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1 ANÁLISE ESPACIAL DOS INDICADORES EDUCACIONAIS DE BELO HORIZONTE E REGIÃO METROPOLITANA Juliana de Lucena Ruas Riani * Eduardo L. G. Rios-Neto ** RESUMO O objetivo desse artigo é fazer uma análise descritiva e espacial dos principais indicadores educacionais em Belo Horizonte e região metropolitana. Para Belo Horizonte, a análise é feita desagregando por área de ponderação, o que seria o mais próximo de bairros. Dessa forma, foi possível perceber o padrão espacial desses indicadores, além de mensurar e identificar alguns aspectos e problemas do sistema educacional de Belo Horizonte, auxiliando na construção de políticas públicas mais específicas e eficazes. Os dados utilizados foram extraídos dos Censos Demográficos de 1991 e 2000, porém a análise espacial foi feita apenas para 2000. Os principais resultados encontrados foram que a cobertura do ensino médio e a retenção dos alunos nas séries são os principais problemas da educação de Belo Horizonte. Com relação ao padrão espacial, verificou-se que, na maioria dos casos, há um padrão bastante parecido entre os diversos indicadores educacionais, com a região centro-sul apresentando os melhores indicadores, com exceção das favelas, e à medida que se afasta da área central os indicadores vão piorando. Esse processo espacial parece ser contínuo e ultrapassa os limites de Belo Horizonte de forma que os municípios próximos possuem taxas semelhantes às áreas periferias de Belo Horizonte e os municípios mais distantes possuem indicadores piores ainda. Palavras-chaves: educação e análise espacial. * Pesquisadora e professora substituta da UFMG e professora da Universaidade de Itaúna. ** Professor titular do departamento de demografia do CEDEPLAR/UFMG.

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Page 1: ANÁLISE ESPACIAL DOS INDICADORES EDUCACIONAIS ......1 ANÁLISE ESPACIAL DOS INDICADORES EDUCACIONAIS DE BELO HORIZONTE E REGIÃO METROPOLITANA Juliana de Lucena Ruas Riani* Eduardo

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ANÁLISE ESPACIAL DOS INDICADORES EDUCACIONAIS DE BELO HORIZONTE

E REGIÃO METROPOLITANA

Juliana de Lucena Ruas Riani*

Eduardo L. G. Rios-Neto**

RESUMO

O objetivo desse artigo é fazer uma análise descritiva e espacial dos principais indicadoreseducacionais em Belo Horizonte e região metropolitana. Para Belo Horizonte, a análise é feitadesagregando por área de ponderação, o que seria o mais próximo de bairros. Dessa forma, foipossível perceber o padrão espacial desses indicadores, além de mensurar e identificar algunsaspectos e problemas do sistema educacional de Belo Horizonte, auxiliando na construção depolíticas públicas mais específicas e eficazes. Os dados utilizados foram extraídos dos CensosDemográficos de 1991 e 2000, porém a análise espacial foi feita apenas para 2000.

Os principais resultados encontrados foram que a cobertura do ensino médio e a retençãodos alunos nas séries são os principais problemas da educação de Belo Horizonte. Com relaçãoao padrão espacial, verificou-se que, na maioria dos casos, há um padrão bastante parecido entreos diversos indicadores educacionais, com a região centro-sul apresentando os melhoresindicadores, com exceção das favelas, e à medida que se afasta da área central os indicadores vãopiorando. Esse processo espacial parece ser contínuo e ultrapassa os limites de Belo Horizonte deforma que os municípios próximos possuem taxas semelhantes às áreas periferias de BeloHorizonte e os municípios mais distantes possuem indicadores piores ainda.

Palavras-chaves: educação e análise espacial.

* Pesquisadora e professora substituta da UFMG e professora da Universaidade de Itaúna.** Professor titular do departamento de demografia do CEDEPLAR/UFMG.

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ANÁLISE ESPACIAL DOS INDICADORES EDUCACIONAIS DE BELO HORIZONTE

E REGIÃO METROPOLITANA

Juliana de Lucena Ruas Riani*

Eduardo L. G. Rios-Neto**

1) INTRODUÇÃO

Esse artigo busca fazer uma análise descritiva e espacial dos principais indicadoreseducacionais de Belo Horizonte, colar e região metropolitana. Para Belo Horizonte os indicadoresforam calculados desagregados por área de ponderação. A área de ponderação é a agregação dealguns setores censitários, sendo o mais próximo de bairros. Porém, am algumas áreas deponderação, devido ao tamanho da população amostrada, contém mais de um bairro. O mapa como nome das áreas de ponderação e municípios estão em anexo, para facilitar as análises.

