análise do espetáculo 2

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  • 8/18/2019 Análise Do Espetáculo 2

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    UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

    FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

    Disciplina: Movimentos do Teatro

    Docente: Profa. Mayumi Ilari

    Turma: Manhã

    Aluna: Jessica E. H. a!oni " #$%&''(

    Análise de Espetácl!

    Parte I " Elementos a serem o)servados

    %. Escolha do Espet*culo

    + espet*culo escolhido foi ,A Tempestade- )aseado na pe/a hom0nima de1ha2espeare com dire/ão de 3a)riel 4illela. A escolha pela pe/a foi motivada em

    !rande parte pelo interesse em perce)er como um te5to cl*ssico de 1ha2espeare seria

    adaptado por uma companhia )rasileira mas tam)6m pela familiaridade com o local. +s

    in!ressos foram o)tidos atrav6s de um 7e)site 8777.in!ressorapido.com.)r 9 por conta

    da comodidade. Apesar de não poderem ser considerados caros o pre/o dos in!ressos

    não 6 necessariamente acessvel para todos os p;)licos. es ou pela televisão. + fato do diretor e

    al!uns atores terem atuado na televisão e at6 em al!umas produ/?es internacionais

     provavelmente motivou al!umas pessoas do p;)lico a escolherem a pe/a em @uestão.

    &. aractersticas 3erais

    Bma caracterstica da pe/a @ue pode ser considerada marcante foi o uso de diversos

    recursos visuais e sonoros @ue a=udavam a real/ar a atua/ão tais como um =o!o de lu>

    http://www.ingressorapido.com.br/http://www.ingressorapido.com.br/

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    em determinadas cenas e a presen/a de can/?es tocadas e cantadas pelos prCprios

    atores. +utro aspecto not*vel foi o cen*rio e fi!urino @ue diver!em da concep/ão

    cl*ssica esperada em uma adapta/ão de 1ha2espeare. Al!o @ue poderia ter se

    apresentado como uma desvanta!em para os atores foi o espa/o limitado em @ue toda a

    encena/ão era desenvolvida no entanto a companhia sou)e lidar com isso de forma

    @ue não houve a impressão de @ue a a/ão estava confinada em um espa/o pe@ueno.

    Em !eral h* uma coerncia da encena/ão @ue se )aseia na estrutura/ão de

    cenas da prCpria pe/a de 1ha2espeare. + aspecto @ue mais contri)uiu para a constru/ão

    de uma impressão su)=etiva da pe/a foi a atua/ão dos atores a @ual surpreendeu e

    superou as e5pectativas no sentido de @ue os atores não sC atuaram com maestria mas

    tam)6m cantaram e tocaram che!ando at6 mesmo a dan/ar. Todos os elementos doespet*culo pareceram se complementar e formar uma coesão.

    F. Gocal do Espet*culo

    + espet*culo foi encenado em um teatro de arena fechado chamado Tucarena uma das

    instala/?es do Teatro Tuca da Pontifcia Bniversidade atClica de 1ão Paulo 8PB9. +

    espet*culo não era itinerante sendo em um teatro de arena convencional com uma

    separa/ão entre palco e plateia mas @ue o)ri!ava os atores a andarem entre a plateia

     para sarem e entrarem no palco. Em al!uns momentos al!uns atores at6 mesmo

    che!avam a encenar nas laterais do palco en@uanto uma cena ocorria no centro do

    teatro como se fi>essem parte da plateia e o)servassem a a/ão sua frente. Bma ou

    duas ve>es o foco foi direcionado para os corredores por onde os atores saam e

    entravam mas a !rande maioria da a/ão se deu no palco do teatro. + papel esperado do

    espectador 6 apenas de o)servador não sendo solicitada em momento al!um uma

    intera/ão ou resposta direta.

