosidade aguçou. Fiquei encafifada. Pedi a Ogum e recebi a visita do Sr. Exu do Vento?

Depois fui informada no meu centro, que Ogum tem essência eólica, ou seja, o elemento é o ar! Foi um Exu elemental. Vivendo, experimen-tando e aprendendo, resolvi dividir com vocês.

tamos o que se passou, ou quando ansiamos pelo futuro. O perdão é um respeito ao Tempo.

O que faz Agora? O que te fere? O que te move? Movimente essa luz dentro de você, que te guia no sentido do Amor. Quando peço uma chave para o Agora, essa sempre me é lembrada. Humildade. No final, todo Perdão e toda cura mais profunda de um Ser, se resume a Humildade. Aceitação, Responsabilidade, Disciplina, Harmo-nia, Felicidade, Amor. Tudo depende do grau de Humildade do nosso espírito.

Nosso amado Pai Obaluayê traz a sua essência da Humildade, abençoando a linha dos nossos também amados Pretos-velhos. E que exemplo de Humildade são!

Refletindo sobre tudo isso, e Agora irmão? O que te falta?

Contatos: [email protected]

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Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013 Página -9

A minha religião é Umbanda, e a sua?Por ELIANA SANTUCHE - E-Mail: [email protected]

Mensagem do espírito VÓ BENEDITA DE ARUANDA - Pela médium SARAH SIQUEIRA - [email protected]

E o umbandista, quem é?

Acho que, como mui-tos, cada um tem a sua história dentro

de uma religião. E quando se fala em Umbanda, acho que são muitas as experi-ências. Eu nasci e fui ba-tizada na religião católica, mas desde pequenas, eu e minhas irmãs, quando ficávamos doentes, minha mãe procurava à D. Corina (mãe do meu tio Henrri-que) que todos os dias se recolhia às 18 horas e, em suas orações, pedia aos seus guias auxílio para as pessoas necessitadas. E assim foi até os meus 10 anos de idade.

Meu tio Henrrique abriu seu próprio centro, Centro de Umbanda Caboclo Pena Branca, onde se trabalhava apenas para fazer caridade sem nenhum tipo de cobrança. Frequentei esta casa ajudando nos trabalhos e nas festas. E assim segui até meus 18 anos, quando meu tio resol-veu fechar sua casa. Por volta dos meus 21 anos, fiz parte do grupo de jovens na igreja católica, todo o domingo participava do grupo de estudo e da missa, mas, isso não era o suficiente para mim.

Comecei então a procurar outros cen-tros de Umbanda que tivessem a prática da caridade, mas estava muito diferente. Na maioria dos centros que ia, sempre precisava fazer algum trabalho, de limpeza, abrir caminhos, enfim. Com um detalhe, sempre eram cobrados, daí a minha triste-

za. Isso, para mim, não era pura caridade. Mas depois de conhecer vários centros, entrei em alguns para tra-balhar, mas sempre faltava algo: conhecer mais sobre os guias e sobre a própria Umbanda. E com medo do preconceito não admitia a própria religião.

Comecei a frequentar um centro Kardecista, entrei para o curso de médium, ajudava também na secreta-ria do centro. Eu me sentia

bem, até que me decepcionei com algo que me atingiu diretamente. Me retirei. Mas como nunca me entrego, “arregacei as mangas” e continuei na minha busca por outros centros.

Nesta época comecei a ler e queria co-nhecer mais sobre a Umbanda, entrei para trabalhar em outro centro, me pediram para fazer vários trabalhos para limpeza, abrir caminho, que, no início, não eram cobrados, até que um dia me falaram que o trabalho só daria certo quando eu pagasse. Ouvir isso foi como se tivesse levado um choque e, mais uma vez, foi hora de me retirar.

