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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC CARLA ANDRÉA DALBONI COSTA PACÍFICO MARINA PINHEIRO PASSOS TENÓRIO ANÁLISE DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA EM UMA CONSTRUTORA ALAGOANA: UM ESTUDO DE CASO MACEIÓ-AL 2017/01

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Page 1: ANÁLISE DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ...LISE...O presente estudo teve como foco a análise das vantagens e desvantagens da contratação de mão de obra terceirizada. O objetivo

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

CARLA ANDRÉA DALBONI COSTA PACÍFICO MARINA PINHEIRO PASSOS TENÓRIO

ANÁLISE DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA EM

UMA CONSTRUTORA ALAGOANA: UM ESTUDO DE CASO

MACEIÓ-AL 2017/01

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CARLA ANDRÉA DALBONI COSTA PACIFICO MARINA PINHEIRO PASSOS TENÓRIO

ANÁLISE DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA EM

UMA CONSTRUTORA ALAGOANA: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de engenharia civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor esp. Rubenício Izidro da Silva Júnior

MACEIÓ-AL 2017/01

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a nosso orientador, Profº Rubenício Izidro da Silva Júnior, pelo

apoio, incentivo e dignidade moral e profissional que nos transmitiu.

A toda a equipe de profissionais do curso de engenharia do CESMAC, em

especial nossa orientadora de metodologia, Profª Anne Dayse Soares da Silva, pela

atenção e colaboração necessária para a conclusão deste trabalho.

À gerencia da construtora em estudo, pelo estímulo à pesquisa e pelas

orientações, bem como a todos os funcionários, engenheiros, assistentes que

contribuíram para a elaboração do estudo de caso.

À Nicodemos Silva Filho, Maria de Fátima Pinheiro Tenório e Eraldo Passos

Tenório por suas colaborações solícitas e valiosas.

Aos nossos pais e familiares, por nos acompanharem sempre, tendo um papel

imprescindível na realização dos nossos sonhos.

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ANÁLISE DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA EM UMA CONSTRUTORA ALAGOANA: UM ESTUDO

DE CASO ANALYSIS OF THE ADVANTAGES AND DISADVANTAGES OF THE

LABOR OUTSOURCING IN A CONSTRUCTION COMPANY FROM ALAGOAS: A CASE STUDY

Carla Andréa Dalboni Costa Pacífico e Marina Pinheiro Passos Tenório

Graduandas do Curso de Engenharia Civil. [email protected]. Professor esp.

Rubenício Izidro da Silva Júnior

RESUMO O presente estudo teve como foco a análise das vantagens e desvantagens da contratação de mão de obra terceirizada. O objetivo maior da pesquisa, além do detalhamento conceitual acerca do assunto, foi examinar em um megaempreendimento habitacional do estado de Alagoas o confronto da mão de

obra terceirizada versus a mão de obra própria. A estratégia metodológica para o desenvolvimento deste estudo decorreu de dois momentos: o primeiro, refere-se à pesquisa bibliográfica e todo o levantamento teórico pertinente ao tema, do sentido macro para o micro, iniciando-se a partir do histórico da terceirização no mundo até chegar ao Brasil, como também dos conceitos e definições gerais da terceirização no setor de engenharia civil até o subsetor de edificações onde se encontra o estudo de caso; o segundo momento destinou-se a um estudo de caso em uma construtora alagoana,

visando confrontar a partir dos gastos verificados no ano de 2016 com serviços terceirizados e os supostos gastos que teria tido se tivesse sido contratada a mão de obra própria. A partir do estudo de caso, tornou-se possível uma interpretação mais objetiva das vantagens e desvantagens com a mão de obra terceirizada. Por fim, a pesquisa obteve resultados qualificativos e quantitativos sobre mão de obra terceirizada. Nos tempos atuais, a terceirização é cada vez mais importante e essencial em termos de tempo, qualidade e custo a longo prazo, tendo se tornado o ponto facilitador para o sucesso da obra.

Palavras-chave: Terceirização. Mão de obra. Construção.

ABSTRACT

The present study focused on the analysis of the advantages and disadvantages of hiring outsourced workers. The main objective of the research, besides the conceptual detailing on the subject, was to

examine the confrontation of the outsourced workforce with the self-employed in a mega-housing project in the state of Alagoas. The methodological strategy for the development of this study was based on two moments: the first one, refers to the bibliographical research and all the theoretical survey pertinent to the theme, from the macro to the micro sense, starting from the history of outsourcing in the world until reaching Brazil, as well as the general concepts and definitions of outsourcing in the civil engineering sector to the sub-sector of buildings where the case study of the current work is located;

the second moment aimed at the case study in a construction company From Alagoas, aiming at comparing the expenses obtained in the year 2016 with outsourced services and the supposed expenses that would have existed if the own labor had been contracted. From the case study, a more objective interpretation of the advantages and disadvantages with the outsourced workforce became possible. Finally, the research obtained qualitative and quantitative results on outsourced labor. Nowadays, outsourcing has been increasingly important and essential in terms of time, quality and long-

term cost, and has become the facilitator point for the success of the work.

Keywords: Outsourcing. Labor. Construction.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 1.1 Justificativa................................................................................................. 1.2 Problemática............................................................................................... 1.3 Objetivos..................................................................................................... 2 METODOLOGIA.............................................................................................. 2.1 Quanto à natureza....................................................................................... 2.2 Quanto aos objetivos.................................................................................. 2.3 Quanto à abordagem quantitativa e qualitativa........................................ 2.4 Quanto aos procedimentos...................................................................... 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 3.1 Histórico da terceirização...........................................................................

3.1.1 Histórico da terceirização no Brasil............................................................. 3.2 Conceitos e definições gerais....................................................................

3.2.1 Terceirização............................................................................................. 3.2.2 O ramo da construção civil......................................................................... 3.3 Conceitos e definições específicos.........................................................

3.3.1 Terceirização no setor da construção civil.................................................. 3.3.2 Terceirização no subsetor de edificações................................................... 3.4 Contratações............................................................... ................................

3.4.1 Importância da subcontratação na construção civil.................................... 3.4.2 Motivos da subcontratação......................................................................... 3.5 Encargos sociais......................................................................................... 3.6 Retenções....................................................................................................

3.6.1 PIS (Programa de Integração Social) ........................................................ 3.6.2 COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social....... 3.6.3 CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido)........................................ 3.6.4 ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza).............................. 3.6.5 INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social).......................................... 4 ANÁLISE DA MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA VERSUS MÃO DE OBRA PRÓPRIA........................................................................................................... 4.1 Apresentação da construtora ‘’x’’.............................................................. 4.2 Dados obtidos de mão de obra terceirizada............................................. 4.3 Apresentação dos cálculos da mão de obra própria............................... 4.4 Mão de obra terceirizada versus mão de obra própria............................ 5 APRESENTAÇÃO DAS VANTAGENS E DESVANTGENS DA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA................................... 5.1 Vantagens.................................................................................................... 5.2 Desvantagens.............................................................................................. 6 CONCLUSÃO.................................................................................................. REFERÊNCIAS........................................................................... ....................... APÊNDICE......................................................................................................... ANEXO...............................................................................................................

09101011121212131317171819192124252627282929303131313232 3434353641 42424445475152

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Figura 1 Vista das casas residenciais.....................................................................

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Valores dos serviços terceirizados.......................................................... Quadro 2 Quantitativo de funcionários.................................................................... Quadro 3 Salários.......................................................................................... ......... Quadro 4 Alimentação e transporte para serviço de alvenaria................................ Quadro 5 Alimentação e transporte para serviço de pintura.................................... Quadro 6 Encargos Sociais.................................................................................... Quadro 7 Mão de obra própria com encargos sociais............................................. Quadro 8 Comparativo de mão de obra.................................................................

36 36 37 39 40 40 41 41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ART Artigo CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CLT Consolidação das Leis do Trabalho CONFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CUB Custo Unitário Básico da Construção Civil FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICC Indústria da Construção Civil INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária IN Instrução Normativa INSS Instituto Nacional da Seguridade Social ISSQN Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza NBR Norma Brasileira PIS Programa de Integração Social SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SESI Serviço Social da Indústria

Associação Brasileira de Normas Técnicas Artigo Câmara Brasileira da Indústria da Construção Consolidação das Leis do Trabalho Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Conselho Regional de Engenharia e Agronomia Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Custo Unitário Básico da Construção Civil Fundo de Garantia do Tempo de Serviço Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Indústria da Construção Civil Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Instrução Normativa Instituto Nacional da Seguridade Social Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza Norma Brasileira Programa de Integração Social Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Serviço Social da Indústria

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BIBLIOTECA CENTRAL CESMAC

P117a Pacífico, Carla Andréa Dalboni Costa

Análise das vantagens e desvantagens da

contratação de mão de obra terceirizada em uma

construtora alagoana: um estudo de caso/ Carla Andréa

Dalboni Costa Pacífico, Marina Pinheiro Passos

Tenório.-- Maceió, 2017. 52f.: il.

TCC(Graduação em Engenharia Civil)- Centro Universitário

CESMAC, Maceió, AL, 2017.

Orientador: Rubenício Izidro da Silva.

1. Terceirização. 2. Mão de obra. 3. Construção. I. Tenório,

Marina Pinheiro Passos. II. Silva, Rubenício Izidro da.

