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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Engenharia Ambiental Trabalho de Conclusão de Curso ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO OCUPACIONAL: O CASO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DE BRASÍLIA Autora: Cinthia Barbosa da Silva Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz Garavelli Brasília - DF 2014

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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Engenharia Ambiental Trabalho de Conclusão de Curso

ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO OCUPACIONAL: O CASO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DE

BRASÍLIA

Autora: Cinthia Barbosa da SilvaOrientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz Garavelli

Brasília - DF 2014

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CINTHIA BARBOSA DA SILVA

ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO OCUPACIONAL: O CASO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DE BRASÍLIA

Artigo apresentado ao curso de graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção de Título de Bacharel em Engenharia Ambiental. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz Garavelli

Brasília 2014

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Artigo de autoria Cinthia Barbosa da Silva, intitulado “ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO OCUPACIONAL: O CASO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DE BRASÍLIA”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, em 11 junho 2014, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________

Prof. Dr. Sérgio Luiz Garavelli Orientador

Curso de Física – UCB

__________________________________________________ Prof. Dr. Douglas José da Silva

Examinador Curso de Engenharia Ambiental – UCB

Brasília 2014

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DEDICATÒRIA

Á minha mãe, que sempre zelou por mim em suas orações, que sempre me proporcionou condições para que eu pudesse superar os obstáculos e pelo amor incondicional.

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AGRADECIMENTOS A realização deste trabalho não teria sido possível sem o contributo fundamental de várias pessoas, às quais expresso o meu profundo reconhecimento: Ao meu orientador, Prof. Dr. Sérgio Luiz Garavelli, pelo seu ensinamento, ajuda e apoio, fundamentais para a realização deste trabalho. A Gerência de Segurança do Trabalho da Secretaria de Estado de Administração Pública do Distrito Federal, Eliseu Felix de Medeiros Landim, Leomar Pedro Weber e Rogerio Campos de Oliveira por realizar as medições e dividir os dados realizados da Orquestra Sinfônica. Aos meus pais um profundo agradecimento por terem me possibilitado a realização desta graduação e o apoio constante.

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ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO OCUPACIONAL: O CASO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DE BRASÍLIA

CINTHIA BARBOSA DA SILVA Resumo: Mesmo os sons considerados agradáveis, como o da música, quando escutado em altas intensidades podem ser prejudiciais à saúde. Estudos que avaliam as condições de conforto acústico em ambientes de entretenimento são escassos, principalmente evolvendo o ambiente da música clássica. O objetivo principal do presente trabalho foi avaliar as condições de conforto acústico dos trabalhadores, músicos da orquestra sinfônica de Brasília, e predizer possíveis danos ao sistema auditivo. Para tanto foram realizadas medidas do nível de pressão durante os ensaios, com base neste dado e com o tempo médio de exposição diária foram calculados os riscos de perdas auditivas para cada grupo constituinte da orquestra. Os resultados indicaram que os músicos estão expostos a elevados níveis de pressão sonora (NPS), que variaram entre 79,8 a 101,8 dB(A), durante os ensaios. Verificou-se que os músicos expostos a níveis de pressão sonora mais elevada foram os do grupo de percussão, seguido pelo grupo dos metais, cordas, madeiras e teclas. Diante dos resultados encontrados, constatou-se que a população dos músicos da orquestra sinfônica estudada constitui um grupo de risco para perda auditiva de origem ocupacional. Palavras-chave: Orquestra sinfônica, Níveis de pressão sonora, Músicos.

1 INTRODUÇÃO

O som pode ser definido como ondas de pressão sonora, provocadas pela vibração das partículas do ar, é a sensação produzida no sistema auditivo; e ruído é um som indesejável, mas a classificação é subjetiva, pois o que pode ser indesejável para uns pode não ser para outros (BISTAFA, 2011; COMISSÃO EUROPEIA, 2007). O ruído é um tipo de som, porém um som não é necessariamente um ruído (FREITAS, 2011). A associação entre exposição ao ruído e perda auditiva ocupacional tem sido descrita há mais de um século, porém, somente a partir da década de sessenta, alguns pesquisadores mostraram preocupação com os efeitos da música na audição (MCBRIDE et al, 1992; PALIN,1994 apud MENDES & MORATA;MARQUES, 2007). Geralmente a música não é associada como sendo um ruído, mas como um som agradável, entretanto quando escutada em intensidade alta torna-se uma ameaça potencial ao ouvido humano (SCHMIDT, VERSCHUURE, BROOCAAR, 1994 apud MENDES & MORATA 2007). A exposição ao ruído pode resultar em diversos efeitos na saúde que em longo prazo, poderão comprometer o bom desempenho da atividade profissional envolvida. Os músicos estão expostos a níveis elevados de pressão sonora devido a várias horas de ensaios e a grande frequência de apresentações. Diante disso, podemos afirmar que os músicos constituem um grupo com probabilidade para desenvolver perda auditiva de origem ocupacional (MAIA et al, 2007).

Segundo Osmar (2001), a orquestra sinfônica deu-se início através do barroco com uma pequena quantidade de indivíduos, ao longo dos séculos XVIII e XIX, a quantidade foi

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aumentando e consequentemente teve acréscimo de instrumentos o que aumentou a complexidade da orquestra. Na segunda metade do XX deu-se início ao romantismo musical, aonde a orquestra chega aos teatros, salas de concerto, executam um repertório extenso com demanda entre 40 a 100 instrumentistas.

