técnicas de análise de conteúdo amado 2000

Upload: lqpa

Post on 08-Jul-2015

454 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    1/11

    Introducao

    EM DESTAQUE

    A Tecnica de A nalise deCcnteudo

    [oao da Silva Amado *

    o o bjectivo d este tex to e 0 de sisternatizar e o ferecer um con jun to de o rien tacoesp ra ticas so bre a tecn ica d a A n ali se d e C o nt eu d o, clem en te im po rtan te do con junto dasm eto do lo gias d e in vestig acao so cia l. A bo rd am os, em p rim eiro lu gar e d e fo rm a b rev e,o s d ife ren te s p asso s cia a nalis e siste matica d e LIm corpus do cu men tal; d etern o-n os urnpouco m ais nas questoes cia catego rizacao e do tra tam en to esta tistico : fin alm en te ,ch am arn os a aten cao p ara 0 p ro blem a d o eq uilih rio necessario en tre a q uan tificacao e aan alise q ualita tiv a, refo rc an do a id eia d e q ue esta n ao seja e sc am ote ad a c om d es re sp eitop elo s reste rn un ho s v iv os e v iv ic io s q ue fo ram co nfia cio s a o in vestig ad or.

    A hist6ria da Analise de C onteudo'" remonta ja aostempos da ]" G rande G uerra, como instrumento depropaganda politica; na 2" G rande Guerra fo iutilizada na analise de jornais, com 0 intuito dedetectar indicios da propaganda nazi nos meios decomunicacao norte-arnericanos se nd o d e su blin ha r,n es ta p ers pe ctiv a, a o bra d e LA ,SSWE I le LE ntS (1949) .

    A partir de cntao , com rnais ou menoshesitacoes de c a ra c te r e p is temo log ic o e rnetodo-logico, a A.e. rem sido aplicada em m uitos cam pos* Doutor em Ciencias da Fducacio. Professor Auxiliur da Faculdade dePsicologia c de Ciencias da Educacio cia Universi dadc de Lisbon.Colaborado r nus Escolus Supcrior-cs de Enfermagem Dr. Ange lo daFonseca c Bissaiu Barreto.(I) fJe agora em dianre sera designndn pOl' A.C.(2) Inferencia: "Rcferc-sc a operacao pelaqual sc accira uma proposicaoern vir-tude da sua relacao com o urras proposicoes ja accircs comoverdadeiras" (RICHARDSON. 1989, p. 177).

    das C iencias H urnanas, sendo hoje rara ainvestigacao que, de m odo exclusivo ou com binadocom outras tecnicas, como meio para a construcaode outros instrumentos, au como metodologiacentral, n ao faca d ela a lg um uso.

    E m que consiste? E m essencia, trata-se de um atecnica que procura "arrumar" num conjunto decateg orias d e significacao 0 -conteudo man ife sto ..dos m ais diversos tipos de cornunicacoes (texto,im agem , filme); ( ) primeiro objectivo e , pois,proceder a su a descricao ob jectiva, sistem atica e,ate, quantitativa ( BE RE LSON , 19541 Mas atravesclesta descricao procura-se ir mais alem e atingir,por um processo inferencial'" , as condicoes deproducao das comunicacoes em analise: enten-d em os p or e ssas -c on dico es , a s in te nc oe s, re pre se n-t acoes , p ressupostos e "quadros de referenda" ciafonte de corn unicacao (H OGENRAi\D, 1984 ) , bemcom o certas variaveis: sexo, idade, classe social,

    Revisra Referenda n O S - Novembro - 2000

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    2/11

    m em ento historico, etc., (H OL STI, 1 969 : H ARDl,,") '1 (77) . P rocurar-se-a , enrao, enconrrar rcsposta aques(()es como cstas: 0 que leva a formulardeterminuda proposicao? Quais sao as causas ouantecedentes de lim a m ensa gem ! Quais os possiveisefcitos de lim a m ensagem / (lUC HAR DSO N, 1989 l .Sab e rn o s q u an to e critico 0 processo interpretative:m as, sem a inferencia a investigacao fica ria a meiocarninho ja que registar a quanti dade de inforrnav)es e fazer em torno debs os m ais variados tiposde cilculos, nao e fazer, ainda, u rn t ra ba lh o inter-p re ta tiv o e n o qu ad ro d as m eto do lo gia s q ua lira tiva s.

    P odernos, pois, dizer que 0 aspecto maisim portantc cia A.C . e 0 facto de e la p erm it ir , alemduma rigorosa e objectiva representacao dosconteudos das m ensagens, 0 avanco fecundo, ,[custa de inferencias interpretativas derivadas dosquadros de referencia teoricos do investigador, porzonas monos cvidentes que consti tuern 0 referido"contexte de producao" . Julgamos que (> esteaspecto que permite aplicar criativarnente a A.C . aurn leque variado d e c or nu nic ac oe s, muiroesp ecialm en te so bre aq uelas qu e tra du zem v iso essubjectivas do mundo. de m odo a que ()invest igador possa -a ssum ir ()p ape! do ac to r e ier 0m undo do lugar d e le , l B L U M E R , 1 9 8 2 , p. 3 5 ) , comopropoe a investigacao de cariz interaccionista efenomenologico.

