analise da reducao de queixas dolorosas em...

54
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA PATRICIA DE FATIMA BORASCHI ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM REGIAO DA COLUNA CERVICAL ECOLUNA LOMBAR EM CIRURGIOeS DENTISTAS coM A APLICACAO DA GINAstlCA LABORAL CURITIBA 2007 CONSULTA INTERNA

Upload: vohanh

Post on 11-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAPATRICIA DE FATIMA BORASCHI

ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM REGIAO DACOLUNA CERVICAL ECOLUNA LOMBAR EM CIRURGIOeSDENTISTAS coM A APLICACAO DA GINAstlCA LABORAL

CURITIBA

2007

CONSULTAINTERNA

Page 2: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

PATRICIA DE FATIMA BORASCHI

ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM REGIAO DACOLUNA CERVICAL E COLUNA LOMBAR EM CIRURGIOESDENTISTAS COM A APLICACAO DA GINASTICA LABORAL

Trabalho de Conclusao de Cursoapresentada ao Curso de Fisioterapia daFaculdade de Ci~ncias da Saude, daUniversidade Tuiuti do Parana, comorequisito parcial para a obtenyao do grau deFisioterapeuta.Orientadora:Arlete Ana Motter, Doutoranda

CURITIBA\

2007

Page 3: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, que me deu fon;a e coragem paraenfrentar e superar os momentos dificeis.

Gostaria de agradecer minha orientadora, professora, Dr Arleter Ana Motter, porsua paci€mciacomigo, durante este periodo em que convivemos.

Gostaria de agradecer 0 apoio dos meus pais e minha filha Maisha, que sem elesnao chegaria ate aqui.

Gostaria de agradecer aos meus amigos da faculdade, por todo tempo quepassamos juntos, por todas as brincadeiras, dificuldades e alegrias...

Gostaria de agradecer tambem aos membros da banca, por participarem e opinaremneste trabalho dando a sua honrosa contribuigao.

Enfim, a todos que contribuiram direta e indiretamente para a conclusao destetrabalho, principalmente ao diretor, professor Dr. Dewet do curso de odontologia eaos alunos que estiveram a disposigao para que este trabalho fosse rea/izado.

Obrigada!

III

Page 4: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

RESUMO

Os problemas posturais dos cirurgioes-dentistas sempre foram motivos de muitas

reclamayoes por parte da classe odontologica. 0 metodo estatico e altamente

repetitivo, como ocorre na profiss80 dos cirurgioes-dentistas, n80 permite uma maior

movimentay80, tern a desvantagem de exigir sempre a contray80 dos mesmos

grupos musculares e a utilizay80 das mesmas posturas, possibilitando dessa forma

uma intensa sobrecarga fisica, cognitiva e psiquica. 0 tipo de estudo desta pesquisa

e estudo de caso, exploratorio e observacional que teve como objetivo analisar os

beneficios da ginastica laboral em cirurgioes-dentistas, com os alunos do curso de

odontologia da Universidade Tuiuti do Parana. Observou-se nesse estudo que a

ginastica laboral proporcionou uma melhora da qualidade de vida fisica, durante e

apos 0 trabalho dos cirurgioes dentistas. Sendo a medio ou longo prazo apresenta

efeitos perceptiveis relacionados as atividade de vida diaria destes cirurgioes

dentistas.

Palavras-chave: ginastica laboral; cirurgioes-dentistas; dor

IV

Page 5: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

ABSTRACT

The posturais problems of the surgeon-dentists had always been reasons of many

claims on the part of the odontol6gica classroom. The static and highly repetitive

method, as it occurs in the profession of the surgeon-dentists, does not allow a

bigger movement, has the disadvantage to always demand the contraction of the

same muscular groups and the use of the same positions, making possible of this

form an intense physical, cognitiva and psychic overload. The type of study of this

research is study of case, explorat6rio and observacional that had as objective to

analisar the benefits of the labor gymnastics in surgeon-dentists, with the pupils of

the course of odontologia of the Tuiuti University of the Parana. It was observed in

this study that the labor gymnastics provided an improvement of the quality of

physical life, during and after the work of the surgeons dentists. Being the medium or

long stated period it presents perceivable effect related the activity of daily life of

these surgeons dentists.

Key words: labor gymnastics; surgeon-dentists; pain

v

Page 6: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

LISTAS DE GRAFICOS

GRAFICO 1 - Atuac;aoProfissional. 37

GRAFICO 2 - Bern Estar Fisico no Trabalho 38

GRAFICO 3 - Condic;aoFisica P6s-Trabalho 39

GRAFICO 4 - Queixa Dolorosa .40

GRAFICO 5 - Escala da Dor. 41

GRAFICO 6 - Escala da Dor. 41

GRAFICO 7 - Atividade Fisica 42

VI

Page 7: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

SUMARIO

1 INTRODUCAO .......................................•............................................•..........•.... 09

2 REVISAO DE LITERA TURA 10

2.1 HIST6RIA DA ODONTOLOGIA. 10

2.2 QUANDO A DOR E DO DENTISTA 10

2.3 DISTORBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIOADOS AO TRABALHO

(DORT) 11

2.3.1 Causas dos Disturbios Osteomusculares Relacioados ao Trabalho 12

2.3.2 Disturbios Osteomusuculares Relacionados ao Trabalho na Pratica

OdontoI6gica 13

2.4 CERVICALGIA 14

2.4.1 Classificac;ao da Cervicalgia 15

2.4.2 Etiologia da Cervicalgia 17

2.4.3 Quadro Clinico da Cervicalgia 17

2.4.4 Diagn6stico da Cervicalgia 18

2.5 LOMBALGIA 19

2.6 ERGONOMIA 19

2.6.1 Hist6ria da Ergonomia 19

2.6.2 Definic;ao da Ergonomia 21

Page 8: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

2.7.1 Hist6ria da Antropometria 23

2.7.2 Definic;ao da Antropometria 24

2.8 GINASTICA LABORAL 26

2.8.1 Hist6ria da Ginastica Laboral. 26

2.8.2 Definic;ao da Ginastica Laboral. 28

2.8.3 Objetivo da Ginastica Laboral. 30

2.8.4 Beneficios da Ginastica Laboral. 31

2.8.5 Fator de Risco no Ambiente de Trabalho 32

2.8.6 Programa da Ginastica Laboral.. 34

3 METODOLOGIA 36

4 RESULTADOS E DISCUSSAO........................................................................ 38

5 CONSIDERACOES FINAIS 44

6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 45

ANEXO 48

Page 9: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

9

1 INTRODUCAO

Todo trabalho implica em exigencias fisicas e psiquicas e cognitivas aquele

que 0 realiza. Em relagao ao trabalho numa clinica odontol6gica nao e diferente.

Varias doengas observadas no cirurgiao-dentista estao relacionadas com as

atividades desenvolvidas no ambiente clinico.

A pratica odontol6gica proporciona urn desgaste fisico consideravelmente

grande para 0 cirurgiao-dentista e isso faz com que fique bastante vulneravel a

varios problemas, como por exemplo, cervicalgia e lombalgia, que ocorrem devido a

postura inadequada deste profissional.

Os problemas posturais sempre foram motivos de muitas queixas por parte

da classe odontol6gica. Atualmente, com os equipamentos mais ergonomicos muitos

dos problemas diminuiram, entretanto, ainda ha dificuldades de se evitar os

problemas posturais. Devido ao trabalho estatico, ao movimento repetitiv~, exige

sempre a contragao dos mesmos grupos musculares, causando uma intensa

sobrecarga fisica.

E importante que a classe odontol6gica conhega estas alterag6es

patol6gicas e suas causas, pois este e 0 passo inicial para preveni-Ias e trata-Ias 0

mais cedo possivel, preservando assim estruturas anatomicas fundamentais para 0

desenvolvimento da profissao, alem de sua saude mental (POL; REIS 1999).

A ginastica laboral, aliada a ergonomia, vern apresentando-se como uma

solugao para lidar com as graves conseqOenciasdesse contexto. Sendo assim, este

trabalho tern como finalidade aplicar urn programa de ginatica laboral, com 0 objetivo

de redugao de queixas dolorosas em regiao cervical e lombar em cirurgi6es-

dentistas.

Page 10: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

10

2 REVISAO DE LlTERATURA

2.1 HIST6RIA DA ODONTOlGIA

Os primeiros acontecimentos ligados a odontologia, aconteceram na

chamada pre-historia. Na idade moderna entre 1433 e 1789 floresceram as ciencias

odontologica, que para extrair urn dente 0 paciente sentava muito baixo, as vezes no

chao, colocando sua cabe~a entre as pernas do operador. Ja na idade

contemporanea foi 0 periodo onde mais se adiantou a odontologia (MAlEWSKI,

1991).

No Brasil 0 dia que marcou 0 come~o da odontologia, foi 25 de outubro de

1884, sendo, Tiradentes urn dos primeiros autorizados por lei para exercer a

profissao do dentista. Os dentistas proviam de todas as classes, mas eram

barbeiros, na quase totalidade portuguesa, os seus maiores exploradores

(MAIEWSKI, 1991).

