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Ana Teberosky: um modo próprio de abordar a aprendizagem da linguagem escrita ... para poder abordar seu ensino Ensinamentos e Reflexões que vivemos ante tal proposta Artur Gomes de Morais 2015 1

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Page 1: Ana Teberosky: um modo próprio de abordar a aprendizagem da linguagem escrita... para poder abordar seu ensino Ensinamentos e Reflexões que vivemos ante

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Ana Teberosky: um modo próprio de abordar a aprendizagem da linguagem

escrita ... para poder abordar seu ensino

Ensinamentos e Reflexões que vivemos ante tal proposta

Artur Gomes de Morais 2015

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Nossa fala e seus momentos1- Breve revisão da trajetória – e da coerência – das concepções e propostas de Teberosky desde os anos 1980.

2- Revisão de concepções – linguagem escrita, desenvolvimento do vocabulário e sua relação com a linguagem escrita, metalinguagem.

3- Análise de boas práticas: por que investir nisso?

4- Exame de princípios de ensino e aprendizagem subjacentes às práticas propostas.

5- Reflexão sobre implicações para políticas educacionais e de formação do professor e questões de pesquisa pendentes.

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Obras após a “Psicogênese da Escrita” (“Los Sistemas de Escritura en el Desarrollo del Niño” de 1979)

Psicopedagogia da Linguagem Escrita (1987)

• estudo da capacidade das crianças para cedo aprenderem diferentes gêneros textuais.

• textos são gêneros, invenções culturais (TODOROV, 1996).

• para se apropriar deles é preciso ter bons modelos para imitar. Imitar os profissionais permite incorporar bem a linguagem escrita de cada gênero. Transgredir/criar novidades é para quem já dominou o que a cultura instituiu para cada gênero.

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2003- TEBEROSKY & COLOMERAprender a Ler e a Escrever - Uma Proposta Construtivista

• Glossário CEALE – Termos de Alfabetização, Leitura e Escritawww. ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale

• “O trabalho de alfabetização denominado linguagem integral por Ana Teberosky e Teresa Colomer segue princípio semelhante ao do método natural e privilegia a escrita e a leitura, quando essas se fazem necessárias. Acredita-se que as crianças aprendem a ler e a escrever em situações de imersão em seus diversos usos sociais, em situações comunicativas e em intercâmbios em sala de aula. A aprendizagem das convenções da escrita ocorreria da mesma forma, evitando-se o ensino direto de letras ou de palavras descontextualizadas. O método preconiza, assim, atividades de alfabetização pouco dirigidas pelo professor, com ênfase nas ações autênticas em torno dos atos de escrever e ler.”

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2010- Projeto Trilhas• 3 caixas e um modo de tratar a linguagem escrita:

OBJETO QUE SE APRENDE ATRAVÉS DE UMA EXPLORAÇÃO METALINGUÍSTICA• Caixa 1: Textos narrativos sobres os quais se fala, comenta,

observando os estados mentais dos personagens, os verbos que os comunicam, os recursos gráficos usados pelos ilustradores.

• Caixa 2: Textos da tradição popular, cujos recursos poéticos são explorados do ponto de vista sonoro e gráfico (repetição, ritmo, rima, aliterações)

• Caixa 3: Jogos com palavras: jogos sonoros, mas também gráficos, de tipo semântico e morfológico.

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2013- 2015 – Aprendre Textos

• Análise de boas práticas com crianças da educação infantil e das séries iniciais, nas quais o trabalho com unidades (menores e maiores) de linguagem assume um caráter explicitamente metalinguístico.

• http://aprendretextos.comFundamentaçãoPráticas, Sequências didáticas reaisA atuação da família

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O que caracteriza a linguagem escrita?

• Ser um OBJETO : que requer um suporte material e que é cultural (TOMASELLO, 1999, 2003)

• Ser um OBJETO : visível, espacial, com estabilidade no tempo e no espaço.

• Ser um OBJETO: que tem vida própria após ter sido separado de sua enunciação.

• Ser um OBJETO que (até certo ponto) pode ser considerado independente do contexto e da intenção original do autor (OLSON e OATLLEY, 2014).

