anÁlise da capacidade de produÇÃo em uma indÚstria de ... · xxxiv encontro nacional de...

23
ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ARTEFATOS METÁLICOS Vinicius Afonso Daniel (UNESPAR ) [email protected] MARCIA DE FATIMA MORAIS (UNESPAR ) [email protected] Rony Peterson da Rocha (UNESPAR ) [email protected] No atual contexto econômico, as empresas devem cada vez mais ampliar suas habilidades de produzir e disponibilizar seus produtos e/ou serviços de acordo com as especificações do consumidor, nas quantidades demandadas. A capacidade de produção da empresa constitui o potencial produtivo de que ela dispõe. Neste contexto, o presente trabalho tem como propósito analisar a capacidade produtiva, utilizando o estudo dos tempos, do processo de produção da base da Luminária MC, produzida por uma indústria de artefatos metálicos. O estudo de tempos constitui uma ferramenta que permite mensurar o tempo despendido em cada atividade e, por conseguinte, determinar a capacidade produtiva de uma empresa. Metodologicamente, a pesquisa é classifica quanto ao método de abordagem, como quantitativa. Quando aos fins a pesquisa é classificada como descritiva, explicativa e exploratória, e quanto aos meios é classificada como bibliográfica e estudo de caso. Para a realização do estudo dos tempos do processo, foram construídos gráficos de controle X-R e X-S para verificar se as amostras coletadas estavam distribuídas dentro os limites de controle. Com a determinação do tempo padrão dos elementos do processo foi possível identificar a capacidade de produção, que é de 852 unidades por dia, sendo esta capacidade limitada pelo recurso com maior tempo de processamento, que é a etapa de estampa da base. Sabendo que a empresa realizada as vendas para posteriormente emitir as ordens de produção, o conhecimento da capacidade produtiva do processo permitirá a empresa determinar com maior precisão seus prazos de entrega. Palavras-chaves: Capacidade Produtiva, Estudo de tempos, Tempo padrão. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

Upload: duonghuong

Post on 02-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM

UMA INDÚSTRIA DE ARTEFATOS METÁLICOS

Vinicius Afonso Daniel (UNESPAR )

[email protected]

MARCIA DE FATIMA MORAIS (UNESPAR )

[email protected]

Rony Peterson da Rocha (UNESPAR )

[email protected]

No atual contexto econômico, as empresas devem cada vez mais ampliar

suas habilidades de produzir e disponibilizar seus produtos e/ou serviços de

acordo com as especificações do consumidor, nas quantidades demandadas.

A capacidade de produção da empresa constitui o potencial produtivo de que

ela dispõe. Neste contexto, o presente trabalho tem como propósito analisar

a capacidade produtiva, utilizando o estudo dos tempos, do processo de

produção da base da Luminária MC, produzida por uma indústria de

artefatos metálicos. O estudo de tempos constitui uma ferramenta que

permite mensurar o tempo despendido em cada atividade e, por conseguinte,

determinar a capacidade produtiva de uma empresa. Metodologicamente, a

pesquisa é classifica quanto ao método de abordagem, como quantitativa.

Quando aos fins a pesquisa é classificada como descritiva, explicativa e

exploratória, e quanto aos meios é classificada como bibliográfica e estudo

de caso. Para a realização do estudo dos tempos do processo, foram

construídos gráficos de controle X-R e X-S para verificar se as amostras

coletadas estavam distribuídas dentro os limites de controle. Com a

determinação do tempo padrão dos elementos do processo foi possível

identificar a capacidade de produção, que é de 852 unidades por dia, sendo

esta capacidade limitada pelo recurso com maior tempo de processamento,

que é a etapa de estampa da base. Sabendo que a empresa realizada as

vendas para posteriormente emitir as ordens de produção, o conhecimento

da capacidade produtiva do processo permitirá a empresa determinar com

maior precisão seus prazos de entrega.

Palavras-chaves: Capacidade Produtiva, Estudo de tempos, Tempo padrão.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

Page 2: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

2

1 Introdução

A função da produção é produzir e disponibilizar produtos e/ou serviços por meio da

transformação de insumos (materiais, informações, consumidores) em um sistema

desenvolvido para executar tal transformação, segundo Lacerda; Teixeira (2009)

(LACERDA; TEIXEIRA, 2009). As empresas devem ser capazes de produzir e

disponibilizar seus produtos e/ou serviços de acordo com as especificações do consumidor,

nas quantidades demandas. Quando ocorre aumento nos níveis de demanda, torna-se

necessário às empresas, ajustarem suas capacidades produtivas.

