revista encenação julho 2014
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A lágrima que o Brasil chorou, ao ver
seu ídolo se contorcendo de dor
deitado no gramado, foi comovente.
Milhões de pessoas em todo mundo
viram Neymar, sem nenhum pudor
chorar e o povo brasileiro chorou junto
com ele. Ali, diante daquela cena, um
sonho foi destruído, junto com a
possibilidade de trazermos a taça do
Hexa para o Brasil. Neymar não mais
jogaria, nosso artilheiro saiu de cena
deixando um vazio. O sonho acabou,
resta a lição de que para vencer é
preciso estar preparado,para encarar
todas as adversidades do jogo.
Sinceramente
Revista Encenação
The tear that Brazil cried, seeing his
idol was writhing in pain on the field,
was dramatic. Millions of people
around the world saw Neymar, crying
and all Brazilian people wept with
him. There in front of the scene, a
dream was destroyed, along with the
possibility of bringing the Cup to
Brazil Hexa. Neymar our top scorer
left the scene leaving a void. The
dream is over, the lesson is that to
win you must be prepared to face all
the adversities of the game .
Sincerely
Encenação Magazine
EDITORIAL
revistaencenacao@gmail.com
www.revistaencenacao.blogspot.com
CARO LEITOR
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sobre a REVISTA. Sua opinião vale muito.
TRÊS GRANDES PERDAS NA LITERATURA BRASILEIRA
Julho de 2014 ficou marcado como um mês de luto para a literatura brasileira. Num
espaço de uma semana, perdemos três grandes escritores: João Ubaldo Ribeiro, no dia
18, Rubem Alves, no dia seguinte, e Ariano Suassuna, nessa última quarta-feira (23).
ARIANO SUASSUNA
O escritor Ariano Suassuna foi uma dos maiores defensores da cultura regional
brasileira. Em suas obras, o escritor que também era dramaturgo e poeta usava os
elementos das tradições nordestinas para construir as suas histórias.
Nascido na Paraíba, Suassuna logo foi morar com a família no sertão e teve o pai
assassinado por motivos políticos na Revolução de 30, no Rio de Janeiro. Após a
fatalidade mudou-se para Recife, onde teve o maior contato com as regionalidades
típicas da região.
Com apenas 20 anos o autor já escrevia a peça “Uma Mulher Vestida de Sol”,
ganhadora do concurso de Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1955 estreou a
peça “Auto da Compadecida”, sua obra máxima, considerada pelo crítico teatral Sábato
Magaldi como "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Nela, Suassuna conta
a história dos amigos João Grilo e Chicó, que andam pelo sertão propagando A Paixão
de Cristo.
A peça foi escrita em formato de auto e dividida em 3 atos, usando diversas figuras de
linguagem nordestinas e mesclando elementos dos cordéis. Seu sucesso foi tão grande
que, mais tarde, foi adaptada para o cinema e a televisão.
Em 1959, em parceria com o autor Hermilo Borba Filho, fundou no Recife o movimento do
Teatro Popular do Nordeste, por meio do qual buscava oferecer produções teatrais de
qualidade e encontrar uma forma nordestina de interpretar.
Ariano Suassuna foi membro da Academia Brasileira de Letras e morreu no Recife na
última quarta-feira (23), aos 87 anos, vítima de uma parada cardíaca.
RUBENS ALVES
Rubem Alves foi escritor, educador e teólogo. Seus livros costumavam abordar temas
espirituais e existenciais e, além desses, ele também escrevia histórias infantis.
O legado do autor envolve não só as obras literárias, mas também diversos artigos e
monografias acadêmicas. Sua tese de doutorado “A Teologia da Esperança Humana”, por
exemplo, foi a base do movimento teológico hoje chamado de “Teologia da Libertação”.
Embora tenha nascido em Minas Gerais, Alves se aposentou e morou na cidade de
Campinas, no interior de São Paulo, onde recebeu os títulos de professor-emérito da
Universidade Estadual de Campinas(Unicamp) e cidadão-honorário de Campinas, além de
ter se tornado membro da Academia Campinense de Letras.
Rubem Alves faleceu no dia 19 de julho em Campinas, aos 80 anos, vítima de falência
múltipla dos órgãos.
JOÃO UBALDO RIBEIRO
Escritor, jornalista, roteirista, professor. Achou muito? O baiano João Ubaldo Ribeiro era,
ainda, formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia e membro da Academia
Brasileira de Letras.
Ribeiro trabalhou como editor-chefe do jornal Tribuna da Bahia, foi colunista do jornal
alemão rankfurter Rundschau e colaborador em publicações nacionais e estrangeiras,
como The Times Literary Supplement, na Inglaterra, Jornal de Letras, Portugal, e a Folha
de S. Paulo.
Suas obras integram o romance moderno brasileiro e revelam aspectos da cultura
nacional, como é o caso da premiada “Sargento Getúlio”, na qual narra a história de um
sargento da polícia militar do Sergipe usando diversos elementos e figuras da cultura típica
do nordeste. A história tinha tantas características típicas que o próprio autor teve que
traduzi-la para o inglês.
Além dessa, “Viva o povo brasileiro” também recebeu o Prêmio Jabuti e ambas constam
na lista dos cem melhores romances brasileiros do século.
Diversas de suas obras foram adaptadas para o cinema e a televisão, como “O Sorriso do
Lagarto”, apresentada como minissérie na Rede Globo em 1991, “A Casa dos Budas
Ditosos” e a própria “Sargento Getúlio”.
João Ubaldo Ribeiro morreu no Rio de Janeiro no último dia 18, aos 73 anos, vítima de
uma embolia pulmonar.