CDU:69

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1 INTRODUÇÃO

A construção civil tem apresentado grande crescimento nos últimos anos,

motivada, certamente, pelo nascimento de novos empreendimentos, construtoras e

empreiteiras. Esse grande avanço no setor da construção e as contínuas

transformações do mercado geram uma concorrência competitiva entre as empresas,

fazendo com que elas busquem inovações e recursos objetivando desenvolver

estratégias para vencer e se diferenciar dos concorrentes. Especificamente na

engenharia e construção civil, os objetivos são claros: acelerar as obras e, ao mesmo

tempo, entregar um produto de qualidade superior. Visto que em obras de grande

porte as construtoras nem sempre são capazes de produzir todas as etapas da

construção, a grande diversidade de atividades no seu desandar faz com que o ramo

da engenharia busque um enfoque estratégico para solver as dificuldades específicas

de cada empresa e acelerar o tempo de entrega, resultando na necessidade da

terceirização de serviços.

A terceirização tem uma ampla esfera de aplicações, com técnicas importantes

a serem utilizadas em diversas etapas da produção. Tradicionalmente, entende-se por

terceirização a fim a entrega de algumas atividades a outras empresas, contratação

de terceiros afim de realizar serviços diversos, importantes ou não, de diferentes

dimensões, com o objetivo de racionalizar custos, diminuir a burocracia trabalhista e

adquirir um serviço melhor, devido à responsabilidade técnica, visando a excelência

da qualidade.

Segundo Giosa (1997, p.7).

Introduzir os conceitos de qualidade, melhoria da produtividade, qualidade total e excelência, nos seus estágios específicos é hoje princípio básico para

o real aprimoramento organizacional e ponto de honra para entrada da empresa no mercado mundial do produto ou serviço que opera.

O estudo apresentado buscou abordar a terceirização de mão de obra de

maneira objetiva, dividindo-se em quatro partes: no seu primeiro momento foi

detalhada a metodologia aplicada; em seguida foi feito um estudo teórico e histórico

da terceirização, do sentido macro para o micro, englobando a terceirização de forma

abrangente até chegar às questões principais deste trabalho; no terceiro momento foi

analisado o comparativo da mão de obra terceirizada e da mão de obra própria através

de um estudo de caso em uma construtora alagoana; por fim foram detalhadas as

vantagens e as desvantagens de se terceirizar a mão de obra.

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1.1 Justificativa

Tendo em vista a grande concorrência que existe entre as empresas de

engenharia, a alternativa de se terceirizar mão de obra e serviços se torna cada vez

mais usual, sendo pouco provável as empresas não utilizarem este artifício. Em

diferentes estágios de uma construção são encontradas certas dificuldades em que é

inevitável a competência de especializações técnicas para desenvolver determinadas

atividades na obra. O veredito para a obtenção de terceirização precisa ser colocado

em pauta e detalhado, comparando a necessidade de utilizar desse serviço ou utilizar

mão de obra própria, obtendo um paralelo de custos.

O propósito deste trabalho é identificar as vantagens e desvantagens da

contratação de serviços terceirizados para empresas da construção civil, analisando

a grande importância de se modernizar e atualizar conforme o mercado se comporta

em busca de se diferenciar e concorrer com outras empresas de engenharia.

Realizou-se um estudo de caso, em uma construtora alagoana, para que se

pudesse analisar, pesquisar e comparar os pontos críticos e importantes da

terceirização de mão de obra, até que ponto pode-se economizar para agilizar a

construção e o uso adequado da tecnologia para otimizar o tempo e a entrega das

edificações sem que isso prejudique a qualidade e o acabamento do serviço. Busca-

se no presente trabalho, abordar a terceirização de forma estratégica, reconhecendo

em que pontos serão mais eficazes e mais rentáveis.

1.2 Problemática

Sempre com o propósito de utilizar estratégias para acelerar a obra e reduzir

os custos, para se diferenciar dos concorrentes, a terceirização possui benefícios,

porém nem sempre é possível alcançá-los; há situações em que a terceirização pode

não ser lucrativa, não levando a grandes economias. Para chegar a essa

compreensão, é que se buscou diversos parâmetros de comparação entra a mão de

obra terceirizada e a própria.

a) Quais as vantagens e desvantagens de contratar serviços e mão de obra

terceirizados?

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1.3 Objetivos

Institui-se como o propósito fundamental desta pesquisa averiguar as

consequências resultantes da contratação de mão de obra terceirizada em uma

empresa de construção civil, constatando as singularidades que existem. Para o

alcance do objetivo geral, serão abrangidos os seguintes objetivos específicos:

• Confrontar mão de obra terceirizada com mão de obra própria;

• Observar os resultados obtidos com a terceirização.

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2 METODOLOGIA

Este estudo teve como base as principais especificidades de um estudo, como

a natureza, os objetivos, as abordagens e procedimentos. Foram consultadas normas

técnicas (NBR), como as da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que

demonstram as diretrizes que a pesquisa deve tomar. Segundo Filho (1994), a

metodologia é o conjunto de procedimentos e técnicas de que se lança mão no

processo de investigação, incluindo os aspectos relacionados, de como fazer a

pesquisa. Está relacionada à pesquisa ideológica do investigador, seus objetivos,

seus pressupostos e sua concepção do mundo. Desse modo entendemos que o

método utilizado formou um conjunto de etapas, ordenadas para serem vencidas na

investigação da verdade, no estudo de uma ciência para alcançar um determinado

fim.

O método é o conjunto das atividades sistêmicas e racionais que com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo (conhecimentos validos

e verdadeiros), traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (LAKATOS e MARCONI, 1986, p. 81).

2.1 Quanto à natureza

Foi desenvolvida uma pesquisa de natureza aplicada, cujo tipo gera produtos e

processos com finalidades imediatas. A pesquisa de natureza aplicada utiliza os

conhecimentos gerados pela pesquisa básica e as tecnologias existentes (LAKATOS,

2003). O presente trabalho buscou pesquisar o confronto da mão de obra terceirizada

com a mão de obra própria, objetivando identificar as vantagens e desvantagens da

terceirização.

2.2 Quanto aos objetivos

Os objetivos foram traçados de maneira descritiva e explicativa. Na pesquisa

descritiva realiza-se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do

mundo físico sem a interferência do pesquisador. (Barros e Lehfeld, 2011). Esse tipo

de pesquisa pode ser entendido como um estudo de caso onde, após a coleta de

dados, é realizada uma análise das relações entre as variáveis, para uma posterior

determinação dos efeitos resultantes em uma empresa, sistema de produção ou

produto (Perovano, 2014). Com base na investigação de dados arquivados, que

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conduziram ao estudo de caso, na construtora alagoana “x”, através da coleta dos

dados, foram feitas análises, avaliações e discussões, com o propósito de alcançar

algumas conclusões.

A pesquisa explicativa registra fatos, analisa-os, interpreta-os e identifica suas

causas. Essa prática visa ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar

e definir modelos teóricos, relacionar hipóteses em uma visão mais unitária do

universo ou âmbito produtivo em geral e gerar hipóteses ou ideias, por força de

dedução lógica (Lakatos e Marconi, 2008). Devido à teorização e reflexão do objeto

estudado, foi possível analisar as causas que contribuem para a ocorrência da

terceirização na construtora ‘’x’’ e os fenômenos ou variáveis que afetam o processo.

2.3 Quanto à abordagem quantitativa e qualitativa

Ambas as abordagens foram reconhecidas no presente trabalho. Diante da

perspectiva apresentada pelos autores, as pesquisas quantitativas e qualitativas se

inter-relacionam à medida que “cada um chega onde o outro não consegue chegar. O

método quantitativo pergunta ‘’como‟ acontece [...]; já o método qualitativo pergunta

‘’por que acontece” (CASTRO, 2013, p.108). Foi feita a quantificação em valores reais

das relações entre a contratação de serviços de mão de obra terceirizados versus a

contratação de funcionários pela própria construtora. Por fim, seguindo ambos vieses,

se conseguiu descrever os pontos positivos e negativos de se terceirizar a mão de

obra.

2.4 Quanto aos procedimentos

Os procedimentos adotados formaram a junção de uma pesquisa bibliográfica

do tema proposto junto a um estudo de caso. Fez-se o levantamento, seleção e

documentação de toda bibliografia conseguida sobre o assunto, e que estão

divulgadas em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações,

material cartográfico, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com

todo material já escrito sobre o tema (LAKATOS; MARCONI, 2008).

Conforme Andrade (1997, p. 41);

A pesquisa bibliográfica compreende várias fases, que vão da escolha do tema à redação final. Pode ser desenvolvida como um trabalho em si ou para uma etapa da elaboração de monografias, dissertações, etc. Leva em conta

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requisitos importantes como relevância, exequibilidade, isto é, a possibilidade de desenvolver bem o assunto, dentro dos prazos estipulados, e a adaptabilidade ao nível de conhecimento do autor.

Foi realizado o estudo teórico e histórico da terceirização e sobre alguns pontos

pertinentes à terceirização de mão de obra, estritamente no âmbito de residências,

em que foi tomado como estudo de caso uma construtora alagoana, que exerce suas

atividades no campo da construção civil, exclusivamente no âmbito de edificações

residenciais. Ela iniciou suas atividades realizando obras públicas em 1994. Mantém

sua sede em Maceió, mas estende seus empreendimentos tanto na capital alagoana

quanto no interior do Estado.

