anÁlise de conteÚdo. 2 objetivo apresentar a técnica de análise de conteúdo
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ANÁLISE DE CONTEÚDO
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OBJETIVO
Apresentar a técnica de Análise de Conteúdo.
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O privilégio conferido à fala no contexto da clínica psicológica, traz como exigência o uso de técnicas de análise que considerem a importância da linguagem enquanto dispositivo central não somente como co-extensiva à existência humana, mas principalmente como instigadora da humanização do homem.
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Análise de Conteúdo
Laurence Bardin, Professora da Universidade de Paris V Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Portugal:
Edições 70.
O que é análise de Conteúdo? É um conjunto de técnicas de análise das
comunicações . É um conjunto de instrumentos metodológicos
que se aplicam a discursos os mais diversificados.
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Tudo o que é dito ou escrito é susceptível de ser submetido a uma análise de conteúdo (Henri & Moscovici).
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A análise de conteúdo é um método dependente do tipo de “fala” a que se dedica e do tipo de interpretação que se pretende como objetivo.Para se adequar ao domínio e ao
objetivo pretendidos, a análise de conteúdo tem que ser reinventada a cada momento.
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Porquê a análise de conteúdo?
Destituir a intuição das significações em prol da construção das significações (eliminar a projeção da própria subjetividade)
Vigilância crítica
Tornar a leitura válida e generalizável
Descobrir conteúdos e estruturas que confirmam o que se procura demonstrar a propósito do “objeto de análise”.
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Em resumo, duas funções:
Função heurística: enriquecer a tentativa exploratória e aumentar a propensão à descoberta.
Função de administração da prova: sistematizar a análise no sentido de uma (verificação) de questões e hipóteses.
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Descrição analítica Tratamento da “informação” contida nas
mensagens (conteúdo e continente) segundo procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens.As regras básicas da descrição devem ser:
Homogeneidade: não se misturam coisas diferentes; Exaustão: esgotar a totalidade do texto; Exclusividade: um elemento não pode ser classificado
em duas categorias diferentes; Adequação: adaptadas ao conteúdo e ao objetivo Objetividade: codificadores (analistas diferentes)
devem chegar a resultados iguais.
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Para seguir as regras, o analista deve estabelecer:
1. A Unidade de Codificação – aquilo que do “texto” é definido como o que será considerado e o que será excluído da análise.
Palavra, Frase, Texto, Pintura, Detalhe da pintura, etc.
Nas investigações psicológicas, geralmente, as unidades de codificação poderão ser:
2. A Unidade de Registro é a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade de base, visando a categorização. Exemplos: A palavra O tema: “núcleos de sentido” O personagem: o ator (humano ou não) O acontecimento, etc.
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3. A Unidade de Contexto serve como unidade de compreensão para codificar a unidade de registro e corresponde ao segmento da mensagem, cujas dimensões (superiores às da unidade de registro) ajudam a compreender a significação exata da unidade de registro. Exemplo:
Unidade de registro: a palavra TRAUMA Unidade de Contexto: Psicanálise Unidade de Contexto: Ortopedia
Dentro da Unidade de Contexto a Unidade de Registro terá interpretações diferentes.
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Unidade de Contexto: Psicanálise ou Ortopedia
Unidade de Registro: Trauma
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A Inferência A análise de conteúdo aparece como um
conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens.
Mas a descrição dos conteúdos é insuficiente. O que nos interessa reside no que estes podem nos ensinar após serem tratados (por classificação, por exemplo).
A intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativo ao objeto de nossas investigações.
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Os saberes deduzidos dos conteúdos podem ser de natureza psicológica, sociológica, histórica, econômica, etc. Exemplo:
Análise de conteúdo de caixotes de lixo Comportamento dos habitantes de uma
determinada região Sobre o seu nível socio-econômico As modalidades de desperdício numa
sociedade abundante Sobre os hábitos de consumo num período
A descrição dos conteúdos permite a partir de uma inferência a dedução de saberes
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DescriçãoA Enumeração das característica do texto, resumidas após tratamento
InterpretaçãoA Significação concedida às características do texto
Inferência(Deduzir de maneira lógica)
Procedimento intermediário, vem permitir a passagem controlada, da descrição à interpretação
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Se So SoSe
Variáveis inferidas
“um Outro sentido”•A leitura efetuada pelo analista do conteúdo das comunicações não é, ou não é unicamente, uma leitura “cotidiana”, mas antes o realçar de um sentido que se encontra em outro plano.
•Não se trata de atravessar significantes para atingir significados, à semelhança da decifração normal, mas atingir através de significantes ou de significados (manipulados), outros significados de natureza psicológica, sociológica, política, histórica, existencial, etc.
Leitura Cotidiana Análise de Conteúdo
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Organização da Análise
1. Pré –análise – fase da organização, período de intuições: tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais, produzir um esquema preciso do desenvolvimento das operações sucessivas, num plano de análise.
2. A Exploração do Material – execução de diferentes operações estabelecidas na pré-análise.
3. Tratamento dos Resultados obtidos e Interpretação – tornar significativos e válidos os resultados brutos encontrados.
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Desenvolvimento de uma análise
Leitura FlutuanteEscolha de documentos Formulação de hipóteses e dos objetivos Referenciação dos índices
Elaboração de indicadores Constituição do Corpus Dimensão e direções de análise Regras de recorte, de
categorização, codificação
Preparação do material Teste das técnicas
Exploração do Material
Administração das técnicasSobre o corpus
Tratamento dos resultados e Intepretações
Operações quantitativas ou qualitativas
Síntese e seleção dos resultados
Inferências
Interpretação
Outras orientações Utilização das Interpretaçõespara uma nova análise com fins teóricos e pragmáticos
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Bibliografia: 1. Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Portugal: Edições
70.
2. Miranda, F.J. (2001). A performatividade dos Atos de Fala de Freud: um estudo exploratório sobre o fazer psicanalítico. Tese de Doutorado não publicada. Universiade de Brasília.
3. Mucchielli, R. (1979). O Questionário na Pesquisa Psicossocial. São Paulo: Martins Fontes.