anais seminÁrio puc-rs

Upload: wesley-grijo

Post on 18-Jul-2015

548 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

XI SEMINRIO INTERNACIONAL DA COMUNICAOPPGCOM - FAMECOS/PUCRS

Porto Alegre, 2011

XI SEMINRIO INTERNACIONAL DA COMUNICAO PPGCOM - FAMECOS/PUCRS16, 17 e 18 de novembro de 2011 Mdias Locativas e Transmdia: de que meios estamos falando?

ApresentaoAlm de trazer importantes pesquisadores do exterior e aproxim-los de seus colegas brasileiros, o Seminrio Internacional da Comunicao tambm tem como objetivo fazer circular, entre estudantes e professores, informaes sobre os trabalhos apresentados. Este livro de resumos lista as apresentaes do Seminrio e oferece um panorama abrangente do que foi discutido durante o evento. Mesmo nos tempos da Aldeia Global e da digitalizao quase irrestrita dos contedos, uma pequena publicao como esta pode ser muito til. Afinal, saber o que os outros pensam o primeiro passo para pensar melhor e democratizar o conhecimento. Prof. Carlos Gerbase Coordenador do XI Seminrio Internacional de Comunicao

Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul Faculdade de Comunicao Social

Coordenador Carlos Gerbase Comisso Coordenadora Cristiane Freitas Gutfreind Juliana Tonin Juremir Machado da Silva Coordenao Geral dos GTs Eduardo Campos Pellanda Reviso de Contedo do Livro de Resumos Bruna Rocha Silveira Dafne Pedroso Laura DAngelo Vilso Junior Santi Projeto Grfico e Diagramao do Livro de Resumos Eduardo Harry Luersen Mateus Dias Vilela Capa Luiz Alberto Fagundes Neto Raphael Cardoso Espao Experincia Famecos/PUCRS

Programao16 de novembroA partir das 12h no Saguo do Prdio 7 Credenciamento - 1 sesso 14h 17h30min (salas FAMECOS Prdio 7) Grupos de Trabalho A partir das 17h30min no Foyer do Prdio 40 Credenciamento - 2 sesso 19h30min (Teatro PUCRS Prdio 40) - Abertura Oficial Conferencistas Jean-Bruno Renard (Universidade Paul Valry Montpellier III) Palestra: Imaginrio, boatos e tecnologia. George Bertin (CNAM) Palestra: Anthropologie de IImaginaire et structures de la communication, approches croises. Coordenador: Juremir Machado da Silva (PUCRS)

17 de novembro9h (Teatro PUCRS Prdio 40) Conferencistas Federico Casalegno (MIT) Palestra: O lugar experimental.

William Uricchio (MIT) Palestra: Contextualizing the broadcast era. Coordenador: Eduardo Pellanda (PUCRS) 11h (Foyer do Prdio 40) Sesso de Autgrafos: Sociologia do Imaginrio - Jean-Bruno Renard Memria cotidiana: comunidades e comunicao na era das redes Federico Casalegno 14h 17h30min (salas FAMECOS Prdio 7) Grupos de Trabalho 18h30min (Foyer do Prdio 40) Sesso de Autgrafos: Estendendo McLuhan: da Aldeia Teia Global Vincius Andrade Pereira O que pesquisar quer dizer: como fazer textos acadmicos sem medo da ABNT e da Capes Juremir Machado da Silva Prticas acadmicas em relaes pblicas: processos, pesquisas, aplicaes - Cludia Peixoto de Moura e Nelson Costa Fossatti Caio Fernando Abreu e o Cinema: o eterno inquilino da sala escura Fabiano de Souza Cinema de Animao: um dilogo tico no mundo encantado das histrias infantis - Carolina Fossati 19h30min (Teatro PUCRS Prdio 40) Conferencistas Irene Machado (USP) Palestra: Para compreender a cultura do entretenimento em suas dimenses perceptuais e cognitivas. Vincius Andrade Pereira (UFRJ) Palestra: Leis das mdias e a nova cincia - McLuhan explorador das formas. Coordenador: Antonio Hohlfeldt (PUCRS)

18 de novembro9h (Teatro PUCRS Prdio 40) Conferencista Eric McLuhan (The Harris Institute for the Arts) Palestra: The message of Todays Digital Media. Coordenador: Jacques Wainberg (PUCRS) 14h 17h30min (salas FAMECOS Prdio 7) Grupos de Trabalho

Festa de EncerramentoA partir das 19h no Dhomba (Lima e Silva, 1037 - Cidade Baixa - Porto Alegre) 22h Show da Banda dos Professores da Famecos 24h Show da Banda Trouble no More Ingressos na sala 125, Prdio 7, Trreo

SumrioGT Estudos em Jornalismo ............................................................... 7 GT Mdias Sonoras ......................................................................... 27 GT Comunicao e Indstria Audiovisual .................................... 41 GT Publicidade e Propaganda ...................................................... 59 GT Comunicao Organizacional e Relaes Pblicas ................ 79 GT Comunicao e Cultura .......................................................... 99 GT Comunicao e Poltica ......................................................... 127 GT Manifestaes Visuais Contemporneas ............................ 147 GT Tecnologias do Imaginrio e Cibercultura ............................ 167 GT Sociologia da Imagem e Imaginrios ..................................... 201

GTDia 16/11 - 14h

Estudos de Jornalismo

Coordenador Profa. Dra. Beatriz Dornelles Mesa 1 - Formas de Produo da Notcia Prdio 7 Sala 209 Mediadora Beatriz Dornelles (PUCRS)

Os desafios do Jornalismo impresso no sculo XXIGeder Luis Parzianello Doutor [email protected] UNIPAMPA

O jornalismo impresso enfrenta o desafio inadivel de formar vnculos de leitura com seus auditrios de forma ainda mais decisiva neste comeo da segunda dcada do sculo XXI por conta da insero de novas linguagens miditicas em suportes mveis, da sincronia das formas digitais e da comunicao em redes. O potencial de novas geraes de leitores encontra-se no imperativo da gesto das empresas de comunicao e novas realidades scio-comunicacionais vm forando a reviso do papel do jornalismo. Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) desenvolvemos uma pesquisa em 22 jornais gachos e identificamos estratgias retricas promovidas por estes jornais como forma de sobrevida dos meios. A pesquisa, realizada durante dois anos, entre julho de 2009 e julho de 2011, ainda no foi levada ao conhecimento pblico e o XI Seminrio Internacional de Comunicao da PUCRS pode ser o momento para esta socializao.

Mediao jornalstica e crtica de mdia: a viso do Observatrio da Imprensa no jornalismo lquidoAnelise Rublescki Doutoranda [email protected] UFRGS

O jornalismo lquido tem como um dos traos distintivos o protagonismo de leitores e fontes como instncias co-produtoras de contedo de vis7

GT Estudos de Jornalismo

noticioso. O artigo evidencia que o Observatrio da Imprensa pratica um metajornalismo normativo-prescritivo singularmente conservador, excluindo a possibilidade de que a mediao do dia a dia e a construo da atualidade propiciadas pelo jornalismo ocorram tambm em espaos que no so institucionalmente jornalsticos, mas que, em nossa viso, se inserem no circuito da notcia. Metodologicamente, trata-se de um estudo que alia teoria e estudo de caso, discutindo tanto as caractersticas do Observatrio enquanto espao mediador, como o iderio sobre a mediao que emerge de um corpus de 25 artigos recentes publicados no site.

Jornais do Interior em transio: do papel impresso ao mundo virtualBeatriz Corra Pires Dornelles Doutora Jeniffer Severo Graduanda [email protected] PUCRS [email protected] PUCRS

Este trabalho partiu da identificao de jornais que se encontram online em todo o Rio Grande do Sul, com acesso gratuito, chegando a um total de 115. Nos jornais impressos, a pesquisa analisou a data de fundao dos jornais, a cidade de origem, a populao-alvo, a tiragem, a periodicidade e a rea de abrangncia da circulao. No site, verificou-se a verso digitalizada, o local de postagem, os recursos multimdia, os mecanismos de interatividade com os leitores, o design, a origem da notcia e a periodicidade da atualizao dos sites jornalsticos. O estudo faz parte de um projeto que objetiva identificar se houve mudana nos critrios de noticiabilidade da imprensa do interior ao migrarem para o formato online.

Afropress: comunicao alternativa em rede e construo de visibilidade pblica no ativismo pela igualdade racialLeslie Sedrez Chaves Doutoranda Stira Pereira Machado Doutoranda [email protected] UNISINOS [email protected] UNISINOS8

GT Estudos de Jornalismo

O presente artigo faz uma anlise da atuao da Afropress Agncia Multitnica de Informao (www.afropress.com) no ativismo em rede pela igualdade racial. Fundada em 2004, em So Paulo, a primeira agncia de notcias que trata exclusivamente de assuntos relacionados diversidade tnica, principalmente no Brasil. O objetivo do trabalho lanar um olhar a essa experincia luz dos eixos tericos da Comunicao Alternativa, Comunicao em Rede e da busca e construo de visibilidade pblica para a cidadania dos afro-brasileiros. Relacionando esses pontos, procura entender a atuao do ativismo pela igualdade racial nesse momento em que a sociedade, em suas vrias temporalidades, vive a midiatizao, onde os meios ganham centralidade e mltiplos usos.

Jornalismo Ambiental na web: uma anlise dos critrios de noticiabilidadeDaniela de Seixas Grimberg Graduada Beatriz Dornelles Doutora [email protected] PUCRS [email protected] PUCRS

Visto como uma tendncia a partir da conscientizao ambiental global, mas ainda preso ao vis alarmista e extico com que trata os acontecimentos, o jornalismo ambiental constitui-se em uma prtica complexa e multidisciplinar, que atua independentemente das divises editoriais definidas pelas prticas jornalsticas (Bueno, 2007). Com a popularizao da web, essa especialidade foi ampliada, facilitando o acesso informao ambiental independentemente de interesses dos anunciantes e das prprias empresas jornalsticas. A partir da aplicao das tcnicas de anlise de contedo, este trabalho objetiva o estudo comparativo entre dois tipos de veculos virtuais de comunicao: um generalista (Folha.com) e outro especializado (Portal do Meio Ambiente). Assim, busca-se ilustrar a abordagem da temtica ambiental por meio dos critrios de noticiabilidade criados por Galtung e Ruge (1965), das categorias de anlise em jornalismo ambiental e dos recursos jornalsticos da web.

9

GT Estudos de Jornalismo

Dia 17/11 - 14h Mesa 2 - Estudos de Jornalismo em Televiso Prdio 7 Sala 214 Mediador Marco Antonio V. Villalobos (PUCRS)

O factual e a crise no telejornalismoAntnio Luiz Oliveira Heberl Doutor Felipe Bonow Soares Graduando [email protected] UCPel [email protected] UCPel

As novas mdias nos trazem desafios no que tange produo de informao, que se desprende dos suportes convencionais e passa a correr livre nas plataformas da internet. No jornalismo, papel, microfone, estdio, ilhas de edio, so conceitos em mutao, mas tambm esto em ebulio e em crise os sistemas de produo, pois a sociedade est produzindo ou reproduzindo dinamicamente muita informao. O grande problema hoje a seleo dos materiais, que precisam ser analisados a partir de vrios critrios de notcia. Como as abordagens jornalsticas passaram a incluir os recursos das rede, o prprio conceito de jornalismo entra em crise, uma vez que os informes se desprendem da viso especialista.

