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ZONA DA MATA
Estudo sobre as regiões deplanejamento de Minas Gerais
Zona da Mata
A região reúne 2,32 milhões de habitantes, 11,1% da população mineira. Cerca de 81% da
população regional vive em áreas urbanas, com destaque para os municípios polos: Carangola,
Juiz de Fora, Manhuaçu, Muriaé, Ponte Nova, Ubá e Viçosa. A Zona da Mata responde por 8%
do PIB mineiro.
A distribuição setorial do PIB da Zona da Mata revela a predominância dos serviços (52,7%) em
comparação à participação relativa da indústria (19,2%) e da agropecuária (5,8%). A região é
responsável por 9,5% dos empregos formais e de 3,2% das exportações totais da economia
estadual.
Dentre as atividades econômicas desenvolvidas na região, destaque para a produção de suco
de fruta natural, café, produtos alimentares, metalurgia-zinco, siderurgia e automóveis.
Organização territorial
Microrregiões: Cataguases; Juiz de Fora; Manhuaçu; Muriaé; Ponte Nova; Ubá; e Viçosa.
Municípios: Abre Campo; Acaiaca; Além Paraíba; Alto Caparaó; Alto Jequitibá; Alto Rio Doce;
Amparo do Serra; Antônio Prado de Minas; Aracitaba; Araponga; Argirita; Astolfo Dutra; Barão
de Monte Alto; Barra Longa; Belmiro Braga; Bias Fortes; Bicas; Brás Pires; Caiana; Cajuri; Canaã;
Caparaó; Caputira; Carangola; Cataguases; Chácara; Chalé; Chiador; Cipotânea; Coimbra;
Coronel Pacheco; Descoberto; Divinésia; Divino; Dom Silvério; Dona Eusébia; Dores do Turvo;
Durandé; Ervália; Espera Feliz; Estrela Dalva; Eugenópolis; Ewbank da Câmara; Faria Lemos;
Fervedouro; Goianá; Guaraciaba; Guarani; Guarará; Guidoval; Guiricema; Itamarati de Minas;
Jequeri; Juiz de Fora; Lajinha; Lamim; Laranjal; Leopoldina; Lima Duarte; Luisburgo; Manhuaçu;
Manhumirim; Mar de Espanha; Maripá de Minas; Martins Soares; Matias Barbosa; Matipó;
Mercês; Miradouro; Miraí; Muriaé; Olaria; Oliveira Fortes; Oratórios; Orizânia; Paiva; Palma;
Patrocínio de Muriaé; Paula Cândido; Pedra Bonita; Pedra do Anta; Pedra Dourada; Pedro
Teixeira; Pequeri; Piau; Piedade de Ponte Nova; Piranga; Pirapetinga; Piraúba; Ponte Nova;
Porto Firme; Presidente Bernardes; Raul Soares; Recreio; Reduto; Rio Casca; Rio Doce; Rio
Espera; Rio Novo; Rio Pomba; Rio Preto; Rochedo de Minas; Rodeiro; Rosário da Limeira; Santa
Bárbara do Monte Verde; Santa Cruz do Escalvado; Santa Margarida; Santa Rita de Ibitipoca;
Santa Rita de Jacutinga; Santana de Cataguases; Santana do Deserto; Santana do Manhuaçu;
Santo Antônio do Aventureiro; Santo Antônio do Grama; Santos Dumont; São Francisco do
Glória; São Geraldo; São João do Manhuaçu; São João Nepomuceno; São José do Mantimento;
São Miguel do Anta; São Pedro dos Ferros; São Sebastião da Vargem Alegre; Sem-Peixe; Senador
Cortes; Senador Firmino; Senhora de Oliveira; Sericita; Silveirânia; Simão Pereira; Simonésia;
Tabuleiro; Teixeiras; Tocantins; Tombos; Ubá; Urucânia; Vermelho Novo; Viçosa; Vieiras;
Visconde do Rio Branco; e Volta Grande.
Caracterização socioeconômica da Zona da Mata
A região mineira possui cerca de 2,32 milhões de habitantes em seu território, saldo 6,7%
superior ao observado pelo último Censo Demográfico (IBGE/2010). A taxa de alfabetização –
percentagem de pessoas que sabem ler e escrever - corresponde a quase totalidade da
população local (92,1%).