• Ser um OBJETO que pode ser analisado em suas unidades e propriedades (palavras, orações, gêneros), facilitando novas formas de pensamento e de discurso (OLSON e OATLLEY, 2014).

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Buscando entender ainda mais o que Teberosky entende por Língua Escrita

• Língua escrita não é sinônimo de notação alfabética. Definir-se-ia melhor como o conjunto de discursos escritos (textos) registrados com tal notação, que permitem práticas sociocognitivas próprias.

• A linguagem escrita é aprendida em situações de uso.• Tanto a língua oral como a língua escrita se aprendem

através da interação mediada por textos.• As unidades que o iniciante usa não são as mesmas do

falante/usuário da escrita. Tanto na modalidade oral como na escrita.

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Ruptura proposta com outras formas que hoje analisam aprendizagem da leitura e da escrita:

• Não busca de identificação dos componentes necessários para a aprendizaqgem do sistema alfabético (consciência fonológica, conhecimento das letras) que trata como habilidades “restritas”.

• Opção por identificar elementos responsáveis pelas habilidades de leitura e compreensão leitora, pela capacidade de composição escrita.

• Linguagem oral vista como essencial para as competências de leitura e escrita com a linguagem escrita.

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Desenvolvimento do vocabulário• Necessidade de revisão do preconceito brasileiro com

relação ao papel da escola na promoção do vocabulário.• Consciência dos sons das palavras e reorganização lexical

seriam processos, ligados ao desenvolvimento do vocabulário, que ocorreriam no final da educação infantil.

forma/ significado/mundo, nas dimensões:- Fonológica;- Semântica;- Morfológica.

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Desenvolvimento do vocabulário ocorre na interação com textos orais e ESCRITOS

!!!!!

• “LVA: influye sobre vocabulario, narración, conocimiento de lo impreso, conocimiento del mundo, tipo de registro y género, etc.”

- Existe um tipo de vocabulário (e de linguagem !!!) que só se adquire lendo e escrevendo.

- Linguagem não é “instrumento de comunicação”, mas objeto de/para o pensamento -> relação do homem com a linguagem PODE/DEVE ser metalinguística.

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Metalinguístico...• É falar sobre a linguagem, tratar linguagem como objeto de

conhecimento, sobre o qual se aprende FALANDO e ESCREVENDO...

• (Observação sobre preconceito com “metalinguagem” entre certos linguistas brasileiros)

• Reflexão consciente sobre a linguagem oral e escrita em suas diferentes dimensões (gráfica, sonora, morfológica, sintática, textual-discursiva)

• Implica OBSERVAR, COMPARAR, DISSECAR, CLASSIFICAR, REORGANIZAR.

• Não exige vocabulário da filologia, mas pode se beneficiar do uso de termos técnicos.

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Por que examinar boas práticas?

• Porque bons professores adotam esquemas (GOIGOX, 2004) que visam a criar zonas de desenvolvimento proximal com os alunos.

• Porque boas práticas podem ajudar a evitar exclusão na sala de aula.

• Porque os professores principiantes podem se beneficiar com a análise consciente das sequências de esquemas adotados por seus colegas experientes.

• Exemplos de pesquisa em andamento no CE-UFPE que analisam o atendimento à diversidade.

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas

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1- Clara intencionalidade sobre a qualidade do input: o modo como o adulto trata a linguagem, ao interagir com a criança, informa, organiza a situação de ensino-aprendizagem e ajuda a criança a refletir sobre a linguagem escrita.Ex: na leitura de história dramatizada, com a crianças bem pequenas, usa-se os gestos, o olhar e a voz (entonação, pausas, timbres) para:- Expressar o início da leitura, as mudanças de eventos ao

longo da narrativa;- Diferenciar diálogos de narração.

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (2)

• Clara intencionalidade sobre os tipos de atividade que se deseja promover no aprendiz: o que as crianças aprendem, do ponto de vista linguístico e metalinguístico, está previsto a cada atividade.

Ex: ao recontar uma história, ditando para o adulto, a criança aprende sobre sua própria compreensão do texto e sobre o processo de escrita de um conto (do ponto discursivo e material/notacional)

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (3)

• Todas as unidades da língua podem e devem ser objeto de reflexão, sem que para isto tenham que vincular-se a um contexto semântico-textual prévio.

