análise do desembaraço aduaneiro de cargas conteinerizadas utilizando ferramentas da qualidade em...

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Análise Do Desembaraço Aduaneiro de Cargas Conteinerizadas Utilizando Ferramentas Da Qualidade Em Um Empresa Fabricante de Alumínio

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  • UNIVERSIDADE DA AMAZNIA

    Elaine de S Vanzeler

    Luan Santos Namias do Carmo

    ANLISE DO DESEMBARAO ADUANEIRO DE CARGAS

    CONTEINERIZADAS UTILIZANDO FERRAMENTAS DA QUALIDADE EM

    UMA EMPRESA FABRICANTE DE ALUMNIO

    BELM

    2012

  • UNIVERSIDADE DA AMAZNIA

    Elaine de S Vanzeler

    Luan Santos Namias do Carmo

    ANLISE DO DESEMBARAO ADUANEIRO DE CARGAS

    CONTEINERIZADAS UTILIZANDO FERRAMENTAS DA QUALIDADE EM

    UMA EMPRESA FABRICANTE DE ALUMNIO

    Trabalho de Concluso de Curso de

    Graduao apresentado a Universidade

    da Amaznia como requisito para

    obteno do grau de Bacharel em

    Engenharia de Produo.

    Orientadora: Prof Beatriz Pancieri

    BELM

    2012

  • UNIVERSIDADE DA AMAZNIA

    ELAINE DE S VANZELER

    LUAN SANTOS NAMIAS DO CARMO

    ANLISE DO DESEMBARAO ADUANEIRO DE CARGAS

    CONTEINERIZADAS UTILIZANDO FERRAMENTAS DA QUALIDADE EM

    UMA EMPRESA FABRICANTE DE ALUMNIO

    Trabalho de Concluso de Curso de

    Graduao apresentado a Universidade

    da Amaznia como requisito para

    obteno do grau de Bacharel em

    Engenharia de Produo.

    Orientadora: Prof Beatriz Pancieri

    Banca examinadora

    ____________________________

    Professor:

    Orientador - Instituio

    ____________________________

    Professor:

    Instituio

    ___________________________

    Professor:

    Instituio

    Apresentado em: 11 / 12 /2012

    Conceito: ______________

    BELM

    2012

  • AGRADECIMENTOS

    Ufa! pensei que no fosse conseguir, pensei em desistir, mas finalmente conclui.

    Chegar aqui no foi fcil, principalmente pelos choros dos meus filhos: Marco Antonio

    (4 anos) e Andr Vincius (11 meses) exigindo minha presena. Mas Deus, em sua

    bondade, logo providenciou anjos maravilhosos para me auxiliarem.

    Sei que este apenas o Fim que marca o incio de uma nova jornada. Mas,

    agradeo a todos e alguns fao questo de citar:

    Meu esposo Marco,

    Obrigada pelo incentivo, ajuda e companheirismo em todos os momentos.

    Meus filhos: Marco Antonio e Andr Vincius,

    Obrigada por fazerem parte desta histria e me acolherem em seus braos to pequenos.

    Minha adorvel Telma,

    Obrigada por ter sido e ser a Me presente para meus filhos.

    Obrigada pelo amor, carinho e dedicao dispensados a mim, incondicionalmente.

    Aos meus Pais,

    Obrigada por orarem por mim.

    Ao meu irmo Adriano,

    Obrigada pela admirao e apoio financeiro nos momentos difceis.

    Aos meus Sogros,

    Obrigada pelos mimos.

    Ao meu amigo Guilherme

    Pela contribuio no estudo de caso deste TCC

    Aos meus amigos e parceiro de TCC Luan, e

    Obrigado pela convivncia, pacincia e aprendizado.

    Aos meus queridos Professores e Professoras,

    Pelo ensinamento e orientao.

    A DEUS,

    Por me Amar.

    O SENHOR meu Pastor e nada me faltar. (Salmos 23:1)

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus primeiramente agradeo por tudo, pela fora durante esses anos, por

    sempre me guiar e proteger nessa caminhada to difcil, pelo seu amor infinito e por

    me deixar chegar onde estou hoje.

    Aos meus pais, Benedito Ronaldo e Maria Janice que sempre me deram fora

    para continuar desde o incio de tudo, por sempre me conduzirem at onde estou hoje,

    por seus esforos para que eu possa estar onde estou, e por serem meus pais. Muito

    obrigado, pai e me.

    A meu irmo Thiago do Carmo que participou diretamente da minha jornada

    at aqui hoje, e sempre me incentivou para seguir e jamais desistir.

    A minha av, Caridade Macieira que sempre cuidou de mim com todo amor, e

    nesses cinco anos no foi diferente sempre dando fora, incentivando meu sonho.

    Muito obrigado vov.

    A meus familiares, tios, tias, primos, primas que tambm jamais me deixaram

    cair e se casse estavam l pra ajudar a me levantar, em especial para os mais

    prximos, Ftima Namias, Odila Namias, Laila Namias, Victria Namias, Jos do

    Carmo e Osmarina do Carmo. No esquecendo os outros de vital importncia na

    minha jornada e que me perdoem no os citar aqui, mas, no daria para citar todos e

    mensurar em palavras meu agradecimento a todos os familiares.

    A minha namorada que tanto amo Nayara Ramos, que apesar da distncia

    jamais deixou de me incentivar, sempre me ajudou quando e como pde, que me deu

    puxes de orelha, que me ensinou e ensina muito. Que possamos ficar juntos sempre e

    jamais deixemos de nos respeitar e incentivar um ao outro, obrigado por tudo.

    A meu orientador primeiramente, Felipe Freitas com quem iniciamos esse

    trabalho, porm infelizmente no pode dar prosseguimento, mas, principalmente a

    professora Beatriz Panciere que aceitou o desafio de ficar conosco nesse trabalho e ir

    at o fim nos incentivando sempre e dando todas as ajudas possveis e toda a fora

    para alcanarmos o objetivo final.

    A meus amigos que sempre deram apoio de todos os jeitos, com palavras, com

    gestos, que nunca desistiram de dizer: v em frente.

    A nosso coordenador de curso Andr Melo que foi quem nos apresentou o

    curso e nos despertou (se ainda adormecida) a paixo pela Engenharia de Produo, e

    incentivou para estarmos onde estamos hoje.

  • Eu pedi foras

    E Deus deu-me dificuldades para me fazer forte.

    Eu pedi Sabedoria

    E Deus deu-me problemas para resolver.

    Eu pedi prosperidade

    E Deus deu-me crebro e msculos para

    trabalhar.

    Eu pedi coragem

    E Deus deu-me obstculos para superar.

    Eu pedi Amor

    E Deus deu-me pessoas com problemas para

    ajudar.

    Eu pedi favores

    E Deus deu-me oportunidades.

    Eu no recebi nada do que pedi, mas recebi

    tudo o que precisava

    Madre Teresa de Calcut

  • RESUMO

    Este estudo tem como objetivo analisar o processo de desembarao aduaneiro de cargas

    conteinerizadas em uma empresa fabricante de alumnio, localizada no municpio de

    Barcarena, estado do Par, a fim de mapear as provveis causas de atrasos no

    desembarao aduaneiro.

    A pesquisa tem como foco principal as multas que podem ser geradas com os provveis

    atrasos na entrega das cargas advindas do exterior, levantando de que forma isso pode

    vir a acontecer, atravs de estudos logsticos e usando as ferramentas da qualidade para

    estruturar tal levantamento.

    Os resultados obtidos mostram todos os gargalos encontrados no processo de

    desembarao aduaneiro com o auxilio das ferramentas da qualidade, o que possibilitou

    trat-los atravs das mesmas mostrando que se pode ter um melhoramento de resultados

    considervel se forem feitas pequenas modificaes no processo como um todo.

    Palavras-Chave: Demurrage. Logstica. Gesto da qualidade.

  • ABSTRACT

    This study aims to analyze the process of customs clearance of containerized cargo in an

    aluminum manufacturing company, located in the municipality of Barcarena, Par state,

    in order to map the probable causes of delays in customs clearance.

    The research focuses mainly on the fines that can be generated with the likely delays in

    the delivery of cargoes coming from the outside, getting how this can happen, through

    studies using logistic and quality tools for structuring such immunity.

    The results show all the bottlenecks encountered in the process of customs clearance

    with the aid of quality tools, making it possible to treat them there through showing that

    can have a substantial improvement results if small modifications are made in the

    process as a whole.

    Keywords: Demurrage. Logistics. Quality management.

  • SUMRIO

    CAPTULO I ....................................................................................................................................................................... 11

    1.1 CONSIDERAES INICIAIS ................................................................................................. 11

    1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 14

    1.2.1 Objetivo geral........................................................................................................................... 14

    1.2.2. Objetivos especficos ............................................................................................................... 14

    1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA .................................................................................................. 14

    CAPTULO II ..................................................................................................................................................................... 16

    2. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ....................................................................................... 16

    2.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................................................ 16

    2.2 ETAPAS DE CONCEPO DO ESTUDO .................................................................................... 18

    2.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................................................. 18

    2.4 ORGANIZAO E ANLISE DOS DADOS ................................................................................ 18

    CAPTULO III .................................................................................................................................................................... 19

    3. REFERENCIAL TERICO ............................................................................................................... 19

    3.1 LOGSTICA ..................................................................................................................................... 19

    3.2 ATIVIDADES DA LOGSTICA ..................................................................................................... 19

    3.3 TRANSPORTE ................................................................................................................................ 20

    3.3.1 Tipos de modais ....................................................................................................................... 20

    3.3.2 Tipos de modais: Continer .................................................................................................... 22

    3.4 CONTROLE ADUANEIRO DE IMPORTAO ........................................................................... 24

    3.4.1 Despacho aduaneiro de importao ....................................................................................... 24

    3.4.2 Etapas do Despacho Aduaneiro de Importao .................................................................... 24

    3.4.3 Canais de Parametrizao: ..................................................................................................... 25

    3.4.4 Desembarao Aduaneiro ......................................................................................................... 28

    3.5 ORGOS ANUENTES NO PROCESSO DE IMPORTAO ...................................................... 28

    3.6 CUSTO DE IMPORTAO ........................................................................................................... 30

    3.7 GESTO DA QUALIDADE ........................................................................................................... 31

    3.7.1 Ferramentas da Qualidade ..................................................................................................... 33

    3.8. QUALIDADE NOS SERVIOS LOGSTICOS ......................................................................... 42

    CAPTULO IV .................................................................................................................................................................... 43

    4. ESTUDO DE CASO: FABRICA DE ALUMNIO NO PAR ..................................................... 43

    4.1 A EMPRESA .................................................................................................................................... 43

    4.2 O PRODUTO ................................................................................................................................... 44

    4.3 LOCALIZAO GEOGRFICA ................................................................................................... 44

    4.4 DESAFIOS ....................................................................................................................................... 45

    4.5 LOGISTICA PORTURIA ............................................................................................................. 46

    4.6 O DESPACHO ADUANEIRO ........................................................................................................ 50

    4.7 CUSTO DECORRENTES DE ATRASOS NO PROCESSO DE DESEMBARAO ADUANEIRO.

    ................................................................................................................................................................ 51

    4.8 HISTRICO DO PROBLEMA ....................................................................................................... 55

    4.9 IDENTIFICAES DOS MOTIVOS DE INEFICINCIA NO DESPACHO ADUANEIRO ....... 57

  • CAPTULO V ...................................................................................................................................................................... 73

    5. CONCLUSES ................................................................................................................................ 73

  • 11

    CAPTULO I

    1.1 CONSIDERAES INICIAIS

    O incentivo adoo do comrcio mundial, proporcionado pela globalizao,

    torna cada vez mais comum o processo de importao de produtos e/ou servios,

    especialmente por pases no detentores de determinadas tecnologias. Este processo

    ocorre tambm em regies em fase de expanso, que necessitam destas tecnologias para

    enfrentar a concorrncia acirrada. A expanso da indstria brasileira um dos casos em

    que so exigidos investimentos em mquinas, equipamentos e tecnologias oriundos do

    exterior.