Com uma população bem distribuída segundo o sexo, a maioria dos domicílios se encontram
em território urbano.
Fonte: elaboração própria com base nos dados do Censo 2010, do IBGE
A razão de dependência, isto é, a participação da população dependente (com 14 anos ou
menos e de 65 anos ou mais de idade) em relação à população potencialmente ativa (com idade
de 15 a 64 anos) diminui substancialmente no período de 1991 a 2010, na região. Em 2010, essa
2,152,17
2,32
2005 2010 2017
Gráfico 1: População (em milhões)
Homens49,1%
Mulheres50,9%
Sexo - Censo 2010
Urbana80,8% Rural
19,2%
Situação dos domicílios - Censo 2010
Taxa de alfabetização
(Censo 2010)
92,1%
taxa era de 44,7%. Tal movimento pode ser associado ao comportamento da taxa de
fecundidade1.
Fonte: Fundação João Pinheiro.
A taxa de fecundidade, tida como o número médio de filhos por mulher durante o período
reprodutivo (15 a 49 anos de idade), saiu de 2,8 filhos por mulher em 1991, para 1,8 filho, em
2010.
Fonte: Fundação João Pinheiro.
Quanto à taxa de envelhecimento, o comportamento da região de planejamento segue o
padrão mundial, ou seja, observa-se um aumento da população considerada idosa (65 anos ou
mais) em relação à população total. Paralelo a isso, a expectativa de vida da população local
contribui para a mudança no padrão etário da região.
Fonte: Fundação João Pinheiro.
1 Dados calculados para a região por meio de médias ponderadas pela população do ano de referência de cada indicador.
62,0
53,1
44,7
1991
2000
2010
Gráfico 4: Razão de dependência total (%)
2,8
2,2
1,8
1991
2000
2010
Gráfico 5: Fecundidade (média de filhos)
6,3
7,7
9,5
1991
2000
2010
Gráfico 6: Envelhecimento (%)
66,8
70,9
75,2
1991
2000
2010
Gráfico 7: Expectativa de vida
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
O IDH é um índice que mede o bem-estar de uma população em uma escala de 0 a 1, sendo 1 a
melhor avaliação. Em síntese, ele mensura o progresso em longo prazo em três dimensões
básicas ao desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.
O IDH da região da Zona da Mata apresentou evolução de quase 50% no período compreendido
entre 1991 e 2010, saltando de 0,481 no início dos anos 1990, para 0,716, em 2010. No gráfico
abaixo podemos ver a evolução do IDH em suas três dimensões.
Fonte: Fundação João Pinheiro.
Atividade econômica
Segundo dados do IBGE, a região da Zona da Mata apresentou, em 2015, um Produto Interno
Bruto (PIB) de mais de 41,7 bilhões de reais. A cifra corresponde a quase 45% mais que a riqueza
em bens e serviços finais produzidas no território, em 2011.
Fonte: IBGE | Elaboração: Fecomércio MG
0,7170,785 0,844
0,596 0,666 0,713
0,261
0,4540,609
1991 2000 2010
Gráfico 8: Evolução do IDH da Zona da Mata - 1991, 2000 e 2010
IDHM Longevidade IDHM Renda IDHM Educação
IDH: 0,716IDH: 0,481 IDH: 0,619
28.851 30.23036.827 39.583 41.738
2011 2012 2013 2014 2015
Gráfico 9: Produto Interno Bruto (Em R$ milhões)
Na região, o setor terciário responde pela maior participação no PIB da região, correspondendo
a cerca de 53% da riqueza gerada.
Fonte: IBGE | Elaboração: Fecomércio MG
Dentre os 142 municípios que compõem a região, os dez com as maiores participações são: Juiz
de Fora, Ubá, Manhuaçu, Muriaé, Cataguases, Viçosa, Ponte Nova, Visconde do Rio Branco,
Leopoldina e Santos Dumont.
Tabela 1: Ranking dos maiores PIB dos municípios da Zona da Mata
Município PIB (em milhões de R$)
Juiz de Fora 14.432
Ubá 2.371
Manhuaçu 1.956
Muriaé 1.893
Cataguases 1.415
Viçosa 1.398
Ponte Nova 1.390
Visconde do Rio Branco 991
Leopoldina 975
Santos Dumont 846 Fonte: IBGE Cidades
Já os dez municípios com os menores Produtos Internos Brutos são elencados na tabela abaixo.