Os jornais que no saem do ar: uma anlise dos telejornais na internetCnthia Soares Barbosa Mestranda [email protected] PUCRS

A tecnologia digital influencia as rotinas de produo seja na televiso, no cinema, no rdio, na msica, nas formas de participao social, enfim, na comunicao. Diferentes possibilidades produzem outras demandas. Em tempos em que se discute a implantao da televiso digital, transpor a frmula de um meio para outro no considerar as especificidades de cada um. Tecnologia digital no sinnimo de internet. Dessa maneira esse trabalho prope analisar como os telejornais interagem com os seus respectivos sites e tentar entender como a convergncia pode ser til na participao do pblico. Para10

GT Estudos de Jornalismo

ajudar a compreender esse fenmeno autores como Newton Cannito, Henry Jenkins, Valrio Cruz Brittos e Artur Matuck.

O limiar entre espetculo e informao no telejornalismo: um estudo dos telejornais de Belm-ParFlorentina das Neves Souza Doutora Anderson Jos da Costa Coelho Mestrando [email protected] UEL [email protected] UEL

O presente artigo uma proposta de reflexo sobre o uso de elementos que extrapolam a informao em detrimento da espetacularizao no telejornalismo de Belm, no Par. O ensaio se ancora no trabalho de Guy Debord sobre a Sociedade do Espetculo. Como recorte da anlise foram utilizadas duas edies do telejornal policial Barra Pesada de TV RBA e o telejornal Balano Geral de TV Record Belm. Ambas apresentam, na informao e na esttica de produo, elementos de entretenimento para para atrair o pblico telespectador, com tom apelativo.

A construo do acontecimento jornalstico a partir dos processos interativos da CiberculturaAlciane Nolibos Baccin Mestranda [email protected] UNISINOS

O processo de comunicao transforma-se a partir do avano do uso da internet e da interatividade dos dispositivos miditicos. Os acontecimentos eram vistos e narrados ao pblico apenas pelo olhar das mdias tradicionais, atualmente so disseminados e discutidos, principalmente, atravs das mdias digitais, que se caracterizam pela colaborao de informaes. As mdias/redes sociais tm papel importante no desenvolvimento destas interaes, tornando possvel a multiplicao instantnea de um acontecimento. A cobertura jornalstica alimenta-se cada vez mais dessas intervenes. nessa ambincia miditica que se situa a Cibercultura. O presente artigo parte da hiptese de que, com o avano da utilizao das mdias sociais pelos jornalistas, reconfigura-se o modo de construo dos acontecimentos jornalsticos.11

GT Estudos de Jornalismo

Da circulao recirculao: consideraes sobre jornalismo, redes sociais e economia da atenoGabriela da Silva Zago Doutoranda [email protected] UFRGS

O trabalho discute a circulao jornalstica no Twitter em um cenrio de abundncia de informaes. Inmeras mensagens, provenientes de diversos atores, disputam a ateno dos interagentes. Como consequncia, pode-se ter uma leitura superficial, em que notcias que apelam para emoo ou humor se destacam. Para explorar essas questes, utilizou-se como tcnicas de pesquisa observao, anlise de contedo e questionrio. A partir das respostas e da observao da repercusso de tweets postados por veculos na ferramenta, percebese que nem tudo o que circula de fato consumido, podendo-se ir da circulao recirculao sem antes passar pelo consumo. Alm disso, em decorrncia de apropriaes, muitas vezes apenas a informao que circula no Twitter insuficiente para compreender o contexto em que os acontecimentos jornalsticos se inserem.

CQC: o jornalismo gonzo televisivoEduardo Ritter Mestre [email protected] UFPel

O jornalista e escritor norte-americano Hunter S. Thompson (19372005) criou na dcada de 1960 o que ficaria conhecido como jornalismo gonzo, fazendo grandes reportagens para revistas como Rolling Stone, Playboy, Newsweek e National Observer. Entretanto, o qu o jornalismo gonzo? possvel identificar diversas caractersticas desse tipo de jornalismo ao longo da obra de Thompson: o jornalista produz a matria enquanto a notcia acontece, a participao do autor no evento que est cobrindo e o uso linguagem irnica, com humor e com o uso circunstancial de palavres. Nesse sentido, o presente estudo aponta a permanncia do jornalismo gonzo em outras plataformas, que no a impressa, como a televiso. Identificase a prtica desse tipo de jornalismo no programa Custe o Que Custar (CQC) da Rede Bandeirantes de Televiso. Cria-se, dessa forma, novos questionamentos sobre a prtica jornalstica contempornea.12

GT Estudos de Jornalismo

Dia 17/11 - 14h Mesa 3 - Processos de Produo no Jornalismo Prdio 7 Sala 209 Mediadora Beatriz Dornelles (PUCRS)

O rock brasileiro dos anos 70 e a crtica nas pginas da revista Msica: desconfiana e ceticismoCassiano Scherner Doutor [email protected] FACCAT

Quando chegou s bancas de jornal em junho de 1976, a revista Msica no era apenas mais uma publicao voltada para o jornalismo musical. Era sim, diferente de outras publicaes que ocupavam o mesmo nicho editorial como a revista POP e do jornal Rolling Stone. Enquanto estes tinham o rock e a cultura jovem como prioridade em termos de enfoque editorial, Msica apresentava dois diferenciais inditos at ento para uma revista de msica brasileira. O primeiro, o de ampliar seu enfoque musical, no ficando restrita a abordagem da cultura do rock e da cultura jovem. O segundo era o de realizar uma crtica musical voltada para os detalhes que agradassem a um pblico que se interessasse por temas como performance e quesitos tcnicos (modelos de instrumentos musicais e de aparelhos de palco). A publicao abriu uma nova frente para a ento convencional crtica que era publicada nas revistas musicais daquela poca. E, especificamente, ao que diz respeito ao rock brasileiro setentista, demonstrava em suas crticas, um ar de desconfiana e de ceticismo.

As relaes de poder no jornalismo infantilThas Helena Furtado Doutoranda [email protected] UFRGS

Na rea da Comunicao e, especialmente no jornalismo, as pesquisas sobre crianas so escassas, apesar da importncia que esse grupo social tem adquirido na contemporaneidade. Este artigo prope uma reviso terica sobre a relao entre infncia e mdia e mais especialmente entre infncia e jornalismo. A partir de um levantamento histrico sobre o conceito de infncia, chega-se s noes de dois autores. O13

GT Estudos de Jornalismo

primeiro Michel Foucault , que v a produo do sujeito infantil como resultado de uma relao de poder na qual o adulto est sempre tentando capturar as crianas com vistas a seu gerenciamento. O segundo Gilles Deleuze, que prope o conceito do devir-criana, ou o processo criativo pelo qual as minorias se metamorfoseiam para escapar do controle social. Tendo como base esses olhares, so propostas algumas questes sobre o jornalismo infantil.

Processo de produo no jornalismoLuis Fernando Assuno Doutorando [email protected] UNISINOS

Anotaes ou registros so materiais preciosos para investigar o processo produtivo no jornalismo. Um dos caminhos possveis de estudo do processo jornalstico, entre outros tantos j pesquisados, esto os manuscritos e anotaes, atravs da Crtica Gentica. Esse mtodo possibilita estudos de manuscritos de qualquer forma de expresso, seja artsticas, literrias e, agora, jornalsticas. Atravs de suas anotaes, os jornalistas deixam rastros capazes de identificar caminhos tomados na definio da pauta, da reportagem ou mesmo as modificaes que ocorreram ao longo do processo de concepo do texto. A memria da reportagem cujos ndices so materializados nos documentos do processo no pode ser vista de modo desvinculado da memria que faz o jornalista ser aquilo que ele lembra. Ao falarmos de percepo e memria, de um modo geral, e de filtros, selees e recorrncias, de modo mais especfico, desenhamos parte do diagrama do espao da subjetividade na construo da reportagem.

Impactos da CiberculturaVnia dos Santos Mesquita Doutoranda [email protected] PUC-SP

O objetivo desse trabalho discutir os impactos socioculturais que contriburam para alterar e influenciar as formas e maneiras de se produzir jornalismo na atualidade e que repercutiram no ensino dessa profisso nas ltimas dcadas. A pesquisa parte da reflexo sobre conceitos como visibilidade meditica, cibercultura e dromocracia cibercultural. O interesse aprofundar sobre os impactos socioculturais como acelerao tecnosimblica da cultura dromocrtica se deve14

GT Estudos de Jornalismo

a outro estudo mais abrangente que pretende verificar sobre as caractersticas provenientes do jornalismo impresso aproveitadas ou adaptadas para o jornalismo on-line e vice-versa. No se pretende apenas conhecer as alteraes ou tcnicas de se produzir jornalismo, em um ou outro suporte, mas entender historicamente a evoluo do processo de produo jornalstica nesses meios e as mudanas necessrias que ocorreram do ponto de vista conceitual e sociocultural.

Contando histrias sobre o mundo: uma reflexo sobre o jornalismo internacional a partir das narrativas de Clvis Rossi e Larry RohterIvan Elizeu Bomfim Pereira Doutorando Karine Moura Vieira Doutoranda [email protected] UFRGS [email protected] UNISINOS

O trabalho reflete sobre o jornalismo internacional a partir das obras Enviado Especial: 25 anos ao redor do mundo, de Clvis Rossi e Deu no New York Times, de Larry Rohter. Busca-se compreender como esses profissionais constroem um conhecimento sobre os pases onde estiveram baseados, em reportagens e reflexes autobiogrficas. Observa-se a contextualizao das narrativas, expondo o papel destes jornalistas como mediadores de esferas distintas de realidade (Berger, Luckmann, 1973), constituindo, assim, uma instncia pedaggica (Traquina, 2000) fundamentada na mediao cultural, que incide na instituio e manuteno de representaes acerca do outro.

No jornal e no livro de reprter: interesse jornalstico e importncia histrica na crise Colmbia-EquadorAngela Zamin Doutoranda [email protected] UNISINOS

O texto traz um exerccio de anlise de um acontecimento de longa durao (Fontcuberta, 1993) ao observar a capacidade de suscitar comentrios e a de provocar novos fatos (Gomis, 1991). Borrat (1989) nomeia estas caractersticas de interesse jornalstico e importncia histrica, respectivamente. Examina a crise Colmbia-Equador, desencadeada em maro de 2008, pela perspectiva do jornalismo15

GT Estudos de Jornalismo

equatoriano. A anlise toma como corpus textos informativos do jornal de referncia El Comercio e o livro El juego del camalen, do jornalista Arturo Torres. Ao orientar-se por uma anlise entre o que circulou no jornal e o que foi deslocado para o Livro de reprter (Marocco, 2011), discute processos jornalsticos ligados a um certo tipo de acontecimento, que repercute em um tempo alargado pelas consequncias que gera.