A análise espacial é importante por possibilitar a mensuração e identificação de algunsaspectos e problemas do sistema educacional de Belo Horizonte, mapeando as áreas com maiorcarência, auxiliando na construção de políticas públicas mais específicas e eficazes.

A educação é um importante foco da dimensão humana de Belo Horizonte e municípios,pois os indicadores educacionais têm o papel de mensurar os atributos pessoais adquiridos, nocaso da população mais jovem, e os adscritos, para a população mais velha.

A educação adquirida irá depender do acesso e progressão entre as séries das crianças naescola, que será captado pelas taxas de atendimento, escolarização e eficiência. Por outro lado, aeducação da população adulta configura-se como um atributo adscrito, pois dificilmente irá sealterar.

Os indicadores apresentados nesse estudo foram calculados a partir do CensoDemográfico de 1991 e 2000, fornecido pelo IBGE. Suas metodologias de cálculo sãoapresentadas na próxima seção e, em seguida, são analisados os resultados para Belo Horizonte esuas áreas de ponderação, fazendo também, quando necessário, uma análise comparativa com osmunicípios do Colar e Região Metropolitana de Belo Horizonte. As tabelas referentes aosgráficos e mapas encontram-se em anexo.

2) METODOLOGIA DOS INDICADORES

TAXA DE ANALFABETISMO

A taxa de analfabetismo é bastante utilizada por órgãos internacionais como um indicadorque mede os níveis de desenvolvimento socioeconômico de países. Ela representa o quocienteentre a população analfabeta e a população total de um mesmo grupo etário. Considera-seanalfabeto aquele indivíduo que é incapaz de ler e escrever ao menos um bilhete simples na sualíngua de origem.

A fórmula abaixo mostra como calcular a taxa de analfabetismo:

* Pesquisadora e professora substituta da UFMG e professora da Universidade de Itaúna.** Professor titular do departamento de demografia do CEDEPLAR/UFMG.

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100×

=

PP

TA ana ,

onde:

TA é taxa de analfabetismo; Pana é a população analfabeta de um determinado grupo etárioe; e P é a população total nesse mesmo grupo etário.

ANOS MÉDIOS DE ESTUDO OU ESCOLARIDADE MÉDIAA escolaridade média corresponde à média dos anos de estudos concluídos por uma

determinada população. Vale ressaltar que não se consideram os anos que a pessoa passou naescola, mas apenas aqueles em que ela teve aprovação. A fórmula abaixo exemplifica como sãofeitos os cálculos.

( )P

17...10 estudos de Anos 1710 PPP ×++×+×= ,

onde:

P0 é a população com zero ano de estudo; P1 é a população com um ano de estudo; P17 é apopulação com 17 anos de estudo; e P é a população total.

A escolaridade média é um importante indicador educacional porque na sua estimativaestão embutidas as taxas de rendimento escolar – aprovação, reprovação e evasão –, bem como ograu de atendimento do sistema de ensino. Portanto, altos níveis de atendimento escolar e taxasde aprovação tendem a elevar a escolaridade média, uma vez que há maior número de pessoasdentro da escola e que estão progredindo para séries mais avançadas. Por outro lado, taxas deevasão e reprovação maiores tendem a diminuir a escolaridade média. Desta forma, esta é umaboa medida síntese das taxas de rendimento escolar e do nível de atendimento do sistema deensino.

TAXA DE ATENDIMENTO ESCOLAR DA POPULAÇÃO POR FAIXA ETÁRIAEste indicador capta a proporção da população em uma determinada faixa etária que

freqüenta a escola, podendo avaliar a capacidade do sistema de ensino de manter as crianças eadolescentes nas escolas. Normalmente, considera-se a faixa etária adequada para se cursardeterminado grau, ou seja, 4 a 6 anos para a Pré-Escola, 7 a 14 para o Ensino Fundamental e 15 a17 para o Ensino Médio.

A fórmula que expressa esse indicador é mostrada a seguir:

100)( ×=i

i

PMAT

TAE ,

onde:

TAE é a taxa de atendimento escolar; MATi é a matrícula em todos os níveis de ensino nafaixa etária selecionada; e Pi é a população na mesma faixa etária.

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TAXA DE ESCOLARIZAÇÃO BRUTAEste indicador é dado pela razão entre as matrículas em um determinado nível de ensino e

a população em idade adequada de cursar tal nível. Ele possibilita avaliar o volume de matrículasnesse nível em função da demanda potencial na faixa etária adequada.

