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2

Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design |UEPA

(RESUMOS EXPANDIDOS)

GRUPO DE PESQUISA CULTURA E DESIGN EM PRODUTOS AMAZÔNICOS

http://culturaedesign.wordpress.com

ISSN: 2316-9478

Belém, 18 de outubro de 2012

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Comissão Científica

Ana Paula Nazaré de Freitas

Antonio Erlindo Braga Junior

Maria Roseli Sousa Santos

Rosangela Gouvêa Pinto

Ninon Rose Tavares Jardim

Comissão Organizadora do I Seminário de Pesquisa em Design

Ana Paula Nazaré de Freitas

Antonio Erlindo Braga Junior

Maria Roseli Sousa Santos

Rosangela Gouvêa Pinto

Ninon Rose Tavares Jardim

Diagramação e arte final:

Ana Paula Nazaré de Freitas

Maria Roseli Sousa Santos

Capa:

Ana Paula Nazaré de Freitas

Revisão: Os autores

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 6

PROGRAMAÇÃO .................................................................................................... 8

GT: 1 – Design, Cultura e Sociedade ....................................................................... 9

COLEÇÃO DE ÓCULOS DE SOL COM REFERENCIA NOS GRAFISMOS DOS

FRAGMENTOS DA CERÂMICA MARAJOARA. ................................................. 13

DESIGN DE INTERIORES CONCEITUAL PARA DISCOTECA COM

ENFOQUE NO ASPECTO SENSORIAL E REFERÊNCIA NO CLIMA DE

BELÉM .................................................................................................................. 16

ECO-CONCEPÇÃO NA MODA: A RECICLAGEM DE SUCATAS DE VIDRO NA

PRODUÇÃO DE ADORNOS CORPORAIS .......................................................... 20

EU FALO “BRASILÊS”: LINGUAGEM POPULAR BRASILEIRA APLICADA AO

DESIGN DE MOBILIÁRIO ................................................................................... 24

O DESIGN E SEUS VALORES AGREGADOS À JOIA BALANGANDÃ: UMA

ANÁLISE PICTÓRICA DA OBRA DE DEBRET “NEGRA TATUADA

VENDENDO CAJU”. ............................................................................................. 29

O USO DAS GEMAS VEGETAIS NA CRIAÇÃO DE UMA COLEÇÃO DE

CALÇADOS FEMININOS INSPIRADA NO UNIVERSO ART DÉCO. ............... 33

VESTINDO UM SONHO - APLICAÇÃO DO DESIGN EMOCIONAL NO

CONTEXTO DA MODA TENDO COMO ESTUDO DE CASO O VESTIDO DE

NOIVA .................................................................................................................... 37

GT: 2 – Design e Inovação: .................................................................................... 41

DESENVOLVIMENTO DE UMA LINHA DE MÓVEIS COM REQUISITOS

AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS, APERFEIÇOANDO AS

CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS E UTILIZANDO MATERIAIS

RECICLADOS........................................................................................................ 41

DESIGN DE SERVIÇOS APLICADO A UM ESCRITÓRIO DE ARQUITETURA

................................................................................................................................ 45

DESIGN E SUSTENTABILIDADE: A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO NO

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS SUSTENTÁVEIS ................................ 49

DESIGN SUSTENTÁVEL: CRIAÇÃO DE MÓVEL A PARTIR DE RESÍDUOS

DE CANTEIROS DE OBRA. ................................................................................. 55

FIBRAS AMAZÔNICAS E SUAS APLICAÇÕES AUTOMOTIVAS .................... 71

MANGO: UM AUTOMÓVEL COMPACTO CONCEITUAL DE BAIXO CUSTO

COM REFERÊNCIA NA MANGA. ....................................................................... 82

MOBILIÁRIO CONTEMPORÂNEO PARA INTEGRAÇÃO DE PEQUENOS

AMBIENTES E FUNÇÕES EM ESCRITÓRIOS PUBLICITÁRIOS ................... 86

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O USO DE PAPEL RECICLADO E FIBRAS VEGETAIS NA PRODUÇÃO DE

PRODUTOS DE DESIGN DE SUPERFÍCIE. ...................................................... 90

PRODUTO MULTIFUNCIONAL DE FISIOTERAPIA PARA CÃES. ................. 94

STAND-BY: CADEIRA DOBRÁVEL PARA USO EM REPARTIÇÕES

PÚBLICAS ........................................................................................................... 100

TRANSPORTE PARA A INTEGRAÇÃO DO ESTADO. ..................................... 105

UTILIZAÇÃO DE MANTAS DE FIBRA DE MIRITI PARA ISOLAMENTO

ACÚSTICO DE INTERIORES: SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL PARA

DIMINUIÇÃO DE RUÍDOS URBANOS. ............................................................ 110

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APRESENTAÇÃO

O I Seminário de Pesquisa em Design do Grupo de Pesquisa Cultura e

Design em Produtos Amazônicos do Curso de Design do Centro de Ciência

Naturais e Tecnologia da Universidade do Estado do Pará, foi realizado no

dia 18 de outubro de 2012 nas dependências do Campus de Ciências

Biológicas e Sociais. A proposta do Grupo de Pesquisa Cultura e Design em

Produtos Amazônicos está voltada para o desenvolvimento de projetos de

produtos e materiais explorando as diversas linguagens geradas por meios

tecnológicos e expressivos. Os estudos objetivam explorar aspectos materiais

e da visualidade amazônica nas dimensões semióticas, estéticos,

educacionais, históricos, mercadológicos, sócio-antropológicas, morfológicos

valorizando a subjetividade, emoção dos sujeitos e sustentabilidade. A

interdisciplinaridade é praticada como fundamento da práxis da Pesquisa

em Design e podem ser percebidas nos trabalhos apresentados no I

Seminário de Design.

O evento aconteceu vinculado à programação do VII Fórum de Pesquisa,

Ensino, Extensão e Pós-Graduação da UEPA – FORPEEXP. E teve como

objetivos: divulgar as produções acadêmicas de docentes e discentes do

Grupo de Pesquisa Cultura e Design em Produtos Amazônicos UEPA/CCNT;

propiciar momentos de socialização acerca das investigações sobre design,

cultura e sociedade, integrando pesquisadores de diversas áreas para o

debate e a troca de experiências de pesquisas em design.

O I Seminário de Pesquisa em Design recebeu a proposição de apresentação

de foram selecionados para apresentação no evento, sendo 10 na área de

Design, cultura e sociedade e 14 na área de pesquisa e inovação.

Salientamos que a redação e apresentação dos trabalhos apresentados

nestes anais são de responsabilidade dos respectivos autores.

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Os participantes tiveram como origem, além da UEPA (Campus Belém e

Paragominas), outras instituições como: PUCRS, IESAM, FEAPA,

Faculdade Integrada Ipiranga, Universidade Federal do Pará

Procurou-se organizar uma programação que contemplasse as diversas

áreas do conhecimento/ linhas de pesquisa com duas conferências, além das

sessões de apresentação oral. A conferência de abertura teve como tema:

“Identidade, cultura e sociedade” proferida pelo Prof. Dr Agenor Sarraf, do

Instituto de Ciências da Arte - ICED/UFPA, seguida no período da tarde

pela conferência: “ Territórios Híbridos do Design de Moda.” Proferida pelo

Prof. Me. Fernando Hage/UNAMA.

A Comissão de Organização agradece a todos aqueles que direta e

indiretamente, contribuíram para a realização e engrandecimento do evento.

Em especial, aos autores dos trabalhos, aos pareceristas, aos conferencistas,

a Universidade do Estado do Pará através da à Pró-Reitoria de Pesquisa e

Pós-Graduação – VII FORPEEXP.

Pela Comissão Científica do Congresso,

Profa. Dra. Maria Roseli Sousa Santos

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PROGRAMAÇÃO

18/10/2012 MANHÃ:

8h30 – Conferência de abertura: “Identidade, cultura e sociedade” –

Prof. Dr Agenor Sarraf – ICED/UFPA

9h30 às 12h – Apresentação de Comunicações Científicas

18/10/2012 TARDE:

15h00 – Conferência “ Territórios Híbridos do Design de Moda.” -

Prof. Msc. Fernando Hage/UNAMA.

16h às 18h – Apresentação de Comunicações Científicas

18:30 – Lançamento do Livro: Cultura e Design em produtos Amazônicos

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GT: 1 – Design, Cultura e Sociedade.

A QUESTÃO DO DESIGN NAS PRÁTICAS DE LEITURA

CONTEMPORÂNEAS: da contemplação dos livros à imersão dos tablets

Robson Macedo1

Resumo:

Na história da sociedade ocidental, a forma de ler livros e os processos

cognitivos que envolvem essa prática mudaram consideravelmente. Hoje, há

três tipos de leitores, segundo Lúcia Santaella: o contemplativo, o errante, e

o imersivo. A relação que cada tipo de leitor tem com os textos e seus

suportes –analógicos ou digitais – é única. Nesse cenário, é pertinente

perguntar: como o design e a materialidade dos variados suportes de leitura

podem afetar a cognição dos leitores? A partir dessa discussão, este trabalho

vai refletir sobre essa questão, relacionado o perfil cognitivo desses

diferentes tipos de leitores e as affordances dos suportes digitais e do livro

impresso apontadas por José Furtado.

Palavras-chave: Design; Cognição; Leitura; Livro; Tablet.

INTRODUÇÃO

Atualmente, há varias possibilidades para a prática de leitura de

textos, que pode ser realizada nos mais variados suportes, desde uma

minúscula tela de smartphone até um desktop de 24 polegadas. Uma das

maiores consequências dessas mudanças contextuais foi o surgimento de

três tipos de leitores: o contemplativo, o movente ou errante e o imersivo

(SANTAELLA, 2004). Segundo Santaella (2004), o leitor contemplativo

nasce de práticas estabelecidas para a leitura de livros a partir do século

XII, resultado das transformações provocadas pela fundação de

universidades. Foi a partir desse contexto que a leitura passou a ser

silenciosa e uma prática na qual a concentração se fazia necessária. O

segundo tipo de leitor é o movente, que nasce junto com a revolução

industrial e com o rápido crescimento das cidades. Para facilitar o tráfego

das pessoas nos centros urbanos, foram desenvolvidos sistemas de

sinalização, com indicações e sinais. O terceiro leitor é imersivo, que

1 Mestrando do PPGCOM/PUCRS. E-mail: [email protected]

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representa o leitor da era digital. A lógica do leitor imersivo é a não

linearidade, além de ser multimídia, já que sua cognição permite ler, ouvir

música e ver vídeos sobre determinado assunto e aprender das três formas.

Hoje, esses três tipos de leitores possuem a cognição para ler os mais

variados tipos de textos, desde ícones simples a rebuscados textos, de

suportes individuais a signos urbanos e coletivos. Este trabalho pretende

fazer uma reflexão sobre a relação entre os tipos de leitores e os seguintes

suportes de leitura: o livro, o iPad2 e o Kindle3. Propõe-se aqui também

relacionar as possibilidades que esses suportes apresentam para o trabalho

do designer, e como novas experiências de leituras podem ser propostas a

partir desses suportes.

METODOLOGIA

Este estudo foi construído através do levantamento de dados

encontrados na literatura já existente. Foram realizadas pesquisas

bibliográficas com base na obra dos autores Lúcia Santaella e José Furtado.

A partir das categorizações dos leitores proposto por Santaella e das

considerações de Furtado sobre a relação entre a leitura em tela e no livro

impresso, pretende-se fazer uma discussão teórica relacionando as cognições

dos leitores e as exigências de cada suporte pesquisado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o livro, o leitor criou hábitos e práticas de leitura muito próprias,

que sempre estiveram ligados ao modo como o design do conteúdo era

apresentado. Hoje, diante de tantas previsões anunciando o seu fim, o livro

ainda mostra que pode resistir, justamente em decorrência dessas práticas

que caracterizam sua leitura. Essa resistência do livro é classificada por

José Furtado (2006) como “a resiliência do papel”, explicada a partir da

comparação entre as affordances dos suportes digitais e do livro impresso.

2 iPad é um dispositivo em formato tablet produzido pela Apple Inc. O aparelho foi anunciado em 27 de

janeiro de 2010, em uma conferência para imprensa no Yerba Buena Center for the Arts em São

Francisco. 3 Kindle é um pequeno aparelho criado pela empresa americana Amazon, que tem como função principal

ler livros electrônicos e outros tipos de midia digital. O primeiro modelo foi lançado nos Estados Unidos

em 19 de Novembro de 2007.

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As affordances são propriedades físicas dos suportes que possibilitam a ação

de ler, e essas características são únicas e são exploradas pelo designer

também de forma única. A primeira vantagem que Furtado (2006) apresenta

do livro é a tangibilidade, que é a possibilidade se possuir a obra nas mãos,

sentir a textura e ter a noção do tamanho real da obra. A partir dessa

affordance, o design editorial criou possibilidades e apresentações únicas,

ligadas diretamente à experiência de leitura do livro. O leitor “ruminante”

necessita dessa noção de espacialidade, já que o conteúdo do livro é restrito

ao próprio livro. O modo de organização do conteúdo proposto pelo design

editorial auxilia o leitor a manter essa noção espacial. Já o leitor imersivo

não necessita dessa espacialidade, pois a sua leitura não fica restrita ao

conteúdo do livro, e pode ir de uma obra a outra apenas com um clique. A

manipulação é outra affordance destacada por Furtado. Feitos de papel, os

livros podem ser modificados com facilidade, permitindo que os leitores

façam anotações nas bordas das páginas. Essa manipulação facilita a vida

dos leitores contemplativos. Nesse caso, o designer gráfico leva em

consideração a questão da organização da página e a mancha gráfica. Nos

tablets é possível também fazer anotações ao longo do livro, mas a lógica é

outra. É preciso que o sistema do dispositivo permita esse tipo de

intervenção. Furtado também destaca affordances que dão “vantagens” aos

tablets, como o armazenamento e acesso a grandes quantidades de

informações. Dependendo do modelo, o Kindle, por exemplo, pode armazenar

na sua memória milhares de livros. Os e-books têm ainda a vantagem de

serem multimídia. Alguns livros eletrônicos têm o seu conteúdo montado

com hipertextos, que podem trazer textos com sons, imagens, vídeos, etc.

Essa prática de leitura, própria do leitor imersivo, mostra que os tablets

estão mais coerentes a esse leitor.

CONCLUSÃO

O livro impresso teve seu reinado abalado, isso é certo. Os tablets,

com seus ícones, chegaram provocando profundas transformações na prática

da leitura. Mas, cada suporte pode ter seu próprio nicho. Os tablets têm o

seu espaço porque o próprio leitor mudou: se antes ele praticava uma leitura

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linear, fechada, silenciosa, hoje ele pode percorrer os hipertextos e as

hipermídias que os dispositivos eletrônicos apresentam, em um ritmo

frenético. É justamente aí que o papel do designer se estabelece como

mediador e como balizador dos modos de leitura. É a partir dos projetos

criados pelos designers que os modos de leitura vão se balizando e criando

toda uma gramática própria.

REFERÊNCIAS

FURTADO, José. O Papel e o Pixel. Do impresso ao digital: continuidades e

transformações. Florianópolis, SC: Escritório do Livro, 2006.

SANTAELLA, Lúcia. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor

imersivo. São Paulo: Paulus, 2004.

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COLEÇÃO DE ÓCULOS DE SOL COM REFERENCIA NOS GRAFISMOS

DOS FRAGMENTOS DA CERÂMICA MARAJOARA.

Samara Ferreira de Andrade Nogueira4

Maria Roseli Sousa Santos5

Este trabalho de conclusão de curso tem como área de referência, o Design de

produtos, mais especificamente o segmento de moda/acessório.O resultado da

investigação, além de um preciso estudo da cultura marajoara e grafismo de sua

cerâmica, se traduz em uma coleção de óculos de sol. A metodologia está

estruturada pela pesquisa qualitativa e descritiva com realização de pesquisa de

campo; aplicação de entrevista e análise de registro das imagens das cerâmicas a

partir do estudo de campo no município de Soure na Ilha do Marajó -Pará - Brasil .

Os primeiros resultados apontam para a concretização do desenvolvimento dos

produtos, no intuito de mostrar a relevâncias históricas como meio de inspiração,

atuando fortemente na ária do Design de produto, e mostrando o papel do Designer

com o caráter cultural.

Palavras-chave: Design de Produto. Óculos de sol. Moda.

Iconografia marajoara, Patrimônio Cultural

INTRODUÇÃO:

A escolha do tema deu-se devido ao interesse na área de

projeção de produtos e na área da moda, além da observação do trabalho de

alguns “estetas ópticos”, que são os responsáveis pela produção de óculos e

estão relacionados à moda e estética, com o intuito de modificando a forma

de utilização dos materiais usados para a criação da cerâmica, encontrados

no município de Soure, e adaptando ao produto de forma conceitual.

Utilizando traços específicos, criativos e adaptações modernas ao produto,

trazendo benefícios, e expondo como o Design pode atuar em varias áreas

distintas sendo inovadoras e tendo um caráter cultural. E dessa forma

podendo observa qual o interesse da sociedade no acessório óculos e seu

papel geral, no Design.

4 Graduanda no Curso de Design, da Universidade do Estado do Pará. E-mail: [email protected]

5 Professora Doutora, orientadora. Universidade do Estado do Pará. [email protected]

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Podemos expandir o conhecimento da cultura e história da região marajoara

e atrair o turismo de forma inovadora, através da criação de um produto. A

coleção é composta de quatro modelos de óculos em 3D, todos com

referencias dos grafismos dos fragmentos da cerâmica marajoara, e tendo

como estudo de campo o Município de Soure na Ilha de Marajó.

METODOLOGIA:

A abordagem desta pesquisa é de natureza qualitativa descritiva uma

vez que propõe-se o estudo da estética e funcionalidade dos óculos,

analisando as características e os fundamentos históricos do produto e sua

atuação como acessório da moda e a exploração para aplicação de materiais

diversificados, para assim desenvolver uma coleção de óculos de sol com

referências no grafismo das cerâmicas marajoara. Tem caráter explicativo

a delimitação de um estudo históricos da cultura marajoara e a aplicação

destes dados em um produto. Destaca-se a pesquisa bibliográfica feita

acerca do tema em questão com intuito de obter conhecimento quanto à

criação e produção dos óculos de sol, assim como a importância da cultura

marajoara e sua aplicação no produto. A pesquisa mercadológica,

levantamentos fotográficos e análise do público alvo, entrevistas e por fim, a

elaboração projetual, baseada na metodologia consistente em análise

histórica e de similares, formulação conceitual e detalhada da proposta do

projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Nossa pesquisa esta em andamento, assim como a produção

projetual, a coleção de óculos de sol possui quatro modelos, todos inspirados

nos grafismos dos Fragmentos das Cerâmicas Marajoara e nos seus traços

simétricos e harmoniosos, em baixo e alto relevo, e também na totalização

da cerâmica. O estudo foi feito no município de Soure na Ilha de Marajó-

Pará, muitos são os modelos de óculos com vários tamanhos e formatos, com

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referencias em vários estilos. Neste caso, os óculos terão uma referência

milenar de uma cultura indígena da região, com adaptando ao produto de

forma conceitual utilizando traços específicos, criativos e adaptações

modernas ao produto.

Os modelos possuem lentes coloridas e formas distintas, obedecendo a

estética do rosto humano e as medidas adequadas.

Para obter informações sobre as preferências do publico em relação à

coleção de óculos de sol, tendo como referência o Grafismo marajoara, foram

realizados questionários direcionados para coleta de tais informações, a fim

de auxiliar no processo do projeto, O questionário aborda as características

do produto e preferências, como modelos, símbolos e cores. A entrevista foi

feita com duzentas pessoas, no município de Soure, entre nativos, turistas,

moradores do Marajó de outros municípios, com homens e mulheres na faixa

etária de quatorze a setenta e sete anos. Essa pesquisa tem como principio

final, ajudar no trabalho de projeção da coleção de óculos tendo como ponto

principal avaliar as preferências do publico em questão. Teremos mais

resultados, já que a pesquisa está em andamento, e os resultados são

parciais.

CONCLUSÃO:

Até a presente data analisamos os valores culturais e históricos da

região Soure na Ilha de Marajó, as características e os fundamentos

históricos dos óculos e a sua atuação como acessório no “mundo da moda”,

exploramos a aplicação de materiais, diversificados tais como: os tipos de

armações e corres de lentes, formatos, além da aplicação de matéria prima e

analisamos o público alvo, com pesquisa de campo na região.

Delimitamos dados históricos da cultura marajoara e suas criações, como:

vasos marajoaras e a utilização desses produtos no mercado local, e

analisamos a aceitabilidade do público alvo para esse tipo de produto no

mercado, através de pesquisa mercadológica. E estamos seguindo com a

criação dos modelos em 3D que demonstram que os objetivos propostos nesta

pesquisa estão sendo atingidos.

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DESIGN DE INTERIORES CONCEITUAL PARA DISCOTECA COM

ENFOQUE NO ASPECTO SENSORIAL E REFERÊNCIA NO CLIMA DE

BELÉM

Eduardo Lobo da Silva6

Hernan Gonçalves Sandres7

Sávio Almeida Fernandes8

Resumo: Este trabalho propõe um projeto conceitual de design de interiores

para discoteca com referência no clima da cidade de Belém. Com enfoque no

aspecto sensorial, oferece um novo conceito de casa noturna com base no

estímulo das emoções humanas relacionadas ao clima da capital paraense.

Abrangendo mobiliário e instalações interativas, a discoteca oferece uma

diferente proposta de entretenimento noturno que foge do padrão escasso de

inovação existente na cidade. Esta pesquisa visa a imersão da população na

cultura de Belém através do design emocional, a partir de sua inserção na

prática do direito ao lazer que é fundamental para o bem estar humano.