A orquestra é constituída por naipes, são divididos em subgrupos, o grupo das cordas (violinos, violas, violoncelos e contrabaixos), o grupo das madeiras e metais, que são os instrumentos de sopro e o grupo de percussão, em algumas obras sinfônicas, certos instrumentos de teclado são incorporados à orquestra, tais como piano, cravo ou órgão (PETRUS; ECHTERNACHT, 2004; BARTZ, 2010). A figura 2 que se encontra na página 10, demonstra o modelo tradicional da formação de uma orquestra, porém essa formação pode ser alterada dependendo do maestro e do tipo de música que será executada.

Os efeitos potenciais do excesso do ruído na saúde humana são vários, entretanto, eles dependem do tempo de exposição, idade, susceptibilidade, bem como a intensidade e frequência do ruído (SOUZA, 1992 apud ENIZ, 2004). Na maioria das vezes, os ruídos geram diversos efeitos indesejáveis, como: em níveis suficientemente elevados, podem causar perda da audição e aumento da pressão arterial (efeitos fisiológicos), incômodos (efeitos psicológicos) como stress, tensão, queda do desempenho, interferência com a comunicação oral, que por sua vez provoca irritação; pode causar danos e falhas estruturais (efeito mecânico) (BISTAFA, 2011).

Segundo Souza (2000, p.13), “o ruído mais traiçoeiro ocorre em níveis moderados, pois vão se instalando distúrbios físicos, mentais e psicológicos muitos sinais passam despercebidos do próprio paciente pela tolerância e aparente adaptação e são de difícil reversão” (apud ENIZ, 2004). Os músicos tem como profissão a música, eles convivem de forma excedida com níveis altos de pressão sonora e acabam se acostumando com os mesmos, não percebendo os sintomas que podem ser causados. A avalição do nível da exposição ao ruído dos músicos é uma tarefa complexa, porque depende de fatores como o local onde tocam, o repertório, número de músicos em palco, o seu instrumento e posição na estrutura da orquestra (BEHAR et al., 2006 apud AMORIM, 2013). As perdas auditivas induzidas pelo ruído (PAIR) é uma das 10 doenças mais comuns, essa doença é causada pela exposição continua e prolongada ao ruído, durante a jornada de trabalho. É causada por qualquer exposição que exerça uma média de 90 dB(A), oito horas diárias, regulamente por um período de vários anos. A PAIR é uma doença de caráter irreversível e de evolução progressiva passível totalmente de prevenção (ARAÚJO, 2002). Davis & Silvermann (1978), classificaram a perda auditiva com base em diferentes níveis de ruído, representada no Quadro I (apud AMORIM, 2013): Quadro 1- Classificação da perda auditiva de acordo com os diferentes níveis de ruído

Nível de ruído Classificação da perda

auditiva 0-25 dB Audição Normal 26-40 dB Perda Leve 41-70 dB Perda Moderada 71-90 dB Perda Severa

Mais de 90 dB Perda Profunda Fonte: DAVIS & SILVERMANN, 1978, apud AMORIM, 2013. (Adaptado)

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Diversos estudos têm mostrado a presença de perda auditiva em músicos, porém a mesma pode ser precedida ou acompanhada de outros distúrbios auditivos tais como: zumbido, hiperacusia, distorção ou diplacusia (MENDES & MORATA, 2007). Estudos com orquestras sinfônicas profissionais verificaram que zumbidos, hiperacusia e diplacusia são sintomas comuns entre os músicos (KAHARI et al.,2004 apud AMORIM,2013).

O zumbido é definido como uma sensação espontânea ou evocada de som ou toque, localizados no ouvido ou vivenciados em qualquer parte da cabeça. A hiperacusia é a hipersensibilidade da sensação de intensidade de sons, geralmente de sons específicos, normalmente não percebidos como altos desconfortáveis ou inoportunos. Diplacusia trata-se de uma combinação patológica de frequências, que pode envolver dissonâncias, pode ocorrer uma mudança de frequência quando também ocorre uma mudança de sensação de intensidade (MENDES & MORATA, 2007).

Os músicos estão expostos a cargas físicas e emocionais, em decorrência da própria atividade, como interpretar diante do público, sob olhar cuidadoso e crítico dos regentes e cobrança da perfeição de si próprio (STERNBACH, 1993 apud TRELHA et al., 2004). Além disso, para atingir uma performance excelente, necessitam de uma rotina diária com treinamento individual, ensaios com os demais componentes. O treinamento individual requer muitas horas de isolamento o que pode levar a uma perda de identidade com a sociedade. No treinamento em grupo, os músicos, devem coordenar a seu desempenho com os demais integrantes. Observa-se que a própria atividade de estudo é cansativa e exige concentração, gerando sintomas como cansaço, estresse (FETTER, 1993 apud TRELHA et al., 2004; ECHTERNACHT;LUZ,2013).

Segundo Bistafa (2011) as normas e legislações que tratam do problema do ruído em ambiente de trabalho estabelecem limites baseados em um compromisso entre riscos associados à exposição ocupacional a determinado nível de ruído e os benefícios que o indivíduo e as sociedades auferem do trabalho realizado nessas condições. Algumas pessoas são mais susceptíveis do que outras á perda de audição induzida pelo ruído. Assim, as legislações relativas à exposição do ruído ocupacional estabelecem limites que tentam enquadrar o risco de perda de audição dentro dos limites “aceitáveis”, reconhecendo, no entanto, que alguns indivíduos terão perda auditiva mesmo com ambientes moderadamente ruidosos.

Não existem normas especificas para o ruído em situações de lazer, sendo assim os regulamentos e limites que se aplicam aos locais de trabalho poderão ser utilizados, pois os mesmos tratam sobre os elevados níveis de exposição de acordo com o tempo máximo permissível em que o som tem um efeito negativo (SCENIHR, 2011; FREITAS, 2011).

