análise dos possíveis impactos dos acordos internacionais no agronegócio brasileiro

22
1 Trabalho Final do Curso Estado do Mundo e Respostas no campo Jurídico-Institucional Master em Gestão em Sustentabilidade T8 Análise dos possíveis impactos dos acordos internacionais no agronegócio brasileiro Aluna: Larissa Kaneko São Paulo - Julho / 2016 Professor: Caio Borges

Upload: larissa-kaneko

Post on 13-Apr-2017

17 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

1

Trabalho Final do Curso

Estado do Mundo e Respostas no campo Jurídico-Institucional

Master em Gestão em Sustentabilidade – T8

Análise dos possíveis impactos dos acordos internacionais

no agronegócio brasileiro

Aluna:

Larissa Kaneko

São Paulo - Julho / 2016

Professor:

Caio Borges

2

Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3

2. POSTURA DO BRASIL NA OMC ................................................................................... 5

3. OS POSSÍVEIS IMPACTOS DOS ACORDOS MULTILATERAIS NO BRASIL ....... 10

4. ESTUDO DE CASO – ALGODÃO ................................................................................. 13

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 17

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 19

3

1. INTRODUÇÃO

A OMC (Organização Mundial do Comércio / WTO – World Trade Organization)

teve origem a partir da assinatura do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT - General

Agreement on Tariffs and Trade) em 1947. Este acordo foi, até o ano de 1994, o principal

mecanismo de gerenciamento das regras do comércio mundial, tendo como objetivo promover

a redução de tarifas e demais barreiras ao comércio. Na Rodada Uruguai (1986 - 1994) foram

criados a OMC e um novo conjunto de acordos multilaterais que serviram como a base

normativa para a nova organização.

O GATT possuía também um conjunto de princípios fundamentadores da

regulamentação dos acordos multilaterais e que foram herdados pela OMC, sendo eles:

- Princípio da não-discriminação (nação mais favorecida): um Membro da OMC deve

estender a todos os seus parceiros comerciais qualquer concessão, benefício ou privilégio

concedido a outro Membro;

- Princípio da Proibição de Restrições Quantitativas (tratamento nacional): um produto

ou serviço importado deve receber o mesmo tratamento que produto ou serviço similar já

existente em território nacional;

- Princípio da Previsibilidade (consolidação de compromissos): o Membro deve

apresentar o mesmo tratamento ao estabelecido na lista de compromissos;

- Princípio da Concorrência Leal (transparência): os Membros devem notificar

qualquer decisão interna (leis, regulamentos) que possam afetar de alguma maneira os acordos

vigentes com outro país;

- Princípio do Tratamento Especial e Diferenciado para Países em Desenvolvimento:

os países em desenvolvimento terão vantagens tarifárias para garantir o seu crescimento e uma

concorrência equiparada versus os países desenvolvidos.

A função da OMC no cenário internacional continua sendo o de gerenciar e estabelecer

as principais regras do comércio mundial, além de ajudar a supervisionar a implantação e

cumprimento do que foi estabelecido nos acordos pelos países membros. Um dos mecanismos

existentes que pode ser acionado pelos Membros para solucionar eventuais conflitos é o Sistema

de Resolução de Controvérsias, a ser explorado neste trabalho. Para o professor e economista

4

Celso Grisi, em entrevista dada ao site da Deutsche Welle em 16/04/2016, “a OMC tenta trazer

um equilíbrio do comércio internacional e, mesmo sem ter um poder impositivo – já que, por

exemplo, não pode obrigar o cumprimento das retaliações aos países que perderam disputas –

acaba servindo como uma proteção aos países em desenvolvimento”.

No total, a OMC conta, até a presente data, com 162 membros e a última Conferência

Ministerial foi realizada em 2015 em Nairóbi. Nesta Conferência, escolhe-se um diretor geral

com um mandato de quatro anos, cargo ocupado desde 2013 pelo diplomata brasileiro Roberto

Azevêdo. Estruturalmente, a OMC possui um Conselho Geral, responsável pela implementação

das decisões estabelecidas na Conferência e pela administração diária da Organização. Além

do Conselho Geral, a OMC é composta também de outros cinco órgãos principais: Conferência

Ministerial; Órgão de Solução de Controvérsias; Órgão de Revisão de Política Comercial;

Conselho para Bens, Serviços e Propriedade Intelectual; e um Secretariado.

O presente trabalho tem como objetivo:

1- Analisar o papel e a postura do Brasil nos acordos e discussões da OMC;

2- Identificar os possíveis impactos de determinados acordos multilaterais no

agronegócio brasileiro;

3- Ilustrar com um caso real (Caso do Algodão) a análise realizada;

5

2. POSTURA DO BRASIL NA OMC

Para o diplomata Celso Pereira, em entrevista realizada ao jornal “Gazeta do Povo” no

dia 25/11/2015, o Brasil possui um papel importante na OMC, devido ao seu histórico de

atuação desde a fundação do GATT em 1947. Diferentemente de China e Rússia, por exemplo,

o Brasil atua desde a criação da OMC em 1995, liderando uma frente negociadora e na área de

defesa de seus interesses no Sistema de Solução de Controvérsias. Essa postura diplomática e

articuladora de consenso, tem garantido ao Brasil uma constante participação nos grupos de

negociação, além da sua importância pelo tamanho de seu mercado consumidor interno (200

milhões de pessoas).

