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Ritmos da informação/comunicação de ciência dos centros de investigação em Portugal
Fábio RibeiroGestor de Ciência e Tecnologia
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)Universidade do Minho
fabio.ribeiro@ics.uminho.pt
Questões iniciais
Contributos para uma radiografia da informação e comunicação científica:
- Investimento público em ciência: o que chega às pessoas? Como é que a ciência se dá a conhecer?
- De que forma se pode problematizar o conceito de “comunicação de ciência”?
- Que papel os centros de investigação desempenham na promoção do conhecimento científico?
- A “novilíngua” que se instalou na academia (Martins, 2014): impacto de rankings e downloads, políticas científicas?
- Numa era de mobilização para as redes e o digital, que papel lhes é atribuído?
Contexto: a emergência gradual (lenta) da comunicação de ciência
Fatores históricos• Crise da imagem pública da ciência no pós 2ª Guerra Mundial (Felt et al. 1995);• Mudança progressiva na postura da ciência (até aos anos 90):
- insistência em demonstrar os efeitos práticos e benefícios da ciência na vida quotidiana (Greenberg, 2001);
- a perceção da tecnologia como recurso inesgotável de inovação positive;- novos ambientes da ciência: consumo de informação (média), manobras de RP, ambiente escolar (Kurath & Gisler, 2009).
Fatores sociais e demográficos• A natalidade e escolaridade juntaram mais vozes à“visibilização” crescente da ciência;• Em1967, a National Association of Science Writers (NASW) dos EUA inquiriu 1919 indivíduos sobre
hábitos de leitura de notícias de ciência, tendo um grande número – 83% – reconhecido a necessidade de se conhecer melhor a investigação científica para que a sociedade encontre “um mundo melhor” (Krieghbaum, 1970)
Contexto: a emergência gradual (lenta) da comunicação de ciência
Fatores endógenos da classe (cientistas)
• O Pew Research Center revelou que 84% dos cientistas considera o desinteresse público pela ciência como uma das grandes limitações do seu trabalho (fev. 2015)
• À exceção de poucos casos de investigadores – que se tornaram emblemáticos e mediáticos, como Carl Sagan e Stephen Hawkings – existe uma sensação de afastamento deliberado dos cientistas com públicos não especializados.
• Os desafios da credibilização e visibilidade da ciência, exigências de entidades financiadores e cobranças a nível público e mediático - passagem do “modelo de défice cognitivo” para um “modelo interativo” (Carvalho e Cabecinhas, 2004)
Reflexões conceptuais: esquizofrenia de termos
Comunicação pública da ciência?
Comunicação da ciência?
Comunicação estratégica da ciência?
Disseminação da ciência?
Reflexões conceptuais: esquizofrenia de termos
A natureza indefinida do conceito de “comunicação de ciência”(Carvalho & Cabecinhas, 2004)
… divulgação pública do conhecimento científico?
… a comunicação entre cientistas?
… comunicação sobre ficção científica?
…“sobre investigação científica, apenas, ou também das aplicações da pesquisa, alargando então o conceito à tecnologia?” (2004: 5)
Reflexões conceptuais: esquizofrenia de termos
SCIENCE COMMUNICATION (SciCom) – (Burns et al., 2003)
Conjunto de competências adquiridas sobre informações de caráter científico, através dos media e/ou em diálogo com agentes do espaço público.
A analogia da VOGAL
A E I O U
Awareness, including familiarity with new aspects of science
Enjoyment or other affective responses, appreciating science as entertainment or art
Interest, by voluntary involvement with science or its communication
Opinions, the forming, reforming, or confirming of science-related attitudes
Understandingof science, its content, processes, and social factors
Reflexões conceptuais: esquizofrenia de termos
Proposta conceptual: Seguindo o entendimento de Dominique Wolton (2009) sobre a distinção entre informação (mensagem) e comunicação (relação):
Informação científicaConsiste apenas na publicação de conteúdos científicos, desprovida de uma interação real entre investigadores e público/audiências específicase.g. Artigos em revistas científicas, livros, capítulos de livros, relatórios, conteúdos
Comunicação de ciênciaVertente relacional, interativa entre investigadores e a comunidade académica, civil subjacente a uma troca de conhecimentos científicos:e.g. Congressos, seminários, aulas abertas, demonstrações científicas (Noite Europeia dos Investigadores); Interação via sites e redes sociais
Observação e avaliação: definição da amostra
24 centros de investigação Centros de investigação avaliados com “Excelente” Painel de Ciências Sociais e Humanidades
Avaliação de Unidade de I&D 2013
Período de observação: outubro 2016
Observação e avaliação: caracterização da amostra
Investigadores (doutorados) 1065 membros
Investimento público6,631,276 €
Distribuição geográfica
1
2
4
1
1
13
2
Dimensões da observação: avaliação dos sites
Quem somosInvestigaçãoFormaçãoProjetos de investigaçãoEventosNotícias
Tronco comum
Idiomas
17
5
2
Enquadramento do site Identidade visual
Alojado numa instituição/escola
Site próprio
Blogue 1
6
17
Disponibilização de conteúdos
115431
Novidades em termos de conteúdo
Apenas 6 centros com Newsletter regularParcerias (Inet-Md)Prémios (Inet-Md e CESEM)Oportunidades de emprego (CELGA, IcarEHB)Metablog (IFIL Nova)Clipping (IHC)Lógica de grupo (ICS, Nova)Fototeca/Mapoteca (CEG)
Medíocre
Insatisfatório
Razoável
Três não têm qualquer logótipo ou marca visual
Completo
Muito completo
Dimensões da observação: avaliação de redes sociais
Dinâmicas específicas
5459
4468
2237 21151760
1372
595 556 502215
576
180 32361 15
29952 112 1 0
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
IHC ICS-LISBOA CHAM CEG VICARTE* CIDEHUS INET-md CIEG CINEICC Nova SBE
Resumo de atividade no Facebook
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Dimensões da observação: avaliação de redes sociais
Dinâmicas específicas
240
3 0 0 0 0 0 0 0 0
153
80 0 0 0 0 0 0 0
0
50
100
150
200
250
300
ICS-LISBOA CIDEHUS CEG Nova SBE CHAM IHC CIEG INET-md CINEICC VICARTE
Resumo de atividade no Twitter
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Dimensões da observação: avaliação de redes sociais
Dinâmicas específicas
13
0 0 0 0 0 0 0 0 0
20
0 0 0 0 0 0 0 0 00
5
10
15
20
25
ICS-LISBOA CIDEHUS CEG Nova SBE CHAM IHC CIEG INET-md CINEICC VICARTE
Resumo de atividade no Youtube
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Leituras finais: aspetos para reflexão
Em termos conceptuais:Informação científica prevalece sobre ações de comunicação científica
Dinâmicas próprias, aspetos positivos:Conteúdos disponibilizados nos sites oferecem informação satisfatória sobre os centros
Dinâmicas próprias, aspetos negativos:Desformatação pontual de certos websitesRitmos diversos quanto à dinamização das redes sociaisLatente estaticismo com o público: poucas partilhas, comentariosPoucas NewsletterLógica de grupo/instituiçãoRedes de partilha científica (Academia.edu, Research Gate) – praticamente omissas
Cientistas falam para cientistas?
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