mestrado avaliacao 1 indicadores educacionais pt 1

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1 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM GESTÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA DISCIPLINA: AVALIAÇÃO E INDICADORES EDUCACIONAIS TEXTOS COMPLEMENTARES Centro de Polícas Públicas e Avaliação da Educação – CAEd Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

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Educação, Avaliação, Indicadores, políticas públicas

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    PROGRAMA DE PS-GRADUAO PROFISSIONAL EM GESTO E

    AVALIAO DA EDUCAO PBLICA

    DISCIPLINA: AVALIAO E INDICADORES EDUCACIONAIS

    TEXTOS COMPLEMENTARES

    Centro de Polticas Pblicas e Avaliao da Educao CAEd

    Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF

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    PARTE 1INDICADORES EDUCACIONAIS

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    Sumrio

    Os indicadores educacionais, sua relevncia e suas classes 7

    1 - Contexto scio-demogrfico 9a) Taxa de analfabetismo 9b) Nvel de escolaridade 11

    2 Condies de oferta 13a) Recursos Disponveis na Escola 13b) Qualificao dos Docentes 14c) Salrio Mdio dos Docentes 16

    3 Acesso e Participao 17a) Taxa de escolarizao 17

    4 Eficincia e rendimento escolar 19a)Taxas de rendimento escolar 19b) Taxas de distoro idade-srie 23c) Taxas de transio de fluxo escolar 25d) Eficincia do fluxo escolar 26e) Expectativa de concluso 28

    5 Indicadores de desempenho 30a) SAEB 30b) PISA 31c) Prova Brasil 34c) ENEM 36

    6 Financiamento e gastos com a educao 37

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    Os indicadores educacionais, sua relevncia e suas classes

    A importncia de se abordar e estudar indicadores para uma anlise de sistemas educacionais vincula-se diretamente aos papis por eles desempenhados em sistematizar e mapear o processo de avaliao e de descrio da realidade da educao. De certa forma, eles possibilitam o monitoramento da evoluo de um sistema educacional, alm de, muitas vezes, tambm permitirem a comparao entre diferentes sistemas quanto a diversos fenmenos de interesse. Normalmente, os indicadores consistem de medidas, as mais objetivas e sintticas possveis, dos resultados obtidos em determinadas dimenses consideradas relevantes ao processo educacional.

    Em nossa exposio, utilizaremos a diviso esquemtica adotada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira INEP em sua Geografia da Educao, que agrupa os indicadores nas seis seguintes classes:

    1) Contexto scio-demogrfico.

    2) Condies de oferta.

    3) Acesso e participao.

    4) Eficincia e rendimento escolar

    5) Desempenho escolar

    6) Financiamento e gasto em educao

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    1 - Contexto scio-demogrfico

    Nesta categoria, encontram-se diversos indicadores que dizem respeito a caractersticas da populao brasileira relevantes para pensar os nossos desafios na rea de educao. Esta classe de indicadores permite avaliar a distribuio espacial da populao entre estados, regies geogrficas, localizao ou qualquer outra subdiviso que possa expressar a dinmica geogrfica. A anlise do comportamento da movimentao, concentrao e crescimento populacional fator primordial para o planejamento do atendimento escolar. Alguns dos exemplos desta categoria de indicadores so a taxa de analfabetismo e o nvel de escolaridade, que sero vistos com mais detalhes a seguir.

    a) Taxa de analfabetismoA taxa de analfabetismo mede o grau de analfabetismo da populao adulta, avaliando o percentual de pessoas analfabetas1 em determinada faixa etria em relao ao total de pessoas do mesmo grupo etrio.

    Usualmente considerada a faixa etria de 15 anos ou mais, isto , o analfabetismo avaliado acima da faixa etria onde, por lei, a escolaridade seria obrigatria. O Inep costuma adotar para esse indicador, alm da taxa para as pessoas com 15 anos ou mais, os grupos etrios: 15 a 19 anos, 20 a 24 anos, 25 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 anos ou mais. Nas PNADs, levantamentos populacionais por amostragem, no informada a populao rural dos Estados de Rondnia, Acre, Amazonas, Roraima, Par e Amap, alm de no ser possvel a desagregao dos dados por municpio.

    O nvel de agregao dessa taxa apresenta-se pelo Brasil, por regies, por unidades da federao e por municpio. A peridiocidade anual e as fontes dos dados so o IBGE Censo Demogrfico, a Contagem Populacional e o PNAD.

    A taxa de analfabetismo calculada atravs da frmula:

    Onde:

    Pi = nmero de analfabetos na faixa etria i;

    Pi= populao na faixa etria i.

    i = 15 anos ou mais, 15 a 19, 20 a 24, 25 a 29, 30 a 39, 40 a 49 e 50 anos ou mais.

    Em 2001, o Distrito Federal, com 5,7%, apresentava o menor ndice de analfabetismo do Pas, enquanto Alagoas, com 33,4%, apresentava o maior dentre os Estados brasileiros.

    Nas dcadas de 1980 e 1990, a taxa de analfabetismo da populao com 15 anos ou mais de idade veio se reduzindo.

    1 Analfabeta: pessoa que no sabe ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece. Aquela que aprendeu a ler e escrever, mas esqueceu, e a que apenas assina o prprio nome , tambm, considerada analfabeta. Na Contagem Populacional 1996, em funo do questionrio no conter, explicitamente, a pergunta sobre a condio de alfabetizao, essa caracterstica avaliada indiretamente, a partir dos anos de estudo, sendo considerada analfabeta a pessoa com menos de 1 ano de instruo.

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    De 25,4% em 1980, caiu para 13,6% em 2000, reduzindo em 11,8 pontos percentuais. A faixa de 15 a 19 anos com a taxa de analfabetismo de 5% em 2000, diminuiu 11,5 pontos percentuais em relao a 1980.

    O analfabetismo apresentou queda mais rpida na populao com at 29 anos de idade: no grupo etrio de 20 a 24 anos, a taxa passou de 15.6% para 6,7% e no grupo etrio de 25 a 29 anos a taxa passou de 18% para 8%, no mesmo perodo. A queda foi ainda maior entre as mulheres.

    Apesar da perspectiva de queda na evoluo da taxa de analfabetismo nas ltimas dcadas, o percentual de 13,6% representava, em termos absolutos, um expressivo contingente de 16 milhes de pessoas em 2001.

    A disperso da populao rural, onde o analfabetismo atingia 52,6% das pessoas que compem o grupo de 50 anos ou mais de idade, em 2000, representou um desafio adoo de polticas dirigidas para atender este grupo etrio.

    De 2007 para 2008, no Brasil como um todo, alguns indicadores de educao mantiveram o ritmo gradual de avano observado nos ltimos anos. No Brasil, havia 14,2 milhes de analfabetos entre as pessoas com 15 anos ou mais de idade. A taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais de idade passou de 10,1% em 2007 para 10,0% em 2008; e a mdia de anos de estudo aumentou de 6,9 para 7,1 anos - mas ainda no representava o ensino fundamental concludo.