A OMC era vista, apesar de seus estatutos, como um “clube” onde os EUA e a União

Europeia determinavam as diretrizes dos acordos, segundo seus interesses e os demais países,

principalmente os em desenvolvimento como o Brasil, apenas concordavam. Ao adotar esta

postura de defender seus interesses, o Brasil não apenas molda a sua imagem no cenário

mundial das negociações da OMC, mas também lidera os interesses dos demais países em

desenvolvimento que, muitas vezes, não possuem condições financeiras ou de capital humano

qualificado para tal.

O principal mecanismo utilizado para este questionamento é o Sistema de Solução de

Controvérsias, criado durante a Rodada do Uruguai. O seu principal objetivo é o de prover

segurança ao sistema e garantir que o que foi acordado entre os países seja ao menos monitorado

ou questionado, uma vez que as decisões do Sistema não são vinculantes, ou seja, obrigatórias.

Sua eficácia se baseia em três características:

- Abrangência: pode ser aplicado para todos os acordos da OMC;

- Automaticidade: é possível interromper o processo caso as partes (demandada e

demandante) entrem em um consenso de acordo mútuo;

- Exequibilidade: ao verificar o descumprimento da decisão pela parte demandada do

estabelecido pelo Órgão de Solução de Controvérsias, a parte demandante pode solicitar uma

autorização de retaliação.

6

O Sistema de Controvérsias tem sido um importante mecanismo para o alcance dos

compromissos assumidos pelos membros na Organização e o Brasil tem sido um dos países

mais ativos nesse Sistema. Até 2013, o Itamaraty havia registrado 26 casos de atuação do Brasil

como demandante, 14 como demandado e 77 como terceira parte, ou seja, os casos que

envolvem outros países, mas em que apresenta o seu ponto de vista por ser também de interesse

brasileiro.

Alguns casos importantes envolvendo disputas entre países desenvolvidos e em

desenvolvimento são:

- 2001: Bombardier vs Embraer

Em 1996, a Bombardier pediu que o governo canadense questionasse o apoio do

governo brasileiro à Embraer através do Programa de Financiamento às Exportações. A OMC

autorizou a retaliação canadense ao Brasil em US$ 1.4 bilhão, valor reduzido para US$ 231.6

milhões, porém que não chegaram a ser aplicados.

Em 2001, o subsídio do governo canadense às vendas de aviões da Bombardier à Air

Wisconsin, reduziu o valor de cada unidade em US$ 2 milhões, fazendo com que o Brasil

solicitasse a arbitragem na OMC. Descontente com a decisão do Brasil, o Canadá resolveu levar

a disputa para outros setores da economia e suspendeu a importação de carne bovina brasileira,

sendo acompanhada por México e EUA. Temendo a entrada europeia também nessa decisão,

as relações diplomáticas entre os dois países foram extremamente abaladas. Em outubro do

mesmo ano, a OMC deu o parecer favorável ao Brasil, determinando que o Canadá, além de

retirar os subsídios concedidos à Bombardier, pagasse US$3.3 bilhões em retaliação ao Brasil.

O governo canadense não concordou com o valor, e após diversas discussões, a OMC autorizou

o Brasil a aplicar contramedidas em até US$ 247.8 milhões, cujas sanções também nunca foram

aplicadas.

- 2002: em conjunto com a Tailândia e a Austrália, o Brasil entrou com uma denúncia

na OMC contra a União Europeia alegando subsídios aos produtores de açúcar. No mesmo ano,

a OMC deu ganho de causa ao Brasil;

- 2002: a fim de proteger a indústria de aço local, os EUA impuseram sobretaxas de

30% sobre o aço importado de 22 países, incluindo o Brasil, o que foi considerado ilegal pela

7

OMC. Ao final de 2003, eles decidiram suspender a cobrança, uma vez que a União Europeia

e o Japão ameaçaram retaliá-los em sanções comerciais que poderiam chegar a US$6 bilhões.

- 2002: ainda em 2002 o Brasil entrou com uma ação novamente contra os EUA,

questionando um imposto cobrado sobre o suco de laranja importado, alegando que o mesmo

era destinado em forma de subsídio aos produtores em território americano. Após um acordo

entre as partes, o Brasil concordou em retirar a queixa, após o governador da Flórida sancionar

uma emenda que mudou as regras de arrecadação do Imposto.

