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NR-20
Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com
Inflamáveis e Combustíveis
NR-20
Curso de Segurança e Saúde
no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
Macaé, RJ
Nome do
Curso
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com
Inflamáveis e Combustíveis
Nome do
Arquivo
20150722 Apostila NR-20 Inflamáveis e Combustíveis – PT
– REV01
ÍNDICE
INFLAMÁVEIS: CARACTERÍSTICAS, PROPRIEDADES, PERIGOS E 1.
RISCOS .................................................................................................. 14
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS ............................................................... 14 1.1.
Ponto de Fulgor (Flash Point) .............................................. 15 1.1.1.
CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES .............................................. 17 1.2.
LIMITES DE INFLAMABILIDADE ...................................................... 18 1.3.
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA ........................................................... 20 1.4.
Perigoso Quando Molhado.................................................... 20 1.4.1.
GASES INFLAMÁVEIS ................................................................... 20 1.5.
Critérios de Classificação ..................................................... 21 1.5.1.
Procedimento de Decisão e Orientação ................................ 21 1.5.2.
Aerossóis inflamáveis .......................................................... 23 1.5.3.
Comunicação de Risco .......................................................... 23 1.5.4.
SÍMBOLOS/PICTOGRAMAS ............................................................ 24 1.6.
CONTROLES COLETIVO E INDIVIDUAL PARA TRABALHOS COM 2.
INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 27
PROJETO DA INSTALAÇÃO (SEGURANÇA) ....................................... 27 2.1.
Distâncias de Segurança (Medidas de proteção) .................. 28 2.1.1.
Segurança na Construção e Montagem ................................ 28 2.1.2.
Segurança Operacional (Instalações) .................................. 29 2.1.3.
Operação com Combustível (Transferência, Enchimento) .... 29 2.1.4.
Manutenção e Inspeção das Instalações .............................. 30 2.1.5.
ANÁLISE DE RISCOS .................................................................... 31 2.2.
As Análises De Riscos Devem Ser Revisadas: ....................... 32 2.2.1.
PREVENÇÃO DE MISTURAS PERIGOSAS .......................................... 33 2.3.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI ............................. 34 2.4.
Fornecimento de EPI ............................................................ 34 2.4.1.
Responsabilidade do EPI ...................................................... 34 2.4.2.
RISCOS À SAÚDE ......................................................................... 35 2.5.
Efeitos Tóxicos ..................................................................... 35 2.5.1.
Indicadores De Gás Combustível (Explosímetro) ................. 35 2.5.2.
Carga E Descarga De Caminhões Tanque ............................. 36 2.5.3.
Construção de Tanques ........................................................ 41 2.5.4.
Sala de Bombas ................................................................... 42 2.5.5.
LIMPEZA E REPAROS DE TANQUES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS COM 2.6.
INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 43
Preparação de Tanques e Equipamentos .............................. 43 2.6.1.
Entrada no Tanque ............................................................... 44 2.6.2.
Resgate de Emergência ........................................................ 45 2.6.3.
Trabalho De Reparos Externos ............................................. 46 2.6.4.
FONTES DE IGNIÇÃO E SEU CONTROLE. ......................................... 47 3.
PROIBIÇÃO DO ATO DE FUMAR ...................................................... 47 3.1.
ELETRICIDADE ESTÁTICA ............................................................. 47 3.2.
Como Prevenir uma Descarga de Eletricidade Estática ......... 48 3.2.1.
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS .......................................................... 50 3.3.
Segurança Elétrica (Curto-Circuito) ..................................... 50 3.3.1.
Principais Fontes de Ignição de Corrente Elétrica ................ 51 3.3.2.
Dicas Sobre Instalações Elétricas ........................................ 52 3.3.3.
MAQUINAS DE CORTE, SOLDA, ESMERILHAMENTO .......................... 54 3.4.
Prevenção desses Riscos. .................................................... 55 3.4.1.
FERRAMENTAS ANTI-FAISCANTES. ................................................. 56 3.5.
EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO EM ÁREAS COM 3.6.
INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 56
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO COM INFLAMÁVEIS ........................ 58 4.
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS .......................................................... 58 4.1.
Princípios da Prevenção de Incêndios .................................. 59 4.1.1.
Métodos de Prevenção ......................................................... 60 4.1.2.
INSPEÇÃO / MANUTENÇÃO ............................................................ 61 4.2.
FUMO ......................................................................................... 61 4.3.
COZINHA .................................................................................... 61 4.4.
EQUIPAMENTO ELÉTRICO .............................................................. 62 4.5.
TRABALHO A QUENTE ................................................................... 62 4.6.
USO DAS FERRAMENTAS............................................................... 62 4.7.
DETECÇÃO DE INCÊNDIOS ............................................................ 63 4.8.
Objetivo Da Detecção De Incêndios ..................................... 63 4.8.1.
Detector Automático ............................................................ 63 4.8.2.
Sistema de Detecção de Fogo, Fumaça e Gases ................... 63 4.8.3.
Detectores de Gases Portáteis ............................................. 64 4.8.4.
Alarmes Automáticos de Incêndio........................................ 65 4.8.5.
EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO ..................................... 66 4.9.
Mangueira de Incêndio ........................................................ 66 4.9.1.
Esguicho .............................................................................. 68 4.9.2.
Acessórios ........................................................................... 69 4.9.3.
Agentes Extintores ............................................................... 70 4.9.4.
Extintor de Incêndio ............................................................ 70 4.9.5.
Extintor Sobre Rodas (Carretas) .......................................... 75 4.9.6.
Sarilho ou Carretel de Mangueira ......................................... 75 4.9.7.
Sistemas Fixos de Combate a Incêndios .............................. 76 4.9.8.
Bombas Portáteis ................................................................. 81 4.9.9.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA COM 5.
INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 82
AÇÕES AO PLANO DE EMERGÊNCIA ................................................ 83 5.1.
DERRAMAMENTO DE LÍQUIDO COMBUSTÍVEL .................................. 83 5.2.
PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS DA INSTALAÇÃO .................. 85 5.3.
Plano de Resposta a Emergências da Instalação deve conter 5.3.1.
no mínimo: ....................................................................................... 85
Plano de Resposta a Emergência ......................................... 86 5.3.2.
COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ................................................. 86 5.4.
A Comunicação .................................................................... 87 5.4.1.
Contratante e Contratadas ................................................... 87 5.4.2.
ESTUDO DA NORMA REGULAMENTADORA N° 20 ............................ 88 6.
INTRODUÇÃO .............................................................................. 88 6.1.
ABRANGÊNCIA ............................................................................. 88 6.2.
Esta NR se Aplica às Atividades de ....................................... 88 6.2.1.
DEFINIÇÕES ................................................................................ 88 6.3.
Líquidos Inflamáveis ............................................................ 88 6.3.1.
Gases Inflamáveis................................................................ 88 6.3.2.
Líquidos Combustíveis ......................................................... 88 6.3.3.
CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES .............................................. 89 6.4.
Para Efeito Desta NR, As Instalações São Divididas Em 6.4.1.
Classes 89
PROJETO DA INSTALAÇÃO ............................................................ 90 6.5.
Projeto das Instalações Classes II e III .............................. 90 6.5.1.
Processo De Transferência, Enchimento .............................. 91 6.5.2.
SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO E MONTAGEM .................................. 91 6.6.
SEGURANÇA OPERACIONAL .......................................................... 91 6.7.
Instalações INDUSTRIAIS CLASSES II e III ......................... 92 6.7.1.
Procedimentos Operacionais Classes I e II (Revisão e/ou 6.7.2.
Atualização) ..................................................................................... 92
Operações com Inflamáveis ................................................. 92 6.7.3.
MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ............................... 93 6.8.
INSPEÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO .... 94 6.9.
ANÁLISE DE RISCOS .................................................................. 94 6.10.
As Análises De Riscos Devem Ser Revisadas ..................... 95 6.10.1.
CAPACITAÇÃO DOS TRABALHADORES .......................................... 95 6.11.
Cursos de Acordo com as Classes I, II ou III .................... 96 6.11.1.
Curso de Complementação para as Classes II ou III. ........ 97 6.11.2.
Curso de Atualização para as Classes I, II ou III. ............. 97 6.11.3.
PREVENÇÃO E CONTROLE DE VAZAMENTOS, DERRAMAMENTOS, 6.12.
INCÊNDIOS, EXPLOSÕES E EMISSÕES FUGITIVAS. .................................... 98
CONTROLE DE FONTES DE IGNIÇÃO ............................................ 98 6.13.
Medidas de Controle .......................................................... 99 6.13.1.
PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS DA INSTALAÇÃO ................ 99 6.14.
COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ............................................. 100 6.15.
CONTRATANTE E CONTRATADAS ................................................ 101 6.16.
Das Responsabilidades da Contratante ............................ 101 6.16.1.
Da Responsabilidade das Contratada ............................... 101 6.16.2.
TANQUE DE LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS NO INTERIOR DE EDIFÍCIOS . 102 6.17.
DESATIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO ................................................. 103 6.18.
PRONTUÁRIO DA INSTALAÇÃO ................................................... 103 6.19.
DISPOSIÇÕES FINAIS ............................................................... 104 6.20.
ANEXO I DA NR-20 ................................................................... 104 6.21.
ANEXO II DA NR-20 .................................................................. 106 6.22.
METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCOS: CONCEITOS E EXERCÍCIOS 7.
PRÁTICOS ............................................................................................ 110
ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) ........................................ 110 7.1.
Descrição E Caracterização Dos Riscos .............................. 110 7.1.1.
Medidas de Controle e Prevenção ...................................... 111 7.1.2.
Análise De Falha Humana .................................................. 112 7.1.3.
PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E DE AVALIAÇÃO E 7.2.
CONTROLE DE RISCOS .......................................................................... 112
Ações Subsequentes .......................................................... 113 7.2.1.
Treinamento, Conscientização e Competência ................... 114 7.2.2.
Preparação e Atendimento a Emergência ........................... 114 7.2.3.
Medição e Monitoramento do Desempenho ........................ 115 7.2.4.
Acidentes, Incidentes, Não Conformidades, Ações Preventivas 7.2.5.
e Corretivas .................................................................................... 115
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO ................................................. 116 7.3.
Etapas Do Estudo ............................................................... 117 7.3.1.
Análise Preliminar De Perigo ............................................. 118 7.3.2.
Análise De Vulnerabilidade ................................................ 120 7.3.3.
Análise Quantitativa De Riscos .......................................... 121 7.3.4.
PERMISSÃO PARA TRABALHO COM INFLAMÁVEIS ....................... 122 8.
ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS: ANÁLISE DE CAUSAS E MEDIDAS 9.
PREVENTIVAS ...................................................................................... 125
TRANSPORTE DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL ......................................... 125 9.1.
ACIDENTE COM PRODUTOS PERIGOSOS/IMPACTO AMBIENTAL ........ 126 9.2.
IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS/INFLAMÁVEIS E 9.3.
IMBATÍVEIS .......................................................................................... 127
O Que Diz A Legislação ...................................................... 127 9.3.1.
TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS/MODAL SEGURO .............. 128 9.4.
Na Hora do Acidente .......................................................... 128 9.4.1.
Identidade dos Produtos .................................................... 129 9.4.2.
INCÊNDIOS ENVOLVENDO INFLAMÁVEIS LÍQUIDOS ........................ 131 9.5.
Incêndio em Tanques de Combustível ................................ 132 9.5.1.
Explosão de Tambor com Líquido Inflamável ..................... 134 9.5.2.
PREVENÇÃO ............................................................................... 136 9.6.
Sistema Preventivo Fixo .................................................... 136 9.6.1.
Sistema De Proteção Contra Descarga Atmosférica (Pára-9.6.2.
Raios) 138
PLANEJAMENTO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS COM INFLAMÁVEIS10.
139
PLANO DE EMERGÊNCIA-EXECUÇÃO ........................................... 140 10.1.
Estrutura Básica do Plano ................................................ 140 10.1.1.
Plano Tático Emergencial - PTE ....................................... 141 10.1.2.
NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA DE PROCESSO DA INSTALAÇÃO11.
143
PROJETO DA INSTALAÇÃO ......................................................... 143 11.1.
NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA .............................................. 144 11.2.
Equipe de Segurança/Brigada de Incêndio ...................... 145 11.2.1.
PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO - PPP ..................... 146 11.3.
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA ......... 146 11.4.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI ......................... 147 11.5.
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA .......... 148 11.6.
Designados Da NR 05 - CIPA ........................................... 149 11.6.1.
INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE ............................ 149 11.7.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................... 149 11.8.
ACIDENTES DE TRABALHO ........................................................ 150 11.9.
Acidentes De Trabalho Equiparados ................................ 150 11.9.1.
Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT ................... 150 11.9.2.
Procedimentos Básicos A Serem Adotados Em Caso De 11.9.3.
Acidente 150
CAT .................................................................................. 151 11.9.4.
ORDEM, ARRUMAÇÃO E LIMPEZA ............................................... 152 11.10.
MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ............................................. 152 11.11.
ERGONOMIA NO AMBIENTE DE TRABALHO .................................. 152 11.12.
NORMAS REGULAMENTADORAS ................................................. 153 11.13.
NOÇÕES BÁSICAS DE GESTÃO DE MUDANÇAS .............................. 160 12.
SISTEMA DE GESTÃO DE MUDANÇAS .......................................... 160 12.1.
PROCESSO DE MUDANÇA .......................................................... 160 12.2.
O QUE É GESTÃO DA MUDANÇA ................................................. 160 12.3.
PRÁTICA DE GESTÃO ................................................................ 162 12.4.
Gerenciamento de Mudanças ........................................... 162 12.4.1.
Tipos de Mudanças .......................................................... 162 12.4.2.
Procedimentos de Controle ............................................. 162 12.4.3.
DISPOSIÇÕES FINAIS .................................................................. 163 13.
ANEXO I DA NR 20 ....................................................................... 164 14.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 165 15.
REGRAS
REGRAS FALCK
Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;
Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os
exercícios práticos;
Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias,
sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;
Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;
Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI
nas áreas recomendadas;
Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e
chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK
Safety Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;
O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente
demarcadas;
Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas
serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;
Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;
Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;
Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e
discriminação de qualquer natureza;
Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante
todo o tempo;
É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do
treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos
inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;
Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,
somente poderá ser obtida com prévia autorização;
Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios
práticos;
Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o
período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída.
Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o
limite de 10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;
A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos
durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo
ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;
Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A
entrega ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa
contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e,
quando aprovados, receberem a Carteira do Treinamento;
Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que
intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão
responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir.
DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
Quanto à Estruturação do Curso
O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai
ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos
seguintes comprovantes:
Atestado de boas condições de saúde física e mental;
RG e CPF originais.
Quanto à Frequência às Aulas
A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.
O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas
ministradas no curso.
Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não
comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de
qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu
desenvolvimento.
Quanto à Aprovação no Curso
Será considerado aprovado o aluno que:
Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a
10 (zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito
satisfatório nas atividades práticas.
Tiver a frequência mínima exigida (90%).
Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será
considerado reprovado.
OBJETIVO
Em atendimento a Norma Regulamentadora de número 20, esta tem por
objetivo estabelecer requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no
trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de
extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de
inflamáveis e líquidos combustíveis.
Abrangência segundo NR 20:
20.2.1 Esta NR se aplica às atividades de:
a) extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis, nas etapas de projeto, construção,
montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da
instalação;
b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de
líquidos combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem,
operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação.
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INFLAMÁVEIS: CARACTERÍSTICAS, PROPRIEDADES, 1.
PERIGOS E RISCOS
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS 1.1.
Esta categoria engloba por definição os líquidos, mistura de líquidos ou
líquidos contendo sólidos em solução ou em suspensão, que produzem vapores
inflamáveis em ponto de fulgor a temperaturas de até 60ºC em teste de vaso
fechado. Via de regra, as substâncias inflamáveis são de origem orgânica, como
por exemplo: hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas entre outros.
Para uma resposta mais segura às ocorrências envolvendo líquidos
inflamáveis faz-se necessário o pleno conhecimento de algumas propriedades
físicas e químicas dos mesmos, antes da adoção de quaisquer ações. Essas
propriedades, assim como suas respectivas aplicações, estão descritas a seguir.
Ritmo de difusão: este indica a tendência de um gás ou vapor, se dispersar
ou se misturar com outro gás ou vapor. Este ritmo depende da densidade do
vapor ou gás, com relação à do ar que tem um valor de 1. O fato de um vapor ou
gás ser mais leve ou mais pesado que o ar irá decisivamente determinar o
projeto do sistema de ventilação. Se o vapor ou gás é mais pesado que o ar, o
conduto de aspiração deverá estar situado ligeiramente acima do nível do piso.
Inversamente, se o vapor ou gás é mais leve que o ar, o conduto de aspiração
deverá estar localizado imediatamente abaixo do teto ou forro.
Insuficiência de oxigênio: indica uma atmosfera que tem uma porcentagem
de oxigênio inferior ao normal. O ar atmosférico contém aproximadamente 21%
de oxigênio ao nível do mar. Quando a concentração de oxigênio é de
aproximadamente 16%, muitos indivíduos sentem náuseas, zumbidos nos
ouvidos e uma aceleração dos batimentos cardíacos.
Os produtos líquidos e fluidos que contém líquidos inflamáveis tais como as
pinturas, ceras para pisos, soluções diversas, secantes, vernizes e outros, devem
ser considerados como líquidos inflamáveis e classificados de acordo com o ponto
de fulgor da mistura.
As precauções vinculadas com o manejo e uso diferem de acordo com o
ponto de fulgor, volatilidade e a quantidade de líquido inflamável que existe na
mistura. Os líquidos inflamáveis se vaporizam e formam misturas inflamáveis
quando estão em recipientes abertos, quando ocorre um derramamento ou
quando são aquecidos. A magnitude do risco é determinada principalmente pelo
ponto de fulgor do líquido, a concentração dos vapores no ar atmosférico
(levando aqui em consideração a mistura vapor e ar que poderá apresentar
concentrações ideais para inflamar), e a possibilidade de uma fonte de ignição ou
temperatura suficiente para que a mistura inflame.
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No manejo e uso de líquidos inflamáveis deve-se evitar a exposição ao ar
livre, de grandes superfícies de líquidos. Não são os líquidos por si mesmos que
queimam ou explodem, mas sim a mistura de vapor e ar que se forma na
evaporação. Devido a isso, tem fundamental importância, o armazenamento e
manuseio de líquidos inflamáveis de baixos pontos de fulgor em recipientes
fechados, evitando-se assim que tais líquidos se exponham ao ar. Outro aspecto
de grande importância é certificar-se que todos os recipientes estão corretamente
rotulados.
Ponto de Fulgor (Flash Point) 1.1.1.
É a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em
quantidades suficientes para que a mistura de vapor e ar logo acima de sua
superfície propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.
Considerando a temperatura ambiente numa região de 25º C e ocorrendo
um vazamento de um produto com ponto de fulgor de 15º C, significa que o
produto nessas condições está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas
uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma
explosão. Por outro lado, se o ponto de fulgor do produto for de 30º C, significa
que este não estará liberando vapores inflamáveis.
O ponto de fulgor é frequentemente usado como uma característica
descritiva de líquidos combustíveis, e é também usado para ajudar a caracterizar
os perigos de inflamação de líquidos. O conceito de ponto de fulgor refere-se
tanto a líquidos inflamáveis quanto combustíveis. Existem vários padrões para
definir-se cada termo. Líquidos com um ponto de fulgor menor que 60° C ou
37,8° C, dependendo do padrão sendo aplicado, são considerados inflamáveis,
enquanto líquidos com pontos de fulgor acima de certas temperaturas são
considerados combustíveis.
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Através do ponto de fulgor distinguem-se os líquidos combustíveis e
inflamáveis, de acordo com norma regulamentadora:
Líquido combustível: todo aquele que possua ponto de fulgor superior
a 60°C (sessenta graus Celsius) e até a 93°C (noventa e três graus
Celsius). Classifica-se como líquido combustível Classe III.
Líquido inflamável: todo aquele que possua ponto de fulgor até 60° C
(sessenta graus Celsius) e pressão de vapor que não exceda
2,8 kg/cm² absoluta a 37,7° C (trinta e sete graus e sete décimos de
graus Celsius).
Quando o líquido inflamável definido acima possui ponto de
fulgor superior a 37,7° C (trinta e sete graus e sete décimos de
graus Celsius) e inferior a 60° C (setenta graus Celsius), ele é
classificado como líquido combustível Classe II.
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Quando o líquido inflamável possui ponto de fulgor inferior a
37,7° C (trinta e sete graus e sete décimos de graus Celsius),
ele é classificado como líquido combustível Classe I.
CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES 1.2.
Para critérios de classificação, o tipo de atividade enunciada possui
prioridade sobre a capacidade de armazenamento.
Quando a capacidade de armazenamento da instalação se enquadrar em
duas classes distintas, por armazenar líquidos inflamáveis e/ou combustíveis e
gases inflamáveis, deve-se utilizar a classe de maior gradação.
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LIMITES DE INFLAMABILIDADE 1.3.
Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista, além da
fonte de ignição, uma mistura chamada "ideal" entre o ar atmosférico (oxigênio)
e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante,
em torno de 21% em volume.
Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima, varia para
cada produto e está dimensionada através de duas constantes: o Limite Inferior
de Inflamabilidade ou Explosividade (LII) e o Limite Superior de Inflamabilidade
(LSI).
O LII é a mínima concentração de gás ou vapor que, misturada ao ar
atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato
com uma fonte de ignição. Concentrações de gás ou vapor abaixo do LII não são
combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena
quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada de "mistura
pobre".
Já o LSI é a máxima concentração de gás ou vapor que misturada ao ar
atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma fonte
de ignição. Concentrações de gás ou vapor acima do LSI não são combustíveis,
pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de
oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada "mistura rica".
Pode-se então concluir que os gases ou vapores combustíveis só queimam
quando sua percentagem em volume estiver entre os limites (inferior e superior)
de inflamabilidade, que é a "mistura ideal" para a combustão.
Esquematizando:
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Conforme já mencionado, os valores de LII e LSI variam de produto para
produto, alguns exemplos podem ser observados abaixo:
Existem equipamentos capazes de medir a porcentagem em volume no ar
de um gás ou vapor combustível. Estes instrumentos são conhecidos como
"explosímetros".
Além do ponto de fulgor e do limite de inflamabilidade, outro fator
relevante a ser considerado é a presença de possíveis fontes de ignição.
Nas situações emergenciais estão presentes, na maioria das vezes,
diversos tipos de fontes que podem ocasionar a ignição de substâncias
inflamáveis.
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Entre elas merecem destaque: chamas vivas, superfícies quentes,
automóveis, cigarros, faíscas por atrito e eletricidade estática.
Especial atenção deve ser dada à eletricidade estática, uma vez que esta é
uma fonte de ignição de difícil percepção. Trata-se na realidade do acúmulo de
cargas eletrostáticas que, por exemplo, um caminhão-tanque adquire durante o
transporte. Portanto, sempre que produtos inflamáveis estão envolvidos, deve-se
realizar o aterramento. Por questões de segurança muitas vezes não é
recomendável a contenção de um produto inflamável próximo ao local do
vazamento, de modo a se evitar concentrações altas de vapores em locais com
grande movimentação de pessoas ou equipamentos.
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA 1.4.
Alguns produtos podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a
presença de uma fonte de ignição. Estes produtos são transportados, na sua
maioria, em recipientes com atmosferas inertes ou submersos em querosene ou
água. O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de
produtos que se ignizam espontaneamente, quando em contato com o ar.
Quando da ocorrência de um acidente envolvendo estes produtos, a perda
da fase líquida poderá propiciar o contato dos mesmos com o ar motivo pelo qual
a estanqueidade do vazamento deverá ser adotada imediatamente.
Outra ação a ser desencadeada em caso de acidente é o lançamento de
água sobre o produto, de forma a mantê-lo constantemente úmido, desde que o
mesmo seja compatível com água, evitando-se assim sua ignição espontânea.
Perigoso Quando Molhado 1.4.1.
Algumas substâncias, por interação com a água, podem tornar-se
espontaneamente inflamáveis ou produzir gases inflamáveis em quantidades
perigosas. O sódio metálico, por exemplo, reage de maneira vigorosa quando em
contato como a água, liberando o gás hidrogênio que é altamente inflamável.
Outro exemplo é o carbureto de cálcio, que por interação com a água libera
acetileno. Para esses materiais as ações preventivas são de suma importância,
pois quando as reações decorrentes destes produtos se iniciam, ocorrem de
maneira rápida e praticamente incontrolável.
GASES INFLAMÁVEIS 1.5.
Gás inflamável é um gás que inflama com o ar a 20° C e a uma pressão
padrão de 101,3 kPa.
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Critérios de Classificação 1.5.1.
Um gás inflamável se classifica em uma das duas categorias para esta
classe, de acordo com a seguinte tabela:
Critérios de classificação para gases inflamáveis - Tabela
Procedimento de Decisão e Orientação 1.5.2.
O procedimento de decisão e a orientação a seguir não fazem parte do
sistema de classificação harmonizado, mas figuram neste documento como
orientação adicional. É extremamente recomendável que a pessoa responsável
pela classificação estude os critérios antes e durante a aplicação deste
procedimento de decisão.
Procedimento de Decisão
Para classificar um gás inflamável, são necessários dados sobre a sua
inflamabilidade. A classificação se dará de acordo com o seguinte procedimento
de decisão:
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Orientação
A inflamabilidade será determinada por meio de ensaios ou cálculos, de
acordo com os métodos adotados pela ISO (ver a norma ISO 10156:1996 “Gases
e misturas de gases – Determinação do potencial de inflamabilidade e de
oxidação para a seleção das válvulas de saída dos cilindros”). Quando não houver
dados suficientes para utilizar estes métodos, poderá ser utilizado um método de
ensaio equivalente reconhecido pela autoridade competente.
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Aerossóis inflamáveis 1.5.3.
Os aerossóis ou dispersores de aerossóis são recipientes que não podem
ser aproveitados novamente, feitos de metal, vidro ou plástico, que contêm um
gás comprimido, liquefeito ou dissolvido sobre pressão, com ou sem líquido,
pasta ou pó, e dotado de um dispositivo de liberação que permite que os
conteúdos sejam expelidos como partículas sólidas ou líquidas em suspensão em
um gás, como espuma, pasta ou pó, ou em estado líquido ou gasoso.
Critérios de Classificação
Os aerossóis devem ser classificados como inflamáveis quando contiverem
qualquer componente que seja classificado como inflamável, de acordo com os
critérios do GHS (Rotulagem de Substâncias Químicas – DECOE), isto é:
Líquidos Inflamáveis;
Gases Inflamáveis;
Sólidos Inflamáveis;
NOTA: Componentes inflamáveis não compreendem as substâncias e
misturas pirofóricas, sujeitas a aquecimento espontâneo ou que reagem com
água, porque esses componentes jamais são usados como conteúdo de
aerossóis.
Um aerossol inflamável se classifica em uma das duas categorias para esta
Classe, baseando-se no teor de seus componentes, em seu calor de combustão e,
quando aplicável, de acordo com os resultados do ensaio de inflamabilidade (para
aerossóis que expelem espuma), no ensaio de ignição à distância e no ensaio de
ignição em espaço fechado ou confinado (para aerossóis em spray).
Comunicação de Risco 1.5.4.
Considerações gerais e específicas que dizem respeito aos requisitos de
rotulagem são fornecidas na Comunicação de Riscos:
O Anexo 2 contém tabelas para a classificação e rotulagem.
O Anexo 3 contém exemplos de frases de precaução e pictogramas
que podem ser utilizados quando permitido pelas autoridades
competentes.
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Os elementos de rótulos normalizados incluídos no GHS são:
Símbolos (pictogramas de perigos): Transmitem informações sobre
os perigos físicos, ambientais e à saúde, designados para uma classe
e categoria de perigo do GHS;
Palavras de advertência: “Perigo” ou “Aviso” são usados para
enfatizar os riscos e indicar o nível relativo de severidade do risco,
designado para uma classe e categoria de perigo do GHS;
Declarações de perigo: Frase padrão designadas para uma classe de
perigo e categoria que descrevem a natureza do perigo.
SÍMBOLOS/PICTOGRAMAS 1.6.
Os símbolos, palavras de sinalização e declarações de perigo foram
normalizados e designados para categorias e classes específicas de perigo,
conforme a situação. Essa abordagem facilita a implementação do sistema pelos
países e empresas para o cumprimento das exigências de regulamentações
baseadas no GHS. Os símbolos, palavras de advertência e declarações de perigo
recomendados podem ser selecionados diretamente do anexo 1 do documento do
GHS. Esses elementos normalizados não são sujeitos a variações e devem
aparecer no rótulo conforme indicado para cada categoria/classe de perigo no
sistema.
Os símbolos do GHS foram incorporados em pictogramas para uso nos
rótulos do GHS. Pictogramas incluem os símbolos harmonizados de riscos e
outros elementos gráficos, como bordas, padrões e cores de fundo, destinados a
conter informações específicas. Para transportes, os pictogramas terão o fundo,
símbolos e cores atualmente usados nas Recomendações para Transporte de
Produtos Perigosos da ONU. Para outros setores, os pictogramas terão um
símbolo preto sobre um fundo branco com uma moldura vermelha em forma de
diamante. Uma moldura preta pode ser usada para remessas dentro de um
próprio país. Quando um pictograma de transporte aparece, o pictograma do
GHS não deve aparecer.
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Palavras de Advertência
A palavra de advertência indica o grau relativo de severidade de um perigo.
As palavras de advertência usadas no GHS são:
“Perigo” para os perigos mais severos;
“Aviso” para os perigos menos severos.
Palavras de advertência são normalizadas e designadas para categorias de
perigo de cada item. Algumas categorias de perigo de níveis mais baixos não
usam palavras de advertência. Apenas uma palavra de advertência
correspondente à classe do perigo mais severo deve ser usada em um rótulo.
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CONTROLES COLETIVO E INDIVIDUAL PARA TRABALHOS 2.
COM INFLAMÁVEIS
PROJETO DA INSTALAÇÃO (SEGURANÇA) 2.1.
As instalações para extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser
projetadas considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que
impactem sobre a integridade física dos trabalhadores previstos nas Normas
Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas,
nas normas internacionais, convenções e acordos coletivos, bem como nas
demais regulamentações pertinentes em vigor.
No projeto das instalações classes II e III devem constar, no mínimo, e em
língua portuguesa:
a) descrição das instalações e seus respectivos processos através do
manual de operações;
b) planta geral de locação das instalações;
c) características e informações de segurança, saúde e meio ambiente
relativas aos inflamáveis e líquidos combustíveis, constantes nas
fichas com dados de segurança de produtos químicos, de matérias
primas, materiais de consumo e produtos acabados;
d) fluxograma de processo;
e) especificação técnica dos equipamentos, máquinas e acessórios
críticos em termos de segurança e saúde no trabalho estabelecido
pela análise de riscos;
f) plantas, desenhos e especificações técnicas dos sistemas de
segurança da instalação;
g) identificação das áreas classificadas da instalação, para efeito de
especificação dos equipamentos e instalações elétricas;
h) medidas intrínsecas de segurança identificadas na análise de riscos
do projeto.
