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1 1 Artigo apresentado à Universidade Potiguar UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Pós-graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho. 2 Pós-graduado em Engenharia de Segurança no Trabalho pela Universidade Potiguar [email protected] 3 Orientador. Professor da Universidade Potiguar [email protected] HIGIENE OCUPACIONAL APLICADA AO SETOR DE SOLDAGEM 1 Renner Augusto Alves Lima 2 Joeldes Damasceno Matias 3 RESUMO Na realização da atividade de soldagem há uma geração de agentes de riscos, onde se faz necessário a implantação de medidas adequadas de higiene e segurança do trabalho, a fim de proteger os trabalhadores e reduzir os acidentes e doenças ocupacionais referentes a fumos metálicos. Este trabalho teve como objetivo a abordagem dos aspectos teóricos e práticos por meio das avaliações qualitativas e quantitativas realizadas nos ambientes de um setor de soldagem e apresentar medidas de controle existentes para uma possível eliminação, minimização ou controle da exposição com tais agentes. Foram aplicadas as etapas de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da higiene ocupacional de um setor de soldagem, para verificação e correção do ambiente de trabalho. Com os resultados obtidos, verificou-se que os soldadores estão expostos aos mais variados agentes ambientais durante a sua jornada de trabalho como ruído, calor, fumos metálicos, riscos ergonômicos e riscos de acidentes. Conclui-se que é necessário a adoção de medidas de controle em alguns pontos onde há exposição acima do limite de tolerância de ruído e calor. Os fumos metálicos apresentaram substâncias com valores acima do limite de exposição, fazendo-se necessário a adoção de medidas de controle para a diminuição do agente no ambiente. Palavras-chave: Higiene e Segurança do Trabalho. Processo de soldagem. Trabalho Seguro. 1. INTRODUÇÃO A importância da higiene ocupacional, abordada neste artigo, que vem para reconhecer, avaliar e controlar não só os agentes ambientais capazes de produzir

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Page 1: HIGIENE OCUPACIONAL APLICADA AO SETOR DE … · exposição ocupacional ao ruído. NHO 06 - Norma de higiene ocupacional. Procedimento técnico: Avaliação da exposição ocupacional

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1Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título

de Pós-graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho. 2Pós-graduado em Engenharia de Segurança no Trabalho pela Universidade Potiguar –

[email protected] 3Orientador. Professor da Universidade Potiguar – [email protected]

HIGIENE OCUPACIONAL APLICADA AO SETOR DE SOLDAGEM1

Renner Augusto Alves Lima2

Joeldes Damasceno Matias3

RESUMO

Na realização da atividade de soldagem há uma geração de agentes de riscos, onde

se faz necessário a implantação de medidas adequadas de higiene e segurança do

trabalho, a fim de proteger os trabalhadores e reduzir os acidentes e doenças

ocupacionais referentes a fumos metálicos. Este trabalho teve como objetivo a

abordagem dos aspectos teóricos e práticos por meio das avaliações qualitativas e

quantitativas realizadas nos ambientes de um setor de soldagem e apresentar

medidas de controle existentes para uma possível eliminação, minimização ou

controle da exposição com tais agentes. Foram aplicadas as etapas de antecipação,

reconhecimento, avaliação e controle da higiene ocupacional de um setor de

soldagem, para verificação e correção do ambiente de trabalho. Com os resultados

obtidos, verificou-se que os soldadores estão expostos aos mais variados agentes

ambientais durante a sua jornada de trabalho como ruído, calor, fumos metálicos,

riscos ergonômicos e riscos de acidentes. Conclui-se que é necessário a adoção de

medidas de controle em alguns pontos onde há exposição acima do limite de

tolerância de ruído e calor. Os fumos metálicos apresentaram substâncias com

valores acima do limite de exposição, fazendo-se necessário a adoção de medidas

de controle para a diminuição do agente no ambiente.

Palavras-chave: Higiene e Segurança do Trabalho. Processo de soldagem.

Trabalho Seguro.

1. INTRODUÇÃO A importância da higiene ocupacional, abordada neste artigo, que vem para

reconhecer, avaliar e controlar não só os agentes ambientais capazes de produzir

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doença do trabalho como também o bem-estar e conforto nos ambientes de

trabalho.

