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NR-20 Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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NR-20

Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com

Inflamáveis e Combustíveis

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NR-20

Curso de Segurança e Saúde

no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

Macaé, RJ

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Nome do

Curso

NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com

Inflamáveis e Combustíveis

Nome do

Arquivo

20150722 Apostila NR-20 Inflamáveis e Combustíveis – PT

– REV01

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ÍNDICE

INFLAMÁVEIS: CARACTERÍSTICAS, PROPRIEDADES, PERIGOS E 1.

RISCOS .................................................................................................. 14

LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS ............................................................... 14 1.1.

Ponto de Fulgor (Flash Point) .............................................. 15 1.1.1.

CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES .............................................. 17 1.2.

LIMITES DE INFLAMABILIDADE ...................................................... 18 1.3.

COMBUSTÃO ESPONTÂNEA ........................................................... 20 1.4.

Perigoso Quando Molhado.................................................... 20 1.4.1.

GASES INFLAMÁVEIS ................................................................... 20 1.5.

Critérios de Classificação ..................................................... 21 1.5.1.

Procedimento de Decisão e Orientação ................................ 21 1.5.2.

Aerossóis inflamáveis .......................................................... 23 1.5.3.

Comunicação de Risco .......................................................... 23 1.5.4.

SÍMBOLOS/PICTOGRAMAS ............................................................ 24 1.6.

CONTROLES COLETIVO E INDIVIDUAL PARA TRABALHOS COM 2.

INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 27

PROJETO DA INSTALAÇÃO (SEGURANÇA) ....................................... 27 2.1.

Distâncias de Segurança (Medidas de proteção) .................. 28 2.1.1.

Segurança na Construção e Montagem ................................ 28 2.1.2.

Segurança Operacional (Instalações) .................................. 29 2.1.3.

Operação com Combustível (Transferência, Enchimento) .... 29 2.1.4.

Manutenção e Inspeção das Instalações .............................. 30 2.1.5.

ANÁLISE DE RISCOS .................................................................... 31 2.2.

As Análises De Riscos Devem Ser Revisadas: ....................... 32 2.2.1.

PREVENÇÃO DE MISTURAS PERIGOSAS .......................................... 33 2.3.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI ............................. 34 2.4.

Fornecimento de EPI ............................................................ 34 2.4.1.

Responsabilidade do EPI ...................................................... 34 2.4.2.

RISCOS À SAÚDE ......................................................................... 35 2.5.

Efeitos Tóxicos ..................................................................... 35 2.5.1.

Indicadores De Gás Combustível (Explosímetro) ................. 35 2.5.2.

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Carga E Descarga De Caminhões Tanque ............................. 36 2.5.3.

Construção de Tanques ........................................................ 41 2.5.4.

Sala de Bombas ................................................................... 42 2.5.5.

LIMPEZA E REPAROS DE TANQUES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS COM 2.6.

INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 43

Preparação de Tanques e Equipamentos .............................. 43 2.6.1.

Entrada no Tanque ............................................................... 44 2.6.2.

Resgate de Emergência ........................................................ 45 2.6.3.

Trabalho De Reparos Externos ............................................. 46 2.6.4.

FONTES DE IGNIÇÃO E SEU CONTROLE. ......................................... 47 3.

PROIBIÇÃO DO ATO DE FUMAR ...................................................... 47 3.1.

ELETRICIDADE ESTÁTICA ............................................................. 47 3.2.

Como Prevenir uma Descarga de Eletricidade Estática ......... 48 3.2.1.

EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS .......................................................... 50 3.3.

Segurança Elétrica (Curto-Circuito) ..................................... 50 3.3.1.

Principais Fontes de Ignição de Corrente Elétrica ................ 51 3.3.2.

Dicas Sobre Instalações Elétricas ........................................ 52 3.3.3.

MAQUINAS DE CORTE, SOLDA, ESMERILHAMENTO .......................... 54 3.4.

Prevenção desses Riscos. .................................................... 55 3.4.1.

FERRAMENTAS ANTI-FAISCANTES. ................................................. 56 3.5.

EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO EM ÁREAS COM 3.6.

INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 56

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO COM INFLAMÁVEIS ........................ 58 4.

PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS .......................................................... 58 4.1.

Princípios da Prevenção de Incêndios .................................. 59 4.1.1.

Métodos de Prevenção ......................................................... 60 4.1.2.

INSPEÇÃO / MANUTENÇÃO ............................................................ 61 4.2.

FUMO ......................................................................................... 61 4.3.

COZINHA .................................................................................... 61 4.4.

EQUIPAMENTO ELÉTRICO .............................................................. 62 4.5.

TRABALHO A QUENTE ................................................................... 62 4.6.

USO DAS FERRAMENTAS............................................................... 62 4.7.

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DETECÇÃO DE INCÊNDIOS ............................................................ 63 4.8.

Objetivo Da Detecção De Incêndios ..................................... 63 4.8.1.

Detector Automático ............................................................ 63 4.8.2.

Sistema de Detecção de Fogo, Fumaça e Gases ................... 63 4.8.3.

Detectores de Gases Portáteis ............................................. 64 4.8.4.

Alarmes Automáticos de Incêndio........................................ 65 4.8.5.

EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO ..................................... 66 4.9.

Mangueira de Incêndio ........................................................ 66 4.9.1.

Esguicho .............................................................................. 68 4.9.2.

Acessórios ........................................................................... 69 4.9.3.

Agentes Extintores ............................................................... 70 4.9.4.

Extintor de Incêndio ............................................................ 70 4.9.5.

Extintor Sobre Rodas (Carretas) .......................................... 75 4.9.6.

Sarilho ou Carretel de Mangueira ......................................... 75 4.9.7.

Sistemas Fixos de Combate a Incêndios .............................. 76 4.9.8.

Bombas Portáteis ................................................................. 81 4.9.9.

PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA COM 5.

INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 82

AÇÕES AO PLANO DE EMERGÊNCIA ................................................ 83 5.1.

DERRAMAMENTO DE LÍQUIDO COMBUSTÍVEL .................................. 83 5.2.

PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS DA INSTALAÇÃO .................. 85 5.3.

Plano de Resposta a Emergências da Instalação deve conter 5.3.1.

no mínimo: ....................................................................................... 85

Plano de Resposta a Emergência ......................................... 86 5.3.2.

COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ................................................. 86 5.4.

A Comunicação .................................................................... 87 5.4.1.

Contratante e Contratadas ................................................... 87 5.4.2.

ESTUDO DA NORMA REGULAMENTADORA N° 20 ............................ 88 6.

INTRODUÇÃO .............................................................................. 88 6.1.

ABRANGÊNCIA ............................................................................. 88 6.2.

Esta NR se Aplica às Atividades de ....................................... 88 6.2.1.

DEFINIÇÕES ................................................................................ 88 6.3.

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Líquidos Inflamáveis ............................................................ 88 6.3.1.

Gases Inflamáveis................................................................ 88 6.3.2.

Líquidos Combustíveis ......................................................... 88 6.3.3.

CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES .............................................. 89 6.4.

Para Efeito Desta NR, As Instalações São Divididas Em 6.4.1.

Classes 89

PROJETO DA INSTALAÇÃO ............................................................ 90 6.5.

Projeto das Instalações Classes II e III .............................. 90 6.5.1.

Processo De Transferência, Enchimento .............................. 91 6.5.2.

SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO E MONTAGEM .................................. 91 6.6.

SEGURANÇA OPERACIONAL .......................................................... 91 6.7.

Instalações INDUSTRIAIS CLASSES II e III ......................... 92 6.7.1.

Procedimentos Operacionais Classes I e II (Revisão e/ou 6.7.2.

Atualização) ..................................................................................... 92

Operações com Inflamáveis ................................................. 92 6.7.3.

MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ............................... 93 6.8.

INSPEÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO .... 94 6.9.

ANÁLISE DE RISCOS .................................................................. 94 6.10.

As Análises De Riscos Devem Ser Revisadas ..................... 95 6.10.1.

CAPACITAÇÃO DOS TRABALHADORES .......................................... 95 6.11.

Cursos de Acordo com as Classes I, II ou III .................... 96 6.11.1.

Curso de Complementação para as Classes II ou III. ........ 97 6.11.2.

Curso de Atualização para as Classes I, II ou III. ............. 97 6.11.3.

PREVENÇÃO E CONTROLE DE VAZAMENTOS, DERRAMAMENTOS, 6.12.

INCÊNDIOS, EXPLOSÕES E EMISSÕES FUGITIVAS. .................................... 98

CONTROLE DE FONTES DE IGNIÇÃO ............................................ 98 6.13.

Medidas de Controle .......................................................... 99 6.13.1.

PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS DA INSTALAÇÃO ................ 99 6.14.

COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ............................................. 100 6.15.

CONTRATANTE E CONTRATADAS ................................................ 101 6.16.

Das Responsabilidades da Contratante ............................ 101 6.16.1.

Da Responsabilidade das Contratada ............................... 101 6.16.2.

TANQUE DE LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS NO INTERIOR DE EDIFÍCIOS . 102 6.17.

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DESATIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO ................................................. 103 6.18.

PRONTUÁRIO DA INSTALAÇÃO ................................................... 103 6.19.

DISPOSIÇÕES FINAIS ............................................................... 104 6.20.

ANEXO I DA NR-20 ................................................................... 104 6.21.

ANEXO II DA NR-20 .................................................................. 106 6.22.

METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCOS: CONCEITOS E EXERCÍCIOS 7.

PRÁTICOS ............................................................................................ 110

ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) ........................................ 110 7.1.

Descrição E Caracterização Dos Riscos .............................. 110 7.1.1.

Medidas de Controle e Prevenção ...................................... 111 7.1.2.

Análise De Falha Humana .................................................. 112 7.1.3.

PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E DE AVALIAÇÃO E 7.2.

CONTROLE DE RISCOS .......................................................................... 112

Ações Subsequentes .......................................................... 113 7.2.1.

Treinamento, Conscientização e Competência ................... 114 7.2.2.

Preparação e Atendimento a Emergência ........................... 114 7.2.3.

Medição e Monitoramento do Desempenho ........................ 115 7.2.4.

Acidentes, Incidentes, Não Conformidades, Ações Preventivas 7.2.5.

e Corretivas .................................................................................... 115

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO ................................................. 116 7.3.

Etapas Do Estudo ............................................................... 117 7.3.1.

Análise Preliminar De Perigo ............................................. 118 7.3.2.

Análise De Vulnerabilidade ................................................ 120 7.3.3.

Análise Quantitativa De Riscos .......................................... 121 7.3.4.

PERMISSÃO PARA TRABALHO COM INFLAMÁVEIS ....................... 122 8.

ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS: ANÁLISE DE CAUSAS E MEDIDAS 9.

PREVENTIVAS ...................................................................................... 125

TRANSPORTE DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL ......................................... 125 9.1.

ACIDENTE COM PRODUTOS PERIGOSOS/IMPACTO AMBIENTAL ........ 126 9.2.

IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS/INFLAMÁVEIS E 9.3.

IMBATÍVEIS .......................................................................................... 127

O Que Diz A Legislação ...................................................... 127 9.3.1.

TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS/MODAL SEGURO .............. 128 9.4.

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Na Hora do Acidente .......................................................... 128 9.4.1.

Identidade dos Produtos .................................................... 129 9.4.2.

INCÊNDIOS ENVOLVENDO INFLAMÁVEIS LÍQUIDOS ........................ 131 9.5.

Incêndio em Tanques de Combustível ................................ 132 9.5.1.

Explosão de Tambor com Líquido Inflamável ..................... 134 9.5.2.

PREVENÇÃO ............................................................................... 136 9.6.

Sistema Preventivo Fixo .................................................... 136 9.6.1.

Sistema De Proteção Contra Descarga Atmosférica (Pára-9.6.2.

Raios) 138

PLANEJAMENTO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS COM INFLAMÁVEIS10.

139

PLANO DE EMERGÊNCIA-EXECUÇÃO ........................................... 140 10.1.

Estrutura Básica do Plano ................................................ 140 10.1.1.

Plano Tático Emergencial - PTE ....................................... 141 10.1.2.

NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA DE PROCESSO DA INSTALAÇÃO11.

143

PROJETO DA INSTALAÇÃO ......................................................... 143 11.1.

NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA .............................................. 144 11.2.

Equipe de Segurança/Brigada de Incêndio ...................... 145 11.2.1.

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO - PPP ..................... 146 11.3.

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA ......... 146 11.4.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI ......................... 147 11.5.

COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA .......... 148 11.6.

Designados Da NR 05 - CIPA ........................................... 149 11.6.1.

INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE ............................ 149 11.7.

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................... 149 11.8.

ACIDENTES DE TRABALHO ........................................................ 150 11.9.

Acidentes De Trabalho Equiparados ................................ 150 11.9.1.

Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT ................... 150 11.9.2.

Procedimentos Básicos A Serem Adotados Em Caso De 11.9.3.

Acidente 150

CAT .................................................................................. 151 11.9.4.

ORDEM, ARRUMAÇÃO E LIMPEZA ............................................... 152 11.10.

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MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ............................................. 152 11.11.

ERGONOMIA NO AMBIENTE DE TRABALHO .................................. 152 11.12.

NORMAS REGULAMENTADORAS ................................................. 153 11.13.

NOÇÕES BÁSICAS DE GESTÃO DE MUDANÇAS .............................. 160 12.

SISTEMA DE GESTÃO DE MUDANÇAS .......................................... 160 12.1.

PROCESSO DE MUDANÇA .......................................................... 160 12.2.

O QUE É GESTÃO DA MUDANÇA ................................................. 160 12.3.

PRÁTICA DE GESTÃO ................................................................ 162 12.4.

Gerenciamento de Mudanças ........................................... 162 12.4.1.

Tipos de Mudanças .......................................................... 162 12.4.2.

Procedimentos de Controle ............................................. 162 12.4.3.

DISPOSIÇÕES FINAIS .................................................................. 163 13.

ANEXO I DA NR 20 ....................................................................... 164 14.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 165 15.

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REGRAS

REGRAS FALCK

Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;

Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os

exercícios práticos;

Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias,

sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;

Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;

Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI

nas áreas recomendadas;

Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e

chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK

Safety Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;

O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente

demarcadas;

Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas

serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;

Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;

Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;

Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e

discriminação de qualquer natureza;

Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante

todo o tempo;

É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do

treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos

inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;

Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,

somente poderá ser obtida com prévia autorização;

Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios

práticos;

Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o

período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída.

Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o

limite de 10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;

A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos

durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo

ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;

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Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A

entrega ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa

contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e,

quando aprovados, receberem a Carteira do Treinamento;

Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que

intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão

responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir.

DIRETRIZES GERAIS DO CURSO

Quanto à Estruturação do Curso

O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai

ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos

seguintes comprovantes:

Atestado de boas condições de saúde física e mental;

RG e CPF originais.

Quanto à Frequência às Aulas

A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.

O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas

ministradas no curso.

Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não

comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de

qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu

desenvolvimento.

Quanto à Aprovação no Curso

Será considerado aprovado o aluno que:

Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a

10 (zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito

satisfatório nas atividades práticas.

Tiver a frequência mínima exigida (90%).

Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será

considerado reprovado.

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OBJETIVO

Em atendimento a Norma Regulamentadora de número 20, esta tem por

objetivo estabelecer requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no

trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de

extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de

inflamáveis e líquidos combustíveis.

Abrangência segundo NR 20:

20.2.1 Esta NR se aplica às atividades de:

a) extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e

manipulação de inflamáveis, nas etapas de projeto, construção,

montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da

instalação;

b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de

líquidos combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem,

operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 14

INFLAMÁVEIS: CARACTERÍSTICAS, PROPRIEDADES, 1.

PERIGOS E RISCOS

LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS 1.1.

Esta categoria engloba por definição os líquidos, mistura de líquidos ou

líquidos contendo sólidos em solução ou em suspensão, que produzem vapores

inflamáveis em ponto de fulgor a temperaturas de até 60ºC em teste de vaso

fechado. Via de regra, as substâncias inflamáveis são de origem orgânica, como

por exemplo: hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas entre outros.

Para uma resposta mais segura às ocorrências envolvendo líquidos

inflamáveis faz-se necessário o pleno conhecimento de algumas propriedades

físicas e químicas dos mesmos, antes da adoção de quaisquer ações. Essas

propriedades, assim como suas respectivas aplicações, estão descritas a seguir.

Ritmo de difusão: este indica a tendência de um gás ou vapor, se dispersar

ou se misturar com outro gás ou vapor. Este ritmo depende da densidade do

vapor ou gás, com relação à do ar que tem um valor de 1. O fato de um vapor ou

gás ser mais leve ou mais pesado que o ar irá decisivamente determinar o

projeto do sistema de ventilação. Se o vapor ou gás é mais pesado que o ar, o

conduto de aspiração deverá estar situado ligeiramente acima do nível do piso.

Inversamente, se o vapor ou gás é mais leve que o ar, o conduto de aspiração

deverá estar localizado imediatamente abaixo do teto ou forro.

Insuficiência de oxigênio: indica uma atmosfera que tem uma porcentagem

de oxigênio inferior ao normal. O ar atmosférico contém aproximadamente 21%

de oxigênio ao nível do mar. Quando a concentração de oxigênio é de

aproximadamente 16%, muitos indivíduos sentem náuseas, zumbidos nos

ouvidos e uma aceleração dos batimentos cardíacos.

Os produtos líquidos e fluidos que contém líquidos inflamáveis tais como as

pinturas, ceras para pisos, soluções diversas, secantes, vernizes e outros, devem

ser considerados como líquidos inflamáveis e classificados de acordo com o ponto

de fulgor da mistura.

As precauções vinculadas com o manejo e uso diferem de acordo com o

ponto de fulgor, volatilidade e a quantidade de líquido inflamável que existe na

mistura. Os líquidos inflamáveis se vaporizam e formam misturas inflamáveis

quando estão em recipientes abertos, quando ocorre um derramamento ou

quando são aquecidos. A magnitude do risco é determinada principalmente pelo

ponto de fulgor do líquido, a concentração dos vapores no ar atmosférico

(levando aqui em consideração a mistura vapor e ar que poderá apresentar

concentrações ideais para inflamar), e a possibilidade de uma fonte de ignição ou

temperatura suficiente para que a mistura inflame.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 15

No manejo e uso de líquidos inflamáveis deve-se evitar a exposição ao ar

livre, de grandes superfícies de líquidos. Não são os líquidos por si mesmos que

queimam ou explodem, mas sim a mistura de vapor e ar que se forma na

evaporação. Devido a isso, tem fundamental importância, o armazenamento e

manuseio de líquidos inflamáveis de baixos pontos de fulgor em recipientes

fechados, evitando-se assim que tais líquidos se exponham ao ar. Outro aspecto

de grande importância é certificar-se que todos os recipientes estão corretamente

rotulados.

Ponto de Fulgor (Flash Point) 1.1.1.

É a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em

quantidades suficientes para que a mistura de vapor e ar logo acima de sua

superfície propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.

Considerando a temperatura ambiente numa região de 25º C e ocorrendo

um vazamento de um produto com ponto de fulgor de 15º C, significa que o

produto nessas condições está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas

uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma

explosão. Por outro lado, se o ponto de fulgor do produto for de 30º C, significa

que este não estará liberando vapores inflamáveis.

O ponto de fulgor é frequentemente usado como uma característica

descritiva de líquidos combustíveis, e é também usado para ajudar a caracterizar

os perigos de inflamação de líquidos. O conceito de ponto de fulgor refere-se

tanto a líquidos inflamáveis quanto combustíveis. Existem vários padrões para

definir-se cada termo. Líquidos com um ponto de fulgor menor que 60° C ou

37,8° C, dependendo do padrão sendo aplicado, são considerados inflamáveis,

enquanto líquidos com pontos de fulgor acima de certas temperaturas são

considerados combustíveis.

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Através do ponto de fulgor distinguem-se os líquidos combustíveis e

inflamáveis, de acordo com norma regulamentadora:

Líquido combustível: todo aquele que possua ponto de fulgor superior

a 60°C (sessenta graus Celsius) e até a 93°C (noventa e três graus

Celsius). Classifica-se como líquido combustível Classe III.

Líquido inflamável: todo aquele que possua ponto de fulgor até 60° C

(sessenta graus Celsius) e pressão de vapor que não exceda

2,8 kg/cm² absoluta a 37,7° C (trinta e sete graus e sete décimos de

graus Celsius).

Quando o líquido inflamável definido acima possui ponto de

fulgor superior a 37,7° C (trinta e sete graus e sete décimos de

graus Celsius) e inferior a 60° C (setenta graus Celsius), ele é

classificado como líquido combustível Classe II.

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Quando o líquido inflamável possui ponto de fulgor inferior a

37,7° C (trinta e sete graus e sete décimos de graus Celsius),

ele é classificado como líquido combustível Classe I.

CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES 1.2.

Para critérios de classificação, o tipo de atividade enunciada possui

prioridade sobre a capacidade de armazenamento.

Quando a capacidade de armazenamento da instalação se enquadrar em

duas classes distintas, por armazenar líquidos inflamáveis e/ou combustíveis e

gases inflamáveis, deve-se utilizar a classe de maior gradação.

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LIMITES DE INFLAMABILIDADE 1.3.

Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista, além da

fonte de ignição, uma mistura chamada "ideal" entre o ar atmosférico (oxigênio)

e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante,

em torno de 21% em volume.

Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima, varia para

cada produto e está dimensionada através de duas constantes: o Limite Inferior

de Inflamabilidade ou Explosividade (LII) e o Limite Superior de Inflamabilidade

(LSI).

O LII é a mínima concentração de gás ou vapor que, misturada ao ar

atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato

com uma fonte de ignição. Concentrações de gás ou vapor abaixo do LII não são

combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena

quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada de "mistura

pobre".

Já o LSI é a máxima concentração de gás ou vapor que misturada ao ar

atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma fonte

de ignição. Concentrações de gás ou vapor acima do LSI não são combustíveis,

pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de

oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada "mistura rica".

Pode-se então concluir que os gases ou vapores combustíveis só queimam

quando sua percentagem em volume estiver entre os limites (inferior e superior)

de inflamabilidade, que é a "mistura ideal" para a combustão.

Esquematizando:

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Conforme já mencionado, os valores de LII e LSI variam de produto para

produto, alguns exemplos podem ser observados abaixo:

Existem equipamentos capazes de medir a porcentagem em volume no ar

de um gás ou vapor combustível. Estes instrumentos são conhecidos como

"explosímetros".

Além do ponto de fulgor e do limite de inflamabilidade, outro fator

relevante a ser considerado é a presença de possíveis fontes de ignição.

Nas situações emergenciais estão presentes, na maioria das vezes,

diversos tipos de fontes que podem ocasionar a ignição de substâncias

inflamáveis.

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Entre elas merecem destaque: chamas vivas, superfícies quentes,

automóveis, cigarros, faíscas por atrito e eletricidade estática.

Especial atenção deve ser dada à eletricidade estática, uma vez que esta é

uma fonte de ignição de difícil percepção. Trata-se na realidade do acúmulo de

cargas eletrostáticas que, por exemplo, um caminhão-tanque adquire durante o

transporte. Portanto, sempre que produtos inflamáveis estão envolvidos, deve-se

realizar o aterramento. Por questões de segurança muitas vezes não é

recomendável a contenção de um produto inflamável próximo ao local do

vazamento, de modo a se evitar concentrações altas de vapores em locais com

grande movimentação de pessoas ou equipamentos.

COMBUSTÃO ESPONTÂNEA 1.4.

Alguns produtos podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a

presença de uma fonte de ignição. Estes produtos são transportados, na sua

maioria, em recipientes com atmosferas inertes ou submersos em querosene ou

água. O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de

produtos que se ignizam espontaneamente, quando em contato com o ar.

Quando da ocorrência de um acidente envolvendo estes produtos, a perda

da fase líquida poderá propiciar o contato dos mesmos com o ar motivo pelo qual

a estanqueidade do vazamento deverá ser adotada imediatamente.

Outra ação a ser desencadeada em caso de acidente é o lançamento de

água sobre o produto, de forma a mantê-lo constantemente úmido, desde que o

mesmo seja compatível com água, evitando-se assim sua ignição espontânea.

Perigoso Quando Molhado 1.4.1.

Algumas substâncias, por interação com a água, podem tornar-se

espontaneamente inflamáveis ou produzir gases inflamáveis em quantidades

perigosas. O sódio metálico, por exemplo, reage de maneira vigorosa quando em

contato como a água, liberando o gás hidrogênio que é altamente inflamável.

Outro exemplo é o carbureto de cálcio, que por interação com a água libera

acetileno. Para esses materiais as ações preventivas são de suma importância,

pois quando as reações decorrentes destes produtos se iniciam, ocorrem de

maneira rápida e praticamente incontrolável.

GASES INFLAMÁVEIS 1.5.

Gás inflamável é um gás que inflama com o ar a 20° C e a uma pressão

padrão de 101,3 kPa.

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Critérios de Classificação 1.5.1.

Um gás inflamável se classifica em uma das duas categorias para esta

classe, de acordo com a seguinte tabela:

Critérios de classificação para gases inflamáveis - Tabela

Procedimento de Decisão e Orientação 1.5.2.

O procedimento de decisão e a orientação a seguir não fazem parte do

sistema de classificação harmonizado, mas figuram neste documento como

orientação adicional. É extremamente recomendável que a pessoa responsável

pela classificação estude os critérios antes e durante a aplicação deste

procedimento de decisão.

Procedimento de Decisão

Para classificar um gás inflamável, são necessários dados sobre a sua

inflamabilidade. A classificação se dará de acordo com o seguinte procedimento

de decisão:

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Orientação

A inflamabilidade será determinada por meio de ensaios ou cálculos, de

acordo com os métodos adotados pela ISO (ver a norma ISO 10156:1996 “Gases

e misturas de gases – Determinação do potencial de inflamabilidade e de

oxidação para a seleção das válvulas de saída dos cilindros”). Quando não houver

dados suficientes para utilizar estes métodos, poderá ser utilizado um método de

ensaio equivalente reconhecido pela autoridade competente.

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Aerossóis inflamáveis 1.5.3.

Os aerossóis ou dispersores de aerossóis são recipientes que não podem

ser aproveitados novamente, feitos de metal, vidro ou plástico, que contêm um

gás comprimido, liquefeito ou dissolvido sobre pressão, com ou sem líquido,

pasta ou pó, e dotado de um dispositivo de liberação que permite que os

conteúdos sejam expelidos como partículas sólidas ou líquidas em suspensão em

um gás, como espuma, pasta ou pó, ou em estado líquido ou gasoso.

Critérios de Classificação

Os aerossóis devem ser classificados como inflamáveis quando contiverem

qualquer componente que seja classificado como inflamável, de acordo com os

critérios do GHS (Rotulagem de Substâncias Químicas – DECOE), isto é:

Líquidos Inflamáveis;

Gases Inflamáveis;

Sólidos Inflamáveis;

NOTA: Componentes inflamáveis não compreendem as substâncias e

misturas pirofóricas, sujeitas a aquecimento espontâneo ou que reagem com

água, porque esses componentes jamais são usados como conteúdo de

aerossóis.

Um aerossol inflamável se classifica em uma das duas categorias para esta

Classe, baseando-se no teor de seus componentes, em seu calor de combustão e,

quando aplicável, de acordo com os resultados do ensaio de inflamabilidade (para

aerossóis que expelem espuma), no ensaio de ignição à distância e no ensaio de

ignição em espaço fechado ou confinado (para aerossóis em spray).

Comunicação de Risco 1.5.4.

Considerações gerais e específicas que dizem respeito aos requisitos de

rotulagem são fornecidas na Comunicação de Riscos:

O Anexo 2 contém tabelas para a classificação e rotulagem.

O Anexo 3 contém exemplos de frases de precaução e pictogramas

que podem ser utilizados quando permitido pelas autoridades

competentes.

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Os elementos de rótulos normalizados incluídos no GHS são:

Símbolos (pictogramas de perigos): Transmitem informações sobre

os perigos físicos, ambientais e à saúde, designados para uma classe

e categoria de perigo do GHS;

Palavras de advertência: “Perigo” ou “Aviso” são usados para

enfatizar os riscos e indicar o nível relativo de severidade do risco,

designado para uma classe e categoria de perigo do GHS;

Declarações de perigo: Frase padrão designadas para uma classe de

perigo e categoria que descrevem a natureza do perigo.

SÍMBOLOS/PICTOGRAMAS 1.6.

Os símbolos, palavras de sinalização e declarações de perigo foram

normalizados e designados para categorias e classes específicas de perigo,

conforme a situação. Essa abordagem facilita a implementação do sistema pelos

países e empresas para o cumprimento das exigências de regulamentações

baseadas no GHS. Os símbolos, palavras de advertência e declarações de perigo

recomendados podem ser selecionados diretamente do anexo 1 do documento do

GHS. Esses elementos normalizados não são sujeitos a variações e devem

aparecer no rótulo conforme indicado para cada categoria/classe de perigo no

sistema.

Os símbolos do GHS foram incorporados em pictogramas para uso nos

rótulos do GHS. Pictogramas incluem os símbolos harmonizados de riscos e

outros elementos gráficos, como bordas, padrões e cores de fundo, destinados a

conter informações específicas. Para transportes, os pictogramas terão o fundo,

símbolos e cores atualmente usados nas Recomendações para Transporte de

Produtos Perigosos da ONU. Para outros setores, os pictogramas terão um

símbolo preto sobre um fundo branco com uma moldura vermelha em forma de

diamante. Uma moldura preta pode ser usada para remessas dentro de um

próprio país. Quando um pictograma de transporte aparece, o pictograma do

GHS não deve aparecer.

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Palavras de Advertência

A palavra de advertência indica o grau relativo de severidade de um perigo.

As palavras de advertência usadas no GHS são:

“Perigo” para os perigos mais severos;

“Aviso” para os perigos menos severos.

Palavras de advertência são normalizadas e designadas para categorias de

perigo de cada item. Algumas categorias de perigo de níveis mais baixos não

usam palavras de advertência. Apenas uma palavra de advertência

correspondente à classe do perigo mais severo deve ser usada em um rótulo.

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CONTROLES COLETIVO E INDIVIDUAL PARA TRABALHOS 2.

COM INFLAMÁVEIS

PROJETO DA INSTALAÇÃO (SEGURANÇA) 2.1.

As instalações para extração, produção, armazenamento, transferência,

manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser

projetadas considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que

impactem sobre a integridade física dos trabalhadores previstos nas Normas

Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas,

nas normas internacionais, convenções e acordos coletivos, bem como nas

demais regulamentações pertinentes em vigor.

No projeto das instalações classes II e III devem constar, no mínimo, e em

língua portuguesa:

a) descrição das instalações e seus respectivos processos através do

manual de operações;

b) planta geral de locação das instalações;

c) características e informações de segurança, saúde e meio ambiente

relativas aos inflamáveis e líquidos combustíveis, constantes nas

fichas com dados de segurança de produtos químicos, de matérias

primas, materiais de consumo e produtos acabados;

d) fluxograma de processo;

e) especificação técnica dos equipamentos, máquinas e acessórios

críticos em termos de segurança e saúde no trabalho estabelecido

pela análise de riscos;

f) plantas, desenhos e especificações técnicas dos sistemas de

segurança da instalação;

g) identificação das áreas classificadas da instalação, para efeito de

especificação dos equipamentos e instalações elétricas;

h) medidas intrínsecas de segurança identificadas na análise de riscos

do projeto.