Agropecuária5,8%Indústria
19,2%
Serviços52,7%
Adm., saúde e ed. públicas e seguridade
social22,3%
Gráfico 10: Participação do PIB a preços correntes por gênero de atividade - 2015
Tabela 2: Ranking dos menores PIB dos municípios da Zona da Mata
Município PIB (em milhões de R$)
Argirita 26
Rio Doce 25
Silveirânia 24
Rochedo de Minas 23
Pedro Teixeira 20
Olaria 20
Senador Cortes 20
Aracitaba 20
Antônio Prado de Minas 20
Paiva 19 Fonte: IBGE Cidades
Composição dos setores econômicos
Segundo dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), a região da Zona
da Mata contava, em 2016, com mais de 100 mil estabelecimentos, sendo que grande parte
desses (78%) atuavam no setor terciário (comércio e serviços).
Fonte: Rais | Elaboração: Fecomércio MG
Seguindo a característica nacional, a maior parcela desses estabelecimentos é caracterizada
como microempresas, segundo metodologia do Sebrae.
97.01197.874
100.408
103.904103.629105.649105.146
109.195107.642
108.798106.797
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Gráfico 11: Quantidade de estabelecimentos na região
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da Rais/MTE.
No que diz respeito ao número de empregos gerados em cada setor, observamos que o maior
saldo de vínculos é atribuído ao comércio e aos serviços. Na tabela abaixo destacamos os
vínculos empregatícios, bem como o número de estabelecimentos por setor em 2016.
Tabela 3: Estabelecimentos e vínculos ativos, por setor - 2016
Atividade Estabelecimentos Vínculos ativos
Indústria 11.003 86.555
Construção Civil 4.375 19.398
Comércio 40.853 96.725
Serviços 42.139 146.182
Agropecuária 426 58.812
Adm. Pública 8.001 18.712
Total 106.797 426.384 Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) | Elaboração: Estudos Econômicos
Conforme destacado, os setores da região empregavam cerca de 426 mil pessoas em 2016,
sendo que a remuneração média atribuída era de R$1.749,36. Um recorte realizado por porte
de empresas aponta que, ainda que um maior número de empresas seja enquadrado como
micros e pequenas, o maior número de vínculos, bem como a maior parcela da massa salarial,
pode ser atribuído aquelas classificadas como médias e grandes empresas.
100.289
5.484 508 516Gráfico 12: Representatividade das empresas, segundo o porte
Micro Pequena Média Grande
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da Rais (MTE)
A crise econômica imputou forte retração ao setor produtivo nacional. As empresas da região
também sofreram os impactos do cenário adverso. Porém, esses efeitos podem ser observados
nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), segundo o qual, nos
últimos três anos, foram encerrados pouco mais de 16 mil postos de trabalho formais. No
balanço deste ano (dados até agosto de 2018), 6.618 vagas formais de emprego foram geradas,
indicando uma possível recuperação no mercado de trabalho.
Fonte: Caged | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG | *dados até agosto/18
51,8%48,2%
Emprego: 426.384
Micro epequena
Média egrande
39,9%
60,1%
Massa salarial: R$ 745 milhões
15
3.2
90
13
1.6
52
13
2.2
60
96
.81
3
16
2.4
72
13
9.3
02
13
1.5
94
90
.19
5
-9.1
82
-7.6
50
66
6
6.6
18
2015 2016 2017 2018*
Gráfico 15: Movimentação do emprego na região
Admitidos Desligados Saldo
Gráficos 13 e 14: Emprego e massa salarial, por porte da empresa
Tabela 4: Movimentação do emprego na região, por setor
Setor 2015 2016 2017 2018*
Indústria -5.536 -2.932 1.140 2.040
Construção Civil -1.836 -1.165 -86 516
Comércio -1.464 -1.805 -38 -1.031
Serviços -74 -1.295 -641 3.400
Agropecuária -14 -355 192 1.599
Total -9.182 -7.650 666 6.618 Fonte: Caged | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG | *dados até agosto/18
No recorte para o setor do comércio vemos que o mesmo é responsável por cerca de 40% dos
estabelecimentos na região, totalizando, em 2016, 40.853 empresas registradas.