    . ecep/ão do Espet*culo

    Bm pressuposto necess*rio para uma )oa receptividade do espet*culo 6 manter a mente

    a)erta para os elementos fant*sticos criados por 1ha2espeare o @ue fa> a pe/a se

    distanciar de uma a)orda!em realista. + espet*culo não parece se direcionar a um

     p;)lico especfico sendo na verdade visto por pessoas de @uase todas as fai5as et*riasdesde =ovens a idosos e5ceto crian/as. + espectador 6 tido apenas como o)servador

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    não sendo necess*rio @ual@uer tipo de intera/ão durante a pe/a. A leitura esperada do

    conte;do da pe/a 6 a mesma esperada dos leitores da o)ra de 1ha2espeare por6m a

    interpreta/ão da presen/a dos elementos inusitados 8tais como o cen*rio e fi!urino9 6

     plural e su)=etiva. + p;)lico parece ter tido uma rea/ão positiva do espet*culo uma ve>

    @ue houve aplausos de p6 por todos os espectadores. A crtica tam)6m parece ter 

    rece)ido positivamente a pe/a como pode ser visto em:

    http:opiniaodepeso.comta!tucarena

    ,A TEMPE1TADE- " +PIKIL+

    ome/o a opinião so)re ,A Tempestade- " pe/a de 1ha2espeare com dire/ão do

    mineiro 3a)riel 4illela " pela conclusão. uma das mais )onitas pe/as vista neste ano.

    + @ue voc v continua conti!o pelos dias a se!uir.

    + te5to 6 considerado como a ;ltima pe/a escrita por 1ha2espeare. onta @ue em uma

    ilha vive PrCspero anti!o Du@ue de Milão com sua filha Miranda e seres m*!icos: o

    esprito asse5uado Ariel e o monstro ali)an. PrCspero foi )anido de sua terra por 

    ordens do seu irmão Antonio @ue @ueria o ttulo para si.

    1C @ue em uma via!em de navio onde est* presente toda a corte de K*poles incluindo oatual Du@ue de Milão PrCspero usa de m*!ica para atrair o navio para sua ilha com o

    o)=etivo de se reconciliar com a sua famlia e restituir sua filha no poder de Milão.

    H* muitas referncias mitolo!ia e sim)olismos na pe/a do )ardo in!ls e 3a)riel

    utili>a das suas prCprias mitolo!ias para ,a)rasileirar- o te5to.

    Para come/o a ilha de PrCspero 6 materiali>ada em Minas 3erais. Bma ilha s avessas.

    Ao inv6s de cercada pelo mar 6 cercada por terra. Minas 6 um estado interno do pas.

    PodeNse di>er @ue a ilha est* dentro de nCs.

    Mas o poder das *!uas tam)6m tem sua for/a no estado. o io 1ão Orancisco. Bm rio

    mtico uma fonte de vida e ri@ue>a para ( estados e (&% municpios. Do 4elho hicoQ

    @ue vem a lama para pintarQ os atores e elementos do cen*rio. uma forma de

    transmitir a psi@ue dos mineiros para os atores.

    1C @ue o )arro tam)6m remete a ori!em de tudo. Afinal ,fomos criados do )arro e para

    ele voltaremos- ao t6rmino de nossa passa!em por este planeta. emete a mitolo!ia dacria/ão. E por@ue não di>er @ue 6 um ciclo @ue se renova afinal =* @ue 6 a ;ltima pe/a

    http://opiniaodepeso.com/tag/tucarena/http://opiniaodepeso.com/tag/tucarena/

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    de 1ha2espeare " se )em @ue ele sempre ser* encenado " seus persona!ens voltam para

    o )arro criacional.

    Deste mesmo )arro @ue formou as primeiras m*scaras do teatro !re!o são feitos os

    vasos utili>ados na pe/a. Eles tem a fun/ão de amplificar ou modificar as vo>es dosatores durante a pe/a. +utra sim)olo!ia reli!iosa. + ator ao soprar as palavras dentro

    dele fa>Nse a cria/ão do espet*culo.