A capacidade de produção da empresa constitui o potencial produtivo de que ela dispõe

(SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). A capacidade produtiva de uma empresa é a

forma de mensurar o quanto o processo é capaz de criar produtos (COSTA et al, 2008). Para

Slack; Chambers; Johnston (2002) a capacidade de produção de uma organização também

pode ser considerada como a quantidade máxima produzida em um determinado período de

tempo. Portanto, a análise da capacidade de um processo permite verificar e medir se o

processo está apto a apresentar resultados de acordo com exigências do mercado.

Segundo Gusmão et al (2012) o estudo de tempos constitui uma ferramenta que permite

mensurar o tempo despendido em cada atividade e, por conseguinte, determinar a capacidade

produtiva de uma empresa. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a

capacidade produtiva, utilizando o estudo dos tempos, do processo de produção da base da

Luminária MC, produzida por uma indústria de artefatos metálicos, aqui denominada

Indústria X. Para o estudo dos tempos, foram utilizados os gráficos de controle X-R e X-S

para verificar se as amostras coletadas estavam distribuídas dentro os Limites de Controle

(LC).

Este artigo encontra-se estruturado em sete seções. A primeira, a introdução traz uma breve

contextualização do estudo, bem como seus objetivos. O referencial teórico e a metodologia,

são apresentados na segunda e terceira seção, respectivamente. A quarta seção, trás uma

descrição do processo de produção da base da luminária. Na quinta seção, o estudo de tempos

do processo de produção da base da luminária é exposto. A análise da capacidade de produção

Page 3: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

3

de base da luminária na Indústria é apresentada. As considerações do trabalho são expostas na

sétima seção.

2 Referencial teórico

2.1 Capacidade Produtiva

A capacidade produtiva de uma operação é “o máximo nível de atividade de valor adicionado

em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de

operação” (Slack; Chambers; Johnston, 2002, p.344), e de acordo com Martins; Laugeni

(2006) indica a máxima saída de um processo.

Segundo Russomano (2000) a capacidade produtiva representa a relação entre o tempo

necessário para a realização das tarefas com o tempo disponível atual. Chiavenato (2008)

afirma que a capacidade de produção instalada depende de quatro fatores, que são eles:

capacidade instalada (maquinas e equipamentos), mão de obra disponível, matéria prima

disponível e recursos financeiros.

O planejamento da capacidade tem como objetivo “determinar a capacidade efetiva da

operação produtiva, de forma que a mesma possa responder e atender a demanda” (SLACK,

CHAMBERS; JONHSTON, 2002, p.344-345). Segundo Slack; Chambers; Jonhston (2002),

a capacidade da produção pode ser ajustada através da utilização dos seguintes métodos:

Utilizar de horas extras e tempo ocioso; Variar o tamanho das forças de trabalho; Usar o

pessoal em tempo parcial; Usar subcontratação; e Gerenciar a demanda.

Tendo em vista que o presente trabalho objetiva analisar a capacidade de produção por meio

de estudo de tempos é vital levar em consideração a disponibilidade de tempo do processo, ou

seja, a quantidade de horas trabalhadas por dia. Tendo em vista que a determinação da

capacidade é dada em relação ao tempo, e que o objetivo deste trabalho é apresentar a

capacidade produtiva da indústria, através do estudo de tempo, justifica-se a utilização desta

abordagem.

Page 4: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

4

Com base no Tempo Padrão (TP) para a realização de um processo é possível determinar a

capacidade produtiva de uma indústria. A equação (1) extraída de Pereira et al (2010) pode

ser utilizada para determinar a capacidade produtiva:

TP

dtCP (1)

Onde, CP indicada a Capacidade Produtiva, dt representa o Intervalo de Tempo (tempo

trabalhado por dia) e TP representa o Tempo Padrão.

2.2 Estudo de Tempos

O estudo de tempos é para Slack; Chambers; Johnston (2002, p.287) “uma técnica de medida

de trabalho para registrar os tempos e o ritmo de trabalho para os elementos de uma tarefa

especializada, realizada sob condições especificadas [...]”. Por esta razão que este método é

utilizado no desenvolvimento deste trabalho, com o objetivo de medir o tempo de atividades

dos operadores encontrando através de amostras retirados do processo o TP e assim

dimensionando a capacidade produtiva. Esta técnica é utilizada no desenvolvimento deste

trabalho, com o objetivo de medir, por meio de amostras, o tempo padrão de atividades dos

operadores, retirados do processo para dimensionando da capacidade produtiva.

A amostragem pode ser definida como o ato de observar um processo intermitentemente por

um período que seja suficiente para a coleta dos dados de um estudo de tempo (MARTINS;

LAUGENI, 2006). Sendo assim a amostragem se define como a atividade de coletar dados

inerentes a um objetivo maior como, por exemplo, a coleta de informações para uma analise

de qualidade em um Gráfico de Controle.