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (Rais) | Elaboração: Estudos Econômicos
Do total de estabelecimentos no setor, 95,53% são caracterizadas como microempresas, 4,20%
como pequenas, 0,22% como médias e 0,18% como grandes empresas.
Ainda segundo a Rais, o setor do comércio empregava 96.725 funcionários na região, em 2016,
sendo que 87% desses vínculos correspondiam ao varejo, enquanto 13% encontravam-se
empregados no segmento atacadista.
41.27841.384
42.24443.722
43.01942.916
42.18743.651
41.55742.073
40.853
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Gráfico 16: Número de estabelecimentos no comércio da região da Zona da Mata
Tabela 5: Número de estabelecimentos e vínculos ativos, por subsetor (2016)
Atividade Estabelecimentos Vínculos ativos
Comércio varejista 34.958 80.520
Comércio atacadista 5.895 12.205
Total 40.853 96.725 Fonte: Rais | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG
No gráfico abaixo observamos novamente o efeito da crise econômica na passagem de 2014
para 2015, fato que interrompeu o ciclo de expansão do emprego no setor.
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (Rais) | Elaboração: Estudos Econômicos
Na distribuição do emprego, 80,3% dos vínculos empregatícios estão concentrados em micros
e pequenas empresas, ao passo que 78% da massa salarial advém de vínculos em empresas de
tais portes.
68.19273.199
78.15982.149
87.56891.912
94.08996.683
99.39998.825
96.725
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Gráfico 17: Vínculos ativos no comércio na região da Zona da Mata
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da Rais (MTE)
A fim de mensurar a volatilidade do emprego no setor nos últimos anos foram realizados
recortes para o setor do comércio e para os subsetores que o compõem. Os dados do Caged
nos mostram comportamento semelhante ao observado para o conjunto dos setores
produtivos, incorrendo em fechamentos de vagas formais em 2015, 2016 e 2017, e mantendo
o padrão até agosto de 2018, data em que o número de encerramentos totalizaram 1.031 vagas.
Fonte: Rais/MTE | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG | * dados até agosto.
Tabela 6: Movimentação do emprego no comércio Setor 2015 2016 2017 2018*
Comércio Varejista -1.459 -1.669 -33 -1.026
Comércio Atacadista -5 -139 -5 -5
Total -1.464 -1.808 -38 -1.031 Fonte: Caged/MTE | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG.
80,3%
19,7%
96.725 empregados
78,1%21,9%
Micro epequena
Média egrande
Massa salarial: R$ 124,5 milhões
42
.35
5
35
.87
8
36
.58
1
24
.58
1 4
3.8
19
37
.68
3
36
.61
9
25
.61
2
-1.4
64
-1.8
05
-38
-1.0
31
2015 2016 2017 2018*
Gráfico 20: Movimentação do emprego no comércio da região
Admitidos Desligados Saldo
Gráficos 18 e 19: Emprego e massa salarial, por porte da empresa, no setor
do comércio
Perfil do comércio varejista em Minas Gerais: desafios e oportunidades
Este estudo visa captar o perfil das empresas comerciais de Minas Gerais, nos diversos enfoques
estruturais: segmento de atuação, número de funcionários, investimentos em inovação,
atuação no comércio exterior, dentre outros pontos explicitados no instrumento de coleta
anexo. Além disso, busca-se levantar os desafios enfrentados pelo meio empresarial nas
diversas regiões de planejamento do Estado, com vistas a subsidiar ações da entidade e dos
sindicatos.
O estudo possui como objetivos específicos:
Conhecer o perfil das empresas do setor do comércio do Estado;
Identificar os desafios enfrentados pelo setor no Estado;
Identificar investimentos realizados, com foco na inovação.
Eventuais dúvidas quanto aos resultados podem ser encaminhadas por meio do e-mail:
economia@fecomerciomg.org.br.
A) Perfil das empresas
Seguindo o padrão nacional, observamos que a maioria das empresas do comércio varejista da
região da Zona da Mata atua no segmento de supermercados e hipermercados, seguida de
estabelecimentos do varejo de vestuário.
