anexo 2 - greve relatorio reuniao coletivo juridico2012

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  SINASEFE Fundado em 11 /11/ 1988   CNPJ: 03.658.820/0001-63 SCS  QD 02 ENT. 22 BL.”C” ED. SERRA DOURADA SLS.109/110  CEP 70.300-902  BRASÍLIA/DF FONES: (061) 2192-4050   FAX: 2192-4095 e-mail: [email protected]  HOME PAGE: http//: www.sinasefe.org.br SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA  Filiado à CSP- CONLUTAS e CEA RELATÓRIO DA REUNIÃO DO COLETIVO JURÍDICO DO SINASEFE Pauta Específica - GREVE  No último dia 12 de junho foi realizada Reunião do Coletivo Jurídico do SINASEFE, no hotel San Marco, em Brasília. A reunião iniciou às 09h30min e terminou às 17horas. Contou com a presença de 19 participantes, considerando Diretores da Nacional, Assessoria Jurídica da Nacional e diretores das Seções Sindicais e advogados. A Coordenação Geral e a Pasta do Jurídico realizaram abertura dos trabalhos inclusive com informes sobre situação atual das negociações com o Governo Federal e os motivos da greve. A seguir dada a palavra ao advogado Valmir Floriano Vieira de Andrade, integrante do escritório Wagner Advogados Associados, Assessoria Jurídica da Direção Nacional, referiu da importância do momento atual em que as entidades estão ingressando em greve, devido a intransigência do Governo Federal que sequer cumpre a revisão geral e anual. O objetivo da presente reunião é orientar juridicamente as Seções Sindicais e assessores  jurídicos para que obtenham sucesso na greve. Os tribunais têm sido rigorosos quando analisam processos ajuizados pela Administração Pública contra o movimento grevista. Por isso é fundamental cumprir os requisitos  para a greve, evitando decisão judicial de abusividade ou ilegalidade pelo simples fato de não cumprir algum requisito para deflagração do movimento paredista. Greve é questão políti ca, sendo que as assessorias devem estar a disposição para orientar e atuar quando necessário e solicitados pelos servidores, devendo evitar a judicialização da discussão da greve, salvo em situações extremas. A seguir foi tratada a seguinte pauta: 1) Constituição Federal e previsão do direito de greve    art. 37, inciso VII; 2) Lei de Greve   7783/89 e adaptações do STF; 3) Decreto 1480/95 e sua inconstitucionalidade ; 4) Projeto de lei que tramita    prejudicial aos servidores públicos; 5) Assembléias; 6) Comunicaçã o prévia de 72 horas; 7) Pauta Geral e pauta local; 8) Suspensão do contrato de trabalho: férias, estágio probatório, aposentadoria, licenças; Negociação e r eposição; 9) Utilização de meios pacíficos; 10) Permitir quem não aderiu a greve tem o direito de tr abalhar; 11) Assédio Moral na greve; Foi incluído pela Seção de Belém que tem respondido diversos processos criminais. Tem conseguido arquivamento de alguns. Atos contra a greve configuram crime contra a liberdade sindical fazendo-se necessário atuar contra ato de gestores; 12) Participação na greve dos servidores em estágio probatório, Cargos de Direção e Função Gratificada; 13) Desconto dos dias de greve; 14) Ponto paralelo; 15) Entendimento do STF sobre os descontos    salários em atraso, art. 14 da Lei 7783/89; circunstâncias excepcionais; MP 568/2012; 16) Judicialização da greve. Ajuizamento pelo governo, AGU, MPF. Liminar e multa x ajuizamento pelos Sindicatos; Ação é de âmbito nacional e de competência do STJ; 17)  Amicus curiae do SINASEFE no AI 853.275/RJ    STF   Min. Dias Tofolli; 18) Serviços essenciais; 19) Atendimento das necessidades inadiáveis da população; 20)  Negociaçõe s após o fim da g reve; 21) Tratativas com os gestores para não descontar dias, pois haverá compensação e reposição; 22) LDB prever número mínimo de dias letivos;

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7/18/2019 Anexo 2 - GREVE Relatorio Reuniao Coletivo Juridico2012

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SINASEFE Fundado em 11 /11/ 1988  – CNPJ: 03.658.820/0001-63 

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Filiado à CSP- CONLUTAS e CEA 