    AAnalise de Conteudo e0desenhoda investigacaoPara se proceder ;1 analise percorre-se , habitual-mente, um conjunto de fases preestabelecidas qu eernprestam ,) tecnica 0 rigor e a profundidadepossivel, ao mesmo tempo que exigern L ima totale xp licitacao d e to do s os seus passos. E ss es p as so ssao guiados peb preocupacao de responder aquestoes teoricas variadas e forrnuladas sobre ostextos em analise, consoanLe 0 estudo quepretendam os efectuar e de natureza estrutural,diferencial 0\1 funcional.

    E stu da estru tu ra l. () o hje ct iv o d es te s e stu do se 0 da analise das ocorrencias, e a questao centralpode SCI ' forrnulada deste m odo : "com que

    frcqucnc ia oco rre rn de te rrn inados (- () queacontece e 0 que to impor tantc)-? Ou, de outromodo , quais as suas caracteristicas e atributos I( V ALA, 1 9 86 , p.1 0 8) .

    Procura-se, pois, por em evidericia arcgularidade do) fenornenos e/ou das suascararteristicas (se rn relacao co m variaveisindependentes) - 0 que leva :1 classificacao do sobjectos em estudo atraves da analise taxionornica.O s objectives desta analise podcm ser de ordernvaria , como, por excrnplo: descrever e elucidar ascaracterisucas da cornunicacoes em analise(entrevista, documentos escriros) , compararrnensagcns cia m esrna fonte em tem pos dilerentes,cornparar m ensagens ( 1 3 mcsma Fonte paraaudiencias distintas, cornparar mensagens emsitu ac oe s distin ta s p ara a rne sm a a udie nc ia .I stu d o d ije re nc ia l. a questao que .'ie colocae a de saber: < 1 qu e regularidade obedece aasso ciacao o u d isso ciac ao entre o s o bje cto s (aestrutura de re la co cs e ntre os objectos) . (V AL \',1 9 86 , p. 1 0 8 ), ou entre os objectos e as variaveiscontextuais?

    Dito de outro m odo, estarnos diante da questaoc la ss ic s em in ve stig ac ao qu e e a de saber em quemedida 0 factor X inf lu enc ia 0 fenomeno Y . Pararesponder a esta questao ha que proceder a analisessisternaticas que, contrariamente as analisestaxionornicas, pressupocm a claboracao deh ip ote sc s, n as quais a s va ri ave is i ndependen te s qu ecaracterizarn os factores pre-existentes (toconteudo, (as "condicocs de producao") ,c1eterm inam as variaveis dependerites, ouc ara cte ris tic as d es te c on te ud o (LASSARRE, 1978 ) .N a pratica pocm -se, entao, os problemas deoperacionalizacao das variaveis independentes.N o caso dos estudos diferenciais, c le que estam os afa la r, e sta s v aria ve is in de pe nd en te s s ao " na tu ra is" ,isto e . esco lh id as d entre as modalidades dosfenornenos tal como existcm no terrene (idade,sexo , pro fissao , m eio soc io-econom ico , ano dee sc ola rid ad e) .

    E stu d o [ un c io n al. a problernatica destesestudos c scmclhante : l dos estudos diferenciais: adistincao reside no facto de (IS condicoes deproducao do discurso (variaveis independentes)

    54

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    3/11

    serem provocadas pelo invcstigador (pur cxcmplo,o estudo comparative das narrativas de urnincidenre feitas pelo aluno a um colega e ao directord e tu rm a)

    F rente a estas possibilidades torna-se,fundamental explicitar em que perspcctiva 0investigador se propoe avancar na analise e quaisos o bje ctivo s do e studo (R O DR IG U ES , 1 (9 8),

    o processo de categorizacao e codificacaoE rn qualquer m odalidade dos estudos referidos, ospassos da categotizarao e codificacao sa orclativam ente identicos: vamos designa-los eo rd ena-lo s d o seg uinte modo , admitindo conrudo ,n a p ra tica , a lg um a fle xib ilid ad e n a s eq ue nc ia :

    1 - D ejin ic do d e objec t iux d o t ra b alh o . s ao e ll'Sque condicionarn todas as decisoes a tom arpostcriorrnente.

    2 - E x pl ic ita c ao d e 14m quadro de re!(m]llciat eor i co . este quadro (em geral, dependcnte darcvisao hibliografica) , perm itira 0 trahalhoexp lica tive e in terpretativ e d o pesqu isado r, P ocktratar-se de teorias restritas e lim itadas (porex em plo , o s d ifc rc nte s modelos de form acao deprofessores form ulado por um determ inado autor) ,OU, p clo co ntrario, de teorias b asrante ab ran gentes(0 F un cionalism o, ( ) Interaccion isrno Sirn bolico , aE tn om erodo log ia .. J, nas quais () analista qu er fazerin sc re ve r a s ua in te rp re ta ca o.