    Em 2008, a taxa de analfabetismo para esse grupo etrio foi estimada em 10,0%; em 2007, havia sido de 10,1%. Esse indicador continua apontando disparidades regionais, sendo, por exemplo, no Nordeste (19,4%), quase o dobro do nacional. Essa regio foi a que apresentou queda mais expressiva da taxa em relao a 2007, quando ela chegava a 19,9%.

    Na faixa etria de 10 a 14 anos de idade, a taxa de analfabetismo foi estimada em 2,8%, mostrando uma queda de 0,3 ponto percentual em relao a 2007. Nas regies Sudeste, Sul e Centro-Oeste, esse indicador era inferior a 1,5%; enquanto no Norte e Nordeste, ficava em 3,5% e 5,3%, respectivamente.

    A taxa de analfabetismo para os homens de 15 anos ou mais de idade foi estimada em 10,2%, enquanto a das mulheres, do mesmo grupo etrio, foi de 9,8%.

    Veja o quadro a seguir que apresenta as taxas de analfabetismo nacionais entre os anos de 1976 e 2008, bem como a populao total brasileira no mesmo perodo:

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    Tabela 1: evoluo da taxa de analfabetismo e populao total

    BRASIL

    Ano TxAnalf Pop. Total

    1976 20,7

    1977 23,7

    1978 23,8

    1979 23,2

    1980 25,4 118.562.549

    1981 22,8 121.381.328

    1982 23,1 124.250.840

    1983 n/d 127.140.354

    1984 21,3 130.082.524

    1985 20,7 132.999.282

    1986 20,0 135.814.249

    1987 19,7 138.585.894

    1988 20,0 141.312.997

    1989 18,8 143.997.246

    1990 18,6 146.592.579

    1991 20,1 149.094.266

    1992 17,2 151.546.843

    1993 16,4 153.985.576

    1994 n/d 156.430.949

    1995 15,6 158.874.963

    1996 14,7 161.323.169

    1997 14,7 163.779.827

    1998 13,8 166.252.088

    1999 13,3 168.753.552

    2000 13,6 171.279.882

    2001 12,4 173.808.010

    2002 11,8 176.303.919

    2003 11,6 178.741.412

    2004 11,4 181.105.601

    2005 11,0 183.383.216

    2006 10,4 185.564.212

    2007 10,0 187.641.714

    2008 10,0 189.612.814

    b) Nvel de escolaridadeConforme o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP), o indicador de escolaridade

    se remete ao grau alcanado pelos indivduos de uma populao no sistema educativo formal. Expressa o percentual

    da populao adulta (entre 25 e 64 anos) e adulta jovem (entre 25 e 34 anos) segundo o maior nvel de instruo.

    A frmula utilizada no clculo desse indicador a seguinte:

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    Onde Pik = populao na faixa etria i com o nvel de instruo k; Pi= populao na faixa etria i. Nesse sentido, i = 25 a 64 ou 25 a 34 anos; k = sem instruo, ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo, ensino mdio e ensino superior.

    Este indicador, assim como muitos outros de natureza socioeconmica, reflete as extremas desigualdades regionais do pas. Alm do acesso, a permanncia na escola e a progresso entre sries precisam ser garantidas de maneira eficaz e duradoura.

    No Brasil, a escolarizao formal divide-se em educao bsica - que compreende a educao infantil, o ensino fundamental e o ensino mdio - e educao superior - que compreende o ensino de graduao, os cursos sequenciais, os cursos de extenso e o ensino de ps-graduao lato sensu e stricto sensu.

    Categorias bsicas de escolaridadePodemos distinguir cinco categorias bsicas de grau de escolaridade, a saber: i) analfabetos - pessoas que no sabem ler e escrever; ii) sem grau - pessoas que sabem ler e escrever, porm nunca frequentaram a escola; iii) primrio ou educao escolar bsica pessoas com aprovao em aproximadamente oito anos nesse nvel; iv) mdio ou secundrio - pessoas que tenham frequentado, com aprovao, algum ano de estudo de educao secundria, tcnica, normal ou outra, exigindo como requisito o primrio completo; e, por fim, v) superior - pessoas que frequentaram, com aprovao, em todo ou em parte, algum nvel de estudo formal de educao superior.

    Como exemplo referente a esse indicador, temos a taxa de analfabetismo funcional no Brasil que foi estimada em 21,0%, em 2008, 0,8 ponto percentual abaixo da de 2007, tendo sido contabilizados 30 milhes de analfabetos funcionais entre as pessoas de 15 anos ou mais de idade. De 2007 para 2008, todas as regies apresentaram queda dessa taxa, com destaque para a Nordeste, onde a retrao atingiu 1,9 ponto percentual (de 33,5% em 2007 para 31,6% em 2008). A taxa de analfabetismo funcional masculina (21,6%) tambm era superior feminina (20,5%).

    Observe a tabela a seguir. Ela indica a distribuio percentual do nvel de instruo em 2008:

    Tabela 2: Percentual de nvel de instruo por modalidade de ensino

    Grupos de Idade

    Nvel de Instruo - %TotalSem

    InstruoEnsino Fund. Incompleto

    Ensino Fund. Completo

    Ensino Mdio Completo

    Ensino Superior Completo

    25 a 34 5,32 27,76 16,75 39,37 10,79 100

    25 a 64 12,85 39,17 14,21 23,68 10,09 100

    Total 10,41 35,47 15,03 28,77 10,32 100

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    2 Condies de oferta

    Esta classe de indicador revela, entre outras informaes, a proporo de alunos atendidos em escolas que oferecem alguns recursos bsicos, tais como, abastecimento de gua, energia eltrica, biblioteca, quadra de esporte, laboratrio de cincias, laboratrio de informtica, secretaria ou diretoria, esgoto, TV Escola e acesso internet. Nesta classe, tambm so tratados aspectos referentes a outros agentes educacionais, como os professores, por meio, por exemplo, da sua formao e remunerao. O Inep selecionou um elenco de caractersticas para as quais esse indicador calculado sistematicamente, para o ensino fundamental e ensino mdio. Alguns exemplos de indicadores neste grupo so: recursos disponveis na escola; qualificao dos docentes e salrio mdio dos docentes, todos especificados abaixo.

    a) Recursos Disponveis na EscolaTendo como base os dados divulgados pelo Censo Escolar de 2001, apresentamos a proporo de alunos atendidos em escolas que oferecem alguns recursos bsicos, tais como, abastecimento de gua, energia eltrica, biblioteca, quadra de esporte, laboratrio de cincias, laboratrio de informtica, secretaria ou diretoria, esgoto, TV Escola e acesso Internet.

    A biblioteca um recurso pedaggico disponvel para a maioria dos estudantes que freqenta a educao bsica. No ensino mdio, 84,3% dos 8,4 milhes de alunos estudam em instituies com biblioteca. No ensino fundamental, esse ndice de 55,6% entre os 35,3 milhes de matriculados.