RELATÓRIO DA REUNIÃO DO COLETIVO JURÍDICO DO SINASEFEPauta Específica - GREVE

 No último dia 12 de junho foi realizada Reunião do Coletivo Jurídico do SINASEFE, no hotel San Marco, emBrasília. A reunião iniciou às 09h30min e terminou às 17horas. Contou com a presença de 19 participantes,considerando Diretores da Nacional, Assessoria Jurídica da Nacional e diretores das Seções Sindicais eadvogados. A Coordenação Geral e a Pasta do Jurídico realizaram abertura dos trabalhos inclusive com informessobre situação atual das negociações com o Governo Federal e os motivos da greve.A seguir dada a palavra ao advogado Valmir Floriano Vieira de Andrade, integrante do escritório WagnerAdvogados Associados, Assessoria Jurídica da Direção Nacional, referiu da importância do momento atual emque as entidades estão ingressando em greve, devido a intransigência do Governo Federal que sequer cumpre arevisão geral e anual. O objetivo da presente reunião é orientar juridicamente as Seções Sindicais e assessores

 jurídicos para que obtenham sucesso na greve. Os tribunais têm sido rigorosos quando analisam processosajuizados pela Administração Pública contra o movimento grevista. Por isso é fundamental cumprir os requisitos

 para a greve, evitando decisão judicial de abusividade ou ilegalidade pelo simples fato de não cumprir algumrequisito para deflagração do movimento paredista. Greve é questão política, sendo que as assessorias devem estara disposição para orientar e atuar quando necessário e solicitados pelos servidores, devendo evitar a judicializaçãoda discussão da greve, salvo em situações extremas.A seguir foi tratada a seguinte pauta:

1)  Constituição Federal e previsão do direito de greve –  art. 37, inciso VII;2)  Lei de Greve –  7783/89 e adaptações do STF;3)  Decreto 1480/95 e sua inconstitucionalidade;4)  Projeto de lei que tramita –  prejudicial aos servidores públicos;5)  Assembléias;6)  Comunicação prévia de 72 horas;

7)  Pauta Geral e pauta local;8)  Suspensão do contrato de trabalho: férias, estágio probatório, aposentadoria, licenças; Negociação e reposição;9)  Utilização de meios pacíficos;10) Permitir quem não aderiu a greve tem o direito de trabalhar;11) Assédio Moral na greve; Foi incluído pela Seção de Belém que tem respondido diversos processos criminais.

Tem conseguido arquivamento de alguns. Atos contra a greve configuram crime contra a liberdade sindicalfazendo-se necessário atuar contra ato de gestores;

12) Participação na greve dos servidores em estágio probatório, Cargos de Direção e Função Gratificada;13) Desconto dos dias de greve;14) Ponto paralelo;15) Entendimento do STF sobre os descontos  –   salários em atraso, art. 14 da Lei 7783/89; circunstâncias

excepcionais; MP 568/2012;16)  Judicialização da greve. Ajuizamento pelo governo, AGU, MPF. Liminar e multa x ajuizamento pelos

Sindicatos; Ação é de âmbito nacional e de competência do STJ;17)  Amicus curiae do SINASEFE no AI 853.275/RJ –  STF –  Min. Dias Tofolli;18) Serviços essenciais;19)  Atendimento das necessidades inadiáveis da população;20)  Negociações após o fim da greve;21)  Tratativas com os gestores para não descontar dias, pois haverá compensação e reposição;22)  LDB prever número mínimo de dias letivos;

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23)  55% da dedicação exclusiva como incluir na legislação;24)  Emendas apresentadas na MP 568 pelo SINASEFE;25)  Corte de bolsas dos estudantes se entrarem em greve;26)  Representação na OIT contra a criminalização em face da greve;27)  Servidores que não possuem data-base e concessão de reajuste de 4%;28)  Abertura de PAD em razão da participação na greve;29)  Diárias serão cortadas pelo gestor para quem está com capacitação prevista;30)  Reunião de hoje com governo. Só os docentes participarão e não os técnicos;31)  Gastos que serão feitos pelo comando de greve local, como ficará;32)  Processos de avaliação de servidores, que deixavam claro que era porque o servidor tinha participado da

greve;33)  Greve: uma questão política.