A expressão que calcula esse indicador é dada pela fórmula a seguir:

100)( ×=i

j

PMAT

TEB ,

onde:TEB é a taxa de escolarização bruta; MATj é a matrícula total em um determinado nível de

ensino; e Pi é a população na faixa etária adequada a esse nível de ensino.Como o numerador desta taxa é a matrícula total independente da idade, ela pode ser

inflada devido ao grande número de alunos que se encontram fora da idade adequada de cursardeterminado nível de ensino. A grande proporção de pessoas fora da faixa apropriada ocorredevido à entrada tardia na escola ou à repetência.

TAXA DE ESCOLARIZAÇÃO LÍQUIDAEste indicador corresponde à razão entre as matrículas das pessoas em idade adequada

para estar cursando um determinado nível e a população total na mesma idade, ou seja, indica aporcentagem da população na faixa etária que está matriculada no nível de ensino adequado.Como este indicador não capta os estudantes que estão fora de seu nível adequado de ensino, eleé mais apropriado para avaliar a eficiência do sistema de ensino do que o anterior, já que umcrescimento dessa taxa só ocorre, basicamente, por fatores positivos.

A expressão que calcula esse indicador é dada pela fórmula a seguir:

100)( ×=i

ij

PMAT

TEL ,

onde:TEL é a taxa de escolarização líquida; MATij é a matrícula na faixa etária adequada a um

determinado nível de ensino; e Pi é a população na mesma faixa etária.

TAXA DE EFICIÊNCIAA taxa de eficiência corresponde ao total de matrículas de pessoas que estão cursando

determinada série em idade considerada ideal sobre o total de matrículas na série ou grau emquestão. Esse índice é importante por determinar problemas relacionados, principalmente, com aalta repetência em determinada série ou grau, que é um dos principais problemas no sistema deensino brasileiro, com graves conseqüências para os níveis de escolaridade da população.

A expressão que calcula esse indicador é dada pela fórmula a seguir:

100×=js

jsijs MAT

MATTE ,

onde:

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TEjs é taxa de eficiência da série s do nível de ensino j; MATjsi é o número de matrículasde pessoas com idade adequada de estar cursando uma determinada série s do nível de ensino j; eMATjs é o número total de matrículas na série s do nível de ensino j.

3) ANÁLISE DOS RESULTADOS

TAXA DE ANALFABETISMOEm Belo Horizonte 4,39% das pessoas acima de 15 anos não sabem ler nem escrever, ou

seja, são analfabetas. Comparando esse resultado com outras capitais (TAB. 1), verifica-se queBelo Horizonte encontra-se em uma posição intermediária. Quando se analisa por característicado chefe do domicílio (TAB. 2) percebe-se que domicílios em que os chefes são menosescolarizados a taxa de analfabetismo é maior, o que ressalta o ciclo vicioso da educação, ou seja,pais menos escolarizados transmitem menos escolaridade para seus filhos. Existe também umdiferencial por cor do chefe do domicílio, conforme demonstrado na TAB. 2. Confrontando essesdados com os de 1991, observa-se que na década de 90 ocorreu uma expressiva queda nessa taxa,sendo mais significativa nos domicílios cujos chefes possuem maior nível de escolaridade.

TABELA 1TAXA DE ANALFABETISMO DAS PESSOAS DE 15 ANOS OU

MAIS DE IDADE PARA ALGUMAS CAPITAIS SELECIONADAS –2000

Belo Horizonte 4,39Curitiba 3,26

Porto Alegre 3,34Recife 9,64

Rio de Janeiro 4,12Salvador 5,82

São Paulo 4,51

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000.

TABELA 2TAXA DE ANALFABETISMO DAS PESSOAS DE 15 ANOS OU MAIS DE

IDADE POR CATEGORIASBELO HORIZONTE, 1991 - 2000

Categoria 1991 2000 VariaçãoTotal 6,85 4,39 -35,93Homem 5,07 3,44 -32,11Mulher 8,37 5,20 -37,85domicílios com chefe branco ou amarelo 3,93 2,64 -32,92domicílios com chefe preto, pardo ou indígena 9,77 6,40 -34,49domicílios com chefe com zero ano de estudo 39,26 32,84 -16,37domicílios com chefe com 1 a 3 anos de estudo 9,94 9,74 -2,10domicílios com chefe com 4 a 7 anos de estudo 3,45 2,26 -34,45domicílios com chefe com 8 a 10 anos de estudo 1,55 1,31 -15,25domicílios com chefe com 11 ou mais anos de estudo 1,07 0,61 -43,35

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991 e 2000.