2.2 QUANDO A DOR E DO DENTISTA

Ma postura e organiza~ao do trabalho causam problemas musculares em

dentistas. Ao contrario do que se pode imaginar, nao e so 0 paciente que sofre

durante as longas consultas ao dentista. 0 incomodo de ficar de boca aberta,

anestesiado, por vezes sequer se aproxima das conseqOencias que 0 cirurgiao-

dentista tern que enfrentar por permanecer na mesma posi~ao, durante a rotina

diaria (RASIA, 2004).

De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto de

Psicologia, da Universidade de Brasilia (UnB), a freqOencia de queixas de dores nas

Page 11: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

11

costas, ombro, bra{:o, maos e pernas resulta em afastamentos do trabalho e acaba

comprometendo 0 desempenho dos profissionais. As longas jornadas de trabalho e

a rotina de consultas praticamente sem intervalos agravam os sintomas dos

chamados Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) (LOPES,

2007).

Por conta da ma-postura, os cirurgioes dentistas ocupam os primeiros

lugares em afastamentos do trabalho por incapacidade temporaria ou permanente,

respondendo por cerca de 30% das causas de abandono prematuro das atividades

odontol6gicas. A concentra{:ao e a precisao dos movimentos necessarios em

tratamentos odontol6gicos exigem mais sacrificios postura is dos dentistas (RASIA,

2004).

2.3 DISTURBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO

(DORT)

Segundo Barbosa (2002), existem tres defini{:oes que considera destacadas

no cenario medico, principalmente por se tratar, uma delas, de defini{:ao legalmente

institucionalizada, no caso a aplicada pelo INSS.

Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho sao transtornos

funcionais, transtornos mecanicos e lesoes de musculos e/ou tendoes e/ou de

fascias e/ou de nervos e/ou de bolsas articulares e pontas 6sseas nos membros

superiores ocasionados pela utiliza{:ao, biomecanicamente incorreta, dos membros

superiores, que resultam em dor, fadiga, queda da performance no trabalho,

incapacidade temporaria e, conforme 0 caso, podem evoluir para uma sindrome

dolorosa cronica, nesta fase agravada por todos os fatores psiquicos (inerentes ao

Page 12: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

12

trabalho ou nao) capazes de reduzir 0 limiar de sensibilidade dolorosa do individuo.

Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho sao desordens

neuro-musculo-tendinosas de origem ocupacional, que atingem os membros

superiores, escapulas e pesco~o causadas pelo uso repetitivo e for~ado de grupos

musculares ou manuten~o de postura for~ada.

Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho e uma inflama~ao de

tecidos sinoviais, tendoes, musculos, fascias, ligamentos e nervos, concomitante ou

isoladamente, cuja etiologia seja ocupacional, mesmo quando associada a outras

patologias.

2.3.1 Causas dos Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

Fatores Agravantes

Ausencia de pausa durante a jornada de trabalho, traumatismos anteriores e

ambientes de temperaturas diminuidas ou muito altas.

Fatores que Contribuem

Sustenta~o de peso com ou sem transporte, jornada prolongada de

trabalho, postura estatica, tensao excessiva e caracteristica, m6veis e equipamentos

inadequados e postura inadequada.

Fatores Biomecanicos

Ritmo acelerado de trabalho, for~a excessiva com as maos, repetitividade de

um mesmo movimento.

Fatores Ergonomicos

Equipamentos inadequados e equipamentos de trabalho mal ajustado

(OLIVEIRA, 2002).

Page 13: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

13

2.3.2 Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho na Pratica

Odontol6gica

A Odontologia e rica em oportunidades de satisfac;aopessoal e profissional.

Entretanto, principalmente entre os profissionais mais jovens, vern sendo crescente

a insatisfac;ao,que se deve principalmente a dificuldade de manter a vida, enquanto

luta-se para ganhar a vida.

Os dentistas sofrem de dores lombares, cefaleia tensional, e esforc;o

anormal em diversas partes do corpo, tais como regiao dorsal, regiao lombar, pernas

e pes. A fadiga dos olhos, brac;os e pes e uma queixa comum entre dentistas.

Alguns apresentam problemas de saude rnais graves tais como perturbac;Oes

circulat6rias, varizes das pernas, e artrite cervical e das maos. Desigualdade na

altura dos ombros e encontrada em varios deles. Bursite dos ombros e dos

cotovelos e inflamac;aodas bainhas tendinosas sao outras doenc;asencontradas em

dentistas (LOPES, 2007).

Aos fatores ocupacionais propriamente ditos, somam-se, uma serie de

outros, como 0 baixo gasto energetico, a falta de oportunidade para pausas de

repouso satisfat6rias, a imobilidade relativa, 0 uso de grandes grupos musculares

para manter a posic;aode trabalho (LOPES, 2007).

o trabalho odontol6gico envolve muita tensao uma vez que 0 dentista

trabalha com 0 paciente consciente e apreensivo, 0 que exige uma relac;aopaciente

- dentista altamente positiva. Situac;oesde tensao e estresse tambern foram trazidas

pelo desenvolvimento da tecnologia, juntamente com seus indiscutiveis beneficios30

(LOPES, 2007).

Os agentes de risco presentes no ambiente odontol6gico sao numerosos e

Page 14: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

14

muito variados e os dentistas estao expostos a eles desde os primeiros anos da

faculdade, escola ou instituto e nao desde que iniciam 0 exercicio da profissao,

como erroneamente se pensava. Especialmente entre os cirurgioes-dentistas, as

doenc;as ocupacionais constituem uma seria e preocupante realidade. 0 exercicio

profissional os obriga a usar como rotina de trabalho os membros superiores,

principalmente as maos e quase sempre com repetitividade de urn mesmo padrao

de movimento, comprimindo mecanicamente estruturas dessa regiao e muitas vezes

com pressao temporal. Quanto mais especializado, rnais rapido e repetitivo e 0

trabalho, principalmente para periodontistas e endodontistas (LOPES, 2007).

o paciente com Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho pode

evoluir com varias limitac;oes, como diminuic;ao da agilidade e destreza manual,

dificuldade em permanecer sentado por muito tempo, dificuldades para manter os

membros superiores elevados ou suspensos por tempo prolongado, falta de firmeza

para segurar objetos etc. Devera portanto ser orientado em termos de tratamento e

reabilitac;ao,a comec;ar por medidas capazes de diminuir a ansiedade e angustia,

alem de controle eficaz dos quadros dolorosos (LOPES, 2007).

2.4 CERVICALGIA

A cervicalgia e uma entidade que se caracteriza pela dor ao nivel da coluna

cervical alta, sendo ai incluida a nucalgia (cefaleia da nuca). Quando a dor dessa

regiao se irradia para ombro, brac;oe mao passa a ser denominar cervicobraquialgia,

admitindo-se que 0 plexo braquial formado das terminac;oes C2 a C8 tenha sido

afetado (KNOPLlCH, 1986).

A grande maioria dos sintomas relacionados com os tecidos moles da regiao

Page 15: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

15

cervical orlgina-se dos diferentes estagios da mesma desordem: condi9ao

degenerativ~ do disco. A reduc;aopor manipulac;aoe 0 tratamento para quase todosI

os pontos (~NOPLlCH, 1986).!

A I,sao discal no nivel cervical, como outras, bloqueara a articulac;ao,,

resultando $m dor referida extra-segmentar de origem dural-familiar, como pesc090,

doloroso e contraido com ou sem sinais e sintoma de compressao da raiz nervosa.I

Pacientes 60m dor e limita9ao do movimento da coluna cervical podem ser

sugestivos ida hip6tese diagnosticada, mas algumas vezes os sintomas e

desconforto~ se restringe a regiao escapular (CYRIAX, 2001).I

A dpr na regiao cervical e resultante de alterac;oes psiquicas e musculares

ou por umaiagressao as raizes nervosas. A dor quando ocasionada pela contrac;ao

dos musculps, extensores da cabec;a seja por tensao emocional, seja por postura!

!

permanent~ e viciosa, leva a uma irrigac;ao ineficiente dessas estruturas com 0

acumulo delcatab61itosque nao sao removidos (KNOPLlCH, 1986).

A pifesenc;adessas substancias nos intersticio leva ao extravasamento de

liquidos no$ vasos, vern 0 edema, surge a compressao e a irritac;ao quimica de

estruturas ~specificas, que levam ao c6rtex cerebral a sensac;ao dolorosa. AII

resposta a! estes estimulos e tentar a imobilizac;ao do segmento. Para tanto os

musculos c~ntraem-se mais, evitando a distensao ou alongamento de suas fibras, 0i

que acarret~ sinais e sintomas que podem localizar a sede em uma raiz em niveli

determinad9 na coluna cervical. (KENDALL, 1995).I

2.4.1 Classificac;aoda Cervicalgia:I

• Cervicalgia Mecanica - define-se com este nome a dor localizada na parte

Page 16: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

16

posterior do pescoc;oe superior das escapulas ou zona dorsal alta, que nao se

acompanha de sinais caracteristicos de radiculalgia;

• Cervicalgia Aguda (torcicolo) - de aparecimento subito, se acompanha de dor

intensa e limitac;ao importante ou total da mobilidade do pescoc;o. Sua etiologia

pode ser urn movimento brusco (geralmente de rotac;ao),uma postura forc;adado

pescoc;o,0 frio intenso ou exposic;aoconstante a uma corrente de ar.