16

GT Estudos de Jornalismo

Dia 17/11 - 14h Mesa 4 - Jornalismo e Histria Prdio 7 Sala 214 Mediador Jacques Alkalai Wainberg (PUCRS)

O estado morreu, viva o estado!Leani Budde Doutoranda Alexandre Fernandez Vaz Doutor [email protected] UFSC [email protected] UFSC

Aps definhar por vrios anos, chamado o mais antigo de Santa Catarina, o jornal O Estado foi falncia. Seu fim no pode ser atribudo unicamente fora das novas tecnologias, mas crescente monopolizao do mercado da comunicao e tambm ao modo de se conduzir um empreendimento jornalstico (Wisinger, 1997). O perodo de profissionalizao jornalstica resumiu-se a trs das nove dcadas de existencia do jornal, mas permanece como referncia identitria para vrios profissionais que nele atuaram e que se renem num frum em rede social da internet denominado Reencontro O Estado. O compartilhar de experincias remete ao conceito de Lugar de memria (Nora, 1993). Abordaremos aqui como o jornal elaborou um discurso sobre si mesmo nos cadernos especiais de aniversrio, vistos aqui a partir das noes de monumen/documento (Le Goff, 1992), e como alguns personagens envolvidos no processo o viveram.

A fico do Novo Jornalismo nos livros-reportagem de Caco Barcellos e Fernando MoraisJuan Domingues Doutorando [email protected] PUCRS

Entre o fim dos anos 50 e incio dos 60 do sculo XX, a narrativa jornalstica literria ganhou impulso a partir do Novo Jornalismo, que alterou a construo textual da informao publicada por veculos impressos, especialmente jornais e revistas. Gay Talese, Tom Wolfe e Truman Capote so alguns cones deste estilo. Este trabalho, que integra tese de doutorado em andamento, pretende refletir sobre os limites da17

GT Estudos de Jornalismo

apropriao pelo jornalismo de recursos da literatura e problematizar a ficcionalizao nos livros-reportagem de Caco Barcellos e Fernando Morais. A partir disso, busco identificar esse gnero, que, influenciado pela fico do Novo Jornalismo, trabalha com ferramentas tpicas da histria, como a exaustiva investigao de documentos sobre fatos reais, que estrutura sua narrativa com recursos da literatura, como a fico, e que, ao mesmo tempo, se apresenta como produo textual erguida sobre os alicerces do jornalismo, que se anuncia como reflexo da realidade, da verdade.

Jornalismo e memriaJerusa de Oliveira Michel Mestranda Margareth de Oliveira Michel Mestre [email protected] UFPel [email protected] UCPel

Em um cenrio onde os veculos de comunicao passam a operar na produo de memrias sociais este artigo objetiva apresentar uma discusso sobre a relao entre jornalismo e memria. A atividade jornalstica tem como tarefa o registro do cotidiano que, muitas vezes, acaba por tornar-se a documentao dos fatos ocorridos em uma comunidade, e ainda que no seja seu objetivo, acaba por escrever a histria do lugar. As notcias e os exemplares dos jornais, arquivados, constituem-se no vis condutor da memria local. Para entendermos melhor esta associao dividiremos este artigo em trs partes. A primeira abordar a concepo de memria de acordo com diferentes autores, a segunda parte abordar o fazer jornalstico e a terceira parte tecer uma relao entre ambos, usando como estudo de caso o jornal comunitrio O Pescador elaborado pelos alunos da Escola de Comunicao Social da UCPEL e comunidade de pescadores Z3.

18

GT Estudos de Jornalismo

Dia 18/11 - 14h Mesa 5 - Estudos da Prtica Jornalstica em Jornais Prdio 7 Sala 209 Mediadora Beatriz Dornelles (PUCRS)

Pgina 10: conspirao ou submisso?Gergia Pelissaro dos Santos Mestranda [email protected] PUCRS

A influncia efetiva dos definidores primrios na cobertura poltica da Pgina 10, do jornal Zero Hora e do jornalismo poltico em geral sempre uma dvida. Sob a tica de Hall (1973), as distores encontradas na produo jornalstica no so fruto de uma conspirao, mas da subordinao dos jornalistas s fontes institucionalizadas. Como militantes de dcadas desconfiam do posicionamento de neutralidade adotado pelo dirio, se faz necessria uma abordagem cientfica que encontre ou vestgios de partidarismo no texto ou de simples difuso da ideologia dominante, da ideologia do momento. O texto tem o intuito de entender e quem sabe desvendar o mistrio da posio poltica adotada por Zero Hora e, em especfico, pela jornalista titular da principal coluna do jornal, Rosane de Oliveira.

David e Golias na era da informao globalizada: o jornalismo local em contraposio aos cadernos de bairro editados pela grande imprensaFernando Biffignandi Mestrando Beatriz Dornelles Doutora [email protected] PUCRS [email protected] PUCRS

Este artigo aborda a relao existente entre a prtica do jornalismo voltada ao local, em contraposio ao modelo atual, globalizado, exercido pela grande mdia. Buscamos, atravs da reviso de conceitos e experincias, subsidiar esta saudvel discusso, respeitando as origens histricas e seus referenciais tericos. Compreender as razes pelas quais os grandes jornais vm ocupando os espaos do jornalismo comunitrio, atravs de seus cadernos de bairro. Sabemos que esta19

GT Estudos de Jornalismo

dualidade real, afinal, com o fenmeno mundial da informao, a cultura local vem sendo absorvida naturalmente neste processo. Porm as comunidades que habitam o planeta no so globalizadas, so quotidianas.

Caractersticas e limitaes no jornalismo regional: estudo do jornal Bom DiaRoberto Reis de Oliveira Doutor [email protected] UNIMAR

As caractersticas, prticas e contedos do jornalismo cuja tnica o regional constituem relevantes objetos de investigao. Nesta esteira, este estudo parte dos conceitos de regio, territrio e mdia regional e focaliza a rede paulista de jornais Bom Dia, que atua em dez cidades do estado de So Paulo. Com procedimentos metodolgicos utilizamse a pesquisa bibliogrfica e documental alm de observao e estudo dos contedos das edies impressas disponibilizadas no portal da rede, configurando uma investigao qualitativa do tipo estudo de caso incorporado. Observa-se, principalmente, que a operao em rede fator que viabiliza as questes comerciais da empresa em detrimento do jornalismo, curvado superficialidade, ao espao publicitrio e ao contedo compartilhado.

Dez anos de luta: a representao da reforma psiquitrica aps a lei antimanicomial no discurso do jornal Folha de S. PauloDenise Cristina Ayres Gomes Mestre [email protected] UFMA

O objetivo do artigo analisar os efeitos de sentido associados reforma psiquitrica no discurso do jornal Folha de S. Paulo desde a aprovao da lei antimanicomial em 2001 at o ano de 2011. A partir da teoria da complexidade, o estudo utiliza a anlise de discurso de linha francesa para delinear as formaes discursivas que associam o movimento s dimenses: epistemolgica, tcnico-assistencial, jurdico-poltica e cultural. O corpus composto por 18 matrias referentes Semana Nacional da Luta Antimanicomial. A narrativa jornalstica integra a esfera cultural ou simblica que incorpora o paradigma emergente da complexidade na representao da loucura.20

GT Estudos de Jornalismo

Segurana para quem? O discurso miditico sobre as Unidades de Polcia PacificadoraPedro Barreto Pereira Mestrando [email protected] UFRJ

Este trabalho analisa o discurso do jornal O Globo sobre as Unidades de Polcia Pacificadora (UPPs) na cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa tem por objetivo compreender o processo de produo e seleo de notcias sobre o crime no Rio de Janeiro e a maneira como elas contribuem para a formulao e consolidao de polticas de Segurana Pblica. Para tanto, o trabalho analisa as relaes entre mdia, governo e pblico neste processo. O recorte terico considera o contexto contemporneo de fins do sculo XX e incio do sculo XXI, de forma a compreender de que maneira o modo de produo capitalista e a poltica econmica neoliberal influenciam os comportamentos individuais e coletivos, assim como a formulao de polticas pblicas na rea de Segurana Pblica.

O jornalismo para Paz na cobertura jornalstica sobre refugiados em Zero HoraAnelise Zanoni Cardoso Doutoranda [email protected] UFRGS

Com a constante mudana no cenrio jornalstico devido insero de novas mdias, o fazer jornalstico lanado a reflexes. Para dar visibilidade aos fatos, a cobertura feita por jornais encontra desafios para destacar-se frente instantaneidade da internet. Atributos da espetacularizao ou o aprofundamento em histrias de vida so alguns artifcios utilizados para atrair o pblico. No encontro de alternativas, o Jornalismo para Paz surge como uma proposta inversa espetacularizao, na qual o profissional busca causas e solues para conflitos e utiliza o discurso no-violento e criativo para melhorar representaes da mdia, da construo da realidade e da conscincia crtica. Este trabalho analisa as caractersticas do Jornalismo para Paz e suas possibilidades na cobertura jornalstica sobre refugiados feita por Zero Hora. Ao longo do estudo, perceberam-se evolues na abordagem do assunto e nas caractersticas dos textos produzidos pelo veculo em anlise.21

GT Estudos de Jornalismo

Dia 18/11 - 14h Mesa 6 - Processos de Produo do Jornalismo Prdio 7 Sala 214 Mediadora Ivone Cassol (PUCRS)

Da Status a Mens Health: uma trajetria das revistas masculinas no BrasilGustavo Boaventura Mestrando [email protected] UERJ

A imprensa brasileira do sculo XIX foi marcada por publicaes gerais e peridicos femininos. As revistas ilustradas tomaram flego, combinando notcias, reflexo e entretenimento. Neste contexto, o homem ficou margem dos interesses editoriais, pois a eles cabia a posio de leitores de notcias do Estado e dos negcios. As primeiras revistas masculinas seriam publicadas na segunda metade do sculo XX, com contedo classificado como pornogrfico pela censura. J no final do sculo XX, surgem revistas voltadas ao bem-estar e aos cuidados do homem com sua sade e sua vida. Ao evidenciar a vaidade, as novas revistas masculinas traduzem discursos do que ser homem na sociedade contempornea. Dessa maneira, o artigo remonta a trajetria das revistas masculinas no Brasil e o caminho percorrido por elas na formao de seu pblico leitor.

A cena performtica nas capas de jornallida Lima Ferreira Mestre Antnio Luiz Oliveira Heberl Doutor [email protected] UNIJU [email protected] UCPel

A mdia ocupa, no mundo contemporneo, o espao por excelncia em que as informaes adquirem forma, tomam curso. H de se considerar, entretanto, que, mesmo com poder delegado e legitimado por outros campos, a mdia mostra os fatos a partir de seu prprio vis, encena uma forma de dizer, que podemos considerar discursiva e performtica. Assim, o trabalho proposto tem como objetivo central

22

GT Estudos de Jornalismo

discorrer sobre a produo jornalstica, considerando diferentes dimenses que interferem na sua elaborao, com nfase nos discursos que circulam nas capas dos jornais impressos, eis que esse espao permite vislumbrar, mesmo que em parte, aspectos peculiares performance discursiva encenada pela mdia. A investigao est sustentada nos pressupostos da teoria dialgica do discurso (Bakhtin, 1952-1953/2003) em interlocuo com estudos sobre a mdia (Charaudeau, 2006; Traquina, 2005).