O procedimento de terceirização é decidido da seguinte maneira; com o início

de uma nova obra, é feito primeiramente a elaboração dos projetos, produzidos por

empresas especializadas em engenharia e arquitetura. Tendo realizado todos os

projetos fundamentais, usados desde o projeto da estrutura da obra até os projetos

de instalações, é executada todas as particularidades da edificação em um memorial

descritivo, que, junto com os projetos e com certidões negativas da empresa, formarão

a incorporação da obra. Esta incorporação é registrada no Cartório de Registro de

Imóveis e, logo após sua liberação, está autorizada a construção. Por ora é feita uma

análise através construtora de que serviços serão viáveis para terceirizar. Decidido os

serviços que serão terceirizados é elaborado um contrato entre a prestadora de

serviços terceirizados e a construtora, em que as terceirizadas possuem suas

gratificações pelos trabalhos efetuados definidas, pagas de acordo com a elaboração

da obra. Este valor é indexado pelo CUB (Custo Unitário Básico da Construção Civil),

atualizando-se frequentemente.

Para a elaboração deste estudo de caso, foi realizada uma analogia entre a

mão de obra própria e a mão de obra contratada por terceirização, tomou-se como

exemplo um empreendimento da construtora ‘’x’’, durante o período do ano de 2016,

que teve como base uma empresa terceirizada que forneceu serviços de mão de obra

de alvenaria e pintura, referente ao período do ano citado.

Para realizar esse comparativo, foi suposto o cálculo de mão de obra própria,

ou seja, foi considerado como se os funcionários tivessem sido contratados

propriamente pela construtora ‘’x’’ durante o ano de 2016 para executar a mesma

quantidade de serviços que foram executados pela empresa terceirizada durante o

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ano. Obteve-se a comparação financeira do gasto com mão de obra própria e os

gastos obtidos de serviços terceirizados.

Foi essencial a aquisição de dados e informações da empresa construtora “x”,

em que se encontram no apêndice do presente trabalho.

Foram realizados oito quadros diversos, com informações e especificações do

estudo de caso, entre eles, quadros referenciando valores de salários, gastos com

serviços terceirizados, cálculos de encargos sociais e, principalmente, o confronto

com os valores pagos à empresa terceirizada pelos serviços prestados de mão de

obra e os valores que seriam alcançados com a mão de obra própria da empresa.

Para se realizar o comparativo, foram usados os dados obtidos com construtora

‘’x’’ para cálculo dos encargos sociais, para a avaliação do valor da mão de obra

própria. As definições dos cálculos que também foram demonstradas:

Número de operários: Foi utilizado o suposto número de operários da

terceirizada.

INSS Empresa: Foi utilizado o percentual adotado pela empresa sobre o

salário total:

INSS Empresa = Salário total x percentual adotado

FGTS: foi aplicado o percentual de 8% sobre o salário total obtido, sendo esses

8% depositados na conta do funcionário:

FGTS = Salário total x 8%

Provisão para o 13º salário: o valor do salário total foi dividido pelo número

de meses no ano, para saber a parcela referente ao mês:

13° salário = Salário total / 12 (número de meses no ano)

Provisão para as férias: foi considerado 1/3 do salário normal:

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Férias = (Salário total / 12) + ((Salário total / 12) / 1/3)

Alimentação: o valor da alimentação foi calculado com base nos gastos para

cada funcionário por dia, de R$ 3,97:

Alimentação = (valor médio x dias trabalhados) x número de

funcionários no mês

Transporte: assim como a alimentação, foram considerados os dias

trabalhados para realizar o cálculo e a média de R$ 7,76, valor gasto com

transporte por dia. Dependendo da distância que o funcionário percorre, varia

de R$ 3,50 à R$ 4,25 a passagem, sendo duas por dia.

Transporte = (valor médio x dias trabalhados) x número de funcionários

no mês

Seguro de vida: para determinar o valor do seguro de vida, foi utilizado o valor

cobrado geralmente pelas seguradoras em torno de R$ 2,89 por funcionário:

Seguro de vida = valor cobrado pela seguradora x número de

funcionários

Por fim, foi feita a analogia, buscou-se investigar as vantagens e desvantagens

de terceirizar a mão de obra. Explorando também os perigos que ocorrem com a

contratação de serviços de mão de obra por empreiteiras e subempreiteiras.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo está exposto o estudo teórico e histórico da terceirização, teve

como base a opinião de outros autores sobre o assunto abordado. Estruturado em

seis diferentes tópicos: no primeiro faz-se a abordagem do desenvolvimento histórico

da terceirização no mundo até chegar no Brasil; em seguida, são citados os conceitos

e definições gerais da terceirização e do ramo da engenharia civil. Nesta mesma

configuração, restringindo-se a um sentido mais específico, está conceituada a

terceirização no setor da engenharia e no subsetor de edificação. Nos últimos tópicos,

estão relacionadas as questões sociais e trabalhistas de acordo com a Câmara

Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e, por fim, as retenções, baseadas nas

leis federais do país.

3.1 Histórico da terceirização

Segundo Giosa (1997), a terceirização originou-se nos Estados Unidos, logo

após o surgimento da Segunda Guerra Mundial, como um processo e uma técnica de

gestão administrativa. O objetivo principal das indústrias bélicas era se concentrar no

desenvolvimento da produção de armamentos, passando a delegar algumas

atividades de suporte para empresas prestadoras de serviço, por meio de contratação.

No Taylorismo, também chamada teoria da Administração Científica, em que o

modelo de produção buscava por uma indústria que tivesse máxima produtividade em

um curto intervalo de tempo, um sistema fechado, mecânico e previsível, o trabalhador

era tratado como um simples executor, obedecendo às ordens dos superiores, com

função de realizar tarefas especializadas, o que resultou na divisão do processo de

produção em diversas partes. (BARBOSA, 2008).

Logo após, com a chegada do Fordismo, que simplificou o modelo Taylorista e

utilizou princípios de padronização, aperfeiçoa-se o modelo de linha de montagem e

mecanização, junto com a forte especialização do trabalho. Foi incorporada a

hierarquização do sistema produtivo intensificando, assim, os laços de subordinação

do trabalhador com o empregador, delimitando firmemente os conceitos de

empregado e empregador. (Idem).

A produção, então, organizava-se, a partir das idéias de Henry Ford e Friederich Taylor, em uma grande unidade fabril que concentrava todas as atividades necessárias à confecção do produto final. Os trabalhadores eram

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organizados em torno da linha de produção, todos detendo o mesmo estatuto, organizados, porém, em forma piramidal de hierarquia. Assim, a empresa não somente concentrava todas as atividades sob sua responsabilidade, como organizava seus trabalhadores sob sua dependência e comando direto, por meio de sua estrutura hierarquizada. (CARELLI, 2004, p.43-44).

Depois da Segunda Guerra Mundial, no Japão, nasce o novo modelo de

produção capitalista, o Toyotismo, que logo foi incorporado pelo Ocidente. Um modelo

caracterizado pela especialização flexível, capaz de atenteder inúmeras demandas de

um mercado parcelado, tornando os modelos Taylorista e Fordistas ineficazes.

Passou-se a se exigir do trabalhador uma multifuncionalidade, podendo ele atuar com

certa autonomia e poder de iniciativa na forma de realização do trabalho. Assim, a

empresa hierarquizada, de formato vertical, passa a ser organizada de forma

horizontal, e as atividades são focadas no objetivo primordial da empresa, ou seja,

sua atividade-fim, reunindo à sua volta prestadoras de serviço que se ocupam das

atividades-meio. (BARBOSA, 2008).

No Toyotismo, o trabalhador multifuncionalizado ganha certa autonomia para

adequar o produto à demanda; há uma aparente perda de subordinação, e, portanto,

perda dos laços de uma relação empregatícia (Idem). Segundo Giosa (1997, p.12-13,

grifo do autor). Este primeiro esforço de mudança foi feito com a introdução do

downsizing que consiste na redução dos níveis hierárquicos, providência necessária

para se ‘’enxugar’’ o organograma, reduzindo o número de cargos e agilazando a

tomada de decisões.

Com isso, o próximo passo foi responder à questão: Por que não transferir para

terceiros a incumbência pela execução de atividades secundárias, deixando para a

empresa toda a concentração e esforços na atividade principal? (GIOSA, 1997).

3.1.1 Histórico da terceirização no Brasil

De acordo com Queiroz (1998), no Brasil a terceirização foi gradativamente

implantada, com a vinda das primeiras empresas de grande porte e multinacionais,

principalmente as automobilísticas; no início dos anos 80 e até, aproximadamente,

1989, a prática era conhecida como contratação de serviços de terceiros e vinha

sendo aplicada apenas para reduzir o custo de mão de obra, e o único objetivo das

empresas em contratar terceiros para trabalhar era simplesmente ter algumas

economias em gerar ganho de qualidade, eficiência, especialização, eficácia e

produtividade.

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Com a recessão, o mercado cada vez mais restrito possibilitou a abertura de

novas abordagens, com o objetivo de reduzir as perdas. Levando em consideração o

exemplo dos outros países, logo foi absorvido por nós. A terceirização trouxe a

possibilidade de abertura de novas empresas, o desejo maior do brasileiro, ‘’abrir seu

próprio negócio’’. Desta forma, houve o aumento de oferta de mão de obra,

sintetizando o impacto social e o desemprego da recessão. (GIOSA, 1997).