O trabalho tem um papel fundamental na inserção dos indivíduos no mundo,

contribuindo para a formação de sua identidade – a construção da subjetividade – e

permitindo que os mesmos participem da vida social, sendo elemento essencial para

a saúde. Entretanto, na forma como esse trabalho está organizado e é executado

por um grande contingente de profissionais, na sociedade atual, são maximizados

seus efeitos negativos, entre eles o adoecimento e a morte (MENDES; DIAS, 1999).

O ambiente de trabalho adequado constitui-se em um dos fatores mais

importantes que devem ser investigados nas empresas. O trabalhador exposto em

um ambiente insalubre (contaminado por agentes físicos, químicos ou biológicos)

pode vir a desenvolver uma doença, que o incapacitará para o trabalho. Se isso

acontecer, ele será afastado do trabalho, e, após o tratamento, poderá estar

novamente em condições de trabalhar, retornando ao mesmo local onde contraiu a

doença. Provavelmente voltará a ficar doente, dessa vez, porém, mais rapidamente

até que fique totalmente incapacitado para o trabalho. Agindo assim, tratamos a

consequência, que é a doença, e não a causa básica fundamental, que é a

exposição a ambiente contaminado.

Com uma economia globalizada, há uma necessidade de evolução nas

relações do trabalho e gestão por parte dos empregadores, devido a medidas

efetivas para atender exigências legais cada vez mais rigorosas e uma crescente

demanda por melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho, que, se aplicadas

corretamente, resultam em maior produtividade, qualidade e competitividade, além

de promover melhorias na imagem da empresa perante seus funcionários e clientes.

Pode-se definir a soldagem como sendo a técnica de reunir duas ou mais

partes que passa a constituir um todo, assegurando a continuidade do material,

assim como suas características mecânicas e químicas. A soldagem é classificada

com destaque entre os processos de união dos materiais, pois pode ser amplamente

empregada e por envolver grande volume de atividades. A soldagem pode ser

realizada: pela fusão de dois materiais em contato íntimo, ou seja, no nível atômico;

pela fusão dos mesmos com adição de outro material fundido; ou pelo contato

desses materiais, seja na fase sólida ou semi-sólida. Tem grande atuação na área

dos metais e suas ligas, por sua versatilidade e economia, assim como pelas

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propriedades mecânicas apresentadas por estas uniões. Porém, apesar da

qualidade da união, a soldagem provoca, em geral, distorção no material base

(MACHADO, 1996).

O emprego da soldagem com eletrodo revestido como processo de fabricação

tem apresentado considerável crescimento nos últimos anos, trazendo junto à

necessidade de um adequado programa de segurança e higiene na execução dos

trabalhos de soldagem, estabelecendo-se procedimentos a fim de proteger o meio

ambiente e os trabalhadores, reduzindo riscos ambientais e acidentes.

Muitos desses profissionais não possuem uma formação técnica, atuando

apenas pelo conhecimento adquirido na prática, não despertando para a Segurança

e Higiene no Trabalho, bem como inexiste o aperfeiçoamento técnico requerido para

uma soldagem com qualidade.

Este trabalho teve como objetivo a abordagem dos aspectos teóricos e

práticos por meio das avaliações qualitativas e quantitativas realizadas nos

ambientes de um setor de soldagem e apresentar medidas de controle existentes

para uma possível eliminação, minimização ou controle da exposição com tais

agentes.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Definição de Higiene Ocupacional

A Associação Brasileira dos Higienistas Ocupacionais (ABHO) adota a

definição abaixo desde 18/04/2009:

Higiene Ocupacional é a ciência e a arte dedicada ao estudo e ao gerenciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, por meio de ações de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle das condições e locais de trabalho, visando à preservação da saúde e bem estar dos trabalhadores, considerando ainda o meio ambiente e a comunidade.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT):

“É a ciência dedicada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de

riscos ambientais que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em

consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais”.

De acordo com a American Conference of Industrial Hygienists – ACGIH:

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É a ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos comuns.

Principais objetivos da higiene ocupacional:

Proporcionar ambientes de trabalho salubres;

Proteger e promover a saúde dos trabalhadores;

Proteger o meio ambiente;

Contribuir para um desenvolvimento socioeconômico e sustentável.

A higiene ocupacional possui quatro etapas:

Figura 1 – Etapas da Higiene Ocupacional Fonte: Autoria Própria

Antecipação:

Essa etapa identifica os riscos que poderão ocorrer, no ambiente de trabalho,

ainda na fase de projeto, instalação, ampliação, modificação ou substituição de

equipamentos ou processos prevendo os riscos futuros. Esta etapa é qualitativa,

podendo estar associada ao tipo de trabalho executado através das técnicas

modernas de análise de riscos.