Rodando a baiana com McLuhanEliane Meire Soares Raslan Doutoranda [email protected] PUCRS

O estudo utiliza do final da trajetria artstica de Carmen Miranda, analisando duas reportagens de diferentes revistas no ano de sua morte. As revistas O Cruzeiro e Manchete trataram da morte de Carmen buscando um retrospecto de sua carreira. Ao mesmo tempo iremos buscar discutir ambas as reportagens sobre o prisma das teorias de McLuhan. O estudioso criticou os efeitos psicolgicos das mdias tratando a rapidez das transformaes tecnolgicas enfrentadas. A relao com McLuhan pensar nessas revistas tradicionais como expresses, discorrendo em Carmen como objeto para o meio da mensagem e teve forte impacto sensorial sobre a populao. O estudo apresenta os meios que transmitiram a imagem de Carmen, baseado nas informaes e influencias das reportagens de 1955 dessas duas revistas, trabalhando as ideias de McLuhan sobre a meio como mensagem.

Jornalismo online: a construo da notcia a partir do Twitter no caso da falsa morte de Amir KahderRafael Kondlatsch Mestrando [email protected] UNESP

Diante do novo cenrio que est sendo criado no jornalismo online e instantneo, percebe-se que as mdias sociais, com destaque para o Twitter, esto se tornando ferramentas de pauta primordiais para os profissionais que atuam em portais e sites de notcias. Esse artigo

23

GT Estudos de Jornalismo

parte da dissertao do autor que busca avaliar essa nova prtica do jornalismo na qual a apurao muitas vezes cede espao para a pressa, uma herana dos tempos em que o furo era um trofu a ser comemorado dentro da redao. O trabalho tem como base a anlise de caso da falsa morte do promoter Amir Kahder, noticiada em grandes veculos e desmentida horas depois. A origem da notcia foi a nota publicada no Twitter do amigo de Kahder, o tambm famoso David Brazil, que sequer foi investigada antes de ser lanada na rede.

A construo de sentidos sobre o consumo no discurso da revista Vida SimplesGisele Dotto Reginato Mestre [email protected] UFSM

O objetivo deste artigo problematizar a articulao entre simplicidade e consumo no discurso da revista Vida Simples (Editora Abril). Entendemos que a proposio da revista de divulgar um estilo de vida alternativo tambm passa pela temtica do consumo e mais, articula as dimenses do individual e do coletivo num projeto que tem por base a reflexividade. Utilizando o aporte da Anlise de Discurso de linha francesa, os recortes discursivos indicam que os discursos da Vida Simples esto tensionados entre a incitao a um consumo individual, a um consumo ambiental e a um consumo politizado. A partir do estudo dos aspectos socioculturais que atravessam o discurso jornalstico, entendemos haver uma formao ideolgica hegemnica na revista, que se ancora numa ideologia dominante na nossa poca: a de que o indivduo a medida de tudo.

O discurso jornalstico em ordemCarolina Pompeo Grando Mestranda [email protected] UFSC

Este artigo se prope a realizar uma breve reflexo a respeito desses procedimentos discursivos formulados por Foucault da perspectiva do discurso jornalstico a ideia empreender um esforo para pensar como tais procedimentos determinam ou influenciam a produo e o funcionamento do discurso jornalstico e quais so os efeitos posteriores desse discurso sobre os indivduos que o consomem.24

GT Estudos de Jornalismo

Revista Realidade e a grande reportagem abordagem hermenuticaBruna Teixeira da Silveira Mestranda [email protected] PUCRS

Desenvolvido para a cadeira de Comunicao e Teoria das Ideologias, esse ensaio objetiva compreender, a partir da tcnica semiolgica, de que maneira a grande reportagem, aqui representada pela Qual o seu mundo, Chico Xavier?, veiculada nas pginas da Revista Realidade, de 1971, contribua para formao de conceitos sociais. Na narrativa, foram analisadas as categorias Esteretipo, Cultura, Mito, Poder e Socioletos, de Roland Barthes, levando em conta, tambm, a poca de circulao desse veculo. Para tanto, foi adotada a Abordagem Hermenutica, com base no mtodo de John B. Thompson, que oportuniza a reviso scio-histrica do perodo em que foi fundada e esteve em circulao a Revista Realidade.

25

GTDia 16/11 - 14h

Mdias Sonoras

Coordenador Luciano Klckner Mesa 1 - Histria, Poltica e Fico no Rdio Prdio 7 Sala 308 Mediador Luciano Klckner (PUCRS)

Rdio e fico na obra de Erico Verissimo: uma anlise de Incidente em Antares.Doris Fagundes Haussen Doutora [email protected] PUCRS

Ao longo do sculo XX o rdio e a literatura foram responsveis pelo registro e a divulgao do desenvolvimento das sociedades. Imaginrios e identidades constitutivos destes dois meios circulavam e eram capturados e expostos tanto em criaes literrias quanto em programaes radiofnicas. Neste sentido, analisa-se no presente texto, a presena do veculo no romance Incidente em Antares, do escritor rico Verssimo, com o objetivo de verificar a importncia do papel do rdio na fico produzida pelo escritor. Busca-se, tambm, identificar as expectativas tecnolgicas da sociedade em relao ao rdio, identificadas pelo autor em sua obra ficcional que abrange um perodo de mais de 50 anos do sculo passado. O referencial terico apoia-se em autores como Morin, DaMatta, Cebrin Herreros, Meditsch, entre outros.

Papo ou Histria?! Um programa de rdio no AcreFrancisco de M. Pinheiro [email protected] Doutorando PUCSP Um programa de cerca de dois minutos, levado ao ar pela Rdio Aldeia FM, de Rio Branco, no Acre, tem causado mais interesse pela histria do Estado do que as exposies tradicionais levadas a efeito27

GT Mdias Sonoras

nas salas de aula. Sob o ttulo Papo ou Histria?!, os amigos Aaro Prado (locutor) e Marcos Vincius Neves (historiador) encenam uma conversa descontrada sobre personagens e passagens importantes da vida acreana. Ao final de cada conversa, o locutor pergunta para o historiador: - Como que voc sabe disso, voc estava l? Ao que o historiador responde: - No, eu no estava l, mas eu me lembro! Tecer consideraes sobre essa utilizao do rdio para a dessacralizao e disseminao de episdios praticamente esquecidos da historiografia (fatos e heris) acreana o principal objetivo desse artigo.

Rdio Cultura AM de Joinville e suas relaes polticas e econmicas na dcada de 1960Izani Pibernat Mustafa Doutoranda [email protected] Faculdade Anhanguera

O artigo aborda parte da histria da terceira emissora em Joinville, a Rdio Cultura AM, idealizada por um poltico do Partido Social Democrtico (PSD), em 1 de julho de 1959. Jota Gonalves destacouse na Rdio Difusora AM fundada em 1 de fevereiro de 1941 e, a partir de 1954, foi eleito vereador pela Aliana Social Trabalhista. Mais tarde foi deputado estadual e concorreu a prefeito, em 1956. Nesse ano, ele comeou a estruturar a Rdio Cultura, com a ajuda do primeiro patro, Wolfgang Brosig, e do PSD. A emissora, a exemplo das demais, estava sob forte influncia poltica existente no estado e que se dividia entre as famlias Konder-Bornhausen e Ramos. Jota no se elegeu prefeito, no tinha dinheiro para manter a emissora e a vendeu para a famlia Schmidt, dona da Fundio Tupy. Nas mos dessa empresa, a emissora foi reestruturada, recebeu melhorias na infraestrutura, investimentos em equipamentos de ltima tecnologia e teve uma equipe de jornalismo at 1984.

Roberto Landell de Moura: o pioneiro brasileiro das comunicaesLuiz Artur Ferraretto Doutor [email protected] UFRGS

Reflexo historiogrfica sobre o papel de Roberto Landell de Moura no desenvolvimento das tecnologias relacionadas radiodifuso e s28

GT Mdias Sonoras

telecomunicaes. Neste sentido, procura-se posicionar a contribuio do cientista brasileiro, cotejando-a com a de outros pioneiros como o italiano Guglielmo Marconi, os alemes Adolf Karl Richard Slaby e Karl Ferdinand Braun, os estadunidenses Edwin Howard Armstrong e Lee De Forest, o ingls Oliver Joseph Lodge e o canadense Reginald Aubrey Fessenden. Para tanto, parte-se dos dados coletados por bigrafos de Landell de Moura como Fornari (1960), Almeida (1983, 1984 e 2006) e Rodrigues (2004), questionando-se as diferenas entre os significados atribudos palavra rdio na poca das pesquisas de Landell e a partir dos anos 1920, neste ltimo caso j sob a vigncia do meio de comunicao ponto-massa que leva tal denominao.

29

GT Mdias Sonoras

Dia 16/11 - 15h30min Mesa 2 - Propostas Metodolgicas e Anlise Prdio 7 Sala 308 Mediador Luciano Klckner (PUCRS)

Recepo radiofnica: a importncia da pesquisa exploratriaGraziela Bianchi Doutora [email protected] IELUSC

O artigo tem por objetivo refletir sobre questes que esto relacionadas ao processo de pesquisa exploratria desenvolvido durante o trabalho que originou a tese Midiatizao radiofnica nas memrias da recepo: marcas dos processos de escuta e dos sentidos configurados nas trajetrias de relaes dos ouvintes com o rdio. O movimento realizado nesta construo proporcionou o contato mais direto com a realidade concreta do objeto emprico. Tendo esta base, foi possvel perceber direcionamentos e redirecionamentos necessrios investigao. A pesquisa exploratria foi realizada com o intuito de propiciar contato inicial e efetivo, especialmente com os sujeitos que participariam da investigao, obtendo pistas sobre seus modos de vida e configuraes como radiouvintes. Nessa demarcao, o interesse em pesquisar idosos em diferentes cenrios de Porto Alegre, mbito escolhido para a investigao (ruas, comrcios, grupos organizados e tambm instituies especializadas, como asilos).

A interatividade no rdio: uma proposta metodolgica para o estudo do discurso radiofnicoSuely Maciel Doutora Sandra Regina Picolo Doutora [email protected] UNESP [email protected] FAPAN

O trabalho apresenta uma proposta metodolgica para o estudo do discurso radiofnico, a partir da interatividade entre os sujeitos da comunicao (no caso, apresentadores e ouvintes de programas). Toma-se como parmetro a Anlise Dialgica do Discurso (ADD), em30

GT Mdias Sonoras

especial o fundamento dialgico da comunicao discursiva, realizada na interao entre sujeitos mutuamente ativos e responsivos. Alm disso, compreende-se o rdio como mdia constituda na articulao dos cdigos verbal, sonoro e musical, o que exige uma abordagem integral e concomitante de todos esses elementos na anlise da mensagem. O mtodo permite a identificao das estratgias enunciativas empregadas na interlocuo interativa e os sentidos decorrentes dessa forma particular (bastante valorizada na atualidade) de dilogo miditico

Opinio e informao no radiojornalismo esportivoBruna Atti Provenzano Mestranda Marcos Emlio Santurio Doutor [email protected] FEEVALE [email protected] FEEVALE

O trabalho realizar uma anlise de contedo do radiojornalismo esportivo apresentado em programas que antecedem as transmisses de jogos de futebol. Para realizar tal estudo, so observados os discursos de reprteres das rdios ABC 900 AM (Novo Hamburgo), Guaba e Gacha (Porto Alegre) durante a programao denominada pr-jornada. So localizadas, nestes discursos radiofnicos, categorias pr-estabelecidas, que do forma presente anlise de contedo radiojornalstico. Entre as hipteses desta pesquisa destacamse a divergncia entre a importncia informativa dos contedos apresentados em relao ao tempo de programao disponvel. Nasce da uma delicada relao entre opinio e informao que surgem no discurso do reprter. Tal anlise tem tambm como referenciais tericos estudos sobre gneros no radiojornalismo, jornalismo esportivo e anlise de discurso.