Esta cervicalgia e muito dolorida, porem, com urn tratamento adequado,

pode regredir totalmente em poucos dias;

• Cervicalgia Cronica - denomina-se assim a dor cervical moderada e

persistente sem radiculalgias, e sua causa e sempre a contratura muscular

dos extensores do pescoc;o, isto e, trapezio superior, os esplenios e a

musculatura posterior da nuca. Esta contratura pode ser originada por

diversas causas. Uma patologia determinante de cervicalgia cronica e a

espondiloartrose cervical. A avaliac;ao radiologica, esta patologia mostrara

osteofitos e perda da altura do disco. Como geralmente e assintomatica, sera

conveniente desmistifica-Ia diante do paciente, tirando-Ihe a importancia e

informando-o da grande incidencia que este problema degenerativo tern na

maioria da populac;aoque alcanc;a uma certa idade, sem que tenha maiores

conseqOencias. 0 paciente tambem devera saber que as crepitac;oes que

sente algumas vezes nos movimentos de rotac;aocertamente se devem aos

osteofitos, nao significam sinal algum de gravidade, e que a dor e a contratura

nao se devem forc;osamente it artrose mas a uma ou varias causas

anteriormente descritas. Tambem a fibrosite ou a fibromialgia pode dar

Page 17: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

17

lugar a essa dor na regiao cervical.

Na cervical cronica, junto com a dor e a contratura, pode se observar uma

retificayao da lordose fisiol6gica, e uma limitayao moderada da mobilidade do

pescoyo (tendo em conta que esta sera fisiol6gica nos individuos adultos) (SERRA,

2001).

2.4.2 Etiologia da Cervicalgia

Em geral a etiologia da cervicalgia pode ser por causas congenitas -

sindrome de Klippel- Feil, aneurismas da arteria vertebral ou subclavia e tumores.

Causas adquiridas - inflamat6rias (artrites, espondilite anquilosante), t6xicas (neurite

alco6Iica), metab61icas (neutrite diabetica), infecciosa (artrite infecciosa, por

propagayao de focos de amigdalite, faringite, abcesso, meningites), afecyoes

neurol6gicas (tabes dorsales, viroses), vasculares (dilatayao da arteria occipital ou

da articular posterior), mecanica (osteoartrose, espondilose, discartrose, uncartrose,

estenose de canal, sindrome de Baastrup, luxayoes e fraturas, espondilolistese,

tumores, costela cervical, sindrome do escaleno anterior, dor por tensao muscular

(contraturas), fibromialgia, sindrome miofacial, torcicolo, hernia de disco e LER)

(CYRIAX, 2001).

2.4.3 Quadro Clinico da Cervicalgia

A cervicalgia costuma ser insidiosa, sem causa aparente. Mas raramente se

inicia de maneira subita, em geral relacionada com movimentos bruscos do pescoyo,

Page 18: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

18

longa permanencia em posiyao foryada, esforyo ou trauma. Melhora nitidamente

com 0 repouso e exarceba-se com a movimentayao. Tambem se exarceba com 0

aumento da pressao liquorica e a compressao das apofises espinhosas. Com

freqOencia,ha espasmos musculares e pontos-gatilho (HEBERT, 2003).

Limitayoes de movimentos, pode estar ligada a uma espondilite anquilosante

de importancia variavel, contratura muscular propria ou resultante de um reflexo de

dor, anomalias de estruturas ossea e traumatismo. Crepitayoes diversas, simples ou

percepyao de sons secos ou sonoros relacionados as alteray6es cartilaginosas.

Cefaleias intensas, podem ser relacionadas com problemas psicologicos. Fraqueza

muscular, num sofrimento mais prolongado acompanha a dor, perda da forya do

ombro superior afetado, pode inclusive seguir-se de atrofias de grupos musculares

(HEBERT, 2003).

Deve-se distinguir os fenomenos sensitivos dos motores. Os fenomenos

sensitivos mais comuns residem, sobretudo em irradiayao da cervicalgia para 0

membro superior e para 0 torax. FreqOentemente0 paciente refere parestesias nos

mesmos territorios. Hipoestesias sao menos freqOentes e as anestesias estao

ausentes, 0 que se explica pela lei das tres raizes (HEBERT, 2003).

Os fenomens motores residem em paresias, poucas vezes paralisias e

alterayoes dos reflexos. Evidentemente, os territorios cutaneos e os musculos

comprometidos dependem da raiz atingida (HEBERT, 2003).

2.4.4 Diagnostico da Cervicalgia

Para avaliayao da existencia ou nao de compressao radicular por hernia

discal cervical, geralmente a primeira opyao e a ressonancia magnetica. Quando

Page 19: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

19

nao disponivel, pode-se fazer a tomografia computadorizada e da mielografia. 0

diagn6stico diferencial da cervicobraquialgia discal deve ser feito com a

cervicobraquialgia sintomatica de outras afec~oes do esqueleto. A eletromiografia

pode ser util para diagn6stico diferencial com doen~as neurol6gicas.

2.5 LOMBALGIA

Conhecida popularmente como dor nas costas, a lombalgia e a dor, que

pode ser aguda ou cronica e ocorre nas regioes lombares inferiores. E uma das

grandes causas de morbidade e incapacidade funcional, cerca de 80% das pessoas

tern algum tipo de dor 10mbar em alguma fase da vida. Na grande maioria das vezes,

a dor se relaciona com problemas mecanicos da coluna vertebral, isto e, com

defeitos na sua fun~ao. 0 tratamento principal e normalizar a fun~ao, isso podendo

ser obtido com exercicios e outros cuidados posturais (RUBIN, 2002).

2.6 ERGONOMIA

2.6.1 Hist6ria da Ergonomia

A ergonomia desenvolveu-se durante a II Guerra Mundial (1939-1945),

quando pela primeira vez, houve uma conjuga~ao sistematica de esfor~os entre a

tecnologia, ciencias humanas e biol6gicas para resolver problemas de projeto.

Medicos, psic610gos, antrop610gos e engenheiros trabalharam juntos para resolver

os problemas causados pela opera~ao de equipamentos militares complexos. 0

resultado desse esfor~o interdisciplinar foi muito gratificante, a ponto de serem

Page 20: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

20

aprovados pera industria no p6s-guerra (DUL; WEERDMEESTER, 2004).

Ao contrario de muitas ciencias, cujas origens se perderam no tempo e no

espayo, a ergonomia tern uma data "oficial" de nascimento: 12 de julho de 1949. Foi

neste dia que urn grupo de cientistas ingleses se interessou em discutir e formalizar

a existencia desse novo ramo de aplicayao interdisciplinar da ciencia (Falchi, 2003).

Com 0 surgimento da ergonomia nos anos 40, constitui uma abordagem do

trabalho humano e suas interayoes no contexto social e tecnol6gico, que busca

mostrar a complexidade da situayao de trabalho e a multiplicidade de fatores que a

compoe. Historicamente a ergonomia tern uma de suas bases ancoradas na

Psicologia Experimental. No entanto, a vertente representada, sobretudo pelos

paises de lingua francesa, questiona 0 carater exageradamente reducionista de

posiyoes apoiadas em normas e prescriyoes, fundamentadas em conhecimentos de

natureza experimental, que ignoram a atividade de construyao inerente a toda

situayao real do trabalho (ABRAHAO, 2002).

No passado quase a totalidade das aplicayoes da ergonomia teve lugar no

setor industrial e militar. As aplicayoes de carater social foram secundarias como 0

desenho dos espayos interiores de uma casa, equipamentos sanitarios e ate 0

pr6prio tanque de lavar roupa. A associayao entre 0 tamanho fisico de uma pessoa etao velha que surpreende a freqOencia com que este fato e negligenciado. Hoje em

dia, nao e rara a cena em que urn individuo tern que se curvar todo para lavar pratos

na pia (IIDA, 2005).

2.6.2 Definiyao da Ergonomia

Segundo Miyamoto et al. (1999), ergonomia e urn estudo cientifico de

Page 21: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

21

adapta90es dos instrumentos e ambiente de trabalho as capacidades

psicofisiol6gicas, antropometricas e biomecanicas do homem, estudando diversos

aspectos do comportamento humano no trabalho enos outros fatores importantes

para 0 projeto de sistemas de trabalho, que sao 0 homem, a maquina, 0 ambiente, a

informa9ao, a organiza9ao e as conseqOenciasdo trabalho.