Fonte: Fecomércio MG
Cerca de 73% das empresas atuantes no setor possuem até nove funcionários em seu quadro,
o que as caracteriza como microempresas. Além disso, pouco mais de um terço dessas atuam
entre 10 e 20 anos no mercado.
23,4%
22,9%
20,0%
9,0%
6,7%
6,0%
5,2%
3,0%
2,2%
1,5%
Tecidos, vestuário e calçados
Supermercados, hipermercados, produtosalimentícios, bebidas e fumo
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, deperfumaria e cosméticos
Material de construção
Veículos e motocicletas, partes e peças
Móveis e eletrodomésticos
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
Equipamentos e materiais para escritório, informáticae de comunicação
Livros, jornais, revistas e papelaria
Combustíveis e lubrificantes
Gráfico 21: Segmento de atuação
Pouco mais de 80% dos estabelecimentos comerciais declararam ser optantes pelo Simples
Nacional, como disposto no gráfico abaixo.
72,9%
24,2%
0,5% 2,3%
Gráfico 22: Quantidade de funcionários
Até 9
De 10 a 49
De 50 a 99
Acima de 100
4,4%
9,6%
15,5%
33,7%
33,2%
3,6%
Até 2 anos
De 2 a 5 anos
De 5 a 10 anos
De 10 a 20 anos
De 20 a 50 anos
Acima de 50 anos
Gráfico 23: Tempo de atuação
Gráfico 24: A empresa é optante pelo Simples Nacional?
Sim Não Não sabe/não respondeu
B) Caracterização do estabelecimento comercial (operação, estrutura e
investimentos)
B.1) Modalidade de pagamento
Questionadas acerca da aceitação do cartão de crédito, a maioria das empresas afirmaram
aceitar tal modalidade de pagamento. Na opinião de empresários, o fato de não trabalhar com
cartões limita o fluxo de negócios da empresa, comprometendo a imagem do estabelecimento
junto aos consumidores. Isso não implica em não trabalhar com outras formas de pagamento.
Nesse sentido, segundo percepção das que aceitam cartão de crédito, 87,3% relataram não
enfrentar problemas com a administradora da modalidade. Aquelas que enfrentam – 12,4% -
apontaram para os seguintes entraves:
Aceitam cartão de crédito: 92,5%
Não aceitam cartão de crédito: 7,5%
45,0%
22,5%
15,0%
10,0%
5,0%
2,5%
Aluguel da máquina e taxas
Problemas técnicos/defeito na máquina
Dificuldade de negociação com asadministradoras
Falta de pagamento
Porcentagem das participações sobre asvendas
Cobrança indevida
Gráfico 25: Problemas enfrentados com administradoras de cartão de crédito
B.2) Modalidade de pagamento mais utilizada no estabelecimento
Interpeladas quanto à forma de pagamento mais utilizada no estabelecimento, grande parte
das empresas indicou a modalidade à vista, em dinheiro, seguida pelo cartão de crédito,
parcelado.
B.3) Diferenciação de preços
Outro ponto da pesquisa no que diz respeito à modalidade de pagamento relaciona-se à
concessão de descontos ao consumidor, conforme a modalidade por este utilizada. Com a
instituição da Lei 13.455/2017, os comerciantes ficaram autorizados a oferecer preços
diferenciados para pagamentos em dinheiro ou cartão de crédito ou débito. O texto permite tal
diferenciação e obriga o fornecedor (que optar pela diferenciação) a informar, em local visível
ao consumidor, os descontos oferecidos em função do meio e do prazo de pagamento. Caso
não cumpra a determinação, o estabelecimento fica sujeito a multas previstas no Código de
Defesa do Consumidor.
Na avaliação da Fecomércio MG, a diferenciação de preços aumenta a eficiência econômica e
possibilita ao empresário e ao consumidor escolher a melhor forma de pagamento. Isso poderá
fazer com que as credenciadoras de cartões reduzam as altas taxas cobradas pelos serviços.