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A taxa de analfabetismo quando calculada para toda a população acima de umadeterminada idade engloba toda a história passada do sistema de educação, pois é uma medida deestoque. Dessa forma, ela não é apropriada para medir avanços recentes na educação, uma vezque políticas educacionais geralmente são mais voltadas para as pessoas em idade escolar. Paracaptar avanços recentes na taxa de analfabetismo é conveniente calculá-la para grupos etários,conforme GRAF. 1. Nesse gráfico fica bastante evidenciado o diferencial entre as gerações. Astaxas maiores para os grupos etários mais velhos indicam a deficiência do sistema de ensino emanos passados e, por outro lado, os níveis próximos de zero para as idades mais novas capta osavanços recentes.

Analisando a taxa de analfabetismo para as pessoas acima de 15 anos de idade calculadaspara AP e municípios do colar e região metropolitana (MAPA 1) observa-se que quase atotalidade da região centro-sul possui analfabetismo bastante baixo, com exceção de algumasfavelas que se destacam negativamente dentro da região centro-sul. Seis APs possuem taxa deanalfabetismo altas (acima de 10,7%), a maioria favelas ou regiões mais afastadas do centro dacidade.

Quando se analisa Belo Horizonte dentro do contexto dos municípios que formam aRegião Metropolitana, verifica-se que os municípios próximos são os que apresentam as menorestaxas de analfabetismo para as pessoas de 15 anos ou mais de idade. O mais interessante,entretanto, é que esses municípios, mesmo apresentando taxas mais baixas, estão em um nívelsemelhantes as APs com taxas mais altas, que se localizam nas regiões periféricas de BeloHorizonte. Em outras palavras, pode-se dizer que existe um processo espacial bastante claro. Amedida que se afasta da região centro-sul, a taxa de analfabetismo vai piorando, de forma que osníveis da taxa nos municípios vizinhos de Belo horizonte possuem taxa semelhante as APs quefazem limite e o processo contínua nos municípios mais afastados, que possuem taxas piores doque os municípios que fazem limite com Belo Horizonte. Fogem a essa regra as APs deaglomerados subnormais, ou seja, as favelas que apresentam os mais altos valores. Analisandotambém os municípios do colar, percebe-se que Sete Lagoas, Itaúna Pará de Minas e Itabiritoapresentam baixa taxa de analfabetismo.

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GRÁFICO 1TAXA DE ANALFABETISMO POR GRUPO ETÁRIO

BELO HORIZONTE - 2000

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,0015

-19

20-2

4

28-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60 e

mai

s

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000.

MAPA 1

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No MAPA 2, encontram-se as taxas de analfabetismo para as pessoas de 40 anos ou maisde idade por APs e municípios. Como já mencionado anteriormente, devido a avanços recentesno sistema de ensino, a taxa de analfabetismo quando calculada para pessoas mais velhas seapresenta maior do que para pessoas mais novas. Pelo mapa observa-se que os bairros localizadosna região centro-sul e áreas próximas, com exceção das favelas, são os que apresentam asmenores taxas. Observa-se também o mesmo padrão anterior, ou seja, há um processo deespalhamento entre as APs, no sentido das taxas irem piorando à medida que se distancia docentro, exceto as favelas. Já a análise dos municípios do colar e região metropolitana, não mostraesse processo tão claro como no caso anterior, verifica-se que entre aqueles que fazem limite comBelo Horizonte apenas Contagem e Nova Lima possuem taxas em um nível semelhante a capital.Ressaltando que os níveis de analfabetismo em alguns municípios do colar e região metropolitanamais distantes de Belo Horizonte encontram-se em um patamar bastante alto, alguns contendomais de 40% das pessoas acima de 40 anos de idade analfabetas. Dentro os municípios maisdistantes, destaca-se positivamente Sete Lagoas, Pará de Minas e Itabirito,

MAPA 2

DISTRIBUIÇÃO DA MATRÍCULA POR SEXO E NÍVEIS DE ENSINOA distribuição das matrículas por sexo nos diversos níveis de ensino mostra que há uma

maior proporção de mulheres que homens que seguem seus estudos, já que a participaçãofeminina nos níveis de ensino mais avançados (ensino médio, graduação e pós-graduação) émaior. Esse quadro ocorre tanto em Belo Horizonte quanto na região metropolitana. Tal fato podeser devido à entrada antecipada dos homens no mercado de trabalho, o que pode gerar uma maiorevasão e repetência escolar, fato que pode ser endossado pela maior proporção de homensexistentes em cursos supletivos.

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GRÁFICO 2DISTRIBUIÇÃO DE MATRÍCULA POR SEXO E NÍVEL DE ENSINO

BELO HORIZONTE, 2000

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Cre

che

Pré

-Esc

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%

Homens Mulheres

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000.

