análise ambiental
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Trabalho avaliativo da disciplina de Análise Geoambiental, por ocasião do Curso de Especialização em Metodologia do Ensino de Geografia, na Universidade Estadual do CearáTRANSCRIPT
ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE GEOGRAFIA/ANÁLISE AMBIENTAL/RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO
PRIMEIRAS PALAVRAS
O profissional de Geografia independentemente de sua área de atuação,
seja ela, no ambiente da pesquisa acadêmica de cunho científico, ou em trabalhos
técnicos direcionados ou ainda na prática do ensino, deve desenvolver a
capacidade e a sensibilidade para elaborar relatórios técnicos que sejam simples,
concisos e bem fundamentados.
Dentre esses trabalhos os relatórios que procuram caracterizar as
análises geoambientais com a intenção de promover avaliações integradas do
meio físico natural, são por demais importantes, uma vez que, qualquer
intervenção que as sociedades almejem fazer sobre a superfície terrestre
necessitam de conhecimentos prévios dos componentes geoambientais e dos
processos desenvolvidos nesse meio, que se não forem levados em conta, essas
intervenções estarão legadas ao fracasso absoluto e junto com elas também, a
destruição dos ecossistemas.
É buscando o aprimoramento dessas ações, que se apresenta este
relatório. Fruto de aulas de campo, no Curso de Especialização em Metodologia
do Ensino de Geografia, junto à disciplina Análise Ambiental, ministrada pelo Profº
Dr. Marcos José Nogueira de Souza.
Durante o percurso realizado, o qual deu-se a partir do município de
Fortaleza em direção ao noroeste do Estado e terminando no município de
Tianguá, fez-se de maneira macro, o reconhecimento das unidades geoambientais
compreendidas nesse percurso. E sob a orientação do professor, fomos
convidados a entender como se relacionam os diferentes condicionantes da
ecodinâmica dos ambientes.
O resultado a seguir mostra como afirmamos no início, um relatório que
sumariza de maneira simples e inteligível, os diferentes aspectos de uma análise
geoambiental em nível macroscópico.
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METODOLOGIA
(...) “Ao se apresentar um estudo integral do relevo deve-se levar em
consideração três níveis de abordagens, sistematizados pelo Prof. Ab´Sáber
(1969), e que individualizam o campo de estudo da ciência geomorfológica: a
compartimentação morfológica o levantamento da estrutura superficial e o estudo
da fisiologia da paisagem” (CASSETI, 1994). No caso do estudo das unidades
morfo-estruturais do Estado do Ceará além dessa abordagem utiliza-se ainda os
princípios da Ecodinâmica desenvolvidos por Jean Tricart e adaptados pelo Prof.
Marcos José Nogueira de Souza. Assim sendo, busca-se o estudo de fenômenos
para que se possa atingir a essência dos mecanismos que explicam as várias
correlações.
Utiliza-se ainda conceitos de T.C. SILVA, onde afirma que as funções de um
diagnóstico integrado demandam dois enfoques principais: o holístico que defende
a integração de todos os fatores e processos que compõem o sistema e o
sistêmico onde destaca-se as relações de interdependência entre os componentes
do meio viabilizando as análises de inter-relações de causa e afeito para definir a
sensibilidade e a resistência do ambiente às ações antrópicas.
MAPA GERAL DO LITORAL DO CEARÁ
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UNIDADES GEOAMBIENTAIS
I. - PLANÍCIE LITORÂNEA
Estando naturalmente inserida no litoral do nordeste brasileiro, a Planície
Litorânea constitui um geossistema onde os campos de dunas e as planícies
fluvio-marinhas caracterizam suas geofácies mais representativas. As informações
que se seguem tiveram como referência pontos de análises localizados na praia
da Barra do Ceará em Fortaleza e ainda em pontos do município de Caucaia.
1 – CARACTERISTICAS NATURAIS GERAIS
Constitui-se de uma área geologicamente jovem composta por sedimentos
quaternários oriundos da formação barreiras, onde os aspectos da geomorfologia
costeira são subordinados aos processos de acumulação de acordo com a
dinâmica temporal e espacial.