    As palavras " do te5to " foram adaptadas para uma lin!ua!em mais colo@uial.

    ompreendeNse mais facilmente o @ue o escritor @uis di>er mas sem perder sua for/a

    ori!inal.

    E para a=udar a contar esta histCria 3a)riel utili>a m;sicas do cancioneiro popular 

     )rasileiro e5ecutadas e interpretadas pelos atores em coros " como acontece nas

    tra!6dias !re!asQ. Ooram escolhidas can/?es @ue tinham como tema o universo das

    *!uas doces e sal!adas do +ceano AtlRntico. +uveNse Milton Kascimento Dorival

    aymmi fado entre outros.

    A monta!em acontece no TBAEKA. +u se=a uma outra sim)olo!ia. + formato do

    teatro de arena 6 um crculo. +nde todos " plateia e p;)lico " conse!uem se ver. Kão h*

    come/o nem fim " h* um eterno recome/o.

     Ko final das contas parece @ue 3a)riel 4illela " como uma deidade " dormiu e sonhou.

    1onhou com sua infRncia com o @ue =* viu e viveu at6 o momento. E no meio deste

    sonho lem)rou do te5to de um outro sonhador @ue viveu antes dele em um outro pas.

    E o @ue 6 o espectador v durante os %&' minutos 6 o seu sonho.

    A)reNse um parnteses antes do t6rmino da opinião. + tra)alho do diretor sC acontece

     por causa do tra)alho muito )em feito pelos seus atores e sua e@uipe de produ/ão " 

    ceno!rafia fi!urino dire/ão musical prepara/ão da vo> diretor de movimentosadere/os camareiros ilumina/ão e ma@uia!em. o resultado de um sonho em

    con=unto.

    ,A Tempestade- de 3a)riel 4illela 6 uma pe/a @ue merece ser vista revista e sonhada.

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    http:favodomellone.com.)raNtempestadeNvillelaNtranspoeNoNuniversoNdeNsha2espeareN

     paraNoN)rasil

    A Tempestade: 4illela transp?e o universo de 1ha2espeare para o Srasil

    onsiderada a ;ltima pe/a de illiam 1ha2espeare A Tempestade 8escrita em %$%%

    cinco anos antes da morte do autor9 !anha uma roupa!em )rasileira pelas mãos do

    diretor mineiro 3a)riel 4illela. + espet*culo em carta> at6 final de novem)ro no

    Tucarena fa> parte das comemora/?es dos (' anos do Tuca.

    om cones da cultura popular como potes de cerRmica )ordados e rendas dos

    fi!urinos mCveis e adere/os em madeira elementos reli!iosos e msticos distri)udos

     pelo cen*rio al6m das m;sicas do cancioneiro popular e de compositores como Milton

     Kascimento 8Pei5inho do Mar9 e Dorival aymmi 81ute do Pescador9 a monta!em

    transp?e a trama sha2espeareana de PrCspero o du@ue de Milão @ue teve o trono

    usurpado pelo irmão para a realidade )rasileira. elso Orateschi como PrCspero lidera

    o elenco de mais %' atores dentre eles Getcia Medella hico arvalho e Helio cero.

    A plateia fica hipnoti>ada desde a cena inicial. Aproveitando da estrutura de arena do

    teatro e com poucos e criativos elementos os atores entram em cena se diri!em ao

    centro do palco e sentamNse em crculo dando incio ma!ia do teatro. PrCspero com

    seu ca=ado mstico 8um velho !alho de *rvore9 e a a=uda do an=o Ariel vivido por hico

    arvalho provoca uma tempestade no mar @ue atrai para sua ilha o navio da corte de