De acordo com Martins; Laugeni (2006) as etapas para determinação do TP da operação são:

Divisão da operação em elementos; Determinação do número de ciclos a serem

cronometrados; Avaliação da velocidade do operador; e Determinação das tolerâncias.

A divisão das operações em elementos é a máxima parte de uma operação a ser dividida. O

número de ciclos a serem cronometrados, de acordo com Martins; Laugeni (2006) pode ser

determinado pela equação (2).

Page 5: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

5

2

2..

.

xdEr

RZn (2)

Onde: n indica número de ciclos a serem cronometrados; Z é coeficiente da distribuição

normal padrão para uma probabilidade determinada; R é a amplitude da amostra; Er é erro

Relativo; d2 é coeficiente em função do número de amostragens realizadas preliminarmente; e

x representa a média das amostras.

Para Barnes (1977) a avaliação da velocidade do operador é determinada de forma subjetiva

pelo analista da cronometragem e feito de forma sistemática por meio de treinamentos. Um

sistema que pode ser utilizado para avaliação do ritmo é o sistema Westinghouse proposto por

Barnes (1977 apud Coelho et al., 2010). O sistema Westinghouse considera quatro fatores,

que são: Habilidade, Esforço, Condições e Consistência (Quadro 1).

Quadro 1 - Sistema de avaliação de ritmo Westinghouse

Page 6: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

6

0.15 A1 Super Hábil

0.13 A2 Abaixo de Super Hábil

0.11 B1 Excelente

0.08 B2 Abaixo de Excelente

0.06 C1 Bom

0.03 C12 Abaixo de Bom

0.00 D Médio

-0.05 E1 Regular

-0.10 E2 Abaixo de Regular

-0.16 F1 Fraco

-0.22 F2 Abaixo de Fraco

0.13 A1 Excessivo

0.12 A2 Abaixo de Excessivo

0.10 B1 Excelente

0.08 B2 Abaixo de Excelente

0.05 C1 Bom

0.02 C2 Abaixo de Bom

0.00 D Médio

-0.04 E1 Regular

-0.08 E2 Abaixo de Regular

-0.12 F1 Fraco

-0.17 F2 Abaixo de Fraco

0.06 A Ideal

0.04 B Excelente

0.02 C Boa

0.00 D Média

-0.03 E Regular

-0.07 F Fraca

0.04 A Perfeita

0.03 B Excelente

0.01 C Boa

0.00 D Média

-0.02 E Regular

-0.04 F Fraca

Habilidade

Esforço

Condições

Consistência

Fonte: Adaptado de Coelho et al (2010)

A avaliação do operador é realizada somando todos os atributos através da equação (3)

extraída de Coelho et al (2010).

Page 7: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

7

AV 1 (3)

Em que V é fator de ritmo ou velocidade e A o valor de cada atributo do Sistema

Westinghouse para avaliação do ritmo

A determinação de tolerância é um percentual dado em coeficiente e é obtido através da soma

da tolerância para atendimento das necessidades pessoais do colaborador, em relação a horas

trabalhadas por dia (MARTINS; LAUGENI, 2006).

O TP consiste no tempo normal (TN) multiplicado por um fator de Fator de Tolerância (FT),

conforme Martins; Laugeni (2006) o TN e o TP são obtidos através das equações (4) e (5),

respectivamente:

VxTMTN (4)

FTxTNTP (5)

O FT, para Martins; Laugeni (2006) é o tempo de descanso para fadiga considerando as

pausas para almoço, café, banheiro e ginástica laboral. O FT é calculado através da equação

(6).

P

FT

1

1 (6)

Onde P corresponde a tolerância para descanso em coeficiente, em relação a jornada de

trabalho diária.

2.3 Gráficos de Controle

Gráfico de controle é uma das técnicas do Controle Estatístico do Processo que possibilita a

interpretação de dados coletados. Estes dados são tratados por métodos estatísticos e plotados

em gráficos que demonstram a variação de pontos no processo (STEVENSON, 2001).

Segundo Branco; Epprecht; Carpinetti (2012) se a variável analisada é contínua, o usual é

monitorar o processo por um gráfico que monitora a centralidade e por outro que monitora a

dispersão da variável (R) ou o desvio padrão do processo (S). Conforme Montgomery (2004)

é recomendado usar o gráfico X-S para amostras moderadamente grande, ou seja, com n > 10

ou 12 e também para amostras com n variável.