ENTREVISTA COM MURILO BARQUETE
Murilo Barquete destaca-se no cenário musical carioca como um dos principais
flautistas da cidade do RJ
Senhor Murilo Barquete, como foi sua trajetória nos estudos de flauta transversa?
-Tudo começou como um "castigo" aplicado a todos os meninos da turma de colégio pela
professora de Educação Musical. Tínhamos entre 11 e 13 anos e fomos obrigados a ter aula
de flauta-doce. Depois de um tempo, a obrigação tornou-se eletiva e, junto com mais alguns
colegas, decidi ficar no grupo. Certo dia, cheguei em casa pedindo a meu pai uma "flauta de
verdade". Passei a cursar a classe de flauta do saudoso Jorge Ferreira da Silva - o Melacrino
- na Casa Milton Pianos; por iniciativa do meu pai, procuramos o mestre Altamiro Carrilho
com quem tive o prazer de ter aulas regulares por 1 ano.
Devido aos compromissos profissionais com shows, Altamiro indicou-me ao Mestre
Catedrático Celso Woltzenlogel, com quem concluí o Bacharelado em Flauta Transversa, na
Escola de Música da UFRJ.
Como flautista profissional atua em quais orquestras e qual o trabalho realizado nessas
instituições?
- Atualmente, integro a Orquestra Sinfônica Nacional - UFF e a Orquestra Petrobrás
Sinfônica; ambas têm o mesmo perfil artístico e visam apresentações em salas de concertos
tradicionais, além de levar a música de concerto a diversos espaços, tais como igrejas,
museus, tendas culturais e quadras esportivas de escolas públicas municipais e estaduais.
Como o senhor analisa o cenário de musica na cidade do Rio de Janeiro?
- O cenário da música de concerto no Brasil carece
de mais espaço para as novas gerações de músicos
que se formam todos os anos nas escolas de música.
A cultura brasileira está muito dependente de verbas
públicas e há pouquíssimas empresas dispostas a
encarar os desafios de atender as demandas de uma
orquestra sinfônica.
Essa carência acaba refletindo na hora da escolha de
um instrumento por parte dos jovens que iniciam uma
carreira musical. Uma orquestra sinfônica completa
comporta apenas 5 flautistas, ao passo que necessita
de, pelo menos, 24 violinistas. As classes de flauta
transversa continuam sendo muito procuradas,
especialmente em cursos de férias e festivais
promovidos por associações como a ABRAF
(Associação Brasileira de Flautistas). Entretanto o
próprio mercado acaba por "peneirar" os futuros
flautistas, que optam pela formação de conjuntos voltados à MPB (Bossa Nova, Jazz e Choro)
e até o aprendizado de outros instrumentos como o violão, , piano e saxofone como forma de
diversificar as possibilidades de trabalho.
Qual foi o acontecimento mais marcante em toda a sua carreira como musico?
- A vida de um artista é sempre marcada por diversos momentos marcantes. No meu
caso, destaco a participação em um concurso transmitido pela Rede Globo de Televisão
para todo o Brasil, em 1977 - onde obtive a 2ª colocação - e o primeiro recital realizado
fora do Brasil, em 1987, quando tive a oportunidade de atuar em cidades da Argentina
(Córdoba, Salta, San Francisco e Buenos Aires). Ou ainda, ver publicados pela Editora
Vitale, oito arranjos de grandes sucessos da MPB para conjuntos de flautas, numa
coleção dirigida pelo meu querido mestre Celso Woltzenlogel.
Mas para apontar um momento extremamente marcante, elegeria a oportunidade de
tocar para Jean-Pierre Rampal, em 1980.
Como foi seu contato com Altamiro Carrilho e o que ele representou, segundo sua
opinião, para toda uma geração de flautistas amantes do chorinho e seus admiradores?
- O contato com Altamiro Carrilho se deu por iniciativa de meus pais, que decidiram
procurá-lo pessoalmente para uma aula. Ele gentilmente nos recebeu em sua residência
e imediatamente prontificou-se a me dar aulas, a cada 15 dias.
Altamiro era uma pessoa cativante! Simpático e sempre bem-humorado, era carismático
no palco. Seu som, sua técnica e capacidade de improvisar sem perder as características
do Chorinho eram invejáveis! O que eu mais admirei no Altamiro foi sua forma única e
inconfundível de interpretação e influenciou várias gerações de flautistas. Era uma
pessoa simples e foi um eterno incentivador de jovens talentos. Ele sempre exigia que
cada um de nós desenvolvesse sua própria forma de tocar e interpretar, sem que
imitássemos ninguém. Nem ele mesmo...
- Em quantos concursos já participou e relate aos nossos leitores sua experiência nesses
eventos.
Participei e venci diversos concursos, mas, desde cedo, aprendi a entender duas coisas:
a) Você nunca se prepara tão bem quanto para um concurso;
b) Não se deve potencializar o resultado de um concurso. Há grandes músicos que
sequer participaram de concursos e prosperaram com seu talento e esforço. A banca de
um concurso estabelece critérios rígidos de julgamento que "recortam" o artista e a
subjetividade da arte como forma de expressão de cada um e isso, fatalmente, leva a
uma "medição de forças" entre os candidatos. Em minha opinião, os concursos são uma
ótima oportunidade de intercâmbio entre os artistas com suas diferentes escolas e de
buscar processos de reciclagem - conhecer métodos, estudos, etc. Um dos concursos
mais interessantes que eu participei foi o Jovens Intérpretes da Música Brasileira,
promovido pela FUNARTE, em 1984. Os prêmios foram distribuídos a vários candidatos
diferentes e, posso dizer com orgulho que o grande vencedor foi a Música Brasileira de
Concerto. O certame promoveu de forma bastante eficiente o encontro do jovem artista
com excelentes obras de grandes compositores brasileiros, muitas delas inéditas.