2 – GEOFÁCIES
2.1 – CAMPO DE DUNAS
De maneira generalizada o que mais identifica a faixa litorânea do Estado Ceará é
a ocorrência de um extenso cordão de dunas refletindo a ação predominante da
dinâmica eólica, onde duas gerações são facilmente discerníveis.
Têm-se portanto, as dunas recentes geralmente móveis com coloração amarelo-
esbranquiçadas e sem indícios de ação pedogenética. A inexistência de cobertura
vegetal é justificada pelo o trabalho contínuo da migração dos sedimentos. A
geração mais antiga possui em sua constituição areias vermelho-amareladas; são
menos elevadas onde alguns pontos já se encontram dissipados. Mostram-se
revestidas por vegetação, o que ajuda a atenuar os efeitos eólicos.
CAMPO DE DUNAS – LITORAL OESTE DE FORTALEZA
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2.2 – PLANÍCIE FLÚVIO-MARINHA
Próximo aos estuários a ação fluvial se combina com a marinha contribuindo para
a formação dessas planícies. Compõem portanto, o quadro morfológico do litoral e
são dotadas de algumas características que as individualizam. Apresentam solos
indiscriminados de mangues e as plantas deste mangue mostram-se adensadas
com o porte arbóreo e se dispõe longitudinalmente em relação às calhas fluviais.
3 - ECODINÂMICA E VULNERABILIDADE
Conforme características já citadas anteriormente, este geossistema pode ser
classificado como uma área instável e de forte vulnerabilidade.
4 – PROBLEMAS AMBIENTAIS CONFIGURADOS
Dentre os problemas ambientais comuns aos campos de dunas e planícies flúvio-
marinhas, podem se citados um desconhecimento ou desrespeito quase total da
legislação ambiental, o que ocasiona o surgimento de problemas subseqüentes
como por exemplo, o turismo predatório, a ocupação desordenado do solo
associada a uma coleta e disposição do lixo pouco adequadas. Fatos estes que
culminam com o desequilíbrio ecológico, a poluição dos solos e dos recursos
hídricos. Conclui-se portanto, a deficiência ou inexistência de práticas de
educação ambiental.
5 - CAPACIDADE DE SUPORTE
5.1 – POTENCIALIDADES
Mesmo sendo áreas muito vulneráveis às intervenções humanas, tanto os campos
de dunas como as planícies flúvio-marinhas podem ter suas potencialidades
exploradas, desde que de maneira ordeira, extremamente planejada e sustentável.
Sendo consideradas patrimônio paisagístico as atividades como ecoturismo e
laser, são comuns. Nos campos e dunas podem ser encontrados aqüíferos e o
extrativismo mineral é mais freqüente; já nas planícies flúvio-marinhas o
extrativismo animal através da pesca e apanha de caranguejo é mais
representativo podendo ainda praticar-se a aqüicultura.
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5.2 – LIMITAÇÕES
Sendo áreas instáveis e vulneráveis com ecodinâmica desfavorável, as limitações
são muitas. Começando pela alta suscetibilidade que esses ambientem têm em
relação à erosão, o que culmina num grande descompasso entre a capacidade
produtiva dos recursos naturais e sua recuperação ou restauração.
Nos campos de dunas a instabilidade do terreno, caracterizada pela alta
permeabilidade e mobilidade dos materias, inviabilizam várias ações, fato
contrastante com as planícies flúvio-marinhas onde a variação do nível das águas
é constante com insuficiências de drenagem dos solos.
Todos esses condicionantes contribuem para que as intervenções nos
campos de dunas e nas planícies flúvio-marinhas sejam legalmente restritas.
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II. - TABULEIROS PRÉ-LITORÂNEOS
Compondo também a morfologia do litoral do nordeste brasileiro, os tabuleiros pré-
litorâneos apresentam-se geralmente caracterizados pela geofácies: tabuleiros
arenosos e tabuleiros areno-argilosos. As informações aqui dispostas têm como
referência pontos de observação localizados no município de Caucaia.
