slides - emÍlio ou da educação 2

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EMÍLIO ou Da Educação

LIVRO IV

“A idade da razão e das paixões – 15 a 20 anos”

A vida é curta! Mais uma fase da vida passou! Primeiro, não sabemos viver, logo já não o podemos. Por mais longe que a morte esteja, a vida é curta demais quando o espaço é mal preenchido. (p.285)

“Como o mugido do mar precede de longe a tempestade, essa tempestuosa revolução é anunciada pelo murmúrio das paixões nascentes; uma fermentação muda anuncia a aproximação do perigo. Uma mudança no humor, arroubos freqüentes, uma contínua agitação de espírito tornam a criança quase indisciplinável. Torna-se surda à voz que a fazia ficar dócil; é um leão em sua febre; desconhece seu guia, já não quer ser governada.” (p. 286)

PAIXÃOPrincipal instrumento de sua conservação

A única que nasce com o homem é o

AMOR DE SÍ

“O que nos serve, nós procuramos; mas o que nos quer servir, nós amamos. O que nos prejudica, nós evitamos; mas o que nos quer prejudicar, nós odiamos.” (p. 288)

AMOR DE SÍ Fica contente quando nossas verdadeiras necessidades são satisfeitas.

AMOR PRÓPRIO que se compara, nunca está contente, pois este sentimento, preferindo-NOS aos outros, também exige que os outros prefiram-NOS à eles.

“Para ser amado, é preciso tornar-se amável; para ser preferido, é preciso tornar-se mais amável do que os outros, mais amável do que qualquer outro, pelo menos aos olhos do objeto amado” (p.291)

“Todo aquele que cora já é culpado; a verdadeira inocência de nada tem vergonha” (p.295)

“Só vejo um bom meio de conservar a inocência das crianças: que todos os que a rodeiam respeitem e amem essa inocência” (p.295)

“(...) só Deus goza de uma felicidade absoluta; (...) se algum ser imperfeito pudesse bastar-se, estaria só e seria um miserável.” (p.301)

1ª Máxima

“Não pertence ao coração humano colocar-se no lugar de pessoas mais felizes do que nós, mas apenas no lugar das que estão em situação mais lastimável.” (p.305)

2ª Máxima

“Só lamentamos no outro os males de que não nos acreditamos isentos.” (p.305)

“Non ignara mali, miseris succurrere disco”

“Não ignorando a desgraça, sei ajudar os miseráveis”

(Virgílio, Eneida, I, 630.) (N. do T.) - (p.306)

3ª Máxima

“A piedade que se tem pelo mal de outrem não se mede pela quantidade desse mal, mas pelo sentimento que atribuímos aos que sofrem.” (p.307)

“Um homem realmente feliz fala pouco e pouco rí.” (p.315)

“A idade em que o homem começa verdadeiramente a viver nunca dura o bastante para o uso que dela devemos fazer, por isso insisto sobre arte de prolongá-la” (p. 319)

“O amor dos homens derivado do amor de si é o princípio da justiça humana. O sumário de toda a moral é dado ao Evangelho pela lei.” (p.324 – nota de rodapé)

“Para conhecer os homens é preciso vê-los agir.” (p.328)

* Estudo perigoso através da História, pois é difícil julgar com equidade *

“Um selvagem julga-nos de modo mais sadio do que um filósofo. Este percebe seus vícios, indigna-se com os nossos e diz para si mesmo: Somos todos maus; o outro nos olha sem se perturbar e diz: Sois louco.” (p. 338)

A arte do professor:

Provocar as ocasiões e dirigir os conselhos de maneira que ele saiba quando o jovem irá ceder e teimar.

(advertir, sem exagero e sem mau-humor)

“(...) é fazendo o bem que nos tornamos bons; não conheço outra prática mais segura. Ocupai o vosso aluno com todas as boas ações que estiverem ao seu alcance.” (p.348)

“(...) concedo o mínimo possível ao raciocínio e só confio na observação” (p.355)

(que o jovem/Emílio seja governado pela sua própria razão)

“Admito que nos ensinam a dizer que Deus está em toda a parte, mas também acreditamos que o ar esteja em toda a parte, pelo menos na atmosfera,e a própria palavra espírito, em sua origem, significa sopro e vento. A partir do momento em que habituamos as pessoas a dizerem palavras que não entendem, é fácil fazermos com que digam o que quisermos.” (p.357)

“A fé das crianças e de muitos adultos é um caso de geografia” (p.361)

“Quando uma criança diz que acredita em Deus, não é N’ele que acredita, e sim em Pedro ou Tiago que lhe dizem que há algo chamado Deus.” (p.361)

“Profissão de fé do vigário Saboiano” (p.372)

Respeito ao casamento como a primeira e mais santa instituição da natureza;

Sua pobreza o afastava das tentações que ditam o vício;

Incertezas e dúvidas que Descartes exige para a procura da verdade;