Qual o conselho que recomendaria para a criança ou jovem que gostaria de seguir a
carreira de flautista profissional?
- Que se dedique com afinco na busca de uma sonoridade e que leve o estudo da flauta
com seriedade. Somente dessa forma, aumentam-se as chances de vencer como
flautista e músico profissional.
Priscila Farias
DES-ENCONTRO
Lavas meus cabelos?
quero poder perguntar
olhando passar o rapaz
com seus olhos negros
seus pelos negros
seu sorriso branco....
Lavas meus cabelos?
Penso em lhe pedir
quando penso em dizer
e nada digo, ao rapaz
que seria capaz de os lavar
de os alisar
de os embolar
entre os dedos
entre as mãos
quem sabe até os puxar
para saldar o desejo
e salvar a nuca
ao abrigo de um beijo...
Lavas meus cabelos?
Não pergunto
não perguntei
mas sempre pensei
se podia perguntar
ao rapaz que passou
não parou e partiu.
Eleonora Marino Duarte
ANTES QUE O DIA ACABE...
e reste somente
lembrança desse nosso amor - quase vivo,
tão a gente!
lembrança de nossos risos- quase todos
lembrança da felicidade que poderia ter me
dado e -quase deu!
Lembrança da possibilidade de tu ser em
mim ...
E eu em ti sempre ser- alem do EU !
ANTES QUE O DIA ACABE...
Volta pra casa correndo
não deixe que a saudade se instale
Neste coração de ti - sedento..
Perpetue nosso ontem no hoje
Não me permita pensar...lembrar :
Que és tão real e mundano,
porque - pra mim - És quase perfeito,
Amor divino - nesse meu peito ,
.... tão humano !!!
Laís E.Luti
Onde se escondem as horas?
Num buraco do tempo
Ou na planície da memória?
Ontem não revisei
A lista de perdas
E encontrei o futuro
Entre tumbas e veredas.
Ontem esqueci
Porque reviso as listas,
Porque procuro as horas
E o que procuro agora.
Alex Sartorelli
NOSTALGIA
Sinto-me isolada do mundo,
a cabeça vazia... oca.
Nada...
ou quase nada me vem à mente.
Procuro pensar...
mas...
Pensar em que?
É como se os pensamentos fugissem
de mim.
As pessoas passam...
e eu... espero...
Rosa Régis
MULHER
Eu adoro ser mulher.
Alias quase todo mundo,
Gosta de mulher.
O negócio é tão bom,
Que tem mulher
Gostando de mulher.
Só quem não gosta,
De ser mulher de vez em quando,
É a própria mulher.
Existe uma razão: o homem machista
Aquele que tem a mania de dizer
Que ele pode tudo.
Eu não concordo.
Os direitos são iguais, nascemos
iguais.
É claro que o homem com um
pedacinho a mais.
Leda Lucia
POÉTICA
Se é muito bom poder ler um poema,
é conveniente ter a noção
de que se vai acrescentar algo ao texto.
O que é esse algo?
No caso deste poema
é o próprio poema a falar de si
como se estivéssemos nele,
antecipa-se à leitura
para nos dar a ler
do que é, um
dialogar com a escrita feita
da substância dos versos onde lemos
uma métrica, um ritmo, a rima
ou, apenas intensidade e intenção
de deter das palavras o que de bom
há, de ter, do deter, o libertar
da liberdade de interpretar
sendo intérprete
do ter de deter libertando
a poética da Poesia na poesia.
Francisco Coimbra
Que teu alimento seja teu remédio... (Hipócrates)
Gengibre
Gengibre é uma raiz usada tanto na culinária quanto na medicina
Vegetal nativo da Ásia, o gengibre é uma raiz tuberosa usada tanto na
culinária quanto na medicina. A planta assume múltiplos benefícios
terapêuticos: tem ação bactericida, é desintoxicante e ainda melhora o
desempenho do sistema digestivo, respiratório e circulatório. O gengibre
também é um reconhecido alimento termogênico, capaz de acelerar o
metabolismo e favorecer a queima de gordura corporal.
Outros nomes do gengibre
Mangarataia, mangaratiá
Principais nutrientes do gengibre
O gengibre apresenta uma substância chamada gingerol, dotada de
propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que protegem o
organismo de bactérias e fungos. O gingerol é responsável pelo sabor
picante do gengibre.
As propriedades terapêuticas do gengibre se devem à ação conjunta de
várias substâncias, principalmente encontradas no óleo essencial do
gengibre, rico nos componentes medicinais cafeno, felandreno,
zingibereno e zingerona.
O gengibre também é rico em substâncias termogênicas que ativam o
metabolismo do organismo e potencializam a queima de gordura
corporal.
A raiz é composta por vitamina B6, assim como nos minerais potássio,
magnésio e cobre, mas tais propriedades se tornam pouco relevantes
levando-se em conta o consumo diário da planta. Como trata -se de uma
especiaria, bastam pequenas quantidades do gengibre no chá ou
preparações culinárias para aromatizar as preparações. Note que a
tabela de valores nutricionais abaixo considera 100g de gengibre, porém
o uso numa receita pode não alcançar a 2g.
http://www.minhavida.com.br/
Maravilhas do Espírito Santo (continuação).