Nota: No projeto das instalações classe I deve constar o disposto nas
alíneas ″a″, ″b″, ″c″, ″f″ e ″g″.
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Distâncias de Segurança (Medidas de proteção) 2.1.1.
No projeto, devem ser observadas as distâncias de segurança entre
instalações, edificações, tanques, máquinas, equipamentos, áreas de
movimentação e fluxo, vias de circulação interna, bem como dos limites da
propriedade em relação a áreas circunvizinhas e vias públicas, estabelecidas em
normas técnicas nacionais.
O projeto deve incluir o estabelecimento de mecanismos de controle para
interromper e/ou reduzir uma possível cadeia de eventos decorrentes de
vazamentos, incêndios ou explosões.
Os projetos das instalações existentes devem ser atualizados com a
utilização de metodologias de análise de riscos para a identificação da
necessidade de adoção de medidas de proteção complementares.
Todo sistema pressurizado deve possuir dispositivos de segurança
definidos em normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão
destas, em normas internacionais.
Modificações ou ampliações das instalações passíveis de afetar a
segurança e a integridade física dos trabalhadores devem ser
precedidas de projeto que contemple estudo de análise de riscos.
O projeto deve ser elaborado por profissional habilitado.
No processo de transferência, enchimentos de recipientes ou de
tanques devem ser definidos em projeto as medidas preventivas
para:
Eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases
inflamáveis.
Controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade
estática.
Segurança na Construção e Montagem 2.1.2.
A construção e montagem das instalações para extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos
combustíveis devem observar as especificações previstas no projeto, bem como
nas Normas Regulamentadoras e nas normas técnicas nacionais e, na ausência
ou omissão destas, nas normas internacionais.
Os equipamentos e as instalações devem ser identificados e sinalizados, de
acordo com o previsto pelas Normas Regulamentadoras e normas técnicas
nacionais.
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Segurança Operacional (Instalações) 2.1.3.
O empregador deve elaborar, documentar, implementar, divulgar e manter
atualizados procedimentos operacionais que contemplem aspectos de segurança
e saúde no trabalho, em conformidade com as especificações do projeto das
instalações classes I, II e III e com as recomendações das análises de riscos.
Nas instalações industriais classes II e III, com unidades de processo, os
procedimentos devem possuir instruções claras para o desenvolvimento de
atividades em cada uma das seguintes fases:
pré-operação;
operação normal;
operação temporária;
operação em emergência;
parada normal;
parada de emergência;
operação pós-emergência.
Os procedimentos operacionais devem ser revisados e/ou atualizados, no
máximo trienalmente para instalações classes I e II e quinquenalmente para
instalações classe III ou em uma das seguintes situações:
recomendações decorrentes do sistema de gestão de mudanças;
recomendações decorrentes das análises de riscos;
modificações ou ampliações da instalação;
recomendações decorrentes das análises de acidentes e/ou incidentes
nos trabalhos relacionados com inflamáveis e líquidos combustíveis;
solicitações da CIPA ou SESMT.
Operação com Combustível (Transferência, Enchimento) 2.1.4.
Nas operações de transferência de inflamáveis, enchimento de recipientes
ou de tanques, devem ser adotados procedimentos para:
Eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;
Controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática.
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No processo de transferência de inflamáveis e líquidos combustíveis, deve-
se implementar medidas de controle operacional e/ou de engenharia das
emissões fugitivas, emanadas durante a carga e descarga de tanques fixos e de
veículos transportadores, para a eliminação ou minimização dessas emissões.
Em instalações de processo contínuo de produção e de Classe III, o
empregador deve dimensionar o efetivo de trabalhadores suficiente para a
realização das tarefas operacionais com segurança.
Manutenção e Inspeção das Instalações 2.1.5.
As instalações classes I, II e III, para extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis
devem possuir plano de inspeção e manutenção devidamente documentado.
O plano de inspeção e manutenção deve abranger, no mínimo:
equipamentos, máquinas, tubulações e acessórios, instrumentos;
tipos de intervenção;
procedimentos de inspeção e manutenção;
cronograma anual;
identificação dos responsáveis;
especialidade e capacitação do pessoal de inspeção e manutenção;
procedimentos específicos de segurança e saúde;
sistemas e equipamentos de proteção coletiva e individual.
Nota: Todos os manuais devem ser disponibilizados em língua portuguesa.
A fixação da periodicidade das inspeções e das intervenções de manutenção
deve considerar:
o previsto nas Normas Regulamentadoras e normas técnicas
nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas
internacionais;
as recomendações do fabricante, em especial dos itens críticos à
segurança e saúde do trabalhador;
as recomendações dos relatórios de inspeções de segurança e de
análise de acidentes e incidentes do trabalho, elaborados pela CIPA
ou SESMT;
as recomendações decorrentes das análises de riscos;
a existência de condições ambientais agressivas.
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O plano de inspeção e manutenção e suas respectivas atividades devem ser
documentados em formulário próprio ou sistema informatizado.
As atividades de inspeção e manutenção devem ser realizadas por
trabalhadores capacitados e com apropriada supervisão.
Deve ser elaborada permissão de trabalho para atividades não rotineiras de
intervenção nos equipamentos, baseada em análise de risco, nos trabalhos:
que possam gerar chamas, calor, centelhas ou ainda que envolvam o
seu uso;
em espaços confinados, conforme Norma Regulamentadora n.º 33;
envolvendo isolamento de equipamentos e bloqueio/etiquetagem;
em locais elevados com risco de queda, conforme Norma
Regulamentadora n.º 35;
com equipamentos elétricos, conforme Norma Regulamentadora n.º
10;
cujas boas práticas de segurança e saúde recomendem.
Nota: As atividades rotineiras de inspeção e manutenção devem ser
precedidas de instrução de trabalho.
O planejamento e a execução de paradas para manutenção de uma
instalação devem incorporar os aspectos relativos à segurança e saúde no
trabalho.
Deve ser elaborado, em articulação com a CIPA, um cronograma de
inspeções em segurança e saúde no ambiente de trabalho, de acordo
com os riscos das atividades e operações desenvolvidas.
ANÁLISE DE RISCOS 2.2.
Nas instalações classes I, II e III, o empregador deve elaborar e
documentar as análises de riscos das operações que envolvam processo ou
processamento nas atividades de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e de líquidos combustíveis.
As análises de riscos da instalação devem ser estruturadas com base em
metodologias apropriadas, escolhidas em função dos propósitos da análise, das
características e complexidade da instalação.
As análises de riscos devem ser coordenadas por profissional
habilitado.
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As análises de riscos devem ser elaboradas por equipe
multidisciplinar, com conhecimento na aplicação das metodologias,
dos riscos e da instalação, com participação de, no mínimo, um
trabalhador com experiência na instalação, ou em parte desta, que é
objeto da análise.
Nas instalações classe I, deve ser elaborada Análise Preliminar de
Perigos/Riscos (APP/APR).
Nas instalações classes II e III, devem ser utilizadas metodologias de
análise definidas pelo profissional habilitado, devendo a escolha levar em
consideração os riscos, as características e complexidade da instalação.
O profissional habilitado deve fundamentar tecnicamente e registrar
na própria análise a escolha da metodologia utilizada.
As Análises De Riscos Devem Ser Revisadas: 2.2.1.
a) na periodicidade estabelecida para as renovações da licença de
operação da instalação;
b) no prazo recomendado pela própria análise;
c) caso ocorram modificações significativas no processo ou
processamento;
d) por solicitação do SESMT ou da CIPA;
e) por recomendação decorrente da análise de acidentes ou incidentes
relacionados ao processo ou processamento;
f) quando o histórico de acidentes e incidentes assim o exigir.
O empregador deve implementar as recomendações resultantes das
análises de riscos, com definição de prazos e de responsáveis pela execução.
A não implementação das recomendações nos prazos definidos deve
ser justificada e documentada.
As análises de riscos devem estar articuladas com o Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da instalação.
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PREVENÇÃO DE MISTURAS PERIGOSAS 2.3.
Sempre que possível, deverá ser evitada qualquer mistura acidental de
líquidos inflamáveis.
Ex: Pequena quantidade de acetona dentro
de um tanque de querosene, pode baixar o ponto
de fulgor de seu conteúdo devido à volatilidade
relativamente alta da acetona, o que cria uma
mistura inflamável, quando da utilização desse
mesmo querosene.
A gasolina misturada com um óleo combustível pode mudar o ponto de
fulgor deste, de tal forma que seja perigoso para um uso corriqueiro.
Em cada caso, o ponto de fulgor baixo pode fazer o papel de um detonador
para a ignição de materiais que têm pontos de fulgor altos.
As válvulas de controle dos equipamentos que contém líquidos inflamáveis
devem ser identificadas mediante cores, etiquetas ou ambas as coisas.
As canalizações deverão também ser pintadas com cores definidas, de
acordo com as normas existentes, indicando também, além do seu conteúdo, a
direção do fluxo.
Em cada tanque deverá ser pintado o nome do produto. As tubulações dos
distintos produtos que provêm dos tanques deverão estar separadas e,
preferivelmente, deverá ser usada uma bomba distinta para cada produto.
Para manusear líquidos inflamáveis em quantidades de até 20 litros, deve-
se fazer uso de recipientes portáteis devidamente aprovados.
Os recipientes deverão ser identificados claramente com o nome do
produto e com um código de cores adequado, de acordo com as normas vigentes.
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EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI 2.4.
Considera-se Equipamento de Proteção
Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de
uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Entende-se como Equipamento Conjugado de
Proteção Individual, todo aquele composto por
vários dispositivos, que o fabricante tenha
associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que
sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Fornecimento de EPI 2.4.1.
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:
Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho;
Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e,
Para atender a situações de emergência.
Responsabilidade do EPI 2.4.2.
A responsabilidade do EPI é do empregador e empregado. Cabe ao
empregador quanto ao EPI :
adquirir o adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso;
fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada; e
registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico.
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Cabe ao empregado quanto ao EPI:
usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
responsabilizar-se pela guarda e conservação;
comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso; e
cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
RISCOS À SAÚDE 2.5.
Efeitos Tóxicos 2.5.1.
Os líquidos inflamáveis e seus vapores
podem criar riscos à saúde, tanto por contato
como por inalação dos vapores tóxicos.
Muitos vapores tóxicos produzem irritações
devido à ação solvente sobre a oleosidade
natural da pele e dos tecidos. Em quase todos
os casos existe um risco de intoxicação. A
magnitude do risco certamente dependerá da
concentração do vapor. Alguns vapores
inflamáveis são mais pesados que o ar e se dirigem para os fossos, aberturas de
tanques, lugares fechados e pisos rebaixados, contaminando o ar local e criando
uma atmosfera tóxica e explosiva. Nos recipientes fechados, pode ocorrer o
problema da falta de oxigênio, como por exemplo em um tanque que tenha
estado fechado por muito tempo, no qual a formação de óxidos consumiu
oxigênio. Antes de se entrar em um tanque nessas condições, o mesmo deverá
ser ventilado e medições devem ser feitas, tendo-se assim a certeza de que não
há uma atmosfera tóxica ou explosiva ou com deficiência de oxigênio.
Indicadores De Gás Combustível (Explosímetro) 2.5.2.
A menos que os procedimentos de prova mostrem o contrário, deve-se
suspeitar que em todos os tanques que tenham contido líquidos inflamáveis, ou
que tenham estado expostos a eles, em algum momento, possam conter
substâncias inflamáveis e tóxicas.
A fim de verificar se existem misturas inflamáveis de vapor-ar em tanque
em outros equipamentos fechados, poderão ser realizadas provas, mediante uma
análise química das amostras e o emprego de um indicador de gás combustível
aprovado.
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Um dos indicadores de gás combustível se baseia no princípio de que
quando uma mistura inflamável de vapor e ar passa por um filamento aquecido
eletricamente, a resistência do filamento aumentará em proporção direta à
quantidade de vapor combustível que exista. O desequilíbrio da ponte de
Wheatstone é lido no galvanômetro, geralmente como a porcentagem do limite
inferior de inflamabilidade de uma substância calibradora como, por exemplo, o
hexano. O indicador de gás combustível deverá ser usado somente por pessoas
experimentadas e, estas deverão seguir as instruções dadas pelo fabricante para
a calibração do instrumento. Para uma determinação precisa, a leitura deverá ser
corrigida mediante o gráfico do gás específico que poderia haver na atmosfera
que se está provando. Os fabricantes de instrumentos de prova fornecem gráficos
de correlação para muitos gases combustíveis.
O técnico que efetuará a prova, poderá colocar várias gotas do líquido
inflamável em um frasco pequeno, sacudindo-o para que evapore. Feito isso,
coloca-se a mangueira de aspiração de amostras na boca do frasco, acionando-se
o mecanismo de aspiração e quantidade de vezes que for necessário. Se houver
alguma dúvida quanto à precisão do indicador, este deverá ser calibrado de
acordo com a norma específica ou devolvido ao fabricante para que o calibre. O
tubo ou mangueira de amostra não deverá ser armazenado em locais expostos a
qualquer líquido, vapor ou água. Qualquer dessas substâncias o deixaria fora da
condição ideal de uso.
Os vapores quentes também podem afetar o indicador se condensarem em
seu interior. É possível que não se encontre vapor inflamável em um tanque de
combustível vazio, antes de ter sido feita sua limpeza. No entanto, se este
tanque possui lodo ou escamas internas, estes materiais poderão desprender
líquidos ou vapores inflamáveis. Uma boa regra de segurança a seguir é
considerar que um tanque nunca estará livre da possibilidade de conter vapores
inflamáveis, principalmente se contém lodo ou escamas. Caso um operador
esteja trabalhando dentro de um tanque e deixe o mesmo hoje à tarde, quando
ele retornar pela manhã, para dar sequência ao seu trabalho, serão necessárias
algumas provas adicionais, antes que ele entre novamente no tanque.
Atualmente, a maioria das empresas exige uma permissão por escrito, quando o
trabalhador tem que entrar em um recinto fechado, que tenham contido líquidos
inflamáveis.
Carga E Descarga De Caminhões Tanque 2.5.3.
Os caminhões, os reboques e semirreboques que são utilizados para
transportar líquidos inflamáveis, deverão ser construídos e operados de acordo
com as normas nacionais vigentes.
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Inspeção
Os caminhões deverão ser mantidos em bom estado de conservação e ser
inspecionados diariamente, dando-se atenção especial à limpeza do motor, ao
estado das luzes, freios, buzina, espelhos retrovisores, ligações para
aterramento, pneus, sistema de direção e ao tanque que transporte a carga, que
deve estar sem ferrugem e devidamente sinalizado.
Proibição de Fumar
Os motoristas não deverão fumar, nem tampouco seus ajudantes,
enquanto estiverem dirigindo, descarregando, carregando ou efetuando reparos.
Os motoristas deverão estar alerta para não chegarem perto de qualquer
fonte de ignição durante as operações acima descritas e tampouco deverão
permitir que outras pessoas fumem próximas ao veículo.
Todo veículo, deverá ter pelo menos um extintor cuja capacidade seja
suficiente para se controlar uma emergência. Como precaução, o uso de dois
extintores dará maior segurança.
Estacionamento do Caminhão
Antes de retirar a tampa da cúpula ou efetuar as conexões para a
descarga, ou carga, o veículo deverá estar devidamente freado, o motor deverá
ser desligado, as luzes deverão ser apagadas, os cabos para igualar os potenciais
do tanque do caminhão e do tanque de armazenagem deverão ser colocados, e
por fim, dever-se-á fazer o aterramento.
Conexões de Carga e Descarga
Caso o caminhão tenha uma bomba que
é acionada pelo mesmo motor que o
impulsiona, este deverá ser desligado antes de
conectar ou desconectar as linhas de carga.
O motorista deverá ficar o tempo todo
junto aos controles do caminhão.
Caso tenha que se afastar por alguns
instantes, a descarga do produto inflamável
deverá ser suspensa, e deverão ser retiradas as mangueiras.
Caso uma linha de descarga tenha que atravessar uma área de trabalho,
deve-se colocar avisos de precaução.
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As pessoas que estão empregadas na distribuição do líquido deverão
certificar-se que o estão fazendo de forma correta e que o tanque para a qual
está sendo mandado o líquido já tenha contido previamente o mesmo líquido.
Para assegurar-se da eliminação de líquidos residuais, evitando-se a
combinação de um líquido de baixo ponto de fulgor com um líquido de alto ponto,
os técnicos encarregados da operação deverão esvaziar os tanques totalmente e
lavá-los com o mesmo produto que deverá ser armazenado. Para essa operação
temos que ter a certeza de que o tanque está devidamente ventilado e que há
espaço suficiente para conter a quantidade de líquido que se pretende carregar.
Perdas
Perdas por vazamento ou por transbordamento deverão ser evitadas.
Quando qualquer uma dessas situações se apresentar, a carga deverá ser
suspensa imediatamente, as válvulas deverão ser fechadas e o líquido derramado
deverá ser retirado do local ou coberto (no caso de ser sobre a terra) com areia
ou terra, para depois se prosseguir com a operação.
Deve dar-se um tempo suficiente para a dissipação dos vapores, antes de
se colocar o motor em funcionamento.
O motorista deverá fazer todo o possível para estacionar um caminhão
quebrado, ou que esteja vazando sua carga, de forma que não venha apresentar
perigo para o trânsito ou para a localidade. Nesses casos, devem ser colocadas
placas pedindo que as pessoas não se aproximem, a polícia deverá ser avisada e
também o corpo de bombeiros.
O caminhão deverá ser estacionado longe da estrada, se possível em um
terreno baldio, ou, pelo menos, longe de edificações e de lugares onde haja
concentração de gente. O caminhão não deverá ser abandonado.
Os motoristas deverão ser devidamente treinados pelas empresas
transportadoras para que saibam as características do produto que estão
transportando, e como agir nos possíveis casos de emergência.
Deverão ter também uma orientação que diga a respeito ao itinerário que
deverão fazer, haja vista, as grandes concentrações populacionais, por onde, em
princípio, não deve transitar um caminhão tanque que transporte líquido
inflamável.
O líquido derramado, se possível, deverá ser recolhido em recipientes,
numa depressão do terreno ou em um poço.
Em caso de derramamentos grandes, principalmente em zonas urbanas,
antes de se colocar vidas em risco, o melhor método consiste em usar bombas
manuais portáteis para o recolhimento em tambores ou em outro caminhão
tanque.
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Incêndios
No caso de incendiar-se um caminhão tanque, durante uma operação de
carga ou descarga, se possível, deverá ser cortado o fluxo de combustível que vai
para o veículo ou que vem deste.
Se o caminhão estiver carregado, o tubo não deverá ser retirado do
caminhão e se possível, deve-se cobrir a abertura de enchimento com uma
manta úmida.
O fogo deverá ser atacado com extintores de gás carbônico, de espuma ou
pó químico seco, ou ainda água nebulizada.
Se houver um fluxo de água suficiente, o líquido incendiado poderá ser
levado a um lugar seguro, mas nunca para dentro de uma rede pública de
esgotos.
Quando há o escape de vapores incendiados, devido a perdas ou pelos
orifícios de ventilação, será melhor permitir que se queimem até que se possa
controlar a origem do escape do líquido ou vapor.
Em qualquer incêndio, deve-se informar
rapidamente ao Corpo de Bombeiros local.
O motorista, bem como o ajudante, se
houver, deverão estar devidamente
preparados para atuarem em uma
emergência. Para tanto, é necessário que se
familiarizem com as características do
produto, e com as providências a serem
tomadas em caso de incêndio.
Armazenamento (Estocagem de Inflamáveis e Combustíveis)
Os líquidos inflamáveis devem ser armazenados de acordo com a NB.98,
conforme o grau de periculosidade, e sobre certos cuidados que o seu
comportamento exige.
Os líquidos de classe I e II não deverão ser guardados ou armazenados em
edifícios onde haja grande acúmulo de pessoas, tais como: escolas, igrejas,
teatros, a não ser que sejam colocados em recipientes adequados de segurança,
em uma sala ou em um armário destinado a esse fim. Mesmo o armazenamento
em local apropriado, como galpão ou sala, não deverá comunicar-se com locais
onde haja acúmulo de pessoas.
Os edifícios onde são armazenados os líquidos inflamáveis, não deverão ter
suas vias de acesso e de saída voltadas para corredores onde normalmente
transitam pessoas.
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Tampouco deverão ser armazenados próximos a estufas, fornos ou canos
de calefação, ou ainda expostos aos raios de sol ou qualquer fonte de ignição.
Não deverá ser permitido o armazenamento de líquidos inflamáveis em
recipientes abertos. Os recipientes adequados para o armazenamento de tais
produtos deverão estar sempre fechados, quando cheios ou quando vazios.
Quando os recipientes de líquidos inflamáveis estiverem vazios e isentos de
vapores, deverão ser retirados os seus rótulos preventivos.
Os líquidos a granel da classe I deverão ser armazenados em tanques
subterrâneos e fora dos edifícios.
A saída de um tanque não deverá ser direcionada ao interior de um edifício,
a menos que termine em uma sala especialmente desenhada para esse fim.
A norma n° 30 da NFPA, denominada “Flammable & Combustible Liquid
Code” ou a NB.98, dão especificações que limitam a quantidade de cada classe
de líquido inflamável que pode ser armazenada em distintos lugares e em
dependências industriais, juntamente com dados que descrevem as condições e
os procedimentos necessários relacionados com estes armazenamentos.
Os veículos utilizados dentro de uma empresa para transportar líquidos
inflamáveis, em recipientes fechados, deverão ser especialmente desenhados
para que não ocorram danos aos recipientes. Poder-se-á utilizar engradados
especiais que acondicionem os vasilhames, sem lhes comprometer a resistência.
As pessoas encarregadas de procederem ao enchimento dos recipientes
deverão estar cientes da necessidade de se deixar acima da superfície do líquido,
suficiente espaço, para que o vapor formado possa se expandir devido às
mudanças da temperatura, sem aumentar a pressão interna do recipiente além
de suas especificações. A gasolina se expande, por exemplo, numa proporção de
1% para cada 8°C de aumento de temperatura.
Para a gasolina recomenda-se deixar um espaço para o vapor, equivalente
a 2% da capacidade do tanque ou do recipiente, deixando-se a propósito, marcas
que indiquem o nível máximo.
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Construção de Tanques 2.5.4.
Os tanques para inflamáveis, assim como o local de instalação, devem
atender a NB.98, NR.20 e as normas do Corpo de Bombeiros local. Só
apresentaremos a seguir, aspectos relativos a respiradores e construção de
diques.
Respiradores
Os tanques de armazenamento deverão possuir respiradores do tipo e
tamanho determinado pela norma NB.98.
Os respiradores dos tanques subterrâneos, que armazenam líquidos
combustíveis da classe I, deverão terminar fora de edifícios, a uma altura maior
que aquela do tubo de carregamento do tanque, não devendo ultrapassar a
3,65m acima do nível do solo adjacente.
Deverão ser localizados de tal maneira que os vapores não entrem pelas
aberturas dos edifícios, nem fiquem concentrados em depressões do terreno. Os
produtos de ventilação dos tanques subterrâneos que armazenem líquidos
combustíveis, deverão terminar fora dos edifícios, e serem mais altos que os
dutos de carregamento dos
tanques. A localização de orifícios
de ventilação deve ser tal que o
escape de vapores se disperse
convenientemente a uma distância
segura, estando longe das fontes
comuns de ignição. Caso os
orifícios de ventilação estejam
localizados em posições onde
possam se entupir, poderão ser envoltos por uma malha de arame relativamente
aberta.
A Construção de Diques
Nos locais de armazenamento a granel onde sempre houver a possibilidade
de consequências graves em caso de derramamento de líquidos inflamáveis,
dever-se-á construir diques ao redor dos tanques, de preferência um dique ao
redor de cada tanque, de forma que cada dique possa conter o líquido derramado
por vazamento ou por transbordamento.
A necessidade de construir diques estará baseada nas condições locais. No
caso de haver algum tanque próximo a um edifício, poder-se-ia construir muros
de tal forma que desviassem qualquer derramamento do produto inflamável para
um local seguro, longe do edifício.
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Os diques deverão contar
com drenagem para as chuvas.
Nos grandes depósitos, tais diques
deságuam em uma piscina de
recuperação, localizada a grande
distância dos tanques e dos
edifícios, onde o líquido
inflamável, em caso de
derramamento, pode ser
recuperado, separando-se da
água, pelo processo de flutuação. Tais locais deverão ser dotados de válvulas de
controle as quais deverão se manter fechadas, a menos que se esteja escoando a
água do local. Os diques não deverão dirigir os líquidos inflamáveis derramados
para os cursos naturais de água, redes de esgoto públicas, ou lagos artificiais ou
naturais de parques.
Sala de Bombas 2.5.5.
Sempre que possível, as bombas de líquidos inflamáveis deverão ser
colocadas fora de edifícios. Quando os equipamentos para a transferência de
líquidos inflamáveis estiverem dentro de um edifício, este deverá ser de uma
construção resistente ao fogo, e, deverá ter boa ventilação, especialmente
próximo ao piso, onde vapores poderão se concentrar formando uma mistura
inflamável.
A sala de bombas não deverá ter ralos, salvo pequenas aberturas para a
saída, visto que é comum haver o acúmulo de vapores em tais locais. Tal sala
deverá ter, pelo menos, duas saídas, estando livre de obstruções, sendo que suas
portas deverão abrir para fora.
Em lugares onde se manejam líquidos inflamáveis, os motores deverão
estar separados por paredes e totalmente isolados do resto da sala de bombas,
ou então deverão ser do tipo isolado, à prova de atmosferas explosivas. A sala de
bombas deverá estar sempre bem ventilada.
É uma boa medida de segurança ter uma chave geral fora do edifício (ou
seja da sala), e que seja bem identificada.
Todos os materiais elétricos localizados em tal sala deverão ser do tipo à
prova de explosões.
As válvulas e os selos das bombas deverão estar em perfeito estado de
funcionamento, evitando assim, perdas excessivas.
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Recomenda-se recuperar a perda de líquidos por um sistema de retorno,
através de encanamentos especialmente dispostos para isso, ao invés de
simplesmente se limitar a recolher as perdas por intermédios de bandejas.
A boa ordem e limpeza têm fundamental importância. A sala deverá conter
recipientes adequados para se eliminar estopas ou outros resíduos.
Os recipientes para esse fim deverão ser esvaziados diariamente.
Na sala de bombas não deverão ser guardadas ferramentas, salvo aquelas
requeridas para o trabalho diário. Na sala de bomba não deve haver armário para
roupas, visto que não deve ser usada como vestiário. Pessoas estranhas à função
aí desempenhada não deverão ter livre acesso à tal área. Qualquer fonte de
ignição deverá ser afastada dessa área. Os extintores de incêndio, por sua vez,
deverão estar localizados em locais convenientes, e de fácil identificação. Seria
aconselhável o uso de portas corta-fogo de fechamento automático, bem como
sistema automático de extinção, de acordo com a classe do risco presente.
LIMPEZA E REPAROS DE TANQUES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 2.6.
COM INFLAMÁVEIS
Em princípio, as normas apresentadas são adequadas para líquidos
inflamáveis em geral. No entanto, em cada caso se deve pesquisar a necessidade
de se aplicar normas especiais conforme o produto utilizado. Esta operação é
provavelmente a mais perigosa de todas aquelas que envolvem o uso de
inflamáveis. Todas as normas referentes à educação, equipamentos de proteção
individual, riscos a saúde e de incêndio, devem ser revistas e entendidas.
Preparação de Tanques e Equipamentos 2.6.1.
A limpeza do tanque e do equipamento deve estar a cargo de pessoal
perfeitamente treinado, que esteja perfeitamente familiarizado com todos os
riscos e salvaguardas necessários para a execução do trabalho com segurança.
Os tanques e o equipamento, bombas, linhas e válvulas devem ser
sempre drenados e completamente lavados com fluxos de água antes
de serem reparados. Os operários nunca deverão ser autorizados a
fazer reparos em equipamentos enquanto os mesmos estiverem em
operação e com as tubulações cheias. Deve ser verificado se todas as
fontes de ignição foram eliminadas das cercanias do tanque.
Se seções da tubulação são para serem removidas e os flanges
abertos, os parafusos inferiores devem ser afrouxados inicialmente e,
embora as linhas tenham sido escoadas, todo o cuidado deve ser
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tomado para evitar o contato pessoal com o líquido drenado ou com o
gotejamento oriundo do equipamento. Todos os respingos ou
vazamentos devem ser removidos imediatamente através de lavagem
com grandes quantidades de água na direção dos drenos adequados.
O tanque ou equipamento a ser reparado deve ser inicialmente
esvaziado de todo o líquido e todas as tubulações chegando ou saindo
do tanque (exceto respiradouros) após a drenagem, devem ser
desconectadas ou bloqueadas.
O tanque deve ser limpo com vapor para a remoção residual do
inflamável e de seus vapores. O fluxo e temperatura do vapor devem
ser suficientes para elevar a temperatura do tanque acima da
temperatura de ebulição do inflamável e a vaporização deverá ser
continuada até que os vapores do inflamável tenham sido removidos.
O tanque deve depois ser resfriado, preferivelmente enchendo-o de
água e drenando-o uma ou duas vezes.
O tanque deve ser depois limpo com ar fresco e o ar deve ser testado
quando à presença de
vapores do inflamável,
por um método
aprovado, antes de se
permitir a entrada do
pessoal. As linhas de
vapor e água devem
estar aterradas para
evitar-se o acúmulo de
eletricidade estática.
Entrada no Tanque 2.6.2.
Ninguém deve estar no tanque ou em espaço confinado até que uma
permissão para o trabalho tenha sido assinada por pessoas autorizadas,
indicando que a área foi testada e julgada segura.
Além do mais, nenhum operário deve entrar num tanque ou recipiente que
não tenha uma abertura de saída suficientemente larga para passar uma pessoa
usando dispositivos de segurança, para efetuar um resgate através de cordas e
equipamento respiratório de emergência.
Deve ser verificado se o tanque ou recipiente pode ser abandonado pela
entrada original.
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Um elemento do lado de fora do tanque manterá os demais dentro do
tanque, sob observação e outro elemento deve estar disponível por perto para
prestar ajuda no resgate de algum outro, caso isto seja necessário.
Uma máscara respiratória com suprimento de ar ou máscaras autônomas,
juntamente com equipamentos de resgate, deve estar sempre localizada do lado
de fora da entrada do tanque, para ser usada em operações de resgate, qualquer
que seja o tipo de equipamento respiratório utilizado pelo pessoal no interior do
tanque.
Ventilação especial é recomendada durante todo o tempo que os homens
estiverem limpando, reparando ou inspecionando o tanque e pode ser feita por
exaustão ou remoção de vapores do fundo do tanque, seja através das aberturas
do fundo ou por meio de exaustão através de tubos grandes flexíveis, quando os
tanques tiverem apenas aberturas no topo.