    O maior ndice de alunos estudando em escolas com biblioteca foi identificado na Regio Sul, onde 83,4% do ensino fundamental e 97,4% do ensino mdio tm acesso a esse recurso. A menor taxa do ensino fundamental no Nordeste, 35,2%, e do ensino mdio, no Centro-Oeste, 73,6%.

    O abastecimento de gua nas escolas beneficia mais de 99% dos estudantes da educao bsica. O acesso energia eltrica tambm atende quase totalidade dos alunos: 95,2% (33,6 milhes) do ensino fundamental e praticamente todos do ensino mdio estudam em escolas com luz. As escolas desprovidas de energia eltrica so pequenas, atendem a um nmero reduzido de alunos, esto basicamente na zona rural e localizam-se em municpios que ainda no possuem rede de transmisso.

    Na anlise da presena de outros itens de infra-estrutura de apoio pedaggico, como laboratrio de cincias e informtica, quadra de esportes e acesso Internet, verifica-se que h uma enorme lacuna a ser preenchida. No ensino fundamental, 19,2% dos alunos esto em escolas com laboratrio de cincias, 48,8% com quadra de esportes e 25,4% ligadas Internet.

    Como em todos os demais aspectos, os alunos do ensino mdio so mais beneficiados com esses recursos educacionais. Dos estudantes matriculados nesse nvel, 48,1% estudam em escolas com laboratrio de cincias, 73,9% com quadra de esportes e 45,6% com acesso Internet.

    Na oferta desses recursos pedaggicos, as oportunidades educacionais esto diretamente ligadas regio geogrfica em que o estudante reside. No Norte e Nordeste, apenas cerca de 5% dos alunos do ensino fundamental esto matriculados em escolas com laboratrio de cincias. Nas Regies Sul e Sudeste, esse ndice ultrapassa os 30%.

    Esses recursos, de acordo com as concluses produzidas a partir do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica (Saeb), so um dos fatores que, associados qualificao dos professores, aos materiais pedaggicos e metodologia de ensino, entre outros, exercem grande influncia na aprendizagem do aluno. A avaliao revelou, por exemplo, que os estudantes que fazem uso do livro de leitura tm desempenho, em lngua portuguesa, superior ao daqueles que no tm acesso a esse recurso.

    Os dados abaixo referem-se infra-estrutura disponvel em escolas do sistema de ensino regular, por regio, e correspondem ao percentual de recursos oferecidos nos estabelecimentos escolares no ano de 2000. Eles permitem uma anlise das condies e dos recursos disponveis das escolas brasileiras, por regio.

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    Tabela 3: Percentual de alunos atendidos por regio de acordo com os recursos disponveis@

    A frmula para o clculo do percentual de alunos matriculados em escolas que oferecem cada um desses recursos, por grupo de sries e nvel de ensino, a seguinte:

    b) Qualificao dos Docentes

    A melhoria do nvel de escolaridade dos professores que atuam na educao bsica tem sido uma exigncia constante do sistema educacional brasileiro com vistas oferta de um ensino de melhor qualidade para a populao.

    Em 2001, 50,2% dos professores do ensino fundamental tinham a graduao, contra 43,8% identificados em 1996. Alm disso, o ndice de professores com apenas o fundamental completo reduziu-se de 9% para 3,1% no mesmo perodo. Mas h um significativo contingente (46,7%) com formao de nvel mdio.

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    O aumento do grau de formao dos professores do ensino fundamental tem ocorrido principalmente entre os que atuam nas turmas de 1 a 4 srie. Em 1996, os docentes com curso superior correspondiam a 20,3% do total e passaram a representar 27,1%. No mesmo perodo, o percentual de professores leigos caiu de 15,3% para 5,7%. Na educao infantil, 22,3% dos docentes j concluram a graduao. Os professores do ensino mdio esto mais prximos de atingir a meta estipulada pela LDB. De acordo com o Censo Escolar de 2001, 88,9% deles tm formao superior.

    O avano na qualificao dos professores identificado em todas as regies e unidades da Federao, demonstrando os esforos governamentais e individuais na melhoria da formao profissional. A tendncia que esse cenrio se modifique ainda mais nos prximos anos, pois os cursos voltados para a licenciatura esto recebendo um significativo contingente de alunos que fizeram o curso de magistrio. As informaes prestadas pelos participantes do Exame Nacional de Cursos mostram que grande parte dos estudantes de Letras, Matemtica e Pedagogia concluiu o curso normal antes de ingressar no nvel superior. Em Pedagogia, 64% dos formandos declararam ter realizado o curso de magistrio para lecionar no ensino fundamental. Na rea de Letras, 45% fizeram a mesma afirmao.

    A frmula para calcular o nvel de qualificao dos docentes em exerccio na educao bsica a seguinte:

    A ttulo de ilustrao, veja, a seguir, uma planilha com a taxa de qualificao docente em cada nvel de ensino, no ano de 2008:

    Tabela 4: Taxa de qualificao docente em cada nvel de ensino

    AnoTaxa Qualificao - Ensino Fundamental

    Ensino Fund.

    IncompletoEnsino Fund. Completo

    Ensino

    Mdio

    Ensino

    Superior2005 0,02 0,18 20,93 78,872006 0,03 0,18 16,68 83,112007 0,09 0,20 17,20 82,512008 0,10 0,16 18,30 81,45

    AnoTaxa Qualificao - Ensino Mdio

    Ensino Fund.

    Incompleto

    Ensino Fund.

    Completo

    Ensino

    Mdio

    Ensino

    Superior2005 0,00 0,03 7,55 92,422006 0,00 0,04 6,40 93,562007 0,06 0,04 5,74 94,162008 0,03 0,05 7,58 92,34

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    AnoTaxa Qualificao - Total

    Ensino Fund.

    IncompletoEnsino Fund. Completo

    Ensino

    Mdio

    Ensino

    Superior2005 0,02 0,16 17,41 82,412006 0,02 0,16 14,16 85,662007 0,08 0,15 13,73 86,042008 0,08 0,13 15,01 84,79

    c) Salrio Mdio dos DocentesDe acordo com o Censo do Professor realizado pelo Inep/MEC, em 1997, o salrio mdio dos docentes da educao bsica brasileira de R$ 529,92, mas a sua remunerao mensal est diretamente relacionada ao nvel de ensino que lecionam. Um docente da educao infantil recebe, em mdia, 60% do salrio pago ao do ensino mdio. Enquanto o primeiro tem um remunerao salarial mdia de R$ 419,48, o segundo recebe R$ 700,19. Essa diferena salarial explicada, principalmente, pelas caractersticas da formao escolar exigida dos profissionais. No ensino mdio, necessria a concluso do curso superior e na educao infantil, ainda no. Por outro lado, esse cenrio no estimula a melhoria da escolarizao dos professores de creche e pr-escola, que, aps conclurem a graduao, acabam direcionando sua carreira para outros nveis de ensino.

