análise dos segmentos de maior velocidade de vendas do ...¡lise...figura 4. 12 - vso por metragem...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de
Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense
Lucas Magalhães Barbosa
Pedro Henrique Santos Bouhid de Camargo
GOIÂNIA
2015
Lucas Magalhães Barbosa
Pedro Henrique Santos Bouhid de Camargo
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de
Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Orientadora: Profª Drª Maria Carolina G. de Oliveira
Brandstetter
GOIÂNIA
2015
Lucas Magalhães Barbosa
Pedro Henrique Santos Bouhid de Camargo
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário
Goianiense
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de
Engenheiro Civil
Aprovada em___/___/___.
______________________________________________________________________________
Profª Drª Maria Carolina Gomes de Oliveira Brandstetter...........................................(Orientadora)
Universidade Federal de Goiás
______________________________________________________________________________
Prof. Dr. Marcus André Siqueira Campos.................................................. (Examinador Interno)
Universidade Federal de Goiás
______________________________________________________________________________
Prof. MSc. Antonio Claret de Almeida Gama Junior......................................(Examinador Externo)
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
RESUMO
Este trabalho propõe uma análise do mercado imobiliário da cidade de Goiânia mediante o
enfoque do indicador de velocidade de vendas ou vendas sobre a oferta. A revisão
bibliográfica trata do mercado imobiliário brasileiro e caracteriza o indicador de ênfase da
análise. A metodologia abrangeu um levantamento de dados com enfoque às edificações
residenciais de multipavimentos. Foram consideradas as tipologias de um, dois, três, quatro e
cinco quartos, abrangendo tanto o segmento econômico quanto o segmento de alto padrão,
ofertados entre os anos de 2009 e 2014. Busca-se identificar, a partir de uma amostra de
empreendimentos, quais fatores podem ser vistos como determinantes em uma estratégia bem
sucedida de lançamento e marketing baseado na sua velocidade de venda. O levantamento dos
dados foi feito considerando relatórios de mercado provenientes de entidades do setor
imobiliário como a ADEMI-GO. Uma análise maior considera as variáveis principais para o
mapeamento do mercado tais como: percentual relativo de vendas, velocidade sobre a oferta,
disponibilidade e vendas por tipologia, faixa de preço praticado, faixa de área privativa,
localização, área privativa, número de vagas de garagem e itens de área comum. Os resultados
confirmam o desaquecimento do setor imobiliário goiano em especial no segmento
econômico a partir dos dados do levantamento. O trabalho conclui fazendo apontamentos
quanto às vendas por segmento e destaca a importância do conhecimento de mercado,
permitindo que as estratégias sejam direcionadas às características de localização que são
mais valorizadas por cada segmento.
Palavras chave: Mercado imobiliário, Oferta, Vendas.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
LISTA DE FIGURAS
Figura 2. 1 - Pessoas desocupadas e renda per capita dos domicílios (PEREIRA, 2014) ........ 19
Figura 2. 2 - Capacidade de financiamento em função da taxa de juros e do prazo (PEREIRA,
2014) ......................................................................................................................................... 20
Figura 2. 3 - IVG-R e taxa de juros SELIC deflacionados pelo IPCA-IBGE (PEREIRA, 2014)
.................................................................................................................................................. 21
Figura 2. 4 - Aquisições financiadas, IVG-R e INCC-FGV (PEREIRA, 2014) ...................... 22
Figura 3. 1 - Etapas da pesquisa ............................................................................................... 32
Figura 3. 2 - Parte do relatório da ADEMI referente ao mês de dezembro de 2013 (ADEMI-
GO) ........................................................................................................................................... 33
Figura 3. 3 - Exemplo: Dados consolidados (ADEMI-GO) ..................................................... 34
Figura 3. 4 - Exemplo: Dados consolidados (ADEMI-GO) ..................................................... 35
Figura 3. 5 - Exemplo: Dados consolidados (ADEMI-GO) ..................................................... 35
Figura 4. 1 – Gráfico do número de empreendimentos lançados entre janeiro de 2009 e
dezembro de 2014 ..................................................................................................................... 39
Figura 4. 2 – Gráfico do número de unidades lançadas entre janeiro de 2009 e dezembro de
2014 .......................................................................................................................................... 40
Figura 4. 3 – Gráfico do total de unidades disponíveis, unidades vendidas e VSO entre janeiro
de 2009 e dezembro de 2014 .................................................................................................... 42
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 4. 4 - Gráfico da oferta, vendas e VSO para as unidades que se enquadram no
P.M.C.M.V. entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014 .......................................................... 44
Figura 4. 5 – Unidades disponíveis por classe do empreendimento entre janeiro de 2009 e
dezembro de 2014 ..................................................................................................................... 45
Figura 4. 6 - Unidades vendidas por classe do empreendimento entre janeiro de 2009 e
dezembro de 2014 ..................................................................................................................... 46
Figura 4. 7 - VSO por classe do empreendimento entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014 46
Figura 4. 8 - Oferta, vendas e VSO para apartamentos ............................................................ 47
Figura 4. 9 - Oferta, vendas e VSO para casas em condomínios ............................................. 48
Figura 4. 10 - Oferta, vendas e VSO para salas comerciais ..................................................... 49
Figura 4. 11 - VSO por tipologia do empreendimento entre janeiro de 2009 e dezembro de
2014 .......................................................................................................................................... 51
Figura 4. 12 - VSO por metragem das unidades entre abril de 2010 e dezembro de 2014 ...... 53
Figura 4. 13- VSO por faixas de área das unidades entre abril de 2010 e dezembro de 2014 . 54
Figura 4. 14- Valor médio mensal do metro quadrado por tipologia entre janeiro de 2009 e
dezembro de 2014 ..................................................................................................................... 56
Figura 5. 1 – Imagem ilustrativa Los Angeles Corporate Design ............................................ 59
Figura 5. 2 – Imagem ilustrativa DNA Smart Style ................................................................. 60
Figura 5. 3 – Imagem ilustrativa Eldorado Parque De La Flor ................................................ 61
Figura 5. 4 – Imagem ilustrativa Flora Park Paineiras ............................................................. 62
Figura 5. 5 – Imagem ilustrativa Conquist Residencial............................................................ 63
Figura 5. 6 – Imagem ilustrativa Terra Mundi ......................................................................... 64
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 5. 7 – Imagem ilustrativa Flam Park ............................................................................. 65
Figura 5. 8 – Imagem ilustrativa Cora Alto do Bueno ............................................................. 65
Figura 5. 9 – Imagem ilustrativa Inove Inteligent Place........................................................... 67
Figura 5. 10 - Imagem ilustrativa Órion Business & Health Complex .................................... 68
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
LISTA DE TABELAS
Tabela 2. 1 – Déficit habitacional geral e por componentes 2007-2012 (IBGE/PNAD 2007-
2012) ......................................................................................................................................... 16
Tabela 2. 2 - Caracterização dos segmentos de produtos (FREITAS; HEINECK, 2008) ....... 24
Tabela 2. 3 - Variáveis independentes para categorização dos segmentos de produtos
(FREITAS; HEINECK, 2008) .................................................................................................. 25
Tabela 2. 4 - Principais etapas do desenvolvimento do produto (MIRON, 2002) ................... 28
Tabela 5. 1 - Comparativo entre empreendimentos de 1 e 2 quartos ....................................... 70
Tabela 5. 2 - Comparativo entre empreendimentos de 3 e 4 quartos ....................................... 71
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ............................................................................... 11
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12
1.3 SÍNTESE DO MÉTODO DE PESQUISA ......................................................................... 12
CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 14
2.1 CONTEXTO GERAL DO MERCADO IMOBILIÁRIO .................................................. 14
2.2 OFERTA IMOBILIÁRIA .................................................................................................. 16
2.3 CONTEXTO ECONÕMICO ............................................................................................. 18
2.3.1 Contexto Macroeconômico: Emprego, Renda, Taxa de Juros e Preços .......................... 19
2.3.2 Contexto Microeconômico: Custo de Produção, Volume de Vendas e Preços ............... 21
2.4 SEGMENTAÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO ........................................................ 23
2.4.1 Segmentos do Mercado Imobiliário ................................................................................ 23
2.4.2 Segmento Econômico – Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) ....................... 26
2.5 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS IMOBILIÁRIOS ................ 27
2.6 CLASSE HABITACIONAL X CICLO DE VIDA FAMILIAR ....................................... 29
CAPÍTULO 3 METODOLOGIA ......................................................................................... 32
3.1 INSTRUMENTAÇÃO DA COLETA E ANÁLISE DE DADOS ..................................... 33
3.1.1 Coleta de Dados e Tabulação .......................................................................................... 36
3.1.2 Filtragem dos Dados, Análise e Resultados Gerais ......................................................... 36
3.1.3 Identificação dos Empreendimentos com Maior Velocidade de Vendas ........................ 37
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
CAPÍTULO 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................. 39
4.1 EMPREENDIMENTOS E UNIDADES LANÇADOS ..................................................... 39
4.2 OFERTA, VENDAS E ÍNDICE DE VELOCIDADE DE VENDAS SOBRE A OFERTA
.................................................................................................................................................. 41
4.3 OFERTA, VENDAS E VSO PARA UNIDADES QUE SE ENQUADRAM NO
PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV) ..................................................... 43
4.4 OFERTA, VENDAS E VSO POR CLASSE DO EMPREENDIMENTO ........................ 45
4.4.1 Apartamentos ................................................................................................................... 47
4.4.2 Casas em condomínios .................................................................................................... 48
4.4.3 Salas comerciais .............................................................................................................. 49
4.5 ANÁLISE ESPECÍFICA VOLTADA PARA EMPREENDIMENTOS RESIDENCIAIS
.................................................................................................................................................. 50
4.5.1 Vendas sobre a oferta por tipologia do empreendimento ................................................ 50
4.5.2 VSO por área privativa das unidades .............................................................................. 52
4.5.3 Valor médio do metro quadrado por tipologia ................................................................ 55
CAPÍTULO 5 ANÁLISE DOS EMPREENDIMENTOS COM MAIOR ÍNDICE DE
VELOCIDADE DE VENDAS ............................................................................................... 58
5.1 EMPREENDIMENTOS DE DESTAQUE ........................................................................ 58
5.1.1 Apartamentos de 1 quarto ................................................................................................ 58
5.1.2 Apartamentos de 2 quartos .............................................................................................. 60
5.1.3 Apartamentos de 3 quartos .............................................................................................. 62
5.1.4 Apartamentos de 4 quartos .............................................................................................. 64
5.1.5 Apartamentos de 5 quartos .............................................................................................. 66
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
5.1.6 Salas comerciais .............................................................................................................. 66
5.2 COMPARATIVO ENTRE OS EMPREENDIMENTOS DA CLASSE DE
APARTAMENTOS .................................................................................................................. 69
CAPÍTULO 6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 72
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 74
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Este capítulo aborda a introdução do tema que será tratado ao longo do trabalho.
Nele serão apresentados a contextualização do estudo, os objetivos geral e específicos e a
síntese da metodologia utilizada para a execução do trabalho.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
O mercado imobiliário é um dos mais importantes segmentos da economia
brasileira (GONZÁLEZ; FORMOSO, 2001). Há alguns anos a economia brasileira
apresentou um notável crescimento impulsionado por vários setores, dentre eles a Construção
Civil. O déficit habitacional, juntamente com os estímulos do governo ao facilitar linhas de
crédito voltadas para a compra de imóveis, auxiliou no processo de expansão desse mercado
(IBGE, 2014). Mesmo com a dificuldade econômica do Brasil em 2014 e no corrente ano,
empreendimentos continuam a serem lançados no país, e em Goiânia não é diferente.
O mercado imobiliário apresenta um comportamento diferente dos mercados de
outros bens. Segundo Hauser (2005) destacam-se como características fundamentais o
elevado prazo de maturação, o alto custo das unidades geradas e a grande vida útil do produto.
Essas características singulares tornam difícil o processo de decisão de investimento,
principalmente na etapa de análise de viabilidade e, muitas vezes, o investidor toma decisões
de forma intuitiva, sem realizar uma análise mais concreta (GONZÁLEZ; FORMOSO, 2001).
Dentro desse mercado existem diferentes classes (apartamentos, casas em
condomínios e salas comerciais) e tipologias (variam em relação ao número de quartos e
padrão de construção) de imóveis. Saber qual tipo de empreendimento lançar é um desafio a
todas incorporadoras, que devem estar atentas ao mercado, saber qual segmento está mais
aquecido e quais as projeções a curto, médio e longo prazo, visando maior lucratividade e
segurança no investimento.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 12 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Cada vez mais os imóveis são considerados além de bens de consumo, também
como investimentos. Nesse contexto o trabalho foi realizado com o intuito de se obter
informações sobre diferentes segmentos do mercado imobiliário, em especial sobre a oferta
existente, o que propiciará subsídios para lançamento de novos empreendimentos, fornecendo
informações sobre produtos que melhor possam se adequar às demandas existentes.
1.2 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo principal avaliar diferentes segmentos do
mercado imobiliário em regiões da capital goiana baseado no indicador velocidade de vendas.