    3 - C o nstitu ic do d e u m "c or pu s" d oc um e nta l:sao os objectives que detenninarn a razoabilidadedo tarnanho cia arnostra. DAV AL (1965 , p, 479 ) ,preconiza "que seja suficienrernente grande aquanridade de textos a analisar-, mas ncm sempreesta ex igencia rem e l l ' se r s an sfe ita . O s docurnentos(que devcm ser identitkados com Lim numero ouletra) podern ser " n a t u r a i s " se pre-existentes emrclacao a anal ise (material de arqu ivo, porexernplo): "provocados se resultam do propr ioprocesso de invcstigacao ( transcricao dee ntr ev is ta s, c om p o sic oe s. etc), Na cons ti tu ic a odeste corpo h [t q ue te r em conta a:

    exaustividade: Ievamamento complete domate rial su sc ep tiv e! d e sc r u tiliza do ;

    55 Referenda

    ~ rc pre se ntativ id ad e: o s d oc um en to s dCVC ' I l l se ru rn r e fle xo fie! d e lim u nive rs e rnaior :

    ~ hornogeneidade: os docurnentos devcrnreterir-se a um l ema e possuir outr asc arac te ris tica s se melh an re s, tais c om o, te re rnsido produzidos com a m esm a tecn ica (porex , en t rev i st a s) :

    - adequacao: devern scr adequados ( lOSo bje ctiv es d a p es qu is a:

    4 - L eitu ra s a te nta s e a ctiu as. varias l e i t u r a ssu cessivas, verticals, docum cnto a d ocum en to, cadavcz m ais minuc losas , a fim de possibilitar LImam ventariacao dos tenus relev antcs d o coniu nto ,ideologia, concertos m ais utilizados, etc C onvernIazer estas leituras sobre copias de modo a ser eg is ta re rn a no ta co es a margern. J ulgam os scr,a in da, n es ta s le itu ra s qu e 0 analista pode dar contade um subconjunto de areas tem aticas que poderaoernprestar d iversos rum os ,\ analise, sobretudo se 0tema inicial for muito abrangente e a recolha dedados se rraduzir em grande volum e (comoacontece, habitualm ente nurna obscrvacaop ar tic ip an te o u em e ntr ev is ta s s er ni- dir ec tiv as ).

    5 - P orm ulac do de h ip oteses. esta q ucsta ocoloca-se se as h ipo tcses estiverem na base dacodilicacac - cstudos diferenciais e funcionais.Em estudos estruturais e exploratorios pock naohaver lugar para a form ulacao de hipoteses previas.Em qualquer do s cases e se rn prc necessario umprofundo conhecim ento teorico c ia t e r n a r i c a emestudo.

    6 - Codif icaoio. o u seja, "0 processo pelo qual,os dados brutes sao transforrnados e agregados emunidades que perrn item urna descricao exacta d asc ara cte ris tic as re le va nte s d o c on te ud o- (HOLSTl ,1969 , apudBARD IN , 1 9 7 7 , p. 1 ( 3 ) , E evidente qu etern de se d efin ir, c om an te ce de ncia , 0 q ue v arn osconsiderar como -a s c ara ctcristic as rele vam es doconteudo-: para isso cleve servir 0 qu adro der ef er en d a te o ric o .

    Pur sua vez, esta codificacao e lim p ro ce ss olaseado de decisoes e accoes que deve se r adaptadoa s c ar ar re ris tic as d o ma te ria l a e stu da r. d os o bje ctiv osdo estudo, e das hipoteses fo rm uladas (caso ashaja). Trata-se de u m p ro cesso d e esquarrejam ento

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    4/11

    do te xto e do sell sentido im edia to, visive l, com ( )objec tive de se descortinarem outros sentidos.C om o diz PAIS 0 9 9 3 , p. 86) , ".'ie e verdadc que todaa logka de discurso , todo 0 c ontin uo cia t a l a detcmurna especie de forca de seguranca que deriva doseu proprio encadeam cnto discursive , tarnbem ecerro qLiea A .C . e ( ) e s tilh ac ar d es sa uni da de e nc ad ea da ;e um desvendar de senti d o m as au mcsmo tempourn despedacar desse mesrno sentido; e l imasequencia e l l ' fra gm en to s c orta do s, 0 esquarteja-m ento de urna unidade de sentido que da Ingar,su brep ticiame nte , a o utro s se ntid os ( in terpre ta t ivos) " ,

    A s fa se s d a c od if ic ac ao c on sid er ad as , h ab it ua l-m ente, sa o as seguintes:

    A - D eterm inar as U nida des de R egisto ou deS ig ni fl ca ~ do - H a que tornar uma decisao (tendoem conta os objectives do traba lho e, porcon sequenc ia , tambem a natureza do m ateria l aan alisa r) , sobre ( ) qu e se v ai p ro cu ra r: p a l a o r a s ,proposicoes ( leitura literal), t emas (leiturainte rpre tativa ) e acontec imentos ( incidcntesc riticos) . N o prim eiro caso podern ser todas aspa lavras de um texto , certa s palavras-chave, ouccrtas categoria s com o verbos, substantives,a dje ctiv es , e tc .. P or jJrojJos i~do( ou id ei a) , e nte nd e-se c om o D 'U nrug 0974 , apudEstrela , 1974 , p . 467)-uma afirm acio , u ma de cla racao , um juizo ( ou um ainte rrogacao ou negacao) , em sum a, um a frase ouu rn e lemen to de frase que , ta l como a proposicaologica , cstabe lece uma re lacao entre dois ou m aisterm os-. P or t emas entendern-se unidades ded im ensoes im prec isas, uma vez que se trata e l l 're alid ad es d e ordern psico log ic a e na o linguistica , ( )que cria a lgumas dificuldades no seu recorte edelimitacao (ER IC KSO N, 1 98 9); com efe ito, norecorte do tem a podem caber va ria s proposicoes denatureza desigua l e no sentido de desc rever, emtorn o c ia m esm a ide ia , pra tica s, cornporta me ntos,p ers pe ctiv as , a titu dc s e v alo re s. l nc id e nt es c r it ic o ss5 0 os rcg istos feitos a pa rtir da obse rvacao (nassitu ac oe s) ou de e ntre vista ( re gisto retrospe ctiv e) ,de ac tividades hum anas obse rvaveis, de ta l form acompletes que a traves dell'S -se possarn fazerindu co es ou pre viso es sob re ( ) ind iv idu o q ue rea lizaa acca o- (FLAN AG AN , 1 95 4, apud ESTRELA eE SnELA, 1 978 , p.1 3) '

    A partir dai csta -se apto a proccder ao se llre corte so bre ( ) texto ( e, ou , tra nsc ric ao pa ra fic ha s) .