    Para que estes insumos tecnolgicos sejam alocados nos pases consumidores,

    necessrio que seja realizado o planejamento, a organizao e o controle relacionados

    coleta, ao transporte e disponibilizao dos produtos no ponto de destino, j que os

    recursos esto usualmente distantes fisicamente, especialmente observando-se a relao

    entre fornecedores e consumidores.

    o bom planejamento e gerenciamento do processo de logstica

    fundamental para o sucesso das operaes de importao e exportao de

    uma empresa. Isso envolve, fundamentalmente, a atividade de transporte, a

    qual permite com que estes produtos sejam deslocados entre os pontos de

    origem e destino. Segundo Vieira (2001), estima-se que o transporte

    martimo o modal utilizado em mais de 90% das operaes do comrcio

    exterior no mundo, (Logstica, 2012).

    Em tal contexto, a logstica aprimora o relacionamento que liga o fabricante

    aos seus parceiros na cadeia de suprimentos, sejam eles fornecedores, transportadores

    ou operadores logsticos, a fim de disponibilizar a mercadoria no local correto, no

    tempo solicitado, e na quantidade adequada, alm de preservar suas especificaes

    tcnicas originais. Caso contrrio, o nvel de servio insatisfatrio compromete o

    desempenho estratgico de uma organizao, resultando, consequentemente, em um

    menor poder de competitividade e, usualmente, at em perda de mercado (BALLOU,

    2003).

    Logo, diante da necessidade de constantes modificaes no contexto das

    importaes, necessrio que haja um nvel de qualidade mnimo para que tanto

    fornecedores como tambm clientes sejam satisfeitos em suas respectivas necessidades.

    Porm, a qualidade possui um conceito muito subjetivo, pois est ligada a cada

    indivduo de forma diferente, baseado em sua prpria percepo. No entanto, todas as

  • 12

    pessoas, em senso comum, concordam que qualidade deve ser tudo aquilo que atenda ao

    que o cliente deseja.

    A melhoria/manuteno da qualidade de produtos pode ser auxiliada por

    ferramentas e mtricas de monitoramento por parte da organizao. Considera-se

    tambm importante a qualidade para a execuo de atividades logsticas de importao

    e/ou exportao, pois estas ferramentas e mtricas podem dar suporte tomada de

    decises.

    Por meio do uso das ferramentas da qualidade, podem ser definidos os fluxos

    relacionados aos processos organizacionais (pessoas, produtos e informaes) e, assim,

    identificar a existncia de falhas que causam ineficincias nestes processos, para assim

    trat-los da melhor forma possvel (FALCONI, 2009).

    Um dos setores da economia nacional que mais trabalha com importao e

    exportao o metalrgico. Trata-se de um setor solidificado na economia e que, pelo

    fato de competir mundialmente, necessita que seus processos sejam eficientes, o que

    induz busca por tecnologias que faam com que este objetivo seja alcanado. Assim, o

    processo de importao torna-se inerente modernizao de sua estrutura produtiva na

    busca de mtodos para alavancar novos recordes e para suprir suas instalaes de

    insumos e produtos escassos no Brasil.

    O alumnio, apesar de ser o terceiro elemento mais abundante na crosta

    terrestre, o metal mais jovem usado em escala industrial. Mesmo utilizado milnios

    antes de Cristo, o alumnio comeou a ser produzido comercialmente h cerca de 150

    anos. Sua produo atual supera a soma de todos os outros metais no ferrosos. Hoje, os

    Estados Unidos e o Canad so os maiores produtores mundiais de alumnio.

    Entretanto, nenhum deles possui jazidas de bauxita em seu territrio, dependendo

    exclusivamente da importao. O Brasil tem a terceira maior reserva do minrio no

    mundo, localizada na regio amaznica, perdendo apenas para Austrlia e Guin. Alm

    da Amaznia, o alumnio pode ser encontrado no sudeste do Brasil, na regio de Poos

    de Caldas (MG) e Cataguases (MG). A bauxita o minrio mais importante para a

    produo de alumnio, contendo de 35% a 55% de xido de alumnio.

    O alumnio produzido a partir da alumina que, dissolvida em um banho de

    criolita fundida e fluoreto de alumnio em baixa tenso, decompondo-se em oxignio;

    ento o oxignio se combina com o nodo de carbono, desprendendo-se na forma de

    dixido de carbono, e em alumnio lquido, que se precipita no fundo da cuba

    eletroltica; O metal lquido (j alumnio primrio) transferido para a refuso atravs

  • 13

    de cadinhos; o alumnio colocado numa forma e molda-se o lingote de alumnio,

    pronto para ser colocado no mercado.

    Nesse processo de fabricao, so necessrias as fases do Anodo e Catodo,

    sendo o catodo ou bloco catdico um componente de cuba eletroltica, responsvel pela

    passagem da energia negativa no processo de eletrlise, conforme Figura 1, a seguir:

    Figura 1: Diagrama de uma clula de reduo

    Fonte: ABAL, 2012.

    Para produo de 1 tonelada de alumnio so necessrias cerca de 5 toneladas

    de bauxita, para produzir 2 toneladas de alumina so necessrias 2 toneladas de

    alumnio. O Bloco catdico representa o principal produto importado necessrio na fase

    de produo do alumnio lquido, ele adquirido em pases como, Japo e China, sendo

    transportado at o Brasil pelo modal aquavirio onde as cargas so unitizadas em

    contineres, e so desembarcadas e transferidas para o recinto alfandegrio da Receita

    Federal-PVC, l permanecendo at a concluso do desembarao aduaneiro.

    O tipo de regime aduaneiro influencia a contratao do transporte e do

    armazenamento, afetando diretamente o custo e a produo. Por isso, atravs do

    planejamento dos meios e mtodos pelos quais uma mercadoria ser transportada,

    possvel estimar os custos e o nvel dos servios obtidos no processo logstico

    envolvido. Assim, por meio de padres e metas, pode-se avaliar o desempenho logstico

    do sistema (BALLOU, 2003). fundamental que a mercadoria seja entregue ao menor

  • 14

    tempo possvel e que no gere custos adicionais decorrentes, principalmente de atrasos

    no processo logstico.

    Considerando o contexto supracitado, destaca-se a importncia da realizao

    desta pesquisa, focada na gesto logstica de contineres, permitindo adicionar o devido

    valor a cada etapa do processo e, de forma sucinta, direcionar todas as aes para o seu

    xito, por meio da identificao e eliminao/reduo das falhas existentes. Para tal,

    sero aplicadas algumas tcnicas de Gesto da Qualidade (check -lists, diagrama de

    Ishikawa, histogramas, diagrama de Pareto, entre outros) que permitam a identificao

    dos problemas atuais como: atrasos no desembarao, no transporte para o almoxarifado,

    nas inspees do Ministrio do Meio Ambiente, entre outras atividades.

    1.2. OBJETIVOS

    1.2.1 Objetivo geral

    Identificar as principais causas de atrasos no desembarao aduaneiro das cargas

    conteinerizadas com bloco catdico provenientes de importao, com destino ao Porto

    de Vila do Conde (VDC) propondo melhorias com o auxlio das ferramentas da

    qualidade.

    1.2.2. Objetivos especficos

    Mapear o fluxo logstico de importao de bloco catdico;

    Identificar possveis gargalos de planejamento do fluxo logstico dos

    contineres;

    Tratar os possveis gargalos encontrados com a utilizao de ferramentas

    da qualidade;

    Propor melhorias que permitam a reduo ou eliminao dos gargalos

    encontrados.

    1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

    Segundo a FIEPA (2012), devido aos grandes recursos naturais existentes no

    Estado do Par, ocorreram grandes investimentos no Estado, principalmente nos ramos

    da metalurgia e siderurgia nos perodos de 2010 at 2014. Esses investimentos so de

    iniciativa privada e pblica, totalizando ao final desse perodo R$ 50 bilhes de dlares.

    Esta pesquisa aplicada ao setor metalrgico, especificamente ao processo de

  • 15

    importao do bloco catdico unitizado em contineres, desembaraados no Porto de

    Vila do Conde. Esse insumo fabricado no Brasil, porm no preo e em especificao

    que no atende ao mercado metalrgico interno, sendo necessrio import-lo do Japo e

    China.

    A importao desse insumo atravs do modal aquavirio, principalmente

    devido a sua dimenso de 2,0 metros de comprimento por 0,60 cm de altura e 0,90 de

    largura e peso de 150 Kilos, as quantidades adquiridas variam de 350 a 500 peas por

    pedido, o consumo mensal varia em torno de 635 peas e o custo unitrio

    aproximadamente R$ 7.290,00. Neste estudo de caso, o foco o modo de transporte

    aquavirio, utilizado pela empresa pesquisada. Segundo, Wanke (2012), o transporte

    aquavirio cresceu cerca de 50% no perodo de 2010 a 2012, ultrapassando os ndices

    referentes ao transporte rodovirio em termos de capacidade de atendimento das

    demandas. Porm, esse crescimento s foi possvel devido a Lei 8.630/93, que foi a

    grande responsvel pela modernizao dos portos brasileiros. Esta lei permitiu que os

    portos defasados pudessem ser arrendados, elevando substancialmente a capacidade de

    movimentao por meio de incentivos e investimentos de iniciativa privada.