Nota: No projeto das instalações classe I deve constar o disposto nas

alíneas ″a″, ″b″, ″c″, ″f″ e ″g″.

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Distâncias de Segurança (Medidas de proteção) 2.1.1.

No projeto, devem ser observadas as distâncias de segurança entre

instalações, edificações, tanques, máquinas, equipamentos, áreas de

movimentação e fluxo, vias de circulação interna, bem como dos limites da

propriedade em relação a áreas circunvizinhas e vias públicas, estabelecidas em

normas técnicas nacionais.

O projeto deve incluir o estabelecimento de mecanismos de controle para

interromper e/ou reduzir uma possível cadeia de eventos decorrentes de

vazamentos, incêndios ou explosões.

Os projetos das instalações existentes devem ser atualizados com a

utilização de metodologias de análise de riscos para a identificação da

necessidade de adoção de medidas de proteção complementares.

Todo sistema pressurizado deve possuir dispositivos de segurança

definidos em normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão

destas, em normas internacionais.

Modificações ou ampliações das instalações passíveis de afetar a

segurança e a integridade física dos trabalhadores devem ser

precedidas de projeto que contemple estudo de análise de riscos.

O projeto deve ser elaborado por profissional habilitado.

No processo de transferência, enchimentos de recipientes ou de

tanques devem ser definidos em projeto as medidas preventivas

para:

Eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases

inflamáveis.

Controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade

estática.

Segurança na Construção e Montagem 2.1.2.

A construção e montagem das instalações para extração, produção,

armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos

combustíveis devem observar as especificações previstas no projeto, bem como

nas Normas Regulamentadoras e nas normas técnicas nacionais e, na ausência

ou omissão destas, nas normas internacionais.

Os equipamentos e as instalações devem ser identificados e sinalizados, de

acordo com o previsto pelas Normas Regulamentadoras e normas técnicas

nacionais.

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Segurança Operacional (Instalações) 2.1.3.

O empregador deve elaborar, documentar, implementar, divulgar e manter

atualizados procedimentos operacionais que contemplem aspectos de segurança

e saúde no trabalho, em conformidade com as especificações do projeto das

instalações classes I, II e III e com as recomendações das análises de riscos.

Nas instalações industriais classes II e III, com unidades de processo, os

procedimentos devem possuir instruções claras para o desenvolvimento de

atividades em cada uma das seguintes fases:

pré-operação;

operação normal;

operação temporária;

operação em emergência;

parada normal;

parada de emergência;

operação pós-emergência.

Os procedimentos operacionais devem ser revisados e/ou atualizados, no

máximo trienalmente para instalações classes I e II e quinquenalmente para

instalações classe III ou em uma das seguintes situações:

recomendações decorrentes do sistema de gestão de mudanças;

recomendações decorrentes das análises de riscos;

modificações ou ampliações da instalação;

recomendações decorrentes das análises de acidentes e/ou incidentes

nos trabalhos relacionados com inflamáveis e líquidos combustíveis;

solicitações da CIPA ou SESMT.

Operação com Combustível (Transferência, Enchimento) 2.1.4.

Nas operações de transferência de inflamáveis, enchimento de recipientes

ou de tanques, devem ser adotados procedimentos para:

Eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;

Controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática.

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No processo de transferência de inflamáveis e líquidos combustíveis, deve-

se implementar medidas de controle operacional e/ou de engenharia das

emissões fugitivas, emanadas durante a carga e descarga de tanques fixos e de

veículos transportadores, para a eliminação ou minimização dessas emissões.

Em instalações de processo contínuo de produção e de Classe III, o

empregador deve dimensionar o efetivo de trabalhadores suficiente para a

realização das tarefas operacionais com segurança.

Manutenção e Inspeção das Instalações 2.1.5.

As instalações classes I, II e III, para extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis

devem possuir plano de inspeção e manutenção devidamente documentado.

O plano de inspeção e manutenção deve abranger, no mínimo:

equipamentos, máquinas, tubulações e acessórios, instrumentos;

tipos de intervenção;

procedimentos de inspeção e manutenção;

cronograma anual;

identificação dos responsáveis;

especialidade e capacitação do pessoal de inspeção e manutenção;

procedimentos específicos de segurança e saúde;

sistemas e equipamentos de proteção coletiva e individual.

Nota: Todos os manuais devem ser disponibilizados em língua portuguesa.

A fixação da periodicidade das inspeções e das intervenções de manutenção

deve considerar:

o previsto nas Normas Regulamentadoras e normas técnicas

nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas

internacionais;

as recomendações do fabricante, em especial dos itens críticos à

segurança e saúde do trabalhador;

as recomendações dos relatórios de inspeções de segurança e de

análise de acidentes e incidentes do trabalho, elaborados pela CIPA

ou SESMT;

as recomendações decorrentes das análises de riscos;

a existência de condições ambientais agressivas.

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O plano de inspeção e manutenção e suas respectivas atividades devem ser

documentados em formulário próprio ou sistema informatizado.

As atividades de inspeção e manutenção devem ser realizadas por

trabalhadores capacitados e com apropriada supervisão.

Deve ser elaborada permissão de trabalho para atividades não rotineiras de

intervenção nos equipamentos, baseada em análise de risco, nos trabalhos:

que possam gerar chamas, calor, centelhas ou ainda que envolvam o

seu uso;

em espaços confinados, conforme Norma Regulamentadora n.º 33;

envolvendo isolamento de equipamentos e bloqueio/etiquetagem;

em locais elevados com risco de queda, conforme Norma

Regulamentadora n.º 35;

com equipamentos elétricos, conforme Norma Regulamentadora n.º

10;

cujas boas práticas de segurança e saúde recomendem.

Nota: As atividades rotineiras de inspeção e manutenção devem ser

precedidas de instrução de trabalho.

O planejamento e a execução de paradas para manutenção de uma

instalação devem incorporar os aspectos relativos à segurança e saúde no

trabalho.

Deve ser elaborado, em articulação com a CIPA, um cronograma de

inspeções em segurança e saúde no ambiente de trabalho, de acordo

com os riscos das atividades e operações desenvolvidas.

ANÁLISE DE RISCOS 2.2.

Nas instalações classes I, II e III, o empregador deve elaborar e

documentar as análises de riscos das operações que envolvam processo ou

processamento nas atividades de extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e de líquidos combustíveis.

As análises de riscos da instalação devem ser estruturadas com base em

metodologias apropriadas, escolhidas em função dos propósitos da análise, das

características e complexidade da instalação.

As análises de riscos devem ser coordenadas por profissional

habilitado.

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As análises de riscos devem ser elaboradas por equipe

multidisciplinar, com conhecimento na aplicação das metodologias,

dos riscos e da instalação, com participação de, no mínimo, um

trabalhador com experiência na instalação, ou em parte desta, que é

objeto da análise.

Nas instalações classe I, deve ser elaborada Análise Preliminar de

Perigos/Riscos (APP/APR).

Nas instalações classes II e III, devem ser utilizadas metodologias de

análise definidas pelo profissional habilitado, devendo a escolha levar em

consideração os riscos, as características e complexidade da instalação.

O profissional habilitado deve fundamentar tecnicamente e registrar

na própria análise a escolha da metodologia utilizada.

As Análises De Riscos Devem Ser Revisadas: 2.2.1.

a) na periodicidade estabelecida para as renovações da licença de

operação da instalação;

b) no prazo recomendado pela própria análise;

c) caso ocorram modificações significativas no processo ou

processamento;

d) por solicitação do SESMT ou da CIPA;

e) por recomendação decorrente da análise de acidentes ou incidentes

relacionados ao processo ou processamento;

f) quando o histórico de acidentes e incidentes assim o exigir.

O empregador deve implementar as recomendações resultantes das

análises de riscos, com definição de prazos e de responsáveis pela execução.

A não implementação das recomendações nos prazos definidos deve

ser justificada e documentada.

As análises de riscos devem estar articuladas com o Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da instalação.

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P á g i n a | 33

PREVENÇÃO DE MISTURAS PERIGOSAS 2.3.

Sempre que possível, deverá ser evitada qualquer mistura acidental de

líquidos inflamáveis.

Ex: Pequena quantidade de acetona dentro

de um tanque de querosene, pode baixar o ponto

de fulgor de seu conteúdo devido à volatilidade

relativamente alta da acetona, o que cria uma

mistura inflamável, quando da utilização desse

mesmo querosene.

A gasolina misturada com um óleo combustível pode mudar o ponto de

fulgor deste, de tal forma que seja perigoso para um uso corriqueiro.

Em cada caso, o ponto de fulgor baixo pode fazer o papel de um detonador

para a ignição de materiais que têm pontos de fulgor altos.

As válvulas de controle dos equipamentos que contém líquidos inflamáveis

devem ser identificadas mediante cores, etiquetas ou ambas as coisas.

As canalizações deverão também ser pintadas com cores definidas, de

acordo com as normas existentes, indicando também, além do seu conteúdo, a

direção do fluxo.

Em cada tanque deverá ser pintado o nome do produto. As tubulações dos

distintos produtos que provêm dos tanques deverão estar separadas e,

preferivelmente, deverá ser usada uma bomba distinta para cada produto.

Para manusear líquidos inflamáveis em quantidades de até 20 litros, deve-

se fazer uso de recipientes portáteis devidamente aprovados.

Os recipientes deverão ser identificados claramente com o nome do

produto e com um código de cores adequado, de acordo com as normas vigentes.

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EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI 2.4.

Considera-se Equipamento de Proteção

Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de

uso individual utilizado pelo trabalhador,

destinado à proteção de riscos suscetíveis de

ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Entende-se como Equipamento Conjugado de

Proteção Individual, todo aquele composto por

vários dispositivos, que o fabricante tenha

associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que

sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Fornecimento de EPI 2.4.1.

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI

adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas

seguintes circunstâncias:

Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa

proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças

profissionais e do trabalho;

Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo

implantadas; e,

Para atender a situações de emergência.

Responsabilidade do EPI 2.4.2.

A responsabilidade do EPI é do empregador e empregado. Cabe ao

empregador quanto ao EPI :

adquirir o adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso;

fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional

competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e

conservação;

substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada; e

registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados

livros, fichas ou sistema eletrônico.

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Cabe ao empregado quanto ao EPI:

usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

responsabilizar-se pela guarda e conservação;

comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio

para uso; e

cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

RISCOS À SAÚDE 2.5.

Efeitos Tóxicos 2.5.1.

Os líquidos inflamáveis e seus vapores

podem criar riscos à saúde, tanto por contato

como por inalação dos vapores tóxicos.

Muitos vapores tóxicos produzem irritações

devido à ação solvente sobre a oleosidade

natural da pele e dos tecidos. Em quase todos

os casos existe um risco de intoxicação. A

magnitude do risco certamente dependerá da

concentração do vapor. Alguns vapores

inflamáveis são mais pesados que o ar e se dirigem para os fossos, aberturas de

tanques, lugares fechados e pisos rebaixados, contaminando o ar local e criando

uma atmosfera tóxica e explosiva. Nos recipientes fechados, pode ocorrer o

problema da falta de oxigênio, como por exemplo em um tanque que tenha

estado fechado por muito tempo, no qual a formação de óxidos consumiu

oxigênio. Antes de se entrar em um tanque nessas condições, o mesmo deverá

ser ventilado e medições devem ser feitas, tendo-se assim a certeza de que não

há uma atmosfera tóxica ou explosiva ou com deficiência de oxigênio.

Indicadores De Gás Combustível (Explosímetro) 2.5.2.

A menos que os procedimentos de prova mostrem o contrário, deve-se

suspeitar que em todos os tanques que tenham contido líquidos inflamáveis, ou

que tenham estado expostos a eles, em algum momento, possam conter

substâncias inflamáveis e tóxicas.

A fim de verificar se existem misturas inflamáveis de vapor-ar em tanque

em outros equipamentos fechados, poderão ser realizadas provas, mediante uma

análise química das amostras e o emprego de um indicador de gás combustível

aprovado.

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Um dos indicadores de gás combustível se baseia no princípio de que

quando uma mistura inflamável de vapor e ar passa por um filamento aquecido

eletricamente, a resistência do filamento aumentará em proporção direta à

quantidade de vapor combustível que exista. O desequilíbrio da ponte de

Wheatstone é lido no galvanômetro, geralmente como a porcentagem do limite

inferior de inflamabilidade de uma substância calibradora como, por exemplo, o

hexano. O indicador de gás combustível deverá ser usado somente por pessoas

experimentadas e, estas deverão seguir as instruções dadas pelo fabricante para

a calibração do instrumento. Para uma determinação precisa, a leitura deverá ser

corrigida mediante o gráfico do gás específico que poderia haver na atmosfera

que se está provando. Os fabricantes de instrumentos de prova fornecem gráficos

de correlação para muitos gases combustíveis.

O técnico que efetuará a prova, poderá colocar várias gotas do líquido

inflamável em um frasco pequeno, sacudindo-o para que evapore. Feito isso,

coloca-se a mangueira de aspiração de amostras na boca do frasco, acionando-se

o mecanismo de aspiração e quantidade de vezes que for necessário. Se houver

alguma dúvida quanto à precisão do indicador, este deverá ser calibrado de

acordo com a norma específica ou devolvido ao fabricante para que o calibre. O

tubo ou mangueira de amostra não deverá ser armazenado em locais expostos a

qualquer líquido, vapor ou água. Qualquer dessas substâncias o deixaria fora da

condição ideal de uso.

Os vapores quentes também podem afetar o indicador se condensarem em

seu interior. É possível que não se encontre vapor inflamável em um tanque de

combustível vazio, antes de ter sido feita sua limpeza. No entanto, se este

tanque possui lodo ou escamas internas, estes materiais poderão desprender

líquidos ou vapores inflamáveis. Uma boa regra de segurança a seguir é

considerar que um tanque nunca estará livre da possibilidade de conter vapores

inflamáveis, principalmente se contém lodo ou escamas. Caso um operador

esteja trabalhando dentro de um tanque e deixe o mesmo hoje à tarde, quando

ele retornar pela manhã, para dar sequência ao seu trabalho, serão necessárias

algumas provas adicionais, antes que ele entre novamente no tanque.

Atualmente, a maioria das empresas exige uma permissão por escrito, quando o

trabalhador tem que entrar em um recinto fechado, que tenham contido líquidos

inflamáveis.

Carga E Descarga De Caminhões Tanque 2.5.3.

Os caminhões, os reboques e semirreboques que são utilizados para

transportar líquidos inflamáveis, deverão ser construídos e operados de acordo

com as normas nacionais vigentes.

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Inspeção

Os caminhões deverão ser mantidos em bom estado de conservação e ser

inspecionados diariamente, dando-se atenção especial à limpeza do motor, ao

estado das luzes, freios, buzina, espelhos retrovisores, ligações para

aterramento, pneus, sistema de direção e ao tanque que transporte a carga, que

deve estar sem ferrugem e devidamente sinalizado.

Proibição de Fumar

Os motoristas não deverão fumar, nem tampouco seus ajudantes,

enquanto estiverem dirigindo, descarregando, carregando ou efetuando reparos.

Os motoristas deverão estar alerta para não chegarem perto de qualquer

fonte de ignição durante as operações acima descritas e tampouco deverão

permitir que outras pessoas fumem próximas ao veículo.

Todo veículo, deverá ter pelo menos um extintor cuja capacidade seja

suficiente para se controlar uma emergência. Como precaução, o uso de dois

extintores dará maior segurança.

Estacionamento do Caminhão

Antes de retirar a tampa da cúpula ou efetuar as conexões para a

descarga, ou carga, o veículo deverá estar devidamente freado, o motor deverá

ser desligado, as luzes deverão ser apagadas, os cabos para igualar os potenciais

do tanque do caminhão e do tanque de armazenagem deverão ser colocados, e

por fim, dever-se-á fazer o aterramento.

Conexões de Carga e Descarga

Caso o caminhão tenha uma bomba que

é acionada pelo mesmo motor que o

impulsiona, este deverá ser desligado antes de

conectar ou desconectar as linhas de carga.

O motorista deverá ficar o tempo todo

junto aos controles do caminhão.

Caso tenha que se afastar por alguns

instantes, a descarga do produto inflamável

deverá ser suspensa, e deverão ser retiradas as mangueiras.

Caso uma linha de descarga tenha que atravessar uma área de trabalho,

deve-se colocar avisos de precaução.

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As pessoas que estão empregadas na distribuição do líquido deverão

certificar-se que o estão fazendo de forma correta e que o tanque para a qual

está sendo mandado o líquido já tenha contido previamente o mesmo líquido.

Para assegurar-se da eliminação de líquidos residuais, evitando-se a

combinação de um líquido de baixo ponto de fulgor com um líquido de alto ponto,

os técnicos encarregados da operação deverão esvaziar os tanques totalmente e

lavá-los com o mesmo produto que deverá ser armazenado. Para essa operação

temos que ter a certeza de que o tanque está devidamente ventilado e que há

espaço suficiente para conter a quantidade de líquido que se pretende carregar.

Perdas

Perdas por vazamento ou por transbordamento deverão ser evitadas.

Quando qualquer uma dessas situações se apresentar, a carga deverá ser

suspensa imediatamente, as válvulas deverão ser fechadas e o líquido derramado

deverá ser retirado do local ou coberto (no caso de ser sobre a terra) com areia

ou terra, para depois se prosseguir com a operação.

Deve dar-se um tempo suficiente para a dissipação dos vapores, antes de

se colocar o motor em funcionamento.

O motorista deverá fazer todo o possível para estacionar um caminhão

quebrado, ou que esteja vazando sua carga, de forma que não venha apresentar

perigo para o trânsito ou para a localidade. Nesses casos, devem ser colocadas

placas pedindo que as pessoas não se aproximem, a polícia deverá ser avisada e

também o corpo de bombeiros.

O caminhão deverá ser estacionado longe da estrada, se possível em um

terreno baldio, ou, pelo menos, longe de edificações e de lugares onde haja

concentração de gente. O caminhão não deverá ser abandonado.

Os motoristas deverão ser devidamente treinados pelas empresas

transportadoras para que saibam as características do produto que estão

transportando, e como agir nos possíveis casos de emergência.

Deverão ter também uma orientação que diga a respeito ao itinerário que

deverão fazer, haja vista, as grandes concentrações populacionais, por onde, em

princípio, não deve transitar um caminhão tanque que transporte líquido

inflamável.

O líquido derramado, se possível, deverá ser recolhido em recipientes,

numa depressão do terreno ou em um poço.

Em caso de derramamentos grandes, principalmente em zonas urbanas,

antes de se colocar vidas em risco, o melhor método consiste em usar bombas

manuais portáteis para o recolhimento em tambores ou em outro caminhão

tanque.

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Incêndios

No caso de incendiar-se um caminhão tanque, durante uma operação de

carga ou descarga, se possível, deverá ser cortado o fluxo de combustível que vai

para o veículo ou que vem deste.

Se o caminhão estiver carregado, o tubo não deverá ser retirado do

caminhão e se possível, deve-se cobrir a abertura de enchimento com uma

manta úmida.

O fogo deverá ser atacado com extintores de gás carbônico, de espuma ou

pó químico seco, ou ainda água nebulizada.

Se houver um fluxo de água suficiente, o líquido incendiado poderá ser

levado a um lugar seguro, mas nunca para dentro de uma rede pública de

esgotos.

Quando há o escape de vapores incendiados, devido a perdas ou pelos

orifícios de ventilação, será melhor permitir que se queimem até que se possa

controlar a origem do escape do líquido ou vapor.

Em qualquer incêndio, deve-se informar

rapidamente ao Corpo de Bombeiros local.

O motorista, bem como o ajudante, se

houver, deverão estar devidamente

preparados para atuarem em uma

emergência. Para tanto, é necessário que se

familiarizem com as características do

produto, e com as providências a serem

tomadas em caso de incêndio.

Armazenamento (Estocagem de Inflamáveis e Combustíveis)

Os líquidos inflamáveis devem ser armazenados de acordo com a NB.98,

conforme o grau de periculosidade, e sobre certos cuidados que o seu

comportamento exige.

Os líquidos de classe I e II não deverão ser guardados ou armazenados em

edifícios onde haja grande acúmulo de pessoas, tais como: escolas, igrejas,

teatros, a não ser que sejam colocados em recipientes adequados de segurança,

em uma sala ou em um armário destinado a esse fim. Mesmo o armazenamento

em local apropriado, como galpão ou sala, não deverá comunicar-se com locais

onde haja acúmulo de pessoas.

Os edifícios onde são armazenados os líquidos inflamáveis, não deverão ter

suas vias de acesso e de saída voltadas para corredores onde normalmente

transitam pessoas.

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Tampouco deverão ser armazenados próximos a estufas, fornos ou canos

de calefação, ou ainda expostos aos raios de sol ou qualquer fonte de ignição.

Não deverá ser permitido o armazenamento de líquidos inflamáveis em

recipientes abertos. Os recipientes adequados para o armazenamento de tais

produtos deverão estar sempre fechados, quando cheios ou quando vazios.

Quando os recipientes de líquidos inflamáveis estiverem vazios e isentos de

vapores, deverão ser retirados os seus rótulos preventivos.

Os líquidos a granel da classe I deverão ser armazenados em tanques

subterrâneos e fora dos edifícios.

A saída de um tanque não deverá ser direcionada ao interior de um edifício,

a menos que termine em uma sala especialmente desenhada para esse fim.

A norma n° 30 da NFPA, denominada “Flammable & Combustible Liquid

Code” ou a NB.98, dão especificações que limitam a quantidade de cada classe

de líquido inflamável que pode ser armazenada em distintos lugares e em

dependências industriais, juntamente com dados que descrevem as condições e

os procedimentos necessários relacionados com estes armazenamentos.

Os veículos utilizados dentro de uma empresa para transportar líquidos

inflamáveis, em recipientes fechados, deverão ser especialmente desenhados

para que não ocorram danos aos recipientes. Poder-se-á utilizar engradados

especiais que acondicionem os vasilhames, sem lhes comprometer a resistência.

As pessoas encarregadas de procederem ao enchimento dos recipientes

deverão estar cientes da necessidade de se deixar acima da superfície do líquido,

suficiente espaço, para que o vapor formado possa se expandir devido às

mudanças da temperatura, sem aumentar a pressão interna do recipiente além

de suas especificações. A gasolina se expande, por exemplo, numa proporção de

1% para cada 8°C de aumento de temperatura.

Para a gasolina recomenda-se deixar um espaço para o vapor, equivalente

a 2% da capacidade do tanque ou do recipiente, deixando-se a propósito, marcas

que indiquem o nível máximo.

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Construção de Tanques 2.5.4.

Os tanques para inflamáveis, assim como o local de instalação, devem

atender a NB.98, NR.20 e as normas do Corpo de Bombeiros local. Só

apresentaremos a seguir, aspectos relativos a respiradores e construção de

diques.

Respiradores

Os tanques de armazenamento deverão possuir respiradores do tipo e

tamanho determinado pela norma NB.98.

Os respiradores dos tanques subterrâneos, que armazenam líquidos

combustíveis da classe I, deverão terminar fora de edifícios, a uma altura maior

que aquela do tubo de carregamento do tanque, não devendo ultrapassar a

3,65m acima do nível do solo adjacente.

Deverão ser localizados de tal maneira que os vapores não entrem pelas

aberturas dos edifícios, nem fiquem concentrados em depressões do terreno. Os

produtos de ventilação dos tanques subterrâneos que armazenem líquidos

combustíveis, deverão terminar fora dos edifícios, e serem mais altos que os

dutos de carregamento dos

tanques. A localização de orifícios

de ventilação deve ser tal que o

escape de vapores se disperse

convenientemente a uma distância

segura, estando longe das fontes

comuns de ignição. Caso os

orifícios de ventilação estejam

localizados em posições onde

possam se entupir, poderão ser envoltos por uma malha de arame relativamente

aberta.

A Construção de Diques

Nos locais de armazenamento a granel onde sempre houver a possibilidade

de consequências graves em caso de derramamento de líquidos inflamáveis,

dever-se-á construir diques ao redor dos tanques, de preferência um dique ao

redor de cada tanque, de forma que cada dique possa conter o líquido derramado

por vazamento ou por transbordamento.

A necessidade de construir diques estará baseada nas condições locais. No

caso de haver algum tanque próximo a um edifício, poder-se-ia construir muros

de tal forma que desviassem qualquer derramamento do produto inflamável para

um local seguro, longe do edifício.

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Os diques deverão contar

com drenagem para as chuvas.

Nos grandes depósitos, tais diques

deságuam em uma piscina de

recuperação, localizada a grande

distância dos tanques e dos

edifícios, onde o líquido

inflamável, em caso de

derramamento, pode ser

recuperado, separando-se da

água, pelo processo de flutuação. Tais locais deverão ser dotados de válvulas de

controle as quais deverão se manter fechadas, a menos que se esteja escoando a

água do local. Os diques não deverão dirigir os líquidos inflamáveis derramados

para os cursos naturais de água, redes de esgoto públicas, ou lagos artificiais ou

naturais de parques.

Sala de Bombas 2.5.5.

Sempre que possível, as bombas de líquidos inflamáveis deverão ser

colocadas fora de edifícios. Quando os equipamentos para a transferência de

líquidos inflamáveis estiverem dentro de um edifício, este deverá ser de uma

construção resistente ao fogo, e, deverá ter boa ventilação, especialmente

próximo ao piso, onde vapores poderão se concentrar formando uma mistura

inflamável.

A sala de bombas não deverá ter ralos, salvo pequenas aberturas para a

saída, visto que é comum haver o acúmulo de vapores em tais locais. Tal sala

deverá ter, pelo menos, duas saídas, estando livre de obstruções, sendo que suas

portas deverão abrir para fora.

Em lugares onde se manejam líquidos inflamáveis, os motores deverão

estar separados por paredes e totalmente isolados do resto da sala de bombas,

ou então deverão ser do tipo isolado, à prova de atmosferas explosivas. A sala de

bombas deverá estar sempre bem ventilada.

É uma boa medida de segurança ter uma chave geral fora do edifício (ou

seja da sala), e que seja bem identificada.

Todos os materiais elétricos localizados em tal sala deverão ser do tipo à

prova de explosões.

As válvulas e os selos das bombas deverão estar em perfeito estado de

funcionamento, evitando assim, perdas excessivas.

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Recomenda-se recuperar a perda de líquidos por um sistema de retorno,

através de encanamentos especialmente dispostos para isso, ao invés de

simplesmente se limitar a recolher as perdas por intermédios de bandejas.

A boa ordem e limpeza têm fundamental importância. A sala deverá conter

recipientes adequados para se eliminar estopas ou outros resíduos.

Os recipientes para esse fim deverão ser esvaziados diariamente.

Na sala de bombas não deverão ser guardadas ferramentas, salvo aquelas

requeridas para o trabalho diário. Na sala de bomba não deve haver armário para

roupas, visto que não deve ser usada como vestiário. Pessoas estranhas à função

aí desempenhada não deverão ter livre acesso à tal área. Qualquer fonte de

ignição deverá ser afastada dessa área. Os extintores de incêndio, por sua vez,

deverão estar localizados em locais convenientes, e de fácil identificação. Seria

aconselhável o uso de portas corta-fogo de fechamento automático, bem como

sistema automático de extinção, de acordo com a classe do risco presente.

LIMPEZA E REPAROS DE TANQUES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 2.6.

COM INFLAMÁVEIS

Em princípio, as normas apresentadas são adequadas para líquidos

inflamáveis em geral. No entanto, em cada caso se deve pesquisar a necessidade

de se aplicar normas especiais conforme o produto utilizado. Esta operação é

provavelmente a mais perigosa de todas aquelas que envolvem o uso de

inflamáveis. Todas as normas referentes à educação, equipamentos de proteção

individual, riscos a saúde e de incêndio, devem ser revistas e entendidas.

Preparação de Tanques e Equipamentos 2.6.1.

A limpeza do tanque e do equipamento deve estar a cargo de pessoal

perfeitamente treinado, que esteja perfeitamente familiarizado com todos os

riscos e salvaguardas necessários para a execução do trabalho com segurança.

Os tanques e o equipamento, bombas, linhas e válvulas devem ser

sempre drenados e completamente lavados com fluxos de água antes

de serem reparados. Os operários nunca deverão ser autorizados a

fazer reparos em equipamentos enquanto os mesmos estiverem em

operação e com as tubulações cheias. Deve ser verificado se todas as

fontes de ignição foram eliminadas das cercanias do tanque.

Se seções da tubulação são para serem removidas e os flanges

abertos, os parafusos inferiores devem ser afrouxados inicialmente e,

embora as linhas tenham sido escoadas, todo o cuidado deve ser

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tomado para evitar o contato pessoal com o líquido drenado ou com o

gotejamento oriundo do equipamento. Todos os respingos ou

vazamentos devem ser removidos imediatamente através de lavagem

com grandes quantidades de água na direção dos drenos adequados.

O tanque ou equipamento a ser reparado deve ser inicialmente

esvaziado de todo o líquido e todas as tubulações chegando ou saindo

do tanque (exceto respiradouros) após a drenagem, devem ser

desconectadas ou bloqueadas.

O tanque deve ser limpo com vapor para a remoção residual do

inflamável e de seus vapores. O fluxo e temperatura do vapor devem

ser suficientes para elevar a temperatura do tanque acima da

temperatura de ebulição do inflamável e a vaporização deverá ser

continuada até que os vapores do inflamável tenham sido removidos.

O tanque deve depois ser resfriado, preferivelmente enchendo-o de

água e drenando-o uma ou duas vezes.

O tanque deve ser depois limpo com ar fresco e o ar deve ser testado

quando à presença de

vapores do inflamável,

por um método

aprovado, antes de se

permitir a entrada do

pessoal. As linhas de

vapor e água devem

estar aterradas para

evitar-se o acúmulo de

eletricidade estática.

Entrada no Tanque 2.6.2.

Ninguém deve estar no tanque ou em espaço confinado até que uma

permissão para o trabalho tenha sido assinada por pessoas autorizadas,

indicando que a área foi testada e julgada segura.

Além do mais, nenhum operário deve entrar num tanque ou recipiente que

não tenha uma abertura de saída suficientemente larga para passar uma pessoa

usando dispositivos de segurança, para efetuar um resgate através de cordas e

equipamento respiratório de emergência.

Deve ser verificado se o tanque ou recipiente pode ser abandonado pela

entrada original.

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Um elemento do lado de fora do tanque manterá os demais dentro do

tanque, sob observação e outro elemento deve estar disponível por perto para

prestar ajuda no resgate de algum outro, caso isto seja necessário.

Uma máscara respiratória com suprimento de ar ou máscaras autônomas,

juntamente com equipamentos de resgate, deve estar sempre localizada do lado

de fora da entrada do tanque, para ser usada em operações de resgate, qualquer

que seja o tipo de equipamento respiratório utilizado pelo pessoal no interior do

tanque.

Ventilação especial é recomendada durante todo o tempo que os homens

estiverem limpando, reparando ou inspecionando o tanque e pode ser feita por

exaustão ou remoção de vapores do fundo do tanque, seja através das aberturas

do fundo ou por meio de exaustão através de tubos grandes flexíveis, quando os

tanques tiverem apenas aberturas no topo.