    B - D ete rm in ar a U n id ad e d e C on te xte - 0 quep erm ite a pr ee nd er 0 sig nific ad o ex ac to d a U nida dede R cgisto, sem que .'ie deixcm de revelar asopinio es, a titud es e preo cu pac oe s do s scus a urores.A possib ilidade de regressar ao c on tex te dequalqucr unidade de registo c leve . 'l e I' sempreassegurada , para esc la rece r qua lquer duvidadurante 0 processo de recorte e reagrupam ento dasunidades de registo. N um a en trevista , a unidade decon texte pode se r a questao posta; nurna pequcnac or np os ic ao -e ns aio , p od e se r a propria cornposi -cao: num diario, 0 con tex te pode se r 0 dia doreg isto. P ara uma pa lavra a unidade de contex tepode . 'l e I' a f rase; para ( ) tema pock ser 0 paragrafo.

    C - D ete rm in er a Un id a de d e E num eraaio ouC ontagem - Tra ta -se de defin ir os criterios quedeterminam 0 como con ta r ( tod as as vezes qu e amesm a unidade aparece no m eS1 1 1 0 contexto?O u uma 5 6 vezr) , e 0 que con ta r (por exemplo, apresenca ou a ausencia de ce rtas un idades deregisto). E evidente que, ta l como nas fasesan te rio res, se tra ta de decisoes que tern a ver com 0plan o e o bjec tives d a inve stigac ao ( veja-se a frenteo s ub ca pit ul o " an al is e e sta ti sti ca ") .

    D - Categ()riza~;ao- Esta e como d iz BARDIN0 9 77 , p. 1 1 7) , "um a operacao de dassificacao dee lementos constitutivos de urn conjunto, pord ife re nc ia ca o e , se gu id am en te , p or re ag ru pa m en tosegundo 0 genero (ana log ia ) com os criteriosp re via me nte d ef in id os ". D es te s c rite rio s fa ze m p ar teas Iascs A, B ee anteriorrnen te refe ridas e adefinicao de cada categoria , .'ie elas ja existirernp re v ia rn en te ( " ca te g or ia s apriori'), se 0 objective eque as categorias resulte rn, indutiva rnente , a pa rtirc ia ana lise do corpo docum enta l, - ca tcgorias ap osteriori - en tao tern c le ser constru idas edefinidas por urn esforco pessoa l de trabalhointe rpretative m as, tam bem , com a influencia m aisou m cnos evidente do quadro teorico de re lerenc iaq ue pre side a os obiec tivos e plano s c ia inve stiga ca o.

    A categorizacao e a fase m ais p ro ble rn at ic a d es tatec nica , m as ta rnbe rn a m ais c ria tiva . IIOGENRAi\Dconside ra a categoria constituida por "urna pa lavrachave que ind ica a significacao centra l de urn

    56

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    5/11

    conceito que se pretencle delim itar e pOl' sinonimosou indicadores que dcscrevern a proxim idade ou aronstelacao sernantica desse conceito"lHOGEN RAAD, 1984 , apud V ALA , 1986, p, 110) ,A palavra-chave que traduz a categoria dcve set'escolh ida de modo a representar, come xa us tiv id ad e e p re cis ao , 0s cn ti do do s in d ic ado re s,isto e , do i tem ou conjunto de i t e m s que exp li ci ta rnas caracteristicas da co rnu nicacao a abran ger nessam esrna Categoria - por isso 0mesmo au tor chama; 1 A ,C , "um a tecnica de compressao d os d ad os" .A elaboracao de urn c on ju nto d e su bc ate go riaspode ser um reC UfSOpara explicitar m elhor todo 0s en tid o d a c atc go ria ,

    N a p ratica , a s p rim eira s le itu ra s c la d oc um en ta -~:;1 0 p erm itern urn esboco prelim inar das areasternaticas e do sistem a cle categorias possivel.A passag em d este esboco a r esu lt ados progressiva-m ente m ais refin ado s, satisfatorios e defin itivo s,implica, tarnbem, a passagem das leituras verticalsdos docum entos (a di f e renc iacdo de que fala adefin icao de BARDIN, 1 9 7 7 , p, 177 ) , ,1 5 leiturasho rizo ntals , p erm itind o a -com paracao con stan te-d as u nid ad es d e sig nifica

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    6/11

    E xaustim dade - cach categoria d ev e a bra ng erpor complete ( ) conjunto ( las unidades de senti doque se coloca sob () seu tecto. E sta regra exigc aescolha de L Ima palavra-chave adcquada e areforrnulacao cia definicao de cada categoria .lgualmenrc cxaustivo deve se r 0 Sistema dasC atcgorias, resultante no final - isto e , deveabranger todos O~ i te ns r el ev an te s p a r a 0 estudopresente no corpo docum ental.