Então, um dia estava ouvindo a Rádio Mundial, o programa com o Rubens Saraceni e o Alexandre Cumino, dizendo sobre o curso de Teologia da Umbanda, e isso me desper-tou. Nesta mesma época, eu estava em outro centro, até que um dia em uma sessão, um médium incorporado com Sr. Capa Preta disse-me: “filha, você não vai ficar aqui, vai pra uma outra casa”. Alguns acontecimentos

também me fizeram sair desta casa.Fui então à palestra no Templo Escola

de Umbanda Colégio Pena Branca, adorei. Foi uma porta se abrindo. Comecei o curso, não perdia um dia, pois a cada aula me esclarecia tudo aquilo que eu vivenciei em outros lugares; o que faltava era conheci-mento, entender quem eram os Orixás e Guias, os rituais, os pontos, as oferendas e muitas outras respostas para as dúvidas que tinha e tudo começou a fazer sentido. Compreendi que cada um tem o seu tempo de crescimento e aprendizado. Isto era o que eu procurava sem fazer esse ou aquele tra-balho, com poucas coisas tudo começou a se encaixar e eu amadurecer espiritualmente.

Fiz o curso de Teologia de Umbanda e do Desenvolvimento Mediúnico e, quando me dei conta, eu estava mais uma vez em uma Casa Pena Branca. Coincidência ou não, foi onde comecei e hoje onde me encontro. Completei seis anos de casa com novas experiências e disciplina não encontrada em outro lugar por onde passei. Aprendi outras magias e hoje Sacerdócio, mas sei que ainda tenho muito a aprender e conhecer.

Há três anos conheci meu marido, se-guimos nesta casa e casamos na Umbanda, com uma cerimônia maravilhosa e que mostrou a todos os convidados que somos de uma religião que seguimos a Deus, com humildade, simplicidade e amor. Hoje falo com segurança qual é minha religião sem medo de agradar ou não alguém, pois sei por onde eu passei o que aprendi e o que vi.

A minha Religião é Umbanda, e a sua? Qual é a sua História?

DEPOIMENTO:

TAMBOR DE ORIXÁcOm severinO sena, há 14 anOs fOrmandO Ogãs e instrutOres.

CuRsO DE ATABAquE (CuRIMBA) TOquE E CAnTO

NOVAS TURMAS! hOMENS E MULhERES!!! Esta é a sua oportunidade de aprender canto e to-que na Umbanda, para Guias e Orixás!!!SEM TAxA DE MATRÍCULA: Toques: Nagô, Ijexá, Angola, Congo e Barra Vento

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O JORNAL DE UMBANDA SAGRADAnão vende anúncios ou assinaturas

O Umbandista crê num Deus único, que ele denomina Olorum. Embora assim seja, ele sabe que Deus, a

Fonte, é uma só e que não importa que nome deem a Ele – Yavé, Alá, Tupã, Zambi –, o Universo possui apenas uma Fonte Criadora de Tudo o que É.

O Umbandista cultua este mesmo Deus também através de suas expressões na natureza, sendo estas representadas e nomeadas Sentidos da Vida, ou Linhas de Umbanda. Estas expressões ou exteriori-zações do Mental Divino são emanadas através dos Orixás, seres essencialmente divinos, de energia puríssima, que não possuem necessidade de formas plas-madas e que sustentam, através de seus magnetismos mentais superiores, todo o Universo criado por Olorum.

Embora o Umbandista cultue sete dos sentidos da vida – Fé, Amor, Conhecimen-to, Justiça, Lei, Evolução e Geração –, dis-tribuídos e sustentados por 14 Orixás, ele sabe que há milhares de Mistérios Divinos ainda não revelados à humanidade e que a criação divina é infinita e insondável em seu atual estágio evolutivo. E ele também reconhece estas mesmas divindades em outras culturas, como a Romana, a Grega, a Egípcia, a Indu e outras mais.

O Umbandista crê na pluralidade das existências e, assim sendo, respeita e

dá igual valor a todas as raças, crenças, credos, gêneros, escolhas e seres. Ele sabe que, se hoje é branco, um dia foi índio, ou negro, ou oriental. Sabe que, se hoje gira sob o som dos atabaques, ontem orava na sinagoga, nas matas, nas catedrais. Entende que o mal que pratica hoje deverá ser purgado um dia, assim como o bem que planta o acompanhará eternamente. Por isso ele se observa e corrige sempre.

O Umbandista é, acima de tudo, um Universalista. Ele não converte ninguém e não apregoa suas crenças como verdades absolutas, porque isto seria o mesmo que negar a evolução natural da existência. Ele crê na evolução das Centelhas Divinas, desde sua criação por Deus até o infinito, passando por vários dos mundos habitados e dimensões da Vida em todo o Cosmos.