Palavras-chave: Design de Interiores; Discoteca; Design Emocional

INTRODUÇÃO:

Esta pesquisa surgiu a partir da análise do cenário de entretenimento

noturno em Belém que apresenta escassez de aplicação da cultura local nas

suas temáticas, tal como dificilmente oferecem propostas inovadoras no

formato em que acolhem seus clientes. Isso infere que a proposta deste

trabalho atue como uma forma de ruptura a essas limitações, evidenciando

os elementos climáticos que fazem parte da cultura da população e, através

do design, os valorizando.

Dessa forma, a discoteca passa a ser não só um espaço para as

atividades básicas proporcionadas por uma casa noturna, mas também uma

proposta para a reflexão e percepção de elementos característicos da cultura

local a cerca do clima e sua importância, dentro do contexto do cotidiano da

população. Temos uma alternativa de usufruir dos fenômenos atmosféricos

característicos da cidade como uma fonte criativa, visando provocar nos

usuários um novo olhar para a metrópole paraense.

6 Bacharelando em Design - Habilitação em Projeto de Produto. [email protected]

7 Bacharelando em Design - Habilitação em Projeto de Produto. [email protected] 8 Orientador, Mestre da Universidade do Estado do Pará, [email protected]

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O resultado do projeto propõe um espaço aonde as pessoas possam ter

diversão e interação com o lugar que estão utilizando. Os usuários podem se

relacionar entre si e com as estruturas da discoteca, estimulando seus

sentidos e, sobretudo, suas emoções. A casa noturna oferece uma experiência

de imersão das pessoas nos elementos climáticos de Belém, captando

sensações percebidas no dia-a-dia e aplicando-as no espaço de discoteca.

METODOLOGIA:

A metodologia aplicada no projeto é referente ao design conceitual de

interiores com base no design emocional, estudo abordado por Norman

(2008). Através da configuração do espaço de discoteca, propomos um projeto

de identidade visual e a implementação de uma coleção de mobiliário

específica para a discoteca, paralelamente com o sistema de instalações

sensoriais aplicado no projeto de casa noturna desta pesquisa.

Sendo assim, utilizamos bibliografia principalmente relacionada ao

design de interiores, mobiliário e emocional, juntamente com estudos

específicos da climatologia e meteorologia de Belém. Realizamos

questionários e entrevistas para coleta de informações a respeito da relação

cultural do clima de Belém. A partir dos resultados obtidos, demos origem ao

projeto de discoteca intitulado de Pluvi Disco Pub.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A partir das análises feitas, através das entrevistas, construímos uma

relação de sensações aplicáveis ao espaço da discoteca. Tivemos, então, como

resultado a divisão dos ambientes da discoteca em quatro principais: hall de

entrada (externo e interno), Pista Chuva, espaço lounge e Pista Calor. Os

dois últimos espaços são interligados por uma escada aonde também

aplicamos a temática desenvolvida.

Desde a entrada das pessoas pelo hall até os seus últimos momentos

no espaço da discoteca, nas pistas de dança e área lounge, oferecemos a

interação com o clima de Belém que, de acordo com Mendonça e Danni-

Oliveira (2007), é classificado como quente e úmido. Isso implica que a casa

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noturna seja um passeio pelos diferentes estágios meteorológicos da cidade,

proporcionando às pessoas um novo olhar para a cidade, além das atividades

básicas que uma discoteca pode oferecer.

Sendo assim, temos as sensações obtidas com o clima apresentadas

em algumas formas de interação como, por exemplo, na Pista Chuva onde

temos um aplicação visual e tátil da representação das chuvas de Belém no

centro da pista de dança. O usuário pode trocar experiências sensoriais com

objeto enquanto exercita o seu direito ao lazer, tornando esse ato um

diferencial oferecido pela casa noturna.

Todos os ambientes da discoteca possuem relação direta com a

temática proposta e buscam proporcionar relação de associação das pessoas

com sua memória sensorial e emocional referente ao clima da cidade.

Buscamos, então, propor um momento de ligação afetiva do publico da

discoteca com o clima de Belém que, segundo García Canclini (2008) e

Villas-Boas (2009), pode ser considerado um dos símbolos culturais da

capital paraense.

CONCLUSÃO:

O clima de Belém é apenas um dos diferenciais que a cidade possui

em sua cultura. A gastronomia, as danças, as lendas, tudo pode ser fonte de

referência para o projeto de design e proporcionar soluções inovadoras aos

problemas humanos. Em Belém existe uma singularidade cultural

expressiva e essa particularidade pode ser usado como diferenciação em um

mercado cada vez mais competitivo.

Após as análises e propostas desta pesquisa, consideramos que existe

uma significativa importância do designer como catalisador na aproximação

da cultura regional com os produtos, sejam estes objetos, espaços ou

serviços. O designer entende as necessidades humanas e tem como objetivo

atendê-las através de propostas inovadoras. Dessa forma, o projeto tem

tanto importância mercadológica quanto importância humana, onde

buscamos sempre o bem estar das pessoas através do design.

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REFERÊNCIAS:

GARCÍA CANCLINI, Nestor. Culturas Híbridas: Estratégia para Entrar e

Sair da Modernidade. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,

2008.

MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês. Climatologia: noções

básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

NORMAN, Donald A. Design Emocional: Por que adoramos (ou detestamos)

os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.

VILLAS-BOAS, André. Identidade e Cultura. São Paulo: 2AB Editora, 2009.

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ECO-CONCEPÇÃO NA MODA: A RECICLAGEM DE SUCATAS DE

VIDRO NA PRODUÇÃO DE ADORNOS CORPORAIS

Josenete Ferreira Mendes9

Núbia Suely Silva Santos10

Resumo: O trabalho fundamentado nas interfaces do design,

sustentabilidade e moda apresenta a pesquisa experimental com reciclagem

de sucatas de vidro para a produção de peças para adornos corporais,

demonstrando práticas em design que podem contribuir para a redução dos

impactos causados por resíduos sólidos descartados no meio ambiente.

Palavras-chave: ecodesign, reciclagem de vidro, adornos corporais.

INTRODUÇÃO:

No cenário contemporâneo é de grande relevância a atuação do

profissional de design voltada a práticas e ações “sustentáveis” no

desenvolvimento de projetos. E este é o fio condutor da pesquisa que aborda

conceitos de sustentabilidade na produção de produtos na área da moda.

Entende-se aqui por sustentabilidade, um conceito de que “deve

incorporar o relacionamento da dinâmica da sociedade, da política, da

ecologia e da educação, em seu sentido mais amplo, de acordo com essa nova

ética ambiental” (MELO, 2006, p. 22)

A nova ética ambiental da qual Melo (2006) se refere está relacionada

a ideia de que os recursos naturais são finitos e que, portanto, é necessária

uma nova visão de mundo mais comprometida com o bem-estar geral da

sociedade e em sua relação com o meio ambiente.

A partir desse contexto, desponta o conceito de Ecodesign, o qual

Papanek (apud KAZAZIAN, 2005, p. 36) chama igualmente de

“ecoconcepção” e que, para Kazazian trata-se de “uma abordagem que

consiste em reduzir os impactos de um produto, ao mesmo tempo em que

conserva sua qualidade de uso para melhorar qualidade de vida dos

usuários de hoje e de amanhã”.

9 Universidade do Estado do Pará; [email protected]. 10 Professora Doutora da Universidade do Estado do Pará, [email protected]

Page 21: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

Essa concepção de sustentabilidade, quando abordada no

desenvolvimento de produtos, deve ser traduzida em ações que contribuam

para a redução dos impactos ambientais causados pelos sistemas de

produção e consumo da sociedade, como por exemplo: priorizar a

durabilidade do produto, facilitar sua reparação e manutenção e o uso de

materiais que possam ser reaproveitados ou reciclados após seu descarte.

Fundamentada nos parâmetros para um design sustentável, a

pesquisa foi voltada ao desenvolvimento de um produto na área de moda,

demonstrando de forma prática alguns dos caminhos possíveis para a

realização de projetos sutentáveis.

METODOLOGIA:

O método de utilizado no trabalho é o crítico-dialético pois a pesquisa

visa uma discussão a respeito do conceito sustentabilidade e sua relação com

o design e a moda, demonstrando alguns dos princípios e ferramentas

utilizados nessas áreas para a aplicação de práticas sustentáveis no cenário

contemporâneo.

Os procedimentos metodológicos utilizados no trabalho são: pesquisa

bibliográfica e experimental; e levantamento de informações e dados em

instrumentos como livros, artigos, periódicos. Além disso, o processo de produção

das peças em vidro está sendo registradas através de câmera fotográfica e

filmadora.

A produção das peças em vidro será a partir da pesquisa experimental com o

material coletado em vidraçarias e residências da região metropolitana de Belém e

trabalhado nos laboratórios do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia – CCNT

da Universidade do Estado do Pará. Nesta etapa serão trabalhadas as

configurações estéticas do material para a confecção das peças para adornos

corporais.

Page 22: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A pesquisa de referências para o trabalho permitiu estabelecer uma

discussão entre as diferentes abordagens da sustentabilidade no design,

destacando-se os conceitos essenciais e as ferramentas e ações que podem

ser empregadas no desenvolvimento de produtos sustentáveis.

Essa fundamentação teórica foi a base ideológica para a realização

prática de concepção e confecção de um produto que atendesse aos requisitos

de um projeto orientado por princípios do desenvolvimento sustentável.

Para a realização do projeto, foram desenvolvidos estudos e

experimentos com o material escolhido, o vidro, para a sistematização do

processo de produção de adornos através da reciclagem do material e,

posteriormente, desenvolver as peças para a coleção a ser apresentada como

resultado da pesquisa.

A partir das observações feitas até o momento, pode se selecionar os

materiais a serem trabalhados, conhecer técnicas e processos de trabalho,

tudo que auxiliará na confecção dos produtos. Através da experimentação

com o material, espera-se o acúmulo de conhecimento para a realização de

trabalhos a partir da reciclagem do vidro.

CONCLUSÃO:

O trabalho desenvolvido buscou discutir as relações entre

sustentabilidade, design e moda na contemporaneidade com o intuito de

evidenciar a relevância da atuação do designer orientado por princípios do

desenvolvimento sustentável.

A partir dessa discussão foram levantadas práticas e ferramentas

que, de fato, podem contribuir para a redução dos impactos (ambientais,

sociais, econômicos, etc) gerados pelos modos de produção e consumo atuais.

Algumas dessas ferramentas estão sendo utilizadas para a

formatação e desenvolvimento do projeto de produto a ser apresentado ao

final da pesquisa, demonstrando algumas das práticas que devem ser

incorporadas a todos os projetos de design.

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REFERÊNCIAS:

KAZAZIAN, Thierry. Haverá a idade das coisas leves: design e

desenvolvimento sustentável. Tradução Eric Roland Rene Helenaut. São

Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

MELO, Mauro Martini de. Capitalismo versus Sustentabilidade: o desafio

de uma nova ética ambiental. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2006.

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EU FALO “BRASILÊS”: LINGUAGEM POPULAR BRASILEIRA

APLICADA AO DESIGN DE MOBILIÁRIO

Priscyla Vívian Bastos Maia11

Ninon Rose Tavares Jardim12

Resumo: A linguagem popular é um elemento de grande valor da cultura

brasileira, servindo como um espelho do comportamento social do brasileiro.

Este estudo relaciona os elementos de formação cultural do Brasil à

comunicação coloquial a fim de identificar elos entre as regiões, estabelece a

relação entre design, identidade e cultura dentro do cenário nacional,

analisa o mercado – potenciais consumidores, concorrência e viabilidade –

para a inserção desse móvel. Dessa maneira, temos com resultado uma linha

de mobiliário que utiliza como principal elemento de Design a estrutura das

letras e das palavras que compõem expressões populares de diversas regiões

do país e que é capaz de identificar o Brasil nacional e internacionalmente.

Palavras-chave: mobiliário, design e identidade, design emocional.

INTRODUÇÃO:

Apesar de termos como língua mãe o Português, no Brasil a

linguagem é um dos aspectos da cultura e, assim como os demais, se

desenvolveu a partir de uma fusão de elementos ao longo da história da

formação do nosso povo. Nesse processo, cada região, não necessariamente

delimitada pela divisão político-administrativa do Brasil, mas sim por

contextos sociais similares, apresenta uma singularidade no vocabulário,

porém o significado e a aplicação de muitas dessas expressões tão únicas e

singulares podem ser comparadas às utilizadas em outras regiões. Enquanto

na região Norte é tão comum exclamar um “Égua!”, no Sul, o “Bah!” poderia

substituí-lo.

O produto desenvolvido serve de estudo de caso para entender a

relação emocional que as pessoas têm com os objetos de maneira geral, e,

mais especificamente, que significado a coleção “Brasilês” – coleção de

móveis desenvolvida neste trabalho – desperta ao emocional do seu público-

alvo.

11

Universidade do Estado do Pará. [email protected] 12 Professora mestranda, orientadora, Universidade do Estado do Pará,

[email protected]

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METODOLOGIA:

O estudo relaciona os elementos de formação da cultura brasileira à da

comunicação coloquial, analisa a importância desse linguajar e de suas aplicações

no cotidiano através da observação do comportamento das pessoas. Em seguida, é

elaborada uma proposta de aplicação desses conhecimentos no Design como

elemento de “exportação” da cultural local brasileira já bastante valorizada através

do desenvolvimento de uma linha de mobiliário chamada “Brasilês”.

O método utilizado considerou a análise do discurso dos sujeitos a

partir do conteúdo de registro de observação, conversas informais e

entrevistas com brasileiros de diversas naturalidades – paraenses, mineiros,

paulistas e pernambucanos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O Brasil tem despertado curiosidade e atraído olhares do mundo por

ser um exemplo de convivência entre diferenças, intensidade de

relacionamentos, alegria, espontaneidade, calor humano. Todo mundo quer

se sentir um pouquinho brasileiro. Temos, portanto, uma quase que

inesgotável fonte de referências para a criação dos demandados produtos

com elevado valor simbólico e que ainda está praticamente inexplorada.

Alinhado ao contexto emocional, o mobiliário se relaciona ao intimo

dos indivíduos e está inserido no lar, fazendo também referência a um dos

aspectos da cultura brasileira: o calor humano, ou seja, a valorização das

relações sociais. Uma linha de móveis que estimule o convívio social e faça

referência ao nosso modo expressivo de ser e de se comunicar certamente

terá cara do Brasil.

No Brasil, a formação da cultura se deu de forma plural e sincrética,

segundo Moraes (MORAES apud RIBEIRO, 2006, p. 166) formou-se com a

“destribalização” de índios, “desafricanização” de negros e “deseuropeização”

de brancos. A diversidade da cultura brasileira também apresenta seus

paradoxos, na qual uma linha tênue separa o sacro do profano, o formal do

informal, o público do privado, a emoção da regra (SEBRAE, 2002).

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Se falar de Brasil é falar de sua diversidade, quando se trata de

linguagem, apesar de oficialmente o nosso idioma ser o Português, podemos

afirmar que falamos “Brasileiro”, com ainda muitos dialetos que o fazem

variar entre as regiões. Sendo a língua um dos maiores fatores de

identificação de uma cultura, isso ratifica a pluralidade cultural brasileira.

Para Ono (2004, p. 58), no contexto da globalização, a cultura se

define como “„uma civilização cuja territorialidade se globalizou‟, o que não

significa que se caracterize pela homogeneidade de hábitos e pensamentos”.

Mas a globalização também apresenta sua problemática contradição, traz

tendências de homogeneização e ao mesmo tempo provoca tensões e

desigualdades. Consequentemente, o mercado global pressiona a produção

de bens que se insiram nele, ou seja, produtos que se adaptem à realidade

global, mas que possuam valores mais singulares, pois os bens de consumo

são também parte da cultura, uma vez que os objetos fazem parte do

conjunto de referências que um indivíduo tem do mundo e refletem a

história, a política, a economia (ONO apud NORMAN e DRAPER, 2004, p.

60).

Nesse contexto, além dos aspectos de divulgação, visibilidade e

autoestima envolvidos na divulgação do Brasil sob a forma de produtos, se

insere também a questão do desenvolvimento local, ou seja, a aplicação

prática da estratégia de pensar globalmente e agir localmente, já tão

difundida academicamente e economicamente.

O produto foi desenvolvido como uma solução contemporânea, jovial e

simples para o homem urbano, descontraído, dinâmico, prático e que

valoriza os relacionamentos sociais. Trata-se de uma coleção de mobiliário

composta por quatro práticos nichos que utilizam a estrutura das letras

como espaços funcionais. Esses nichos podem ser vendidos separadamente e

dispostos de acordo com ambiente ou preferência do usuário. Escolhidas a

partir da análise das expressões populares mais utilizadas no Brasil, estas

quatro expressões populares representam a brasilidade e o brasileiro. O

“BAH!” representa o sul; o “ÉGUA!” representa o norte. O “UAI!” representa

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a região central, com caráter rural é utilizada em Minas Gerais (Sudeste) e

nos estados do Centro-oeste. E o “OXENTE!” representa a região nordeste.

CONCLUSÃO:

Com todos os dados levantados até o momento, percebemos que no

mundo todo se nota uma tendência à valorização da cultura local em

resposta à globalização, onde os produtos se tornaram muito parecidos.

Portanto, um produto de design baseado na linguagem popular brasileira é

uma forma de atender uma demanda do mercado que busca produtos que

além do valor comercial e funcional possuam o valor simbólico e consigam

ser ao mesmo tempo globais e locais. Ao ser percebido pelo consumidor, o

valor simbólico que o Brasil carrega, é diferenciador, pois se antes éramos

chamados de “O país do futuro”, o futuro chegou e nos tornamos a “bola da

vez”.

A partir do produto desenvolvido, ainda pretende-se realizar um

estudo a fim de entender sua aceitação no mercado e a relação emocional

que ele poderá despertar nas pessoas.

REFERÊNCIAS:

BAXTER, Mike. Metodologia Projetual: Guia prático para o

desenvolvimento de novos produtos. São Paulo:Edgard Blucher, 2000.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial: bases para a configuração dos produtos

industriais.São Paulo: Edgard Blucher, 2001.

MORAES, Dijon de. Análise do Design Brasileiro. São Paulo: Edgard

Blucher, 2006.

_________________. Design e Identidade local: o território como referências

para APLs moveleiros. Caderno de Estudos Avançados em Design:

Identidade.

Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais. P. 13-34.

2010.

ONO, Maristela. Design, Cultura e Identidade no Contexto da Globalização.

Revista Design em Foco, Salvador, BA, v. 1, n. 1, Universidade do Estado da

Bahia. p. 53-66. 2004.

Page 28: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cara

Brasileira: a brasilidade nos negócios, um caminho para o “made in Brazil”.

Brasília: Edição Sebrae, 2002.

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O DESIGN E SEUS VALORES AGREGADOS À JOIA BALANGANDÃ:

UMA ANÁLISE PICTÓRICA DA OBRA DE DEBRET “NEGRA TATUADA

VENDENDO CAJU”.

Amanda Gatinho Teixeira13

Resumo:

O presente trabalho desenvolve um estudo de uma das peças de joalheria

mais icônicas do Brasil, os balangandãs, que podem ser classificadas como

um modelo de “design de resistência”. Essas peças faziam parte do conjunto

das chamadas “jóias de crioulas afro-brasileiras”, que foram utilizadas pelas

escravizadas durante o Período Colonial Brasileiro.

Palavras-chave: “Jóias de crioulas afro-brasileiras”; Balangandã; Período

Colonial Brasileiro.

INTRODUÇÃO:

O ser humano desde que se distinguiu dos outros animais buscou com

o que se destacar. O desejo pelo embelezamento do corpo foi e ainda é

característica intrínseca do homem, que criou um simbolismo próprio

através de sinais materiais. Entre eles, estão as joias, que eram produzidas

a partir dos recursos da natureza.

Com o passar dos tempos, as joias ampliaram o seu valor simbólico e

são atribuídos a elas inúmeros significados. E mesmo durante o Brasil

Colonial, as joias incorporaram símbolos responsáveis por identificar

funções entre os indivíduos da sociedade que era praticamente analfabeta.

Analisaremos o uso dos adornos pelas escravizadas, onde destacamos

o balangandã, que constituiu uma forma particular de resistência ao sistema

de poder vigente além de contribuir para a manutenção de sua cultura.

METODOLOGIA:

Para a abordagem do tema, foi realizado um levantamento

bibliográfico para selecionar a obra de estudo. Através da análise

iconográfica desta, destacamos as funções do balangandã. Partindo de uma

13

Estudante de Pós-Graduação do curso Design, Computação Gráfica e Multimídia-

IESAM.

[email protected]

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abordagem qualitativa, a pesquisa tem como aporte a História da

Joalheria/Design e a História da Arte, baseando principalmente nos autores

Lody, Gola e Factum.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

As “jóias de crioulas afro-brasileiras” confeccionadas nos séculos

XVIII e XIX consistem em uma coleção de peças compostas por: colares,

argolas, pulseiras, pencas de balangandãs14 (Fig. 1), entre outros. Essas

joias possuem um importante papel na joalheria brasileira, em que um

projeto de produto possuía um endereço pré-determinado, direcionado

apenas pelas escravizadas, negras livres, mucamas e amas-de-leite. Além,

de servirem como amuletos de proteção.

Figura 1: Penca de Balangandãs em prata, com 27 peças, corrente e chave.

Fonte: MAGTAZ, 2008, p. 117.

Segundo FACTUM, a peça “é um exemplo paradigmático do design de

resistência à escravidão, pelo projeto do objeto em si e pelo implícito projeto

de preservação cultural das suas usuárias [...]”. (2004, p.36). Podemos

observar este amuleto representado na obra de Debret intitulada de “Negra

tatuada vendendo caju” (Fig.2).