    E xc lu s iiida de - uma unidade de registo naodeve pertencer a m ais do que um a categoria , sendode boa pratica, como aconselha HOLSTI 09(9),explicitar os indicadores das unidades a incluir emcada categoria a rim de "tornar certos os resultadosd is cu tiv ei s" .

    Hom ogene idade - um sistema de categoriasdeve referir-se a u r n unico tipo de analise , n ~ 1 Odevendo, portanto, m isturar-se diversos criterios dedassificacao.

    P ertin en cia - urn sistem a de categorias deve se radaptado (to m ateria l em analise e aos objectivos ciainvest igacao.

    O bjec tiu id ad e - d ev e e vita r- se a s ub je ctiv id ad ena sua formulacao tornando-a utilizavel, de igualmodo, pm v arie s in ve stig ad ore s - 0 qu e impiicaurna definicio sistem atica dos criterios utilizadosnas mais diversas decisocs a tomar na fase ciacoditicacao.

    P rc du tio id ad e - d eve o fe re ce r a p oss ibilida dede LIma analise f erti l, c ria do ra d e urn discurso novo,mas adcquado e coerente com os clados(G HIG LIO NE e NIATALON, 1992),

    C on teudo s ca tegor izd ueis - As c ate go ria sformulaveis podern abranger varias areas doconteudo dos textos em analise, dependendo dac or np le xi da de d es te s C , so bre tu do , d os p ro po sito sde quem analisa . Se os objectives forem essencial-mente exploratorios, julgamos que se podernconstitu ir varios sistemas de ca tegoriasconfigurados ern areas d iversas com o as que aseguir se referem (DlN ERG ER , apud MARCONI ,1(88):

    Da materia : temas tratados (notic ias,aspectos educativos, cornportam entos,ideias-ch av e na resp osta a um ques tiona rio,etc .): m etodos ou tecnicas utilizadas (rneios

    e co nomic os, e stra te gia s de c ns ino , cs trateg ia sd e d isc ip lina c ao ) .

    - Da forma: cia form a propriam ente dita (factose comen ri rios ) .

    -- D e a pre cia coe s c va lo riz ac oe s c ia f on te re la tiv a-mente a certos coriteudos. aprovacao/r cp ro va ca o; o pt ir ni smo /p cs sim ismo; a fi rr na ca o/negacao

    - V a lo re s: be rn/m al; iu sto /in ius to: feliz/inleliz.Interesse e mo ri va c oes .

    - Status pessoal c de caracter.

    Do conjunto das tases anteriores resulta U 1 1 1sistem a de categorias exaustivo com que sccondensam (classificarn, c ara lo ga m, c odific am ,d is trib uem , c orre la cio na rn ) e a pre se nta rn o s d ad os ,agora com um sentido cuja validade irnportaracont ro la r. T ra ta -se de Ulna esp ec ie d e estru tu ra id ea le m q ue to e/ as a s c ate go ria s estc lo r eu nid as e no s d doum a uisdo h olis iic a e u m a u nid ad e g en en ca dascaracteristicas do corpo docum ental, enos perm ited esco rtinar co nsenso s, op osico es, con tradico es ediva gens no interior das condicoes de producaodos docurnentos em analise . E stamos diante , pois,da operacionalizacao de uma teoria , valendo tantoquanto esta vale (RERELSON, 1 9 5 / + ) , ou da Iinha dep artida e rn piric a pa ra lim a te oriz ac ao.

    Controlo da validade e da fidelidade dacodificacaoSem e ntrarm os n as p ole mica s so bre as q uestoes dava lid ade e c ia fide lid ade n a in ves tiga ca o q ua litativa ,dirernos que 0 objective desta fase e garantir aoinvestigador que fala do que quer falar, m ede 0 qu eq ue r rn ed ir .H a, com efeito, nccessidade de se ficar com acerteza (e de a demonstrar) de que as categoriaselaboradas pelo analista rraduzern 0 verdadeirosen tid o do s d ad os, que elas foram correctamentedefinidas C de L im m odo tao operacional que, outroanalista , uulizando essas m esm as definicoes, Iaria ames rna ana lis e .

    A literatura rccom enda varies processos, sendoo rnais cum um aquele que im plica a colaboracao de

    58

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    7/11

    iuizes externos Solicita-se a uma ou ressoasque, partindo de lim hom conhecimento do n0550sistem a d e ca te go ria s e resp ectiv as d cfin ic oe s ( istoe . dos n05505 criterios l, proceda ;)categorizacao de lim a arnostra alcatoria do corpusd ocume nta l. C om para rn -se, e nta o, as co dific ac oe sdestes colahoradores com a realizada peloinvestigador. Uma vel. realizada cssa analisepro cede-se a ur n caku lo, tendo em conta os acordosc 0 dcsacordos, utilizando-se uma entre v.iriasformulas possiveis: a mais simples talvez seia aseguinte (DAVAL, 1963; VALA, 1986):

    2 ( CI .2 )f=---

    CI+C2

    Quer dizer: 0 dobro do numero de acordosen tre os codificadores (CU) e d iv id id o p elo totalde categorizacoes efectuadas por cada um (Cl+ (2).Se 0 resultad o ron dar o s 0 ,8 0 ja s e p oc k c on sid era rsatisfatorio.E evidente que a fidelidade dos resultadosdepencle em grande parte cia cxperiencia C doconh ecim en tos do s cod ificado res e de LIma correctaform ulacao e definicao das categor ias.

