análise de conteúdo completa
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Luciana CoimbraMichelle Firmino
Nicoli Amaral
Análise de Conteúdo
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Análise de Conteúdo na visão
de Bardin
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Início
Seu berço foi nos Estados Unidos como uminstrumento de análise das comunicações, hámais de meio século. Porém, a interpretação de
textos já era abordada há muito tempo e dediversas formas. O pesquisador que trabalha seus dados a partir
da perspectiva da análise de conteúdo está
sempre procurando um texto atrás de outro texto,um texto que não está aparente já na primeiraleitura e que precisa de uma metodologia
para ser desvendado.
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Definição
A análise de conteúdo se define como um“conjunto de técnicas de análise dascomunicações” (quantitativos ou não) que aposta
no rigor do método como forma de não se perderna heterogeneidade de seu objeto, visa obter, porprocedimentos, sistemáticos e objetivos dedescrição do conteúdo das mensagens,
indicadores e conhecimentos relativos àscondições de variáveis inferidas na mensagem.(Bardin, 1977, p.31)
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Observações
A principal pretensão da análise de conteúdo évislumbrada na possibilidade de fornecer técnicasprecisas e objetivas que sejam suficientes para
garantir a descoberta do verdadeiro aprendizado. Na análise de conteúdo, enquanto concepção de
ciência, constitui-se uma prática que se pretendeneutra no plano do significado do texto, na
tentativa de alcançar diretamente o que haveriapor trás do que se diz.
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Objetivos
Analisar as características de uma mensagematravés da comparação destas mensagens parareceptores distintos, ou em situações diferentes
com os mesmos receptores. Analisar o contexto ou o significado de conceitos
nas mensagens, bem como caracterizar ainfluência social das mesmas.
Analisar as condições que induziram ouproduziram a mensagem.
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Finalidades
A abordagem de análise de conteúdo tem porfinalidade, a partir de um conjunto de técnicasparciais, mas complementares, explicar e
sistematizar o conteúdo da mensagem e osignificado desse conteúdo, por meio dededuções lógicas e justificadas, tendo comoreferência sua origem (quem emitiu) e o contexto
da mensagem ou os efeitos dessa mensagem.
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FasesBardin (1977) organiza em três as fases da análisede conteúdo:1) A pré-análise: escolha do material, dosdocumentos a serem analisados, formular
hipóteses, elaborar indicadores que fundamentema interpretação final.- Leitura flutuante- Escolha dos documentos- Formulação de hipóteses e dos objetivos- Referenciação dos índices e a elaboração deindicadores
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Fases2) A exploração do material: esta é a etapa maislonga, onde se realiza as decisões tomadas na pré-análise. É o momento da codificação, em que osdados brutos são transformados de forma
organizada e agregadas em unidades, as quaispermitem uma descrição das característicaspertinentes do conteúdo.3) O tratamento dos resultados, a inferência e a
interpretaçãoInferência – é a operação lógica, pela qual seadmite uma proposição em virtude da sua ligaçãocom outras proposições já aceitas como
verdadeiras. (Bardin, 1977, p.39)
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Exemplo
No filme Mente Brilhante, onde um pesquisador,em seu delírio, é contratado pelo governoamericano para decifrar mensagens de guerra
“escondidas” em notícias e anúncios de jornal.
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Análise de Conteúdo na visão
de Vergara
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Introdução
A análise de conteúdo é considerada uma técnicaque procura identificar o que está sendo dito arespeito de determinado tema.
A partir dos anos 60, a análise de conteúdopassou a ser utilizada também com a ajuda derecursos tecnológicos. E, em 2004, diversossolftwares para essa finalidade já estavam
disponíveis no mercado, como o Atlas/ti, porexemplo. Esse tipo de análise admite tanto abordagens
quantitativas quanto qualitativas, ou ainda a
utilização de ambas os métodos. Em quaisquer
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Pode-se dizer que a análise deconteúdo compreende três etapas:
Pré-análise – trata-se da seleção do material eda definição dos procedimento a serem seguidos.
Exploração do material – diz respeito aimplementação dos procedimentos.
Tratamento e interpretação dos dados – trata-seda geração de inferências e dos resultados da
investigação. Nesse momento as suposiçõespoderão ser confirmadas ou não.
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O procedimento básico da análise de conteúdo é adefinição de categorias relacionadas aos propósitos
da pesquisa (TESCH, 1990). As categorias sãoclasses que reúnem um grupo de elementos comcaracterísticas comuns sob um título genérico.Categorizar implica isolar elementos para depois
agrupá-los. As categorias por sua vez devem ser:
Exaustivas, permitindo a inclusão de quase todosos elementos.
Mutuamente exclusivas, pois cada elemento sópode ser incluído em uma única categoria.
Objetivas, ou seja, claramente definidas a fim deevitar dúvidas na distribuição dos elementos.
Pertinentes, adequada ao objetivo da pesquisa.