    O ramo da metalurgia encontra-se em expanso no pas devido aos crescentes

    investimentos feitos por grandes empresas, decorrentes de descobertas de grandes

    jazidas de minrio em todo pas. Nas ltimas dcadas, em especial, destaca-se o Estado

    do Par, que possui a oitava maior fbrica de alumnio do mundo, instalada em

    Barcarena Par (PINTO, 2012). De acordo com a Associao Brasileira do Alumnio

    (ABAL, 2012), o alumnio somou 125 mil toneladas em maro de 2012, o que

    representou um crescimento de 3,7% frente ao mesmo ms no ano anterior.

    Sendo assim, essas fbricas precisam modernizar suas instalaes para manter

    os padres de produo, a confiabilidade e o crescimento dos negcios, o que

    facilitado por meio da implantao de novas tecnologias ou produtos oriundos de

    fornecedores que, na maioria das vezes, no esto no pas.

    A liberao dos produtos importados, passa por demorados processos de

    desembarao, gerando custos fora do oramento programado, considerando Poe

    exemplo multas geradas com armazenagem e sobrestadias de contineres, alm de

    atrasos de produo e, em alguns casos, at mesmo a parada da produo, o que acaba

    gerando mais custos para as empresas (NOBRE, 2006).

    Esta pesquisa buscar utilizar ferramentas da qualidade, de acordo com o

    problema enfrentado e com aplicaes apresentadas em pesquisas em outros trabalhos j

  • 16

    realizados na rea de transportes e do ramo metalrgico, (TAMURA; TOLEDO 2010).

    Segundo a Confederao Nacional dos Transportes - CNT (2012), dependendo do

    problema enfrentado pela empresa, a ferramenta adequada ter grande importncia no

    sucesso dos resultados. Sendo assim, pode-se dizer que as ferramentas da qualidade

    podero proporcionar um bom desempenho no resultado final se utilizadas

    corretamente.

    De acordo com Prune e Jorge (2010), com o uso das ferramentas adequadas,

    possvel identificar o problema e as lacunas de um processo, e a partir destas

    informaes criar um plano de ao para eliminar o problema e estabelecer metas

    desejveis a serem atingidas. Ainda segundo a pesquisa no setor de telefonia

    desenvolvida por esses autores, houve uma reduo de custo com ligaes em apenas 30

    dias, de R$ 240 Mil e, em 1 ano, representou uma reduo de R$ 2.88 milhes.

    Logo, esta pesquisa justifica-se pelo fato de que, conhecendo-se melhor o

    fluxo, mapeando os processos, identificando os gargalos como um todo e fazendo

    pequenas correes no processo interno administrativo, com o uso das ferramentas da

    qualidade possvel reduzir de forma eficaz os problemas gerados por esses atrasos, e

    assim, reduzir os custos de armazenagem, sobrestadias e o tempo total de desembarao

    aduaneiro. Assim, a confiana, tanto dos clientes quanto dos fornecedores, (que tambm

    acabam tendo perdas nessa demora de liberao por conta de atrasos), ser fortalecida,

    uma vez que acabam perdendo outros servios de frete sob a ocorrncia de atrasos.

    Alm disso, a aplicao prtica deste estudo em um setor de uma empresa

    metalrgica de grande porte pode servir de base para melhorias no s no setor

    porturio, mas, para outros setores que executam processos de importao e enfrentam

    problemas similares.

    CAPTULO II

    2. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    2.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

    Esta pesquisa, de acordo com Silva e Menezes (2001), classificada, quanto

    natureza, como exploratria. Tem por objetivo descrever o processo logstico de

    importao de contineres e analisar os procedimentos de desembarao aduaneiro das

    cargas conteinerizadas, em uma empresa produtora de alumnio com auxlio das

    ferramentas da qualidade. Assim foi possvel formular um sistema de avaliao dos

  • 17

    procedimentos, propondo melhorias no processo para reduzir o tempo de desembarao

    aduaneiro e, conseqentemente, reduzir o tempo de estadia das cargas no recinto

    alfandegrio e das multas ocasionadas por atrasos na devoluo dos contineres.

    Quanto abordagem, trata-se de uma pesquisa qualitativa. Os dados coletados

    contemplaram as trs principais fontes: entrevistas, dados documentais (boletins de

    medio, relatrios dirios de acompanhamento da carga) e questionrio estruturado.

    As entrevistas foram semiestruturadas, que para Trivios (1987, p.138), um

    dos instrumentos mais decisivos para estudar os processos e produtos nos quais est

    interessado o investigador qualitativo. Durante as entrevistas a anlise dos dados teve

    incio com as anotaes dos pesquisadores no questionrio de campo. Na coleta de

    dados por meio de entrevistas, buscando garantir a validade e confiana dos resultados

    desta pesquisa, as respostas foram anotadas e transcritas com a ateno cuidadosa

    conceitualizao do estudo, conforme recomenda (MERRIAN, 1998).

    Alm das entrevistas, foi utilizado um questionrio estruturado, aplicado com

    os envolvidos no processo, de despacho aduaneiro, apresentado nos Apndices A e B.

    Outra forma de coleta de dados consistiu na anlise documental, que envolveu

    a anlise do instrumento utilizado para a estimao de custos dos produtos importados,

    valores de armazenagem, sobrestadias e demurrage dos contineres. Os trs princpios,

    informados por Yin (2001) para coleta de dados, foram observados: construir, ao longo

    do estudo uma base de dados; formar uma cadeia de evidncias; e analisar as

    evidncias.

    Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos, trata-se de um estudo de caso, que

    envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se

    permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

    No estudo de caso, os resultados so vlidos apenas para o caso em estudo

    (Trivios,1992). No possvel generalizar o resultado alcanado para outras situaes,

    sendo esta caracterstica na viso de Gil (1993), sua principal limitao. J para Trivios

    (1992), nesta caracterstica que est o grande valor do estudo de caso, pois ele fornece

    um conhecimento aprofundado de uma determinada realidade, j que os resultados

    alcanados podem permitir o encaminhamento de outras pesquisas.

  • 18

    2.2 ETAPAS DE CONCEPO DO ESTUDO

    O trabalho foi executado de acordo com as seguintes tarefas:

    Coletar base histrica sobre os processos de despacho aduaneiro das cargas

    conteinerizadas no perodo de trs anos;

    Investigar a frequncia de atrasos no despacho aduaneiro e os motivos

    correspondentes;

    Entrevistar os envolvidos no processo de despacho aduaneiro na empresa;

    Aplicar as ferramentas da qualidade aos dados levantados para identificar

    causas e propor melhorias;

    Estruturar as melhorias propostas por meio da ferramenta 5W1H;

    2.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

    A abordagem deste estudo qualitativa, obtendo dados de vrias reas

    envolvidas, relacionando-as ao trmite do despacho de importao de carga

    conteinerizada, expondo uma descrio detalhada do processo logstico, com

    aproximao da realidade estudada e obtendo informaes e sugestes que possam

    nortear o estudo.

    Foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados:

    Entrevistas com os empregados da empresa, responsveis pelo processo

    logstico dos contineres, bem como os despachantes aduaneiros e fiscais da

    receita federal e rgo envolvidos, para melhor entendimento e descrio do

    processo;

    Boletins de medio mensal de cobrana dos valores de estadias dos

    contineres no recinto alfandegrio;

    Relatrios de cobrana do proprietrio de continer, contendo os valores de

    multas, ocasionadas por sobrestadias.

    2.4 ORGANIZAO E ANLISE DOS DADOS

    Os dados foram aplicados na metodologia de PDCA, com o auxlio de

    planilhas, grficos de Pareto, Diagrama de Ishikawa, teste de hipteses e Plano de ao

    baseados com conceito 5W1H, permitindo a anlise das deficincias e das

    oportunidades de melhoria identificadas.

  • 19

    CAPTULO III

    3. REFERENCIAL TERICO

    3.1 LOGSTICA

    Segundo Ballou (2008), a Logstica empresarial associa estudo e administrao

    dos fluxos de bens e servios e da informao associada que os pe em movimento.

    Vencer o tempo e a distncia na movimentao de bens e na entrega de servios de

    forma eficaz e eficiente tarefa do profissional de Logstica, sempre que o insumo de

    seu interesse estiver em um Hiato de tempo e espao, ou seja, sua misso colocar as

    mercadorias ou os servios certos no lugar e no instante corretos e na condio

    desejada, ao menor custo possvel.

    "Logstica o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao

    custo correto, o fluxo e armazenagem de matrias-primas, estoques durante a produo

    e produtos acabados. Alm das informaes relativas a estas atividades, desde o ponto

    de origem at o ponto de consumo, com o propsito de atender aos requisitos do

    cliente" (CARVALHO, 2002, p. 31).

    3.2 ATIVIDADES DA LOGSTICA

    Pode-se identificar as seguintes atividades primrias da logstica empresarial,

    com os respectivos valores adicionados para os clientes (POZO, 2004).

    1. Gerncia de estoques: Agrega o valor tempo ao produto, ou seja, coloca o

    produto disponvel no momento da necessidade. Seu bom gerenciamento serve de

    amortecedor entre a oferta e a demanda, e sua grande preocupao deve ser manter os

    nveis de estoques o mais baixo possvel e, ao mesmo, tempo prover disponibilidades de

    produtos/servios desejados pelo cliente;

    2. Gerncia de transportes: Agrega o valor lugar ao produto, ou seja, o

    produto colocado no local onde necessrio. uma das atividades logsticas mais

    importantes, pois absorve, em mdia, de um a dois teros dos custos logsticos e

    indispensvel na entrega do produto;

    3. Gerncia de informaes: Agrega o valor acompanhamento do processo

    ao produto. Trata-se da coleta, processamento e transmisso das informaes relativas

    aos pedidos dos clientes, internos e externos, e de todas as informaes sobre produo

    e despacho para os clientes.

  • 20

    De acordo com Bowersox (2001), existem ainda as atividades de apoio que do

    suporte ao desempenho das atividades primrias. So elas: armazenagem, manuseio de

    materiais, embalagem, suprimentos, planejamento e sistema de informao.

    3.3 TRANSPORTE

    Segundo Vieira (2007, p.15) transporte nada mais do que o translado de uma

    mercadoria de um lugar a outro e sua necessidade est diretamente relacionada com as

    atividades do comrcio.