Como objetivos específicos, o trabalho busca:
Apresentar uma caracterização da oferta de diferentes segmentos do mercado
imobiliário em Goiânia para o período entre 2009 e 2014 em termos de
quantidade de empreendimentos lançados, vendidos e ofertados segundo
diferentes classes (apartamentos, casas em condomínio, salas comerciais) e
tipologias (número de quartos);
Caracterizar a oferta imobiliária segundo a velocidade de vendas por área
privativa das unidades;
Caracterizar a oferta imobiliária considerando o valor médio do metro
quadrado para cada tipologia de imóvel;
Apresentar os empreendimentos com maior sucesso de vendas para os
diferentes segmentos do mercado, incluindo as tipologias de apartamentos e salas
comerciais.
1.3 SÍNTESE DO MÉTODO DE PESQUISA
A metodologia utilizada para esta pesquisa inicia-se com a revisão bibliográfica
sobre o tema que embasou a análise de dados da Associação das Empresas do Mercado
Imobiliário de Goiás (ADEMI-GO) em relação ao mercado imobiliário goianiense. O estudo
se concentra no nível de oferta, número de unidades vendidas e velocidade de vendas dos
diferentes segmentos do mercado existentes na capital goiana. Para este estudo foram
utilizados os relatórios da ADEMI referentes aos anos de 2009 a 2014.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 13 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Após a análise da oferta, seguiu-se uma análise mais específica, buscando
identificar e caracterizar os empreendimentos de sucesso dentro de cada segmento estudado.
Posteriormente foi realizada uma análise final contemplando uma comparação entre os
principais atributos dos empreendimentos destacados.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo aborda a revisão da bibliografia existente acerca do tema em estudo.
Inicialmente será apresentado o contexto geral do mercado imobiliário, posteriormente uma
revisão sobre a oferta imobiliária, contexto econômico, segmentação, processo de
desenvolvimento de produtos imobiliários e a relação entre classe habitacional e ciclo de vida
familiar.
2.1 CONTEXTO GERAL DO MERCADO IMOBILIÁRIO
A Norma Brasileira NBR 14653-4: Avaliação de bens - Empreendimentos define
empreendimento imobiliário como sendo "Empreendimento em imóvel destinado ao
parcelamento do solo ou construção de benfeitorias, com o objetivo de venda das unidades
geradas" (ABNT, 2002). Um empreendimento destes é resultado de investimentos
relacionados aos gastos devido à aquisição de direitos, implantação, ampliação, melhorias,
reposição ou substituição de bens e necessidade de capital (HAUSER, 2005).
Segundo Pascale e Alencar (2006) uma das principais características que
diferencia o mercado imobiliário dos demais tipos de mercado é a imobilidade do seu produto,
isto é, a fixação de sua localização. Por esse motivo, esse tipo de mercado manifesta-se
fragmentado e pode ser dividido em submercados para facilitar a sua análise.
O mercado imobiliário apresenta ainda outras características que o difere dos
mercados de outros bens. Segundo Hauser (2005) destacam-se como características
fundamentais o elevado prazo de maturação, o alto custo das unidades geradas e a grande vida
útil do produto. Por esses motivos, a busca por uma moradia se difere bastante de outros
processos decisórios de consumo, já que o comprador, em geral, permanecerá na dúvida se
existe alternativa melhor do que as opções conhecidas por ele (BRANDSTETTER, 2010).
O mercado de empreendimentos imobiliários, especialmente no caso do Brasil,
apresenta um comportamento cíclico, variando de acordo com a economia do país (BRAZ,
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 15 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
2005). Em situações de recessão econômica, como no período anterior ao Plano Real,
verificava-se certo desequilíbrio nesse mercado. Porém, a estabilização da economia permitiu
que o mercado imobiliário iniciasse uma fase de expansão, com a produção de uma maior
quantidade de imóveis.
No entanto, mesmo com essa expansão, é possível verificar que ainda existe um
déficit habitacional no Brasil. Isso ocorre porque durante muitos anos o enfoque do mercado
se dava apenas para duas faixas de renda: a alta e a média (BRAZ, 2005). Porém, nos últimos
anos o governo brasileiro passou criar programas de crédito e financiamento que incentivam a
produção de empreendimentos voltados para a faixa de baixa renda, como a redução da taxa
de juros e o programa Minha Casa Minha Vida. Medidas como essas tem visado suprir esse
déficit habitacional com o qual o Brasil ainda convive (PACHECO; BRANDSTETTER,
2012).
O desenvolvimento e a estabilização da economia, além da redução das taxas de
juros, facilitaram o acesso de uma grande parcela da população ao crédito imobiliário.
Atualmente é necessária uma renda familiar de apenas cinco salários mínimos para aquisição
de um imóvel através do crédito imobiliário, enquanto em 2005 eram necessários pelo menos
15 salários mínimos. O déficit habitacional brasileiro estava estimado em 5.244,25 milhões de
moradias em 2012, segundo Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), como
mostrado na Tabela 2.1. Além disso, a predominância de uma jovem população
economicamente ativa e a redução crescente do tamanho das famílias geram uma demanda de
1,2 a 1,5 milhões de novas moradias por ano.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 16 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Tabela 2. 1 – Déficit habitacional geral e por componentes 2007-2012 (IBGE/PNAD 2007-2012)
Devido ao alto investimento necessário para se constituir um produto imobiliário,
é extremamente recomendado que o investidor realize previamente uma análise de
viabilidade, isto é, uma avaliação destinada a diagnosticar o sucesso de um empreendimento
através da utilização de indicadores de viabilidade (ABNT, 2002). Porém Hauser (2005)
verifica que esse setor é muitas vezes vitimado pela improvisação e personalismo por parte
dos empreendedores, ou seja, muitos projetos são realizados sem um estudo anterior,
baseando-se apenas em informações subjetivas ou empíricas por parte dos investidores na
tomada das suas decisões.
2.2 OFERTA IMOBILIÁRIA
Uma das principais análises feitas no estudo do mercado é a interação entre oferta
e demanda. Segundo Vasconcellos e Garcia (2002), "pode-se conceituar oferta como as várias
quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de
tempo". A oferta depende de diversos fatores, dentre os quais: o preço do próprio produto, o
preço dos produtos concorrentes, do preço dos fatores de produção e das preferências do
empresário e da tecnologia.
No caso específico do mercado imobiliário, a oferta de produtos varia segundo
diversos fatores: localização, tipologia, dimensão das unidades, preço de venda, condições de
pagamento, diferenciação do empreendimento, tecnologia, entre outros.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 17 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Segundo Balarine (1995), a oferta imobiliária é composta pela produção anual
somada ao estoque habitacional, isto é, as unidades já produzidas anteriormente é que
representam a maior parte da oferta. Em uma análise de curto prazo, a oferta é considerada
fixa, pois nessa situação o estoque não se adapta rapidamente aos preços. Por outro lado, em
uma análise de longo prazo, a oferta de imóveis é vista como elástica e representada por uma
curva com ligeira inclinação.
Nos estudos da oferta de empreendimentos, o conhecimento do marketing surge
como uma área fundamental, pois envolve a relação entre compradores e vendedores. Por essa
importância, uma considerável quantia das despesas está relacionada a esse setor. Almeida
(2000)1 apud Hauser (2000) relaciona algumas ferramentas de marketing aplicadas aos
empreendimentos imobiliários com o objetivo de aumentar a liquidez da oferta:
Pesquisa, com o objetivo de investigar o desejo de moradia do
consumidor;
Produto, isto é, um empreendimento que atenda aos desejos do
consumidor;
Preço, valor que o mercado está disposto a pagar pelo produto;
Ponto de venda, o próprio local do empreendimento, onde o consumidor
possa analisar o produto;
Publicidade, meios de comunicação para divulgar o produto.
Segundo Ilha e Heineck (2000) um dos parâmetros que revelam o sucesso de
comercialização de um empreendimento é o índice de velocidade de vendas (IVV), que
considera o tempo de exposição do produto no mercado, sua localização, preço, tamanho,
entre outras características. Este indicador reflete o grau de atratividade que o produto exerce
sobre o mercado, sendo, portanto, uma medida de eficiência com que a empresa realiza seus
negócios.
11 ALMEIDA, S. P. Marketing imobiliário: como garantir o sucesso da comunicação e vendas nos
lançamentos da construção civil. São Paulo: SP. Marketing Editorial e Empresarial, 2000.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 18 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Outro parâmetro muito utilizado na análise de oferta imobiliária é o VSO (vendas
sobre oferta), isto é, um indicador que demonstra o percentual de unidades comercializadas
em relação ao total de unidades disponíveis, ou seja, lançamentos combinados ao estoque
(BASTOS; NACIFF; GONÇALVES, 2014). Este parâmetro traz uma análise semelhante ao
IVV quando analisada de um mês para outro, pois uma alta VSO representa um alto índice de
velocidade de vendas.
Segundo a ADEMI-GO, empresa que publica mensalmente relatórios informando
dados a respeito do panorama do mercado imobiliário de Goiânia, a oferta pode ser analisada
em relação a diversos parâmetros:
Oferta geral no mercado, independente da classe ou tipologia da unidade;
Número de empreendimentos ou unidades que são lançados mensalmente;
Número de unidades disponíveis (englobando estoque e lançamentos) em
função da classe: apartamento, sala comercial, casa de condomínio ou
apartamento em hotel;
Número de apartamentos disponíveis em função da tipologia, isto é, do número
de quartos (de 1 a 5);
Número de apartamentos disponíveis em função da área privativa;
Número de unidades disponíveis em função do valor médio das unidades e
valor médio do metro quadrado;
Número de unidades em função da fase da construção: lançamento, lançado,
em construção (fundação, estrutura, alvenaria/instalações, revestimentos/pintura)
ou concluído;
Número de unidades disponíveis por bairro ou região;
Número de unidades ofertadas que se enquadram no Programa Minha Casa
Minha Vida (com valor do imóvel até R$170.000,00) e discriminadas em função
da classe e tipologia.
2.3 CONTEXTO ECONÕMICO
O mercado imobiliário é fortemente influenciado pela conjuntura econômica do
país. Se a economia está em expansão, há mais crédito e, portanto, maior a quantidade de
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 19 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
empreendimentos sendo lançados e maior o número de vendas. Quando a economia está em
recessão, o oposto acontece. Diz-se, portanto, que o contexto macroeconômico exerce forte
influência no mercado de imóveis.
Além deste, o contexto microeconômico também interfere. Ele corresponde aos
agentes consumidores e produtores de imóveis, bem como aos fornecedores de insumos e mão
de obra. A seguir, serão elencados os principais pontos relativos a esses dois contextos.
2.3.1 Contexto Macroeconômico: Emprego, Renda, Taxa de Juros e Preços
Segundo Pereira (2014), em pesquisa realizada com dados coletados no IBGE e
na PNAD, entre 2002 e 2013 o desemprego da população economicamente ativa das regiões
metropolitanas caiu 55%, enquanto a renda média subiu 41% neste mesmo período. O gráfico
da figura a seguir ilustra esses dados.
Figura 2. 1 - Pessoas desocupadas e renda per capita dos domicílios (PEREIRA, 2014)
Além disso, Pereira (2014) observa também que a redução da taxa de juros e o
aumento do prazo para o financiamento imobiliário causam forte impacto na capacidade de
compra das famílias. Afirma ainda que:
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 20 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Dessa forma, aumentando-se o prazo de pagamento e reduzindo-se as taxas de juros
reduziu-se o valor as parcelas de financiamento, criando-se um efeito renda, de
forma que a capacidade de financiamento dos compradores aumentou 48% quando o
prazo foi alongado de 20 para 30 anos e a taxa de juros reduzida de 12% ao ano para
8 % ao ano (2014, p3).
O gráfico da Figura 2.2 ilustra esses dados.
Figura 2. 2 - Capacidade de financiamento em função da taxa de juros e do prazo (PEREIRA, 2014)
Pereira (2014) traz uma relação entre a taxa de juros SELIC e o IVG-R (Índice de
Valores de Garantia de Imóveis Residenciais Financiados) - indicador que registra o valor das
garantias dos empréstimos nas concessões de imóveis, entre março de 2001 e dezembro de
2013. Segundo o autor, há uma relação inversa entre as duas: enquanto o índice da taxa de
juros cai o índice de preços das residências sobe, conforme o gráfico da Figura 2.3.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 21 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 2. 3 - IVG-R e taxa de juros SELIC deflacionados pelo IPCA-IBGE (PEREIRA, 2014)
Portanto, Pereira (2014) conclui:
O aumento do emprego e da renda das famílias juntamente com a redução da taxa de
juros conformaram uma mudança estrutural no campo da macroeconomia que
causou o aumento da demanda por residências, potencializado pelo aumento da
capacidade de financiamento dos compradores. O aumento dos preços foi
compensado, até certo ponto, pelo aumento da capacidade de financiamento dos
compradores. Outrossim, a baixa remuneração do dinheiro nas aplicações
financeiras também colaborou para estimular a aquisição de imóveis, entre outros
bens (2014, p.4).