    A situao atenua-se nos nveis subseqentes. Os salrios dos professores do ensino mdio aproximam-se daqueles observados para os que lecionam para as sries finais do ensino fundamental, em funo da equivalncia de formao acadmica exigida, permitindo que muito deles atuem nesses dois nveis de ensino. Os docentes que do aulas nas turmas de 5 a 8 sries ganham em mdia R$ 605,41 e, nas de 1 a 4 sries, R$ 425,60.

    Os dados do Censo mostram que, nos trs nveis de ensino, a rede pblica municipal paga os salrios mais baixos. Os professores que lecionam nas turmas da educao bsica mantidas pelas prefeituras recebem, em mdia, R$ 378,67 contra R$ 674,66 das escolas particulares.

    O maior salrio mensal do conjunto de professores da educao bsica foi registrado no Sudeste, onde os docentes recebem em mdia R$ 686,31. Como no foi realizado outro levantamento sobre o assunto nos anos seguintes, os dados impossibilitam verificar os ganhos salariais obtidos a partir das polticas educacionais adotas nos ltimos anos, entre elas a implantao, em 1998, do Fundo de Desenvolvimento e Manuteno do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio (Fundef). Conforme a legislao que criou o Fundef, 60% dos seus recursos devem ser direcionadas para o pagamento e qualificao dos professores.

    No grfico abaixo so apresentadas as diferenas salariais das regies brasileiras:

    Grfico 1: Educao bsica salrio mdio dos docentes por dependncia administrativa (RS) Brasil e Grandes Regies - 1997

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    3 Acesso e Participao

    Atravs desta classe de indicadores, torna-se possvel avaliar questes relativas ao acesso e participao da populao nas faixas etrias para os diversos nveis de ensino. A taxa de atendimento possibilita identificar o percentual da populao em idade escolar que freqenta a escola. A taxa de escolarizao lquida identifica o percentual da populao em determinada faixa etria que se encontra matriculada no nvel de ensino adequado a essa faixa etria. A taxa de escolarizao bruta possibilita comparar o total de matrculas de determinado nvel de ensino com a populao na faixa etria adequada a esse nvel de ensino. As taxas de escolarizao so, portanto, um bom exemplo de indicadores deste grupo.

    a) Taxa de escolarizaoO indicador referente taxa de escolarizao permite avaliar questes relativas ao acesso e participao da

    populao na faixa etria recomendada nos diversos nveis de ensino, alm de possibilitar a identificao do

    percentual da populao em idade escolar que frequenta a escola. Nesse contexto, temos a taxa de escolarizao

    lquida e a taxa de escolarizao bruta. A primeira identifica o percentual da populao em determinada faixa etria

    que se encontra matriculada no nvel de ensino adequado a essa faixa etria. J a segunda possibilita comparar o

    total de matrculas de determinado nvel de ensino com a populao na faixa etria adequada a esse nvel de ensino.Para o clculo destes indicadores, so utilizados dois bancos de dados diferentes, o que demanda a necessidade de se adotarem alguns procedimentos tcnicos para compatibiliz-los. Do Censo Escolar, extraem-se as informaes de matrculas por idade, ao passo que as projees de populao baseiam-se nos censos demogrficos e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad). Essas fontes fornecem a populao por idade numerador e denominador das taxas, respectivamente. As frmulas utilizadas so as seguintes:

    - Taxa de Atendimento Escolar:

    Mi = nmero de pessoas matriculadas na escola na idade ou faixa etria i;

    Pi = populao na idade ou faixa etria i. Onde: i = 0 a 3, 4 a 6, 7 a 14, 15 a 17 e 20 a 24 anos.

    - Taxa de Escolarizao Lquida:

    Mki = matrcula no nvel de ensino k pertencente faixa etria i teoricamente adequada a esse nvel;

    Pki = populao na faixa etria i teoricamente adequada ao nvel de ensino k.

  • 18

    Onde :

    i = faixa etria teoricamente adequada ao nvel k

    k= creche, pr-escola, ensino fundamental e ensino mdio.

    - Taxa de Escolarizao Bruta:

    Mk = matrcula total no nvel de ensino k;

    Pki = populao na faixa etria i teoricamente adequada ao nvel de ensino k.

    Onde:

    i = faixa etria teoricamente adequada ao nvel.

    kk= creche, pr-escola, ensino fundamental e ensino mdio.

    Segundo o INEP, 97,5% das crianas de 6 a 14 anos frequentam escola. A taxa de escolarizao da populao na faixa etria de 6 a 14 anos de idade aumentou, passando de 97,0%, em 2007, para 97,5%, em 2008. As diferenas regionais, entretanto, persistem, com percentuais que variam de 96,1% na regio Norte a 98,1% na regio Sudeste.

    A escola pblica atendia em 2008, 79,2% dos estudantes de quatro anos ou mais de idade, no Brasil, participao

    que permaneceu estvel em relao a 2007. No ensino fundamental (88,0%) e mdio (86,5%), a maioria expressiva

    da populao estava na rede pblica. No ensino superior, o quadro se invertia: 76,3% dos estudantes estavam na

    rede particular, num aumento de 0,4 ponto percentual em relao a 2007.

    Tabela 5: Taxas de escolarizao nos ensinos fundamental e mdio

    Taxas de escolarizao - %

    AnoEnsino Fundamental Ensino Mdio

    Lquida Bruta Lquida Bruta2001 93,4% 125,5% 37,5% 82,0%2002 93,9% 124,9% 40,4% 83,2%2003 94,0% 123,4% 43,5% 88,5%2004 94,0% 121,2% 44,9% 89,8%2005 94,6% 121,0% 45,8% 89,1%2006 95,0% 119,5% 47,5% 90,2%2007 94,6% 120,3% 48,3% 91,1%2008 94,9% 119,2% 50,6% 92,5%2009 95,3% 120,5% 51,1% 89,7%

    1) Pessoas de 7 a 14 anos2) Pessoas de 15 a 17 anos

  • 19

    4 Eficincia e rendimento escolar

    Os indicadores de eficincia e rendimento escolar fornecem informaes sobre os resultados de aproveitamento e freqncia dos alunos, relacionados, por exemplo, ao fato de os mesmos terem sido considerados aprovados, reprovados ou afastados por abandono. Em termos metodolgicos, a matrcula inicial obtida por meio do Censo Escolar do ano corrente, enquanto que os dados de rendimento s esto disponveis no Censo Escolar do ano seguinte. Esta classe de indicadores pode ser exemplificada por: taxas de rendimento escolar; taxas de distoro idade-srie; taxas de transio de fluxo escolar; eficincia do fluxo escolar; e expectativa de concluso.

    a)Taxas de rendimento escolarAo final do ano letivo, o aluno matriculado avaliado quanto ao preenchimento dos requisitos de aproveitamento e freqncia, podendo ser considerado aprovado, reprovado ou afastado por abandono. A partir desta avaliao, podem ser calculadas trs taxas: aprovao, reprovao e abandono. Vale esclarecer que as frmulas de clculo das taxas de rendimento sofreram ajustes a partir do Censo Escolar de 1999, diante da incorporao nos questionrios da informao de reclassificao por srie.