    O transporte representa um dos elementos mais importantes na composio dos

    custos logsticos de uma empresa, Segundo Ballou (1993), o transporte capaz de

    absorver entre 33,3 e 66,6% dos custos logsticos totais. Surge, ento, a necessidade de

    se entender os fundamentos do transporte e sua influncia no desempenho da empresa.

    O comrcio internacional envolve vrias variveis, sendo de fundamental

    importncia o transporte dos produtos vendidos, comprados ou trocados, ou seja, a

    locomoo desses bens do seu ponto de origem at seu ponto de destino. Pelo seu peso e

    valor relativo na transao, o transporte um componente decisivo no custo final do

    produto.

    Para que os produtos sejam deslocados entre pontos de origem e destino, pode-

    se adotar quaisquer dos modos de transportes existentes, inclusive a combinao destes,

    conforme detalhado a seguir.

    3.3.1 Tipos de modais

    Conforme Keedi (2008, p.26) A logstica de transportes pode ser definida

    como um processo permanente de escolha da melhor alternativa de entrega entre os

    meios de transporte.

    Os meios de transporte existentes so ferrovirio, aquaviario, dutoviario e

    areo, e cabe ao comprador, ou setor de logstica buscar estipular qual o melhor meio de

    transporte para sua necessidade que o atenda no menor tempo possvel e com a

    qualidade desejada (KEEDI, 2008).

    Ainda segundo este autor, transporte martimo, realizado por navios nos mares,

    representa maior capacidade individual de carga por veculo e predomina entre os

    demais meios. possvel esta posio nos prximos anos, devido sua importncia

    relativa s cargas de importao e exportao, pois abrange 90% das cargas

  • 21

    transportadas mundialmente. No Brasil, representa 70% na importao e 90% na

    exportao.

    Seu fluxo pode ser considerado como navegao interior ou envolver outros

    pases. Em razo dos perodos cclicos, cheias e estiagem, no h condies de

    navegabilidade o ano todo. Os rios podem apresentar tambm pouca profundidade,

    inviabilizando o transporte com grandes embarcaes (BALLOU, 2008). Como

    vantagens neste modal podemos citar: elevada capacidade de transporte atravs de

    rebocadores e empurradores, fretes baratos e grande disponibilidade. Por outro lado

    apresenta desvantagens como: baixa velocidade, capacidade varivel em funo do

    nvel das guas, rotas fixas e necessidade de elevados investimentos para a

    regularizao de alguns trechos (RODRIGUES, 2003).

    O modo rodovirio realizado em estradas, ruas e avenidas e pode ser nacional

    ou internacional. o nico modo capaz de realizar o transporte porta-a-porta, devido

    sua extensa capilaridade. Possui pequena representatividade no comrcio exterior

    brasileiro, porm apresenta extrema importncia no transporte interno, representando

    cerca de 70% do transporte no pas. Utiliza como veculos caminho, carreta, treminho

    e bitrem. (KEEDI, 2008)

    O modo ferrovirio possui uma caracterstica mpar e limitadora, que o fato

    de ser guiado e transportado por trilhos, razo esta que no permite a flexibilidade de

    rotas. Por outro lado, a ferrovia opera com alta eficincia energtica, alm de ser capaz

    de transportar grandes quantidades de carga simultaneamente com melhores condies

    de segurana da mercadoria, menor ndice de acidente e menor poluio ao meio

    ambiente, tornando seu frete mais baixo que o do modo rodovirio (VIEIRA, 2002).

    O areo possui como principal vantagem a sua rapidez, amplamente utilizada

    para facilitar estratgias como Just in time1. indicado para mercadorias de alto valor

    agregado e baixo volume e peso. Possui alta segurana e possibilita a reduo no custo

    de embalagens, alm de possuir frete mais barato que o modo martimo. As principais

    desvantagens so pouca capacidade de carga e alto valor de frete (VIEIRA, 2002).

    O modo dutovirio o transporte atravs de dutos projetados para tal

    finalidade. Este modo possui p frete mais barato, em relao aos demais modos. Em

    pases desenvolvidos a transferncia de mercadorias atravs dele representa parcela

    pondervel no transporte de granis lquidos e slidos, em polpa ou grnulos. Os

    1 Just in time um sistema de administrao da produo que determina que nada deve ser

    produzido, transportado ou comprado antes da hora exata (LUDOVICO, 2010).

  • 22

    principais tipos existentes so o oleoduto, o gasoduto e o mineroduto (RODRIGUES,

    2003).

    3.3.2 Tipos de modais: Continer

    Com a globalizao e a abertura de novos mercados, junto com a produo de

    produtos/bens em outros pases com mo de obra mais barata, entre outros fatores, h

    um crescente aumento das taxas de importao e exportao entre vrios pases do

    mundo todo (GONSALVES, 1994).

    Com as crescentes taxas de importao e exportao no mercado mundial,

    buscam-se os mtodos mais baratos e eficientes para realizar os transportes de um pas

    para o outro. De acordo com o (Sistema ALICE do MDIC2, 2012), o modal que mais

    cresce hoje no pas e no mundo o modal aquavirio ou hidrovirio, e o modo mais

    seguro de se fazer esse transporte atravs de grandes contineres dentro de gigantescos

    navios. Porm, vale lembrar que, esses navios no transportam apenas contineres,

    transportam vrios tipos de cargas uma vez que, possuem compartimentos especiais

    para transporte de alimentos, animais, lquidos etc. (MDIC, 2012).

    Os contineres so grandes caixas construdas em ao, fibra ou alumnio, que

    nasceram da necessidade de se transportar unitizando cargas de todos os tipos

    acondicionando adequadamente os produtos at o seu destino final (ALVARENGA,

    2012).

    Os contineres devem ser identificados atravs de marcas do proprietrio,

    tamanho, tipo de carga, etc. Vale lembrar que, os contineres no so transportados

    apenas pelo modal aquavirio, mas, tambm pelos modais terrestres e areos

    (ALVARENGA, 2012).

    Existem vrios tipos de contineres para cada tipo de mercadoria. A seguir, so

    apresentados alguns dos vrios tipos de contineres:

    a. Continer standard: o mais utilizado para vrios tipos de mercadoria como

    cargas secas. Seu comprimento pode variar de 20 a 40 ps (ALVARENGA,

    2012).

    2 MDIC: Ministrio do Desenvolvimento, Industria e Comrcio Exterior.

  • 23

    Figura 2: Continer do tipo standard

    Fonte: ALVARENGA, 2012.

    b. Continer reefer: um modelo de alumnio e ao isolado termicamente, muito

    utilizado para transporte de carnes. Seu comprimento pode variar de 20 a 40 ps

    (ALVARENGA, 2012).

    Figura 3: Continer do tipo standard

    Fonte: (ALVARENGA, 2012).

    c. Continer flat Rack: so abertos ideais para carregamentos que excedem altura

    e largura dispostas no mercado, utilizado geralmente para moveis e

    equipamentos. Seu comprimento pode variar de 20 a 40 ps (ALVARENGA,

    2012).

    Figura 4: Continer do tipo standard

  • 24

    Fonte: (ALVARENGA, 2012).

    3.4 CONTROLE ADUANEIRO DE IMPORTAO

    O Art. 237 da Constituio Federal define o controle aduaneiro como o

    exerccio da administrao aduaneira e compreende a fiscalizao e o controle sobre o

    comrcio exterior, essenciais defesa dos interesses fazendrios nacionais, em todo o

    territrio aduaneiro A fiscalizao aduaneira verifica, se a mercadoria recebe as devidas

    anuncias, oferecendo, portanto, condies de sanidade e segurana para o uso do

    consumidor (Lei da constituio Federal, art. 237).

    3.4.1 Despacho aduaneiro de importao

    O Decreto n 6.759/2009, define o despacho de importao no Art. 542 como,

    o procedimento pelo qual verificada a exatido dos dados declarados pelo importador

    em relao mercadoria importada. Ainda neste Decreto, Art. 564 definida a

    conferncia aduaneira na importao para identificar o importador, verificar a

    mercadoria e a correo das informaes relativas sua natureza, classificao fiscal,

    quantificao e valor.

    3.4.2 Etapas do Despacho Aduaneiro de Importao

    O registro da declarao de importao caracteriza o incio do despacho

    aduaneiro de importao, e somente ser efetivado, se (LUDOVICO, 2001):

    Verificada a regularidade cadastral do importador;

    Concludo o licenciamento da operao de importao, e atendimento s

    normas cambiais;

    Efetuada a chegada da carga,

    Realizada a confirmao pelo banco do dbito relativo aos tributos,

    contribuies e direitos devidos, inclusive da Taxa de Utilizao do Siscomex;

    Para tanto, os documentos que instruem a declarao de importao so

    (BRASIL, 2012):

    Via original do conhecimento de carga ou documento equivalente;

    Via original da fatura comercial, assinada pelo exportador;

    Romaneio de carga (packing list), quando aplicvel;

  • 25

    Outros documentos, exigidos exclusivamente em decorrncia de Acordos

    Internacionais ou de legislao especfica, de acordo com o artigo 18, IN SRF

    680/2006.

    3.4.3 Canais de Parametrizao:

    Aps o registro, a DI ser submetida anlise fiscal e selecionada para um dos

    seguintes canais de conferncia aduaneira:

    Verde: O sistema registra o desembarao automtico da mercadoria,

    dispensados o exame documental e a verificao da mercadoria;

    Amarelo: realizado apenas o exame documental, e, no sendo constatada

    irregularidade, efetuado o desembarao aduaneiro. Neste caso dispensada a

    verificao da mercadoria. O procedimento tem objetivo de:

    Conferir a integridade dos documentos apresentados;

    Promover a exatido das informaes prestadas na declarao em relao

    quelas constantes dos documentos que a instruem e valor aduaneiro da

    mercadoria;

    Descrever a mercadoria na declarao e sua correta classificao fiscal.

    Vermelho: necessria a realizao do exame documental, conforme a

    exigncia do canal amarelo e da verificao da mercadoria, de acordo com os

    procedimentos a seguir:

    Agendar com os fiscais a verificao da mercadoria (continer), realizado

    conforme as regras gerais estabelecidas pelo chefe do setor responsvel

    pelo despacho aduaneiro. Redao dada pela Instruo Normativa RFB

    n 957, de 15 de julho de 2009, que so:

    Critrio de escalonamento das DI cujas mercadorias sero objeto de

    conferncia. (Redao dada pela Instruo Normativa RFB n 957, de 15

    de julho de 2009).

    Posicionar as mercadorias (continer) para realizar a verificao fsica.