Os ventiladores ou aparelhos supridores de ar usados para a ventilação,

necessária para evitar qualquer deficiência de oxigênio, deverão ser à prova de

centelhas, devidamente manutenidos para se evitar atritos e aterrados. Nos

tanques contendo só uma abertura no topo, deve-se tomar cuidado para se ter

certeza da completa remoção dos vapores de todo o tanque. Também se deve

tomar cuidado para evitar que os gases de exaustão reciclem para o interior do

tanque.

Durante o curso do trabalho, testes frequentes deverão ser feitos para

determinar se a atmosfera do tanque está sendo mantida dentro da faixa de

segurança. Esta precaução é necessária porque resíduos não completamente

removidos pela lavagem podem recontaminar a atmosfera do tanque.

Em todos os casos, se o trabalho de reparo é interrompido, a atmosfera do

tanque deve ser verificada completamente e emitida uma nova permissão de

trabalho antes de se reassumir o serviço.

Se um funcionário limpador ou reparador de um tanque sentir-se mal, ele

deve ser resgatado para se ministrar imediatamente os primeiros socorros.

Resgate de Emergência 2.6.3.

Sob nenhuma circunstância um elemento da equipe de resgate deve entrar

num tanque para remover uma vítima de exposição exagerada a contaminante,

sem a devida proteção respiratória, cinto de segurança e uma linha de corda

atada.

A extremidade livre desta linha de corda deve ser segura por um elemento

localizado no exterior do tanque. Outro elemento deve estar disponível no

imediato para ajudar elemento externo ou em constante comunicação com ele.

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Trabalho De Reparos Externos 2.6.4.

Os reparos externos do tanque, incluindo aqueles em serpentinas de vapor

cortem, rebitagem e solda, deverão ser permitidos somente depois de perfeita

limpeza e testes do tanque para se certificar de que o mesmo está livre de

vapores e após ter sido emitida uma permissão de trabalho por pessoa

autorizada.

Devem ser feitos testes repetidos através de indicadores de gás

adequados, quanto à presença de vapores inflamáveis e conteúdo de oxigênio,

para a inteira proteção dos operários.

Toda solda externa ou combustão nos tanques ou equipamentos que

tenham contido um inflamável, deverão ser feitas somente após tais recipientes

terem sido completamente limpos com vapor.

A limpeza deverá continuar enquanto prosseguir o trabalho de reparos.

Encher tanques vazios limpos com gás inerte é outro método que poderá ser

usado em solda ou combustão externa.

Em todos os casos, se o serviço de reparo for interrompido, a atmosfera do

tanque deverá ser verificada completamente e uma nova permissão de trabalho

deverá ser emitida para o reinício das operações.

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FONTES DE IGNIÇÃO E SEU CONTROLE. 3.

PROIBIÇÃO DO ATO DE FUMAR 3.1.

Não deverá ser permitido que se fume, nem

tampouco se portar fósforos, ou outros dispositivos

que produzam fogo ou faíscas, próximo ou em salas

onde estejam armazenados líquidos inflamáveis.O

alcance da restrição para um lugar determinado

dependerá dos produtos que ali estão sendo

armazenados ou manuseados, do projeto do tanque

ou salas, e mais outras condições locais.Para que esta norma seja respeitada,

deverão ser colocados avisos visíveis de proibição de fumar nessas áreas.

ELETRICIDADE ESTÁTICA 3.2.

A eletricidade estática se gera por contato e separação de materiais

diferentes. A eletricidade estática, por exemplo, se gera quando os líquidos fluem

dentro de um cano, ou saem desde um orifício até um tanque.

Os principais riscos advindos da eletricidade estática são os incêndios e as

explosões, provocados por descargas de eletricidade na forma de centelhas que

contém energia suficiente para inflamar qualquer vapor, gás ou poeira

inflamável. Além disso, uma descarga de eletricidade estática recebida por um

operador, pode fazê-lo reagir de forma involuntária, o que poderá dar por

resultado, uma queda e consequentes lesões. Um lugar muito perigoso para que

haja centelhas produzidas pela eletricidade estática é onde há vapores

inflamáveis em misturas com o ar. Podemos tomar como exemplos, a saída de

um cano de descarga de um líquido, a ponta de uma mangueira de carga e

próximo à abertura de carga de um caminhão tanque ou das aberturas de

tambores. Uma centelha entre dois corpos ocorre quando há uma boa

condutibilidade elétrica entre eles, em consequência é necessário conectar à terra

e ligar entre si os recipientes que contém

os líquidos inflamáveis, evitando assim que

a eletricidade estática produza uma

centelha que resultaria numa explosão da

mistura gasosa. Como tais conexões devem

ser efetuadas com precisão, aconselha-se

consultar normas específicas como a

“Standard n° 77 da NFPA, Recommended

Pratice on Static Electricity”.

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A seguir teremos um resumo dessa norma:

Ligação e Conexão à Terra:

Os termos “ligação” e “conexão à terra” têm sido empregados com

frequência, indistintamente, devido à falta de compreensão de tais termos.

A ligação se efetua para eliminar a diferença potencial entre dois objetos. A

finalidade da conexão à terra, ou aterramento, é eliminar uma diferença de

potencial entre um objeto e a terra. As ligações entre dois objetos e o

aterramento são efetivos somente quando os dois objetos que estão ligados entre

si são condutores. Apesar de que uma ligação entre dois objetos poder eliminar

uma diferença de potencial entre os mesmos, não poderá eliminar uma diferença

de potencial entre os dois objetos e a terra, a menos que um objeto possua uma

via condutora ligada à terra. Assim sendo, uma ligação entre dois objetos não

poderá eliminar uma carga elétrica, senão somente equilibrá-la entre os dois para

que não surja uma centelha entre os mesmos. Quando se liga dois objetos entre

si com um cabo condutor, as cargas correm livremente nos corpos e não existe

uma diferença de potencial.

A conexão à terra descarrega então um corpo condutor carregado, e será

sempre recomendada como uma medida de segurança, toda vez que existir

dúvidas com respeito à uma situação ou quando se efetuar o carregamento ou

descarga de um líquido inflamável ou combustível.

Como Prevenir uma Descarga de Eletricidade Estática 3.2.1.

Para se evitar uma descarga de eletricidade estática através de centelhas

durante as operações com líquidos inflamáveis, dever-se-á:

Instalar um cabo condutor de ligação entre o recipiente de

armazenamento e aquele que se está enchendo, a menos que haja,

de alguma outra forma, uma continuidade metálica entre os

recipientes.

Para maior segurança, aconselha-se instalar um cabo de ligação, ou

que um dos recipientes esteja aterrado.

Quando se carregam ou esvaziam vagões tanques, através da tampa

superior do tanque, faz-se necessário o uso de mangueiras que

penetrando por cima, pela abertura, cheguem até o fundo do tanque.

Geralmente tais vagões não precisam ser conectados à terra,

separadamente, já que a resistência natural da terra, através das

rodas do vagão e dos trilhos, mais a resistência do tubo, das juntas

metálicas flexíveis e das juntas giratórias são suficientemente baixas

servindo então de proteção contra a eletricidade estática.

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Os tanques ao nível do solo que são usados para o armazenamento

de líquidos inflamáveis, devem ser corretamente conectados à terra.

O cabo para ligação à terra não deve ter capa isolante, para que

possa ser facilmente inspecionado assegurando-se assim que não

está partido.

Os líquidos derivados do petróleo podem acumular cargas estáticas

quando fluem através de canos, se agitam dentro de um tanque, ou

quando são submetidos a movimentos violentos, como por exemplo

quando são pulverizados ou agitados. Uma boa ligação entre os

tanques e um bom aterramento geralmente descarregam a

eletricidade à terra, tão rapidamente ou ao mesmo momento em que

é gerada. Mesmo que as canalizações estejam ligadas à terra, um

translado rápido de combustível através das mesmas é capaz de

gerar eletricidade estática na superfície do líquido. Além disso,

existem alguns líquidos derivados do petróleo que são maus

condutores de eletricidade, particularmente os produtos refinados

puros. Nestes casos, sobre a superfície do líquido do recipiente

receptor, pode haver um acúmulo de carga estática, mesmo que o

recipiente esteja conectado à terra. Isto ocorre porque a velocidade

com que é gerada a carga é maior que aquela em que a carga é

descarregada do líquido para o metal que está aterrado. Se a carga

acumulada é suficientemente alta para produzir uma faísca, a energia

desprendida será suficientemente alta para inflamar uma mistura ar-

vapor e ocasionar uma explosão. Esta alta carga estática geralmente

se controla reduzindo o fluxo, evitando salpicadoras violentas

mediante linhas paralelas de translado lento, deixando-se sempre um

tempo de repouso.

A centelha dos motores, as caixas elétricas de partida, ou controle, as

tubulações com fios elétricos e os interruptores, deverão ser

conectados à terra, de acordo com o constante do National Electrical

Code (NEC). Quando se transfere um líquido inflamável de um

recipiente a outro, necessária faz-se a ligação para igualar à

diferença de potencial. Nos lugares onde são armazenados ou que se

usam líquidos inflamáveis, os bicos das mangueiras de vapor deverão

estar ligados com a superfície do equipamento ou objeto que se está

limpando. As correias em movimento são fontes de eletricidade

estática, a não ser que sejam feitas de um material condutor, ou

recobertas por um composto condutor.

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Os materiais não condutores, tais como: o tecido, a borracha ou as lâminas

de plástico que passam pelas roldanas também geram eletricidade estática. A

eletricidade estática gerada por tais materiais poderá ser descarregada mediante

o uso de escovas metálicas conectadas à terra, ou por coletores feitos com

fragmentos de lâminas metálicas.

Os sistemas de ligação e conexão à terra deverão ser controlados

regularmente para que se tenha certeza de que estão em perfeito estado e que

estão cumprindo efetivamente o seu papel. Antes de começar o carregamento as

partes descobertas do cabo de ligação e de conexão à terra deverão ser

inspecionadas, verificando-se se não há trechos deteriorados pela corrosão. De

preferência as ligações e os aterramentos deverão ser feitos de cabos trançados,

sem capa isolante, o que facilitará sua inspeção.

EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 3.3.

A eletricidade é uma fonte de ignição em lugares onde existem vapores

inflamáveis, seja por não se ter instalado os equipamentos elétricos adequados

para essa atmosfera, ou por que estes não passam pelas manutenções devidas.

Segurança Elétrica (Curto-Circuito) 3.3.1.

Cada vez mais, os grandes empreendimentos comerciais e residenciais

demandam mais energia elétrica. Isso tem exigido subestações de grande porte,

fazendo a demanda de energia dos empreendimentos sair dos antigos kVAs e

entrar na escala ds MVAs. Este aumento é consequência direta dos novos hábitos

da sociedade, como o uso de ar

condicionado, aparelhos eletrodomésticos de

alto consumo, além das normas técnicas

mais exigentes e também das enormes

dimensões físicas dos empreendimentos.

Construtores e arquitetos vêm apostando

fortemente neste novo conceito, mesmo

tendo a consciência de que seus projetos

precisarão de uma grande quantidade de

energia para serem viabilizados.

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Principais Fontes de Ignição de Corrente Elétrica 3.3.2.

As estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam que as instalações

elétricas inadequadas aparecem como uma das principais causas de incêndio no

País, independe da região. Por isso nunca será demais afirmar que a estrutura

dos sistemas elétricos merece ser cuidadosamente observada e compreendida, a

fim de minimizar riscos e economizar energia.

Quadro de luz

É a peça chave inicial das instalações elétricas. Deve ser metálico ou de

material não-combustível, tanto na sua parte interna ou externa. Se o quadro de

luz for antigo ou de madeira, por exemplo, é aconselhável trocá-lo o quanto

antes. O quadro de luz não pode ser colocado em áreas "molhadas", como

banheiro ou próximo de tanques e pias. Ele também precisa ter livre acesso, não

devendo estar escondido no interior de armários. Recomenda-se ainda a distância

de lugares onde haja instalações a gás. Uma faísca qualquer pode resultar num

desastre fatal. Os quadros de energia devem ser protegidos por uma barreira que

evite o acesso aos barramentos ou fios da instalação elétrica, evitando assim o

choque elétrico.

Disjuntores

Apesar de haver a permissão de uso de alguns tipos de fusíveis, é

recomendável que se use disjuntores como dispositivo de segurança contra

sobrecargas. Ele funciona como um guarda costas da instalação elétrica e desliga

toda vez que sua capacidade é ultrapassada. Neste caso, é necessário verificar o

problema. Depois de sanado, basta religá-lo, diferente de um fusível, que

necessita ser substituído. Na residência, loja ou escritório, os circuitos são

divididos e devem ser protegidos por disjuntores de acordo com a capacidade de

cada circuito. Vale lembrar que o disjuntor ou fusível serve para proteger os fios

contra sobrecargas, não os equipamentos. Portanto não devemos substituir os

disjuntores sem antes avaliar os fios dos circuitos.

Fiação

A escolha da bitola (tamanho) do fio ideal para cada circuito deve levar em

conta as cargas associadas a cada circuito. As bitolas mínimas recomendadas são

de 1,5mm² para iluminação e 2,5mm² para tomadas de força. Circuitos

especiais, como do chuveiro ou da torneira elétrica devem ter a potencia do

equipamento como parâmetro para a determinação da bitola do fio.

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Nota: Atenção com os fios que não ficam embutidos nas paredes. Eles

precisam estar sempre com uma segunda capa plástica protetora, além da

isolação. É recomendável instalá-los dentro de canaletas aparentes.

Interruptores e tomadas

A distribuição dos fios até esses pontos requer estudo minucioso das

necessidades da casa para evitar que no futuro fiquem sobrecarregados e

incentivem o uso de "extensões" e "benjamins". Uma dica é sempre disponibilizar

mais tomadas que o mínimo obrigatório. Não se deve usar tomadas em

equipamentos de grande potência, como é o caso de chuveiros e torneiras

elétricas. Estes equipamentos devem ser interligados por conectores especiais.

Cordões paralelos ou torcidos: embora proibidos pela norma, são muito comuns

no Brasil e empregados nos rodapés com braçadeiras plásticas. Este segundo

acessório, que leva dois preguinhos, é capaz de fazer um grande estrago caso um

desses pregos atinja o fio.

Nota: um sistema bem feito dura em média 20 anos, mas 10 anos já é um

bom período para se fazer uma revisão: verificar a fiação, os soquetes, os

interruptores... Um soquete com problemas rouba energia da lâmpada e um

interruptor com algum fio solto ou com mal contato pode causar um curto

circuito.

Dicas Sobre Instalações Elétricas 3.3.3.

Nunca aumente o valor do disjuntor ou do fusível sem trocar a fiação.

Deve haver uma correspondência entre eles;

A menor bitola permitida por norma para circuitos de lâmpadas é de

1,5mm² e para tomadas é de 2,5mm²;

Devem ser previstos circuitos separados para iluminação e tomadas;

Nunca inutilize o fio terra dos aparelhos. Ao contrário, instale um bom

sistema de aterramento na sua residência;

Nunca utilize o fio neutro (cor azul) como fio terra;

Mantenha o quadro de luz sempre limpo, ventilado e desimpedido,

longe de botijões de gás;

Evite a utilização dos chamados “benjamins” ou “Ts”, pois o uso

indevido dos mesmos pode causar sobrecargas nas instalações. Para

resolver o problema, instale mais tomadas, respeitando o limite dos

fios;

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Nota: Recorra sempre aos serviços de um profissional qualificado e

habilitado.

Assim como o diâmetro de um cano é determinado em função da

quantidade de água que passa em seu interior, a bitola de um condutor elétrico

depende da quantidade de elétrons que por ele circula (corrente elétrica). Toda

vez a corrente circula pelo condutor, ele se aquece devido ao atrito dos elétrons

em seu interior.

No entanto, há um limite máximo de aquecimento suportado pelo fio ou

cabo, acima do qual ele começa a se deteriorar. Nessas condições, os materiais

isolantes se derretem, expondo o condutor de cobre, podendo provocar choques

e causar incêndios. Para evitar que os condutores se aqueçam acima do

permitido, devem ser instalados disjuntores ou fusíveis nos quadros de luz.

Esses dispositivos funcionam como uma espécie de “guarda-costas” dos

cabos, desligando automaticamente a instalação sempre que a temperatura nos

condutores começar a atingir valores perigosos. O valor do disjuntor ou fusível

(que é expresso sempre em ampéres) deve ser compatível com a bitola do fio,

sendo que ambos dependem da corrente elétrica que circula na instalação.

Fio Terra

Dentro de todos os aparelhos elétricos existem elétrons que querem fugir

do interior dos condutores. Como o corpo humano é capaz de conduzir

eletricidade, se uma pessoa encostar-se a esses equipamentos, ela estará sujeita

a levar um choque, que nada mais é do que a sensação desagradável provocada

pela passagem dos elétrons pelo corpo.

É preciso lembrar que correntes elétricas de apenas 0,05 ampère já podem

provocar graves danos ao organismo! Sendo assim, como podemos fazer para

evitar os choques elétricos?

O conceito básico da proteção contra choques é o de que os elétrons devem

ser desviados da pessoa. Como um fio de cobre é um milhão de vezes melhor

condutor do que o corpo humano, e se oferecermos aos elétrons dois caminhos

para eles circularem (sendo um o corpo e o outro um fio), a maioria deles

circulará pelo fio, minimizando os efeitos do choque na pessoa. Esse fio pelo qual

irão circular os elétrons que escapam dos aparelhos é chamado de fio terra.

A função do fio terra é recolher elétrons "fugitivos", mas às vezes a pessoa

esquece-se de sua importância para a segurança. É como em um automóvel: é

possível fazê-lo funcionar e nos transportar até o local desejado, sem o uso do

cinto de segurança. No entanto, os riscos relativos à segurança em caso de

acidente aumentam em muito sem ele.

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A figura indica a maneira mais simples e correta de instalar o fio terra em

uma residência.

Observe que a bitola do fio terra deve ser a mesma que a do fio fase. Pode-

se utilizar um único fio terra por eletroduto, interligando vários aparelhos e

tomadas. Por norma, a cor do fio terra é obrigatoriamente verde/amarela ou

somente verde.

“Maiores informações poderão ser colhidas através das normas da NFPA, do

National Electrical Code (EUA) ou através das normas brasileiras já existentes.”

MAQUINAS DE CORTE, SOLDA, ESMERILHAMENTO 3.4.

Estes equipamentos geram grandes quantidades de fonte de ignição.

Dentre as máquinas, as mais comuns são: esmerilhadeira, policorte, esmeril,

solda elétrica, etc. Além disso, alguns produtos químicos e radiações não

ionizantes também são utilizados, como: zarcão, esmalte, solda elétrica,

oxiacetileno, etc. Os trabalhadores que utilizam estes equipamentos estão

constantemente expostos a riscos ocupacionais. E quais seriam esses riscos?

Entenda a seta (->) como indicativo de "podendo causar", ou seja,

apresentamos o risco, bem como seu potencial efeito sobre o corpo humano.

Riscos Físicos

Ruído -> Perda auditiva

Riscos Químicos

Produtos químicos -> Queimaduras, distúrbios respiratórios, lesões

pulmonares e dores de cabeça.

Riscos Ergonômicos

Postura inadequada -> Fadiga, redução da destreza manual, lesão por

esforço repetitivo e redução da capacidade de trabalho.

Riscos de Acidentes

Máquinas, ferramentas, equipamentos, piso irregular e instalações elétricas

inadequadas. -> Cortes, lesões, escoriações, queda de mesmo nível e de nível

diferente, choque elétrico, etc.

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Prevenção desses Riscos. 3.4.1.

Físico

Realizar a manutenção preventiva das máquinas e equipamentos.

Reorganizar a posição das máquinas e equipamentos, afastando-

os das paredes, criando a formação de corredores de circulação de

som (que devem ter no mínimo 1,20m) e minimizando ruídos.

Fixar máquinas e equipamentos no piso, evitando a trepidação.

Quando possível, realizar o enclausuramento da máquina ou

equipamento, ou utilizar silenciadores.

Em último caso, utilizar o EPI adequado para a realização da

atividade.

Químico

Substituir a substância tóxica por outra atóxica, ou com menor

toxicidade.

Ventilação natural nas instalações físicas. Caso não seja possível,

a ventilação deve ser do tipo forçada, diluidora (dilui o poluente,

tornando sua concentração mais baixa, não sendo, entretanto o

sistema mais recomendado) ou exaustora (capta o poluente

próximo à fonte de emissão, antes mesmo que ocorra a sua

dispersão na atmosfera do ambiente de trabalho, objetivando a

proteção da saúde do trabalhador).

Isolar as operações que envolvam solda e pintura dos demais

setores de produção.

A empresa deverá manter informações e controle sobre os

produtos tóxicos que utilizar, por meio da Ficha de Informação

sobre Segurança do Produto Químico – FISPQ.

Ergonômico

Organizar as bancadas de modo que todos os instrumentos a

serem utilizados estejam próximos ao alcance das mãos do

trabalhador.

Evitar que o trabalhador, ao executar sua tarefa, fique curvado ou

que seus braços fiquem acima da altura dos ombros.

Evitar que o transporte de cargas seja manual e que o peso possa

comprometer a saúde, evitando esforços lombares e

desnecessários ao trabalhador.

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Acidentes

Arranjo físico adequado das máquinas e equipamentos.

Sinalização adequada.

Manutenção das ferramentas, máquinas e equipamentos.

FERRAMENTAS ANTI-FAISCANTES. 3.5.

Os riscos da ignição de vapores ou gases

inflamáveis, devido a faíscas, devem ser

reconhecidos, ainda que as vezes tenham sido

exagerados. Um breve artigo sobre experimentos

feitos pela indústria de petróleo, indica que a

segurança obtida com o uso de ferramentas manuais

anti-faísca, em presença de vapores de gasolina e de

outros hidrocarbonetos, não é significativa.

No entanto, substâncias, tais como: sulfeto de carbono, acetileno, éter

etílico, requerem baixa energia para se incendiar.

Para estas substâncias e para outras, o uso de ferramentas especiais

destinadas a reduzir a um mínimo os riscos de centelhas em lugares perigosos,

se pode reconhecer como uma medida da segurança necessária.

As ferramentas forradas com couro, plásticos e as de madeira, estão

isentas do risco de faíscas por fricção, ainda que exista a possibilidade de nelas

haver incrustação de partículas metálicas.

EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO EM ÁREAS COM 3.6.INFLAMÁVEIS

As especificações destes equipamentos é atribuição do Corpo de Bombeiros

local, que normalmente já tem normas padronizadas a respeito.

Conforme o tipo de edificação ou ocupação (destilaria ou refinaria, parques

de tanques ou tanques isolados, plataforma de carregamento, armazéns de

produtos acondicionados, etc) são previstos os correspondentes meios de

combate a incêndio (extintores portáteis, extintores sobre rodas (carretas),

instalações fixas, semi-fixas, automáticas ou sob comando, hidrantes, etc).

Para cada um destes meios de combate a incêndio são feitas várias

exigências.

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Como exemplo, citaremos algumas para o sistema de proteção por

hidrantes:

Os hidrantes devem ser distribuídos de tal forma que qualquer ponto

da área protegida possa ser alcançado por um jato d’água,

considerando-se no máximo 30 metros de mangueira.

A canalização de alimentação dos hidrantes deverá ter diâmetro

mínimo de 63mm.

De uma maneira bem global, poderíamos dizer que em parques de

armazenamento de inflamáveis em tanques são necessários as

seguintes proteções:

Extintores portáteis e de carreta para se combater princípios de

incêndio.

Rede de hidrante adequada.

Sistema de proteção por espuma ou por linhas de mangueiras

ou por intermédio de câmaras de espuma.

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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO COM INFLAMÁVEIS 4.

PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 4.1.

Com o intuito de eliminar o risco de incêndios e explosões nas edificações e

nas plantas de produção, é obrigatória a adoção de medidas preventivas de

fontes de ignição e/ou de atmosferas inflamáveis, presentes simultaneamente em

um mesmo local.

Concordamos que, na prática, nem sempre é possível eliminar os dois

fatores de risco, porém, medidas devem, ainda assim, serem tomadas a fim de

que, pelo menos um deles seja eliminado ou controlado.

Nas áreas abertas, situadas no conjunto de compartimentos habitáveis e

nos sistemas de processo existirão, inevitavelmente, diversas fontes de ignição

tais como equipamentos elétricos ou chamas abertas. Em algumas situações é

quase impossível o controle das fontes de ignição. Já que poderão ser

decorrentes da operação normais de equipamentos ou sistemas. Nesse caso o

importante é impedir a entrada de gases inflamáveis nesses compartimentos.

É possível que a adoção de um bom projeto e de práticas convencionais

consiga manter sob controle a emissão de gases inflamáveis e a presença de

fontes de ignição nas diversas atividades desenvolvidas numa planta. Contudo,

os seus meios de controle devem ser rigorosamente, mantidos por toda a

população, e não somente sob responsabilidade dos encarregados pela segurança

da unidade.

As especificações dos equipamentos que devem ser instalados, a

quantidade e localização são atribuições do Corpo de Bombeiros local, que

normalmente já tem normas padronizadas a respeito, cabendo à aprovação do

Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico (PPCIP) e posterior emissão

do Laudo de Vistoria. Conforme o tipo de edificação ou ocupação (destilaria ou

refinaria, parques de tanques ou tanques isolados, plataforma de carregamento,

armazéns de produtos acondicionados, etc.) são previstos os correspondentes

meios de combate a incêndio (extintores portáteis, extintores sobre rodas,

instalações fixas, semifixas, automáticas ou sob comando, hidrantes, etc.). Para

cada um destes meios de combate a incêndio são feitas várias exigências.

É direcionada a todos aqueles que exercem atividades em qualquer tipo de

instalação, tanto industrial quanto comercial, ou a qualquer outra modalidade de

serviços até mesmo residencial.

Situações que atinjam grandes proporções devem ser administradas e

resolvidas pelo Corpo de Bombeiros, pois exigem a aplicação de técnicas

especiais sendo necessário inclusive, um plano de abandono de área.

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A fim de primar pela segurança, a proteção geral contra fogo divide-se em

duas partes:

a) A Prevenção de Incêndios;

b) O Combate Eficaz.

A Prevenção é o ato de evitar que ocorra o incêndio e o sucesso se dá

quando a organização e a educação em todos os setores de atividades atuam em

conjunto. O conhecimento das noções básicas de prevenção, praticadas por

todos, é o único caminho para evitar acidentes como, por exemplo:

• Obediência aos avisos colocados nos locais de perigo;

• Uso dos locais próprios para pontas de cigarros e estopas sujas de óleo;

• Extensões elétricas em condições livres de emendas, de improvisações,

sem isolação e com pinos próprios;

• Guarda de líquidos inflamáveis em recipientes adequados, e quando

vazios armazenados em locais estratégicos para evitar o derramamento de

sobras em locais impróprios;

• Ordem e limpeza nos locais de trabalho; e

• Escadas, corredores e saídas de emergência não utilizada como depósitos

de materiais.

Quando, apesar da prevenção, ocorre um princípio de incêndio, é

importante que ele seja combatido de forma eficiente e segura para que sejam

minimizadas suas consequências. A fim de que esse combate seja eficaz, deve-se

ainda:

• Conhecer os agentes extintores;

• Saber utilizar os equipamentos de combate a incêndio;

• Saber avaliar o quadro: Incêndio ou Princípio de Incêndio;

• Conhecer a melhor atitude a ser tomada.

Princípios da Prevenção de Incêndios 4.1.1.

Na prática, cabe adotar não somente as medidas de prevenção de

incêndios possíveis, como também diante do surgimento de um princípio de

incêndio na planta que não possa ser imediatamente extinto, adotar as medidas

que venham a controlá-lo, pois, se não tomadas, as consequências serão

desastrosas.

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Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de

construção das edificações, enquanto outras estão intimamente ligadas à

doutrina do plano de emergência, cabendo a todo pessoal da planta zelar pelo

seu cumprimento. É responsabilidade do encarregado do controle de segurança a

detecção e correção de irregularidades observadas que venham a apresentar

risco de incêndio durante as mais variadas operações. Contudo, também

compartilhamos que esse deve ser um dever de todos, no que tange a

participação de todos os operadores.

A prevenção não deve se restringir apenas aos sistemas de detecção e aos

sistemas fixos de combate a incêndio. Para evitar que incêndios se propaguem,

as edificações são projetadas de modo que o fogo seja contido em locais o mais

longe possível das áreas de risco. Organiza-se, portanto, uma verdadeira política

de segurança cuidadosamente definida que possa ser cumprida com eficiência por

toda a população da planta.

Uma adequada prevenção de incêndio também deve incluir a limitação da

presença de materiais combustíveis e materiais perigosos, bem como o manuseio

seguro e controle daqueles que podem ser introduzidos para atendimento de

determinadas conveniências ou exigências do serviço.

Métodos de Prevenção 4.1.2.

Podemos afirmar, com segurança, que o mais eficiente método de

combater incêndios é evitando-se que eles aconteçam, ou seja, a prevenção.

Devemos nos esforçar ao máximo, não só o pessoal da segurança, não somente

a brigada de incêndio, como também todo o pessoal envolvido nas diversas

operações.

A grande maioria das ocorrências de incêndios é derivada de falhas

humanas, pela não observância dos cuidados na utilização do material, pela

manutenção deficiente dos equipamentos e pelo desconhecimento das

precauções de segurança. Itens tais como construções resistentes ao fogo,

materiais combustíveis, avaliação de riscos, sistemas de combate a incêndio e

planos de segurança contra incêndio são áreas-chave de conhecimentos

necessários para as brigadas no controle de um incêndio.

Avaliação dos Riscos

A avaliação de riscos procura reconhecer e identificar os perigos existentes

nas instalações, nas operações nos produtos e serviços desenvolvidos dentro da

planta, quantificando e qualificando os riscos que aquelas atividades representam

para o homem, o meio ambiente e o empreendimento, propondo medidas para o

seu controle.

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Portanto, afirmamos que o objetivo da avaliação dos riscos é, de uma

forma resumida, responder a essas quatro perguntas básicas:

O que pode dar errado?

Qual a frequência?

Quais as consequências?

Como poderemos reduzir os efeitos?

INSPEÇÃO / MANUTENÇÃO 4.2.

A inspeção também é um método importante a se destacar diante de uma

política de segurança de incêndios. As inspeções das instalações e de

equipamentos e os cronogramas de serviços apropriados irão reduzir as chances

de falha e consequentemente de incêndio. Uma avaliação de risco deve ser

realizada regularmente para identificar materiais combustíveis e fontes de ignição

em potencial e depois ajustar uma medida de controle para evitar que os dois

combinados comecem um incêndio.

As inspeções periódicas dos dispositivos de detecção e combate a incêndio

também se torna uma tarefa obrigatória, no que tange a prevenção de incêndio.

Desejamos nunca ter que depender deles. Nunca ter que usá-los. Porém, quando

uma emergência é deflagrada, desejamos que eles estejam funcionando

perfeitamente, pois a nossa vida estará confiada às condições do equipamento e

às técnicas de uso.

FUMO 4.3.

Só deverá ser permitido nos locais e ocasiões especificadas. O responsável

da planta deve assegurar que toda a população seja informada dos locais

permitidos para o fumo e por, afixar, avisos adequados e permanentes.