14 Ornamento de metal, podendo ser confeccionado em ouro ou prata, que reúne objetos com

formas variadas, agrupadas numa base denominada “nave”. Eles possuem diversas formas,

podendo ser: frutas, moedas, figas, chaves, dentes de animais etc. Os elementos que compõe

as pencas de balangandãs são reunidos em função de seus significados mágicos e rituais.

São talismãs e amuletos que supostamente afastam “mau-olhado”, trazem sorte, ou indicam

“riqueza”.

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Figura 2: Negra tatuada vendendo caju, 1827. Jean Baptiste Debret.

Fonte: Pereira, 2008.p. 21.

Sob o ponto de vista factual, esta obra retrata uma cena do cotidiano

que ocorria no espaço urbano, a venda de alimentos. Esses trabalhos

exercidos pelas negras geralmente eram revestidos em lucro para seus

senhores, pois recebiam os ganhos por cada dia de atividade pública. Com

isso, elas possuíam,

[...] total condição de comprar suas joias, que apesar de não terem o

mesmo design das usadas na África, possuíam significados

praticamente idênticos, tanto no que se refere às distinções: de

hierarquia, de riqueza, de crenças etc., como a de considerar a joia

como uma das mais importantes maneiras em que a riqueza

poderia ser acumulada e passada para futuras gerações. (CLARKE,

1998, p.16 apud FACTUM, 2004, p.34)

Embora, formassem um grupo excluído socialmente as escravizadas

conseguiam burlar a hierarquia social, em que o uso da joia era exclusivo

das mulheres brancas.

Esta joalheria é um modelo do que se pode classificar de design de

resistência, não na sua forma que é híbrida, mas no seu significado

de uso, resultado da impermeabilidade cultural, da resistência

negra ao sistema escravocrata. Ao portar estas joias a mulher

negra ou mestiça, escrava, alforriada ou liberta, simbolizava a

manutenção de sua cultura, a preservação de sua autoestima e,

principalmente, sua resistência à condição de mercadoria.

(FACTUM, 2004, p.33)

Podemos observar que estas joias são elementos de resgate da cultura

de origem das escravizadas, sendo uma expressão ímpar na história da

joalheria brasileira, além de possuírem grande valor simbólico, apresentam

grande importância na composição da estética negra.

Page 32: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

CONCLUSÃO:

Para as escravizadas negras as joias de crioulas eram sinônimos de

beleza e distinção e com o passar do tempo essas peças receberam outros

valores como: religioso; através da herança da cultura africana, simbólico;

como as peças dos balangandãs, econômico; por ser um meio de ascensão

social, entesouramento e também como sistema de crédito, místico; por

supostamente terem poderes de afastar doenças e “mau-olhado” e pelo valor

de luxo; por meio do exibicionismo para o outro podendo estar ligado

diretamente ao poder.

REFERÊNCIAS:

FACTUM, Ana Beatriz Simon. Joia Escrava: Design de Resistência.

Universidade do Estado da Bahia. Revista Design em Foco. Salvador, Ano

01, nº 001, julho-dezembro 2004.

Disponível em: < http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/661/66110104.pdf>

Acesso em: 21 maio de 2010.

GOLA, Eliana. A jóia: história e design. São Paulo: Editora SENAC, 2008.

LODY, Raul. Jóias de Axé: fios de contas e outros adornos do corpo: a

joalheria afrobrasileira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

MAGTAZ, Mariana. Joalheria Brasileira: do descobrimento ao século XX. 1º

Ed. São Paulo: Editora Mariana Magtaz, 2008.

PEREIRA, Sonia Gomes. Arte Brasileira no século XX. Belo Horizonte:

C⁄Arte, 2008

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O USO DAS GEMAS VEGETAIS NA CRIAÇÃO DE UMA COLEÇÃO DE

CALÇADOS FEMININOS INSPIRADA NO UNIVERSO ART DÉCO.

Rafael Reis da Costa15

Rosângela Gouvêa Pinto16

Resumo: Esta pesquisa trata de um tema inovador e de pesquisa inicial no

curso de Bacharelado em Design da Universidade do Estado do Pará (UEPA),

do qual irá fomentar, para esta instituição de ensino, futuros estudos sobre

calçados e o uso de gemas vegetais em uma coleção de moda e acessórios,

especificamente acerca da metodologia abordada para a criação de calçados

femininos. O objetivo desta pesquisa é, portanto, a criação de uma coleção de

calçados femininos inspirados no universo Art Decó, datado da década de 1920 (período pouco abordado em detrimento do Art Nouveau em Belém),

problematizando a utilização de gemas vegetais amazônicas como elementos de

ornamentação. Estes conhecimentos, posteriormente, incentivarão novas

pesquisas e contribuirão de forma efetiva para o aumento significativo de

estudos direcionados ao papel do designer no setor calçadista, atendendo um

mercado diferenciado, e valorizando as riquezas regionais.

Palavras-chave: Design de calçados, Gemas vegetais, Art Decó.

INTRODUÇÃO:

O pleno interesse por calçados e pela área de Moda surge a partir da

experiência de visitar todo o setor produtivo de uma renomada empresa do setor

calçadista em Nova Petrópolis (RS) - DAKOTA S.A; além de poder ter a

oportunidade de ser finalista do concurso da Criação dos Calçados Tanara Cool,

tornaram essa pesquisa desafiadora.

Por se tratar de um tema inovador e de pesquisa pouco aplicada no curso de

Bacharelado em Design da Universidade do Estado do Pará (UEPA), sobre calçados

e o uso de gemas vegetais em uma coleção de moda e acessórios, especificamente

acerca da metodologia abordada para a criação de calçados femininos.

A carência de produção e inovação no setor calçadista local se deve a

questões geográficas, e pela inexistência de um parque industrial, sendo que a

maior locação da produção nacional de calçados localiza-se nas regiões Nordeste,

15

Graduando no Curso de Design, da Universidade do Estado do Pará. E-mail:

[email protected] 16 Professora Mestra, orientadora, Universidade do Estado do Pará,

[email protected]

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Sudeste e Sul do País (ASSINTECAL. http://ww3.assintecal. org.br/, Acessado em

03/04/2012). Tendo em vista o potencial da região Norte, para o próprio setor, neste

trabalho busca-se a inserção de gemas vegetais nos calçados femininos a fim de

trazer incentivos para instalação do setor calçadista em uma região atrelada ao

potencial joalheiro em acessão nacional.

O objetivo desta pesquisa é, portanto, a criação de uma coleção de

calçados femininos inspirados no universo Art Decó, datado da década de

1920 (período pouco abordado em detrimento do Art Nouveau em Belém),

problematizando a utilização de gemas vegetais amazônicas como elementos

de ornamentação. O presente trabalho será desenvolvido por meio de uma

metodologia projetual em design de moda, entendendo o papel do designer

de moda em todos os setores da cadeia de produção calçadista possibilitando,

assim, resultados concretos pra uma confecção em escala industrial.

METODOLOGIA:

A pesquisa caracteriza-se pela abordagem crítico-dialético, pois tem

como objetivo a análise do universo calçadista feminino regional, com

relação com o mercado nacional. O papel do designer é um tema a ser

discutido na criação da coleção e em todo o gerenciamento do produto final.

O movimento Art Decó é um elemento de inspiração para a coleção que terá

as gemas vegetais como material inovador desenvolvido no setor joalheiro. A

metodologia projetual irá considerar a pesquisa bibliográfica, documental e

experimental, com os seguintes procedimentos e técnicas: com aplicação de

entrevistas estruturadas e semi-estruturadas, aplicação de questionários,

além de visitas técnicas no Espaço São José Liberto, designado Polo

Joalheiro do Estado do Pará.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O produto resultante desse estudo será a criação e o gerenciamento de

uma coleção de cinco pares de calçados femininos de inspiração no

comportamento feminista dos anos de 1920, e, sobretudo no cenário

arquitetônico do estilo Art Déco na cidade de Belém do Pará, com referencial

das edificações publicas e privadas localizadas na avenida presidente

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Vargas, bairro do Comércio. Inovando com aplicações de gemas vegetais

como a criação de joias como elementos de ornamentação, valorizando as

riquezas e as potencialidades da região amazônica.

No entanto, pesquisa esta em andamento e os resultados sólidos serão

considerados posteriormente ao desenvolvimento final da coleção e dos

modelos pilotos passiveis de comercialização.

CONCLUSÃO:

Esta pesquisa contribui para ampliar os conhecimentos sobre o setor

calçadista, visto que foram realizadas pesquisas acerca de métodos, técnicas

e de materiais utilizados, além da experiência de poder visitar o setor

calçadista da Empresa Dakota S/A possibilitando praticar os conhecimentos

obtidos na academia.

REFERENCIAL:

LIPOVETSKY, Gilles. O Império do Efêmero: a moda e seu destino nas

sociedades modernas. Tradução: Maria Lúcia Machado. São Paulo:

Companhia Das Letras, 1989.

O‟KEEFFE, Linda. SAPATOS Uma festa de sapatos de salto, sandálias,

chinelos. Könemann, 1996.

SIMMEL, Georg. Philosophie der Mode (1905), tradução e publicação, sob

o título de Filosofia da moda e outros escritos. Lisboa: Texto & Grafia,

2008.

CALANCA, Daniela. História social da moda. Tradução Renato Ambrosio.

São Paulo: SENAC, 2008.

CHOKLAT, Aki. Design de sapatos. São Paulo: SENAC, 2012.

BAXTER, Mike. Projeto de Produto: guia prático para o design de novos

produtos. Tradução Itiro Iida. 2 ED.REV. São Paulo: Edgard Blücher, 1998.

BRAGA, João. História da moda: uma narrativa. São Paulo: Editora

Anhembi Morumbi, 2006.

Page 36: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

JACOBBI, Paola. Eu quero aquele sapato – tudo sobre a obsessão

feminina. Objetiva. Rio de Janeiro. 2005.

SORGER, Richard; UDALE, Jenny. Fundamentos de design de moda. Porto

Alegre: Bookman, 2009.

SEIVEWRIGTH; Simone. Pesquisa e design: Fundamentos do Design de

Moda. São Paulo: Bookman, 2007.

MUSEU DO CALÇADO DE FRANCA. www . m u s e u d o c a l c a d o. c o

m. b r / i n c I n t e r n a s php?page=textoshistoriacalcado. Acesso em

20/04/2012.

PIRES; Dorotéia Baduy. Design de Moda, olhares diversos. São Paulo:

Estação das Letras, 2008.

MOTTA, Eduardo. O calçado e a moda no Brasil: um olhar histórico. São

Paulo: ASSINTECAL, 2005.

LAVER, James. A roupa e a moda: uma historia concisa. São Paulo: Cia. da

Letras, 2002.

LÖBACH, Bernad. Design industrial – Bases para a configuração dos

produtos industriais. São Paulo: Blucher, 2001.

http://ww3.assintecal.org.br/. Acesso em 20/04/2012.

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VESTINDO UM SONHO - APLICAÇÃO DO DESIGN EMOCIONAL NO

CONTEXTO DA MODA TENDO COMO ESTUDO DE CASO O VESTIDO

DE NOIVA

Juliana Padilha de Sousa17

Rosângela Gouvêa Pinto18

Resumo: Este trabalho propõe uma reflexão sobre a relação afetiva do

consumidor com o vestuário e os objetos de moda, relacionando o Design de

moda com o Design Emocional, partindo do estudo do vestido de noiva. Para

a construção do projeto se partiu do estudo de Donald Normam, sobre os

aspectos do design (visceral, comportamental e reflexivo), associado as

etapas da compra de moda (antes, durante e pós-compra), e todos os

aspectos que constituem a compra e escolha da noiva, a procura do seu

vestido ideal.

Palavras-chave: Design Emocional, Moda, Memória afetiva, Noivas.

INTRODUÇÃO:

O estudo é uma reflexão sobre a relação afetiva do consumidor, com

vestuário e os objetos de moda, no caso o traje de noiva, relacionando Design

de Moda e Design Emocional.

O Design Emocional é discutido em vários setores do campo do design,

porém observa-se poucas abordagens relacionadas especificamente à moda.

A pesquisa desenvolvida durante o desenvolvimento do trabalho de

conclusão de curso tem como finalidade expor uma reflexão sobre a relação

afetiva do consumidor com o vestuário e os objetos de moda, focado no

vestido de noiva.

O Emprego dos valores do design emocional aplicado a moda

apresenta-se como relevante na conquista do usuário, pois evidencia os

desejos de bem estar do consumidor e, garantindo a sensação de satisfação,

melhoras físicas e emocionais no cliente.

O trabalho é dividido em três grandes capítulos com subseções, onde o

primeiro “A Moda e o vestido de noiva” irá apresentar a história do traje

17

Graduanda em Design Industrial, Universidade do Estado do Pará. [email protected]. 18

Professora Mestra da Universidade do Estado do Pará. [email protected] .

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matrimonial em conjunto com o contexto de moda na sociedade, para se

conhecer quais foram as mudanças e qual o comportamento adotado em

cada época. Em “O Design emocional e o vestuário” estudando o Design e

Design emocional, trilhando uma pesquisa de mercado e consumidor, da

indústria de casamentos no Brasil. No capítulo “O projeto”, será

desenvolvido o projeto deste trabalho, com a elaboração de um produto para

o público do movimento apresentado, onde será usado o design emocional

como ferramenta para a construção do mesmo.

METODOLOGIA:

Este trabalho possui uma abordagem metodológica, na qual se propõe

uma análise de caráter critico-dialético, tendo como objeto de estudo o

vestido de noiva, a partir da pesquisa do design emocional aplicado ao

design de moda. Influenciado pelo aumento de renda nacional, a indústria

de casamentos no Brasil vive um momento de aquecimento, movimentando

10 bilhões de reais por ano, no país. No mercado regional o retrato é o

mesmo, porém com muitas deficiências de serviço e poucas opções para esse

público, que se apresenta como uma necessidade para o mercado local. A

partir do estudo de design, observou-se que a partir de uma pesquisa

baseada no design emocional, pode-se apresentar uma inovação para a área

e desenvolver uma análise nunca antes feita sob esta ótica do emocional no

processo do vestido de noiva. Explorar esses aspectos do design é altamente

relevante para o avanço de pesquisas e materiais sobre o Design Emocional,

feitas no Brasil e também no mundo, considerando que este ainda é um

campo pouco estudado por pesquisadores e designers

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Até o presente momento, o trabalho se encontra em desenvolvimento,

com o produto final em construção, assim como todo o resto do projeto,

impossibilitando a apresentação de resultados.

Uma coleção de moda está foi desenvolvida, com 6 peças – no caso,

vestidos – construídas através das pesquisas já desenvolvidas envolvendo

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aspectos da memória afetiva e da nostalgia, como elementos de design. A

produção de uma peça foi realizada, com o auxilio de uma costureira

profissional, para ser apresentado em conjunto com o trabalho. A coleção,

que segue a metodologia de Dóris Treptow, se foca no romantismo, item

principal no universo do casamento e uma representação do visual que

remete ao sentimento da noiva no dia do seu casamento.

“Vestir um sonho” engloba vários aspectos subjetivos, do consciente e

da fantasia de cada mulher. Encontrar uma maneira de trabalhá-los dentro

do processo de Design é essencial para o sucesso desta pesquisa.

CONCLUSÃO:

O emprego dos valores do Design Emocional aplicado à moda, dentro

do contexto do objeto de estudo – o vestido de noiva – apresenta-se como

relevante na conquista do usuário, na medida em que chama a atenção para

o atendimento de diversas necessidades, não apenas as aparentes e óbvias,

mas também as mais intrínsecas e supostamente escondidas, o que no caso,

se aplica muito bem no atendimento de noivas.

O Design emocional evidencia os desejos de bem-estar do consumidor,

e quando bem aplicado em todas as etapas, garante a sensação de satisfação,

por mais que esta não seja consciente. Assim, o estudo pode contribuir

significativamente para o mercado, demonstrando comprometimento com a

sociedade através de valores agregados ao produto, voltado ao seu bem-estar

físico e emocional, conseqüentemente criando um novo conceito de vestuário,

cada vez mais focado no indivíduo como ser humano integral.

REFERENCIAS

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2007.

DAMAZIO, Vera; MONTALVÃO, Cláudia (Orgs.). Design Ergonomia Emoção. 1.

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GT: 2 – Design e Inovação:

DESENVOLVIMENTO DE UMA LINHA DE MÓVEIS COM REQUISITOS

AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS, APERFEIÇOANDO AS

CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS E UTILIZANDO MATERIAIS

RECICLADOS.

Carlos Filipe Chaves Leal19

Luciana Guimarães Teixeira Santos20

Resumo: O trabalho tem como objetivo o aperfeiçoamento estético e

funcional de móveis com requisitos ambientalmente sustentáveis que

utilizem matéria-prima reciclada e ou de baixo impacto ambiental em seus

processos de fabricação, através da elaboração do projeto de uma linha de

móveis que para serem utilizados em espaços públicos como salas de espera,

recepções, lougues e ambientes de convivência presentes em hotéis,

hospitais, escolas, universidades, prédios públicos, sedes de grandes

empresas, dentro outros.

Palavras-chave: aperfeiçoamento, estético, móveis, sustentáveis, ambiental.

INTRODUÇÃO:

Nos dias de hoje o desenvolvimento de produtos orientados por

critérios ecológicos e requisitos ambientalmente sustentáveis é uma

necessidade indispensável para o caminho rumo à sustentabilidade

ambiental. No entanto muitos produtos que buscam aplicar tais requisitos

acabam por não desenvolver a devida popularidade no mercado para que

sejam considerados produtos bem sucedidos e, portanto justificarem seus

custos de produção.

A introdução de produtos com propostas sustentáveis que possuam

desempenho estético e funcional, visualmente coerentes com as expectativas

dos consumidores é um fator relevante para que esses se tornem produtos

bem sucedidos.

Para tanto será desenvolvida uma linha de móveis para espaços

públicos, a qual contará com aplicação de alguns dos requisitos mais

19

Graduando no Curso bacharelado em Design, Universidade do Estado do Pará,

[email protected] 20 Professora Mestra, orientadora. Universidade do Estado do Pará, [email protected]

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relevantes para o desenvolvimento de produtos sustentáveis, tais como

multifuncionalidade, leveza, modulação, compactação, otimização dos

recursos não renováveis e utilização de matéria prima reciclada.

(MANZZINI, VEZZOLI, 2002).

METODOLOGIA:

Foram estudados os conceitos de sustentabilidade, a fim de identificar

as diferenças entre as diversas vertentes existentes e entender o que é a

sustentabilidade ambiental e se é possível alcança-la nos dias de hoje.

Também foi realizado um estudo a cerca dos materiais e processos utilizados

atualmente na indústria moveleira, objetivando identificar aqueles que

possuíam algum tipo de comprometimento com o meio ambiente, tal como

identificar materiais emergentes que estejam sendo desenvolvidos para a

aplicação nesse setor e as possibilidades do uso de novos materiais. Em

ambos os casos avaliou-se a capacidade de reciclagem dos mesmos, tal como

duração, impactos ambientais para a produção e potencialidades estéticas e

formais, tal como a compatibilidade com os requisitos de projetos

ambientalmente sustentáveis citados no item anterior.

Serão desenvolvidos modelos físicos e também virtuais dos moveis

para que estes possam então ser submetidos a testes com possíveis usuários,

a partir de então serão aplicados questionários de questões abertas e

fechadas a fim de coletar dados sobre a compreensão das múltiplas funções

dos produtos testados por intermédio dos modelos, tal como a reação

emocional aos aspectos visuais e funcionais dos mesmos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O presente trabalho ainda se encontra em desenvolvimento, portanto

os resultados aqui relatados são de caráter parcial.

Para se desenvolver produtos que sejam efetivamente sustentáveis é

necessário que haja minimização dos recursos aplicados no desenvolvimento

do produto, escolha de recursos e processos de baixo impacto ambiental,

otimização da vida útil, dentre outros. (MANZINI, VEZZOLI, 2002). Além

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disso, para a elaboração de qualquer produto, portanto também de um

móvel, é necessário que se leve em consideração três pontos indispensáveis:

os fatores ergonômicos, a funcionalidade e a estética. (LOBACH, 2001).

Vários são as características presentes no aço inoxidável e no

alumínio que os tornam materiais favoráveis para a aplicação em projetos de

móveis que possuam requisitos sustentáveis, a propriedade antioxidante e a

capacidade de ser 100% recicláveis são apenas algumas dessas

características.

Plásticos e vidros são os materiais menos utilizados pela indústria

moveleira, no entanto apresentam algumas potencialidades ambientais.

Dentre os plásticos os da classe termoplástica são todos recicláveis.

A linha de móveis contará com móveis multifuncionais, com destaque

para um banco que poderá ser utilizado como vaso de plantas ou como

lixeira, além de uma luminária que poderá ser utilizada como uma peça

decorativa de parede ou como vaso de flores.

CONCLUSÃO:

O Design sustentável apresenta grandes potencialidades diante do

nicho de projeto referente ao design de mobiliário, visto que um móvel

apresenta por sua própria natureza uma série de requisitos coerentes com os

requisitos para o desenvolvimento de produtos sustentáveis, como:

modulação, facilidade de montagem, multifuncionalidade, durabilidade,

leveza, capacidade de empilhamento, dentre outros.

O ser humano ainda está distante de encontrar o material ideal para

que ocorra a sustentabilidade ambiental dentro de um processo industrial,

mas os estudos para minimizar os impactos, aproveitar os resíduos e

aperfeiçoar a utilização dos materiais e processos de fabricação só tem a

contribuir para a sustentabilidade ambiental.

Dentre os materiais pesquisados, aqueles que apresentam melhores

possibilidades de acabamento estético e aplicação de novas formas, além de

serem coerentes com uma série de requisitos ambientais, são o alumínio e o

aço inox.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de produtos sustentáveis –

Os requisitos ambientais dos produtos industriais. 1ª edição. São Paulo: Editora

EDUSP, 2002.