- Constituição Federal e previsão do direito de greve – 

 art. 37, inciso VII- Lei de Greve  –  7783/89 e adaptações do STF- Decreto 1480/95 e sua inconstitucionalidade- Projeto de lei que tramita  –  prejudicial aos servidores públicosEm sua redação original, o artigo 37, inciso VII da Constituição Federal assegurou o exercício do direito de greve

 para os servidores públicos civis, o qual deveria ser regulamentado sob a forma de lei complementar . Com aEmenda Constitucional nº 19/1998, a exigência passou a ser a edição de lei ordinária.Entretanto, quer sob a vigência da redação original do dispositivo constitucional, quer após as alterações trazidas

 pela emenda constitucional referida, o exercício do direito de greve dos servidores públicos não foi regulamentado.A omissão legislativa restou reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento dos Mandados de Injunção670/ES, 708/DF e 712/PA, nos quais foi superada a questão da legalidade da greve no serviço público e

determinadas quais normas seriam aplicáveis enquanto pendente a edição da legislação exigida. No essencial, tem-se pela legalidade da greve no serviço público federal, direito esse que deve ser exercido nostermos enunciados pelo Supremo Tribunal Federal.Diante dessa omissão legislativa o STF adotou a Lei 7783/89 - que é a Lei de Greve dos trabalhadores celetistas –  fazendo adaptações para os servidores públicos.

Em 1995, o Governo Fernando Henrique publicou o Decreto 1480, dizendo que os dias de greve não poderiam serabonados, compensados ou computados, para fins de contagem de tempo de serviço. Ainda, referido decreto dizque os servidores com cargo em comissão ou função gratificada serão imediatamente exonerados ou dispensados se

 participarem da greve. Ocorre que este decreto 1480, é inconstitucional pois o direito de greve está previsto naConstituição Federal, sendo reconhecido para todos em igualdade de condições.Tramita no Congresso Nacional Projeto de Lei nº 4497/2007 de autoria da Deputada Rita Camata, com apensos de

outros PLs sobre o assunto.

- Assembléias- Comunicação prévia de 72 horas- Pauta Geral e pauta localÉ importante seguir e cumprir todos os passos formais para se evitar eventual reconhecimento ou alegação deilegalidade em razão de não ter cumprido os requisitos para deflagração da greve.1º. Aprovação da Pauta de Reivindicações: A pauta de reivindicações deve ser aprovada em Assembléia Geral dacategoria, observados sempre os procedimentos de convocação e os quóruns de instalação e deliberação fixados no

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Estatuto do Sindicato.A pauta pode ser desdobrada, se necessário, em exigências de nível nacional e local. No quediz respeito à convocação, deve-se atentar para a amplitude da publicidade, o que deve ocorrer com a divulgação doEdital de Convocação da Assembléia. Ainda, a antecedência da Assembléia deve cumprir o prazo do Estatuto ouRegimento Interno. Observados os quóruns, é importante que seja realizada a discussão e a votação da pauta dereivindicações, procedimentos que devem constar com clareza em ata.2º. Apresentação da Pauta: A pauta de reivindicações aprovada pela Assembléia deve ser redigida e formalmenteentregue à autoridade administrativa responsável. Observa-se a necessidade de haver prova do recebimento dodocumento, que pode ser protocolado junto ao órgão público. A entrega pode, ainda, dar-se de forma solene,deflagrando as negociações.3º. Negociação exaustiva: O processo de negociação com a autoridade competente, bem como a sua comprovação,constitui importante elemento a ser observado para eventual deflagração do movimento grevista. Antes da greve,deve-se buscar ao máximo o entendimento através da negociação de boa-fé. Essa negociação deve ser tentada deforma exaustiva; quando possível, até que se esgotem as possibilidades de acordo, seja através de negativa expressada Administração, seja do rechaço implícito das reivindicações do sindicato ou mesmo da falta de resposta a

elas.Para tanto, é importante documentar esse processo da forma mais completa possível, formalizando todos osatos por escrito e entregando-os mediante recibo, bem como arquivando ofícios de resposta às reivindicações,notícias veiculadas nas diversas mídias, certidões que atestem o agendamento de reuniões, atas de negociação, etc.É interessante anexar documentos comprobatórios da negociação advindos de outras fontes que não o própriosindicato ou imprensa sindical.4º. Convocação da Assembléia: A deflagração da greve é decisão da categoria, motivo pelo qual as formalidadesde convocação, instalação e deliberações que constam no Estatuto do Sindicato devem ser respeitadas, sendoconvocada toda a categoria e não apenas os filiados ao sindicato. Deve ser dada ampla publicidade e observada aanterioridade razoável. Em casos de urgência e necessidade, podem ser usados prazos menores.5º. Deliberação sobre a greve:  No que tange às deliberações sobre a greve, aplicam-se as regras do estatuto,sobretudo no que diz respeito ao quórum. O processo de deliberação e as decisões devem ser registrados em ata da

