analise filme - o corte - tcc
DESCRIPTION
(:TRANSCRIPT
GRAVAS, Costa. O Corte. Bélgica/ França/ Espanha, Pandora Filmes, 2005.
O filme mostra a vida de um engenheiro chamado Bruno Darvert uma pessoa bem
sucedida que vive muito bem com sua família e tem um ótimo emprego numa fábrica
de papel, ate que essa instabilidade é comprometida quando ele é surpreendido com
sua demissão após 15 anos de muita dedicação. Este filme de Costa Gravas é
excelente pois nos traz reflexões bastante lúcida a respeito do modelo econômico
atual, pois esse filme nada mais é que uma crítica ao sistema capitalista. Na
conjuntura atual em que estamos vivendo a atitude que o personagem Bruno Darvert
estabeleceu neste filme é comum nesta sociedade burguesa, pois o desemprego é
uma porta estabelecida por milhares de pessoas de atitudes imprevisíveis, por que
se partirmos da análise de como funciona a dinâmica de classes nesta sociedade
capitalista é preciso vender a força de trabalho para suprir as necessidades básicas
fisiológicas, o capital precisa de força de trabalho para manter esse sistema que
gera em torno do lucro e nos precisamos trabalhar para sobreviver. Sendo assim, o
desemprego afeta a auto-estima de um indivíduo e causa um efeito desagregador na
família. Nesse modelo de produção capitalista o desemprego é algo de aplicação
indispensável nas relações sociais, sendo isso uma estratégia do capital para
manter a ordem social vigente, quanto maior é o desenvolvimento das forças
produtivas mais miséria se reproduz. E com isso podemos evidenciar o
esquecimento por parte daquele que é tido como o mantenedor da sociedade que
visa o bem comum de todos que, na sua verdadeira essência sua atual função é
manter a ordem vigente. Pura demagogia. O que se tem é um Estado retraído que
atende somente a classe dominante que justamente para dar respostas a essa
classe isola e exclui tudo o que lhe faz mal. E essa retração do Estado deve-se a
idéia neoliberal que impõe que ele seja mínimo e o mercado é quem controle as
relações sociais e as relações de produção. Fica perceptível nesse filme que por
mais que as pessoas sejam qualificadas, cultas e competentes não há mercado de
trabalho para todos e é isso que explica a competição atual, o sistema capitalista é
tão contraditório que quanto mais ele se desenvolve pior se torna a vida da classe
trabalhadora, ou seja, aumenta a intensificação do trabalho. O que aconteceu com o
Bruno Darvert nada mais é que uma estratégia do capital, no qual o exército
industrial de reserva, que significa uma enorme fila de desempregados esperando
por uma oportunidade de trabalho, faça com que o trabalho seja cada vez mais
árduo e intensificado, precarizando as condições de trabalho, ressaltando que isso
só se faz possível pela alienação que a classe trabalhadora vive, no qual este
sistema capitalista impõe que as pessoas sejam egoístas e individualistas. Portanto
o filme "O Corte" nos faz refletir essa triste realidade que infelizmente faz parte do
nosso cotidiano, pessoas que perdem seus empregos e se submetem a situações
desumanas para poder sobreviver, e que não recebem a mínima assistência do
Estado e que muitas vezes nos tornamos cegos por não querer enxergar essa dura
realidade, que a cada vez mais se agrava, sendo pela falta de emprego que estas
pessoas passam fome e são tratadas como bicho sem nenhum respeito por elas. No
qual nossa sociedade que visa apenas o lucro, o poder e o status, não se preocupa
com a dignidade humana. O problema dessas pessoas não esta marcada pela falta
de competência e qualificação como passam a mídia, e sim pelo um sistema
burguês corrupto que usa como estratégia a falta de políticas públicas efetivas que
possa assegurar ao cidadão uma vida digna. E o trazendo o exemplo da vida de
Bruno Darvert para nosso cotidiano, é que as pessoas não indagam à ordem vigente
por que não sabem a sua verdadeira essência, pois são alienadas, por isso dar-se a
necessidade de nossa categoria se firmar com os movimentos sociais e esclarecer
seus direitos para que a classe trabalhadora se fortaleça e passe a indagar e lutar
por uma sociedade justa e igualitária, para que assim esse processo de luta se
consolide e se estabeleça a buscada transformação da ordem vigente, ou seja, a
emancipação humana que em nossa concepção é algo possível.