2.3.2 Contexto Microeconômico: Custo de Produção, Volume de Vendas e
Preços
Pereira (2014) utiliza as informações sobre custos de construção, quantidade de
operações de aquisição financiadas (vendas) e os preços dos imóveis residenciais para
estabelecer uma relação entre produtores, fornecedores de insumos e compradores. O gráfico
da Figura 2.4 auxilia a entender essa relação.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 22 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 2. 4 - Aquisições financiadas, IVG-R e INCC-FGV (PEREIRA, 2014)
Conforme Pereira (2014), no gráfico da Figura 2.4, de janeiro de 2002 a janeiro de
2014, com base em janeiro de 2002, tem-se os números índices:
Do número de operações de vendas de imóveis, incluindo novos e usados –
dados divulgados pela ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito
Imobiliário e Poupança);
Dos preços dos imóveis residenciais objetos de garantia das suas operações de
financiamento (IVG-R) – divulgado pelo Banco Central, deflacionado pelo INCC-
FGV (Índice Nacional da Construção Civil);
Do próprio INCC-FGV – divulgado pela Fundação Getúlio Vargas.
Observa-se que há um grande salto das vendas (contratos de financiamentos para
aquisição), a partir de 2005. Além disso,
Quando as vendas estavam estáveis, entre janeiro de 2002 e outubro de 2005, nota-
se que os preços (IVG-R) deflacionados pelos custos (INCC) apresentaram uma leve
baixa de 8% enquanto os custos (INCC) aumentaram 50%, demonstrando que o
nível de atividade do mercado não permitia repassar o aumento de custos medidos
pelo INCC ou que houve algum ganho de produtividade, ou ainda as duas coisas. A
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 23 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
partir de novembro de 2005 os preços decolaram juntamente com as vendas e com
os custos, atenuando a inclinação da curva a partir do final de 2011, apesar da curva
do INCC manter o mesmo padrão de crescimento, indicando novamente diminuição
da capacidade de repassar os custos para os preços ou, não excludentemente, algum
aumento de produtividade (PEREIRA, 2014, p5).
Assim, pode-se afirmar que o aumento expressivo do nível de atividade da
indústria da construção de residências tem uma forte relação com o aumento dos preços. O
crescimento do volume de vendas causa impacto nos preços em todo o processo produtivo (da
aquisição do terreno à assinatura do contrato de financiamento do comprador com o banco e
entrega da unidade) e em toda a cadeia produtiva (custos gerais de administração das
incorporadoras, insumos, equipamentos e mão-de-obra das construtoras, entre outros).
(PEREIRA, 2014, p5).
O crescimento da produção foi de tal forma intenso que as deseconomias de escala
devem ter superado os eventuais ganhos de produtividade decorrentes do maior
volume de produção, impactando em custos e consequentemente em preços. Como
os preços aumentaram duas vezes, independentemente do INCC, isso pode significar
duas coisas: 1) parte importante dos custos não estavam contempladas nesse índice
de preços, conforme argumenta Rocha Lima Jr. em Carta do NRE7 e; 2) os
produtores aproveitaram as circunstâncias do mercado para aumentar a margem de
lucro (PEREIRA, 2014, p5).
2.4 SEGMENTAÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO
Este item aborda sobre uma análise geral da segmentação do mercado imobiliário
e sobre um dos principais segmentos que teve grande expansão ao longo dos últimos anos: o
segmento econômico focado no Programa Minha Casa Minha Vida.
2.4.1 Segmentos do Mercado Imobiliário
Segundo Freitas e Heineck (2008), a segmentação de mercados, juntamente com o
posicionamento de produtos, é um dos mais pesquisados conceitos de marketing. Os autores
ainda complementam:
Existem duas questões importantes para que a segmentação se transforme numa
arma de competição por parte das empresas que a utilizam. A primeira é a correta
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 24 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
definição da variável que deve ser utilizada como base para a formação dos grupos,
juntamente com a técnica estatística mais recomendada; a segunda está relacionada à
forma como esses resultados podem ser transformados em definição das estratégias
de marketing (FREITAS; HEINECK, 2008, p39).
A base para a segmentação pode ter como variáveis aspectos geográficos,
demográficos, psicográficos e comportamentais. Acredita-se que o sistema de segmentação
ideal é aquele que embase as decisões a serem tomadas pelo departamento de marketing de
forma mais clara. Após essa definição, o processo de segmentação tem uma definição bem
estabelecida (FREITAS; HEINECK, 2008).
No estudo de Freitas e Heineck (2008) sobre segmentação do mercado
imobiliário, a base escolhida foi o preço esperado a ser pago pelo futuro imóvel e suas cinco
categorias ou níveis. O método proposto pelos autores é o CHAID (do inglês, Detecção de
Interação Automática do Qui-Quadrado), que consiste em análises de variância a fim de
explicar a heterogeneidade de uma variável dependente, buscando a classificação de
resultados. Seus resultados mostraram a existência de 12 tipologias de imóveis, que foram
formadas pelas variáveis que têm o maior poder de explicação em relação à variabilidade do
preço dos imóveis que estavam sendo procurados, conforme a Tabela 2.2 a seguir.
Tabela 2. 2 - Caracterização dos segmentos de produtos (FREITAS; HEINECK, 2008)
Em seguida, Freitas e Heineck (2008) definiram os segmentos de mercado com
base nas características dos clientes. Para tanto, definiu-se uma lista de variáveis
independentes passíveis de explicarem a criação dos distintos grupos de consumidores,
conforme a Tabela 2.3.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 25 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Tabela 2. 3 - Variáveis independentes para categorização dos segmentos de produtos (FREITAS; HEINECK,
2008)
Freitas e Heineck (2008) concluem que, em geral, há uma dificuldade de utilização
dos resultados da segmentação do mercado para fins mais concretos, como a implementação
de estratégias de marketing. Pelo seu método proposto, por outro lado, seus resultados
mostraram com clareza quais as principais bases de segmentação na criação de classes de
consumidores no mercado imobiliário.
Os resultados gerados através da aplicação do CHAID mostraram com clareza quais
as principais bases de segmentação na criação de classes de consumidores no
mercado imobiliário. Para explicar o preço procurado para o futuro imóvel, a renda é
a principal variável, sendo o valor patrimonial e o tamanho da família as outras duas
variáveis mais significativas. Estas duas variáveis irão definir diferentes grupos,
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 26 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
sendo a primeira mais relacionada às famílias de maior poder aquisitivo, e a última,
às de menor renda. A partir da criação de segmentos de mercado, a associação com
os imóveis experimentou uma redução de variabilidade, consequência da
consideração das variáveis de forma conjunta. Além disso, a interpretação dos
resultados ajuda na escolha do segmento-alvo e na implementação das estratégias de
marketing. (FREITAS; HEINECK, 2008, p.47).
2.4.2 Segmento Econômico – Programa Minha Casa Minha Vida
(PMCMV)
Em relação ao segmento econômico, é importante ressaltar o Programa Minha
Casa Minha Vida, que é um programa de governo que tem transformado o sonho da casa
própria em realidade para muitas famílias brasileiras. Em geral, o Programa acontece em
parceria com estados, municípios, empresas e entidades sem fins lucrativos. Atende famílias
com renda bruta de até R$ 5.000,00, e foi lançado no início de 2009.
Segundo o site da Caixa Econômica Federal, financiadora do programa, é
necessário que o construtor obedeça alguns requisitos para que o empreendimento possa ser
inserido no programa. Exemplos desses requisitos são: o terreno deve possuir infraestrutura
básica (água, esgoto e energia) e o projeto das unidades habitacionais deve atender a certos
critérios e a um limitado número de unidades por módulo.
O beneficiário também deve atender a certas condições do programa, como as
listadas a seguir:
Ter mais de 18 anos ou ser emancipado com 16 anos completos;
Ser brasileiro ou possuir visto permanente no país;
Possuir capacidade civil e de pagamento;
Não ter nome em cadastros de devedores, como SERASA (Centralização de
Serviços dos Bancos) e Central de Serviço de Proteção ao Crédito (CSPC);
O imóvel deve ser novo;
Não ter recebido desconto em financiamento habitacional anterior;
Não ser proprietário, cessionário ou não ter compromisso de compra de outro
imóvel residencial urbano, concluído ou em construção, independente do
percentual de propriedade, em um dos locais abaixo:
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 27 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
o no município de domicílio, incluindo os limítrofes e integrantes da
mesma região metropolitana;
o no município de exercício de ocupação principal, incluindo os
limítrofes e integrantes da mesma região metropolitana;
o no município onde pretende fixar residência.
Não possuir financiamento habitacional ativo, nas condições estabelecidas para
o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), em qualquer parte do País;
Não ser titular de direito de aquisição de imóvel residencial urbano, concluído
ou em construção, onde mora nem onde pretenda morar, inclusive arrendamento;
A prestação não pode ser maior que 30% da sua renda familiar mensal bruta;
Sua renda familiar bruta deve ser até R$ 5.000,00 por mês;
O imóvel deve ser utilizado para sua moradia;
Não ter sido beneficiado no PMCMV;
A garantia do seu financiamento é a alienação fiduciária do imóvel.
2.5 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
IMOBILIÁRIOS
O PDP (Processo de Desenvolvimento do Produto) trata-se de um processo que
converte necessidades e requisitos dos clientes em informação para que um produto ou
sistema técnico possa ser produzido (MIRON, 2002).
A Tabela 2.4 ilustra as principais etapas do desenvolvimento do produto propostas
em publicações e resumidas em Miron (2002).
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 28 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Tabela 2. 4 - Principais etapas do desenvolvimento do produto (MIRON, 2002)
A tabela ilustra quatro propostas para o PDP:
Na primeira proposta, o PDP é dividido em desenvolvimento do conceito,
planejamento do produto, engenharia do processo e do produto e
produção-piloto;
Na segunda proposta ocorre a subdivisão do desenvolvimento do conceito
em marketing e projeto do conceito. Além disso, trata da criação de
protótipos, etapa que a primeira proposta não menciona em destaque;
A terceira proposta é parecida com a primeira, porém dá mais destaque ao
detalhamento do projeto e ao refinamento e teste do produto;
A quarta proposta trata de um lado mais comercial, dando destaque às
etapas de lançamento e retirada do produto. Além disso, dividem o
desenvolvimento do conceito em geração da ideia e teste desse conceito.
Dão destaque, também, à etapa de estudo de viabilidade, o que prova sua
preocupação com a questão financeira do novo produto.
Neto e Nobre (2009) complementam que o PDP pode ter duas concepções: a
tradicional e a moderna.
A concepção tradicional tem como fundamento a especialização funcional, legado
da abordagem mecanicista de Taylor, Fayol e Ford, que utiliza a especialização
como meio de obter eficiência nos processos organizacionais. Só é satisfatória em
ambientes estáveis, onde se encontra baixo grau de incerteza, pois é de fácil controle
e previsível. Sua principal desvantagem ocorre quando, em projetos complexos,
existe um elevado consumo de recursos. Já o enfoque moderno de desenvolvimento
de produtos, está muito mais preocupado com a qualidade do projeto, prevendo a
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 29 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
aplicação de ferramentas para assegurar a qualidade e a agilidade no
desenvolvimento das atividades de projeto (NETO; NOBRE, 2009, p91).
Pereira (2014) simplifica o PDP para o caso do produto imobiliário. Seu início se
dá com a prospecção e aquisição do terreno. Complementa ainda que nesse momento o
incorporador trabalha com expectativas de preços de venda e de custos, para determinado
produto cujo projeto ainda não tem muito detalhamento. Logo, a aquisição do terreno se dá
perante incertezas de qual será realmente o preço de venda e o custo de construção.
Após a aquisição do terreno os projetos avançam, bem como a aprovação do
Projeto Legal na prefeitura e o registro da incorporação, permitindo assim o lançamento e
início de vendas – podendo ocorrer em aproximadamente 12 meses. Em geral, após 06 meses
de vendas inicia-se a obra, cuja duração depende do porte do empreendimento. Em seu
estudo, Pereira (2014) adotou um tempo padrão de 24 meses para conclusão e,
posteriormente, mais 06 meses para a obtenção do Habite-se e, finalmente, a entrega das
unidades aos compradores. Deve-se ressaltar que após o Habite-se os compradores precisam
fechar os contratos de financiamento com o banco, o que não ocorre instantaneamente. Para
este caso genérico, da aquisição do terreno até a entrega das unidades e recebimento da parte
significativa do preço passaram-se aproximadamente 48 meses (PEREIRA, 2014).
2.6 CLASSE HABITACIONAL X CICLO DE VIDA FAMILIAR
O fator comportamental do consumidor é decisório na busca pela moradia que
deve atender a certo limite mínimo de requisitos para que o morador se decida pelo negócio
ou espere uma oportunidade mais atraente. Neste raciocínio, pode-se perceber, ainda, que
muitas pessoas escolhem sua moradia não porque correspondem às suas preferências, mas
porque são as disponibilizadas pelo mercado (BRANDSTETTER, 2004).