Page 8: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

8

Estes gráficos possuem em sua estrutura três linhas de controle, que servem como padrões,

Limite Inferior de Controle (LIC), Limite de Controle (LC) e Limite Superior de Controle

(LSC). Caso as amostras coletadas se distribuam entre LIC e LSC o processo se encontra

sobre controle, caso as amostras extrapolem LIC ou LSC o processo deve ser analisado nesses

pontos fora de controle para melhoria (MONTGOMERY, 2004).

2.3.2 Gráfico X-R

O tipo mais comum de gráfico empregado para controlar variáveis é o gráfico X-R (SLACK;

CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Para Ritzman; Krajewski (2004), o uso desta ferramenta

exige que seja feita uma coleta de dados metódica, definindo o tamanho da amostra e a linha

central (pode ser um padrão já existente).

Segundo Montgomery (2004) e Slack; Chambers; Johnston (2002), para a obtenção dos LC da

média são utilizadas as equações (7), (8) e (9).

RAXLSC 2 (7)

XLC (8)

RAXLIC 2 (9)

Onde: A2 é um parâmetro já definido na literatura em relação ao tamanho da amostra. O valor

deste parâmetro pode ser encontrado em Siqueira (1997, p.128) e Montgomery (2004).

X é a media da população amostrada e, é calculada por meio da equação (10).

mXXXX m /)...( 21

(10)

R é média das amplitudes, calculada por meio da equação (11).

Page 9: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

9

mRRRR m /)...( 21

(11)

Para a obtenção dos LC para o gráfico da amplitude R, segundo Montgomery (2004) e Slack;

Chambers; Johnston (2002) são utilizadas as equações (12), (13) e (14).

RDLSC 4 (12)

RLC (13)

RDLIC 3 (14)

Onde: D3 e D4 são parâmetros já definidos na literatura em relação ao tamanho da amostra. O

valor destes parâmetros podem ser encontrados em Siqueira (1997, p.128) e Montgomery

(2004).

2.3.2 Gráfico X-S

O gráfico X define a média das amostras e o gráfico S o desvio padrão da amostra

(Montgomery, 2004). Segundo Montgomery (2004) para a obtenção dos LC da média são

utilizadas as equações (15), (16) e (17).

SAXLSC 3 (15)

XLC (16)

SAXLIC 3 (17)

Onde: A3 é um parâmetro já definido na literatura em relação ao tamanho da amostra. O valor

deste parâmetro pode ser encontrado em Siqueira (1997, p.128) e Montgomery (2004).

Para a determinação do valor de

X é necessário segundo Montgomery (2004) utilizar a

equação (18) a seguir:

Page 10: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

10

mXXXX m /)...( 21

(18)

Onde: m é o número de médias analisadas na amostragem.

Segundo Montgomery (2004) para a determinação do valor dos LC é necessário encontrar o

desvio padrão (S) da amostra utilizando as equações (19) e (20).

1

)(1

2

n

xxi

S

n

i

(19)

n

i n

SiS

1

(20)

Onde: n é o tamanho da amostra.

As equações (21), (22) e (23) são utilizadas para os cálculos dos LC do gráfico S.

SBLSC 4 (21)

SLC (22)

SBLIC 3 (23)

Onde: B3 e B4 são parâmetros já definidos na literatura em relação ao tamanho da amostra. O

valor destes parâmetros podem ser encontrados em Siqueira (1997, p.128) e Montgomery

(2004).

Os parâmetros A2, A3, B3, B4, D3 e D4 para a construção dos gráficos de controle X-R e X-S são

apresentados na Tabela 1

Tabela 1: Parâmetros para construção das cartas de controle

Page 11: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

11

Número de Amostras

A2 A3 B3 B4 D3 D4

2 1.88 2.659 0 3.267 0 3.267

3 1.023 1.954 0 2.568 0 2.575

4 0.729 1.628 0 2.266 0 2.282

5 0.577 1.427 0 2.089 0 2.115

6 0.483 1.287 0.03 1.970 0 2.004

7 0.419 1.182 0.118 1.882 0.076 1.924

8 0.373 1.099 0.185 1.815 0.136 1.864

... ... ... ... ... ... ...

20 0.180 0.680 0.510 1.490 0.415 1.585

Parametros para Limites de Controle

Fonte: Montgomery (2004).

3 Metodologia

Esta pesquisa é classificada quando aos fins como descritiva, explicativa e exploratória.

Quanto aos meios, a pesquisa é classificada como bibliográfica e estudo de caso. O método de

abordagem utilizado nesta pesquisa foi o quantitativo.