Os ventiladores ou aparelhos supridores de ar usados para a ventilação,
necessária para evitar qualquer deficiência de oxigênio, deverão ser à prova de
centelhas, devidamente manutenidos para se evitar atritos e aterrados. Nos
tanques contendo só uma abertura no topo, deve-se tomar cuidado para se ter
certeza da completa remoção dos vapores de todo o tanque. Também se deve
tomar cuidado para evitar que os gases de exaustão reciclem para o interior do
tanque.
Durante o curso do trabalho, testes frequentes deverão ser feitos para
determinar se a atmosfera do tanque está sendo mantida dentro da faixa de
segurança. Esta precaução é necessária porque resíduos não completamente
removidos pela lavagem podem recontaminar a atmosfera do tanque.
Em todos os casos, se o trabalho de reparo é interrompido, a atmosfera do
tanque deve ser verificada completamente e emitida uma nova permissão de
trabalho antes de se reassumir o serviço.
Se um funcionário limpador ou reparador de um tanque sentir-se mal, ele
deve ser resgatado para se ministrar imediatamente os primeiros socorros.
Resgate de Emergência 2.6.3.
Sob nenhuma circunstância um elemento da equipe de resgate deve entrar
num tanque para remover uma vítima de exposição exagerada a contaminante,
sem a devida proteção respiratória, cinto de segurança e uma linha de corda
atada.
A extremidade livre desta linha de corda deve ser segura por um elemento
localizado no exterior do tanque. Outro elemento deve estar disponível no
imediato para ajudar elemento externo ou em constante comunicação com ele.
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Trabalho De Reparos Externos 2.6.4.
Os reparos externos do tanque, incluindo aqueles em serpentinas de vapor
cortem, rebitagem e solda, deverão ser permitidos somente depois de perfeita
limpeza e testes do tanque para se certificar de que o mesmo está livre de
vapores e após ter sido emitida uma permissão de trabalho por pessoa
autorizada.
Devem ser feitos testes repetidos através de indicadores de gás
adequados, quanto à presença de vapores inflamáveis e conteúdo de oxigênio,
para a inteira proteção dos operários.
Toda solda externa ou combustão nos tanques ou equipamentos que
tenham contido um inflamável, deverão ser feitas somente após tais recipientes
terem sido completamente limpos com vapor.
A limpeza deverá continuar enquanto prosseguir o trabalho de reparos.
Encher tanques vazios limpos com gás inerte é outro método que poderá ser
usado em solda ou combustão externa.
Em todos os casos, se o serviço de reparo for interrompido, a atmosfera do
tanque deverá ser verificada completamente e uma nova permissão de trabalho
deverá ser emitida para o reinício das operações.
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FONTES DE IGNIÇÃO E SEU CONTROLE. 3.
PROIBIÇÃO DO ATO DE FUMAR 3.1.
Não deverá ser permitido que se fume, nem
tampouco se portar fósforos, ou outros dispositivos
que produzam fogo ou faíscas, próximo ou em salas
onde estejam armazenados líquidos inflamáveis.O
alcance da restrição para um lugar determinado
dependerá dos produtos que ali estão sendo
armazenados ou manuseados, do projeto do tanque
ou salas, e mais outras condições locais.Para que esta norma seja respeitada,
deverão ser colocados avisos visíveis de proibição de fumar nessas áreas.
ELETRICIDADE ESTÁTICA 3.2.
A eletricidade estática se gera por contato e separação de materiais
diferentes. A eletricidade estática, por exemplo, se gera quando os líquidos fluem
dentro de um cano, ou saem desde um orifício até um tanque.
Os principais riscos advindos da eletricidade estática são os incêndios e as
explosões, provocados por descargas de eletricidade na forma de centelhas que
contém energia suficiente para inflamar qualquer vapor, gás ou poeira
inflamável. Além disso, uma descarga de eletricidade estática recebida por um
operador, pode fazê-lo reagir de forma involuntária, o que poderá dar por
resultado, uma queda e consequentes lesões. Um lugar muito perigoso para que
haja centelhas produzidas pela eletricidade estática é onde há vapores
inflamáveis em misturas com o ar. Podemos tomar como exemplos, a saída de
um cano de descarga de um líquido, a ponta de uma mangueira de carga e
próximo à abertura de carga de um caminhão tanque ou das aberturas de
tambores. Uma centelha entre dois corpos ocorre quando há uma boa
condutibilidade elétrica entre eles, em consequência é necessário conectar à terra
e ligar entre si os recipientes que contém
os líquidos inflamáveis, evitando assim que
a eletricidade estática produza uma
centelha que resultaria numa explosão da
mistura gasosa. Como tais conexões devem
ser efetuadas com precisão, aconselha-se
consultar normas específicas como a
“Standard n° 77 da NFPA, Recommended
Pratice on Static Electricity”.
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A seguir teremos um resumo dessa norma:
Ligação e Conexão à Terra:
Os termos “ligação” e “conexão à terra” têm sido empregados com
frequência, indistintamente, devido à falta de compreensão de tais termos.
A ligação se efetua para eliminar a diferença potencial entre dois objetos. A
finalidade da conexão à terra, ou aterramento, é eliminar uma diferença de
potencial entre um objeto e a terra. As ligações entre dois objetos e o
aterramento são efetivos somente quando os dois objetos que estão ligados entre
si são condutores. Apesar de que uma ligação entre dois objetos poder eliminar
uma diferença de potencial entre os mesmos, não poderá eliminar uma diferença
de potencial entre os dois objetos e a terra, a menos que um objeto possua uma
via condutora ligada à terra. Assim sendo, uma ligação entre dois objetos não
poderá eliminar uma carga elétrica, senão somente equilibrá-la entre os dois para
que não surja uma centelha entre os mesmos. Quando se liga dois objetos entre
si com um cabo condutor, as cargas correm livremente nos corpos e não existe
uma diferença de potencial.
A conexão à terra descarrega então um corpo condutor carregado, e será
sempre recomendada como uma medida de segurança, toda vez que existir
dúvidas com respeito à uma situação ou quando se efetuar o carregamento ou
descarga de um líquido inflamável ou combustível.
Como Prevenir uma Descarga de Eletricidade Estática 3.2.1.
Para se evitar uma descarga de eletricidade estática através de centelhas
durante as operações com líquidos inflamáveis, dever-se-á:
Instalar um cabo condutor de ligação entre o recipiente de
armazenamento e aquele que se está enchendo, a menos que haja,
de alguma outra forma, uma continuidade metálica entre os
recipientes.
Para maior segurança, aconselha-se instalar um cabo de ligação, ou
que um dos recipientes esteja aterrado.
Quando se carregam ou esvaziam vagões tanques, através da tampa
superior do tanque, faz-se necessário o uso de mangueiras que
penetrando por cima, pela abertura, cheguem até o fundo do tanque.
Geralmente tais vagões não precisam ser conectados à terra,
separadamente, já que a resistência natural da terra, através das
rodas do vagão e dos trilhos, mais a resistência do tubo, das juntas
metálicas flexíveis e das juntas giratórias são suficientemente baixas
servindo então de proteção contra a eletricidade estática.
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Os tanques ao nível do solo que são usados para o armazenamento
de líquidos inflamáveis, devem ser corretamente conectados à terra.
O cabo para ligação à terra não deve ter capa isolante, para que
possa ser facilmente inspecionado assegurando-se assim que não
está partido.
Os líquidos derivados do petróleo podem acumular cargas estáticas
quando fluem através de canos, se agitam dentro de um tanque, ou
quando são submetidos a movimentos violentos, como por exemplo
quando são pulverizados ou agitados. Uma boa ligação entre os
tanques e um bom aterramento geralmente descarregam a
eletricidade à terra, tão rapidamente ou ao mesmo momento em que
é gerada. Mesmo que as canalizações estejam ligadas à terra, um
translado rápido de combustível através das mesmas é capaz de
gerar eletricidade estática na superfície do líquido. Além disso,
existem alguns líquidos derivados do petróleo que são maus
condutores de eletricidade, particularmente os produtos refinados
puros. Nestes casos, sobre a superfície do líquido do recipiente
receptor, pode haver um acúmulo de carga estática, mesmo que o
recipiente esteja conectado à terra. Isto ocorre porque a velocidade
com que é gerada a carga é maior que aquela em que a carga é
descarregada do líquido para o metal que está aterrado. Se a carga
acumulada é suficientemente alta para produzir uma faísca, a energia
desprendida será suficientemente alta para inflamar uma mistura ar-
vapor e ocasionar uma explosão. Esta alta carga estática geralmente
se controla reduzindo o fluxo, evitando salpicadoras violentas
mediante linhas paralelas de translado lento, deixando-se sempre um
tempo de repouso.
A centelha dos motores, as caixas elétricas de partida, ou controle, as
tubulações com fios elétricos e os interruptores, deverão ser
conectados à terra, de acordo com o constante do National Electrical
Code (NEC). Quando se transfere um líquido inflamável de um
recipiente a outro, necessária faz-se a ligação para igualar à
diferença de potencial. Nos lugares onde são armazenados ou que se
usam líquidos inflamáveis, os bicos das mangueiras de vapor deverão
estar ligados com a superfície do equipamento ou objeto que se está
limpando. As correias em movimento são fontes de eletricidade
estática, a não ser que sejam feitas de um material condutor, ou
recobertas por um composto condutor.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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Os materiais não condutores, tais como: o tecido, a borracha ou as lâminas
de plástico que passam pelas roldanas também geram eletricidade estática. A
eletricidade estática gerada por tais materiais poderá ser descarregada mediante
o uso de escovas metálicas conectadas à terra, ou por coletores feitos com
fragmentos de lâminas metálicas.
Os sistemas de ligação e conexão à terra deverão ser controlados
regularmente para que se tenha certeza de que estão em perfeito estado e que
estão cumprindo efetivamente o seu papel. Antes de começar o carregamento as
partes descobertas do cabo de ligação e de conexão à terra deverão ser
inspecionadas, verificando-se se não há trechos deteriorados pela corrosão. De
preferência as ligações e os aterramentos deverão ser feitos de cabos trançados,
sem capa isolante, o que facilitará sua inspeção.
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 3.3.
A eletricidade é uma fonte de ignição em lugares onde existem vapores
inflamáveis, seja por não se ter instalado os equipamentos elétricos adequados
para essa atmosfera, ou por que estes não passam pelas manutenções devidas.
Segurança Elétrica (Curto-Circuito) 3.3.1.
Cada vez mais, os grandes empreendimentos comerciais e residenciais
demandam mais energia elétrica. Isso tem exigido subestações de grande porte,
fazendo a demanda de energia dos empreendimentos sair dos antigos kVAs e
entrar na escala ds MVAs. Este aumento é consequência direta dos novos hábitos
da sociedade, como o uso de ar
condicionado, aparelhos eletrodomésticos de
alto consumo, além das normas técnicas
mais exigentes e também das enormes
dimensões físicas dos empreendimentos.
Construtores e arquitetos vêm apostando
fortemente neste novo conceito, mesmo
tendo a consciência de que seus projetos
precisarão de uma grande quantidade de
energia para serem viabilizados.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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Principais Fontes de Ignição de Corrente Elétrica 3.3.2.
As estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam que as instalações
elétricas inadequadas aparecem como uma das principais causas de incêndio no
País, independe da região. Por isso nunca será demais afirmar que a estrutura
dos sistemas elétricos merece ser cuidadosamente observada e compreendida, a
fim de minimizar riscos e economizar energia.
Quadro de luz
É a peça chave inicial das instalações elétricas. Deve ser metálico ou de
material não-combustível, tanto na sua parte interna ou externa. Se o quadro de
luz for antigo ou de madeira, por exemplo, é aconselhável trocá-lo o quanto
antes. O quadro de luz não pode ser colocado em áreas "molhadas", como
banheiro ou próximo de tanques e pias. Ele também precisa ter livre acesso, não
devendo estar escondido no interior de armários. Recomenda-se ainda a distância
de lugares onde haja instalações a gás. Uma faísca qualquer pode resultar num
desastre fatal. Os quadros de energia devem ser protegidos por uma barreira que
evite o acesso aos barramentos ou fios da instalação elétrica, evitando assim o
choque elétrico.
Disjuntores
Apesar de haver a permissão de uso de alguns tipos de fusíveis, é
recomendável que se use disjuntores como dispositivo de segurança contra
sobrecargas. Ele funciona como um guarda costas da instalação elétrica e desliga
toda vez que sua capacidade é ultrapassada. Neste caso, é necessário verificar o
problema. Depois de sanado, basta religá-lo, diferente de um fusível, que
necessita ser substituído. Na residência, loja ou escritório, os circuitos são
divididos e devem ser protegidos por disjuntores de acordo com a capacidade de
cada circuito. Vale lembrar que o disjuntor ou fusível serve para proteger os fios
contra sobrecargas, não os equipamentos. Portanto não devemos substituir os
disjuntores sem antes avaliar os fios dos circuitos.
Fiação
A escolha da bitola (tamanho) do fio ideal para cada circuito deve levar em
conta as cargas associadas a cada circuito. As bitolas mínimas recomendadas são
de 1,5mm² para iluminação e 2,5mm² para tomadas de força. Circuitos
especiais, como do chuveiro ou da torneira elétrica devem ter a potencia do
equipamento como parâmetro para a determinação da bitola do fio.
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Nota: Atenção com os fios que não ficam embutidos nas paredes. Eles
precisam estar sempre com uma segunda capa plástica protetora, além da
isolação. É recomendável instalá-los dentro de canaletas aparentes.
Interruptores e tomadas
A distribuição dos fios até esses pontos requer estudo minucioso das
necessidades da casa para evitar que no futuro fiquem sobrecarregados e
incentivem o uso de "extensões" e "benjamins". Uma dica é sempre disponibilizar
mais tomadas que o mínimo obrigatório. Não se deve usar tomadas em
equipamentos de grande potência, como é o caso de chuveiros e torneiras
elétricas. Estes equipamentos devem ser interligados por conectores especiais.
Cordões paralelos ou torcidos: embora proibidos pela norma, são muito comuns
no Brasil e empregados nos rodapés com braçadeiras plásticas. Este segundo
acessório, que leva dois preguinhos, é capaz de fazer um grande estrago caso um
desses pregos atinja o fio.
Nota: um sistema bem feito dura em média 20 anos, mas 10 anos já é um
bom período para se fazer uma revisão: verificar a fiação, os soquetes, os
interruptores... Um soquete com problemas rouba energia da lâmpada e um
interruptor com algum fio solto ou com mal contato pode causar um curto
circuito.
Dicas Sobre Instalações Elétricas 3.3.3.
Nunca aumente o valor do disjuntor ou do fusível sem trocar a fiação.
Deve haver uma correspondência entre eles;
A menor bitola permitida por norma para circuitos de lâmpadas é de
1,5mm² e para tomadas é de 2,5mm²;
Devem ser previstos circuitos separados para iluminação e tomadas;
Nunca inutilize o fio terra dos aparelhos. Ao contrário, instale um bom
sistema de aterramento na sua residência;
Nunca utilize o fio neutro (cor azul) como fio terra;
Mantenha o quadro de luz sempre limpo, ventilado e desimpedido,
longe de botijões de gás;
Evite a utilização dos chamados “benjamins” ou “Ts”, pois o uso
indevido dos mesmos pode causar sobrecargas nas instalações. Para
resolver o problema, instale mais tomadas, respeitando o limite dos
fios;
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Nota: Recorra sempre aos serviços de um profissional qualificado e
habilitado.
Assim como o diâmetro de um cano é determinado em função da
quantidade de água que passa em seu interior, a bitola de um condutor elétrico
depende da quantidade de elétrons que por ele circula (corrente elétrica). Toda
vez a corrente circula pelo condutor, ele se aquece devido ao atrito dos elétrons
em seu interior.
No entanto, há um limite máximo de aquecimento suportado pelo fio ou
cabo, acima do qual ele começa a se deteriorar. Nessas condições, os materiais
isolantes se derretem, expondo o condutor de cobre, podendo provocar choques
e causar incêndios. Para evitar que os condutores se aqueçam acima do
permitido, devem ser instalados disjuntores ou fusíveis nos quadros de luz.
Esses dispositivos funcionam como uma espécie de “guarda-costas” dos
cabos, desligando automaticamente a instalação sempre que a temperatura nos
condutores começar a atingir valores perigosos. O valor do disjuntor ou fusível
(que é expresso sempre em ampéres) deve ser compatível com a bitola do fio,
sendo que ambos dependem da corrente elétrica que circula na instalação.
Fio Terra
Dentro de todos os aparelhos elétricos existem elétrons que querem fugir
do interior dos condutores. Como o corpo humano é capaz de conduzir
eletricidade, se uma pessoa encostar-se a esses equipamentos, ela estará sujeita
a levar um choque, que nada mais é do que a sensação desagradável provocada
pela passagem dos elétrons pelo corpo.
É preciso lembrar que correntes elétricas de apenas 0,05 ampère já podem
provocar graves danos ao organismo! Sendo assim, como podemos fazer para
evitar os choques elétricos?
O conceito básico da proteção contra choques é o de que os elétrons devem
ser desviados da pessoa. Como um fio de cobre é um milhão de vezes melhor
condutor do que o corpo humano, e se oferecermos aos elétrons dois caminhos
para eles circularem (sendo um o corpo e o outro um fio), a maioria deles
circulará pelo fio, minimizando os efeitos do choque na pessoa. Esse fio pelo qual
irão circular os elétrons que escapam dos aparelhos é chamado de fio terra.
A função do fio terra é recolher elétrons "fugitivos", mas às vezes a pessoa
esquece-se de sua importância para a segurança. É como em um automóvel: é
possível fazê-lo funcionar e nos transportar até o local desejado, sem o uso do
cinto de segurança. No entanto, os riscos relativos à segurança em caso de
acidente aumentam em muito sem ele.
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A figura indica a maneira mais simples e correta de instalar o fio terra em
uma residência.
Observe que a bitola do fio terra deve ser a mesma que a do fio fase. Pode-
se utilizar um único fio terra por eletroduto, interligando vários aparelhos e
tomadas. Por norma, a cor do fio terra é obrigatoriamente verde/amarela ou
somente verde.
“Maiores informações poderão ser colhidas através das normas da NFPA, do
National Electrical Code (EUA) ou através das normas brasileiras já existentes.”
MAQUINAS DE CORTE, SOLDA, ESMERILHAMENTO 3.4.
Estes equipamentos geram grandes quantidades de fonte de ignição.
Dentre as máquinas, as mais comuns são: esmerilhadeira, policorte, esmeril,
solda elétrica, etc. Além disso, alguns produtos químicos e radiações não
ionizantes também são utilizados, como: zarcão, esmalte, solda elétrica,
oxiacetileno, etc. Os trabalhadores que utilizam estes equipamentos estão
constantemente expostos a riscos ocupacionais. E quais seriam esses riscos?
Entenda a seta (->) como indicativo de "podendo causar", ou seja,
apresentamos o risco, bem como seu potencial efeito sobre o corpo humano.
Riscos Físicos
Ruído -> Perda auditiva
Riscos Químicos
Produtos químicos -> Queimaduras, distúrbios respiratórios, lesões
pulmonares e dores de cabeça.
Riscos Ergonômicos
Postura inadequada -> Fadiga, redução da destreza manual, lesão por
esforço repetitivo e redução da capacidade de trabalho.
Riscos de Acidentes
Máquinas, ferramentas, equipamentos, piso irregular e instalações elétricas
inadequadas. -> Cortes, lesões, escoriações, queda de mesmo nível e de nível
diferente, choque elétrico, etc.
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Prevenção desses Riscos. 3.4.1.
Físico
Realizar a manutenção preventiva das máquinas e equipamentos.
Reorganizar a posição das máquinas e equipamentos, afastando-
os das paredes, criando a formação de corredores de circulação de
som (que devem ter no mínimo 1,20m) e minimizando ruídos.
Fixar máquinas e equipamentos no piso, evitando a trepidação.
Quando possível, realizar o enclausuramento da máquina ou
equipamento, ou utilizar silenciadores.
Em último caso, utilizar o EPI adequado para a realização da
atividade.
Químico
Substituir a substância tóxica por outra atóxica, ou com menor
toxicidade.
Ventilação natural nas instalações físicas. Caso não seja possível,
a ventilação deve ser do tipo forçada, diluidora (dilui o poluente,
tornando sua concentração mais baixa, não sendo, entretanto o
sistema mais recomendado) ou exaustora (capta o poluente
próximo à fonte de emissão, antes mesmo que ocorra a sua
dispersão na atmosfera do ambiente de trabalho, objetivando a
proteção da saúde do trabalhador).
Isolar as operações que envolvam solda e pintura dos demais
setores de produção.
A empresa deverá manter informações e controle sobre os
produtos tóxicos que utilizar, por meio da Ficha de Informação
sobre Segurança do Produto Químico – FISPQ.
Ergonômico
Organizar as bancadas de modo que todos os instrumentos a
serem utilizados estejam próximos ao alcance das mãos do
trabalhador.
Evitar que o trabalhador, ao executar sua tarefa, fique curvado ou
que seus braços fiquem acima da altura dos ombros.
Evitar que o transporte de cargas seja manual e que o peso possa
comprometer a saúde, evitando esforços lombares e
desnecessários ao trabalhador.
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Acidentes
Arranjo físico adequado das máquinas e equipamentos.
Sinalização adequada.
Manutenção das ferramentas, máquinas e equipamentos.
FERRAMENTAS ANTI-FAISCANTES. 3.5.
Os riscos da ignição de vapores ou gases
inflamáveis, devido a faíscas, devem ser
reconhecidos, ainda que as vezes tenham sido
exagerados. Um breve artigo sobre experimentos
feitos pela indústria de petróleo, indica que a
segurança obtida com o uso de ferramentas manuais
anti-faísca, em presença de vapores de gasolina e de
outros hidrocarbonetos, não é significativa.
No entanto, substâncias, tais como: sulfeto de carbono, acetileno, éter
etílico, requerem baixa energia para se incendiar.
Para estas substâncias e para outras, o uso de ferramentas especiais
destinadas a reduzir a um mínimo os riscos de centelhas em lugares perigosos,
se pode reconhecer como uma medida da segurança necessária.
As ferramentas forradas com couro, plásticos e as de madeira, estão
isentas do risco de faíscas por fricção, ainda que exista a possibilidade de nelas
haver incrustação de partículas metálicas.
EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO EM ÁREAS COM 3.6.INFLAMÁVEIS
As especificações destes equipamentos é atribuição do Corpo de Bombeiros
local, que normalmente já tem normas padronizadas a respeito.
Conforme o tipo de edificação ou ocupação (destilaria ou refinaria, parques
de tanques ou tanques isolados, plataforma de carregamento, armazéns de
produtos acondicionados, etc) são previstos os correspondentes meios de
combate a incêndio (extintores portáteis, extintores sobre rodas (carretas),
instalações fixas, semi-fixas, automáticas ou sob comando, hidrantes, etc).
Para cada um destes meios de combate a incêndio são feitas várias
exigências.
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Como exemplo, citaremos algumas para o sistema de proteção por
hidrantes:
Os hidrantes devem ser distribuídos de tal forma que qualquer ponto
da área protegida possa ser alcançado por um jato d’água,
considerando-se no máximo 30 metros de mangueira.
A canalização de alimentação dos hidrantes deverá ter diâmetro
mínimo de 63mm.
De uma maneira bem global, poderíamos dizer que em parques de
armazenamento de inflamáveis em tanques são necessários as
seguintes proteções:
Extintores portáteis e de carreta para se combater princípios de
incêndio.
Rede de hidrante adequada.
Sistema de proteção por espuma ou por linhas de mangueiras
ou por intermédio de câmaras de espuma.
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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO COM INFLAMÁVEIS 4.
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 4.1.
Com o intuito de eliminar o risco de incêndios e explosões nas edificações e
nas plantas de produção, é obrigatória a adoção de medidas preventivas de
fontes de ignição e/ou de atmosferas inflamáveis, presentes simultaneamente em
um mesmo local.
Concordamos que, na prática, nem sempre é possível eliminar os dois
fatores de risco, porém, medidas devem, ainda assim, serem tomadas a fim de
que, pelo menos um deles seja eliminado ou controlado.
Nas áreas abertas, situadas no conjunto de compartimentos habitáveis e
nos sistemas de processo existirão, inevitavelmente, diversas fontes de ignição
tais como equipamentos elétricos ou chamas abertas. Em algumas situações é
quase impossível o controle das fontes de ignição. Já que poderão ser
decorrentes da operação normais de equipamentos ou sistemas. Nesse caso o
importante é impedir a entrada de gases inflamáveis nesses compartimentos.
É possível que a adoção de um bom projeto e de práticas convencionais
consiga manter sob controle a emissão de gases inflamáveis e a presença de
fontes de ignição nas diversas atividades desenvolvidas numa planta. Contudo,
os seus meios de controle devem ser rigorosamente, mantidos por toda a
população, e não somente sob responsabilidade dos encarregados pela segurança
da unidade.
As especificações dos equipamentos que devem ser instalados, a
quantidade e localização são atribuições do Corpo de Bombeiros local, que
normalmente já tem normas padronizadas a respeito, cabendo à aprovação do
Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico (PPCIP) e posterior emissão
do Laudo de Vistoria. Conforme o tipo de edificação ou ocupação (destilaria ou
refinaria, parques de tanques ou tanques isolados, plataforma de carregamento,
armazéns de produtos acondicionados, etc.) são previstos os correspondentes
meios de combate a incêndio (extintores portáteis, extintores sobre rodas,
instalações fixas, semifixas, automáticas ou sob comando, hidrantes, etc.). Para
cada um destes meios de combate a incêndio são feitas várias exigências.
É direcionada a todos aqueles que exercem atividades em qualquer tipo de
instalação, tanto industrial quanto comercial, ou a qualquer outra modalidade de
serviços até mesmo residencial.
Situações que atinjam grandes proporções devem ser administradas e
resolvidas pelo Corpo de Bombeiros, pois exigem a aplicação de técnicas
especiais sendo necessário inclusive, um plano de abandono de área.
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A fim de primar pela segurança, a proteção geral contra fogo divide-se em
duas partes:
a) A Prevenção de Incêndios;
b) O Combate Eficaz.
A Prevenção é o ato de evitar que ocorra o incêndio e o sucesso se dá
quando a organização e a educação em todos os setores de atividades atuam em
conjunto. O conhecimento das noções básicas de prevenção, praticadas por
todos, é o único caminho para evitar acidentes como, por exemplo:
• Obediência aos avisos colocados nos locais de perigo;
• Uso dos locais próprios para pontas de cigarros e estopas sujas de óleo;
• Extensões elétricas em condições livres de emendas, de improvisações,
sem isolação e com pinos próprios;
• Guarda de líquidos inflamáveis em recipientes adequados, e quando
vazios armazenados em locais estratégicos para evitar o derramamento de
sobras em locais impróprios;
• Ordem e limpeza nos locais de trabalho; e
• Escadas, corredores e saídas de emergência não utilizada como depósitos
de materiais.
Quando, apesar da prevenção, ocorre um princípio de incêndio, é
importante que ele seja combatido de forma eficiente e segura para que sejam
minimizadas suas consequências. A fim de que esse combate seja eficaz, deve-se
ainda:
• Conhecer os agentes extintores;
• Saber utilizar os equipamentos de combate a incêndio;
• Saber avaliar o quadro: Incêndio ou Princípio de Incêndio;
• Conhecer a melhor atitude a ser tomada.
Princípios da Prevenção de Incêndios 4.1.1.
Na prática, cabe adotar não somente as medidas de prevenção de
incêndios possíveis, como também diante do surgimento de um princípio de
incêndio na planta que não possa ser imediatamente extinto, adotar as medidas
que venham a controlá-lo, pois, se não tomadas, as consequências serão
desastrosas.
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Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de
construção das edificações, enquanto outras estão intimamente ligadas à
doutrina do plano de emergência, cabendo a todo pessoal da planta zelar pelo
seu cumprimento. É responsabilidade do encarregado do controle de segurança a
detecção e correção de irregularidades observadas que venham a apresentar
risco de incêndio durante as mais variadas operações. Contudo, também
compartilhamos que esse deve ser um dever de todos, no que tange a
participação de todos os operadores.
A prevenção não deve se restringir apenas aos sistemas de detecção e aos
sistemas fixos de combate a incêndio. Para evitar que incêndios se propaguem,
as edificações são projetadas de modo que o fogo seja contido em locais o mais
longe possível das áreas de risco. Organiza-se, portanto, uma verdadeira política
de segurança cuidadosamente definida que possa ser cumprida com eficiência por
toda a população da planta.
Uma adequada prevenção de incêndio também deve incluir a limitação da
presença de materiais combustíveis e materiais perigosos, bem como o manuseio
seguro e controle daqueles que podem ser introduzidos para atendimento de
determinadas conveniências ou exigências do serviço.
Métodos de Prevenção 4.1.2.
Podemos afirmar, com segurança, que o mais eficiente método de
combater incêndios é evitando-se que eles aconteçam, ou seja, a prevenção.
Devemos nos esforçar ao máximo, não só o pessoal da segurança, não somente
a brigada de incêndio, como também todo o pessoal envolvido nas diversas
operações.
A grande maioria das ocorrências de incêndios é derivada de falhas
humanas, pela não observância dos cuidados na utilização do material, pela
manutenção deficiente dos equipamentos e pelo desconhecimento das
precauções de segurança. Itens tais como construções resistentes ao fogo,
materiais combustíveis, avaliação de riscos, sistemas de combate a incêndio e
planos de segurança contra incêndio são áreas-chave de conhecimentos
necessários para as brigadas no controle de um incêndio.
Avaliação dos Riscos
A avaliação de riscos procura reconhecer e identificar os perigos existentes
nas instalações, nas operações nos produtos e serviços desenvolvidos dentro da
planta, quantificando e qualificando os riscos que aquelas atividades representam
para o homem, o meio ambiente e o empreendimento, propondo medidas para o
seu controle.
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Portanto, afirmamos que o objetivo da avaliação dos riscos é, de uma
forma resumida, responder a essas quatro perguntas básicas:
O que pode dar errado?
Qual a frequência?
Quais as consequências?
Como poderemos reduzir os efeitos?
INSPEÇÃO / MANUTENÇÃO 4.2.
A inspeção também é um método importante a se destacar diante de uma
política de segurança de incêndios. As inspeções das instalações e de
equipamentos e os cronogramas de serviços apropriados irão reduzir as chances
de falha e consequentemente de incêndio. Uma avaliação de risco deve ser
realizada regularmente para identificar materiais combustíveis e fontes de ignição
em potencial e depois ajustar uma medida de controle para evitar que os dois
combinados comecem um incêndio.
As inspeções periódicas dos dispositivos de detecção e combate a incêndio
também se torna uma tarefa obrigatória, no que tange a prevenção de incêndio.
Desejamos nunca ter que depender deles. Nunca ter que usá-los. Porém, quando
uma emergência é deflagrada, desejamos que eles estejam funcionando
perfeitamente, pois a nossa vida estará confiada às condições do equipamento e
às técnicas de uso.
FUMO 4.3.