A mobilidade pode ser interpretada como sendo o processo pelo qual as famílias
ajustam sua moradia às suas necessidades ambientais que podem ser geradas por mudanças na
composição familiar (BRANDSTETTER, 2004). Pascale (2005) reforça essa ideia afirmando
que a decisão de mudar de residência é uma função do nível de satisfação presente na família,
relativamente ao nível de satisfação que se espera atingir em outros locais, onde a relação
entre esses níveis de satisfação pode ser interpretada como uma medida do stress criado pela
localidade residencial atual. São exemplos deste chamado “stress localizacional” o aumento
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 30 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
de empreendimentos comerciais na vizinhança ou o fluxo de uma diferente classe
socioeconômica, induzindo à mudança de antigos moradores.
O processo de mudança residencial envolve dois estágios - o primeiro trata da
tomada de decisão de mudar ou permanecer na residência atual e o segundo, consiste na
escolha do local e/ou tipo da nova residência, depois da decisão de mudança ter sido tomada
(CLARK; ONAKA, 1983).
Segundo Freitas e Heineck (2008), uma vez decidido pela mudança, enfoca-se a
busca da habitação desejada no mercado, que perfaz a área de procura do imóvel. As
considerações feitas por estes estudos referem-se principalmente às fontes de informações
usadas pelo prospectivo comprador, às regiões examinadas e aos fatores que influenciam a
busca. Em relação às fontes de informação utilizadas, uma sucessão de estudos empíricos
mostra que as fontes de informação mais importantes são: o conhecimento prévio do mercado
habitacional, as propagandas nos jornais, os corretores, os amigos e parentes, a inspeção
pessoal e a observação de placas de venda, geralmente vistas enquanto o comprador está
dirigindo ou andando. A importância e a utilização de cada uma delas variam segundo o tipo
de esclarecimento que se deseja obter e as características dos diferentes grupos de indivíduos.
Segundo Brandstetter (2004; 2008), dentro de uma listagem das principais
variáveis determinantes do comportamento da demanda em relação à moradia, cerca de doze
fazem parte do conjunto capaz de influenciar os processos de mobilidade, escolha e satisfação
residenciais. Destas doze variáveis, seis exercem tal influência de um modo mais
preponderante: estágio do ciclo de vida familiar, idade, condição de propriedade do imóvel,
renda mensal familiar, patrimônio financeiro familiar e motivação para a última mudança de
moradia. As outras seis variáveis também influentes do comportamento, porém em um grau
menor de determinação, são: estado civil, nível educacional, ocupação profissional, tempo de
permanência no imóvel, composição familiar e estilo de vida familiar.
De acordo com Brandstetter (2010) com a evolução do ciclo de vida familiar e da
idade do chefe de família, existe a clara tendência na melhoria do padrão de vida evidenciado
pelo aumento da área do apartamento e o valor do imóvel. Existe uma clara diferenciação
entre o início do desejo da mudança de moradia e a mudança propriamente dita e isso se dá
porque, além do valor do imóvel, a propriedade torna-se possível sob a forma de
financiamentos flexíveis à renda familiar.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 31 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
A autora também observou a clara preferência dos moradores de apartamentos que
pertencem a todos os ciclos de vida familiar por imóveis com 3 quartos. Isto confirma a
tipologia de apartamentos cuja flexibilidade de projeto é fortemente mais ofertada pelo
mercado. No que se refere à tipologia e localização do imóvel (atributos do setor) fica
evidenciado que o incorporador deve decidir qual será o seu público alvo, tendo em vista que
em cada etapa do ciclo de vida familiar certas preferências e necessidades são mais
valorizadas (BRANDSTETTER, 2010).
A análise dos dados permitiu visualizar uma série de características, entre elas o
aumento do valor do imóvel de acordo com o aumento das faixas etárias dos chefes de
família. Outra tendência apontada por Brandstetter (2010) foram os atributos valorizados em
relação à localização para cada estágio do ciclo de vida familiar, como a preferência por
bairros mais centralizados (devido à proximidade ao local de trabalho e conveniências de
rotina) entre os casais com filhos e a preferência pela segurança entre os mais velhos.
A análise de mercado tem por objetivo reduzir riscos e incertezas inerentes à
atividade empresarial. Auxilia o empreendedor e seu corpo técnico a conceber um projeto que
seja rentável e ao mesmo tempo atenda às necessidades do público potencial definido pela
localização do terreno, trazendo como benefício complementar maiores chances de satisfazer
o consumidor final do produto habitacional reforçando o conceito da empresa junto ao
mercado (BRANDSTETTER, 2010).
A concepção da tipologia mais adequada para um condomínio residencial
multifamiliar e o planejamento das alternativas de flexibilidade espacial devem levar em
conta os desejos e preferências dos potenciais usuários futuros. Essa demanda potencial será
formada, predominantemente, por famílias pertencentes aos estágios do ciclo de vida cujas
prioridades coincidam com as características da localização do empreendimento. O projeto
bem direcionado pode se traduzir em custos operacionais mais baixos para a construtora,
maior velocidade de vendas e satisfação para o consumidor final (BRANDSTETTER, 2010).
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
Este capítulo aborda a metodologia aplicada neste trabalho, incluindo os
levantamentos de dados realizados e a escolha dos indicadores para as análises.
A análise buscou identificar os parâmetros que mais influenciam o sucesso de
vendas de um empreendimento, comparando-os quanto à classe, tipologia e área privativa e,
posteriormente, buscou apontar características sobre empreendimentos que tiveram alta
velocidade de vendas.
A Figura 3.1 ilustra as principais etapas da pesquisa.
Figura 3. 1 - Etapas da pesquisa
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 33 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
3.1 INSTRUMENTAÇÃO DA COLETA E ANÁLISE DE DADOS
A análise macro foi realizada a partir dos dados fornecidos pela ADEMI-GO
(Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás). Esses relatórios são resultados
de informações passadas voluntariamente pelas construtoras associadas à entidade, as quais
informam mensalmente, através de um formulário básico, a fase, porcentagem de andamento
da obra e vendas, ou seja, as informações dinâmicas e estáveis de um empreendimento. Estas
informações utilizadas para elaboração dos relatórios mensais são de total responsabilidade
das próprias construtoras. O GRUPOM, instituto de pesquisa e consultoria, é quem realiza
essa pesquisa e sondagem de mercado para a elaboração dos relatórios repassados a ADEMI-
GO.
A Figura 3.2 ilustra parte de um dos relatórios fornecidos pela ADEMI.
Figura 3. 2 - Parte do relatório da ADEMI referente ao mês de dezembro de 2013 (ADEMI-GO)
Estes relatórios fornecem informações mensais, coletadas junto às construtoras
associadas, os seguintes dados:
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 34 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Tipos de empreendimentos comercializados (Apartamentos, Salas Comerciais,
Casas em condomínio, Apto-Hotel);
Quantidade de unidades disponíveis no empreendimento;
Metragem: Área privativa e total;
Número de torres, número de unidades por andar;
Tipologia do empreendimento;
Quantidade de suítes, dependência e banheiro de empregada;
Preço médio de venda (R$);
Bairro localizado o empreendimento (Zona de valor);
Data de lançamento;
Equipamentos disponíveis no empreendimento;
Fase e percentual da obra;
Quantidade de unidades vendidas no mês e quantidade total de vendas.
Além do detalhamento, por empreendimento apresentado, é feito o estudo de
alguns destes dados em forma de Tabelas e Gráficos, como exemplificam as Figuras 3.3, 3.4 e
3.5.
Figura 3. 3 - Exemplo: Dados consolidados (ADEMI-GO)
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 35 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 3. 4 - Exemplo: Dados consolidados (ADEMI-GO)
Figura 3. 5 - Exemplo: Dados consolidados (ADEMI-GO)
Destaca-se que pode haver erros e inconsistências entre os dados fornecidos pela
ADEMI-GO, pois são alimentados através da disponibilização de informações por parte das
construtoras e incorporadoras associadas, sendo que atrasos ou falta de envio de informações
afetam diretamente o estudo exato do mercado imobiliário da região.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 36 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
3.1.1 Coleta de Dados e Tabulação
As informações contidas nos relatórios foram transferidas para planilhas
eletrônicas para que os dados possam ser tratados.
Foram coletados os dados entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014, que
informam nesta ordem:
1) Número de empreendimentos lançados, Unidades lançadas e Valores dos
empreendimentos;
2) Número de imóveis disponíveis, Número de vendas e VSO (Geral);
3) Número de imóveis disponíveis, Número de vendas, VSO por classe
(Apartamentos, Salas Comerciais, Casas em condomínio);
4) Número de imóveis disponíveis, Número de vendas, VSO por tipologia de
apartamento (1 quarto, 2 quartos, 3 quartos, 4 quartos e 5 quartos);
5) Número de imóveis disponíveis, Número de vendas, VSO por área de
apartamento (-25 m², 26 a 50 m², 51 a 75 m², 76 a 90 m², 91 a 105 m², 106 a 130
m², 131 ou + m²) – metragem padronizada nos relatórios da ADEMI-GO.;
6) Preço médio e preço por m² por tipologia de apartamento.
Estas tabelas foram digitadas mês-a-mês, manualmente, em um programa de
elaboração de planilhas eletrônicas, conforme o relatório padrão da ADEMI-GO.
3.1.2 Filtragem dos Dados, Análise e Resultados Gerais
A partir da digitação das tabelas, foram gerados filtros para facilitar as análises
por classe, por tipologia e por metragem. Nos relatórios, filtrou-se cada classe (apartamentos,
salas comerciais e casas de condomínio) para determinar o estoque, vendas e VSO mês a mês.
O mesmo processo de filtragem foi feito com o foco em apartamentos. Nas
informações de Disponibilidade por Tipologia, filtraram-se os dados entre apartamentos de 1
a 5 quartos e nas informações de Vendas por Metragem filtrou-se em relação à área privativa
das unidades. Nas informações de Valor Médio do Metro Quadrado por Tipologia, filtrou-se
novamente em relação ao número de quartos.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 37 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Após a filtragem dos dados, foi possível a elaboração de gráficos demostrando a
evolução dos dados ao longo do tempo, para posteriormente serem feitas análises.
Nessa primeira análise foi possível a identificação dos segmentos de maior
aquecimento e participação no mercado imobiliário.
3.1.3 Identificação dos Empreendimentos com Maior Velocidade de Vendas
Na segunda análise, identificaram-se os empreendimentos que tiveram mais
unidades comercializadas e buscou-se entender o porquê de seu sucesso de vendas, qual o seu
diferencial, em qual bairro classe e tipologia ele está inserido, qual o valor do seu metro
quadrado, entre outros.
Para se fazer essa identificação, utilizaram-se os resultados da primeira análise em
relação ao número de unidade vendidas mensais. De posse do conhecimento de quais foram
os meses em que houve maior número de vendas para uma determinada classe ou tipologia,
foi possível voltar nos relatórios referentes a eles e buscar qual(is) o(s) empreendimento(s)
que levou(aram) a esse maior índice.
A fim de se padronizar o estudo, buscou-se identificar dois empreendimentos de
cada classe/tipologia: os que possuíram maior número de unidades vendidas no seu mês de
lançamento em todo o período analisado (de 2009 a 2014) e nos últimos dois anos (2013 e
2014).
Identificou-se, portanto, dois empreendimentos da classe “sala comercial” e dez
empreendimentos da classe “apartamento”, sendo dois para cada uma das 05 tipologias (1 a 5
quartos).
Nesta segunda etapa, não se procurou analisar empreendimentos da classe “casas
em condomínio”, pois, apesar de sua importância no contexto geral do mercado, elas
correspondem a diversas unidades espalhadas entre diversos condomínios, fato que faz com
que sua análise não seja tão interessante da forma que se está sendo proposta.
É importante ressaltar que os empreendimentos identificados foram os que, além
da alta velocidade de vendas, tiveram também representatividade para o mercado. Isto é,
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 38 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
aqueles que dispunham de mais unidades disponíveis e que, consequentemente, causaram
maior impacto na VSO.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
CAPÍTULO 4
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Este capítulo aborda sobre a análise geral dos dados coletados nos relatórios
mensais de Sondagem de Mercado da ADEMI-GO entre os anos de 2009 e 2014.
Será apresentada inicialmente uma análise geral do mercado, com os
empreendimentos lançados nesse período e a oferta geral de unidades, independente de classe,
tipologia ou área privativa. Da mesma maneira, será feita uma análise para o segmento Minha
Casa Minha Vida. Em seguida, as classes apartamentos, casas de condomínio e salas comerciais
serão analisadas e comparadas entre si. Finalmente, as análises serão focadas em apartamentos,
discriminando tipologia (número de quartos), área privativa e valor do metro quadrado.
4.1 EMPREENDIMENTOS E UNIDADES LANÇADOS
O gráfico da Figura 4.1 apresenta o número de empreendimentos lançados por
mês, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014. Os valores mensais de cada ano foram
agrupados para melhorar a visualização do aumento ou diminuição de lançamentos de um ano
para outro em um mesmo mês.
Figura 4. 1 – Gráfico do número de empreendimentos lançados entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014
É possível notar uma tendência de um maior número de lançamentos de
empreendimentos, para todos os anos, nos meses de maio e junho. Os meses de janeiro e julho
0
2
4
6
8
10
12
14
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 40 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
tradicionalmente são os que possuem menor número, pois correspondem ao período de férias
para grande parte da população.