Ex: crianças de cinco anos podem buscar e classificar “palavras gêmeas” (VOVÓ, PIPI, BIBI, DUDU) e aprendem muito em tal situação.(NÃO À “DITADURA DO TEXTO” !!!)

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (4)

• Todas as dimensões da língua (sonora, gráfica, ortográfica, morfológica, semântica, textual-discursiva) podem e devem ser objeto de reflexão.

Ex: crianças de 5 anos- exploram, classificam e listam palavras com um único tipo de vogal ... e- criam listas de palavras que rimam... e- escrevem cartas e poemas... e- reescrevem a história dos três porquinhos.

Ex: crianças de 6 anos exploram e organizam- listas de palavras com determinados prefixos ou sufixos- listas de palavras “contrárias”- listas de palavras compostas.

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (5)

• As atividades assumem muitas vezes o sentido de jogos. Jogos sonoros, jogos morfológicos, jogos semânticos, jogos textuais.

“Os jogos de linguagem, tão frequentes nas mais variadas culturas, permitem introduzir na sala de aula um espaço de prazer e de ampliação das capacidades humanas de lidar com a linguagem numa dimensão estética, gráfica e sonora.

DEBYSER, F. Jeu, langaje et créativité. Paris : Hachette, 1991

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (6)

• As atividades têm variações com um objetivo não só motivacional e que não dizem respeito só ao nível de dificuldade (conhecimentos prévios, autonomia exigida do aluno), mas que implicam aprendizagens novas e relacionadas.

• Ex: registrar de próprio punho a reescrita de um conto e depois ler por imitação X ditar para o adulto o reconto de uma história.

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (7)

• Categorizar/ classificar, comparar e organizar unidades é requisito para uma apropriação consciente, da linguagem escrita em suas unidades menores e gêneros.

Ex: - Classificar palavras quanto ao número de sílabas;- Fazer listas de animais que pertencem a determinadas classes zoológicas

(aves, répteis, mamíferos)

Obs: teoria permite encontrar coerência teórica para evidências de Sylvie Cèbe (2000)Développer la conceptualisation et la prise de conscience métacognitive à l'école maternelle : effets sur l'efficience scolaire ultérieure du CP au CE2 : une contribution à la prévention de l'échec scolaire des élèves de milieux populaires

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (8)

• A explicitação verbal consciente, tanto oral como escrita, é necessária para o tratamento metalinguístico e promove melhor aprendizagem.

Ex:- Para fazer classificações é preciso explicitar critérios, atributos e nomeá-los;

- Obs: teoria permite encontrar mais coerência entre “estimular metacognição”, “promover a explicitação consciente” e aprendizado da língua.

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (9)

• As crianças pensam sobre a linguagem e verbalizam o que pensam sempre na interação com pares, mediada, em vários momentos, pelo adulto.

• Ex: Para “escrever a duas mãos, com canetas de cores diferentes” é preciso verbalizar o que se acha que/como deve ser escrito ou reescrito.

Obs: Não se trata, apenas,

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Exame dos princípios de ensino-aprendizagem subjacentes às práticas (10)

• A atividade de reflexão sobre a língua assume o sentido de “ANÁLISE LINGUÍSTICA” defendido por grupos que buscam inovar o ensino da língua na escola.

• Trata-se de refletir SEMPRE sobre a linguagem escrita, mas de fazê-lo

- num nível META e não EPI linguístico.- englobando todas as unidades de linguagem.- começando desde a educação infantil.

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Reflexões sobre implicações para políticas educacionais e de formação do professor 1

• Não padronização dos materiais e das sequências didáticas produzidas em cada sala de aula.

Autonomia de professores e alunos para:- escolherem textos, - criarem listas, reescritas,- registrarem reflexões singulares.

- Para que o ensino e a aprendizagem sejam significativos !! (Antes projetos, hoje todas as sequências didáticas)

- Porque os aprendizes e os professores juntos constroem, oralmente e por escrito, o conhecimento linguístico.

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Reflexões sobre implicações para políticas educacionais e de formação do professor (1)

• Não separação entre educação infantil e ensino fundamental, no que diz respeito à apropriação da escrita.

• O trabalho com textos e suas unidades começa desde a educação infantil.