    A matrcula inicial obtida por meio do Censo Escolar do ano corrente, enquanto os dados de rendimento s esto disponveis no Censo Escolar do ano seguinte. A reclassificao um processo que pode ocorrer no decorrer do ano letivo, no qual o aluno que ingressa numa determinada srie pode ser remanejado, em funo de uma avaliao prvia, para uma srie mais avanada, diversa da srie correspondente sua matrcula inicial. Este aluno avaliado na srie para a qual ele foi remanejado, recebendo a condio de aprovado, reprovado ou afastado por abandono.

    A frmula para o clculo das taxas de rendimento escolar a seguinte:

  • 20

    A seguir, o Grfico 2 ilustra a distribuio das taxas nacionais de rendimento por srie de escolarizao no ano 2000.

    Grfico 2: Ensinos fundamental regular e mdio regular taxas de rendimento (aprovao, reprovao e abandono) Brasil - 2000

  • 21

    Tambm a ttulo de exemplo, veja, na tabela a seguir, o nmero de estudantes matriculados por srie entre os anos

    de 1981e 2006:

    Tabela 6: nmero de estudantes matriculados por srie entre os anos de 1981 e 2006 1s 2s 3s 4s 5s 6s 7s 8s Total

    1981 6.895.475 3.694.989 2.976.507 2.417.984 2.314.079 1.701.139 1.371.947 1.101.009 22.473.1291982 7.213.626 3.861.492 3.098.622 2.520.832 2.503.902 1.805.530 1.423.154 1.136.726 23.563.8841983 7.316.360 3.952.241 3.174.049 2.594.912 2.588.777 1.886.347 1.486.571 1.182.973 24.182.2301984 7.419.093 4.167.170 3.255.251 2.647.385 2.680.743 1.941.238 1.508.801 1.169.637 24.789.3181985 6.745.192 4.482.069 3.363.217 2.718.149 2.745.725 1.956.933 1.528.499 1.190.888 24.730.6721986 6.815.626 4.667.224 3.635.885 2.834.479 2.890.080 2.033.440 1.557.410 1.225.768 25.659.9121987 6.504.967 4.763.512 3.626.047 2.947.581 2.978.471 2.078.906 1.570.490 1.213.158 25.683.1321988 6.769.039 4.904.661 3.719.828 3.044.689 3.151.048 2.192.192 1.657.483 1.271.764 26.710.7041989 6.783.812 4.988.965 3.853.873 3.145.638 3.296.093 2.322.452 1.748.075 1.339.837 27.478.7451990 6.642.037 5.138.384 4.017.372 3.314.326 3.496.052 2.469.560 1.866.842 1.430.734 28.375.3071991 6.500.282 5.287.804 4.180.871 3.483.013 3.696.013 2.616.658 1.985.608 1.521.631 29.271.8801992 6.425.701 5.257.680 4.284.846 3.643.187 3.915.272 2.809.813 2.134.040 1.635.545 30.106.0841993 6.534.940 5.215.654 4.283.936 3.722.918 4.081.936 3.024.730 2.297.471 1.775.368 30.936.9531994 6.581.322 5.188.150 4.313.613 3.755.147 4.155.465 3.231.752 2.505.105 1.956.404 31.686.9581995 6.528.892 5.269.875 4.407.917 3.847.634 4.293.898 3.423.900 2.727.685 2.169.139 32.668.9401996 6.328.748 5.267.950 4.493.454 3.935.166 4.387.594 3.489.205 2.873.832 2.343.015 33.118.9641997 6.575.734 5.154.094 4.724.389 4.113.911 4.510.872 3.630.218 2.993.337 2.526.833 34.229.3881998 7.079.742 5.170.019 4.684.209 4.399.330 4.656.172 3.834.103 3.218.865 2.750.084 35.792.5241999 6.596.785 5.317.321 4.712.986 4.311.934 4.808.240 3.931.455 3.455.729 2.925.242 36.059.6922000 6.520.217 5.218.720 4.628.518 4.240.182 4.728.928 3.864.354 3.393.141 2.875.666 35.469.7262001 6.083.712 5.028.123 4.745.043 4.290.439 4.740.994 4.003.285 3.544.545 3.128.833 35.564.9742002 5.970.314 4.747.464 4.585.883 4.311.591 4.719.431 3.915.098 3.570.771 3.194.193 35.014.7452003 5.780.070 4.717.880 4.447.103 4.267.478 4.758.452 3.912.248 3.603.315 3.305.569 34.792.1152004 5.515.819 4.643.495 4.373.351 4.148.074 4.621.154 3.925.354 3.491.197 3.225.989 33.944.4332005 4.937.641 4.486.134 4.276.183 4.100.998 4.464.008 3.920.960 3.442.469 3.139.833 32.768.2262006 4.765.875 4.365.829 4.128.450 4.101.573 4.458.747 3.830.359 3.415.832 3.131.443 32.198.108

    De acordo com o resultado do Censo Escolar da Educao Bsica 2007, no Brasil, estavam matriculados 52.969.456 estudantes na Educao Bsica, sendo que 46.610.710 em escolas pblicas e 6.358.746 em escolas privadas. As redes municipais abrigavam a maior parte dos alunos, com 24.516.221 matriculados.

    O estado de So Paulo possua o maior nmero de matriculados, com mais de 10 milhes de alunos na Educao Bsica (10.629.102). Em contrapartida estava Roraima, com 136.148. Entre as regies brasileiras, o Sudeste apresentava o maior nmero: 20.550.441 e o Centro-Oeste, o menor: 3.675.676.

    Esses e outros dados foram obtidos por meio do Censo Escolar que, em 2007, utilizou o sistema Educacenso, que pede informaes mais detalhadas sobre a escola, cada um de seus alunos e professores, alm da turma em que eles esto. A unidade bsica do censo deixa de ser a escola e passa a ser o aluno, afirmou o ministro da Educao, Fernando Haddad. Esse sistema trouxe uma srie de inovaes, entre elas, a individualizao de informaes e a coleta dos dados pela Internet. Agora, possvel saber, por exemplo, nome completo, endereo, cor/raa, nome dos pais, data de nascimento, entre outros.

    De acordo com o ministro, o Educacenso serviu para que as verbas e programas do governo possam ser melhor aplicados. O que sumiu foi a duplicidade de matrculas em algumas cidades e regies, que trazia ineficincia para a distribuio das verbas consignadas da educao. Estamos corrigindo, no a proporo de crianas atendidas, mas sim os nmeros que empatam a distribuio de recursos para as escolas.