Em relação aos anos, nota-se um ligeiro acréscimo do número de
empreendimentos lançados de 2009 (68) para 2010 (76), a partir daí há uma quase constante
diminuição nos lançamentos, 2011 (59), 2012 (35), 2013 (43) e 2014 (30), existindo um
ligeiro aumento de 2012 para 2013. Verifica-se um forte decréscimo entre 2010 e 2014. Ao
todo, foram lançados 76 empreendimentos em 2010 e apenas 30 em 2014, decréscimo de
aproximadamente 60,0%. Em junho de 2010, por exemplo, foram lançados 9
empreendimentos, enquanto em 2014 foram lançados 2 empreendimentos em Goiânia,
redução de quase 80,0%. Nesse mesmo período, em 2009, houve o maior número de
lançamentos em um só mês no período estudado, doze.
A mesma análise foi feita para o número de unidades lançadas, conforme mostra o
gráfico da Figura 4.2.
Figura 4. 2 – Gráfico do número de unidades lançadas entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014
O ano com maior número de unidades lançadas foi 2011 com 11.829 unidades,
seguido por 2010 com 11.543 unidades, 2009 com 7.823 unidades, 2013 com 7.407 unidades,
2012 com 6.225 unidades e por último o ano de 2014, com 5.505 unidades lançadas.
Diferentemente da análise do número de empreendimentos, o período com maior decréscimo
de unidades lançadas foi entre 2011 e 2014, com uma queda de quase 62,0%, e não mais entre
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 41 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
2010 e 2014. Essa diferença existe pelo maior número de edifícios residenciais lançados em
2011 em relação a 2010, o que resulta em um maior número de unidades lançadas.
4.2 OFERTA, VENDAS E ÍNDICE DE VELOCIDADE DE VENDAS
SOBRE A OFERTA
O gráfico da Figura 4.3 mostra a evolução do total de unidades disponíveis,
unidades vendidas e a VSO para Goiânia entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014.
Da mesma forma que o número de lançamentos, o número de unidades
disponíveis também subiu de 2009 para 2011 e reduziu, em linhas gerais, daí para 2014. Em
dezembro de 2011 o estoque atingiu um ápice de 13.021 unidades, enquanto em maio de 2014
atingiu o valor mais baixo dos últimos anos: 9.198 unidades.
O número de unidades vendidas sofreu consideráveis flutuações, sem nenhum
padrão visível entre meses do mesmo ano. No entanto, percebe-se a diminuição da quantidade
de unidades vendidas do ano de 2014 em relação a 2011.
Apesar de a VSO ser um índice que oscila bastante de um mês para outro, é
possível notar um considerável aumento até 2011, e a partir desse ano uma diminuição ao
longo dos últimos anos. Em fevereiro de 2011, por exemplo, o índice atingiu um pico de
13,35% contra 3,52% em janeiro de 2009 e 3,94% em agosto de 2014. Esses dados revelam
que a relação entre unidades vendidas e unidades ofertadas tem diminuído, mostrando um
desaquecimento do mercado imobiliário como um todo.
Figura 4. 3 – Gráfico do total de unidades disponíveis, unidades vendidas e VSO entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
16,00%
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
jan
/09
fev/
09
mar
/09
abr/
09
mai
/09
jun
/09
jul/
09
ago
/09
set/
09
ou
t/0
9n
ov/
09
dez
/09
jan
/10
fev/
10
mar
/10
abr/
10
mai
/10
jun
/10
jul/
10
ago
/10
set/
10
ou
t/1
0n
ov/
10
dez
/10
jan
/11
fev/
11
mar
/11
abr/
11
mai
/11
jun
/11
jul/
11
ago
/11
set/
11
ou
t/1
1n
ov/
11
dez
/11
jan
/12
fev/
12
mar
/12
abr/
12
mai
/12
jun
/12
jul/
12
ago
/12
set/
12
ou
t/1
2n
ov/
12
dez
/12
jan
/13
fev/
13
mar
/13
abr/
13
mai
/13
jun
/13
jul/
13
ago
/13
set/
13
ou
t/1
3n
ov/
13
dez
/13
jan
/14
fev/
14
mar
/14
abr/
14
mai
/14
jun
/14
jul/
14
ago
/14
set/
14
ou
t/1
4n
ov/
14
dez
/14
Unidades disponíveis Unidades vendidas V.S.O
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 43
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
4.3 OFERTA, VENDAS E VSO PARA UNIDADES QUE SE
ENQUADRAM NO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA
(PMCMV)
O gráfico da Figura 4.4 mostra a evolução das unidades que se enquadram no
Programa Minha Casa Minha Vida (com valor até R$170.000,00) disponíveis em Goiânia
entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014.
É possível perceber que o número de unidades ofertadas caiu substancialmente a
partir do final de novembro de 2013. Entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014 o número
caiu de 4.677 para 1.323 unidades: uma queda de 71,7% em relação ao primeiro número.
Nota-se que a curva da VSO, assim como o número de unidades vendidas, para as
unidades do PMCMV oscila bastante. Em dezembro de 2011, por exemplo, atingiu o maior
valor do período analisado: 15,02%. Já nos meses de maio de 2012, abril de 2013 e novembro
de 2014 chegou, respectivamente, em 4,03%, 3,88% e 1,72%.
Percebe-se um pico na VSO em outubro de 2014, ocasionado mais pela baixa
oferta de unidades habitacionais do que a grande quantidade de vendas.
Figura 4. 4 - Gráfico da oferta, vendas e VSO para as unidades que se enquadram no P.M.C.M.V. entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
16,00%
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
jan
/11
fev/
11
mar
/11
abr/
11
mai
/11
jun
/11
jul/
11
ago
/11
set/
11
ou
t/1
1
no
v/1
1
dez
/11
jan
/12
fev/
12
mar
/12
abr/
12
mai
/12
jun
/12
jul/
12
ago
/12
set/
12
ou
t/1
2
no
v/1
2
dez
/12
jan
/13
fev/
13
mar
/13
abr/
13
mai
/13
jun
/13
jul/
13
ago
/13
set/
13
ou
t/1
3
no
v/1
3
dez
/13
jan
/14
fev/
14
mar
/14
abr/
14
mai
/14
jun
/14
jul/
14
ago
/14
set/
14
ou
t/1
4
no
v/1
4
dez
/14
Unidades disponíveis Unidades vendidas V.S.O
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 45 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
4.4 OFERTA, VENDAS E VSO POR CLASSE DO EMPREENDIMENTO
O gráfico da Figura 4.5 mostra um comparativo da oferta (número de unidades
disponíveis), entre apartamentos, casas de condomínio e salas comerciais.
Figura 4. 5 – Unidades disponíveis por classe do empreendimento entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014
Percebe-se que o número de unidades de apartamentos ofertadas é bastante
superior ao número de casas de condomínio e salas comerciais, e que a oferta dessas unidades
foi diminuindo gradativamente do 1º trimestre de 2011 para o 2º trimestre de 2014. A oferta
de salas comerciais era pequena de 2009 a 2011, máximo de 460 unidades disponíveis, e
cresceu bastante a partir desse período, atingindo o máximo de 1392 unidades disponíveis no
segundo semestre de 2013. No gráfico da Figura 4.6 em que há a comparação do número de
vendas, pode-se observar também a superioridade da comercialização de apartamentos em
relação às outras classes, e uma queda no número dessas vendas de 2011, melhor ano de
vendas, para 2014, mesmo havendo oscilações nesse período.
Os gráficos das Figuras 4.6 e 4.7 mostram as unidades vendidas e a VSO em
função da classe do empreendimento, para o período analisado.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
20
09
- 1
º tr
im
20
09
- 2
º tr
im
20
09
- 3
º tr
im
20
09
- 4
º tr
im
20
10
- 1
º tr
im
20
10
- 2
º tr
im
20
10
- 3
º tr
im
20
10
- 4
º tr
im
20
11
- 1
º tr
im
20
11
- 2
º tr
im
20
11
- 3
º tr
im
20
11
- 4
º tr
im
20
12
- 1
º tr
im
20
12
- 2
º tr
im
20
12
- 3
º tr
im
20
12
- 4
º tr
im
20
13
- 1
º tr
im
20
13
- 2
º tr
im
20
13
- 3
º tr
im
20
13
- 4
º tr
im
20
14
- 1
º tr
im
20
14
- 2
º tr
im
20
14
- 3
º tr
im
20
14
- 4
º tr
im
Apartamentos Casas em condomínio Salas comerciais
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 46 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 4. 6 - Unidades vendidas por classe do empreendimento entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014
Figura 4. 7 - VSO por classe do empreendimento entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014
Analisando o comparativo entre as vendas sobre a oferta das diferentes classes
percebe-se que a porcentagem em relação aos apartamentos mantém-se praticamente
constante, enquanto a de salas comerciais e de casas em condomínio oscila bastante. Esta
variação é explicada pelo menor número de unidades ofertadas desse segmento em relação
aos imóveis residenciais, o que permite maior sensibilidade da VSO à variação do número de
0
200
400
600
800
1000
12002
00
9 -
1º
trim
20
09
- 2
º tr
im
20
09
- 3
º tr
im
20
09
- 4
º tr
im
20
10
- 1
º tr
im
20
10
- 2
º tr
im
20
10
- 3
º tr
im
20
10
- 4
º tr
im
20
11
- 1
º tr
im
20
11
- 2
º tr
im
20
11
- 3
º tr
im
20
11
- 4
º tr
im
20
12
- 1
º tr
im
20
12
- 2
º tr
im
20
12
- 3
º tr
im
20
12
- 4
º tr
im
20
13
- 1
º tr
im
20
13
- 2
º tr
im
20
13
- 3
º tr
im
20
13
- 4
º tr
im
20
14
- 1
º tr
im
20
14
- 2
º tr
im
20
14
- 3
º tr
im
20
14
- 4
º tr
im
Apartamentos Casas em condomínio Salas comerciais
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
20
09
- 1
º tr
im
20
09
- 2
º tr
im
20
09
- 3
º tr
im
20
09
- 4
º tr
im
20
10
- 1
º tr
im
20
10
- 2
º tr
im
20
10
- 3
º tr
im
20
10
- 4
º tr
im
20
11
- 1
º tr
im
20
11
- 2
º tr
im
20
11
- 3
º tr
im
20
11
- 4
º tr
im
20
12
- 1
º tr
im
20
12
- 2
º tr
im
20
12
- 3
º tr
im
20
12
- 4
º tr
im
20
13
- 1
º tr
im
20
13
- 2
º tr
im
20
13
- 3
º tr
im
20
13
- 4
º tr
im
20
14
- 1
º tr
im
20
14
- 2
º tr
im
20
14
- 3
º tr
im
20
14
- 4
º tr
im
Apartamentos Casas em condomínio Salas comerciais
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 47 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
vendas. Fica explícita também a diminuição da VSO de todas as classes no terceiro semestre
de 2014, se tornando o pior período dos últimos anos.
A seguir, será feita uma análise do número de unidades ofertadas, número de
vendas e VSO para cada uma das três classes em termos das suas médias trimestrais.
4.4.1 Apartamentos
O gráfico da figura 4.8 traz o comparativo entre oferta, vendas e VSO (todos em
médias trimestrais) para apartamentos, entre os anos de 2009 e 2014.
Figura 4. 8 - Oferta, vendas e VSO para apartamentos
Em linhas gerais, é possível notar que a oferta de apartamentos, que vinha
crescendo de 2009 a 2011, sofre uma queda nos anos de 2012, 2013 e 2014. Nos dois últimos
trimestres de 2014, por sua vez, esse número volta a crescer. O pico da oferta se deu no 1º
trimestre de 2011, com uma média de 11509 unidades em estoque, enquanto a mínima se deu
no 2º semestre de 2014, caindo para uma média de 7170 unidades. Em relação ao número de
unidades vendidas, a maior média registrada no período foi no 2º semestre de 2011, com 998
unidades, e a menor foi no 1º trimestre de 2009, com 326 unidades. Quanto à VSO, seu pico
foi de 8,37% no 4º trimestre de 2013, que ocorreu em função do reduzido estoque neste ano
0,00%
1,00%
2,00%
3,00%
4,00%
5,00%
6,00%
7,00%
8,00%
9,00%
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
20
09
- 1
º tr
im
20
09
- 2
º tr
im
20
09
- 3
º tr
im
20
09
- 4
º tr
im
20
10
- 1
º tr
im
20
10
- 2
º tr
im
20
10
- 3
º tr
im
20
10
- 4
º tr
im
20
11
- 1
º tr
im
20
11
- 2
º tr
im
20
11
- 3
º tr
im
20
11
- 4
º tr
im
20
12
- 1
º tr
im
20
12
- 2
º tr
im
20
12
- 3
º tr
im
20
12
- 4
º tr
im
20
13
- 1
º tr
im
20
13
- 2
º tr
im
20
13
- 3
º tr
im
20
13
- 4
º tr
im
20
14
- 1
º tr
im
20
14
- 2
º tr
im
20
14
- 3
º tr
im
20
14
- 4
º tr
im
Unidades disponíveis Unidades vendidas V.S.O
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 48 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
(8102 unidades) e da ligeira subida nas vendas (740 unidades), que não foi a máxima no
período analisado.