3.2 Conceitos e definições gerais

Os conceitos e as definições da terceirização foram realizados como um todo,

de forma completa para compreender os seus termos específicos. Logo em seguida,

foram levantados os aspectos e conceitos gerais do ramo da engenharia civil, como

se comporta e que tipo de mão de obra é empregado e quais suas características.

3.2.1 Terceirização

Antes de se iniciarem as definições práticas de terceirização, é necessário que

se faça uma análise esclarecedora de como são divididas as áreas da terceirização.

Segundo Martins (2001, p.46), são classificadas as áreas terceirizadas como:

a) Atividades acessórias da empresa: como limpeza, segurança,

manutenção, alimentação etc.

b) Atividade-meio: departamento de pessoal, manutenção de

máquinas, contabilidade;

c) Atividades-fim: produção, vendas, transportes dos produtos etc. O

mais comum, no entanto, é a terceirização de serviços contábeis,

jurídicos e informática (T.I).

Segundo Martins (2001, p.23), ‘’a terceirização: consiste na possibilidade de

contratar terceiro para a realização de atividades que não constituem o objeto principal

da empresa’’.

De acordo com Soares (2013), a terceirização está associada à transferência,

repasse, atribuição, acesso, delegação etc. De determinadas etapas, fases do

processo de produção ou até mesmo atividades para outras empresas ou profissionais

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autônomos. Tradicionalmente, a terceirização é a transferência de algumas atividades

(atividades-meio) para outras empresas, proporcionando um direcionamento maior de

recursos para atividade-fim, possibilitando entre outras vantagens, a redução da

estrutura operacional, a diminuição de custos, a economia de recursos e a

desburocratização da administração.

a) Atividade-fim, atividade principal, objeto social da empresa, em

regra, é apresentado como não sendo passível de terceirização;

b) Atividade-meio, tipo de atividade ou etapas do processo de

produção que são classificadas ou estão relacionadas como sendo

complementares, auxiliares, secundárias, de menor importância,

etc. E ainda por exclusão, será atividade-meio a que não for

considerada como atividade-fim.

A terceirização constitui uma das mais importantes técnicas a serem utilizadas

nos processos de produção, notadamente do ponto de vista de suas possibilidades

quanto à aplicação e implementação, objetivando o aumento e principalmente a

qualidade da produção. A terceirização enquanto técnica empresarial tem muito para

ser desenvolvida e aperfeiçoada, vez que seu campo de atuação é quase ilimitado.

(SOARES, 2013).

É uma tendência moderna que consiste na concentração de esforços nas

atividades essenciais, delegando a terceiros as complementares, sendo um processo

de gestão pelo qual se repassam algumas atividades para terceiros, com os quais se

estabelece uma relação de parceria, ficando a empresa concentrada apenas em

tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua. (GIOSA, 1997).

Ressalta-se a definição do processo de gestão e parceria (GIOSA,1997), já que

foram termos bastante utilizados no trabalho vigente:

a) Processo de Gestão: ação processual, de critérios de aplicação

(início, meio e fim), visão corporal (curto, médio e longo prazo), de

ótica estratégica para alcançar objetivos determinados e

reconhecidos pela organização

b) Parceria: nova vida do relacionamento comercial, onde o

fornecedor deixa sua posição tradicional, passando a ser um

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verdadeiro sócio do negócio, em um modo de confiança plena junto

ao cliente.

Conforme Carelli (2004), na terceirização transfere-se atividades para

fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria e moderna, que

tenham esta atividade terceirizada como atividade-fim, liberando a tomadora de

serviços para concentrar seus esforços gerenciais em seu negócio principal,

preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo custos e gerando

competitividade.

Na França, por exemplo, dá-se o nome de terceirização sous-traitance a um

processo bem específico: é chamada terceirização apenas a situação em que há uma

empresa subcontratada trabalhando dentro da empresa principal; se o trabalho for

realizado fora, passa-se a chamar o processo de externalizacion (externalização).

Assim, para sermos rigorosos com a amplitude da utilização da terceirização e por

reconhecer a importância política que ela tem na organização dos trabalhadores,

optamos por uma definição abrangente: terceirização é todo processo de contratação

de trabalhadores por empresa interposta. Ou seja, é a relação onde o trabalho é

realizado por uma empresa, mas contratado de maneira imediata por outra.

(MARCELINO, 2007).

Segundo Giosa (1997, p.13, grifos do autor) ‘’O outsourcing, expressão usada

em inglês, que significa terceirização, foi, então, desbravado e adotado de forma

plena pelas empresas, referenciando-se sempre pela concepção estratégica de

implementação’’.

3.2.2 O ramo da construção civil

O conceito de construção civil, de acordo com Monteiro, Costa e Rocha (2010),

agrega um conjunto de atividades com grande importância para o desenvolvimento

econômico e social brasileiro, influindo diretamente na qualidade de vida da população

e na infraestrutura econômica do país. Além disso, o setor apresenta forte

relacionamento com outros setores industriais, na medida em que demanda vários

insumos em seu processo produtivo, e é intenso em trabalho, absorvendo parcela

significativa da mão de obra com menor qualificação. Essas características da cadeia

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da construção civil trazem grande complexidade, uma vez que ela movimenta amplo

conjunto de atividades, que têm impactos em outras cadeias produtivas.

Conforme afirmam Medeiros e Rodrigues (2002), o setor da construção civil

influencia de forma significativa o país, pois tem sua importância no desenvolvimento

econômico nacional e envolve estruturas sociais, culturais e políticas.

Para Araújo (2003, p.30), “A Indústria da Construção Civil (ICC) tem um

importante papel na economia brasileira, pois gera diversas modalidades de mercado

de trabalho para construtoras, fornecedores, imobiliárias etc”.

“A empresa de construção civil é caracterizada como indústria, uma vez que se

dispõe a transformar a matéria-prima em um novo produto acabado e pronto para a

utilização”. (FERREIRA; MACHADO; SANTOS, 2004, p.173). Os autores afirmam que

a empresa de construção civil é uma indústria fundamental, básica, e que emprega

grande quantidade de mão de obra.

Para se ter ideia da importância da construção civil para os países, França,

Toze e Quelhas (2006) acrescentam:

A construção civil está diretamente relacionada com o desenvolvimento sustentável do país, devido a sua importância na dimensão econômica, social

e ambiental, apresentando um papel dualístico: é um dos ramos de maior capilaridade nas atividades socioeconômicas, mas contribui com uma importante parcela na deteriorização ambiental. Dados levantados nos EUA são válidos para os demais países industrializados e apontam para os seguintes indicadores: utilização de 30% de matérias primas, 42% do consumo de energia e 25% para o de água e 16% para o de terra, além do

segmento também contribuir para 40% da emissão de gases poluentes na atmosfera, 20% dos efluentes líquidos, 25% dos sólidos e 13% de outras liberações. A cadeia produtiva do macro-complexo da construção civil apresenta importantes impactos ambientais em todas as etapas. Toda sociedade seriamente preocupada com o futuro das próximas gerações deve colocar o aperfeiçoamento na gestão da Indústria da Construção Civil como

prioridade.

Uma grande característica do setor da construção civil é a escassez de mão de

obra qualificada, onde está sua grande necessidade, visto que é responsável pela

contratação de um número considerável de operários, permitindo a entrada no

mercado de trabalho de pessoas geralmente com baixo nível de capacitação e

instrução. Diante disso, ganha sua importância sob o ponto de vista social, pois se

torna uma importante fonte de emprego.

Partindo deste principio, segundo Cavalcante (2004), as empresas devem

adotar estratégias para que possam prestar seus serviços de forma diferenciada

visando sempre o sucesso, o desenvolvimento da organização e os resultados

positivos. Porém, para obter estes objetivos, a empresa deve trabalhar com duas

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ferramentas de suma importância: a qualificação e a motivação dos indivíduos

inseridos no processo.

Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o

Produto Interno Bruto (PIB) da Indústria da Construção Civil registrou, em 2015, a

maior queda dos últimos 12 anos. Diante de um cenário marcado por deterioração

fiscal, incertezas políticas, baixo patamar de confiança, queda na produção, recessão

econômica, desemprego elevado e crescente e inflação superior ao teto da meta

(estagflação), a Construção Civil, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou queda de 7,6% em seu Produto

Interno Bruto (PIB). É a segunda queda consecutiva na produção da Construção Civil

no Brasil e mais expressiva desde 2003 (-8,9%). Em 2015, a economia brasileira, de

acordo com o IBGE, apresentou redução de 3,8% em seu PIB, a maior registrada na

nova série histórica do indicador, iniciada em 1996. Considerando a série anterior, o

resultado do ano passado, 2016, foi o pior dos últimos 25 anos. Somente em 1990

observou-se queda mais acentuada: 4,3%. Existem em torno de 233.343 empresas

de Construção Civil no país, responsáveis pela ocupação formal de 2.585.168

trabalhadores. Considerando o setor de edificações, pode-se afirmar, observando os

dados da CBIC, que existem cerca de 96.491 empresas de edificações (residenciais,

comerciais, industriais e de serviços).