COZINHA 4.4.

É de fundamental importância a adoção de medidas de segurança nas

operações de cozinha. Uma causa frequente de incêndios é o acúmulo de

depósitos de gorduras ou de óleo não queimado nesses locais, no interior de

dutos de fumaça e filtros de extração de gases de cozinha. A cozinha e

compartimentos próximos devem ser frequentemente inspecionados para que

não haja dúvida de que estão limpos.

O pessoal da cozinha deverá receber treinamento adequado para enfrentar

emergências de incêndio nesses locais. A cozinha deverá estar equipada com

extintores de incêndio e mantas especiais para abafamento.

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EQUIPAMENTO ELÉTRICO 4.5.

Os equipamentos elétricos portáteis devem ser cuidadosamente

examinados quanto a possíveis defeitos. Deve ser tomado o cuidado para

garantir que o isolamento elétrico não seja danificado e que a fiação esteja

corretamente conectada e assim permanecer durante todo o tempo em que

estiver em uso. Também deve ser tomado o cuidado para evitar danos mecânicos

nos cabos flexíveis.

Os equipamentos elétricos fixos devem ser do tipo aprovado para áreas

classificadas, mesmo onde existe locais onde uma atmosfera explosiva possa,

com pouca frequência, ser encontrada. É importante que esses equipamentos

também passem por manutenção periódica para garantir que seus dispositivos ou

fiações não venham a se constituir em fontes de ignição.

TRABALHO A QUENTE 4.6.

Trabalho a quente é qualquer um envolvendo soldagens, chamas ou

outros trabalhos incluindo certar furações, esmerilhamento, trabalhos elétricos

que possam produzir centelhamento. Os trabalhos a quente devem ser

permitidos somente em conformidade com as normas de segurança existentes e

práticas seguras adotadas pela unidade.

Os trabalhos a quente devem sempre ser planejados. Nas reuniões de

planejamento devem participar, no mínimo, todos aqueles que irão ter

responsabilidades na execução do trabalho. Deve ser feito um plano de trabalho

com todas as precauções de segurança relacionadas que serão reunidas na

Permissão do Trabalho a ser emitida.

USO DAS FERRAMENTAS 4.7.

O uso das ferramentas manuais, tais como picadeiras e raspadeiras para

preparação e manutenção em partes metálicas devem ser restritas. A área deve

estar desgaseificada e limpa de materiais combustíveis. Ferramenta feita de

metal não ferroso, chamados de não centelhantes, apresentam apenas uma

menor probabilidade para criação de uma centelha ignitiva e, devido à dureza

relativamente menor dos materiais não ferrosos, não são tão eficientes quanto as

suas equivalentes feitas de material ferroso.

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DETECÇÃO DE INCÊNDIOS 4.8.

Objetivo Da Detecção De Incêndios 4.8.1.

A NBR 13.860/1997 define como: “O recurso destinado a receber e emitir

sinais de alerta sonoro ou luminoso, que procedem de uma emergência”. O

objetivo da detecção de incêndio é bastante claro, quanto mais rápido o incêndio

for detectado, maior será a velocidade da resposta para a sua extinção. Por isso,

podemos afirmar que existem dois tipos de detectores: o sensor humano, que

nem sempre poderá ser possível a sua presença em todos os locais e o

automático, previamente instalado com a finalidade de propiciar uma descoberta

rápida do princípio de incêndio ou para um incidente qualquer identificado pelo

plano de alarme e, assim, desencadear o plano de emergência para aquele

incidente deflagrado.

Detector Automático 4.8.2.

A NBR 13.860:1997 define como: “Dispositivos que, quando sensibilizados

por fenômenos físicos e/ou químicos, detectam princípios de incêndios ou

vazamentos de gases perigosos, enviando um sinal a uma central receptora”.

Sistema de Detecção de Fogo, Fumaça e Gases 4.8.3.

Detectores de gases ou fumaça

Os detectores de gases da combustão são classificados da seguinte forma:

Detector fixo iônico

Ocorre a detecção do produto da combustão

através da sua influência sobre a corrente elétrica

numa câmara de ionização. São encontrados em locais

de produção onde existe um potencial de vazamento

de combustível ou produto inflamável e nas cozinhas.

Detector fixo óptico

A detecção ocorre através da medição dos efeitos

(escurecimento ou dispersão) da interferência das

partículas da fumaça sobre o sensor de luz (detector

fotoelétrico). São encontrados em quase todos os

compartimentos (camarotes, corredores, etc.), exceto

cozinhas e sala de geradores, locais onde a fumaça

ocasionalmente é encontrada.

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Detectores de Chama

Os detectores de chama captam a radiação

infravermelha e ultravioleta emitida pela chama.

São encontrados em locais onde existe o risco

potencial de um crescimento rápido de fogo

intenso, determinados pela presença de líquidos e

gases inflamáveis.

Detectores de Temperatura

Os detectores de temperatura são utilizados para identificar uma fonte de

calor acima do normal na área em que foi instalado.

Podem ser:

Termostático

Detecta quando a temperatura ambiente excede

de certo valor durante um determinado período.

Termovelocímetro

Detecta se a velocidade com que aumenta a

temperatura e excede de um valor durante determinado

período.

Detectores de Gases Portáteis 4.8.4.

O detector de gases deve ser intrinsecamente

seguro. Pode detectar a presença de mais de um

gás/vapor (multigás). Tratando-se de equipamentos

portáteis, estes podem oferecer dois tipos de leitura:

Indireta

Requer a coleta de uma amostra do contaminante

e seu envio para um laboratório de análise ou o uso de

tubos colorimétricos.

Direta

Oferece uma leitura em tempo real da concentração do contaminante. O

próprio instrumento coleta e analisa a substância.

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Este é o tipo mais utilizado em monitoração contínua. Todavia existe a

limitação que nem todos os contaminantes podem ser detectados pelo

instrumento.

Podemos dizer que sua importância é vital para se classificar ou

“desclassificar” uma área de risco. É o instrumento pelo qual:

Indica as características atmosféricas do espaço confinado através de

uma leitura direta;

Sinaliza a necessidade da utilização do EPI a ser utilizado;

Determina o equipamento a ser utilizado para áreas classificadas;

Determina a possibilidade de uso de equipamentos não certificados;

Informa através de seu alarme a presença de algum gás a vapor ou

em concentrações;

Alarmes Automáticos de Incêndio 4.8.5.

Equipamentos instalados com a finalidade de alertar a todos para a

deflagração de um estado de emergência. Os alarmes podem ser sonoros ou

visuais.

Sonoros

Podem ser através de toques (incêndio, abandono, etc) ou através de

mensagem via intercomunicadores instalados em diversos compartimentos.

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Visuais

Indicados para os locais onde a escuta do alarme seja de difícil percepção,

onde é indicado o uso de protetores auriculares. Nestes locais utilizam-se desse

sistema dotado de luminosos especiais com alto facho e oscilante em

complemento aos alarmes sonoros.

Normalmente os sistemas de detecção e de alarme estão interligados com

os sistemas de combate a incêndio, como por exemplo, o de borrifo, o de dilúvio

e os sprinkers.

EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO 4.9.

Mangueira de Incêndio 4.9.1.

A mangueira segundo a NBR 11.861/1998, é o “Equipamento de combate a

incêndio, constituído essencialmente por um duto flexível dotado de uniões”. Ao

ser feita referência a uma seção de mangueira, fica estabelecido que estaremos

falando do comprimento padrão de 15,25m. Existem 5 tipos de mangueiras de

incêndio escolhidas em função do local e das condições de aplicação.

Mangueira do tipo 1 construída com um reforço têxtil e para pressão

de trabalho de 980kPa (10kgf/m2). Destina-se a edifícios de

ocupação residencial.

Mangueira tipo 2 construída com um reforço têxtil e para pressão de

trabalho de 1370kPa (14kgf/m2). Destina-se a edifícios comerciais e

industriais ou o Corpo de Bombeiros.

Mangueira tipo 3 construída com dois reforços têxteis sobrepostos e

para pressão de trabalho de 1470kPa (15kgf/m2). Destina-se a área

naval e industrial ou o Corpo de Bombeiros, onde é desejável uma

maior resistência à abrasão.

Mangueira tipo 4 construída com reforço têxtil, acrescida de uma

película externa de plástico e para pressão de trabalho de 1370kPa

(14kfg/m2). Destina-se a área industrial, onde é desejável uma maior

resistência à abrasão.

Mangueira tipo 5 construída com um reforço têxtil, acrescida de um

revestimento externo de borracha e para pressão de trabalho de

1370kPa (14kgf/m2). Destina-se a área industrial, onde é desejável

uma alta resistência a abrasão e a superfícies quentes.

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Existem mangueiras nos diâmetros de 1.½ e 2.½ polegadas. As

mangueiras de 1.½” são de manejo mais fácil. Já as mangueiras de 2.½”

oferecem muitas dificuldades na sua utilização, mesmo quando utilizadas em

locais abertos. Elas são mais empregadas para propiciar uma maior extensão das

linhas de mangueiras, alimentando duas outras de 1.½” com emprego de uma

redução em “Y”.

As mangueiras deverão ser

conservadas limpas, não sendo, porém

indicado lavá-las, a não ser no caso de

ficarem sujas de óleo ou graxa, que

atacam a borracha. Nesses casos,

deverão ser lavadas com água doce,

escova macia e sabão ou detergente

neutro.

Não utilizar escova de arame ou qualquer outro produto abrasivo. Após a

lavagem, as mangueiras deverão ser enxaguadas e postas estendidas a secar à

temperatura ambiente para que não apresentem mofo. Todas as mangueiras

devem ser inspecionadas semanalmente, a fim de se verificar se contém

umidade. Devem ser retiradas de seus suportes, pelo menos uma vez por mês e

novamente colhidas, de modo que as dobras não fiquem no mesmo ponto em

que se encontravam. A parte inferior da mangueira, quando no cabide, deve ficar

pelo menos a 15cm do piso.

Acondicionamento é a forma em que encontramos as mangueiras, em

função do seu local de guarda. Podemos encontrá-las nas seguintes formas:

Espiral

Também conhecido como método alemão.

Própria somente para armazenamento e

apresenta uma dobra suave que evita o desgaste

do material. Não recomendável para operações de

combate a incêndio devido a demora para

desdobrá-la.

Aduchada

É o mais indicado para operações de combate devido o seu manuseio e

transporte. Também apresenta um baixo desgaste do material, pois só utiliza

uma dobra. O aduchamento de uma mangueira é uma tarefa melhor

desempenhada por dois brigadistas:

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1° passo: Preparamos a mangueira

deixando-a totalmente esticada sob o piso, tirando

todas as torções por ventura existentes. Uma das

extremidades deve ser levada e colocada de modos

que fique uma parte da mangueira sob a outra,

mantendo uma distância de 1 metro entre as duas

conexões.

2° passo: Enrolar começando pela dobra

tentando manter o maior ajuste possível. O

segundo tripulante auxiliar de forma a evitar folgas na parte interna. Parar de

enrolar quando atingir a conexão da parte interna, trazendo a outra conexão

sobre a mangueira aduchada.

Para desenrolar uma mangueira basta colocá-la sob o piso, pisar na parte

externa não enrolada, segurar na conexão da parte interna ainda enrolada e

puxá-la para cima. Este movimento pode se efetuado parado ou caminhando em

direção a uma tomada ou a outro lance de mangueira.

A mangueira aduchada pode ser transportada de duas formas. Embaixo do

braço, com a conexão para baixo e voltada para trás, ou em cima dos ombros

com a conexão para baixo e voltada para frente. Talvez esta última maneira

apresente algumas limitações quanto a limitação na visibilidade do lado em que o

tripulante estiver carregando a mangueira.

Zigue-zague

Próprio para uso de linhas já prontas. Apresenta

um maior desgaste devido ao maior número de

dobras. Pode ficar deitada no piso ou em pé.

Esguicho 4.9.2.

Os esguichos são peças feitas de metal anti-faíscante (bronze, latão) ou

de fibra de carbono, com variados modelos projetados para otimizar a

velocidade e forma de lançamento do jato d’água para o fogo. Segundo a NBR

14.870/2002 existem 4 tipos de esguinchos:

Esguicho Básico é o “Esguicho de jato regulável em que vazão de

lançamento se dá uma pressão determinada pelo ajuste da forma do jato. Devido

ao seu projeto básico, à medida que muda a forma de jato compacto para

neblina, ocorre mudança de vazão. A pressão do esguicho também poderá ser

afetada. Isto é causado pela mudança do orifício, devido ao ajuste da forma de

lançamento”.

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Esguicho de Vazão Constante é o “Esguicho de jato regulável em que a

vazão de lançamento é constante a uma determinada pressão. Na pressão

determinada o esguicho terá vazão constante desde jato compacto até a neblina

total. Isto ocorre através da manutenção do diâmetro do orifício, que deve ser

constante durante a regulagem do jato”.

Esguicho de Vazão Ajustável é o “Esguicho que permite a seleção da vazão

manualmente. A vazão selecionada permanecerá constante, independente da

forma do jato”.

Esguicho Automático de Pressão Constante é o “Esguicho de jato regulável

em que a pressão permanece constante em uma grande amplitude de vazões. A

pressão constante proporciona uma velocidade adequada para um bom alcance

em várias vazões. Isso é conseguido por meio de um orifício auto-ajustável no

difusor, a fim de proporcionar o alcance desejado”.

O controle da abertura do esguicho pode ser do tipo alavanca ou do tipo

rotacional. A sua vazão é variável e pode ser utilizado para a aplicação de jato

sólido, mais indicado para trabalhos de resfriamento (ataque indireto), ou para

aplicação de neblina de alta velocidade em ângulos variados de 30° a 90°.

São encontrados nos diâmetros de 1.½ e de 2.½ polegadas. Também

encontramos modelos especiais utilizados para produção de espuma.

Acessórios 4.9.3.

Para uma maior eficácia, flexibilidade quanto ao uso de mangueiras nas

operações de combate a incêndio devemos contar com alguns acessórios que

otimizem o seu alcance.

O derivante ou redução “Y” é indicado para manobras em que será

necessário o emprego de duas ou três linhas de mangueiras. Sempre reduz de

um diâmetro de 2.½ para 1.½ polegada. Também é construído em metal anti-

faiscante. As reduções são aplicadas para reduzir o diâmetro de uma mangueira

de 2.½ para outra de 1.½ polegada, nunca ao contrário.

Embora, hoje em dia, a grande maioria das conexões de mangueiras seja

de engate rápido, ainda contamos com as chaves de mangueira ou chave “Storz”.

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O real motivo de ainda existirem ocorre pela sensibilidade do bronze ou do

latão a impactos físicos. É um excelente material para combate a incêndio por

não produzir faíscas quando sofrer algum tipo de atrito, contudo é fácil de

amassar. Sendo assim, é importante termos o maior cuidado com todos os

assessórios de combate a incêndio fabricados desses materiais.

Também devemos preservar esses equipamentos quanto a sujeiras,

contaminação e corrosão, mesmo que tenham sido feitas de bronze,

principalmente após a sua utilização com espumas. Portanto, não dispensaremos

uma boa limpeza com um pouco de algum lubrificante adequado.

Agentes Extintores 4.9.4.

Os agentes extintores mais utilizados par o combate a incêndio são:

Água;

Espuma;

Dióxido de Carbono (CO2);

Pó Químico (Bicarbonato de Sódio, Fosfato de Monoamônia,

Bicarbonato de Potássio, Cloreto de Sódio, etc.);

Agentes Halogenados (FM-200; Halotron; FE-13; FE-25; FE-36; etc.)

Extintor de Incêndio 4.9.5.

Extintor Portátil - Pela definição da NBR 15.808 é o “Aparelho de

acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o agente

extintor destinado a combater princípios de incêndio”; cuja a massa total até

20kg. O grau de proteção que oferecem não equivale ao das instalações fixas e

automáticas, mas, se empregados adequadamente, são eficientes em extinguir o

fogo em seus momentos iniciais.

Quanto ao seu tipo são classificados em:

Portátil;

Não Portátil (sobre rodas); e

Sistema Fixo.

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O emprego de extintores portáteis para debelar princípios de incêndio

nunca deverá protelar a convocação de recursos de maior alcance, uma vez que,

caso o combate com equipamento portátil fracassar, já estarão em andamento

providências para fazer chegar ao local sinistrado recursos de maior porte,

permitindo combater o incêndio antes que ele atinja grandes proporções. São

muitos os tipos de extintores portáteis. Os extintores portáteis devem ser

selecionados e posicionados com base no material combustível efetivamente

existente na área a proteger. Para que os extintores portáteis ofereçam uma

proteção eficiente para as instalações, alguns aspectos relevantes sobre os

mesmos deverão se levantados quando se justifica o emprego deles:

Deve estar dimensionado ao riso existente no local e distribuído

uniformemente;

Possuir condições operacionais de uso;

Deve ser apropriado para a classe de incêndio presente no local;

Deve estar estrategicamente localizados em áreas visíveis e de fácil

acesso;

Deve ser fornecido treinamento adequado para os ocupantes da

planta sobre o manuseio do aparelho;

A quantidade de extintores nos locais de trabalho depende da análise de

cada planta e encontra-se definida pela NR-23, com base nos parâmetros fixados

pelo IRB - Instituto Brasileiro de Resseguros. Além do problema relativo à

seleção do extintor, é importante considerar também a posição relativa desses

equipamentos junto da área ou dos pontos por ele protegidos. Algumas vezes

extintores devem ser intencionalmente posicionados próximos aos pontos com

risco em potencial, como em locais onde se executam serviços de solda.

Corredores e passagens são locais especialmente indicados para a localização de

extintores em ambientes interiores, principalmente junto às portas de acesso. Os

extintores suspensos em cabides devem ser posicionados com certos limites em

relação ao piso, em função do peso total que possuem.

Segundo a NR-23, não deverão ter a sua parte superior a

mais de 1,60m acima do piso.

Extintor com Agente Água

Extintor Tipo Pressurizado (Pressurização Direta),

“Pressão no próprio cilindro”: O propelente (Nitrogênio) e o

agente extintor são armazenados no cilindro e a descarga

controlada por meio de válvula de disparo rápido;

capacidade de 10 litros.

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Emprego: Exclusivamente em incêndios da Classe A.

Uso: Remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alça inferior.

Retirar a seguir o pino de segurança e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para

a base das chamas. Depois de extinto o fogo, dirigir o jato sobre o material

incandescente até encharcá-lo.

Cuidados no manuseio:

Quando utilizada em jato sólido, pode variar equipamentos;

Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido for dirigida

sobre o pessoal;

Se dirigida sobre o equipamento elétrico energizado, pode causar

choque elétrico.

Extintor com Agente Espuma

Extintor de Espuma Mecânica (Pressurização Direta),

um cilindro com uma mistura de AFFF e água, que usa

nitrogênio como propelente; capacidade de 09 e 10 litros.

Emprego: Estes extintores podem ser usados em

incêndios das Classes A e B. o agente extintor extingue por,

principalmente, abafamento e secundariamente por

resfriamento.

Uso: são operados à semelhança dos extintores de

água pressurizada.

Cuidados no manuseio:

Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos;

Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos

materiais;

Produz irritação na pele, e principalmente nos olhos.

Extintor com Agente Gás Carbônico

O extintor consiste de um cilindro de aço sem costura,

no qual é comprimido o CO2 a uma pressão de 60kgf/cm2

(850 lb/pol2). A operação da alavanca de disparo permite

uma operação intermitente do extintor; capacidade de 04 e

06kg.

Emprego: São recomendados para incêndios das

Classes B e C, não podendo ser usados em incêndios da

Classe D.

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São eficientes contra pequenos incêndios da Classe A no seu início, quando

não há profundidade de queima.

Uso: retirar o pino de segurança. Em seguida, pressionar a alavanca que

comandará a válvula de descarga. Em quase todo tipo de incêndio, a descarga

deve ser atingida para a base das chamas até a sua extinção.

Cuidados no manuseio:

Pode causar acidentes por asfixia em ambientes fechados;

Pode causar queimadura na pele e nos olhos, em face de sua baixa

temperatura;

Pode dar origem à formação de cargas de eletricidade estática.

Extintor com Agente Pó Químico

Os extintores de bicarbonato de sódio foram

originalmente conhecidos como “pó químico seco”, sendo

esta denominação mantida para todos os extintores com

agente extintor em pó, exceto aqueles para incêndio Classe

D. Modernamente, já contamos com o fosfato de

monoamônia. São extintores pressurizados, capacidade de

04, 06 e 12kg. Tipo pressurizado, com pressão no próprio

cilindro (pressurização direta), como propelente emprega o

nitrogênio;

Emprego: É recomendado para o uso em incêndios das

classes B e C, ou A, B e C se for fosfato de monoamônia (Pó ABC), não podendo

ser usados no da classe D.

Uso: O jato deve ser dirigido para a base do fogo,

movimentando-se o esguicho rapidamente de um lado para o

outro. Tipo à pressurizar (pressurização indireta) com ampola

de CO2. O extintor contém o pó, e o propelente (CO2) é

armazenado numa pequena ampola (cilindro de

pressurização) localizada na parte externa do extintor.

Abrindo a válvula da ampola o CO2 será injetado para o

interior do extintor proporcionando um aumento de pressão

(pressão de trabalho). A descarga é controlada por uma

pistola na extremidade da mangueira do extintor.

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Cuidados no manuseio:

Podem causar acidentes por asfixia quando utilizados em

compartimentos fechados e sem ventilação; e

Podem dar origem a maus contatos e baixa de isolamento em

equipamentos elétricos. No caso do pó ABC, os danos aos

equipamentos serão menores.

Extintor com Agentes Halogenados (FM-200; FE-13; FE-25; FE-36;

Halotron)

Emprego: São recomendados para incêndios das Classes B e C. São

particularmente empregados em incêndios de equipamentos eletrônicos, por não

deixarem resíduos.

Uso: São operados da mesma forma dos extintores de CO2.

Capacidade de 01 a 06kg.

Extintores Pressurizados (pressurização direta). Utilizam os seguintes

propelentes: Nitrogênio e Argônio.

Cuidados no manuseio:

Quando um incêndio é extinto por um agente

derivado de hidrocarbonetos halogenados,

formam diversos elementos tóxicos, que são

altamente nocivos a vida humana.

Os halogenados possuem baixa toxidez quando

armazenados em condições normais.

Extintor com Agente Pó Químico D

Estes extintores são comumente conhecidos como

extintores de “Pó D” a base de Cloreto de Sódio. O agente

quando aplicado forma uma barreira no metal incendiado

impedindo o acesso ao oxigênio, extinguindo por

abafamento.

Emprego: Na aproximação de um incêndio, dirigir o

jato na base do fogo (lançar o pó sobre o metal

incendiado).

Uso: Utilizados somente em incêndio da Classe D.

Cuidados no manuseio:

Os mesmos para os demais tipos de agentes extintores a base de pó.

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Extintor Sobre Rodas (Carretas) 4.9.6.

Aparelhos de acionamento manual, com massa superior a 20 kg, montados

sobre rodas, constituídos de recipiente e acessórios contendo o agente extintor

destinado a combater princípios de incêndio. (NBR 15809)

ATENÇÃO: Recomenda-se a operação por 2 pessoas.

Manta Antichama

Os agentes extintores, tais como água e

areia, lançados a balde, constituem um recurso de

razoável eficiência para controle de princípios de

incêndio. A manta antichamas também é conhecida

como um agente extintor. É fabricada em aramida.

A sua aplicação é indicada para princípios de

incêndio em cozinhas envolvendo incidentes como

fritadeiras.

Sarilho ou Carretel de Mangueira 4.9.7.

Equipamento instalado no piso ou em

paredes conectados a rede de incêndio e

indicados para princípios de incêndio.

Geralmente utilizam um mangote feito de

borracha resistente ao calor com longo

comprimento e um esguicho de 1 polegada.

Onde houver instalado esse equipamento,

poderá substituir o uso dos extintores portáteis

de água.

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Sistemas Fixos de Combate a Incêndios 4.9.8.

Vantagens do Sistema Fixo de Extinção de Incêndio

As duas maiores vantagens apresentadas pelos sistemas fixos de combate

a incêndio são a rapidez da resposta a um indício de incêndio e a possibilidade de

um ataque inicial ao incêndio sem a presença da brigada.

A quantidade e a localização dos equipamentos de combate a incêndio

estão definidas no Plano de Emergência. Cada planta deve ser analisada

individualmente sobre o tipo, a localização, a quantidade e o emprego de tal

equipamento.

Sistema Fixo de Gases Inertes

Recebem o titulo de gases inertes todos aqueles que não sejam

combustíveis ou comburentes, ou seja, não participam, sob a qualquer forma, do

fenômeno da combustão.

Entre eles destacam-se o Dióxido de Carbono (CO2), o Nitrogênio (N2),

Argônio (Ar) e a nova geração de agentes limpos, o FE-227 (FM 200) e o FE-25

(já comentados anteriormente).

Os sistemas fixos são instalados com a finalidade de saturar com esses

gases a atmosfera no interior dos compartimentos que, normalmente,

apresentam maiores riscos de incêndio. Podem ser projetado para uma descarga

direta ou para uma descarga controlada por tempo.

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Sistema Fixo de Espuma

A espuma é um agente indicado para

extinção de incêndios da classe “B”, em especial

os de grande vulto envolvendo hidrocarbonetos.

Como já visto a espuma extingue incêndios por

abafamento. A principal finalidade do uso da

espuma é a extinção de incêndios em

combustíveis ou na maioria dos líquidos

inflamáveis, tendo excelentes características de

penetração além de ser superior a água na extinção de incêndios da classe “A”,

por sua característica de abafamento e resfriamento.

O jato de espuma deve ser dirigido para escorrer sob a superfície do líquido

inflamado. Nunca dirigir o jato diretamente sobre as chamas. Quando o incêndio

ocorrer com líquidos derramados, torna-se mais eficiente represar o líquido com

a própria espuma, empurrando-a aos poucos

sobre o líquido inflamado. Existe também a

possibilidade de empregar neblina de espuma,

altamente eficiente nesses tipos de incêndio. A

espuma pode ser encontrada em reservatórios

especiais ou em sistemas geradores e lançada

através de esguichos especiais ou por canhões

monitores, sempre o mesmo objetivo de isolar os

vapores combustíveis prevenindo o ressurgimento

do incêndio.

Nas operações de combate a incêndio com uso de mangueiras, pelo menos

uma das linhas de mangueira para combater incêndio da classe “B” deve ser com

espuma. Se não estiver mais disponível, pode ser utilizada água em neblina de

alta velocidade, tomando o devido cuidado para não romper a película de espuma

produzida anteriormente.

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Sistema Fixo de Pó Químico Seco

O PQS é um grande agente extintor. Quando

submetido a altas temperaturas libera o CO2,

extinguindo o incêndio também por abafamento,

além do seu efeito principal, a quebra da reação em

cadeia. Normalmente encontramos o sistema

composto de um reservatório de pó químico,

normalmente o Bicarbonato de Sódio ou Potássio,

sendo o último o mais eficaz. O propelente é o

nitrogênio acondicionado em garrafas que são acionadas no momento em que o

sistema for posto em funcionamento.

Sistema de Borrifo

Também conhecidos como chuveiros automáticos ou sprinklers. O sistema

de borrifo é um dos mais antigos sistemas fixos. Nada mais eram do que diversas

ranhuras ao longo de tubulações abastecidas com água. Hoje com os sprinklers

existentes, encontramos uma infinidade de modelos para diversas aplicações.

Destinam-se, genericamente, a proteger a área contra o fogo e, quando

operando automaticamente, possuem a vantagem de atuar logo no início do

incêndio, impedindo assim que o fogo alcance maiores proporções. Alguns

sistemas modernos podem ser operados automaticamente, sendo a válvula de

controle atuada por um sistema de servo-comando, sensível ao aumento de

temperatura. Sistemas semelhantes, de operação manual, dotados de controle

local e comando a distância, são instalados em locais onde o manuseio de

gasolina ou outros inflamáveis torne a área potencialmente perigosa.

Podem ser dotados de pulverizadores destinados a formação de neblina de

baixa velocidade, ou do tipo “chuveiro”, em forma de cortina d’água.

Toda a rede instalada no compartimento protegido por esse sistema é

mantida pressurizada. Ao indício de uma fonte de calor, o chuveiro entra em

ação, independentemente de acionamento manual. Logo, entendemos que

somente aqueles expostos a uma fonte de calor é que serão ativados. No mesmo

instante de seu acionamento, o sistema faz disparar o alarme de incêndio. A ação

do alarme, na maioria das vezes, é informar a necessidade de ser fechada a

água, visto que o incêndio propriamente dito já deve ter sido debelado. Ao ser

acionado o suprimento de água, é lançado sob a forma de neblina de alta

velocidade. O projeto da rede de combate a incêndio deverá assegurar que os

sistemas fixos não reduzam materialmente o volume de água disponível e nem

produzem uma queda de pressão na rede.

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Sistema de Dilúvio

Montados em tubulações permanentemente secas com o seu fluxo

controlado manual e automaticamente, dotada de bicos para aspergir ou

nebulizar água sob forma de neblina de média e alta velocidade. Para uma

eficácia melhor com relação aos incêndios Classe B, pode ser adicionado com o

LGE. É encontrado instalado em unidades de gás combustível, manifolds de óleo

e gás, compressores de gás, recipientes pressurizados, etc.

Rede de Incêndio

A rede de incêndio consiste de um sistema de tubulações que alimentam os

hidrantes e os demais sistemas fixos que utilizem água, devendo se estender até

as extremidades da empresa e possuir hidrantes acessíveis e espaçados entre si

por não mais do que o equivalente a duas ou três vezes o comprimento de uma

mangueira de combate a incêndio padrão. As características hidráulicas das redes

dos sistemas de água e de espuma estabelecem as características das bombas

fixas necessárias.

Por precaução é indicado que as bombas possuam duas fontes de energia

independentes. Considere ainda a possibilidade de se utilizar bombas móveis

para o caso de falhas na unidade fixa de bombeamento. Como opção, as bombas

móveis também podem ser utilizadas para elevar a pressão na rede de incêndio.

A pressão na rede de incêndio poderá variar de acordo com a aplicação que está

sendo considerada, somente água para resfriamento, aumentar o alcance do jato

d’água ou para produzir espuma.

Canhões Fixos

Também conhecidos como monitores podem ser usados com água ou

espuma e instalados em bases fixas ou unidades móveis, destinado a formar e

orientar jatos de longo alcance para combate a incêndio.

A regulagem de altura do jato de líquido de um canhão é ditada pelo uso a

que se destina.

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Exige-se que, no mínimo, sejam operados

com um jato de 30 metros de alcance e 15 metros

de altura, sem vento.

Atenta-se para o uso de canhões sob bases

fixas. Dependendo da direção do vento poderá ser

uma posição desfavorável para dar o combate,

ficando a brigada exposta aos efeitos da fumaça e

do calor.

Hidrantes

São as tomadas de incêndio instaladas nas tubulações da rede de incêndio

ou nas extremidades das derivações verticais. Geralmente essas tomadas são de

2.1/2 polegadas de diâmetro, reduzidas, quando necessário para 1.1/2

polegadas.