    Analise estatistica

    P ara alern do.') a rgum entos que defendern que a A.C .deve visar apenas um a anal ise qual it ar iv a , OU, pelocontrario, que se cleve l imitar a LIma analisequantitativa (lv lOSTYN , 1 98 5), julgamos que estaultima se deve efectuar quando a natureza dosdad os e dos objectives cia investigacao foremcoerentes com ela. Com efeito, e possivel m anter aA.C. na charneira entre 0 quanti tat ive, (c ilculo def requencias , percentagens, correlacoes, analisefactoria l, e tc ., em funcao das distribuicoes daarnostra e da s hipoteses levantadas), e () qualitative( de sc ric ao d as c ara cte ris ric as in de pe nd en tem en tccia sua frequencia relativa no texto) , podendoassegurar-se urn equil ibrio en tre a s du as te nd enc ia sou caindo para urn ou outre dos lades, consoante asexigencias C os ob ject ives da inves ti gacao

    59 Referenda

    A tendencia para () equilibrio entre a s duasrendencias i u s r i f i c a -sc pclo facto de ~Icontagcm dafreq ue nc ia d os in dic id ore s - (quando em funcaodos objectives e do corpo documental) - conferir a

    lima riqucza cornplemcntar de grandesignificado, podendo apresen tar-se , na tase dainterpretacao, com o m edida da irnportancia,atencao ou co nced id a a urn determ inadoo bje cto c ia c om un ica ca o (K IU P PENDOHFF , 19(0),

    Ainda conlorrne os objectivos do investigador eo xlesenho- cia investigacao, poderao ser feitasa na lise s qu antita tiva s ( la s " oc orre ncias ",tivas" ou "estru tu ra is" .

    N a -a na lise de oc orre nc ia s-, a hip {) tes e im plic itae a de que -quan to m aior for 0 interesse d o e rn is so rpo r urn dado obiecto maier sera a frcquencia e l l 'ocorrencia, no d iscu rso , dos ind icado res rela tives aesse objecto- ( VAL A., 1 98 8, p. 118 ! . A ausencia dedcterrninados indicadores tarnbcm pode scrsignificative, como e sc la re ce R ICHARDSON ( 1 9 8 9 )de m odo m uito claro: suponham os que a partir delim determ inado corpo docum ental (OLf de umat eor ia pre -ex is ten te ) , se esta be le ce uma rela cao dereferenda que inclui os seguintes elementos: "a","b", "c", "d", " e " , "f", com ba se ne sta rela ca o a nalisa -se urn d oc um e nto p ar tic ula r, verificando qu e estaopresentes os elementos: "a", "c", e " f " . A ditapl'esenp pode ter UlIl significado im portante para ( )estudo das caracteristicas de uma mensagern; dam esrna form a, a ausencia dos elementos "b' e "e 'pode t er imp lic ac ce s f un d amen ta ls . De f ac to , estasausencias, em entrevisras -clinicas-, por exem plo,podem reflectir urn bloqueio mental c a ocultacaoconsciente ou in co ns cie nte d e d ete rm in ad os te rn as ,pO l' p arte d o e ntr ev is ta do .

    Daqui resulta, tam bem , a nccessidade e 0 i n te ressed e se orga niz arem os da do s de modo a p ro po rc io na remum c iku lo d e fi'e qlle nc ia s p on de rad as e p erc enta ge ns( na o e xdu indo cilcu los m ais c om ple xe s c om o a a na lisef ac to ri al e de comingenc ias) .

    N a " an alis e a va lia tiv a-, q ue s er ve e ss en cia lm en tepara 0 estudo das atitudes cia fonte rclativam entc ad eterm in ado o bje cto- ( VALA, 1 9H 6 , p . 1 1 9) , pa rte -s ec ia h ipot ese de que "a linguagern representa ereflecte directarnente aquele que a utiliza", 0 qu eperrnite que nos contentem os "com os indicadores

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    8/11

    m anifestos, explic itam enre contidos na com uni-para fazer inferencias a rcspeito cia fonte cia

    cmissao" (BARDIN , 1 97 7, p. 155 ) ,N as -a na lis es e stru tu ra is- , 0 que se visa e

    -perm itir infe rencias sabre a organizac lo d o s is temade pensarnento c ia fonte im plicado no discurso quese pretende estu dar" (VAId\, 1 98 6, p. 1 20 ) , a pa rtirdo estudo csta tistico das associacoes OL ldissociacces das ca tegorias (no estudo de urn diario,por exemplo, e em funcao d e d et er rn in ad asunidadcs de contexte - ( ) dia , a sem ana .

    Apresentacao, discussao e interpretacao do sdadosA apresentacro final nao obedece a figurines.N a sequencia c ia proposta de u m e q u i l i b r i o entre aa nalise qua ntita tiva e a qualita riva, a apre se ntac aopodera SCI' fe ita , por um Iado, com base em tahe las,quadros s inop ticos e rnatrizes que revelern 0sistem a de categoria s e suas particularidades; poroutro lado, julga rnos fundam ental nao perder 0c ara ctc r descritiv o, verdade ira mente qua lita tive,recorrendo a s necessaria s citacoes (as unidades dere gis to o u d e c on te xto ).