“Figura demonstrando como a análise ambiental pode ser utilizada para ações de gerenciamento”.
FONTE: ABORDAGEM GEOMORFOLÓGICA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS INTEGRADOS PARA O PLANEJAMENTO E GESTÃO EM AMBIENTES FLÚVIO-MARINHOS (A. J. A. Meireles;E. Vicente da Silva)
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1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS
Dispostos à retaguarda do cordão de dunas são ligados sem diferenças
topográficas com as depressões sertanejas. Formados geologicamente por
sedimentos do quaternário e terciário oriundos do Grupo Barreiras, representa a
mais típica superfície de agradação do território cearense. Os solos dominantes
nos tabuleiros são de areias quartizosas, rigossolos e podzólicos vermelho-
amarelos;são cobertos por vegetação secundária de porte arbustivo-arbóreo. A
drenagem possui em geral um fluxo muito lento resultado da baixa altimetria.
2 – ECODINÂNICA E VULNERABILIDADE
Em virtude da topografia a lixiviação é acentuada limitando o trabalho erosivo da
ação pluvial que juntamente com outros fatores tornam os tabuleiros áreas
estáveis com vulnerabilidade nula ou muita baixa.
3 - PROBLEMAS AMBIENTAIS CONFIGURADOS
As condições geográficas tornam os tabuleiros áreas muito propícias à ocupação
humana. Têm-se então loteamentos predatórios causando desmatamentos
desordenados e culminando com a perda da biodiversidade e erosão dos solos
que em virtude de um mal tratamento do lixo ocasiona ainda poluição dos recursos
hídricos. Represamento e desvios inadequados dos cursos d’água também são
comuns. Observa-se assim como na análise da Planície Litorânea, um sério
problema de educação ambiental.
4. – CAPACIDADE DE SUPORTE
4.1 – POTENCIALIDADES
Topografia favorável à expansão urbana e viabilidade agrícola (irrigada) para
leguminosas nas porções areno-argilosas e plantio de coqueiros, cajueiros nas
porções arenosas. A ocorrência de água subterrânea é bem significativa.
4.2. – LIMITAÇÕES
As irregularidades pluviométricas associadas a uma deficiência hídrica superficial
são fatores limitantes. Podendo citar-se ainda uma baixa fertilidade natural do solo
e impedimentos à mecanização agrícola.
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III. DEPRESSÃO SERTANEJA
Tendo o sertão semi-árido do nordeste como região natural, a Depressão Sertaneja aqui no Estado do Ceará compõe um geossistema muito representativo, onde pedimentos conservados com inselbergs e pedimentos dissecados em colinas rasas representam suas principais geofácies.
1 – CARACTERÍSTICAS GERAISRepresentam quase 70% do território estadual. Dispõem-se na periferia dos grandes planaltos sedimentares ou embutidas entre estes e os maciços residuais. As litologias são remanescentes do Pré –Cambriano cujas rochas compõem complexos gnáissico-migmatítico-granítico. A morfologia das depressões sertanejas se expõe através dos pedimentos que se inclinam desde a base dos maciços residuais, dos planaltos sedimentares e dos inselbergs. Caracteriza-se como uma superfície de erosão já bastante desenvolvida, onde as deficiências hídricas são responsáveis pela dispersão das caatingas e padrões dentríticos de drenagem. Os solos apresentam-se rasos e litólicos com grande freqüência de afloramento de rochas.
VISTA PANORÂMICA DA DEPRESSÃO SERTANEJA
DETALHES DA PAISAGEM
DETALHE DA DEPRESSÃO EM IRAUÇUBAACENTUADO PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO
Os cursos d’água são sazonais e intermitentes tornando deficiente a capacidade
de erosão linear; observa-se ainda a ocorrência dispersa de inselbergs e cristas
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residuais nos setores de maior resistência à erosão diferencial; há ainda áreas de
acumulação inundáveis à jusante das rampas pedimentadas.