A ergonomia vern assumindo 0 papel de destaque crescente na concep9ao

de modernos ambientes de trabalho, que envolvem a rela9ao do homem com as

diversas tecnologias presentes nesses ambientes e as necessidades de qualidade,

de produtividade e de redu9ao de custos inerentes a produ9ao, ou seja, ergonomia e

o termo designativo da aplica9ao multidisciplinar de conhecimentos que trata de uma

serie de cuidados que envolve 0 homem e as particularidades inerentes a cada

tarefa que realiza na condi9ao de trabalho, observadas as caracteristicas e

limita90es individuais (BARBOSA, 2001).

Para tanto, esse trabalho deve ser entendido, nao apenas relacionado ao

esfor90 fisico, mas em todas as suas dimensoes. S6 assim serao plenamente

atingidos os objetivos de potencializar os resultados desse trabalho e de minimizar

os esfor90s, 0 desgaste e os possiveis danos a integridade da saude humana

provenientes dessa condi9ao (BARBOSA,2001).

Segundo Falchi (2003), a ergonomia estuda diversos aspectos do

comportamento humano no trabatho e outros fatores importantes para 0 sistema de

trabalho. Seus objetivos praticos sao: a seguran9a e 0 bern estar dos trabalhadores.

Para a reatiza9ao dos seus objetivos a ergonomia estuda uma diversidade

de fatores que sao: 0 homem e suas caracteristicas fisicas, fisiot6gicas e

psicol6gicas; a maquina que constituem todas as ferramentas, mobiliario,

equipamento e instala90es; 0 ambiente que contempla a temperatura, ruidos,

Page 22: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

22

vibrayoes, luz, cores, etc.; a informay80 que refere-se ao sistema de transmiss80

das informayoes; a organiZay80 que constitui todos os elementos citados no sistema

produtivo considerando horarios, turnos e equipes; e as consequemcias do trabalho

onde entram as questoes relacionadas com os erros e acidentes alem da fadiga e 0

estresse (IIDA, 1991).

Segundo Almeida (2004) existem quatro tipos de implementay80

ergonomica:

• A ergonomia de COrrey80: quando diagnosticado algum problema.

• A ergonomia de cOnCepy80: realizada na fase inicial de um projeto de

equipamento, maquina, ferramenta ou ambiente.

• A ergonomia de conscientizay80: atraves de palestras, cursos e atualizayoes

constantes, 0 trabalhador e orientado quanto aos meios de trabalho menos

prejudiciais a salide.

• A ergonomia participativa: e incentivada por um comite interno composto por

representantes da empresa e funcionarios, atraves da conscientizay80 para

que 0 projeto ergonomico seja utilizado por todos.

Segundo lida (1991), Para realizar 0 seu objetivo, a ergonomia estuda

diversos aspectos do comportamento humano no trabalho e outros fatores

importantes para projeto de sistema de trabalho, que S80:

o homem: caracteristicas fisicas, fisiol6gicas, psicol6gicas e sociais do

trabalhador, influencia do sexo, idade, treinamento e motiVay80;

- Maquina: entende-se por maquina todas as ajudas materiais que 0 homem

Page 23: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

23

utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliario

e instalac;oes;

- Ambiente: estuda as caracteristicas do ambiente fisico que envolve 0 homem

durante 0 trabalho, como a temperatura, ruidos, vibrac;oes, luz, cores, gases e

outros;

- Informac;ao:refere-se as comunicac;oesexistentes entre os elementos de urn

sistema, a transmissao de informac;oes, processamento e a tomada de

decisoes.

Organizac;ao: e a conjugac;ao dos elementos acima citados no sistema

produtivo, estudando aspectos como horarios, turnos de trabalho e formac;ao

de equipes;

- ConseqOencias do trabalho: aqui entram mais questoes de controles como

tarefas de inspec;oes,estudos dos erros e acidentes alem dos estudos sobre

gastos energeticos, fadiga e "stress".

2.7 ANTROPOMETRIA

2.7.1 Hist6ria da Antropometria

Sempre que possivel e justificavel, deve-se realizar as medidas

antropometricas da populac;ao para a qual esta sendo projetado urn produto ou

equipamento (IIDA, 1991).

o corpo humane ha muito tempo serve de parametro para a elaborac;ao de

projetos e para a realizac;aode medic;oes.Justamente como base para 0 sistema de

medic;6es,foi descoberto urn problema: as dimensoes corp6reas variam de ser para

Page 24: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

24

ser, assim como a massa desse corpo. As dimensoes e as formas de uma pessoa

nao serviam como modelo para nada que nao fosse produzido especificamente para

o corpo fonte dessa medida (BARBOSA, 2001).

No inicio a antropometria determinava as grandezas medias da populayao,

depois passou a determinar as varia90es e os alcances dos movimentos e hoje

trabalha no estudo das diferen9as entre grupos (BARBOSA, 2001).

2.7.2 Defini9ao da Antropometria

o termo antropometria significa, literalmente, medi9ao, estudo das medidas

do corpo humano. Vern do grego antropo (homem) e metron (medida). Ela pode ser

classificada em estatica ou dinamica:

• Antropometria estatica - diz respeito ao estudo das dimensoes individuais das

partes do corpo humano. Nao sao levadas em considera9aOas possibilidades

e necessidades de movimento dessas partes. Por exemplo, a largura dos pes,

o comprimento do bra90, etc;

• Antropometria dinamica: por sua vez, diz respeito ao estudo das dimensoes

de conjuntos de partes do corpo associadas e ao alcance proporcionado por

estas partes. Nesse estudo, sao observadas as necessidades e

possibilidades de movimentos relativos, inclusive com a verifica9aO da

rota9ao do t6rax, da cabe9a, observados os limites de extensao, abdu9ao etc

(BARBOSA, 2001).

Page 25: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

25

De posse desses conceitos, 0 projetista de ambientes e de produtos pode

adequar as dimensoes destes aos usuarios. Para isso, faz uso de alguns principios

como areas preferenciais de alcance ou de conforto e alcance maximo. Esses

criterios, associados a estabilidade do corpo e as exigemciasposturais impostas para

a execuyao da tarefa, devem ser rigorosamente observados quando da definiyao da

posiyao relativa de objetos no espayo ao redor do trabalhador e das imposiyoes de

posturas e de movimentos associados a estes (BARBOSA, 2001).

Conhecer 0 volume espacial ocupado pelo corpo, os alcances dos

movimentos e conceber objetos adaptados a morfologia do homem sao objetivos da

antropometria.

Segundo lida (1991) os equipamentos fora das caracteristicas dos usuarios

podem levar a estresse desnecessario e ate provocar acidentes graves.

Normalmente as medidas antropometricas sao representadas pela media e 0 desvio

padrao, porem a utilidade dessas medidas depende do tipo de projeto em que vao

ser aplicadas. 0 espayo de trabalho e 0 espayo imaginario necessario para realizar

os movimentos requeridos pelo trabalho.

o espayo de trabalho para urn jogador de futebol e 0 pr6prio campo de

futebol e ate uma altura de 2,5 m (que e a altura de cabeceio). 0 espayo de trabalho

de urn carteiro seria urn s61idosinuoso que acompanha a sua trajet6ria de entregas

e tern uma seyao retangular de 60 cm de largura por 170 de altura. Porem a maioria

das ocupayoes da vida moderna desenvolve-se em espayos relativamente

pequenos com 0 trabalhador em pe ou sentado, realizando movimentos

relativamente maiores com os membros do que com 0 corpo e onde devem ser

considerados varios fatores como: postura, tipo de atividade manual e 0 vestuario

(IIDA, 1991).

Page 26: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

26

lida (1991), relata que 0 assento e provavelmente, uma das inven90es que

rnais contribuiu para modificar 0 comportamento humano. Muitas pessoas chegam a

passar mais de 20 horas por dia na posi9ao sentada e deitada. Dai 0 grande

interesse dos pesquisadores da ergonomia com rela9ao ao assento. Na posi9ao

sentada, 0 corpo entra em contato com 0 assento so atraves da sua estrutura ossea.

Esse contato e feito atraves das tuberosidades isquiaticas que sao recobertas por

uma fina camada de tecido muscular e uma pele grossa, adequada para suportar

grandes pressoes.

Em apenas 25 cm2 de superficie concentra-se 75% do peso total do corpo.

Com rela~o aos assentos, deve-se observar os seguintes principios gerais: se

existe urn assento adequado para cada tipo de fun9ao, as dimensoes do assento

devem ser adequadas as dimensoes antropometricas, 0 assento deve permitir

varia90es de postura, 0 encosto deve ajudar no relaxamento e assento e mesa

formam urn conjunto integrado (UDA, 1991).

2.8 GINASTICA LABORAL

2.8.1 Historia da ginastica Laboral

Essa atividade, que parece nova, surgiu em 1925, na Polonia, onde e

chamada de Ginastica de Pausa e destinada a operarios. Nesta mesma epoca,

pesquisas foram realizadas na Bulgaria, Alemanha Oriental e na Holanda. Na

Russia, 150 mil empresas, envolvendo 5 milhoes de funcionarios, praticavam e

ainda praticam a Ginastica de Pausa, adaptada a cada cargo (CANETE apud

POLITO; BERGAMASCHI, 2002).