Palácio Anchieta
Aos viajantes vale conferir a visita ao Palácio Anchieta ,o Padre José de Anchieta foi um
dos personagens mais significativos da ordem jesuíta no Brasil, e ficou conhecido pelo
trabalho com os nativos da Região Sudeste. O túmulo simbólico do religioso(Santo) se
encontra no local. O Palácio também abriga um Espaço Cultural de educação não formal
divulgando o que há de melhor da Cultura Capixaba, Brasileira e internacional .
Na culinária capixaba destaca-se pela moqueca e pela torta capixaba, pratos típicos
feitos a base de frutos do mar, servidos em panela de barro, artesanato ligado às
tradições indígenas. A panela de barro é uma tradição milenar no Espírito Santo. A
cerâmica em argila queimada era fabricada pelos índios ainda antes da colonização
portuguesa. Esta tradição se mantém viva graças às paneleiras de Goiabeiras-ES,
que, há várias gerações, continuam fabricando artesanalmente as autênticas panelas
de barro. Reconhecida nacional e internacionalmente como objeto de arte popular. O
local ideal para degustar uma tradicional torta capixaba é a comunidade de
pescadores, que marca a presença das desfiadeiras de siri e de restaurantes que tem
a tradicional torta e a moqueca capixaba como destaque em seus cardápios, a Ilha das
Caieiras é considerada um dos pontos preferidos para os amantes da fotografia por
causa de sua vasta beleza natural, aliada à importância cultural e histórica que possui
frente à identidade capixaba.
O Espírito Santo como remete seu nome, guarda belezas naturais, culturais com
muitas histórias ,descobertas gastronômicas que vale a pena desvendar estes
caminhos.
Ilha das Caieiras
Verônica Lomeu
EXCERTOS CONSAGRADOS DA LITERATURA
UNIVERSAL.
O Homem Duplicado - José Saramago
“...o que sucede é que tudo me cansa e aborrece, esta maldita rotina, esta
repetição, este marcar passo, Distraia-se, homem, distrair-se sempre foi o
melhor remédio, Dê-me licença que lhe diga que distrair-se é o remédio de
quem não precisa dele...”
Os Melhores Contos - Clarice Lispector
“...o que me agradaria dizer-lhe é que você um dia terá o que agora
procura tão confusamente. É uma espécie de calma que vem do
conhecimento de si própria e dos outros. Mas não se pode apressar a
vinda desse estado. Há coisas que só se aprende quando ninguém as
ensina. E com a vida é assim. Mesmo há mais beleza em descobri-la
sozinha, apesar do sofrimento.” (Gertrudes Pede um Conselho)
DITADOS POPULARES
Eles fazem parte da nossa vida com muita frequência. Mas
nem sempre sabemos sua origem.
JURAR DE PÉS JUNTOS
- Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o
acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer
nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que
uma pessoa diz.
TIRAR O CAVALO DA CHUVA
- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair
hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao
relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo
nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o
convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião
percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da
chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de
alguma coisa.
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de
Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome
Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim
que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o
mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que
arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano.
Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.
A leitura é muito importante para todos nós, não apenas por ser fundamental em nossa
formação intelectual, mas também por nos permitir acesso ao mundo das informações,
das ideias e dos sonhos. A partir do momento que aprendemos a ler, novos horizontes
se abrem, adquirimos oportunidades para percorrer os universos presentes em livros,
jornais e revistas, os quais despertam nossa imaginação e nos ajudam a criar
argumentos consistentes para questionarmos assuntos que nos cercam.
Além de todo fascínio que a leitura pode oferecer, como por exemplo, a ficção, a poesia,
sua magnitude vai além do encantamento, do imaginário e do simples prazer de ler.
Saber ler e escrever é o conhecimento mais importante para a plena conquista do ser
humano. Mas ler, ao contrário do que se pensa não é uma tarefa simples, ler acima de
tudo é um ato que requer atenção, reflexão e conhecimento. Por que, quem escreve,
tem sempre uma intenção, seja ela de contestar, desperta, informar ou até mesmo de
excitar, já que há a possibilidade de se camuflar significados, visto que, para fazer leitura
das entrelinhas é preciso ter perspicácia, sabedoria, atenção e sensibilidade.
Portanto, é importante destacar que foi por intermédio da leitura que certos homens
mudaram o curso de suas vidas e da própria história, foi por meio dela que a
humanidade evoluiu na medida em que produzia o pensamento, e por fim, foi por meio
dela que muitos avanços científicos tornaram-se possíveis.
Muito interessante tudo isso, e pensar que por vezes não temos tempo para refletir
sobre o que existe por trás de um escrito. Então o que você esta esperando para fazer
parte deste surpreendente mundo?
Iolanda Brazão
O FANTÁSTICO MUNDO DA LEITURA.
Monique Oliveira Modelo e atleta (Surf Adaptado) Com paralisia
Cerebral
Monique é um exemplo de determinação e coragem ao
enfrentar os desafios que a vida lhe atribuiu. Ela não se
deixou abater diante de suas limitações, pelo contrário,
ciente das dificuldades que teria de enfrentar resolveu
procurar recursos e vencer os obstáculos. Desde
menina era apaixonada pelas câmeras fotográficas, e
sonhava em fazer um ensaio, não só para ter em suas
mãos a realização de um sonho, mas também para
mostrar que sua deficiência não a impediria de
conquistar seus objetivos. Não foi nada fácil encontrar
um caminho, mas sua determinação fez com que um
dia, não só encontrasse mas viesse a fazer parte da
Adaptsurf (uma organização sem fins lucrativos) onde
ela poderia praticar surf,pegar onda e ainda ser
fotografada.