GRÁFICO 3DISTRIBUIÇÃO DE MATRÍCULA POR SEXO E NÍVEL DE ENSINO – REGIÃO METROPOLITANA

BELO HORIZONTE, 2000

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

Cre

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Supe

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Homens Mulheres

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000.

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ANOS MÉDIOS DE ESTUDONas tabelas abaixo se encontram os anos médios de estudo da população com 7 anos ou

mais de idade para algumas cidades selecionadas (TAB. 4) e para algumas categorias (TAB. 5).Como no caso da taxa de analfabetismo, Belo Horizonte se encontra em uma posiçãointermediária e há diferenças dos anos médios de estudo por cor e nível educacional do chefe.Ressaltando que a diferença entre os anos médios de estudo nos domicílios cujo chefe tem zeroano de estudo e os que o chefe possui mais de onze anos de estudo é bastante grande, quase seteanos de estudo.

Cabe ressaltar que a evolução entre o período de 1991-2000 mostra um maior aumentoentre os moradores de domicílios das categorias chefe preto, pardo ou indígena e chefe com zeroano de estudo. Porém, essa maior variação não foi suficiente para diminuir as desigualdades. Jáno caso do diferencial entre os sexos, a maior variação percentual das mulheres resultou em umaescolaridade média maior em 2000 que para os homens.

TABELA 3ANOS MÉDIOS DE ESTUDO DA POPULAÇÃO DE 7

ANOS E MAIS PARA ALGUMAS CIDADESSELECIONADAS - 2000

Belo Horizonte 7,44Curitiba 7,78

Porto Alegre 8,74Recife 6,80

Rio de Janeiro 7,63Salvador 6,87

São Paulo 7,27

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000.

TABELA 4ANOS MÉDIOS DE ESTUDO DA POPULAÇÃO DE 7

ANOS E MAIS POR CATEGORIASBELO HORIZONTE, 1991 – 2000

Categoria 1991 2000 VariaçãoTotal 6,23 7,44 19,35Homem 6,27 7,42 18,33Mulher 6,20 7,46 20,30domicílios com chefe branco ou amarelo 7,50 8,56 14,09domicílios com chefe preto, pardo ou indígena 4,97 6,17 24,08domicílios com chefe com zero ano de estudo 2,70 3,52 30,31domicílios com chefe com 1 a 3 anos de estudo 3,80 4,55 19,62domicílios com chefe com 4 a 7 anos de estudo 5,08 5,84 15,06domicílios com chefe com 8 a 10 anos de estudo 7,03 7,64 8,61domicílios com chefe com 11 ou mais anos de estudo 9,74 10,48 7,56

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991 e 2000.

Analisando os anos médios de estudo por APs em Belo Horizonte para as pessoas de 7anos ou mais de idade, percebe-se uma grande distância entre as APs localizadas na regiãocentro-sul e adjacentes e as favelas (Morro das Pedras, Cafezal, Prado Lopes e Barragem) eregiões periféricas (Jatobá, Olhos D’água, Baleia, Capitão Eduardo, Isidoro Norte, Mantiqueira),sendo que as primeiras possuem quase que o dobro de anos médios de estudo das últimas.

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Analisando Belo Horizonte dentro do contexto dos municípios do Colar e Região Metropolitanaverifica-se que os anos médios de estudo dos municípios estão bem abaixo das APs com maioresanos de estudo, sendo Nova Lima e Contagem os municípios mais próximos de Belo Horizonteque possuem anos de estudo mais altos.

MAPA 3

MAPA 4

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No MAPA 4 encontram-se os anos médios de estudo para a população de 20 ou mais anosde idade e verifica-se o mesmo padrão encontrado nos mapas anteriores, o que leva a pressuporque a desigualdade entre as regiões de Belo Horizonte além de ser histórica não alterou muito nosanos mais recentes.

TAXA DE ATENDIMENTOEsse indicador foi calculado para as faixas etárias correspondentes a pré-escola (4 a 6

anos), ensino fundamental (7 a 14 anos) e ensino médio (15 a 17 anos) e ele retrata o percentualde crianças ou jovens que estão na escola independente do nível de ensino.

A taxa de atendimento para as crianças de 4 a 6 anos de idade em Belo Horizonte seencontrava em 2000 no patamar de 71,70%. Comparando os anos de 1991 e 2000 (TAB. A1 emanexo) observa-se um significativo aumento (122,08%). Quando analisa para as Áreas dePonderação (MAPA 5), percebe-se uma variação significativa entre as áreas, sendo menor para asáreas periféricas e favelas. O Morro das Pedras é a que apresenta a menor taxa, 43,88% e aSavassi a maior, 98,81%. Essa menor taxa para as áreas mais carentes é um fator preocupante, jáque demonstra uma deficiência não só no atendimento escolar para a criança, mas também para aassistência das mães trabalhadoras, que necessitam deixar seus filhos aos cuidados de outrem.