     K*poles. Detalhe: a tempestade 6 criada somente com um v6u transparente uma

    miniatura de navio a ilumina/ão e o canto e as vo>es dos atores @ue são

    redimensionadas pelos potes de cerRmica usados para rever)erar o som. Impossvel não

    ficar preso tramaU

    Depois do naufr*!io todos da tripula/ão conse!uem se salvar e )uscam a)ri!o na ilha

    a)andonada. A trama se desenrola com PrCspero articulando para @ue a verdade venha

    tona. ontando com a cola)ora/ão tanto de Ariel como do escravo ali)an 8Helio

    cero9 PrCspero fa> com @ue o rei Alonso 8Geonardo 4entura9 descu)ra @ue o seu

    trono de du@ue de Milão fora usurpado por seu irmão mais novo Antonio 8o!6rio

    omera9. + ma!o tam)6m apro5ima a filha Miranda 8Getcia Medella9 do prncipe

    Oerdinando 8Marco Ourlan9 @ue se apai5onam.

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    omo em toda a o)ra de 1ha2espeare A Tempestade cont6m os sentimentos mais

     pun!entes do ser humano numa histCria de vin!an/a de violncia luta pelo poder

    al6m de amor reconcilia/ão e principalmente perdão.

    ,Tenho atra/ão e encantamento por o)ras @ue tradu>em o universo mtico onrico e po6tico como nesta pe/a. Evidentemente não nos deparamos com um mundo apenas de

    encantos mas tam)6m repleto de crueldades. Em A Tempestade pe/a de despedida do

     )ardo encontramos um olhar mais )enevolente- ar!umenta o diretor.

    A monta!em )arroca e )rasileira de 3a)riel 4illela para um te5to tão contundente e

    vi!oroso de 1ha2espeare ma!neti>a ainda mais os espectadores. As m;sicas tam)6m

    e5ercem fascnio e envolvem o p;)lico tanto @ue ao final estão todos cantando e

    aplaudindo ao mesmo tempoU Difcil enumerar o @ue mais a!rada na monta!em:ilumina/ão primorosa de a!ner Oreire os encantandores fi!urinos de Jos6 osa e

    3a)riel 4illela @ue tam)6m assina o cen*rio ao lado de M*rcio 4incius os criativos

    adere/os de 1hicC do Mamulen!o e a )ela ma@uia!em de laudinei Hidal!o. Ko

    entanto a sintonia e o entrosamento dos on>e atores em cena 6 o !rande desta@ue do

    espet*culo elso Orateschi @ue =* interpretou ali)an em outra monta!em emociona

    na pele de PrCspero. 1em di>er da sensvel interpreta/ão de hico arvalho e Helio

    cero @ue en!randecem seus ricos e anta!0nicos persona!ens. Getcia Medellatam)6m chamou minha aten/ão: ;nica mulher no elenco sua vo> doce so)ressai nas

    can/?es. +utra monta!em memor*vel de 4illela para uma pe/a de 1ha2espeareU Bm dos

    !randes desta@ues da temporada teatral deste anoU

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    (. Dire/ãoA motiva/ão do diretor 3a)riel 4illela para produ>ir a pe/a parece ter sido por conta

    de seu interesse no dramatur!o cl*ssico visto @ue fa> parte de seu repertCrio como

    diretor al!umas das outras pe/as de 1ha2espeare. Apesar de ser um espet*culo )aseado

    em uma pe/a cl*ssica de 1ha2espeare 4illela procurou inovar e se!uiu uma nova leitura

    @ue o apro5ima ao mesmo tempo em @ue afasta da pe/a ori!inal. Al!uns elementos

    inovadores são o cen*rio o fi!urino e a presen/a de m;sicas populares )rasileiras os

    @uais contri)uem para e5pressar uma interpreta/ão )rasileira de ,A Tempestade-.