Mas a realização de seu sonho ,aconteceu pelas mãos de Kica de Castro, fotógrafa, com
o foco em pessoas com deficiência, no dia 15 de agosto de 2010, quando fez seu
primeiro book fotográfico.
- Entrar no estúdio para fazer minhas fotos me deixou emocionada. Porque estar ali,
onde sonhei um dia, foi uma das sensações mais incríveis que senti. A mesma de
quando peguei uma onda pela primeira vez. Comentou ela.
Monique integra o casting da agencia Kica de Castro como modelo fotográfica com
paralisia cerebral. Em 2011 participou da exposição ‘’Toda nudez vai se revelada’’ que
aconteceu na Reatech, em São Paulo. Hoje aos 26 faz ensaios, desfile e catálogos. E
completa:
- Esta é a minha história de superação. Posso encontrar muitas pedras, em meu
caminho, mas estes obstáculos não me farão parar. Posso até fazer uma pausa para
descansar e me fortalecer. Mas, Nunca vou desistir. Vou continuar lutando sempre.
Os nomes do Brasil
Antes de receber o nome de Brasil nosso
país teve oito nomes:
Pindorama (nome dado pelos indígenas);
Ilha de Vera Cruz, em 1500;
Terra Nova em 1501;
Terra dos Papagaios, em 1501;
Terra de Vera Cruz, em 1503;
Terra de Santa Cruz, em 1503;
Terra Santa Cruz do Brasil, em 1505;
Terra do Brasil, em 1505;
Brasil, desde 1527.
E por que Brasil?
Nosso país recebeu este nome porque nos
primeiros anos de sua colonização era retirada
das matas na costa brasileira a madeira da
Caesalpinia echinata, chamada popularmente
de pau-brasil. Desta madeira era extraída uma
resina de cor vermelha cor- de- brasa, Brasil,
que era usada para tingir tecidos.
D
I
A
D
O
A
M
I
G
O
Soneto do amigo Vinícius de Morais
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
O Esporte e as Relações Internacionais
A Copa do Mundo e os grandes eventos internacionais
O esporte e a competição são objetos de expressão humana desde o tempo da antiguidade
cuja característica central envolve a busca pelo poder e seu exercício no plano social; na
modernidade as atividades esportivas possuem uma conotação de lazer e de divertimento,
porém o caráter do poder mantém-se com poucas modificações.
O Brasil desfruta de grande prestígio atualmente por ser sede de importantes eventos
internacionais que ganharam destaque a partir da Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente, a Eco-92, que atraiu a atenção do mundo para o país, e em especial ao Rio
de Janeiro; a partir deste período observa-se uma crescente influência brasileira na
realização de grandes eventos internacionais, tais como: os Jogos Pan-Americanos de 2007,
os Jogos Mundiais Militares de 2011, e recentemente a Copa do Mundo de Futebol, de 2014,
e as Olimpíadas de Verão de 2016; a celebração destes eventos internacionais, na maioria
esportivos, não são resultantes de mera coincidência, mas de escolhas e oportunidades que
foram alvo de incentivos de política externa.
No livro Cooperação e conflito nas relações internacionais o teórico Joseph Nye define o que
é poder no âmbito da esfera internacional e descreve como: “a capacidade de alcançar as
próprias propostas e metas. Mais especificamente, é a capacidade de afetar os outros para
obter os resultados desejados.” (p.74) Dentro da conceituação o autor caracteriza o poder de
duas formas: Hard Power e Soft Power. O Hard Power é o poder que funciona de modo mais
direto com a intenção de coagir o outro a mudar sua ideia; esse poder duro pode repousar
por meio de um incentivo ou de uma ameaça. (p.76) Esse tipo de poder geralmente possui
forte associação com o poderio militar ou econômico dos Estados. O Soft Power é o poder
que funciona de modo mais indireto com a intenção de atrair o outro para suas próprias
ideias; esse poder brando pode repousar por meio de recursos que atraiam outros para suas
ideias e preferências. (p.76) Esse tipo de poder geralmente possui forte associação com a
cultura.
Pode-se perceber que a atração de grandes eventos esportivos pelo Brasil, em especial a
Copa do Mundo de Futebol, possui um caráter de Soft Power com objetivos claros de trazer
visibilidade ao país e as cidades que sediam eventos; a intenção não é provocar um choque
ideológico, porém usar de sutileza para produzir um marketing a favor da brasilidade, e
assim mudar as ideias e preferências dos atores que atuam no plano internacional. Por meio
desta mudança almeja-se formar possibilidades de expansão de influência de modo
espontâneo e não manipulativo tais como: “O Brasil é o país do futebol!”, “O brasileiro é
alegre!”, “Viva o samba, a capoeira, e o acarajé!” com fortes finalidades econômicas,
turísticas e de geração de renda.
A dinâmica do poder brando torna-se eficaz a serviço dos Estados, porém pode torná-la
ineficiente à medida que surgem atos contrários ao projeto de visibilidade que resultam na
perda de atratividade; os protestos não pacíficos, a depredação, a violência social, e o
desrespeito aos direitos humanos são práticas sensíveis, e capazes de atraírem olhares
negativos, não para os eventos, mas, sim, para o Estado e cidades sedes; sob a ótica
econômica e da opinião pública internacional lugares deste porte não são seguros para
investimentos, e podem vir a correr o risco de perderem o Estado de direito.
Sabe-se que em todo o lugar é imprescindível à existência de governos transparentes, e
preferencialmente com índice zero de corrupção, sejam eles no âmbito cotidiano, ou em
períodos de organização de grandes eventos, todavia cabe a cada cidadão observar e
realizar suas próprias análises, e efetuar com consciência seu direito político; deve-se
manifestar com inteligência e perspicácia em consideração não apenas consigo mesmo, mas
também para com os demais cidadãos, pois afinal vive-se em sociedade.