    A verificao da mercadoria (continer) realizada pelo fiscal da Receita

    Federal e Fiscal do Ministrio da Agricultura, para identificar e quantificar a

  • 26

    mercadoria (continer) submetido ao despacho aduaneiro, sempre na presena

    do importador ou de seu representante.

    Cinza: Ser aplicado procedimento especial de controle aduaneiro, para

    verificar elementos indicirios de fraude (BRASIL, 2012).

    Na Figura 5 apresentado o fluxo geral que contem os canais de

    parametrizaes e as devidas tratativas.

  • 27

    Figura 5: Fluxograma de Desembarao Aduaneiro

    Fonte: Os Autores, 2012.

  • 28

    3.4.4 Desembarao Aduaneiro

    O auditor fiscal da Receita Federal responsvel pela ltima etapa da

    conferncia aduaneira no Siscomex e a mercadoria ser imediatamente desembaraada,

    e liberada para ser entregue ao importador.

    A autorizao de entrega da mercadoria condicionada ao pagamento das

    taxas de AFRMM e vinculada no sistema Mercante, pelo importador, com o nmero

    identificador da carga (NIC) indicado na DI ao correspondente Conhecimento de

    Embarque (CE), e respectiva liberao da carga naquele sistema.

    Condies e Requisitos para a Entrega

    Para retirar as mercadorias do recinto alfandegado, o importador dever

    apresentar ao depositrio os seguintes documentos:

    Via original do conhecimento de carga, ou de documento equivalente,

    como prova de posse ou propriedade da mercadoria;

    comprovante do recolhimento do ICMS ou, se for o caso, comprovante

    de exonerao do pagamento do imposto.

    Nota Fiscal de Entrada emitida em seu nome;

    documentos de identificao da pessoa responsvel pela retirada das

    mercadorias;

    3.5 ORGOS ANUENTES NO PROCESSO DE IMPORTAO

    So vrios os rgos anuentes do Comrcio Exterior, sendo, que todos eles

    atuam diretamente dentro do Despacho Aduaneiro. Sabe-se que no Brasil o Governo

    tende sempre a manter sua interveno no fluxo comercial, exercendo controles de

    forma a alcanar os objetivos traados em sua poltica de desenvolvimento (BRASIL,

    2012).

    Assim, vrios rgos tm atribuies ligadas ao planejamento, comando

    poltico e controle das operaes de comrcio exterior, relativos importao e

    exportao de bens e servios, os quais so normalmente chamados de rgos

  • 29

    intervenientes. Dentre eles: O Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    (MAPA), o Banco Central do Brasil (BACEN), o Sistema de comrcio exterior

    (SIXCOMEX), a Secretaria da Receita Federal (SRF) e o Instituto Brasileiro do Meio

    Ambiente (IBAMA), conforme detalhado a seguir.

    O Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA), que de

    acordo com Decreto 4.629/03, o rgo responsvel pela fiscalizao e controle do

    trnsito internacional de produtos e insumos agropecurios nos aeroportos, portos,

    postos de fronteira e aduanas especiais. Sua ao objetiva coibir o ingresso de pragas e

    enfermidades que possam representar ameaa sanidade dos vegetais e rebanhos

    nacionais; garantir o ingresso de produtos de origem animal e vegetal e insumos

    agropecurios em conformidade com os padres estabelecidos; e emitir a certificao

    fitozoossanitria e sanitria dos produtos que so exportados. (MAPA, 2006).

    O Banco Central do Brasil (BACEN) uma autarquia vinculada ao Ministrio

    da Fazenda e programa as polticas monetria, creditcia, cambial e de capitais externos,

    controlando todo o sistema financeiro do pas. Desempenhando ainda a funo de

    secretaria do Conselho Monetrio Nacional. O BACEN pode comprar e vender ouro e

    moeda estrangeira, realizar operaes de crdito no exterior, operar os mercados de

    cmbio financeiro e comercial e fiscalizar as atividades dos corretores de cmbio,

    conforme Lei n 4.595/64 (Constituio Federal, Lei n 4.595, de 31 de Dezembro de

    1964).

    O Sistema de Comrcio Exterior (SISCOMEX), no processo de importao

    promove um fluxo nico e informatizado das informaes. Seus usurios so:

    a) Importadores, depositrios e transportadores, por meio de seus

    empregados ou representantes legais;

    b) A Secretaria de Comrcio Exterior, a Receita Federal do Brasil e os

    rgos Anuentes, por meio de seus servidores;

    c) As Instituies Financeiras autorizadas a elaborar Licena de Importao,

    por meio de seus funcionrios; e

    d) O Banco Central do Brasil e as Instituies Financeiras autorizadas a

    operar em cmbio, mediante acesso aos dados transferidos para o SISBACEN.

    (Manual de importao, p. 07, 2003)

    A Secretaria da Receita Federal (SRF) tambm um rgo de anuncia no

    processo de importao, pertencente ao Ministrio da Fazenda. Sua competncia

  • 30

    acompanhar a execuo das polticas tributria e aduaneira do pas. Conforme Art. 8 do

    Anexo I do Decreto n 4.643/2003. (Ministrio da Fazenda. Decreto quatro. 643/2003,

    p. 01, D.O.U. de 25/03/2003).

    O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) uma autarquia vinculada

    ao Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal, sendo

    que a este compete executar as polticas nacionais de meio ambiente, referentes s

    atribuies federais permanentes, relativas preservao, conservao e ao uso

    sustentvel dos recursos ambientais e sua fiscalizao e controle. Ainda executam as

    aes supletivas da Unio, de as legislaes em vigor e as diretrizes do Ministrio

    descritas na Lei n 7.735/89 e Dec. 4.756/2003 (Ministrio da Fazenda, Lei n 7.735/89

    e Dec. 4.756/2003).

    3.6 CUSTO DE IMPORTAO

    Os custos relacionados s mercadorias importadas referem-se ao transporte

    como apenas um dos itens que compem o custo total, pois nem sempre a opo de

    menor frete representa o menor custo, pois outros fatores sero considerados. (VIERA,

    p. 116, 2002.)

    Em relao aos custos de importao relacionados aos preos das mercadorias

    nas importaes brasileiras, nota-se que a carga tributria corresponde ao maior ndice

    do custo, pois so calculados no sistema cascata, isto , um sobre o outro, com base no

    preo da mercadoria do fornecedor. Os impostos tem regra prpria, tais como iseno,

    reduo, entre outros. Deste modo, podemos citar:

    a) O imposto sobre Importao (II): tambm denominado TEC, incide sobre

    mercadoria importada ou exportada e sua incidncia sobre o valor CIF3 da carga.

    b) O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incide sobre produtos

    industrializados e tem como fator gerador, na importao, o desembarao

    aduaneiro de produto de procedncia estrangeira. A base de clculo do IPI o

    valor aduaneiro da mercadoria acrescido do montante do Imposto de Importao.

    c) O Imposto sobre circulao de mercadorias e sobre prestao de servios

    (ICMS) um imposto de competncia dos Estados e do Distrito Federal. Nas

    3 CIF - Cost,insurance and freight (custo, seguro e frete) Neste

    modalidade de frete, o fornecedor responsvel por todos os custos e

    riscos com a entrega da mercadoria, incluindo o seguro martimo e

    frete. Esta responsabilidade finda quando a mercadoria chega ao porto

    de destino designado pelo comprador. Este termo exclusivo para

    transporte martimo (BRASIL, 2012).

  • 31

    importaes, o ICMS incide sobre mercadoria importada do exterior, ainda que se

    trate de bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento do

    importador. O fato gerador ocorre no ato de desembarao aduaneiro ou no

    momento da entrega do bem importado.

    d) A contribuio para Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

    no cumulativa e tem a finalidade de equiparar os custos de produo interna com

    os produtos importados.

    e) O Programa de Integridade social (PIS) tem a finalidade de equipar os

    custos de produo do mercado interno com os custos dos produtos importados.

    Outras despesas que incidem sobre a importao so:

    a) Adicional ao Frete para Renovao da Marinha Mercante (AFRMM) que

    uma taxa aplicada com a inteno de renovao da frota de navios mercantes

    nacionais;

    b) Armazenagem, que corresponde guarda das mercadorias nos armazns

    ou recinto alfandegrio;

    c) Capatazia, que taxa relativa movimentao e manuseio no porto; e

    d) Despachante Aduaneiro, referente ao representante jurdico ou fsico,

    junto aos rgos anuentes para liberao de mercadorias junto alfndega.

    e) Declarao de Importao (DI), cobrado no ato do registro da DI uma

    taxa de utilizao do SISCOMEX.

    3.7 GESTO DA QUALIDADE

    A qualidade um termo bem conhecido, porm, definido ou entendido de

    forma diferenciada por todas as pessoas, pois cada um tem uma percepo peculiar do

    que seja a qualidade de um bem ou servio.

    A qualidade sempre exigiu preocupao pelas partes interessadas

    (consumidores e/ou produtores), na hora das compras ou trocas de bens e servios. A

    era da inspeo compreendida entre o final do sculo XVIII e o incio do sculo XIX.

    Nesta poca, a qualidade tinha por objetivo a inspeo, onde um ou mais atributos de

    um produto eram examinados, medidos ou testados, a fim de assegurar sua qualidade

    (MOREJN, 2005). Segundo Paladino (1994, p.33), toda nfase do Controle da

    Qualidade esteve voltada para os procedimentos da avaliao da qualidade de produtos

    e servios, com a estruturao de tcnicas de inspeo.

  • 32

    Posteriormente, surgiu era do controle estatstico (entre as dcadas de 1930 e

    1940) que foi marcada por aplicaes estatsticas junto aos processos produtivos. O

    grande marco dessa era foi publicao da obra Econmica Controle of. Quality

    Manufactured Product (1931), de W. A. Shewhart, que acabou conferindo carter

    cientifico disciplina. Shewhart props um controle de qualidade que se baseia na

    aplicao de grficos de controle, na inspeo e no uso de ciclos.

    Esse mtodo foi posto em prtica logo, durante a segunda guerra mundial para

    inspecionar a totalidade de armamentos e munies produzidos. Garvin (1992) destaca

    que a definio de qualidade, como um todo, implicando em cinco abordagens: a

    transcendente, e as baseadas no produto, no usurio, na produo e no valor.

    A preocupao com a gesto da qualidade gerou uma nova filosofia, com base

    gerencial, de acordo com mtodos e conceitos que se adequem nova realidade vivida,

    da surgi o conceito de Gesto da Qualidade Total (GQT), no qual a qualidade deixa de

    ser apenas um aspecto do produto e passa a ser um problema da empresa, englobando

    todos os setores de operao. A Gesto da Qualidade pode ser entendida como a

    abordagem adotada e o conjunto de prticas utilizadas pela empresa para se obter, de

    forma eficiente e eficaz, a qualidade pretendida para o produto (TOLEDO, 2001).