Page 27: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

27

Em 1928 surge no Japao a Gimlstica Laboral para funcionarios dos correios,

sendo uma atividade diaria, visando a descontra~ao e 0 cultivo da saude.

Apos a Segunda Guerra Mundial, este habito foi difundido por todo pais e,

atualmente, urn ter~o dos trabalhadores japoneses exercitam-se diariamente. Em

1960, obteve-se a diminui~o dos acidentes de trabalho, 0 aumento da produtividade

e a melhoria do bem-estar gerat dos trabalhadores (CANETE apud POLITO;

BERGAMASCH,2002).

Esta grande difusao da Ginastica Laboral no Japao deve-se a adapta~ao de

urn programa da Radio Taisso, que consiste em urn tipo de ginastica ritmica, com

exercicios especificos, acompanhados por musicas propria. Esta atividade acontece

todas as manhas, sendo transmitida pela radio, por pessoas especialmente

preparadas, e e praticada nao somente nas fabricas ou ambientes de trabalho, mas

tambem nas ruas e residencias. 0 programa e acompanhado de palestras sobre

assuntos relativos a saude, ao trabalho, a circula~o sanguinea e ao aumento de

produtividade, sendo eles de curta dura~ao (POLITO; BERGAMASCH, 2002).

No Brasil, durante a decada de 1930, reapareceram outros

empreendimentos que ofereciam op~6es de lazer e esporte, como 0 Banco do Brasil

(desde 1928). em 1947, apos oito meses de funda~ao, 0 Sesi reunia no estadio do

Pacaembu na cidade de Sao Paulo, cerca de 2.500 funcionarios de 150 empresas

paulistas que possuiam clubes esportivos para realiza~ao dos "jogos operatorios do

Sesi", realizados sempre em primeiro de maio. Quarenta e dois anos depois 0

mesmo evento contava com cerca de 102.000 funcionarios de 212 empresas, e as

modalidades, que no inicio eram tres (futebol, basquete e voleibol) passaram para

vinte e dois (LIMA, 2003).

A Associa~ao Nacional de Medicina do Trabalho declarou que 0 Ministerio

Page 28: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

28

da Saude implantaria a pratica de atividades fisicas como meio de prevenc;ao de

doenc;ascronico-degenerativas, em 1989. Com 0 apoio dos sindicatos patrimoniais e

dos trabalhadores, em curto prazo os beneficios seriam sentidos, principalmente

pela melhoria das condic;oes psicofisicas dos trabalhadores e conseqOentemente a

diminuic;aodo absenteismo da doenc;a(LIMA, 2003).

2.8.2 Definic;aoda Ginastica Laboral

A ginastica laboral e a pratica de exercicios fisicos realizados coletivamente

durante a jornada de trabalho, prescrito de acordo com a func;ao exercida pelo

trabalhador. Essa pratica tern como finalidade prevenir doenc;as ocupacionais e

promover 0 bem-estar individual por intermedio da consciencia corporal:

conhecendo, respeitando, amanda e estimulando 0 proprio corpo (LIMA, 2003).

Segundo Polito e Bergamaschi (2002) a ginastica laboral consiste em

exercicios realizados no local de trabalho atuando de forma preventiva ao cansac;o,

por ser de curta durac;aoe enfatizar 0 alongamento e a compensac;aodas estruturas

musculares envolvidas nas tarefas ocupacionais diarias.

Para Kolling (1980), a ginastica laboral e urn repouso ativo, que aproveita as

pausas regulares durante a jornada de trabalho, para exercitar os musculos

correspondentes e relaxar os grupos musculares que estao em contrac;aodurante 0

trabalho, tendo como objetivo a prevenc;aoda fadiga.

A ginastica laboral e uma ginastica total que trabalha 0 cerebro, a mente, 0

corpo e estimula 0 autoconhecimento, que amplia a consciencia e a auto-estima,

proporciona urn melhor relacionamento consigo mesmo, com outros e com 0 meio,

levando a uma verdadeira mudanc;ainterna das pessoas (MENDES, 2004).

Page 29: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

I:Ii

i.i iIIIiIIII

IIIII!: I

i II,

I'IiI'

IIII

IIII, I

II'IIIIIIIi Ii!i:II

IIi I! II,IiI:, III! IIIIIIIIi, ,

IIIII.1'1II:.:I

29

Polito e Bergamaschi (2002) classificam a ginastica laboral quanto a seu fim, em tres

tipos, a saber:

• Ginastica Preparat6ria ou Pre-ap/icada:conjunto de exercicios realizados no

inicio da jornada de trabalho, preparando 0 individuo para suas necessidades

laborais podendo ser: de velocidade, de forya ou de resistencia,

aperfeiyoando as coordenayoes e sinergias.

Esse tipo de ginastica realizada no inicio do expediente e facilitado por nao

haver, no decorrer do dia deslocamentos dos funcionarios, pois muitas vezes os

funcionarios nao encontram-se em urn so local. Outro ponto positiv~ da Ginastica de

Aquecimento e a preparayao articular e muscular para esforyo cotidiano no

trabalho, sendo fundamental distinguir quando 0 exercicio de alongamento tern

como objetivo aquecer ou provocar mudanyas articulares, promovendo amplitude do

movimento (LIMA, 2003).

• Ginastica de Compensayaa: realizada durante as pausas obrigatorias,

objetiva 0 impedimento da instalayao de varios vicios de postura, em face da

posiyao em que 0 individuo e obrigado a permanecer durante suas atividades

habituais. A ginastica de compensayao desenvolve atividades que utilizam a

sinergia muscular, pouco utilizadas durante a jornada, e possibilita

relaxamento aquelas muito solicitadas.

Com a Ginastica Compensatoria e passivel incentivar a correyao postural, e

a conscientizayao;

Page 30: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

30

• Ginastica Corretiva: tambern realizada durante as pausas, tern como func;ao

restabelecer 0 antagonismo muscular, utilizando exercicios especificos que

visam encurtar os musculos que estao alongados.

Utilizando os tras aspectos (fisico, psicol6gico e social), a ginastica laboral

constitui-se de series de exercicios diarios realizados no local de trabalho, durante a

jornada, que visa atuar na prevenc;ao das lesoes ocasionadas pelo trabalho,

normalizar as func;oes corporais e proporcionar aos funcionarios urn momenta de

descontrac;aoe sociabilizac;ao,durante a jornada.

Na classificac;aode Lima (2003) e acrescentado a Ginastica de Relaxamento

ou Final de Expediente, com durac;ao aproximada de 10 minutos, baseada em

exercicios de alongamento e relaxamento muscular, com objetivo de oxigenar as

estruturas musculares envolvidas na tarefa diaria, promovendo dentro do ambiente

de trabalho alguns minutos para que 0 trabalhador pense sobre si, medite e auto-

avalie-se. Esta Gimlstica e realizada no final do expediente.

2.8.3 Objetivo da Ginastica Laboral

o ser humano nasceu para movimentos globais, e as condic;oesde trabalho

atuais, com alta repetitividade e monotomia, limitam a natureza humana. Para tentar

amenizar este problema, empresas lanc;am mao da ginastica laboral. Ela pode

colaborar com este processo, no sentido do desenvolvimento e evoluc;ao dos

individuos e organizac;oes,dependendo da competancia, grau de conscientizac;ao e

postura etica adotada pelos profissionais que a conduzem. Disto dependera,

tambem, sua afirmac;ao e valorizac;ao como urn importante instrumento de

Page 31: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

31

educayao, prevenyao e manutenyao da saude dos trabalhadores (CANETE, 1996).

Polito e Bergamaschi (2002) acreditam que os objetivos da ginastica laboral

sejam: diminuiyao do absenteismo e procura ambulatorial; melhorar a condiyao

fisica geral; aumento do animo e disposiyao para 0 trabalho; promoyao do auto-

condicionamento organico; promoyao da saude; correyao de vicios posturais;

promoyao de consciencia corporal; melhorar relacionamento enterpessoal;

prevenyao da fadiga muscular; prevenyao da Disturbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho.

2.8.4 Beneficios da Ginastica Laboral

A pratica da ginastica laboral e responsavel por beneficios nao s6 para os

trabalhadores, mas tambem para os empregadores. No caso dos trabalhadores, ela

proporciona a diminuiyao dos sintomas de dor corporal, corrige os vicios posturais,

desenvolve a consciencia corporal e melhora a imagem corporal e a auto-estima,

alem de melhorar 0 relacionamento interpessoal e 0 estresse. Para a empresa, os

principais beneficios de incorporar essa pratica sao a diminuiyao de custos com

assistencia medica, e a reduyao do absenteismo e do turnover. Tambem

proporciona 0 aumento ou manutenyao da produtividade, alem de melhorar a

imagem da organizayao perante seus colaboradores e a comunidade. Atualmente, a

ginastica laboral e muito utilizada como indicador nos programas de certificayoes

(LIMA, 2003).