Bruno Veillard
A relevância da Educação Patrimonial para o crescimento urbano
Andando pelas Cidades com seus bairros e ruas da Baixada tenho-me questionado sobre
as razões que levaram a degradação deste imenso patrimônio cultural e ecológico que
ainda insiste sobreviver, diante de um inchaço populacional que ultrapassa a casa de quatro
milhões de habitantes. Não há aqui o trato com o meio ambiente, em principal com as
questões de saneamento e seus vetores como lixo, água e esgotamento sanitário, o que
diríamos com os diversos aspectos da cultura e da memória urbana.
Mais do que cuidar do meio ambiente e das matrizes culturais, há de rever o processo de
educação do nosso povo, onde reside a origem de tudo o que vemos. Muda o homem e
seus comportamentos que mudaremos a maneira de administrar a cidade. É do seio desta
sociedade que sairão seus governantes e administradores. O descaso com a cultura e meio
ambiente é consequência direta deste anacrônico sistema educacional e seus conteúdos.
Cássia Magald, in O Direito à Memória no diz:
“Nas cidades brasileiras, ainda com maior força, as ideias de
progresso e modernidade têm levado a uma sistemática destruição
das marcas do passado. A sintomática ausência de preocupação
com o problema e a virtual fragilidade dos órgãos públicos de
preservação e planejamento urbano têm criado uma situação de
extrema gravidade no que diz respeito à necessária convivência
entre o “antigo” e o “novo”. Se o “antigo” reside uma parcela
importante da memória social e da identidade cultural dos
habitantes da cidade, desconsiderar a questão do patrimônio
histórico-ambiental urbano é exilar o cidadão, alijá-lo de seu próprio
meio – fazer da cidade um ambiente hostil e estranho à maioria da
população”.
Foi na Grécia antiga que a mãe das musas Mnemosyne protetora da história e das artes,
com seus poderes divinos, impedia o esquecimento dos fatos decorrentes da vida,
concebendo o conceito de memorável.
A memória confere identidade a uma pessoa ou localidade, é composta por seu presente
e passado e não fica concentrada em um objeto, fazendo uma conexão entre a
objetividade e a subjetividade do homem. Assim, os patrimônios materiais e imateriais e
ecológicos constituem-se em fragmentos de memória do seu povo.
Um bom projeto de reorganização urbana para Baixada, não pode prescindir de lançar luz
em um patrimônio que fica muitas vezes na obscuridade de nossa gente com sua cultura
material e imaterial. A problemática urbana faz parte do movimento histórico. As cidades
da Baixada tem problemas sérios em todas as suas cidades, não podemos qualificar as
áreas centrais de uma cidade como de classe média ou melhor situados no contexto de
urbanização. O urbanismo mal gerido estrangularam com os princípios mais elementares
da organização da cidade.
Um dos passos a seguir é estabelecer com as diversas instituições públicas e privadas
ligadas ao processo educacional, não excluindo o terceiro setor (Igrejas, ONGs, Centros
Comunitários etc.) neste grande mutirão da EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
LAR FELIZ
O tapete sorri irônico no piso da cozinha. Ou seria o tapete tão
irônico quanto as crianças que ali habitam?
Os cacos de vidro e porcelana emolduram o tapete. Coisa
atritosa essa: o feliz tapete florido e os cacos.
Olhos cegos que não enxergam nada além da utopia proposta
pelo tapete.
Mentes vazias e egoístas trocam favores por uma futura
suposta vida bucólica e sem fim. E o tapete continua feliz na
cozinha. Aos poucos as formigas chegam para se aproveitar do
mel derramado pelo pote que outrora estivera intacto.
As mentes ocas sugam a minha. As mentes ocas almejam o
meu vácuo mental, em vão. As mentes vazias se agarram a
desculpas inefáveis para permanecerem no ócio. Tudo isso
porque a ignorância é uma dádiva. E o dadivoso tapete sorri,
enquanto o mundo desmorona ao seu redor.
Aos poucos os gritos se fundem com o silêncio, aos poucos a
sujeira é limpa e em pouco tempo tudo será esquecido. Mas o
tapete continua presente e sorridente e as mentes continuam
egoístas, trocando favores, sugando outras mentes...
E a minha mente agradece, o meu ser agradece, o meu corpo
agradece pela ausência da suposta dádiva.
Eta vida besta meu Ganesha.
Marco Angeli, um contador de histórias
Um artista que não se limita a expressar traços, mas que cada obra criada por ele,
tenha um ponto emocional ligado a uma história do seu cotidiano. Sua paixão pelos
cenários das grandes Metrópoles, em especial os mais antigos, torna sua arte mais
próxima, nos transportando claramente para aquele universo, com a certeza de que
nada ali está sendo exposto por acaso.
Neste contexto, ao pintar a figura humana, procura captar a personalidade de cada
um, processo que tem por início um ensaio fotográfico feito por ele, que ao final
consegue extrair tanta emoção, que sentimos veracidade nas suas imagens.
Publicitário de formação e atuando como pintor autodidata desde a década de 70,
conquistou uma linguagem que além de demonstrar amadurecimento técnico, tornou
seu estilo extremamente único e inconfundível.
Geórgia Aguillar
Geórgia Aguillar
Te Tamari No Atua, é uma alusão direta e foi inspirado na obra prima com o mesmo
nome, de Paul Gauguin. É uma homenagem... E uma reflexão.