LOBACH, Bernd. Design industrial – Bases para a configuração dos produtos

industriais. . Rio de janeiro: Editora Edgard Blucher Ltda. 1ª edição, 2001.

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DESIGN DE SERVIÇOS APLICADO A UM ESCRITÓRIO DE

ARQUITETURA.

Ana Carolina Vaz Penafort21

Ludmylla Santos da Costa22

Antonio Erlindo Braga Jr23

Resumo: Aplicação das metodologias e ferramentas do Design de Serviços

em um pequeno escritório de arquitetura da região metropolitana de Belém,

para que desta forma sejam desenvolvido um planejamento estratégico e um

adequado projeto de serviços, com a finalidade de torná-lo mais competitivo.

Palavras-chave: design de serviços; planejamento; arquitetura.

INTRODUÇÃO:

Por se tratar de uma área emergente, com bastante influência de

áreas como administração e marketing e com conceitos de origem

estrangeira, o Design de Serviços ainda é um tema com material acadêmico

nacional incipiente, o que ressalta a necessidade de produção acadêmica

sobre o tema dos mais diversos pontos de vista científicos – epistemológicos,

críticos, estudos de caso, aplicações, entre outros.

Além disso, muitos escritórios que prestam serviços arquitetônicos,

em Belém, Pará – com destaque para os de pequeno porte, que estão se

inserindo no mercado e que prestam serviços de construção e reforma -,

apresentam problemas como falta de reconhecimento e valorização do seu

trabalho, falta de qualidade nos projetos resultando em erros nas

construções e atendimento precário das necessidades dos clientes, problemas

administrativos de ordem interna, entre outros.

Walker apud Matoski (2002) ressalta que nenhuma empresa pode

sobreviver se as necessidades de seus clientes não forem totalmente

conhecidas ou se, quando conhecidas, forem ignoradas. É dentro deste

21 Discente do curso de Bacharelado em Design de Produto da Universidade do Estado do

Pará. [email protected] 22 Discente do curso de Bacharelado em Design de Produto da Universidade do Estado do

Pará. Ludica_costa @yahoo.com.br 23 Professor Mestre, orientador. Universidade do Estado do Pará, [email protected]

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contexto que o Design de Serviços oferece a possibilidade de, através do

planejamento estratégico do serviço, que inclui inovação, co-criação e

interdisciplinaridade, introduzir novos significados aos serviços e

relacionamentos e alcançar os consumidores de projetos arquitetônicos

belenenses de maneira diferenciada, modificando a percepção que os

mesmos têm dos serviços de arquitetônicos nesta região.

Mager apud Damazio (2010) explica que o Design de Serviços está

ligado a funcionalidade e a forma dos serviços a partir da perspectiva do

usuário, com o objetivo de assegurar que as interfaces dos serviços sejam

úteis, usáveis e desejáveis sob ponto de vista dos clientes e eficazes e

eficientes e distintos sob o ponto de vista do prestador. Os designers de

serviço ao desenvolverem soluções para problemas buscam compreender

profundamente a ecologia dos serviços, e o mundo das necessidades e

experiências do usuário e fornecedores, visualizando, formulando e

coreografando possíveis futuros serviços.

O trabalho será iniciado a partir de revisão bibliográfica que incluirá

conceitos e metodologias do Design de Produtos e Design de Serviços, na

busca de pontos convergentes e divergentes entre os mesmos e no

estabelecimento de uma metodologia aplicável ao objetivo geral, através de

abordagens crítico-dialéticas. Esta pesquisa bibliográfica será feita a partir

da consulta em referências bibliográficas obtidas em livros, documentos

jornalísticos e de instituições e sites e portais de pesquisas na área de

Design.

Em um segundo momento, a prestação de serviços arquitetônicos,

principalmente em Belém, Pará, será analisada utilizando-se de referências

bibliográficas obtidas em livros, documentos jornalísticos e de instituições,

artigos de revistas científicas da área, além pesquisas de campo e

entrevistas.

Assim, após a construção do Referencial Teórico da pesquisa

dissertativa, haverá o estabelecimento de uma metodologia de aplicação do

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Design de Serviços, com base na utilização de ferramentas obtidas em

referências bibliográficas de Design Thinking - uma abordagem focada no

ser humano que vê na multidisciplinaridade, colaboração e tangibilização de

pensamentos e processos, caminhos que levam a soluções inovadoras para

negócios (VIANNA, 2012) -, para o projeto dos serviços de um escritório de

arquitetura de pequeno porte, que pretende adentrar no mercado da cidade

de Belém.

A utilização destas ferramentas resultará em um Projeto de Serviços

que contará com a definição dos aspectos intangíveis e dos aspectos

tangíveis essenciais que constituirão este projeto.

METODOLOGIA:

O trabalho será iniciado a partir de revisão bibliográfica que incluirá

conceitos e metodologias do Design de Produtos e Design de Serviços, na

busca de pontos convergentes e divergentes entre os mesmos e na criação de

uma metodologia aplicável ao objetivo geral. Além de áreas como

administração, marketing e Design estratégico.

Para norteamento do universo e amostra, iniciaremos a metodologia

que buscará por meios de coletas de dados e pesquisas de campo verificar a

realidade do mercado arquitetônico de Belém, para que haja a inserção do

novo e pequeno escritório. Durante o processo metodológico serão feitos

registros fotográficos, além de anotações em cadernos, meios digitais e

auxílio da ferramenta online “linoit” que funciona como um mural de

postagem rápida, muito adequado para o uso das ferramentas do design de

serviços.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O trabalho se constitui em uma pesquisa em andamento, cujos

resultados esperados são a identificação de conceitos e processos do Design

de Produtos e Design de Serviços a fim de obter a definição de uma

metodologia aplicável ao projeto do serviço de escritório de arquitetura de

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pequeno porte. O projeto desta prestação de serviços será feito objetivando-

se o planejamento estratégico do escritório de arquitetura, para que sejam

criados meios que auxiliem na entrada e afirmação do pequeno escritório no

mercado, de modo que obtenha sucesso e reconhecimento. O projeto final

será fornecido para o escritório a fim de que o mesmo utilize em seu

planejamento e rotina.

REFERÊNCIAS:

DAMAZIO, Vera, FREIRE, Karine de M. Design de Serviços: conceitos e reflexões sobre o

futuro da disciplina. In: IX Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design,

2010, Universidade Anhembi Morumbi, Anais, São Paulo, SP. Disponível em: <

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MATOSKI, Adalberto (et. al.). Gestão da Comunicação em Projetos Arquitetônicos. In:

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VIANNA, Maurício (et al.). Design Thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro (RJ):

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2012.

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DESIGN E SUSTENTABILIDADE: A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO

NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS SUSTENTÁVEIS

Núbia Suely Santos24

Josenete Mendes

Aurelio Gouvêa25

Resumo: Este artigo tem como objetivo discutir sobre como a matéria-prima

encontrada na floresta amazônica pode ser utilizada no planejamento de

produtos com uso do design, baseando seus estudos sobre os conceitos de

sustentabilidade e ciclo de vida, tendo como foco as ações do grupode

desenvolvimento de produtos com materiais amazônicos da Universidade do

Estado do Pará, responsáveis pela pesquisa sobre a natureza e aplicação

desses recursos.

Palavras-chave: Biodiverisade, Sustentabilidade, Design de Produto

INTRODUÇÃO:

De acordo com Manzini (2008), o trasition para sustainaibility será

um processo de aprendizagem social em que os seres humanos vão aprender

graduetaly, por erros e contradições - como em qualquer outro processo de

aprendizagem - a viver melhor consumindo (muito) menos e regenarating a

qualidade enviromment, ajudando o ecossistem global e os contextos locais

onde vivem.

É a partir desta análise sobre o desenvolvimento sustentável que os

designers, como sendo responsables para o desenvolvimento de bens de

consumo e sua produção em grande escala, deve pensar na sua função tendo

como base as novas demandas globais preocupante em aplicá-los no contexto

onde estão .

24 Professora do Curso de Design de Produto da Universidade do Estado do Pará [email protected] 25 Graduanda do Curso de Design do Produto da Universidade do Estado do Pará. [email protected] 3 Discente do 6º semestre do Curso de Design do Produto da Universidade do Estado do Pará. [email protected]

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Esta aplicação pode ser feita pensando na redução do uso de

materiais, discutido por Manzini e Vezzoli (2005) ou pela pesquisa de novos

tipos de matérias-primas para o design de produto. Pesquisa feita pelo

grupo “desenvolvimento de produtos com materiais amazônicos”

(DEPROMA), do curso de design da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Concentrando-se na pesquisa e experimentos feitos com recursos

naturais encontrados na floresta amazônica, combinado com os estudos

sobre sustentabilidade e design do ciclo de vida, o grupo pesquisa como a

matéria-prima encontrada na biodiversidade da Amazônia pode ser

utilizada como uma alternativa aos materiais utilizados hoje em dia.

Baseando estudos deles em novos modelos de metodologia de projeto que

levam em consideração as demandas contemporâneas.

Este trabalho, assim, almeja discutir sobre o contexto em que a

biodiversidade amazônica representada pelas principais espécies vegetais

utilizadas pelas comunidades locais na produção de artesanato, pode ser

transformado em objetos de design. A pesquisa interdisciplinar no curso de

design da UEPA mostra a importância de pensar sobre o uso de matéria-

prima vegetal no contexto sócio-ambiental.

METODOLOGIA:

1. Biodiversidade Amazônica e desenvolivmento local:

A região amazônica, o cenário de abundantes recursos naturais

contrasta com a pobreza em que vivem muitas comunidades, especialmente

as que praticam como fonte de subsistência a atividade extrativista. No

entanto, é crescente o interesse no aproveitamento da biodiversidade da

região para o uso em diversos ramos de produção.

O reconhecimento do potencial das matérias-primas vegetais, em

especial as fibras, para utilização na indústria contribui para o

desenvolvimento econômico do estado, inclusive nestas comunidades quem

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têm a possibilidade de gerar renda com a comercialização dos materiais

naturais cultivados e extraídos de seu entorno.

No Pará, o curso de Design de Produto ofertado pela Universidade do

Estado do Pará (UEPA), surgiu em 1999 com o objetivo de agregar valor às

matérias-primas (ferro, alumínio, madeira, fibras) extraídas em nosso

território transformando-as em produtos/objetos promovendo o

desenvolvimento da produção industrial no estado.

2. Pesquisa e metodologia – Design e sustentabilidade

As primeiras pesquisas no curso de Design tiveram como foco o uso de

fibras vegetais na indústria paraense de móveis e artefatos em madeira.

Além da madeira, matéria-prima por excelência na indústria do mobiliário,

as fibras vegetais utilizadas no artesanato produzido por comunidades

ribeirinhas são apresentadas como diferencial no projeto de móveis e

artefatos.

A respeito do papel do Design no sistema produtivo, Papanek (2005, p.

31) afirma que “é uma atividade que exerce influência profunda e direta

sobre a ecologia e que deve ter uma atuação positiva e unificadora

estabelecendo relações entre as necessidades humanas, a cultura e a

ecologia”.

Prosseguindo, o autor alerta sobre a crescente necessidade de designers

especializados em design ecológico salientando que em sua opinião: “toda a

educação em design deveria ser baseada em métodos e ideias ecológicos”

(PAPANEK, 2005, p. 52).

Nessa abordagem ecológica do design, a utilização da Análise do Ciclo de

Vida (ACV) do produto torna-se imprescindível no momento de concepção de

um projeto. Segundo Mancini e Zanin (2004), a ACV é uma metodologia de

gestão ambiental empregada para avaliar os efeitos de um produto, processo

ou serviço sobre o meio ambiente, ao longo de todas as etapas envolvidas.

Comparando o produto como um organismo que possui um ciclo de vida,

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todas as atividades necessárias para produzir, distribuir, utilizar e

descartar são consideradas como fazendo parte de uma unidade.

O objetivo do Life Cycle Design (LCD) ou Análise do Ciclo de

Vida (ACV) é o de reduzir os impactos ambientais associados a todo o ciclo

de vida do produto, dessa forma:

“a intenção é criar uma ideia sistêmica de produto, em

que os inputs de materiais e de energia bem como o

impacto de todas as emissões e refugos sejam reduzidos

ao mínimo possível”. (Manzini e Vezzoli, 2008, p. 100)

A utilização dessa metodologia permite a otimização ambiental de cada

etapa do ciclo de vida de um produto e a retroalimentação do próprio ciclo

através da reutilização e/ou reciclagem de componentes do produto

favorecendo a redução de busca de matéria-prima na fonte e energia

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A continuidade dos projetos no curso deu origem ao grupo de pesquisa

Desenvolvimento de produtos com materiais amazônicos – DEPROMA, que

agregou vários pesquisadores do curso com o objetivo de buscar

conhecimento sobre os recursos naturais da região e maneiras de

transformá-los em produtos através das ferramentas do design.

O esforço dos pesquisadores do grupo no desenvolvimento dos projetos

trouxe como resultado o fortalecimento da área de Materiais e Processos

como disciplina da grade curricular, agregando uma identidade tecnológica

ao curso de Design da UEPA. Além disso, produção científica do DEPROMA

é contextualizada através de atividades de ensino e extensão no curso e com

a criação de novas disciplinas, realização de oficinas e da vivência nos

laboratórios de design do produto.

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No cenário atual em que se discutem as contribuições para o

desenvolvimento do design sustentável, todas as inovações em relação a

materiais ecológicos, métodos de produção limpa e mudanças no padrão de

consumo são importantes na formação de novos paradigmas do

conhecimento neste campo de conhecimento .Logo, o conceito de

biodiversidade proposto por Sachs (2008, P. 31) abrange não só as espécies

de seres e genes na Terra, mas envolve também os ecossistemas e paisagens,

e ainda o escritor diz que "a biodiversidade e a diversidade cultural estão

relacionados em co processo histórico -evolução ".

O reconhecimento do potencial de matérias-primas vegetais,

especialmente as fibras, para o uso na indústria contribui para o

desenvolvimento econômico do Estado e na Amazônia, mesmo nas

comunidades cujos tem a possibilidade de gerar renda com a comercialização

dos materiais cultivados e extraídos da ambiente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Neste trabalho fora exposto algumas considerações sobre o uso dos

recursos naturais da biodiversidade amazônica como um fator para o

desenvolvimento regional por meio de incentivos a indústria local. A criação

do curso de Design de Produto da UEPA e em seguida o grupo de pesquisa

DEPROMA contribuíram para este desenvolvimento e permitiu a construção

do conhecimento sobre a biodiversidade encontrada na região e suas

aplicações em produtos.

O grupo de continuar a realizar trabalhos voltados à pesquisa e

experimento de matérias , a fim de gerar conhecimento e dinfundir os

resultados em atividades de ensino e extensão. Os projetos d são sempre

orientadas por conceitos e princípios do Ecodesign , considerando

ferramentas tais como análise de ciclo de vida e exigências ecológicas para

seleção de materiais e processos em projetos de produtos.

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REFERÊNCIAS

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DESIGN SUSTENTÁVEL: CRIAÇÃO DE MÓVEL A PARTIR DE

RESÍDUOS DE CANTEIROS DE OBRA.

Camila Vieira Centeno26

Ninon Rose Taveres Jardim27

Resumo: Proposta criação de um móvel como forma de reutilização dos

resíduos mais comuns de canteiros de obra, como argamassa, concreto,

tijolos, madeiras e vidros. A criação será feita a partir de estudos e

entrevistas com profissionais de arquitetura, empresas moveleiras e público-

alvo de classe média com idade entre 25 e 60 anos, bem como a utilização de

painéis de imagens conceituais como recursos criativos.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Móvel, Resíduos.

INTRODUÇÃO:

Os avanços na tecnologia trouxeram inúmeros benefícios para a

construção civil, tais como a agilidade na construção, seu barateamento e o

uso de recursos alternativos e mais eficientes. Por outro lado, a imensa

quantidade de resíduos gerados em canteiros de obras não foi beneficiada

por tais avanços tecnológicos – ao contrário, os impactos ambientais

causados por obras da construção civil se tornam cada vez mais alarmantes.

Notamos também, na área de Design Industrial, a necessidade cada vez

mais urgente de obter matérias-primas de modo sustentável, e criar

produtos que diminuam os impactos ambientais através do

reaproveitamento de materiais que, antes, seriam descartados.

A construção civil corresponde a um grande percentual de impactos

ambientais, como a perda de recursos naturais, a interferência no meio físico

e antropológico e, principalmente, a geração de resíduos. E apesar de

madeiras de demolição já serem uma matéria-prima muito difundida na

indústria moveleira, elas correspondem a apenas uma pequena porcentagem

dos resíduos totais gerados em construções civis. Para os outros tipos de

26 Graduanda do Curso de Bacharelado em Design, Universidade do Estado do Pará;

[email protected] 27 Professora Mestranda, orientadora. Universidade do Estado do Pará.

[email protected]

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resíduos, as soluções de reaproveitamento continuam escassas,

especialmente na área do Design de móveis. Tal problemática pode ser

justificada pela falta de pesquisa e investimentos na área de reciclagem e/ou

reutilização de resíduos de obras. Também podemos citar o baixo incentivo e

interesse governamental, além da dificuldade de utilizar grande parte dos

resíduos, que incluem tijolos, gesso, concreto, etc.

Ao utilizarmos os resíduos gerados pela construção de obras

arquitetônicas na fabricação de móveis estaremos, então, transformando

parte da sua estrutura “exterior” descartada em um produto utilitário e

decorativo a ser aplicado em seus interiores. É uma proposta de eco-design

universal, posto que reaproveita os resíduos mais comumente encontrados

em canteiros de obra, e pode ser utilizada para facilitar a adequação de

construções arquitetônicas a selos de sustentabilidade. A sustentabilidade

não é apenas uma tendência, mas uma necessidade universal.

METODOLOGIA:

O enfoque da pesquisa é na postura Crítico-Dialética, e se dá a partir

do momento que realizamos uma análise crítica da sociedade e a maneira

como tal manipula seus resíduos, bem como os impactos ambientais

causados pelas construções civis, discutindo alternativas para diminuir tal

impacto e melhorar a qualidade de vida da comunidade e propondo um

protótipo de móvel construído a partir dos resíduos mais frequentes.

A pesquisa é Explicativa, pois visará explicar a importância da

reutilização e reciclagem como forma de diminuir os impactos ambientais

causados por resíduos através do Design sustentável, além de registrar os

principais tipos de resíduos e analisar formas de aplicação dos materiais na

composição de um móvel, para em seguida aplicar tais análises na criação de

um protótipo em escala humana.

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Será utilizada a pesquisa bibliográfica a partir de livros (tanto

clássicos como contemporâneos), periódicos e teses, bem como a pesquisa

documental a partir de fotografias e outros materiais que independem de

tratamento analítico. As referências bibliográficas poderão ter como tema

desde a utilização de resíduos no processo de design de produtos até a

aplicação de ergonomia na criação de móveis.

Para a criação do móvel será feita uma catalogação dos principais

resíduos comumente encontrados em canteiros de obras. Em seguida, será

aplicada a metodologia projetual. Um estudo de caso em parceria com a

empresa PERFINI MÓVEIS, profissionais de arquitetura e com o público

consumidor será feito no início da pesquisa a fim de avaliar as necessidades

básicas de concepção de um móvel prático e rentável, e em seguida, ao final

do projeto e prototipagem, será feita análise comparativa a fim de avaliar se

o produto originado se enquadra em tais pré-requisitos.

Quanto às técnicas de coleta de dados, será utilizada a pesquisa

Qualitativa, visando observação participante e descritiva da situação atual

quanto aos impactos da construção civil e a importância do eco-design.

.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os Resíduos da Construção Civil (RCC) estão entre os Resíduos

Sólidos Urbanos (RSU), e correspondem à maior parcela do mesmo. De

acordo com Pinto (1999 apud SILVA, 2008, p. 61-62), a participação dos RCC

dentro dos RSU varia de 41% a 70% nas grandes cidades brasileiras.

A resolução 307 do CONAMA (2002) - que tem como princípio

priorizar a não-geração de resíduos e proibir disposição final em locais

inadequados, como aterros sanitários, em bota-foras, lotes vagos, corpos-

d‟água, encostas e áreas protegidas por lei - define os RCC como todos os

resíduos provenientes da construção, demolição, reformas, reparos e da

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preparação e escavação de solo. Ela também classifica os resíduos quanto

aos seus tipos e destinações:

• Classe A – Alvenaria, concreto, argamassas, tijolos, blocos,

tubos, meios-fios, telhas, placas de revestimento e solos. São

destinados à reutilização ou reciclagem na forma de agregados,

e sua disposição final é feita em aterros licenciados.

• Classe B – madeira, metal, plástico, vidro e papel/papelão.

Sua destinação se limita à reutilização, reciclagem ou

armazenamento temporário.

• Classe C – São produtos sem tecnologias disponíveis ou

aplicações economicamente viáveis para a sua reciclagem ou

reutilização, como aqueles que são oriundos do gesso.

• Classe D – Resíduos perigosos, como tintas, óleos e solventes,

ou aqueles que foram contaminados oriundos de clínicas

radiológicas e instalações industriais, conforme NBR

10004:2004 (Resíduos Sólidos – Classificação). (SILVA, 2008;

SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO

ESTADO DE SÃO PAULO, 2005)

Como podemos perceber, a resolução 307 ajuda-nos a estabelecer

quais os tipos de resíduos com que iremos lidar, bem como os que são mais

viáveis para a reutilização e reciclagem no que diz respeito à criação de um

novo material. No caso, serão utilizados os resíduos da classe A e B.