31

GT Mdias Sonoras

Dia 16/11 - 16h45min Mesa 3 - Radiojornalismo e o Contexto Hipermiditico Prdio 7 Sala 308 Mediador Luciano Klckner (PUCRS)

Radiojornalismo em emissoras de fronteiraVera Lucia Spacil Raddatz [email protected] Doutora UNIJU Economia, poltica e segurana so os trs temas mais evidentes nos programas de radiojornalismo das emissoras situadas na fronteira com a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e a Bolvia, compreendendo as regies Sul e Centro Oeste do Brasil. A produo dessas emissoras insere-se num espao bi-nacional, em que o local e o internacional se revestem da mesma importncia, permeada pelo critrio de uma vigilncia permanente por parte dos produtores, quanto ao modo de documentar os fatos dessa realidade. A zona de localizao das emissoras, por ser fronteira internacional, posiciona o local como um lugar de integrao e um espao de tenso ao mesmo tempo, qualidades estas que se reproduzem no radiojornalismo, por meio das falas dos locutores e reprteres e das pautas trabalhadas. O radiojornalismo de fronteira reflete o cotidiano caracterstico dos povos e das naes ali representadas.

As transformaes do radiojornalismo pblico na era digitalValci Regina M. Zuculoto [email protected] Doutora UFSC O artigo faz parte de pesquisa mais ampla sobre o Radiojornalismo pblico brasileiro: experincias contemporneas de redes, sistemas e produes conjuntas. Destaca, entre reflexes desse estudo maior ainda em andamento, o impacto que transformaes do jornalismo radiofnico na era digital vm produzindo nas emissoras pblicas, abordando e analisando suas conseqncias e adequaes. A pesquisa est recortada no segmento das emissoras estatais, educativas, culturais e universitrias que se autoproclamam pblicas e j contam mais de 70 anos de histria na radio.32

GT Mdias Sonoras

A tecnologia comunicacionalJoel Felipe Guindani Doutorando Cristvo D. de Almeida Doutorando

radiofnica

como

ambincia

[email protected] UFRGS [email protected] UNIPAMPA

O texto apresenta a tecnologia radiofnica de modo complexo e demonstra que as afetaes decorrentes da apropriao e do uso que os sujeitos fazem dela ultrapassam a dimenso do meio e da mensagem. Assim, compreende o rdio enquanto uma ambincia comunicacional derivada de processos, de interconexes em rede e de aes scio-simblicas. Fundamenta-se enquanto uma abordagem terico-metodolgica que construda a partir de algumas obras de autores como: Muniz Sodr, Luiz Artur Ferraretto, Antonio Fausto Neto, Lilian Zaremba, Manuel Castells e Pierre Bourdieu. Resgata depoimentos de comunicadores da Rdio comunitria Terra Livre FM, os quais explicitam algumas especificidades sobre os usos, os modos de apropriao e as consequentes afetaes que emergem desta referida ambincia comunicacional, demonstrando-a, assim, como um campo scio-simblico em constante processo de disputa e de interconexo com as demais prticas sociais que a constituem.

33

GT Mdias Sonoras

Dia 17/11 - 14h Mesa 4 - Rdio, Educao e Cidadania Prdio 7 Sala 308 Mediador Luciano Klckner (PUCRS)

Rdio e cidadania: uma proposta de apropriao do fazer miditico para Associaes de Rdios ComunitriasFlavi Ferreira Lisboa Filho [email protected] Doutor UFSM Maria I. Trevisan Fossa Doutora Ada C. M. da Silveira Doutora [email protected] UFSM [email protected] UFSM

O estudo busca elucidar como se d a relao entre rdios e cidadania nos veculos comunitrios e pblicos. Atravs da metodologia de pesquisa-ao e da multidisciplinariedade, objetiva-se assessorar as associaes comunitrias e/ou fundaes comunitrias, que tem como sede os municpios da Quarta Colnia de Imigrao Italiana do Rio Grande do Sul, na instalao e implementao de rdios comunitrias, bem como produo de contedos. Podemos observar que as rdios comunitrias, que integram este trabalho, so de grande importncia nas suas respectivas localidades porque so a expresso das suas necessidades, acontecimentos e fatos, traduzindo a personalidade da populao local.

Rdios comunitrias: instrumentos estratgicos de construes simblicas e transformao socialFabiano Dalcim Mestrando [email protected] PUCRS

O ensaio tem por objetivo estudar, atravs do programa Espao Livre, da Rdio Comunitria Apua FM de Sananduva, como as formas simblicas produzidas pelas prticas alternativas de comunicao comunitria podem ajudar a desconstruir o poder dominante e contribuir na constituio de sociedades mais democrticas e cidads em comunidades do interior do Rio Grande do Sul. Como opo34

GT Mdias Sonoras

metodolgica, toma por base a Hermenutica de Profundidade de Thompson e utiliza-se de pesquisa qualitativa. Tem como tcnica a anlise das falas e aes, como modos de produo e sentido das formas simblicas reproduzidas atravs da emissora, para a identificao da utilizao de possveis estratgias ideolgicas. Percebeu-se, no entanto, que dentro do contexto e do processo especfico e socialmente estruturado, como no caso em que est inserida a emissora em questo, ela pode estar por sua ao, estrategicamente, fragmentando, subvertendo e minando o poder dominante.

Rdio na Escola: educao, informao e cidadaniaDaniele J. L. dos Santos Graduanda Vera Lucia S. Raddatz Doutora [email protected] UNIJU [email protected] UNIJU

A mdia na sociedade contempornea ocupa um papel importante na formao dos sujeitos. O Projeto de Extenso Rdio na Escola, desenvolvido pelo Curso de Comunicao Social da Uniju, visa discutir com os alunos do ensino fundamental e mdio das escolas da rede pblica o papel da mdia, a partir do rdio. A proposta amplia a viso em relao ao processo de produo da informao nos meios de comunicao, de forma a sentirem-se estimulados a utilizarem o contexto escolar como fonte de produo cultural e da informao. O Rdio na Escola iniciou em 2008, inaugurando nove emissoras internas em escolas de Iju. Participam alunos e professores voluntrios que aprendem de forma dinmica a exercitarem habilidades de comunicao, desenvolvendo o senso crtico, a iniciativa e a cidadania, por meio da prtica do rdio na escola.

Programa Mdia em Foco no rdioMarcos Emlio Santurio Doutor Cristine Foernges Graduanda [email protected] FEEVALE [email protected] FEEVALE

O Mdia em Foco no Rdio um espao radiofnico de uma hora35

GT Mdias Sonoras

semanal transmitido, ao vivo, pela Rdio ABC 900 - AM, do Grupo Editorial Sinos, e no site www.radioabc900.com.br. O objetivo do programa analisar a forma como os assuntos so divulgados na mdia. Para isso, debate com profissionais do Jornalismo e pesquisadores de reas afins, alm das manifestaes de pessoas de diversas profisses e classes sociais, afetadas pela cobertura miditica. Este programa uma ao do projeto de pesquisa Mdia em Foco, inserido na Rede Nacional de Observatrios de Imprensa, a RENOI. Na equipe de produo do programa, acadmicos da Universidade Feevale (dois bolsistas e um estagirio). Tambm participam dois jornalistas graduados, como voluntrios, orientados pelo professor lder do projeto de pesquisa. A abrangncia da Rdio ABC, emissora comercial, se d em rea de 50 municpios, um milho de domiclios e populao de 3.800.000 habitantes, responsveis por 31,15% do potencial de consumo do estado.

Rdio comunitria e cidadania: a (re)democratizao do espao pblicoKalliandra Quevedo Conrad Graduanda Maria Ivete Trevisan Foss Doutor [email protected] UFSM [email protected] UFSM

O artigo, de carter bibliogrfico, busca compreender o papel das rdios comunitrias na organizao popular atravs do resgate de aspectos histricos e polticos das rdios comunitrias no Brasil. O objetivo deste trabalho refletir sobre o papel das rdios comunitrias na organizao popular, buscando identificar a maneira pela qual elas contribuem para a democratizao da esfera pblica ampliando discusses de interesse coletivo visando construo da cidadania em contextos locais de comunicao. Posteriormente, refletiremos sobre a relao do conceito habermasiano de esfera pblica com os meios de comunicao, com o intuito de refletir a respeito de como as rdios comunitrias podem servir de instrumento de democratizao e construo da cidadania na configurao da esfera pblica contempornea.

36

GT Mdias Sonoras

Dia 17/11 - 16h Mesa 5 - Msica e Indstria Fonogrfica Prdio 7 Sala 308 Mediador Luciano Klckner (PUCRS)

Pirataria: legal baixar msicas pela internet?Alberto Freire Raguenet Doutorando [email protected] PUCRS

Este trabalho, orientado pela profa. Cristiane Finger Costa, mostra a atual situao do processo comunicacional promovido pela internet onde a troca de arquivos digitais de fonogramas gera uma discusso sobre o direito autoral e a validade dessa ao no mundo determinado cada vez mais pela rede mundial de computadores. Sob este vis tal embate leva problematizao entre dois lados, um preconizando o cerceamento da liberdade de acesso informao e a conscientizao de que um novo modelo de negcio pode ser estabelecido em uma lgica de mercado enquanto que o outro se estrutura em torno do status quo no que tange o atual sistema de comrcio e que utiliza essas inovaes tecnolgicas como ferramenta coibindo qualquer uso que promova o descontrole e a alegada falncia deste tipo de negcio. Assim, dentro deste espectro envolvendo usurios de internet, mercado e regulamentao jurdica, imperativo trazer luz a reflexo sobre o que est em debate e a real necessidade de mudanas.

Dos fonogramas s narrativas transmiditicas: bens culturais e de consumoEduardo Harry Luersen Mestrando [email protected] PUCRS

O objetivo do estudo apresentar noes da narrativa transmiditica, desde sua utilizao para a explorao continuada de narrativas de peras rock at o apontamento de casos recentes da interao dos fs com essas obras a partir de outras mdias. Relacionamos cultura da convergncia os fluxos narrativos em diferentes plataformas, a partir da circulao dos bens culturais atravs de meios tecnolgicos variados, expandindo histrias, permitindo a explorao do contedo37

GT Mdias Sonoras

de lbuns musicais para alm da esfera sonora. Atravs da distribuio em diferentes meios, h a possibilidade de que ocorram experincias diferenciadas daquele produto original e que sejam atingidos novos pblicos. A estes processos atrelamos a cultura dos fs, que constitui uma forma de relao social estabelecida a partir da fruio de um mesmo bem cultural.