- 2003: os exportadores brasileiros questionaram a decisão da União Europeia em

aumentar de 15% para 75% a taxa sobre importação do frango salgado brasileiro. A OMC deu

ganho ao Brasil;

- 2003: o Brasil contestou seis programas de subsídio concedidos pelo governo dos

EUA aos produtores de algodão americanos. O caso se arrastou por anos na OMC, sendo

concluído em 2014 com um acordo entre os países para o pagamento de US$ 300 milhões e o

comprometimento do Brasil de não apresentar novas queixas contra os EUA em relação ao

assunto. Este caso será explorado com mais detalhes no Capítulo 4 deste trabalho;

- 2003: União Europeia entra com ação contra o Brasil, após a proibição deste na importação

de pneus recauchutados, alegando impacto ao meio ambiente e proteção à saúde, devido ao

risco de proliferação de doenças como a dengue. A vida útil de um pneu pode ser estendida

entre 30% a 100% no processo de recauchutagem, porém não pode ser mais reutilizado após

isso, o que gera uma grande quantidade de lixo de difícil tratamento. Havia uma grande

quantidade de pneus exportados ao Brasil anualmente nestas condições (aproximadamente 2

milhões) e a OMC entendeu que isso poderia de fato contribuir para um risco ambiental e na

saúde do povo brasileiro. Porém, o mesmo tratamento deveria ser dado também aos pneus

importados do Mercosul e, por isso, o Brasil teria a responsabilidade de liderar as negociações

neste âmbito para a mudança nas regras, o que nunca aconteceu. O Brasil e a União Europeia

assinaram um acordo em 2008 para evitar retaliação comercial.

O Brasil é o país em desenvolvimento que mais atua no sistema de controvérsias e,

após a experiência adquirida no caso da Bombardier, viu neste sistema um caminho de defesa

dos interesses nacionais, pois há um grande impacto financeiro, nas empresas, empregos e na

abertura de mercados.

8

Essa postura do Brasil se deve ao fato também de os acordos da OMC na área industrial

serem rígidos, elaborados e dificultarem a concessão de subsídios, sendo o oposto para a área

agrícola. Desta forma, uma “inversão na lógica” dos subsídios dos governos ocorre entre os

países desenvolvidos, que subsidiam a indústria agrícola, afetando a competitividade de países

como o Brasil, e este que, na tentativa de alavancar o seu parque industrial, quer oferecer

subsídios para a indústria, mas não pode. Portanto, esta mudança nas regras do comércio

agrícola foi uma das principais tentativas de articulação do Brasil na Rodada Doha.

Muitas causas levadas à OMC são levantadas inicialmente pelos próprios setores da

economia afetados. Quando alguma medida adotada por outros países coloca em risco algum

interesse comercial do país, o Itamaraty é procurado para analisar o caso. O governo então julga

o melhor caminho a ser adotado: entrar com uma ação ou tentar uma negociação bilateral.

Esta análise é feita devido às dificuldades de se manter um processo de reclamação

contra um país na OMC e, como visto nos exemplos acima listados, há grandes chances de o

processo se arrastar por anos. Além disso, o sistema demanda recursos elevados, onerosos,

mesmo para um país em que os setores da iniciativa privada, grandes interessados na ação,

dividem os custos da ação, como é o caso do Brasil.

Uma vez dada a entrada no sistema e a OMC dando um parecer favorável a uma das

partes, sugere-se que o outro lado cumpra o determinado na sentença, lembrando que não há

obrigatoriedade já que o parecer da OMC não é vinculante. Porém, caso a parte demandada não

cumpra com o acordado, o país demandante pode entrar com um pedido de retaliação na OMC,

que pode ocorrer inicialmente no mesmo setor da retaliação original, por exemplo, no setor

agrícola. No caso do Algodão, a ser explorado com mais detalhes no próximo capítulo, o Brasil

aumentou a tarifa de importação do trigo americano de 10% para 35%, o que poderia ter tido

um impacto na indústria de trigo dos EUA. Porém, como o mercado brasileiro de trigo

representa pouco para o americano, isso não os afetou diretamente.

Desta maneira, o Brasil ameaçou entrar então com a chamada Realização Cruzada, que

significa retaliar os EUA em outro setor que não o original da sentença, no caso, o agrícola. O

Brasil viu uma sensibilidade dos EUA no setor audiovisual, Hollywood e patentes

farmacêuticas, publicando no diário oficial a retaliação, o que fez com que eles se mexessem.

A partir daí, os EUA propuseram o acordo por meio da compensação.

9

Porém, a participação brasileira não se resume apenas aos contenciosos. Às vésperas

da reunião ministerial de Cancun em 2003, sob a liderança do então Ministro das Relações

Exteriores Celso Amorim, o Brasil ajudou a liderar e a coordenar um grupo de 23 países, que

representava 21% da produção agrícola mundial e 26% das exportações, nas negociações

agrícolas da Rodada Doha. Foi a primeira vez que os países em desenvolvimento conseguiram

se fazer ouvir e valer seus interesses na negociação. A partir deste momento, os países

desenvolvidos, começaram a entender que o comércio internacional precisava atender aos

interesses diversos e não apenas os seus. Atuou também como parte principal em diversos

outros temas de contenciosos: proteção ao meio ambiente e à saúde pública, questionamento a

subsídios ilegais concedidos tanto para a indústria quanto à agricultura e na aplicação de

medidas restritivas ao comércio de países desenvolvidos.