forma mais clara possível, sempre de acordo com as formalidades estatuárias.6º. Comunicação da greve:  Para o funcionalismo público, a realização do movimento grevista deve sercomunicada com antecedência mínima de setenta e duas horas. Deve haver uma comunicação formal ao órgão

 público “empregador” (entregue mediante recibo).É necessário seguir corretamente todos os passos e cumprir os requisitos, para fins de evitar que na hipótese deeventual ingresso de ação judicial pela Administração Pública não ocorra reconhecimento de ilegalidade por não tercumprido as exigências.

- Suspensão do contrato de trabalho: férias, estágio probatório, aposentadoria, licenças; Negociação ereposição A legislação diz que a greve suspende o contrato de trabalho. Assim, o tempo não é contado. Portanto, quem possui

férias poderá remarcar após retornar da greve. Para isso é importante, se tiver férias agendadas, informarexpressamente o órgão que está cancelando e será remarcada posteriormente, para não alegar que o servidor jáusufruiu durante o período de greve. Também, o período não conta para estágio probatório, aposentadoria, licença,contudo como sempre é feita negociação de reposição dos dias, então respectivo tempo deve ser computado paratais fins. Ou seja, havendo a reposição o período de greve deve ser contado para todos os fins.

- Utilização de meios pacíficos- Permitir quem não aderiu a greve tem o direito de trabalhar

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A Lei de Greve no artigo diz que são assegurados aos grevistas, dentre outros direitos o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os servidores/trabalhadores a aderirem à greve. Assim, não é toleradaa violência contra pessoas ou danos ao patrimônio público. Em nenhuma hipótese, os meios adotados porempregados poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem. Além disso, não

 poderá impedir o acesso ao trabalho para aqueles que não aderirem à greve.

- Assédio Moral na greve; Foi incluído pela Seção de Belém que tem respondido diversos processoscriminais. Tem conseguido arquivamento de alguns. Atos contra a greve configuram crime contra aliberdade sindical fazendo-se necessário atuar contra ato de gestores.O assédio moral deve ser denunciado. O comando local de greve deve adotar as providencias cabíveis paracombater o assédio moral, seja fazendo representação contra o assediador, denuncias no ministério públicofederal e ingressar com processo judicial se necessário. Além disso, informar também a Nacional, que a

 juntamente com a Assessoria Jurídica Nacional irão orientar e também adotar as providencias necessárias.Uma das possibilidades pela Nacional é denunciar ao MEC. Os servidores não podem se deixar assediar por

gestores, que também são servidores.O tema surgiu debate, com indagação se a greve a medida que suspende o contrato de trabalho, então não seconfigurando o assédio, além disso é um fato reiterado, uma perseguição constante, sendo que na greve muitasvezes é um ato isolado do gestor.A Assessoria Jurídica Nacional manifestou seu entendimento que a conduta de pressionar o servidor paratrabalhar configura sim assédio moral, o qual pode inclusive ser praticado com apenas um ato.Sem dúvida que é importante realizar todos os procedimentos necessários para combater o assédio moral. AAJN possui uma cartilha sobre o assunto. A simples divulgação já é um meio de coibir tal prática, porque oservidor fica mais informado e reage ao assédio.Outrossim, o artigo 6º da Lei de greve diz expressamente que é vedado ao órgão/empresas adotar meios paraconstranger o servidor/empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação

do movimento.Enfim, o assédio moral é um tema que possibilitaria uma vasta e longa discussão. Uma vez ocorrendo manejarde todos os meios de denuncia conforme acima analisado.