Reconfiguraes musicais: os novos caminhos da msica na Era Ps-MP3Ticiano Paludo Mestre [email protected] PUCRS

O presente artigo apresenta o resultado da pesquisa de mestrado em comunicao social concluda pelo autor em 2010 na FAMECOS/ PUCRS sob orientao do prof. Dr. Carlos Gerbase. O referido trabalho investigou como os avanos tecnolgicos vm influenciando a criao, produo e circulao no campo musical sob o vis da comunicao social digital. O estudo tem como base uma anlise desenvolvida atravs de resgates efetuados por meio de recortes histricos cronolgicos do sculo XX e XXI no que se refere aos processos de produo musical que se utilizaram e se utilizam de instrumentos eletrnicos (principalmente o computador) e de que forma esses processos se relacionam com a comunicao social e a cibercultura. O trabalho foi desenvolvido sob o ponto de vista do pesquisador insider (Hodkinson, 2005).

A organizao do setor independente de msica na indstria fonogrfica em rede: uma anlise das estratgias de negcio e de comunicao dos msicos autnomos no entorno digitalLeonardo De Marchi Doutor [email protected] UniFOA

O artigo apresenta-se um estudo de caso das estratgias de negcio no entorno digital dos artistas brasileiros independentes: O Teatro Mgico, Mveis Coloniais de Acaj, Forfun e Calcinha Preta. O objetivo , por um lado, mapear as estratgias de negcio, buscando similaridades que apontem uma regularidade de ao no entorno digital e, por38

GT Mdias Sonoras

outro, analisar at que ponto tais prticas de comrcio de msica podem levar esses atores sociais sem a necessidade de mediao de outros grandes agentes da cadeia produtiva. A hiptese que se desenvolve uma institucionalizao de certas estratgias de negcio. Assim, o xito destes artistas independentes norteia a adoo de estratgias semelhantes por parte de novos entrantes nesse mercado. No entanto, acredita-se que tais estratgias limitam s possibilidades de comunicao pela internet, o que constitui uma barreira aos artistas para acessar, de forma independente, outros meios de comunicao (telefones celulares, TV digital).

Jamendo, iTunes e o negcio da msica: uma anlise pelo ponto de vista da produoVitor Ribeiro Peters Mestrando [email protected] FEEVALE

O presente artigo busca respostas questo de como suportes de distribuio web afetam o negcio da msica no sculo XXI pelo ngulo da produo e justifica-se por tratar de questes que afetam significativamente o negcio da msica. Pretende-se relacionar a produo e divulgao de msica digital com copyright e copyleft. Este estudo de caso se apropria da Teoria Fundada e tem como objetos de estudo as plataformas Jamendo e iTunes, analisadas a partir das categorias: modelo de negcios, tipos de licena e efeitos na realidade do msico. Dados preliminares confirmam em parte a hiptese de perda de espao pelos intermedirios no negcio da msica graas s ferramentas alternativas de distribuio. Entretanto, no que tange a subsistncia do artista, estas apresentam retorno ainda menor do que suas contrapartes tradicionais.

O consumo de msica na internet por jovens da Grande CruzeiroDeivison M. de Campos Doutorando [email protected] UNISINOS

O estudo tem como objetivo apontar relaes estabelecidas pelos jovens entre msica e internet, buscando verificar como as informaes sobre msica so consumidas por jovens moradores da39

GT Mdias Sonoras

Grande Cruzeiro - conjunto de vilas - em Porto Alegre. Trata-se de uma pesquisa etnogrfica, a partir de referenciais tericos dos Estudos Culturais e da Geografia Social. Com a pesquisa foi possvel observar que, ao navegar, os jovens buscam relacionar-se com os amigos, tendo as festas que freqentam como o principal tema de conversa. Tambm buscam adquirir informaes que possam ser utilizadas nas suas interaes pessoais e para construir ou fortalecer um estilo, que encontra na msica seu elemento mais visvel. As informaes obtidas na internet so vestidas simbolicamente. O uso desses bens simblicos apropriados no se d somente no ambiente especfico da festa. So levados ao cotidiano, visando fortalecer a representao do estilo escolhido.

Rdios livres na linha do tempo: das FMs rede mundial de computadoresSandra Sueli G. de Sousa [email protected] Doutora UFU Mariana Goulart Hueb Graduanda [email protected] UFU

As rdios livres constituram a base de um movimento que lutou pela liberdade de expresso, principalmente nos anos 70, na Europa. No Brasil, as rdios livres estiveram ao lado da luta pela redemocratizao brasileira nos anos 80. Atualmente, as rdios livres parecem ter migrado para o ambiente da web. Se as rdios livres em Frequncia Modulada defendiam como ideal a liberdade de expresso em suas mais variadas formas, as rdios livres na web acabam por reencontrar esse intuito. A respeito disso ilustramos este artigo com o caso da rdio web livre do coletivo Fora do Eixo, que possui quatro canais de transmisso de rdios web e tem procurado abrir espao para artistas que no encontram espao na grande mdia.

40

GTDia 16/11 - 14hFlvia Seligman Doutora

Comunicao e Indstria Audiovisual

Coordenador Prof. Dr. Joo Guilherme Barone Mesa 1 - Convergncias Miditicas, Narrativas e Estticas Prdio 7 Sala 207 Mediador Joo Guilherme Barone (PUCRS)

A comdia popular entre o cinema e a televiso: os casos A Grande Famlia e A Mulher [email protected] UNISINOS

O mercado brasileiro de cinema e audiovisual contemporneo est composto por uma produo hbrida que transita entre o cinema e a televiso visando ampliar sua janela de atuao. A comdia de costumes, gnero de grande aceitao popular e constante nos diversos ciclos cinematogrficos do pas, transita hoje com a mesma fluncia entre os dois meios. Filmes que se tornam seriados, seriados que geram filmes numa grande produo que busca ampliar cada vez mais o mercado. Nosso objetivo neste artigo avaliar esta interao atravs de dois casos produzidos pela Rede Globo / Globo Filmes: A grande famlia e A mulher invisvel, analisando a produo nos formatos filme e seriado.

A potncia das personagens e do no acontecimento na Trilogia da Solido, de Cao GuimaresMaria H. Creidy Satt Doutora [email protected] PUCRS

Esta comunicao procura se aproximar da trilogia da solido, de Cao Guimares, composta pelos filmes A alma do osso, Andarilho e Ex isto, cotejando o carter nmade, frgil e indeterminado que atravessam41

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

as personagens desses filmes. Filiado terceira gerao do vdeo (Machado), Cao retoma o discurso sobre o outro, prtica cara ao documentrio, mas em um regime esttico impuro e que prope outra pedagogia do olhar, mais distanciada das estticas realistas (Jaguaribe). To importante quanto essas personagens que ancoram as narrativas est o dilogo que o diretor estabelece no somente com as tradies do documentrio, mas com as artes visuais, seu lugar de origem. por esses caminhos que Cao Guimares insufla tempo (ins) no seu processo de captao e montagem, exacerbando um regime de durao e no-acontecimento narrativo.

Revelando os Brasis: os processos de produo de curtas-metragens em pequenos municpios gachosDafne Reis P da Silva . Doutoranda [email protected] PUCRS

Este trabalho tem como proposta compreender os processos de produo do projeto Revelando os Brasis e suas marcas nos curtas-metragens realizados no Rio Grande do Sul; e identificar os elementos das identidades culturais locais selecionados e como so narrados nos filmes. Para tal, foi elaborado um movimento de contexualizao que situa o fenmeno no espao audiovisual, e uma problematizao terica de modo a refletir sobre: o processo comunicacional, os modos de produo, o perfil dos selecionados e suas trajetrias miditicas, as identidades culturais locais e suas relaes com o cinema. O protocolo multimetodolgico inclui diferentes procedimentos de coletas de dados, assim como elementos sobre a etapa exploratria empreendida.

A representao esttica comunicacional dos filmes de terror norte americanosAndr Campos Silva Doutorando [email protected] UNISINOS

Entende-se o fenmeno do terror cinematogrfico como elemento esttico comunicacional, sendo os filmes de terror um dos poucos gneros que nascem do sentimento humano. O medo envolve crenas e pensamentos, situaes sociais e perturbaes fisiolgicas. Desde os tempos mais remotos buscam-se explicaes cientificas e/ou religiosas42

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

para lidar com as angustias frente ao desconhecido de nosso universo simblico. O cinema um espao onde transbordam ndices de nossas expresses emotivas e imaginativas. Considera-se que o medo decorre da ameaa causada pelas incertezas e a hiptese de que o cinema funciona em catarse, onde necessitamos ver a morte do antagonista nos filmes de terror para exorcizar simbolicamente a angstia causada pelas incertezas e o desconhecimento do mundo. Utilizando os conceitos de Clich de Mcuhan e Watson, arqutipo de Jung e Juzo Esttico de Kant, pretendemos verificar como o antagonista construiu o clich do medo, em intervalos de dez anos entre 1930 a 2000.

As Convergncias entre Triunfo da Vontade e o teaser History (ou como Michael Jackson se inspirou em Adolf Hitler)Adriana Schryver Kurtz Doutor aura Sparrenberger Griza Graduada [email protected] ESPM [email protected] ESPM

O trabalho busca investigar as semelhanas estticas entre a propaganda utilizada no filme nazista Triunfo da Vontade (1935) e no teaser de lanamento do lbum History de Michael Jackson (1995), com o objetivo de entender mais profundamente como seus dois principais protagonistas Adolf Hitler e Michael Jackson, em seus diferentes contextos , buscaram afirmar sua posio de lderes e conquistar seus seguidores. Desta maneira optou-se por selecionar cenas convergentes entre as duas obras audiovisuais e analisar seus detalhes estticos e conceituais, bem como suas implicaes no mbito da propaganda. Os resultados encontrados deixam claro que h uma real semelhana entre a comunicao realizada por Hitler e Michael Jackson nos filmes analisados, sugerindo a hiptese bastante plausvel - de que Michael Jackson tenha claramente buscado inspirao na propaganda nazista.

43

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

Dia 16/11 - 16h45min Mesa 2 - Vestgios, Memria e Representaes Prdio 7 Sala 207 Mediadora Cristiane Freitas Gutfreind (PUCRS)

Vestgios de pr-cinema em Lobo da CostaIvonete Pinto Doutora [email protected] UFPE

A investigao em andamento procura uma vertente de pr-cinema no texto do poeta e romancista pelotense obo da Costa (1853-1888). O trabalho procura reconhecer uma atitude pr-flmica por meio de uma decupagem literria. O mtodo da investigao tem como base o trabalho de Paul eglise (Une Oeuvre de Pr-Cinma, 1958) em relao Eneida, de Virglio (19 a.C). Atravs da anlise do texto de obo da Costa, so levantados aspectos da construo cinematogrfica, fundamentalmente os da linguagem (elipses, ritmo, montagem, ponto de vista, narrao in, off, over), que podem ser prenunciados, posto que a primeira exibio pblica de um filme s acontece em 1895. O recorte na obra de obo da Costa concentra-se no romance Heloisa (1869) e no conto Angelina (1882), sendo que o critrio para a escolha dos textos procura vestgios de visualidade, desespero e tragicidade, caractersticas marcantes no autor.