Reconhecimento:

Essa etapa preocupa-se com os riscos presentes, avaliando profundamente o

processo, matérias primas, produtos intermediários e finais, condições de processo,

métodos de trabalho e equipamentos. Esta etapa é quantitativa (qualitativa),

podendo estar associada ao tipo de trabalho executado na elaboração do PPRA,

mapa de riscos ambientais ou técnicas modernas de análise de riscos.

Avaliação:

Essa etapa está relacionada diretamente com a NR 15, que se destina a

quantificar, periodicamente, os agentes agressivos identificados nas fases

anteriores, utilizando para isso, instrumentação e metodologias adequadas que

possam concluir se a exposição do trabalhador encontra-se acima dos limites de

tolerância estabelecidos.

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Controle:

Essa etapa realizada após a avaliação é importante que se estabeleçam

procedimentos necessários para garantir que o agente não chegue a valores mais

agressivos, nesta fase deve-se também procurar a melhoria do processo a fim de

identificar valores ainda menos agressivos, devemos ter em mente os princípios de

controle, em primeiro lugar o controle na fonte, depois o controle na trajetória, em

último caso o controle do trabalhador.

A higiene ocupacional, portanto, foca essencialmente em uma abordagem

preventiva por meio da minimização da exposição aos agentes químicos, físicos e

biológicos no ambiente de trabalho, incluindo os riscos de acidentes e a adoção de

boas práticas ergonômicas.

2.2 Agentes Ambientais

Agentes Físicos

São classificados como agentes físicos as diversas formas de energia a que

possam estar expostos os trabalhadores, tais como:

Ruído;

Vibrações;

Temperaturas extremas;

Radiações ionizantes;

Radiações não ionizantes;

Pressões anormais.

Agentes Químicos

São classificados como agentes químicos as substâncias, os compostos ou

produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, através da pele ou

ingestão, tais como:

Gases e vapores;

Aerodispersóides: poeiras, fumos, névoas, neblinas.

Agentes Biológicos

Consideram-se agentes biológicos:

Vírus;

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Bactérias;

Protozoários;

Bacilos;

Fungos e parasitas.

Agentes Ergonômicos

São classificados como todo fator que possa interferir nas características

psicofislológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde.

Consideram-se agentes ergonômicos:

Levantamento e transporte de peso;

Ritmo excessivo de trabalho;

Monotonia;

Repetitividade;

Postura inadequada de trabalho.

Agentes de Acidentes

São classificados como todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador

ou afetam sua integridade física ou moral. São considerados como riscos geradores

de acidentes:

Arranjo físico deficiente;

Máquinas e equipamentos sem proteção;

Ferramentas inadequadas ou defeituosas;

Eletricidade;

Incêndio ou explosão;

Animais peçonhentos;

Armazenamento inadequado.

2.3 Avaliações Qualitativas

É o estudo prévio das condições de trabalho, visando coletar o maior número

possível de informações e dados necessários, das condições relacionadas aos

trabalhadores e ambientes, a fim de fixarem-se as diretrizes do levantamento

quantitativo.

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O reconhecimento qualitativo inclui estudos minuciosos da planta atualizada

do local, do fluxograma dos processos, dos agentes presentes, do número de

trabalhadores, dos horários de trabalho, das atividades realizadas, das

movimentações de trabalhadores e materiais, das matérias-primas, dos

equipamentos e processos, dos ritmos de produção, das condições ambientais, do

tipo de iluminação e estado das luminárias, da identificação dos riscos e ponto de

origem da dispersão, do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) por parte

dos trabalhadores, da existência ou não de Equipamentos de Proteção Coletiva

(EPC), do estado em que se encontram os equipamentos, dentre outros. Todo esse

levantamento é necessário para estabelecer a forma correta de proceder ao

levantamento quantitativo.

É importante o assessoramento de um profissional que esteja familiarizado

com os processos, métodos de trabalho e demais atividades realizadas

normalmente, a fim de se obterem dados fidedignos e esclarecer as dúvidas que

possam surgir durante o levantamento. Essas informações devem ficar contidas em

um documento técnico.

Em algumas atividades, com riscos para a saúde conhecidos, a ação

preventiva é óbvia e deve ser tomada de imediato, sem a necessidade de

levantamento quantitativo prévio como, por exemplo, os trabalhos na fabricação e

manipulação de compostos orgânicos de mercúrio.