A norma que regulamenta o ruído em ambientes de trabalho no Brasil é a NR-15 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho) da Portaria 3.214, que estabelece limites de tolerância em decibéis (medida de intensidade sonora) de acordo com o tempo de exposição, (ECHTERNACHT; LUZ, 2013) adotando 85 dB (A) como nível-critério para a jornada de trabalho de 8 horas, e 5 dB como o fator de troca (q) (BISTAFA, 2011; NR-15, 2008). A norma NHO 01 (Norma de Higiene Ocupacional) é mais rígida e mais detalhada que a NR-15, a norma adota o mesmo limite de exposição que a NR-15, exposição diária correspondente a uma dose de 100% para exposição de 8 horas ao nível de 85 dB(A), e a duplicação de dose (q) igual a 3 e o nível limiar de integração igual a 80 dB(A).

A Diretiva 2003/10/CE do Parlamento Europeu, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (ruído). A Diretiva apresenta um valor de exposição de 80 dB (A) para Leq,8hs, recomendando três níveis de ação para ambientes profissionais, dependendo do nível de ruído

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equivalente a 8 horas de trabalho por dia. Com fator de troca (q) de 3 dB; reduzindo o tempo de exposição para metade para cada aumento de 3 dB no nível de exposição (SCENIHR, 2011). O Decreto-Lei nº. 182/2006 em conformidade com a Diretiva 2003/10/CE propõe um período de 2 anos para elaboração de orientações práticas que auxiliem na implementação das prescrições mínimas de segurança e saúde dos profissionais das áreas de música e entretenimento (AMORIM, 2013).

A Figura 1 expressa a máxima exposição diária permissível sem protetor auditivo em função dos níveis de pressão, fazendo uma adaptação das normas NR-15, NHO 01 e Diretiva 2003/10/CE. Pode-se observar pela Figura 1, que a NR-15, apesar de ser a norma mais usada, é a menos restritiva em relação ao tempo de exposição em função dos níveis de pressão sonora e a Diretiva 2003/10/CE é a mais restritiva das três normas.

Figura 1- Máxima Exposição Diária Permissível em Função dos Níveis de Pressão Sonora (adaptação das normas NR-15, NHO 01 e Diretiva 2003/10/CE.

Fonte: Elaborado pela autora.

O estudo de caso sobre a Orquestra Sinfônica de Brasília foi escolhido para contribuir com estudos sobre ruído ocupacional e a saúde no trabalho em ambientes de entretenimento, visto que os estudos nessa área são escassos. Sendo assim, foi proposta uma análise dos níveis de ruído ocupacional no ambiente de trabalho dos músicos, bem como dos efeitos que possam prejudicar a saúde dos trabalhadores. O presente estudo é o início do trabalho que será realizado conjuntamente com uma fonoaudióloga que irá avaliar a emissão otoacústica nos músicos, para verificar se há existência de alterações auditivas.

O presente estudo teve como objetivo analisar os Níveis de Pressão Sonora (NPS) a que os músicos de Orquestra Sinfônica de Brasília-DF estão submetidos em seu local de trabalho. Os objetivos específicos são: verificar a relação dos níveis de pressão sonora, analisando o tempo de exposição dos músicos e o risco dessa exposição na saúde dos mesmos de acordo com as Normas NR-15, NHO 01 e a Diretiva 2003/10/CE que tratam do problema do ruído ocupacional de trabalho; Medir e analisar os níveis de pressão sonora; Verificar quais os instrumentos que geram maiores níveis de pressão sonora.

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

105,0

110,0

115,0

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 390 420 450 480

Niv

eis

de

Pre

ssã

o S

on

ora

(d

B)

Máxima Exposição Permissível (min)

NR-15

NHO 01

Diretiva 2003/10/CE

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2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada com os músicos da Orquestra Sinfônica de Brasília e o estudo feito no palco ocorreu no Teatro Nacional Claudio Santoro conhecido como o Teatro Nacional de Brasília. O trabalho foi realizado durante os ensaios da orquestra sinfônica medindo os níveis de pressão sonora, posteriormente foi realizado uma análise dos dados através do software dBTRAIT 01 dB e os resultados foram tabulados no software Excel da Microsoft versão 2010, para a disposição e retirada da média logarítmica dos dados coletados.

Para a análise dos dados coletados foi utilizado o critério dos naipes da Orquestra Sinfônica, ou seja, os níveis de pressão sonora serão avaliados de acordo com os subgrupos da orquestra, os naipes que serão analisados são; grupo das madeiras, grupo dos metais, grupo das cordas, grupo das teclas e grupo da percussão. A descrição dos instrumentos que participaram das medições e dos ensaios encontra-se apresentada no Quadro 2. Quadro 2: Número de músicos por instrumento.

Orquestra Sinfônica

Instrumento Número de Músicos

Primeiros Violinos 9

Segundos violinos 8

Violas 10

Violoncelos 11

Contrabaixo 5

Flautas 3

Oboés 4

Clarinetas 4

Fagotes 4

Trompas 4

Trompetes 4

Trombones 4

Tímpano 1

Tuba 1

Percussão 4

Harpa 1

Total 77

Fonte: Elaborado pela autora.

Participaram das medições 77 músicos da Orquestra sinfônica do Teatro Nacional durante o período de setembro a novembro de 2013. Para a obtenção das medidas do Leq e Lmáx (detalhados na página 10) utilizou-se o equipamento modelo Solo da 01 dB com bandas de oitava, calibrado com o equipamento calibrador acústico 01dB.