O setor da construção civil é bastante diversificado, constituindo-se por

empresas de variados portes, desde micro até grandes empresas. Conforme estudo

realizado por Pereira (2003), o setor da indústria da construção de edifícios

caracteriza-se atualmente por ter um grande número de pequenas e médias empresas

construtoras, e um número maior de micro e pequenas empresas fornecedoras de

serviços de execução.

O conceito de construção civil, de acordo com Ferreira, Machado e Santos

(2004), é extenso, abrangendo desde a preparação do solo (terraplenagem, limpeza

do solo, remoção de rochas, abertura de poços, etc.) até a limpeza final da obra após

a sua conclusão. Portando, engloba: a construção propriamente dita, a demolição,

fundações, pintura, revestimentos, a ampliação, a reforma, a recuperação e, em

alguns casos a própria conservação do imóvel, obras complementares e quaisquer

benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo.

Franco (2001) faz um comentário interessante sobre a construção civil, do

ponto de vista de outros setores da indústria: muitos setores da economia veem a

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construção civil como uma atividade atrasada, que emprega um grande contingente

de mão de obra e adota procedimentos obsoletos para a realização de seus produtos.

Sabe-se que ela é responsável por grande desperdício de materiais, tem deficiência

de mão de obra qualificada, as condições de trabalho são precárias e há uma grande

incidência de acidentes e de doenças ocupacionais.

Para Yazbek (2005), as empresas de construção civil estão classificadas em

dois grandes segmentos onde atuam:

a) Subsetor de produtos: empreendimentos de base imobiliária ou

imobiliários: as empresas trabalham basicamente com obras de

edificações, seja para a produção visando a comercialização no

mercado residencial ou comercial (empreendimentos imobiliários),

seja com a finalidade de exploração comercial do imóvel

(empreendimentos base imobiliária, tais como hotéis, hospitais,

shopping centers, parques temáticos etc.);

b) Subsetor de serviços ou de obras empreitadas: obras contratadas

a preço fixo, podendo ter seus pagamentos efetuados

parceladamente. Os principais clientes são: o setor público, as

estatais e concessionárias de serviços públicos e, por fim, o setor

privado. Este subsetor pode ser dividido em três outras

especialidades: edificações, montagem industrial e construção

pesada.

O subsetor de edificações caracteriza-se pela utilização intensa de

trabalhadores (como pedreiros, serventes, carpinteiros e pintores) e ferramentas

manuais para a maioria das tarefas. Observando o estudo de Medeiros (2002),

existem algumas características peculiares, como: condições de trabalho

insatisfatórias, baixos salários e elevados índices de acidentes. Estes fatores são

justificados pelos empregadores como sendo decorrentes do baixo nível de

qualificação profissional, baixa produtividade de mão de obra e pela alta rotatividade.

3.3 Conceitos e definições específicos

Aborda-se de forma característica a terceirização voltada para o ramo da

engenharia civil, tanto no ambito do setor da construção como para o subsetor de

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edificações, onde será focado o estudo de caso. Optou-se por limitar o estudo em

algumas definições básicas, expondo conceitos utilizados unicamente na construção

civil.

3.3.1 Terceirização no ramo da construção civil

Na construção civil a terceirização é comumente utilizada, principalmente por

ser um segmento que requer o uso em grande escala de mão de obra. A prática de

outra empresa fornecer mão-se-obra é muito usual, principalmente pelo fato de a

construção estar inserida em um ambiente excessivamente competitivo. Para o estudo

virgente, é nescessário o entendimento de alguns conceitos básicos em que estão

totalmente relacionados a engenharia e a terceirização. De acordo com o Art. 4º,

seção I, capítulo I da Instrução Normativa INSS/DC Nº 18:

I. Obra de construção civil: a construção, a demolição, a reforma ou

a ampliação de edificação, de instalação ou de qualquer outra

benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo, observado o disposto

no § 1º.

II. Proprietário (pessoa física) - pessoa jurídica (empresa): a empresa

proprietária do imóvel ou que detém a sua posse na qualidade de

promitente-comprador, de cessionário ou de promitente-

cessionário de direitos e que executa obra de construção civil.

III. Dono da obra - pessoa física: o locatário, o comodatário, o

arrendatário ou toda pessoa física que, segundo a lei, esteja

investida no direito de posse do imóvel ou do poder de contratação,

na qual executa obra de construção civil.

IV. Empreiteira: a empresa que executa obra ou serviço de construção

civil, no todo ou em parte, mediante contrato de empreitada

celebrado com proprietário, dono da obra, incorporador ou

condômino.

V. Subempreiteira: a empresa que executa obra ou serviço de

construção civil, no todo ou em parte, mediante contrato celebrado

com empreiteira.

VI. Empresa construtora: a pessoa jurídica legalmente constituída,

com registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia -

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CREA, na forma do art. 59 da Lei nº 5.194 de 24 de dezembro de

1966, que executa obra ou serviços de construção civil sob sua

responsabilidade, podendo assumir a condição de proprietário,

dono da obra, incorporador, condômino, empreiteira e

subempreiteira.

VII. Contrato de Empreitada: aquele celebrado pelo proprietário,

incorporador, dono da obra ou condômino com empresa, para

execução de obra de construção civil, sendo:

a) Total: quando celebrado exclusivamente com empresa construtora,

conforme conceituada neste ato, que assume a responsabilidade

direta da execução total da obra, com ou sem fornecimento de

material, observado o disposto no § 2º.

b) Parcial: quando celebrado com empresa prestadora de serviços na

área de construção civil para execução de parte da obra, com ou

sem fornecimento de material.

VIII. Contrato de Subempreitada: aquele celebrado entre empreiteira

interposta e outra empresa para, na qualidade de subempreiteira,

executar obra ou serviços de construção civil, no todo ou em parte

com, ou sem fornecimento de material.

3.3.2 Terceirização no subsetor de edificações

No Brasil a construção civil é dividida em etapas das quais algumas necessitam

de mão de obra especializada, devido à grande complexidade de alguns serviços.

Principalmente no subsetor e edificações, a subcontratação é expressivamente

utilizada, com o objetivo de reduzir atividade de responsabilidade direta da empresa,

transferindo para terceiros pedaços relevantes, todavia acumulando uma

responsabilidade indireta pelo serviço efetuado. Torna-se uma das principais

estratégias de competitividade adotadas pelas empresas de construção. De acordo

com Junior e Barros (2003, p.1):

O emprego intensivo da subcontratação tem sido observado em resposta a necessidade do subsetor de edificações em equacionar o problema de alternância de equipes ao longo da obra e como parte de um movimento de

redução das atividades sob a responsabilidade direta das construtoras; neste sentido, estas procuram contratar parte significativa da obra junto à terceiros, mesmo permanecendo com a responsabilidade indireta pelo serviço executado.

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De acordo com Pereira (2003), o setor de construção de edifícios tem apontado

para algumas transformações, em funções de particularidades do processo

construtivo. São elas:

Produto único (edifício);

Enorme viabilidade de atividades;

Grande número de fornecedores (material e serviço) envolvidos em todo o

processo;

Mão de obra flutuante;

Baixa qualificação de mão de obra com a frequente carência de

profissionais qualificados;

Separação entre os agentes da cadeia produtiva etc.

Em concordância com Ferreira, Machado e Santos (2004, p.172), ‘’A

empreitada constitui a execução dos serviços, tarefa ou obra, relacionado ou não com

a atividade-fim da empresa contratante, a ser realizada nas suas dependências, nas

da contratada ou nas de terceiros, tendo como objetivo o resultado pretendido’’.

Conclui-se, segundo Giosa (1997, p.32), que ‘’A terceirização não tem limites.

Desde que a empresa se dedique mais à sua vocação, à sua missão, seus esforços

tendem a se concentrar menos na execução e mais na gestão, exigindo qualidade,

preço, prazo e inovação’’.

3.4 Contratação

Boa parte das empresas de prestação de serviços são constituídas apenas

para atender ao contratante ou admitem empregados após a contratação. E os

operários terceirizados trabalham em um processo de produção totalmente controlado

pelo tomador, que acompanha e coordena tudo o que é feito, através de orientações

técnicas e ordens diretas. São avaliados com rigor e substituídos pela menor falha, a

critério do tomador. (BARRETO, 2010).

Em 2008, a Secretaria de Inspeção do Trabalho editou a Nota Técnica de n.

88, que considerava lícita a terceirização da atividade-fim na indústria da construção

civil, por meio de contrato de empreitada, com base em interpretação do art. 455 da

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para essa situação, deverá sempre haver

previsão contratual, com as seguintes cláusulas:

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Obrigações da Contratada:

a) Manter na obra empregados devidamente registrados, em número

suficiente ao bom andamento dos serviços e de acordo com a

necessidade da CONTRATANTE;

b) Zelar pela disciplina de seus empregados, retirando da obra ou

promovendo a substituição, sem ônus para a CONTRATANTE,

daqueles que forem considerados indesejáveis ou que não

estiverem atendendo às regras e normas de segurança;

c) A Contratada se obriga a: manter na obra o número suficiente de

operários necessários ao bom andamento dos serviços e de acordo

com as solicitações da Contratante; manter permanentemente na

obra um encarregado geral, que deverá acatar as instruções

oriundas da Contratante; retirar da obra, no prazo de 24 (vinte e

quatro) horas, todo operário que for julgado indesejável à obra, sem

ônus para a Contratante.

d) Substituir qualquer funcionário que a CONTRATANTE julgue não

possuir as qualificações necessárias ao ofício, ou seja, considerado

indesejável ou inconveniente à sequência regular dos serviços

contratados.