- Participação na greve dos servidores em estágio probatório, Cargos de Direção e Função GratificadaOs servidores em estágio probatório, Cargos de Direção e Função Gratificada possui direito de participar dagreve, em igualdade de condições com os demais servidores. Não poderão sofrer nenhuma restrição em seudireito pelo fato de terem participado da greve.O estágio probatório é o meio adotado pela Administração Pública para avaliar a aptidão do concursado aoexercício do serviço público, sendo que essa aferição apenas pode dar-se por critérios lógicos e precisos.Pertinente observar, desse modo, que a participação em movimento grevista não configura falta de habilitação

 para a função pública ou inassiduidade, não podendo o servidor em estágio probatório ser penalizado peloexercício de direito que constitucionalmente lhe é assegurado. Portanto, embora no período da greve ocorrasuspensão do vínculo funcional (equivalente à suspensão do contrato de trabalho), tal fato não poderárepercutir negativamente na avaliação do servidor. Se o servidor tiver uma avaliação negativa, em razão dofato de participar da greve, poderá apresentar recurso administrativo requerendo a revisão das notas e ação

 judicial para anular a avaliação. No que tange aos ocupantes de cargos em comissão possuem os mesmos direitos daqueles que desempenhamsuas funções em cargos de provimento efetivo e, desse modo, não podem ser punidos pela participação emmovimento grevista. É indispensável ressaltar que a exoneração de cargo em comissão ou a dispensa de

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função de confiança pode dar-se pelo mero juízo da autoridade competente, a qualquer tempo eindependentemente de motivação. Entretanto, se a exoneração for decorrente da participação em movimentogrevista, e desde que seja possível fazer prova deste fato, poderá restar caracterizada a prática de assédiomoral, sendo viável ação judicial que pleiteie não apenas a recondução ao cargo comissionado, mas tambémindenização.

Desconto dos dias de grevePonto paraleloEntendimento do STF sobre os descontos  –  salários em atraso, art. 14 da Lei 7783/89; circunstânciasexcepcionais; MP 568/2012Judicialização da greve. Ajuizamento pelo governo, AGU, MPF. Liminar e multa x ajuizamento pelos

Sindicatos; Ação é de âmbito nacional e de competência do STJAmicus curiae  do SINASEFE no AI 853.275/RJ –  STF –  Min. Dias TofolliO pagamento dos dias de greve, via de regra, tem sido objeto de negociação durante a própria greve, situação

que favorece os servidores quando presente o diálogo. O Supremo Tribunal Federal estabeleceu que a grevede servidores suspende o contrato de trabalho (ou seja, suspende o vínculo funcional, já que os servidores sãoestatutários) e, consequentemente, possibilita o alcance da remuneração. A despeito disso, a manutenção dorepasse deverá ocorrer sempre que a greve tenha sido provocada justamente por atraso no pagamento e

outras situações excepcionais. Nesse ponto, é importante atentar para a ressalva consistente na definição de“outras situações excepcionais”. Ela abre a possibilidade de discussão quanto à excepcionalidade de diversas

situações, o que permite, nesses casos, o pagamento da remuneração mesmo no período de greve.Exemplificativamente, pode ser caracterizada como excepcional a situação dos docentes, que têm obrigaçãode cumprir a carga horária anual fixada pela LDB. Dessa forma, a despeito de fazerem greve, terão querecuperar os dias parados, sem receber remuneração extra por isso. Portanto, não há qualquer justificativa parao corte da remuneração; antes pelo contrário, há a obrigação de alcançá-la, já que as aulas serão

necessariamente recuperadas e esse trabalho não pode ser prestado gratuitamente.Também em outras situações a necessidade de posterior compensação do serviço, como no caso dos técnico-administrativos, inclusive fora do horário, é motivo que pode ser alegado como justificativa para o pagamentoda remuneração do período de greve, já que o trabalho será necessariamente realizado a posteriori e tanto aConstituição Federal quanto a legislação ordinária vedam a prestação de trabalho gratuito . Esse é um aspectoimportante a ser analisado em eventuais ações judiciais que tratem da questão da remuneração relativa ao

 período de greve. Assim, também é importante o diálogo com o gestor envidando esforços para convence-lo, pelos fundamentos acima, que não poderá realizar descontos na remuneração dos servidores.Além disso, cabe salientar que, nas situações em que o Judiciário entender pela necessidade de devolução aoErário dos valores recebidos em relação aos dias de greve, é possível alegar que deve ocorrer em  parcelas

equivalente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão  (artigo 46 do RJU), caso não consiga

impedir a restituição integral.O STF já reconheceu que não pode ocorrer descontos na remuneração dos servidores quando a greve émotivada por atraso nos salários. Ora o Governo não cumpre a revisão geral e anual, isso gera é consideradoentão salários atrasados. Também, reconhece valores administrativos para vários servidores, porém não pagadeixando em exercícios anteriores, cujos valores confessados mais não pagos também correspondem a saláriosatrasados.O artigo 14 da Lei de Greve preconiza que não constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisaçãoque tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição ou seja motivada pela superveniência defatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação de trabalho.