As medições dos níveis de pressão sonora foram realizadas pela gerência de segurança do trabalho da Secretaria de Estado de Administração Pública do Distrito Federal, durante os ensaios da orquestra, sem causar interferência no funcionamento normal dos ensaios. O medidor foi posicionado em cada naipe, conforme a especificidade de cada instrumento, na

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parte de trás dos mesmos, próximo à altura do ouvido do músico. As medições foram realizadas uma de cada vez, visto que havia somente um medidor, o intervalo de medição foi de 10 minutos para cada subgrupo e foi registrado o setor que estava sendo medido e o horário de início e término de cada medição. O tempo de coleta total dos dados foi de 760 minutos.

Para a medição foi preenchida fichas de registro, elaborada para a coleta de dados, foi importante o controle dos mesmos na hora do tratamento dos dados. A planilha completa com todos os valores das medições de cada subgrupo está transcrita no Apêndice A, deste artigo.

A Figura 2 amostra os números de controle das medições realizadas e de acordo com cada número demonstra aonde os sonômetros foram posicionados em cada medição.

Figura 2 - Posicionamento das medições em cada subgrupo.

Fonte: DANTAS, 2011. (Adaptado)

2.2 ANÁLISES DOS DADOS

Os dados foram analisados de acordo com os parâmetros sonoros Leq (Nível de pressão sonora equivalente) e Lmáx pelo software dBTRAIT da 01 dB pois ele permite a verificação dos espectros das medidas em bandas de oitava, o espectro fornece o valor eficaz da pressão sonora para cada frequência presente no som.

Sons considerados ruídos têm normalmente espectros sonoros que cobrem uma ampla faixa de frequências. As medidas em bandas de oitava possuem esta denominação porque a faixa audível do ouvido humano é dividida em oito bandas ou intervalos (BISTAFA, 2011; SOUZA, 1998).

O efeito sobre o sistema auditivo depende das frequências a que o indivíduo se encontra exposto, altas frequências na audição aumentam a probabilidade de ocorrência de danos auditivos, por este motivo foi utilizado a análise das medidas em bandas de oitava

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(RODRIGUES et al, 2013 apud AMORIM, 2013). Após a análise os dados foram tabulados e foi realizado um cálculo da média logarítmica com os resultados no software Excel da Microsoft, para ser comparado com os limites estabelecidos pelas normas NR-15, NHO 01 e Diretiva 2003/10/CE. A média logarítmica foi calculada através da fórmula:

L���,� = 10 log ��∑ 10(����.�)�/������ (1)

De acordo com a equação, n é o número de medições, (LAeq,t)i é o valor do nível sonoro

correspondente à medição i (BRASIL, 2003). O Leq corresponde ao nível obtido a partir do valor médio quadrático da pressão sonora

referente a todo o intervalo de medição. O Lmax é o pico máximo que o nível de pressão sonora atinge durante a medição. O Leq pode ser calculado através da fórmula:

!"# = 10 × log &�' ( 10)*(+)�� ,-'

. / ,0 (2)

Da equação tem-se que T é o intervalo de tempo de registro e LP (t) é o nível sonoro no instante t (GROUP, 2003 apud CARVALHO JUNIOR et al, 2012). A equação acima é utilizada no caso do medidor não possuir um integrador interno que calcula instantaneamente o Leq, como o medidor de nível de pressão de som que foi utilizado possuía a medição do nível de pressão sonora equivalente Leq, não foi necessário utilizar a equação.

Foi analisada a dose percentual de ruído absorvida diariamente pelos músicos, as expressões de cada norma estão descritas abaixo, a fórmula 3 indica a NR-15, A fórmula 4 indica a NHO 01 e a fórmula 5 indica a Diretiva Europeia.

1 = '234. × 100 × 26789:;

; <% (3)

1 = '234. × 100 × 26789:;

> <% (4)

1 = '234. × 100 × 26789:�

> <% (5)

O Quadro 3 foi baseado conforme critério estabelecido na NR-15, citado na norma NR-9 que diz que deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição ocupacional acima dos níveis de ação para o ruído, a dose superior a 50%. No quadro 3 está representado as medidas em função da dose (%) em relação ao limite de exposição, sendo que verde significa aceitável, amarelo está na região de incerteza sendo necessário adoção de medidas preventivas e vermelho acima do limite de exposição, adoção de medidas corretivas.

Quadro 3 – Percentual da dose em relação ao limite de exposição.

Verde Amarela Vermelha ≤ 50% 50% < D ≤ 100% ≥ 100%

Fonte: Elaborado pela autora.

Neste estudo foi considerado regime de trabalho de vinte e seis horas semanais. Os ensaios regulares acontecem quatro vezes por semana, na segunda-feira com duração de oito horas, na terça-feira, quinta-feira e sexta-feira duração de seis horas, perfazendo uma média dos ensaios resulta em 5,2 horas/dia, fora os ensaios individuais ao qual não se teve acesso.

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Foi acrescentado 1 hora a mais na média considerando as apresentações nos finais de semana. Assim no total, a média de carga horária das atividades dos músicos nos seus instrumentos é de 6,2 horas diárias.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores das médias logarítmicas do Leq, os valores do Lmáx obtidos a partir dos ensaios e os valores das normas de acordo com a dose de exposição de cada instrumento encontram-se descritos no Quadro 4.

Quadro 4 - Média logarítmica do Leq, o Lmáx dos instrumentos e os valores das normas ocupacionais de acordo com a dose.