2.4 Avaliações Quantitativas

Trata-se do emprego das técnicas de higiene ocupacional com o objetivo de

quantificar e avaliar o potencial de danos dos agentes ambientais presentes no

ambiente avaliado. A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que

necessária para comprovar o controle da exposição ou inexistência dos riscos

identificados na etapa de reconhecimento.

Metodologias e roteiro para avaliações dos agentes:

a) Agentes físicos

Metodologias Utilizadas:

ACGIH – American Conference of Governamental Industrial Hygienists.

Portaria 3.214/78 - NR-15 – Norma Regulamentadora nº 15.

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NHO 01 - Norma de higiene ocupacional. Procedimento técnico: Avaliação da

exposição ocupacional ao ruído.

NHO 06 - Norma de higiene ocupacional. Procedimento técnico: Avaliação da

exposição ocupacional ao calor.

Roteiro:

Reconhecimento dos riscos;

Disponibilidade de limite de tolerância;

Disponibilidade de metodologia;

Seleção dos meios de amostragem;

Estratégia de amostragem;

Análise física;

Interpretação.

Ruído

A avaliação da exposição ocupacional ao ruído continuo ou intermitente

deverá ser feita por meio da determinação da dose diária de ruído ou do nível de

exposição, parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador. Esses

parâmetros são totalmente equivalentes, sendo possível, a partir de um obter-se o

outro, mediante as expressões matemáticas que seguem:

𝑁𝐸 = 10 × 𝑙𝑜𝑔 (480

𝑇𝐸×

𝐷

100) + 85 [𝑑𝐵]

𝐷 =𝑇𝐸

480× 100 × 2(

𝑁𝐸−853

) [%]

onde:

NE = nível de exposição

D = dose diária de ruído em porcentagem

TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.

A avaliação deve ser realizada utilizando-se medidores integradores de uso

pessoal, fixados no trabalhador.

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Esse tipo de avaliação visa à constatação dos possíveis riscos de dano

auditivo e seu controle. O efeito danoso do ruído depende:

do Nível de Pressão Sonora e da distribuição de NPS por frequências

(espectro sonoro);

da duração da exposição;

do número de vezes que a exposição se repete por dia;

da suscetibilidade individual.

De acordo com o Anexo nº 1 da NR-15, a máxima exposição diária permissível

para uma jornada de 8 horas é 85 dB.

Figura 2 – Anexo Nº 1 – Limite de tolerância para ruído

Fonte: Norma Regulamentadora – 15 - MTE

Calor

O critério de avaliação da exposição ocupacional ao calor tem por base o

Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo – IBUTG, calculado através das

seguintes equações:

a) Para ambientes internos ou externos sem carga solar direta:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 = 0,7 𝑡𝑏𝑛 + 0,3 𝑡𝑔

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b) Para ambientes externos com carga solar direta:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 = 0,7 𝑡𝑏𝑛 + 0,2 𝑡𝑔 + 0,1 𝑡𝑏𝑠

onde:

tbn = temperatura de bulbo úmido natural em ºC;

tg = temperatura de globo em ºC;

tbs = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em ºC.

De acordo com o Anexo nº 3 da NR-15, a exposição ao calor deve ser

avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo” (IBUTG).

Equipamentos utilizados nas medições:

Figuras 3 e 4 - Equipamento utilizado para avaliação de Ruído: Dosímetro e Calibrador. Fonte: Autoria Própria

Figura 5 - Equipamento utilizado para avaliação de Calor: Termômetro de Globo.

Fonte: Autoria Própria

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Resultado das Avaliações e as Medidas de Controle

A avaliação de ruído realizada no setor obteve os seguintes resultados:

Função Dose

avaliada Tempo da avaliação

Dose projetada

Lavg (Leq) Situação

Soldador 46% 06:34 56% 80,82 dB(A) Abaixo do LT

Ruído: a avaliação de dosimetria de ruído apresentou valores abaixo do limite

de tolerância, porém pode-se observar no gráfico abaixo pontos onde a exposição

alcançou 100 dB (A), se fazendo necessário adoção de medidas de controle.

Figura 6 – Gráfico gerado pelo software do Dosimetro.

Fonte: Software 3M.

Neste caso o ruído é proveniente de lixadeiras, que são utilizadas para

limpeza e desbaste das peças, como medida de controle, aplica-se a utilização de

protetor auricular do tipo plug, pois o tipo concha dificultaria a utilização da máscara

de solda.