O objetivo do projeto é criar um móvel atraente, inovador e feito a

partir da reutilização de resíduos de canteiros de obra. Para obter

imparcialidade na criação do móvel (ao contrário de partir de ideias

subjetivas e pessoais quanto à definição de atraente, inovador e

comercializável), bem como estabelecer as necessidades dos usuários e

transformar em requisitos do projeto, foram feitas três entrevistas: um

questionário aberto com os representantes da empresa PERFINI Rosângela

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e Fernando Guimarães, um questionário misto com o arquiteto Henry

Harada, e um questionário fechado on-line com 50 pessoas que se

enquadrassem no público alvo: pessoas de 25 a 60 anos, de classe média, que

possuem casa própria e portanto participam diretamente na escolha dos

móveis.

A partir dessas entrevistas pudemos determinar o que é “atraente”

para as empresas moveleiras, para os arquitetos/designers de interiores e

para o público consumidor, e de que forma suas opiniões diferem.

Determinamos também quais materiais são considerados “inovadores” e

quais são as tendências, no quesito estético, do Design de móveis atual -

além de definir o quanto conceitos como reutilização, reciclagem e

sustentabilidade tornam ou não um produto mais valorizado. A seguir

apresentaremos quadros com as principais expectativas em relação ao

produto, bem como algumas conclusões extraídas das entrevistas:

Rosângela e Fernando Guimarães - PERFINI

ATRIBUTOS DO

PRODUTO EXPECTATIVAS

Funcionamento (função)

Produto com multifuncionalidade, permitindo

variadas formas de aplicação e maiores

possibilidades de venda do produto.

Estética

Inovação, ou seja, fugir do „banal‟, permitir

customização dos produtos para atender uma maior

variedade de clientes, bom acabamento.

Econômico (preço de

venda)

Produtos de preço competitivo, ou seja, produtos

com preços menores e que suprem as mesmas

necessidades de produtos concorrentes.

Segurança

Obtida com pesquisas em laboratório anteriormente ao

lançamento do produto.

Sustentabilidade Procedimentos de baixo impacto humano, maior

aproveitamento de matéria prima, destinação

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adequada ou incorporação dos resíduos no processo

de fabricação, uso de materiais alternativos de

menor impacto ambiental.

Processos Industriais Matéria prima acessível e fabricação local, simples

e acessível.

HENRY HARADA - Arquiteto

ATRIBUTOS DO

PRODUTO EXPECTATIVAS

Funcionamento (função) Promover conforto e atender ao „sonho‟ do cliente.

Ergonomia

Utilização de materiais que passem a sensação de bem

estar, conforto e flexibilidade.

Estética

Boa especificação de materiais, promover unidade

na linguagem do produto, uso de materiais

atemporais, mobiliário de linhas simples

Sustentabilidade

Utilização de recursos renováveis, aproveitamento

de energia, buscar a adequação dos padrões de

selos de sustentabilidade à realidade brasileira

PÚBLICO ALVO

ATRIBUTOS DO

PRODUTO CONCLUSÕES

Funcionamento (função) Segundo aspecto de maior importância em

mobiliário.

Ergonomia Aspecto considerado mais importante em mobiliário.

Estética

Perde em importância para o Funcionamento e a

Ergonomia. Os três materiais considerados mais

inovadores são as placas de revestimento,

papel/papelão e o vidro. Já os materiais

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considerados mais atraentes são a madeira,

seguida do vidro e do metal.

Econômico (preço de

venda)

O público alvo não se importa muito com o preço de

venda, contanto que condiga com a qualidade do

produto.

Segurança Apesar de não ser um aspecto prioritário, possui

extrema importância para o consumidor.

Sustentabilidade

Ainda não é considerada um aspecto prioritário na

escolha de um móvel; entretanto, a maioria dos

entrevistados concordam que conceitos como

reutilização, reciclagem e sustentabilidade tornam

um produto mais valorizado, o que indica uma

evolução lenta, porém progressiva, no que diz

respeito ao favorecimento de produtos sustentáveis.

Adotaremos então como requisitos de projeto:

Aliar materiais inovadores com materiais considerados atraentes

provenientes dos RCC.

Linhas simples e materiais atemporais.

Boa ergonomia e conforto.

Segurança, podendo ser traduzida em estabilidade e cantos boleados.

Fabricação simples e acessível.

Multifuncionalidade.

Atualmente não encontramos produtos que atendam as

características citadas acima em sua totalidade. Entretanto, há produtos

similares que podem ser considerados concorrentes.

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A assistente social e designer

Silvia Blumberg utiliza resíduos de

construção civil na criação de joias.

Feitas a partir de fragmentos de tijolos,

cimento branco tingido, papel, pó de

madeira e outros materiais banais

unidos a metais nobres e pedras

preciosas, são verdadeiros manifestos

contra o desperdício e a favor da

reciclagem.

(http://www.sidneyrezende.com/noticia/1

72406+designer+cria+joias+sustentaveis

+com+residuos+de+construcoes) A

utilização de resíduos na fabricação de

joias, entretanto, é bastante reduzida se comparada ao potencial de

utilização e dos mesmos resíduos na fabricação de móveis. As jóias

fabricadas pela designer também são objetos de uso tipicamente femininos,

enquanto que móveis são em sua maioridade destinados a ambos os sexos e,

portanto, abrangem um público alvo maior.

A cadeira Felix criada pela Talco, um conjunto de designers situado

em La Paz, México, é um exemplo de móvel criado a partir de um resíduo de

construção – sacos de cimento descartados. Os designers utilizaram a

popular cadeira Monobloc como molde, cobriram-na com sacos de cimento e

cola e esperaram a mistura secar; posteriormente foi retirada a cadeira e

estava pronta a nova cadeira (http://www.treehugger.com/sustainable-

product-design/discarded-cement-sacks-make-for-a-great-looking-monobloc-

chair-in-mexico.html). É um processo de fabricação extremamente simples

que produz resultados interessantes, porém sacos de cimento correspondem

a uma ínfima parcela dos resíduos totais gerados pelas construções, o que o

torna um projeto de reutilização pouco efetivo.

Fonte: http://www.sidneyrezende.com/ noticia/172406+designer+cria+joias+sustentaveis+com+ residuos+de+construcoes

Figura 1 - Jóias feitas a partir de

resíduos de construção civil

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Figura 2 - Cadeira Felix criada a partir de sacos de cimento

Fonte: http://www.treehugger.com/sustainable-product-design/discarded-cement-sacks-

make-for-a-great-looking-monobloc-chair-in-mexico.html

O resíduo de construção civil mais comumente utilizado em projetos

de Design é a madeira de demolição, sendo aplicada tanto em revestimento

de paredes como em móveis – exemplo disso são as criações do arquiteto e

designer Carlos Motta. Hoje, por ser um material ecologicamente correto,

tornou-se muito requisitada e adquiriu status de sofisticação – no entanto,

por se tornar tão difundida como matéria-prima, seu status como material

“inovador” passou a ser questionado. (http://www.livingdesign.

net.br/2010/06/carlos-motta-e-a-madeira-de-demolicao-no-mcb.html)

Page 64: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

Figura 3 - Banco butantã, do designer Carlos Motta

Fonte: http://www.livingdesign. net.br/2010/06/carlos-motta-e-a-madeira-de-demolicao-no-

mcb.html

Estabelecemos as etapas de projeto, fabricação e montagem do

produto como as etapas de ciclo de vida a serem trabalhadas. Tais etapas se

originam a partir da etapa final do ciclo de vida dos RCCs, ou seja, ao invés

de promover o descarte dos resíduos, estaremos incorporando-os no processo

de fabricação de móveis.

Uma ferramenta comum para auxiliar na transmissão de conceitos,

emoções e sentimentos no projeto do produto é a construção de diversos

painéis de imagens visuais. Esse procedimento consiste em três etapas:

painel de estilo de vida, painel da expressão do produto e painel do tema

visual.

Painel de estilo de vida: Aqui são retratadas imagens do estilo de

vida dos futuros consumidores, bem como seus valores pessoais e sociais. Esse

painel também busca retratar produtos utilizados pelo consumidor que se compõem

com o móvel a ser projetado.

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Figura 4 - Painel do Estilo de Vida do Consumidor

Fonte: Autor

Painel da expressão do produto: É feito a partir do painel de estilo de

vida, onde se procura uma expressão para o produto que seja a síntese do estilo de

vida dos consumidores. Representa a emoção que o produto transmite ao primeiro

olhar. No caso, o produto parecerá inovador, simples, sofisticado, atemporal e

conscientizador.

Figura 5 - Painel da Expressão do Produto

Fonte: Autor

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Painel do tema visual: Organiza-se a partir do painel da expressão do

produto. Nele juntamos imagens de produtos que estejam de acordo com o espírito

pretendido para o móvel a ser projetado (BAXTER, 2008).

Figura 6 - Painel do Tema Visual

Fonte: Autor

Como requisito de projeto temos a

multifuncionalidade. Isso quer dizer que

além das funções básicas inerentes a cada

móvel, como sentar (no caso das cadeiras)

ou servir de apoio para algo (no caso das

mesas), devem ser agregadas outras

funções – muitas vezes vemos um único

objeto realizando funções de móveis

distintos. Além dos típicos sofás-camas, é

Figura 7 - Cadeira multifuncional

Fonte: http://www.makmis.com/rack-

multipurpose-chair/

Page 67: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

comum encontrarmos mesas que se transformam em cadeiras (ou vice-

versa) e cadeiras com espaços para armazenar livros. Ainda assim, as

principais funções de cada móvel dependem intimamente do aspecto

ergonômico para serem bem realizadas.

A adaptação das condições do ambiente ou mesmo das ferramentas

de trabalho às características humanas remonta aos primórdios da

humanidade (SANDER; MACORNICK apud SOARES, 2001). Há

evidências de que o homem das cavernas já se preocupava em

produzir artefatos cada vez mais apropriados às suas necessidades

e características. [...] Apoiada em métodos e técnicas de análise

própria, a ação ergonômica busca respostas aos problemas

resultantes da inadequação dos artefatos [...] ao modo de

funcionamento humano. (ABRAHÃO; SZNELWAR; SILVINO;

SARMET; PINHO, 2009, p. 20-21).

A ergonomia aplicada ao projeto de produto busca aprimorar a relação

homem/objeto. Isso se resulta a partir do momento em que são projetados

objetos compatíveis com as capacidades do usuário e que respeitem os

limites do ser humano, visando aprimorar a qualidade de vida. “Nesse

sentido, a ergonomia [...] mostra os limites do ponto de vista reducionista em

que apenas o “trabalho físico” é considerado, revelando a complexidade do

trabalhar e a multiplicidade de fatores que o compõem” (ABRAHÃO;

SZNELWAR; SILVINO; SARMET; PINHO, 2009, p. 19). Os processos,

sistemas, objetos e ambientes devem ser adaptados ao indivíduo, não o

contrário: essa é a proposta da ergonomia.

No Design de móveis a ergonomia física - ou seja, a adequação das

medidas do móvel à anatomia da maioria de seus usuários - é tida como o

fator decisivo de compra, tendo como palavras-chaves de maior importância

o conforto e a segurança.

O conforto é normalmente consequência da boa adaptação do projeto à

antropometria. A antropometria é um instrumento de ergonomia que trata

de medidas físicas do corpo humano. Entretanto, obter dados e medidas

confiáveis de uma população que contém indivíduos dos mais variados tipos

não é uma tarefa fácil. Até a década de 40, as medidas antropométricas

visavam determinar apenas as grandezas médias da população (como peso e

estatura); depois, passou-se a determinar as variações e alcances dos

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movimentos. Atualmente, o interesse maior da antropometria é o estudo das

diferenças entre grupos e a influência de variáveis como etnias, regiões e

culturas.

No projeto de objetos sem partes móveis ou com pouca mobilidade,

como no caso do mobiliário em geral, é aplicada a antropometria estática,

onde as medidas se referem ao corpo parado ou com poucos movimentos

(LIDA, 1990). A primeira normatização brasileira quanto a parâmetros

antropométricos surgiu em 2004, quando a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) lançou a norma NBR 9050 referente a parâmetros técnicos

a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de

edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de

acessibilidade. Posteriormente, criou-se a ABNT NBR ISO 7250-1:2010,

referente às medidas básicas do corpo humano para projetos técnicos, e a

ABNT NBR 15127:2004, que estabelece procedimentos para definir medidas

do corpo humano que podem ser utilizadas como base na elaboração de

projetos tecnológicos. Ambas serão utilizadas como base para criação do

projeto do mobiliário.

A segurança, no quesito mobiliário, se refere (apesar de não se

restringir) à estabilidade do objeto e à prevenção de acidentes

frequentemente causados por quinas, partes pontiagudas e peças soltas.

Ambos podem ser atingidos através de um projeto de Design adequado. A

segurança, em certo ponto, é ligada diretamente com o conforto, posto que

móveis com má adequação ergonômica, além de desconfortáveis, podem

acarretar em danos para a saúde de seus usuários.

CONCLUSÃO:

A pesquisa e o projeto continuam em andamento, porém podemos

considerar que uma vez que os impactos ambientais causados pela

construção civil e seus resíduos sejam de conhecimento público, assim como

o que constituem esses resíduos e quais são seus tipos, características e

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propriedades, estaremos viabilizando e facilitando sua reutilização e

políticas de reaproveitamento por parte da indústria criativa.

Ao tornar o reaproveitamento dos resíduos de construção civil uma

tendência por parte dos Designers de produtos, bem como profissionais de

outras áreas, também estaremos prolongando a vida útil dos materiais e

diminuindo os impactos ambientais causados pelo seu descarte.

REFERÊNCIAS

ABRAHÃO, Júlia et al. Introdução à Ergonomia: da prática à teoria. São Paulo:

Blucher, 2009. 240 p.

ALVARADO, Paula. Discarded Cement Sacks Make For A Great Looking Monobloc

Chair In Mexico. Disponível em: <http://www.treehugger.com/ sustainable-product-

design/discarded-cement-sacks-make-for-a-great-looking-monobloc-chair-in-

mexico.html>. Acesso em: 05 out. 2012.

BAXTER, Mike. Projeto de Produto: Guia prático para o design de novos

produtos. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2008.

LIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Blucher, 1990.

LIVING DESIGN. Carlos Motta e a madeira de demolição no MCB.Disponível em:

<http://www.livingdesign. net.br/2010/06/carlos-motta-e-a-madeira-de-demolicao-

no-mcb.html>. Acesso em: 05 out. 2012.

RACK Multipurpose Chair Disponível em: <http://www.makmis.com/rack-

multipurpose-chair/>. Acesso em: 05 out. 2012.

RESOLUÇÃO CONAMA No 307, de 5 de Julho de 2002. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307>. Acesso

em: 28 ago. 212.

SILVA, Thalita Cristina Rodrigues. Gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil em Obras de Construção de Edifícios. 2008. 14 f. Projeto Para A Premiação

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Odebrecht - Contribuições da Engenharia Para O Desenvolvimento

Sustentável - Universidade de Pernambuco - Upe, Recife, 2008.

VERONEZ, Cristiana. Designer cria joias sustentáveis com resíduos de

construções. Disponível em: <http://www.sidneyrezende.com/noticia/

172406+designer+cria+joias+sustentaveis+com+residuos+de+construcoes>. Acesso

em: 05 out. 2012.

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FIBRAS AMAZÔNICAS E SUAS APLICAÇÕES AUTOMOTIVAS

Felipe de Melo Rodrigues e Oliveira28

Resumo: O uso de compósitos vegetais tem, ao longo dos anos, se

intensificando em diversas indústrias sendo as mais expressivas a de

construção e automobilística. Cientes da necessidade de buscar alternativas

sustentáveis, e pela força de leis de regulamentação, como a europeia

2000/53/EC, as indústrias passaram a remodelar seus antigos métodos de

produção, sendo que a indústria automobilística brasileira está em

desvantagem no quesito legislação e modelo produtivo, embora já existam

iniciativas para a mudança deste quadro.

Palavras-chave: fibras vegetais, indústria automobilística, sustentabilidade.

INTRODUÇÃO:

Nas últimas décadas tem-se verificado uma crescente preocupação

ambiental tanto pelos governos quanto pelas pessoas. Diante de ameaças

como o Aquecimento Global, as indústrias passaram a sofrer pressão para

adequar suas políticas de produção e adotar alternativas sustentáveis que

garantam o aproveitamento responsável dos recursos naturais.

Nos últimos dez anos, 35 milhões de carros entraram em circulação no

mercado nacional [1]. Esses veículos são, em sua maioria produzidos com

materiais que consomem grande quantidade de energia, também geram

resíduos que contaminam ar, terra e água, além de usar combustíveis

fósseis, como gasolina e diesel.

Diante desta realidade, vêm-se tomando medidas para tentar

amenizar essa situação, entre as medidas adotadas, está a diminuição de

materiais poluentes, bem como o gasto energético para produzi-los. Também

está sendo implementada, mesmo que de forma tímida, novas fontes de

energia para os automóveis, como a eletricidade. Porém uma medida que

28

Universidade do Estado do Pará. [email protected].

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está sendo bem difundida é a substituição dos compósitos de fibras

sintéticas pelos de fibra vegetal.

Apesar das pesquisas nessa área serem relativamente recentes, as

fibras ligno-celulósicas se mostram bastante promissoras e, em muitos

aspectos, superam seus concorrentes sintéticos.

Comparada a indústria europeia, que inclusive conta com legislações

específicas que regulamentam o ciclo de vida dos carros, como a diretriz

2000/53/EC, na indústria automotiva brasileira não há o mesmo empenho

por parte do governo, salvo o projeto de lei PL 2796/2003, cujo enfoque está

na renovação e reciclagem da frota nacional.

No Brasil o uso de compósitos em carros ocorre em menor escala,

estando muitas vezes restritos aos estofamentos de bancos e para-choques.

Assim, ao longo deste trabalho, serão apresentadas diversas

pesquisas feitas nos últimos anos por especialistas em materiais compósitos

e sua aplicação na indústria automobilística, além de apresentar as

características que tornaram tão atrativo e vantajoso esse tipo de material.

Como propósito principal deste estudo será feito um levantamento de

pesquisas, estudos, artigos e teses que confirmam a versatilidade e

superioridade das fibras naturais vegetais, principalmente com relação à

seus similares sintéticos largamente utilizados hoje, como fibras de carbono

e de vidro. Entretanto, questões técnicas como os processos de

beneficiamento das fibras, propriedades mecânicas específicas de cada fibra

e sua cadeia produtiva serão pouco abordadas, sendo que apenas será

apresentado suas principais características, bem como suas aplicações e um

breve histórico dos temas apresentados, salvo poucas exceções para reforçar

as ideias principais do texto.

Apesar da maior parte dos trabalhos analisados ter sido publicada

fora do Brasil, o cenário e o objetos de estudo podem facilmente ser

adaptados à realidade local, pela posição privilegiada do País, especialmente

da Região Amazônica, com relação à disponibilidade de espécies vegetais

com potencial para pesquisas e pela vastas áreas cultiváveis (MARINELLI,

2008).

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Por fim, com base nos estudos realizados e nos trabalhos aqui

mencionados, será produzido um conceito de automóvel cujo enfoque seja a

sustentabilidade, o uso inteligente de recursos e adaptação de materiais e

técnicas de produção à realidade local, já que a produção local de fibras

trará vantagens para as populações diretamente envolvidas no seu cultivo e

beneficiamento, como a geração de renda e maior participação no mercado

produtivo, além da diminuição de custo com logística já que a produção

poderia se concentrar em regiões onde a demanda for maior.

METODOLOGIA:

Design sustentável

De acordo com Chehebe(2002), todo produto, independente do material,

método de produção e uso pelo qual foi destinado, provoca impacto ambiental

direto, pelo processo industrial que leva a sua fabricação, ou indireto, pelo

transporte até o consumidor, uso e posterior descarte. Para avaliar os aspectos e os

impactos ambientais associados a um produto qualquer, desde a extração das

matérias-primas, passando por todas as etapas de produção, transporte e uso, até

sua disposição final, foi criada a Análise do Ciclo de Vida do Produto.

A Análise do Ciclo de Vida (ACV) é muito utilizada para:

Comparar o impacto ambiental de diferentes produtos com funções

similares;

Comparar o impacto ambiental de diferentes tipos de tratamento de

resíduos como: por exemplo, incineração e aterro sanitário;

Analisar o impacto ambiental de diferentes destinos para um determinado

resíduo;

Analisar os impactos dos diferentes tipos de reciclagem.

Assim, por exemplo, pode-se descobrir que é menos vantajoso substituir o

material de um determinado produto que gera maior quantidade de resíduos, por

outro que não gera, mas exige maior consumo de energia e matéria-prima [2].

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O ACV não é somente utilizado para análises de produtos, sendo também

indicado para ciclos de vida energéticos, de construções e infra-estruturas e até

mesmo do ciclo de vida das cidades.

Dessa forma engenheiros, projetistas e designers podem ter maior

consciência sobre todos os recursos utilizados por um determinado produto ainda

na etapa de planejamento, permitindo assim, mais controle no que diz respeito ao

consumo de matéria-prima e energia, diminuindo o impacto ambiental.

Ainda segundo Chehebe, durante os anos 80, houve uma série de discussões

entre ambientalistas sobre o estabelecimento de políticas que analisassem a

questão ambiental de forma geral e não apenas focado no sistema de produção.

A tese, defendida por alguns especialistas, era que o principal

canal através do qual a indústria mais poluía o meio ambiente

era na entrega dos produtos aos consumidores, na sua

utilização e descarte. Defendiam a ideia de que apesar da

produção industrial e de energia continuar a ser uma

importante fonte de poluição, uma crescente proporção dos

danos ambientais podia ser atribuída ao ato de consumo

(CHEHEBE, 2002, p.12).

Com base nessas discussões, alguns países da Europa, como Holanda,

Alemanha e Suécia, negociaram com as indústrias acordos que dariam aos

produtores a responsabilidade de gerenciar o ciclo de vida dos produtos.