Comparando Belo Horizonte com os outros municípios que compõem o Colar e RegiãoMetropolitana observa-se uma mudança no padrão do mapa com relação aos anteriores, com BeloHorizonte apresentando taxa de atendimento de 4 a 6 anos menor que vários municípios.

MAPA 5

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Com relação à taxa de atendimento das crianças de 7 a 14 anos, em Belo Horizonte, ela éde 97,81%, ou seja, quase toda criança nessa faixa etária está cursando algum nível de ensino.Quando se analisa por Áreas de Ponderação, MAPA 6, verifica-se um padrão um pouco diferentedo encontrado nas outras taxas, com as favelas apresentando valores maiores que as regiões deCastelo, Venda Nova, Piratininga e Mantiqueira. Cabe ressaltar, que mesmo ocorrendo diferençasentre as APs nessas taxas, a variação é pequena, oscilando entre 93,62% (Mantiqueira/ SESC) e97,25% (Serra). A questão, portanto, não é com relação ao problema de reter as crianças nessaidade na escola, mas sim a sua progressão entre as séries, como será visto nos indicadores mais àfrente. Analisando os municípios, percebe-se que há alguns onde há uma parcela razoável decrianças nessa faixa etária que não são atendidas pela escola, sendo Taquaraçu de Minas com amenor taxa (88,61%) e, por outro lado, alguns municípios com taxa um pouco superior a BeloHorizonte e seus vizinhos, com Fortuna de Minas apresentando a maior taxa (99,66%).

MAPA 6

Para a faixa etária 15 a 17 anos o atendimento em Belo Horizonte é bem menorque para a faixa etária anterior com 86,78% dos adolescentes cursando algum nível de ensino. Omapa abaixo mostra essa taxa para as Áreas de Ponderação. Percebe-se nesse caso uma maiorvariação entre as APs, que oscilam entre 67,72% (Cafezal) e 99,02% (Planalto). Diferente dastaxas de atendimento para as duas faixas etárias anteriores, nesse caso, os níveis das APs são bemmaiores que dos municípios, sendo que o município de Bonfim possui quase 40% das pessoas de15 a 17 anos fora da escola. Como esperado, nas regiões de maior vulnerabilidade sócio-econômica há uma maior evasão de jovens das escolas.

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Nesse caso, também verifica-se o padrão de espalhamento comentado anteriormente, ouseja, a área central de Belo Horizonte possui maior atendimento e a medida que caminha para asáreas periféricas os níveis vão diminuindo, de forma que os municípios que fazem fronteira comBelo Horizonte possuem níveis próximos das APs adjacentes e na medida que caminha paramunicípios mais longes, o nível cai ainda mais.

MAPA 7

TAXA DE ESCOLARIZAÇÃO BRUTAComo esse indicador considera todas as pessoas matriculadas em determinado nível de

ensino independente da sua idade, no ensino fundamental ele é inflado, pois há uma grandequantidade de alunos com idade de cursar o ensino médio que ainda o freqüentam, devido emgrande parte à alta repetência existente no sistema de ensino brasileiro. Para Belo Horizontecomo um todo, essa taxa é da ordem de 120,46%, ou seja, há 20,46% de alunos matriculados nofundamental a mais que a população de 7 a 14 anos.

Analisando as áreas de ponderação, MAPA 8, percebe-se que no ensino fundamental ela émaior para as favelas e outras áreas que apresenta fraca performance em outros indicadoreseducacionais, e por outro lado, menor nas regiões centro-sul e adjacências, regiões essas queapresentam melhor desempenho educacional. Tal fato mostra o caráter ambíguo desse indicadorque pode aumentar por fatores positivos (maior cobertura) ou fatores negativos (maior retençãonas séries).

No caso do ensino médio, as taxas de escolarização bruta são menores que nofundamental, sendo de 101,92% em Belo Horizonte, apesar da menor proporção ainda há umcontingente de pessoas cursando esse nível de ensino acima da faixa etária adequada. Analisando

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as APs pelo MAPA 9 percebe-se que, nesse caso, as favelas apresentam taxas menores,conseqüência em parte da maior evasão de pessoas nas idades mais velhas.