Para o ano de 2014, a oferta de apartamentos se manteve próxima da oferta do ano
anterior: entre 7000 e 8000 unidades. Porém, o número de vendas caiu em relação ao mesmo
ano, o que levou à queda da VSO. Seu valor máximo foi de 6,9%, no 1º trimestre, e o mínimo
foi de 5,57%, no semestre seguinte.
4.4.2 Casas em condomínios
O gráfico da figura 4.9 traz o comparativo entre oferta, vendas e VSO (todos em
médias trimestrais) para casas em condomínios, entre os anos de 2009 e 2014.
Figura 4. 9 - Oferta, vendas e VSO para casas em condomínios
Analisando-se o gráfico, nota-se que a oferta de casas em condomínio cresceu
consideravelmente de 2009 até 2013, chegando ao pico no 3º trimestre: média de 1241
unidades. Em 2014, por outro lado, esse número diminuiu consideravelmente, fechando o ano
com 355 unidades em estoque: o menor valor desde o 1º trimestre de 2010 (com 172). Em
relação às vendas, a maior média trimestral de unidades vendidas foi 136, no 2º trimestre de
2010, enquanto a menor foi no 3º trimestre de 2014: apenas 03 unidades em média. Por isso,
este último trimestre apresentou a menor VSO do período: 0,33%. Por outro lado, seu maior
valor foi no 1º trimestre de 2010, quando chegou a 36,18%. Apesar do alto número de
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
20
09
- 1
º tr
im
20
09
- 2
º tr
im
20
09
- 3
º tr
im
20
09
- 4
º tr
im
20
10
- 1
º tr
im
20
10
- 2
º tr
im
20
10
- 3
º tr
im
20
10
- 4
º tr
im
20
11
- 1
º tr
im
20
11
- 2
º tr
im
20
11
- 3
º tr
im
20
11
- 4
º tr
im
20
12
- 1
º tr
im
20
12
- 2
º tr
im
20
12
- 3
º tr
im
20
12
- 4
º tr
im
20
13
- 1
º tr
im
20
13
- 2
º tr
im
20
13
- 3
º tr
im
20
13
- 4
º tr
im
20
14
- 1
º tr
im
20
14
- 2
º tr
im
20
14
- 3
º tr
im
20
14
- 4
º tr
im
Unidades disponíveis Unidades vendidas V.S.O
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 49 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
unidades vendidas registrado nesse período (97), deve-se ressaltar que esse alto índice foi
reflexo do baixo estoque que havia na época (172). Com o aumento do número de
lançamentos e, consequentemente, o aumento do número de unidades disponíveis, esse índice
tendeu a se diminuir ao longo dos períodos seguintes.
O ano de 2014 foi marcado pela considerável redução do número de unidades
disponíveis e vendidas em relação a 2013. A VSO, por outro lado, foi maior em 2014 em
função do estoque reduzido. Apesar de ter sido um ano com reduzido número de vendas, no
último trimestre esse número volta a subir de apenas 02 (no 3º trimestre) para 53. Esse valor
ficou acima da média anual (40), mas ainda menor que o número de vendas para o mesmo
período em 2013 (116).
4.4.3 Salas comerciais
O gráfico da figura 4.10 traz o comparativo entre oferta, vendas e VSO (todos em
médias trimestrais) para salas comerciais, entre os anos de 2009 e 2014.
Figura 4. 10 - Oferta, vendas e VSO para salas comerciais
É possível notar claramente o grande aumento do número de salas comerciais em
estoque de 2009 para 2014. Até o 3º trimestre a média trimestral não ultrapassava a casa das
400 unidades, porém, a partir daí ela subiu bastante até atingir o máximo no 2º trimestre de
2013 com 1382 unidades. O último valor registrado, no 4º trimestre de 2014, permaneceu
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
20
09
- 1
º tr
im
20
09
- 2
º tr
im
20
09
- 3
º tr
im
20
09
- 4
º tr
im
20
10
- 1
º tr
im
20
10
- 2
º tr
im
20
10
- 3
º tr
im
20
10
- 4
º tr
im
20
11
- 1
º tr
im
20
11
- 2
º tr
im
20
11
- 3
º tr
im
20
11
- 4
º tr
im
20
12
- 1
º tr
im
20
12
- 2
º tr
im
20
12
- 3
º tr
im
20
12
- 4
º tr
im
20
13
- 1
º tr
im
20
13
- 2
º tr
im
20
13
- 3
º tr
im
20
13
- 4
º tr
im
20
14
- 1
º tr
im
20
14
- 2
º tr
im
20
14
- 3
º tr
im
20
14
- 4
º tr
im
Unidades disponíveis Unidades vendidas V.S.O
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 50 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
alto: 1212 salas comerciais disponíveis. As vendas, por outro lado, não acompanharam essa
crescente dos lançamentos. A maior média trimestral foi 406, no 1º trimestre de 2011 (antes
do grande aumento dos lançamentos), e, em geral, permaneceu abaixo de 200 ao longo dos
próximos trimestres (com exceção do 3º trimestre de 2013, que registrou média de 233
unidades vendidas). O ano de 2014 foi o ano com o pior desempenho: média de apenas 21
unidades vendidas por mês. Da mesma forma que para as casas em condomínio, no início do
período a VSO é alta graças ao reduzido estoque (chegando a 58,76% no 1º trimestre de 2011)
e diminui ao longo dos próximos semestres devido ao aumento do estoque e à redução do
número de vendas principalmente em 2014 (chegando ao seu menor valor no 3º trimestre:
apenas 1,31%).
4.5 ANÁLISE ESPECÍFICA VOLTADA PARA EMPREENDIMENTOS
RESIDENCIAIS
As análises a seguir apresentam um comparativo de vendas sobre a oferta entre os
empreendimentos residenciais e suas variações quanto à tipologia e metragem.
4.5.1 Vendas sobre a oferta por tipologia do empreendimento
O gráfico da Figura 4.11 apresenta a variação da VSO entre os anos de 2011 e
2014 comparando as diferentes tipologias analisadas - um, dois, três, quatro e cinco quartos.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 51 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 4. 11 - VSO por tipologia do empreendimento entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
2009 -1º
trim
2009 -2º
trim
2009 -3º
trim
2009 -4º
trim
2010 -1º
trim
2010 -2º
trim
2010 -3º
trim
2010 -4º
trim
2011 -1º
trim
2011 -2º
trim
2011 -3º
trim
2011 -4º
trim
2012 -1º
trim
2012 -2º
trim
2012 -3º
trim
2012 -4º
trim
2013 -1º
trim
2013 -2º
trim
2013 -3º
trim
2013 -4º
trim
2014 -1º
trim
2014 -2º
trim
2014 -3º
trim
2014 -4º
trim
1 quarto 2 quartos 3 quartos 4 quartos 5 quartos
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 52 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Nota-se a constante liderança de vendas dos imóveis de um quarto até o terceiro
trimestre de 2013, quando os imóveis de três quartos assumem a liderança de vendas sobre a
oferta. Essa variação dos imóveis de um quarto, assim como a considerável variação dos
imóveis de 5 quartos se deve, em partes, a pouca quantidade de unidades ofertadas.
Comparando-se os apartamentos de dois e três quartos, nota-se que o primeiro
liderou até o quarto trimestre de 2011. A partir de 2012, o segundo o ultrapassa e, apesar de
alguns meses em que é ultrapassado pelos de dois quartos, ele permanece com maior VSO. É
importante ressaltar que a partir de 2012 a oferta dos apartamentos de dois quartos passa a ser
maior que a dos de três quartos, logo essa análise da VSO permite concluir que as vendas dos
imóveis de três quartos subiram consideravelmente.
4.5.2 VSO por área privativa das unidades
O gráfico da Figura 4.12 apresenta a comparação entre os imóveis, divididos por
suas metragens relativas à área privativa, em relação às vendas sobre a oferta enquanto o
gráfico da Figura 4.13 apresenta a mesma comparação entre os imóveis, porém evidenciando
a composição por faixas para cada trimestre.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 53 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 4. 12 - VSO por metragem das unidades entre abril de 2010 e dezembro de 2014
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%2
01
0 -
2º
trim
20
10
- 3
º tr
im
20
10
- 4
º tr
im
20
11
- 1
º tr
im
20
11
- 2
º tr
im
20
11
- 3
º tr
im
20
11
- 4
º tr
im
20
12
- 1
º tr
im
20
12
- 2
º tr
im
20
12
- 3
º tr
im
20
12
- 4
º tr
im
20
13
- 1
º tr
im
20
13
- 2
º tr
im
20
13
- 3
º tr
im
20
13
- 4
º tr
im
20
14
- 1
º tr
im
20
14
- 2
º tr
im
20
14
- 3
º tr
im
20
14
- 4
º tr
im
26 a 50 m² 51 a 75 m² 76 a 90 m² 91 a 105 m² 106 a 130 m² 131 m² ou +
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 54 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 4. 13- VSO por faixas de área das unidades entre abril de 2010 e dezembro de 2014
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2010 - 2º trim
2010 - 3º trim
2010 - 4º trim
2011 - 1º trim
2011 - 2º trim
2011 - 3º trim
2011 - 4º trim
2012 - 1º trim
2012 - 2º trim
2012 - 3º trim
2012 - 4º trim
2013 - 1º trim
2013 - 2º trim
2013 - 3º trim
2013 - 4º trim
2014 - 1º trim
2014 - 2º trim
2014 - 3º trim
2014 - 4º trim
26 a 50 m² 51 a 75 m² 76 a 90 m² 91 a 105 m² 106 a 130 m² 131 m² ou +
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 55 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Percebe-se a predominância de vendas dos imóveis abaixo de 90 m² até o ano de
2012. A partir de 2013 os imóveis com área acima de 90 m² começam a liderar as vendas
sobre a oferta.
Essas primeiras análises permitem o início da caracterização do mercado
imobiliário goianiense que aponta a partir do último ano a tendência para o aumento do
número de imóveis comercializados com área privativa acima de 90 m2 caracterizando
também o aumento das vendas do segmento de três quartos em relação aos anos anteriores.
4.5.3 Valor médio do metro quadrado por tipologia
O gráfico da Figura 4.14 apresenta a comparação do valor médio de venda do
metro quadrado entre os imóveis, divididos por sua tipologia.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 56 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 4. 14- Valor médio mensal do metro quadrado por tipologia entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014
R$2.000,00
R$2.500,00
R$3.000,00
R$3.500,00
R$4.000,00
R$4.500,00
R$5.000,00
R$5.500,00
R$6.000,00
R$6.500,00ju
l-1
0ag
o-1
0se
t-1
0o
ut-
10
no
v-1
0d
ez-1
0ja
n-1
1fe
v-1
1m
ar-1
1ab
r-1
1m
ai-1
1ju
n-1
1ju
l-1
1ag
o-1
1se
t-1
1o
ut-
11
no
v-1
1d
ez-1
1ja
n-1
2fe
v-1
2m
ar-1
2ab
r-1
2m
ai-1
2ju
n-1
2ju
l-1
2ag
o-1
2se
t-1
2o
ut-
12
no
v-1
2d
ez-1
2ja
n-1
3fe
v-1
3m
ar-1
3ab
r-1
3m
ai-1
3ju
n-1
3ju
l-1
3ag
o-1
3se
t-1
3o
ut-
13
no
v-1
3d
ez-1
3ja
n-1
4fe
v-1
4m
ar-1
4ab
r-1
4m
ai-1
4ju
n-1
4ju
l-1
4ag
o-1
4se
t-1
4o
ut-
14
no
v-1
4d
ez-1
4
1 quarto 2 quartos 3 quartos 4 quartos 5 quartos
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 57 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Percebe-se um progressivo aumento do preço do metro quadrado em todo o
período, sendo que em um período em especifico, entre abril e dezembro de 2013, os preços
de todas as tipologias sofreram um relevante aumento.
Nota-se também o alto valor agregado dos apartamentos de 1 quarto, que
permanece como o metro quadrado mais caro em quase todo o período analisado. Apenas a
partir de janeiro de 2014 os metros quadrados de apartamentos de 4 e 5 quartos o ultrapassam.
Observa-se também que o valor do metro quadrado dos apartamentos de 4 quartos
é maior que o dos apartamentos de 5 quartos durante quase todo o período. Este último
apresenta alguns patamares, pois nesses meses não houve vendas para essa tipologia.
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
CAPÍTULO 5
ANÁLISE DOS EMPREENDIMENTOS COM MAIOR ÍNDICE
DE VELOCIDADE DE VENDAS
Este capítulo aborda sobre os empreendimentos que tiveram maior índice de
vendas no mês de seu lançamento (maior velocidade de vendas), os chamados “Sucessos de
vendas”. Os empreendimentos aqui detalhados foram os que resultaram em uma considerável
elevação do número de unidades vendidas no mês do seu lançamento e, consequentemente,
uma elevação da VSO.