    Veja, abaixo, algumas tabelas que ilustram esses dados:

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    Tabela 7: Evoluo da matrcula por dependncia administrativa

    Tabela 8: Evoluo das matrculas por modalidade de ensino

    Etapas/ Modalidades de Educao Bsica

    Matrculas nos anos

    2004 2005 2006 2007Diferena 2006-2007

    Variao % 2006-2007

    Educao Infantil 6.903.763 7.205.039 7.016.095 6.494.878 -521.479 -7,43

    Ensino Fundamental 34.012.434 33.534.700 33.282.663 32.102.787 -1.196.475 -3,59

    Ensino Mdio 9.169.357 9.031.302 8.906.820 8.362.994 -546.156 -6,13

    EJA 5.718.061 5.615.426 5.616.291 4.983.060 -635.464 -11,31

    Educao Especial 371.382 378.074 375.488 337.089 -38.786 -10,33

    Educao Profissional 676.093 707.263 744.690 688.648 -56.042 -7,53

    TOTAL 56.851.090 56.471.804 55.942.047 52.969.456 -2.994.402 -5,35

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    Tabela 9: Matrcula na educao bsica por unidade da federao e dependncia administrativa

    b) Taxas de distoro idade-srieA distoro idade-srie um elemento marcante da desigualdade regional na educao. Em um sistema educacional seriado, existe uma adequao terica entre srie e idade do aluno. No caso brasileiro, considera-se a idade de 6 anos como a adequada para o ingresso no ensino fundamental, normalmente com uma durao de 9 anos. Considerando que cada srie tem a durao de um ano, na oitava srie o aluno estaria com 14 anos, ingressando no ensino mdio com 15 anos e finalizando o ensino mdio com 17. Este indicador permite relacionar o percentual de alunos, em cada srie, que se encontra em idade superior recomendada.

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    Como o senso escolar obtm informae sobre a idade a partir do ano de nascimento, adotamos o seguinte critrio para identificar os alunos com distoro idade-srie: considerando o Censo Escolar do ano t e a srie s do ensino fundamental, cuja idade adequada i anos, ento o indicador ser expresso pelo quociente entre o nmero de alunos que, no ano t, completam i + 2 anos ou mais (nascimento antes de t [i +1]) e a matrcula total na srie k. A justifica deste critrio que os alunos que nasceram em t [i + 1], completam i + 1 anos no ano t e, portanto, em algum momento deste ano (de 1 de janeiro a 31 de dezembro) ainda permaneciam com i anos e, por isso, o critrio aqui adotado, considera estes alunos como tendo idade adequada para esta srie. Os que nasceram depois de t [i +1] completam, no ano t, i anos ou menos.

    A tabela a seguir apresenta o percentual de distoro idade-srie no nvel fundamental de ensino nos diversos estados brasileiros:

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    Tabela 10: Percentual de distoro idade-srie no nvel fundamental nas diferentes unidades federativas

    EstadoEnsino Fundamental

    1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006Acre 54.9 52.3 50.2 46.8 43 40.2 38.2 36.8

    Alagoas 65.6 63.9 61.2 57.7 54.6 51.4 49.5 47Amap 45.7 42.7 41.3 38.9 36.1 34.2 32.7 30.9

    Amazonas 61.1 58.5 57.1 53.9 52.5 47.3 46.1 43.5Bahia 66.6 64.9 63.1 59.9 54.2 49.9 48.5 46.1Cear 55.7 51.6 46.1 41.4 37.4 34.1 32.7 30.6

    Distrito Federal 30.5 29.9 28.9 26 25.4 25.5 24.6 24.2Esprito Santo 33.3 30.6 27.4 28.9 25.7 24.5 23.3 23

    Gois 49.2 45.7 42 38.3 34.6 30.9 27.8 26.3Maranho 63.6 62.3 59.6 56.2 51.9 47.7 45.2 42

    Mato Grosso 44.8 41.4 37.3 34.3 32.6 32.2 29.7 27Mato Grosso do Sul 40.3 37.8 37 37.9 31.7 30 29.3 29.2

    Minas Gerais 38.2 33.5 29.9 28.1 26.1 24.2 23.3 23.2Par 60.9 58.8 56.6 54.1 52.4 49.8 48.7 47

    Paraba 64.6 62 59.5 56.1 53.9 50.9 48.5 44.8Paran 23.6 20.4 18.4 16.9 16.1 15.5 15.2 16.9

    Pernambuco 55.8 54 52.5 50.1 47.1 43.7 41.7 39Piaui 64.7 63.5 60.9 56.4 51.7 46.8 45.2 43.3

    Rio de Janeiro 38.7 36.5 35.2 33.7 32.4 31.6 28.8 29.3Rio Grande do Norte 53.8 51 47.4 43.5 40.7 39 38 35.2

    Rio Grande do Sul 22 27 25.9 25 23.8 22.6 22.2 21.9Rondnia 44.1 40.6 38.5 35.7 33.6 31.2 30.3 29.1Roraima 46.3 42.3 32.4 30.5 27.3 25.4 24.7 24.8

    Santa Catarina 24.8 22.4 19.7 18.1 16.7 15.5 14.9 14.7So Paulo 22.6 19.1 15.8 13.6 12.2 11.3 10.4 9.7

    Sergipe 64.6 62 59.7 57 54.3 51.3 49.1 45.4Tocantins 62.2 57.7 50.2 44.9 39.8 36.1 33.7 30.5

    c) Taxas de transio de fluxo escolarOs nmeros deixam claro que o primeiro ano de cada etapa escolar o maior obstculo aos alunos. Na primeira e quinta sries do ensino fundamental, a taxa de repetncia de 36,2% e 24,8%, respectivamente, caindo nas sries seguintes. No ensino mdio, a situao a mesma. A taxa de repetncia, que era de 24,6% na primeira srie, na terceira foi de 10,6%, a menor de toda a educao bsica.

    Em um sistema educacional, possvel avaliar a progresso dos alunos a partir da taxa de transio entre sries, isto , para cada srie existe um fluxo de entrada e um fluxo de sada:

    1- Fluxo de entrada: alunos promovidos (alunos na srie k no ano t que estavam matriculados, no ano t-1, na srie k-1) e alunos repetentes (alunos na srie k no ano t que estavam matriculados, no ano t-1, na srie k);

    2- Fluxo de sada: alunos promovidos srie seguinte (alunos na srie k+1 no ano t+1 que estavam matriculados, no ano t, na srie k), alunos repetentes (alunos na srie k no ano t+1 que estavam matriculados, no ano t, na srie k) e alunos evadidos (alunos matriculados na srie k no ano t que, no ano t+1 no se matricularam).

    A partir dessa configurao, possvel o clculo das taxas de transio entre sries (promoo, repetncia e evaso).