Bombas de Incêndio

As características hidráulicas das redes

do sistema de água e de espuma estabelecem

as características das bombas fixas

necessárias. Por precaução é indicado que as

bombas possuam duas fontes de energia

independentes. Qualquer bomba instalada para

funcionar como bomba de incêndio, deve ter

capacidade e pressão suficiente para alimentar

todas as instalações de incêndio, mesmo em

pavimentos elevados.

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Bombas Portáteis 4.9.9.

Considere ainda a possibilidade de se utilizar bombas móveis para o caso

de falhas na unidade fixa de bombeamento. Como opção, as bombas móveis,

também podem ser utilizadas para elevar a pressão na rede de incêndio ou

para efetuar o esgotamento de um local alagado.

NOTA: As bombas portáteis quando operando em compartimentos

interiores, devem ter os gases da combustão conduzidos para fora por um

mangote de descarga apropriado.

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PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM SITUAÇÕES DE 5.

EMERGÊNCIA COM INFLAMÁVEIS

O empregador deve elaborar e implementar plano de resposta a

emergências que contemple ações específicas a serem adotadas na ocorrência de

vazamentos ou derramamentos de inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios

ou explosões.

O plano de resposta a emergências das instalações classe I, II e III deve

ser elaborado considerando as características e a complexidade da instalação e

conter, no mínimo:

a) nome e função do(s) responsável (eis) técnico (s) pela elaboração e

revisão do plano;

b) nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e

implementação do plano;

c) designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis

pela execução de cada ação e seus respectivos substitutos;

d) estabelecimento dos possíveis cenários de emergências, com base

nas análises de riscos;

e) descrição dos recursos necessários para resposta a cada cenário

contemplado;

f) descrição dos meios de comunicação;

f) procedimentos de resposta à emergência para cada cenário

contemplado;

g) procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades

públicas e desencadeamento da ajuda mútua, caso exista;

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h) procedimentos para orientação de visitantes, quanto aos riscos

existentes e como proceder em situações de emergência;

cronograma, metodologia e registros de realização de exercícios simulados.

AÇÕES AO PLANO DE EMERGÊNCIA 5.1.

Nos casos em que os resultados das análises de riscos indiquem a

possibilidade de ocorrência de um acidente cujas consequências ultrapassem os

limites da instalação, o empregador deve incorporar no plano de emergência

ações que visem à proteção da comunidade circunvizinha, estabelecendo

mecanismos de comunicação e alerta, de isolamento da área atingida e de

acionamento das autoridades públicas.

O plano de resposta a emergências deve ser avaliado após a

realização de exercícios simulados e/ou na ocorrência de situações

reais, com o objetivo de testar a sua eficácia, detectar possíveis

falhas e proceder aos ajustes necessários.

Os exercícios simulados devem ser realizados durante o horário de

trabalho, com periodicidade, no mínimo, anual, podendo ser reduzida

em função das falhas detectadas ou se assim recomendar a análise

de riscos.

Os trabalhadores na empresa devem estar envolvidos nos exercícios

simulados, que devem retratar, o mais fielmente possível, a rotina de

trabalho. O empregador deve estabelecer critérios para avaliação dos

resultados dos exercícios simulados.

Os integrantes da equipe de resposta a emergências devem ser

submetidos a exames médicos específicos para a função que irão

desempenhar, conforme estabelece a Norma Regulamentadora n.º 7,

incluindo os fatores de riscos psicossociais, com a emissão do

respectivo atestado de saúde ocupacional.

A participação do trabalhador nas equipes de resposta a emergências

é voluntária, salvo nos casos em que a natureza da função assim o

determine.

DERRAMAMENTO DE LÍQUIDO COMBUSTÍVEL 5.2.

Além da areia, quais materiais absorventes existem?

Os materiais absorventes devem ser hidrofóbicos e oleofílicos. Assim,

podem ser encontrados no mercado sob a forma de mantas, travesseiros,

cordões e granulados, atendendo às diversas situações de acidentes com HC.

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Por que é preciso tomar mais cuidado com o derramamento de

líquido combustível?

Em primeiro lugar, o diesel torna as superfícies escorregadias, podendo

causar a queda de quem transita pela área. Ainda, derramar combustível,

qualquer que seja ele, é desperdício e gera passivos ambientais de operação, ou

seja, poluição para o meio ambiente. Por último, se o líquido chegar às galerias

de esgoto, etc, gerará atmosfera explosiva e assim, grave acidentes.

Não devemos utilizar água e sabão para limpar o combustível no

chão, independente do volume derramado? Usar a areia, em qualquer

situação, não poderá gerar um volume muito grande de material

contaminado?

Ao contrário, a areia absorve o combustível evitando que ele se espalhe e

escoe para locais inadequados como, por exemplo, os bueiros. Seu uso evita

que pessoas ou carros passem sobre as poças, espalhando o combustível

e ampliando as dimensões de um potencial foco de incêndio. Contudo, realmente

é preciso tomar cuidado para utilizar apenas a quantidade estritamente

necessária de areia para total absorção.

O uso do celular em postos de abastecimento pode mesmo provocar

acidentes?

A maior preocupação com o uso do aparelho celular é quando ele recebe

uma ligação, podendo assim, gerar uma fagulha ou centelha. Estando em um

ambiente de gases inflamáveis, como é a área próxima aos pontos de

abastecimento, tanto de combustível líquido quanto de GNV, há o perigo de

explosões. Contudo, não existe uma opinião comum entre os especialistas, já que

alguns afirmam que somente um aparelho que apresente defeito poderá causar

acidentes. Em determinadas regiões, o uso do celular ainda é proibido por lei nos

postos de abastecimento, que deve ser respeitada.

Onde se descarta o material absorvente contaminado, resultante da

limpeza de um derramamento de combustível, por exemplo? Que tipo de

empresa faria essa coleta?

Verifique junto ao Órgão Ambiental da sua cidade ou município, quais

empresas são licenciadas para prestarem este tipo de serviço - coleta e

destinação de resíduo perigoso. Após a realização do serviço, a empresa

contratada terá que fornecer ao posto um certificado de destinação do produto

perigoso recolhido. Tal documento deverá ser guardado para, quando necessário,

ser apresentado à fiscalização.

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Quando ocorrer um acidente com vítima, temos que ligar para o

Disque Emergência sempre?

Não é preciso ligar para o Disque Emergência em caso de acidente com

vítima. Todo acidente envolvendo vítima é considerado de nível 3, se o caso for

mais grave é necessário chamar uma ambulância.

PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS DA INSTALAÇÃO 5.3.

O empregador deve elaborar e implementar o plano de resposta a

emergência;

Ações específicas em caso de vazamento ou derramamento de

inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios ou explosões;

Exigido para as instalações classe I, II e III;

O Plano depende da característica e complexidade da Instalação.

Plano de Resposta a Emergências da Instalação deve 5.3.1.

conter no mínimo:

Nome/função responsável técnico pela elaboração/revisão plano;

Nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e

implementação do plano;

Designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis

pela execução de cada ação e seus substitutos;

Estabelecimento dos possíveis cenários de emergência com base nas

análises de riscos;

Descrição dos recursos necessários para a resposta a cada cenário.

Descrição dos meios de comunicação;

Procedimentos de resposta à emergência para cada cenário;

Procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades

públicas e desenvolvimento de ajuda mútua;

Procedimento para orientação de visitantes, quanto aos riscos

existentes e como proceder em situações de emergência;

Cronograma, metodologia e registro de realização de exercícios

simulados.

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Plano de Resposta a Emergência 5.3.2.

Se na análise de risco indicar a possibilidade de ocorrência de um acidente

cujas consequências ultrapassem os limites da instalação é necessário ações que

visem à proteção da comunidade estabelecendo mecanismo de comunicação e

alerta, isolamento da área atingida e acionamento das autoridades públicas.

O PRE deve:

Ser avaliado após a realização de simulados e/ou ocorrência de

situações reais, com objetivo de testar sua eficácia;

Os simulados devem ser realizados durante o horário de trabalho com

periodicidade mínima anual podendo ser reduzida em função das

falhas detectadas ou recomendação da análise de risco;

O empregador deve estabelecer critérios para avaliação dos

simulados;

Os integrantes da equipe do PRE devem ser submetidos a exames

médicos específicos para a função incluindo fatores de riscos psico-

sociais;

A participação do trabalhador na equipe é voluntária salvo nos casos

em que a natureza da função assim determine.

COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS 5.4.

O empregador deve comunicar ao órgão regional do MTE e ao sindicato da

categoria profissional a ocorrência de vazamento, incêndio ou explosão

envolvendo inflamáveis e líquidos combustíveis que tenham gerado:

a) Morte de trabalhador (es);

b) Ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras de 2º ou

3º grau, que implicaram em internação hospitalar;

c) Acionamento do plano de resposta a emergências que tenha

requerido medidas de intervenção e controle.

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A Comunicação 5.4.1.

A comunicação pode ser feita por ofício ou meio eletrônico ao sindicato da

categoria profissional predominante no estabelecimento e ao setor de segurança

e saúde do trabalho do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego.

Até o 2º dia útil após a ocorrência e deve conter:

a) Nome da empresa, endereço, local, data e hora da ocorrência;

b) Descrição da ocorrência, incluindo informações sobre os inflamáveis,

líquidos combustíveis e outros produtos envolvidos;

c) Nome e função da vítima;

d) Procedimentos de investigação adotados;

e) Consequências;

f) Medidas emergenciais adotadas.

Contratante e Contratadas 5.4.2.

A contratante e as contratadas são solidariamente responsáveis pelo

cumprimento desta Norma Regulamentadora.

Responsabilidades da Contratante:

Os requisitos de segurança e saúde no trabalho, adotados para os

empregados das contratadas devem ser, no mínimo, equivalentes aos

aplicados para os empregados da contratante. A empresa

contratante, visando atender ao previsto nesta NR, deve verificar e

avaliar o desempenho em segurança e saúde no trabalho nos serviços

contratados. (“auditoria”)

Cabe à contratante informar às contratadas e a seus empregados os

riscos existentes no ambiente de trabalho e as respectivas medidas

de segurança e de resposta a emergências a serem adotadas. A

empresa contratada deve cumprir os requisitos de segurança e saúde

no trabalho, especificados pela contratante, por esta e pelas demais

Normas Regulamentadoras.

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ESTUDO DA NORMA REGULAMENTADORA N° 20 6.

INTRODUÇÃO 6.1.

Esta Norma Regulamentadora – NR-20, estabelece requisitos mínimos para

a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de

acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

ABRANGÊNCIA 6.2.

Esta NR se Aplica às Atividades de 6.2.1.

a) extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e

manipulação de inflamáveis, nas etapas de projeto, construção,

montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da

instalação;

b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de

líquidos combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem,

operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação.

DEFINIÇÕES 6.3.

Líquidos Inflamáveis 6.3.1.

São líquidos que possuem ponto de fulgor ≤ 60º C.

Gases Inflamáveis 6.3.2.

Gases que inflamam a 20º C e a uma pressão padrão de 101,3 kPa.

Líquidos Combustíveis 6.3.3.

São líquidos com ponto de fulgor > 60º C e ≤ 93º C.

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CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES 6.4.

Para Efeito Desta NR, As Instalações São Divididas Em 6.4.1.

Classes

Classe I

a) Quanto à atividade:

a.1 - postos de serviço com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis.

b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou

transitória:

b.1 - gases inflamáveis: acima de 2 ton até 60 ton;

b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 10 m³ até

5.000 m³ .

Classe II

a) Quanto à atividade:

a.1 - engarrafadoras de gases inflamáveis;

a.2 - atividades de transporte dutoviário de gases e líquidos

inflamáveis e/ou combustíveis.

b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou

transitória:

b.1 - gases inflamáveis: acima de 60 ton até 600 ton;

b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 5.000 m³ até

50.000 m³.

Classe III

a) Quanto à atividade:

a.1 - refinarias;

a.2 - unidades de processamento de gás natural;

a.3 - instalações petroquímicas;

a.4 - usinas de fabricação de etanol, unidades de fabricação de álcool.

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b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou

transitória:

b.1 - gases inflamáveis: acima de 600 ton;

b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 50.000 m³.

PROJETO DA INSTALAÇÃO 6.5.

As instalações para extração, produção, armazenamento, transferência,

manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser

projetadas considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que

impactem sobre a integridade física dos trabalhadores previstos nas Normas

Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas,

nas normas internacionais, convenções e acordos coletivos, bem como nas

demais regulamentações pertinentes em vigor.

Projeto das Instalações Classes II e III 6.5.1.

No projeto das instalações classes II e III devem constar, no mínimo, e em

língua portuguesa:

a) descrição das instalações e seus respectivos processos através do

manual de operações;

b) planta geral de locação das instalações;

c) características e informações de segurança, saúde e meio ambiente

relativas aos inflamáveis e líquidos combustíveis, constantes nas

fichas com dados de segurança de produtos químicos, de matérias

primas, materiais de consumo e produtos acabados;

d) fluxograma de processo;

e) especificação técnica dos equipamentos, máquinas e acessórios

críticos em termos de segurança e saúde no trabalho estabelecidos

pela análise de riscos;

f) plantas, desenhos e especificações técnicas dos sistemas de

segurança da instalação;

g) identificação das áreas classificadas da instalação, para efeito de

especificação dos equipamentos e instalações elétricas;

h) medidas intrínsecas de segurança identificadas na análise de riscos

do projeto.

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No projeto das instalações classe I deve constar o disposto nas

alíneas ″a″, ″b″, ″c″, ″f″ e ″g″ do item 20.5.2.

No projeto, devem ser observadas as distâncias de segurança entre

instalações, edificações, tanques, máquinas, equipamentos, áreas de

movimentação e fluxo, vias de circulação interna, bem como dos

limites da propriedade em relação a áreas circunvizinhas e vias

públicas, estabelecidas em normas técnicas nacionais.

O projeto deve incluir o estabelecimento de mecanismos de controle

para interromper e/ou reduzir uma possível cadeia de eventos

decorrentes de vazamentos, incêndios ou explosões.

Processo De Transferência, Enchimento 6.5.2.

No processo de transferência, enchimento de recipientes ou de tanques,

devem ser definidas em projeto as medidas preventivas para:

eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;

controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática.

SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO E MONTAGEM 6.6.

A construção e montagem das instalações para extração, produção,

armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos

combustíveis devem observar as especificações previstas no projeto, bem como

nas Normas Regulamentadoras e nas normas técnicas nacionais e, na ausência

ou omissão destas, nas normas internacionais.

Os equipamentos e as instalações devem ser identificados e sinalizados, de

acordo com o previsto pelas Normas Regulamentadoras e normas técnicas

nacionais.

SEGURANÇA OPERACIONAL 6.7.

O empregador deve elaborar, documentar, implementar, divulgar e manter

atualizados procedimentos operacionais que contemplem aspectos de segurança

e saúde no trabalho, em conformidade com as especificações do projeto das

instalações classes I, II e III e com as recomendações das análises de riscos.

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Instalações INDUSTRIAIS CLASSES II e III 6.7.1.

Nas instalações industriais classes II e III, com unidades de processo, os

procedimentos referidos no item 20.7.1 devem possuir instruções claras para o

desenvolvimento de atividades em cada uma das seguintes fases:

a) pré-operação;

b) operação normal;

c) operação temporária;

d) operação em emergência;

e) parada normal;

f) parada de emergência;

g) operação pós-emergência.

Procedimentos Operacionais Classes I e II (Revisão e/ou 6.7.2.

Atualização)

Os procedimentos operacionais referidos no item anterior devem ser

revisados e/ou atualizados, no máximo trienalmente para instalações classes I e

II e quinquenalmente para instalações classe III ou em uma das seguintes

situações:

a) recomendações decorrentes do sistema de gestão de mudanças;

b) recomendações decorrentes das análises de riscos;

c) modificações ou ampliações da instalação;

d) recomendações decorrentes das análises de acidentes e/ou incidentes

nos trabalhos relacionados com inflamáveis e líquidos combustíveis;

e) solicitações da CIPA ou SESMT.

Operações com Inflamáveis 6.7.3.

Nas operações de transferência de inflamáveis, enchimento de recipientes

ou de tanques, devem ser adotados procedimentos para:

a) eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;

b) controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática.

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No processo de transferência de inflamáveis e líquidos combustíveis, deve-

se implementar medidas de controle operacional e/ou de engenharia das

emissões fugitivas, emanadas durante a carga e descarga de tanques fixos e de

veículos transportadores, para a eliminação ou minimização dessas emissões.

Na operação com inflamáveis e líquidos combustíveis, em instalações de

processo contínuo de produção e de Classe III, o empregador deve dimensionar o

efetivo de trabalhadores suficiente para a realização das tarefas operacionais com

segurança.

MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DAS INSTALAÇÕES 6.8.

As instalações classes I, II e III para extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis

devem possuir plano de inspeção e manutenção devidamente documentado.

O plano de inspeção e manutenção deve abranger, no mínimo:

a) equipamentos, máquinas, tubulações e acessórios, instrumentos;

b) tipos de intervenção;

c) procedimentos de inspeção e manutenção;

d) cronograma anual;

e) identificação dos responsáveis;

f) especialidade e capacitação do pessoal de inspeção e manutenção;

g) procedimentos específicos de segurança e saúde; e

h) sistemas e equipamentos de proteção coletiva e individual.

A fixação da periodicidade das inspeções e das intervenções de manutenção

deve considerar:

a) o previsto nas Normas Regulamentadoras e normas técnicas

nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas

internacionais;

b) as recomendações do fabricante, em especial dos itens críticos à

segurança e saúde do trabalhador;

c) as recomendações dos relatórios de inspeções de segurança e de

análise de acidentes e incidentes do trabalho, elaborados pela CIPA

ou SESMT;

d) as recomendações decorrentes das análises de riscos;

e) a existência de condições ambientais agressivas.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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As atividades de inspeção e manutenção devem ser realizadas por

trabalhadores capacitados e com apropriada supervisão.

Deve ser elaborada permissão de trabalho para atividades não rotineiras

de intervenção nos equipamentos, baseada em análise de risco, nos trabalhos:

a) que possam gerar chamas, calor, centelhas ou ainda que envolvam o

seu uso;

b) em espaços confinados, conforme Norma Regulamentadora n.º 33;

c) envolvendo isolamento de equipamentos e bloqueio/etiquetagem;

d) em locais elevados com risco de queda;

e) com equipamentos elétricos, conforme Norma Regulamentadora n.º

10;

f) cujas boas práticas de segurança e saúde recomendem.

INSPEÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO 6.9.

As instalações classes I, II e III para extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis

devem ser periodicamente inspecionadas com enfoque na segurança e saúde no

ambiente de trabalho. Deve ser elaborado, em articulação com a CIPA, um

cronograma de inspeções em segurança e saúde no ambiente de trabalho, de

acordo com os riscos das atividades e operações desenvolvidas.

ANÁLISE DE RISCOS 6.10.

Nas instalações classes I, II e III, o empregador deve elaborar e

documentar as análises de riscos das operações que envolvam processo ou

processamento nas atividades de extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e de líquidos combustíveis.

As análises de riscos da instalação devem ser estruturadas com base em

metodologias apropriadas, escolhidas em função dos propósitos da análise, das

características e complexidade da instalação.

As análises de riscos devem ser coordenadas por profissional

habilitado.

As análises de riscos devem ser elaboradas por equipe

multidisciplinar, com conhecimento na aplicação das metodologias,

dos riscos e da instalação, com participação de, no mínimo, um

trabalhador com experiência na instalação, ou em parte desta, que é

objeto da análise.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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Nas instalações classe I, deve ser elaborada Análise Preliminar de

Perigos/Riscos (APP/APR).

Nas instalações classes II e III, devem ser utilizadas metodologias de

análise definidas pelo profissional habilitado, devendo a escolha levar em

consideração os riscos, as características e complexidade da instalação.

As Análises De Riscos Devem Ser Revisadas 6.10.1.

a) na periodicidade estabelecida para as renovações da licença de

operação da instalação;

b) no prazo recomendado pela própria análise;

c) caso ocorram modificações significativas no processo ou

processamento;

d) por solicitação do SESMT ou da CIPA;

e) por recomendação decorrente da análise de acidentes ou incidentes

relacionados ao processo ou processamento;

f) quando o histórico de acidentes e incidentes assim o exigir.

O empregador deve implementar as recomendações resultantes das

análises de riscos, com definição de prazos e de responsáveis pela execução.

As análises de riscos devem estar articuladas com o Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da instalação.

CAPACITAÇÃO DOS TRABALHADORES 6.11.

Toda capacitação prevista nesta NR deve ser realizada a cargo e custo do

empregador e durante o expediente normal da empresa.

Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III e não

adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,

manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem receber

informações sobre os perigos, riscos e sobre procedimentos para situações de

emergências.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 96

Cursos de Acordo com as Classes I, II ou III 6.11.1.

Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III e

adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos

combustíveis, mas não mantêm contato direto com o processo ou

processamento, devem realizar o curso de Integração.

Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III,

adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos

combustíveis e mantêm contato direto com o processo ou

processamento, realizando atividades específicas, pontuais e de curta

duração, devem realizar curso Básico.

Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II e III,

adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos

combustíveis e mantêm contato direto com o processo ou

processamento, realizando atividades de manutenção e inspeção,

devem realizar curso Intermediário.

Os trabalhadores que laboram em instalações classe I, adentram na

área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,

manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e

mantêm contato direto com o processo ou processamento, realizando

atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar

curso Intermediário.

Os trabalhadores que laboram em instalações classe II, adentram na

área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,

manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e

mantêm contato direto com o processo ou processamento, realizando

atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar

curso Avançado I.

Os trabalhadores que laboram em instalações classe III, adentram na

área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,

manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e

mantêm contato direto com o processo ou processamento, realizando

atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar

curso Avançado II.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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Os profissionais de segurança e saúde no trabalho que laboram em

instalações classes II e III, adentram na área ou local de extração,

produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação

de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto com

o processo ou processamento devem realizar o curso Específico.

Curso de Complementação para as Classes II ou 6.11.2.

III.

Os trabalhadores que realizaram o curso Básico, caso venham a

necessitar do curso Intermediário, devem fazer complementação com

carga horária de 8 horas, nos conteúdos estabelecidos pelos itens 6,

7 e 8 do curso Intermediário, incluindo a parte prática.

Os trabalhadores que realizaram o curso Intermediário, caso venham

a necessitar do curso Avançado I, devem fazer complementação com

carga horária de 8 horas, nos conteúdos estabelecidos pelos itens 9 e

10 do curso Avançado I, incluindo a parte prática.

Os trabalhadores que realizaram o curso Avançado I, caso venham a

necessitar do curso Avançado II, devem fazer complementação com

carga horária de 8 horas, no item 11 e 12 do curso Avançado II,

incluindo a parte prática.

Curso de Atualização para as Classes I, II ou III. 6.11.3.

O trabalhador deve participar de curso de Atualização, cujo conteúdo será

estabelecido pelo empregador e com a seguinte periodicidade:

a) curso Básico: a cada 3 anos com carga horária de 4 horas;

b) curso Intermediário: a cada 2 anos com carga horária de 4 horas;

c) cursos Avançado I e II: a cada ano com carga horária de 4 horas.

Deve ser realizado, de imediato, curso de Atualização para os trabalhadores

envolvidos no processo ou processamento, onde:

a) ocorrer modificação significativa;

b) ocorrer morte de trabalhador;

c) ocorrerem ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras

de 2º ou 3º grau, que implicaram em necessidade de internação

hospitalar;

d) o histórico de acidentes e/ou incidentes assim o exigir.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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O empregador deve estabelecer e manter sistema de identificação que

permita conhecer a capacitação de cada trabalhador, cabendo a este a obrigação

de utilização visível do meio identificador.

PREVENÇÃO E CONTROLE DE VAZAMENTOS, 6.12.

DERRAMAMENTOS, INCÊNDIOS, EXPLOSÕES E EMISSÕES FUGITIVAS.

O empregador deve elaborar plano que contemple a prevenção e controle

de vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões e, nos locais sujeitos à

atividade de trabalhadores, a identificação das fontes de emissões fugitivas.

O plano deve contemplar todos os meios e ações necessárias para

minimizar os riscos de ocorrência de vazamento, derramamento, incêndio e

explosão, bem como para reduzir suas consequências em caso de falha nos

sistemas de prevenção e controle.

O plano deve ser revisado:

a) por recomendações das inspeções de segurança e/ou da análise de

riscos;

b) quando ocorrerem modificações significativas nas instalações;

c) quando da ocorrência de vazamentos, derramamentos, incêndios

e/ou explosões.

Os sistemas de prevenção e controle devem ser adequados aos

perigos/riscos dos inflamáveis e líquidos combustíveis.

Os tanques que armazenam líquidos inflamáveis e combustíveis devem

possuir sistemas de contenção de vazamentos ou derramamentos,

dimensionados e construídos de acordo com as normas técnicas nacionais.

CONTROLE DE FONTES DE IGNIÇÃO 6.13.

Todas as instalações elétricas e equipamentos elétricos fixos, móveis e

portáteis, equipamentos de comunicação, ferramentas e similares utilizados em

áreas classificadas, assim como os equipamentos de controle de descargas

atmosféricas, devem estar em conformidade com a Norma Regulamentadora n.º

10.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 99

Medidas de Controle 6.13.1.

O empregador deve implementar medidas específicas para controle da

geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática em áreas sujeitas à

existência de atmosferas inflamáveis.

Os trabalhos envolvendo o uso de equipamentos que possam gerar

chamas, calor ou centelhas, nas áreas sujeitas à existência de

atmosferas inflamáveis, devem ser precedidos de permissão de

trabalho.

O empregador deve sinalizar a proibição do uso de fontes de ignição

nas áreas sujeitas à existência de atmosferas inflamáveis.

Os veículos que circulem nas áreas sujeitas à existência de

atmosferas inflamáveis devem possuir características apropriadas ao

local e ser mantidos em perfeito estado de conservação.

PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS DA INSTALAÇÃO 6.14.

O empregador deve elaborar e implementar plano de resposta a

emergências que contemple ações específicas a serem adotadas na ocorrência de

vazamentos ou derramamentos de inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios

ou explosões.

O plano de resposta a emergência das instalações classe I, II e III deve ser

elaborado considerando as características e a complexidade da instalação e

conter, no mínimo:

a) nome e função do(s) responsável(eis) técnico(s) pela elaboração e

revisão do plano;

b) nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e

implementação do plano;

c) designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis

pela execução de cada ação e seus respectivos substitutos;

d) estabelecimento dos possíveis cenários de emergências, com base

nas análises de riscos;

e) descrição dos recursos necessários para resposta a cada cenário

contemplado;

f) descrição dos meios de comunicação;

g) procedimentos de resposta à emergência para cada cenário

contemplado;

h) procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades

públicas e desencadeamento da ajuda mútua, caso exista;

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 100

i) procedimentos para orientação de visitantes, quanto aos riscos

existentes e como proceder em situações de emergência;

j) cronograma, metodologia e registros de realização de exercícios

simulados.

O plano de resposta a emergências deve ser avaliado após a realização de

exercícios simulados e/ou na ocorrência de situações reais, com o objetivo de

testar a sua eficácia, detectar possíveis falhas e proceder aos ajustes

necessários.

Os exercícios simulados devem ser realizados durante o horário de

trabalho, com periodicidade, no mínimo, anual, podendo ser reduzida em função

das falhas detectadas ou se assim recomendar a análise de riscos.

Os trabalhadores na empresa devem estar envolvidos nos exercícios

simulados, que devem retratar, o mais fielmente possível, a rotina de

trabalho.

Os integrantes da equipe de resposta a emergências devem ser submetidos

a exames médicos específicos para a função que irão desempenhar, conforme

estabelece a Norma Regulamentadora n.º 7, incluindo os fatores de riscos

psicossociais, com a emissão do respectivo atestado de saúde ocupacional.

A participação do trabalhador nas equipes de resposta a emergências é

voluntária, salvo nos casos em que a natureza da função assim o determine.

COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS 6.15.

O empregador deve comunicar ao órgão regional do Ministério do Trabalho

e Emprego e ao sindicato da categoria profissional predominante no

estabelecimento a ocorrência de vazamento, incêndio ou explosão envolvendo

inflamáveis e líquidos combustíveis que tenha como consequência qualquer das

possibilidades a seguir:

a) morte de trabalhador(es);

b) ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras de 2º ou

3º grau, que implicaram em necessidade de internação hospitalar;

c) acionamento do plano de resposta a emergências que tenha

requerido medidas de intervenção e controle.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 101

A comunicação deve ser encaminhada até o segundo dia útil após a

ocorrência e deve conter:

a) Nome da empresa, endereço, local, data e hora da ocorrência;

b) Descrição da ocorrência, incluindo informações sobre os inflamáveis,

líquidos combustíveis e outros produtos envolvidos;

c) Nome e função da vítima;

d) Procedimentos de investigação adotados;

e) Consequências;

f) Medidas emergenciais adotadas.

O empregador deve elaborar relatório de investigação e análise da

ocorrência, contendo as causas básicas e medidas preventivas adotadas, e

mantê-lo no local de trabalho a disposição da autoridade competente, dos

trabalhadores e seus representantes.

CONTRATANTE E CONTRATADAS 6.16.

A contratante e as contratadas são solidariamente responsáveis pelo

cumprimento desta Norma Regulamentadora.

Das Responsabilidades da Contratante 6.16.1.

Os requisitos de segurança e saúde no trabalho adotados para os

empregados das contratadas devem ser, no mínimo, equivalentes aos

aplicados para os empregados da contratante.

A empresa contratante, visando atender ao previsto nesta NR, deve

verificar e avaliar o desempenho em segurança e saúde no trabalho

nos serviços contratados.

Cabe à contratante informar às contratadas e a seus empregados os

riscos existentes no ambiente de trabalho e as respectivas medidas

de segurança e de resposta a emergências a serem adotadas.

Da Responsabilidade das Contratada 6.16.2.

A empresa contratada deve cumprir os requisitos de segurança e

saúde no trabalho especificados pela contratante, por esta e pelas

demais Normas Regulamentadoras.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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A empresa contratada deve assegurar a participação dos seus

empregados nas capacitações em segurança e saúde no trabalho

promovidas pela contratante, assim como deve providenciar outras

capacitações específicas que se façam necessárias.

TANQUE DE LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS NO INTERIOR DE 6.17.

EDIFÍCIOS

Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão

ser instalados no interior dos edifícios sob a forma de tanque enterrado e

destinados somente a óleo diesel.

Excetuam-se da aplicação os tanques de superfície que armazenem

óleo diesel destinados à alimentação de motores utilizados para a

geração de energia elétrica em situações de emergência ou para o

funcionamento das bombas de pressurização da rede de água para

combate a incêndios, nos casos em que seja comprovada a

impossibilidade de instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal

do edifício.