Para fins de padronização, escolheu-se identificar dois empreendimentos: o que
teve maior número de unidades vendidas em todo o período e o mais recente (nos anos de
2013 ou 2014).
5.1 EMPREENDIMENTOS DE DESTAQUE
Para se analisar os empreendimentos que tiveram maior destaque na classe de
apartamentos, este tópico foi dividido por número de quartos.
5.1.1 Apartamentos de 1 quarto
Analisando os dados coletados, nota-se que os empreendimentos que tiveram
maior número de unidades vendidas em um único mês foram: Lozandes Corporate Design
Live (Queiroz Silveira-252), com início de vendas em fevereiro de 2011 (maior índice no
período), e DNA Smart Style (EBM-112), com início de vendas em fevereiro de 2014 (maior
índice mais recente).
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 59 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
5.1.1.1 Empreendimento 1 – Lozandes Corporate Design
A Figura 5.1 ilustra o Empreendimento 1 do segmento de 1 quarto.
Figura 5. 1 – Imagem ilustrativa Los Angeles Corporate Design
Fonte: Queiroz Silveira – www.queirozsilveira.com.br
Este empreendimento, ainda em construção, tem como incorporadora e
construtora a empresa Queiroz Silveira. Localiza-se no bairro Park Lozandes e trata-se de um
mixed-use que contará com shopping, uma torre residencial e duas comerciais.
Todos os apartamentos tipo possuem um quarto com 45 m² de área privativa e
uma garagem. O preço de venda do seu metro quadrado foi, em média, de R$3.778,00. No
seu lançamento existiam 255 unidades disponíveis e foram vendidas 252, resultando em uma
VSO de 98,82% para o primeiro mês do empreendimento.
5.1.1.2 Empreendimento 2 - DNA Smart Style
A Figura 5.2 ilustra o Empreendimento 2 do segmento de 1 quarto.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 60 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 5. 2 – Imagem ilustrativa DNA Smart Style
Fonte: EBM – www.ebm.com.br
Este empreendimento, ainda em construção, tem como incorporadora e
construtora a empresa EBM. Localizado no Setor Bueno, possui apartamentos de 1 quarto, 2
quartos e 2 quartos duplex, variando de 34 m² a 130 m².
Os apartamentos de 1 quarto variam de 24 m² à 68 m² de área privativa, com o
preço médio de venda do metro quadrado de R$ 5.964,13. No seu lançamento existiam 209
unidades disponíveis e foram vendidas 192, resultando em uma VSO de 91,87% para o
primeiro mês do empreendimento.
5.1.2 Apartamentos de 2 quartos
Analisando os dados coletados, nota-se que os empreendimentos que tiveram
maior número de unidades vendidas em um único mês foram: Eldorado Parque De La Flor
(Dinâmica - 328), com início de vendas em setembro de 2012 (maior índice no período), e
Flora Park Paineiras (R Diniz – 181), com início de vendas em setembro de 2013 (maior
índice mais recente).
5.1.2.1 Empreendimento 1 – Eldorado Parque De La Flor
A Figura 5.3 ilustra o Empreendimento 1 do segmento de 2 quartos.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 61 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 5. 3 – Imagem ilustrativa Eldorado Parque De La Flor
Fonte: Eldorado Parque – www.edoraldoparque.com.br
Este empreendimento, ainda em construção, tem como incorporadora e
construtora a empresa Dinâmica Engenharia. Localiza-se no bairro Parque Oeste Industrial e
trata-se de três torres com apartamentos de 2 quartos.
Os apartamentos possuem 48 m² ou 54 m² de área privativa e uma garagem. O
preço de venda do seu metro quadrado foi, em média, de R$2.696,00 para o primeiro e
R$2.816,00 para o segundo. Do total de 272 unidades disponíveis dos apartamentos com 48
m², 213 foram vendidas no primeiro mês. Das 136 unidades disponíveis dos apartamentos de
54 m², 115 foram comercializadas no primeiro mês. Essas vendas resultaram em uma VSO de
80,39% para o primeiro mês do empreendimento.
5.1.2.2 Empreendimento 2 - Flora Park Paineiras
A Figura 5.4 ilustra o Empreendimento 2 do segmento de 2 quartos.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 62 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 5. 4 – Imagem ilustrativa Flora Park Paineiras
Fonte: R Diniz – www.rdiniz.com.br
Este empreendimento, ainda em construção, tem como incorporadora e
construtora a empresa R. Diniz. Localiza-se no bairro Jardim Belo Horizonte e trata-se de seis
torres e 46 casas. Originalmente lançado como Flora Park, o empreendimento, primeiramente
lançado com 3 blocos, de 1, 2 e 3 quartos, e 46 sobrados teve uma segunda etapa lançada,
contemplando novos 3 blocos, dois blocos de 2 quartos e um de 3 quartos.
Os apartamentos de 3 quartos, que foram sucesso de vendas, possuem 58 m² ou 63
m² de área privativa e uma garagem. O preço de venda do seu metro quadrado foi, em média,
de R$1.940,00 para o primeiro e R$2.012,00 para o segundo. Do total de 168 unidades
disponíveis dos apartamentos com 58 m², 68 foram vendidas no primeiro mês. Das 168
unidades disponíveis dos apartamentos de 63 m², 113 foram comercializadas no primeiro mês.
Essas vendas resultaram em uma VSO de 54,19% para o primeiro mês do empreendimento.
5.1.3 Apartamentos de 3 quartos
Analisando os dados coletados, nota-se que os empreendimentos que tiveram
maior número de unidades vendidas em um único mês foram: Conquist Residencial (GECON
– 144), com início de vendas em junho de 2013 (maior índice no período), e Terra Mundi
(CRV – 144), com início de vendas em novembro de 2013 (maior índice mais recente).
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 63 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
5.1.3.1 Empreendimento 1 - Conquist Residencial
A Figura 5.5 ilustra o Empreendimento 1 do segmento de 3 quartos.
Figura 5. 5 – Imagem ilustrativa Conquist Residencial
Fonte: Conquist Residencial – www.conquistresidencial.com.br
Este empreendimento, ainda em construção, tem como incorporadora e
construtora a empresa Gecon Engenharia e Construção. Localiza-se no bairro Parque
Amazônia e trata-se de um empreendimento com uma única torre com apartamentos tipo de 3
quartos e 92 m².
O preço de venda do seu metro quadrado foi, em média, de R$3.324,00. No seu
lançamento existiam 144 unidades disponíveis e todas as unidades foram vendidas no mês de
lançamento, atingindo uma VSO de 100,00%.
5.1.3.2 Empreendimento 2 - Terra Mundi
A Figura 5.6 ilustra o Empreendimento 2 do segmento de 3 quartos.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 64 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 5. 6 – Imagem ilustrativa Terra Mundi
Fonte: Terra Mundi – www.meuterramundi.com.br
Este empreendimento, ainda em construção, tem como incorporadora e
construtora a empresa CRV. Localiza-se no setor Jardim América e trata-se de um
empreendimento com três torres, duas de 2 quartos e uma de 3 quartos.
No lançamento do empreendimento, existiam 144 unidades, com 89,87 m²,
disponíveis para apartamentos de 3 quartos e todas as unidades foram vendidas nesse mesmo
mês, alcançando uma VSO de 100,00%. O preço de venda do seu metro quadrado foi, em
média, de R$3.778,00.
5.1.4 Apartamentos de 4 quartos
Analisando os dados coletados, nota-se que os empreendimentos que tiveram
maior número de unidades vendidas em um único mês foram: Flam Park (BRASAL – 110),
com início de vendas em janeiro de 2012 (maior índice no período), e Cora Alto do Bueno
(FR – 26), com início de vendas em junho de 2013 (maior índice mais recente).
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 65 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
5.1.4.1 Empreendimento 1 - Flam Park
A Figura 5.7 ilustra o Empreendimento 1 do segmento de 4 quartos.
Figura 5. 7 – Imagem ilustrativa Flam Park
Fonte: Brasal Incorporações – www.incorporacoes.brasal.com.br/flampark
Este empreendimento tem como incorporadora e pela empresa Brasal
Incorporações. Localiza-se no Jardim Goiás e trata-se de um empreendimento com
apartamentos de 2 quartos (88 m² e 108 m²), 3 quartos (108 m²) e 4 quartos (118 m²).
O preço de venda do seu metro quadrado foi, em média, de R$3.759,00. No seu
lançamento existiam 274 unidades disponíveis e 110 foram vendidas no mês de lançamento,
atingindo uma VSO de 40,14%.
5.1.4.2 Empreendimento 2 - Cora Alto do Bueno
A Figura 5.8 ilustra o Empreendimento 2 do segmento de 4 quartos.
Figura 5. 8 – Imagem ilustrativa Cora Alto do Bueno
Fonte: Alto do Bueno – www.altodobueno.com.br
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 66 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Este empreendimento, ainda em construção, tem como incorporadora a empresa
FR Engenharia. Localiza-se no Setor Bueno e trata-se de uma única torre com apartamentos
de 3 e 4 quartos.
Os apartamentos de 4 quartos possuem 165 m² de área privativa e quatro
garagens. O preço de venda do seu metro quadrado foi, em média, de R$9.239,00. Do total de
58 unidades disponíveis, 26 foram vendidas no primeiro mês, resultando em uma VSO de
44,83% para o primeiro mês do empreendimento.
5.1.5 Apartamentos de 5 quartos
No período estudado, apenas dois empreendimentos exclusivamente de 5 quartos
foram lançados: The Place (Gafisa), em julho de 2009, com vendas até junho de 2012, e
Pontal do Sol (Pontal), lançado em dezembro de 2009 e com ainda duas unidades a serem
vendidas.
5.1.6 Salas comerciais
Analisando os dados coletados, nota-se que os empreendimentos que tiveram
maior número de unidades vendidas em um único mês foram: Inove Inteligent Place (GPL –
592), com início de vendas em janeiro de 2011 (maior índice no período), e Órion Business &
Health Complex (FR, GVC, Tropical e Joule – 504), com início de vendas em julho de 2013
(maior índice mais recente).
5.1.6.1 Empreendimento 1 – Inove Inteligent Place
A Figura 5.9 ilustra o Empreendimento 1 do segmento de salas comerciais.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 67 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 5. 9 – Imagem ilustrativa Inove Inteligent Place
Fonte: Inove Inteligent Place – www.gplincorporadora.com.br
Este empreendimento teve como incorporadora a empresa GPL Incorporadora.
Localiza-se no Jardim América e trata-se de duas torres de salas comerciais. A primeira torre
com salas de 33 m³, a segunda com salas de 148 m².
O preço de venda do seu metro quadrado foi, em média, de R$3.959,00 para as
salas de 33 m² e de R$5.541,00 para as salas de 148 m². Cada tipo de sala teve 360 unidades
disponibilizadas. No mês de lançamento do empreendimento foram comercializadas 235
unidades de 33 m² e 357 unidades de 148 m². Do total de 720 unidades disponíveis, 592 foram
vendidas no primeiro mês, resultando em uma VSO de 82,22%.
5.1.6.2 Empreendimento 2 – Órion Business & Health Complex
A Figura 5.10 ilustra o Empreendimento 2 do segmento de salas comerciais.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 68 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Figura 5. 10 - Imagem ilustrativa Órion Business & Health Complex
Fonte: Órion Complex – www.orioncomplex.com.br
Este empreendimento, ainda em construção, tem como incorporadoras as
empresas FR Incorporadora, GVC, Tropical Urbanismo e Incorporação e Joule Engenharia.
Localiza-se no Setor Marista e trata-se de um mixed-use que contará com shopping, um hotel
e duas torres de salas comerciais, uma destinada exclusivamente à clínica médica.
O preço de venda do seu metro quadrado foi, em média, de R$6.054,00 para as
salas “Business”, 52 m², e de R$6.646,00 para as salas comerciais “Clinical”, 39 m². As salas
“Business” tiveram 308 unidades disponibilizadas, vendendo 201 destas no primeiro mês,
enquanto as salas “Clinical” tiveram 356 unidades disponibilizadas e 303 vendidas logo no
seu mês de lançamento. Do total de 666 unidades disponíveis, 504 foram vendidas no
primeiro mês, resultando em uma VSO de 75,67%.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 69 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
5.2 COMPARATIVO ENTRE OS EMPREENDIMENTOS DA CLASSE
DE APARTAMENTOS
As Tabelas 5.1 e 5.2 fazem um comparativo entre os empreendimentos
anteriormente listados. As características elencadas foram: nome do empreendimento,
construtora/incorporadora, localização, área privativa, preço/m², área de uso comum, data de
lançamento e preço/m² médio, no mês de lançamento da obra, por tipologia do
empreendimento. Os apartamentos com 5 quartos não foram contemplados nesse comparativo
em virtude de nenhum empreendimento ter atingido VSO alta o suficiente para ser
considerado um sucesso de vendas.