Descrição Leq médio

(dB) Lmáx (dB) NR-15 (%) NHO (%)

Diretiva 2003/10/CE(%)

Gru

po d

as

Mad

eira

s Clarinetes 89,6 103,5 146,6 224,3 712,2

Fagotes 92,6 107,3 222,3 448,7 1424,4 Oboés 81,9 97,2 50,4 37,9 120,2

Saxofones 83,2 101,2 60,4 51,1 162,3

Gru

po d

os

met

ais Trombones 86,7 103,4 98,1 114,8 364,4

Tubas 85,2 100,3 79,7 81,2 257,7 Trompas 93,3 106,1 244,9 527,4 1674,4

Gru

po d

as

Cor

das

Contrabaixos 92,7 105,3 225,4 459,1 1457,7 Violoncelos 79,8 95,6 37,7 23,3 74,0

Violinos 85,7 101,6 85,4 91,1 289,2 Harpas 90,0 102,9 155,0 246,0 781,2 Violas 84,8 95,5 75,4 74,0 234,9

Gru

po d

as

Tec

las

Cravos 89,4 99,2 142,6 214,2 680,0

Per

cuss

ão

Tímpanos 85,5 101 83,1 87,0 276,2

Pratos e Triângulos

101,8 117 795,7 3759,0 11934,0

Fonte: Elaborado pela autora.

Os resultados obtidos mostram que os músicos da orquestra sinfônica estão expostos a elevados níveis de pressão sonora. Verifica-se que os valores mais elevados de pressão sonora foram encontrados no grupo de percussão com o instrumento de pratos e triângulos, seguido pelo grupo de metais com as trompas, cordas com os contrabaixos, madeiras com os fagotes e teclas com os cravos.

De acordo com as normas NR-15, NHO 01 e a Diretiva 2003/10/CE, o limite de tolerância do nível de pressão sonora para 6,2 horas diárias respectivamente são, 86,8 dB(A), 86,1 dB(A) e 81,0 dB(A).

Com base na avaliação da dose de ruído, pode-se constatar que para a Diretiva Europeia somente os músicos responsáveis pelos violoncelos ficaram com dose abaixo no nível de

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exposição, 74%, todos os outros tiveram resultados acima de 100% da dose diária permitida, sendo o valor mais elevado para pratos e triângulos com 11934%.

De acordo com a NHO 01 o estudo apresenta dois conjuntos de músicos com doses aceitáveis de exposição diária, a dos violoncelos com 23% e oboés, com 38%. Cinco conjuntos apresentaram valores classificados como amarelos, indicando que ações devem ser tomadas para estes profissionais e o restante, oito conjuntos, com doses que ultrapassam o limite indicado pela norma.

Em relação a NR-15 somente os músicos dos violoncelos apresentaram doses aceitáveis, 38%. Sete conjuntos de instrumentos apresentaram dose diária em amarelo, ou seja, já é necessário uma medida preventiva para evitar danos a saúde dos músicos tendo os oboés o valor mais baixo com 50 % e os trombones com a porcentagem mais alta 98%. Em vermelho, sete conjuntos de instrumentos estão acima do nível permitido de exposição com valor mais alto para pratos e triângulos com 796 %.

Os limites máximos de exposição para cada norma de acordo com as 6,2 horas de exposição foram encontrados de acordo com as fórmulas descritas abaixo, a NR-15 representada na equação 6, a NHO 01 equação 7 e a Diretiva 2003/10/CE equação 8. Sendo t, o valor do tempo de exposição em minutos.

?@A = 129,0 − 16,4. FGH(-) (6)

?@A = 111,7 − 9,95. FGH(-) (7)

?@A = 107,0 − 10,1. FGH(-) (8)

De acordo com os resultados obtidos partindo do Quadro 4, as médias de pressão sonora

do grupo de madeiras variam entre 81,9 - 92,6 dB(A), sendo o valor mais baixo dos oboés e o mais alto dos fagotes, de acordo com as normas verificam-se que dois instrumentos estão acima dos valores limites de exposição diária os fagotes com 92,6 dB(A) e os clarinetes com 89,6 dB(A). Os oboés 81,9 dB(A) e os saxofones 83,2 dB(A) só estão com os níveis acima da Diretiva Europeia.

Partindo do Quadro 4, as médias de pressão sonora do grupo dos metais variam entre 85,2 - 93,3 dB(A), sendo o valor mais baixo da tuba e o mais alto das trompas, de acordo com as normas verifica-se que um instrumento está acima dos valores limites de exposição diária para as três normas, são as trompas com 93,3 dB(A). Os trombones com 86,7 dB(A) estão com o valor acima das normas permitidas da NHO 01 e da Diretiva, e a tuba com 85,2 dB(A) está somente com o valor acima para a Diretiva .

Os valores das médias de pressão sonora do grupo das cordas estão descritos no Quadro 4, variam entre 79,8 - 92,7 dB(A), sendo o valor mais baixo dos violoncelos e o mais alto dos contrabaixos, de acordo com as normas verificam-se que dois instrumento estão acima dos valores limites de exposição diária das três normas que são os contrabaixos com 92,7 dB(A), harpa com 90,0 dB(A). Os violoncelos com 79,8 dB(A) estão dentro dos padrões das três normas. Os violinos com 85,7 dB(A) e as violas 84,8 dB(A) estão com os valores elevados somente para a norma da Diretiva Europeia.

É importante salientar que apesar dos violinos não serem o grupo com NPS mais elevados, pois o Leq corresponde a 85,7 dB(A), a proximidade do instrumento do ouvido, e dos instrumentos de sopro, que muitas vezes se encontram em sua proximidade, podem ter grande influência na saúde do músico, visto também que o Lmáx do instrumento corresponde a 101,6 dB(A) sendo considerado um valor muito elevado para as todas as normas.

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O grupos das teclas apresentou NPS de 89,4 dB(A) para o cravo, o instrumento está acima dos valores limites de exposição para todas as normas apresentadas. As médias de pressão sonora do grupo de percussão variam entre 85,5- 101,8 dB(A), sendo o valor mais baixo dos tímpanos e o mais alto dos pratos e triângulos, os pratos e triângulos estão acima dos valores limites de exposição de todas as normas apresentadas e os tímpanos estão com valores altos somente para a norma da Diretiva Europeia.