10

3. OS POSSÍVEIS IMPACTOS DOS ACORDOS MULTILATERAIS

NO BRASIL

Ainda segundo Celso Pereira para o jornal “Gazeta do Povo” em 25/11/2015, uma das

dificuldades nos acordos da OMC é a busca pelo consenso dos 162 membros. Essa morosidade

das decisões no âmbito da OMC é um dos motivos, conforme vimos em pesquisa realizada para

elaboração do trabalho em sala de aula sobre o TPP (Trans-Pacific Partnership - aula 6), que

faz com que os países busquem realizar os acordos entre si, sem intervenção do Órgão.

Além da busca por agilidade, uma das justificativas dos países é a de que as discussões

realizadas no âmbito da OMC estão com ideologias ultrapassadas, focando muitas vezes apenas

em barreiras tarifárias e em questões do agronegócio, concentradas ainda nos temas da Rodada

Doha.

Conforme o caso do TPP estudado em sala de aula, uma das ambições do grupo

formador, composto por 12 países signatários: EUA, Japão, Vietnã, Austrália, Brunei, Canada,

Chile, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e México, é o de englobar outros temas ao

acordo e criar com isso, um novo paradigma para o comércio global. Essas discussões, iniciadas

em 2005, abordam temas como o de convergência regulatória, propriedade intelectual, direitos

trabalhistas, meio ambiente, entre outros, o que vai além da discussão de redução das barreiras

tarifárias.

Existem muitas críticas à forma como o TPP está sendo conduzido, em ambientes

restritos e sem considerar a opinião da sociedade civil, por exemplo. Além disso, vários temas

incorporados à essa nova discussão não são triviais, o que deixa muitas brechas no documento,

uma vez que os países membros encontram-se em estágios bem diferentes no âmbito da

economia, do jurídico, do desenvolvimento, dos direitos humanos, do social, entre outros.

O fato é que os 12 países signatários do Acordo de Parceria do Transpacífico

representam 40% da economia mundial, com mais de 800 milhões de habitantes, o que os torna

bastante relevantes.

Uma das grandes críticas à condução dos acordos firmados pelo Brasil nos últimos

anos, é a relevância dos países com quem vem estabelecendo seus acordos no cenário

11

econômico mundial e o fato de ter “depositado” suas esperanças na Rodada Doha, que não

avançou como o esperado; na própria OMC, que está sendo bastante questionada, na Alca e no

Mercosul.

Podemos notar duas linhas principais de preocupação destes acordos para a economia

brasileira nas análises realizadas até o momento por especialistas sobre o impacto do TPP para

o país.

A primeira é a de que o Brasil está ficando mais uma vez isolado do protagonismo

global e isso pode trazer mais consequências negativas para a competitividade brasileira na

indústria. Os governos brasileiros não estão acompanhando a tendência de acordos regionais,

com exceção ao Mercosul que representa 4% da população do mundo e apenas 2.3% das

exportações totais, segundo análise do diplomata Paulo de Almeida para o site Mundorama em

15/10/2015. Para efeitos de comparação, os países que constituem o TPP representam 10% da

população mundial e 22% das exportações globais, a União Européia, 7% da população e 11%

das exportações e a China, 18% da população e 11,8% das exportações. Uma maneira de

minimizar estes efeitos para o Brasil , seria avançar com as discussões de acordos com a União

Européia, tentativa que vem ocorrendo desde 2003, mas até o momento não concluída.

A segunda linha é a dos impactos que um acordo como esse, da forma como está

configurada, terá numa das principais fortalezas do país: o agronegócio. Há os que apresentam

uma visão mais otimista, como o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cerais

(Anec), Sérgio Mendes, que disse em entrevista ao site da revista Globo Rural em 06/10/2015

que, mesmo com este cenário, os EUA não teriam mais espaço físico para ampliar a sua

capacidade de produção de grãos, portanto seria uma “ameaça limitada”. Já o Brasil poderia

triplicar o seu poderio de cultivo sem desmatar nenhuma área. E há os que, levando em

consideração os números de exportação e importação no cenário atual, acreditam que haveria

um impacto sim na balança comercial brasileira. A CNA – Confederação da Agricultura e

Pecuária do Brasil, realizou um estudo detalhado em outubro de 2015, considerando a

participação do Brasil nos principais produtos exportados atualmente aos países do TPP, o

quanto isso representa do total de exportação do país e a participação destes importados dos

próprios países da TPP.

Para informações mais detalhadas sobre o estudo, sugere-se acessar o site do Canal do

Produtor (http://www.canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/1-boletim-agronegocio-

12

internacional-especial_0.pdf, 2015) e ler a publicação completa. Porém, vale ressaltar aqui dois

pontos importantes para a análise: a primeira, é a de que o Brasil exportou uma média de

US$12,8 bilhões por ano, segundo o estudo, em produtos agropecuários para os países da TPP,

entre 2012 e 2014, o que equivale a 3,7% do total das importações no setor a estes países. E

estima-se que 50% do que é importado atualmente pelos países da TPP já sejam realizados por

países participantes do acordo, o que representaria um impacto para o Brasil, uma vez que já

existe uma relação “fornecedor – demanda” nessa cadeia.