Só deverá ser permitido nos locais e ocasiões especificadas. O responsável
da planta deve assegurar que toda a população seja informada dos locais
permitidos para o fumo e por, afixar, avisos adequados e permanentes.
COZINHA 4.4.
É de fundamental importância a adoção de medidas de segurança nas
operações de cozinha. Uma causa frequente de incêndios é o acúmulo de
depósitos de gorduras ou de óleo não queimado nesses locais, no interior de
dutos de fumaça e filtros de extração de gases de cozinha. A cozinha e
compartimentos próximos devem ser frequentemente inspecionados para que
não haja dúvida de que estão limpos.
O pessoal da cozinha deverá receber treinamento adequado para enfrentar
emergências de incêndio nesses locais. A cozinha deverá estar equipada com
extintores de incêndio e mantas especiais para abafamento.
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EQUIPAMENTO ELÉTRICO 4.5.
Os equipamentos elétricos portáteis devem ser cuidadosamente
examinados quanto a possíveis defeitos. Deve ser tomado o cuidado para
garantir que o isolamento elétrico não seja danificado e que a fiação esteja
corretamente conectada e assim permanecer durante todo o tempo em que
estiver em uso. Também deve ser tomado o cuidado para evitar danos mecânicos
nos cabos flexíveis.
Os equipamentos elétricos fixos devem ser do tipo aprovado para áreas
classificadas, mesmo onde existe locais onde uma atmosfera explosiva possa,
com pouca frequência, ser encontrada. É importante que esses equipamentos
também passem por manutenção periódica para garantir que seus dispositivos ou
fiações não venham a se constituir em fontes de ignição.
TRABALHO A QUENTE 4.6.
Trabalho a quente é qualquer um envolvendo soldagens, chamas ou
outros trabalhos incluindo certar furações, esmerilhamento, trabalhos elétricos
que possam produzir centelhamento. Os trabalhos a quente devem ser
permitidos somente em conformidade com as normas de segurança existentes e
práticas seguras adotadas pela unidade.
Os trabalhos a quente devem sempre ser planejados. Nas reuniões de
planejamento devem participar, no mínimo, todos aqueles que irão ter
responsabilidades na execução do trabalho. Deve ser feito um plano de trabalho
com todas as precauções de segurança relacionadas que serão reunidas na
Permissão do Trabalho a ser emitida.
USO DAS FERRAMENTAS 4.7.
O uso das ferramentas manuais, tais como picadeiras e raspadeiras para
preparação e manutenção em partes metálicas devem ser restritas. A área deve
estar desgaseificada e limpa de materiais combustíveis. Ferramenta feita de
metal não ferroso, chamados de não centelhantes, apresentam apenas uma
menor probabilidade para criação de uma centelha ignitiva e, devido à dureza
relativamente menor dos materiais não ferrosos, não são tão eficientes quanto as
suas equivalentes feitas de material ferroso.
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DETECÇÃO DE INCÊNDIOS 4.8.
Objetivo Da Detecção De Incêndios 4.8.1.
A NBR 13.860/1997 define como: “O recurso destinado a receber e emitir
sinais de alerta sonoro ou luminoso, que procedem de uma emergência”. O
objetivo da detecção de incêndio é bastante claro, quanto mais rápido o incêndio
for detectado, maior será a velocidade da resposta para a sua extinção. Por isso,
podemos afirmar que existem dois tipos de detectores: o sensor humano, que
nem sempre poderá ser possível a sua presença em todos os locais e o
automático, previamente instalado com a finalidade de propiciar uma descoberta
rápida do princípio de incêndio ou para um incidente qualquer identificado pelo
plano de alarme e, assim, desencadear o plano de emergência para aquele
incidente deflagrado.
Detector Automático 4.8.2.
A NBR 13.860:1997 define como: “Dispositivos que, quando sensibilizados
por fenômenos físicos e/ou químicos, detectam princípios de incêndios ou
vazamentos de gases perigosos, enviando um sinal a uma central receptora”.
Sistema de Detecção de Fogo, Fumaça e Gases 4.8.3.
Detectores de gases ou fumaça
Os detectores de gases da combustão são classificados da seguinte forma:
Detector fixo iônico
Ocorre a detecção do produto da combustão
através da sua influência sobre a corrente elétrica
numa câmara de ionização. São encontrados em locais
de produção onde existe um potencial de vazamento
de combustível ou produto inflamável e nas cozinhas.
Detector fixo óptico
A detecção ocorre através da medição dos efeitos
(escurecimento ou dispersão) da interferência das
partículas da fumaça sobre o sensor de luz (detector
fotoelétrico). São encontrados em quase todos os
compartimentos (camarotes, corredores, etc.), exceto
cozinhas e sala de geradores, locais onde a fumaça
ocasionalmente é encontrada.
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Detectores de Chama
Os detectores de chama captam a radiação
infravermelha e ultravioleta emitida pela chama.
São encontrados em locais onde existe o risco
potencial de um crescimento rápido de fogo
intenso, determinados pela presença de líquidos e
gases inflamáveis.
Detectores de Temperatura
Os detectores de temperatura são utilizados para identificar uma fonte de
calor acima do normal na área em que foi instalado.
Podem ser:
Termostático
Detecta quando a temperatura ambiente excede
de certo valor durante um determinado período.
Termovelocímetro
Detecta se a velocidade com que aumenta a
temperatura e excede de um valor durante determinado
período.
Detectores de Gases Portáteis 4.8.4.
O detector de gases deve ser intrinsecamente
seguro. Pode detectar a presença de mais de um
gás/vapor (multigás). Tratando-se de equipamentos
portáteis, estes podem oferecer dois tipos de leitura:
Indireta
Requer a coleta de uma amostra do contaminante
e seu envio para um laboratório de análise ou o uso de
tubos colorimétricos.
Direta
Oferece uma leitura em tempo real da concentração do contaminante. O
próprio instrumento coleta e analisa a substância.
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Este é o tipo mais utilizado em monitoração contínua. Todavia existe a
limitação que nem todos os contaminantes podem ser detectados pelo
instrumento.
Podemos dizer que sua importância é vital para se classificar ou
“desclassificar” uma área de risco. É o instrumento pelo qual:
Indica as características atmosféricas do espaço confinado através de
uma leitura direta;
Sinaliza a necessidade da utilização do EPI a ser utilizado;
Determina o equipamento a ser utilizado para áreas classificadas;
Determina a possibilidade de uso de equipamentos não certificados;
Informa através de seu alarme a presença de algum gás a vapor ou
em concentrações;
Alarmes Automáticos de Incêndio 4.8.5.
Equipamentos instalados com a finalidade de alertar a todos para a
deflagração de um estado de emergência. Os alarmes podem ser sonoros ou
visuais.
Sonoros
Podem ser através de toques (incêndio, abandono, etc) ou através de
mensagem via intercomunicadores instalados em diversos compartimentos.
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Visuais
Indicados para os locais onde a escuta do alarme seja de difícil percepção,
onde é indicado o uso de protetores auriculares. Nestes locais utilizam-se desse
sistema dotado de luminosos especiais com alto facho e oscilante em
complemento aos alarmes sonoros.
Normalmente os sistemas de detecção e de alarme estão interligados com
os sistemas de combate a incêndio, como por exemplo, o de borrifo, o de dilúvio
e os sprinkers.
EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO 4.9.
Mangueira de Incêndio 4.9.1.
A mangueira segundo a NBR 11.861/1998, é o “Equipamento de combate a
incêndio, constituído essencialmente por um duto flexível dotado de uniões”. Ao
ser feita referência a uma seção de mangueira, fica estabelecido que estaremos
falando do comprimento padrão de 15,25m. Existem 5 tipos de mangueiras de
incêndio escolhidas em função do local e das condições de aplicação.
Mangueira do tipo 1 construída com um reforço têxtil e para pressão
de trabalho de 980kPa (10kgf/m2). Destina-se a edifícios de
ocupação residencial.
Mangueira tipo 2 construída com um reforço têxtil e para pressão de
trabalho de 1370kPa (14kgf/m2). Destina-se a edifícios comerciais e
industriais ou o Corpo de Bombeiros.
Mangueira tipo 3 construída com dois reforços têxteis sobrepostos e
para pressão de trabalho de 1470kPa (15kgf/m2). Destina-se a área
naval e industrial ou o Corpo de Bombeiros, onde é desejável uma
maior resistência à abrasão.
Mangueira tipo 4 construída com reforço têxtil, acrescida de uma
película externa de plástico e para pressão de trabalho de 1370kPa
(14kfg/m2). Destina-se a área industrial, onde é desejável uma maior
resistência à abrasão.
Mangueira tipo 5 construída com um reforço têxtil, acrescida de um
revestimento externo de borracha e para pressão de trabalho de
1370kPa (14kgf/m2). Destina-se a área industrial, onde é desejável
uma alta resistência a abrasão e a superfícies quentes.
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Existem mangueiras nos diâmetros de 1.½ e 2.½ polegadas. As
mangueiras de 1.½” são de manejo mais fácil. Já as mangueiras de 2.½”
oferecem muitas dificuldades na sua utilização, mesmo quando utilizadas em
locais abertos. Elas são mais empregadas para propiciar uma maior extensão das
linhas de mangueiras, alimentando duas outras de 1.½” com emprego de uma
redução em “Y”.
As mangueiras deverão ser
conservadas limpas, não sendo, porém
indicado lavá-las, a não ser no caso de
ficarem sujas de óleo ou graxa, que
atacam a borracha. Nesses casos,
deverão ser lavadas com água doce,
escova macia e sabão ou detergente
neutro.
Não utilizar escova de arame ou qualquer outro produto abrasivo. Após a
lavagem, as mangueiras deverão ser enxaguadas e postas estendidas a secar à
temperatura ambiente para que não apresentem mofo. Todas as mangueiras
devem ser inspecionadas semanalmente, a fim de se verificar se contém
umidade. Devem ser retiradas de seus suportes, pelo menos uma vez por mês e
novamente colhidas, de modo que as dobras não fiquem no mesmo ponto em
que se encontravam. A parte inferior da mangueira, quando no cabide, deve ficar
pelo menos a 15cm do piso.
Acondicionamento é a forma em que encontramos as mangueiras, em
função do seu local de guarda. Podemos encontrá-las nas seguintes formas:
Espiral
Também conhecido como método alemão.
Própria somente para armazenamento e
apresenta uma dobra suave que evita o desgaste
do material. Não recomendável para operações de
combate a incêndio devido a demora para
desdobrá-la.
Aduchada
É o mais indicado para operações de combate devido o seu manuseio e
transporte. Também apresenta um baixo desgaste do material, pois só utiliza
uma dobra. O aduchamento de uma mangueira é uma tarefa melhor
desempenhada por dois brigadistas:
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1° passo: Preparamos a mangueira
deixando-a totalmente esticada sob o piso, tirando
todas as torções por ventura existentes. Uma das
extremidades deve ser levada e colocada de modos
que fique uma parte da mangueira sob a outra,
mantendo uma distância de 1 metro entre as duas
conexões.
2° passo: Enrolar começando pela dobra
tentando manter o maior ajuste possível. O
segundo tripulante auxiliar de forma a evitar folgas na parte interna. Parar de
enrolar quando atingir a conexão da parte interna, trazendo a outra conexão
sobre a mangueira aduchada.
Para desenrolar uma mangueira basta colocá-la sob o piso, pisar na parte
externa não enrolada, segurar na conexão da parte interna ainda enrolada e
puxá-la para cima. Este movimento pode se efetuado parado ou caminhando em
direção a uma tomada ou a outro lance de mangueira.
A mangueira aduchada pode ser transportada de duas formas. Embaixo do
braço, com a conexão para baixo e voltada para trás, ou em cima dos ombros
com a conexão para baixo e voltada para frente. Talvez esta última maneira
apresente algumas limitações quanto a limitação na visibilidade do lado em que o
tripulante estiver carregando a mangueira.
Zigue-zague
Próprio para uso de linhas já prontas. Apresenta
um maior desgaste devido ao maior número de
dobras. Pode ficar deitada no piso ou em pé.
Esguicho 4.9.2.
Os esguichos são peças feitas de metal anti-faíscante (bronze, latão) ou
de fibra de carbono, com variados modelos projetados para otimizar a
velocidade e forma de lançamento do jato d’água para o fogo. Segundo a NBR
14.870/2002 existem 4 tipos de esguinchos:
Esguicho Básico é o “Esguicho de jato regulável em que vazão de
lançamento se dá uma pressão determinada pelo ajuste da forma do jato. Devido
ao seu projeto básico, à medida que muda a forma de jato compacto para
neblina, ocorre mudança de vazão. A pressão do esguicho também poderá ser
afetada. Isto é causado pela mudança do orifício, devido ao ajuste da forma de
lançamento”.
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Esguicho de Vazão Constante é o “Esguicho de jato regulável em que a
vazão de lançamento é constante a uma determinada pressão. Na pressão
determinada o esguicho terá vazão constante desde jato compacto até a neblina
total. Isto ocorre através da manutenção do diâmetro do orifício, que deve ser
constante durante a regulagem do jato”.
Esguicho de Vazão Ajustável é o “Esguicho que permite a seleção da vazão
manualmente. A vazão selecionada permanecerá constante, independente da
forma do jato”.
Esguicho Automático de Pressão Constante é o “Esguicho de jato regulável
em que a pressão permanece constante em uma grande amplitude de vazões. A
pressão constante proporciona uma velocidade adequada para um bom alcance
em várias vazões. Isso é conseguido por meio de um orifício auto-ajustável no
difusor, a fim de proporcionar o alcance desejado”.
O controle da abertura do esguicho pode ser do tipo alavanca ou do tipo
rotacional. A sua vazão é variável e pode ser utilizado para a aplicação de jato
sólido, mais indicado para trabalhos de resfriamento (ataque indireto), ou para
aplicação de neblina de alta velocidade em ângulos variados de 30° a 90°.
São encontrados nos diâmetros de 1.½ e de 2.½ polegadas. Também
encontramos modelos especiais utilizados para produção de espuma.
Acessórios 4.9.3.
Para uma maior eficácia, flexibilidade quanto ao uso de mangueiras nas
operações de combate a incêndio devemos contar com alguns acessórios que
otimizem o seu alcance.
O derivante ou redução “Y” é indicado para manobras em que será
necessário o emprego de duas ou três linhas de mangueiras. Sempre reduz de
um diâmetro de 2.½ para 1.½ polegada. Também é construído em metal anti-
faiscante. As reduções são aplicadas para reduzir o diâmetro de uma mangueira
de 2.½ para outra de 1.½ polegada, nunca ao contrário.
Embora, hoje em dia, a grande maioria das conexões de mangueiras seja
de engate rápido, ainda contamos com as chaves de mangueira ou chave “Storz”.
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O real motivo de ainda existirem ocorre pela sensibilidade do bronze ou do
latão a impactos físicos. É um excelente material para combate a incêndio por
não produzir faíscas quando sofrer algum tipo de atrito, contudo é fácil de
amassar. Sendo assim, é importante termos o maior cuidado com todos os
assessórios de combate a incêndio fabricados desses materiais.
Também devemos preservar esses equipamentos quanto a sujeiras,
contaminação e corrosão, mesmo que tenham sido feitas de bronze,
principalmente após a sua utilização com espumas. Portanto, não dispensaremos
uma boa limpeza com um pouco de algum lubrificante adequado.
Agentes Extintores 4.9.4.
Os agentes extintores mais utilizados par o combate a incêndio são:
Água;
Espuma;
Dióxido de Carbono (CO2);
Pó Químico (Bicarbonato de Sódio, Fosfato de Monoamônia,
Bicarbonato de Potássio, Cloreto de Sódio, etc.);
Agentes Halogenados (FM-200; Halotron; FE-13; FE-25; FE-36; etc.)
Extintor de Incêndio 4.9.5.
Extintor Portátil - Pela definição da NBR 15.808 é o “Aparelho de
acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o agente
extintor destinado a combater princípios de incêndio”; cuja a massa total até
20kg. O grau de proteção que oferecem não equivale ao das instalações fixas e
automáticas, mas, se empregados adequadamente, são eficientes em extinguir o
fogo em seus momentos iniciais.
Quanto ao seu tipo são classificados em:
Portátil;
Não Portátil (sobre rodas); e
Sistema Fixo.
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O emprego de extintores portáteis para debelar princípios de incêndio
nunca deverá protelar a convocação de recursos de maior alcance, uma vez que,
caso o combate com equipamento portátil fracassar, já estarão em andamento
providências para fazer chegar ao local sinistrado recursos de maior porte,
permitindo combater o incêndio antes que ele atinja grandes proporções. São
muitos os tipos de extintores portáteis. Os extintores portáteis devem ser
selecionados e posicionados com base no material combustível efetivamente
existente na área a proteger. Para que os extintores portáteis ofereçam uma
proteção eficiente para as instalações, alguns aspectos relevantes sobre os
mesmos deverão se levantados quando se justifica o emprego deles:
Deve estar dimensionado ao riso existente no local e distribuído
uniformemente;
Possuir condições operacionais de uso;
Deve ser apropriado para a classe de incêndio presente no local;
Deve estar estrategicamente localizados em áreas visíveis e de fácil
acesso;
Deve ser fornecido treinamento adequado para os ocupantes da
planta sobre o manuseio do aparelho;
A quantidade de extintores nos locais de trabalho depende da análise de
cada planta e encontra-se definida pela NR-23, com base nos parâmetros fixados
pelo IRB - Instituto Brasileiro de Resseguros. Além do problema relativo à
seleção do extintor, é importante considerar também a posição relativa desses
equipamentos junto da área ou dos pontos por ele protegidos. Algumas vezes
extintores devem ser intencionalmente posicionados próximos aos pontos com
risco em potencial, como em locais onde se executam serviços de solda.
Corredores e passagens são locais especialmente indicados para a localização de
extintores em ambientes interiores, principalmente junto às portas de acesso. Os
extintores suspensos em cabides devem ser posicionados com certos limites em
relação ao piso, em função do peso total que possuem.
Segundo a NR-23, não deverão ter a sua parte superior a
mais de 1,60m acima do piso.
Extintor com Agente Água
Extintor Tipo Pressurizado (Pressurização Direta),
“Pressão no próprio cilindro”: O propelente (Nitrogênio) e o
agente extintor são armazenados no cilindro e a descarga
controlada por meio de válvula de disparo rápido;
capacidade de 10 litros.
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Emprego: Exclusivamente em incêndios da Classe A.
Uso: Remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alça inferior.
Retirar a seguir o pino de segurança e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para
a base das chamas. Depois de extinto o fogo, dirigir o jato sobre o material
incandescente até encharcá-lo.
Cuidados no manuseio:
Quando utilizada em jato sólido, pode variar equipamentos;
Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido for dirigida
sobre o pessoal;
Se dirigida sobre o equipamento elétrico energizado, pode causar
choque elétrico.
Extintor com Agente Espuma
Extintor de Espuma Mecânica (Pressurização Direta),
um cilindro com uma mistura de AFFF e água, que usa
nitrogênio como propelente; capacidade de 09 e 10 litros.
Emprego: Estes extintores podem ser usados em
incêndios das Classes A e B. o agente extintor extingue por,
principalmente, abafamento e secundariamente por
resfriamento.
Uso: são operados à semelhança dos extintores de
água pressurizada.
Cuidados no manuseio:
Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos;
Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos
materiais;
Produz irritação na pele, e principalmente nos olhos.
Extintor com Agente Gás Carbônico
O extintor consiste de um cilindro de aço sem costura,
no qual é comprimido o CO2 a uma pressão de 60kgf/cm2
(850 lb/pol2). A operação da alavanca de disparo permite
uma operação intermitente do extintor; capacidade de 04 e
06kg.
Emprego: São recomendados para incêndios das
Classes B e C, não podendo ser usados em incêndios da
Classe D.
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São eficientes contra pequenos incêndios da Classe A no seu início, quando
não há profundidade de queima.
Uso: retirar o pino de segurança. Em seguida, pressionar a alavanca que
comandará a válvula de descarga. Em quase todo tipo de incêndio, a descarga
deve ser atingida para a base das chamas até a sua extinção.
Cuidados no manuseio:
Pode causar acidentes por asfixia em ambientes fechados;
Pode causar queimadura na pele e nos olhos, em face de sua baixa
temperatura;
Pode dar origem à formação de cargas de eletricidade estática.
Extintor com Agente Pó Químico
Os extintores de bicarbonato de sódio foram
originalmente conhecidos como “pó químico seco”, sendo
esta denominação mantida para todos os extintores com
agente extintor em pó, exceto aqueles para incêndio Classe
D. Modernamente, já contamos com o fosfato de
monoamônia. São extintores pressurizados, capacidade de
04, 06 e 12kg. Tipo pressurizado, com pressão no próprio
cilindro (pressurização direta), como propelente emprega o
nitrogênio;
Emprego: É recomendado para o uso em incêndios das
classes B e C, ou A, B e C se for fosfato de monoamônia (Pó ABC), não podendo
ser usados no da classe D.
Uso: O jato deve ser dirigido para a base do fogo,
movimentando-se o esguicho rapidamente de um lado para o
outro. Tipo à pressurizar (pressurização indireta) com ampola
de CO2. O extintor contém o pó, e o propelente (CO2) é
armazenado numa pequena ampola (cilindro de
pressurização) localizada na parte externa do extintor.
Abrindo a válvula da ampola o CO2 será injetado para o
interior do extintor proporcionando um aumento de pressão
(pressão de trabalho). A descarga é controlada por uma
pistola na extremidade da mangueira do extintor.
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Cuidados no manuseio:
Podem causar acidentes por asfixia quando utilizados em
compartimentos fechados e sem ventilação; e
Podem dar origem a maus contatos e baixa de isolamento em
equipamentos elétricos. No caso do pó ABC, os danos aos
equipamentos serão menores.
Extintor com Agentes Halogenados (FM-200; FE-13; FE-25; FE-36;
Halotron)
Emprego: São recomendados para incêndios das Classes B e C. São
particularmente empregados em incêndios de equipamentos eletrônicos, por não
deixarem resíduos.
Uso: São operados da mesma forma dos extintores de CO2.
Capacidade de 01 a 06kg.
Extintores Pressurizados (pressurização direta). Utilizam os seguintes
propelentes: Nitrogênio e Argônio.
Cuidados no manuseio:
Quando um incêndio é extinto por um agente
derivado de hidrocarbonetos halogenados,
formam diversos elementos tóxicos, que são
altamente nocivos a vida humana.
Os halogenados possuem baixa toxidez quando
armazenados em condições normais.
Extintor com Agente Pó Químico D
Estes extintores são comumente conhecidos como
extintores de “Pó D” a base de Cloreto de Sódio. O agente
quando aplicado forma uma barreira no metal incendiado
impedindo o acesso ao oxigênio, extinguindo por
abafamento.
Emprego: Na aproximação de um incêndio, dirigir o
jato na base do fogo (lançar o pó sobre o metal
incendiado).
Uso: Utilizados somente em incêndio da Classe D.
Cuidados no manuseio:
Os mesmos para os demais tipos de agentes extintores a base de pó.
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Extintor Sobre Rodas (Carretas) 4.9.6.
Aparelhos de acionamento manual, com massa superior a 20 kg, montados
sobre rodas, constituídos de recipiente e acessórios contendo o agente extintor
destinado a combater princípios de incêndio. (NBR 15809)
ATENÇÃO: Recomenda-se a operação por 2 pessoas.
Manta Antichama
Os agentes extintores, tais como água e
areia, lançados a balde, constituem um recurso de
razoável eficiência para controle de princípios de
incêndio. A manta antichamas também é conhecida
como um agente extintor. É fabricada em aramida.
A sua aplicação é indicada para princípios de
incêndio em cozinhas envolvendo incidentes como
fritadeiras.
Sarilho ou Carretel de Mangueira 4.9.7.
Equipamento instalado no piso ou em
paredes conectados a rede de incêndio e
indicados para princípios de incêndio.
Geralmente utilizam um mangote feito de
borracha resistente ao calor com longo
comprimento e um esguicho de 1 polegada.
Onde houver instalado esse equipamento,
poderá substituir o uso dos extintores portáteis
de água.
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Sistemas Fixos de Combate a Incêndios 4.9.8.
Vantagens do Sistema Fixo de Extinção de Incêndio
As duas maiores vantagens apresentadas pelos sistemas fixos de combate
a incêndio são a rapidez da resposta a um indício de incêndio e a possibilidade de
um ataque inicial ao incêndio sem a presença da brigada.
A quantidade e a localização dos equipamentos de combate a incêndio
estão definidas no Plano de Emergência. Cada planta deve ser analisada
individualmente sobre o tipo, a localização, a quantidade e o emprego de tal
equipamento.
Sistema Fixo de Gases Inertes
Recebem o titulo de gases inertes todos aqueles que não sejam
combustíveis ou comburentes, ou seja, não participam, sob a qualquer forma, do
fenômeno da combustão.
Entre eles destacam-se o Dióxido de Carbono (CO2), o Nitrogênio (N2),
Argônio (Ar) e a nova geração de agentes limpos, o FE-227 (FM 200) e o FE-25
(já comentados anteriormente).
Os sistemas fixos são instalados com a finalidade de saturar com esses
gases a atmosfera no interior dos compartimentos que, normalmente,
apresentam maiores riscos de incêndio. Podem ser projetado para uma descarga
direta ou para uma descarga controlada por tempo.
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Sistema Fixo de Espuma
A espuma é um agente indicado para
extinção de incêndios da classe “B”, em especial
os de grande vulto envolvendo hidrocarbonetos.
Como já visto a espuma extingue incêndios por
abafamento. A principal finalidade do uso da
espuma é a extinção de incêndios em
combustíveis ou na maioria dos líquidos
inflamáveis, tendo excelentes características de
penetração além de ser superior a água na extinção de incêndios da classe “A”,
por sua característica de abafamento e resfriamento.
O jato de espuma deve ser dirigido para escorrer sob a superfície do líquido
inflamado. Nunca dirigir o jato diretamente sobre as chamas. Quando o incêndio
ocorrer com líquidos derramados, torna-se mais eficiente represar o líquido com
a própria espuma, empurrando-a aos poucos
sobre o líquido inflamado. Existe também a
possibilidade de empregar neblina de espuma,
altamente eficiente nesses tipos de incêndio. A
espuma pode ser encontrada em reservatórios
especiais ou em sistemas geradores e lançada
através de esguichos especiais ou por canhões
monitores, sempre o mesmo objetivo de isolar os
vapores combustíveis prevenindo o ressurgimento
do incêndio.
Nas operações de combate a incêndio com uso de mangueiras, pelo menos
uma das linhas de mangueira para combater incêndio da classe “B” deve ser com
espuma. Se não estiver mais disponível, pode ser utilizada água em neblina de
alta velocidade, tomando o devido cuidado para não romper a película de espuma
produzida anteriormente.
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Sistema Fixo de Pó Químico Seco
O PQS é um grande agente extintor. Quando
submetido a altas temperaturas libera o CO2,
extinguindo o incêndio também por abafamento,
além do seu efeito principal, a quebra da reação em
cadeia. Normalmente encontramos o sistema
composto de um reservatório de pó químico,
normalmente o Bicarbonato de Sódio ou Potássio,
sendo o último o mais eficaz. O propelente é o
nitrogênio acondicionado em garrafas que são acionadas no momento em que o
sistema for posto em funcionamento.
Sistema de Borrifo
Também conhecidos como chuveiros automáticos ou sprinklers. O sistema
de borrifo é um dos mais antigos sistemas fixos. Nada mais eram do que diversas
ranhuras ao longo de tubulações abastecidas com água. Hoje com os sprinklers
existentes, encontramos uma infinidade de modelos para diversas aplicações.
Destinam-se, genericamente, a proteger a área contra o fogo e, quando
operando automaticamente, possuem a vantagem de atuar logo no início do
incêndio, impedindo assim que o fogo alcance maiores proporções. Alguns
sistemas modernos podem ser operados automaticamente, sendo a válvula de
controle atuada por um sistema de servo-comando, sensível ao aumento de
temperatura. Sistemas semelhantes, de operação manual, dotados de controle
local e comando a distância, são instalados em locais onde o manuseio de
gasolina ou outros inflamáveis torne a área potencialmente perigosa.
Podem ser dotados de pulverizadores destinados a formação de neblina de
baixa velocidade, ou do tipo “chuveiro”, em forma de cortina d’água.
Toda a rede instalada no compartimento protegido por esse sistema é
mantida pressurizada. Ao indício de uma fonte de calor, o chuveiro entra em
ação, independentemente de acionamento manual. Logo, entendemos que
somente aqueles expostos a uma fonte de calor é que serão ativados. No mesmo
instante de seu acionamento, o sistema faz disparar o alarme de incêndio. A ação
do alarme, na maioria das vezes, é informar a necessidade de ser fechada a
água, visto que o incêndio propriamente dito já deve ter sido debelado. Ao ser
acionado o suprimento de água, é lançado sob a forma de neblina de alta
velocidade. O projeto da rede de combate a incêndio deverá assegurar que os
sistemas fixos não reduzam materialmente o volume de água disponível e nem
produzem uma queda de pressão na rede.
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Sistema de Dilúvio
Montados em tubulações permanentemente secas com o seu fluxo
controlado manual e automaticamente, dotada de bicos para aspergir ou
nebulizar água sob forma de neblina de média e alta velocidade. Para uma
eficácia melhor com relação aos incêndios Classe B, pode ser adicionado com o
LGE. É encontrado instalado em unidades de gás combustível, manifolds de óleo
e gás, compressores de gás, recipientes pressurizados, etc.
Rede de Incêndio
A rede de incêndio consiste de um sistema de tubulações que alimentam os
hidrantes e os demais sistemas fixos que utilizem água, devendo se estender até
as extremidades da empresa e possuir hidrantes acessíveis e espaçados entre si
por não mais do que o equivalente a duas ou três vezes o comprimento de uma
mangueira de combate a incêndio padrão. As características hidráulicas das redes
dos sistemas de água e de espuma estabelecem as características das bombas
fixas necessárias.
Por precaução é indicado que as bombas possuam duas fontes de energia
independentes. Considere ainda a possibilidade de se utilizar bombas móveis
para o caso de falhas na unidade fixa de bombeamento. Como opção, as bombas
móveis também podem ser utilizadas para elevar a pressão na rede de incêndio.
A pressão na rede de incêndio poderá variar de acordo com a aplicação que está
sendo considerada, somente água para resfriamento, aumentar o alcance do jato
d’água ou para produzir espuma.
Canhões Fixos
Também conhecidos como monitores podem ser usados com água ou
espuma e instalados em bases fixas ou unidades móveis, destinado a formar e
orientar jatos de longo alcance para combate a incêndio.
A regulagem de altura do jato de líquido de um canhão é ditada pelo uso a
que se destina.
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P á g i n a | 80
Exige-se que, no mínimo, sejam operados
com um jato de 30 metros de alcance e 15 metros
de altura, sem vento.
Atenta-se para o uso de canhões sob bases
fixas. Dependendo da direção do vento poderá ser
uma posição desfavorável para dar o combate,
ficando a brigada exposta aos efeitos da fumaça e
do calor.