A avaliação de calor realizada no setor obteve os seguintes resultados:

Atividade Avaliação

IBUTG Horário da Avaliação

Tipo de Atividade/

Regime de

Trabalho

Limite de Tolerância

NR-15 Situação

Soldador 28,2 ºC 11:17 Moderado 26,7 ºC Acima do LT

Calor: De acordo com a avaliação acima, notamos que a situação está acima do

Limite de Tolerância, se fazendo necessária a adoção de períodos de descanso

conforme o Quadro Nº 1 do Anexo nº 3 da NR-15.

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Quadro Nº1

Regime de Trabalho Intermitente com Descanso no Próprio Local de

Trabalho (por hora) Tipo de atividade – IBUTG em graus centígrados

Leve Moderada Pesada

Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0

45 minutos de trabalho 15 minutos de descanso

30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9

30 minutos de trabalho 30 minutos de descanso

30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9

15 minutos de trabalho 45 minutos de descanso

31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

Não é permitido o trabalho, sem a adoção de medidas adequadas de controle.

acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0

Neste caso a atividade terá como medida de controle o descanso no próprio

local de trabalho, onde serão 30 minutos de trabalho e 30 minutos de descanso.

b) Agentes químicos

Metodologias Utilizadas:

National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH;

Occupational Safety and Health Administration – OSHA;

De fabricantes ou desenvolvidos por laboratórios particulares.

Roteiro:

Reconhecimento dos riscos;

Disponibilidade de limite de tolerância;

Disponibilidade de metodologia;

Seleção dos meios de amostragem;

Estratégia de amostragem;

Análise química;

Interpretação.

Estratégia de amostragem:

Questão Resposta

Onde avaliar? Ambiente de trabalho.

Quem avaliar? O trabalhador envolvido na atividade ou que esteja próximo dela.

Duração da Amostragem de longo tempo, curto tempo ou instantânea.

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Avaliação?

Número de Amostras?

Trabalhadores de maior risco suspeito, grupo de exposição semelhante e amostras repetidas.

Período da Avaliação?

Durante a jornada de trabalho ou momento da atividade que esteja prejudicando o trabalhador.

Fonte: FERNANDES, 2012.

Antes que a amostragem comece devem ser resolvidas as seguintes

questões:

A quantidade de material exigido:

O laboratório deve receber material suficiente para assegurar um resultado

preciso e representativo. Sempre consulte o laboratório antes de coletar as amostras

para discutir o tipo e quantidades exigidas, embalagens, transporte, armazenagem,

entre outros.

Manuseio da amostra

Manuseio e transporte inadequado de amostras de materiais podem gerar

perdas ou contaminação. Fatores incluem o tipo de container usado assim como

quaisquer requisitos para armazenar em baixas temperaturas ou longe da luz solar.

Informações podem geralmente ser obtidas junto ao laboratório que realiza a

análise.

Elementos de um sistema de amostragem

Ao realizar o monitoramento pessoal de partículas transportadas pelo ar há

três componentes principais do sistema de amostragem que formam o “trem de

amostragem”. Estes são a Bomba, Filtro e Cabeçote de Amostragem. A bomba é

usada para direcionar o ar no cabeçote de amostragem e coletar quaisquer

partículas em um filtro.

A bomba é um dispositivo movido a bateria que é usado pelo trabalhador. A

bomba deve ser capaz de operar a uma taxa de fluxo constante (geralmente entre 1

e 2,5 litros por minuto) por períodos prolongados de até 8 horas. A calibração da

bomba, assim como a medição do tempo de amostragem, nos permite calcular o

volume de ar que está sendo amostrado.

Os filtros precisam ser capazes de coletar todo o material particulado que foi

trazido a eles e ao mesmo tempo precisam ser compatíveis com qualquer técnica de

análise subsequente. Geralmente, estes são filtros de fibra de vidro e filtros de

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membrana. Quando a análise é para poeira, então um filtro de fibra de vidro é

usado. Os filtros são pesados antes e após o uso para que uma alteração de peso

possa ser determinada. Esta mudança de peso pode ser usada com a taxa de fluxo

e tempo de amostragem para chegar a uma exposição medida usando a equação

abaixo.

Concentração (mg/m3) =𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑚𝑔) 𝑥 1000

𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 (𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑚𝑖𝑛 ) 𝑥 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜(min)

Nota – o número de 1000 é necessário no numerador desta fórmula para converter o volume da amostra do denominador de litros para m

3.