DETALHE DA DEPRESSÃO SERTANEJA NO MUNICÍPIO DE ITAPAJÉ ONDE
OBSERVA-SE OS PEDIMENTOS DISSECADOS
2 – ECODINÂMICA E VULNERABILIDADE
Em virtude dos vários condicionantes que atuam na área ao longo do tempo as
depressões sertanejas são áreas com tendência à estabilidade e vulnerabilidade
baixa.
3 - PROBLEMAS AMBIENTAIS CONFIGURADOS
Semelhante ao que ocorre nos tabuleiros litorâneos a depressão sertaneja
também é alvo de toda espécie de agressão. Por questões históricas e na
atualidade por desconhecimento e desrespeito da legislação ambiental, as
queimadas são, por exemplo, uma realidade assustadora. Desmatamentos
desordenados associados a uma tecnologia agrícola rudimentar dão como
resultados solos erodidos. O descompasso entre a exploração dos recursos
naturais e sua recuperação também contribuem para o estágio atual de
degradação.
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4 – CAPACIDADE DE SUPORTE
4.1 – POTENCIALIDADES
As depressões sertanejas estão despontando como áreas muito propícias para o
Ecoturismo em virtude da paisagem “exótica” que são os sertões. O extrativismo
mineral também é praticado principalmente quanto às rochas ornamentais. Pode
ser citada ainda a prática da pecuária de subsistência e comercial. A topografia
mostra-se favorável para a expansão urbana.
4.2 – LIMITAÇÕES
A irregularidade pluviométrica juntamente com as deficiências hídricas tanto
superficiais quanto subterrâneas caracterizam a área. Associados a esses fatores
limitantes têm-se ainda solos muito rasos que contribuem para o impedimento à
mecanização agrícola.
AFLORAMENTO DE ROCHAS DO EMBASAMENTO INSELBERGS COMPÕEM A PAISAGEM
CRISTALINO
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IV. MACIÇOS RESIDUAIS
Os maciços residuais compõem um geossistema que estão inseridos das serras
úmidas nordestinas (região natural). Suas variações se fazem notar nas geofácies:
vertentes e platôs úmidos e vertentes secas. Os pontos de análise aqui retratados
fazem referência às Serras de Uruburetama e Meruoca.
1 – CARACTERÍSTICAS NATURAIS GERAIS
Tais maciços encontram-se como compartimentos isolados no seio das
depressões sertanejas. De maneira geral são constituídos por rochas do
embasamento cristalino, datadas do pré-cambriano que apresentam-se
dissecadas e desenvolvendo solos podzólicos. A drenagem que abrande essas
áreas possuem padrões dendríticos e subdendríticos. Nas encostas com declives
mais acentuados há uma certa instabilidade.
2 - GEOFÁCIES
2.2 – VERTENTES E PLATÔS ÚMIDOS
O relevo mostra-se fortemente dissecado em feições de colinas e cristas, essa
dissecação configurou formas de topos convexos e aguçados. Nas maiores
altitudes sob a influencia de barlaventos têm-se a formação de mata plúvio-
nebular.
SERRA DE MERUOCA: ASPECTOS DA PAISAGEM
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2.3 – VERTENTES SECAS
Também dissecado em cristas e lombas alongadas. A influência de sotaventos
contribui para a formação de matas secas e caatingas. O índice pluviométrico é
bem menor que nas vertentes úmidas.
3 – ECODINÂMICA E VULNERABILIDADE
A composição florística desses ecossistemas associados a seus componentes
geoambientais o caracterizam como áreas que tendem a instabilidade e
vulnerabilidade moderada .
4 – PROBLEMAS AMBIENTAIS CONFIGURADOS
Queimadas, desmatamentos desordenados e cultivo em vertentes íngremes, são
muito comuns nessa área, onde a erosão dos solos é claramente visível. Como
também são visíveis a degradação das nascentes fluviais e o turismo e caça
predatórios. Mais uma vez a deficiência de práticas de educação ambiental é fato
corriqueiro.