Hidrantes
São as tomadas de incêndio instaladas nas tubulações da rede de incêndio
ou nas extremidades das derivações verticais. Geralmente essas tomadas são de
2.1/2 polegadas de diâmetro, reduzidas, quando necessário para 1.1/2
polegadas.
Bombas de Incêndio
As características hidráulicas das redes
do sistema de água e de espuma estabelecem
as características das bombas fixas
necessárias. Por precaução é indicado que as
bombas possuam duas fontes de energia
independentes. Qualquer bomba instalada para
funcionar como bomba de incêndio, deve ter
capacidade e pressão suficiente para alimentar
todas as instalações de incêndio, mesmo em
pavimentos elevados.
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P á g i n a | 81
Bombas Portáteis 4.9.9.
Considere ainda a possibilidade de se utilizar bombas móveis para o caso
de falhas na unidade fixa de bombeamento. Como opção, as bombas móveis,
também podem ser utilizadas para elevar a pressão na rede de incêndio ou
para efetuar o esgotamento de um local alagado.
NOTA: As bombas portáteis quando operando em compartimentos
interiores, devem ter os gases da combustão conduzidos para fora por um
mangote de descarga apropriado.
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PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM SITUAÇÕES DE 5.
EMERGÊNCIA COM INFLAMÁVEIS
O empregador deve elaborar e implementar plano de resposta a
emergências que contemple ações específicas a serem adotadas na ocorrência de
vazamentos ou derramamentos de inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios
ou explosões.
O plano de resposta a emergências das instalações classe I, II e III deve
ser elaborado considerando as características e a complexidade da instalação e
conter, no mínimo:
a) nome e função do(s) responsável (eis) técnico (s) pela elaboração e
revisão do plano;
b) nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e
implementação do plano;
c) designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis
pela execução de cada ação e seus respectivos substitutos;
d) estabelecimento dos possíveis cenários de emergências, com base
nas análises de riscos;
e) descrição dos recursos necessários para resposta a cada cenário
contemplado;
f) descrição dos meios de comunicação;
f) procedimentos de resposta à emergência para cada cenário
contemplado;
g) procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades
públicas e desencadeamento da ajuda mútua, caso exista;
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P á g i n a | 83
h) procedimentos para orientação de visitantes, quanto aos riscos
existentes e como proceder em situações de emergência;
cronograma, metodologia e registros de realização de exercícios simulados.
AÇÕES AO PLANO DE EMERGÊNCIA 5.1.
Nos casos em que os resultados das análises de riscos indiquem a
possibilidade de ocorrência de um acidente cujas consequências ultrapassem os
limites da instalação, o empregador deve incorporar no plano de emergência
ações que visem à proteção da comunidade circunvizinha, estabelecendo
mecanismos de comunicação e alerta, de isolamento da área atingida e de
acionamento das autoridades públicas.
O plano de resposta a emergências deve ser avaliado após a
realização de exercícios simulados e/ou na ocorrência de situações
reais, com o objetivo de testar a sua eficácia, detectar possíveis
falhas e proceder aos ajustes necessários.
Os exercícios simulados devem ser realizados durante o horário de
trabalho, com periodicidade, no mínimo, anual, podendo ser reduzida
em função das falhas detectadas ou se assim recomendar a análise
de riscos.
Os trabalhadores na empresa devem estar envolvidos nos exercícios
simulados, que devem retratar, o mais fielmente possível, a rotina de
trabalho. O empregador deve estabelecer critérios para avaliação dos
resultados dos exercícios simulados.
Os integrantes da equipe de resposta a emergências devem ser
submetidos a exames médicos específicos para a função que irão
desempenhar, conforme estabelece a Norma Regulamentadora n.º 7,
incluindo os fatores de riscos psicossociais, com a emissão do
respectivo atestado de saúde ocupacional.
A participação do trabalhador nas equipes de resposta a emergências
é voluntária, salvo nos casos em que a natureza da função assim o
determine.
DERRAMAMENTO DE LÍQUIDO COMBUSTÍVEL 5.2.
Além da areia, quais materiais absorventes existem?
Os materiais absorventes devem ser hidrofóbicos e oleofílicos. Assim,
podem ser encontrados no mercado sob a forma de mantas, travesseiros,
cordões e granulados, atendendo às diversas situações de acidentes com HC.
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Por que é preciso tomar mais cuidado com o derramamento de
líquido combustível?
Em primeiro lugar, o diesel torna as superfícies escorregadias, podendo
causar a queda de quem transita pela área. Ainda, derramar combustível,
qualquer que seja ele, é desperdício e gera passivos ambientais de operação, ou
seja, poluição para o meio ambiente. Por último, se o líquido chegar às galerias
de esgoto, etc, gerará atmosfera explosiva e assim, grave acidentes.
Não devemos utilizar água e sabão para limpar o combustível no
chão, independente do volume derramado? Usar a areia, em qualquer
situação, não poderá gerar um volume muito grande de material
contaminado?
Ao contrário, a areia absorve o combustível evitando que ele se espalhe e
escoe para locais inadequados como, por exemplo, os bueiros. Seu uso evita
que pessoas ou carros passem sobre as poças, espalhando o combustível
e ampliando as dimensões de um potencial foco de incêndio. Contudo, realmente
é preciso tomar cuidado para utilizar apenas a quantidade estritamente
necessária de areia para total absorção.
O uso do celular em postos de abastecimento pode mesmo provocar
acidentes?
A maior preocupação com o uso do aparelho celular é quando ele recebe
uma ligação, podendo assim, gerar uma fagulha ou centelha. Estando em um
ambiente de gases inflamáveis, como é a área próxima aos pontos de
abastecimento, tanto de combustível líquido quanto de GNV, há o perigo de
explosões. Contudo, não existe uma opinião comum entre os especialistas, já que
alguns afirmam que somente um aparelho que apresente defeito poderá causar
acidentes. Em determinadas regiões, o uso do celular ainda é proibido por lei nos
postos de abastecimento, que deve ser respeitada.
Onde se descarta o material absorvente contaminado, resultante da
limpeza de um derramamento de combustível, por exemplo? Que tipo de
empresa faria essa coleta?
Verifique junto ao Órgão Ambiental da sua cidade ou município, quais
empresas são licenciadas para prestarem este tipo de serviço - coleta e
destinação de resíduo perigoso. Após a realização do serviço, a empresa
contratada terá que fornecer ao posto um certificado de destinação do produto
perigoso recolhido. Tal documento deverá ser guardado para, quando necessário,
ser apresentado à fiscalização.
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Quando ocorrer um acidente com vítima, temos que ligar para o
Disque Emergência sempre?
Não é preciso ligar para o Disque Emergência em caso de acidente com
vítima. Todo acidente envolvendo vítima é considerado de nível 3, se o caso for
mais grave é necessário chamar uma ambulância.
PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS DA INSTALAÇÃO 5.3.
O empregador deve elaborar e implementar o plano de resposta a
emergência;
Ações específicas em caso de vazamento ou derramamento de
inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios ou explosões;
Exigido para as instalações classe I, II e III;
O Plano depende da característica e complexidade da Instalação.
Plano de Resposta a Emergências da Instalação deve 5.3.1.
conter no mínimo:
Nome/função responsável técnico pela elaboração/revisão plano;
Nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e
implementação do plano;
Designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis
pela execução de cada ação e seus substitutos;
Estabelecimento dos possíveis cenários de emergência com base nas
análises de riscos;
Descrição dos recursos necessários para a resposta a cada cenário.
Descrição dos meios de comunicação;
Procedimentos de resposta à emergência para cada cenário;
Procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades
públicas e desenvolvimento de ajuda mútua;
Procedimento para orientação de visitantes, quanto aos riscos
existentes e como proceder em situações de emergência;
Cronograma, metodologia e registro de realização de exercícios
simulados.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 86
Plano de Resposta a Emergência 5.3.2.
Se na análise de risco indicar a possibilidade de ocorrência de um acidente
cujas consequências ultrapassem os limites da instalação é necessário ações que
visem à proteção da comunidade estabelecendo mecanismo de comunicação e
alerta, isolamento da área atingida e acionamento das autoridades públicas.
O PRE deve:
Ser avaliado após a realização de simulados e/ou ocorrência de
situações reais, com objetivo de testar sua eficácia;
Os simulados devem ser realizados durante o horário de trabalho com
periodicidade mínima anual podendo ser reduzida em função das
falhas detectadas ou recomendação da análise de risco;
O empregador deve estabelecer critérios para avaliação dos
simulados;
Os integrantes da equipe do PRE devem ser submetidos a exames
médicos específicos para a função incluindo fatores de riscos psico-
sociais;
A participação do trabalhador na equipe é voluntária salvo nos casos
em que a natureza da função assim determine.
COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS 5.4.
O empregador deve comunicar ao órgão regional do MTE e ao sindicato da
categoria profissional a ocorrência de vazamento, incêndio ou explosão
envolvendo inflamáveis e líquidos combustíveis que tenham gerado:
a) Morte de trabalhador (es);
b) Ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras de 2º ou
3º grau, que implicaram em internação hospitalar;
c) Acionamento do plano de resposta a emergências que tenha
requerido medidas de intervenção e controle.
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A Comunicação 5.4.1.
A comunicação pode ser feita por ofício ou meio eletrônico ao sindicato da
categoria profissional predominante no estabelecimento e ao setor de segurança
e saúde do trabalho do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego.
Até o 2º dia útil após a ocorrência e deve conter:
a) Nome da empresa, endereço, local, data e hora da ocorrência;
b) Descrição da ocorrência, incluindo informações sobre os inflamáveis,
líquidos combustíveis e outros produtos envolvidos;
c) Nome e função da vítima;
d) Procedimentos de investigação adotados;
e) Consequências;
f) Medidas emergenciais adotadas.
Contratante e Contratadas 5.4.2.
A contratante e as contratadas são solidariamente responsáveis pelo
cumprimento desta Norma Regulamentadora.
Responsabilidades da Contratante:
Os requisitos de segurança e saúde no trabalho, adotados para os
empregados das contratadas devem ser, no mínimo, equivalentes aos
aplicados para os empregados da contratante. A empresa
contratante, visando atender ao previsto nesta NR, deve verificar e
avaliar o desempenho em segurança e saúde no trabalho nos serviços
contratados. (“auditoria”)
Cabe à contratante informar às contratadas e a seus empregados os
riscos existentes no ambiente de trabalho e as respectivas medidas
de segurança e de resposta a emergências a serem adotadas. A
empresa contratada deve cumprir os requisitos de segurança e saúde
no trabalho, especificados pela contratante, por esta e pelas demais
Normas Regulamentadoras.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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ESTUDO DA NORMA REGULAMENTADORA N° 20 6.
INTRODUÇÃO 6.1.
Esta Norma Regulamentadora – NR-20, estabelece requisitos mínimos para
a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de
acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.
ABRANGÊNCIA 6.2.
Esta NR se Aplica às Atividades de 6.2.1.
a) extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis, nas etapas de projeto, construção,
montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da
instalação;
b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de
líquidos combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem,
operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação.
DEFINIÇÕES 6.3.
Líquidos Inflamáveis 6.3.1.
São líquidos que possuem ponto de fulgor ≤ 60º C.
Gases Inflamáveis 6.3.2.
Gases que inflamam a 20º C e a uma pressão padrão de 101,3 kPa.
Líquidos Combustíveis 6.3.3.
São líquidos com ponto de fulgor > 60º C e ≤ 93º C.
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P á g i n a | 89
CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES 6.4.
Para Efeito Desta NR, As Instalações São Divididas Em 6.4.1.
Classes
Classe I
a) Quanto à atividade:
a.1 - postos de serviço com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis.
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou
transitória:
b.1 - gases inflamáveis: acima de 2 ton até 60 ton;
b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 10 m³ até
5.000 m³ .
Classe II
a) Quanto à atividade:
a.1 - engarrafadoras de gases inflamáveis;
a.2 - atividades de transporte dutoviário de gases e líquidos
inflamáveis e/ou combustíveis.
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou
transitória:
b.1 - gases inflamáveis: acima de 60 ton até 600 ton;
b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 5.000 m³ até
50.000 m³.
Classe III
a) Quanto à atividade:
a.1 - refinarias;
a.2 - unidades de processamento de gás natural;
a.3 - instalações petroquímicas;
a.4 - usinas de fabricação de etanol, unidades de fabricação de álcool.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 90
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou
transitória:
b.1 - gases inflamáveis: acima de 600 ton;
b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 50.000 m³.
PROJETO DA INSTALAÇÃO 6.5.
As instalações para extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser
projetadas considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que
impactem sobre a integridade física dos trabalhadores previstos nas Normas
Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas,
nas normas internacionais, convenções e acordos coletivos, bem como nas
demais regulamentações pertinentes em vigor.
Projeto das Instalações Classes II e III 6.5.1.
No projeto das instalações classes II e III devem constar, no mínimo, e em
língua portuguesa:
a) descrição das instalações e seus respectivos processos através do
manual de operações;
b) planta geral de locação das instalações;
c) características e informações de segurança, saúde e meio ambiente
relativas aos inflamáveis e líquidos combustíveis, constantes nas
fichas com dados de segurança de produtos químicos, de matérias
primas, materiais de consumo e produtos acabados;
d) fluxograma de processo;
e) especificação técnica dos equipamentos, máquinas e acessórios
críticos em termos de segurança e saúde no trabalho estabelecidos
pela análise de riscos;
f) plantas, desenhos e especificações técnicas dos sistemas de
segurança da instalação;
g) identificação das áreas classificadas da instalação, para efeito de
especificação dos equipamentos e instalações elétricas;
h) medidas intrínsecas de segurança identificadas na análise de riscos
do projeto.
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P á g i n a | 91
No projeto das instalações classe I deve constar o disposto nas
alíneas ″a″, ″b″, ″c″, ″f″ e ″g″ do item 20.5.2.
No projeto, devem ser observadas as distâncias de segurança entre
instalações, edificações, tanques, máquinas, equipamentos, áreas de
movimentação e fluxo, vias de circulação interna, bem como dos
limites da propriedade em relação a áreas circunvizinhas e vias
públicas, estabelecidas em normas técnicas nacionais.
O projeto deve incluir o estabelecimento de mecanismos de controle
para interromper e/ou reduzir uma possível cadeia de eventos
decorrentes de vazamentos, incêndios ou explosões.
Processo De Transferência, Enchimento 6.5.2.
No processo de transferência, enchimento de recipientes ou de tanques,
devem ser definidas em projeto as medidas preventivas para:
eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;
controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática.
SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO E MONTAGEM 6.6.
A construção e montagem das instalações para extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos
combustíveis devem observar as especificações previstas no projeto, bem como
nas Normas Regulamentadoras e nas normas técnicas nacionais e, na ausência
ou omissão destas, nas normas internacionais.
Os equipamentos e as instalações devem ser identificados e sinalizados, de
acordo com o previsto pelas Normas Regulamentadoras e normas técnicas
nacionais.
SEGURANÇA OPERACIONAL 6.7.
O empregador deve elaborar, documentar, implementar, divulgar e manter
atualizados procedimentos operacionais que contemplem aspectos de segurança
e saúde no trabalho, em conformidade com as especificações do projeto das
instalações classes I, II e III e com as recomendações das análises de riscos.
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Instalações INDUSTRIAIS CLASSES II e III 6.7.1.
Nas instalações industriais classes II e III, com unidades de processo, os
procedimentos referidos no item 20.7.1 devem possuir instruções claras para o
desenvolvimento de atividades em cada uma das seguintes fases:
a) pré-operação;
b) operação normal;
c) operação temporária;
d) operação em emergência;
e) parada normal;
f) parada de emergência;
g) operação pós-emergência.
Procedimentos Operacionais Classes I e II (Revisão e/ou 6.7.2.
Atualização)
Os procedimentos operacionais referidos no item anterior devem ser
revisados e/ou atualizados, no máximo trienalmente para instalações classes I e
II e quinquenalmente para instalações classe III ou em uma das seguintes
situações:
a) recomendações decorrentes do sistema de gestão de mudanças;
b) recomendações decorrentes das análises de riscos;
c) modificações ou ampliações da instalação;
d) recomendações decorrentes das análises de acidentes e/ou incidentes
nos trabalhos relacionados com inflamáveis e líquidos combustíveis;
e) solicitações da CIPA ou SESMT.
Operações com Inflamáveis 6.7.3.
Nas operações de transferência de inflamáveis, enchimento de recipientes
ou de tanques, devem ser adotados procedimentos para:
a) eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;
b) controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática.
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No processo de transferência de inflamáveis e líquidos combustíveis, deve-
se implementar medidas de controle operacional e/ou de engenharia das
emissões fugitivas, emanadas durante a carga e descarga de tanques fixos e de
veículos transportadores, para a eliminação ou minimização dessas emissões.
Na operação com inflamáveis e líquidos combustíveis, em instalações de
processo contínuo de produção e de Classe III, o empregador deve dimensionar o
efetivo de trabalhadores suficiente para a realização das tarefas operacionais com
segurança.
MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DAS INSTALAÇÕES 6.8.
As instalações classes I, II e III para extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis
devem possuir plano de inspeção e manutenção devidamente documentado.
O plano de inspeção e manutenção deve abranger, no mínimo:
a) equipamentos, máquinas, tubulações e acessórios, instrumentos;
b) tipos de intervenção;
c) procedimentos de inspeção e manutenção;
d) cronograma anual;
e) identificação dos responsáveis;
f) especialidade e capacitação do pessoal de inspeção e manutenção;
g) procedimentos específicos de segurança e saúde; e
h) sistemas e equipamentos de proteção coletiva e individual.
A fixação da periodicidade das inspeções e das intervenções de manutenção
deve considerar:
a) o previsto nas Normas Regulamentadoras e normas técnicas
nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas
internacionais;
b) as recomendações do fabricante, em especial dos itens críticos à
segurança e saúde do trabalhador;
c) as recomendações dos relatórios de inspeções de segurança e de
análise de acidentes e incidentes do trabalho, elaborados pela CIPA
ou SESMT;
d) as recomendações decorrentes das análises de riscos;
e) a existência de condições ambientais agressivas.
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As atividades de inspeção e manutenção devem ser realizadas por
trabalhadores capacitados e com apropriada supervisão.
Deve ser elaborada permissão de trabalho para atividades não rotineiras
de intervenção nos equipamentos, baseada em análise de risco, nos trabalhos:
a) que possam gerar chamas, calor, centelhas ou ainda que envolvam o
seu uso;
b) em espaços confinados, conforme Norma Regulamentadora n.º 33;
c) envolvendo isolamento de equipamentos e bloqueio/etiquetagem;
d) em locais elevados com risco de queda;
e) com equipamentos elétricos, conforme Norma Regulamentadora n.º
10;
f) cujas boas práticas de segurança e saúde recomendem.
INSPEÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO 6.9.
As instalações classes I, II e III para extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis
devem ser periodicamente inspecionadas com enfoque na segurança e saúde no
ambiente de trabalho. Deve ser elaborado, em articulação com a CIPA, um
cronograma de inspeções em segurança e saúde no ambiente de trabalho, de
acordo com os riscos das atividades e operações desenvolvidas.
ANÁLISE DE RISCOS 6.10.
Nas instalações classes I, II e III, o empregador deve elaborar e
documentar as análises de riscos das operações que envolvam processo ou
processamento nas atividades de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e de líquidos combustíveis.
As análises de riscos da instalação devem ser estruturadas com base em
metodologias apropriadas, escolhidas em função dos propósitos da análise, das
características e complexidade da instalação.
As análises de riscos devem ser coordenadas por profissional
habilitado.
As análises de riscos devem ser elaboradas por equipe
multidisciplinar, com conhecimento na aplicação das metodologias,
dos riscos e da instalação, com participação de, no mínimo, um
trabalhador com experiência na instalação, ou em parte desta, que é
objeto da análise.
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P á g i n a | 95
Nas instalações classe I, deve ser elaborada Análise Preliminar de
Perigos/Riscos (APP/APR).
Nas instalações classes II e III, devem ser utilizadas metodologias de
análise definidas pelo profissional habilitado, devendo a escolha levar em
consideração os riscos, as características e complexidade da instalação.
As Análises De Riscos Devem Ser Revisadas 6.10.1.
a) na periodicidade estabelecida para as renovações da licença de
operação da instalação;
b) no prazo recomendado pela própria análise;
c) caso ocorram modificações significativas no processo ou
processamento;
d) por solicitação do SESMT ou da CIPA;
e) por recomendação decorrente da análise de acidentes ou incidentes
relacionados ao processo ou processamento;
f) quando o histórico de acidentes e incidentes assim o exigir.
O empregador deve implementar as recomendações resultantes das
análises de riscos, com definição de prazos e de responsáveis pela execução.
As análises de riscos devem estar articuladas com o Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da instalação.
CAPACITAÇÃO DOS TRABALHADORES 6.11.
Toda capacitação prevista nesta NR deve ser realizada a cargo e custo do
empregador e durante o expediente normal da empresa.
Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III e não
adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem receber
informações sobre os perigos, riscos e sobre procedimentos para situações de
emergências.
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P á g i n a | 96
Cursos de Acordo com as Classes I, II ou III 6.11.1.
Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III e
adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos
combustíveis, mas não mantêm contato direto com o processo ou
processamento, devem realizar o curso de Integração.
Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III,
adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos
combustíveis e mantêm contato direto com o processo ou
processamento, realizando atividades específicas, pontuais e de curta
duração, devem realizar curso Básico.
Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II e III,
adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos
combustíveis e mantêm contato direto com o processo ou
processamento, realizando atividades de manutenção e inspeção,
devem realizar curso Intermediário.
Os trabalhadores que laboram em instalações classe I, adentram na
área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e
mantêm contato direto com o processo ou processamento, realizando
atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar
curso Intermediário.
Os trabalhadores que laboram em instalações classe II, adentram na
área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e
mantêm contato direto com o processo ou processamento, realizando
atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar
curso Avançado I.
Os trabalhadores que laboram em instalações classe III, adentram na
área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e
mantêm contato direto com o processo ou processamento, realizando
atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar
curso Avançado II.
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P á g i n a | 97
Os profissionais de segurança e saúde no trabalho que laboram em
instalações classes II e III, adentram na área ou local de extração,
produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação
de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto com
o processo ou processamento devem realizar o curso Específico.
Curso de Complementação para as Classes II ou 6.11.2.
III.
Os trabalhadores que realizaram o curso Básico, caso venham a
necessitar do curso Intermediário, devem fazer complementação com
carga horária de 8 horas, nos conteúdos estabelecidos pelos itens 6,
7 e 8 do curso Intermediário, incluindo a parte prática.
Os trabalhadores que realizaram o curso Intermediário, caso venham
a necessitar do curso Avançado I, devem fazer complementação com
carga horária de 8 horas, nos conteúdos estabelecidos pelos itens 9 e
10 do curso Avançado I, incluindo a parte prática.
Os trabalhadores que realizaram o curso Avançado I, caso venham a
necessitar do curso Avançado II, devem fazer complementação com
carga horária de 8 horas, no item 11 e 12 do curso Avançado II,
incluindo a parte prática.
Curso de Atualização para as Classes I, II ou III. 6.11.3.
O trabalhador deve participar de curso de Atualização, cujo conteúdo será
estabelecido pelo empregador e com a seguinte periodicidade:
a) curso Básico: a cada 3 anos com carga horária de 4 horas;
b) curso Intermediário: a cada 2 anos com carga horária de 4 horas;
c) cursos Avançado I e II: a cada ano com carga horária de 4 horas.
Deve ser realizado, de imediato, curso de Atualização para os trabalhadores
envolvidos no processo ou processamento, onde:
a) ocorrer modificação significativa;
b) ocorrer morte de trabalhador;
c) ocorrerem ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras
de 2º ou 3º grau, que implicaram em necessidade de internação
hospitalar;
d) o histórico de acidentes e/ou incidentes assim o exigir.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 98
O empregador deve estabelecer e manter sistema de identificação que
permita conhecer a capacitação de cada trabalhador, cabendo a este a obrigação
de utilização visível do meio identificador.
PREVENÇÃO E CONTROLE DE VAZAMENTOS, 6.12.
DERRAMAMENTOS, INCÊNDIOS, EXPLOSÕES E EMISSÕES FUGITIVAS.
O empregador deve elaborar plano que contemple a prevenção e controle
de vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões e, nos locais sujeitos à
atividade de trabalhadores, a identificação das fontes de emissões fugitivas.
O plano deve contemplar todos os meios e ações necessárias para
minimizar os riscos de ocorrência de vazamento, derramamento, incêndio e
explosão, bem como para reduzir suas consequências em caso de falha nos
sistemas de prevenção e controle.
O plano deve ser revisado:
a) por recomendações das inspeções de segurança e/ou da análise de
riscos;
b) quando ocorrerem modificações significativas nas instalações;
c) quando da ocorrência de vazamentos, derramamentos, incêndios
e/ou explosões.
Os sistemas de prevenção e controle devem ser adequados aos
perigos/riscos dos inflamáveis e líquidos combustíveis.
Os tanques que armazenam líquidos inflamáveis e combustíveis devem
possuir sistemas de contenção de vazamentos ou derramamentos,
dimensionados e construídos de acordo com as normas técnicas nacionais.
CONTROLE DE FONTES DE IGNIÇÃO 6.13.
Todas as instalações elétricas e equipamentos elétricos fixos, móveis e
portáteis, equipamentos de comunicação, ferramentas e similares utilizados em
áreas classificadas, assim como os equipamentos de controle de descargas
atmosféricas, devem estar em conformidade com a Norma Regulamentadora n.º
10.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 99
Medidas de Controle 6.13.1.
O empregador deve implementar medidas específicas para controle da
geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática em áreas sujeitas à
existência de atmosferas inflamáveis.
Os trabalhos envolvendo o uso de equipamentos que possam gerar
chamas, calor ou centelhas, nas áreas sujeitas à existência de
atmosferas inflamáveis, devem ser precedidos de permissão de
trabalho.
O empregador deve sinalizar a proibição do uso de fontes de ignição
nas áreas sujeitas à existência de atmosferas inflamáveis.
Os veículos que circulem nas áreas sujeitas à existência de
atmosferas inflamáveis devem possuir características apropriadas ao
local e ser mantidos em perfeito estado de conservação.
PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS DA INSTALAÇÃO 6.14.
O empregador deve elaborar e implementar plano de resposta a
emergências que contemple ações específicas a serem adotadas na ocorrência de
vazamentos ou derramamentos de inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios
ou explosões.
O plano de resposta a emergência das instalações classe I, II e III deve ser
elaborado considerando as características e a complexidade da instalação e
conter, no mínimo:
a) nome e função do(s) responsável(eis) técnico(s) pela elaboração e
revisão do plano;
b) nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e
implementação do plano;
c) designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis
pela execução de cada ação e seus respectivos substitutos;
d) estabelecimento dos possíveis cenários de emergências, com base
nas análises de riscos;
e) descrição dos recursos necessários para resposta a cada cenário
contemplado;
f) descrição dos meios de comunicação;
g) procedimentos de resposta à emergência para cada cenário
contemplado;
h) procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades
públicas e desencadeamento da ajuda mútua, caso exista;
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 100
i) procedimentos para orientação de visitantes, quanto aos riscos
existentes e como proceder em situações de emergência;
j) cronograma, metodologia e registros de realização de exercícios
simulados.
O plano de resposta a emergências deve ser avaliado após a realização de
exercícios simulados e/ou na ocorrência de situações reais, com o objetivo de
testar a sua eficácia, detectar possíveis falhas e proceder aos ajustes
necessários.
Os exercícios simulados devem ser realizados durante o horário de
trabalho, com periodicidade, no mínimo, anual, podendo ser reduzida em função
das falhas detectadas ou se assim recomendar a análise de riscos.
Os trabalhadores na empresa devem estar envolvidos nos exercícios
simulados, que devem retratar, o mais fielmente possível, a rotina de
trabalho.
Os integrantes da equipe de resposta a emergências devem ser submetidos
a exames médicos específicos para a função que irão desempenhar, conforme
estabelece a Norma Regulamentadora n.º 7, incluindo os fatores de riscos
psicossociais, com a emissão do respectivo atestado de saúde ocupacional.
A participação do trabalhador nas equipes de resposta a emergências é
voluntária, salvo nos casos em que a natureza da função assim o determine.
COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS 6.15.
O empregador deve comunicar ao órgão regional do Ministério do Trabalho
e Emprego e ao sindicato da categoria profissional predominante no
estabelecimento a ocorrência de vazamento, incêndio ou explosão envolvendo
inflamáveis e líquidos combustíveis que tenha como consequência qualquer das
possibilidades a seguir:
a) morte de trabalhador(es);
b) ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras de 2º ou
3º grau, que implicaram em necessidade de internação hospitalar;
c) acionamento do plano de resposta a emergências que tenha
requerido medidas de intervenção e controle.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 101
A comunicação deve ser encaminhada até o segundo dia útil após a
ocorrência e deve conter:
a) Nome da empresa, endereço, local, data e hora da ocorrência;
b) Descrição da ocorrência, incluindo informações sobre os inflamáveis,
líquidos combustíveis e outros produtos envolvidos;
c) Nome e função da vítima;
d) Procedimentos de investigação adotados;
e) Consequências;
f) Medidas emergenciais adotadas.
O empregador deve elaborar relatório de investigação e análise da
ocorrência, contendo as causas básicas e medidas preventivas adotadas, e
mantê-lo no local de trabalho a disposição da autoridade competente, dos
trabalhadores e seus representantes.
CONTRATANTE E CONTRATADAS 6.16.
A contratante e as contratadas são solidariamente responsáveis pelo
cumprimento desta Norma Regulamentadora.
Das Responsabilidades da Contratante 6.16.1.
Os requisitos de segurança e saúde no trabalho adotados para os
empregados das contratadas devem ser, no mínimo, equivalentes aos
aplicados para os empregados da contratante.
A empresa contratante, visando atender ao previsto nesta NR, deve
verificar e avaliar o desempenho em segurança e saúde no trabalho
nos serviços contratados.
Cabe à contratante informar às contratadas e a seus empregados os
riscos existentes no ambiente de trabalho e as respectivas medidas
de segurança e de resposta a emergências a serem adotadas.
Da Responsabilidade das Contratada 6.16.2.
A empresa contratada deve cumprir os requisitos de segurança e
saúde no trabalho especificados pela contratante, por esta e pelas
demais Normas Regulamentadoras.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 102
A empresa contratada deve assegurar a participação dos seus
empregados nas capacitações em segurança e saúde no trabalho
promovidas pela contratante, assim como deve providenciar outras
capacitações específicas que se façam necessárias.
TANQUE DE LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS NO INTERIOR DE 6.17.
EDIFÍCIOS
Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão
ser instalados no interior dos edifícios sob a forma de tanque enterrado e
destinados somente a óleo diesel.
Excetuam-se da aplicação os tanques de superfície que armazenem
óleo diesel destinados à alimentação de motores utilizados para a
geração de energia elétrica em situações de emergência ou para o
funcionamento das bombas de pressurização da rede de água para
combate a incêndios, nos casos em que seja comprovada a
impossibilidade de instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal
do edifício.