O testemunho sobre a Ditadura Militar Brasileira nos documentrios contemporneosCristiane F. Gutfreind Doutora Nathlia Silveira Rech Graduanda [email protected] PUCRS [email protected] PUCRS

Esse trabalho consiste em compreender e investigar a construo da memria sobre a Ditadura Militar no Brasil, atravs dos longasmetragens documentais realizados na contemporaneidade (2002 at os dias atuais). Esses filmes so considerados como um testemunho do que se passou no pas no perodo da Ditadura Militar. O interesse dessa44

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

pesquisa refletir como essa memria construda, desconstruda e reconstruda atravs do testemunho flmico. Parte-se do pressuposto que hoje, no pas, houve um aumento quantitativo na produo de documentrios, sobretudo, em filmes cuja temtica diz respeito ao perodo ditatorial, alm disso, podemos destacar a construo de um discurso histrico atravs dos filmes. O que pretendemos, sustentado pelas ideias de Kracauer, mapear e compreender como so apresentadas as referncias sobre a Ditadura Militar nos documentrios e quais modificaes produzem na memria coletiva contempornea sobre esse perodo histrico.

A ditadura militar no cinema brasileiroHelena Maria A. Stigger Doutoranda [email protected] PUCRS

Este trabalho tem o objetivo de estudar a representao da ditadura militar no cinema brasileiro. Para o presente propsito, identificamos que os filmes sobre o governo militar produzidos aps 1979 buscam ser didticos, assim apresentam trs elementos em comum: a tortura, o militante da esquerda armada e o militar. No entanto, identificamos que essa repetio acaba prejudicando a qualidade artstica dos filmes ao torn-los previsveis. Tendo isso em mente, buscamos estudar esteticamente como a ditadura militar tem sido representada atualmente em contraponto com os filmes do Cinema Novo, em especial, com trs obras: O desafio (Paulo Csar Saraceni, 1965), Terra em transe (Glauber Rocha, 1967) e Os inconfidentes (Joaquim Pedro de Andrade, 1972).

45

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

Dia 16/11 - 14h Mesa 3 - Mdias, Polticas e Tecnologias Prdio 7 Sala 208 Mediadora Angela Maria Meili (PUCRS)

Do vdeo popular s especificidades do padro tecnoesttico alternativoValrio Cruz Brittos Doutor Eduardo S. de Menezes Mestrando [email protected] UNISINOS [email protected] UNISINOS

Este artigo parte de um duplo esforo, ao tentar problematizar o universo das produes audiovisuais no-hegemnicas, procurandose pistas para caracterizar o conceito de comunicao alternativa, na medida em que se trabalha com a temtica da democratizao da comunicao. Toma-se como objeto de anlise emprica o processo inicial de produo prpria e distribuio de contedo provenientes da TV dos Trabalhadores (TVT), os quais tambm se evidenciam atravs do site da emissora. Assim, pretende-se analisar se as prticas miditicas da TVT, originadas pela utilizao do vdeo popular, esto sendo direcionadas a partir do modelo de democracia direta ou representativa. Nesse sentido, aponta-se para as possveis derivaes do padro tecno-esttico alternativo, o qual no pode ser classificado de forma unssona, devido complexidade resultante da complexidade deste fenmeno.

O maior espetculo da Terra: o recurso visita fbrica e a despolitizao da imagem televisivaMarcelo C. da Silva Doutorando [email protected] UFRJ

O filsofo Gilles Deleuze na Carta a Serge Daney esboa alguns aspectos da televiso comercial. Um destes aspectos a visita fbrica. Se a imagem do vdeo se constituiria pelo deslizamento das imagens umas sobre as outras, o espetculo televisivo comercial atual46

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

se faria pelo deslizamento do espectador para dentro da imagem. Tais deslizamentos so mltiplos: da participao in loco dos espectadores nos programas de auditrio exposio dos bastidores de como se faz TV (o fundo com os tcnicos que trabalham na hora para fazer o telejornal); da exibio das tcnicas (programas de popularizao da cincia, de culinria etc.) ao convite interatividade limitada dos reality shows (as fbricas de celebridades). Esse fascnio pela tcnica tenderia a neutralizar no apenas a vontade de arte vinda da vdeoarte e do cinema, como tambm a dimenso poltica da imagem, j que a visita fbrica se daria de maneira controlada, longe das questes mais candentes da atualidade.

A distribuio no autorizada do cinema na internet: uma prtica cultural?Angela Maria Meili Doutoranda [email protected] PUCRS

O consumo no autorizado do cinema na internet pode ser observado como uma prtica cultural que resulta da oferta das tecnologias de compartilhamento e da sua apropriao pela sociedade. Desde o VHS, a indstria cinematogrfica j se preocupava com a possibilidade de reduo dos seus lucros devido facilidade de replicao de contedo, o que se intensifica com a digitalizao e a banda larga. A chamada pirataria pode ser observada para alm do crime, como sendo uma construo social (Yar, 2005), sendo considerada uma prtica de consumo de cultura que , em si mesma, uma prtica cultural. Dessa forma, sero observadas, no presente trabalho, algumas comunidades de compartilhamento de contedo cinematogrfico pela internet nos seus aspectos culturais, explorando suas motivaes, dinmicas, bem como as estratgias de autoproteo ante o policiamento da rede.

47

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

Dia 17/11 - 14h Mesa 4 - Reconfiguraes Autorais e de Mercado Prdio 7 Sala 207 Mediador Fabiano Grendene de Souza (PUCRS)

Autoria compartilhada: uma tendncia do cinema brasileiro contemporneoFabiano G. de Souza Doutor [email protected] PUCRS

O trabalho procura discutir diferentes formas de produzir filmes, a partir de trs experincias contemporneas que problematizam o conceito de autoria. Em Pacific (Marcelo Pedroso, 2010), o diretor concebe seu longa-metragem a partir de imagens captadas por turistas em um cruzeiro. J Desassossego (coordenao de Felipe Bragana e Marina Meliande, 2010) foi realizado a partir de uma carta, enviada para diversos cineastas, que responderam a ela com imagens. Por fim Os Monstros (2011, Guto Parente, uiz Pretti, Pedro Digentes, Ricardo Pretti) uma experincia de coletivo cearense Alumbramento, em que os quatro diretores tambm so atores e exercem outras funes. Nesse universo, o trabalho procura debater de que maneira a proposta de produo espelha o resultado esttico das obras, bem como busca mapear as formas usadas para problematizar as noes tradicionais relativas formao de uma equipe de cinema.

As malhas narrativas na mdia: no princpio era o verbo...cia C. M. Moreira Doutora [email protected] Faculdade Estcio de S

O presente texto pretende apresentar uma reflexo acerca da herana narrativa tradio oral e literria - verificvel na mdia audiovisual, especificamente no que se refere produo teleficcional da TV brasileira. O estudo aqui apresentado no apresenta concluses, antes provocaes acerca de como se (re)constroem sentidos do real atravs da criao teleficcional. Afinal, a prtica da comunicao cria modelos de apreenso do real, bem como modelos para materializar48

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

essa apreenso. Ora, as histrias so exemplo disso, afinal o homem sempre inventou/criou histrias para alimentar os sentidos que atribuiu sua existncia. Parte-se sempre dessa necessidade milenar de contar, criar e ouvir histrias para o (re)contar, o (re)criar de novas histrias.

A grafia da imagem: o jogo da autografia e as narrativas audiovisuaisPatrcia Cardoso DAbreu Doutoranda [email protected] UFF

Este artigo busca o entendimento sobre o estabelecimento de relaes dialgicas que se do a partir de determinados contedos audiovisuais. Embasado na concepo de Paul Ricouer sobre prefigurao, configurao e refigurao, analisa os textos dos filmes O Desprezo, de Jean-uc Godard, e Todas as mulheres do mundo, de Domingos Oliveira, para apontar como o regime da visualidade demanda a noo de uma dupla distncia criadora de um espao de tessitura narrativa e promotora de fugas e escapes ordem hegemnica do discurso miditico. Para isto, trabalha com as reflexes de Georges Didi-Huberman sobre aderncia e distanciamento a partir de uma concepo secularizada das idias de aura e reprodutibilidade, de Walter Benjamin, com o objetivo de colher exemplos do que Michel Foucault chama de nfimo infame que caracterizem o engendramento de autografias de autores, em textos e de receptores.

Mercado comum de cinema-histrico dos acordos de cooperao internacionaisHadija Chalupe da Silva Doutoranda [email protected] UFF

Este trabalho tem como objetivo realizar uma pesquisa histrica das relaes internacionais que o Brasil firmou na tentativa de consolidar acordos de cooperao internacional. Utilizaremos como ponto de partida I Encontro sobre Comercializao de Filmes de Expresso Portuguesa e Espanhola. O Encontro, idealizado por Roberto Farias (EMBRAFIME), teve como proposta a concretizao de um Sistema Recproco de Garantia de Mercado como ferramenta de fortalecimento e estruturao das cinematografias dos pases de lngua latina. A49

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

ocupao do cinema brasileiro em seu mercado e sua real condio de realizao sempre ser tema de debate. Alguns podem afirmar que essa poltica no foi efetiva ou constante ao longo dos anos, mas no podemos deixar de afirmar que ela foi determinante para definir nossa atual situao. Dessa forma, nossa proposta consiste em realizar um resgate das polticas governamentais que foram realizadas com o desejo de formar um Mercado Comum de Cinema.

50

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

Dia 17/11 - 16h45min Mesa 5 - Questes Audiovisuais Prdio 7 Sala 207 Mediador Fabiano Grendene de Souza (PUCRS)

O cinema digital: um novo tipo de cinema?Eduardo Pires Christofoli Mestre [email protected] PUCRS

As transformaes tecnolgicas que o cinema sofreu e vem sofrendo trazem hoje de volta a velha discusso sobre a morte do cinema. Com o avano das tecnologias digitais e a possibilidade de registros e exibies de forma no tradicional, fazem os debates se aquecerem e perguntarmos o que o cinema digital? Este texto pretende refletir a questo chave de o que, realmente, esta nova forma de produo cinematogrfica.

O arquivo trailerfico: autonomia esttica e produtivaPatrcia de Oliveira Iuva Mestre [email protected] UNIFRA

As marcas mais evidentes do trailer constituem, em parte, as discusses acerca do seu lugar entre o cinematogrfico e o publicitrio. Alinhandose ao pensamento de Deleuze, as questes deste trabalho, no entanto, partem para a problematizao das virtualidades do trailer. Sendo assim, discutem-se os devires contidos no interior do prprio trailer, pois o mesmo enquanto uma virtualidade abriga as formas j atualizadas, por exemplo, a publicidade, bem como quelas que esto por vir. Tal abordagem desconstri a lgica hegemnica publicitria do trailer, e o caminho metodolgico seguido desdobra imbricamentos analticos da imagem de modo a explicitar movimentos de autonomizao esttica e produtiva do mesmo, no interior daquilo que Foucault chama de arquivo. Est-se pensando na formao discursiva dos trailers de onde surge um enunciado especfico: um ser-trailer.