    $. oncep/ão nicaEm !eral não h* uma predominRncia do plano visual ou sonoro mas sim uma

    com)ina/ão entre am)os visto @ue tanto os elementos visuais " como o cen*rio

    fi!urino e e5press?es corporais " @uanto os elementos sonoros contri)uem para aconstitui/ão da identidade do espet*culo.om rela/ão ao cen*rio h* uma representa/ão mais a)strata do @ue realista visto @ue

    ele não possui elementos tpicos da 6poca em @ue a pe/a foi conce)ida mas elementos

    r;sticos associados com o interior do Srasil " como os mCveis e utenslios " de uma

    6poca aparentemente histCrica e não contemporRnea. + referente do cen*rio seria então

    uma mistura entre histCrico e fant*stico por possuir certos elementos considerados

    e5cntricos tais como )olas transparentes com o nome de cada um dos si!nos do

    >odaco.H* uma continuidade entre as cenas visto @ue as unidades temporais se!uem uma

    ordem cronolC!ica para se estruturarem. A narrativa se passa em ilha fictcia mas se

    refere a lu!ares reais tais como Milão e K*poles. Em)ora a trama se desenvolva !rande

     parte do tempo apenas na ilha 8com e5ce/ão do come/o em @ue presenciamos a

    tempestade causada por PrCspero9 h* trs divis?es de espa/o as @uais não são

    marcadas pelo lu!ar fsico em si mas pelo !rupo de persona!ens em @ue nelas se

    encontram " o local em @ue est* PrCspero Miranda e Oerdinando onde se encontraali)an Trnculo e Est6fano e o lu!ar onde est* Alonso Antonio 1e)astian e

    Orancisco " podendo o local mudar en@uanto o !rupo permanecer o mesmo. Ao final da

     pe/a temos a =un/ão dos trs !rupos em apenas um lu!ar. Bma o)serva/ão a ser feita 6

    @ue apenas o Ariel parece ter acesso a todos os espa/os do espet*culo. + tempo da

    narrativa parece ser linear com a intercala/ão de eventos @ue ocorrem simultaneamente

    nos diferentes !rupos de pessoas.A ilumina/ão tam)6m desempenha um papel na divisão de espa/os uma ve> @ue cenas

    com determinado !rupo de pessoas parecem possuir uma ilumina/ão especfica

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    contri)uindo ainda mais para a distin/ão entre um !rupo e outro como as cenas com

    ali)an Trnculo e Est6fano @ue possuem uma ilumina/ão mais forte e ampla do @ue

    as outras.A dimensão sonora da pe/a por sua ve> 6 uma caracterstica essencial do espet*culo

    conce)ido por 4illela sendo constituda por uma trilha sonora de m;sicas populares

     )rasileiras e instrumentos am)os a car!o dos prCprios atores. + aspecto sonoro da pe/a

    no entanto não est* apenas presente nas m;sicas cantadas e tocadas pelos atores mas

    tam)6m em certos recursos utili>ados para propa!ar as vo>es dos atores como o uso de

     =arros em al!uns momentos da pe/a especialmente no incio durante a tempestade

    causada por PrCspero na @ual vemos apenas as persona!ens sentadas no centro do

     palco cada uma com um =arro representando as vo>es de persona!ens cu=as a/?es não

    são visveis.+s o)=etos da pe/a tam)6m possuem um papel crucial para o espet*culo uma ve> @ue

    h* a utili>a/ão de um o)=eto para mais de uma fun/ão " como o uso de =arros de )arro

    tanto para a propa!a/ão das vo>es dos atores @uanto para as mãos e p6s de ali)an " 

    al6m do uso metafCrico de certos elementos em miniatura para representar outro local

    al6m da ilha ou uma visão mais ampla da prCpria ilha tal como na cena da tempestade

    referida anteriormente em @ue ao mesmo tempo em @ue os atores usam os =arros para

    representar as vo>es das persona!ens dentro do )arco o )arco em si 6 representado por 

    outro ator @ue manuseia um )arco em miniatura en@uanto dois atores utili>am um

    manto a>ul para sim)oli>ar o mar.A persona!em de ali)an 6 a ;nica @ue fa> uso de uma m*scara em con=unto com uma

    ma@uia!em @ue co)re totalmente o rosto para representar sua forma desfi!urada de

    mostro. + resto dos atores fa> uso de fi!urinos @ue se apro5imam mais ao tipo de roupa

    utili>ada no interior do Srasil do @ue por pessoas da reale>a sendo uma com)ina/ão

    entre roupas r;sticas e aristocratas.