    Segundo Juran (1995), a Gesto da Qualidade Total como a extenso do

    planejamento dos negcios da empresa, que inclui o planejamento da qualidade.

    Logo, a Gesto da Qualidade Total oferece a opo de se obter uma

    reorientao das organizaes, valorizando o ser humano e gerando o reconhecimento

    da sua capacidade de resolver os problemas do local, na hora em que eles ocorrem, o

    que gera uma nova maneira de pensar antes de agir. Isso acaba por gerar uma nova

    cultura dentro da organizao, capaz de tornar as relaes de trabalho internas muito

    mais participativas. Trata-se de uma nova maneira de ver as relaes entre as pessoas,

    na qual o benefcio comum superior ao de uma das partes (XAVIER, 1994).

    Para se atingir o beneficio comum, necessria a implementao, muitas

    vezes, de uma ou mais ferramentas da qualidade, que so as tcnicas com a finalidade

    de definir, mensurar, analisar e propor solues para os problemas que interferem e

    atrapalham o bom desempenho do trabalho. Segundo Picinin et al.(2010) o uso dessas

    ferramentas simples, porm, deve-se tomar cuidado na hora de escolher a ferramenta

    adequada para estudar um determinado problema, pois, dependendo do local onde se

    pretende utiliz-la pode ou no ser vivel.

  • 33

    Hoje a indstria de servios experimenta um notvel crescimento vivido nas

    ultimas dcadas. As organizaes prestadoras de servios cresceram no s em

    tamanho, mas em complexidade (MACHADO; ROTONDARO, 2003). Para tal

    crescimento so necessrias adequaes das empresas de servios, pois precisam

    atender uma quantidade maior de pedidos, tanto de fornecedores quanto de clientes,

    com o menor tempo possvel, sem gerar custos adicionais para a empresa e com

    qualidade de servio. A partir da, nota-se a grande importncia na hora de se fazer uma

    boa Gesto da Qualidade na prestao de servios, pois, poder auxiliar no momento de

    se aplicar melhorias de qualidade de servio com uma maior frequncia e isso acabar

    influenciando diretamente todos os setores da empresa como financeiro, faturamento,

    RH, produo e vendas.

    Dando nfase na aplicao da Gesto da Qualidade na logstica, entende-se que

    logstica e Gesto da Qualidade esto diretamente ligadas, pois ambas buscam a

    satisfao do cliente. Enquanto a logstica posiciona o seu cliente em primeiro lugar a

    Gesto da Qualidade Total busca a satisfao destes (ROBLES; BONELLI, 2006).

    Segundo Arbache et al. (2006), a logstica fundamental, por ser capaz de

    auxiliar empresas e organizaes a criar e agregar valor ao cliente. Sendo assim, a

    logstica torna-se essencial em qualquer organizao de pequeno ou grande porte.

    Porm, no conseguir agregar o valor esperado se estiver s, ou seja, precisa de

    estrutura, organizao e uma Gesto da Qualidade.

    Para Andrade (2005), o sistema de qualidade das organizaes necessita de

    uma estrutura que estabelea controle adequado e garantia sobre os processos

    operacionais desempenhados, enfatizando aes preventivas para que se evite a

    ocorrncia de problemas.

    3.7.1 Ferramentas da Qualidade

    No de hoje que as empresas buscam satisfazer seus clientes atravs de bons

    produtos e servios. Buscar constantemente por qualidade buscar a satisfao dos

    clientes em primeiro lugar. Segundo Yoshinaga (1988:80), As ferramentas devem

    sempre ser encaradas como um MEIO para atingir as METAS ou objetivos.

    A qualidade jamais pode ser separada das suas ferramentas bsicas, pois,

    atravs delas que se tem o controle necessrio para se fazer as melhorias e os

    planejamentos da qualidade. (ANDRADE; ABREU; SILVA E CUNHA, 2005).

  • 34

    As ferramentas utilizadas a seguir so apenas algumas das muitas existentes, elas

    podem ser utilizadas por todos de uma organizao.

    Diagrama de Pareto ou Curva ABC:

    Foi criado por Vilfredo Pareto no sculo XIX, e conhecido como curva de

    Pareto ou curva ABC, consiste em um diagrama de barras verticais que permite

    determinar a representatividade dos problemas enfrentados e indica sua prioridade,

    ordenando as frequncias ocorridas da maior para a menor. Esta ferramenta permite

    focar na resoluo dos problemas mais relevantes.

    Pode-se comparar o cenrio anterior e posterior resoluo do problema,

    podendo ser elaborado atravs de folhas de verificao. O diagrama deve ser muito bem

    elaborado atravs de folhas de verificao ou uma minuciosa coleta de dados que iram

    nos direcionar para o que realmente importante no problema. A classificao ABC se

    da, da seguinte maneira:

    A: a parte de maior importncia, que corresponde a 20% do total

    podendo ser mea atravs de valores ou quantidades;

    B: a parte que corresponde a 50% do total e a parte com importncia,

    valor e quantidades intermedirias;

    C: a parte que corresponde a 50% total e a parte com menor

    importncia, valor ou quantidade (SEBRAE, 2012).

    A seguir temos um exemplo na Figura 6 de grfico de Diagrama de Pareto:

    Figura 6: Exemplo de diagrama de Pareto.

  • 35

    Fonte: SEBRAE, 2012.

    Histograma:

    O histograma um grfico de barras verticais unidas pela base onde sua altura

    equivale frequncia do problema, representando dados quantitativos.

    O histograma apesar de fazer parte das sete ferramentas da qualidade usado

    com mais frequncia em casos menos complexos. A ferramenta apresenta vantagens,

    pois, considera amostras que usam menos custos e tempo, alm de possurem uma

    visualizao e entendimento rpido.

    H vrios tipos de histogramas e cada um apresenta um tipo de caracterstica,

    tem-se os simtricos, os assimtricos dentre outros. A seguir temos um exemplo na

    Figura 7 de histograma:

    Figura 7: Exemplo de Histograma.

    Fonte: SEBRAE, 2012.

    Diagrama de Causa e Efeito ou de Ishikawa:

    Foi desenvolvido por Kaoru Ishikawa, para representar a relao entre a

    caracterstica de uma qualidade e os fatores que a influenciam.

    Esse diagrama desenvolvido para apontar claramente todas as causas do

    processo que o esto afetando, pois certamente para cada efeito existiro inmeras

    causas dentro de categorias, nomeadas de 6 Ms: mtodo, mo de obra, matria prima,

    mquinas, mensurao e meio ambiente. (ANDRADE; ABREU; SILVA E CUNHA,

    2005).

  • 36

    Diante das causas que sero analisadas as que paream ser mais provveis

    sero selecionadas para uma melhor analise. O diagrama apresenta estrutura similar de

    uma espinha de peixe, originando o nome alternativo dado ao diagrama, espinha de

    peixe, onde a parte que fica na extremidade direita seria a cabea do peixe que seria

    o efeito (problema), no meio passa uma flecha horizontal apontando para o

    problema e como as espinhas do peixe se encontro as causas e sub causas do

    problema, ou seja, os principais problemas e as principais potencialidades desses

    problemas, (SILVA; BARANHUK; LUIZ; SYLVIA, 2009). A seguir temos um

    exemplo na Figura 8 de Diagrama de Causa e Efeito ou de Ishikawa:

    Figura 8: Exemplo de Diagrama de Ishikawa ou Espinha de peixe.

    Fonte: Software Xmind 2012.

    Folha de verificao:

    uma ferramenta simples de coleta de dados, que busca organiz-los, de modo

    que permita um rpido conhecimento. As folhas de verificao so tabelas que buscam

    agilizar de modo eficaz a verificao de dados sem perder a veracidade e, ainda,

    ajudando na diminuio de erros (DESIDRIO, Z. 2012).

    Apesar de ser uma ferramenta simples, deve haver comprometimento na coleta

    de dados. Em cada folha de verificao deve haver espao para se colocar, o nome do

    responsvel pelo trabalho e o local onde foram coletados os dados, diante de uma

    possvel necessidade de auditoria. A seguir temos um exemplo na Tabela 1 de folha de

    verificao:

  • 37

    Tabela 1: Exemplo de Folha de verificao

    CARACTERISTICAS LOTE 1 LOTE 2 LOTE 3 LOTE 4 LOTE 5

    CARACTERISTICA

    1 X X X

    CARACTERISTICA

    2 X X

    CARACTERISTICA

    3 X

    CARACTERISTICA

    4 X X X

    CARACTERISTICA

    5 X X X

    Fonte: SEBRAE, 2012.

    Grficos de Controle:

    Os grficos de controle utilizam dados estatsticos e servem para, examinar o

    andamento de um processo, sabendo se est ou no sob controle, (ROSSATO, 1996).

    uma ferramenta que possibilita ao usurio ter uma viso mais dinmica do processo.

    Os Grficos de controle so construdos com base em trs linhas paralelas, uma

    linha central, inferior e uma superior. A seguir temos um exemplo na Figura 9 de

    Grfico de Controle:

    Figura 9: modelo de grfico de controle

    Fonte: SEBRAE, 2012.

    Quando se nota uma linha muito alta ou baixa deve-se tomar cuidado para no

    ser um erro de coleta, ento se devem verificar os dados coletados, pois, se assim

    permanecer significa que a ao est fora de controle. Esses dados podem ser notados

    atravs da LSC (Limite Superior de Controle), a LIC (Limite Inferior de Controle) e a

    LC (Limite Central) que representa a mdia entre LSC e LIC (SEBRAE, 2012).

  • 38

    Fluxograma:

    O fluxograma uma ferramenta comumente utilizada e pode ser interpretado

    atravs de representaes grficas da sequncia de atividades que envolvem um

    processo.

    Para a elaborao de um fluxograma necessrio, ou pelo menos aconselhvel,

    que sejam utilizados smbolos que facilitam a compreenso do processo. Vrios autores

    propem smbolos distintos (ORTIZ e PIERRI, 2002).

    Para efeitos de pesquisa os smbolos propostos por (FARIA, 2008) sero

    adotados, conforme a Figura 10 apresentada a seguir:

    Figura 10: Exemplo fluxograma.

    Fonte: FARIA, 2008.

    Cartas de Controle:

    As cartas de controle so usadas na maioria das vezes para acompanhamento

    de processos onde se tem uma tolerncia mxima e mnima que no se pode ultrapassar

    e uma mdia, ou seja, um LIC e LSC (ZVIRTES, 2012).