Com a tabela comparativa pode-se perceber a importância de elementos de lazer
na área comum do condomínio, todos os empreendimentos em destaque possuem diversas
opções de diversão. Quando se comparam os valores de preço/m² compreende-se claramente a
diferença de estratégia de venda utilizada pelos empreendimentos. Alguns como o Flora Park
Paineiras (2 quartos) possuem valor de m² bem abaixo do valor de mercado, o que com
certeza contribuiu para o sucesso de vendas, atingindo um público de menor poder aquisitivo.
Outros como o DNA Smart Style (1 quarto) e Cora Alto do Bueno (4 quartos) possuem valor
de m² bem acima do valor de mercado, o que certamente está relacionado ao fato dos
empreendimentos serem de altíssimo padrão e buscarem atingir um público classe A.
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Tabela 5. 1 - Comparativo entre empreendimentos de 1 e 2 quartos
1 QUARTO 2 QUARTOS
EMPREENDIMENTO Lozandes Corporate
Design DNA Smart Style
Eldorado Parque De La
Flor Flora Park Paineiras
CONSTRUTORA/INCORPORADORA Queiroz Silveira EBM Dinâmica R. Diniz
LOCALIZAÇÃO Park Lozandes Setor Bueno Parque Oeste Industrial Jardim Belo Horizonte
ÁREA PRIVATIVA 45,00 m² 24,00 m² a 68,00 m² 48,00 m² ou 54,00 m² 58,00 m² ou 63,00 m²
PREÇO/M² R$ 3.778,00 R$ 5.964,13 R$ 2.756,00 R$ 1.976,00
ÁREA DE USO COMUM
Churrasqueira /
Varanda coberta / Salão
de Festa / Espaço
Gourmet / Piscina
Churrasqueira /
Varanda coberta / Salão
de Festa / Espaço
Gourmet / Piscina /
Sauna / Bike Station /
Kids Room / Academia /
Salão de Jogos /
Terraço
Quadra poliesportiva /
Playground / Quiosque
com churrasqueira /
Brinquedoteca / Piscina
/ Espaço gourmet /
Salão de festas / Deck
seco
Quadra poliesportiva /
Playground / Quiosque
com churrasqueira /
Brinquedoteca / Piscina
/ Espaço gourmet /
Salão de festas / Deck
molhado / Academia
LANÇAMENTO fev/11 fev/14 set/12 set/13
PREÇO/M² (PREÇO MÉDIO DA TIPOLOGIA NO MÊS DE
LANÇAMENTO) R$ 3.552,25 R$ 4.238,06 R$ 2.878,00 R$ 3.158,96
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 71 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
Tabela 5. 2 - Comparativo entre empreendimentos de 3 e 4 quartos
3 QUARTOS 4 QUARTOS
EMPREENDIMENTO Conquist Residencial Terra Mundi Flam Park Cora Alto do Bueno
CONSTRUTORA/INCORPORADORA Gecon CRV Brasal FR
LOCALIZAÇÃO Parque Amazônia Jardim América Jardim Goiás Setor Bueno
ÁREA PRIVATIVA 92,00 m² 87,97 m² 118,00 m² 165,00 m²
PREÇO/M² R$ 3.324,00 R$ 3.778,00 R$ 3.759,00 R$ 9.239,00
ÁREA DE USO COMUM
Quadra poliesportiva /
Playground / Quiosque
com churrasqueira /
Brinquedoteca / Piscina
/ Espaço gourmet /
Salão de festas /
Academia
Quadra poliesportiva /
Quadra de Squash /
Playground /
Churrasqueira /
Brinquedoteca / Piscina
/ Espaço gourmet /
Salão de festas /
Academia
Playground /
Churrasqueira /
Piscinas / Streetball /
Salão de festas e salão
de jogos / Home cinema
/ Sauna / Academia
Quadra poliesportiva /
Quadra de Squash /
Playground /
Churrasqueira /
Brinquedoteca / Piscina
/ Espaço gourmet /
Salão de festas /
Academia
LANÇAMENTO jun/13 nov/13 jan/12 jun/13
PREÇO/M² (PREÇO MÉDIO DA TIPOLOGIA NO MÊS DE
LANÇAMENTO)
R$ 3.786,07 R$ 3.834,07 R$ 4.208,30 R$ 5.189,99
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
CAPÍTULO 6
CONCLUSÃO
Pôde-se concluir com este trabalho, que em todos os segmentos do mercado
imobiliário da capital houve queda da oferta e da procura a partir de 2011 e que no período
entre 2009 e 2011 houve o maior número de lançamentos de empreendimentos e vendas de
unidades em todo o período estudado.
Conclui-se também que a VSO, em geral, oscila bastante entre os meses.
Entretanto, assim como as vendas, a VSO cai vertiginosamente entre 2011 e 2014, em que se
percebe um desaquecimento do mercado como um todo, inclusive do programa “Minha Casa
Minha Vida”.
Com base nos dados analisados e a partir da comparação entre as três classes,
conclui-se que a oferta e número de vendas de apartamentos são sempre maiores que o das
outras e que até o 3º trimestre de 2012 havia maior disponibilidade de casas em condomínio
do que de salas comercias. A partir daí, o número de salas comerciais disponíveis é superior
ao de casas em condomínio, mostrando uma tendência de lançamentos de empreendimentos
nesse setor.
Quando analisadas as tipologias dentro da classe de apartamento, pode-se concluir
que a VSO dos apartamentos de 2 quartos era maior que a de 3 quartos até o último trimestre
de 2011. No trimestre seguinte a VSO dos apartamentos de 3 quartos passou a ser maior, e
manteve-se maior por todo o restante do período estudado, o que mostra claramente a
migração de grande parte da população dos apartamentos de 2 quartos para os apartamentos
de 3 quartos, que é o mesmo período em que a VSO de apartamentos com área privativa
maior que 90,0 m² supera a VSO de apartamentos com área privativa menor que 90,0 m².
Em relação aos empreendimentos exclusivamente de 5 quartos, pôde-se concluir
que essa tipologia de apartamento não foi o foco dos investidores no período analisado, já que
apenas dois lançamentos foram registrados desde 2009 e ambos tiveram baixa velocidade de
vendas quando comparadas com outras tipologias. Isso ocorre devido à redução do número de
pessoas for família e devido à tendência de os consumidores com maior poder aquisitivo em
geral preferir apartamentos de 4 quartos com elevada área privativa ao invés de apartamentos
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 73 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
de 5 quartos. As novas unidades pontuais deste tipo que surgiram ao longo do período
analisado correspondiam, em geral, a coberturas de empreendimentos de 4 quartos.
Com a análise geral dos apartamentos, conclui-se que a oferta máxima ocorreu em
2011, enquanto a mínima em 2014, respectivamente os mesmos anos em que se encontram os
maiores e menores números de vendas. No ano de 2013 a VSO apresenta valores altos em
decorrência da já diminuição do número de unidades disponíveis. Nota-se também o constante
aumento do valor de venda do “m²”, e interessante perceber o alto valor do m² dos
apartamentos de 1 quarto, o que sugere empreendimentos de alto padrão lançados para esta
tipologia.
Quanto às casas em condomínio, observa-se que seus maiores valores de oferta
foram entre o 4º trimestre de 2010 e o 4º trimestre de 2013. Por outro lado, esses valores caem
bastante em 2014. O maior número de vendas ocorreu no ano de 2009. As salas comerciais
tiveram um grande acréscimo de oferta a partir do 1º trimestre de 2012, entretanto as vendas
não acompanharam esse crescimento, mostrando forte desaquecimento dessa classe de
empreendimentos. A alta VSO para as duas classes no ano de 2009 se deve também a baixa
quantidade de unidades disponíveis.
Ao se analisar os empreendimentos que foram os maiores sucessos de vendas,
percebe-se a importância da área comum do condomínio, que proporciona conforto e lazer
para o morador. Todos os empreendimentos mais bem-sucedidos em vista ao número de
vendas possuem uma área comum repleta de opções de lazer ao condômino, o que mostra que
este é um aspecto que vem sendo pontuado na escolha do comprador e em consequência
primordial para que o empreendimento tenha uma boa venda de suas unidades.
Para novos trabalhos sobre o assunto fica a sugestão de se realizarem estudos de
casos considerando diferentes segmentos do mercado. Nestes casos, buscar-se-ia investigar de
modo mais aprofundado a viabilidade financeira dos empreendimentos escolhidos. A reunião
de todos os dados permitiria uma análise conjunta que identificaria tendências de mercado e
uma melhor compreensão das etapas que antecedem o processo de desenvolvimento do
produto imobiliário.
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
REFERÊNCIAS
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-4:
Avaliação de bens – empreendimentos. Rio de Janeiro, 2002.
ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO DE GOIÁS –
ADEMI-GO (Goiânia, Goiás). ADEMI-GO: Relatórios Mensais do Mercado
Imobiliário de Goiânia . Janeiro 2011 – Dezembro de 2014.
BALARINE, O. Determinação do impacto de fatores sócio econômicos na
formação do estoque habitacional em Porto Alegre . 1995. Florianópolis. 172 f.
Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Curso de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina.
BASTOS, I. G. M., NACIFF, P. H. F., GONÇALVES, P. P. P. Análise conjunta
da oferta e demanda do mercado imobiliário goianiense. Trabalho de
Conclusão de Curso. Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2014.
BRANDSTETTER, M. C. G. O. Análise do Comportamento dos Clientes do Mercado
Imobiliário com Ênfase na Mobilidade, Escolha e Satisfação Residenciais. 2004. 366p.
Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Curso de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina.
BRANDSTETTER, M. C. G. O. Real Estate Marketing Strategies Analyzing Housing
Careers. In: LARES - Latin American Real Estate Society International Conferences, 2010,
São Paulo. Anais...São Paulo, 2010.
BRANDSTETTER, M. C. G. O. Variáveis de influência da demanda para o
projeto imobiliário – uma discussão comportamental . In: XII Encontro
Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 2008, Fortaleza, CE.
BRAZ, E. C. A. Diagnóstico do mercado imobiliário brasileiro –
Financiamento PAR -Programa De Arrendamento Residencial. 2005.
CAIXA: Caixa Econômica Federal – Minha Casa Minha Vida . Disponível em:
http://www.caixa.gov.br/novo_habitacao/minha-casa-minha-vida/urbana-novo-
planta-construcao.asp. Acesso em 20/10/2014.
CLARK, W. A. V., ONAKA, Jun L. Life cycle and housing adjustment as
explanations of residential mobility . Urban Studies, n.20, 1983, p.47-57.
FREITAS, A. A. F., HEINECK, L. F. M. Segmentação de mercado: proposta de
uma metodologia de associação entre clientes e produtos no contexto do
mercado imobiliário . Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 8, n. 3, p. 37 -49,
jul./set. 2008.
GONZÁLEZ, M. A. S.; FORMOSO, C. T. Análise de viabilidade econômica financeira de
construções residenciais. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR, 9, 2001, Rio de
Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: [s.n.], 2001.
HAUSER, Sandro. Análise de viabilidade de investimentos empreendimento, 2005. 224 f.
Dissertação (Mestrado em Construção Civil)-Departamento de Tecnologia, Universidade
Federal do Paraná Curitiba, 2005.
Análise dos Segmentos de Maior Velocidade de Vendas do Mercado Imobiliário Goianiense 75 __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
L. M. Barbosa, P. H. S. B. Camargo
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Estimativas da população para o cálculo dos pesos para a expansão da amostra da
PNAD 2011 e a reponderação das PNADs 2001 a 2009. Nota Técnica, p. 3, 2012.
_______________ Contas nacionais trimestrais – Indicadores de valores e volumes
correntes, 2014.
ILHA, J. C. G.; HEINECK, L. F. M. Análise da oferta imobiliária e índices de
velocidade de vendas: um estudo para o mercado de Florianópolis . In:
ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO,
8., Salvador. Anais... Salvador: v. 1, 2000. p. 365-372.
MIRON, L. I. G. Proposta de Diretrizes para o Gerenciamento dos Requisitos
do Cliente em Empreendimentos da Construção . 2002. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
NETO, J. P. B.; NOBRE, J. A. N. O processo de desenvolvimento de produto imobiliário:
estudo exploratório em uma incorporadora. Produção, v. 19, n. 1, p. 087-104, 2009
PACHECO, M. F., BRANDSTETTER, M. C. G. O. Real Estate Offer on Goiânia’s Market
with a Focus on Economic Segment. In: LARES - Latin American Real Estate Society
International Conferences, 2012, São Paulo. Anais...São Paulo, 2012.
PASCALE, A., Atributos que configuram qualidade às localizações
residenciais: uma matriz para clientes de mercado na cidade de São Paulo .
Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo, 2005.
PASCALE, A., ALENCAR, C. T. Atributos que configuram qualidade às
localizações residenciais: uma matriz para clientes de mercado na cidade de
São Paulo. 2006. São Paulo. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP.
Departamento de Engenharia de construção Civil.
PEREIRA, P. Prices Rising in Housing Market in Brazil: Structural Issues
Sector Performance and Economic System Risk . In: LARES - Latin American
Real Estate Society International Conferences, 2014, Rio de Janeiro. Anais...Rio
de Janeiro, 2014..
VASCONCELLOS, M. A. S., GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São
Paulo, 2002. Ed. Saraiva.