A pesquisa descritiva e explicativa foi utilizada para a compreensão do processo de produção

da base da Luminária MC na Indústria X. A pesquisa exploratória foi utilizada para evidenciar

os tempos de produção e analisar a capacidade de produção da base da Luminária MC na

Indústria X

A pesquisa bibliográfica foi utilizada na elaboração do referencial teórico. A pesquisa é

caracterizada como estudo de caso, pois teve o intuito realizar o estudo de tempos para

analisar a capacidade produtiva do processo de produção da base da Luminária MC. A

pesquisa foi desenvolvida nas dependências da Indústria X no período de Agosto a Novembro

de 2013.

A coleta de dados foi realizada por meio de observação direta intensiva e não participante e

entrevistas abertas. Os tempos foram coletados por meio de filmagens, em dias e horários

distintos para que os colaboradores já estivessem em ritmo de trabalho padrão sem a

interferência do momento de entrada ou saída de suas funções. As amostras foram coletadas

nos seguintes horários: 09:15 horas, 10:45 horas, 14:00 horas, 17:00 horas, de segunda a sexta

feira do dia 20 de agosto de 2013 à 10 de outubro de 2013.

Page 12: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

12

O número de amostras coletadas foi definido por meio da equação (2), apresentada na seção

anterior. Inicialmente foram tomadas sete amostras, e com base nestas, sendo adotado grau de

confiança igual a 95%, erro relativo de 5%, Z de 1,96 e d2 igual a 2,704, obteve-se o número

de amostras necessárias para o estudo.

Os valores do grau de confiança e do erro relativo, conforme afirma Martins; Laugeni (2006)

são valores comumente utilizados na prática. O valor de Z foi retirado de uma tabela de

coeficientes da distribuição normal padrão para uma probabilidade de 95%, disponível em

Montgomery (2002) e d2 foi obtido através da fórmula (2), considerando o número de

amostras preliminares igual a sete.

Após a determinação do número de amostras foi realizada a coleta dos tempos e avaliados por

meio da aplicação de gráficos de controle. Peinaldo; Graeml (2007) relatam que os gráficos de

controle são aplicados após ser realizada a coleta dos tempos, com objetivo de descartar

amostras irrelevantes que estão fora do controle por algum motivo. Em função do número de

amostradas coletadas em cada etapa do processo foram utilizados os gráficos X-S e X-R.

Amostras fora dos LC foram descartadas e os gráficos X-S e X-R revisados.

4 Descrição do processo de fabricação da base da Luminária MC

A Luminária MC, ilustrada na Figura1, é uma luminária para iluminação pública, formada por

três componentes, conforme segue: Base; Corpo; e Defletor prismático.

Figura 1 – Luminária Modelo C e seus componentes

Fonte: Indústria X (2014)

BASE

DEFLETOR

CORPO

Page 13: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

13

O defletor, que é um insumo terceirizado, onde é alojada a lâmpada, com o objetivo de

direcionar o fluxo luminoso à área de iluminação desejada, assim como proteger a lâmpada de

fatores adversos como depredação, intempéries e impactos por outros objetos. O corpo da

luminária Modelo C corresponde a estrutura que fixa defletor a base da luminária Modelo C.

E a base da luminária Modelo C é a parte da luminária que é fixada ao poste de transmissão

de rede elétrica pública ou padrão.

A base da Luminária MC, foco deste estudo, é fabricada a partir de duas matérias primas: a

chapa de aço de 1,4 milímetros e o tubo de 2 polegadas de diâmetro com espessura de parede

com 1,5 milímetros.

A base da Luminária MC é produzida em dez postos de trabalho (PTs), conforme

apresentados no Quadro 2.

Quadro 2 – Postos de trabalho do processo de produção da base da Luminária MC

Dobradeira

Torno Revolver

Furadeira de Bancada

Furadeira de Bancada

Torno Revolver

Soldadeira

PTE

PTF

PTG

PTH

PTI

PTJ

Posto de Trabalho Identificação

PTA

PTB

PTC

PTD

Guilhotina de 3 metros

Guilhotina de 2 metros

Prensa Hidráulica

Prensa Excêntrica

Fonte: Elaborado pelos autores.

A matéria-prima é retirada do estoque e levada até o PTA, onde é realizado o corte das tiras

(fracionamento de uma chapa em pedaços correspondente ao comprimento da base da

Page 14: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

14

Luminária MC), que consiste em cortar a chapa de 1,4 milímetros em tiras. O corte desta

chapa é realizado em uma guilhotina de 3 metros. Na sequencia, no PTB é realizado o corte da

base, que consiste em cortar as tiras na guilhotina de 2 metros, em tamanho equivalente a uma

unidade de base da luminária MC. No PTC é realizada a atividade de estampa do suporte do

tubo da base (componente que tem o objetivo de sustentar o tubo do eixo central). O miolo da

base (canal que fica fixado à base após a estampagem para o suporte do tubo da base) deve ser

eliminado no PTD. Após eliminado o miolo da base, o componente é enviado ao PTE para ser

dobrado em forma de viga “U”, com o intuito de aumentar a resistência do material no

momento da fixação ao poste. O processo de fabricação do tubo da base acontece paralelo ao

da fabricação dos demais componentes, isso porque o processo depende de equipamentos

distintos e é necessário que ambas as atividades terminem simultaneamente, para serem

processadas no PTJ que faz a solda dos componentes (base e tubo da base).