    #. + EnredoA pe/a 6 )aseada em uma o)ra de illiam 1ha2espeare um dos dramatur!os mais

    reconhecidos atualmente. A narrativa conta a histCria de PrCspero um du@ue com

     poderes m*!icos @ue foi trado por seu irmão e se passa em uma ilha onde PrCspero

    mora com sua filha Miranda. ApCs uma tempestade causada por PrCspero @ue resultou

    no n*ufra!o do )arco em @ue estavam o irmão de PrCspero o rei Alonso e o prncipe

    Oerdinando de K*poles entre outros todos os @ue estavam a )ordo aca)am ficando

     presos na ilha em pe@uenos !rupos separados. En@uanto PrCspero apro5ima Oerdinandofilho do rei de Miranda 1e)astian irmão de Alonso e Antonio irmão de PrCspero

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     plane=am assassinar o rei para tomar seu lu!ar e Trnculo e Est6fano são convencidos

     por ali)an uma criatura @ue estava a servi/o de PrCspero a matar seu mestre. Ko final

    da pe/a todos se encontram e 6 devolvido a PrCspero seu lu!ar como du@ue de Milão.A encena/ão de 3a)riel 4illela se apro5ima )astante da o)ra de 1ha2espeare mas tra>

    os elementos =* comentados @ue a caracteri>am como uma adapta/ão para o Rm)ito

     )rasileiro.+s !neros presentes na pe/a são o dram*tico e o c0mico en@uanto @ue a est6tica

    dramat;r!ica dominante 6 uma mistura entre uma com6dia cl*ssica e elementos

    tipicamente )rasileiros no Rm)ito do fant*stico. A no/ão dram*tica aca)a não sendo

    assim o foco do espet*culo. As persona!ens são planas não havendo @ual@uer tipo de

    aprofundamento psicolC!ico. Tudo na pe/a 6 pro!ramado sem a presen/a de

    improvisos. Kão h* e5pressão de nenhum tipo de ponto de vista ou voice over  assimcomo o narrador não se fa> presente.

    V. Atores+n>e atores contri)uram para tra>er ao palco a pe/a de 1ha2espeare. + histCrico

     profissional dos atores era desconhecido e não afetou a concep/ão do espet*culo. A

    rela/ão entre persona!em e ator 6 prC5ima sendo @ue os atores incorporam as

     persona!ens saindo apenas em al!uns momentos especficos da persona!em tal como

    o momento em @ue os atores representando Trnculo e Est6fano ficam ao lado da plateia

    como se fossem espectadores. + tipo de atua/ão 6 uma mistura entre !estual e musical.

    Em)ora houvesse persona!ens consideradas ,prota!onistas- a pe/a focava em cada

    uma das persona!ens sendo @ue os atores com papeis centrais tam)6m atuavam como

    fi!urantes cantores e m;sicos em certos momentos.

    Parte II " rtica do espet*culo

    3a)riel 4illela a Sra>ilian director internationally 2no7n does not seem to )e

    intimidated as others 7ould )y the challen!e of )rin!in! to sta!e a play )y the

     play7ri!ht illiam 1ha2espeare considerin! that amon! the performances directed )y

    him it is possi)le to point out Romeo and Juliet  Macbeth and no7 The Tempest  7hich

    is considered 1ha2espeareQs final 7or2. Kevertheless his e5perience in directin! productions )ased on plays )y the classical author seem to have !ranted him the

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    confidence needed to dare and succeed in his latest play 7hich is also supported )y the

     performance of elso Orateschi as Prospero.