A segunda, é a de que este acordo pretende, como mencionado anteriormente,

estabelecer novos parâmetros aos acordos internacionais, o que implica em regulações

trabalhistas, fito sanitárias, de meio ambiente, entre outros. Uma vez o Brasil ficando de fora,

precisará cumprir com as regulações determinadas, mesmo não fazendo parte do acordo, para

não perder a sua competitividade frente aos mercados internacionais.

Portanto, é de suma importância que o Brasil avance rápido nas discussões de parcerias

internacionais, para não prejudicar ainda mais seus resultados econômicos.

13

4. ESTUDO DE CASO – ALGODÃO

Conforme relatado nos capítulos anteriores, o Brasil conquistou uma posição de

destaque frente às discussões na OMC. Isso se deve à sua postura diplomática e articuladora de

consenso, o que o tornou uma referência dentro do “bloco” dos países em desenvolvimento para

a defesa dos interesses tanto deste conjunto de países, quanto de si próprio frente grandes

potências como EUA e União Europeia.

Antes de relatarmos em detalhes o caso do Algodão, é importante contextualizar o

cenário americano de intervencionismo e suas raízes. Para isso, utilizaremos um trecho do texto

“Caso do algodão: reflexões sobre a eficácia da OMC no controle dos subsídios agrícolas”

publicado em 19/10/2009 no site da ICTSD (International Centre for Trade and Sustainable

Development):

“O intervencionismo agrícola estadunidense tem origem na década de 1930, quando,

no contexto do New Deal, foram criados subsídios à produção de commodities específicas, os

quais visavam a isolar os produtores nacionais dos indicadores de mercado. Esse longo histórico

intervencionista é respaldado por um influente lobby ruralista que atua com êxito na

manutenção de seus privilégios. A retirada desses privilégios impõe elevados custos políticos;

daí a dificuldade de alterar o status quo. Na realidade, constata-se o aumento do volume do

apoio e da proteção concedidos, a exemplo da última Lei Agrícola (Farm Bill) de 2008 e de

outros mecanismos instituídos a nível federal, estadual e municipal. ”

Este cenário pode nos ajudar a entender, porém não justificar, a resistência do governo

americano em fazer cumprir as determinações do Sistema de Controvérsias no caso do Algodão

a serem relatados a seguir:

- set/2002: início do caso a partir do questionamento brasileiro de subsídios concedidos

pelo governo dos EUA, que totalizaram US$12 bilhões, a produtores e exportadores de algodão

entre 99 a 2002, o que acarretou na queda do preço dos produtos ofertados no mercado

internacional, à exceção dos brasileiros, e uma participação (share) dos EUA de 39%;

- set/2004: o painel da OMC julga à favor do Brasil;

14

- mar/2005: os EUA recorrem da decisão ao Órgão de Apelação, que mais uma vez,

julga a favor do Brasil, sendo esta decisão final e inapelável;

- set/2006 a jun/2008: as medidas adotadas pelos EUA de readequação de seus

programas baseados na recomendação do órgão, não foram satisfatórias, o que faz com que em;

- ago/2008: o Brasil recorra novamente à OMC, entrando com um pedido de retaliação

contra os EUA;

- ago/2009: o Órgão dá novo ganho de causa ao Brasil, com direito de retaliação aos

EUA em US$294,7 milhões;

A base de cálculo (dos subsídios ilegais) utilizada na época foi a praticada em 2006,

podendo, portanto, aumentar caso considerassem os valores de 2009, o que faria com que os

valores chegassem a US$830 milhões, o segundo maior valor da história da OMC. Este valor é

atualizado, porém, o Brasil se comprometeu a suspender a punição, caso os EUA depositassem

dinheiro em fundo de assistência para produtores brasileiros de algodão;

- 2010: após discussões, EUA oferecem pagamento de US$ 147 milhões por ano, em

prestações mensais, aos produtores brasileiros, até que entre em vigor uma nova legislação

norte-americana (Farm Bill), em cumprimento com as normas da OMC. Porém, como visto na

descrição acima do cenário político-econômico da legislação americana em relação aos

subsídios, os EUA se mostram relutantes em reconhecer / legitimizar a decisões da corte

internacional (OMC). Além de questões internas sensíveis, o fato de os EUA serem uma das

maiores economias mundiais, também não favorece na aceitação das negociações realizadas no

âmbito do Órgão Internacional.

O Brasil neste momento, deposita suas esperanças de resolução na Rodada Doha;

- set/2013: os EUA interromperam o pagamento das parcelas, o que fez com que a

Câmara do Comercio Exterior (CAMEX) autorizasse a abertura de novo painel da OMC, mas

a diplomacia brasileira preferiu o caminho da negociação.