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Sem dúvida que a Medida Provisória nº 568, não incluindo os servidores técnico-administrativos com reajustee nem os docentes do Ensino Básico Federal, bem como a previsão de mudança da forma de pagamento dosadicionais de insalubridade e periculosidade modifica substancialmente a relação de trabalho, permitindoaplicação do citado artigo 14, demonstrando que a greve não é abusiva e não pode haver qualquerquestionamento quanto a descontos na remuneração.A utilização do “ponto paralelo” tem como objetivo evitar que no futuro a administração venha a alegar que

faltas fossem consideradas “injustificadas” razão pela qual sugerimos sua adoção. Porém, recomendamos

muito cuidado quanto à utilização deste ponto que deve ser utilizado pelo comando de greve local ou a própria pessoa, pois, como se disse, poderia ser usada como fundamento para suspender o pagamento devencimentos.Greve é uma questão política. Por isso não se recomenda ingresso de qualquer ação judicial. Se alguém quiserdiscutir na justiça então o governo ou Ministério Público que ajuízem ação. Como é greve de âmbito nacionalo processo deve ser ajuizado em Brasília no STJ. Assim, se o governo ou Ministério Público ajuizar em algumestado, contra a Seção Sindical poderá ser alegado incompetência, pois o justiça competente é o STJ. As

Seções Sindicais só devem ingressar com processo em casos extremos, quando realmente for adotado providencias para descontar a remuneração dos servidores em determinado Instituto. Mas antes disso, deveinformar a Nacional, que consultará a sua Assessoria Jurídica, a qual está a disposição para contribuir notrabalho e orientar.Cumpre informar que a respeito dos descontos dos dias de greve o tema está com repercussão geral no

 processo 853.275, que irá gerar jurisprudência e súmula vinculante. O SINASEFE, através da AJN, ingressounesta ação judicial no Supremo requerendo que seja julgado favorável aos servidores.

Serviços essenciaisAtendimento das necessidades inadiáveis da populaçãoOs serviços considerados realmente essenciais devem ser mantidos em, no mínimo 30%. Deve-se considerar

apenas o setor que seja essencial. A definição e análise de quais setores tem serviços essenciais deve serrealizada pelo Comando Local de Greve, Direção da Seção Sindical ou servidores. NÃO é o gestor que dizquais setores permanecerão, ou define o percentual. Caso o gestor entenda necessário que determinado setorfuncione durante a greve, o correto é solicitar uma reunião com o Comando de Greve ou direção da Seção

 para negociar a situação.Evidente que ao considerar o que é serviço essencial prevalece a prudência e razoabilidade. Por exemplo,deve permanecer o tratamento e alimentação de animais. Elaboração da folha de pagamento, dentre outros.Da mesma forma deve ser mantido o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Necessidadesinadiáveis da comunidade são aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, asaúde ou a segurança da população.

Negociações após o fim da greveTratativas com os gestores para não descontar dias, pois haverá compensação e reposiçãoLDB prever número mínimo de dias letivosApós encerrada na greve ocorre a negociação para reposição do respectivo período, até porque não havendodescontos na remuneração é necessário prestar o trabalho que foi pago. A possibilidade de reposição dos diasé argumento importante contra o gestor que faz ameaça de efetuar corte da remuneração. Se fizer descontosnão haverá nenhuma responsabilidade de o servidor repor os dias de greve, existindo então a possibilidade decancelamento do calendário letivo. Lembra-se que a LDB estipula número mínimo de dias letivos, conforme

 já analisado anteriormente.

7/18/2019 Anexo 2 - GREVE Relatorio Reuniao Coletivo Juridico2012

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SINASEFE Fundado em 11 /11/ 1988  – CNPJ: 03.658.820/0001-63 

SCS – QD 02 ENT. 22 BL.”C” ED. SERRA DOURADA SLS.109/110 – CEP 70.300-902 – BRASÍLIA/DF

FONES: (061) 2192-4050 – FAX: 2192-4095 e-mail: [email protected] HOME PAGE: http//: www.sinasefe.org.br

SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAISDA EDUCAÇÃO BÁSICA, PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Filiado à CSP- CONLUTAS e CEA 

- 55% da dedicação exclusiva como incluir na legislaçãoOs percentual de 55% que não constou no corpo da Lei 11.784/08 pode ser pauta de reivindicação junto aoGoverno Federal.