5 – CAPACIDADE DE SUPORTE
5.1 – POTENCIALIDADES
Sendo uma paisagem de exceção no cenário do semi-árido o patrimônio
paisagístico e a biodiversidade constituem elementos propícios para o
ecoturismo/turismo e laser. Os recursos hídricos são favoráveis à prática da
agricultura (respeitando as restrições topográficas) e por influência do
intemperismo químico e biológico os solos são um pouco mais espessos e férteis.
5.2 – LIMITAÇÕES
Área muito suscetível à erosão em virtude das topografias acidentadas, e, pelo o
mesmo motivo a expansão urbana não é muito propícia. Atividades incompatíveis
também não são bem vindas. Várias dessas restrições são previstas em leis.
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V. PLANÍCIES FLUVIAIS
As planícies fluviais também fazem parte do sertão semi-árido nordestino. São as
formas mais características de acumulação decorrentes da ação fluvial.
1 – CARACTERÍSTICAS NATURAIS GERAIS
Unidade localizada nos contornos dos rios, originadas do trabalho de
sedimentação dos mesmos. Constituem em geral áreas de diferenciação regional
nos sertões semi-áridos, por abrigarem melhores condições de solos e
disponibilidades hídricas. Acompanham longitudinalmente os maiores coletores de
drenagem do Estado. No caso desta análise, foram observadas áreas dos rios
Acaraú, Coreaú e Aracatiassu. Tais planícies ganham maior expressividade nos
médios e baixos cursos devido a maior capacidade de deposição justificada pela
diminuição no grau de declividade.
A várzea é a área mais típica da planície. Sua paisagem é de fácil reconhecimento
em função de sua cobertura vegetal. São matas ciliares de carnaubais onde
ocorre depósitos aluviais areno-argilosos, constituindo a chamada várzea baixa
onde ocorre as inundações.
Mesmo não tendo grande expressividade espacial, as planícies fluviais com suas
potencialidades naturais representam geossistemas de grande importância.
2 - ECODINÂMICA E VULNERABILIDADE
As planícies fluviais caracterizam-se como ambientes de transição com tendência
e instabilidade, possuindo ainda uma alta vulnerabilidade.
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3 – PROBLEMAS AMBIENTAIS CONFIGURADOS
Como é muito comum nos sertões do nordeste, o desmatamento desordenado e
as queimadas também caracterizam as planícies fluviais. Essas áreas são muito
procuradas para a prática da agricultura. O que vem sendo feito sem nenhum
acompanhamento técnico. É nesse contexto que represamentos e desvios de
água inadequados contribuem para desequilíbrios ecológicos.
4 – CAPACIDADE DE SUPORTE
4.1 – POTENCIALIDADES
Condicionantes como a biodiversidade, recursos hídricos, solos mais férteis e
espessos, as topografias favoráveis e possibilidades para desenvolver agricultura
irrigável fazem das planícies fluviais um verdadeiro oásis.
4.2 – LIMITAÇÕES
As potencialidades faladas anteriormente não devem ser vistas como “boca livre”,
pois é muito fácil ocorrer o desenvolvimento de níveis de degradação
irrecuperáveis. Locais como estes oferecem impedimentos para mecanização
agrícola e mesmo relativamente úmidos a irregularidade pluviométrica é
característica preponderante.
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VI. PLANALTOS SEDIMENTARES
Dentre a região natural chamada de Planaltos e Chapadas Sedimentares do
Nordeste o Planalto da Ibiapaba, aqui no Ceará apresenta-se como um
geossistema dos mais significativos. As observações a seguir referem-se a uma
de suas geofácies denominadas de reverso imediato úmido.
1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS
Classifica-se como um relevo dissimétrico onde é front escarpado e o reverso
possui caimento tipográfico suave configurando a morfologia de cuesta. A cornija
apresenta-se arenítica com espessuras variadas. Perpendiculares à escarpa as
rochas têm feições morfológicas dissecadas com cristas perpendiculares. Os solos
apresentam-se profundos e são comumente podzólicos. As chuvas são
abundantes, se comparadas ao semi-árido, e são responsáveis pela espacialidade
da mata de encosta onde desenvolvem-se espécies arbóreas (mata plúvio-
nebular). Sob o ponto de vista morfoclimático preponderam os efeitos das chuvas
orográficas que produzem reflexos na imposição dos processos morfodinâmicos,
como por exemplo, a morfogênese química.