• A reflexão metalinguística é exercitada desde a educação infantil e não se restringe à dimensão fonológica.

• O registro escrito das reflexões metalinguísticas começa antes do domínio da escrita alfabética.

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Reflexões sobre implicações para políticas educacionais e de formação do professor (2)

“Dos professores, exige-se, cada vez mais, que sejam, ao mesmo tempo, botânicos e jardineiros” (MORAIS):

• Necessidade de permanente formação do professor “como botânico” (teórico) porque:

Tratar a linguagem numa perspectiva metalinguística requer contínuo avanço na formação teórica:- crescente atitude de investigação, passagem de uma postura funcional

para uma de quem observa, categoriza unidades, recursos linguísticos etc.

- Domínio teórico de concepções sobre os objetos (língua oral e escrita, textos), sobre suas unidades, sobre suas propriedades e características.

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Reflexões sobre implicações para políticas educacionais e de formação do professor (3)

- Experiências, sequências didáticas são feitas e refeitas a cada ano;

- Planejamento, registro e discussão entre pesquisador-formador e professor;

- Materialização das práticas pedagógicas em textos escritos dirigidos para educadores.

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Esclarecimentos iniciaisProblemas por investigar :

• Dificuldades do sistema público brasileiro em introduzir as crianças no mundo da escrita, de modo que, aos 8 anos dominem bem a notação alfabética e tenham adequada autonomia para ler/compreender/escrever textos;

• Embates entre pesquisadores “progressistas” e “construtivistas” quanto à adequação de se fazer um ensino sistemático da notação escrita: desde a educação infantil e no início do ensino fundamental;

• Necessidade de sermos realistas sobre o modo de funcionar das políticas educacionais, das escolas e dos educadores do planeta... E de assumirmos que, numa ótica construtivista, sempre vão assimilar as propostas inovadoras, conforme seus esquemas prévios. Quem são esses professores? Que oportunidades de formação tiveram e têm?

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Problemas por investigar (1):• A descrição que a linguística cognitiva faz do desenvolvimento integrado

das modalidades oral e escrita da língua tomaria como modelo um falante-usuário da escrita imerso num mundo de práticas letradas...

• Diante da diversidade de experiências e oportunidades culturais, o que aprendemos ao contrastar os desenvolvimentos apresentados por crianças

- com diferentes origens socioculturais?- com diferentes oportunidades de reflexão

metalinguística?(CABRAL, MORAIS, submetido)

• Este tipo de pesquisa ajudaria a não universalizar modelos explicativos que partem de um sujeito idealizado?

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Problemas por investigar 2:• Que diferenças se observam entre um ensino mais e menos diretivo,

quando se trata de ajudar as crianças a dominar a notação alfabética?

Nas situações de uso de palavras, composição de nomes próprios, as crianças aprendem:“A reconocer cuáles letras van para los nombres,A hacer una selección de letras para la composición y la ordenación.A producir palabras en listasA realizar una tarea analítica de relaciona grafía y elemento sonoro.Aprenden las letras (forma, valor sonoro, nombre de las letras).”

• Sem treinar consciência fonêmica, nomes de letras e correspondências som-grafia, isoladamente, é produtivo apostar num ensino que ajuda as crianças a “observar” mais sistematicamente as relações entre partes orais e partes gráficas?

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Problemas por investigar 3:

• Que princípios “obrigatórios” devemos reivindicar e buscar pôr em prática para realizar as situações de formação continuada de professores na área de língua? (PNAIC como ponto de partida).

• Para não sermos autoritários, que mínimos precisamos negociar/acordar sobre os currículos de língua na escola, de modo a termos práticas de ensino variadas, mas de qualidade?

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Obrigado

• A Ana Teberosky por nos provocar, permanentemente, a não estarmos satisfeitos com as soluções teóricas que encontramos em psicolinguística nem com as soluções práticas que encontramos em didática da língua.

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Parabéns aos educadores presentes e aos promotores do evento !!!

• Formação continuada de professores é direito e necessidade;

• Congressos precisam ser uma das modalidades de formação, sem substituir a formação contínua nas escolas de cada rede de ensino;

• Os professores demonstram que, sim, querem se profissionalizar.