51

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

O videoclipe em 360 graus: novas experincias na era digitalCarlos H. Sabino Caldas Mestrando [email protected] UNESP

Desde o seu nascimento, sob fortes influncias tecnolgicas, mercadolgicas e artsticas, o videoclipe tem caminhado em um processo evolutivo ao ponto de, hoje, perder seu status unicamente televisivo, evoluindo para as novas mdias num processo convergente. Nesse contexto, o videoclipe interativo surge como um dos formatos em que o receptor tambm se torna um participante com possibilidades de escolha e deciso em um ambiente colaborativo. Ser analisado o aplicativo BEEP 360 da banda Black Eyed Peas. Neste sentido, nossa proposta ser realizar vrios apontamentos descritivos, atentos nas etapas de idealizao, produo e consumo. A escolha da amostra se deu pela insero, projeo e inovao que esse videoclipe obteve.

O cineasta errante: os caminhos da realizao de um filme na contemporaneidade audiovisualGustavo Spolidoro Mestrando [email protected] PUCRS

Num perodo onde o audiovisual marcado pela ruptura formal e tcnica, onde o cinema parte para uma aproximao individual de composio artstica com a msica, as artes visuais, a literatura e a fotografia e, diante da iminente transformao de qualquer cidado em potencial cineasta, com suas cmeras de foto-vdeo, seus celulares e at canetas-cmera, pretendemos apresentar um trabalho que prope a realizao de um filme por uma nica pessoa, sem roteiro, baseado nas conexes mentais que os lugares/pessoas/objetos sugerem (j filmado e em fase de montagem) e a anlise desta realizao luz da contemporaneidade audiovisual e suas possibilidades, utilizandose de obras como A Imagem, de Jaques Aumont e Esculpir o Tempo, de Andrei Tarkovski, bem como do processo do filme Os Catadores e Eu, de Agns Varda, com o intuito de compreender e estabelecer o local e o papel do autor, do artista audiovisual, na realizao cinematogrfica do incio do sculo XXI.

52

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

Dia 18/11 - 14h Mesa 6 - Anlise Flmica e Poltica Prdio 7 Sala 207 Mediadora Helena Maria Antonine Stigger (PUCRS)

Vingana e romantismo na narrativa cinematogrfica: reflexes sobre V de vingana (Mcteigue, 2006)Renata Correa Coutinho Mestre [email protected] UNIPAMPA

Tendo como referncia os pressupostos da viso romntica apontados por Saliba (1991) e wy (1995), este trabalho buscar identificar, na anlise flmica de V for Vendetta (V de Vingana, 2006), traos representativos do romantismo como pensamento que estabelece uma crtica ao mundo moderno regido pelo capitalismo. O ttulo cinematogrfico escolhido permitir uma reflexo a respeito de elementos caractersticos do movimento romntico, tais como o descontentamento com o mundo real e a tendncia ao escapismo, a exaltao da figura do heri e a prevalncia do individualismo como fator motivador da ao. Possibilitar ainda verificar a existncia da vingana como temtica

A encenao do corpo em A Bela Intrigante, de Jacques RivetteMilton do Prado F. Neto Mestre [email protected] UNISINOS

Anlise do filme A Bela Intrigante (1991), de Jacques Rivette, no que diz respeito encenao do corpo dos atores/personagens. A anlise parte dos diversos sentidos do termo encenao, no teatro e no cinema. So tambm levados em considerao outros aspectos estilsticos do filme, como movimentos de cmera e montagem, em breve comparao com trabalhos anteriores do diretor. A anlise pretende ressaltar o dilogo que o filme promove entre cinema, teatro, pintura e literatura.

53

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

A abordagem da temtica ecolgica no cinema de animao de Maurcio de SouzaIsabela Veiga Oliveira Mestranda [email protected] UFG

Vivemos em uma poca onde a preocupao ambiental est voltada para a temtica do Aquecimento Global. Os meios de comunicao tem como foco a preocupao com a natureza e sua preservao, ajudando na construo de uma cultura ecolgica. Dentro deste universo, festivais de cinema e leis de incentivo governamentais e privadas estimulam produes que trabalham essa temtica. Nesse sentido, o cinema de animao uma mdia bem recebida por investidores, por sua linguagem admitir a mistura do fantstico com o cotidiano, o que encanta o pblico infantil, estigmatizado como pblico-alvo desse cinema. Afinal, por carregar a simbologia de ser o futuro do mundo, as crianas devem ter uma educao ecolgica melhor do que seus antecessores. Em vista disso, a inteno discutir como essa conscincia ecolgica est sendo implantada nos filmes de animao brasileiros, em particular na obra de Maurcio de Souza, em seu longa-metragem Turma da Mnica em uma Aventura no Tempo.

O monoplio de decises no oligoplio miditico: a transmisso do Brasileiro reafirmando as barreiras do mercado brasileiroAnderson D. dos Santos Mestrando [email protected] UNISINOS

A negociao das edies de 2012 a 2014 dos direitos de transmisso do Campeonato Brasileiro de futebol tinha tudo para regularizar, concorrencialmente falando, a licitao de um produto que envolve duas das principais formas de entretenimento mundiais. Porm, reafirmou-se a dependncia desse esporte com a Rede Globo, num episdio em que se abriu uma disputa efetiva no oligoplio miditico nacional, com divergncias pblicas entre a emissora carioca e a atual vice-lder do mercado, a Rede Record. Este trabalho analisa, sob o eixo terico-metodolgico da Economia Poltica da Comunicao, a disputa pelos direitos de transmisso do Brasileiro, que acabou por corroborar a fora das barreiras da Rede Globo, num caso em que a emissora possui o monoplio de decises sobre a transmisso e outros aspectos relacionados organizao do principal torneio esportivo do pas. 54

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

Dia 18/11 - 16h45min Mesa 7 - Convergncias Tecnolgicas e Mercado Prdio 7 Sala 207 Mediadora Helena Maria Antonine Stigger (PUCRS)

Convergncia tecnolgica e PluriTV: novos olhares e novos lugares da televisoAlxon Gabriel Joo Mestre [email protected] UNISINOS

O artigo busca compreender as transformaes no campo do audiovisual, a partir da multiplicidade de opes trazida pelo processo de digitalizao, inclusive da televiso aberta, o que acelera a convergncia das mdias. Neste tempo, denominado de Fase da Multiplicidade da Oferta, favorecida a entrada de novos agentes e investidores, provocando um rearranjo da cadeia de produo, distribuio e consumo de produtos audiovisuais. Nesse sentido, discute-se o termo PluriTV, que , na essncia, o cruzamento de meios e de inovaes, no mbito do audiovisual. Trata-se de uma TV altamente convergente, com contedo tendo mltiplos aproveitamentos, a partir das vrias janelas de transmisso. A anlise da PluriTV torna possvel a reviso do cenrio do audiovisual, o que implica modificaes na sociedade, interferindo na disputa por audincia, na consolidao de novos mercados para a publicidade, no modelo de negcios para a indstria de equipamentos como para as produtoras de contedos audiovisuais.

Distribuio e cinema: uma anlise de Tropa de Elite 2ayne do Amaral Pereira Mestre [email protected] UERJ

A distribuio uma etapa de grande relevncia na cadeia produtiva do audiovisual, sendo a fase onde efetivamente se concretiza o processo de produo da obra. Apesar da crescente penetrao da tecnologia digital e das novas plataformas de distribuio de contedo, o cinema ainda a janela mais valorizada e onde se consolida a estratgia de divulgao que ir pautar o sucesso nas janelas subsequentes. Nesse contexto, a presente comunicao tem por objetivo55

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

traar um panorama dos ltimos dez anos da produo nacional e de sua carreira nas salas de exibio, analisando a evoluo do market share do filme nacional no perodo. Em uma segunda etapa sero analisados, especificamente, os dados do ano de 2010, culminando com uma anlise aprofundada das estratgias de distribuio do filme Tropa de Elite 2 e das inovaes apresentadas em relao s estratgias de distribuio usuais.

A distribuio cinematogrfica: um paralelo entre longas e curtas-metragensCntia angie Araujo Mestre [email protected] UFPE

O presente artigo visa fazer uma reflexo a respeito da distribuio no cinema, entendendo esta como uma etapa crucial para que o filme cumpra seu papel: chegar com xito at o espectador. Analisando o sistema de distribuio brasileiro, em conjunto com a importncia de estratgias de divulgao, o texto vai relacionar a realidade de longas e curtas-metragens, utilizando como estudo de caso para curtametragem a obra de fico Marcovaldo, de 15 minutos, dirigida por Cntia angie e Rafael Andreazza na cidade de Pelotas, em 2010. Apesar de nenhum caso especfico de longa-metragem ser analisado, dados oficiais de sites especializados sero utilizados para refletir sobre a importncia do papel do realizador na distribuio, traando uma comparao entre a trajetria de um filme curto e um filme de longa-metragem.

O futebol na televiso e o futebol no campo: discusses sobre o telecampouciano Gallas Mestrando Marcio Telles da Silveira Mestrando Anderson G. dos Santos Mestrando [email protected] UNISINOS [email protected] UFRGS [email protected] UNISINOS

O bombardeamento imagtico que sofremos desde a metade do s56

GT Comunicao e Indstria Audiovisual

culo passado acabou por nos programar para pensarmos o futebol atravs de suas molduras televisivas. como se j tivssemos nos esquecido do futebol pr-televisivo, tamanha a aderncia que hoje verificamos entre o esporte e a estrutura miditica que tambm a tessitura da vida social contempornea. A questo a ser estudada, portanto, no o atravessamento do futebol pela televiso, que recriaria ou reproduziria o jogo, mas o novo ethos futebolstico resultante desse encontro: o futebol-televiso, que talvez seja hoje o prprio futebol. Tendo como base a relevncia da televiso enquanto instrumento tcnico, este artigo pretende analisar as caractersticas da transmisso televisiva do futebol enquanto forma de entretenimento, de maneira a observar os tensionamentos que ocorrem entre futebol-campo e futebol-televiso, constituindo um novo espao onde se d o jogo, que denominamos telecampo.

A convergncia e a TV DigitalMateus Dias Vilela Mestrando [email protected] PUCRS

A TV Digital surge trazendo uma srie de melhorias no som e na imagem, e inovaes como a possibilidade de incluso da interatividade e de uma programao cada vez mais personalizada. Dessa forma, a Televiso Digital se aproxima tecnologicamente dos atributos tcnicos do cinema e da internet, alm da capacidade de veiculao em aparelhos portteis como os celulares. Dentre os impactos, especula-se a possibilidade dessa nova plataforma comunicacional mudar a forma como consumimos a televiso e, por conseguinte, o cinema e a internet. Questiona-se ainda as mudanas nos conceitos de produtores e receptores de contedos ante essa convergncia. Essas mudanas que a TV Digital traz e a convergncia com os outros meios de comunicao o tema do artigo proposto.

57

GTDia 16/11 - 14hFabio Hansen Doutor

Publicidade e Propaganda

Coordenador Profa. Dra. Cristiane Mafacioli Carvalho Mesa 1 - Prticas Publicitrias e Representaes Prdio 7 Sala 204 Mediadora Cristiane Mafacioli Carvalho (PUCRS)

O imaginrio sobre o mercado publicitrio e seus efeitos de sentido no ensino de criao [email protected] ESPM

Este estudo apresenta uma reflexo sobre o ensino de criao publicitria na perspectiva terica da anlise de discurso. Examinamos como o mundo profissional se insere na prtica docente e dinmica de sala de aula, em disciplinas da rea de criao publicitria. Diante disso, o objetivo deste artigo investigar o modo como o mercado publi