    O objetivo das cartas verificar se o processo est sob controle atravs dos

    dados estatsticos fornecidos que iro facilitar a superviso do sistema, nos relatrios

    das Cartas de Controle devem constar: O que? Onde? Quem? Como? Quantos?

  • 39

    Quando? A seguir podemos verificar um exemplo na Tabela 2 de uma Carta de

    Controle:

    Tabela 2: Exemplo de Carta de Controle.

    Fonte: Zvirtes, L. 2012

    Ciclo PDCA:

    O ciclo PDCA uma das ferramentas da qualidade, que busca facilitar a

    tomada de decises buscando a melhoria de processos (SEBRAE, 2012).

    Susuki (2000), em seus estudos, define a utilizao do PDCA como a forma de

    embutir qualidade no produto final, por meio da execuo dos quatro mdulos

    inerentes ao mtodo, conforme apresentados na Figura 11 e detalhados a seguir:

    Figura 11: Exemplo de ciclo PDCA.

    Fonte: SEBRAE, 2012.

    A sigla significa:

  • 40

    P (Plan - planejar): visa estabelecer todos os processos e objetivos necessrios

    para fornecer resultados de acordo com os requisitos do cliente e polticas da

    organizao (ABNT, 2001). Por ser o incio do processo, pode-se dizer que se trata da

    parte mais importante de todo o processo;

    D (Do fazer): fase de se colocar o plano de ao elaborado em execuo,

    comunicando a todos os funcionrios para que possa ser feito o treinamento necessrio

    com os mesmos. Em suma, significa implementar os processos planejados (ABNT,

    2001).

    C (Check checar): fase de avaliao, checagem e verificao se os resultados

    obtidos foram atingidos possibilitando a tomada de deciso;

    A (Act agir): executar aes para promover continuamente a melhoria do

    desempenho do processo (ABNT, 2001). Fase na qual ser feita a padronizao dos

    procedimentos implantados na fase do DO, para comprovar a eficcia das decises

    tomadas. Deve-se revisar todas as atividades e planejamentos de possveis trabalhos

    futuros.

    A ferramenta da qualidade PDCA, utiliza de conceitos de administrao, de

    modo que, torne bem simples sua estrutura e que as organizaes consigam gerenci-la.

    Aps o trmino de um ciclo, outro se inicia, e assim vai continuamente.

    Segundo Slack (1996), a natureza repetida e cclica do melhoramento contnuo pode ser

    resumida no ciclo PDCA, definido como uma sequncia de atividades que so

    percorridas de maneira cclica para melhorar atividades.

    5W2H:

    Trata-se de uma ferramenta muito til e simples de utilizar, onde qualquer

    empresa seja ela qual tamanho for pode utilizar. Ela age como um mapeamento de

    atividades onde se estabelece o que ser feito, quem realizar em que perodo realizar,

    onde realizar identificando todos os motivos do porque aquela atividade/ao est

    sendo realizada (CEFET-RJ, 2012).

    Esse mapeamento poder ser utilizado de vrias formas, como para organizar

    tarefas, escrever um relatrio, e a grande vantagem disso ser que a empresa ter um

    mecanismo simples e eficaz se todos os dados forem preenchidos corretamente e

    completamente. A seguir podemos ver o que significa o 5W2H:

    What (O que?): so as etapas, as aes e a descrio;

    Why (Por qu?): so as justificativas;

    Where (Onde?): onde ser o local de execuo;

  • 41

    When (Quando?): quando ser executado, as datas, prazos;

    Who (Quem?): por quem ser executado, quem ser o responsvel;

    How (Como?): quais os mtodos utilizados, o processo;

    How much (Quanto?): quanto custar tudo.

    A grande vantagem dessa ferramenta que ela permite que no haja dvidas,

    agilizando os processos de atividades a serem desenvolvidos contribuindo para o

    desenvolvimento e competitividade da empresa diante da concorrncia (SEM AUTOR,

    UFRGS, 2011).

    Matriz GUT:

    Trata-se de uma matriz que trata todos os problemas com prioridade como

    objetivo principal. So dadas notas de 1 a 5 para classificar em ordem decrescente dos

    pontos todos os problemas a serem atacados (CANDELORO, 2012).

    Gravidade: o impacto que os problemas iro causar sobre os resultados, ou

    processos e analisar os efeitos em longo prazo caso no obtenham resultado

    positivo;

    Urgncia: relao do tempo disponvel para resolver os problemas;

    Tendncia: o potencial que o problema apresenta para crescimento, fazendo

    anlise de crescimento para reduzir ou eliminar o problema. Na Tabela 3 a seguir,

    um exemplo de matriz GUT:

    Tabela 3: Matriz GUT

    Fonte: Hegedus Clvis E (2012) - As Novas Ferramentas da Qualidade.

    Pontos Gravidade Urgncia Tendncia

    5

    Os prejuzos ou

    dificuldades so

    extremamente graves

    necessria uma ao

    imediata

    Se nada for feito, o

    agravamento ser

    imediato

    4 Muito graves Com alguma urgnciaVai piorar a curto

    prazo

    3 Graves O mais cedo possvelVai piorar a

    mdio prazo

    2 Pouco graves Pode esperar um poucoVai piorar a longo

    prazo

    1 Sem gravidade No tem PressaNo vai piorar ou

    pode at melhorar

  • 42

    Teste de Hipteses:

    uma ferramenta/ tcnica que trata de realizar inferncias estatsticas. Ou seja,

    esta ferramenta ir buscar meios de verificar se uma alterao em qualquer processo foi

    ou no significativa.

    As hipteses se constroem atravs de parmetros com base em especulaes ou

    afirmaes sobre propriedades de determinada populao. A simbologia mais utilizada

    para determinar as hipteses so denominadas de: hiptese nula (Ho) e hiptese

    alternativa (H1), (MAURICIO, 2012)

    3.8. QUALIDADE NOS SERVIOS LOGSTICOS

    Atualmente, muitas empresas j tm conscincia de que a qualidade dos

    processos logsticos representa um considervel fator de sucesso para seus negcios.

    Isto fica mais evidente, quando se considera que o custo logstico, em relao ao

    faturamento, pode chegar a 10% ou mais. Alm disso, processos logsticos eficientes

    oferecem uma oportunidade de criar vantagens em relao concorrncia, aumentando

    assim seu apelo comercial (HASSLER, 2009).

    De acordo com Bowersox (2001), a qualidade dos servios logsticos deve ser

    avaliada constantemente. Por isso, necessrio o planejamento das metas e serem

    alcanadas e empenho por parte da administrao, para avaliar continuamente os

    resultados obtidos e sua conformidade com as expectativas do cliente. Por outro lado, se

    os servios logsticos oferecidos no forem confiveis, tanto a capacidade da empresa

    quanto a confiabilidade do cliente so afetados negativamente.

    De acordo com Bowersox (2001), consumidores de pases desenvolvidos

    reconhecem o alto nvel de responsabilidade da logstica e a busca para atingir as

    melhores prticas em uma operao concentrada para servir o cliente. O desempenho

    logstico pode ser medido em termos de:

    Disponibilidade: Capacidade de atender consistentemente s necessidades dos

    clientes em materiais e produtos;

    Desempenho operacional: Tempo exigido para entrega um pedido ao cliente.

    Envolve velocidade e consistncia na entrega, e flexibilidade para atender s

    necessidades inesperadas e no usuais dos clientes;

    Confiabilidade dos servios: Envolve atributos de qualidade da logstica, ou seja,

    avaliao contnua da disponibilidade e desempenho operacional. Assim,

    possvel verificar se as operaes logsticas esto alcanando as metas desejadas,

  • 43

    (caso contrrio) preciso identificar e implementar avaliaes corretivas de

    melhoria contnua, afim de que o desempenho logstico possa satisfazer as

    expectativas do cliente.

    Acompanhamento: O acompanhamento do fornecimento deve permitir que se

    possa proporcionar informaes precisas ao cliente, no momento de sua

    consulta, em relao ao processamento, localizao geogrfica, atrasos

    constatados ou previstos, previso de prazo e outras condies de entrega etc.

    O aumento populacional, a busca por produtos novos e necessidades de

    consumo aqueceram os mercados nacionais e internacionais. Assim, tanto exportadores

    quanto importadores, buscam servios logsticos ideais para atender seus clientes que,

    por sua vez, exigem cada vez mais qualidade nos servios de coleta e entrega, o que

    caracteriza a logstica como um dos caminhos para alcanar a satisfao dos clientes e

    atingir bons resultados empresariais (LUDOVICO, 2010).

    A logstica importante para o sucesso da empresa e pode servir de ferramenta

    para reduzir o lead time entre os processos de aquisio, produo e distribuio,

    permitindo o cliente receber seus bens ou servios dentro dos padres de tempo, local,

    especificao e preo desejado (POZO, 2004).

    As indstrias nem sempre dispem de matria-prima local para adicionar ao

    seu processo produtivo, estando algumas vezes em extremos geogrficos. A logstica

    leva os produtos e servios onde so necessrios e os consumidores esperam que a

    entrega seja realizada sem atrasos. Quanto aos nveis de servios logsticos, referem-se

    expectativa do cliente, devem ser confiveis para no acarretar mais problemas

    operacionais (CHRISTOPHER,2002).

    CAPTULO IV

    4. ESTUDO DE CASO: FABRICA DE ALUMNIO NO PAR

    4.1 A EMPRESA

    A empresa, objeto deste estudo, trata-se de uma companhia de capital fechado,

    instalada h 27 anos em uma rea total de 1.570.000m e 360.000m de rea construda,

    situada no municpio de Barcarena, a 40 quilmetros de Belm, capital do Estado do

    Par, e resultado de uma associao com a Noruega e o Japo, tendo na sua planta

    1.300 funcionrios e, devido poltica interna de segurana, ser chamada de neste

    trabalho Aluminium.

  • 44

    4.2 O PRODUTO

    Seu produto o alumnio (com pureza de 99,7% e 99,9%), na forma de

    lingotes de 22,5kg ou de metal lquido. Desde sua fundao, a produo voltada quase

    que exclusivamente para o mercado externo.

    Com 7,3%, o alumnio o terceiro elemento qumico em abundncia na crosta

    terrestre, vindo atrs apenas do oxignio e do silcio. Entretanto, devido sua

    reatividade, o alumnio nunca encontrado na forma metlica na natureza. Praticamente

    todo o alumnio obtido a partir da bauxita e da criolita. Encontra-se tambm em

    minerais primrios, como silicatos simples e duplos, dos quais os mais comuns so o

    grupo dos feldspatos, o caulim, os minerais leucita, mica e outros.