A obra de Gauguin, durante muitos anos, quase foi destruída por guerras e pelo
descaso da sociedade francesa, e seus 'entendidos' em arte. Curiosamente, foi
ignorada também pela igreja, que durante a guerra protegeu muitas obras de arte. E
principalmente por retratar o nascimento de Cristo em traços não ocidentais. Não há
como refletir sobre o conteúdo dessa obra de Gauguin, pintada em 1896, e não fazer
uma triste associação com o massacre de crianças palestinas e judias na Faixa de
Gaza hoje. Ou com a crueldade e preconceito para com crianças de todas as raças e
etnias, em todo o mundo. Não tenho religião, mas respeito a maior parte delas.
Entretanto, não sou capaz de compreender deuses que em nome de uma etnia
justifiquem o assassinato de crianças e inocentes de outra raça. Ou de um Deus que
ignore, por preconceito, sua própria palavra a respeito da igualdade entre os homens.
Seus filhos. Meu conceito de Deus é bem mais abrangente. Contém amor, e não
ódio. Por isso, a história do preconceito sofrido pela obra de Gauguin e seu autor me
incomodam tanto.
Gauguin morreu sete anos após pintar Te Tamari No Atua, pobre, doente e
abandonado, nas Ilhas Marquesas.
A mãe e filho que desenhei aqui são indígenas de uma das tribos do Xingu, que há
muito lutam pelo direito à terra, ao alimento e à vida. Lutam pelo direto de serem
reconhecidos como filhos de Deus.
Marco Angeli
O QUE É A MÚSICA?
— É a essência da beleza sonora. A magia
que permite transmitir sensações, emoções,
estados de espírito, através da combinação
dos sons emanados dos mais diversos
instrumentos, aportando, num elevado
número de casos, o suporte ideal para a
comunicação mais explícita da palavra,
como fundo para a récita de poemas, ou se
transforma em grandes canções de sucesso,
emprestando, às mensagens contidas nas
letras, a força, a doçura, a leveza e, por
vezes, a irreverência, tão necessárias para
que as mesmas, em forma de palavras,
sejam melhor assimiladas e possam
perpetuar-se na memória coletiva.
COMO A MÚSICA ENTROU EM SUA VIDA
E O QUE MUDOU?
— Ela entrou de forma natural. Com um jeito
atrevido, não bateu à porta nem pediu
licença para entrar. Simplesmente entrou.
Quando pretendo viajar pela minha vida
passada, em busca de um momento em que
a música não tenha sido significativa para
mim, torna-se tarefa impossível. Sempre
recordo a minha afinidade com a música,
expressa desde tenra idade. Na prática,
traduziu-se no fascínio obtido pela
sonoridade do velho piano da família,
quando, com 5 anos de idade, me atrevi a
elevar-me em bicos de pés, levantar a tampa
do instrumento e percorrer as teclas de
marfim, deleitando-me com os sons que ia
produzindo, numa descoberta fantástica de
novos desafios, num mundo ainda
desconhecido para mim.
Desde então, não voltou a sair da minha
vida.
BATENDO PAPO... Com o MAESTRO João Simões
musicais, a referência mais evidente é a
minha estância em Espanha, onde
desenvolvi exclusivamente a profissão de
pianista ediretor de orquestra, ao longo de
vinte anos, tendo partilhado cenário com
alguns dos nomes mais conhecidos de
então, com destaque para Luís Aguilé,
Conchita Bautista, Elsa Baeza, Marian
Conde, Xil Ríos. Ainda em Espanha, como
técnico de engenharia de som, produzi
dezenas de trabalhos discográficos e
sonorizei alguns concertos.
Trabalhei de perto com Xil Ríos, produzindo
grande parte dos seus trabalhos
discográficos, assim como os de “Frente
Frío”, e “D’Cámara”.
Em direto, sonorizei vários artistas, com
destaque para Tete Montoliu.
De regresso a Portugal, dirigi e ocupei o
lugar de pianista na “Orquestra Ligeira da
Câmara Municipal de Tarouca” entre 2001 e
2008, tendo-se destacado o meu trabalho
nessa orquestra, enquanto orquestrador,
deixando em sua posse a totalidade do seu
repertório de então.
Quanto à segunda vertente, já em Portugal,
continuo a trabalhar.
No meu estúdio, como produtor musical e
engenheiro de som, edito regularmente
vários trabalhos, à parte de me dedicar à
composição, que é a minha grande paixão.
A Formação e Ensino da Música tornam-se
a terceira vertente da minha atividade.
Procuro colocar toda a minha experiência e
profissionalismo ao serviço de todos os que
pretendem aprender, tendo escrito, para o
efeito, um manual de referência de
“Formação e Harmonia”, no qual condenso
todos os conceitos essenciais, com uma
visão diferente, clara e objetiva,
proporcionando uma assimilação mais
racional e lógica da matéria.
Moimenta da Beira - Portugal
Transformou-se em musa, em companheira e
em cúmplice perfeita, sempre que a ela pedi
inspiração, aconchego em momentos de
solidão ou força para me apoiar nos meus
devaneios de amor ou ingenuidade.
A partir de determinado momento, ponderei e
decidi que a música seria, incontornavelmente
a minha vida, a minha profissão, a razão da
minha existência, enquanto ser humano
necessitado de transmitir aos demais, o meu
conceito da arte musical.
Costumo afirmar que a pior coisa que me
poderá acontecer é ser privado de ouvir,
compor e tocar música.
QUAL A SUA MAIOR ALEGRIA?
— Enquanto pessoa, muitas alegrias
preencheram a minha existência. Uma delas,
o facto de ser pai, já que a realidade superou
muitíssimo as expectativas da imaginação.