A instalação do tanque no interior do edifício deve ser precedida de

Projeto e de Análise Preliminar de Perigos/Riscos (APP/APR), ambos

elaborados por profissional habilitado, contemplando os aspectos de

segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas

Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou

omissão destas, nas normas internacionais, bem como nas demais

regulamentações pertinentes, e deve obedecer aos seguintes

critérios:

a) localizar-se no pavimento térreo, subsolo ou pilotis, em área

exclusivamente destinada para tal fim;

b) deve dispor de sistema de contenção de vazamentos:

c) deve conter até 3 tanques separados entre si e do restante da

edificação por paredes resistentes ao fogo por no mínimo 2

horas e porta do tipo corta-fogo;

d) possuir volume total de armazenagem de no máximo 3.000

litros, em cada tanque;

e) possuir aprovação pela autoridade competente;

f) os tanques devem ser metálicos;

g) possuir sistemas automáticos de detecção e combate a

incêndios, bem como saídas de emergência dimensionadas

conforme normas técnicas;

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 103

h) os tanques devem estar localizados de forma a não bloquear,

em caso de emergência, o acesso às saídas de emergência e

aos sistemas de segurança contra incêndio;

i) os tanques devem ser protegidos contra vibração, danos físicos

e da proximidade de equipamentos ou dutos geradores de

calor;

j) a estrutura da edificação deve ser protegida para suportar um

eventual incêndio originado nos locais que abrigam os tanques;

k) devem ser adotadas as medidas necessárias para garantir a

ventilação dos tanques para alívio de pressão, bem como para

a operação segura de abastecimento e destinação dos gases

produzidos pelos motores à combustão.

Os trabalhadores envolvidos nas atividades de operação, inspeção,

manutenção e abastecimento do tanque devem ser capacitados com

curso Intermediário, conforme Anexo II.

DESATIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO 6.18.

Cessadas as atividades da instalação, o empregador deve adotar os

procedimentos necessários para a sua desativação.

No processo de desativação das instalações de extração, produção,

armazenagem, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos

combustíveis, devem ser observados os aspectos de segurança, saúde e meio

ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e,

na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais, bem como nas

demais regulamentações pertinentes em vigor.

PRONTUÁRIO DA INSTALAÇÃO 6.19.

O Prontuário da instalação deve ser organizado, mantido e atualizado pelo

empregador e constituído pela seguinte documentação:

a) Projeto da Instalação;

b) Procedimentos Operacionais;

c) Plano de Inspeção e Manutenção;

d) Análise de Riscos;

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 104

e) Plano de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos,

incêndios e explosões e identificação das fontes de emissões

fugitivas;

f) Certificados de capacitação dos trabalhadores;

g) Análise de Acidentes;

h) Plano de Resposta a Emergências.

O Prontuário da Instalação deve estar disponível às autoridades

competentes, bem como para consulta aos trabalhadores e seus representantes.

As análises de riscos devem estar disponíveis para consulta aos

trabalhadores e seus representantes, exceto nos aspectos ou partes

que envolvam informações comerciais confidenciais.

DISPOSIÇÕES FINAIS 6.20.

Quando em uma atividade de extração, produção, armazenamento,

manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis for caracterizada

situação de risco grave e iminente aos trabalhadores, o empregador deve adotar

as medidas necessárias para a interrupção e a correção da situação.

Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência, devem

interromper suas tarefas, exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem

evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou de outras

pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que

diligenciará as medidas cabíveis. Os tanques, vasos e tubulações que

armazenem/transportam inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser

identificados e sinalizados conforme a Norma Regulamentadora n.º 26.

ANEXO I DA NR-20 6.21.

1. As instalações que desenvolvem atividades de manuseio,

armazenamento, manipulação e transporte com gases inflamáveis acima de 1 ton

até 2 ton e de líquidos inflamáveis e/ou combustíveis acima de 1 m³ até 10 m³

devem contemplar no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, além dos

requisitos previstos na Norma Regulamentadora n.º 9:

a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;

b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com inflamáveis

e/ou líquidos combustíveis;

c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com inflamáveis

e/ou líquidos combustíveis;

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P á g i n a | 105

d) as medidas para atuação em situação de emergência.

1.1 O empregador deve treinar, no mínimo, três trabalhadores da

instalação que estejam diretamente envolvidos com inflamáveis e/ou líquidos

combustíveis, em curso básico previsto no Anexo II.

2. As instalações varejistas e atacadistas que desenvolvem atividades de

manuseio, armazenamento e transporte de recipientes de até 20 litros, fechados

ou lacrados de fabricação, contendo líquidos inflamáveis e/ou combustíveis até o

limite máximo de 5.000 m³ e de gases inflamáveis até o limite máximo de 600

toneladas, devem contemplar no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais,

além dos requisitos previstos na Norma Regulamentadora n.º 9:

a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;

b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com inflamáveis

e/ou líquidos combustíveis;

c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com inflamáveis

e/ou líquidos combustíveis;

d) as medidas para atuação em situação de emergência.

2.1 O empregador deve treinar trabalhadores da instalação que estejam

diretamente envolvidos com inflamáveis, em curso Básico, na proporção definida

na Tabela abaixo.

Capacidade armazenada (gases inflamáveis e/ou

líquidos inflamáveis e/ou combustíveis)

No de trabalhadores

treinados

Acima de 1 ton até 5 ton e/ou acima de 1 m³ até 9

mínimo 2

Acima de 5 ton até 10 ton e/ou acima de 9 m³ até

42 m³

mínimo 3

Acima de 10 ton até 20 ton e/ou acima de 42 m³

até 84 m³

mínimo 4

Para cada 20 ton e/ou 84 m³ mais 2 trabalhadores

3. Aplica-se o disposto nos itens 2 e 2.1 deste Anexo para a instalação de

armazenamento de recipientes de até 20 litros, fechados ou lacrados de

fabricação, contendo líquidos inflamáveis e/ou combustíveis até o limite máximo

10.000 m³ e de gases inflamáveis até o limite máximo 1.200 ton, desde que a

instalação de armazenamento esteja separada por parede da instalação onde

ocorre a fabricação, envase e embalagem do produto a ser armazenado.

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P á g i n a | 106

ANEXO II DA NR-20 6.22.

1) Critérios para Capacitação

a) Capacitação para os trabalhadores que adentram na área e NÃO

mantêm contato direto com o processo ou processamento.

Instalação classe I Instalação classe II Instalação classe III

Curso de Integração (4

horas)

Curso de Integração

(4 horas)

Curso de Integração

(4 horas)

b) Capacitação para os trabalhadores que adentram na área e

mantêm contato direto com o processo ou processamento.

Classe

Atividade

Instalação

Classe I

Instalação

Classe II

Instalação

Classe III

Específica,

pontual e de

curta duração

Curso Básico

(8 horas)

Curso Básico

(8 horas)

Curso Básico

(8 horas)

Manutenção e

inspeção

Curso

Intermediário

(16 horas)

Curso

Intermediário

(16 horas)

Curso Intermediário

(16 horas)

Operação e

atendimento a

emergências

Curso

Intermediário

(16 horas)

Curso Avançado I

(24 horas)

Curso Avançado II

(32 horas)

Segurança e

saúde no

trabalho

Curso Específico

(16 horas)

Curso Específico

(16 horas)

c) Atualização

Curso Periodicidade Carga Horária

Básico Trienal 4 horas

Intermediário Bienal 4 horas

Avançados I e II Anual 4 horas

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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2) Conteúdo programático

a) Curso Integração

Carga horária: 4 horas

1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;

2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;

3. Fontes de ignição e seu controle;

4. Procedimentos básicos em situações de emergência com inflamáveis.

b) Curso Básico

Carga horária: 8 horas

I) Conteúdo programático teórico:

1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;

2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;

3. Fontes de ignição e seu controle;

4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;

5. Procedimentos básicos em situações de emergência com inflamáveis;

II) Conteúdo programático prático:

Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com

inflamáveis.

c) Curso Intermediário

Carga horária: 16 horas

I) Conteúdo programático teórico:

1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;

2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;

3. Fontes de ignição e seu controle;

4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;

5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;

6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;

7. Análise Preliminar de Perigos/Riscos: conceitos e exercícios práticos;

8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis.

II) Conteúdo programático prático:

Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com

inflamáveis.

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P á g i n a | 108

d) Curso Avançado I

Carga horária: 24 horas

I) Conteúdo programático teórico:

1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;

2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;

3. Fontes de ignição e seu controle;

4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;

5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;

6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;

7. Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;

8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis;

9. Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;

10. Planejamento de Resposta a emergências com Inflamáveis;

II) Conteúdo programático prático:

Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com

inflamáveis.

e) Curso Avançado II

Carga horária: 32 horas

I) Conteúdo programático teórico:

1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;

2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;

3. Fontes de ignição e seu controle;

4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;

5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;

6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;

7. Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;

8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis;

9. Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;

10. Planejamento de Resposta a emergências com Inflamáveis;

11. Noções básicas de segurança de processo da instalação;

12. Noções básicas de gestão de mudanças.

II) Conteúdo programático prático:

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P á g i n a | 109

Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com

inflamáveis.

f) Curso Específico

Carga Horária: 16 horas

I) Conteúdo programático teórico:

- Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;

- Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;

- Permissão para Trabalho com Inflamáveis;

- Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;

- Planejamento de resposta a emergências com inflamáveis.

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P á g i n a | 110

METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCOS: CONCEITOS E 7.

EXERCÍCIOS PRÁTICOS

ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) 7.1.

A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste do estudo, durante a fase de

concepção, desenvolvimento de um projeto ou sistema, com a finalidade de se

determinar os possíveis riscos que poderão ocorrer na sua fase operacional e

saná-los para que os mesmos não aconteçam.

A APR é utilizada, portanto, para uma análise inicial, desenvolvida na fase

de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, tendo

especial importância na investigação de sistemas novos de alta inovação e/ou

pouco conhecidos, ou seja, quando a experiência em riscos na sua operação é

deficiente. Apesar das características de análise inicial, é muito útil de se utilizar

como uma ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas já

operacionais, revelando aspectos que às vezes passariam despercebidos.

A APR teve seu desenvolvimento inicial na área militar.

A APR é uma técnica profunda de análise de riscos, mas geralmente

precede a aplicação de outras técnicas mais detalhadas de análise: Estudo de

Perigos e Operabilidade (Hazop), Analise do Tipo e Efeito de Falha (FMEA),

Gretener, já que seu objetivo principal é determinar os riscos e as medidas

preventivas antes da fase operacional.

Os princípios e metodologias da APR consistem em proceder-se uma

revisão geral dos aspectos de segurança de forma padronizada.

Descrição E Caracterização Dos Riscos 7.1.1.

A partir da descrição dos riscos são identificadas as causas (agentes) e

efeitos (consequências) dos mesmos, o que permitirá a busca e elaboração de

ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas.

A priorização das ações é determinada pela caracterização dos riscos, ou

seja, quanto mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser

preservada.

Diante de qualquer tipo de risco no ambiente de trabalho, deve-se realizar

antecipadamente um estudo técnico, de forma a eliminar as fontes de risco à

segurança do trabalhador. Ao fazer a medição do risco, deve-se indicar, por

exemplo, qual equipamento de proteção individual (EPI) será capaz de reduzir ou

até mesmo acabar com a insalubridade.

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P á g i n a | 111

Medidas de Controle e Prevenção 7.1.2.

A APR tem sua importância maior no que se refere à determinação de uma

série de medidas de controle e prevenção de riscos, desde o início operacional do

sistema, permitindo revisões de projeto em tempo hábil, com maior segurança,

além de definir responsabilidades no que se refere ao controle de riscos.

a) Revisão de problemas conhecidos: consiste na busca de analogia ou

similaridade com outros sistemas, para determinação de riscos que

poderão estar presentes no sistema que está sendo desenvolvido,

tomando como base a experiência passada.

b) Revisão da missão a que se destina: atentar para os objetivos,

exigências de desempenho, principais funções e procedimentos,

ambientes onde se darão as operações, etc. Enfim, consiste em

estabelecer os limites de atuação e delimitar o sistema que a missão

irá abranger: a que se destina, o que e quem envolve e como será

desenvolvida.

c) Determinação dos riscos principais: identificar os riscos potenciais

com potencialidade para causar lesões diretas e imediatas, perda de

função (valor), danos a equipamentos e perda de materiais.

d) Determinação dos riscos iniciais e contribuintes: elaborar séries de

riscos, determinando para cada risco principal detectado, os riscos

iniciais e contribuintes associados.

e) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: elaborar um

debate "brainstorming" para levantamento dos meios passíveis de

eliminação e controle de riscos, a fim de estabelecer as melhores

opções, desde que compatíveis com as exigências do sistema.

f) Analisar os métodos de restrição de danos: pesquisar os métodos

possíveis que sejam mais eficientes para restrição geral, ou seja,

para a limitação dos danos gerados caso ocorra perda de controle

sobre os riscos.

g) Indicação de quem será responsável pela execução das ações

corretivas e/ou preventivas: Indicar claramente os responsáveis pela

execução de ações preventivas e/ou corretivas, designando também,

para cada unidade, as atividades a desenvolver.

A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi

colocado, necessita às vezes de ser complementada por técnicas mais detalhadas

e apuradas. Em sistemas que sejam já bastante conhecidos, cuja experiência

acumulada conduz a um grande número de informações sobre riscos, esta

técnica pode ser utilizada de modo auxiliar.

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P á g i n a | 112

Análise De Falha Humana 7.1.3.

Segundo os especialistas em HRA (Human Reliability Analysis; em

português: 'análise de confiabilidade humana'), pelo menos 70% dos acidentes

são causados por falha humana. De acordo com o livro Human Reliability

Analysis, sobre confiabilidade humana, as tecnologias atuais ganharam riscos que

afetam e são afetados pelas ações realizadas por pessoas em situações normais

(de operação corriqueira), de manutenção, e obviamente, de emergência. Os

autores estimam a taxa de risco devido à ação humana em algumas indústrias: a

Indústria Nuclear: entre 50 e 70%; a Indústria Petrolífera: 70%; a Indústria da

Aviação: 50%.

Embora pareça que o ser humano seja o culpado por toda a falha, já que

foi o último envolvido na ação, esta falha começa mesmo no projeto de

construção de um sistema tecnológico. O problema é que estas falhas de projeto

e construção são numerosas e geralmente erroneamente entendidos como falhas

do usuário. O fato é que certos componentes do sistema – como complexidade

e perigos – podem colocar o usuário em situações em que não é possível realizar

com sucesso algumas ações, como foi o projeto. Os erros dos operadores em

algumas tecnologias são forçados pela própria tecnologia e suas condições.

Assim, os autores concluem que o risco sempre terá um fator humano.

Ademais, esta contribuição humana para o risco pode ser entendida, avaliada e

quantificada aplicando-se técnicas da HRA. Em última análise, trata-se de

calcular a probabilidade de que um conjunto de ações humanas sejam

executadas com sucesso num tempo estabelecido ou numa determinada

circunstância.

PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E DE AVALIAÇÃO E 7.2.

CONTROLE DE RISCOS

É recomendado que os processos de identificação de perigos e de avaliação

e controle de riscos sejam documentados e incluam os seguintes elementos:

Identificação de perigos;

Avaliação de riscos, considerando as medidas de controle existentes

(ou propostas), levando em conta a exposição a perigos específicos, a

probabilidade de falha das medidas de controle e a possível gravidade

das consequências de lesões ou danos;

Avaliação de sua tolerabilidade aos riscos remanescentes (residuais);

Identificação de quaisquer medidas adicionais de controle de riscos

necessárias;

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P á g i n a | 113

Avaliação de se as medidas de controle de riscos são suficientes para

reduzir os riscos a um nível tolerável.

Além disso, é recomendado que os processos incluam a definição dos

seguintes itens:

Natureza, duração, escopo e metodologia para todas as formas de

identificação de perigos e de avaliação e controle de riscos que serão

utilizadas;

Legislação aplicável de SST ou outros requisitos;

Funções e autoridades do pessoal responsável pelo desempenho dos

processos;

Requisitos de competência e necessidades de treinamento do pessoal

designado para conduzir os processos. (Dependendo da natureza ou

do tipo de processos a serem utilizados, pode ser necessário que a

organização contrate uma consultoria ou serviços externos);

Uso de informações provenientes de consultas aos funcionários,

análises críticas e atividades de melhoria (tais atividades podem ser

tanto de natureza reativa como de natureza pró-ativa);

Modo como são considerados os riscos de erros humanos dentro dos

processos que estão sendo examinados;

Perigos oriundos de materiais, instalações ou equipamentos que se

degradam com o passar do tempo, especialmente quando estes estão

armazenados.

Ações Subsequentes 7.2.1.

Para acompanhar o desempenho dos processos de identificação de perigos

e de avaliação e controle de riscos:

É recomendado que haja clara evidência de que quaisquer ações

corretivas ou preventivas, identificadas como necessárias, são

monitoradas para serem concluídas no prazo previsto (isso pode

exigir que sejam conduzidos processos adicionais de identificação de

perigos e de avaliação de riscos, que reflitam as alterações propostas

nas medidas de controle de riscos e proporcionem estimativas

revisadas dos riscos residuais);

É recomendado que se comunique à Administração os resultados e o

progresso alcançado, ao término das ações corretivas e preventivas,

como entrada para a análise crítica pela Administração e para o

estabelecimento de objetivos novos ou revisados de SST;

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P á g i n a | 114

É recomendado que a organização se posicione de tal forma que

possa determinar se a competência do pessoal responsável por

tarefas perigosas específicas é consistente com a competência

especificada através do processo de avaliação de riscos, no

estabelecimento dos controles de riscos necessários;

É recomendado que a informação proveniente de experiências

operacionais subsequentes seja utilizada, quando aplicável, para

modificar os processos ou os dados nos quais esses processos estão

baseados.

Treinamento, Conscientização e Competência 7.2.2.

Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a empresa deve estabelecer um

procedimento para identificar e prover as competências necessárias para se

exercer cada um dos cargos existentes, podendo considerar as seguintes fontes:

Demandas relacionadas aos objetivos e programas de gestão de

Segurança e Saúde no Trabalho;

Requisitos legais e outras exigências;

Procedimentos e instruções de segurança;

Resultados de avaliações de desempenho de equipes;

Identificação dos perigos e avaliação dos riscos;

Antecipação das necessidades de sucessão de gerentes e da força de

trabalho;

Alterações em processos, ferramentas e equipamentos.

As competências podem ser estabelecidas em documentos, que é utilizado

como base para a realização de novas contratações, mudanças de funções e para

a identificação de necessidades de novos treinamentos, para a garantia de que

não haja pessoas inabilitadas realizando atividades.

Preparação e Atendimento a Emergência 7.2.3.

Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a organização deve analisar

criticamente os planos e procedimentos de preparação e atendimento a

emergências, especialmente após a ocorrência de incidentes ou situações de

emergência. Com base nos perigos existentes, deve-se identificar as hipótese de

emergências, considerando todos os novos perigos que possam surgir e suas

decorrentes hipóteses de emergência, como por exemplo, novas instalações,

novos equipamentos, introdução de novos materiais e serviços.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 115

Nenhuma atividade pose ser realizada de maneira totalmente segura. Desta

forma, a empresa deve ter planos ou procedimentos que definam como agir em

uma eventual situação de emergência, o que poderá se tornar a diferença entre

um pequeno acidente e evento catastrófico.

Medição e Monitoramento do Desempenho 7.2.4.

Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), as empresas devem aumentar sua

capacidade de julgamento analítico por meio da obtenção de informações

atualizadas que lhes permitam construir estratégias consistentes para abordar

seus problemas.

Devem também, identificar quais elementos chave para o desempenho em

Segurança e Saúde no Trabalho (processos, programas, objetivos, procedimentos

etc.) devem ser medidos e monitorados, estabelecendo procedimentos para a

coleta, processamento dos dados e para a avaliação das informações de modo

que permita a tomada de decisões e a intervenção.

Este requisito estabelece alguns elementos que devem obrigatoriamente

ser medidos e monitorados, como por exemplo, o atendimento dos objetivos e

das leis e normas aplicáveis, os acidentes e quase acidentes. Recomenda-se que

o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde contemple entre seus elementos

mecanismos adequados para obter e processar informações que sejam capazes

de proporcionar não somente interpretações adequadas sobre os eventos

passados, mas assegurar a compreensão dos processos organizacionais a fim de

que essas informações possam ser incorporadas ao ciclo de melhoria contínua.

Este requisito também exige que, com base em suas formas de medição e

monitoramentos, devem ser identificados e controlados os equipamentos de

medição utilizados. Essa exigência busca assegurar que os equipamentos

utilizados estejam adequados ao seu uso e com a precisão exigida, garantindo a

confiabilidade das medições realizadas.

Acidentes, Incidentes, Não Conformidades, Ações 7.2.5.

Preventivas e Corretivas

Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), estes procedimentos devem

requerer que toda ação preventiva e corretiva proposta seja analisada

criticamente durante o processo de avaliação de riscos antes de sua

implementação. Qualquer ação preventiva ou corretiva tomada para eliminar as

causas das não conformidades, reais ou potenciais, deve ser adequada à

magnitude dos problemas, e proporcional aos riscos de segurança e saúde no

trabalho encontrado.

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P á g i n a | 116

A organização deve implementar e registrar quaisquer mudanças nos

procedimentos documentados resultantes das ações preventivas e corretivas. A

empresa deve estabelecer um procedimento com a sistemática para a

identificação e para a análise das não conformidades, acidentes e incidentes, e

para a subsequente tomada de ações corretivas e preventivas.

Quando a empresa cria um espaço facilitador para tratar dos problemas ali

existentes, nas suas dimensões de efeitos e causas, é possível melhorar, de

forma considerável, a visão dos problemas em sua verdadeira essência e dar-lhes

a solução adequada. Assim, este requisito tem ligação direta com o conceito de

retroação, pois objetiva garantir ao sistema de gestão uma melhoria do

desempenho com base nos problemas detectados, sejam eles reais ou potenciais.

O procedimento exigido por este requisito deve contemplar os seguintes itens

básicos:

Formas de identificação das não conformidades, acidentes e quase

acidentes;

Técnicas utilizadas para a investigação das causas;

Forma de planejamento das ações necessárias (de correção,

corretivas ou preventivas), incluindo a definição de prazos e

responsáveis;

Forma de acompanhamento da implementação das ações planejadas;

Forma de avaliação da eficácia das ações implementadas.

As ações corretivas e preventivas devem ser analisadas pelo processo de

identificação de perigos e riscos, pois os acidentes ou quase acidentes podem ser

resultantes de um perigo que não foi identificado, ou que não foi controlado de

maneira eficaz, além da possibilidade de surgirem perigos resultantes das ações

estabelecidas.

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO 7.3.

O objetivo deste módulo é apresentar um estudo de caso referente à

aplicação de técnicas de análise de risco para Posto de Combustíveis.

Foram considerados postos de combustíveis utilizando diferentes tipos de

combustíveis:

• Gasolina

• Diesel

• Álcool

• Gás Natural Veicular

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P á g i n a | 117

Os sistemas analisados nas instalações incluíram as operações de

recebimento, estocagem e abastecimento de combustíveis.

Etapas Do Estudo 7.3.1.

A primeira etapa de um estudo de Análise de Risco é definição de qual é a

técnica mais apropriada à instalação a ser avaliada.

Tipicamente, todo estudo de Análise de Risco inicia-se com a identificação

dos perigos existentes, sendo utilizada nesta etapa a técnica de Análise

Preliminar de Perigos (APP).

Em seguida a esta etapa inicial, poderá haver desdobramentos, com a

Análise de Vulnerabilidade, cujo objetivo é definição dos efeitos potenciais dos

cenários acidentais identificados na APP, que possam levar à ocorrência de

vítimas fatais.

Caso esta análise não seja suficiente para garantir a aceitabilidade dos

riscos, por exemplo, em caso de haver grande número de pessoas que possam

ser atingidas pelos efeitos de um acidente, deverá ser realizada uma Análise

Quantitativa de Riscos.

Nestas duas etapas são utilizados softwares específicos que irão a partir

dos dados de operação das instalações e da região, calcular os efeitos dos

acidentes.

Após a conclusão do estudo de Análise de Risco, é recomendada a

elaboração de um Programa de Gerenciamento de Risco, incluindo o Plano de

Ação de Emergência.

Etapas:

1ª Etapa: Identificação dos Cenários de Acidente - Análise Preliminar de

Perigos (APP)

2ª Etapa: Vulnerabilidade (Abrangência dos Acidentes) – Uso de Software

Específicos

3ª Etapa: Análise Quantitativa De Riscos (Risco Social e Individual) - Uso

de Software Específicos

4ª Etapa: Elaboração do Plano de Gerenciamento de Risco e Plano de Ação

de Emergência (PAE) - Estrutura Básica/Recursos - Procedimentos - PEI -

Processo de Melhoria Contínua

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P á g i n a | 118

Análise Preliminar De Perigo 7.3.2.

A etapa inicial APP, tem como objetivo identificar os possíveis cenários

acidentais que podem ocorrer na instalação em análise. Os perigos principais

identificados para Postos de Combustíveis, juntamente com suas causas e

efeitos, estão indicados na Tabela abaixo, respectivamente.

Para cada um destes conjuntos de Perigo-Causa-Efeito são classificadas

suas frequências de ocorrência e severidade dos efeitos, utilizando-se matrizes

de risco, tal como a indicada a seguir.

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Desta forma, é construída a planilha de APP, conforme exemplificado a

seguir.

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Análise De Vulnerabilidade 7.3.3.

A Análise de Vulnerabilidade, cujo objetivo é definir os alcances para os

efeitos que podem ser gerados nos cenários acidentais identificados na APP,

como incêndio em poça, jato de fogo, incêndio em nuvem, explosão em nuvem e

outros. Devem ser selecionados para esta análise os cenários mais significativos

em termos de maiores inventários e produtos com maiores potenciais de danos

às pessoas, instalações e meio ambiente. A classificação de severidade da APP é

um indicativo para a seleção destes cenários, utilizando-se, por exemplo, aqueles

que tiverem potencial para ocorrência de fatalidades.

No estudo de caso de Postos de Combustíveis foram selecionados:

• Liberação de Gás Natural, com formação de jato de fogo, incêndio

em nuvem e explosão em nuvem;

• Liberação de Gasolina/Óleo Diesel, com incêndio em poça.

• Alcances para Cenários Acidentais de Postos de Combustíveis

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P á g i n a | 121

Análise Quantitativa De Riscos 7.3.4.

Considerando-se a distribuição populacional da região, deve-se observar se

existem áreas habitacionais que são atingidas pelos efeitos dos cenários

acidentais, como residências, escolas, hospitais e comércio. Caso sejam

identificadas regiões nestas condições, o estudo de Análise de Risco deverá

passar para a etapa de Análise Quantitativa de Riscos. No estudo de caso

apresentado, os limites para os efeitos físicos calculados no Posto de

Combustíveis não atingem áreas habitacionais, sendo o estudo de Análise de

Risco finalizado com a etapa de Análise de Vulnerabilidade.

• Deve-se avaliar, após a realização da Análise de Vulnerabilidade se

áreas habitacionais são atingidas (residências, escolas, hospitais,

comércio); e

• Caso estas sejam atingidas, deve ser realizado o cálculo do risco e

comparado o resultado com o critério de aceitabilidade

estabelecido para o estudo.

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PERMISSÃO PARA TRABALHO COM INFLAMÁVEIS 8.

“Item 20.8.8 Deve ser elaborada permissão de trabalho para atividades não

rotineiras de intervenção nos equipamentos, baseada em análise de risco, nos

trabalhos:

a) que possam gerar chamas, calor, centelhas ou ainda que envolvam o

seu uso;

b) em espaços confinados, conforme Norma Regulamentadora n.º 33;

c) envolvendo isolamento de equipamentos e bloqueio/etiquetagem;

d) em locais elevados com risco de queda;

e) com equipamentos elétricos, conforme Norma Regulamentadora n.º

10;

f) cujas boas práticas de segurança e saúde recomendem”.

A Permissão de Trabalho referida no item 20.8.8 é uma autorização formal

e compartilhada, obtida a partir de um planejamento, para a execução de uma

determinada atividade não rotineira, de um evento de inspeção e manutenção,

por um período pré-determinado em que haja a necessidade de se tomar um

conjunto de medidas de controle, considerando os aspectos de segurança, saúde

e meio ambiente que impactem sobre a integridade dos trabalhadores.

“Item 20.8.8.1 As atividades rotineiras de inspeção e manutenção devem

ser precedidas de instrução de trabalho”.

A Instrução de Trabalho referida no item 20.8.8.1 é uma descrição de

forma sequencial e detalhada, passo a passo, das atividades rotineiras de um

evento de inspeção e manutenção, considerando os aspectos de segurança,

saúde e meio ambiente que impactem sobre a integridade dos trabalhadores. A

nomenclatura atribuída a este documento (Instrução de Trabalho) pode variar de

empresa para empresa, desde que o seu conteúdo atenda às premissas definidas

neste item. O Prontuário deve conter o registro da nomenclatura adotada.

“Item 20.8.9 O planejamento e a execução de paradas para manutenção de

uma instalação devem incorporar os aspectos relativos à segurança e saúde no

trabalho”

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“MODELO DE PERMISSÃO DE TRABALHO”

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ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS: ANÁLISE DE CAUSAS E 9.

MEDIDAS PREVENTIVAS

Quando abastecemos o carro em um posto, não nos damos conta de como

aquele combustível foi parar ali e, muito menos, de como e quando o próprio

posto é abastecido. Também não fazemos ideia de outro dado curioso: depois da

água, o líquido mais volumoso do mundo é o ácido sulfúrico, altamente corrosivo.

E de que esta e outras substâncias usadas no refino de petróleo e na fabricação

de produtos como fertilizantes, detergente, papel, explosivos, tintas e pigmentos

viajam diariamente carregadas em tambores de caminhões. O vazamento de

cargas como álcool combustível ou ácido sulfúrico pode causar muitos problemas.

O primeiro, por ser inflamável e volátil, ao evaporar transforma-se numa nuvem

explosiva, que pode ser ativada por uma simples bituca de cigarro. O segundo,

quando em contato com a pele, pode provocar queimaduras graves. Além disso,

o vazamento de qualquer produto químico também tem chances de contaminar

cursos d’água e o solo. Esses são apenas dois exemplos de uma lista de 3,5 mil

sustâncias escoadas pelas estradas do país com destino a diversos setores

industriais, que exigem cuidados extremos por conter propriedades físico-

químicas, biológicas ou radioativas que causam danos à saúde e ao meio

ambiente. Não à toa, existe uma extensa legislação, além de normas técnicas,

certificações e licenças para controlar o uso e o transporte de cargas perigosas.

TRANSPORTE DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL 9.1.

Até 2011, segundo o Ministério dos Transportes, 641 mil transportadores e

mais de 1,6 milhão de veículos estavam inscritos no Registro Nacional de

Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), exigido para exercer a atividade

em qualquer via pública do país. O modal rodoviário corresponde a cerca de 70%

do transporte de mercadorias brasileiras, incluindo cargas perigosas e seu

complexo sistema de segurança que, pelo número de acidentes apurados, ainda é

falho. Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado

de São Paulo (Cetesb), dos 8,5 mil acidentes registrados no período de 1978 a

março de 2011, quase metade (42,1%) aconteceram nas rodovias, em maior

parte na região metropolitana paulista. Os líquidos inflamáveis estão entre as

substâncias mais envolvidas em acidentes com cargas perigosas (33,1%),

gerando derramamentos, incêndios e explosões. Nos últimos 12 anos, 114

trabalhadores e 16 civis morreram em impactos com carregamentos de produtos

perigosos e 12 trabalhadores e 3 civis, devido ao contato com as substâncias.

Mais de 2 mil pessoas foram evacuadas dos locais atingidos para que não fossem

contaminadas.