Outro ponto importante é a minimização do chamado subsídio cruzado: dos clientes que não
utilizam o cartão para aqueles que usam esse instrumento. Em outras palavras, o cliente que
39,4%
32,1%
15,4%
9,8%
2,0%
1,4%
À vista, em dinheiro
Cartão de crédito, parcelado
Cartão de crédito, única parcela
Boleto/carnê
Cheque pré-datado
À vista, no débito
Gráfico 26: Forma de pagamento mais utilizada
não pagava com débito ou crédito, ainda assim incorria nos custos dessas transações presentes
no preço dos produtos. Agora, com a prática do desconto em dinheiro permitida, ele fará a
opção pela modalidade que lhe proporcionar maior custo-benefício.
Os resultados da região da Zona da Mata apontaram que 70,8% dos empresários praticam a
diferenciação de preços em seu estabelecimento.
B.4) Investimentos
No comércio varejista, estar atento às mudanças no mercado torna-se essencial, tendo em vista
o ambiente altamente concorrencial e pulverizado. Para garantir competitividade –
especialmente em momentos de mudanças no comportamento de um consumidor que tem se
tornado cada vez mais exigente quanto às suas escolhas – é imprescindível realizar
investimentos e acompanhar as tendências.
Nesta abordagem, 91,3% das empresas do comércio varejista da região realizam investimentos.
70,8%
69,6%
47,4%
94,5%
5,5%
Praticam a diferenciação
de preços
Concedem desconto para
pagamento à vista, em dinheiro
Concedem desconto para
pagamento à vista, no débito
Estabelecimentos que
realizam investimentos...
Indagados acerca de qual tipo de investimento realizam2 em seus estabelecimentos, os
empresários elencaram os seguintes tópicos:
Quase 76% dos empresários relataram investir na segurança do seu estabelecimento. Motivo
de reclamações e atenção do setor privado, a falta de segurança que hoje acomete não apenas
os grandes centros urbanos, tende a afetar o funcionamento do comércio de forma direta ou
indireta. Em recente pesquisa realizada pela área de Estudos Econômicos3, da Fecomércio MG,
intitulada “Vitimização dos estabelecimentos comerciais”, com estrato para a capital mineira,
revelou que mais da metade dos estabelecimentos já sofreu com algum tipo de violência. Em
57,8% das lojas foram constatados furtos de produtos, sendo que em 9,7% essa ação ocorre
com frequência. Além disso, em 39% do varejo, o empresário já sofreu algum tipo de crime,
seja assalto ou agressão.
Com isso, o indicador trazido nessa pesquisa revela que essa realidade se faz presente nos
demais municípios do Estado, levando o empresário a destinar recursos para a segurança do
estabelecimento, em detrimento de investimentos em qualificação, mix de produtos e
inovação, fatores que geram competitividade.
O grande número de estabelecimentos comerciais do setor e a baixa diferenciação dos bens e
serviços ofertados obrigam o estabelecimento a disputar a preferência do consumidor por meio
de ações promocionais e de divulgação da marca, investindo em publicidade e propaganda.
Nesse tocante, 65,3% dos empresários da região relataram direcionar recursos a essa área.
2 Questão de múltipla resposta, podendo o empresário elencar mais de uma opção de área. Sendo assim, o percentual não soma 100% na apuração. 3 “Vitimização do Comércio – Varejo de Belo Horizonte”. Junho de 2017.
76,1%
69,8%
69,1%
65,3%
55,4%
Segurança
Tecnologia da informação
Capacitação de funcionários
Publicidade e propaganda
Logística
Gráfico 27: Áreas dos investimentos
B.5) Atuação no comércio exterior
Atualmente, para se tornar competitiva, uma empresa deve constantemente buscar a inovação
de seus processos e de sua forma de atuação. Além disso, abrir as portas aos mercados globais
gera competitividade e amplia o market share. Nesse sentido, foi explorado na pesquisa a
atuação das empresas varejistas da Zona da Mata no comércio exterior. Os resultados
apontaram que apenas 5% das empresas atuam nesse nicho, sendo que 80% destas atuam
importando bens de outros países.
Constatamos, portanto, a ausência de grande parte das empresas no comércio exterior, seja
por meio de importações e/ou exportações. Com isso, cabe aqui destacar as impressões de tais
empresas, acerca de sua opção por não atuar no mercado externo: 32,68% delas afirmaram
que não atuavam pelo fato da empresa ser pequena ou nova no mercado; 22,96% não possuem
interesse; 20,23% apontam para o segmento de atuação; 7% para a falta de informação e
orientação. Os demais fatores estão elencados no gráfico abaixo.