    A informao relativa matrcula inicial extrada do Censo Escolar. O nmero de promovidos, repetentes e evadidos estimado de acordo com o modelo de fluxo escolar proposto pela Unesco e corrigido para o sistema educacional brasileiro. Suas frmulas de clculo so:

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    d) Eficincia do fluxo escolarEm 1995, o aluno conclua em mdia 7,2 sries das 11 que compreendem o ensino fundamental e mdio, levando 10,7 anos para atingir esse nvel. Em 2000, ele passou a concluir 8,1 sries em 10,3 anos. A evoluo da melhoria desse indicador est se dando de forma gradual e em todas as regies.

    Os indicadores apresentam, de forma sincronizada, o tempo mdio que o aluno permanece no sistema educacional e, nesse perodo, o nmero mdio de sries efetivamente concludas. Estes indicadores so calculados para o ensino fundamental, ensino mdio e, tambm, considerando o ensino fundamental e mdio, de forma contnua.

    A partir das taxas de transio possvel simular a progresso de uma coorte que ingressa na srie inicial de determinado nvel de ensino. As informaes produzidas nessa simulao, referentes s matrculas utilizadas e o tempo necessrio para o atendimento integral dessa coorte, permite estimar o tempo que essa coorte permaneceu nesse nvel de ensino e o nmero de sries efetivamente concludas, antes da evaso, ou mesmo da concluso desse nvel de ensino. A simulao considera as taxas de transio, em cada srie, constantes no tempo. So consideradas as matrculas-ano, que significam o nmero de matrculas que so gastas por um aluno num determinado nvel de ensino. As frmulas de clculo so:

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    Tempo mdio esperado de permanncia no sistema:

    Nmero mdio esperado de sries concludas:

    Tempo mdio esperado de permanncia por srie:

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    e) Expectativa de conclusoSe vencer o ensino fundamental e mdio, separadamente, demonstra ser difcil, o caminho da primeira srie do ensino fundamental terceira srie do mdio ainda mais rduo. De cada grupo de cem alunos que ingressam no nvel educacional obrigatrio, 40 concluem o ensino mdio, precisando para isso, em mdia, de 13,9 anos. Em nenhuma regio brasileira, o ndice ficou acima de 50%.

    Estes indicadores permitem avaliar a produtividade do sistema educacional, considerando, de forma combinada, o percentual mdio de alunos que concluem determinado nvel de ensino, o tempo mdio, em anos, necessrio para essa concluso. Os indicadores foram calculados para o ensino fundamental e mdio, separadamente, como tambm, de forma contnua considerando os dois nveis de ensino.

    A partir das taxas de transio, possvel simular a progresso de uma coorte que ingressa em determinado nvel de ensino. As simulaes, referentes s matrculas utilizadas e ao tempo necessrio para o atendimento integral dessa coorte, permite estimar o percentual de alunos que concluem, o tempo mdio necessrio para essa concluso e a produtividade esperada de concluso. No caso da produtividade esperada de concluso, trata-se de uma medida que visa quantificar a eficincia de determinado nvel de ensino considerando, de forma combinada, o percentual de alunos que consegue chegar concluso e o respectivo tempo mdio esperado para essa concluso. Esse indicador assume valores no intervalo de 0 a 1, apresentando seus melhores resultados, quando se aproxima de 1 e os piores resultados quando o valor calculado aproxima-se de zero. Sua frmula de clculo :

    Vejamos os dados a seguir, que apresentam as taxas de promoo, repetncia e evaso brasileiras, nos nvel fundamental e mdio, entre os anos de 2000 e 2005:

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    Tabela 11: Taxas de promoo repetncia e evaso nos nveis fundamental e mdio

    Ano

    Taxa de PromooEnsino Fundamental Ensino Mdio

    1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3

    2000 62.8 73.7 77.5 79.4 68.1 73.9 76.5 74.7 64.5 75 75

    2001 67.4 76.7 79.4 80.7 69.1 74.9 77.2 73.2 62.8 74 74

    2002 68.9 77.1 80 79.2 68.3 72.4 75.2 73.1 63 73.6 73.6

    2003 70.1 76.9 80.1 78.3 68.4 71.9 74.8 72 62.6 73.7 73.7

    2004 68.5 75.2 79.8 77 66 69.5 72.2 67.3 57.9 69.3 69.3

    2005 69.9 76.4 80.4 78.3 67 70.2 72.7 68.5 57.2 68.2 68.2

    Ano

    Taxa de Repetncia

    Ensino Fundamental Ensino Mdio

    1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3

    2000 36.2 22.5 17.6 14.8 24.8 17.6 17.1 15.2 24.6 17.2 17.2

    2001 31.6 20.2 16.6 14.1 24 16.6 16.3 15.4 25.8 19 19

    2002 30.1 19.8 15.9 13.6 23.6 17.9 16.6 15.1 25.5 17.7 17.7

    2003 28.9 19.6 15.1 13.6 22.9 18.3 15.8 15.5 27 18.5 18.5

    2004 30.5 21.2 15.8 15.6 25.4 20.7 17.8 18.3 29.7 19.8 19.8

    2005 29.1 19.8 14.7 14.3 24.7 20.2 17.5 17.4 29.8 20 20

    Ano

    Taxa de Evaso

    Ensino Fundamental Ensino Mdio

    1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3

    2000 1 3.8 4.9 5.8 7.1 8.5 6.4 10.1 10.9 7.8 7.8

    2001 1 3.1 4 5.2 6.9 8.5 6.5 11.4 11.4 7 7

    2002 1 3.1 4.1 7.2 8.1 9.7 8.2 11.8 11.5 8.7 8.7

    2003 1 3.5 4.8 8.1 8.7 9.8 9.4 12.5 10.4 7.8 7.8

    2004 1 3.6 4.4 7.4 8.6 9.8 10 14.4 12.4 10.9 10.9

    2005 1 3.8 4.9 7.4 8.3 9.6 9.8 14.1 13 11.8 11.8

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    5 Indicadores de desempenho

    Nesta classe, vale a pena destacar os indicadores de programas de avaliao em larga escala, que fornecem informaes sobre o grau em que os objetivos pedaggicos referentes a cada nvel de ensino esto sendo alcanados. O SAEB, PISA, Prova Brasil e Enem so exemplos de mecanismos para avaliao da educao bsica e seguem listados a seguir.

    a) SAEBOs textos do Sistema de Avaliao da Educao Bsica (SAEB) so constitudos por 21 tipos de cadernos diferentes, cada um possuindo quatro blocos (dois para Lngua Portuguesa e dois para Matemtica). Os alunos de 5 ano respondem a 22 itens de Lngua Portuguesa e a 22 itens de Matemtica. J os estudantes de 9 ano e do 3 ano do ensino mdio respondem a 26 itens de portugus e a 26 de matemtica. Ao total, so 77 itens de cada disciplina na 4 srie, e 91 itens de cada disciplina na 8 srie do Ensino Fundamental e no 3 ano do Ensino Mdio, distribudos pelos 21 cadernos de prova .