De acordo com a NR-15 quando o ruído for de 115 dB(A), o tempo de exposição permitido é de 7 minutos, e acima deste nível, desaconselhável sem o uso de proteção auditiva, o Lmáx dos instrumentos de prato e triângulo tem como valor 117 dB(A), ou seja, acima do permitido onde os músicos não utilizam proteção auditiva e tendem a ficar expostos por esse ruído um tempo de aproximadamente 6,2 horas/diárias.

Os valores do Lmáx variam de 95,5 -117 dB(A) em média os valores são altos, a exposição aos picos sonoros gera uma energia muito alta de picos elevados e curtos causando lesão traumática nos músicos (REID;HOLLAND,2008). A lista que se segue de picos registados no Quadro 4, sugere que os maiores picos de exposição sonora foram registados durante o ensaio dos instrumentos da percussão.

Apesar de os músicos de orquestra sinfônica aparentemente terem um nível de exposição menor comparado a outros grupos musicais, é necessário considerar que estão expostos ao longo da sua carreira profissional, em ensaios coletivos, individuais e apresentações. Seria importante ponderar todas essas atividades em que os músicos estão envolvidos, porém existe uma elevada dificuldade em caracterizá-la, o que limita a avaliação da exposição real dos músicos. Alguns atores verificam que os níveis de práticas individuais são superiores aos que decorrem dos ensaios e apresentações e que se a mesma fosse considerada, os resultados obtidos ultrapassariam o valor limite pela legislação de ruído ocupacional (NAMMUR et al, 1999; SCHIMIDT et al, 1994; TEIE, 1998; ROYSTER et al.,1991; LAITINEN et al.,2003 apud AMORIM, 2013).

O aumento da intensidade nas orquestras, em parte, deve-se ao caráter das músicas compostas, e também pelo maior uso da percussão e instrumentos de sopro em metal nas modernas músicas clássicas. A atitude do maestro dirigindo a orquestra para executar a música em fortes níveis de pressão sonora também influência na intensidade. Os próprios instrumentos modernos são designados a executarem fortes níveis de pressão sonora (KAHARI, et al,2001 apud MENDES & MORATA,2007).

Foram observadas nos resultados as variações dos valores limites de exposição definidos pelas normas, a Diretiva 2003/10/CE é mais restrita, onde poucos instrumentos ficaram abaixo do valor definido por essa norma, já a NR-15 que é a norma utilizada no Brasil é mais abrangente, foi o maior valor de nível de pressão sonora permitido ao tempo de exposição dos músicos.

A falta de padronização legal para exposição sonora especifica para músicos pode criar a falsa suposição de que este tipo de ambiente de trabalho está livre de riscos auditivos. No Brasil, ainda não há uma lei especifica que trate do risco de perda auditiva entre os músicos (MENDES & MORATA, 2007).

Os músicos da orquestra estão expostos a níveis de intensidade que ultrapassam os valores considerados “seguros” pelas Normas NR-15, NHO 01 e a Diretiva 2003/10/CE, oferecendo riscos graves à saúde dos músicos.

Alguns estudos verificam que uma exposição prolongada ao ruído poderá comprometer o desempenho dos músicos devido a poderem estar na origem de perda auditiva induzida pela música (PAIM), afetando a percepção de certos tons e timbres e o equilíbrio entre instrumentos (ROYSTER et al.,1991; KAHARI et al., 2004; LAITINEN, 2005; JASEN et

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al.,2009 apud AMORIM, 2013). A perda auditiva pelo ruído tem caráter lento e progressivo, sendo somente percebida quando atinge grau acentuado, afetando a comunicação humana de forma irreversível (MENDES & MORATA, 2007).

As bandas instrumentais, ricas em instrumentos de sopro, metal, madeiras e percussão levam os músicos a distúrbios auditivos, sendo os mais comuns: perdas auditivas, intolerância a sons intensos e zumbido (MENDES & MORATA, 2007).

Tendo em vista a classificação da perda auditiva de acordo com os diferentes níveis de ruído de Davis & Silvermann (1978) começa-se a ter perda severa de audição com níveis de ruído entre 71-90 dB(A), nos resultados analisados todos os instrumentos estão com valores elevados a 70 dB(A) e alguns estão acima de 90 dB(A), sendo assim é possível considerar que os músicos estão expostos a um risco de perda auditiva severa ou profunda (apud AMORIM, 2013).

De acordo com o levantamento bibliográfico e a avaliação da exposição ao ruído nos músicos da orquestra sinfônica de Brasília e os dados da literatura, os músicos podem desenvolver distúrbios auditivos relacionados aos níveis de pressão sonora aos quais estão expostos. 4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Foi analisado o tempo de exposição dos músicos ao ruído de acordo com as normas brasileiras e europeias. Considerando os limites máximos de exposição de cada norma e os possíveis danos à saúde, induzidas pela exposição dos musicistas ao ruído, as percentagens geradas pela Diretiva Europeia e NHO 01 (93% e 53% respectivamente) se encontram acima do permitido. Conforme as duas normas os músicos estariam dentro da área de risco de possíveis danos a saúde. Já através da norma NR – 15 foi possível determinar uma percentagem de 47%, demonstrando que os músicos não estariam presentes em áreas de risco.

A norma NR-15 é a que regulamenta o ruído em ambientes de trabalho no Brasil, foi visto no presente estudo que essa norma é a menos rígida das três apresentadas, sendo assim faz-se necessário uma atualização da mesma para que ampare todos os profissionais expostos a elevados níveis de pressão sonora, buscando a proteção da saúde de todos.