46,95%38,93%
38,17%21,76%
14,50%3,82%
2,67%0,76%0,76%0,76%1,15%
Veiculação em TV e rádio
Divulgação em redes sociais
Divulgação em jornais e revistas
Patrocínio
Eventos
Outros
Gráfico 28: Formas de investimento em publicidade
Em relação às empresas que atuam no mercado externo, foi questionado quais os principais
entraves a estas no comércio internacional. Os principais fatores foram a alta carga de taxas e
impostos nas operações e a elevada burocracia.
B.6) Inovação
Em um ambiente altamente competitivo como o setor do comércio, o diferencial de um
estabelecimento pode garantir aos negócios sobrevivência no mercado e sucesso junto aos
consumidores. As inovações são capazes de gerar vantagens competitivas em médio e longo
prazo, permitindo que as empresas acessem novos mercados, aumentem suas receitas,
realizem novas parcerias, adquiram novos conhecimentos e elevem o valor de suas marcas.
A inovação tem a capacidade de agregar valor aos produtos comercializados, tornando-se um
diferencial, ainda que momentaneamente no ambiente competitivo. No varejo, onde os
produtos são praticamente equivalentes entre os ofertantes, aqueles que inovam em produtos,
processos ou até mesmo na estrutura do negócio ficam em posição de vantagem em relação
aos demais.
32,68%
22,96%
20,23%
7,00%
4,67%
3,89%
3,50%
3,11%
0,78%
1,17%
Empresa pequena/nova no mercado
Não tem interesse/necessidade
Segmento de atuação/produto
Falta de informação e orientação
Burocracia
Não está apta/não tem capacidade
Custos (taxas/impostos)
Filial/rede
Falta de oportunidade
Outros
Gráfico 29: Por que não atua no comércio exterior?
Logística
(50,0%)
Taxas/impostos
(37,5%)
Burocracia (12,5%)
Entraves nas operações
Sabendo disso, foram abordados na pesquisa tópicos relacionados ao processo de inovação nos
estabelecimentos comerciais. Para introduzir a temática aos empresários, foi questionado se os
mesmos acompanhavam as tendências de mercado, ao passo que cerca de 90% afirmaram se
atentar a este ponto. Além disso, cerca de 83% afirmaram ter implementado algum processo
de inovação em seu estabelecimento nos últimos 12 meses.
Às empresas que afirmaram não ter implementado nenhum processo de inovação em seu
estabelecimento (17%) foi questionado quanto aos motivos para tal comportamento, ao passo
que as mesmas elencaram os pontos abaixo:
Acompanha as tendências?
• 88,4%
Inovou? • 83%
48,0%
10,0%
10,0%
10,0%
8,0%
8,0%
4,0%
2,0%
É muito caro
Falta de informação
Dificuldade de conseguir recursos/crédito
Não tem interesse/necessidade
Empresa pequena/nova no mercado
Instabilidade econômica/crise
Não tem recurso/capacidade
Segmento de atuação/produto
Gráfico 30: Por quê não inova?
Lançou algum produto novo
ou com melhoria relevante?
Lançou algum processo
novo ou com melhoria
relevante?
Introduziu alguma mudança
na estrutura organizacional
ou de marketing?
70,8% 48,1% 41,4%
A ausência de informação foi um dos principais motivos apontados pelos empresários da região.
Apesar da internet constituir-se em uma fonte rica em conteúdo, o excesso de informações
contidas no meio, associado à falta de preparo dos empresários em lidar com informações
muitas vezes técnicas, acabam inviabilizando seu melhor aproveitamento.
Além disso, e intimamente associado à falta de informação, os empresários apontaram para os
custos do processo de inovação como inviabilizador de sua implementação. Contudo, existem
diversas maneiras de se inovar no varejo. Como o próprio conceito diz, inovação é “explorar
com sucesso novas ideias”, independentemente de onde estas serão aplicadas. Com isso, as
possibilidades de inovação são vastas dentro de uma empresa do varejo. A própria forma de
atendimento, direcionada a cada perfil de cliente, a implementação de novos processos no
controle de estoques, são exemplos de ações inovadoras.