A fórmula acima também pode ser expressa como:

Concentração (mg/m3) =𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜 (µ𝑔)

𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 (𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑚𝑖𝑛 ) 𝑥 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜(min)

Onde: o ganho de peso é expresso nas unidades de microgramas (µg).

Branco de Campo

Amostrador idêntico àqueles que serão usados para as amostras de campo,

que é aberto e fechado imediatamente sem exposição ao ar ou passagem de ar com

auxílio de bombas. São recomendados na metodologia OSHA, NIOSH e EPA. Com

a finalidade de controle sobre a manipulação das amostras. No caso de

contaminação nas etapas de acondicionamento, transporte, estocagem no

laboratório e análise, o branco de campo permitirá identificar a contaminação e

tomar decisões tal como repetir as amostragens, ou seja, se o branco de campo

apresentar contaminação é provável que as amostras também a apresentem e então

conclui-se que estão invalidadas.

Interpretamos o branco de campo como uma "boa prática de trabalho". No

caso de contaminações, a sua falta não permitirá confiança total no trabalho.

Entretanto a falta deva se constituir uma "irregularidade", porém a interpretação é de

quem está julgando. Como controle de manuseio, consideramos que deve ser

preparado pelo menos um branco de campo para cada lote de amostras. O branco

de campo deve ser preparado no local da coleta. Se dentro de uma mesma planta

forem efetuadas coletas em locais (prédios) diferentes, recomendamos que o branco

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seja preparado no primeiro local amostrado. O importante é não perder de vista a

finalidade do branco de campo.

Finalmente, o branco de campo não deve ser executado apenas com a

finalidade de atender à metodologia, mas sim como uma ferramenta que permitirá ao

interessado verificar a possibilidade de contaminação das amostras e dessa forma

resguardar a qualidade da avaliação também sob este aspecto.

Fumos metálicos

Os fumos metálicos, constituídos em geral por partículas de 0.01 - 1μm de

diâmetro são formados a partir de vapores e gases que se desprendem das peças

em fusão, seja da superfície da peça, seja do eletrodo, do revestimento do eletrodo,

de substâncias adicionadas à solda, do tipo de fluxos ou pós e dos óleos protetores.

Os vapores e gases, em contato com o oxigênio do ar, após resfriamento e

condensação, oxidam-se rapidamente, formando os fumos. Existem vários tipos de

eletrodos, cada um com uma especificação e composição diferente. Os eletrodos

avaliados neste estudo foram:

Eletrodo E6013 / Revestimento Rutílico - Este revestimento contém grandes

quantidades de rutilo (TiO2 - óxido de Titânio), e produz uma escória

abundante, densa e de fácil destacabilidade. Estes eletrodos caracterizam-se

por serem de fácil manipulação, e por poderem ser utilizados em qualquer

posição, exceto nos casos em que contenham um grande teor de pó de Ferro.

Utilizados em corrente contínua ou alternada produzirão um cordão de bom

aspecto, porém com penetração média ou baixa. A resistência à fissuração a

quente é relativamente baixa, e estes eletrodos são considerados de grande

versatilidade e de uso geral.

Eletrodo E7018 / Revestimento Básico – Este revestimento contém grandes

quantidades de carbonatos (de Cálcio ou outro material) e fluorita. Estes

componentes são os responsáveis pela geração de escória com

características básicas que, em adição com o dióxido de Carbono gerado pela

decomposição do carbonato, protege a solda do contato com a atmosfera.

Eletrodo E6010 / Revestimento Celulose - Este revestimento contém grandes

quantidades de material orgânico (como por exemplo, celulose), cuja

decomposição pelo arco gera grandes quantidades de gases que protegem o

metal líquido. A quantidade de escória produzida é pequena, o arco é muito

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violento causando grande volume de respingos e alta penetração, quando

comparado a outros tipos de revestimentos. O aspecto do cordão produzido

pelos eletrodos com este tipo de revestimento não é dos melhores,

apresentando escamas irregulares.

Figura 7 – Amostradores utilizados na avaliação

Fonte: Autoria Própria

Equipamentos utilizados nas medições:

Figura 8 – A: Equipamento utilizado para avaliação de Fumos Metálicos: Bomba Gravimétrica;

B: Amostrador o Cassete duplo para metais (MetG).