- Emendas apresentadas na MP 568 pelo SINASEFEO SINASEFE apresentou para os Deputados Federais 06 emendas à Medida Provisória 568: 1) Emenda comtabelas para reajuste para os servidores técnico-administrativos; 2) Emenda com tabelas de reajuste de 4%

 para os docentes do Ensino Básico Federal; 3) proposta de Emenda visando incluir os docentes do EnsinoBásico Federal que ainda não foram para a Carreira do EBTT; 4) Supressão da modificação dos critérios do

 pagamento dos adicionais de insalubridade, periculosidade, risco de vida e radiação ionizante de percentual para valor fixo; 5) supressão das tabelas que reduzem o vencimento básico dos médicos, passando aconsiderar a jornada de trabalho; 6) supressão das tabelas que reduzem as gratificações dos médicos, passandoa considerar a jornada de trabalho.

- Corte de bolsas dos estudantes se entrarem em greveA ameaça do gestor público de cortar a bolsa dos estudante, não pode prevalecer eis que a greve é dosservidores. Além disso, conforme antes referido é importante manter o setor de pagamento para que osservidores não sejam prejudicados na sua remuneração e nem os estudantes carentes.

- Representação na OIT contra a criminalização em face da greveA Assessoria Jurídica Nacional está a disposição para encaminhar todas as denuncias necessárias que visemcriminalizar a greve. Para isso, conforme antes referido, também é importante as Seções comunicarem os abusos

 praticados pelos gestores, enviarem as provas para a Nacional para adotarmos as providencias cabíveis, seja na OITou em outros órgãos admissíveis.

- Servidores que não possuem data-base e concessão de reajuste de 4%Considera-se que, a teor do artigo 37, inciso X, da Constituição Federal, que a data-base dos servidores públicos é1º de janeiro. Essa norma prevê a revisão geral e anual do exercício anterior que encerrou em 31 de dezembro.Portanto, no dia 1º de janeiro do ano seguinte o Poder Executivo já deveria fazer a reposição da inflação doexercício findo. Quanto aos 4% não foram concedidos para os docentes do Ensino Básico Federal e nem osTécnico-Administrativos.

- Abertura de PAD em razão da participação na greveO servidor tem direito de participar da greve. Pelo fato que participação no movimento grevista, reivindicando seusdireitos, não poderá sofrer represálias através de Processo Administrativo Disciplinar. O servidor grevista somente

responde PAD, processo criminal ou cível se atuou com excesso causando violência, agressões ou dano.

- Diárias serão cortadas pelo gestor para quem está com capacitação previstaO servidor que já está inscrito em curso de capacitação com data definida de início tem direito a receber as diárias.Caso não lhe seja pago e realize o curso poderá ingressar com ação judicial requerendo a respectiva indenização.

 Não é razoável cortar administrativamente o direito deste servidor.

- Reunião de hoje com governo. Só os docentes participarão e não os técnicosEsclarecimentos prestados pela Direção Nacional.

7/18/2019 Anexo 2 - GREVE Relatorio Reuniao Coletivo Juridico2012

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Filiado à CSP- CONLUTAS e CEA 

- Gastos que serão feitos pelo comando de greve local, como ficaráEsclarecimentos prestados pela Direção Nacional. Outrossim, cumpre destacar que a Lei 7783 erige que éassegurado aos grevistas o direito a arrecadação de fundos e livre divulgação do movimento.

- Processos de avaliação de servidores, que deixavam claro que era porque o servidor tinha participado dagreveO servidor avaliado negativamente deve ingressar com recurso administrativo requerendo a revisão. Casoindeferido poderá ingressar com ação judicial pleiteando nulidade da avaliação e pagamento dos prejuízosremuneratórios experimentados.

Maria Aparecida da Silva RodriguesCoordenação Jurídica e Relação de Trabalho

Shilton Roque dos Santos Coordenação Jurídica e Relação de Trabalho

Dr. Valmir Floriano Vieira de AndradeOAB/DF 26.778