Os resultados obtidos no presente estudo demonstram que os músicos da orquestra sinfônica de Brasília, estão expostos a elevados níveis de pressão sonora. Oferecendo riscos à saúde dos mesmos e principalmente o risco de perda auditiva induzida pelo ruído, alguns fatores podem aumentar o risco na saúde dos músicos sendo eles; a posição na orquestra ou no palco, o repertório, número de músicos no palco, o instrumento tocado e a posição do músico na orquestra, a duração da carreira (independentemente da idade), tocar em locais acusticamente inadequados e músicos que tocam instrumentos de percussão ou estão próximos, pois foram os valores mais elevados de níveis de pressão sonora encontrados no estudo.

Apesar dos riscos na saúde, podem-se utilizar medidas com o intuito de prevenção e controle de ruídos. Tais ações visam auxiliar na qualidade auditiva do musicista. Como prevenção, sugere-se evitar a exposição direta a ruídos em locais cujo intuito diverge do trabalho, e a adoção de medidas de controle baseadas como exemplo na redução das horas dos ensaios, pois quanto menos o musicista fica exposto a ruídos rotineiros menores serão as chances de danos à saúde física e mental, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida.

Programas para prevenção de perdas auditivas são necessários, pois a perda da audição é irreversível e afeta o desempenho dos músicos. Qualquer grau de perda auditiva para o

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músicos dificultam sua percepção para alguns tons, timbres, afetando sua atuação profissional. Por este motivo o presente trabalho está sendo feito conjuntamente com uma fonoaudióloga, para assim verificar com as emissões otoacústicas as alterações auditivas dos músicos, procurando promovendo a saúde e o bem-estar dos mesmos.

ANALYSIS OF OCCUPATIONAL NOISE LEVELS: THE CASE OF SYMPHONY ORCHESTRA OF BRASILIA Abstract: Even the sounds considered pleasing, like the music when listening at high intensities can be harmful to health. Studies on the conditions of acoustic comfort in entertainment environments are scarce, mainly evolving environment of classical music. The main objective of this study was to evaluate the conditions of acoustic comfort of workers, symphony orchestra players of Brasilia, and predict possible damage to the auditory system. Therefore measures of the level of pressure were obtained during rehearsals of the musicians, based on this data and with the average daily exposure, hearing loss risks were calculated for each constituent group of the orchestra. The results indicated that musicians are exposed to high sound pressure levels, which ranged from 79.8 to 101.8 dB ( A) during rehearsals. It was found that the musicians exposed to higher levels of noise pressure were the percussion group, followed by the group of metals, strings, wood and keys. Considering the results, it was found that the population studied Musicians Symphony Orchestra is a group at risk for hearing loss from occupational hazards.

Keywords: Symphony, Sound Pressure Levels, Musicians.

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APÊNDICE A – Planilha com os valores das medições realizadas de cada subgrupo.

Subgrupo Numeração Arquivo Descrição Data Inicio Tipo Peso Unidade Leq Lmáx

Gru

po d

as M

adei

ras

e M

etai

s

1 Dados_Orquestra002 Fagotes 03/09/2013 09:20:18 Leq A dB 94 105,3

2 Dados_Orquestra012 Fagotes 03/09/2013 21:11:17 Leq A dB 95,4 106,4

3 Dados_Orquestra013 Fagotes 03/09/2013 21:23:39 Leq A dB 93,5 105,8

4 Dados_Orquestra014 Fagotes 03/09/2013 21:36:05 Leq A dB 95,1 107,3

5 Dados_Orquestra020 Fagotes 07/09/2013 11:22:21 Leq A dB 90,2 103,5

6 Dados010 Fagotes 01/10/2013 09:00:07 Leq A dB 86,3 99,8

7 Dados011 Fagotes 01/10/2013 09:11:32 Leq A dB 91,1 102,9

8 Dados012 Fagotes 01/10/2013 09:24:22 Leq A dB 87 101,7

9 Dados_Orquestra022 Saxofone 07/09/2013 17:45:36 Leq A dB 83,2 101,2

10 Dados049 Clarinete 15/10/2013 08:43:53 Leq A dB 89,6 103,5

11 Dados003 Trompas 30/09/2013 09:24:58 Leq A dB 95 106,1

12 Dados004 Trompas 30/09/2013 09:36:39 Leq A dB 94 105,9

13 Dados041 Trompas 10/10/2013 09:43:56 Leq A dB 89,4 102,5

14 Dados_Orquestra003 Trombones 03/09/2013 09:38:47 Leq A dB 84,5 96,4

15 Dados014 Trombones 01/10/2013 10:20:57 Leq A dB 77,7 96,3

16 Dados015 Trombones 01/10/2013 10:50:29 Leq A dB 90,3 103,4

17 Dados036 Cancelado 07/10/2013 09:53:42 Leq A dB 99,8 108,8

18 Dados040 Cancelado 08/10/2013 10:07:28 Leq A dB 100,9 109,1

19 Dados_Orquestra008 Oboés 03/09/2013 20:08:41 Leq A dB 81,6 91,1

20 Dados_Orquestra009 Oboés 03/09/2013 20:22:08 Leq A dB 78,2 90,1

21 Dados_Orquestra010 Oboés 03/09/2013 20:35:36 Leq A dB 78,1 91

22 Dados_Orquestra011 Oboés 03/09/2013 20:48:52 Leq A dB 80,7 93,7

23 Dados001 Oboés 30/09/2013 09:00:46 Leq A dB 85 97,2

24 Dados002 Oboés 30/09/2013 09:12:12 Leq A dB 83,6 95,4

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25 Dados048 Cancelado 14/10/2013 08:50:18 Leq A dB 87,5 103,4