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O vazamento de líquidos inflamáveis em nossas estradas é uma constante

desde os anos 1970 – período em que o país intensificou a atividade industrial,

inclusive do setor químico –, o que obriga as transportadoras a capacitar cada

vez mais seus profissionais para impedir ou reduzir danos causados por

acidentes. Motoristas precisam ter em mãos a habilitação, o registro de um

treinamento especial para levar cargas perigosas, uma ficha de emergência com

informações sobre o produto transportado e um kit com equipamentos de

proteção individual (EPI) para lidar com vazamentos.

É o caso das rodovias do estado de São Paulo, cuja eficiência do

atendimento se justifica pelo fato de que o estado concentra mais da metade das

fábricas de produtos químicos de uso industrial do país. Segundo a Abiquim, de

um total de 1.056 fábricas, 57% ficam em São Paulo; 71%, no Sudeste; 16%, no

Sul; e 11%, na região Nordeste.

ACIDENTE COM PRODUTOS PERIGOSOS/IMPACTO AMBIENTAL 9.2.

Em cada acidente com produtos perigosos na estrada, uma porção da

atmosfera, do solo, de rios e córregos e, em alguns casos, do mar pode ser

afetada, incluindo também a fauna e a flora ali presentes. Desde 2006, o

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(Ibama) faz um levantamento anual de acidentes ambientais com o objetivo de

orientar as empresas responsáveis a evitá-los – isso envolve o transporte

rodoviário de cargas perigosas, mas também as plataformas de petróleo, o

transporte marítimo e as próprias sedes das indústrias, entre outros nichos que

envolvam processos com produtos danosos à natureza. Em seis anos, o órgão

contabilizou no país 2.594 acidentes, dos quais 713 ocorreram em 2011 –

primeira vez, inclusive, a se ter uma baixa no total de acidentes desde o início

das apurações. No período de 2006 a 2010, os acidentes aumentaram

gradativamente de 67 para 243 casos por ano. E o Sudeste do país foi (de novo)

o mais atingido. Em 2011, registrou 67% dos acidentes – 24,8%, em São Paulo.

Não surpreende que a maioria dos acidentes do país (33%) tenha ocorrido em

rodovias, reafirmando nosso tipo de transporte mais usado para o carregamento

de substâncias perigosas – enquanto outros modais apontaram números bem

mais modestos (7% em dutos, 6% em embarcações, 4% em ferrovias). Para o

Ibama, o cenário mais violento nas estradas paulistas se justifica pelo fato de o

estado sediar numerosas indústrias do setor, além de escoar a produção

originária de campos de exploração de petróleo próximos ao litoral do estado e

de contar com importantes portos, que recebem e dispensam muitas cargas.

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IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS/INFLAMÁVEIS E 9.3.

IMBATÍVEIS

Para identificar os produtos perigosos que viajam em caminhões,

embarcações, dutos e trens, a Organização das Nações Unidas (ONU) dividiu-os

em nove classes e subclasses de risco. Cada produto tem um número de

identificação que indica como a substância reage em casos de vazamentos. Os

líquidos inflamáveis estão na classe 3, descritos como “líquidos, mistura de

líquidos ou líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão, que

produzam vapor inflamável a temperaturas de até 60,5°C”. É aí que entram os

derivados de petróleo e os biocombustíveis, que correspondem a um grande

volume de produtos perigosos transportados no país. As outras oito classes e

subclasses de produtos identificados pela ONU são a dos gases (2), sólidos

inflamáveis (4), substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos (5), substâncias

tóxicas e infectantes (6), corrosivos (8) e substâncias e artigos perigosos

diversos (9). “São centenas de produtos, cada um com suas particularidades

físico-químicas descritas na chamada Ficha de Informações de Segurança de

Produtos Químicos [Fispiq], uma espécie de DNA que orienta equipes de

emergência, policiais, bombeiros e médicos”, conforme Manual para Atendimento

a Emergências com produtos perigosos (ABIQUIM). Nas rodovias, é possível

reconhecer as cargas por meio de um painel de segurança e um rótulo de risco

estampados no caminhão, cujos números e símbolos obedecem a padrões

técnicos definidos na legislação do transporte de produtos perigosos. O rótulo dos

líquidos inflamáveis, por exemplo, contém o símbolo de uma chama, indicativo de

perigo de incêndio. A partir dessas informações, já é possível acionar o corpo de

bombeiros e a polícia rodoviária caso o motorista do caminhão esteja

incapacitado.

O Que Diz A Legislação 9.3.1.

Existe uma rigorosa lista de exigências que cada detalhe do deslocamento

de um produto perigoso impõe aos fabricantes, às transportadoras e às indústrias

receptoras. O transporte rodoviário de produtos perigosos é hoje uma das

atividades mais controladas e regulamentadas do país. A recente Lei

Complementar nº 140, criada em 8 de dezembro de 2011, passou a estabelecer

que o controle ambiental sobre o transporte interestadual terrestre de produtos

perigosos é uma tarefa da União. Desde então, isso é feito pela emissão de um

Certificado de Regularidade do Ibama – com validade de três meses – dado às

transportadoras, que devem responder ao cumprimento de exigências ambientais

previstas em leis, resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e

portarias e instruções normativas do Ibama.

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Até 2011, antes da criação da lei complementar, o órgão ambiental de cada

estado era responsável por emitir uma licença específica para a circulação em

suas rodovias. Ou seja, existiam 25 licenças para o transporte rodoviário de

produtos perigosos, uma em cada unidade da Federação. A nova regra, porém,

só vale para o transporte interestadual. São regulamentadas também a

instalação e operação dos produtos, a disposição de resíduos e o transporte de

produtos radioativos, nucleares ou controlados pelo exército, entre outras

atividades que, se forem feitas sem a anuência de órgãos de diversas esferas do

governo, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Instituto

Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), geram multas de R$

500 a R$ 2 milhões – quantia cinco vezes maior quando a irregularidade envolver

substâncias nucleares ou radioativas.

TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS/MODAL SEGURO 9.4.

O transporte de produtos perigosos no Brasil conta com disparidades que

talvez contribuam para esse grande contexto de risco. O modal rodoviário, que

teve sua infraestrutura fortemente desenvolvida no país a partir dos anos 1950 –

enquanto os trilhos de trem, mais seguros, iam sendo pouco a pouco sucateados

–, é hoje o único que conta com vias interligando todos os estados do país. E

nem por isso se garante a manutenção frequente de uma extensão de mais de

1,7 milhão de quilômetros de rodovias, dos quais apenas 196 mil estão

completamente pavimentados. Recentemente, as indústrias brasileiras se

mostraram descontentes com os gastos para manutenção de veículos devido à

falta de infraestrutura das estradas. Segundo um estudo da Federação das

Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), rodovias (e portos) em mau estado

geram a demanda extra de R$ 17 bilhões ao ano. Aí está mais um motivo para

tantos acidentes com produtos perigosos – e um custo, muitas vezes irreversível,

para muitas vidas e para o meio ambiente.

Na Hora do Acidente 9.4.1.

Medidas iniciais

Se o líquido combustível vazar, seu vapor, invisível, pode formar uma

atmosfera explosiva sensível aq qualquer faísca. O operador veste os

equipamentos de segurança (máscara, capacete, avental) e isola a área com

cones, fitas e placas indicativas de perigo.

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Prevenindo explosões

Ferramentas comuns, de aço carbono, são evitadas, pos seu atrito gera

faísca. No lugar, são usadas as de cobre ou de ligas especiais. À noite, usam-se

lanternas à prova de explosão, entre outros equipamentos antifaiscantes.

Resíduos

A queipe de emergência recolhe o produto, a terra e outros produtos

atingidos.

Produtos corrosivos

Se o vazamento for de substância corrosiva, como ácido sulfúrico 98%,

deve-se evitar contato com a pele e olhos. A equipe joga cal sobre o ácido

vazado. Como a cal tem caráter básico (ou alcalino), ela reage com oácido,

neutralizando-o.

Identidade dos Produtos 9.4.2.

O painel de segurança e o rótulo de risco estampados no caminhão

especificam informações básicas sobre a substância carregada e orientam

equipes de emergência no atendimento a vítimas e na contenção do vazamento.

Saiba como fundionam:

Painel

Na parte superior, os três algarismos indicam o número de risco. Neste

exemplo, o primeiro corresponde à classe dos gases, o segundo, dos tóxicos, e o

terceiro, dos inflamáveis. Ou seja, trata-se de um gás tóxico e inflamável.

Abaixo, os quatro algarismos indicam o número da ONU.

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Rótulo

O losango contém a descrição da natureza do produto e o número de sua

classe ou subclasse de risco. Entre os mais conhecidos estão os líquidos

inflamáveis, representados por uma chama, os corrosivos, cuja figura acentua o

perigo no contato com a pele, e os tóxicos, cujo símbolo é uma caveira.

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INCÊNDIOS ENVOLVENDO INFLAMÁVEIS LÍQUIDOS 9.5.

No mês de abril de 2015, um incêndio envolvendo inflamáveis, na cidade

de Santos (SP), levou oito dias para ser controlado pelos bombeiros. Felizmente,

o incêndio não fez vítimas, mas é inegável que as perdas materiais para a

empresa foram substanciais, além dos impactos ao meio ambiente. As empresas

que mantém inflamáveis em suas instalações devem promover ações de

prevenção continuamente para evitar que pequenas ocorrências se transformem

em grandes acidentes.

Os líquidos inflamáveis fazem parte de vários processos industriais, onde

nem sempre é possível sua substituição por produtos não inflamáveis. Assim, a

indústria moderna teve de se adaptar ao trabalho sob condições de risco, ou até

mesmo perigo, administrando esta questão no seu dia a dia.

Várias medidas de proteção devem ser implementadas para se evitar o

princípio de incêndio. O controle dos produtos ou materiais que podem dar início

a um acidente é algo de grande importância. Porém, o cuidado deve ser maior,

primeiramente, na prevenção de liberação de concentração de vapores que

podem, potencialmente, dar início a um incêndio.

Os líquidos inflamáveis são comumente utilizados na indústria para várias

finalidades, no entanto, apesar de sua versatilidade quanto ao uso, representam

acentuado risco de incêndio quando não são manuseados de maneira adequada.

Os inflamáveis, quando em caso de incêndio, geram fogo intenso, o qual se

alastra com rapidez, podendo se tornar incontrolável. Entretanto, se os

inflamáveis forem utilizados de forma racional, manuseados e estocados em

ambiente seguro, muitos incêndios envolvendo líquidos inflamáveis poderiam ser

evitados, reduzindo-se assim, perdas de vidas, de patrimônio e de negócios,

além de danos ao Meio Ambiente.

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O manuseio da maioria dos líquidos inflamáveis, os quais geram vapores

inflamáveis, requer grande atenção e cuidado, pois estas substâncias tem seu

potencial de inflamação facilmente ampliada por fontes de ignição com baixa

energia, a exemplo da eletricidade estática. Os líquidos inflamáveis queimam

rápido e liberam muito calor. Os vapores dos inflamáveis também possuem as

mesmas propriedades dos fluidos e, normalmente, são mais pesados do que o ar

e se instalam próximos ao nível do solo. Ou seja, todo cuidado nunca é suficiente

com esta questão.

Portanto, concluímos que a questão envolvendo acidentes com líquidos

inflamáveis é bastante abrangente e deve fazer parte de uma cultura de

prevenção na atuação da empresa. Para tanto, a contratação de serviços e

profissionais especializadas para elaborar um plano de gestão de riscos é mais do

que recomendada.

Incêndio em Tanques de Combustível 9.5.1.

O incêndio, nos seis tanques de combustível – álcool anidro e gasolina – da

Ultracargo, terminal localizado no Porto de Santos, no litoral sul paulista, que

durou nove dias – começando no dia 2 de abril e sendo debelado, totalmente, no

dia 9. O grande erro num acidente ou desastre, e esse foi o caso desse incêndio,

é que vários fatores não foram levados em consideração. Acrescentando que não

se tem um incidente por um único erro, mas por uma sucessão deles. No caso

específico da Ultracargo, o armazenamento estava muito próximo, não foi

obedecida à distância necessária entre os reservatórios para que o fogo não se

propagasse tão rápido como ocorreu e não havia um sistema de espuma dentro

dos reservatórios. Outro problema apontado é com relação ao tanque de

decantação: “Quando há um vazamento, que também é uma das possibilidades

de se iniciar um incêndio, ele deveria ser escoado para um tanque de

decantação, os projetos não têm essa previsão. Isso é uma situação básica de

projeto de engenharia de segurança.”

Faz-se uma instalação onde as preocupações são com a produção e conta-

se com a sorte de que nunca vai acontecer nada. Um complexo petroquímico,

como é o caso da Ultracargo, está classificado na área de alto risco. Deve-se

pensar e planejar a partir do que pode acontecer nesses acidentes.

O projeto de engenharia de segurança é feito para prever as tragédias. “Se

você não quer que aconteça um desastre se prepare para ele”.

O incêndio nos tanques da Ultracargo tem sido classificado como o segundo

maior do mundo em emprego de pessoal no combate às chamas. Fora o corre-

corre tradicional em acidentes dessa ordem no porto e a falta de estrutura

adequada, cabe perguntar se esse triste cenário não poderia ter sido evitado.

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No licenciamento de projeto de tanques de combustíveis deve ter ao menos

três aprovações: Meio Ambiente, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP) e Prefeitura Municipal de Santos. A regra é que o tanque

seja imerso em aterro de igual volume do tanque.

A Ultracargo defendeu a piscina de uso para todos os tanques com volume

dos tanques na piscina. Todos os órgãos licenciadores toleraram e aprovaram

essa proposta. Nela os tanques ficam mais próximos que no do aterro e os dois

lados se alimentam: por exemplo, um tanque a 800° C alimenta de calor o ao

lado a 20° C. A piscina única mistura o risco de todos os tanques. Passados seis

dias, nesta terça-feira (8/4), a cor da fumaça mudava de tom de cinza ao longo

do dia, aparentando a queima de produtos diferentes. É preciso esclarecer se

conseguiram tirar todos os produtos.

A central de comando opera normalmente? Há uma baixa produtividade no

combate ao incêndio que precisa ser analisada à luz do projeto aprovado. Falta

muita informação. Então vamos relembrar alguns dos maiores eventos no

entorno portuário na última década no Brasil:

2004 – Explosão do navio Vicuña, que operava inflamáveis em terminal

privado no porto de Paranaguá, no Paraná.

2013 - Explosão em terminal de fertilizantes no porto de São Francisco do

Sul, em Santa Catarina, que armazenava nitrato-de potássio, matéria-prima para

explosivos.

2015 - Incêndio em terminal de derivados de petróleo e químicos em

Santos.

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Esses três eventos mostram que, além de Deus ser “brasileiro”, a sorte tem

minimizado ou evitado tragédias. Na noite da explosão do navio chileno em

Paranaguá, ocorria a Festa de Nossa Senhora do Rocio, na igreja e ruas

adjacentes com barraquinhas de comidas e bebidas, com a presença de

aproximadamente seis mil pessoas diariamente. Sabem qual a distância do píer

em que se encontrava o navio que explodiu e os milhares de pessoas que

assistiam ao show da cantora Alcione? 800 metros! Um voluntarioso e

despreparado guarda-municipal gritava: “Corram que vai explodir tudo!”.

Em 2013, algo se repetiu em São Francisco do Sul, cuja névoa da fumaça

poluente chegou à Paranaguá, distante 80 quilômetros a norte/nordeste levados

pelos ventos.

E Santos com o incêndio no terminal da Ultracargo, que lições nos trazem?

Explosão de Tambor com Líquido Inflamável 9.5.2.

Um operário trabalhando para uma companhia de impermeabilizante para

concreto foi morto, quando um tambor de 200 litros vazio de impermeabilizante

selador explodiu e envolveu-o em chamas. Acredita-se que o operário estava

tentando cortar o tambor vazio aberto com uma serra de corte momento antes

da explosão.

O operário queimou-se totalmente. O impermeabilizante selador contém

em peso 80% de etanol e metanol. É usado como tratamento para superfícies de

concreto, com repelente de água. No dia da explosão, a empresa reparava uma

garagem do estacionamento.

Em um outro acidente, há mais de 10 anos,

utilizando o mesmo produto, um operário de uma

companhia de pavimentação de estrada cortava as

tampas de um tambor de 200 litros, pois o tambor podia

ser usado. Ele usava um maçarico ou um soldador elétrico

para cortar as tampas. Presumia que o procedimento era

seguro, pois viraram o tambor e deixaram por vários dias

escoar o resíduo do líquido inflamável, e então viraram na

posição normal e encheram com água e deixaram

permanecer por mais cinco dias antes de qualquer corte.

Neste segundo acidente, o tambor não estava

totalmente aberto para o corte. Entretanto, estava colocado ao lado de um outro

tambor que estava sendo cortado quando uma faísca voou de um tambor para o

outro. O tambor explodiu e o operário morreu em 24 horas. Sofreu queimadura

de terceiro grau em 80% de seu corpo.

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Análise dos casos

Em ambos os casos, os combustíveis para a explosão foram os

vapores de etanol e metanol no interior dos tambores, que

acreditavam que os tambores estavam vazios ou quase vazios.

Esvazia o tambor, mas o vapor residual de uma pequena quantidade

de líquido é apenas suficiente para preencher o tambor com uma

mistura explosiva de ar e de vapores inflamáveis.

Consequentemente, os tambores quase vazios podem ser

significativamente muito mais perigosos do que os tambores que

estão cheios. Em geral o trabalhador supõe que o risco de um tambor

quase vazio é inferior do que um tambor cheio.

Medidas preventivas

Porque o risco real “está oculto”, é essencial que os tambores de

líquidos inflamáveis advertem com “destaque” o alto risco de

explosão de um tambor parcialmente vazio.

Os avisos adicionais em relação ao corte ou soldagem são

necessários, assim como instruções para evitar todas as fontes de

ignição e manter o tambor fechado completamente.

Quanto ao treinamento de empregado sobre os riscos de tambores

quase vazios podem ser úteis, todos os tambores usados,

frequentemente, podem encontrar-se em mãos de empregados não

treinados ou de terceiros. Isto reforça a necessidade para

etiquetagem adequada e chamativa, isso vai além dos avisos usuais

para líquido inflamável.

Em geral, a pessoa leiga não treinada acredita intuitivamente que

menos líquido inflamável significa menos risco, quando o oposto é

verdadeiro.

Estes casos envolveram as seguintes normas e recomendações:

Comunicação de Riscos;

Norma de líquidos inflamáveis;

Fatores humanos – treinamento;

Manual de Produtos Químicos; e

Etiqueta de aviso de perigo.

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Finalidade da Comunicação de Riscos:

Identificação dos riscos;

Procedimentos de segurança para trabalhar com produtos químicos;

Procedimentos de comunicação de riscos;

A Importância das Etiquetas de Identificação /Etiqueta de alerta;

Equipamentos de Proteção Individual;

Reação a uma Emergência;

Riscos Químicos e Como Controlá-los; e

MSDS – Manual de Produtos Químicos – FISPQ – Ficha de Segurança

de Produtos Químicos.

PREVENÇÃO 9.6.

A prevenção de incêndio envolve uma série de providências e cuidados,

cuja aplicação e desenvolvimento visam evitar o aparecimento de um princípio de

incêndio, ou pelo menos limitar a propagação do fogo caso ele surja. Verifica-se

que a causa material da maioria absoluta dos incêndios é sempre acidental, isto

é, reflete o resultado de falhas humanas. Daí concluir-se que praticamente os

incêndios que destroem edificações industriais, comerciais e residenciais, têm

origem em condições e atos inseguros perfeitamente evitáveis numa flagrante

demonstração de que a todos cabe uma parcela de responsabilidade. A adoção de

medidas preventivas visando evitar o incêndio e o pânico, sem dúvida preservará

a segurança e a tranquilidade das pessoas nos seus locais de trabalho e nos

lares, além de converterem-se em benefícios social e econômico para a sociedade

em geral.

Porém, para que isto se torne realidade, é preciso que todos tomem

consciência da necessidade da participação ativa na aplicação mais efetiva das

medidas de segurança, pois não se trata apenas de proteger o patrimônio, mas

também e, sobretudo, de resguardar a vida humana.

Sistema Preventivo Fixo 9.6.1.

Tubulação de Incêndio

Existem dois tipos de tubulação de incêndio, a canalização preventiva e a

rede preventiva. São dutos destinados a condução da água exclusivamente para

o combate a incêndios, podendo ser confeccionados em ferro-fundido, ferro

galvanizado ou aço carbono e diâmetro mínimo de 63mm (2 1/2") para a

canalização e 75mm (3") para a rede.

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Tal duto sairá do fundo do reservatório superior (excepcionalmente sairá do

reservatório inferior), abaixo do qual será dotado de uma válvula de retenção e

de um registro, atravessando verticalmente todos os pavimentos da edificação,

com ramificações para todas as caixas de incêndio e terminando no registro de

passeio (hidrante de recalque).

Caixa de Incêndio

Terá a forma paralelepipedal com as dimensões mínimas de 70 cm de

altura, 50cm de largura e 25cm de profundidade; porta de vidro com a inscrição

"INCÊNDIO" em letras vermelhas e possuirá no seu interior um registro de 63mm

(2 1/2") de diâmetro e redução para junta "Storz" com 38mm (1 1/2") de

diâmetro na qual ficará estabelecida as linhas de mangueira e o esguicho

(canalização); e hidrantes duplos e saídas com adaptação para junta "Storz,

podendo esta ser de 38mm (1 1/2") ou 63mm (2 1/2") de diâmetro, de acordo

com o risco da edificação. Serão pintadas na cor vermelha, de forma a serem

facilmente identificáveis e poderão ficar no interior do abrigo de mangueiras ou

externamente ao lado destes (rede).

Linhas de Mangueiras

Possuirão o diâmetro de 38mm (1 1/2") e 15 (quinze) metros de

comprimento, e haverá no máximo 02 (dois) lances permanentemente unidos

(canalização), e diâmetro de 38mm (1 1/2") ou 63mm (2 1/2"), de acordo com o

risco da edificação, de 15 (quinze) metros de comprimento e haverá no máximo

04 (quatro) lances permanentemente unidos (rede).

Esguicho

Serão do tipo tronco cônico com requinte de 13mm (1/2") para a

canalização preventiva, e do tipo regulável e em número de 02 (dois) por

hidrante para a rede preventiva.

Hidrante de Recalque

O registro de passeio (hidrante de recalque) possuirá diâmetro de 63mm (2

1/2"), dotado de rosca macho e adaptador para junta "Storz" de mesmo diâmetro

e tampão. Ficará acondicionado no interior de uma caixa com tampo metálico

com a inscrição "INCÊNDIO". Tal dispositivo deverá ficar localizado junto à via de

acesso de viaturas, sobre o passeio e afastado dos prédios, de forma a permitir

uma fácil operação. Seu objetivo principal é abastecer e pressurizar a tubulação

de incêndio, através das viaturas do Corpo de Bombeiros.

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Casa de Máquina de Incêndio (CMI)

É um compartimento destinado especialmente ao abrigo de bombas de

incêndio (eletrobomba e/ou motobomba) e demais apetrechos complementares

ao seu funcionamento, não se admitindo o uso para circulação ou qualquer outro

fim. O seu acesso será através da porta corta-fogo e seu objetivo é pressurizar o

sistema.

Reserva Técnica de Incêndio (RTI)

Quantidade de água existente no reservatório da edificação, destinada

exclusivamente à extinção de incêndio, sendo assegurada através da diferença de

nível entre a saída da canalização de incêndio e da rede de distribuição geral.

A quantidadwe mínima de água da RTI é de 6.000 Litros.

Bombas de Incêndio

São responsáveis pela pressurização do sistema preventivo contra incêndio

(canalização ou rede), sendo o seu acionamento automático a partir da abertura

do registro de qualquer hidrante da edificação. As potências das bombas serão

definidas com a observância dos parâmetros técnicos de pressão e vazão

requeridos para o sistema, de acordo com a classificação da edificação quanto ao

risco, sendo isto mencionado no Laudo de Exigências emitido pelo CBM.

Rede de Chuveiros Automáticos do tipo "Sprinkler"

Constituído de tubulações fixas, onde são dispostos chuveiros regularmente

distribuídos sobre a área a proteger e permanentemente ligado a um sistema de

alimentação de água (reservatório) e pressurizado, de forma a possibilitar, em

caso de ocorrência de incêndio, a aplicação de água diretamente sobre o local

sinistrado. Isto ocorre quando o selo sensor de temperatura (ampola) rompe-se,

aproximadamente a uma temperatura de 68ºC (existem ampolas próprias para

outras temperaturas). Cada chuveiro (bico) tem o seu funcionamento

independente, podendo ser acionado um ou quantos forem necessários para

sanar o problema (incêndio) em uma determinada área.

Sistema De Proteção Contra Descarga Atmosférica (Pára-9.6.2.

Raios)

Dispositivo responsável pela descarga de energia elétrica, proveniente de

raios, para o solo. Este dispositivo é instalado no alto da edificação a proteger, e

é constituído de: captor, haste, cabo de descarga e barras de aterramento.

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PLANEJAMENTO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS COM 10.

INFLAMÁVEIS

Apresentamos a seguir um resumo de como se elaborar corretamente este

tipo de plano para o atendimento a emergências nas atividades que possam

gerar incidentes/acidentes com ou sem resíduos no processo de trabalho,

referente ao recebimento, armazenamento, abastecimento e manuseio de

combustíveis e líquidos inflamáveis. O Plano de Resposta à Emergência – PRE,

deve contemplar todas as hipóteses acidentais identificadas na Análise Preliminar

de Riscos – APR, suas consequências e medidas efetivas para o

desencadeamento das ações de controle em cada uma dessas situações. Sua

estrutura também deve contemplar todos os procedimentos e recursos, humanos

e materiais, de modo a propiciar as condições para adoção de ações, rápidas e

eficazes, para fazer frente aos possíveis sinistros ocorridos no empreendimento.

Um plano de emergência adequado é valioso se em uma emergência, todas as

ações ou decisões previsíveis estiverem concebidas e definidas. Desta forma,

todos se concentrarão nas circunstâncias anormais ou imprevisíveis que

surgirem, e, portanto, é fundamental um plano detalhado. A empresa deve

contar com um grupo de apoio técnico especializado externo, que farão parte

integrante do plano. Esta equipe deve estar disponíveis 24 horas do dia os 365

dias do ano para o atendimento emergencial, permanecendo sempre atualizados

os telefones e endereços dos integrantes desta equipe. O plano tem por

finalidade estabelecer procedimentos técnicos e administrativos, a serem

adotados em situações emergenciais que eventualmente possam ocorrer no

empreendimento. O plano deverá abordar critérios de controle para minimizar as

consequências de um eventual acidente, abordando temas de segurança,

controle de vazamento e aspectos ambientais. É de vital importância que o

empregador seja responsável por informar, esclarecer, reforçar os procedimentos

para os novos funcionários, quanto aos procedimentos corretos a serem tomados

em casos de emergências diversas envolvendo produto perigoso, seguindo as

características abaixo:

a) Prover recursos e informações o mais rápido possível para melhor

desempenho das ações emergenciais;

b) Preservação da integridade física dos seus empregados, da

comunidade, do meio ambiente e do patrimônio; e

c) Minimizar os efeitos da ocorrência, no aspecto pessoal, ambiental e

material.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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PLANO DE EMERGÊNCIA-EXECUÇÃO 10.1.

O plano de emergência deve ser executado pela própria empresa e

dependendo da ocorrência poderá ter o apoio da empresa contratada para o

atendimento emergencial e de órgãos governamentais. É essencial a presença

dos coordenadores de emergência com poder e autonomia para tomada de

decisões e de um responsável pela divulgação da ocorrência no âmbito da

empresa e do acionamento das equipes.

Estrutura Básica do Plano 10.1.1.

Definição da equipe de atendimento as primeiras ações de

emergência.

Definições de atribuições dos responsáveis da empresa.

Definição das atribuições da equipe de pronto atendimento à

emergências da empresa contratada para o atendimento

emergencial.

Definição das atribuições do Coordenador de equipe de Emergência

da empresa.

Definição das atribuições do operador do centro de controle de

emergências.

Divulgação dos telefones para acionamento da central de controle

emergencial e de telefones de órgãos externos e da empresa

contratada para o atendimento emergencial.

Estabelecimento dos procedimentos de segurança.

Estabelecimento dos procedimentos para aproximação, avaliação e

ações emergenciais.

Estabelecimento das características dos diversos cenários.

Definição das ações mitigadoras dos riscos para:

- Eliminação das fontes de ignição;

- Isolamento das áreas sob risco;

- Reconhecimento de produto;

- Exaustão e ventilação de vapores;

- Lavagens;

- Interceptação da pluma (emissão contínua de poluentes); e

- Eliminação da fonte de vazamento e Barreiras físicas.

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P á g i n a | 141

Plano Tático Emergencial - PTE 10.1.2.

PTE tem como objetivo eliminar ou mitigar as consequências de uma

ocorrência, e para tanto são utilizadas algumas técnicas de contenção e absorção

do produto vazado, recolhimento de resíduos gerados, limpeza do local, e outras

técnicas de prevenção como:

Exaustão ou ventilação de vapores;

Eliminação de fontes de vazamento; e

Extinguir princípios de incêndios.

Todas essas técnicas devem ser abordadas em fluxogramas de possíveis

cenários de ocorrência, onde estarão divididos da seguinte forma:

Planos Táticos Emergenciais.

PTE-01 – Plano Tático Emergencial 1 – Avaliação de Cenário;

PTE-02 – Plano Tático Emergencial 2 – Medidas de controle em

atmosferas e pequenos Vazamentos / Derrames em superfície;

PTE-03 – Plano Tático Emergencial 3 – Medidas de controle de

pequenos vazamentos em subsolo;

PTE-04 – Plano Tático Emergencial 4 – Medidas de controle de

pequenos vazamentos em aquíferos;

PTE-05 – Plano Tático Emergencial 5 – Combate a princípios de

incêndios;

PTE-06(a) Plano Tático Emergencial 6(a) – Primeiros Socorros. Em

um cenário de vazamento e/ou derramamento de líquidos

inflamáveis, podem existir algumas situações ou condições adversas

ao risco principal.

Avaliação de cenário

A avaliação de cenário visa afastar os perigos eminentes e identificar as

possíveis causas de um evento de emergência, tais como:

Fogo (princípio de incêndio);

Atmosfera contaminada (tóxica ou inflamável);

Identificar o ponto de vazamento ou derrame; e

Identificar os locais atingidos (poços e fossas, vias pluviais, caixas de

telefonia, etc).

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 142

Avaliação das consequências

Na avaliação das consequências deverá ser verificado qual material pode

ser aplicado e qual tipo de ação a ser tomada:

Monitoramento;

Avaliações ambientais; e

Análises ambientais, etc.

Será dado atenção aos procedimentos de segurança ao ser humano e meio

ambiente.

Impacto ambiental

Encerrada as ações de emergências e eliminados os riscos ou minimizados

a níveis aceitáveis, deverá ser feito uma avaliação para verificar se o incidente /

acidente impactou ao meio ambiente. Os impactos ambientais não são definidos

apenas pela visualização, nos obrigando a realizar um trabalho de levantamento

dos impactos ocorridos, através da aplicação de técnicas capazes de indicar tanto

a extensão, quanto a intensidade dos danos, seja no solo ou na água, que pode

ser superficial ou subterrânea.