O processo de produção do tubo da base se inicia com a retirada da matéria prima (tubo de 2

polegadas com espessura de parede de 1,5 milímetros) do estoque, para o primeiro PT (F).

Neste posto de trabalho é realizada em um torno revolver o corte dos tubos em unidades (um à

um) formando pares para juntos formarem um conjunto da base da Luminária MC. Após o

corte são realizados os furos dos tubos (1 furo e 2 furos) da base no PTG e PTH,

respectivamente, para fixação do tubo com rebites (material em alumínio que fixa a peça sob

pressão). Em seguida o tubo da base segue para o PTI para escoriação (desgaste da aresta) do

tubo, que tem como intuito facilitar o encaixe de componentes na montagem final. O tubo da

base é fixado à base através de um processo de soldagem, no PTJ, conforme mencionado

anteriormente.

O processo de produção da base é finalizado no PTJ (solda). A base da Luminária MC é então

enviada para o estoque de componentes, onde aguardará a retirada para o processo de

galvanização.

5 Estudo de tempos e análise da capacidade de produção da base da Luminária MC

Para determinar o TP, que constitui a base para o dimensionamento da capacidade, o processo

de produção da Luminária MC foi dividido em elementos (QUADRO 3).

Quadro 3 - Elementos do processo de produção da Luminária MC

Page 15: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

15

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

PTIEscariar Tubo

PTJSoldar

Setup

Posto de trabalho

Todos os PTs

PTFCortar Tubo

PTGFurar Tubo - 1 Furo

PTHFurar Tubo - 2 Furos

PTCEstampar Tubo

PTDRetirar Miolo do Tubo

PTEDobrar Base

Elemento Descrição

PTACortar Tiras

PTBCortar Base

Fonte: Elaborado pelos autores.

Para este estudo não foram analisados e nem considerado os tempos de transporte envolvidos

no processo. O tempo de setup foi considerado como constante para a produção de um lote de

500 bases/dia, levando em consideração que neste processo ocorre setup com duração de 30

minutos (1800 segundos) em todos os postos de trabalho, sendo este tempo dividido pela

quantidade de peças produzidas por lote, o que resulta em um tempo de 3,5 segundos de setup

por base processada.

Conforme explicitado na metodologia, foram utilizados os Gráficos de Controle X-R e X-S,

com o número de amostras coletadas para cada elemento do processo (Tabela 2), sendo que

para a determinação do TP as amostras fora dos limites foram descartadas.

Tabela 2 – Número de amostras para cada elemento do processo

Page 16: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

16

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 2.01 2.43 2.15 2.13 2.06 2.07 1.96 2.704 0.05 0.66

21.36

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 1.69 1.81 1.52 1.97 1.72 1.792 1.96 2.704 0.05 0.55

19.77

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 23.01 25.04 22.21 25.06 24.35 23.68 1.96 2.704 0.05 2.85

3.04

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 7.22 7.25 7.32 8.05 7.88 7.46 1.96 2.704 0.05 1.03

4.006

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 7.3 9.21 8.89 9.15 10.02 8.97 1.96 2.704 0.05 2.72

19.3

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 21.56 21.17 21.03 22.21 21.59 21.78 1.96 2.704 0.05 2.95

3.85

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 6.84 7.2 7.06 7.56 8.5 7.55 1.96 2.704 0.05 1.66

10.15

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 6.5 7.2 6.6 7.06 6.72 6.95 1.96 2.704 0.05 1.11

5.34

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 8.2 8 7.69 8.03 7.34 7.73 1.96 2.704 0.05 1.08

4.09

Amostra 2 3 4 5 7 Z d2 Er R

Tempo 24.51 23.25 23.91 22.85 24.34 23.44 1.96 2.704 0.05 3.29

4.13

Soldar (PTJ)

Número de Amostras Número de amostras suficientes

Furar Tubo - 2 Furos (PTH)

Número de Amostras Número de amostras suficientes

Esacariar Tubo (PTI)

Número de Amostras Número de amostras suficientes

Cortar Tubo (PTF)

Número de Amostras Número de amostras suficientes

Furar Tubo - 1 Furo (PTG)

Número de Amostras Tomar novas amostras

Retirar Miolo do Tubo (PTD)

Número de Amostras Número de amostras suficientes

Dobrar Base (PTE)

Número de Amostras Tomar novas amostras

Número de Amostras Tomar novas amostras

Estampar Miolo do Tubo (PTC)

Número de Amostras Número de amostras suficientes

Cortar Base (PTB)

Número de Amostras Tomar novas amostras

Cortar Tiras (PTA)

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

Fonte: Elaborado pelos autores.