26 Dados053 Cancelado 08:55:55 Leq A dB 87,9 101,8

27 Dados_Orquestra017 Tuba 07/09/2013 10:44:21 Leq A dB 85,6 94,5

28 Dados_Orquestra019 Cancelado 07/09/2013 11:08:42 Leq A dB 91,7 104,3

29 Dados017 Tuba 01/10/2013 11:12:48 Leq A dB 84,8 100,3

30 Dados051 Cancelado 17/10/2013 08:19:43 Leq A dB 107,8 120

31 Dados033 Cancelado 07/10/2013 08:54:18 Leq A dB 101 111,6

32 Dados039 Cancelado 08/10/2013 09:55:28 Leq A dB 98,2 106,7

33 Dados043 Cancelado 10/10/2013 10:12:35 Leq A dB 83,9 100

34 Dados044 Cancelado 11/10/2013 08:35:33 Leq A dB 97,6 109,4

35 Dados046 Cancelado 11/10/2013 10:50:02 Leq A dB 100,8 114,4

Gru

po d

as C

orda

s

36 Dados_Orquestra001 Contrabaixos 03/09/2013 09:02:31 Leq A dB 94,4 104,2

37 Dados_Orquestra016 Contrabaixos 07/09/2013 10:31:17 Leq A dB 97,5 105,3

38 Dados_Orquestra018 Contrabaixos 07/09/2013 10:57:25 Leq A dB 87,4 97,3

39 Dados037 Contrabaixos 07/10/2013 08:56:10 Leq A dB 86,9 97,6

40 Dados038 Contrabaixos 07/10/2013 09:08:19 Leq A dB 75,5 90

41 Dados_Orquestra005 Violino 03/09/2013 10:37:02 Leq A dB 86,5 100

42 Dados_Orquestra006 Violino 03/09/2013 10:49:43 Leq A dB 85 99,4

43 Dados_Orquestra015 Violino 07/09/2013 10:12:32 Leq A dB 93,8 101,6

44 Dados007 Violino 30/09/2013 10:44:53 Leq A dB 80,9 93

45 Dados008 Violino 30/09/2013 10:55:39 Leq A dB 82,4 95,6

46 Dados009 Violino 30/09/2013 11:08:49 Leq A dB 75,6 90,5

47 Dados018 Violino 03/10/2013 09:03:13 Leq A dB 79,4 89,3

48 Dados019 Violino 03/10/2013 09:14:29 Leq A dB 83,1 91,3

49 Dados020 Violino 03/10/2013 09:26:29 Leq A dB 80,3 91,2

50 Dados021 Violino 03/10/2013 09:41:40 Leq A dB 82,3 91,9

Page 23: ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO OCUPACIONAL: O CASO DA ... · A exposição ao ruído pode resultar em diversos efeitos na saúde que ... associados à exposição ocupacional a determinado

22

51 Dados022 Violino 03/10/2013 09:52:14 Leq A dB 76,9 89,6

52 Dados030 Cancelado 04/10/2013 10:30:58 Leq A dB 94 103,3

53 Dados042 Violino 10/10/2013 09:58:20 Leq A dB 87,3 100,5

54 Dados045 Violino 11/10/2013 08:53:43 Leq A dB 83,3 98,1

55 Dados023 Violas 03/10/2013 10:57:30 Leq A dB 84,8 95,5

56 Dados031 Cancelado 04/10/2013 10:48:37 Leq A dB 92,2 100,4

57 Dados_Orquestra004 Violoncelos 03/09/2013 09:53:35 Leq A dB 84,4 95,6

58 Dados025 Violoncelos 04/10/2013 08:58:30 Leq A dB 75,9 91,1

59 Dados027 Violoncelos 04/10/2013 09:09:56 Leq A dB 82,6 93,5

60 Dados028 Violoncelos 04/10/2013 09:39:39 Leq A dB 70,4 85,4

61 Dados034 Violoncelos 07/10/2013 09:05:28 Leq A dB 76 90,5

62 Dados035 Violoncelos 07/10/2013 09:16:22 Leq A dB 74,2 90,3

63 Dados_Orquestra021 Cancelado 07/09/2013 17:09:00 Leq A dB 80,4 87,2

64 Dados_Orquestra023 Cancelado 07/09/2013 18:37:41 Leq A dB 92,5 104,3

65 Dados005 Harpa 30/09/2013 09:49:22 Leq A dB 90 102,9

66 Dados029 Cancelado 04/10/2013 10:20:31 Leq A dB 77,4 91,3

67 Dados032 Cancelado 07/10/2013 08:43:09 Leq A dB 101,4 112,6

Gru

po d

as T

ecla

s 68 Dados_Orquestra007 Cravo 03/09/2013 11:05:45 Leq A dB 89,4 99,2

69 Dados006 Cancelado 30/09/2013 10:01:15 Leq A dB 90,3 103,3

70 Dados013 Cancelado 01/10/2013 09:38:18 Leq A dB 87,8 100,7

71 Dados024 Cancelado 03/10/2013 11:08:34 Leq A dB 87,1 99,3

72 Dados026 Cancelado 04/10/2013 08:58:30 Leq A dB 75,9 91,1

73 Dados050 Cancelado 17/10/2013 08:17:50 Leq A dB 66,2 69,7

74 Dados052 Cancelado 17/10/2013 08:52:30 Leq A dB 86,8 101

Page 24: ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO OCUPACIONAL: O CASO DA ... · A exposição ao ruído pode resultar em diversos efeitos na saúde que ... associados à exposição ocupacional a determinado

23

Gru

po P

ercu

ssão

75 Dados016 Tímpanos 01/10/2013 11:01:23 Leq A dB 85,5 101

76 Dados047 Prato e Triângulo 11/10/2013 10:56:18 Leq A dB 101,8 117 Fonte: Elaborado pela autora.