A instalação do tanque no interior do edifício deve ser precedida de
Projeto e de Análise Preliminar de Perigos/Riscos (APP/APR), ambos
elaborados por profissional habilitado, contemplando os aspectos de
segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas
Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou
omissão destas, nas normas internacionais, bem como nas demais
regulamentações pertinentes, e deve obedecer aos seguintes
critérios:
a) localizar-se no pavimento térreo, subsolo ou pilotis, em área
exclusivamente destinada para tal fim;
b) deve dispor de sistema de contenção de vazamentos:
c) deve conter até 3 tanques separados entre si e do restante da
edificação por paredes resistentes ao fogo por no mínimo 2
horas e porta do tipo corta-fogo;
d) possuir volume total de armazenagem de no máximo 3.000
litros, em cada tanque;
e) possuir aprovação pela autoridade competente;
f) os tanques devem ser metálicos;
g) possuir sistemas automáticos de detecção e combate a
incêndios, bem como saídas de emergência dimensionadas
conforme normas técnicas;
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 103
h) os tanques devem estar localizados de forma a não bloquear,
em caso de emergência, o acesso às saídas de emergência e
aos sistemas de segurança contra incêndio;
i) os tanques devem ser protegidos contra vibração, danos físicos
e da proximidade de equipamentos ou dutos geradores de
calor;
j) a estrutura da edificação deve ser protegida para suportar um
eventual incêndio originado nos locais que abrigam os tanques;
k) devem ser adotadas as medidas necessárias para garantir a
ventilação dos tanques para alívio de pressão, bem como para
a operação segura de abastecimento e destinação dos gases
produzidos pelos motores à combustão.
Os trabalhadores envolvidos nas atividades de operação, inspeção,
manutenção e abastecimento do tanque devem ser capacitados com
curso Intermediário, conforme Anexo II.
DESATIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO 6.18.
Cessadas as atividades da instalação, o empregador deve adotar os
procedimentos necessários para a sua desativação.
No processo de desativação das instalações de extração, produção,
armazenagem, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos
combustíveis, devem ser observados os aspectos de segurança, saúde e meio
ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e,
na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais, bem como nas
demais regulamentações pertinentes em vigor.
PRONTUÁRIO DA INSTALAÇÃO 6.19.
O Prontuário da instalação deve ser organizado, mantido e atualizado pelo
empregador e constituído pela seguinte documentação:
a) Projeto da Instalação;
b) Procedimentos Operacionais;
c) Plano de Inspeção e Manutenção;
d) Análise de Riscos;
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 104
e) Plano de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos,
incêndios e explosões e identificação das fontes de emissões
fugitivas;
f) Certificados de capacitação dos trabalhadores;
g) Análise de Acidentes;
h) Plano de Resposta a Emergências.
O Prontuário da Instalação deve estar disponível às autoridades
competentes, bem como para consulta aos trabalhadores e seus representantes.
As análises de riscos devem estar disponíveis para consulta aos
trabalhadores e seus representantes, exceto nos aspectos ou partes
que envolvam informações comerciais confidenciais.
DISPOSIÇÕES FINAIS 6.20.
Quando em uma atividade de extração, produção, armazenamento,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis for caracterizada
situação de risco grave e iminente aos trabalhadores, o empregador deve adotar
as medidas necessárias para a interrupção e a correção da situação.
Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência, devem
interromper suas tarefas, exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem
evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou de outras
pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que
diligenciará as medidas cabíveis. Os tanques, vasos e tubulações que
armazenem/transportam inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser
identificados e sinalizados conforme a Norma Regulamentadora n.º 26.
ANEXO I DA NR-20 6.21.
1. As instalações que desenvolvem atividades de manuseio,
armazenamento, manipulação e transporte com gases inflamáveis acima de 1 ton
até 2 ton e de líquidos inflamáveis e/ou combustíveis acima de 1 m³ até 10 m³
devem contemplar no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, além dos
requisitos previstos na Norma Regulamentadora n.º 9:
a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com inflamáveis
e/ou líquidos combustíveis;
c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com inflamáveis
e/ou líquidos combustíveis;
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d) as medidas para atuação em situação de emergência.
1.1 O empregador deve treinar, no mínimo, três trabalhadores da
instalação que estejam diretamente envolvidos com inflamáveis e/ou líquidos
combustíveis, em curso básico previsto no Anexo II.
2. As instalações varejistas e atacadistas que desenvolvem atividades de
manuseio, armazenamento e transporte de recipientes de até 20 litros, fechados
ou lacrados de fabricação, contendo líquidos inflamáveis e/ou combustíveis até o
limite máximo de 5.000 m³ e de gases inflamáveis até o limite máximo de 600
toneladas, devem contemplar no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais,
além dos requisitos previstos na Norma Regulamentadora n.º 9:
a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com inflamáveis
e/ou líquidos combustíveis;
c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com inflamáveis
e/ou líquidos combustíveis;
d) as medidas para atuação em situação de emergência.
2.1 O empregador deve treinar trabalhadores da instalação que estejam
diretamente envolvidos com inflamáveis, em curso Básico, na proporção definida
na Tabela abaixo.
Capacidade armazenada (gases inflamáveis e/ou
líquidos inflamáveis e/ou combustíveis)
No de trabalhadores
treinados
Acima de 1 ton até 5 ton e/ou acima de 1 m³ até 9
m³
mínimo 2
Acima de 5 ton até 10 ton e/ou acima de 9 m³ até
42 m³
mínimo 3
Acima de 10 ton até 20 ton e/ou acima de 42 m³
até 84 m³
mínimo 4
Para cada 20 ton e/ou 84 m³ mais 2 trabalhadores
3. Aplica-se o disposto nos itens 2 e 2.1 deste Anexo para a instalação de
armazenamento de recipientes de até 20 litros, fechados ou lacrados de
fabricação, contendo líquidos inflamáveis e/ou combustíveis até o limite máximo
10.000 m³ e de gases inflamáveis até o limite máximo 1.200 ton, desde que a
instalação de armazenamento esteja separada por parede da instalação onde
ocorre a fabricação, envase e embalagem do produto a ser armazenado.
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ANEXO II DA NR-20 6.22.
1) Critérios para Capacitação
a) Capacitação para os trabalhadores que adentram na área e NÃO
mantêm contato direto com o processo ou processamento.
Instalação classe I Instalação classe II Instalação classe III
Curso de Integração (4
horas)
Curso de Integração
(4 horas)
Curso de Integração
(4 horas)
b) Capacitação para os trabalhadores que adentram na área e
mantêm contato direto com o processo ou processamento.
Classe
Atividade
Instalação
Classe I
Instalação
Classe II
Instalação
Classe III
Específica,
pontual e de
curta duração
Curso Básico
(8 horas)
Curso Básico
(8 horas)
Curso Básico
(8 horas)
Manutenção e
inspeção
Curso
Intermediário
(16 horas)
Curso
Intermediário
(16 horas)
Curso Intermediário
(16 horas)
Operação e
atendimento a
emergências
Curso
Intermediário
(16 horas)
Curso Avançado I
(24 horas)
Curso Avançado II
(32 horas)
Segurança e
saúde no
trabalho
Curso Específico
(16 horas)
Curso Específico
(16 horas)
c) Atualização
Curso Periodicidade Carga Horária
Básico Trienal 4 horas
Intermediário Bienal 4 horas
Avançados I e II Anual 4 horas
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2) Conteúdo programático
a) Curso Integração
Carga horária: 4 horas
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Procedimentos básicos em situações de emergência com inflamáveis.
b) Curso Básico
Carga horária: 8 horas
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos básicos em situações de emergência com inflamáveis;
II) Conteúdo programático prático:
Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com
inflamáveis.
c) Curso Intermediário
Carga horária: 16 horas
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
7. Análise Preliminar de Perigos/Riscos: conceitos e exercícios práticos;
8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis.
II) Conteúdo programático prático:
Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com
inflamáveis.
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d) Curso Avançado I
Carga horária: 24 horas
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
7. Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;
8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis;
9. Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;
10. Planejamento de Resposta a emergências com Inflamáveis;
II) Conteúdo programático prático:
Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com
inflamáveis.
e) Curso Avançado II
Carga horária: 32 horas
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
7. Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;
8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis;
9. Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;
10. Planejamento de Resposta a emergências com Inflamáveis;
11. Noções básicas de segurança de processo da instalação;
12. Noções básicas de gestão de mudanças.
II) Conteúdo programático prático:
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Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com
inflamáveis.
f) Curso Específico
Carga Horária: 16 horas
I) Conteúdo programático teórico:
- Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
- Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;
- Permissão para Trabalho com Inflamáveis;
- Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;
- Planejamento de resposta a emergências com inflamáveis.
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METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCOS: CONCEITOS E 7.
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) 7.1.
A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste do estudo, durante a fase de
concepção, desenvolvimento de um projeto ou sistema, com a finalidade de se
determinar os possíveis riscos que poderão ocorrer na sua fase operacional e
saná-los para que os mesmos não aconteçam.
A APR é utilizada, portanto, para uma análise inicial, desenvolvida na fase
de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, tendo
especial importância na investigação de sistemas novos de alta inovação e/ou
pouco conhecidos, ou seja, quando a experiência em riscos na sua operação é
deficiente. Apesar das características de análise inicial, é muito útil de se utilizar
como uma ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas já
operacionais, revelando aspectos que às vezes passariam despercebidos.
A APR teve seu desenvolvimento inicial na área militar.
A APR é uma técnica profunda de análise de riscos, mas geralmente
precede a aplicação de outras técnicas mais detalhadas de análise: Estudo de
Perigos e Operabilidade (Hazop), Analise do Tipo e Efeito de Falha (FMEA),
Gretener, já que seu objetivo principal é determinar os riscos e as medidas
preventivas antes da fase operacional.
Os princípios e metodologias da APR consistem em proceder-se uma
revisão geral dos aspectos de segurança de forma padronizada.
Descrição E Caracterização Dos Riscos 7.1.1.
A partir da descrição dos riscos são identificadas as causas (agentes) e
efeitos (consequências) dos mesmos, o que permitirá a busca e elaboração de
ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas.
A priorização das ações é determinada pela caracterização dos riscos, ou
seja, quanto mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser
preservada.
Diante de qualquer tipo de risco no ambiente de trabalho, deve-se realizar
antecipadamente um estudo técnico, de forma a eliminar as fontes de risco à
segurança do trabalhador. Ao fazer a medição do risco, deve-se indicar, por
exemplo, qual equipamento de proteção individual (EPI) será capaz de reduzir ou
até mesmo acabar com a insalubridade.
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P á g i n a | 111
Medidas de Controle e Prevenção 7.1.2.
A APR tem sua importância maior no que se refere à determinação de uma
série de medidas de controle e prevenção de riscos, desde o início operacional do
sistema, permitindo revisões de projeto em tempo hábil, com maior segurança,
além de definir responsabilidades no que se refere ao controle de riscos.
a) Revisão de problemas conhecidos: consiste na busca de analogia ou
similaridade com outros sistemas, para determinação de riscos que
poderão estar presentes no sistema que está sendo desenvolvido,
tomando como base a experiência passada.
b) Revisão da missão a que se destina: atentar para os objetivos,
exigências de desempenho, principais funções e procedimentos,
ambientes onde se darão as operações, etc. Enfim, consiste em
estabelecer os limites de atuação e delimitar o sistema que a missão
irá abranger: a que se destina, o que e quem envolve e como será
desenvolvida.
c) Determinação dos riscos principais: identificar os riscos potenciais
com potencialidade para causar lesões diretas e imediatas, perda de
função (valor), danos a equipamentos e perda de materiais.
d) Determinação dos riscos iniciais e contribuintes: elaborar séries de
riscos, determinando para cada risco principal detectado, os riscos
iniciais e contribuintes associados.
e) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: elaborar um
debate "brainstorming" para levantamento dos meios passíveis de
eliminação e controle de riscos, a fim de estabelecer as melhores
opções, desde que compatíveis com as exigências do sistema.
f) Analisar os métodos de restrição de danos: pesquisar os métodos
possíveis que sejam mais eficientes para restrição geral, ou seja,
para a limitação dos danos gerados caso ocorra perda de controle
sobre os riscos.
g) Indicação de quem será responsável pela execução das ações
corretivas e/ou preventivas: Indicar claramente os responsáveis pela
execução de ações preventivas e/ou corretivas, designando também,
para cada unidade, as atividades a desenvolver.
A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi
colocado, necessita às vezes de ser complementada por técnicas mais detalhadas
e apuradas. Em sistemas que sejam já bastante conhecidos, cuja experiência
acumulada conduz a um grande número de informações sobre riscos, esta
técnica pode ser utilizada de modo auxiliar.
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P á g i n a | 112
Análise De Falha Humana 7.1.3.
Segundo os especialistas em HRA (Human Reliability Analysis; em
português: 'análise de confiabilidade humana'), pelo menos 70% dos acidentes
são causados por falha humana. De acordo com o livro Human Reliability
Analysis, sobre confiabilidade humana, as tecnologias atuais ganharam riscos que
afetam e são afetados pelas ações realizadas por pessoas em situações normais
(de operação corriqueira), de manutenção, e obviamente, de emergência. Os
autores estimam a taxa de risco devido à ação humana em algumas indústrias: a
Indústria Nuclear: entre 50 e 70%; a Indústria Petrolífera: 70%; a Indústria da
Aviação: 50%.
Embora pareça que o ser humano seja o culpado por toda a falha, já que
foi o último envolvido na ação, esta falha começa mesmo no projeto de
construção de um sistema tecnológico. O problema é que estas falhas de projeto
e construção são numerosas e geralmente erroneamente entendidos como falhas
do usuário. O fato é que certos componentes do sistema – como complexidade
e perigos – podem colocar o usuário em situações em que não é possível realizar
com sucesso algumas ações, como foi o projeto. Os erros dos operadores em
algumas tecnologias são forçados pela própria tecnologia e suas condições.
Assim, os autores concluem que o risco sempre terá um fator humano.
Ademais, esta contribuição humana para o risco pode ser entendida, avaliada e
quantificada aplicando-se técnicas da HRA. Em última análise, trata-se de
calcular a probabilidade de que um conjunto de ações humanas sejam
executadas com sucesso num tempo estabelecido ou numa determinada
circunstância.
PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E DE AVALIAÇÃO E 7.2.
CONTROLE DE RISCOS
É recomendado que os processos de identificação de perigos e de avaliação
e controle de riscos sejam documentados e incluam os seguintes elementos:
Identificação de perigos;
Avaliação de riscos, considerando as medidas de controle existentes
(ou propostas), levando em conta a exposição a perigos específicos, a
probabilidade de falha das medidas de controle e a possível gravidade
das consequências de lesões ou danos;
Avaliação de sua tolerabilidade aos riscos remanescentes (residuais);
Identificação de quaisquer medidas adicionais de controle de riscos
necessárias;
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P á g i n a | 113
Avaliação de se as medidas de controle de riscos são suficientes para
reduzir os riscos a um nível tolerável.
Além disso, é recomendado que os processos incluam a definição dos
seguintes itens:
Natureza, duração, escopo e metodologia para todas as formas de
identificação de perigos e de avaliação e controle de riscos que serão
utilizadas;
Legislação aplicável de SST ou outros requisitos;
Funções e autoridades do pessoal responsável pelo desempenho dos
processos;
Requisitos de competência e necessidades de treinamento do pessoal
designado para conduzir os processos. (Dependendo da natureza ou
do tipo de processos a serem utilizados, pode ser necessário que a
organização contrate uma consultoria ou serviços externos);
Uso de informações provenientes de consultas aos funcionários,
análises críticas e atividades de melhoria (tais atividades podem ser
tanto de natureza reativa como de natureza pró-ativa);
Modo como são considerados os riscos de erros humanos dentro dos
processos que estão sendo examinados;
Perigos oriundos de materiais, instalações ou equipamentos que se
degradam com o passar do tempo, especialmente quando estes estão
armazenados.
Ações Subsequentes 7.2.1.
Para acompanhar o desempenho dos processos de identificação de perigos
e de avaliação e controle de riscos:
É recomendado que haja clara evidência de que quaisquer ações
corretivas ou preventivas, identificadas como necessárias, são
monitoradas para serem concluídas no prazo previsto (isso pode
exigir que sejam conduzidos processos adicionais de identificação de
perigos e de avaliação de riscos, que reflitam as alterações propostas
nas medidas de controle de riscos e proporcionem estimativas
revisadas dos riscos residuais);
É recomendado que se comunique à Administração os resultados e o
progresso alcançado, ao término das ações corretivas e preventivas,
como entrada para a análise crítica pela Administração e para o
estabelecimento de objetivos novos ou revisados de SST;
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 114
É recomendado que a organização se posicione de tal forma que
possa determinar se a competência do pessoal responsável por
tarefas perigosas específicas é consistente com a competência
especificada através do processo de avaliação de riscos, no
estabelecimento dos controles de riscos necessários;
É recomendado que a informação proveniente de experiências
operacionais subsequentes seja utilizada, quando aplicável, para
modificar os processos ou os dados nos quais esses processos estão
baseados.
Treinamento, Conscientização e Competência 7.2.2.
Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a empresa deve estabelecer um
procedimento para identificar e prover as competências necessárias para se
exercer cada um dos cargos existentes, podendo considerar as seguintes fontes:
Demandas relacionadas aos objetivos e programas de gestão de
Segurança e Saúde no Trabalho;
Requisitos legais e outras exigências;
Procedimentos e instruções de segurança;
Resultados de avaliações de desempenho de equipes;
Identificação dos perigos e avaliação dos riscos;
Antecipação das necessidades de sucessão de gerentes e da força de
trabalho;
Alterações em processos, ferramentas e equipamentos.
As competências podem ser estabelecidas em documentos, que é utilizado
como base para a realização de novas contratações, mudanças de funções e para
a identificação de necessidades de novos treinamentos, para a garantia de que
não haja pessoas inabilitadas realizando atividades.
Preparação e Atendimento a Emergência 7.2.3.
Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a organização deve analisar
criticamente os planos e procedimentos de preparação e atendimento a
emergências, especialmente após a ocorrência de incidentes ou situações de
emergência. Com base nos perigos existentes, deve-se identificar as hipótese de
emergências, considerando todos os novos perigos que possam surgir e suas
decorrentes hipóteses de emergência, como por exemplo, novas instalações,
novos equipamentos, introdução de novos materiais e serviços.
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Nenhuma atividade pose ser realizada de maneira totalmente segura. Desta
forma, a empresa deve ter planos ou procedimentos que definam como agir em
uma eventual situação de emergência, o que poderá se tornar a diferença entre
um pequeno acidente e evento catastrófico.
Medição e Monitoramento do Desempenho 7.2.4.
Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), as empresas devem aumentar sua
capacidade de julgamento analítico por meio da obtenção de informações
atualizadas que lhes permitam construir estratégias consistentes para abordar
seus problemas.
Devem também, identificar quais elementos chave para o desempenho em
Segurança e Saúde no Trabalho (processos, programas, objetivos, procedimentos
etc.) devem ser medidos e monitorados, estabelecendo procedimentos para a
coleta, processamento dos dados e para a avaliação das informações de modo
que permita a tomada de decisões e a intervenção.
Este requisito estabelece alguns elementos que devem obrigatoriamente
ser medidos e monitorados, como por exemplo, o atendimento dos objetivos e
das leis e normas aplicáveis, os acidentes e quase acidentes. Recomenda-se que
o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde contemple entre seus elementos
mecanismos adequados para obter e processar informações que sejam capazes
de proporcionar não somente interpretações adequadas sobre os eventos
passados, mas assegurar a compreensão dos processos organizacionais a fim de
que essas informações possam ser incorporadas ao ciclo de melhoria contínua.
Este requisito também exige que, com base em suas formas de medição e
monitoramentos, devem ser identificados e controlados os equipamentos de
medição utilizados. Essa exigência busca assegurar que os equipamentos
utilizados estejam adequados ao seu uso e com a precisão exigida, garantindo a
confiabilidade das medições realizadas.
Acidentes, Incidentes, Não Conformidades, Ações 7.2.5.
Preventivas e Corretivas
Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), estes procedimentos devem
requerer que toda ação preventiva e corretiva proposta seja analisada
criticamente durante o processo de avaliação de riscos antes de sua
implementação. Qualquer ação preventiva ou corretiva tomada para eliminar as
causas das não conformidades, reais ou potenciais, deve ser adequada à
magnitude dos problemas, e proporcional aos riscos de segurança e saúde no
trabalho encontrado.
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A organização deve implementar e registrar quaisquer mudanças nos
procedimentos documentados resultantes das ações preventivas e corretivas. A
empresa deve estabelecer um procedimento com a sistemática para a
identificação e para a análise das não conformidades, acidentes e incidentes, e
para a subsequente tomada de ações corretivas e preventivas.
Quando a empresa cria um espaço facilitador para tratar dos problemas ali
existentes, nas suas dimensões de efeitos e causas, é possível melhorar, de
forma considerável, a visão dos problemas em sua verdadeira essência e dar-lhes
a solução adequada. Assim, este requisito tem ligação direta com o conceito de
retroação, pois objetiva garantir ao sistema de gestão uma melhoria do
desempenho com base nos problemas detectados, sejam eles reais ou potenciais.
O procedimento exigido por este requisito deve contemplar os seguintes itens
básicos:
Formas de identificação das não conformidades, acidentes e quase
acidentes;
Técnicas utilizadas para a investigação das causas;
Forma de planejamento das ações necessárias (de correção,
corretivas ou preventivas), incluindo a definição de prazos e
responsáveis;
Forma de acompanhamento da implementação das ações planejadas;
Forma de avaliação da eficácia das ações implementadas.
As ações corretivas e preventivas devem ser analisadas pelo processo de
identificação de perigos e riscos, pois os acidentes ou quase acidentes podem ser
resultantes de um perigo que não foi identificado, ou que não foi controlado de
maneira eficaz, além da possibilidade de surgirem perigos resultantes das ações
estabelecidas.
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO 7.3.
O objetivo deste módulo é apresentar um estudo de caso referente à
aplicação de técnicas de análise de risco para Posto de Combustíveis.
Foram considerados postos de combustíveis utilizando diferentes tipos de
combustíveis:
• Gasolina
• Diesel
• Álcool
• Gás Natural Veicular
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Os sistemas analisados nas instalações incluíram as operações de
recebimento, estocagem e abastecimento de combustíveis.
Etapas Do Estudo 7.3.1.
A primeira etapa de um estudo de Análise de Risco é definição de qual é a
técnica mais apropriada à instalação a ser avaliada.
Tipicamente, todo estudo de Análise de Risco inicia-se com a identificação
dos perigos existentes, sendo utilizada nesta etapa a técnica de Análise
Preliminar de Perigos (APP).
Em seguida a esta etapa inicial, poderá haver desdobramentos, com a
Análise de Vulnerabilidade, cujo objetivo é definição dos efeitos potenciais dos
cenários acidentais identificados na APP, que possam levar à ocorrência de
vítimas fatais.
Caso esta análise não seja suficiente para garantir a aceitabilidade dos
riscos, por exemplo, em caso de haver grande número de pessoas que possam
ser atingidas pelos efeitos de um acidente, deverá ser realizada uma Análise
Quantitativa de Riscos.
Nestas duas etapas são utilizados softwares específicos que irão a partir
dos dados de operação das instalações e da região, calcular os efeitos dos
acidentes.
Após a conclusão do estudo de Análise de Risco, é recomendada a
elaboração de um Programa de Gerenciamento de Risco, incluindo o Plano de
Ação de Emergência.
Etapas:
1ª Etapa: Identificação dos Cenários de Acidente - Análise Preliminar de
Perigos (APP)
2ª Etapa: Vulnerabilidade (Abrangência dos Acidentes) – Uso de Software
Específicos
3ª Etapa: Análise Quantitativa De Riscos (Risco Social e Individual) - Uso
de Software Específicos
4ª Etapa: Elaboração do Plano de Gerenciamento de Risco e Plano de Ação
de Emergência (PAE) - Estrutura Básica/Recursos - Procedimentos - PEI -
Processo de Melhoria Contínua
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Análise Preliminar De Perigo 7.3.2.
A etapa inicial APP, tem como objetivo identificar os possíveis cenários
acidentais que podem ocorrer na instalação em análise. Os perigos principais
identificados para Postos de Combustíveis, juntamente com suas causas e
efeitos, estão indicados na Tabela abaixo, respectivamente.
Para cada um destes conjuntos de Perigo-Causa-Efeito são classificadas
suas frequências de ocorrência e severidade dos efeitos, utilizando-se matrizes
de risco, tal como a indicada a seguir.
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Desta forma, é construída a planilha de APP, conforme exemplificado a
seguir.
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Análise De Vulnerabilidade 7.3.3.
A Análise de Vulnerabilidade, cujo objetivo é definir os alcances para os
efeitos que podem ser gerados nos cenários acidentais identificados na APP,
como incêndio em poça, jato de fogo, incêndio em nuvem, explosão em nuvem e
outros. Devem ser selecionados para esta análise os cenários mais significativos
em termos de maiores inventários e produtos com maiores potenciais de danos
às pessoas, instalações e meio ambiente. A classificação de severidade da APP é
um indicativo para a seleção destes cenários, utilizando-se, por exemplo, aqueles
que tiverem potencial para ocorrência de fatalidades.
No estudo de caso de Postos de Combustíveis foram selecionados:
• Liberação de Gás Natural, com formação de jato de fogo, incêndio
em nuvem e explosão em nuvem;
• Liberação de Gasolina/Óleo Diesel, com incêndio em poça.
• Alcances para Cenários Acidentais de Postos de Combustíveis
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Análise Quantitativa De Riscos 7.3.4.
Considerando-se a distribuição populacional da região, deve-se observar se
existem áreas habitacionais que são atingidas pelos efeitos dos cenários
acidentais, como residências, escolas, hospitais e comércio. Caso sejam
identificadas regiões nestas condições, o estudo de Análise de Risco deverá
passar para a etapa de Análise Quantitativa de Riscos. No estudo de caso
apresentado, os limites para os efeitos físicos calculados no Posto de
Combustíveis não atingem áreas habitacionais, sendo o estudo de Análise de
Risco finalizado com a etapa de Análise de Vulnerabilidade.
• Deve-se avaliar, após a realização da Análise de Vulnerabilidade se
áreas habitacionais são atingidas (residências, escolas, hospitais,
comércio); e
• Caso estas sejam atingidas, deve ser realizado o cálculo do risco e
comparado o resultado com o critério de aceitabilidade
estabelecido para o estudo.
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PERMISSÃO PARA TRABALHO COM INFLAMÁVEIS 8.
“Item 20.8.8 Deve ser elaborada permissão de trabalho para atividades não
rotineiras de intervenção nos equipamentos, baseada em análise de risco, nos
trabalhos:
a) que possam gerar chamas, calor, centelhas ou ainda que envolvam o
seu uso;
b) em espaços confinados, conforme Norma Regulamentadora n.º 33;
c) envolvendo isolamento de equipamentos e bloqueio/etiquetagem;
d) em locais elevados com risco de queda;
e) com equipamentos elétricos, conforme Norma Regulamentadora n.º
10;
f) cujas boas práticas de segurança e saúde recomendem”.
A Permissão de Trabalho referida no item 20.8.8 é uma autorização formal
e compartilhada, obtida a partir de um planejamento, para a execução de uma
determinada atividade não rotineira, de um evento de inspeção e manutenção,
por um período pré-determinado em que haja a necessidade de se tomar um
conjunto de medidas de controle, considerando os aspectos de segurança, saúde
e meio ambiente que impactem sobre a integridade dos trabalhadores.
“Item 20.8.8.1 As atividades rotineiras de inspeção e manutenção devem
ser precedidas de instrução de trabalho”.
A Instrução de Trabalho referida no item 20.8.8.1 é uma descrição de
forma sequencial e detalhada, passo a passo, das atividades rotineiras de um
evento de inspeção e manutenção, considerando os aspectos de segurança,
saúde e meio ambiente que impactem sobre a integridade dos trabalhadores. A
nomenclatura atribuída a este documento (Instrução de Trabalho) pode variar de
empresa para empresa, desde que o seu conteúdo atenda às premissas definidas
neste item. O Prontuário deve conter o registro da nomenclatura adotada.
“Item 20.8.9 O planejamento e a execução de paradas para manutenção de
uma instalação devem incorporar os aspectos relativos à segurança e saúde no
trabalho”
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“MODELO DE PERMISSÃO DE TRABALHO”
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ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS: ANÁLISE DE CAUSAS E 9.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Quando abastecemos o carro em um posto, não nos damos conta de como
aquele combustível foi parar ali e, muito menos, de como e quando o próprio
posto é abastecido. Também não fazemos ideia de outro dado curioso: depois da
água, o líquido mais volumoso do mundo é o ácido sulfúrico, altamente corrosivo.
E de que esta e outras substâncias usadas no refino de petróleo e na fabricação
de produtos como fertilizantes, detergente, papel, explosivos, tintas e pigmentos
viajam diariamente carregadas em tambores de caminhões. O vazamento de
cargas como álcool combustível ou ácido sulfúrico pode causar muitos problemas.
O primeiro, por ser inflamável e volátil, ao evaporar transforma-se numa nuvem
explosiva, que pode ser ativada por uma simples bituca de cigarro. O segundo,
quando em contato com a pele, pode provocar queimaduras graves. Além disso,
o vazamento de qualquer produto químico também tem chances de contaminar
cursos d’água e o solo. Esses são apenas dois exemplos de uma lista de 3,5 mil
sustâncias escoadas pelas estradas do país com destino a diversos setores
industriais, que exigem cuidados extremos por conter propriedades físico-
químicas, biológicas ou radioativas que causam danos à saúde e ao meio
ambiente. Não à toa, existe uma extensa legislação, além de normas técnicas,
certificações e licenças para controlar o uso e o transporte de cargas perigosas.
TRANSPORTE DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL 9.1.
Até 2011, segundo o Ministério dos Transportes, 641 mil transportadores e
mais de 1,6 milhão de veículos estavam inscritos no Registro Nacional de
Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), exigido para exercer a atividade
em qualquer via pública do país. O modal rodoviário corresponde a cerca de 70%
do transporte de mercadorias brasileiras, incluindo cargas perigosas e seu
complexo sistema de segurança que, pelo número de acidentes apurados, ainda é
falho. Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado
de São Paulo (Cetesb), dos 8,5 mil acidentes registrados no período de 1978 a
março de 2011, quase metade (42,1%) aconteceram nas rodovias, em maior
parte na região metropolitana paulista. Os líquidos inflamáveis estão entre as
substâncias mais envolvidas em acidentes com cargas perigosas (33,1%),
gerando derramamentos, incêndios e explosões. Nos últimos 12 anos, 114
trabalhadores e 16 civis morreram em impactos com carregamentos de produtos
perigosos e 12 trabalhadores e 3 civis, devido ao contato com as substâncias.
Mais de 2 mil pessoas foram evacuadas dos locais atingidos para que não fossem
contaminadas.