Page 17: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

17

Após coletadas as amostras foram elaborados os Gráficos de Controle X, R e S para avaliar se

as mesmas apresentavam-se dentro dos LC. Os Gráficos de Controle das médias amostrais

para todos os elementos do processo são apresentados na Figura 2 a seguir.

Figura 2 – Gráficos de Controle das médias amostrais dos elementos do processo

Page 18: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

18

Page 19: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

19

Fonte: Elaborado pelos autores.

Todas as amostras fora dos LC foram descartadas, e os Gráficos de Controle foram revisadas,

para garantir que as amostras utilizadas no estudo dos tempos estejam de acordo com os

Page 20: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

20

parâmetros de controle. Tomando somente os tempos dentro dos LC, foi calculado, por meio

da equação (4), o TN. Para a determinação do TN foi necessário calcular o tempo médio

entre os tempos válidos (tempos dentro dos limites) e multiplicado pela velocidade do

colaborador a qual é determinada com a soma das pontuações do sistema de Westinhouse

(QUADRO 4).

Quadro 4 – Pontuação do sistema Westinhouse para os elementos do processo.

Posto de Trabalho Elementos Habilidade Esforço Condições Consistência Velocidade

1 Médio Bom Excelente Fraca 1.05

2 Médio Bom Excelente Fraca 1.05

3 Abaixo de Regular Menos Excessivo Excelente Média 1.06

4 Médio Abaixo de Médio Média Excelente 0.95

5 Super Hábil Abaixo de Bom Boa Regular 1.17

6 Abaixo de Excelente Abaixo de Fraco Fraca Perfeita 0.88

7 Abaixo de Super Hábil Médio Média Fraca 1.09

8 Regular Fraco Mpédia Boa 0.84

9 Abaixo de Super Hábil Excelente Regular Média 1.2

10 Super Hábil Bom Regular Boa 1.18

PTF

PTA

PTB

PTC

PTD

PTE

PTG

PTH

PTI

PTJ

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Tabela 3 a seguir apresenta os tempos médio e normal dos elementos do processo.

Velocidade do Tempo Médio Fator de Tempo Normal

Operador (Segundos) Tolerância (Segundos)

1 PTA 1.05 2.09 1.307 2.2

2 PTB 1.05 1.675 1.307 1.758

3 PTC 1.06 23.23 1.307 25.04

4 PTD 0.95 7.62 1.307 7.24

5 PTE 1.17 8.86 1.307 10.37

6 PTF 0.88 21.68 1.307 19.08

7 PTG 1.09 7.23 1.307 7.88

8 PTH 0.84 7.02 1.307 5.89

9 PTI 1.2 7.83 1.307 9.4

10 PTJ 1.18 15.39 1.307 18.17

Elementos PT

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Tabela 4 apresenta os TP de cada elemento do processo. Os TP foram obtidos por meio da

multiplicação do TN pelo fator de tolerância, conforme equação 6).

Page 21: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

21

Tabela 4 - TP dos elementos do processo

Tempo Padrão

(Segundos)

1 Cortar Tiras PTA 2.71

2 Cortar Base PTB 2.29

3 Estampar Tubo PTC 32.74

4 Retirar Miolo do Tubo PTD 9.46

5 Dobrar Base PTE 13.55

6 Cortar Tubo PTF 24.95

7 Furar Tubo - 1 Furo PTG 10.3

8 Furar Tubo - 2 Furos PTH 7.7

9 Escariar Tubo PTI 12.29

10 Soldar PTJ 23.75

11 Setup Todos os PTs 3.6

Elementos PTDescrição

Fonte: Elaborado pelos autores.

Concluído o estudo de tempos para cada elemento da fabricação da base da Luminária MC,

foi identificado a partir do maior tempo de processo dos elementos, que o recurso PTC

restringe a capacidade.

Conforme mencionando anteriormente o maior tempo de processo está no elemento 3 que é

executado no PTC, que corresponde ao elemento de estampar encaixe do tubo, restringindo o

processo a 852 unidades de base por dia.

A capacidade de produção é de 852 unidades de base da Luminária MC por dia, considerando

7 horas e 45 minutos de trabalho, o TP calculado para o elemento 3 que restringe o processo.