Para o Umbandista a morte é uma pas-sagem. Ele crê na imortalidade do espírito, mas sabe que o “céu” e o “inferno” vivem dentro dele próprio, sendo ditados por sua consciência e seu estado vibracional no momento de seu desencarne.

O Umbandista crê e reverencia a todos os grandes avatares da humanidade, não im-

portando se foram judeus, como Jesus Cristo; muçul-manos, como Maomé; hin-duístas, como Buda. Todos estes e muitos mais são espíritos imortais a serviço de Deus para o progresso da humanidade e, como tais, são respeitados e amados pelo Umbandista.

Esse é o Umbandista. Ele é templo e sacerdote;

médium e cambone; mestre e aprendiz; mago e guerreiro. Almeja as glórias do céu, e para isso não tem receio de descer aos “infernos”. Aliás, para o Umbandista, o Diabo é mito e Deus mora dentro do coração da cada um. Para o Umbandista, existem almas enfermas e maléficas que precisam de enca-minhamento e cura para então voltarem ao curso correto de suas evoluções.

O Umbandista compreende que a cada um é dado conforme suas obras, e portanto não é afeito a pieguices, doutrinações ou piedades desnecessárias. Ele ensina, se a ele for questionado; ele ouve e auxilia, se assim lhe for solicitado e merecido; e ele cala, se o conhecimento não puder ser revelado.

O Umbandista prega a paz entre os po-vos, o respeito à natureza e aos animais, a igualdade de direitos e deveres entre os seres. Assim é o Umbandista. Assim é a Umbanda.

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Página -10 Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013

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Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013 Página -11

Salve, sagrados irmãozinhos e irmãzinhas em Mamãe Natureza.Comparar o conhecimento sobre as

ervas é praticamente impossível. Temos uma história relativamente curta e um uso voltado ao contexto cultural e religio-so que respeita a oralidade e as tradições familiares e de grupos específicos.

Dentro das muitas nações africanas não há consenso. Se observarmos, diversas ervas tem uso diferenciado entre nações como jejê, nagô, bantu, iorubá, angola, etc. E é essa a herança que recebemos na Umbanda. Por sofrer influência de diversos meios culturais, religiosos e diversas nações africanas, aqui no Brasil, nossa amada religião bra-sileira ainda aprende consigo mesma e

Mais um Mistério Divino, assim como Exú e Pombagira, não são demônios e muito menos

“espíritos de moleques de rua”. Exu Mirim – Exu “pequeno”. Esse pequeno é somente no nome que carrega, porque ele é gigante em sua atuação e dentro do seu mistério divino.

Uma das funções de Exu Mirim é regredir os espíritos que atentam contra os princípios da vida e contra a paz e a harmonia entre os seres. Falou em intenções, falou em Exu Mirim. Eles também refletem as más intenções das pessoas que os incorporam e sabem exatamente qual é a real intenção de um consulente, mas também sabem esgotar os vícios de seus médiuns.

Não são os Erês. Por favor, não confundam mais os seus Exus Mirins com os Erês da Direita. Erê é Erê com seu mistério dentro da criação Divina e Exu Mirim é Exu Mirim e pronto.

São encantados da esquerda, são irrequietos, atentos, curiosos, mas nunca mal educados ou desrespeita-dores e são linhas de trabalho com um mistério próprio, nunca encarnaram. Eles vêm do plano Dual e encantado, são de outra realidade, provenientes da sétima dimensão à esquerda da que nós vivemos. Eles entram em lugares e em campos que o Exu e Pombagira não entram ou não querem entrar. Entram e saem sem serem vistos.

Possuem o fator descomplicador e desirritador. As coisas estão compli-cadas? Chama Exu Mirim; Você está irritado por demais? Chama Exu mirim que ele vai te ajudar, desde que suas intenções sejam realmente boas para consigo e seu semelhante. No livro Orixá Exu Mirim, Rubens Saraceni explica: “Exu Mirim, enquanto mistério Divino que se auto realiza e se aplica a tudo e a todos, vive e atua nos limites ne-bulosos que separam os dois planos de uma mesma coisa (...) tudo dependendo das intenções íntimas de cada um e de todos em geral”.

com a sua diversidade aceita. Podemos criar sistemas lógicos de identificação, coerentes sim. É obvio que toda novi-dade é combatida, mas quando tem fundamento, se estabelece com força e passa a fazer parte da cultura geral.