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O vazamento de líquidos inflamáveis em nossas estradas é uma constante
desde os anos 1970 – período em que o país intensificou a atividade industrial,
inclusive do setor químico –, o que obriga as transportadoras a capacitar cada
vez mais seus profissionais para impedir ou reduzir danos causados por
acidentes. Motoristas precisam ter em mãos a habilitação, o registro de um
treinamento especial para levar cargas perigosas, uma ficha de emergência com
informações sobre o produto transportado e um kit com equipamentos de
proteção individual (EPI) para lidar com vazamentos.
É o caso das rodovias do estado de São Paulo, cuja eficiência do
atendimento se justifica pelo fato de que o estado concentra mais da metade das
fábricas de produtos químicos de uso industrial do país. Segundo a Abiquim, de
um total de 1.056 fábricas, 57% ficam em São Paulo; 71%, no Sudeste; 16%, no
Sul; e 11%, na região Nordeste.
ACIDENTE COM PRODUTOS PERIGOSOS/IMPACTO AMBIENTAL 9.2.
Em cada acidente com produtos perigosos na estrada, uma porção da
atmosfera, do solo, de rios e córregos e, em alguns casos, do mar pode ser
afetada, incluindo também a fauna e a flora ali presentes. Desde 2006, o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) faz um levantamento anual de acidentes ambientais com o objetivo de
orientar as empresas responsáveis a evitá-los – isso envolve o transporte
rodoviário de cargas perigosas, mas também as plataformas de petróleo, o
transporte marítimo e as próprias sedes das indústrias, entre outros nichos que
envolvam processos com produtos danosos à natureza. Em seis anos, o órgão
contabilizou no país 2.594 acidentes, dos quais 713 ocorreram em 2011 –
primeira vez, inclusive, a se ter uma baixa no total de acidentes desde o início
das apurações. No período de 2006 a 2010, os acidentes aumentaram
gradativamente de 67 para 243 casos por ano. E o Sudeste do país foi (de novo)
o mais atingido. Em 2011, registrou 67% dos acidentes – 24,8%, em São Paulo.
Não surpreende que a maioria dos acidentes do país (33%) tenha ocorrido em
rodovias, reafirmando nosso tipo de transporte mais usado para o carregamento
de substâncias perigosas – enquanto outros modais apontaram números bem
mais modestos (7% em dutos, 6% em embarcações, 4% em ferrovias). Para o
Ibama, o cenário mais violento nas estradas paulistas se justifica pelo fato de o
estado sediar numerosas indústrias do setor, além de escoar a produção
originária de campos de exploração de petróleo próximos ao litoral do estado e
de contar com importantes portos, que recebem e dispensam muitas cargas.
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IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS/INFLAMÁVEIS E 9.3.
IMBATÍVEIS
Para identificar os produtos perigosos que viajam em caminhões,
embarcações, dutos e trens, a Organização das Nações Unidas (ONU) dividiu-os
em nove classes e subclasses de risco. Cada produto tem um número de
identificação que indica como a substância reage em casos de vazamentos. Os
líquidos inflamáveis estão na classe 3, descritos como “líquidos, mistura de
líquidos ou líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão, que
produzam vapor inflamável a temperaturas de até 60,5°C”. É aí que entram os
derivados de petróleo e os biocombustíveis, que correspondem a um grande
volume de produtos perigosos transportados no país. As outras oito classes e
subclasses de produtos identificados pela ONU são a dos gases (2), sólidos
inflamáveis (4), substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos (5), substâncias
tóxicas e infectantes (6), corrosivos (8) e substâncias e artigos perigosos
diversos (9). “São centenas de produtos, cada um com suas particularidades
físico-químicas descritas na chamada Ficha de Informações de Segurança de
Produtos Químicos [Fispiq], uma espécie de DNA que orienta equipes de
emergência, policiais, bombeiros e médicos”, conforme Manual para Atendimento
a Emergências com produtos perigosos (ABIQUIM). Nas rodovias, é possível
reconhecer as cargas por meio de um painel de segurança e um rótulo de risco
estampados no caminhão, cujos números e símbolos obedecem a padrões
técnicos definidos na legislação do transporte de produtos perigosos. O rótulo dos
líquidos inflamáveis, por exemplo, contém o símbolo de uma chama, indicativo de
perigo de incêndio. A partir dessas informações, já é possível acionar o corpo de
bombeiros e a polícia rodoviária caso o motorista do caminhão esteja
incapacitado.
O Que Diz A Legislação 9.3.1.
Existe uma rigorosa lista de exigências que cada detalhe do deslocamento
de um produto perigoso impõe aos fabricantes, às transportadoras e às indústrias
receptoras. O transporte rodoviário de produtos perigosos é hoje uma das
atividades mais controladas e regulamentadas do país. A recente Lei
Complementar nº 140, criada em 8 de dezembro de 2011, passou a estabelecer
que o controle ambiental sobre o transporte interestadual terrestre de produtos
perigosos é uma tarefa da União. Desde então, isso é feito pela emissão de um
Certificado de Regularidade do Ibama – com validade de três meses – dado às
transportadoras, que devem responder ao cumprimento de exigências ambientais
previstas em leis, resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e
portarias e instruções normativas do Ibama.
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Até 2011, antes da criação da lei complementar, o órgão ambiental de cada
estado era responsável por emitir uma licença específica para a circulação em
suas rodovias. Ou seja, existiam 25 licenças para o transporte rodoviário de
produtos perigosos, uma em cada unidade da Federação. A nova regra, porém,
só vale para o transporte interestadual. São regulamentadas também a
instalação e operação dos produtos, a disposição de resíduos e o transporte de
produtos radioativos, nucleares ou controlados pelo exército, entre outras
atividades que, se forem feitas sem a anuência de órgãos de diversas esferas do
governo, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), geram multas de R$
500 a R$ 2 milhões – quantia cinco vezes maior quando a irregularidade envolver
substâncias nucleares ou radioativas.
TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS/MODAL SEGURO 9.4.
O transporte de produtos perigosos no Brasil conta com disparidades que
talvez contribuam para esse grande contexto de risco. O modal rodoviário, que
teve sua infraestrutura fortemente desenvolvida no país a partir dos anos 1950 –
enquanto os trilhos de trem, mais seguros, iam sendo pouco a pouco sucateados
–, é hoje o único que conta com vias interligando todos os estados do país. E
nem por isso se garante a manutenção frequente de uma extensão de mais de
1,7 milhão de quilômetros de rodovias, dos quais apenas 196 mil estão
completamente pavimentados. Recentemente, as indústrias brasileiras se
mostraram descontentes com os gastos para manutenção de veículos devido à
falta de infraestrutura das estradas. Segundo um estudo da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), rodovias (e portos) em mau estado
geram a demanda extra de R$ 17 bilhões ao ano. Aí está mais um motivo para
tantos acidentes com produtos perigosos – e um custo, muitas vezes irreversível,
para muitas vidas e para o meio ambiente.
Na Hora do Acidente 9.4.1.
Medidas iniciais
Se o líquido combustível vazar, seu vapor, invisível, pode formar uma
atmosfera explosiva sensível aq qualquer faísca. O operador veste os
equipamentos de segurança (máscara, capacete, avental) e isola a área com
cones, fitas e placas indicativas de perigo.
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Prevenindo explosões
Ferramentas comuns, de aço carbono, são evitadas, pos seu atrito gera
faísca. No lugar, são usadas as de cobre ou de ligas especiais. À noite, usam-se
lanternas à prova de explosão, entre outros equipamentos antifaiscantes.
Resíduos
A queipe de emergência recolhe o produto, a terra e outros produtos
atingidos.
Produtos corrosivos
Se o vazamento for de substância corrosiva, como ácido sulfúrico 98%,
deve-se evitar contato com a pele e olhos. A equipe joga cal sobre o ácido
vazado. Como a cal tem caráter básico (ou alcalino), ela reage com oácido,
neutralizando-o.
Identidade dos Produtos 9.4.2.
O painel de segurança e o rótulo de risco estampados no caminhão
especificam informações básicas sobre a substância carregada e orientam
equipes de emergência no atendimento a vítimas e na contenção do vazamento.
Saiba como fundionam:
Painel
Na parte superior, os três algarismos indicam o número de risco. Neste
exemplo, o primeiro corresponde à classe dos gases, o segundo, dos tóxicos, e o
terceiro, dos inflamáveis. Ou seja, trata-se de um gás tóxico e inflamável.
Abaixo, os quatro algarismos indicam o número da ONU.
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Rótulo
O losango contém a descrição da natureza do produto e o número de sua
classe ou subclasse de risco. Entre os mais conhecidos estão os líquidos
inflamáveis, representados por uma chama, os corrosivos, cuja figura acentua o
perigo no contato com a pele, e os tóxicos, cujo símbolo é uma caveira.
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INCÊNDIOS ENVOLVENDO INFLAMÁVEIS LÍQUIDOS 9.5.
No mês de abril de 2015, um incêndio envolvendo inflamáveis, na cidade
de Santos (SP), levou oito dias para ser controlado pelos bombeiros. Felizmente,
o incêndio não fez vítimas, mas é inegável que as perdas materiais para a
empresa foram substanciais, além dos impactos ao meio ambiente. As empresas
que mantém inflamáveis em suas instalações devem promover ações de
prevenção continuamente para evitar que pequenas ocorrências se transformem
em grandes acidentes.
Os líquidos inflamáveis fazem parte de vários processos industriais, onde
nem sempre é possível sua substituição por produtos não inflamáveis. Assim, a
indústria moderna teve de se adaptar ao trabalho sob condições de risco, ou até
mesmo perigo, administrando esta questão no seu dia a dia.
Várias medidas de proteção devem ser implementadas para se evitar o
princípio de incêndio. O controle dos produtos ou materiais que podem dar início
a um acidente é algo de grande importância. Porém, o cuidado deve ser maior,
primeiramente, na prevenção de liberação de concentração de vapores que
podem, potencialmente, dar início a um incêndio.
Os líquidos inflamáveis são comumente utilizados na indústria para várias
finalidades, no entanto, apesar de sua versatilidade quanto ao uso, representam
acentuado risco de incêndio quando não são manuseados de maneira adequada.
Os inflamáveis, quando em caso de incêndio, geram fogo intenso, o qual se
alastra com rapidez, podendo se tornar incontrolável. Entretanto, se os
inflamáveis forem utilizados de forma racional, manuseados e estocados em
ambiente seguro, muitos incêndios envolvendo líquidos inflamáveis poderiam ser
evitados, reduzindo-se assim, perdas de vidas, de patrimônio e de negócios,
além de danos ao Meio Ambiente.
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O manuseio da maioria dos líquidos inflamáveis, os quais geram vapores
inflamáveis, requer grande atenção e cuidado, pois estas substâncias tem seu
potencial de inflamação facilmente ampliada por fontes de ignição com baixa
energia, a exemplo da eletricidade estática. Os líquidos inflamáveis queimam
rápido e liberam muito calor. Os vapores dos inflamáveis também possuem as
mesmas propriedades dos fluidos e, normalmente, são mais pesados do que o ar
e se instalam próximos ao nível do solo. Ou seja, todo cuidado nunca é suficiente
com esta questão.
Portanto, concluímos que a questão envolvendo acidentes com líquidos
inflamáveis é bastante abrangente e deve fazer parte de uma cultura de
prevenção na atuação da empresa. Para tanto, a contratação de serviços e
profissionais especializadas para elaborar um plano de gestão de riscos é mais do
que recomendada.
Incêndio em Tanques de Combustível 9.5.1.
O incêndio, nos seis tanques de combustível – álcool anidro e gasolina – da
Ultracargo, terminal localizado no Porto de Santos, no litoral sul paulista, que
durou nove dias – começando no dia 2 de abril e sendo debelado, totalmente, no
dia 9. O grande erro num acidente ou desastre, e esse foi o caso desse incêndio,
é que vários fatores não foram levados em consideração. Acrescentando que não
se tem um incidente por um único erro, mas por uma sucessão deles. No caso
específico da Ultracargo, o armazenamento estava muito próximo, não foi
obedecida à distância necessária entre os reservatórios para que o fogo não se
propagasse tão rápido como ocorreu e não havia um sistema de espuma dentro
dos reservatórios. Outro problema apontado é com relação ao tanque de
decantação: “Quando há um vazamento, que também é uma das possibilidades
de se iniciar um incêndio, ele deveria ser escoado para um tanque de
decantação, os projetos não têm essa previsão. Isso é uma situação básica de
projeto de engenharia de segurança.”
Faz-se uma instalação onde as preocupações são com a produção e conta-
se com a sorte de que nunca vai acontecer nada. Um complexo petroquímico,
como é o caso da Ultracargo, está classificado na área de alto risco. Deve-se
pensar e planejar a partir do que pode acontecer nesses acidentes.
O projeto de engenharia de segurança é feito para prever as tragédias. “Se
você não quer que aconteça um desastre se prepare para ele”.
O incêndio nos tanques da Ultracargo tem sido classificado como o segundo
maior do mundo em emprego de pessoal no combate às chamas. Fora o corre-
corre tradicional em acidentes dessa ordem no porto e a falta de estrutura
adequada, cabe perguntar se esse triste cenário não poderia ter sido evitado.
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No licenciamento de projeto de tanques de combustíveis deve ter ao menos
três aprovações: Meio Ambiente, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) e Prefeitura Municipal de Santos. A regra é que o tanque
seja imerso em aterro de igual volume do tanque.
A Ultracargo defendeu a piscina de uso para todos os tanques com volume
dos tanques na piscina. Todos os órgãos licenciadores toleraram e aprovaram
essa proposta. Nela os tanques ficam mais próximos que no do aterro e os dois
lados se alimentam: por exemplo, um tanque a 800° C alimenta de calor o ao
lado a 20° C. A piscina única mistura o risco de todos os tanques. Passados seis
dias, nesta terça-feira (8/4), a cor da fumaça mudava de tom de cinza ao longo
do dia, aparentando a queima de produtos diferentes. É preciso esclarecer se
conseguiram tirar todos os produtos.
A central de comando opera normalmente? Há uma baixa produtividade no
combate ao incêndio que precisa ser analisada à luz do projeto aprovado. Falta
muita informação. Então vamos relembrar alguns dos maiores eventos no
entorno portuário na última década no Brasil:
2004 – Explosão do navio Vicuña, que operava inflamáveis em terminal
privado no porto de Paranaguá, no Paraná.
2013 - Explosão em terminal de fertilizantes no porto de São Francisco do
Sul, em Santa Catarina, que armazenava nitrato-de potássio, matéria-prima para
explosivos.
2015 - Incêndio em terminal de derivados de petróleo e químicos em
Santos.
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Esses três eventos mostram que, além de Deus ser “brasileiro”, a sorte tem
minimizado ou evitado tragédias. Na noite da explosão do navio chileno em
Paranaguá, ocorria a Festa de Nossa Senhora do Rocio, na igreja e ruas
adjacentes com barraquinhas de comidas e bebidas, com a presença de
aproximadamente seis mil pessoas diariamente. Sabem qual a distância do píer
em que se encontrava o navio que explodiu e os milhares de pessoas que
assistiam ao show da cantora Alcione? 800 metros! Um voluntarioso e
despreparado guarda-municipal gritava: “Corram que vai explodir tudo!”.
Em 2013, algo se repetiu em São Francisco do Sul, cuja névoa da fumaça
poluente chegou à Paranaguá, distante 80 quilômetros a norte/nordeste levados
pelos ventos.
E Santos com o incêndio no terminal da Ultracargo, que lições nos trazem?
Explosão de Tambor com Líquido Inflamável 9.5.2.
Um operário trabalhando para uma companhia de impermeabilizante para
concreto foi morto, quando um tambor de 200 litros vazio de impermeabilizante
selador explodiu e envolveu-o em chamas. Acredita-se que o operário estava
tentando cortar o tambor vazio aberto com uma serra de corte momento antes
da explosão.
O operário queimou-se totalmente. O impermeabilizante selador contém
em peso 80% de etanol e metanol. É usado como tratamento para superfícies de
concreto, com repelente de água. No dia da explosão, a empresa reparava uma
garagem do estacionamento.
Em um outro acidente, há mais de 10 anos,
utilizando o mesmo produto, um operário de uma
companhia de pavimentação de estrada cortava as
tampas de um tambor de 200 litros, pois o tambor podia
ser usado. Ele usava um maçarico ou um soldador elétrico
para cortar as tampas. Presumia que o procedimento era
seguro, pois viraram o tambor e deixaram por vários dias
escoar o resíduo do líquido inflamável, e então viraram na
posição normal e encheram com água e deixaram
permanecer por mais cinco dias antes de qualquer corte.
Neste segundo acidente, o tambor não estava
totalmente aberto para o corte. Entretanto, estava colocado ao lado de um outro
tambor que estava sendo cortado quando uma faísca voou de um tambor para o
outro. O tambor explodiu e o operário morreu em 24 horas. Sofreu queimadura
de terceiro grau em 80% de seu corpo.
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Análise dos casos
Em ambos os casos, os combustíveis para a explosão foram os
vapores de etanol e metanol no interior dos tambores, que
acreditavam que os tambores estavam vazios ou quase vazios.
Esvazia o tambor, mas o vapor residual de uma pequena quantidade
de líquido é apenas suficiente para preencher o tambor com uma
mistura explosiva de ar e de vapores inflamáveis.
Consequentemente, os tambores quase vazios podem ser
significativamente muito mais perigosos do que os tambores que
estão cheios. Em geral o trabalhador supõe que o risco de um tambor
quase vazio é inferior do que um tambor cheio.
Medidas preventivas
Porque o risco real “está oculto”, é essencial que os tambores de
líquidos inflamáveis advertem com “destaque” o alto risco de
explosão de um tambor parcialmente vazio.
Os avisos adicionais em relação ao corte ou soldagem são
necessários, assim como instruções para evitar todas as fontes de
ignição e manter o tambor fechado completamente.
Quanto ao treinamento de empregado sobre os riscos de tambores
quase vazios podem ser úteis, todos os tambores usados,
frequentemente, podem encontrar-se em mãos de empregados não
treinados ou de terceiros. Isto reforça a necessidade para
etiquetagem adequada e chamativa, isso vai além dos avisos usuais
para líquido inflamável.
Em geral, a pessoa leiga não treinada acredita intuitivamente que
menos líquido inflamável significa menos risco, quando o oposto é
verdadeiro.
Estes casos envolveram as seguintes normas e recomendações:
Comunicação de Riscos;
Norma de líquidos inflamáveis;
Fatores humanos – treinamento;
Manual de Produtos Químicos; e
Etiqueta de aviso de perigo.
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Finalidade da Comunicação de Riscos:
Identificação dos riscos;
Procedimentos de segurança para trabalhar com produtos químicos;
Procedimentos de comunicação de riscos;
A Importância das Etiquetas de Identificação /Etiqueta de alerta;
Equipamentos de Proteção Individual;
Reação a uma Emergência;
Riscos Químicos e Como Controlá-los; e
MSDS – Manual de Produtos Químicos – FISPQ – Ficha de Segurança
de Produtos Químicos.
PREVENÇÃO 9.6.
A prevenção de incêndio envolve uma série de providências e cuidados,
cuja aplicação e desenvolvimento visam evitar o aparecimento de um princípio de
incêndio, ou pelo menos limitar a propagação do fogo caso ele surja. Verifica-se
que a causa material da maioria absoluta dos incêndios é sempre acidental, isto
é, reflete o resultado de falhas humanas. Daí concluir-se que praticamente os
incêndios que destroem edificações industriais, comerciais e residenciais, têm
origem em condições e atos inseguros perfeitamente evitáveis numa flagrante
demonstração de que a todos cabe uma parcela de responsabilidade. A adoção de
medidas preventivas visando evitar o incêndio e o pânico, sem dúvida preservará
a segurança e a tranquilidade das pessoas nos seus locais de trabalho e nos
lares, além de converterem-se em benefícios social e econômico para a sociedade
em geral.
Porém, para que isto se torne realidade, é preciso que todos tomem
consciência da necessidade da participação ativa na aplicação mais efetiva das
medidas de segurança, pois não se trata apenas de proteger o patrimônio, mas
também e, sobretudo, de resguardar a vida humana.
Sistema Preventivo Fixo 9.6.1.
Tubulação de Incêndio
Existem dois tipos de tubulação de incêndio, a canalização preventiva e a
rede preventiva. São dutos destinados a condução da água exclusivamente para
o combate a incêndios, podendo ser confeccionados em ferro-fundido, ferro
galvanizado ou aço carbono e diâmetro mínimo de 63mm (2 1/2") para a
canalização e 75mm (3") para a rede.
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Tal duto sairá do fundo do reservatório superior (excepcionalmente sairá do
reservatório inferior), abaixo do qual será dotado de uma válvula de retenção e
de um registro, atravessando verticalmente todos os pavimentos da edificação,
com ramificações para todas as caixas de incêndio e terminando no registro de
passeio (hidrante de recalque).
Caixa de Incêndio
Terá a forma paralelepipedal com as dimensões mínimas de 70 cm de
altura, 50cm de largura e 25cm de profundidade; porta de vidro com a inscrição
"INCÊNDIO" em letras vermelhas e possuirá no seu interior um registro de 63mm
(2 1/2") de diâmetro e redução para junta "Storz" com 38mm (1 1/2") de
diâmetro na qual ficará estabelecida as linhas de mangueira e o esguicho
(canalização); e hidrantes duplos e saídas com adaptação para junta "Storz,
podendo esta ser de 38mm (1 1/2") ou 63mm (2 1/2") de diâmetro, de acordo
com o risco da edificação. Serão pintadas na cor vermelha, de forma a serem
facilmente identificáveis e poderão ficar no interior do abrigo de mangueiras ou
externamente ao lado destes (rede).
Linhas de Mangueiras
Possuirão o diâmetro de 38mm (1 1/2") e 15 (quinze) metros de
comprimento, e haverá no máximo 02 (dois) lances permanentemente unidos
(canalização), e diâmetro de 38mm (1 1/2") ou 63mm (2 1/2"), de acordo com o
risco da edificação, de 15 (quinze) metros de comprimento e haverá no máximo
04 (quatro) lances permanentemente unidos (rede).
Esguicho
Serão do tipo tronco cônico com requinte de 13mm (1/2") para a
canalização preventiva, e do tipo regulável e em número de 02 (dois) por
hidrante para a rede preventiva.
Hidrante de Recalque
O registro de passeio (hidrante de recalque) possuirá diâmetro de 63mm (2
1/2"), dotado de rosca macho e adaptador para junta "Storz" de mesmo diâmetro
e tampão. Ficará acondicionado no interior de uma caixa com tampo metálico
com a inscrição "INCÊNDIO". Tal dispositivo deverá ficar localizado junto à via de
acesso de viaturas, sobre o passeio e afastado dos prédios, de forma a permitir
uma fácil operação. Seu objetivo principal é abastecer e pressurizar a tubulação
de incêndio, através das viaturas do Corpo de Bombeiros.
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Casa de Máquina de Incêndio (CMI)
É um compartimento destinado especialmente ao abrigo de bombas de
incêndio (eletrobomba e/ou motobomba) e demais apetrechos complementares
ao seu funcionamento, não se admitindo o uso para circulação ou qualquer outro
fim. O seu acesso será através da porta corta-fogo e seu objetivo é pressurizar o
sistema.
Reserva Técnica de Incêndio (RTI)
Quantidade de água existente no reservatório da edificação, destinada
exclusivamente à extinção de incêndio, sendo assegurada através da diferença de
nível entre a saída da canalização de incêndio e da rede de distribuição geral.
A quantidadwe mínima de água da RTI é de 6.000 Litros.
Bombas de Incêndio
São responsáveis pela pressurização do sistema preventivo contra incêndio
(canalização ou rede), sendo o seu acionamento automático a partir da abertura
do registro de qualquer hidrante da edificação. As potências das bombas serão
definidas com a observância dos parâmetros técnicos de pressão e vazão
requeridos para o sistema, de acordo com a classificação da edificação quanto ao
risco, sendo isto mencionado no Laudo de Exigências emitido pelo CBM.
Rede de Chuveiros Automáticos do tipo "Sprinkler"
Constituído de tubulações fixas, onde são dispostos chuveiros regularmente
distribuídos sobre a área a proteger e permanentemente ligado a um sistema de
alimentação de água (reservatório) e pressurizado, de forma a possibilitar, em
caso de ocorrência de incêndio, a aplicação de água diretamente sobre o local
sinistrado. Isto ocorre quando o selo sensor de temperatura (ampola) rompe-se,
aproximadamente a uma temperatura de 68ºC (existem ampolas próprias para
outras temperaturas). Cada chuveiro (bico) tem o seu funcionamento
independente, podendo ser acionado um ou quantos forem necessários para
sanar o problema (incêndio) em uma determinada área.
Sistema De Proteção Contra Descarga Atmosférica (Pára-9.6.2.
Raios)
Dispositivo responsável pela descarga de energia elétrica, proveniente de
raios, para o solo. Este dispositivo é instalado no alto da edificação a proteger, e
é constituído de: captor, haste, cabo de descarga e barras de aterramento.
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PLANEJAMENTO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS COM 10.
INFLAMÁVEIS
Apresentamos a seguir um resumo de como se elaborar corretamente este
tipo de plano para o atendimento a emergências nas atividades que possam
gerar incidentes/acidentes com ou sem resíduos no processo de trabalho,
referente ao recebimento, armazenamento, abastecimento e manuseio de
combustíveis e líquidos inflamáveis. O Plano de Resposta à Emergência – PRE,
deve contemplar todas as hipóteses acidentais identificadas na Análise Preliminar
de Riscos – APR, suas consequências e medidas efetivas para o
desencadeamento das ações de controle em cada uma dessas situações. Sua
estrutura também deve contemplar todos os procedimentos e recursos, humanos
e materiais, de modo a propiciar as condições para adoção de ações, rápidas e
eficazes, para fazer frente aos possíveis sinistros ocorridos no empreendimento.
Um plano de emergência adequado é valioso se em uma emergência, todas as
ações ou decisões previsíveis estiverem concebidas e definidas. Desta forma,
todos se concentrarão nas circunstâncias anormais ou imprevisíveis que
surgirem, e, portanto, é fundamental um plano detalhado. A empresa deve
contar com um grupo de apoio técnico especializado externo, que farão parte
integrante do plano. Esta equipe deve estar disponíveis 24 horas do dia os 365
dias do ano para o atendimento emergencial, permanecendo sempre atualizados
os telefones e endereços dos integrantes desta equipe. O plano tem por
finalidade estabelecer procedimentos técnicos e administrativos, a serem
adotados em situações emergenciais que eventualmente possam ocorrer no
empreendimento. O plano deverá abordar critérios de controle para minimizar as
consequências de um eventual acidente, abordando temas de segurança,
controle de vazamento e aspectos ambientais. É de vital importância que o
empregador seja responsável por informar, esclarecer, reforçar os procedimentos
para os novos funcionários, quanto aos procedimentos corretos a serem tomados
em casos de emergências diversas envolvendo produto perigoso, seguindo as
características abaixo:
a) Prover recursos e informações o mais rápido possível para melhor
desempenho das ações emergenciais;
b) Preservação da integridade física dos seus empregados, da
comunidade, do meio ambiente e do patrimônio; e
c) Minimizar os efeitos da ocorrência, no aspecto pessoal, ambiental e
material.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 140
PLANO DE EMERGÊNCIA-EXECUÇÃO 10.1.
O plano de emergência deve ser executado pela própria empresa e
dependendo da ocorrência poderá ter o apoio da empresa contratada para o
atendimento emergencial e de órgãos governamentais. É essencial a presença
dos coordenadores de emergência com poder e autonomia para tomada de
decisões e de um responsável pela divulgação da ocorrência no âmbito da
empresa e do acionamento das equipes.
Estrutura Básica do Plano 10.1.1.
Definição da equipe de atendimento as primeiras ações de
emergência.
Definições de atribuições dos responsáveis da empresa.
Definição das atribuições da equipe de pronto atendimento à
emergências da empresa contratada para o atendimento
emergencial.
Definição das atribuições do Coordenador de equipe de Emergência
da empresa.
Definição das atribuições do operador do centro de controle de
emergências.
Divulgação dos telefones para acionamento da central de controle
emergencial e de telefones de órgãos externos e da empresa
contratada para o atendimento emergencial.
Estabelecimento dos procedimentos de segurança.
Estabelecimento dos procedimentos para aproximação, avaliação e
ações emergenciais.
Estabelecimento das características dos diversos cenários.
Definição das ações mitigadoras dos riscos para:
- Eliminação das fontes de ignição;
- Isolamento das áreas sob risco;
- Reconhecimento de produto;
- Exaustão e ventilação de vapores;
- Lavagens;
- Interceptação da pluma (emissão contínua de poluentes); e
- Eliminação da fonte de vazamento e Barreiras físicas.
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P á g i n a | 141
Plano Tático Emergencial - PTE 10.1.2.
PTE tem como objetivo eliminar ou mitigar as consequências de uma
ocorrência, e para tanto são utilizadas algumas técnicas de contenção e absorção
do produto vazado, recolhimento de resíduos gerados, limpeza do local, e outras
técnicas de prevenção como:
Exaustão ou ventilação de vapores;
Eliminação de fontes de vazamento; e
Extinguir princípios de incêndios.
Todas essas técnicas devem ser abordadas em fluxogramas de possíveis
cenários de ocorrência, onde estarão divididos da seguinte forma:
Planos Táticos Emergenciais.
PTE-01 – Plano Tático Emergencial 1 – Avaliação de Cenário;
PTE-02 – Plano Tático Emergencial 2 – Medidas de controle em
atmosferas e pequenos Vazamentos / Derrames em superfície;
PTE-03 – Plano Tático Emergencial 3 – Medidas de controle de
pequenos vazamentos em subsolo;
PTE-04 – Plano Tático Emergencial 4 – Medidas de controle de
pequenos vazamentos em aquíferos;
PTE-05 – Plano Tático Emergencial 5 – Combate a princípios de
incêndios;
PTE-06(a) Plano Tático Emergencial 6(a) – Primeiros Socorros. Em
um cenário de vazamento e/ou derramamento de líquidos
inflamáveis, podem existir algumas situações ou condições adversas
ao risco principal.
Avaliação de cenário
A avaliação de cenário visa afastar os perigos eminentes e identificar as
possíveis causas de um evento de emergência, tais como:
Fogo (princípio de incêndio);
Atmosfera contaminada (tóxica ou inflamável);
Identificar o ponto de vazamento ou derrame; e
Identificar os locais atingidos (poços e fossas, vias pluviais, caixas de
telefonia, etc).
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P á g i n a | 142
Avaliação das consequências
Na avaliação das consequências deverá ser verificado qual material pode
ser aplicado e qual tipo de ação a ser tomada:
Monitoramento;
Avaliações ambientais; e
Análises ambientais, etc.
Será dado atenção aos procedimentos de segurança ao ser humano e meio
ambiente.