Ficando à cargo dos legisladores, órgãos ambientais e mercado consumidor a

fiscalização e ao estabelecimento de normas ambientais referentes aos

produtos.

Como forma de padronizar essas ações de gerenciamento foram

criados os chamados “Selos Verdes”, ou “Rótulos Ambientais”, para

estimular as empresas a empenharem maior esforço em entender e

melhorar suas formas de produção. Muito embora, parte delas estivessem,

pelo menos no início, buscando ações que protegessem seus produtos de

serem acusados de poluidores por concorrentes, pelo governo e pelos grupos

ambientalistas, grande parte das empresas adotavam esses esquemas por

iniciativa própria.

No âmbito das fibras vegetais, as análises de ciclo de vida englobam

além de todas as etapas de produção, uso e descarte, também de cultivo,

colheita, extração e beneficiamento das fibras. Nesse ponto, os compósitos de

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fibra vegetal (cujas pesquisas têm apontado uma série de vantagens sobre os

de fibra sintética) possuem menor impacto ambiental sendo responsável por

um melhoramento das características dos produtos.

Para a indústria automobilística, estas melhorias são particularmente

importantes no desempenho do veículo. Fibras vegetais são mais leves,

demandam pouca energia para produção e quase sempre são mais

resistentes, como resultado, os carros produzidos geram menor impacto ao

ambiente, por usar materiais biodegradáveis. Além disso, carros mais leves

consomem menos combustível, o que aumenta a eficiência energética

diminuindo a poluição gerada.

A indústria europeia já está bastante adiantada no quesito

sustentabilidade, a diretriz 2000/53/EC determina uma série de medidas

para diminuir o impacto gerado pela produção, uso e descarte. Dentre elas

está a diminuição ou eliminação do uso de materiais nocivos, a definição de

metas para desmontagem e recolhimento e reciclagem, protegendo assim

não apenas o meio ambiente como a saúde das pessoas.

A fim de ilustração, o Quadro 1 compara o desempenho da produção

de uma peça de painel de um Audi A3, produzida com um compósito de fibra

sintética e outro com fibra de cânhamo e resina epóxi, com um volume de

44% de resina.

Quadro 1: Impactos ambientais resultantes da produção do painel de um Audi A3.

Indicador ambiental Copolímero ABS Cânhamo-epóxi

Energia total (MJ) 132 73

Emissões de CO2 (Kg) 4,97 4,19

Metano (g) 17,43 16,96

SO2 (g) 17,54 19,70

NOx (g) 14,14 18,64

CO (g) 4,44 2,14

Emissões de fosfato na água (g) 0 0,09

Emissões de nitrato na água (g) 0,08 12,05

Adaptado de: Joshi, SV. Drzal LT. Mohanty, AK. Arora, S - Are natural fiber composites environmentally superior to glass fiber reinforced composites? Composites A, 2004.

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Como é possível notar no quadro acima, o polímero sintético é muito

mais custoso para produção do que a fibra de cânhamo. A maior parte das

emissões da fibra vegetal é originada da produção da resina epóxi, plástico

termofixo, sendo que ao ligno-celulóide cabem os fosfatos e nitratos

provenientes dos fertilizantes usados no cultivo da planta.

Em contrapartida, a fibra de vidro apresenta um alto custo de

produção, exigindo muita matéria-prima e energia proveniente de

combustíveis fósseis, sendo recursos não-renováveis.

Fibras de vidro demandam de 5 a 10 vezes mais energia não

renovável que a produção de fibras naturais. Como resultado, a

emissão de poluentes da produção de fibra de vidro são

significativamente maiores quando comparado à produção de

fibras naturais. (JOSHI, 2004, p.374, tradução nossa):

A consequência da redução de peso dos veículos é a diminuição dos custos de

produção, de armazenamento e do consumo de combustível.

Compósitos

Compósitos são uma mistura de dois ou mais materiais com

propriedades físico-químicas diferentes que, quando combinados, geram um

novo composto com características semelhantes às dos materiais envolvidos,

como tenacidade, dureza e resistência à corrosão. Compósitos aparecem na

natureza na forma de conchas, carapaças, ossos, chifres, madeira e proteínas

como queratina e colágeno, dentre inúmeros outros.

Os compósitos têm sido utilizados pela humanidade desde a

Antiguidade, geralmente misturando materiais encontrados na natureza,

produzindo assim, de tijolos de argila misturada à palha, concreto, papel,

etc. Já os compósitos recentes utilizam fibras sintéticas como poliéster,

náilon, vidro, carbono, cerâmicas, metais e polímeros.

Com a crescente preocupação ambiental tanto por parte dos governos

quanto das pessoas, a indústria precisa se adequar a essa nova forma de

pensamento e repensar seus métodos de extração de matéria-prima,

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produção e descarte. Como alternativa aos materiais usados estão os bio

compósitos, em especial as fibras vegetais.

Apesar da indústria ainda utilizar bastante compósitos de fibras

sintéticas, tem-se como vantagem usar compósitos de fibras naturais por

apresentarem diversas características ambiental e economicamente

superiores, principalmente se comparadas aos materiais feitos de fibra de

carbono e de vidro. Sua eficiência é comprovada pelo baixo custo de

produção, baixa densidade, alta resistência e pela biodegradabilidade.

Apesar de serem formados por diversos materiais naturais, também

podem incluir fibras naturais com adição de matrizes sintéticas, como

resinas poliméricas. Os polímeros sintéticos, ou plásticos, são utilizados na

maioria dos compósitos de fibra vegetal como matriz, sendo normalmente

divididas entre termoplásticos e termofixos. Os termoplásticos são

trabalhados essencialmente através de derretimento do material em altas

temperaturas, tornando-o assim apto à moldagem, sendo que o seu posterior

esfriamento restaura sua forma sólida, resultando em pouca ou nenhuma

transformação por reação química. Esse ciclo pode ser repetido várias vezes,

garantindo seu fator de reciclabilidade. No entanto uma de suas maiores

desvantagens está na baixa resistência ao calor.

Termofixos, ao contrário dos termoplásticos, não são derretidos com o

aumento de temperatura, sendo que uma vez atingido seu estado sólido ele

não poderá ser remodelado para novas aplicações, o que dificulta sua

reciclagem. Esses plásticos são obtidos em uma forma líquida, onde o

processo de solidificação ou “cura” é realizado por um componente químico

externo, como um catalisador ou agente de cura. Sua maior vantagem é a

alta resistência ao calor e durabilidade, tendo assim em sua maioria

aplicações estruturais, particularmente quando há o envolvimento de altas

temperaturas.

Em geral, compósitos de fibras sintéticas como as fibras de vidro e de

carbono são mais caras, pesadas, poluentes e demandam mais energia

durante a fabricação que as fibras naturais. Assim, por exemplo, compósitos

de resina sintéticas reforçadas com fibras vegetais consomem menos

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energia além da baixa quantidade de resíduos gerados, e mesmo a fibra

vegetal sendo responsável pela maior parte do volume total do compósito,

ela somente representa uma parcela mínima do custo energético.

Além da redução de peso e de custos e melhoria da segurança, compósitos de

fibra natural oferecem maior capacidade de reciclagem sobre as fibras sintéticas

convencionais, especialmente as utilizadas na indústria automotiva. Fibras

vegetais naturais são incorporadas aos frisos das portas, bandejas, estofamento dos

bancos e outras partes interiores.

Dentre as vantagens das fibras vegetais está a facilidade de obtenção,

uma vez que seu cultivo determina a quantidade de material disponível, e a

baixa demanda energética. Entretanto, o tempo de crescimento dessas

plantas, bem como o clima na região podem contar como pontos de

desvantagem, fazendo com que a produção de fibras deva ser planejada com

cuidado.

O cenário nacional, especialmente o regional possui uma vantagem na

produção de fibras devido a alta concentração de espécies vegetais de

possível utilização, de acordo com Marinelli (2008): “No Brasil, existe uma

grande variedade de fibras vegetais com diferentes propriedades químicas,

físicas e mecânicas”. Fibras de sisal, cana-de-açúcar, mamona, coco e curauá

estão entre as variedades disponíveis.

Em geral, as principais vantagens das fibras naturais vegetais são:

A capacidade de renovação da matéria-prima e disponibilidade

praticamente ilimitada;

A enorme diversidade de plantas encontráveis, especialmente na

Amazônia, existindo assim um grande leque de possibilidades e

descobertas de fibras vegetais com propriedades físico-químicas

adequadas à indústria (como resistência à abrasão, calor, choques

mecânicos, entre outros);

São menos abrasivas quando comparadas às fibras sintéticas, gerando

assim, menor desgaste dos equipamentos envolvidos em seu processo

de produção;

São biodegradáveis, o que gera menor impacto ambiental após o

descarte e facilita a compostagem desses elementos;

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Possuem baixa densidade em relação aos seus similares sintéticos e

também menor custo. (MARINELLI, 2008).

A produção de compósitos vegetais no território brasileiro teria

vantagens pela quantidade de espécies disponíveis e potencialmente

aproveitáveis, pela vasta extensão de terras cultiváveis e pelas condições

climáticas favoráveis, em especial na Amazônia, podendo assim, suprimir

uma futura demanda.

Além das questões econômicas e ambientais, também deve ser levada

em conta a questão social, já que a produção e extração necessitaria de mão-

de-obra local e isso aumentaria a geração de renda entre as populações das

regiões beneficiadas.

A indústria automobilística no Brasil

Apesar de ter havido linhas de montagem e pequenas oficinas de

carros no Brasil desde 1919 [3], elas apenas os montavam, usando para isso

peças importadas principalmente dos Estados Unidos e da Europa.

Entretanto, durante a Segunda Guerra Mundial a produção nacional

enfrentou uma crise com a diminuição do fornecimento de peças, uma vez

que a Europa estava sendo arrasada pela Guerra e os EUA estavam

empenhando sua produção ao chamado esforço de guerra. Dessa forma, a

frota brasileira ficava aos poucos defasada, sendo necessária a criação de um

próprio parque industrial para o automóvel.

Nesse contexto, surgiu a primeira fábrica de automóveis em território

brasileiro. Em 1956 o então presidente Juscelino Kubitschek cria o Grupo

Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), iniciando a produção

nacional em larga escala.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Em virtude dos estudos apresentados ainda estarem em andamento,

não há resultados conclusivos a serem mostrados. Entretanto, espera-se a

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partir dos resultados obtidos tornar possível a realização de um automóvel-

conceito utilizando de compósitos de fibra vegetal em partes estruturais do

veículo, como parte de uma demonstração do uso de tecnologias e materiais

sustentáveis aplicadas à indústria.

A pesquisa de compósitos de fibras naturais possui importância no

sentido que o desenvolvimento desses materiais possuem uma série de

vantagens, como a ampliação do número de compósitos utilizáveis na

produção industrial, bem como a possível melhora das técnicas de produção

dos já existentes. O Brasil, em especial a Amazônia, possui grande potencial

para geração de fibras naturais, devido à variedade de espécies vegetais

disponíveis e a vasta área de terras cultiváveis. As áreas destinadas para o

cultivo das plantas usadas na produção de fibras geraria benefícios para a

sociedade em forma de geração de renda, pela produção e beneficiamento

dos materiais, além disso, produtos feitos com o uso de fibras naturais

seriam mais baratos especialmente na indústria automobilística gerando

menor custo tanto para as fábricas e também para o consumidor.

REFERÊNCIAS

[1]http://g1.globo.com/carros/noticia/2011/02/frota-de-veiculos-cresce-119-

em-dez-anos-no-brasil-aponta-denatran.html.Acesso em 02/10/2012.

[2]http://www.environmentagency.gov.uk/research/library/publications/129

364.aspx. Acesso em 30/09/2012

[3]http://www.saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/historia_republica-industria-

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Fibers. University of Kassel, Germany 2006.

Chehebe, José Ribamar. Análise do ciclo de vida de produtos:

ferramenta gerencial da ISO 14000. Rio de Janeiro-RJ. Qualitymark

ED. CNI, 1997. 1ºRe-impressão, 2002.

Dieter H. Mueller, Andreas Krobjilowski - New Discovery in the

Properties of Composites Reinforced with Natural Fibers. 2003.

Marinelli, A. L. et al. - Desenvolvimento de compósitos poliméricos

com fibras vegetais naturais da biodiversidade. 2008.

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Joshi, SV. Drzal LT. Mohanty, AK. Arora, S - Are natural fiber

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composites?. Composites A 2004.

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Conference (ISNaPol 2002).

Page 82: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

MANGO: UM AUTOMÓVEL COMPACTO CONCEITUAL DE BAIXO

CUSTO COM REFERÊNCIA NA MANGA.

Moisés Santino Lima Vieira29

Pedro Paulo Ferreira Magno30

Manoel Alacy Rodrigues31

Resumo: Esta pesquisa é resultado parcial do trabalho de conclusão de curso

é uma proposta inserida na área de Design de automóveis. O objetivo

consiste em projetar um automóvel conceito compacto para melhoras no

trânsito tomando como referência a manga. Os principais autores que

abordam temas como: design, design emocional, automóveis são: Bernd

Löbach, Mike Baxter, Sérgio Scolari, William J. Mitchell; A metodologia

aplicada consiste em analisar o problema do transito em grandes cidades.

Os resultados parciais apontam que há a possibilidade de redução de

problemas de falta de espaço no trânsito e diminuição no número de

acidentes com carros compactos que se utilizem de novas tecnologias de

conectividade.

Palavras-chave: Design. Design de automóvel, Conectividade.

INTRODUÇÃO:

O ser humano vivenciou ao longo de sua historia inúmeras avanços

nas mais variadas áreas, na tecnologia, ciência, artes, religião entre outras.

Da descoberta do fogo, invenção da roda a revolução industrial o ser humano

evoluiu em diferentes graus e a vida civilizada tornou-se inimaginável sem

os produtos dessa constante evolução. Um desses produtos, fruto dessa

evolução e talvez um dos mais bem sucedidos da história é sem duvida o

automóvel. A princípio usado apenas para locomoção, mas que com o passar

do tempo tornou-se um dos mais importantes ícones da nossa sociedade

contemporânea.

29

Graduando no Curso de Design, da Universidade do Estado do Pará. E-mail:

[email protected] 30 Graduando no Curso de Design, da Universidade do Estado do Pará. E-mail:

[email protected] 31 Professor Mestre, orientador. Universidade do Estado do Pará, E-mail:

[email protected]

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Após seu surgimento e popularização do automóvel o modo de vida do

ser humano, o ambiente que o cercava e a maneira de organizar sua

sociedade sofreram drásticas modificações e adaptações. Novas ruas e

estradas precisaram ser construídas e as já existentes, ampliadas e

adaptadas para circulação dos automóveis. Vários âmbitos da vida moderna

e inclusive seus costumes e hábitos sofreram mudanças ao longo do tempo.

Nesse contexto de mudanças em que o automóvel se inseriu, algumas

mazelas e preocupações também surgiram. A poluição e suas consequências,

a utilização desregrada de fontes de energias não renováveis, os grandes

congestionamentos e falta de espaço físico nas grandes cidades são algumas

das implicações que o automóvel trouxe e/ou acentuou.

Tendo em vista essas informações o Designer se propõe a buscar

soluções para as questões apresentadas tendo em mãos as ferramentas do

Design, a metodologia projetual, conceitos e pesquisa e por que não valores

profissionais também.

Assim este trabalho propõe-se ao estudo da metodologia projetual,

conceitos e pesquisas com relação ao processo do Design, mais

especificamente ao do Design automotivo. Propõe-se também a analisar a

problemática dos congestionamentos na cidade de Belém e para o exercício

projetual o desenvolvimento de um carro compacto conceitual.

METODOLOGIA:

Esta pesquisa caracteriza-se pela abordagem crítico-dialético, pois

tem como objetivo analisar o problema do transito na cidade de Belém assim

como de outras grandes cidades com os mesmos problemas viários, bem

como a historia do automóvel e constituição no mercado automotivo de

carros compactos e analisar também as tecnologias que estão cada vez mais

disponíveis para novos projetos automotivos. Por fim, com referência na

manga e sua regionalidade desenvolver o conceito de um automóvel

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compacto e de aquisição viável, economicamente acessível a um maior

público-alvo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Durante a pesquisa observou-se que não existem muitos automóveis

com apelo regional disponíveis no mercado e inclusive em projetos para o

futuro.

Foi observado também que novas tecnologias possibilitam a criação de

carros cada vez mais compactos graças à redução do espaço necessário para

motores movidos à eletricidade, essas novas tecnologias possibilitam

também uma conectividade entre os carros, e entre eles e o ambiente,

gerando a possibilidade de uma grande redução de acidentes, e melhora no

fluxo do trânsito, e consequentemente a qualidade de vida das pessoas que

vivem nas grandes cidades.

CONCLUSÃO:

A partir do que já foi realizado na pesquisa e no projeto, pode-se dizer

que um automóvel compacto com referências regionais tem grande potencial

para solucionar problemas relacionados ao trânsito em geral nas grandes

cidades, daí a relevância do presente projeto.

REFERÊNCIAS:

BAXTER, Mike. Projeto de Produto: Guia prático para o Desenvolvimento de

Novos Produtos. 2. Editora Blucher, 2000.

MITCHELL, William J. (et. al.) A reinvenção do automóvel: mobilidade

urbana pessoal para o século XXI. São Paulo: Alaúde Editorial, 2010.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial – Bases para a configuração dos

produtos Indústrias. São Paulo: Editora Blucher, 2001.

Page 85: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

SCOLARI, Sérgio Henrique Prado. Design e emoção: um modelo de círculos

de referências de emoções em produtos. Bauru, 2008.

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MOBILIÁRIO CONTEMPORÂNEO PARA INTEGRAÇÃO DE

PEQUENOS AMBIENTES E FUNÇÕES EM ESCRITÓRIOS

PUBLICITÁRIOS

Thyago Adolpho Martins Dias Pina32

Sávio Almeida fernandes33

Resumo: Este projeto de pesquisa consiste no desenvolvimento de um produto mobiliário que integre ambientes e funções visando o melhor aproveitamento de pequenos espaços. O projeto busca solucionar este problema com uma abordagem emocional pautada na compreensão das características e necessidades do usuário por meio de pesquisas bibliográficas, entrevistas qualitativas e análises do mobiliário utilizado realizadas junto a escritórios publicitários. Em resultante, compreende-se os problemas do tradicionalismo no esquema de produção do mobiliário.

Palavras-chave: design; mobiliário; pequenos espaços.

INTRODUÇÃO:

O projeto de design envolve uma complexa rede de fatores que visam

solucionar as necessidades humanas por meio de produtos que agreguem

valores práticos, simbólicos e estéticos, benéficos à indústria, ao usuário e ao

ambiente em entorno. Neste contexto, o design de mobiliário possuí valor e

complexidade ainda maiores à medida que o móvel integra-se à um espaço

específico, sujeito às particularidades do ambiente em que se insere ou o

redefinindo com base em suas próprias características, capazes de

requalificar este espaço, atribuindo a ambos os valores e ideologias aplicadas

ao produto.

Esta requalificação se torna evidente na estruturação de pequenos

espaços – áreas limitadas que necessitam conter uma infraestrutura de

múltiplos ambientes e funcionalidades maior do que aquela comportada –

que necessita de planejamento específico e estratégico do mobiliário

utilizado para que haja total aproveitamento do espaço disponível, sem

prejuízo da integração dos ambientes, da interação humana e da estética.

32

Bacharelando em Design pela Universidade do Estado do Pará. E-mail:

[email protected] 33 Professor Mestre, orientador. Universidade do Estado do Pará. E-mail:

[email protected]

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Sendo responsabilidade do projeto de design as funções práticas, estéticas e

simbólicas não mais apenas do móvel em si, mas do espaço em que este se

insere, redefinido a partir dos móveis internos.

Com a crescente utilização dos pequenos espaços como solução do

mercado imobiliário, incapaz de acompanhar o ritmo de crescimento das

mudanças sociais, o desperdício decorrente da ausência de móveis projetados

para estes espaços caracteriza uma real necessidade de adaptação do

indivíduo que deve ser resolvida por um produto. Desta maneira, este

projeto visa o desenvolvimento mobiliário para a integração de ambientes e

funções de escritórios publicitários visando o melhor aproveitamento de

pequenos espaços e a adequação do móvel às necessidades do usuário

contemporâneo.

Sendo assim, este projeto de pesquisa compreende uma solução para

um novo modo de vida e uma nova organização sociocultural da sociedade.

Sendo, para a cidade de Belém, um produto mobiliário diferenciado uma

alternativa ainda mais viável devido ao potencial de consumo da cidade

neste ramo, que ainda necessita de novas soluções para gerar

competitividade e fomentar o mercado e a economia local a buscar explorar

esta potencialidade.

METODOLOGIA:

Para o alcance do objetivo desejado, a pesquisa utilizará,

primariamente, de consultas bibliográficas e pesquisas de campo, por meio

da coleta de dados classificada como estudo de caso por basear-se em dados

do cotidiano natural daqueles envolvidos na coleta. Constrói-se o

conhecimento de campo norteado por entrevistas qualitativas, em escritórios

publicitários instalados em pequenos espaços, para a compreensão

contextual da pesquisa e para o levantamento de características do usuário e

necessidades específicas ao projeto e aplicações posteriores. Questionários

quantitativos complementam o levantamento das necessidades com uma

análise referente aos mobiliários já existentes e utilizados no escritório.