Segundo Porto (2007) os beneficios da ginastica laboral sao divididos em:

fisiol6gicos - possibilita melhor utilizayao das estruturas osteo-mio-articulares, como

maior eficiencia e menor gasto energetico por movimento especifico; promove 0

Page 32: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

iI

I

IIIIIII[III [[ !I'j iIIIII:[I

II! IIIIII

IIII[I

II! Ii IIi 1

!

32

combate e preven~ao das doen~s profissionais; promove 0 combate e preven~ao

do sedentarismo, estresse, depressao, ansiedade; melhora da flexibilidade, for~a,

coordena~ao, ritmo, agilidade e a resistencia, promovendo uma maior mobilidade e

melhor postura; promove a sensa~ao de disposi~ao e bern estar para a jornada de

trabalho; redu~ao da sensa~ao de fadiga no final da jornada; contribui para a

promo~ao da saude e da qualidade de vida do trabalhador; propicia atraves da

realiza~ao dos exercicios caracteristicas preparatorias, compensatorias e relaxantes

no corpo humano; psicologico - motiva~ao por novas rotinas; melhora do equilibrio

biopsicologico; melhora da auto-estima e da auto-imagem; desenvolvimento da

consciencia corporal; combate as tensoes emocionais; melhora da aten~ao e

concentra~ao as atividades desempenhadas; sociais - favorece 0 relacionamento

social e trabalho em equipe; melhoria das rela~oes interpessoais; empresarias -

redu~ao dos gasto com afastamento e substitui~o de pessoal; diminui~ao de

queixas, afastamentos medicos, acidente e lesoes; melhoria da imagem da

institui~ao junto aos empregados e a sociedade; maior produtividade.

2.8.5 Fator de Risco no Ambiente de Trabalho

o sedentarismo vern sendo, urn dos comportamentos mais influenciados

pelo grande impacto das transforma~oes pelas quais nossa sociedade vern

passando. Urn estudo da clinica Cooper revela que as pessoas gastavam, n inicio

do seculo XX, cerca de 5.000 kcal/dia. Esse gasto caiu para menos de 2.500 kcal, 0

que representa uma diminui~ao de cerca de 500 kcal em rela~ao ao que se gastava

ha cern anos. Isso representa urn acumulo de cerca de 180 kcal ao ana a rnais que

no inicio do seculo XX (LIMA, 2003).

Page 33: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

33

Segundo Rio (apud Polito e Bergamasch, 2002) 0 estresse e urn dos fatores

de risco no ambiente de trabalho, sendo basicamente definido, como a resposta

fisiol6gica ou emocional a urn estimulo externo, que origina-se uma ansiedade e

tensao que sao percebidas como pressoes, que exigem a entrada em ac;ao de

mecanismos adaptativos, com capacidade de se ajustarem a essas pressoes,

proporcionando meios adequados a reac;ao e preservac;ao da integridade e do

equilibrio.

Conforme Polito e Bergamasch (2002) 0 estresse pode causar:

Alterac;aona respirac;ao;enrijecimento muscular, tensao no pescoc;o;dor nas

costas, peito e cabec;a; maos e pes frios e suados; irritac;ao; fadiga cronica;

dificuldade para dormir; fraqueza; constipac;ao; alterac;ao no apetite; dificuldade de

concentrac;ao;aumento do consumo de cigarros e bebidas alco6licas.

o estresse pode ser classificado em:

• leve - nervosismo, irritabilidade e ansiedade;

• moderado - sintomas leves, acrescidos de dores nos musculos do pescoc;oe

ombros;

• intenso - mesmos sintomas do moderado, porem com rnais intensidade, e

frequencia;

• muito intenso - crise de depressao, dor no estomago, taquicardia, insonia,

dificuldade em memorizar, falta de concentrac;ao e comprometimento do

trabalho;

• estafa - individuo incapaz de produzir, com frequentes crises emocionais,

choros compulsivos e ataques de depressao, e demora de 6 a 12 meses para

se recuperar (MARSTONA apud POLITO e BERGAMASCH, 2002).

Page 34: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

34

o sedentarismo e 0 estresse sao os do is maiores fatores de risco para a

vida do individuo e para as organiza<;oes. Urn individuo que nao se sente bern e

incapaz de produzir de acordo com seu potencial, nao interage como gostaria, nao

tern motiva<;ao e corre seriamente 0 risco de adoecer (LIMA, 2003).

A postura tambem e urn fator de risco importante para 0 ambiente de

trabalho, uma boa postura e a conscientiza<;ao da postura de cada urn e

fundamental para atingir 0 objetivo de urn corpo saudavel.

o termo postura, para Tribastone (apud Lima, 2003) e a posi<;ao otimizada,

mantida com caracteristica automatica e espontanea, de urn organismo em perfeita

harmonia. Assim a postura e considerada uma forma de expressao e linguagem do

corpo, determinando como sera realizado cada movimento e sua acomoda<;ao no

ambiente.

Conforme Lima (2003) a reeduca<;ao postural torna-se importante num

ambiente de trabalho, independente dos desvios existentes, ja que todas as formas

de trabalho exigem uma determinada postura, para executar os movimentos

corretamente.

2.8.6 Programa de Ginastica Laboral

A conduta adotada na ginastica laboral pode iniciar com alguns minutos de

preaquecimento das estruturas musculares e articulares, como prepara<;ao para 0

inicio das atividades ou por meio de pausas ativas. Pode-se alternar entre exercicios

compensatorios (ativadores) e ate mesmo fortalecedores, visando movimentoar as

regioes corporais habitualmente nao exercitadas e fortalecer as enfraquecidas. Com

esses exercicios tambem se pretende relaxar, aliviar 0 cansa<;o e promover posturas

Page 35: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

35

compensatorias que refletirao, positivamente, no dia-a-dia do trabalhador. Alem do

tipo de conduta que sera adotada na ginastica laboral e necessario observar outros

fatores importantes na aplicayao do programa, como: perfil da empresa; carga

horaria da equipe que promove a ginastica laboral, de acordo com a carga horaria

da empresa; areas de riscos e causas de afastamento e ramo de atividade (LIMA,

2003).

Page 36: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

36

3 METODOLOGIA

o tipo de estudo desta pesquisa e estudo de caso, exploratorio e

observacional. No estudo exploratorio, 0 pesquisador parte de uma hipotese e

aprofunda seu estudo nos limites de uma realidade especifica, buscando

antecedentes (VANZIN, 1998).

Este estudo teve como objetivo reduzir queixas dolorosas na coluna cervical

e coluna lombar. Foram incluidos no estudo pacientes de ambos os sexos, com

idade entre 20 a 25 anos. Os sujeitos participantes foram 20 dentistas. Os criterios

de inclusao foram: pacientes que nao apresentaram diagnostico de doenc;as

ocupacionais.

Este estudo foi realizado com alunos de odontologia na clinica Odontologica

da Universidade Tuiuti do Parana, iniciou no dia 24 de maio e termino no dia 24 de

junho, foi aplicado, tn3s vezes por semana, no periodo da noite as 19hOO,com

durac;aode 15 minutos cada atendimento. Primeiramente foi aplicado uma ficha de

avaliac;ao(anexo) para cada paciente. Os pacientes foram divididos em tres grupos,

dois grupos ficaram com sete pacientes e um com seis pacientes.

Foi adotado uma conduta da ginastica laboral iniciando com tres minutos de

exercicios para preaquecimento das estruturas musculares e articulares, como

preparac;ao para 0 inicio das atividades. Alternando-se entre exercicios

compensatorios (ativadores) e ate mesmo fortalecedores, durante cinco minutos,

visando movimentar as regioes corporais habitualmente nao exercitadas e

fortalecendo as enfraquecidas.

Apos esses exercicios, foi realizado uma serie de exercicis de alongamento

durante cinco minutos para as estruturas corporais mais exercitadas durante a

Page 37: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

37

atividade laboral. Terminando com exercicios de relaxamento, durante dois minutos

para aliviar 0 cansac;o e promover posturas compensatorias que refletirao,

positivamente, no dia-a-dia do dentista. Apos a aplicac;ao da ginastica laboral foi

reunido a analise dos resultados atraves de uma ficha de avaliac;ao(anexo).

Os materiais utilizados foram urn goniometro, folhas sulfites A4 210 x

297mm, caneta BIC azul, Windows XP, OpenOffice.org Writer, bola suic;a e bastao.

Neste estudo foi elaborado urn termo de consentimento. Aprovado pelo Comite de

Etica.

Page 38: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

38

4 RESULTADOS E OICUSSAO

Nesse capitulo serao apresentados os resultados sobre os itens avaliados no

estudo, bem como a discussao sobre 0 mesmo.

o grafico 01 retrata, a atuac;ao profissional dos 20 alunos do curso de

odontologia, sendo que 11 dos individuos realizam outra atividade ocupacional,

sendo elas, vendedor, auxiliar de dentista, recepcionista e empresario. E 9 dos

individuos exercem apenas 0 estagio obrigat6rio do curso de odontologia.