Fonte: Autoria Própria

Resultado das Avaliações e Medidas de Controle

A avaliação de fumos metálicos realizada no setor obteve os seguintes

resultados:

A B

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INTENSIDADE DO AGENTE

Substâncias Resultado Limite de Exposição Situação

Fumos Metálicos

(Instrutor) 65,56 mg/m³ 3 mg/m³ (**) Acima do LT

Fumos Metálicos

(Soldador) 95,99 mg/m³ 3 mg/m³ (**) Acima do LT

Branco de Campo N.D. 3 mg/m³ OK

N.D. – Não Detectado LT – Limite de Tolerância.

(**) A American Conference of Governamental Hygyenistis (ACGIH) ano base 2013, referente a jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Diante desses valores foi solicitada uma varredura para identificação das

substâncias presentes nos fumos. O resultado obtido foi:

INTENSIDADE DO AGENTE

Substâncias Resultado Limite de

Exposição Situação

Chumbo 0,09 mg/m³ 0,1 mg/m³ Abaixo do LT

Manganês 8,75 mg/m³ 1 mg/m³ Acima do LT

LT – Limite de Tolerância.

Fumos Metálicos: De acordo com a avaliação, nota-se que os resultados

estão acima do limite de tolerância, sendo que um está quase 32 vezes acima.

Diante dos resultados, se faz necessária à adoção de medidas de controle eficientes

e eficazes, para diminuição da exposição a essas substâncias.

A primeira medida de controle seria a implantação de um sistema de

exaustão, que tem como objetivo a diminuição dos fumos metálicos antes que

entrem em contato com o soldador. Esse sistema deve conter filtros coletores para

que não libere os poluentes para o ambiente externo. A segunda medida de controle

seria a implantação de um projeto de ventilação natural.

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Figura 9 A e B – Exemplo de um sistema de exaustão utilizado na atividade de soldagem. Fonte: Catálogo Nederman

c) Agentes biológicos

Metodologias Utilizadas:

Organização Mundial da Saúde – OMS;

Diretiva 90/679 da Comunidade Econômica Europeia (CEE).

Roteiro:

Coleta de amostras;

Seleção dos exames periódicos;

Vacinação;

Análise laboratorial;

Interpretação.

Estratégia de Amostragem:

Tipo de contaminante e efeitos individuais e combinados;

Causas da contaminação;

Vias de entrada;

Tempo real de exposição;

Tipo de proteção utilizada e sua eficiência;

Vias de eliminação;

Melhorias técnicas que se podem adotar;

Tipo de atividade.

Medidas de Controle

A exposição aos agentes biológicos é inerente às atividades; sendo assim,

nem sempre as medidas de controle são totalmente eficientes no controle da

exposição. No caso dessa atividade não se aplica.

A B

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d) Agentes Ergonômicos

Metodologias Utilizadas:

Portaria 3.214/78 - NR-17 – Norma Regulamentadora nº 17.

Roteiro:

Reconhecimento dos riscos;

Disponibilidade de limite de tolerância;

Disponibilidade de metodologia;

Seleção dos meios de amostragem;

Estratégia de amostragem;

Análise química;

Interpretação.

Medidas de Controle

As posições para a realização da atividade de soldagem dependem de onde

será realizada a solda, mas na maioria das vezes é executada em pé ou sentada.

Como medidas de controle aplicam-se:

Estabelecer pausas no trabalho e aproveitar para alongar os músculos das

costas, braços e pernas;

Utilizar ferramentas adequadas ao trabalho a realizar e ergonomicamente

adaptadas às características pessoais;

Levantar corretamente as cargas, utilizando sempre que necessário, a ajuda

de outra pessoa;

Proporcionar a rotatividade das tarefas, alternando tarefas com movimentos

repetitivos com tarefas mais descansadas;

Nos trabalhos efetuados em pé dimensionar corretamente as mesas de

trabalho de forma a permitir uma postura correta da coluna e membros,

colocando cadeiras que permitam alternar a posição em pé e sentada;

Manter o local de trabalho arrumado e organizado, colocando os objetos de

trabalho facilmente acessíveis.

e) Agentes de Acidentes

Metodologias Utilizadas:

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National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH;

Occupational Safety and Health Administration – OSHA;

De fabricantes ou desenvolvidos por laboratórios particulares.

Roteiro:

Reconhecimento dos riscos;

Disponibilidade de limite de tolerância;

Disponibilidade de metodologia;

Seleção dos meios de amostragem;

Estratégia de amostragem;

Análise química;

Interpretação.

Medidas de Controle

Uso correto dos EPI’s;

Treinamento para execução das tarefas e para uso dos equipamentos de

proteção fornecidos;

Utilização de ferramentas em bom estado de conservação;

Manter a atenção na atividade realizada.