Na fase de recuperação, a empresa contratada para o atendimento

emergencial deve estar apta a realizar não só toda a tarefa de condicionamento e

remoção dos resíduos gerados nestas operações, como também definir o local

adequado para disposição final do resíduo, após aprovação do órgão ambiental.

Ainda dentro desta etapa, no caso de ser necessário, deve-se realizar o

levantamento de impacto ambiental, assim como elaborar, apresentar e executar

o PRAD – Plano de recuperação de Área Degradada.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 143

NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA DE PROCESSO DA 11.

INSTALAÇÃO

Todos os trabalhadores têm direito a um ambiente de trabalho saudável,

equilibrado e seguro, com “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de

normas de saúde, higiene e segurança.” A Saúde e Segurança do Trabalho é um

conjunto de medidas preventivas adotadas visando minimizar os acidentes de

trabalho, as doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade física,

mental e a capacidade de trabalho do empregado.

PROJETO DA INSTALAÇÃO 11.1.

No projeto das instalações classes II e III devem constar, no mínimo, e em

língua portuguesa. (item 20.5.2):

a) descrição das instalações e seus respectivos processos através do

manual de operações;

b) planta geral de locação das instalações;

c) características e informações de segurança, saúde e meio ambiente

relativas aos inflamáveis e líquidos combustíveis, constantes nas

fichas com dados de segurança de produtos químicos, de matérias

primas, materiais de consumo e produtos acabados;

d) fluxograma de processo;

e) especificação técnica dos equipamentos, máquinas e acessórios

críticos em termos de segurança e saúde no trabalho estabelecidos

pela análise de riscos;

f) plantas, desenhos e especificações técnicas dos sistemas de

segurança da instalação;

g) identificação das áreas classificadas da instalação, para efeito de

especificação dos equipamentos e instalações elétricas;

h) medidas intrínsecas de segurança identificadas na análise de riscos

do projeto.

No projeto das instalações classe I deve constar o disposto nas

alíneas "a", "b", "c", "f" e "g" do item 20.5.2. (item 20.5.2.1).

No projeto, devem ser observadas as distâncias de segurança

entre instalações, edificações, tanques, máquinas,

equipamentos, áreas de movimentação e fluxo, vias de

circulação interna, bem como dos limites da propriedade em

relação a áreas circunvizinhas e vias públicas, estabelecidas em

normas técnicas nacionais. (item 20.5.2.2)

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 144

O projeto deve incluir o estabelecimento de mecanismos de

controle para interromper e/ou reduzir uma possível cadeia de

eventos decorrentes de vazamentos, incêndios ou explosões.

(item 20.5.2.3).

Os projetos das instalações existentes devem ser atualizados com a

utilização de metodologias de análise de riscos para a identificação da

necessidade de adoção de medidas de proteção complementares. (item 20.5.3).

Todo sistema pressurizado deve possuir dispositivos de segurança definidos

em normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, em normas

internacionais. (item 20.5.4).

Modificações ou ampliações das instalações passíveis de afetar a segurança

e a integridade física dos trabalhadores devem ser precedidas de projeto que

contemple estudo de análise de riscos. (item 20.5.5).

NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA 11.2.

Algumas regras gerais de segurança deverão ser sempre observadas, tanto

pela empresa quanto por seus empregados, para que possíveis acidentes de

trabalho sejam evitados e a segurança de todos seja garantida.

A empresa deverá fornecer o EPI adequado à neutralização e/ou eliminação

do agente agressor à saúde dos empregados e garantir a utilização de todos. A

área de trabalho deverá ser mantida sempre limpa e organizada.

Somente pessoal habilitado, qualificado e capacitado tais como:

engenheiros, supervisores, técnicos ou outros que tenham recebido treinamento

específico em equipamentos elétricos terão permissão para atividades

envolvendo eletricidade.

Importante que o empregado comunique imediatamente ao seu supervisor,

gerente ou líder, qualquer acidente de trabalho ocorrido com ele ou com seu

colega de trabalho, por menor que seja.

Ninguém deve operar qualquer equipamento, a menos que tenha recebido

treinado para tal, e que todas as medidas de segurança estejam implantadas no

maquinário. A empresa e empregados devem inspecionar constantemente as

ferramentas e equipamentos de trabalho, inclusive os EPIs.

O empregado deve avisar imediatamente ao seu supervisor sobre os riscos

que venha a perceber. Cabe à empresa, nesses casos, adotar ações que evitem

que estas condições continuem. Os dispositivos de segurança dos equipamentos

não devem, em qualquer hipótese, ser desativados evitando, assim, riscos de

acidente.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 145

Todos os avisos e sinais de segurança devem ser colocados em local visível

para que todos os empregados tenham acesso à informação.

Quando um extintor for utilizado, deve ser comunicado imediatamente ao

supervisor para que seja recarregado e recolocado no lugar de origem.

Todos devem conhecer exatamente onde estão localizados os

equipamentos de combate a incêndio. Recomenda-se o treinamento na utilização

desses equipamentos.

As rotas de fuga, ponto de encontro em caso de emergência, saídas de

emergência, devem ser bem sinalizadas, desimpedidas de obstáculos e de

conhecimento de todos os colaboradores.

Ter conhecimento de todos os equipamentos de emergência: Sistema fixo

de combate a incêndio, rede de incêndio, bombas de incêndio, alarmes de

emergência, sistema de chuveiro automático (Sprinklers), etc.

Antes de fazer qualquer trabalho, o empregado deve analisar se existe

alguma condição de risco. Cuidados especiais devem ser tomados de forma a

prevenir que roupas ou ferramentas fiquem ao alcance de equipamentos.

Os corredores e saídas devem estar sempre desimpedidos. Todos os

dispositivos de segurança deverão ser inspecionados frequentemente. Esta

inspeção deve ocorrer pela empresa, com a colaboração dos empregados. Caso

seja observado algum defeito em qualquer dispositivo, os reparos necessários

deverão ser feitos imediatamente.

Deverá ser interrompida qualquer atividade que oferecer risco à saúde ou à

vida dos trabalhadores.

Equipe de Segurança/Brigada de Incêndio 11.2.1.

A Brigada de Incêndio é um grupo organizado de pessoas voluntárias ou

não, capacitadas para atuar na prevenção, combate a princípio de incêndio,

abandono de área e primeiros socorros até a chegada de pessoal qualificado ou o

encaminhamento hospitalar da vítima.

Qual é o objetivo: A brigada tem como objetivo definir ações e atuar

em ações preventivas, de emergência e de combate a incêndio.

Exemplos de ações: inspeção geral dos equipamentos de proteção

contra incêndio; elaboração de relatórios sobre as irregularidades

encontradas, orientação à população fixa e flutuante durante sinistro;

combate ao princípio de incêndio; recepção e orientação ao corpo de

bombeiros.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 146

Quando devo constituir a Brigada de Incêndio: Deve ser constituída a

Brigada de Combate a incêndio em todas as edificações que se

enquadram na Instrução Técnica do Regulamento de Segurança

Contra Incêndio e Pânico do Estado.

De quem é a responsabilidade de constituir a Brigada de Incêndio: A

constituição, formação e manutenção da brigada é de

responsabilidade de cada empresa. Importante ressaltar que, toda

empresa deve conhecer e realizar os requisitos legais da Lei de cada

Estado, que dispõe sobre Prevenção e Combate a Incêndio. Nesta,

incluem-se, elaboração e execução de projetos de prevenção e

combate a incêndio, treinamentos, sinalizações, necessidade de

obtenção do auto de vistoria do corpo de bombeiros, entre outras

informações pertinentes e importantes para a segurança da

edificação.

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO - PPP 11.3.

O PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário é o histórico-laboral, individual

do trabalhador, elaborado com base nas informações do PPRA - Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (NR-9) e PCMSO - Programa de Controle Médico

de Saúde Ocupacional (NR-7).

Qual é o objetivo: O PPP tem como objetivo prestar informações ao

INSS sobre a efetiva exposição do trabalhador a agentes nocivos,

quais foram as atividades realizadas por período trabalhado, o(s)

cargo (s) ocupado(s), local(ais) de trabalho entre outros, durante a

sua vida laboral na empresa, sendo este utilizado pelo INSS para fins

de aposentadoria especial.

Como solicitar o PPP: A solicitação poderá ocorrer diretamente para a

empresa do empregado ou ex-empregado.

É responsabilidade de quem emitir o PPP: A emissão do PPP é de

responsabilidade da empresa em que o empregado está ou esteve

registrado. O formulário do PPP deve ser assinado pelo representante

legal da empresa

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA 11.4.

O PPRA é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais que busca a

preservação da saúde e integridade física dos empregados.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 147

Qual é o objetivo: O PPRA tem como objetivo a antecipação, o

reconhecimento e a avaliação dos riscos ocupacionais existentes nos

ambientes de trabalho e processos de cada empresa e consequente

adoção de medidas de controle para os agentes de riscos

identificados.

Quando é emitido o PPRA: O PPRA deve ser emitido anualmente e

revisado sempre que houver alterações nos processos de trabalho

que gerarem novos cargos na empresa ou alteração na edificação ou

máquinas e equipamentos que implicarem em novos riscos

ocupacionais.

É de responsabilidade de quem emitir o PPRA: A emissão do PPRA é

de responsabilidade de cada empresa.

O que deve constar no documento PPRA: A estrutura do PPRA

considera as orientações indicadas pela NR 09 que prevê, dentre

outros:

- Antecipação e reconhecimento dos riscos;

- Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

- Implantação de medidas de controle;

- Planejamento anual com metas, prioridades e cronograma.

Nota: importante que o PPRA tenha assinatura do responsável técnico pela

elaboração e da direção da empresa, que será responsável pela implantação das

medidas de segurança.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI 11.5.

É todo dispositivo ou produto de uso individual, cujo objetivo é destinado à

proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador,

evitando assim acidentes e doenças ocupacionais.

Quando devo fornecer EPI: Quando a atividade desempenhada pelo

empregado oferecer risco à sua saúde. Os EPIs necessários aos

bloqueios são aqueles identificados no documento de PPRA, mapa de

riscos, ou em situações atípicas e que existam risco de acidentes.

Responsabilidade de quem fornecer o EPI: De acordo com a NR 6, os

“EPIs devem ser fornecidos gratuitamente pelas empresas, sempre

adequado aos riscos da função e em perfeito estado de conservação e

funcionamento.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 148

Cabe ainda à empresa exigir aos seus funcionários o uso dos EPIs

durante a jornada de trabalho, realizar orientações e treinamentos

sobre o uso adequado e a devida conservação, além de substituir

imediatamente quando danificado ou extraviado.”

Para fins de evidência para a empresa, o fornecimento e troca de

qualquer EPI deve ser registrado por meio de um formulário, que

deverá ser preenchido sem rasuras e assinado pelo empregado.

Obrigações do empregado quanto ao uso do EPI: É de

responsabilidade dos empregados usar corretamente o EPI durante o

trabalho, mantendo sempre em boas condições de uso e

conservação, comunicar a empresa qualquer alteração que o torne

impróprio para uso e cumprir as determinações sobre o uso

adequado.

Outra informação importante, a saber: Vale ressaltar que todos os

EPIs precisam ter a indicação do Certificado de Aprovação - C.A, que

vem descrito nas embalagens, ou no próprio equipamento, expedido

pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no

trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA 11.6.

A CIPA é uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes formada por

representantes dos empregados que são eleitos por meio de voto secreto

(eleição) e por representantes indicados pela empresa, que tem como objetivo a

prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar

compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a

promoção da saúde do trabalhador.

Quando devo constituir a CIPA: A CIPA deve ser constituída em todas

as empresas que se enquadrarem no quadro I da NR 05. Deve-se

observar para este enquadramento o número de empregados no

estabelecimento e a Classificação Nacional de Atividades Econômicas

- CNAE da empresa.

É responsabilidade de quem constituir a CIPA: Cabe à empresa, por

meio da CIPA, de um representante ou pelo SESMT, quando houver,

dar início ao processo eleitoral e de formação de CIPA. Conforme NR

05, após constituída e treinada toda a comissão, esta se reunirá pelo

menos uma vez por mês para discutir assuntos relativos à segurança

e saúde no trabalho. As reuniões devem acontecer no horário normal

de trabalho dos integrantes da comissão.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

P á g i n a | 149

Nota: observar os prazos previstos para todo o processo eleitoral, que

incluem, entre outras informações, a formação da comissão eleitoral, o período

de inscrição, a divulgação dos candidatos, a eleição, apuração e divulgação dos

votos, carga horária e a grade curricular de treinamento dos representantes

eleitos e indicados da CIPA.

Designados Da NR 05 - CIPA 11.6.1.

O designado é um empregado indicado pela empresa quando houver

necessidade de constituir e formar a CIPA, cabendo a este desenvolver as

atividades e rotinas preventivas de segurança e saúde no trabalho dentro da

empresa. O designado tem como objetivo cumprir as determinações da NR 05.

Quando devo ter um designado em minha unidade:

Sempre que a empresa não se enquadrar nos requisitos do quadro I

da NR 05, ou seja, sempre que não houver necessidade de formar a

CIPA. Cabe à empresa indicar e providenciar o treinamento adequado

ao designado observando a carga horária e a grade curricular

prevista na NR 05.

INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 11.7.

Conforme Portaria 3.214 de 08/06/1978, Norma regulamentadora Nº 10,

cabe às empresas promover os requisitos e condições mínimas de segurança

previstas legalmente, tais como de medidas de controle, EPIs, treinamentos e

sistemas preventivos, aos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam

em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

Todos os profissionais envolvidos nos serviços e atividades com instalações

elétricas devem estar com sua documentação comprobatória da qualificação,

habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores em dia, equipamentos de

proteção individual e coletivos certificados, testados e treinamentos realizados.

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 11.8.

Conforme Portaria 3.214 de 08/06/1978, Norma regulamentadora Nº 26,

cabe às empresas a implementação de sinalização de segurança nos locais de

trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes, assim como a

orientação de seus empregados quanto à importância de obedecer à sinalização e

orientações de segurança disposta nas frentes de trabalho.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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ACIDENTES DE TRABALHO 11.9.

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal

ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou

temporária, da capacidade para o trabalho.

Acidentes De Trabalho Equiparados 11.9.1.

As doenças ocupacionais também são consideradas como acidente do

trabalho e abrangem a doença profissional e a doença do trabalho.

Por doença profissional entende-se a adquirida ou desencadeada pelo

exercício do trabalho peculiar a determinada atividade.

Por doença do trabalho entende-se a adquirida ou desencadeada em

função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com

ele se relacione diretamente.

Equipara-se a acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado,

ainda que fora do local de trabalho no percurso da residência para o

local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de

locomoção, inclusive de propriedade do segurado.

Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT 11.9.2.

A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do

trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa para o

INSS, por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Essa

comunicação deve ocorrer até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência do

acidente do trabalho, sob pena de multa em caso de omissão.

Na falta de emissão de CAT pela empresa, poderão proceder com a CAT o

próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médio

assistente ou qualquer autoridade pública.

Procedimentos Básicos A Serem Adotados Em Caso 11.9.3.

De Acidente

O empregado acidentado deve ser:

Socorrido imediatamente;

Encaminhado para um hospital (quando possível);

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Na impossibilidade de socorros por motivo de casos mais graves,

acionar apoio de socorro externo (SAMU-192 / Corpo de Bombeiros -

193);

Prestar apoio aos familiares;

Providenciar a análise da ocorrência e abertura da CAT.

Nota: importante lembrar que cada empresa deverá elaborar e adotar os

seus procedimentos de acordo com a necessidade e políticas internas.

Dica: ao operar máquinas e/ou equipamentos, o empregado deve certificar-

se de que todas as situações de riscos de acidentes foram analisadas e

eliminadas.

CAT 11.9.4.

É o documento emitido que reconhece um acidente de trabalho ou uma

doença ocupacional, que deve ser emitido no prazo máximo de 1 dia útil após a

ocorrência, em caso de acidente típico ou trajeto. Em caso de óbito,

imediatamente.

Qual é o objetivo: Registro de todos os acidentes ou doenças

ocupacionais ocorridos com os empregados da empresa, para amparo

junto à previdência social em caso de afastamento superior a 15 dias.

Quando deve ser emitido a CAT: Em caso de acidente de trabalho,

após constatação por meio da análise da ocorrência. Em caso de

doença ocupacional e/ou do trabalho, após constatação da

incapacidade para o trabalho ou no dia em que foi realizado o

diagnóstico médico.

Responsabilidade de quem emitir a CAT: A responsabilidade de

emissão da CAT é da empresa. Considerando que há medidas a

serem cumpridas antes da emissão da CAT e que existe prazo para

comunicação, torna-se muito importante que a comunicação seja

realizada para o responsável da empresa com máxima urgência.

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ORDEM, ARRUMAÇÃO E LIMPEZA 11.10.

A ordem, organização e limpeza do ambiente de trabalho representam base

da prevenção de acidentes. Um ambiente organizado e limpo aumenta a rapidez

e facilidade na busca de objetos e ferramentas de trabalho, reduz o cansaço

físico, otimiza o tempo de trabalho e facilita a comunicação entre os empregados.

Assim, todos os materiais de trabalho devem estar sempre organizados de forma

a separar os mais importantes e eliminar/transferir os desnecessários; o local

deve permanecer limpo, eliminando resíduos e sujeiras. O trabalho será mais

fácil e seguro se o ambiente estiver em ordem.

Dica: as saídas de emergência e os corredores de circulação devem estar

sempre livres.

MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS 11.11.

Ao efetuar qualquer serviço de manutenção mecânica ou elétrica é

necessário garantir que as fontes de energia das máquinas estejam bloqueadas,

a fim de garantir que nenhum empregado ligue a máquina antes do término da

manutenção. O empregado deve interromper a alimentação de energia elétrica e

desativar todos os sistemas hidráulicos e pneumáticos da máquina. Após, deve-

se realizar uma verificação geral e adotar todas as medidas preventivas

necessárias, para evitar que algum acidente venha a ocorrer por ligação acidental

ou indesejada de uma das fontes bloqueadas.

Dica: a manutenção de equipamentos e máquinas deve ser feita,

preferencialmente, por pessoal técnico especializado em manutenção.

ERGONOMIA NO AMBIENTE DE TRABALHO 11.12.

As condições de trabalho envolvem aspectos relacionados ao levantamento,

transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às

condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

Trabalho em pé: a bancada de trabalho deve estar no nível da

estatura do empregado, de modo que o mesmo não precise curvar-se

para executar o trabalho. Os objetos e ferramentas devem estar de

fácil alcance ao empregado. Os comandos dos equipamentos devem

estar posicionados em nível mais baixo que os ombros.

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Trabalho sentado: a mesa e os painéis devem proporcionar ao

empregado condições de boa postura, visualização e operação. Caso

o trabalho necessite da utilização dos pés, os pedais e demais

comandos para acionamento com os pés devem ter posicionamento e

dimensões que possibilitem fácil alcance e ângulos adequados para o

corpo. O ideal é que o empregado possa alternar o trabalho em pé

com o trabalho sentado ou, quando isto não for possível, a empresa

deve disponibilizar assentos para descanso em locais em que possam

ser utilizados pelos empregados durante as pausas. A jornada de

trabalho do empregado não pode ser excessiva, para se evitar a

fadiga.

Dica: a postura mais adequada para a execução de uma determinada

tarefa é aquela em que o empregado sinta-se o mais confortável possível. Isso

lhe trará um rendimento maior no trabalho e menor desgaste de energia, isto é,

o seu cansaço será menor. Essa postura correta implicará em alguns benefícios,

tais como: redução no risco de acidentes do trabalho e menor possibilidade de

adquirir uma doença profissional.

NORMAS REGULAMENTADORAS 11.13.

NR-1: DISPOSIÇÕES GERAIS

As Normas Regulamentadoras (NR) são de observância obrigatória pelas

empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e

indireta, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do

Trabalho - CLT.

NR-2: INSPEÇÃO PRÉVIA

Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá

solicitar aprovação de suas instalações ao órgão do Ministério do Trabalho.

NR-3: EMBARGO OU INTERDIÇÃO

Sempre que houver uma situação ou condição de risco grave e iminente

para o trabalhador, poderão ser interditados estabelecimentos, setor de serviço,

máquina ou equipamento, ou embargar a obra, pelos órgãos de fiscalização.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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NR-4: SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM

MEDICINA DO TRABALHO

A NR 4 diz respeito aos Serviços Especializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e tem como finalidade promover

a saúde e proteger a integridade do trabalhador em seu local de trabalho. Trata-

se de um trabalho preventivo e de competência dos profissionais especializados,

com aplicação de conhecimentos de engenharia de medicina do trabalho. Cabe ao

SESMT orientar os trabalhadores quanto ao uso dos equipamentos de proteção

individual e conscientizá-los da importância de prevenir os acidentes e das

formas de conservar a saúde no trabalho. De acordo com a NR 04, os SESMT das

empresas podem ser compostos pelos seguintes profissionais: Engenheiro de

Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de

Segurança no Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. Nota: cada

empresa deverá dimensionar o seu SESMT com base nas informações prescritas

na NR 04.

NR-5: COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

As empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam

empregados regidos pela CLT ficam obrigados a organizar e manter em

funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de

acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível

permanentemente o trabalho com a prevenção da vida e a promoção da saúde do

trabalhador.

NR-6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Para fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo dispositivo de uso

individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e

a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos

empregados gratuitamente os EPIs.

NR-7: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de

todos os empregados e instituições que admitam trabalhadores como

empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO,

cujo objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus

trabalhadores.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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NR-8: EDIFICAÇÕES

Estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas

edificações para garantir a segurança e conforto aos que nelas trabalham.

NR-9: PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de

todos os empregadores e instituições, que admitam trabalhadores como

empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, através da

antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de

riscos ambientais existentes ou que venham existir no ambiente de trabalho.

NR-10: SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Fixa as condições mínimas exigidas para garantir a segurança dos

empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas etapas, incluindo

projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e ainda, a

segurança de usuários e terceiros.

NR-11: TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE

MATERIAIS

Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de

trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao

manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a

prevenção de infortúnios laborais.

NR-12: MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho

a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e

manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do

trabalho.

NR-13: CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

Estabelece todos os requisitos técnico-legais relativos à instalação,

operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a

ocorrência de acidentes do trabalho.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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NR-14: FORNOS

Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção,

operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho.

NR-15: ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus

limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos

ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício

insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições

nocivas à sua saúde.

NR-16: ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS

Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas

perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes.

Especificamente no que diz respeito ao Anexo n° 01: Atividades e Operações

Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades e Operações Perigosas

com Inflamáveis.

NR-17: ERGONOMIA

Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de

trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar

um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

NR-18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO

Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de

organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas

preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de

trabalho na indústria da construção civil.

NR-19: EXPLOSIVOS

Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio

e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física

dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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NR-20: LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS

Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento,

manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a

proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de

trabalho.

NR-21: TRABALHO A CÉU ABERTO

Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de

acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como em minas ao ar

livre e em pedreiras.

NR-22: SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO

Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que

desenvolvam trabalhos subterrâneos, de modo a proporcionar a seus

empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho.

NR-23: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

Estabelece as medidas de proteção contra incêndios que devem dispor os

locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos

trabalhadores.

NR-24: CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE

TRABALHO

Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos

locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários,

refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de

trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores.

NR-25: RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas empresas,

no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de

trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

NR-26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de

segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a

integridade física dos trabalhadores.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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NR-27: REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO

TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO

Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar

exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz

respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho.

NR-28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista

de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de

prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também

no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas

Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.

NR-29: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO

Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças

profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores

condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As

disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em

operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores

que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso

privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado.

NR-30: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO

Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no

transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo

curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar,

bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e

embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma

Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras

disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções,

acordos e contratos coletivos de trabalho.

NR-31: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA

SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA

Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente

de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento

das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e

aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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NR-32: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE

Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de

proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem

como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em

geral.

NR-33: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS

Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados

e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes,

de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores

que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

NR-34: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL

A finalidade é estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção

à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho, nas atividades da indústria

de construção e reparação naval.

NR-35: TRABALHO EM ALTURA

Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção

para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a

execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores

envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Considera-se trabalho em

altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior,

onde haja risco de queda.

NR-36: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E

PROCESSAMENTOS DE CARNE E DERIVADOS.

O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a

avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades

desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados

destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a

segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da

observância do disposto nas demais.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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NOÇÕES BÁSICAS DE GESTÃO DE MUDANÇAS 12.

A Gestão de Mudanças constitui uma ferramenta indispensável em

empresas com Sistemas de Gestão Integrada e garante a realização da análise

do impacto da mudança sobre a segurança de processo, meio ambiente e

segurança ocupacional, antes da introdução dessas mudanças.

SISTEMA DE GESTÃO DE MUDANÇAS 12.1.

Processo contínuo e sistemático que assegura que as mudanças

permanentes ou temporárias sejam avaliadas e gerenciadas de forma que os

riscos advindos destas alterações permaneçam em níveis aceitáveis e

controlados.

PROCESSO DE MUDANÇA 12.2.

A gestão da mudança é um processo eficaz de alocação de recursos, de

forma a transformar a organização, com o objetivo de melhorar a sua eficácia.

Existem diversas condicionantes que influenciam o processo de mudança de uma

organização, como o nível de recursos que a empresa dispõe, o setor onde se

insere, a maior ou menor necessidade de mudança, qualidade da gestão e a atual

envolvente política, econômica, social, tecnológica e ambiental legal.

O QUE É GESTÃO DA MUDANÇA 12.3.

Pessoas diferentes interpretam a expressão gestão da mudança de modos

diferentes. Profissionais de Tecnologia da Informação podem entendê-la como

sendo o gerenciamento do controle de versões de software e hardware. Outros

da área de gestão de pessoas podem entendê-la como sendo comunicação e

treinamento ou considerá-la como sendo desenvolvimento organizacional. No

contexto do gerenciamento de projetos, a expressão tem sido usada para

descrever mudanças no cronograma ou no escopo.

Uma definição clara de gestão da mudança é fundamental para a

comunicação correta entre profissionais que apoiam projetos e iniciativas e entre

organizações que buscam desenvolver competências e alcançar melhores

resultados por meio da gestão do lado humano da mudança.

Esta definição pode surgir da compreensão das relações lógicas

apresentadas na figura abaixo, a partir da identificação da necessidade de

melhoria dos resultados da organização.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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A referência de qualquer projeto é o resultado e a melhoria organizacional.

Para isto, definem-se projetos ou iniciativas de mudanças técnicas. Por outro

lado, em qualquer mudança é essencial que as pessoas realmente mudem sua

maneira de trabalhar para que as mudanças técnicas sejam efetivamente

aproveitadas e produzam a melhoria no resultado da organização.

Então gestão da mudança é uma abordagem que apoia indivíduos na

mudança requerida pelo projeto na maneira como trabalham.

Portanto gestão da mudança não é desenvolvimento organizacional e nem

gestão de pessoas que são conceitos genéricos. Gestão da mudança é uma

abordagem relativamente nova que foca as mudanças necessárias na forma de

trabalhar de pessoas envolvidas em um projeto. E por ser focada, ter objetivo

claro em termos de resultado e aplicar estudos sobre como as pessoas passam

por um processo de mudança, a gestão da mudança integra a aplicação de vários

conhecimentos, técnicas e instrumentos de um modo mais eficaz e eficiente para

o sucesso de um projeto ou iniciativa de mudança.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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PRÁTICA DE GESTÃO 12.4.

Gerenciamento de Mudanças 12.4.1.

O objetivo desta prática de gestão é descrever os requisitos que devem ser

considerados pelo sistema de gerenciamento de segurança operacional para

assegurar que as mudanças permanentes ou temporárias a serem efetuadas na

instalação estejam em conformidade com os requisitos de Segurança Operacional

estabelecidos no Regulamento Técnico e na legislação pertinente.

Tipos de Mudanças 12.4.2.

Mudanças nas operações, procedimentos, padrões, instalações ou pessoal

devem ser avaliadas e gerenciadas de forma que os riscos advindos destas

alterações permaneçam em níveis aceitáveis.

Procedimentos de Controle 12.4.3.

O Operador da Instalação estabelecerá e implementará um procedimento

para gerenciar mudanças que possam afetar a Segurança Operacional. O

procedimento deve considerar:

A descrição da mudança proposta, incluindo a justificativa para a

alteração e a especificação de projeto, quando aplicável.

A avaliação dos perigos e do impacto global nas atividades, antes da

implementação de modificações.

A atualização dos procedimentos e documentações afetadas pela

mudança.

O treinamento e comunicação para todo pessoal cujo trabalho seja

impactado pelas mudanças.

A autorização para as mudanças propostas deverá ser emitida por

nível gerencial adequado.

Que para mudanças temporárias, deverá haver previsão para

revisões e nova autorização, caso a duração prevista necessite ser

ampliada.

O processo de gerenciamento de mudanças deve ser documentado,

arquivado e estar disponível para consulta a bordo, por um período

mínimo de 2 (dois) anos. Após este prazo, a documentação gerada

pelo processo de gerenciamento de mudanças deverá ser mantida em

local definido pelo operador, por um período mínimo de 5 (cinco)

anos.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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DISPOSIÇÕES FINAIS 13.

Quando em uma atividade de extração, produção, armazenamento,

manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis for caracterizada

situação de risco grave e iminente aos trabalhadores, o empregador deve adotar

as medidas necessárias para a interrupção e a correção da situação.

Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência, devem

interromper suas tarefas, exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem

evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou de outras

pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que

diligenciará as medidas cabíveis.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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ANEXO I DA NR 20 14.

1. As instalações que desenvolvem atividades de manuseio,

armazenamento, manipulação e transporte com gases inflamáveis

acima de 1 ton até 2 ton e de líquidos inflamáveis e/ou

combustíveis acima de 1 m³ até 10 m³ devem contemplar no

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, além dos requisitos

previstos na Norma Regulamentadora n.º 9:

a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos

combustíveis;

b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com

inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;

c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com

inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;

d) as medidas para atuação em situação de emergência.

2. As instalações varejistas e atacadistas que desenvolvem atividades

de manuseio, armazenamento e transporte de recipientes de até

20 litros, fechados ou lacrados de fabricação, contendo líquidos

inflamáveis e/ou combustíveis até o limite máximo de 5.000 m³ e

de gases inflamáveis até o limite máximo de 600 toneladas,

devem contemplar no Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais, além dos requisitos previstos na Norma

Regulamentadora n.º 9:

a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos

combustíveis;

b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com

inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;

c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com

inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;

d) as medidas para atuação em situação de emergência.

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NR-20 - Curso de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15.

NFPA 30: Flammable and Combustible Liquids Code, 2012

Edition Retrieved January 23, 2012.

Revistas “Notícias de Seguridad” Volumes 3, 4, 5 e 6 Tomo XXXVIII –

Consejo Interamericano de Seguridad.

Folheto de Informações de Segurança n° 502 Limpeza e Reparos de

Tanques e Equipamentos Utilizados com Inflamáveis – CNS- IMBEL

- NB.98 – Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e

Combustíveis – ABNT.

Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo Especificações para

Instalações de Prevenção e Combate a Incêndios.

NR-20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e

Combustíveis.