    Os exemplos aqui apresentados de questes foram empregados na edio de 2003 do Saeb:

    A ttulo de exemplo, apresentamos o quadro a seguir com as mdias das proficincias em lngua portuguesa para

    estudantes do 5 ano do ensino fundamental, referente avaliao de 2005 e divulgada em 20072. As mdias de

    2 Disponvel em http://www.inep.gov.br/download/saeb/2005/SAEB1995_2005.pdf.

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    desempenho so acompanhadas do respectivo erro-padro, medida que revela a preciso das estimativas.

    Esse quadro possibilita a comparao dos nveis de proficincia nacional e das regies geogrficas brasileiras, bem

    como de todos os estados entre si. Tambm permite a leitura dos resultados nas regies urbana e rural de cada

    estado.

    Tabela 12: Mdias de proficincia em Lngua Portuguesa 4 srie E. F. Escolas Urbanas Estaduais

    b) PISAUm exemplo internacional de indicadores de proficincia o fornecido pelo Programme for International Student Assessment (PISA), que permite obter um quadro simultneo de diferentes sistemas de ensino distribudos pelo

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    mundo. De fato, h que se observar sempre a questo das potencialidades dos alunos avaliados face s demandas de participao na sociedade civil em termos de funcionalidade social, econmica e poltica. Cotejar tais dados entre pases confere possibilidades de ajustamento de programas e polticas pblicas educacionais de maneira a se referenciar em eventuais solues apresentadas por algumas naes que passaram problemas semelhantes.

    A ttulo de conhecimento, seguem abaixo dados referentes avaliao do PISA feita em 2006.

    Grfico 3: Escala de proficincia em Cincias PISA 2006

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  • 34

    Tabela 13: Descries resumidas dos seis nveis de proficincia na escala de cincias

    A seguir, seguem alguns dados comparativos acerca de pases que integram a avaliao do PISA.

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    Grfico 4: Porcentagem de estudantes em cada nvel de proficincia na escala de cincias

    c) Prova BrasilA Prova Brasil no pretende avaliar cada aluno individualmente. Seus objetivos se concentram na produo de informaes sobre os nveis de aprendizagem demonstrados pelos alunos, por unidade escolar e respectivas redes. Da a utilizao de uma metodologia de montagem de provas que proporcione a melhor informao possvel a respeito do desempenho de grupos de estudantes.

    Os resultados da Prova Brasil so apresentados nas mesmas escalas de desempenho do Saeb, onde, para cada disciplina, h uma escala, dividida em nveis de desempenho. As escalas das reas de Lngua Portuguesa e Matemtica variam de 25 em 25 pontos. O desempenho dos alunos tambm apresentado de forma numrica.

    Como os nmeros indicam apenas uma posio na escala, faz-se uma interpretao pedaggica dos resultados, descrevendo-se, em cada nvel, o grupo de habilidades que os alunos demonstraram ter desenvolvido respondendo s provas, atribuindo-se, assim, um significado aos dados. A ilustrao abaixo demonstra os intervalos e nveis existentes nas escalas de proficincia do SAEB.

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    Cada nvel constitudo pelas habilidades nele descritas, somadas s habilidades constantes nos nveis anteriores; conseqentemente, os nveis finais da escala so compostos pelas mais altas habilidades previstas nas matrizes e que os alunos conseguem apresentar ao responder s provas.

    Pela localizao numrica do desempenho na escala, possvel saber quais habilidades os alunos j construram, quais esto desenvolvendo e aquelas que ainda restam ser alcanadas.

    Alm disso, o desempenho apresentado pela distribuio do percentual de alunos ao longo dos nveis da escala, permitindo uma melhor visualizao da situao dos diversos grupos de alunos, no contexto da populao e subpopulaes avaliadas.

    Faz-se necessrio ressaltar, entretanto, que no esperado dos alunos da 4 srie o alcance dos nveis finais da escala, pois estes representam as habilidades desenvolvidas ao longo de todo o percurso do ensino fundamental.

    A ttulo de exemplo dos resultados da Prova Brasil3, observe o grfico a seguir que apresenta as mdias de proficincia em lngua portuguesa entre os anos de 1995 e 2005:

    Grfico 5: Mdias de proficincia em Lngua Portuguesa Brasil 1995-2005

    3 Disponvel em http://provabrasil2009.inep.gov.br/images/stories/pdf/saeb1995_2005.pdf.

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    Obs.:

    As mdias dos anos de 1995, 2003 e 2005 foram estimadas incluindo o estrato de escolas pblicas federais.

    Em todos os anos, a zona rural foi avaliada e includa para a estimativa das mdias apenas na 4 srie.

    Para a composio do estrato rural no foi includa a Regio Norte em 1997 e em 1999 e 2001, apenas participaram

    os estados da Regio Nordeste, Minas Gerais e o Mato Grosso.

    c) ENEMO Exame Nacional do Ensino Mdio foi criado no ano de 1998. Trata-se de um exame individual, de carter voluntrio e tem como objetivo principal possibilitar uma referncia para a auto-avaliao dos concluintes e egressos do ensino mdio. O exame estruturado a partir de uma matriz que indica a associao entre os contedos, as competncias e as habilidades bsicas das pessoas na fase de desenvolvimento cognitivo e social correspondente ao trmino da escolaridade bsica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN), as Diretrizes do Conselho Nacional de Educao sobre a Educao Bsica e os textos da Reforma do Ensino Mdio so referncias norteadores do Enem. Alm disso, o ENEM tem sido usado como critrio para entrada em diversas universidades.

    A prova interdisciplinar e contextualizada, constituda por uma parte objetiva, com 180 questes de mltipla escolha e uma redao. As 180 questes so de igual valor e so divididas entre os contedos de Cincias da Natureza, Cincias Humanas, Linguagens e Matemtica.

    O conhecimento necessrio para que o participante responda s questes de mltipla escolha e escreva a redao avaliado a partir das cinco competncias bsicas, que so as seguintes:

    I. Dominar linguagens.

    II. Compreender fenmenos.

    III. Enfrentar situaes-problema.

    IV. Construir argumentao.

    V. Elaborar propostas.

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    6 Financiamento e gastoscom a educao

    Segundo os dados de 2001, o gasto total do setor pblico com a educao no Brasil, 47,7 bilhes de reais, equivale a 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo dados publicados pela OCDE, o percentual brasileiro equivalente ao das naes consideradas desenvolvidas, e mais expressivo do que o de um considervel nmero de pases da Amrica Latina.

    O indicador gasto pblico em educao refere-se ao total de gastos feitos pelas trs esferas do governo (Federal, Estadual e Municipal). Os dados so consolidados, eliminando-se as esferas inter e intragovernamentais e no incluindo os gastos com cultura e desportos. O gasto em relao ao PIB tem como objetivo medir o gasto feito em educao em relao aos nveis econmicos disponveis. Os dados so levantados a partir dos balanos da Unio e dos Estados, por meio de uma amostra.

    A frmula base para o clculo do gasto em educao em relao ao PIB a seguinte.