Grafico 1 - Atuay80 Profissinal11~--

10+----

9+----

8+----

7+----

6+---

5-+---

4+---

3-+---

2-1---

[iiSIMl~

Linha 1

o grafico 2 mostra os dados coletados em relac;ao ao bem estar fisico

durante 0 trabalho. Antes da pratica da ginastica laboral 13 sentiam-se bem durante

o trabalho e 7 nao. Ap6s a pratica da ginastica laboral 15 passaram-se a sentir bem

durante 0 trabalho e 5 nao. A ginastica laboral apresentou uma melhora para os

individuos. Sendo mais eficaz para aqueles que nao exercem outra atividade

ocupacional. Entretanto, concordando com Polito e Bergamaschi (2002), a ginastica

laboral apresenta uma melhora da condic;ao fisica geral, aumenta 0 animo e a

II

Page 39: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

disposic;aopara 0 trabalho.

39

Grafico 2 - Bern Estar Fisico no Trabalho1514

131211

1098

76543210

Linha 1

SIMANTES.NAOANTESDSIMDEPOISDNAODEPOIS

o grafico 3 retrata, que antes da pratica da ginastica laboral, 5 individuos

sentiam dor, 6 sentiam fadiga muscular e 9 sem queixas. Ap6s a pratica da ginastica

laboral 3 permaneceram com dor, 4 permaneceram com fadiga muscular e 13

passaram-se a sentir melhor. E possivel observar que houve uma melhora da

condic;aofisica ap6s 0 trabalho, sendo que, depois da pratica da ginastica laboral, a

maioria nao apresentou queixas de dor ou fadiga.

Page 40: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

40

13,---------------------Grafico 3 - Condi9ao Fisica P6s- Trabalho

13

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

0Linha 1

l'IIOORANTES• FADIGA ANTESoNORMAL ANTESOOOROEPOIS• FADIGA OEPOISIIINORMAL OEPOIS

o grafico 4 demonstra que antes da aplicac;ao da ginastica laboral 16

individuos sentiram dor em coluna cervical, coluna lombar, ombros, punhos e maos

e 4 nao tiveram queixas. Apos a aplicac;aoda ginastica laboral 12 permaneceram

com dor nas mesmas regioes e 8 nao tiveram queixas. Houveram mais queixas na

coluna cervical e na lombar e nao houve queixas na coluna toracica. Observou-se

que a maioria dos individuos que sentiram dor na coluna lombar nao exercem outra

atividade ocupacional alem dos estagios obrigatorios do curso de odontologia e os

que queixaram-se de dores em ombros, punhos, mao e coluna cervical realizam

outras atividades ocupacionais.

Page 41: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

Grafico 4 - Queixas Dolorosas16 16

14

12

10

8

6

4

2

oUnha1

41

IISlMANTES.NAOANTESDSIMDEPOlSD NAoDEPOlS

Os graficos 5 e 6 relatarn a escala da dor, em rela9ao as queixas dolorosas

antes e depois da aplica9ao da ginastica laboral. A legenda rnostra que a escala de

dor vai de 0 a 10, sendo que, os 12 individuos que perrnanecerarn com dor, ap6s a

ginastica laboral, tiverarn urna rnelhora nessa escala de dor, ou seja, antes da

pratica da ginastica laboral, 4 nao apresentararn queixas, 2 sentirarn dor grau 4, 5

sentirarn dor grau 5 e grau 6 e 2 sentirarn dor grau 7 e grau 8. Ap6s a pratica da

ginastica laboral 8 nao tiverarn queixas, 4 queixararn-se dor grau 4, 3 sentirarn dor

grau 3 e 5 e 2 tiverarn dor grau 2. A ginastica laboral apresentou beneficios em

rela9ao a escala de dor, tendo urn resultado rnelhor para os cirurgioes-dentistas que

realizarn outras atividades fisicas e nao realizarn outras atividades ocupacionais.

Page 42: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

42

Grafico 5 - Escala da Dor Antes5

4,54

3,53

2,52

1,51

0,50

linha 1

Grafico 6 - Escala da Dor Depois8 8 --------------,

7,57

6,56

5,55

4,54 4

3,53

2,52

1,51

0,50

linha 1

Page 43: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

43

o grafico 7 dernonstra quantos individuos praticarn atividade fisica, sendo

que, antes da pratica da ginastica laboral, 10 praticavarn atividade fisica e 10 nao,

ap6s a aplica9ao da ginastica laboral, houve urn incentivo no qual 13 passararn a

praticar atividade fisica e 7 continuararn a nao praticar atividade fisica. Verificou-se

que a rnaioria das pessoas que praticarn atividades fisicas nao exercern outra

atividade ocupacional.

Grafic 7 - Atividade Fisica13 13

12

11

10

9

87

65

43

2

1

0Unha 1

SIMANTES7 .NAoANTES

DSIMDEPOISDNAoDEPOIS

Page 44: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

44

5 CONSIDERACOES FINAlS

Com a aplica<;aoda ginastica laboral em cirurgioes dentistas, pode-se obter

como resultado e por fim conclusao que a pratica da ginastica laboral teve uma

melhora da qualidade de vida fisica durante e ap6s 0 trabalho, dos cirurgioes

dentistas, sendo ela mais eficaz para os individuos que realizam outras atividades

fisicas e que nao exercem outra atividade ocupacional. Portanto, a ginastica laboral

proporcionou uma melhora do desempenho no trabalho e contribuiu para alguns

individuos a ausencia de fadiga fisica, sendo assim, a ginastica laboral deve ser

utilizada no dia-a-dia clinico dos cirurgioes-dentistas como uma medida para

compensar os esfor<;ose sobrecargas mio-articulares geradas.

Entretanto, mesmo obtendo uma amostra pequena, foi possivel avaliar uma

melhora em rela<;aoas queixas dolorosas na coluna cervical e coluna 10mbar.

E importante frisar que novos estudos como esse sejam executados com

uma amostra maior, para obter-se resultados significativos.

Page 45: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

45

6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA, E. M. M., ANONIO, M. B. A ginastica laboral: elaborada a partir do

mapa de desconforto postural. Sao Paulo, 2004. Trabalho de conclusao de curso

(Gradua~o) - Centro Universitario Capital.

ABRAHAO, J. I., PINHO, D. L. M., As transformac;oes do trabalho e desafios

teoricos-metodologicos da Ergonomia. Sao Paulo, 2002.

BARBOSA, A. N. F. Seguranc;a no Trabalho e Gestio Ambiental. Sao Paulo. 1 ed.

Ed. Athas, 2001.

BARBOSA, Luis Guilherme. Fisioterapia Preventiva nos Disturbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalhador-DORTs. Rio de Janeiro. 1 ed.

Ed. Guanabara Koogan, 2002.

CANETE, I. Humanizac;io: desafio da empresa moderna a Ginastica laboral como

urn novo caminho. Porto Alegre. 1 ed. Ed. Foco, 1996.

CYRIAX, James. Manual de Medicina Ortopedica de Cyriax. Sao Paulo. 1 ed. Ed.

Manole LTDA, 2001.

DUL J., WEERDMEESTER, B. Ergonomia Pratica. 2 ed. Edgard BlOcher,2004.

FALCHI, A. P. A. Cinesioterapia laboral como prevenc;io e melhora da

qualidade de vida em trabalhadores industriais. Sao Paulo, 2003. Tabalho de

conclusao de curso (Graduac;ao)- Centro Universitario Sao Camilo.

HEBERT, Sizinio. Ortopedia e Traumatologia. Sao Paulo. 1 ed. Ed. Artmed, 2003.

IIDA, Itiro. Ergonomia Projeto e Produc;io. Sao Paulo. 2 ed. Ed. Edgard Blucher,

2005.

KENDALL, F. P. Musculos Provas e Func;oes. Sao Paulo. 4 ed. Ed. Manole, 1995.

KNOPLlCH, Jose. Enfermidades da Coluna Vertebral. Sao Paulo. 1 ed. Ed.

Page 46: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

46

Panamed, 1986.

KOLLING, A. "Ginastica Laboral Compensat6ria". Revista Brasileira de Educac;io

Fisica e Desporto. Brasilia, 1980.

LIMA, Valquiria. Ginastica Laboral no Ambiente de Trabalho. Sao Paulo. 1 ed. Ed.

Phorte, 2003.

MAIEWSKI, M. N. A Historia da Odontologia. Sao Paulo: Dream Lab,1991.1CD-

ROM.

MENDES, Ricardo. Ginastica Laboral Principios Aplicac;oes Praticas. Sao

Paulo. 1 ed. Ed. Manole, 2004.

MIYAMOTO, S.T., SALMASO, C., MEHANNA, A., BATISTELA, A.E., SATO, T.,

OLIVEIRA, J.R.G. A Pratica da Ginastica Laboral. Rio de Janeiro. 1 ed. Ed. Sprint,

2002.

POLITO, E., BERGAMASCHI. E. C. Ginastica Laboral Teoria e Pratica. Rio de

Janeiro. 1 ed. ED. Sprint, 2002.

SERRA, Gabriel. Fisioterapia em Traumatologia Ortopedia e Reumatologia. Rio

de Janeiro. 1 ed. Ed. Revinter LTDA, 2001.