3.4.1 Importância da subcontratação na construção civil

A terceirização é identificada como o processo através do qual as empresas

transferem para terceiros as suas atividades meio, isto é, atividades de apoio,

enquanto a subcontratação refere-se à transferência de atividades fins, caracterizadas

pelas etapas do processo produtivo. (BRANDLI et al., 1998).

Os subempreiteiros têm um grande poder sobre o processo produtivo, o que

faz com que as empresas se obriguem a ir além das relações unívocas de

subempreitada, limitadas às transferências econômicas e comerciais. De nada adianta

gerir e controlar uma parte limitada da obra, se o conjunto dos intervenientes da cadeia

escapa ao sistema (CARDOSO, 1996).

Conforme de Picchi (1993), a qualidade na construção de edifícios não decorre

somente da gestão da qualidade em empresas construtoras, mas também dos demais

intervenientes, entre eles os subcontratantes. Os materiais ou serviços comprados por

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uma empresa fazem parte de seu produto e, portanto, afetam diretamente sua

qualidade.

3.4.2 Motivos da subcontratação

A subcontratação como uma forma organizacional chave da indústria da

construção civil demanda algumas explicações. Vários são os motivos que justificam

a subcontratação; entretanto, todos estão intimamente ligados ao grau de flexibilidade

de resposta às incertezas deste mercado. (BRANDLI et al., 1998), como, por exemplo:

o fato de os seus serviços serem únicos, altamente variados com relação às técnicas,

localização e projeto; a descontinuidade e natureza do processo produtivo; o caráter

temporário dos projetos, que requerem uma demanda variável de mão de obra; a

natureza da construção, que faz com que surjam incertezas relacionadas à evolução;

as técnicas e tipos de serviços, gerando uma necessidade de se contratar

subempreiteiros para determinadas funções dentro de uma obra. (Beardsworth et al.,

1986).

Cardoso (1996) comenta que a crescente variabilidade e complexidade das

operações aumentam ainda mais o fenômeno de dependência das empresas de

construção face aos subempreiteiros.

3.5 Encargos Sociais

De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), serão

citados os encargos previdenciários e trabalhistas na construção civil. Os encargos

estão divididos em 4 grupos:

GRUPO I:

PREVIDÊNCIA SOCIAL (INSS): 20,00%

SESI: 1,50%

SENAI: 1,00%

SEBRAE: 0,60%

INCRA: 0,20%

SALÁRIO-EDUCAÇÃO: 2,50%

SEGURO-ACIDENTE: 3,00%

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FGTS: 8,00%

SOMA: 36,80%

GRUPO II:

DESCANSO SEMANAL REMUNERADO: 17,63%

FÉRIAS: 11,22%

1/3 CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS: 3,74%

FERIADOS: 4,06%

AVISO PRÉVIO: 18,34%

ENFERMIDADE: 1,48%

ACIDENTES DE TRABALHO: 0,12%

ADICIONAL NOTURNO: 0,71%

LICENÇA-PATERNIDADE: 0,05%

13º SALÁRIO: 11,22%

SOMA: 68,57%

GRUPO III:

MULTA FUNDIÁRIA (rescisão sem justa causa): 5,12%

SOMA: 5,12%

GRUPO IV (incidência do I e II)

0,3680 x 0,6857 = 25,23%

SOMA: 25,23%

Soma Geral: 135,72%

3.6 Retenções

O governo, nos últimos anos, tem transferido para a fonte pagadora (o tomador

do serviço, seu cliente) a responsabilidade sobre a obrigação tributária das empresas

através da retenção de diversos tributos, porque desta forma melhora o controle e

acelera a arrecadação dos impostos. A substituição tributária é instrumento importante

no combate à sonegação fiscal, razão pela qual a tendência é a concentração das

obrigações fiscais, visando maior recolhimento dos tributos. (FIALHO, 2016).

Referenciou-se todos os impostos obrigatórios para as empresas no Brasil.

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3.6.1 PIS (Programa de Integração Social)

Tem como objetivo financiar o pagamento do seguro-desemprego, abono e

participação na receita dos órgãos e entidades, tanto para os trabalhadores de

empresas públicas, como privadas. O PIS foi instituído através da Lei Complementar

nº 7/1970 e era destinado aos trabalhadores de empresas privadas, que eram

administrados pela Consolidação das Leis do Trabalho. O PIS é administrado pelo

Ministério da Fazenda e pago pela Caixa Econômica Federal. No regime cumulativo

as alíquotas são de 0,65%, enquanto no não cumulativo são de 1,65%. (Lei

Complementar Nº 7/1970).

3.6.2 COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)

É uma contribuição social aplicada sobre o valor bruto apresentado por uma

empresa. Como o próprio nome indica, a COFINS tem como objetivo financiar a

Seguridade Social, ou seja, áreas fundamentais como a Previdência Social,

Assistência Social e Saúde Pública. A alíquota da COFINS pode ser de 7,6% para

pessoas jurídicas em regime não cumulativo e de 3% para pessoas em regime

cumulativo.

Existem dois regimes de COFINS: o regime cumulativo e o regime não

cumulativo. Quando a taxa não é cobrada de forma cumulativa, não é cobrada todos

os meses. No entanto, em empresas que adotam o sistema de lucro presumido, a

COFINS está no regime cumulativo. A COFINS é um tributo federal, cujos

contribuintes são pessoas jurídicas de direito privado, na sua generalidade, incluindo

pessoas equiparadas com elas, de acordo com a lei do Imposto de Renda. (Lei nº

10.833/2003)

3.6.3 CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)

É uma contribuição criada para que todas as Pessoas Jurídicas (PJ) e as

equiparadas pela legislação do Imposto de Renda (IR) possam apoiar financeiramente

a Seguridade Social. A Seguridade Social compõe-se de recursos provenientes dos

poderes públicos federais, estaduais, municipais e de contribuições sociais das PJ,

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visando proteger os cidadãos no que se refere aos seus direitos a saúde,

aposentadoria e situações de desemprego. (Lei 7.689/1988)

3.6.4 ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza)

É um imposto brasileiro municipal; ou seja, somente os municípios têm

competência para instituí-lo (Art.156, III, da Constituição Federal). A única exceção é

o Distrito Federal, unidade da federação que tem as mesmas atribuições dos Estados

e dos Municípios. O ISSQN tem como fato gerador a prestação de serviço (por

empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos na lista de serviços da Lei

Complementar nº 116 (de 31 de julho de 2003).

Como regra geral, o ISSQN é recolhido ao município em que se encontra o

estabelecimento do prestador. O recolhimento somente é feito ao município no qual o

serviço foi prestado, no caso de serviços caracterizados por sua realização no

estabelecimento do cliente (tomador). Por exemplo: limpeza de imóveis, segurança,

construção civil, fornecimento de mão de obra. Os contribuintes do imposto são as

empresas ou profissionais autônomos que prestam o serviço tributável. Mas os

municípios e o Distrito Federal podem atribuir às empresas ou indivíduos que tomam

os serviços a responsabilidade pelo recolhimento do imposto. A alíquota utilizada é

variável de um município para outro. A União, por meio da lei complementar citada,

fixou alíquota máxima de 5% (cinco por cento) para todos os serviços. A alíquota

mínima é de 2% (dois por cento), conforme o artigo 88, do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal.

3.6.5 INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social)

O INSS é o órgão responsável por receber as contribuições dos indivíduos e

tem como função fazer os pagamentos de aposentadorias, auxílio-doença, pensão por

morte, auxílio-acidente e outros vários benefícios previstos por lei. Cada estado

brasileiro tem a capacidade de instituir suas próprias regras em relação à previdência

social, criando contribuições específicas para cada um.

A previdência social é um seguro para o qual as pessoas contribuem durante o

período trabalhado; e é o INSS que repassa a renda às pessoas que não têm outras

fontes de renda no momento, independente do motivo. Os funcionários têm o valor do

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INSS descontado diretamente na sua folha de pagamento, e os valores a serem

descontados vão depender do salário de cada um, podendo variar de 8% a 11%.

Quanto maior o salário, maior é o desconto. (Lei nº 8.212/1991).

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4 ANÁLISE DA MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA VERSUS MÃO DE OBRA

PRÓPRIA

Nesse capítulo, faz-se a avaliação dos dados obtidos para o estudo de caso,

referente à comparação dos valores gastos com mão de obra terceirizada e os

supostos gastos que a construtora ‘’x’’ teria tido se tivesse contratado sua própria mão

de obra para os mesmos serviços. Foi dado ênfase aos serviços de alvenaria e pintura.

Os dados foram baseados na quantidade de casas construídas durante o ano de 2016

e na produtividade da terceirizada. Obteve-se uma breve abordagem da apresentação

da empresa, com a especificação do seu tipo de construção e sua opção por contratar

mão de obra terceirizada.

4.1 Apresentação da construtora ‘’x’’

A construtora ‘’x’’ realiza seus empreendimentos tanto em obras públicas como

em obras habitacionais, focando na construção no subsetor de edificações, como os

conjuntos habitacionais, nos últimos anos. Já são mais de 5 mil imóveis entregues,

entre casas e apartamentos, em mais de 650 mil m² de área construída.