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Finaliza-se com metodologia projetual adequada, realizando as etapas

do projeto que envolvem procedimentos específicos como análise da

concorrência, imagens conceituais, transformação das necessidades em

definições do projeto, rascunhos, detalhamento do mobiliário, prototipagem e

aplicação em um escritório publicitário, para análise de sua integração junto

à pequenos espaços, problema proposto pela pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Focando, em sua abordagem, na relação entre o usuário, o objeto e o

espaço por meio dos aspectos comunicativos – [relação] definida a partir do

alinhamento entre o objeto de estudo da pesquisa e o objeto do design como

disciplina – aplica-se os conceitos do design emocional objetivando o

desenvolvimento do produto pautado em seu aspecto simbólico, de

construção de uma relação significativa entre o usuário e o produto, e que

resulte em uma pesquisa de demonstração prática de uma metodologia

centrada no usuário, suas características e necessidades, como o critério

primordial do projeto; construindo conhecimento científico voltado para o

ramo do design mobiliário.

A partir da relação entre o problema dos pequenos espaços e a

ausência de mobiliário específico para esta situação, discute-se, em

resultante a pesquisa pautada na abordagem simbólica e emocional do

design, problemas específicos do design mobiliário que revelam um esquema

tradicional de produção industrial, focado na função prática e no

desenvolvimento de novas tecnologias para a maximização dos lucros, o que

reflete em um mercado estagnado, de ofertas padrões, similares e pouco

ajustadas as reais necessidades do usuário contemporâneo e suas

características.

Estando a pesquisa ainda em andamento e os resultados

apresentados em desenvolvimento, define-se apenas que o mobiliário

projetado deverá refletir as necessidades e características do usuário

contemporâneo, expressas em sua posição social e seu cotidiano, de maneira

a reverter a tradição da produção mobiliária e configura-la a partir do

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aspecto comunicacional entre usuário e produto, visando a satisfação do

consumidor não só por compreender a solução para o desperdício espacial,

mas por estabelecer um vínculo emocional. O que resultará em um

mobiliário que preenche as funções comunicativas na relação usuário-objeto-

ambiente e que, ao preenche-las, por refletir as características do usuário,

estará, automaticamente, em segundo plano, adequando-se as necessidades

projetuais e solucionando o problema.

REFERÊNCIAS:

BÜRDEK, Bernhard E. História, teoria e prática do design de produtos. São

Paulo: Edgard Blücher, 2006.

COUTO, Rita Maria de Souza. Reflexões sobre a Natureza e a Vocação

Interdisciplinar do Design. In: LIMA, Guilherme Cunha (org.). Textos

selecionados de Design 1. Rio de Janeiro: PPDESDI UERJ, 2006, p. 51-82.

DEVIDES, Maria Tereza. Design, Projeto e Produto: O desenvolvimento de

móveis nas indústrias do Polo Moveleiro de Arapongas, PR. 2006. 120 f.

Dissertação (Mestrado em Design) – Faculdade de Arquitetura, Artes e

Comunicação, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2006.

FOLZ, R. R. Projeto tecnológico para produção de habitação mínima e seu

mobiliário. 2008. 364 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) –

Faculdade de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São

Carlos, 2008.

GURGEL, Miriam. Projetando Espaços. Guia de arquitetura de interiores

para áreas comerciais. São Paulo: Senac, 2005.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial. Bases para a configuração dos produtos

industriais. São Paulo: Editora Blucher, 2001.

MANCUSO, Clarice. Arquitetura de interiores e decoração. A arte de viver

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MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. 2 ed. São Paulo: Martins

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NORMAN, Donald Arthur. Design Emocional. Porque adoramos (ou

detestamos) os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.

SANTOS, Maria Cecília Loschiavo. Móvel moderno no Brasil. São Paulo:

Studio Nobel / EDUSP, 1995.

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O USO DE PAPEL RECICLADO E FIBRAS VEGETAIS NA PRODUÇÃO

DE PRODUTOS DE DESIGN DE SUPERFÍCIE.

Vitória Martins Soares Pamplona34

Nubia Suely Silva Santos35

Resumo:

A reciclagem do papel diminui o impacto ambiental em várias etapas de seu ciclo

de vida, contribui também para essa redução, a utilização de fibras vegetais não-

madeireiras como matéria-prima na sua produção. Este trabalho almeja a

produção de objetos voltados ao design de superfície através da produção de

papeis ecológicos com fibras vegetais provenientes da palmeira de buriti e papel

pós-consumo.

Palavras-chave: ecodesign; sustentabilidade; design de superfície;

reciclagem.

INTRODUÇÃO:

O padrão de vida consumista, dominante até hoje, impulsionado por

uma grande variedade de produtos disponíveis no mercado juntamente com

a ideia de que esse comportamento é fator determinante para o bem-estar

social acarretou nos problemas ambientais, econômicos e sociais que tentam

ser contornados atualmente. Assim foi dada evidência - como também

passou a ser um objetivo - a termos como sustentabilidade ambiental.

A análise do ciclo de vida dos produtos é fundamental na produção de

produtos sustentáveis, pois atenta para a escolha de materiais e insumos,

para alternativas com o intuito de reduzir o consumo de energia durante o

processamento, e na reciclagem após o descarte (Manzini; Vezzoli, 2008).

Por tudo isso podemos destacar o papel como produto que necessita de

34

Universidade do Estado do Pará. [email protected]. 35Professora Doutora, orientadora. Universidade do Estado do Pará.

[email protected]

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mudanças relacionadas tanto a forma como é utilizado, como a forma que é

produzido.

O papel é feito a partir da celulose, encontrada nas fibras naturais, na

indústria sua fonte são as madeiras. A sua produção pode ser realizada

também a partir de fontes de celulose não-madeireiras e resíduos da

atividade agropecuária, que hoje possuem pesquisas para sua melhor

aplicabilidade nas indústrias, as quais se tornaram um forte aliado

econômico e ecológico, sendo que muitas ainda não foram exploradas em sua

totalidade (QUIRINO; VASCONCELOS, 2011).

As fibras vegetais são um tipo de fibra natural e podem ser

distinguidas conforme sua origem na estrutura da planta, em: (i) fibras dos

frutos, como coco e açaí, (ii) fibras do caule, como linho, juta, kenaf, (iii)

fibras das folhas, como sisal e curauá, e (iv) fibras de sementes, como o

algodão (MUELLER e KROBJILOWSK, 2003), seu emprego vai desde as

aplicações clássicas na indústria têxtil até o reforço de matrizes poliméricas

termoplásticas e termofixas (ORTUNÕ; PACHECO; PACHECO, 2011).

Este trabalho propõe a produção de objetos voltados ao design de

superfície, com a utilização de papel pós-consumo e fibra vegetal extraída da

palmeira de buriti (Mauritia flexuosa L.), típica da Região Norte do Brasil.

METODOLOGIA:

O trabalho tem como enfoque a abordagem critico-dialética, tendo

base na reflexão a cerca das mudanças na mentalidade, preocupação e

destaques dados, por grande parte da população e mídias, ao meio-ambiente,

sobre os impactos ambientais acumulados até então, as medidas para

contorna-los e reduzi-los, e aos seus recursos naturais, cada vez mais

escassos, tendo em vista o padrão de vida consumista e as modificações que

necessitam ocorrer. Com essas transformações o Design enxergou

oportunidades, demanda, para criação de novos produtos, seja na sua função

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ou na mudança de aspectos relacionados à configuração do produto, como

por exemplo, e principalmente, a matéria-prima, oferecendo soluções

voltadas a um estilo de vida sustentável. Onde, a partir desta análise, será

proposta, através de um projeto de produto, novas alternativas para

decoração de ambientes, tendo como papel pós-consumo e fibras as matérias-

primas para a concepção desta ideia.

A pesquisa de caráter explicativo mostrará as propriedades e

características dos materiais; assim como, terá base nos resultados obtidos

com o projeto de iniciação científica gerado, o qual teve como objeto de

estudo a produção de papeis ecológicos através da reciclagem e adição de

fibras de buriti; apontará as aplicações de papel na produção de objetos

contemporâneos, de maneira a legitimar seu emprego e inovação.

Embasando-se na metodologia proposta por Manzini e Vezzoli (2008)

para a concepção de produtos sustentáveis, onde destaca que as decisões

mais importantes e influentes de um design ambientalmente conscientes são

tomadas nas primeiras fases do projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Este trabalho será uma extensão, implementação, dos conhecimentos

adquiridos a partir da pesquisa de iniciação científica, cujo título era

“Estudo da adequação do percentual de fibras vegetais na etapa de

reciclagem do papel pós-consumo: desenvolvendo papéis ecológicos e

diminuindo o impacto ambiental de resíduos sólidos” que teve como objetivo

a produção de um papel reciclado, no qual foi adicionado fibra de miriti,

definindo posteriormente cinco amostras que passaram por testes de

avaliação das características físicas e mecânicas.

As amostras e resultados alcançados pelo projeto demonstraram a

viabilidade de se agregar a fibra da palmeira do buriti à polpa formada por

papel pós-consumo. Como o objetivo era produzir papel reciclado para uso

decorativo ou de design de superfície, as amostras produzidas se mostram

perfeitamente viáveis para serem utilizadas para tais fins.

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CONCLUSÃO:

A reciclagem do papel é considerada uma alternativa ambientalmente

correta, no entanto devemos atentar que mesmo no processo de reciclagem

do papel podem existir práticas indesejáveis, como o uso não racional de

água, e a adição de insumos poluentes como o hidróxido de sódio (NaOH),

geralmente utilizado na clarificação do papel. A diversidade de espécies

vegetais fornecedoras de fibras existente na Amazônia, como o curauá e o

açaí, têm contribuído para o avanço das pesquisas de matérias-primas

renováveis para produção de produtos de baixo impacto ambiental. Os

resultados obtidos são uma primeira indicação que justificam a continuidade

das pesquisas, em andamento, agora voltada para a aplicação destes

conhecimentos para a produção de produtos relacionados ao design de

superfície.

REFERÊNCIAS:

MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis.

São Paulo: Ed.USP, 2008.

MUELLER, D.H.; KROBJILOWSKI, A. New Discovery in the Properties of

Composites Reinforced with Natural Fibers. J. Ind. Text., v.33, p.110-130,

2003.

ORTUNÕ, B. H.; PACHECO, A .S.; PACHECO, K. M.; Análise sobre o posicionamento do uso da fibra natural amazônica tucumã. In: 3º

International Symposim of Sustainable Design. Anais. 2011. p. 386-401.

QUIRINO, M.; VASCONCELOS, R. Desenvolvimento de compósito produzido com resina natural e fibra da semente de açaí (Euterpe precatória). In:

Simpósio Brasileiro de Design Sustentável. Anais. 2011. p. 402-413.

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PRODUTO MULTIFUNCIONAL DE FISIOTERAPIA PARA CÃES.

Camila Reis Santoni 36

Bianca Kuroki Gonçalves37

Jorge Hernandes Fonseca38

Resumo: O trabalho em questão propõe projetar um produto multifuncional

que possa ser fabricado industrialmente, a ser usado na fisioterapia

veterinária para cães, visando solucionar problemas relacionados ao tipo de

serviço característico da Região Metropolitana de Belém: o atendimento a

domicílio. O processo de desenvolvimento do produto terá como base a

metodologia projetual de Baxter.

Palavras-chave: Design, Projeto de Produto, Fisioterapia Veterinária.

INTRODUÇÃO:

Comumente, o termo Design não é utilizado de modo correto. O uso

equivocado dessa palavra dando-a apenas uma significância de algo

esteticamente agradável tornou-se algo simples já que Design não se

restringe à beleza dos objetos, ao apelo visual, ele é projeto e trata-se da

uma solução de um problema, necessidade e/ou desejo abrangendo várias

etapas e fatores, como o social, econômico, cultural, ecológico, tecnológico,

entre outros.

Löbach (2001) afirma que “o conceito de Design compreende a

concretização de uma ideia em forma de projetos ou modelos, mediante a

construção e configuração resultando em um produto industrial passível de

produção em série”. Baxter (2000) completa dizendo que “o designer de

produtos bem sucedido é aquele que consegue pensar com a mente do

consumidor: ele consegue interpretar as necessidades, sonhos, desejos,

valores e expectativas do consumidor”.

Significa dizer que o designer é o responsável em transformar as

necessidades e desejos do homem em produtos reais que podem ser

comercializados e satisfazem a demanda existente. Deve-se compreender

que este homem, detentor de necessidades e desejos, não se refere apenas

36

Acadêmica da Universidade do Estado do Pará. [email protected] 37 Acadêmica da Universidade do Estado do Pará. [email protected] 38 Professor Doutor, orientador. Universidade do Estado do Pará, [email protected]

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aos consumidores finais (usuários), Dijon (1999) define que esse homem

pode ser representado também pelo indivíduo que confecciona o produto,

pelo que faz parte da linha de montagem e por aquele que está no posto de

quem vende como lojista.

Logo, o designer é o agente que se coloca entre os interesses dos

usuários e dos empresários. Em resumo, é o profissional solucionador de

problemas, atendendo às necessidades físicas e psíquicas do homem

(LÖBACH, 2001).

O designer pode utilizar seus conhecimentos para atuar em áreas

diferentes das que ele costuma trabalhar, pois a inovação e a melhor

adequação do produto podem ser requisitos de qualquer bem ou serviço a ser

lançado no mercado. Sendo bem acompanhado, o profissional de Design pode

desenvolver projetos nas mais diferentes áreas, como a medicina, a

fisioterapia e a terapia ocupacional. Cabe a ele, compreender o contexto que

está inserido para, desta forma, coletar dados de necessidades e desejos dos

usuários, sejam eles pacientes, médicos, fisioterapeutas ou terapeutas, por

exemplo.

Uma das contribuições do designer na área de saúde, por exemplo, é

tornar a experiência de visita ao consultório ou de tratamento de doenças, o

mais agradável possível, seja na satisfação de atendimento, no conforto ao

usar um aparelho ou até mesmo na melhor aceitação de uma técnica de

reabilitação devido ao produto atender às expectativas do paciente, com

melhor qualidade e eficiência.

Desta maneira, este projeto traz a iniciativa de pesquisas e de geração de

produto num campo não dominado pelo designer, envolvendo áreas distintas

(Design e Fisioterapia Veterinária), focando em produtos ainda não tidos como

objeto de estudo em trabalhos de conclusão de curso de Design pela Universidade

do Estado do Pará.

Do mesmo modo que o homem cuida e se preocupa com a sua saúde; o

mesmo deve acontecer quando se refere à saúde de animais domésticos, afinal se

tratam de seres vivos que possuem necessidades, são dependentes e vulneráveis às

doenças e às consequências muito comuns, como traumas e fraturas, que requerem

atenção especial e tratamento.

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A Fisioterapia Veterinária surgiu como adaptação da Fisioterapia Humana,

a fim de promover a saúde ou prevenir doenças dos animais. Portanto, a

Fisioterapia Veterinária trabalha com reabilitação funcional e controle da dor,

também pode ser aplicado para a melhoria da condição física. Através dela o

veterinário define técnicas, métodos e produtos, selecionando o tratamento mais

adequado após realização do diagnóstico do animal.

METODOLOGIA:

Esta pesquisa caracteriza-se pela abordagem critico dialética, pois

tem como objetivo analisar os produtos utilizados na fisioterapia de cães em

clínicas de fisioterapia veterinária e atendimento a domicilio, discutindo a

forma como estes são utilizados, e enfim chegar a resultados que melhorem

os aspectos e/ou crie um novo produto a partir das funções atribuídas aos já

existentes.

Quanto aos objetivos, a pesquisa é de caráter explicativo, pois visa

relatar o uso dos aparelhos fisioterápicos na reabilitação de cães, analisando

o modo de funcionamento e a interação entre o veterinário, paciente e

produto; além de mostrar os resultados obtidos no tratamento de cães por

meio de exercícios terapêuticos, a partir de informações adquiridas através

de fisioterapeutas veterinários. Ao final, seguindo uma metodologia de

projeto na área de Design, propor modelo e/ou protótipo do produto

destinado à Fisioterapia em cães.

Em relação aos procedimentos técnicos são usados: pesquisa

bibliográfica para dar embasamento ao trabalho sobre conhecimentos nas

áreas de Fisioterapia Veterinária e Design; e pesquisa observacional com a

avaliação da interação do cão com os produtos disponíveis nas clínicas.

Os instrumentos de coleta são livros, periódicos e artigos relacionados

às áreas de Design de Produto, Ergonomia, Medicina Veterinária e

Fisioterapia Veterinária; pesquisa quantitativa e qualitativa, como

entrevistas; e também uso de máquina fotográfica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

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Há escassez de produtos industriais produzidos em série, projetados

especialmente para cães e que atendam a demanda de um mercado

específico de veterinária, destinada à reabilitação e estimulação motora de

cães (fisioterapia veterinária), visto que a maioria dos produtos utilizados é

adaptada de atividades físicas e da fisioterapia humana.

Somado à falta desse tipo de produto no mercado, destaca-se também

a ausência de clínicas especializadas em Fisioterapia Veterinária na região

metropolitana de Belém, fazendo com que os profissionais da área

necessitem deslocar seus equipamentos de trabalho para atender os

pacientes em domicílio ou em clínicas nas quais o fisioterapeuta é

contratado temporariamente, sendo que tais aparelhos fisioterápicos

ocupam espaços consideráveis quando transportados.

Considerando as questões anteriormente citadas, a ideia é desenvolver um

produto multifuncional que auxilie no tratamento de patologias em animais,

propondo uma nova solução que promova a recuperação motora de cães através da

Cinesioterapia, uma técnica da Fisioterapia Veterinária que consiste em exercícios

terapêuticos. A multifuncionalidade do aparelho visa solucionar problemas

relacionados ao transporte, armazenagem e diminuir as despesas dos veterinários

na compra de mais produtos de fisioterápicos.

Para tanto, selecionaram-se acessórios utilizados na cinesioterapia a serem

analisados segundo as suas funcionalidades. Para este projeto, foram escolhidos:

bola terapêutica, prancha de equilíbrio, trilha de obstáculos e colchão. Deste modo,

neste projeto se fará um estudo de cada um desses aparelhos e as funções dos

acessórios levantados serão aplicadas no produto a ser proposto.

Dentre as preocupações ergonômicas que deverão ser atendidas neste

projeto inclui-se a facilidade na manipulação do equipamento fisioterápico tanto

com relação à realização dos exercícios terapêuticos quanto no transporte desse

produto até o local de tratamento.

Todos esses aspectos serão considerados durante o projeto, porém sem

esquecer, é claro, do paciente (o cão) pensando em todas as exigências dimensionais

com base em dados de produtos que já existam e na adaptação adequada que foram

feitas utilizando os acessórios da fisioterapia humana.

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Ressalta-se que o projeto ainda está andamento, portanto, os

resultados ainda são parciais. Foram realizadas pesquisas sobre o tema,

reunindo referenciais teóricos; bem como estudo de campo, com

acompanhamento do fisioterapeuta veterinário em sessões; e definição do

produto, sem a produção do modelo.

CONCLUSÃO:

A relevância desse projeto caracteriza-se principalmente por trazer

conhecimento para a sociedade e para a universidade, à medida que oferece

um banco de dados e informações sobre o tema ainda não trabalhado na

Universidade do Estado do Pará, incentivando pesquisas futuras e

intervenções de profissionais que venham agregar conhecimentos,

atendendo ao mercado e melhorando a qualidade de vida dos animais. Bem

como, destacar a importância do designer no projeto de produto mostrando

seu caráter inovador, como o agente que agrega valor aos bens que produz.

REFERÊNCIAS

BAXTER, Mike. Projeto de Produto: guia prático para o desenvolvimento de

novos produtos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.

CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora

Blucher, 2008.

DIJON, Moraes. Limites do design. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel, 1999.

FOGLE, Bruce. 100 perguntas que seu cão faria ao veterinário, se ele

pudesse falar. São Paulo: Nobel, 1995.

FONSECA, A. J. H. Sistematização do processo de obtenção das

especificações de projeto de produtos industriais e sua implementação

computacional. 2000. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) -

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

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FOSSUM, Theresa Welch. Cirurgia de pequenos animais. Rio de Janeiro:

Elsevier, 2008.

GOMES FILHO, João. Ergonomia do Objeto: sistema técnico de leitura

ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2006.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher, 1990.

Rio de Janeiro: Rocco, 2008.

LEVINE, D. et al. Reabilitação e fisioterapia na prática de pequenos

animais. São Paulo: Roca, 2008.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial: bases para a configuração dos produtos

industriais. São Paulo: Edgard Blücher, 2001.

MIKAIL S.; PEDRO, R. C. Fisioterapia Veterinária. Barueri, São Paulo:

Manole, 2006.

MONT‟ALVÃO, Cláudia ; DAMAZIO, Vera. Design, Ergonomia e Emoção.

São Paulo: Mauad, 2008.

MORAES, A.; MONT‟ALVÃO, C.. Ergonomia: Conceitos e Aplicações. Rio de

Janeiro: 2AB Editora, 2000.

MUNARI, Bruno. Das Coisas Nascem Coisas. São Paulo: Martins Editora,

2008.

SILVA, D. T; ALVES, Gislaine Caetano; Filadelpho, André Luis.

Fisioterapia aplicada à Medicina Veterinária-Revisão. Revista Científica

Eletrônica de Medicina Veterinária, São Paulo, n.11, jul. 2008.

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STAND-BY: CADEIRA DOBRÁVEL PARA USO EM REPARTIÇÕES

PÚBLICAS

Milene Miranda Lucas39

Antonio Jorge Fernandes Fonseca 40

Resumo: Este trabalho tem como objetivo projetar um móvel para ser

utilizado em repartições públicas a fim de suprir demanda superior a que

normalmente frequenta estas instituições. Para tal, explana sobre a

qualidade do atendimento nas repartições públicas, inserindo o mobiliário

como um indicador desta qualidade; perpassa sobre armazenagem aplicada

ao móvel; comenta sobre ergonomia indicada para móveis e, por fim,

apresenta o projeto do móvel que resulta da conjugação dos itens

apresentados nas áreas ora elencadas.

Palavras-chave: Mobiliário; qualidade no atendimento; repartições públicas;

armazenagem.