Impacto ambiental
Encerrada as ações de emergências e eliminados os riscos ou minimizados
a níveis aceitáveis, deverá ser feito uma avaliação para verificar se o incidente /
acidente impactou ao meio ambiente. Os impactos ambientais não são definidos
apenas pela visualização, nos obrigando a realizar um trabalho de levantamento
dos impactos ocorridos, através da aplicação de técnicas capazes de indicar tanto
a extensão, quanto a intensidade dos danos, seja no solo ou na água, que pode
ser superficial ou subterrânea.
Na fase de recuperação, a empresa contratada para o atendimento
emergencial deve estar apta a realizar não só toda a tarefa de condicionamento e
remoção dos resíduos gerados nestas operações, como também definir o local
adequado para disposição final do resíduo, após aprovação do órgão ambiental.
Ainda dentro desta etapa, no caso de ser necessário, deve-se realizar o
levantamento de impacto ambiental, assim como elaborar, apresentar e executar
o PRAD – Plano de recuperação de Área Degradada.
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P á g i n a | 143
NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA DE PROCESSO DA 11.
INSTALAÇÃO
Todos os trabalhadores têm direito a um ambiente de trabalho saudável,
equilibrado e seguro, com “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
normas de saúde, higiene e segurança.” A Saúde e Segurança do Trabalho é um
conjunto de medidas preventivas adotadas visando minimizar os acidentes de
trabalho, as doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade física,
mental e a capacidade de trabalho do empregado.
PROJETO DA INSTALAÇÃO 11.1.
No projeto das instalações classes II e III devem constar, no mínimo, e em
língua portuguesa. (item 20.5.2):
a) descrição das instalações e seus respectivos processos através do
manual de operações;
b) planta geral de locação das instalações;
c) características e informações de segurança, saúde e meio ambiente
relativas aos inflamáveis e líquidos combustíveis, constantes nas
fichas com dados de segurança de produtos químicos, de matérias
primas, materiais de consumo e produtos acabados;
d) fluxograma de processo;
e) especificação técnica dos equipamentos, máquinas e acessórios
críticos em termos de segurança e saúde no trabalho estabelecidos
pela análise de riscos;
f) plantas, desenhos e especificações técnicas dos sistemas de
segurança da instalação;
g) identificação das áreas classificadas da instalação, para efeito de
especificação dos equipamentos e instalações elétricas;
h) medidas intrínsecas de segurança identificadas na análise de riscos
do projeto.
No projeto das instalações classe I deve constar o disposto nas
alíneas "a", "b", "c", "f" e "g" do item 20.5.2. (item 20.5.2.1).
No projeto, devem ser observadas as distâncias de segurança
entre instalações, edificações, tanques, máquinas,
equipamentos, áreas de movimentação e fluxo, vias de
circulação interna, bem como dos limites da propriedade em
relação a áreas circunvizinhas e vias públicas, estabelecidas em
normas técnicas nacionais. (item 20.5.2.2)
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 144
O projeto deve incluir o estabelecimento de mecanismos de
controle para interromper e/ou reduzir uma possível cadeia de
eventos decorrentes de vazamentos, incêndios ou explosões.
(item 20.5.2.3).
Os projetos das instalações existentes devem ser atualizados com a
utilização de metodologias de análise de riscos para a identificação da
necessidade de adoção de medidas de proteção complementares. (item 20.5.3).
Todo sistema pressurizado deve possuir dispositivos de segurança definidos
em normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, em normas
internacionais. (item 20.5.4).
Modificações ou ampliações das instalações passíveis de afetar a segurança
e a integridade física dos trabalhadores devem ser precedidas de projeto que
contemple estudo de análise de riscos. (item 20.5.5).
NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA 11.2.
Algumas regras gerais de segurança deverão ser sempre observadas, tanto
pela empresa quanto por seus empregados, para que possíveis acidentes de
trabalho sejam evitados e a segurança de todos seja garantida.
A empresa deverá fornecer o EPI adequado à neutralização e/ou eliminação
do agente agressor à saúde dos empregados e garantir a utilização de todos. A
área de trabalho deverá ser mantida sempre limpa e organizada.
Somente pessoal habilitado, qualificado e capacitado tais como:
engenheiros, supervisores, técnicos ou outros que tenham recebido treinamento
específico em equipamentos elétricos terão permissão para atividades
envolvendo eletricidade.
Importante que o empregado comunique imediatamente ao seu supervisor,
gerente ou líder, qualquer acidente de trabalho ocorrido com ele ou com seu
colega de trabalho, por menor que seja.
Ninguém deve operar qualquer equipamento, a menos que tenha recebido
treinado para tal, e que todas as medidas de segurança estejam implantadas no
maquinário. A empresa e empregados devem inspecionar constantemente as
ferramentas e equipamentos de trabalho, inclusive os EPIs.
O empregado deve avisar imediatamente ao seu supervisor sobre os riscos
que venha a perceber. Cabe à empresa, nesses casos, adotar ações que evitem
que estas condições continuem. Os dispositivos de segurança dos equipamentos
não devem, em qualquer hipótese, ser desativados evitando, assim, riscos de
acidente.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 145
Todos os avisos e sinais de segurança devem ser colocados em local visível
para que todos os empregados tenham acesso à informação.
Quando um extintor for utilizado, deve ser comunicado imediatamente ao
supervisor para que seja recarregado e recolocado no lugar de origem.
Todos devem conhecer exatamente onde estão localizados os
equipamentos de combate a incêndio. Recomenda-se o treinamento na utilização
desses equipamentos.
As rotas de fuga, ponto de encontro em caso de emergência, saídas de
emergência, devem ser bem sinalizadas, desimpedidas de obstáculos e de
conhecimento de todos os colaboradores.
Ter conhecimento de todos os equipamentos de emergência: Sistema fixo
de combate a incêndio, rede de incêndio, bombas de incêndio, alarmes de
emergência, sistema de chuveiro automático (Sprinklers), etc.
Antes de fazer qualquer trabalho, o empregado deve analisar se existe
alguma condição de risco. Cuidados especiais devem ser tomados de forma a
prevenir que roupas ou ferramentas fiquem ao alcance de equipamentos.
Os corredores e saídas devem estar sempre desimpedidos. Todos os
dispositivos de segurança deverão ser inspecionados frequentemente. Esta
inspeção deve ocorrer pela empresa, com a colaboração dos empregados. Caso
seja observado algum defeito em qualquer dispositivo, os reparos necessários
deverão ser feitos imediatamente.
Deverá ser interrompida qualquer atividade que oferecer risco à saúde ou à
vida dos trabalhadores.
Equipe de Segurança/Brigada de Incêndio 11.2.1.
A Brigada de Incêndio é um grupo organizado de pessoas voluntárias ou
não, capacitadas para atuar na prevenção, combate a princípio de incêndio,
abandono de área e primeiros socorros até a chegada de pessoal qualificado ou o
encaminhamento hospitalar da vítima.
Qual é o objetivo: A brigada tem como objetivo definir ações e atuar
em ações preventivas, de emergência e de combate a incêndio.
Exemplos de ações: inspeção geral dos equipamentos de proteção
contra incêndio; elaboração de relatórios sobre as irregularidades
encontradas, orientação à população fixa e flutuante durante sinistro;
combate ao princípio de incêndio; recepção e orientação ao corpo de
bombeiros.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 146
Quando devo constituir a Brigada de Incêndio: Deve ser constituída a
Brigada de Combate a incêndio em todas as edificações que se
enquadram na Instrução Técnica do Regulamento de Segurança
Contra Incêndio e Pânico do Estado.
De quem é a responsabilidade de constituir a Brigada de Incêndio: A
constituição, formação e manutenção da brigada é de
responsabilidade de cada empresa. Importante ressaltar que, toda
empresa deve conhecer e realizar os requisitos legais da Lei de cada
Estado, que dispõe sobre Prevenção e Combate a Incêndio. Nesta,
incluem-se, elaboração e execução de projetos de prevenção e
combate a incêndio, treinamentos, sinalizações, necessidade de
obtenção do auto de vistoria do corpo de bombeiros, entre outras
informações pertinentes e importantes para a segurança da
edificação.
PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO - PPP 11.3.
O PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário é o histórico-laboral, individual
do trabalhador, elaborado com base nas informações do PPRA - Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (NR-9) e PCMSO - Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional (NR-7).
Qual é o objetivo: O PPP tem como objetivo prestar informações ao
INSS sobre a efetiva exposição do trabalhador a agentes nocivos,
quais foram as atividades realizadas por período trabalhado, o(s)
cargo (s) ocupado(s), local(ais) de trabalho entre outros, durante a
sua vida laboral na empresa, sendo este utilizado pelo INSS para fins
de aposentadoria especial.
Como solicitar o PPP: A solicitação poderá ocorrer diretamente para a
empresa do empregado ou ex-empregado.
É responsabilidade de quem emitir o PPP: A emissão do PPP é de
responsabilidade da empresa em que o empregado está ou esteve
registrado. O formulário do PPP deve ser assinado pelo representante
legal da empresa
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA 11.4.
O PPRA é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais que busca a
preservação da saúde e integridade física dos empregados.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 147
Qual é o objetivo: O PPRA tem como objetivo a antecipação, o
reconhecimento e a avaliação dos riscos ocupacionais existentes nos
ambientes de trabalho e processos de cada empresa e consequente
adoção de medidas de controle para os agentes de riscos
identificados.
Quando é emitido o PPRA: O PPRA deve ser emitido anualmente e
revisado sempre que houver alterações nos processos de trabalho
que gerarem novos cargos na empresa ou alteração na edificação ou
máquinas e equipamentos que implicarem em novos riscos
ocupacionais.
É de responsabilidade de quem emitir o PPRA: A emissão do PPRA é
de responsabilidade de cada empresa.
O que deve constar no documento PPRA: A estrutura do PPRA
considera as orientações indicadas pela NR 09 que prevê, dentre
outros:
- Antecipação e reconhecimento dos riscos;
- Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
- Implantação de medidas de controle;
- Planejamento anual com metas, prioridades e cronograma.
Nota: importante que o PPRA tenha assinatura do responsável técnico pela
elaboração e da direção da empresa, que será responsável pela implantação das
medidas de segurança.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI 11.5.
É todo dispositivo ou produto de uso individual, cujo objetivo é destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador,
evitando assim acidentes e doenças ocupacionais.
Quando devo fornecer EPI: Quando a atividade desempenhada pelo
empregado oferecer risco à sua saúde. Os EPIs necessários aos
bloqueios são aqueles identificados no documento de PPRA, mapa de
riscos, ou em situações atípicas e que existam risco de acidentes.
Responsabilidade de quem fornecer o EPI: De acordo com a NR 6, os
“EPIs devem ser fornecidos gratuitamente pelas empresas, sempre
adequado aos riscos da função e em perfeito estado de conservação e
funcionamento.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 148
Cabe ainda à empresa exigir aos seus funcionários o uso dos EPIs
durante a jornada de trabalho, realizar orientações e treinamentos
sobre o uso adequado e a devida conservação, além de substituir
imediatamente quando danificado ou extraviado.”
Para fins de evidência para a empresa, o fornecimento e troca de
qualquer EPI deve ser registrado por meio de um formulário, que
deverá ser preenchido sem rasuras e assinado pelo empregado.
Obrigações do empregado quanto ao uso do EPI: É de
responsabilidade dos empregados usar corretamente o EPI durante o
trabalho, mantendo sempre em boas condições de uso e
conservação, comunicar a empresa qualquer alteração que o torne
impróprio para uso e cumprir as determinações sobre o uso
adequado.
Outra informação importante, a saber: Vale ressaltar que todos os
EPIs precisam ter a indicação do Certificado de Aprovação - C.A, que
vem descrito nas embalagens, ou no próprio equipamento, expedido
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA 11.6.
A CIPA é uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes formada por
representantes dos empregados que são eleitos por meio de voto secreto
(eleição) e por representantes indicados pela empresa, que tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador.
Quando devo constituir a CIPA: A CIPA deve ser constituída em todas
as empresas que se enquadrarem no quadro I da NR 05. Deve-se
observar para este enquadramento o número de empregados no
estabelecimento e a Classificação Nacional de Atividades Econômicas
- CNAE da empresa.
É responsabilidade de quem constituir a CIPA: Cabe à empresa, por
meio da CIPA, de um representante ou pelo SESMT, quando houver,
dar início ao processo eleitoral e de formação de CIPA. Conforme NR
05, após constituída e treinada toda a comissão, esta se reunirá pelo
menos uma vez por mês para discutir assuntos relativos à segurança
e saúde no trabalho. As reuniões devem acontecer no horário normal
de trabalho dos integrantes da comissão.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 149
Nota: observar os prazos previstos para todo o processo eleitoral, que
incluem, entre outras informações, a formação da comissão eleitoral, o período
de inscrição, a divulgação dos candidatos, a eleição, apuração e divulgação dos
votos, carga horária e a grade curricular de treinamento dos representantes
eleitos e indicados da CIPA.
Designados Da NR 05 - CIPA 11.6.1.
O designado é um empregado indicado pela empresa quando houver
necessidade de constituir e formar a CIPA, cabendo a este desenvolver as
atividades e rotinas preventivas de segurança e saúde no trabalho dentro da
empresa. O designado tem como objetivo cumprir as determinações da NR 05.
Quando devo ter um designado em minha unidade:
Sempre que a empresa não se enquadrar nos requisitos do quadro I
da NR 05, ou seja, sempre que não houver necessidade de formar a
CIPA. Cabe à empresa indicar e providenciar o treinamento adequado
ao designado observando a carga horária e a grade curricular
prevista na NR 05.
INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 11.7.
Conforme Portaria 3.214 de 08/06/1978, Norma regulamentadora Nº 10,
cabe às empresas promover os requisitos e condições mínimas de segurança
previstas legalmente, tais como de medidas de controle, EPIs, treinamentos e
sistemas preventivos, aos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam
em instalações elétricas e serviços com eletricidade.
Todos os profissionais envolvidos nos serviços e atividades com instalações
elétricas devem estar com sua documentação comprobatória da qualificação,
habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores em dia, equipamentos de
proteção individual e coletivos certificados, testados e treinamentos realizados.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 11.8.
Conforme Portaria 3.214 de 08/06/1978, Norma regulamentadora Nº 26,
cabe às empresas a implementação de sinalização de segurança nos locais de
trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes, assim como a
orientação de seus empregados quanto à importância de obedecer à sinalização e
orientações de segurança disposta nas frentes de trabalho.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 150
ACIDENTES DE TRABALHO 11.9.
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.
Acidentes De Trabalho Equiparados 11.9.1.
As doenças ocupacionais também são consideradas como acidente do
trabalho e abrangem a doença profissional e a doença do trabalho.
Por doença profissional entende-se a adquirida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade.
Por doença do trabalho entende-se a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com
ele se relacione diretamente.
Equipara-se a acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado,
ainda que fora do local de trabalho no percurso da residência para o
local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive de propriedade do segurado.
Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT 11.9.2.
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do
trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa para o
INSS, por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Essa
comunicação deve ocorrer até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência do
acidente do trabalho, sob pena de multa em caso de omissão.
Na falta de emissão de CAT pela empresa, poderão proceder com a CAT o
próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médio
assistente ou qualquer autoridade pública.
Procedimentos Básicos A Serem Adotados Em Caso 11.9.3.
De Acidente
O empregado acidentado deve ser:
Socorrido imediatamente;
Encaminhado para um hospital (quando possível);
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 151
Na impossibilidade de socorros por motivo de casos mais graves,
acionar apoio de socorro externo (SAMU-192 / Corpo de Bombeiros -
193);
Prestar apoio aos familiares;
Providenciar a análise da ocorrência e abertura da CAT.
Nota: importante lembrar que cada empresa deverá elaborar e adotar os
seus procedimentos de acordo com a necessidade e políticas internas.
Dica: ao operar máquinas e/ou equipamentos, o empregado deve certificar-
se de que todas as situações de riscos de acidentes foram analisadas e
eliminadas.
CAT 11.9.4.
É o documento emitido que reconhece um acidente de trabalho ou uma
doença ocupacional, que deve ser emitido no prazo máximo de 1 dia útil após a
ocorrência, em caso de acidente típico ou trajeto. Em caso de óbito,
imediatamente.
Qual é o objetivo: Registro de todos os acidentes ou doenças
ocupacionais ocorridos com os empregados da empresa, para amparo
junto à previdência social em caso de afastamento superior a 15 dias.
Quando deve ser emitido a CAT: Em caso de acidente de trabalho,
após constatação por meio da análise da ocorrência. Em caso de
doença ocupacional e/ou do trabalho, após constatação da
incapacidade para o trabalho ou no dia em que foi realizado o
diagnóstico médico.
Responsabilidade de quem emitir a CAT: A responsabilidade de
emissão da CAT é da empresa. Considerando que há medidas a
serem cumpridas antes da emissão da CAT e que existe prazo para
comunicação, torna-se muito importante que a comunicação seja
realizada para o responsável da empresa com máxima urgência.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 152
ORDEM, ARRUMAÇÃO E LIMPEZA 11.10.
A ordem, organização e limpeza do ambiente de trabalho representam base
da prevenção de acidentes. Um ambiente organizado e limpo aumenta a rapidez
e facilidade na busca de objetos e ferramentas de trabalho, reduz o cansaço
físico, otimiza o tempo de trabalho e facilita a comunicação entre os empregados.
Assim, todos os materiais de trabalho devem estar sempre organizados de forma
a separar os mais importantes e eliminar/transferir os desnecessários; o local
deve permanecer limpo, eliminando resíduos e sujeiras. O trabalho será mais
fácil e seguro se o ambiente estiver em ordem.
Dica: as saídas de emergência e os corredores de circulação devem estar
sempre livres.
MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS 11.11.
Ao efetuar qualquer serviço de manutenção mecânica ou elétrica é
necessário garantir que as fontes de energia das máquinas estejam bloqueadas,
a fim de garantir que nenhum empregado ligue a máquina antes do término da
manutenção. O empregado deve interromper a alimentação de energia elétrica e
desativar todos os sistemas hidráulicos e pneumáticos da máquina. Após, deve-
se realizar uma verificação geral e adotar todas as medidas preventivas
necessárias, para evitar que algum acidente venha a ocorrer por ligação acidental
ou indesejada de uma das fontes bloqueadas.
Dica: a manutenção de equipamentos e máquinas deve ser feita,
preferencialmente, por pessoal técnico especializado em manutenção.
ERGONOMIA NO AMBIENTE DE TRABALHO 11.12.
As condições de trabalho envolvem aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
Trabalho em pé: a bancada de trabalho deve estar no nível da
estatura do empregado, de modo que o mesmo não precise curvar-se
para executar o trabalho. Os objetos e ferramentas devem estar de
fácil alcance ao empregado. Os comandos dos equipamentos devem
estar posicionados em nível mais baixo que os ombros.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 153
Trabalho sentado: a mesa e os painéis devem proporcionar ao
empregado condições de boa postura, visualização e operação. Caso
o trabalho necessite da utilização dos pés, os pedais e demais
comandos para acionamento com os pés devem ter posicionamento e
dimensões que possibilitem fácil alcance e ângulos adequados para o
corpo. O ideal é que o empregado possa alternar o trabalho em pé
com o trabalho sentado ou, quando isto não for possível, a empresa
deve disponibilizar assentos para descanso em locais em que possam
ser utilizados pelos empregados durante as pausas. A jornada de
trabalho do empregado não pode ser excessiva, para se evitar a
fadiga.
Dica: a postura mais adequada para a execução de uma determinada
tarefa é aquela em que o empregado sinta-se o mais confortável possível. Isso
lhe trará um rendimento maior no trabalho e menor desgaste de energia, isto é,
o seu cansaço será menor. Essa postura correta implicará em alguns benefícios,
tais como: redução no risco de acidentes do trabalho e menor possibilidade de
adquirir uma doença profissional.
NORMAS REGULAMENTADORAS 11.13.
NR-1: DISPOSIÇÕES GERAIS
As Normas Regulamentadoras (NR) são de observância obrigatória pelas
empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e
indireta, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT.
NR-2: INSPEÇÃO PRÉVIA
Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá
solicitar aprovação de suas instalações ao órgão do Ministério do Trabalho.
NR-3: EMBARGO OU INTERDIÇÃO
Sempre que houver uma situação ou condição de risco grave e iminente
para o trabalhador, poderão ser interditados estabelecimentos, setor de serviço,
máquina ou equipamento, ou embargar a obra, pelos órgãos de fiscalização.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
P á g i n a | 154
NR-4: SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM
MEDICINA DO TRABALHO
A NR 4 diz respeito aos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e tem como finalidade promover
a saúde e proteger a integridade do trabalhador em seu local de trabalho. Trata-
se de um trabalho preventivo e de competência dos profissionais especializados,
com aplicação de conhecimentos de engenharia de medicina do trabalho. Cabe ao
SESMT orientar os trabalhadores quanto ao uso dos equipamentos de proteção
individual e conscientizá-los da importância de prevenir os acidentes e das
formas de conservar a saúde no trabalho. De acordo com a NR 04, os SESMT das
empresas podem ser compostos pelos seguintes profissionais: Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de
Segurança no Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. Nota: cada
empresa deverá dimensionar o seu SESMT com base nas informações prescritas
na NR 04.
NR-5: COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
As empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam
empregados regidos pela CLT ficam obrigados a organizar e manter em
funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a prevenção da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.
NR-6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Para fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo dispositivo de uso
individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e
a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos
empregados gratuitamente os EPIs.
NR-7: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de
todos os empregados e instituições que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO,
cujo objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus
trabalhadores.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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NR-8: EDIFICAÇÕES
Estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas
edificações para garantir a segurança e conforto aos que nelas trabalham.
NR-9: PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de
todos os empregadores e instituições, que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, através da
antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de
riscos ambientais existentes ou que venham existir no ambiente de trabalho.
NR-10: SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
Fixa as condições mínimas exigidas para garantir a segurança dos
empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas etapas, incluindo
projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e ainda, a
segurança de usuários e terceiros.
NR-11: TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE
MATERIAIS
Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de
trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao
manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a
prevenção de infortúnios laborais.
NR-12: MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho
a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e
manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do
trabalho.
NR-13: CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
Estabelece todos os requisitos técnico-legais relativos à instalação,
operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a
ocorrência de acidentes do trabalho.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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NR-14: FORNOS
Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção,
operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho.
NR-15: ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus
limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos
ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício
insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições
nocivas à sua saúde.
NR-16: ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS
Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas
perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes.
Especificamente no que diz respeito ao Anexo n° 01: Atividades e Operações
Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades e Operações Perigosas
com Inflamáveis.
NR-17: ERGONOMIA
Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
NR-18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO
Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de
organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de
trabalho na indústria da construção civil.
NR-19: EXPLOSIVOS
Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio
e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física
dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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NR-20: LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS
Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento,
manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a
proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de
trabalho.
NR-21: TRABALHO A CÉU ABERTO
Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de
acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como em minas ao ar
livre e em pedreiras.
NR-22: SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO
Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que
desenvolvam trabalhos subterrâneos, de modo a proporcionar a seus
empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho.
NR-23: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Estabelece as medidas de proteção contra incêndios que devem dispor os
locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos
trabalhadores.
NR-24: CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE
TRABALHO
Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos
locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários,
refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de
trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores.
NR-25: RESÍDUOS INDUSTRIAIS
Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas empresas,
no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de
trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
NR-26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de
segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a
integridade física dos trabalhadores.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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NR-27: REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO
Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar
exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz
respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho.
NR-28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES
Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista
de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de
prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também
no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas
Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.
NR-29: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO
Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças
profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores
condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As
disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em
operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores
que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso
privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado.
NR-30: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO
Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no
transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo
curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar,
bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e
embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma
Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras
disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções,
acordos e contratos coletivos de trabalho.
NR-31: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA
SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente
de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento
das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e
aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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NR-32: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE
Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de
proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem
como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em
geral.
NR-33: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS
Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados
e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes,
de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores
que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
NR-34: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL
A finalidade é estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção
à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho, nas atividades da indústria
de construção e reparação naval.
NR-35: TRABALHO EM ALTURA
Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção
para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a
execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores
envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Considera-se trabalho em
altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior,
onde haja risco de queda.
NR-36: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E
PROCESSAMENTOS DE CARNE E DERIVADOS.
O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a
avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades
desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados
destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a
segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da
observância do disposto nas demais.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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NOÇÕES BÁSICAS DE GESTÃO DE MUDANÇAS 12.
A Gestão de Mudanças constitui uma ferramenta indispensável em
empresas com Sistemas de Gestão Integrada e garante a realização da análise
do impacto da mudança sobre a segurança de processo, meio ambiente e
segurança ocupacional, antes da introdução dessas mudanças.
SISTEMA DE GESTÃO DE MUDANÇAS 12.1.
Processo contínuo e sistemático que assegura que as mudanças
permanentes ou temporárias sejam avaliadas e gerenciadas de forma que os
riscos advindos destas alterações permaneçam em níveis aceitáveis e
controlados.
PROCESSO DE MUDANÇA 12.2.
A gestão da mudança é um processo eficaz de alocação de recursos, de
forma a transformar a organização, com o objetivo de melhorar a sua eficácia.
Existem diversas condicionantes que influenciam o processo de mudança de uma
organização, como o nível de recursos que a empresa dispõe, o setor onde se
insere, a maior ou menor necessidade de mudança, qualidade da gestão e a atual
envolvente política, econômica, social, tecnológica e ambiental legal.
O QUE É GESTÃO DA MUDANÇA 12.3.
Pessoas diferentes interpretam a expressão gestão da mudança de modos
diferentes. Profissionais de Tecnologia da Informação podem entendê-la como
sendo o gerenciamento do controle de versões de software e hardware. Outros
da área de gestão de pessoas podem entendê-la como sendo comunicação e
treinamento ou considerá-la como sendo desenvolvimento organizacional. No
contexto do gerenciamento de projetos, a expressão tem sido usada para
descrever mudanças no cronograma ou no escopo.
Uma definição clara de gestão da mudança é fundamental para a
comunicação correta entre profissionais que apoiam projetos e iniciativas e entre
organizações que buscam desenvolver competências e alcançar melhores
resultados por meio da gestão do lado humano da mudança.
Esta definição pode surgir da compreensão das relações lógicas
apresentadas na figura abaixo, a partir da identificação da necessidade de
melhoria dos resultados da organização.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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A referência de qualquer projeto é o resultado e a melhoria organizacional.
Para isto, definem-se projetos ou iniciativas de mudanças técnicas. Por outro
lado, em qualquer mudança é essencial que as pessoas realmente mudem sua
maneira de trabalhar para que as mudanças técnicas sejam efetivamente
aproveitadas e produzam a melhoria no resultado da organização.
Então gestão da mudança é uma abordagem que apoia indivíduos na
mudança requerida pelo projeto na maneira como trabalham.
Portanto gestão da mudança não é desenvolvimento organizacional e nem
gestão de pessoas que são conceitos genéricos. Gestão da mudança é uma
abordagem relativamente nova que foca as mudanças necessárias na forma de
trabalhar de pessoas envolvidas em um projeto. E por ser focada, ter objetivo
claro em termos de resultado e aplicar estudos sobre como as pessoas passam
por um processo de mudança, a gestão da mudança integra a aplicação de vários
conhecimentos, técnicas e instrumentos de um modo mais eficaz e eficiente para
o sucesso de um projeto ou iniciativa de mudança.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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PRÁTICA DE GESTÃO 12.4.
Gerenciamento de Mudanças 12.4.1.
O objetivo desta prática de gestão é descrever os requisitos que devem ser
considerados pelo sistema de gerenciamento de segurança operacional para
assegurar que as mudanças permanentes ou temporárias a serem efetuadas na
instalação estejam em conformidade com os requisitos de Segurança Operacional
estabelecidos no Regulamento Técnico e na legislação pertinente.
Tipos de Mudanças 12.4.2.
Mudanças nas operações, procedimentos, padrões, instalações ou pessoal
devem ser avaliadas e gerenciadas de forma que os riscos advindos destas
alterações permaneçam em níveis aceitáveis.
Procedimentos de Controle 12.4.3.
O Operador da Instalação estabelecerá e implementará um procedimento
para gerenciar mudanças que possam afetar a Segurança Operacional. O
procedimento deve considerar:
A descrição da mudança proposta, incluindo a justificativa para a
alteração e a especificação de projeto, quando aplicável.
A avaliação dos perigos e do impacto global nas atividades, antes da
implementação de modificações.
A atualização dos procedimentos e documentações afetadas pela
mudança.
O treinamento e comunicação para todo pessoal cujo trabalho seja
impactado pelas mudanças.
A autorização para as mudanças propostas deverá ser emitida por
nível gerencial adequado.
Que para mudanças temporárias, deverá haver previsão para
revisões e nova autorização, caso a duração prevista necessite ser
ampliada.
O processo de gerenciamento de mudanças deve ser documentado,
arquivado e estar disponível para consulta a bordo, por um período
mínimo de 2 (dois) anos. Após este prazo, a documentação gerada
pelo processo de gerenciamento de mudanças deverá ser mantida em
local definido pelo operador, por um período mínimo de 5 (cinco)
anos.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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DISPOSIÇÕES FINAIS 13.
Quando em uma atividade de extração, produção, armazenamento,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis for caracterizada
situação de risco grave e iminente aos trabalhadores, o empregador deve adotar
as medidas necessárias para a interrupção e a correção da situação.
Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência, devem
interromper suas tarefas, exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem
evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou de outras
pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que
diligenciará as medidas cabíveis.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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ANEXO I DA NR 20 14.
1. As instalações que desenvolvem atividades de manuseio,
armazenamento, manipulação e transporte com gases inflamáveis
acima de 1 ton até 2 ton e de líquidos inflamáveis e/ou
combustíveis acima de 1 m³ até 10 m³ devem contemplar no
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, além dos requisitos
previstos na Norma Regulamentadora n.º 9:
a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos
combustíveis;
b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com
inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com
inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
d) as medidas para atuação em situação de emergência.
2. As instalações varejistas e atacadistas que desenvolvem atividades
de manuseio, armazenamento e transporte de recipientes de até
20 litros, fechados ou lacrados de fabricação, contendo líquidos
inflamáveis e/ou combustíveis até o limite máximo de 5.000 m³ e
de gases inflamáveis até o limite máximo de 600 toneladas,
devem contemplar no Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais, além dos requisitos previstos na Norma
Regulamentadora n.º 9:
a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos
combustíveis;
b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com
inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com
inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
d) as medidas para atuação em situação de emergência.
NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15.
NFPA 30: Flammable and Combustible Liquids Code, 2012
Edition Retrieved January 23, 2012.
Revistas “Notícias de Seguridad” Volumes 3, 4, 5 e 6 Tomo XXXVIII –
Consejo Interamericano de Seguridad.
Folheto de Informações de Segurança n° 502 Limpeza e Reparos de
Tanques e Equipamentos Utilizados com Inflamáveis – CNS- IMBEL
- NB.98 – Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e
Combustíveis – ABNT.
Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo Especificações para
Instalações de Prevenção e Combate a Incêndios.
NR-20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e
Combustíveis.