Para esta análise foi escolhido o último empreendimento, que se encontra

localizado no leste do estado de Alagoas, no município Satuba. É composto por treze

condomínios fechados, cada um deles com, em média, 472 casas, totalizando 6144

casas. As casas possuem sala de estar/jantar, três quartos, banheiro, cozinha, área

de serviço e uma vaga de garagem por casa, numa área de, aproximadamente, 54

m². Todos os empreendimentos contam com área de lazer com playground, quadra

poliesportiva, salão de festa, guarita e ruas pavimentadas.

Segundo o censo populacional do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (2010), o município alagoano Satuba é formado por uma população

estimada de 14.700 habitantes. Com a finalização da construção, a população de

Satuba tende a duplicar, visto que o megaempreendimento pode alcançar um público

de 20 mil novos habitantes.

A empresa opta por utilizar mão de obra terceirizada em certas etapas da

construção, para efetuar diversos serviços, através de contratos com as

subempreiteiras, para cada obra específica, fornecendo seu próprio quadro de

funcionários. Através de contratos, são efetuadas todas as negociações, acerto de

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valores, quantidade de serviços, assim como a determinação do prazo de construção.

Ressalta-se que todo o material é fornecido pela construtora ‘’x’’.

Figura 1 – Vista das casas residenciais. Fonte: Arquivo da construtora em estudo – Acesso 04/2017.

4.2 Dados obtidos de mão de obra terceirizada

Para o desenvolvimento do estudo de caso foram escolhidos dois serviços

terceirizados: a alvenaria e a pintura. Na negociação feita com a empresa terceirizada

foi determinado para o serviço de alvenaria que dois pedreiros e um servente

construiriam seis casas, no período de 1 mês, cada casa custando para a construtora

‘’x’’ R$ 1.405,06. Para o serviço de pintura, determinou-se que um pintor faria dez

casas por mês, pelo valor de R$ 375,00 a parte interna da casa, e R$ 125,00 a parte

externa, totalizando um valor de R$ 500,00 por casa. Buscou-se calcular os

comparativos no período do ano de 2016, quando foram construídas 1336 casas. No

quadro 1, está referenciado o valor dos gastos no ano de 2016 com os serviços de

alvenaria e pintura, da mão de obra terceirizada.

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Quadro 1 – Valores dos serviços terceirizados

Fonte: Dados da pesquisa.

4.3 Apresentação dos cálculos da mão de obra própria

Para o cálculo do comparativo do valor pago à empresa terceirizada e o suposto

valor pago à mão de obra própria da construtora ‘’x’’, utilizamos as seguintes

premissas:

A mesma produtividade de 1336 casas, durante o ano 2016;

Alvenaria de 3 casas/pedreiro/mês;

Alvenaria de 6 casas/servente/mês;

Pintura de 10 casas/pintor/mês;

Com base nessas premissas para a realização dos cálculos comparativos, a

estimativa para ter construído 1336 casas no ano 2016, considerando uma média de

112 casas por mês, com a própria mão de obra da construtora ‘’x’’, totalizou a

contratação de 38 pedreiros, 19 serventes e 12 pintores, para os serviços de alvenaria

e pintura. No quadro 2, está relacionado o quantitativo de mão de obra própria.

Quadro 2 – Quantitativo de funcionários

Fonte: Dados da pesquisa.

Serviços Terceirizados Alvenaria Pintura

Total de casas construídas 1336 1336

Valor por casa 1.405,06R$ 500,00R$

Total 1.877.160,16R$ 668.000,00R$

Serviços Pintura

Funcionários Pedreiro Servente Pintor

Total de Casas

Construídas no ano 1336 1336 1336

Total de casas por mês 112 112 112

Produtividade por

Funcionário/mês 3 6 10

Total (aprox.) 38 19 12

Total Final 12

Alvenaria

57

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Foi necessária a apresentação dos cálculos dos encargos sociais que seriam

desembolsados pela construtora, caso os funcionários tivessem sido contratados por

ela. No quadro 3 estão abordados os valores de salários pagos para cada tipo de

funcionário e os supostos totais de salários que seriam pagos por mês e por ano pela

construtora ‘’x’’.

Quadro 3 – Salários

Fonte: Dados da pesquisa.

Número de operários: Foi utilizado exatamente o número de operários:

Pedreiro = 38 funcionários

Servente = 19 funcionários

Pintor = 12 funcionários

INSS Empresa: Foi utilizado o percentual adotado pela empresa sobre o

salário total:

INSS Empresa = Salário total (final) x percentual adotado

INSS Empresa (Alvenaria) = R$ 803.244,00 x 11% = R$ 88.356,84

INSS Empresa (Pintura) = R$ 186.268,32 x 11% = R$ 20.489,51

FGTS: foi aplicado o percentual de 8% sobre o salário total obtido, sendo esses

8% depositados na conta do funcionário:

FGTS = Salário total x 8%

Pedreiro = 589.608,00 x 8% = R$ 47.168,64

Servente = 213.636,00 x 8% = R$ 17.090,88

Serviços Pintura

Funcionários Pedreiro Servente Pintor

Número de funcionários 38 19 12

Salário pago por mês 1.293,00R$ 937,00R$ 1.293,53R$

Salário Total Mensal 49.134,00R$ 17.803,00R$ 15.522,36R$

Salário Total Anual 589.608,00R$ 213.636,00R$ 186.268,32R$

TOTAL 186.268,32R$

Alvenaria

803.244,00R$

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Pintor = 186.268,32 x 8% = R$ 14.901,46

Provisão para o 13º salário: o valor do salário total foi dividido por 12 (número

de meses no ano), para saber a parcela referente ao ano de 2016:

13° salário = Salário total / 12 (número de meses no ano)

Pedreiro = 589.608,00 /12 = R$ 49.134,00

Servente = 213.636,00 /12 = R$ 17.803,00

Pintor = 186.268,32 /12 = 1 R$ 15.522,36

Provisão para as férias: foi considerado o 1/3 do salário normal:

Férias = (Salário total mensal / 12) + ((Salário total / 12) / 1/3)

Pedreiro = (49.134,00 / 12) + ((49.134,00 / 12) / 1/3) = R$ 16.378,00

Servente = (17.803,00 / 12) + ((17.803,00 / 12) / 1/3) = R$ 5.934,34

Pintor = (15.522,36 / 12) + ((15.522,36 / 12) / 1/3) = R$ 5.174,12

Alimentação: o valor da alimentação foi calculado com base nos gastos para

cada funcionário, por dia, de R$ 3,97. De acordo com o quadro 4 e 5:

Alimentação = (3,97 x dias trabalhados no mês) x número de

funcionários no mês

Transporte: assim como a alimentação, foram considerados os dias

trabalhados para realizar o cálculo e a média do valor gasto com transporte por

dia. De acordo com o quadro 4 e 5:

Transporte = (7,76 x dias trabalhados no mês) x número de

funcionários no mês

Seguro de vida: para determinar o valor do seguro de vida, foi utilizado o valor

cobrado geralmente pelas seguradoras, em torno de R$ 2,89 por funcionário,

ao mês:

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Seguro de vida = R$ 2,89 x número de funcionários x 12 meses

Seguro de vida (Alvenaria) = R$ 2,89 x 57 x 12 = R$ 1.976,76

Seguro de vida (Pintura) = R$ 2,89 x 12 x 12 = R$ 416,16

Quadro 4 – Alimentação e transporte para serviço de alvenaria

Fonte: Dados da pesquisa.

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Quadro 5 – Alimentação e transporte para serviço de pintura

Fonte: Dados da pesquisa.

Para explicar a totalização dos gastos com encargos sociais que seriam

desembolsados pela construtora ‘’x’’ caso tivesse sido realizada a contratação de mão

de obra própria, demonstramos com o quadro 6. No quadro 7 encontram-se os totais

de gastos que seriam realizados com mão de obra própria.

Quadro 6 – Encargos Sociais

Fonte: Dados da pesquisa.

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Quadro 7 – Mão de obra própria com encargos sociais

Fonte: Dados da pesquisa.

4.4 Mão de obra terceirizada versus mão de obra própria

Observou-se que no comparativo entre a mão de obra terceirizada e a própria,

a construtora teria arcado com um custo mais baixo se tivesse optado pela segunda,

durante o ano de 2016. O valor total da diferença apurada está referenciado no quadro

8.

Quadro 8 – Comparativo de mão de obra

Fonte: Dados da pesquisa

Serviços Alvenaria Pintura

Salário Anual 803.244,00R$ 186.268,32R$

Encargos Sociais Anuais 500.260,46R$ 91.271,33R$

Total 1.303.504,46R$ 277.539,65R$

Serviços Alvenaria Pintura

Mão-de-obra Terceirizada 1.877.160,16R$ 668.000,00R$

Mão-de-obra Própria 1.303.504,46R$ 277.539,65R$

Diferença Apurada 573.655,70R$ 390.460,35R$

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5 APRESENTAÇÃO DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONTRATAÇÃO

DE MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA

A partir das comparações efetuadas com a análise da mão de obra terceirizada

versus a mão de obra própria e suas abordagens individuas, foi possível identificar as

vantagens e desvantagens da terceirização para a construtora ‘’x’’. No balanço entre

seus pontos positivos e negativos, pode-se verificar que a opção de terceirizar é mais

vantajosa, em diversos aspectos, apesar de apresentar vários pontos negativos.