A saída adotada pelo governo brasileiro, foi a de pedir uma autorização à OMC para

aplicar contra-medidas não apenas no âmbito do comércio de bens, mas também de serviços e

propriedade intelectual (PI), alternativa conhecida como retaliação cruzada, descrita no capítulo

2 acima. Os árbitros acolheram o pedido brasileiro e determinaram que o Brasil teria o direito

15

de aplicar a retaliação sempre que o total de contra-medidas em determinado ano excedesse o

valor calculado com base na variação das importações brasileiras provenientes dos EUA;

- Out/14: a saída encontrada pelo Brasil de Retaliação Cruzada se mostrou eficiente na

sensibilização do governo americano e, em outubro de 2014, se encerrou a disputa, com um

acordo entre os países. Os EUA se comprometeram a pagar US$300 milhões e o Brasil se

comprometeu a não apresentar novas queixas.

Na época do acordo, Michael Froman, do Escritório do Representante Comercial dos

EUA (USTR, na sigla em inglês), declarou: “O acordo de hoje encerra um assunto que colocava

em risco centenas de milhões de dólares em exportações americanos. ”. Já para Tom Vilsack,

secretário da agricultura dos EUA: “Por meio dessa solução negociada, os EUA e o Brasil

podem finalmente deixar essa disputa para trás. Sem esse acordo, negócios americanos,

incluindo agricultores e produtores, poderiam ter de enfrentar medidas como tarifas elevadas

totalizando centenas de milhões de dólares todo ano. Isso remove a ameaça e garante que os

cotonicultores americanos terão ferramentas efetivas de administração de riscos”

Isso demonstra que, mesmo com a “vitória” brasileira, a sensação de vantagem

americana ao final do acordo era maior.

Essa mesma opinião era dada internamente. Na análise do presidente da Abrapa

(Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) na época Gilson Pinesso, o governo

brasileiro havia sido bastante conservador, ponderado e por isso tinha decidido partir para a

abertura de um painel na OMC para que os americanos pudessem se explicar.

Em uma análise sobre o caso, Giovanni Ferreira, coordenador da Expedição Safra,

projeto do setor privado que faz levantamentos sobre a safra de grãos, lembrou que os incentivos

do governo americano, não são mais concedidos apenas de forma direta. De acordo com a nova

lei agrícola americana, o governo criou um programa de seguro às lavouras, ou seja, este sistema

cobre de 70% a 90% caso haja perda dos agricultores, além de poder subsidiar até 80% do valor

de contratação deste seguro. Ou seja, o governo americano passa agora a oferecer subsídios

indiretos e para Ferreira, este deveria ter sido o caminho de análise de retaliação do Brasil aos

EUA. Em entrevista ao site Agência Brasil em 22/02/2014, declarou: “Provavelmente, é uma

decisão política, o Brasil está evitando retaliar. Mas é um prejuízo enorme ao nosso

posicionamento no comércio internacional”.

16

As dificuldades apontadas para fazer valer este tipo de retaliação, englobam:

1. A diferença de tamanho e de poder entre os países desenvolvidos versus os em

desenvolvimento, o que faz com que as sanções aplicadas por estes, não sejam tão

sentidas por aqueles. Apenas para dar uma dimensão, em 2008, período do caso do

Algodão, o Brasil participava com apenas 2% das exportações dos EUA

(US$25,8bilhões);

2. As sanções aplicadas por um país podem ter consequências negativas para si próprio.

Por exemplo, as medidas podem encarecer determinados produtos importados ou o

preço de alguns produtos estrangeiros, prejudicando sua própria população.

Além do receio econômico e de poderio dos países desenvolvidos, há também o receio

de retirada de investimentos realizados por estes em alguns setores dos países em

desenvolvimento, como é o caso da África, cujas exportações de algodão também sofreram com

os subsídios aos produtores americanos. E neste caso, o cenário é ainda mais complicado por

alguns motivos: eles também recebem subsídios do governo americano para a sua produção,

não possuem tanta força política, econômica e financeira como Brasil para este tipo de batalha,

dependem ainda mais da exportação do algodão para a sua economia (estima-se que o caso

tenha impactado o volume das exportações do algodão africano em US$ 382 milhões). O risco

e o medo de retirada do investimento americano, tornando a situação agrícola ainda pior, é

maior do que a vontade de entrar em uma batalha como essa contra os EUA.

Além disso, existe um custo de processo, o que inviabiliza alguns governos de arcarem

com este tipo de despesa e o país vencedor pode criar determinadas barreiras como medida de

sanção, o que vai contra o conceito pregado pela própria OMC.

O caso do algodão trouxe à tona também uma inaptidão das regras vigentes na OMC

de promover os ideais estabelecidos em sua criação. Entre eles, o de iniciar um processo de

reforma do comércio agrícola global, através da redução progressiva dos subsídios domésticos.

17

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo Daniela Arruda Benjamim, chefe da coordenação-geral de contenciosos do

Itamaraty, existem temas que não são discutidos sem a participação do Brasil na mesa,

justamente pela sua capacidade diplomática e consensual. O Brasil tem trabalhado desde a

criação da OMC, na compreensão das ferramentas do sistema e, com isso, projetar a sua atuação

de forma relevante no comércio internacional a fim de defender os interesses do país. Desde o

caso da Bombardier, o Brasil vem se aperfeiçoando nas negociações e na mecânica do sistema.