    Noutro I n g a r disse rnos que a funcao dosrecortes das c itacoes "n;10 c sirnplesrnente deilu str ac ao : d es te rn , a inda , e sobretudo, t re s funcoesfundam enta ls: re torica , analitica e p ro ba to ria .N a funcao re torica , os recortes, de facto, ilustram ,exemplificam e ernpresta rn m aie r enfase ao scornentarios: na funcao analitica , muita s dascitacoes passarn a sc r objecto de ana lise detalhada,

    tendo em coma de term inadas ca rac teristica dosconte xtos, dos a utores, c ia afirm ac ao, ctc ., c pocle mservir pa ra analise 's comparativas: na funcaop ro ba to ria , pretendern tornar -ve rosirneis- asafirrnacoes e conc lusoes que S C ' re tirem de urnconjunto de dados- ( AMADO , no prelo) . E stascitacocs, a par de eventuais dados quantita tivos(V IEmA, 1 9 ( 9 ) , pcrm itirao, de facto, elaborar asinferencias pertinentes e que tornam signilicativos( nu ma " se gu nd a significacao", c om o c liria BARDIN)os dados e os seus contextos.

    A fasc interpre tativa deve apoia r-se em todo 0trabalho precedente , 0 qu e the permitira tel' erncom a, quan tita tiva e qualita tivarnente , todo () tipod e r ela co es qu e e sta be le cem o s d ife re nte s ternas:causas, alternativas, justaposicoes, oposicoes,a va lia co es , e tc . E sta f as e e 0m om ento da passage mdo "paradigrna c ia autoridade do texto", para 0"paradigm a cia autoridade do leiter" (RODR IGUES ,1 9 9 8 , p. 1 7 4 ) .

    A que nive l de inte rpretacoes deve chegar aana lise? O nde deve pararr "P ara 0 investigador, aanalise nunca esta acabada, su ficiente rncntccom ple ta . As zonas de som bra inquie tarn-no tantoquanto 0 sentido escondido e ( ) m ais fundamentadodas suas deducoes; mas a marcha da analise C 'lim ita da p ela s possibi l idades praticas- (CLAP IER-VALLADON, 1 9 8 0 , p. 1 4 9 ) , pe lo quadro teorico ep e l os o bj ec ti ve s.o esquema c ia F igura 1 , cia auto ria deKRIPPENDORFF 0990, p. sugere a estruturad as r ela co es entre os diversos conce itos base daA.C. e mostra como a ana lise resulta Dumave rdadeira construc te realiz ada pelo a nalista :

    F ig ur a 1 - I'a d r; j( ) d e r t'f er i'n c ia rX lra " An ;t li se d e Coiueudo .

    60

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    9/11

    Como se e utilizando () comentario do autor,"os dad os cn con tram -se dissociados cia su a fon te elUdas suas co ndico es co ntextu ais e SJO comunicadosd e m od o u nid ire cc io nal ao analista. E ste situa osdados num contex te que de constroi baseado nose u conhecimento d as c on dic oe s circunstanciaisdos dados, in cluin clo 0 que ele deseia conheceracerca do obiectivo cia analise. O s seusconhecim entos sobre as relacoes estaveis dentro dosistema de interesse silo forrnulados comoconstrucoes analiricas que lh e p erm ite rn fazerinferencias de acorclo com 0 contexte dos dados.O s resultados da A.C . devern representar algum acaracteristica da realidade, e a n atu re za dessarepresentacao deve SCI ' , em p rin cip io , v erif ic av el"(KRlPPENDORFF, 1 9 9 0 , p J9 ) .

    E ste p erio do interencial, in terp retativ e, se ratanto m ais rico quanto 0 a na li sta -in v es tig ador f iz erintervir outros elementos significativos para acontextualizacao da palavra, para conhecim entod as s ua s c on dic oe s de p ro du ca o - elem entos quep od ern d ec orre r de m in uc io sa s n ota s d e campo deum a observacao participante: co mo diz PAIS ( 1 993 ,p. 8 6) , "Irente aos cad averes das palavras escritas epossivel descobrir. norneadarnente atraves daobservacao participante, a riqueza inesgotavel ciap ala vra so no ra , 0 seu uso conflitivo em contextoss itu ac io na is e r efe re nc ia is p ro prio s" . C o lo ca -s eaqui a questao cia relacao cnrre 0 discurso( interpretacao) de quem analisa e interpreta e ()d iscurso analisado. Seguindo as propostas dafenornenologia de Schutz (9 93) , ha um saber de 1 '1ordem , ou seja, ( ) saber daqueles que concedem ainforrnacao basica e 0 material de trabalho emanalise; e ha 0 saber do analista, de 2 (J o rdern .elaborado a partir daquele . Ne ss a e la bo ra ca o h aq ue respeitar o s tres postulados seguintes:

    - 0p ostu la do d a c o ns is te nc ia 1 6 gic a - 0 saberde 2Q ordern deve ser estabelecido de form aclara e com pativel com 0 p rin cip io d a lo gic aformal .

    - 0p o st ul ad o c ia i nt et p re ta o io s ub je c ti ua osconstructos de segu ndo g rau c1evem sempreter ern con ta a interpretacao dos comporta-m entos feita pelos s eus au to r es ,

    61 Referenda

    o p ostu lad da adequacao .~ dcve haverc on sisten ciu e ntre o s c on stru cto s cia 1 J e cia 2 ( 2ordem.