MAPA 8

MAPA 9

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TAXA DE ESCOLARIZAÇÃO LÍQUIDAAo contrário da taxa anterior, a escolarização líquida não apresenta caráter ambíguo, pois

ela não capta os estudantes que estão fora do seu nível adequado de ensino, dessa forma, ela sóaumenta por fatores basicamente positivos. No ensino fundamental, em Belo Horizonte ela é de94,09%, próxima, portanto, da universalização desse nível de ensino. Já no ensino médio, aporcentagem de pessoas de 15 a 17 anos que cursam esse nível de ensino é bem inferior, 51,88%,conseqüência da grande defasagem entre a idade e a série cursada, além da maior evasão escolarnessa faixa etária.

Com relação às áreas de ponderação, MAPA 10, pode-se perceber um padrão um poucodiferente das taxas de escolarização líquida do ensino fundamental, pois as taxas mais altas nãoconcentram-se na região centro-sul e adjacências. De maneira semelhante, as piores taxas nãoestão nas favelas, mas sim nas regiões mais afastadas e carentes do centro da cidade, sendo queCapitão Eduardo apresenta o mais baixo valor, 82,71%.

MAPA 10

Analisando a escolarização líquida do ensino médio por APs, MAPA 11, percebe-se umadiferença significativa entre elas. As regiões do Cafezal, Barragem, Prado Lopes, Jatobá, Morrodas Pedras, Baleia, Mariano de Abreu e Olhos D’água apresentam valores baixíssimos, com esseúltimo possuindo apenas 20,23% das pessoas de 15 a 17 anos matriculadas no ensino médio.

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MAPA 11

TAXA DE EFICIÊNCIA ESCOLAREsse indicador está diretamente ligado ao atraso dos alunos em relação à série adequada à

sua idade. Analisando esse indicador para o ensino fundamental em Belo Horizonte, percebe-seque a repetência é bastante alta, pois apenas 51,88% das matrículas em cada série desse nível deensino são de pessoas em idade adequada de freqüentar cada série. Em relação aos municípiosque compõem o colar e região metropolitana, observa-se que Belo Horizonte se destaca, commaior taxa. Cabe ressaltar, que apesar do patamar ainda baixo dessa taxa, na década de 90ocorreu uma significativa melhora desse indicador, com variação de 67,54% entre o período de1991 a 2000.

No caso do ensino médio, a eficiência é ainda menor, com apenas 31,97% das matrículasde cada série desse nível sendo de pessoas em idade adequada de cursá-las. Analisando as APs,nas mais carentes, o quadro para o ensino médio é ainda pior, com Mariano de Abreuapresentando taxa de apenas 6,19%.

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MAPA 12

MAPA 13

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PORCENTAGEM DE MATRÍCULAS NA REDE PARTICULARQuando se analisa o percentual de matrículas de estabelecimentos particulares, verifica-se

que ele está muito relacionado com a taxa de eficiência. Nas Áreas de Ponderação onde há umamaior participação do setor privado a taxa de eficiência é maior, ou seja, há uma menor distorçãoentre a série cursada e a idade adequada de cursar tal série. O contrário ocorre nas Áreas dePonderação onde o setor privado tem pequena participação. Dessa forma, pose-se inferir que amaior distorção entre a idade e a série cursada ocorre com maior intensidade entre crianças ejovens que estudam na rede pública. Tal fato, pode estar refletindo a pior qualidade da escolapública e maior vulnerabilidade dos seus alunos ao abandono e posterior retorno ao sistema deensino, já que são na maioria mais carentes que os alunos do setor privado.

MAPA 14

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19

MAPA 15

4) CONCLUSÃONessa trabalho procurou-se fazer um diagnóstico de alguns indicadores educacionais em

Belo Horizonte e suas Áreas de Ponderação dos municípios que compõem o colar e a regiãometropolitana com a finalidade de subsidiar políticas que minimizem as diferenças deoportunidade educacional entre as Áreas de Ponderação.

Na maioria dos indicadores apresentados ocorre uma significativa variação das taxas entreas APs, sendo favelas e regiões mais afastadas do centro apresentando os piores indicadores, e oinverso ocorrendo para as áreas da região centro-sul e vizinhos. Porém, em dois casos esse padrãonão é verificado, quais sejam: taxa de atendimento de 7 a 14 anos e escolarização bruta do ensinofundamental. No primeiro caso, tal fato reflete a universalização do acesso dessas crianças àescola. No segundo caso, devido ao caráter ambíguo da escolarização bruta, os maiores valoresencontrados estão refletindo a maior retenção de alunos nas séries, fazendo com que jovens quetêm idade de cursar o ensino médio estejam no fundamental ou na educação de jovens e adultos.