É muito comum a gente ouvir: - Dizem que a lavanda é diferente da alfazema. Aí, a gente pergunta: “Que dizem”?? Podemos dizer que a alfa-zema e lavanda são a mesma erva? Sim, podemos afirmar com certeza que alfazema e lavanda são a mesma erva! Tecnicamente falando, são a mesma planta. Está na hora de começarmos a afirmar com certeza aquilo que falamos sobre nossa religião, seja na aplicação dos conceitos litúrgicos, entre eles

o uso das ervas, seja a Teologia de Umbanda, seja o sacerdócio. Quando falamos com certeza e convicção sobre nossa religião, não precisamos de mui-ta argumentação, pois a natureza das coisas se impõe.

A mesma erva pode ser chamada por diversos nomes, e o mesmo nome pode se associado a diversas ervas, o que não podemos permitir, são afir-mações absurdas sem base nenhuma, simplesmente apoiadas num ponto de vista duvidoso. No quadro, você acom-panha um trecho do nosso livro Rituais com Ervas – banhos, defumações e benzimentos – onde falamos sobre as alfazemas / lavandas.

Sucesso, saúde e muita alegria!

cultivada como ornamental, as alfazemas ou lavandas como são comumente chamadas, tem origem européia e apenas algumas espécies desenvolvem-

se bem no Brasil. É um subarbusto de folhas verdes acinzentadas e cujas flores e sementes são extremamente cheirosas. uma variedade que pega muito bem em nosso clima é a lavandula dentata var. candicans.

há de se prestar bastante atenção na identificação desta erva, pois alem de receber vários nomes populares que a remetem à família dos alecrins e hissopos, seu aroma característico cria muita confusão. usada como um poderoso equilibrador, na forma tradicional de essência ou perfume (seiva de alfazema) durante os rituais religiosos.

seu uso não se limita a banhos e defumações, sendo largamente usada fresca ou seca, em óleos e azeites consagrados, amacis e ornamentos. ener-gia vibratória tranquilizadora, não chega a ser um calmante espiritual, mas traz a paz de espírito necessária à resolução dos problemas cotidianos e no específico à aceitação e compreensão de perdas. uma erva “maternal” com característica harmonizadora. por essas qualidades é associada também ao desenvolvimento e preparação dos médiuns.

Sinônimos botânicos:....... lavandula augustifolia mill.; lavandula spica l. Sinônimos populares:..... lavanda; lavanda inglesa; lavandulaIndicações ritualísticas:... acalmadora do espírito, tranqüiliza as situações difíceis. harmonia.Ação (verbos):.................. harmonizar, tranqüilizarCor energética:................. cristalino azulado, azul claroOrixás principais:............. iemanjá, Oxalá e Oxum

Alfazema (lavanda) Lavandula officinalis Chaix

No mesmo livro da editora Ma-dras, há ainda a passagem: “Podem nos imputar todos os defeitos e vícios humanos que não ligamos a mínima, porque somos refletores das más in-tenções de quem nos incorpora. Mas, que ninguém se esqueça de que, ao incorporarmos em nossos médiuns e nos comportarmos de forma chula ou mal-educada, antes dela ser nossa já era dele. Portanto que cada um eduque sua “criança interior” que , aí sim, se-remos mais educados, mas não muito certo? Afinal, podemos ser pequenos, mas não somos bobos, pois sabemos muito bem como são os humanos! E que não nos esqueçam nas suas es-querdas, porque, se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim nem o NADA se é possível fazer!!”.

O comportamento de uma entidade depende da doutrina, do conhecimen-to, do aperfeiçoamento do seu médium, por isso eu bato na tecla, vamos estu-dar, conhecendo os mistérios divinos saberemos como lidar com eles e assim seremos úteis à Deus, aos nossos se-melhantes e a nós mesmos.

Como diz o ponto de Umbanda:

Laroyê Exu Mirim, senhor das nossas intenções! Exú Mirim é Mojubá!

“Ele não podia faltarNa sua encruza sempre a trabalharEle é Exu Mirim é protetor da Porteira desse congá...”

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Página -12 Jornal de Umbanda Sagrada - Abril/2013