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Três grades podem ser escolhidas
para a definição das categorias: Grade aberta – é uma grade flexível pois as
categorias são definidas durante o andamento dapesquisa, sendo permitidas alterações até que se
obtenha um conjunto final. Esse tipo de grade érecomendada para pesquisas exploratórias. Grade fechada – o pesquisador recorre a literatura
existente sobre o tema de pesquisa para elaborar ascategorias que permanece imutável no decorrer da
pesquisa, podendo, por isso, deixar alguns elementosde fora da categorização. Em geral essa grade éutilizada para as pesquisas descritivas e explicativas.
Grade mista – as categorias são definidas a prioribaseadas na literatura, assim como na gradefechada, porém podem ser alteradas. Nessacategoria todos os elementos presentes nos dados
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Principais características
Utiliza-se tanto para fins exploratórios quanto deverificação, podendo confirmar ou não assuposições preestabelecidas.
Exige categorias exaustivas, mutuamenteexclusivas, objetivas e pertinentes. Grandes quantidades de dados podem ser
tratados e armazenados com auxílio docomputador. Ficando, no entanto, a interpretaçãosob a responsabilidade do pesquisador.
Ao se ater as frequências, o pesquisador corre orisco de perder o que está ausente ou é raro,ainda que relevante para a analise do objeto em
estudo.
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Quanto ao método
Os procedimentos quantitativos privilegiam asfrequências, a ocorrência de determinado termo notexto. Os dados podem receber tratamento atravésde técnicas estatísticas simples, como a análise de
frequência, ou ainda por meio de outras técnicasmais complexas, como a análise fatorial e a análisede variância (BARDIN, 1977; ROESCH, 1999).
Os procedimentos qualitativos focalizam aspeculiaridades e as relações entre os elementos
(LAVILLE e DIONNE, 1999). A interpretação dos resultados pode ser realizada por
meio do emparelhamento, associação dos dados aoreferencial teórico utilizado, procedendo-se à
comparação, ou ainda através da construçãointerativa de uma explicação efetuada com base nas
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Como utilizá-la:
Efetua-se a coleta de dados por meio dosinstrumentos escolhidos. No caso de entrevistasgravadas procede-se à sua transcrição.
Defini-se o tipo de grade para a análise, se fechadaaberta ou mista.
Realiza-se a leitura do material selecionado durante acoleta de dados.
São definidas as unidades de análise: palavra,expressão, frase, parágrafo.
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Como utilizá-la:
São definidas as categorias para análise, deacordo com a grade de análise escolhida.
Procede-se à análise de conteúdo apoiando-se
em métodos estatísticos, interpretativos, ouambos.
O problema que suscitou a investigação é entãoresgatado.
Confrontam-se os resultados obtidos com asteorias que deram suporte a investigação.
Formula-se a conclusão.
Elabora-se o relatório de pesquisa.
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Análise de entrevistas não-estruturadas: daformalização à pragmática da linguagemPedro Lincoln C. L. de Mattos
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Configura-se um ensaio metodológico que
aborda o seguinte problema: como saltarlegitimamente da fala de um entrevistado e, em
seguida, de vários deles, para um significadointerpretativo?
Isso requer um trabalho organizativo, queenvolve algum nível de padronização de ações eagregação de informações oriundas dasentrevistas.
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Análise das Entrevistas
Duas questões precisam ser introduzidas quandose trata de análise de entrevista e de conteúdo.
O que leva tão longe a necessidade deobjetividade?
Onde reside, na comunicação humana, osignificado?
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Sugestões para a Análise deEntrevistas
Um modelo de apoio constituído de cinco fases.
Fase 1: Recuperação É preciso recuperar o momento da entrevista; transcrever o
que foi gravado, ouvir atentamente, fazendo anotaçõespreliminares, para ser analisado posteriormente.
Fase 2: Análise do significado pragmático daconversação Verificar como se desenrolou o contexto pragmático do
diálogo;
Observar perguntas e respostas; Fazer uma revisão do que foi colhido nas entrevistas.
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Sugestões para a Análise deEntrevistas (cont.)
Fase 3: Validação de fatos verbais O significado da resposta a cada pergunta, tal como
entendida pelo pesquisado, deve ser validada pelopesquisador.
Fase 4: Montagem da consolidação das falas Transcrição dos dados colhidos para um a matriz de dupla
entrada: em uma os entrevistados, em outra as perguntas.
Fase 5: Análise de conjuntos Fazem-se marcações de destaque sobre os significados de
fala que valem individualmente e sobre os que formamsentidos novos, quando vistos em conjunto.
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Considerações
O artigo chamou atenção a questãometodológica na área de administração. Esforçosestão sendo feitos visando a maioridade
científica e o reconhecimento de pesquisadoresde áreas próximas e de maior tradição.
Tentou-se argumentar a favor da aplicabilidadede conceitos metodológicos de duas outrasdisciplinas à análise de entrevistas nãoestruturadas: a pragmática da linguagem e a
análise linguística do discurso.
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Referências Bibliográficas
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 1977.Edições 70. Lisboa, Portugal.
GODOI, Christiane Kleinübing et al (Org.).Análise de entrevistas não estruturadas: daformalização à pragmática da linguagem.SãoPaulo: Saraiva, 2010.
VERGARA, Sylvia Constant. Métodos dePesquisa em Administração. São Paulo: Atlas,2005.