INTRODUÇÃO:

Em virtude de observações diretas do movimento de pessoas nas

repartições públicas à procura de atendimento, detectou-se que em muitas

situações a quantidade de usuários excede a capacidade de acomodação do

órgão. Como os serviços que as instituições públicas oferecem são, na sua

maioria, de sua exclusiva competência, os usuários acabam tendo que

permanecer no local, mesmo não estando minimamente acomodados. Caso o

atendimento se estenda, isso pode gerar tensão nos usuários.

Pelo lado do órgão público, pode servir de justificativa para essa

insuficiência se tratar de uma procura excepcional que foge ao seu

funcionamento rotineiro.

Em muitos casos, essa “procura excepcional” já é esperada em certos

períodos, mas mesmo assim as repartições não investem para ampliar a sua

capacidade de acomodação. Isso acontece ou porque esses órgãos não

dispõem de espaço físico para tal ou porque despenderiam recursos para a

39 Estudante do 4º ano do curso de design da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

E-mail: [email protected]. 40 Professor Doutor, orientador. Universidade do Estado do Pará, [email protected]

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compra de novos móveis que, tirando esses “períodos excepcionais”, ficariam

subutilizados.

Diante dessas circunstâncias, seria oportuno o projeto de um

móvel que, não fazendo parte dos móveis permanentemente expostos,

pudesse ficar ao alcance dos cidadãos para ser utilizado quando não

houvesse assentos disponíveis nos móveis permanentes, sendo possível a sua

remoção imediata após o uso. Desta forma, estes móveis não ocupariam

muito o espaço físico da repartição quando não estivessem sendo usados.

Isso iria maximizar o aproveitamento do espaço e mitigar o principal

entrave que poderia ser colocado pelo órgão público para não ampliar a sua

capacidade de acomodação.

Este trabalho tem, então, como objetivo principal projetar um

móvel que acomode demanda superior a que normalmente frequenta as

repartições públicas e que tenha boa capacidade de armazenamento para

maximizar o aproveitamento do espaço, sendo também de fácil utilização.

METODOLOGIA:

Para permitir que o objetivo principal traçado se efetive, será feita

pesquisa bibliográfica em torno das áreas relacionadas, a saber: design de

móveis; ergonomia; armazenamento e atendimento nas repartições públicas.

Além desta, será feita pesquisa documental em leis e normas (leis que

regulam o atendimento público e normas que tratam de materiais e outros

aspectos de interesse). Será feito, também, levantamento fotográfico do setor

de atendimento das repartições públicas e, por fim, o projeto do móvel que

resultará dessa pesquisa e de acordo com metodologia projetual do design.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Esta pesquisa encontra-se em andamento, mas já foi possível verificar

que para melhorar o uso do espaço o indicado é que a instituição disponha,

juntamente com as cadeiras acopladas que normalmente possuem, de

cadeiras unitárias para ocupar os espaços menores do setor de atendimento.

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Além disto, para que essas cadeiras soltas não ocupem em demasia o espaço

quando não estejam sendo utilizadas, elas serão compactadas

horizontalmente.

Esse móvel não ficará permanentemente exposto no setor de

atendimento já que se destinam apenas ao suprimento de procura mais

elevada. Portanto, essas cadeiras devem ficar armazenadas em lugar visível

e de fácil acesso para os usuários, de modo que os próprios possam acioná-

las na falta de assento nas cadeiras permanentes. Como são os próprios

usuários que as manusearam, será grande a preocupação com o mecanismo

de dobradura do móvel que deverá ser feito a partir de poucos movimentos.

Para permitir a fácil movimentação das cadeiras, será utilizado um suporte

no espaço destinado à locação estática dos móveis que os sustentarão e os

manterão em fileira – dado que serão armazenados horizontalmente.

A cadeira será colocada nesse suporte por meio do seu encosto que

apresentará um formato compatível com ele e com a disposição que terá. A

interação do suporte com o encosto será similar a interação dos cabides com

as araras de roupas. Essa forma de armazenagem facilita tanto a retirada

quanto a reposição do móvel no seu lugar de origem.

Na fase final, se dimensionará e se indicará os materiais e o processo

de produção deste móvel para que se possa, posteriormente, fazer o protótipo

e testá-lo.

CONCLUSÃO:

Espera-se que, com a conclusão desta pesquisa e com o teste que se

fará com o protótipo , que o móvel resultante possa efetivamente atender ao

objetivo principal ao qual se propõe, sendo possível a sua produção e

posterior uso por parte dos cidadãos que se dirigem aos orgãos públicos em

busca de atendimento que constituem, afinal, o público-alvo deste trabalho.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ANDRADE, Flávia Cristina Moura de. Direito Administrativo. 2. ed. São

Paulo: Premier Máxima, 2008.

BAXTER, Mike. Projeto de Produto: Guia prático para o Design de novos

produtos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Disponível

em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>acesso em: 2 de jul.

de 2012.

BÜRDEK, Bernhard E. Design e história. In:______. Design: história, teoria

e prática do design de produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 2006, p.17-59.

CRUZ, Márcio Vicente. Usuário ou Cliente do Serviço Público: Questão de

semântica ou mudança de paradigma? [200-]. Disponível em:

<http://tjsc25.tjsc.jus.br/academia/arquivos/Artigo_TCC_Marcio_Vicente_Cr

uz.pdf> acesso em: 29 mar 2012.

DENIS, Rafael Cardoso. Uma Introdução à História do Design. São Paulo:

Edgard Blucher, 2000.

DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard

Blüncher, 1995.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial: Bases para a configuração dos produtos

industriais. São Paulo: Edgard Blücher, 2001.

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2.ed. São Paulo: Edgard

Blüncher, 2005.

MAFRA, Valmir. Armazenagem Vertical. [200-]. Disponível em:

<http://www.fatesc.edu.br/

wp-content/blogs.dir/3/files/pdf/tccs/armazenagem_vertical.pdf> acesso em:

24 de jul de 2012.

MORAES, Anamaria de; FRISONI, Bianka Cappucci. Ergodesign: produtos

e processos. Rio de Janeiro: 2AB, 2001.

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MOURA, Reinaldo A. Sistemas e Técnicas de Movimentação e

Armazenagem de Materiais. São Paulo: IMAM, 1998.

NIEMEYER, Lucy. Design no Brasil: origens e instalações. 4.ed. Rio de

Janeiro: 2AB, 2007.

SANTOS, Maria Cecília Loschiavo dos. Móvel Moderno no Brasil. São Paulo:

Studio Nobel: FAPESP: Edusp, 1995.

Page 105: Anais Eletrônicos do I Seminário de Pesquisa em Design … · design de interiores conceitual para discoteca com enfoque no aspecto sensorial e referÊncia no clima de belÉm

TRANSPORTE PARA A INTEGRAÇÃO DO ESTADO.

Alexandre Mattos Borges da Costa41

Manoel Alacy Rodrigues42

Resumo: Os sistemas de transporte são ineficientes em seu funcionamento,

resultando em cidades e regiões isoladas da capital e do Brasil. Os altos

custos e baixa qualidade geram um efeito em cadeia encarecendo os

produtos e serviços, agravando as desigualdades entre cidades do interior do

estado e Belém, assim como afeta o desenvolvimento geral do estado. Este

trabalho tem como finalidade discutir os sistemas de transportes vigentes no

estado.

Palavras-chave: transporte, integração, veículo.

INTRODUÇÃO:

As obras de maior importância na integração do Norte na malha

rodoviária brasileira foram a Belém- Brasília e a Transamazônica. Ambos os

projetos realizados por governos sem respeito às particularidades regionais

ou com a devida integração da Amazônia.

A deficiência nos transportes gera uma reação em cadeia de aumento

de custo, que é repassada ao mercado, tornando muitos serviços e produtos

mais caros. A escolha de um sistema rodoviário integrando um país tão

grande quanto o Brasil foi uma jogada histórica para atrair capital e

montadoras estrangeiras para o mercado brasileiro, porém ainda hoje

sofremos o peso deste erro. A ineficiência do transporte rodoviário aliado ao

planejamento mal feito, quando ainda é feito algum planejamento, das

autoridades responsáveis.

Durante a implantação do sistema rodoviário brasileiro na região

norte, realizada durante o mandato de Juscelino Kubitschek, não houve

preocupação em integrar cidades e capitais de forma efetiva, nem mesmo de

ligar as duas metrópoles amazônicas (Belém e Manaus). Concentraram-se

em submeter o Norte ao Centro-oeste e a Brasília. Além de ajudar na criação

41 Graduando em bacharelado em Design. [email protected] 42 Professor Mestre, orientador. Universidade do Estado do Pará,

[email protected]

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da malha rodoviária, que agradava as montadoras automobilísticas que

Juscelino Kubitscheck atraia para o território nacional

A política dos militares durante a ditadura para a região Norte

continha o lema “integrar para não entregar”, com o temor da perda das

riquezas nacionais, o Estado queria melhorar a integração e assim a

exploração da floresta amazônica.

Não houve prolongadas discussões por parte dos civis sobre para

onde a estrada deveria ir e que cidades e vilas deveria interligar.

Os oficiais militares e seus aliados tecnocratas traçaram uma reta

através da bacia amazônica, e era por aí que a estrada passaria.

(CAMPOS; MIRANDA apud DROSDOFF, 2005, p.594)

METODOLOGIA:

A pesquisa realizada é de caráter crítico-dialético, visto que necessita

da observação, pesquisa e levantamento de dados sobre as vias de

transporte utilizadas no estado do Pará, assim como sua história. Após

identificar os principais meios de transporte, suas épocas e o motivo de

serem empregados, utilizar tais informações para formular um conceito de

como poderia ser o sistema de transporte de um futuro próximo. Tendo em

vista um veículo base que seria idealizado especialmente para o estado, com

possível extensão para a região Norte.

O processo Metodológico foi realizado a partir de uma pesquisa

bibliográfica sobre a história da integração do estado do Pará e da

Amazônia, assim como dados sobre seus sistemas de transporte e normas.

Gerar um levantamento fotográfico dos meios de transporte vigentes no

estado, para também embasar a elaboração de um veículo que vise à melhor

integração do estado, concebido através da metodologia de projeto de

produto utilizada no Design.

Procedimentos Técnicos ou Metodológicos: o processo Metodológico

procederá a partir de uma pesquisa bibliográfica sobre a história da

integração do estado do Pará e da Amazônia, assim como dados sobre seus

sistemas de transporte e normas. Gerar um levantamento fotográfico dos

meios de transporte vigentes no estado, para também embasar a elaboração

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de um veículo que vise à melhor integração do estado, concebido através da

metodologia de projeto de produto utilizada no Design.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Ferroviário: uma das formas de transporte mais eficientes. Sem

duvida uma solução que poderia melhorar o transporte não apenas no

estado do Pará, mas em todo o território nacional. A partir de dados

recolhidos, podemos ver o exemplo do trem da empresa Vale, que atua no

estado extraindo minério:

• Cada trem possui 332 vagões em média.

• Cada vagão possui uma capacidade de carga em torno de 105

toneladas (ou seja, cada trem carrega cerca de 34.860 toneladas de minério).

• No trem existe uma locomotiva para cada 110 vagões

• Todas as locomotivas são comandadas por um único

maquinista, a automação e redução de serviços humanos reduziram os

acidentes para zero dês de sua instalação (podemos concluir que a falha

humana é responsável pela maioria dos acidentes de transporte).

• O sistema de interação entre as locomotivas funciona via rádio,

e controla o sistema de freio pneumático (“tubarão de ar”).

• O gasto médio de combustível por quilometro é de 1,41 MTKH

(MTKH = milhões de toneladas por quilômetro por hora).

• Seu combustível e 20% biodiesel e 80% diesel normal.

• A ferrovia passa por uma faixa de duas horas de manutenção

diária durante a manutenção programada.

• A velocidade máxima permitida é de 80 quilômetros por hora.

Fluvial: sendo a forma ambientalmente mais correta, e possuindo um

bom aproveitamento de combustível por carga, devido às propriedades da

água, também se adéqua na busca da integração de cidades ribeirinhas. Sua

proximidade com a natureza também torna este meio de transporte atraente

para o ecoturismo, tendo uma produção nacional e local (as locomotivas são

importadas dos Estados Unidos e os vagões de países como a China), torna-

se o barco a melhor escolha para o projeto.

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CONCLUSÃO:

É um fator relevante não haver uma fabricação nacional de trens ou

partes de trens, sendo as locomotivas importadas dos Estados Unidos e os

vagões de países como a China. Logo não poderia ser esta a forma de veículo

escolhida, deixando claro, porém que seu uso de forma estratégia e

integrada aos outros modos de transporte poderia solucionar os problemas

citados.

O projeto do veículo escolhido (um barco) ainda está em andamento,

por tanto não consta neste resumo. Como fala Manzini (2010), a nova

economia não se baseia em bens de consumo, pois este é insustentável

ambiental e economicamente, para promover o transporte público com

soluções inovadoras é preciso criar uma rede complexa de produtos e

serviços baseados na interação.

Para a integração eficiente do estado, deve-se antes repensar a forma

de se transportar, reorganizando e inter-relacionando os sistemas de

transporte de forma inteligente e estudada. Sendo a participação do meio

acadêmico um fator decisivo para o melhor resultado possível, de forma que

o veículo seria apenas uma unidade dentro do sistema de transporte, não

sendo assim capaz de integrar a região por si só, mas necessitando de um

contexto que aproveite suas características, para então, ser uma peça chave

na integração do estado.

REFERÊNCIAS:

MUNARI, Bruno. Das Coisas Nascem Coisas. 2ª.ed. São Paulo: Martins, 2008.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial: bases para a configuração dos produtos

industriais. São Paulo (SP): Blücher, 2001, reimpressão 2009.(Tradutor Freddy

Von Camp)

BAXTER, Mike. Projeto de Produto. 2ª.ed. São Paulo (SP): Blücher, 2008.

GOMES, Luiz Vidal Nogueira. Criatividade: projeto, desenho, produto. Porto

Alegre: sCHDs, 2001.

MORÁES, Dijon De. Metaprojeto. São Paulo (SP): Blücher, 2010.

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NIEMEYER, Lucy. Elementos de Semiótica Aplicados ao Design. Rio de Janeiro

(RJ): 2AB, 2003.

CAMPOS; MIRANDA, Flavio de; Renan Garcia. A Escrita da História. São

Paulo (SP): editora Escala Educacional, 2005.

WOLLNER, Alexandre. Textos Recentes e Escritos Históricos. São Paulo (SP):

Inovação Distribuidora, 2002.

VOTOLATO, Gregory.Transport Design: a travel history. Londres: editora

Reaktion Books, 2007.

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UTILIZAÇÃO DE MANTAS DE FIBRA DE MIRITI PARA ISOLAMENTO

ACÚSTICO DE INTERIORES: SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL PARA

DIMINUIÇÃO DE RUÍDOS URBANOS.

Núbia Suely da Silva Santos43

Samantha Vale Andrade Sousa44

Resumo: A pesquisa sobre utilização de fibras naturais em diferentes

campos da indústria, tem se tornado uma necessidade crescente dentro do

campo de engenharia de materiais e design do produto, este trabalho visa

apresentar a pesquisa a ser feita acerca da aplicação da fibra de miriti no

campo do isolamento acustico

Palavras-chave: Engenharia de Matérias, Ecodesign, Design de Produto

INTRODUÇÃO:

A poluição sonora é hoje, depois da poluição do ar e da água, o problema

ambiental que afeta o maior número de pessoas. Estas, quando submetidas

a níveis exagerados de ruído, podem ser fisiológicas e/ou psicologicamente

lesionadas, podendo apresentar estresse, dificuldades mentais e emocionais,

e até perdas auditivas progressivas, muitas das vezes irreversíveis. Assim, o

que antigamente era restrito a situações ocupacionais, hoje é encarado como

uma fonte de problemas físicos, psicológicos e sociais

.

Para proporcionar um maior controle de ruídos em ambientes fechados,

utiliza-se de materiais de absorção sonora, onde a parte da energia acústica

se transforma em energia térmica, pela viscosidade do ar, que ocorre tanto

em materiais porosos quanto em fibrosos.

Utilizar fontes renováveis, como a fibra de Miriti, para diminuir os efeitos

sonoros na criação de mantas para isolamento acústico, propõe obter

resultados no que diz respeito à sustentabilidade e inovação,quanto a sua

utilização.

A atenção para a sustentabilidade tem sido uma das principais pautas de

discussão em todo mundo, problemas ambientais e necessidades de novos

produtos têm prosseguido junto a conseguir o mesmo interesse, remediar os

transtornos sonoros causados pelo próprio desenvolvimento da sociedade,

utilizando de fontes renováveis como resposta ao problema. 43

Professora Doutora, orientadora. Universidade do Estado do Pará.

[email protected] 44

Graduanda em Bacharelado em Design, Universidade do Estado do Pará, [email protected]

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METODOLOGIA:

As mantas de fibras naturais a serem estudadas neste projeto são feitas

a partir do cozimento e alinhamento das fibras de Miriti, são resultados

obtidos da pesquisa de iniciação cientifica edital Nº 28/2011 “ESTUDO DA

ADEQUAÇÃO DO PERCENTUAL DE FIBRAS VEGETAIS NA ETAPA DE

RECICLAGEM DO PAPEL PÓS-CONSUMO: DESENVOLVENDO PAPÉIS

ECOLÓGICOS E DIMINUINDO O IMPACTO AMBIENTAL DE

RESÍDUOS SÓLIDOS”. As mantas serão utilizadas em testes para avaliar

as características de isolamento acústico.

O projeto será desenvolvido em duas etapas:

Caracterização mecânica das amostras obtidas e classificá-las

conforme resultados obtidos.

Avaliar as características físicas de densidade, textura das

amostras produzidas para definir aplicação do novo produto;

A etapa de experimentação e processamento dos materiais pesquisados

para uma possível aplicação será analisada através da metodologia do ciclo

de vida, abordada por Manzini e Velozzi (2002).

O pensamento sobre o ciclo de vida torna-se então, necessário

para o desenvolvimento de um produto sustentável, ou de

baixo impacto ao meio ambiente, quer seja na escolha de

materiais e insumos, no baixo consumo de energia durante o

processamento ou uso, ou na reciclagem do produto após o

descarte (MANZINI & VEZZOLI, p 96).

Etapas:

1ª Etapa: Revisão Bibliográfica;

Preparo e organização dos equipamentos no laboratório de materiais para

desenvolver a parte experimental do projeto;

2ª Etapa

Classificação e seleção das mantas quanto a gramatura, e suas

propriedades acústicas

Testes de densidade, porosidade, tensão de ruptura

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3ª Etapa

Desenvolvimento do produto:

protótipo

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O interesse em utilizar fibras vegetais em grandes indústrias de

plásticos e automotivas vem sendo recuperado atualmente,principalmente

pelas suas vantagens em comparação as fibras inorgânicas/minerais que são

utilizadas em formulações com as mais variadas resinas,borrachas e

plásticos,que sendo caras são tóxicas .As fibras naturais são de fontes

renováveis ,biodegradáveis e principalmente de baixo custo além de serem

mais leves e possuírem perspirabilidade, ou seja a capacidade de absorver

umidade.

As fibras são materiais muito finos e alongados, como filamentos,

podendo ser contínuos ou cortados. Servem de matéria-prima para

manufatura, podendo ser fiadas, para a formação de fios, linhas ou cordas ou

dispostas em mantas, para a. Partindo da pesquisa da reciclagem de papel e

mistura com a fibra de Miriti,foram geradas as primeiras mantas da fibra.

Toda fibra é um polímero e sua classificação é feita a partir de seu nível

de polimerização. As fibras que são utilizadas em manufatura são

classificadas de acordo com origem, que pode ser natural (animal ou vegetal)

se artificial ou sintética.

Ao substituir as fibras sintéticas pelas mantas feitas a partir da fibra do

Miriti, estas serão testadas quanto ao isolamento e propriedades acústicas

para a otimização em espaço fechados,melhorando sua capacidade acústica

As fibras naturais são fibras retiradas prontas da natureza,

sendo as mais comuns o algodão, a lã, a seda, o linho e o

rami, todas, fibras vegetais. Fibras vegetais essas que,

antigamente, foram largamente empregadas na indústria

automobilística, como foi o caso de compósitos de látex de

borracha natural reforçado com fibra de coco para uso em

estofamentos de automóveis (MARROQUIM, 1994).).

CONCLUSÃO:

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As diversidade de espécies de fibras naturais existentes na região

amazônica, possuem um grande potencial como materiais alternativos aos

utilizados em diversos segmentos da indústria brasileira, esta possibilidade,

porém, é pouco pesquisada; limitando a aplicação destes materiais e

produção de novas tecnologias.

A importância desta pesquisa, portanto, esta em dar continuidade aos

experimentos já existente com a fibra do miriti e pesquisar como esta pode

ser utilizada em tecnologias de absorção sonora, utilizando corretamente

suas peculiaridades para o desenvolvimento de produtos e materiais que

gerem qualidade de vida e não sejam agressivos ao meio ambiente;

ampliando, desta forma, a pesquisa na área de processo e fabricação de

materiais a partir de fibras naturais.

.

REFERÊNCIAS

MANZINI, E. e VEZZOLI, C. O desenvolvimento de Produtos Sustentáveis:

os requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo: EDUSP, 2008

MARROQUIM, S. Uso da fibra de coco e látex na engenharia automotiva:

memorial da Crina-Látex do Brasil. Abreu e Lima: ABRACOCO, 1994.

BASTOS, L.P. Desenvolvimento e Caracterização Acústica de painéis

multicamadas unifibra, multifibra e mesclados, fabricados a partir de fibras

vegetais. Belém: UFPA, 2009. Programa de pós-graduação em engenharia

mecânica, Instituto de Tecnologia, Universidade Federal do Pará, 2009.