5.1 Vantagens da terceirização

I. Isenção de rescisão: No contrato com a empresa terceirizada, a construtora

não precisa se preocupar com os custos de rescisão, ao fim de parte ou da obra por

completo, ou com as possíveis demissões que vierem a ocorrer. No caso da

construtora ‘’x’’, suas obras são divididas em treze condomínios, cada um deles com

sua equipe de funcionários. Ao término de cada condomínio, existe um grande número

de demissões, gerando mais custo para a construtora. Com a mão de obra

terceirizada, não é preciso demitir, pois as negociações são contratuais, passando as

obrigações sociais para a empresa terceirizada;

II. Variação da quantidade de funcionários: A construtora com sua própria mão

de obra precisa administrar as faltas, afastamentos e férias, de forma a não prejudicar

o andamento da obra e o prazo de entrega, ficando com a preocupação em alocar

novos funcionários para substituição, gerando assim mais custos. Com a empresa

terceirizada, existe a flexibilidade em alocar os funcionários, pela razão de que eles

podem ser substituídos, nos afastamentos e faltas, sem gerar custos para a

construtora, pois passa a ser uma atribuição da empresa terceirizada, cujo negócio

principal é a prestação do serviço de mão de obra;

III. Isenção da administração da mão de obra: a construtora teve o serviço de mão

de obra contratado, de forma a não precisar se preocupar com o gerenciamento deles,

ocasionando ganho de tempo, foco e capital, para a construtora, podendo voltar-se

para seus negócios principais, no caso da construtora ‘’x’’, por exemplo, a venda das

casas;

IV. Financeira / Isenção de encargos sociais: A empresa com sua própria mão de

obra, além dos salários que paga diretamente aos funcionários, arca também com os

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custos dos encargos sociais e trabalhistas. Teoricamente, os custos com a execução

dos serviços, tanto dos trabalhadores próprios como dos terceirizados seriam os

mesmos, sendo que quando terceirizamos, os encargos serão da empresa

terceirizada, já que ela é a responsável e assina as carteiras de trabalho dos seus

funcionários. O fato de minimizar as admissões, demissões, encargos sociais e

trabalhistas diminui o trabalho do setor de recursos humanos, gerando tempo para

focar no objetivo principal do setor, que é o gerenciamento da qualidade de serviço do

seu quadro de funcionários, proporcionando-lhes realização e satisfação;

V. Custo com incentivos: quando utilizada mão de obra própria, é necessário

incentivar os trabalhadores a fazer os determinados serviços, da maneira mais ágil

possível, visto que é muito comum utilizar incentivos financeiros para fazer a sua

produção andar mais rapidamente. Com a empresa terceirizada, o tempo é um fator

combinado previamente, inserido no contrato, o que acarreta a diminuição dos custos

com incentivos.

VI. Rendimento: A construtora terá uma maior maleabilidade e facilidade no

acompanhamento e na execução de várias obras simultaneamente, ganhando tempo

para focar em outros serviços e agilizando a obra, estando isenta da responsabilidade

e preocupação na destinação dos funcionários de uma obra para outra;

VII. Produtividade: A terceirização tem como base fundamental a melhor

produtividade de seus trabalhadores, pois como eles são contratados para fazer

aquele serviço especifico, tornam-se especialistas pela repetitividade, mesmo

podendo existir algumas terceirizadas que se especializam em vários serviços;

VIII. Preços: A melhor produtividade traz um menor custo para a empresa

terceirizada, o que a faz poder oferecer um preço mais baixo para a construtora,

mesmo existindo a concorrência no mercado, o que pode gerar valores inexequíveis

para elas, motivando, muitas vezes, sua quebra. Mas o normal é que os preços

cobrados pelas terceirizadas sejam maiores que os custos próprios das empresas,

ainda que estas procurem fechar com aquelas, valores sempre abaixo dos seus custos

orçados;

IX. Administração da empresa de construção civil: A empresa construtora adquire

ganhos administrativos na questão da gestão de seus departamentos, concentrando

os objetivos no negócio e no mercado da construção civil, tornando-se mais

competitiva por meio do foco na qualidade do serviço oferecido, da busca por

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inovações no ramo da construção civil tanto, na organização e planejamento da

promessa de vendas, para investir em marketing e publicidade.

5.2 Desvantagens da terceirização

I. Responsabilidade solidária e subsidiária: A responsabilidade solidária pode

dividir-se em ativa e passiva. A ativa consiste na responsabilidade do empregador,

que neste caso é a empresa terceirizada. A passiva, a responsabilidade está em que

a construtora pode agir de forma solidaria com a empresa terceirizada. (No entanto se

for comprovado que o acidente ocorreu devido a dolo ou culpa da construtora ela

também será condenada a pagar indenização.) Responsabilidade subsidiária também

acontece quando a construtora é obrigada a complementar o que a empresa

terceirizada não foi capaz de fazer sozinha; ou seja, a construtora só responde pela

dívida ou débito depois que os bens do devedor, no caso os da empresa terceirizada,

não forem suficientes para a satisfação do débito;

II. Segurança: o fato de contratar a sua própria mão de obra traz uma maior

segurança para à construtora, devido ao processo seletivo de admissão com os

prévios exames psicológicos, termos de confidencialidade e código de conduta,

mesmo que em alguns casos ocorra alguma intercorrência;

III. Confiança: a contratação da sua própria mão de obra gera uma maior

confiança, no serviço que está sendo executado, no monitoramento dos materiais que

estão sendo utilizados na obra, apesar de, ainda assim, puder ocorrer alguns tipos de

furtos;

IV. Desperdício: a construtora possui seu próprio regime de diminuição de

desperdícios com os materiais de construção e também o devido comprometimento

com seus bens, principalmente na forma de como conduzir os equipamentos e na

obrigatoriedade em utilizar os equipamentos de segurança de modo a não os

depredar. O serviço de mão de obra terceirizada faz com que seja mais complexa a

obtenção do devido comprometimento dos funcionários; isto é, fazer com que os

funcionários da terceirizada cumpram o regime adotado pela construtora. É

necessário um controle mais rigoroso para conseguir a diminuição dos desperdícios;

V. Treinamento da mão de obra: embora a qualidade e a técnica da mão de obra

sejam um fator predominante para a contratação da mão de obra terceirizada, pode

acontecer de ocorrer uma falta de técnica que interfira na produtividade da obra.

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6 CONCLUSÃO

Diante do estudo realizado, pode-se dizer que o objetivo da pesquisa em

comparar a mão de obra terceirizada com a mão de obra própria foi devidamente

alcançado. Através do estudo de caso na construtora alagoana ‘’x’’, abordado de

forma financeira, feito o comparativo dos custos, verificou-se o custo mais alto em

terceirizar os serviços de alvenaria e pintura.

Vistas de forma clara as vantagens e desvantagens da terceirização, conclui-

se que mesmo obtendo um custo mais elevado com a terceirização, ainda é mais

vantajoso do que contratar sua própria mão de obra, pois as vantagens são muito

maiores que as desvantagens, pois o custo elevado é barateado a longo prazo.

A construtora ‘’x’’ buscou de forma estratégica a terceirização, objetivando as

vantagens mais atrativas, a flexibilidade no andamento da obra referente a não

oscilação de empregados, a qualidade e agilidade no serviço prestado, reduzindo o

tempo de construção, o que gerou eficiência e rentabilidade.

O principal e maior risco da terceirização baseia-se na contratação de

empresas inadequadas, sem competência e credibilidade financeira, gerando,

principalmente, problemas trabalhistas. Entendeu-se que a terceirização utilizada para

somente reduzir custos leva a construtora a não alcançar seus objetivos, pois a

terceirização visa, acima de tudo, qualidade, eficiência e redução de tempo.

Pode-se dizer que a construtora busca novas maneiras de beneficiar os

serviços terceirizados, mantendo uma relação de segurança e confiança, para que as

mesmas contratadas prestem serviços por um longo tempo à empresa, garantindo

assim uma melhor qualidade nos serviços prestados, uma vez que é de extrema

importância existir um elo de confiança entre a empresa terceirizada e a construtora.

É necessário entender que quanto mais experiência o terceirizado possuir em

prestação de serviços, a tendência é de ter segurança em relação à aplicação das

suas normas de trabalho e políticas internas.

Nos dias de hoje as empresas de construção civil estão buscando cada vez

mais se modernizar para enfrentar de forma mais competitiva seus concorrentes, já

que a terceirização é uma tendência atual que busca alcançar uma maior

produtividade, elevar a qualidade, reduzir os custos e sobreviver em um ambiente

extremamente competitivo. Logo, é primordial possuir uma visão estratégica do que

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se pretende fazer dentro da obra, onde a terceirização deve acontecer como uma

parceria e não apenas como uma prestação de serviço.

O estudo foi extremamente importante, não só para a construtora ‘’x’’, que se

disponibilizou a conceder as informações necessárias para a pesquisa em estudo,

mas também para as pesquisadoras.

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REFERÊNCIAS

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BARRETO, A. B. Terceirização na Construção Civil. Goiás, p. 1-11, 2010.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA O SETOR DE RECURSOS HUMANOS DA

CONSTRUTORA ‘’X’’

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ANEXO A – IMAGEM DAS CASAS DA CONSTRUTORA ‘’X’’