Analisando os resultados obtidos no presente trabalho, observa-se a

importância da sensibilização das empresas e dos trabalhadores na adoção de

princípios e procedimentos de segurança para que eles possam aumentar sua

produtividade, bem como sua qualidade e, principalmente, manter os seus

trabalhadores longe de riscos de acidentes, treinando-os e tornando-os

familiarizados com regras de segurança e oferecendo-lhes um local de trabalho

seguro e saudável, que possam atender as suas expectativas de trabalho.

3. CONCLUSÃO

Faz-se necessário a adoção de medidas de controle em alguns pontos onde

há exposição acima do limite de tolerância de ruído e calor.

Os fumos metálicos apresentaram substâncias com valores acima do limite de

exposição, fazendo-se necessário a adoção de medidas de controle para a

diminuição do agente no ambiente.

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Do ponto de vista técnico e de prevenção de lesões e doenças ocupacionais,

é de suma importância à caracterização dos riscos ambientais e a priorização dos

mesmos, de forma a cumprir às legislações pertinentes e desenvolver soluções

definitivas para eliminar/reduzir esses riscos.

A aplicação da segurança e higiene nesse setor de soldagem é uma das mais

importantes na determinação da qualidade de vida dos trabalhadores que realizam

essas atividades. A qualificação para o setor é possível, pois existem órgãos que

treinam e qualificam a mão de obra o que certamente elevam a produtividade e

consequentemente a receita.

Verifica-se que o erro humano e a falta de técnica são capazes de

comprometer as melhores medidas de proteção. Uma equipe com alto grau de

conscientização e padrões de comportamento condicionados a gestão da qualidade,

novas tecnologias, higiene e segurança e perfeitamente envolvida com a

identificação e o controle dos riscos existentes, constitui-se num elemento chave na

prevenção dos acidentes e na elevação da produtividade.

OCCUPATIONAL HYGIENE APPLIED TO THE WELDING AREA

ABSTRACT The welding activity generates risks, making it necessary to implement adequate

occupational hygiene and work safety measures in order to protect workers and

reduce accidents and occupational diseases related to metal fume. The present work

aims at addressing both theoretical and practical aspects through qualitative and

quantitative evaluations carried out in a given welding area and also at presenting

existing control measures towards possible elimination, minimization or exposure

control of these agents. The following stages were applied: prevision, recognition,

evaluation and occupational hygiene in a given welding area, in order to verify and

correct the work environment. From the results obtained, it was verified that the

welders are exposed to a large variety of environmental hazards during their work as

noise, heat, metal fume, ergonomic and accident risks. The conclusion is that it is

necessary to take control measures in some areas where there is noise and heat

exposition above the limit. The metal fume presented substances with rates above

the exposure limit, making it necessary to take control measures in order to reduce

the risks.

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Keywords: Hygiene and Safety of Work. Welding Process. Safe Work.

4. REFERÊNCIAS

MENDES, R.; DIAS, E. C. Saúde dos trabalhadores. In: ROUQUAYROL, M. Z.; ALMEIDA FILHO, N. de. Epidemiologia e saúde. 5. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999. p. 431 - 456. MACHADO, I. G. Soldagem & técnicas conexas: processos. Porto Alegre: Machado, 1996. 477p. Segurança e Medicina do Trabalho: Manual de Legislação. Editora: Atlas, 73ª Edição. São Paulo: 2014. FERNANDES, Leandro G. Higiene Ocupacional para Segurança do Trabalho: Aula I e II. 2012. ABHO. Disponível em: < http://www.abho.org.br/>. Acesso em: 09 nov. 2014. ACGIH. Disponível em: <http://www.acgih.org/>. Acesso em: 05 nov. 2014. OSHA. Disponível em: <https://www.osha.gov/>. Acesso em: 05 nov. 2014. OIT. Disponível em: < http://www.oitbrasil.org.br/>. Acesso em: 08 nov. 2014. Portal Metalica. Disponível em:<http://www.metalica.com.br/soldagem-eletrodo-revestido-consumiveis-e-variaveis/>. Acesso em: 02 dez. 2014. NHO 01. Norma de higiene ocupacional. Procedimento técnico: Avaliação da exposição ocupacional ao ruído. São Paulo: Fundacentro, 2001. NHO 06. Norma de higiene ocupacional. Procedimento técnico: Avaliação da exposição ocupacional ao calor. São Paulo: Fundacentro, 2002.