Segundo Grisi, “as vitórias brasileiras mostram aos países desenvolvidos que eles precisam

seguir regras e que eles não podem abusar do seu poderio econômico.” .

Porém, mesmo se tornando um dos líderes das negociações e atuando de forma incisiva, esta

liderança do Brasil é vista com dúvidas e de forma não proporcional à sua relevância no

comércio internacional – segundo o site Comex do Brasil

(https://www.comexdobrasil.com/brasil-pode-cair-em-2016-para-a-29a-posicao-no-ranking-

dos-maiores-exportadores-do-mundo/, 2016) o Brasil não está nem entre os 20 maiores

exportadores e nem representa mais do que 1% do comércio internacional em 2016. Grande

parte de seu destaque vem do conhecimento dos diplomatas sobre comércio. Os países

desenvolvidos não acreditam também que o Brasil represente na totalidade os países em

desenvolvimento e que, por isso, existem vários blocos e linhas de interesses distintos entre

esses países.

Esta opinião não é exclusiva de países desenvolvidos. Os próprios países em

desenvolvimento se queixam da falta de transparência na postura do Brasil nas negociações.

De qualquer maneira, a participação do Brasil no Sistema da OMC, pressupõe um

esforço interno de preparação e capacitação que não se restringe apenas à esfera governamental.

Segundo dados do site do Itamaraty (http://blog.itamaraty.gov.br/omc/43-o-brasil-e-o-sistema-

de-solucao-de-controversias-da-omc, 2013), “Uma efetiva participação no Sistema pressupõe a

existência no País de profissionais capacitados nas mais diferentes áreas de atuação da OMC e

aptos a contribuir para a identificação de potenciais danos aos interesses do País que devam ser

objeto de uma ação mais contundente no âmbito da OMC”.

O próprio Ministério das Relações Exteriores promove interações com a sociedade e a

academia sobre a OMC. Mantém um programa, desde 2003, de estágio na Delegação do Brasil

junto à OMC em Genebra, aberto a estudantes e a jovens profissionais brasileiros. Em 2012

18

assinou um convênio com a OAB, a fim de capacitar os profissionais na área de Direito ao

Comércio Internacional.

Como pudemos ver ao longo da descrição dos casos, explicitado pelo Caso do

Algodão, a participação ativa do Brasil na OMC faz com que o país possua um papel relevante

nas discussões internacionais. Porém, ao analisarmos no âmbito dos demais acordos

multilaterais, como o TPP, concluímos que este protagonismo brasileiro se dá apenas no âmbito

de discussões que estão com cada vez menos relevância na economia mundial. Além disso,

analisa-se que a sua conduta extremamente diplomática e consensual, põe em xeque a eficácia

de todas essas disputas em termos de mudança no sistema da OMC, a fim de que haja uma

economia mundial realmente mais igualitária.

19

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, P. R. - O TransPacific Partnership e seu impacto sobre o Mercosul -

Disponível em: <http://www.mundorama.net/2015/10/15/o-transpacific-partnership-e-seu-

impacto-sobre-o-mercosul-por-paulo-roberto-de-almeida/>. Acesso em: 10 jul 2016

BARRAL, W; AMARAL, R. – Fim do contencioso do algodão: lições de uma disputa

na OMC - Disponível em: <http://www.barralmjorge.com.br/arquivos/rbce_032015.pdf>.

Acesso em: 10 jul 2016

BLOG DO ITAMARATY – O Brasil e o sistema de solução de controvérsias da OMC

- Disponível em: <http://blog.itamaraty.gov.br/omc/43-o-brasil-e-o-sistema-de-solucao-de-

controversias-da-omc>. Acesso em: 10 jul 2016

BONIS, G. – Na OMC, Brasil mostrou habilidade em buscar consensos, dizem

especialistas - Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/internacional/brasil-na-omc>.

Acesso em: 10 jul 2016

BRANCO, M. - Decisão no caso do algodão é política e cautelosa, dizem especialistas

- Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-02/decisao-do-

brasil-no-caso-do-algodao-epolitica-e-cautelosa-dizem>. Acesso em: 03 jul 2016

CHADE, J. -Liderança do Brasil na OMC ganha admiradores e críticos - Disponível em:

<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,lideranca-do-brasil-na-omc-ganha-

admiradores-e-criticos,26914>. Acesso em: 04 jul 2016

CIRILLO, B. - Parceria Transpacífica ameaça principais setores do agronegócio -

Disponível em: <http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Agricultura/noticia/2015/10/tpp-

ameaca-principais-setores-do-agronegocio.html>. Acesso em: 11 jul 2016

CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) – A importância da Parceria

Transpacífico para a agropecuária brasileira - Disponível em:

<http://www.canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/1-boletim-agronegocio-internacional-

especial_0.pdf>. Acesso em: 17 jul 2016

20

COMEX - Brasil pode cair em 2016 para a 29ª posição no ranking dos maiores

exportadores do mundo - Disponível em: <https://www.comexdobrasil.com/brasil-pode-cair-

em-2016-para-a-29a-posicao-no-ranking-dos-maiores-exportadores-do-mundo/>. Acesso em:

17 jul 2016

CUNHA, C. – Transpacífico: Riscos e metas do acordo de comércio global - Disponível

em: <http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/geopolitica-o-gigante-

acordo-transpacifico-e-os-riscos-e-metas-do-novo-modelo-de-comercio-global.htm>. Acesso

em: 11 jul 2016

DANTAS, A. Caso do algodão: reflexões sobre a eficácia da OMC no controle dos

subsídios agrícolas – Disponível em: <http://www.ictsd.org/bridges-news/pontes/news/caso-

do-algod%C3%A3o-reflex%C3%B5es-sobre-a-efic%C3%A1cia-da-omc-no-controle-dos-

subs%C3%ADdios>. Acesso em: 03 jul 2016

DOMINGUES, R.V. – A OMC e a disciplina jurídica do comérico internacional -

Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/24777/a-omc-e-a-disciplina-juridica-do-comercio-

internacional>. Acesso em: 04 jul 2016

DW - Brasil é um dos mais ativos na OMC e ampliou mercados em 20 anos - Disponível

em: <http://www.dw.com/pt/brasil-%C3%A9-um-dos-mais-ativos-na-omc-e-ampliou-

mercados-em-20-anos/a-17573895>. Acesso em: 04 jul 2016

FERNANDES, K. M.; SILVA, A. F. S.; JÚNIOR, A. L. G; MOLINA, K. S.; SILVA, J.

A. – A Organização Mundial do Comércio e a atuação do Brasil no comércio internacional -

Disponível em:

<http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2835&revista_c

aderno=16>. Acesso em: 05 jul 2016

G1 GLOBO - EUA pagarão US$ 300 milhões por fim de disputa do algodão com Brasil

- Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/10/brasil-e-eua-

encerram-disputa-comercial-sobre-algodao.html>. Acesso em: 03 jul 2016

ICTSD (International Centre for Trade and Sustainable Development) – Cinco anos

depois, Brasil vence caso do algodão na OMC. Disponível em: <http://www.ictsd.org/bridges-

news/pontes/news/cinco-anos-depois-brasil-vence-caso-do-algod%C3%A3o-na-omc-0>.

Acesso em: 03 jul 2016

21

ITAMARATY – Relações Exteriores – Organização Mundial do Comércio - Disponível

em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/diplomacia-economica-comercial-e-

financeira/132-organizacao-mundial-do-comercio-omc>. Acesso em: 04 jul 2016

ITU, Prefeitura. Itu pode ter programa de micro chipagem em cães. Disponíivel em:

http://www.itu.com.br/conteudo/detalhe.asp?cod_conteudo=12207. Acesso em 21 de jul. 2011

JANK, M. S. - Impacto do TPP no Brasil será profundo e exige uma reação - Disponível

em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/10/1691040-impacto-do-ttp-no-brasil-sera-

profundo-e-exige-uma-reacao.shtml >. Acesso em: 10 jul 2016

LAMUCCI, S. EUA e Brasil chegaram a acordo para encerrar contencioso do algodão -

Disponível em: <http://www.valor.com.br/agro/3718312/eua-e-brasil-chegaram-acordo-para-

encerrar-contencioso-do-algodao>. Acesso em: 03 jul 2016

MARQUES, C. D. – O caso dos pneumáticos na OMC: União Européia x Brasil -

Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-caso-dos-pneumaticos-na-omc-

uniao-europeia-x-brasil,46743.html>. Acesso em: 05 jul 2016

MATIAS, E. F. P. Poder e Justiça na OMC – O caso do Algodão. Disponível em:

<http://lob-svmfa.com.br/arquivos/site/publicacoes/files/artigos/1155919102009.pdf >.

Acesso em: 03 jul 2016

PEREIRA, C. T. - O Brasil é um dos membros-chave de qualquer negociação na OMC

- Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/justica-e-

direito/entrevistas/o-brasil-e-um-dos-cmembros-chave-de-qualquer-negociacao-na-omc-

5iei0zh4eowxaldgloi1l1lxj>. Acesso em: 05 jul 2016

REVISTA FORUM - Algodão, o símbolo de desigualdade comercial na África -

Disponível em:

<http://www.revistaforum.com.br/2012/02/08/algodao_o_simbolo_de_desigualdade_comerci

al_na_africa/>. Acesso em: 05 jul 2016

WIKIPÉDIA – Enciclopédia livre - Brasil na Organização Mundial do Comércio -

Disponível em:

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil_na_Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_do_Com%

C3%A9rcio>. Acesso em: 04 jul 2016

22

WIKIPÉDIA – Enciclopédia livre – Organização Mundial do Comércio - Disponível

em:

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_do_Com%C3%A9rci

o>. Acesso em: 09 jul 2016

WIKIPÉDIA – Enciclopédia livre – Sistema de Resuluções de controvérsias da

Oranização Mundial do Comércio - Disponível em:

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_resolu%C3%A7%C3%A3o_de_controv%C3%A9r

sias_da_Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_do_Com%C3%A9rcio>. Acesso em: 04 jul

2016