VANZIN, A. S., NERY, M. E. S. Metodologia da Pesquisa em Salide:

Fundamentos para 0 Desenvolvimento de Pesquisas em salide. Porto Alegre. 1

ed. Ed. RM & L Grafica, 1998.

POI, W. R.; REIS, L. A. S.; POI, I. C. L. Cuide Bem dos Seus Punhos e Dedos.

Revista APCD, v.53, n.2, p.117-121, mar.labr., 1999.

PORTO, F.A. Biblioteca Digital Disponivel em: Biblioteca Digital Disponivel em:

http:/www.saudeemmovimento.com.br/conteudo/conteudo_frame.asp?coCnoticia.>A

cesso em: 05/03/07.

RASIA., D. Instituto de Psicologia. 2004. Biblioteca Digital Disponivel em:

Page 47: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

47

Biblioteca Digital Disponivel em:

www.unb.br/ip/labergo/sitenovo/dissertacoes/OrientMC/Denise?versao_final.pdf.

Acesso em: 10/02/07.

RUBIN, Unifesp.R. 2002. Biblioteca Digital Dispnivel em:

www.unifesp.br/comunicacao/sp/edOS/reports2.htm.Acesso em: 20/01/07.

LOPES, M. Biblioteca Digital Disponivel em:

http:/www.odontolgia.com.br/artigos.asp.>Acesso em:15/02/07.

Page 48: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

48

ANEXO

FICHA DE AVALlAr;AO

Nome: _

Data: Idade:. Sexo: ( )M ( )F

Profissao: Estudante de Odontologia, 5 ana do curso

Exerce outra atividade ocupacional? ( ) sim Qual: _

( ) nao Quantas horas: _

Sente-se disposto a desenvolver suas atividades no trabalho?

( ) Sim ( ) Nao

Como sente-se durante e ap6s 0 trabalho:

( ) Fadiga ( ) Dor () Normal

Apresenta alguma queixa:

( ) sim () Dor: ( ) Coluna cervical

( ) Nao ( ) Coluna lombar

( ) Punho

( ) Coluna toracica

( ) Ombro

( ) mao

Outros: _

Escala de dor: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pratica alguma atividade fisica? ( )sim ( )nao

Qual atividade: fre:-----

Page 49: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

49

Avaliac;ao articular e funcional dos segmentos envolvidos:

GON

C LOMBARFI

0 ExtFI Lat

L Rot

U CERVICALFI

N ExtFI Lat

ARot

Page 50: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

AVALlA~AO POSTURALPelve: o Normal

o AnteroversaoVISTA ANTERIOR: nRetroversao

Cabe~a Normal Ombro: o NormalFL-LAT dir esq o Prc>traido C dlr OesqRot-LAT J dir ,esq o Retraido .:::dlr esq

Ombros - Alinhados Joelho: o NormalElevado tiir esq o Hiperextensao tilr f Jesq

OSemiflexao :dir Oesqj,de Talles. Norma!

...Aiimentat!o dlr esq Angulo Tibiottrsico: o Normal0 < que 90aBAS A¥'Madas 0 > que 90°

Elevada oir esqPes: o Normal

Joelho _.Normal OCavo Cdir esq_ Varo dir Oesq o Plano Odlr esqVelgo ':dir fJ esq

Patela Normal_Convergente dlr esqDivergente dir esq VISTA POSTERIOR:

_Alia o dir uesq

Tibia' _ Normal- Rot. Med. il dir esq Cabe~a: o Normal~Rot Lat dir esq o FL -LAT Qdir esq

o Rot-LAT ']dir fJ esq

I Pes > Normal~Abdu~o dlr 'Jesq Ombros: OAlinhadosAdu~o -esq o Elavado Odlr LJ esq

Escapulas: o NormalVISTA LATERAL: OElevada Odir :Jesq

DAlada Odir UesqCabe~a' ~.Normal o Aduzlda Ctiir Oesq

Protraida o Abduzida :J tilr iJ esq- Retralda- Elevada AdeTalles: lJ NormalDeprtmitia o Aumentado w dir :esq

Coluna Cervical Normal EIPS: OAlinhadasRelificada OElevada o dir esq

= HiperlordosePregas PopUteas: 'JNoonal

CoJuna: Toracica _ Normal o Elevada dir esqRetificada o Deprimida dlr esq

: HiperclfoseCalcaneos: o Normal

Coluna Lombor Normol OValgo ~dir esqRe\lflcada OVaro dir esqHiperlordose

50

Page 51: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

51

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Voce esta sendo convidado(a) para participar de uma pesquisa. As

informa~oes existentes neste documento sao para que voce entenda perfeitamente

os objetivos da pesquisa, e saiba que a sua participa~ao e espontanea. Se durante

a leitura deste documento houver alguma duvida voce deve fazer perguntas para

que possa entender perfeitamente do que se trata. Ap6s ser esclarecido(a) sobre as

informa~oes a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final este

documento, que esta em duas vias, sendo uma via sua e outra do pesquisador

responsavel.

1. Informa~oes sobre a Pesquisa:

• Titulo do Projeto de Pesquisa: Analise dos Beneficios da Ginastica Laboral

Aplicada em Cirurgioes-Dentistas como Preven~ao de Queixas Dolorosas.

• Pesquisador Responsavel: Doutora Arlete Motter

• Telefone para Contato: 3331-7835

• Pesquisadores Participantes: Patricia Boraschi

• Telefone para Contato: 3331-78-35

INTRODU<;AO:

A rna postura e organiza~o do trabalho causam problemas musculares aos

dentistas. Ao contrario do que se pode imaginar, nao e s6 0 paciente que sofre

durante as longas consultas ao dentista. 0 incomodo de ficar de boca aberta,

anestesiado, por vezes sequer se aproxima das conseqOencias que 0 cirurgiao-

dentista tern que enfrentar por permanecer na mesma posi~ao, durante a rotina

Page 52: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

52

diaria, sendo assim, a freqOencia de queixas de dores nas costas, ombro, brac;o,

maos e pernas resultam em afastamentos do trabalho e acaba comprometendo 0

desempenho destes profissionais. A ginastica laboral tern como finalidade prevenir

doenc;as ocupacionais e promover 0 bem-estar individual por intermedio da

consciencia corporal: conhecendo, respitando, amando e estimulando 0 pr6prio

corpo, entretanto, consiste em exercicios realizados no local de trabalho de acordo

com a func;aoexercida pelo trabalhador, atuando de forma preventiva ao cansac;o.

FINALIDADE DA PESQUISA:

Esta pesquisa tern como objetivo prevenir doenc;as ocupacionais em

cirurgioes-dentistas atraves de urn programa de ginastica laboral.

PROCEDIMENTO:

Para tanto, e necessario que seja feita a obtenc;ao de amostras. Isto se faz

por meio de urn questionario, sendo diagnosticado que tenha doenc;a ocupacinail,

sera aplicado urn programa de Ginastica Laboral.

RISCOS E BENEFfcIOS:

Nao havera risco para a sua saude, uma vez que 0 material utilizado para 0

exame clinico e 0 diagn6stico sera apenas urn questionario (perguntas e respostas).

Participando da pesquisa voce tera a oportunidade de prevenir-se de doenc;as

ocupacionais.

DESCONFORTO:

o desconforto sera minima ou inexistente, pois a coleta consistira de uma

Page 53: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

53

avalia(:ao apenas com perguntas e respostas, depois sera aplicado urn programa de

ginastica laboral.

CUSTOS:

voce nao tera nenhum gasto com a pesquisa, porque ela sera custeada pelo

pesquisador.

PARTICIPACAo:

Caso voce queira desistir de participar da pesquisa, podera faze-Io em

qualquer tempo e no momento em que desejar.

Todos os participantes da pesquisa serao informados, acompanhados e

tratados pelo pesquisador.

PRIVACIDADE:

Voce tern 0 compromisso dos pesquisadores de que a sua imagem e

identidade serao mantidas em absoluto sigilo. Nos casos de fotografias, estas

somente serao realizadas e expostas com a sua autoriza(:ao.

RESPONSABILIDADE:

Caso ocorra algum tipo de dana no decorrer da pesquisa, a se

responsabiliza pelos eventuais ressarcimentos.

No caso de novas informa(:oes no decorrer da pesquisa, estas serao

submetidas a avalia~o da Comissao de Etica para urn novo parecer.

Page 54: ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/ANALISE-DA-REDUCAO-DE... · De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto

54

DECLARACAo DE CONSENTIMENTO:

Eu,

portador(a) do RG: _______________ , abaixo assinado,

concordo em participar do estudo acima descrito como sujeito.

Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pelo

pesquisador. sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,

assim como os possiveis riscos e beneficios decorrentes de minha participay80. Foi-

me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que

isto leve a qualquer penalidade ou interrUpy80 de meu

acompanhamento/assistencia/tratamento.

Curitiba, 1 1 _

Assinatura do Sujeito ou Responsclvel

Assinatura do Pesquisador Responsclvel