    De acordo com o Relatrio de Sustentabilidade da Empresa, em 2011, foram

    produzidas 453.226 toneladas de lingotes de alumnio primrio, um aumento de 1,29%,

    em relao ao ano de 2010. Foram comercializadas 438.598 toneladas de alumnio,

    gerando um faturamento bruto de R$ 1.733,2 milhes, entre mercado interno e externo,

    assim distribudos (conforme a Figura 12):

    Figura 12: Venda x Faturamento de alumnio lquido

    Fonte: Relatrio Anual de Sustentabilidade da empresa estudada, 2011 (Adaptado).

    4.3 LOCALIZAO GEOGRFICA

    Sua localizao geogrfica significa uma condio bsica para uma atuao

    competitiva e extremamente favorvel (ver Figura 13), pois a unidade industrial se

    situa prxima ao Porto de Vila do Conde, que possui local de fcil acesso por via

    martima e fluvial e capacidade para receber navios de grande calado, por aonde chegam

    matrias-primas importadas. Os produtos so exportados para sia, Europa e EUA. Seu

  • 45

    produto final possui uma vantagem, competitiva, principalmente, no que se refere s

    condies logsticas.

    Figura 13 Localizao geogrfica da empresa estudada

    Fonte: Site oficial da Empresa (2012).

    A Empresa a maior produtora de alumnio do Brasil, a maior das Amricas,

    (exceto o Canad), a 12 maior do mundo. Sua viso ser, at 2015, a melhor produtora

    de alumnio primrio do mundo.

    4.4 DESAFIOS

    Hoje, os principais desafios para perpetuar a empresa, garantindo-lhe

    estabilidade operacional e provendo-lhe investimentos que assegurem crescimento e

    rentabilidade adequados so: expanso da produo; nova fonte (alternativa) de energia

    eltrica, permanente reduo de emisses, estabilizao na produo de metal high e

    reduo do custo de produo por tonelada.

    As principais novas tecnologias a serem introduzidas contemplam o aumento

    na eficincia dos processos e reduo no consumo de energia. O desenvolvimento de

    uma cuba eletroltica com desenho prprio da empresa, para futuras expanses da

    produo, um desafio importante, em vista da escassez de opes no mercado

    internacional e dos altos custos de aquisio.

    A modernizao e otimizao do projeto das cubas existentes uma meta a ser

    alcanada, visando tambm maior eficincia e aumento da competitividade no mercado

    internacional. A implantao e/ou melhoria de diversas tecnologias de gesto, tais

    como, Enterprise Resource Planning (ERP), Desenvolvimento de Sucessores, Business

    Aluminium

  • 46

    Intelligence (BI), Balanced Scorecard (BSC), aderncia aos Critrios de Excelncia da

    Fundao Nacional da Qualidade (FNQ), entre outros, tambm representam metas

    organizacionais.

    4.5 LOGISTICA PORTURIA

    A gerncia da logstica porturia o departamento da empresa responsvel por

    toda logstica dos processos de importao de matria-prima, equipamentos e produtos

    agregados ao processo produtivo, assim como responsvel tambm pela exportao

    dos produtos acabados, desde a origem at seu ponto de destino, pelos servios de

    operacionalizao de carga, descarga e transporte dos produtos, materiais e

    equipamentos para outros setores da empresa.

    A equipe da logstica porturia composta por um gerente operacional, um

    lder de logstica porturia e uma equipe terceirizada de 7 funcionrios.

    PROCESSO PRODUTIVO

    O alumnio produzido numa cuba eletroltica, composta de polo positivo da

    clula de reduo, conhecida como eletrodo. Esta pea mergulhada em um banho

    eletroltico e conectada a uma fonte de f.e.m. (fora eletro motriz), atravs da qual a

    corrente penetra no banho e para a qual convergem as partculas do banho portador de

    carga negativa (nions). O polo negativo do banho chamado de ctodo, conhecido no

    mercado internacional como bloco catdico, elemento deste estudo, importado do

    Japo e da China, atravs de compra programada durante o ano e entregas programadas

    a cada dois meses. A Figura 14 apresenta a composio de uma cuba eletroltica.

  • 47

    Figura 14: Cuba eletroltica

    Fonte: ABAL, 2012

    A produo de alumnio feita pela reduo eletroltica da alumina (Al2O3),

    originria da bauxita e dissolvida num banho de fluoretos fundidos, em fornos

    revestidos de carbono (processo denominado Hall-Hroult). No processo eletroltico, a

    passagem da corrente eltrica do anodo para o catodo decompe a alumina em alumnio

    e oxignio. Conforme a Figura 15:

    Figura 15 Produto final lingote de Alumnio

    Fonte: Site oficial da Empresa (2012).

    O PROCESSO DE COMPRA

    O estudo aborda somente as cargas de bloco catdico transportadas via modal

    martimo e conteinerizadas, pois, conforme a anlise de demanda valorizada das cargas

    no perodo de 2009 a 2012, 85% das cargas conteinerizadas so blocos catdicos,

    conforme grfico de Pareto (figura 16) a seguir.

    Parte Andica

    Parte Catdica

  • 48

    Figura 16: Curva ABC dos produtos importados

    Fonte: Autores (2012).

  • 49

    A aquisio de bloco catdico tem incio na unidade de Barcarena, atravs de

    pesquisa realizada no mercado internacional em busca da quantidade, preo e

    especificao desejada. A unidade da Noruega (proprietrios) responsvel pela

    realizao da compra e elaborao do contrato de afretamento da empresa de transporte

    responsvel pela entrega da mercadoria.

    Assim que concluda a compra de bloco catdico pela equipe da Noruega, so

    enviadas as informaes sobre as condies comercias e instruo de embarque

    (ANEXO A) para o Consultor de compras no escritrio no Rio de Janeiro, para efetuar a

    classificao fiscal da carga e provisionar os pagamentos das taxas, fretes, impostos e

    outros tributos federais, conforme instruo recebida para o processo de importao. Os

    pagamentos so necessrios para a obteno da Licena de Importao, emitida pelo

    importador no Sistema Integrado de Comrcio Exterior SISCOMEX e deferida pelo

    Ministrio da Agricultura, para autorizar o embarque.

    No cumprir qualquer uma das etapas acarretar em sanes administrativas,

    multas ou at perda da carga importada.

    1. Procedimentos administrativos necessrios para efetuar a importao,

    aplicados de acordo com a operao ou tipo de mercadoria importada,

    compreendendo os atos que esto a cargo da Secretria de Comrcio Exterior

    (SECEX), e envolvendo a autorizao para importar que ir completamentar com

    a emisso da Licena de Importao;

    2. Procedimento Cambial, que inicia-se com a transferncia da moeda

    estrangeira para o exterior, cujo o controle est a cargo do Banco Central e que se

    processa por meio de um banco autorizado a operar com cmbio; assim como

    pagamento de frete, taxas e impostos ao Armador.

    3. Procedimento Fiscal, que envolve o processo do Despacho Aduaneiro, no

    qual so recolhidos os tributos federais e estaduais (IPI, ICMS, II, PIS,

    CONFINS, outros...) e demais procedimentos com os orgos anuentes.

    vale ressaltar que, sendo definitiva ou no, toda mercadoria que ingresse no

    pas, deve sujeitar-se ao despacho aduaneiro de importao.

    Os principais fornecedores de bloco catdico esto na China e no Japo. O

    volume mdio da compra por pedido de aproximadamente 633 peas, que so

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    consolidadas em conteiner e unitizadas em paletes4 de madeira com 02 unidades. A

    capacidade do conteiner de 40 de 24 peas.

    O translado via modo martimo da origem (Japo ou China) at o porto de vila

    do conde tem a durao de aproximadamente 70 dias. Ao chegar em Barcarena, os

    conteineres so descarregados e armazenados no recinto alfandegrio, para confirmar a

    presena de carga no Sistema Integrado de Comrcio Exterior-SISCOMEX e emisso

    do registro da Declarao de Importao (DI), documento eletrnico que d incio ao

    despacho, atravs da consolidao das informaes dos procedimentos administrativos,

    cambiais e fiscais, da operao de importao. Nesse momento, inicia-se a interveno

    do despachante aduaneiro, esta pessoa, por ofcio e por representao, age em nome da

    empresa Aluminium, no sentido de preparar e apresentar os elementos constitutivos do

    despacho aduaneiro e tambm responsvel por acionar a logstica porturia assim que a

    carga estiver liberada para desova e transporte para o almoxarifado da empresa.

    4.6 O DESPACHO ADUANEIRO

    O despachante aduaneiro confirma o registro da declarao de importao

    junto ao recinto alfandegrio e iniciam os procedimentos de despacho aduaneiro da

    carga, A declarao submetida anlise fiscal e parametrizada em um dos canais

    que pode ser, verde, amarelo, vermelho ou cinza.

    O Ministrio da Agricultura, independente da parametrizao, acionado para

    inspecionar o continer e, com muita frequncia, so encontrados larvas ou ovos de

    insetos na madeira dos paletes que unitizam os blocos catdicos. exigida a realizao

    do servio de controle de pragas atravs do tratamento qumico com compostos de

    formulaes pesticidas (os chamados fumigantes) volteis (no estado de vapor ou gs)

    nos contineres. Essa uma exigncia de rgos fitossanitrios de muitos pases,

    inclusive no Brasil, para impedir proliferao de pragas de alto risco ou fungos que

    possam causar prejuzos para a economia.

    Neste momento, o despachante comunica o gerente operacional da logstica

    porturia para providenciar uma empresa que realize o controle de pragas nos

    contineres. realizada uma cotao de preo no mercado para o servio de fumigao,

    pois no h contrato formalizado e, para aprovao do servio, so necessrias trs

    4 Palete: Plataforma de madeira sobre a qual se pe a carga empilhada

    a fim de ser transportada em grandes blocos.

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    propostas de preos. Esse processo delonga tempo de cinco dias, pois nem sempre as

    cotaes so respondidas, necessitando reenvio. Quando o gerente encontra a empresa

    para realizar os servios de fumigao, solicita ao despachante o agendamento do

    servio com os fiscais do Ministrio da Agricultura. O servio de fumigao no interior

    dos contineres ocasiona um atraso em torno de 10 dias, dependendo da quantidade de

    contineres que constam no Bill of lading5, pois h uma capacidade de inspeo por dia

    pelos fiscais do Ministrio da Agricultura, e depois de realizado, os fiscais retornam

    com sete dias teis para fazer a reinspeo por amostragem e se confirmada e

    eliminao das pragas, autoriza a lib