C) Efeitos da crise econômica
A crise econômica registrada nos últimos anos foi, sem dúvidas, uma das maiores já registradas
na história da economia brasileira. Nesse sentido, a pesquisa contemplou aspectos do período,
intentando levantar o impacto sentido pelo comércio varejista da região.
Os principais impactos sentidos pelos empresários do setor estão elencados na tabela abaixo:
Tabela 7: Impactos da crise no estabelecimento
Impacto %
Queda na receita de vendas 90,50%
Aumento da inadimplência 5,40%
Redução do fluxo de clientes 2,70%
Corte de investimentos 2,40%
Corte de funcionários 2,00%
Concorrência 1,40%
Cautela do consumidor 1,00%
Outros 1,00%
Fechamento de pontos comerciais 0,70%
Como podemos observar, o principal impacto refere-se à queda nas receitas de vendas, tópico
apontado por cerca de 90,5% dos varejistas. Além disso, o corte de funcionários e o aumento
da inadimplência afetaram de forma negativa as empresas da região.
Os empresários foram questionados, ainda, sobre qual fator possibilitou a sustentação dos
resultados de seus negócios no período da crise. Esses fatores seguem elencados abaixo:
82,8% 76,8%64,6% 59,4% 55,4%
Variado mix deprodutos
Estrutura da loja,vitrine
Crédito facilitado aocliente
Capacitaçãoconstante defuncionários
Vendas em datascomemorativas
Gráfico 31: Fatores e ações que proporcionaram sustentação da empresa
73,3% dos estabelecimentos da região foram afetados pela crise econômica
Além das ações apontadas acima, uma pequena fração de empresários (1%) afirmou que a
tradição, o atendimento e a marca, foram as bases de sustentação de seus estabelecimentos
no período.
D) Entraves ao setor
Elevada carga tributária, instabilidade política e econômica, falta de mão de obra qualificada,
entre outros, foram quesitos apontados pelos empresários da região da Zona da Mata como
entraves para as atividades do setor varejista.
Após a concorrência, seja ela nacional ou internacional, apontada como um fator individual de
entrave às atividades empresariais do setor varejista, a alta carga tributária é tida como o
principal entrave comum ao comércio. Os pesados custos com tributação, que correspondem a
cerca de 40% do faturamento das empresas, não se limitam apenas ao tributo em si. A questão
é amplificada, dadas as despesas extras, decorrentes da complexidade e da burocracia para o
pagamento de impostos. Além disso, levando em consideração que a maioria das empresas
varejistas é de pequeno porte, o impacto no faturamento e, consequentemente na
competitividade, é ainda maior.
O estudo buscou captar também, na avaliação do setor produtivo, quais ações o governo
poderia dispender de forma a contribuir positivamente com as operações do dia a dia dos
estabelecimentos comerciais. Corroborando o dado apresentado no último gráfico, a carga
tributária foi apontada, mais uma vez, com o principal foco de ações.
21,2%13,2%13,2%
8,2%8,0%
7,2%3,2%
2,7%2,7%
1,5%1,0%1,0%1,0%1,0%1,0%0,7%0,5%0,5%0,2%0,2%
Alta carga tributária
Concorrência
Economia informal/concorrência desleal
Falta de crédito para giro/investimentos
Inadimplência
Infraestrutura precária
Acompanhar as atualizações do mercado
Outros
Falta de dinheiro/capital de giro
Legislação/burocracia
Gráfico 32: Principais entraves ao setor na região
69,29%
4,56%
4,56%
4,15%
2,90%
2,49%
2,49%
2,07%
1,24%
1,24%
0,83%
0,41%
3,73%
Redução da carga tributária
Crédito acessível para investimentos
Estabilidade política, menos corrupção
Combate à informalidade
Retomada da economia
Investir em infraestrutura (mobilidade urbana)
Gerar emprego
Melhoria nas leis/regulamentação
Reforma Trabalhista
Liberação do FGTS
Fim da guerra fiscal entre Estados
Retorno de programas sociais
Outros
Gráfico 33: Quais ações governamentais atingiriam positivamente o seu estabelecimento?
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