De acordo com o cenário apresentado acima, pode-se dizer que o atendimento dascrianças entre as idades de 7 a 14 anos ocorre de maneira satisfatória em todas as Áreas dePonderação. Tal fato não é verificado para os jovens na idade entre 15 e 17 anos, mostrando anecessidade de políticas de retenção desses jovens na escola, principalmente nas áreas maiscarentes.

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Porém, o maior problema detectado foi o grande atraso dos estudantes com relação àidade adequada de cursar determinada série, conseqüência da alta repetência. Tal defasagemescolar atinge Belo Horizonte de maneira geral, porém quando considera as regiões de favela eperiferia o quadro se torna ainda mais dramático. Faz-se necessário, portanto, criar políticaseducacionais voltadas a melhorar a progressão do aluno entre as séries.

Numa análise temporal, com os dados do Censo Demográfico de 1991 e 2000, percebe-seque ocorreu uma significativa melhora em todos os indicadores durante a década de 90 (TAB.A1), em alguns casos, como a taxa de atendimento para as pessoas de 4 a 6 anos e taxa deescolarização líquida do ensino médio, a variação positiva foi superior a 100%.

5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JANNUZI, P. M. Indicadores sociais no Brasil – conceitos, fontes de dados e aplicações.Campinas/ São Paulo: Editora Alínea, 2001.

SEEC/INEP/MEC. Geografia da educação brasileira. Brasília: INEP, 2002.

RIOS-NETO, E. G. E RIANI, J. L. R. (ORG). INTRODUÇÃO À DEMOGRAFIA DAEDUCAÇÃO. CAMPINAS: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS POPULACIONAIS– ABEP, 2004.

6) ANEXOS

TABELA A 1: INDICADORES EDUCACIONAIS - BELO HORIZONTE – 1991-2000

Indicadores 1991 2000 VariaçãoTaxa de atendimento 4 a 6 anos 32,29 71,70 122,08Taxa de atendimento 7 a 14 anos 92,14 97,81 6,15Taxa de atendimento 15 a 17 anos 67,96 86,78 27,69Taxa de escolarização bruta Ensino Fundamental 110,14 120,46 9,37Taxa de escolarização bruta Ensino Médio 52,31 101,92 94,84Taxa de escolarização líquida Ensino Fundamental 89,38 94,09 5,27Taxa de escolarização líquida Ensino Médio 24,68 51,88 110,18Taxa de eficiência Ensino Fundamental 33,89 56,78 67,54Taxa de eficiência Ensino Médio 26,01 31,97 22,92Taxa de analfabetismo (15 anos e mais) 6,85 4,39 -35,94Taxa de analfabetismo (40 anos e mais) 13,22 8,30 -37,21Anos médios de estudo da população de 7 anos ou mais 6,23 7,44 19,33Anos médios de estudo da população de 20 anos ou mais 7,27 8,21 12,90

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991 e 2000.

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TABELA A 2: TAXA DE ANALFABETISMO DAS PESSOAS DE 15 ANOS E MAIS PORCATEGORIAS - REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE, 1991 - 2000

Categoria 1991 2000 VariaçãoTotal 8,67 5,88 -32,21Homem 6,80 4,90 -27,93Mulher 10,35 6,76 -34,69domicílios com chefe branco ou amarelo 5,40 3,85 -28,72domicílios com chefe preto, pardo ou indígena 11,23 7,63 -32,05domicílios com chefe com zero ano de estudo 40,61 35,65 -12,22domicílios com chefe com 1 a 3 anos de estudo 10,26 10,13 -1,25domicílios com chefe com 4 a 7 anos de estudo 3,80 2,48 -34,73domicílios com chefe com 8 a 10 anos de estudo 1,66 1,43 -13,87domicílios com chefe com 11 ou mais anos de estudo 1,06 0,67 -36,96

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991 e 2000.

TABELA A 3: ANOS MÉDIOS DE ESTUDO DA POPULAÇÃO DE 7 ANOS OU MAIS DE IDADE PORCATEGORIAS - RMBH, 1991 - 2000

Categoria 1991 2000 VariaçãoTotal 5,49 6,57 19,57Homem 5,49 6,49 18,20Mulher 5,50 6,64 20,77domicílios com chefe branco ou amarelo 6,71 7,60 13,31domicílios com chefe preto, pardo ou indígena 4,55 5,67 24,68domicílios com chefe com zero ano de estudo 2,52 3,29 30,45domicílios com chefe com 1 a 3 anos de estudo 3,58 4,31 20,39domicílios com chefe com 4 a 7 anos de estudo 4,81 5,57 15,84domicílios com chefe com 8 a 10 anos de estudo 6,78 7,34 8,28domicílios com chefe com 11 ou mais anos de estudo 9,51 10,12 6,44

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991 e 2000.

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23

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25

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