Meditando, percebia-se incerto sobre as contradições sobre a causa do seu ser e sobre a regra dos seus deveres;

Filósofos: destroem a razão e as palavras cada um está reduzido a sua; só entram em acordo para discutir. Nada respondem;

Sabe apenas que a verdade está nas coisas e não no seu espírito que as julga; *ler página 389*

Esse ser que tudo ordena chamo “Deus” Não preciso que me ensinem o culto, ele me

é ditado pela natureza (amor de si); Nossas tristezas, nossos sofrimentos vem-

nos de nós mesmos; (Deus – natureza excelente) (morte – não sofrer para sempre)

A consciência é a voz da alma, as paixões são a voz do corpo

Rosseau disse-lhe:

“Dos sentimentos que acabas de me expor, vejo, com pouca diferença, o teísmo ou a religião natural, que os cristãos fingem confundir com o ateísmo ou a irreligião.” (p.418)

“... Mas lembra que aqui todas as minhas afirmações são só as razões de duvidar. Procura tu mesmo a verdade; de minha parte, só te prometo boa-fé.” (p.419)

“Vê o espetáculo da natureza, escuta a voz interior. Deus não disse tudo a nossos olhos, à nossa consciência, ao nosso juízo? Que mais nos dirão os homens? Suas revelações só degradam Deus, emprestando-lhes paixões humanas.” (p.419)

p.420 e 421

Cerimonial da religião = religião; Deus pede o culto do coração; se sincero, é

uniforme; Deus não tem interesse nas vestes do

padre, na ordem das palavras...; O dever de todas as religiões é adorar a

Deus em espírito e verdade; * preconceitos de educação e perigoso

amor-próprio* “Qual delas é a certa?”

p.421

“Me respondiam: a minha.” Como sabeis? – Deus me disse. “Então todos os outros estão errados. “O que é verdade em minha casa,

pode ser falso na vossa?” “Recompensar ou punir por ter

nascido em tal ou tal lugar, é ultrajar a justiça de Deus.”

p.423 e 426

“Quantos homens entre mim e Deus! Preferiria ter ouvido o próprio Deus!”

“O Deus que escolhe um só povo, destinando ao suplício eterno a maioria de suas criaturas não é o Deus clemente e bom que minha razão demonstrou.”

p.430 e nota do rodapé

“De todas as religiões uma só é a certa, se é que alguma o seja, mas para tomar partido de qualquer uma delas, é preciso escutar a todos, senão seremos injustos.”

p.437

“...se o filho de um cristão faz bem em seguir, sem um exame profundo e imparcial, a religião de seu pai, por que o filho de um turco faria mal em seguir a mesma religião de seu pai? Desafio os intolerantes a responder a essa pergunta como algo que satisfaça um homem sensato.”

p.438

“por essas razões, uns preferem tornar Deus injusto e punir os inocentes pelo pecado de seu pai a renunciar seu bárbaro dogma.”

“Assim, fechei todos os livros. Deles, um só há que está aberto a todos os olhos: é o da natureza.”

Permaneço numa dúvida respeitosa;

Não sou infalível, porém raciocino para mim, e não para eles; não os reprovo nem os imito, seu juízo pode ser melhor do que o meu.

p.441 e 442

“Sirvo a Deus na simplicidade do meu coração. Só procuro saber o que é importante para a minha conduta; quanto aos dogmas que não tem influência nem sobre as ações, nem sobre a moral, e com que tanta gente se atormenta, não me preocupo com eles. Encaro as religiões particulares como instituições que honram a Deus por um culto público, cada qual com suas razões, conforme os tempos e os lugares.

Creio que todas são boas quando nelas se servem a Deus essencialmente pelo coração.

Sempre pregarei a virtude aos homens. Peço que Deus não permita que algum dia eu lhes

pregue o dogma cruel da intolerância, que os leve a detestar o próximo.

p.445 e 446

“Volta para a tua pátria, retoma a religião dos teus pais, pratica-a na sinceridade do seu coração e não mais a deixes; (…) das religiões que existem na terra ela é aquela cuja moral é mais pura e aquela com que a razão mais se contenta.”

“Meu filho, conserva tua alma em condições de sempre desejar que haja um Deus, e nunca duvidarás disso.”

“ (…) frente aos seus desejos nascentes, (…) suas novas necessidades, não serei escutado por muito tempo; (p.454)

...o perigo está próximo...

Como resolver essa questão?

Casando-o bem depressa.

“Enfim a hora urge; é tempo de procurá-la mesmo, para que ele não crie uma para si mesmo e a tome por ela, reconhecendo tarde demais seu erro. Adeus, pois, Paris, cidade célebre, cidade de barulho, de fumaça e de lama, onde as mulheres já não acreditam na honra, nem os homens na virtude. Adeus Paris; estamos à procura do amor, da felicidade, da inocência; nunca estaremos longe demais de ti.” (p.513)

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