6 Considerações finais

Com a realização do estudo de tempos, constatou-se que a capacidade de produção diária da

base da Luminária MC é de 852 unidades por dia, com a Indústria X operando 7 horas e 45

minutos por dia. Verificou-se que o elemento 3 (estampa de encaixe do tubo) restringe a

produção, em função deste elemento apresentar o maior tempo de processamento.

Page 22: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

22

Com o estudo também foi possível constatar que para um lote de produção menor que 55

unidades de base da Luminária MC, o elemento que irá restringir o processo será o setup dos

equipamentos, que é de 30 minutos, independente do tamanho do lote. Portanto, para produzir

um lote de 54 unidades de base da Luminária MC, o tempo do elemento 11 (setup) passará a

ser de 33,333 segundos, se tornando o recurso que restringe o processo. Com a identificação

do elemento que restringe a produção é possível realizar melhorias na etapa restritiva,

possibilitando o aumento da capacidade produtiva da base da Luminária MC.

Devido a estratégia de produção de primeiro realizar a venda e depois emitir a ordem de

produção não é possível afirmar que a capacidade produtiva poderá suprir aumentos nos

níveis de demanda. No entanto, o estudo da capacidade produtiva pode permitir a

determinação confiável de prazos de entrega para um determinado lote de produção.

Como pesquisas futuras, sugere-se que sejam também efetuadas análises de capacidade

produtiva para os demais processos produtivos da Indústria X, como por exemplo, o processo

de produção do corpo da Luminária MC.

REFERÊNCIAS

AMARAL, J. L. A importância da armazenagem na logística. Biblioteca Temática do

Empreendedor – SEBRAE, 2000. Disponível em: http://www.bte.com.br. Acesso em 21 de

Março de 2014.

BARNES, R. N. Estudo de tempos e movimentos: projeto e medida do trabalho. 6 edição.

São Paulo: Edgard Blücher LTDA., 1977.

BRANCO, A. F. C. B.; EPPRECHT, E. K.; CARPINETTI, L. C. R. Controle Estatístico de

Qualidade. 2ª. edição. São Paulo: Atlas, 2012.

COELHO, G. F; BORDALO A. C.; PINHEIRO; E. S; PETROLI, P. H. B; NOGUEIRA L. R.

Um estudo de tempos e determinação de capacidade produtiva em um processo de

envase de azeitonas em uma empresa de alimentos. In: Encontro Nacional de Engenharia

de Produção, XXX, 2010, São Carlos – SP. Anais ENEGEP, 2010.

COSTA, H. G.; CARVALHO, R. A.; SIMÃO, V. G.; QUELHAS, O. L. G. Planejamento da

capacidade. In: LUSTOSA, L.; MESQUITA, M. A.; QUELHAS, O.; OLIVEIRA, R.

Planejamento e Controle da Produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

GONÇALVES, T. B. L; AZEVEDO, C. M. de, GONÇALVES, C. M; FONSECA, G. F. S.

da. Estudo de tempos e movimentos para analise de capacidade de produção : um estudo

Page 23: ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE ... · XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Curitiba, ... Adaptado de Coelho et al ... Engenharia de Produção,

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

23

de caso em uma lavanderia.In: Simpósio de Engenharia de Produção, XVIII, 2011, Bauru –

SP. Anais SIMPEP, 2011.

GUSMÃO, A. P. H.; CANDIDO, A. K. B.; SANTOS JUNIOR, H. L.; FERREIRA, I. F.;

SANTOS, M. S. M. Análise da capacidade produtiva de uma indústria de transfers

utilizando o estudo dos tempos In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, XXXII,

2012, Bento Gonçalves – RS. Anais ENEGEP, 2012.

MONTYGOMERY, D.C; Introdução ao controle estatístico da qualidade. 4ª edição. Rio

de Janeiro: LTC, 2004.

PEREIRA, T. J. G; BEZERRA, R. R. R; OLIVEIRA, F. E; SAMPAIO, J. G; SANTOS

A.C.O de. Estudo de tempos e métodos no setor de serviços: determinação da capacidade

produtiva e melhoria das operações de uma empresa de limpeza de vitrines. In: Encontro

Nacional de Engenharia de Produção, XXXI, 2011, Belo Horizonte – MG. Anais ENEGEP,

2012.

RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da Produção e Operações. São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2004.

RUSSOMANO, V. H. PCP: Planejamento e Controle da Produção. 4. edição. São Paulo:

Pioneira, 2000.

SIQUEIRA, L. G. P. Controle Estatístico do Processo. São Paulo: Pioneira, 1997.

SLACK, N.. CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2ª. edição São

Paulo: Atlas, 2002.