    N ; 1 0 ( ~ LUll processo facil, a elaboracaoc on stru cto s tc orico s, ( ca tc go rias, su bc ateg oria s)qu e sejam Ieis ao pensarn ento dos -intorrnadores- (eou a s vivencias observadas) , e que, scm serem um amera descricao ou traducao resultem num- es cr uti nio s is tematiz an te - qu e ofereca reaisc on trib uto s p ara 0 saber que querem os ajudar aconstruir. N ao C urn processo facil, ainda, na m edidae rn q ue e necessario saber pbr de parte m uita coisa( er n e sp ec ia l 0 encadeamento logico do discursodos outros, ou 0 enredo de uma descricaofascinante da vida ern diario ou cadernos de notas) .Um a perda, provavelmente in ev ita ve l, em troca c iad esco berta de sentid os o cultos e interp retativo s q uea recom posicao dos fragmentos, em puz z l e stern atic os, p ro po rcio na como re sp osta , I S questocsteo ric as q ue , sim ultan eam en te , v am os c olo ca nd o.

    C ontudo, talvez a m aior das dificuldades destep ro ce sso se ja , c om o tam bemji 0d is se , " a nece ss a ri aa pre nd iz ag ern e c on se qu en te pratica de tecnicas,concepcoes e atitudes que poem em causa todalim a c on cep cao tra dic io nal e p ositiv ista c la C ie ncia-(AivlADO, no p re lo ) ...

    ConclusaoA.C. e u rn p ro ce sso emp irico utilizado no dia a diapor qualquer pessoa, enquanto lei tura einterpretacao, mas, para st' tornar numametodologia de in vestigacao cientifica, tem deseguir UI11 conjunto de passes que the dao 0 rig or ea validade necessaria; por outro lado, trata-se deUl11

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    10/11

    partic ipante , ou, ainda, partir deescritos para sc rcm analisados ou retirados deq ua lq ue r a rq uiv o

    N o entunro h C i clois aspectos que importasub linhar: ( ) p rirneiro e necessidade de urnaconstante a tencao ao processo, com uma c laracx plicitacao d os p asses, criterio s e d eciso es q ue sevao tornando (P OIlUE R et { I I . . j isto e tantom ais fundam ental, para evitar quantoqualquer comunicacao pocie scr analisada cc lassificada segundo difererites perspectivas,pontos de vista C sistem as de categorias( ROD !{ ]G lJ ES, 1 9 98 1 .o segundo aspecto diz respeito ao equ ilib rioentre a v crrcn te " tc cn olo gic a" , quantitativa e aqualita tiva e fenomenologica. N a medida em que acategorizacio permite a d esc ric ao prccisa ,sistematica e nao vaga ou anedotica do mate ria l e mcausa, ela nao deve levar a uma construcao que,obcecada com 0 calculo, ou cnrcdada ernabstraccoes, leve a perder de vista a natureza (porvezes viva e dram atica) dos docum entos tratados.as re prc se nta co es e f cn om e no s interactivos que despo ssa m tra du zir. H{l, portanto, que evitar 0 pesoexcessive cia dimensao quanrificadora emdctrim ento c ia a na lis e q ua lita tiv a, in te rp re ta tiv a. E s eesta nao se pode reduzir a um a simples ilustracaodas ca tegorias, subcategorias c indicadores (c om o,tam bem , freC ]uentem ente acontece) , nao pode , pmo utro la do , lim ita r-s e a sim ple s e lo nga s tra ns cric oe sque, alcm do m ais, nao facilirariam , 56 por si, 0entendimento dos conteudos la tentes, do nte ra cc io nis m o d os fenomenos- c d as con dico ese l l ' producao da mensagem.

    Bibliografia refer idaAMADO, J 0;10 - Interaccao Pedagogica e In dis cip lin a r iaAula . Porto: Ecii

  • 5/9/2018 t cnicas de an lise de conte do Amado 2000

    11/11

    MOSTYN , Il, The Content o r QualitativeR esearch Data: A Approach. In Brenner ,VL .Brown, J /) i C ante r. I i., Th e R ese ar ch(pp. 1 1 'i-H 6 ) L on do n, Academic 1 9 8 ' )P AIS ,.J . M achado - Cul t urasi\ac io naJ -C asa cia M o ccia , 1 9 93

    Lisboa, Imprensa

    POIRIER, J , CL AF IE l{-V AL LA DO N, S & RAYBAUT. p, -H isto ria s d e V i da , Ociras: Celia Editora , i9 9 9QUICKE, J . - Lea rn ing and Con text cons truc ting ani nt eg ra l p er sp ec ti ve . British jou mal oj' (iEducation, Vol. 1 7 n. pp. 103-113 ,1996R IC HARDSON , R J - P e s q u is a S o d a l . S .P a u lo , Ed . Atlas, 1 9 8 9

    63 Referenda

    R OD RIC UE S, P edroP ar tic ip an te s e m E ntre uista dede P sicologia e de C icncias cia da Universi-dade de L i sboa , lese de D outo ram en to nao puhl icada,1 9 9 8 .SCH UTZ , Alfred - L a C on stru cc io n S ign illw liu a de lM und o Soc ial. B a rc e lo n a: P a id o s, 1 9 9 3VAL \ . -- A Analise de Conteudo. In Silva, A. S. &Pinto, M., M eto do io gia d as C ie nc ia s Socials , Lisboa, Ed.Afron tamento , 1986 .V IE IR A, R ic ard o - Histor ias de V ida e l de tu idades . PortoEcii('Cies Af ronramento , 1 9 9 9 ,