2 – ECODINÂMICA E VULNERABILIDADE
Relacionando-se os vários componentes geoambientais, o ambiente pode ser
classificado como de transição com tendência e estabilidade, porém com alta
vulnerabilidade.
3 – PROBLEMAS AMBIENTAIS CONFIGURADOS
O processo de ocupação do Planalto da Ibiapaba é antigo, remota à colonização.
As práticas sociais e culturais ainda guardam muito dessa herança. Queimadas,
desmatamentos desordenados e cultivo em vertentes íngremes, são muito
comuns nessa área, onde a erosão dos solos é claramente visível. Já observa-se
nos arredores da cidade de Tianguá, por exemplo, um enorme avanço da
vegetação de carrasco, conseqüência da devastação que o ambiente sofreu e
continua sofrendo. São também são visíveis a degradação das nascentes fluviais
e o turismo e caça predatórios. Mais uma vez a deficiência de práticas de
educação ambiental e o conseqüente desconhecimento e desrespeito da
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legislação ambiental são fatos corriqueiros.
4 – CAPACIDADE DE SUPORTE
4.1 – POTENCIALIDADES
O patrimônio paisagístico e a biodiversidade por si só, já refletem seu potencial.
Esses elementos constituem razões mais que justificáveis para o ecoturismo e o
turismo de laser. Os recursos hídricos superficiais são muito favoráveis à prática
da silviculura e por influência do intemperismo químico e biológico os solos são
um pouco mais espessos e férteis.
4.2 – LIMITAÇÕES
As topografias acidentadas tornam essa área muito suscetível à erosão e a
expansão urbana também não é muito propícia. Atividades incompatíveis também
não são bem vindas assim como mecanização agrícola, até mesmo porque já é
uma realidade processos erosivos ativos e degradação avançada dos recursos
naturais. Várias dessas restrições são previstas em lei, mas, figura novamente o
desrespeito e desconhecimento da legislação ambiental pertinente.
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VISTA PANORÂMICA DA CUESTA DA IBIAPABA
O FIM DO COMEÇO
Citamos no início deste trabalho algumas das várias possibilidades que o
profissional da Geografia está apto a desenvolver. Dentre essas atribuições o
desenvolvimento de relatórios simples, concisos e bem fundamentados para
serem usados em ações de planejamento e gerenciamento é fator de grande
importância.
Foi procurando desenvolver e adquirir essa competência que timidamente
este relatório foi elaborado. Sendo um trabalho que de forma macroscópica
analisou Unidades Geoambientais, algumas observações finais necessitam
lamentavelmente de destaque. É lamentável, por exemplo, diagnosticar que em
todas as unidades observadas a degradação ambiental é uma triste realidade nos
ecossistemas cearenses. Lamenta-se também a falta de práticas de educação
ambiental que fomenta o desconhecimento e o desrespeito da legislação
pertinente. Lamentável ainda é ver ambientes com riqueza na biodiversidade,
verdadeiros oásis e berço de vida, que como se já não bastasse ser paisagens de
exceção, estão caminhando a passos largos para total desaparecimento.
E diante desse quadro fatídico, não apenas os geógrafos são
responsáveis pela procura de respostas e soluções, mas todo e qualquer cidadão.
É claro que para esse grau de consciência ecológica atingir as massas, seu
trabalho é de grande importância, bem como o de todos os demais educadores.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASSETI, VALTER – Elementos de Geomorfologia. Ed. da UFG, 1994, Goiânia.
SOUZA, M.J.N. – Contribuição ao Estudo das Unidades Morfo-estruturais do
Estado do Ceará. In Revista de Geologia da UFC(1), pág. 73-91, jun/1988.
_____________ - (2004) – Apostilas e notas de aula.
TRICART. J. – Ecodinâmica. 1977, IBGE, Rio de Janeiro.
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