    Acclaimed )y critics ,The Tempest- as envisioned )y 4illela is a performance

    that even thou!h it does not distance itself from the play 7ritten )y 1ha2espeare overlymuch still manifests to its audience a certain 2ind of innovative @uality. Amon! the

    elements that contri)ute to this perception it is 7orth emphasi>in! the scenery

    costumes and props sound effects and actorsQ performance characteristics that

    distin!uish 4illelaQs production from the classical interpretation of 1ha2espeareQs 7or2.

    In re!ard to scenery it is possi)le to perceive that despite the physical

    limitations imposed on the production )y the actual structure of the theatre in 7hich it

    7as performed the theatrical !roup mana!ed to successfully deal 7ith this issue. Thetheater located in 1ão Paulo is shaped as an arena 7ith the sta!e in a central and lo7er 

     position surrounded )y the audience in all sides e5cept in t7o staircase corridors that

    led )ac2sta!e.

    Even thou!h this particular arran!ement contri)uted to esta)lish a closer 

     pro5imity )et7een spectator and characters since it 7as possi)le for the actors to

     )reach the separation )et7een sta!e and audience 7hich happened a fe7 times durin!

    the play 8such as 7hen one or t7o actors stood ne5t to the audience or 7hen they 7ent

     )ac2sta!e )et7een scenes9 this type of structure could also cause in the spectator the

    impression that the action 7as someho7 confined to the small sta!e )elo7. This

     pro)lem ho7ever is averted )y the production throu!h the complete use )y the actors

    of the space availa)le and the presence of props that adapted their meanin!s accordin!

    to the scene ta2in! place such as a )ed that )ecame the place 7here Prospero stood as

    he used sorcery to sin2 the ship at the )e!innin! of the play as 7ell as a sort of platform

    from 7hich Miranda and Oerdinand 7atched the spirits 7hile they danced.

    Another in!enious 7ay throu!h 7hich the actors made use of certain props 7as

    throu!h metaphors 7hich can also )e seen durin! the scene 7here Prospero sin2s the

    ship: a miniature of a ship is used to sym)oli>e the actual lifeNsi>ed ship inside of 7hich

    his )rother and other men 7ere. Another prop used durin! the ship7rec2 7as a )lue

    sheet to represent the ocean t7istin! into a spiral )y t7o actors to portray the hurricane

    that effectively sun2 the ship.

  • 8/18/2019 Análise Do Espetáculo 2

    11/11

    Another feature that 7as particular to this representation of the play 7as the use

    of costumes o)=ects and furniture that contrasted 7ith 7hat 7ould )e a realistic

    representation of one of 1ha2espeareQs plays. In this sense these elements could )e

    considered as rustic and may )e associated 7ith items from a rural area of Sra>il not

    necessarily in a specific time of the past or present. This theatric choice causes in the

    spectator the impression that the island in 7hich the action occurs could )e in a location

    some7here close to Sra>il instead of close to Milan or Kaples. The costumes used )y

    the actors for e5ample seem to )e a mi5ture )et7een )ucolic and aristocratic clothes

    not e5actly 7hat 7ould )e used )y a 2in! or no)leman.

    This sense of a Sra>ilian touch in the performance is also made evident )y the

    selection of son!s that compose the soundtrac2 7hich includes son!s from Milton Kascimento and Dorival aymmi amon! other popular Sra>ilian son!7riters as 7ell

    as childrenQs fol2 son!s and lulla)ies not to mention a son! from the famous Sra>ilian

    composer 4illa Go)os. The allure of the musical element is ma!nified )y the fact that

    all son!s are )eautifully played and san! )y the actors themselves sometimes even 7ith

    the aid of the ceramic pots 7hich intensify the presence of the fantastic of the 7orld

    created )y 1ha2espeare.

    3a)riel 4illelaQs production thus mana!es to com)ine all the classical identity of a 1ha2espearian play 7ith a Sra>ilian feelin! that over7helms the spectator and ta2es

    him into a stimulatin! =ourney of the visual and hearin! senses. hat further contri)utes

    to the en=oyment of 4illelaQs play is the actorsQ performance that at the same time

    entertains the audience and !rants a uni@ue identity to the play.