Essa realidade foi a base para um
entendimento diferente das coisas. Aprendi a
valorizar as pessoas e a amá-las enquanto
seres humanos que me acompanham nesta
viagem, que é a aventura da vida. Hoje, estou
certo de que a maior alegria em minha vida foi
a série de oportunidades de poder ajudar os
outros quando necessitaram, descobrindo
quão maior é o prazer de dar, que o de
receber.
QUAIS OS SEUS PRINCIPAIS TRABALHOS
NA MÚSICA?
— Posso dividi-los em três vertentes. A que
se relaciona diretamente com a área da
composição e execução, a que versa mais a
faceta de produtor musical e engenharia de
som e finalmente a formação e ensino da
música.
Em relação à primeira vertente, para lá de
uma fase inicial, em que se destacou a minha
presença assídua em variados grupos
“Vem Clarear!”
Show da atriz e cantora Sandra Serrado. O show relembra a beleza e a genialidade da
voz, carisma e sedução de Clara Nunes e presta uma homenagem aos grandes nomes do
cenário musical brasileiro, como Ataulfo Alves, João Nogueira, Adelson Alves, Paulo Cesar
Pinheiro, Paulinho da Viola e o Velho Guerreiro Chacrinha.
Com direção musical de Fhernanda Fernandes.
Sandra Serrado traz para os palcos releituras musicais e pequenos textos para contar e
cantar Clara Nunes, em 90min de encantamento e saudade. Um Tributo a Guerreira
relembrando sucessos como Alvorada, Morena de Angola, Tristeza, Pé no chão, Feira de
Mangaio, entre outros.
PRÓXIMO SHOW 12 de agosto,de 2014 no dia do aniversário de Clara no Democráticos, Lapa - 20h.
Nossa coluna infantil inicialmente abordara um dos grandes escritores da literatura
brasileira. Monteiro Lobato.
Nenhum autor é tão representativo da literatura infantil brasileira do século 20 quanto
Monteiro Lobato. Seu primeiro livro para crianças, A Menina do Narizinho Arrebitado,
foi publicado em 1920 e, desde então, sua fantasia já atravessou décadas e segue
para a terceira geração de leitores, em várias reedições e até adaptações para a
televisão, do mundo hiper-realístico do Sítio do Pica-pau Amarelo.
Nesse lugar fantástico acontecem as aventuras de Narizinho e Pedrinho na
companhia de Visconde de Sabugosa, um sabugo de milho que era um sábio, Emília,
uma boneca de pano falante, Quindim, um rinoceronte domesticado e Rabicó, um
porco com título de marquês. Tudo sob a tutela de uma ama negra superprotetora,
Tia Nastácia, e de Dona Benta, a avó das crianças. Vislumbrado pela literatura infantil
mundial, Lobato fez também Peter Pan, Alice, personagens da mitologia e até o Gato
Félix passearem pelo Sítio.
Por meio de linhas inventivas ou críticas, o escritor retratou um Brasil cultural e
socialmente atrasado e, ao mesmo tempo, deixou-se também levar pela fantasia do
imaginário infantil, no qual criou seu maior legado à literatura brasileira: a
possibilidade de criar o impossível.
O escritor é considerado pioneiro na literatura paradidática, aquela que se aprende
brincando, por transmitir ideias e conhecimento em livros que falam de história,
geografia e matemática.
Aqui, vocês conhecerão nas próximas edições desta revista, o mundo mágico deste
grande escritor... Aguardem!
Beijos em todos
Tia Priscila Farias
MONTEIRO LOBATO
LINGUAGEM DA NATUREZA
“Os matemática não nascem: eles surgem !”
LINGUAGEM DA NATUREZA
“Os matemática não nascem: eles surgem !”
Apesar de ser possível identificar já na antiguidade algumas aplicações
isoladas da Matemática na descrição de fenômenos naturais, como pode ser
visto, por exemplo, em alguns trabalhos de Arquimedes, foi sobretudo
durante o renascimento científico que esta relação se intensificou e se
consolidou, adquirindo a Matemática, então, o status de ferramenta
imprescindível da Ciência. Uma tão íntima relação pode ser vista, entre
outros, nos trabalhos de Galileu, Kepler e Newton, onde fica claro que o
vitorioso método científico então nascente incorporava uma dimensão
matemática que ia muito além da mera conveniência ... Hoje, após alguns
séculos de maturação desta relação, a Matemática, mais que ótima
ferramenta, já se configura em algumas áreas da Física, tais como na teoria
da relatividade geral, como a principal fonte dos conceitos físicos.
Por que isto? Qual a razão desta tão íntima relação ente Matemática e
fenômenos naturais?
A regularidade matemática da natureza, apresentada pela primeira vez em
todo o seu fulgor na lei de gravitação universal de Newton, é sem dúvida uma
das maiores descobertas humanas e tem inspirado ao longo dos séculos
desde a fé do mais devoto beato à mais arrogante tese do filósofo ateu. Uma
vertente respeitável, no pressuposto de que a natureza é obra de Deus,
conclui que a matemática, linguagem da natureza, só pode ser divina, pois só
através dela a natureza se torna compreensível.
Existem diversos outros argumentos que corroboram uma tal suposição.
Penrose, em sua magistral obra “a mente nova do rei”, notou que uma criação
humana qualquer, desde um objeto tecnológico como um carro ou satélite até
contratos sociais ou constituições, se caracteriza pela irremediável e
gradativa obsolescência ao longo do tempo, exigindo sucessivos
aperfeiçoamentos ou mesmo substituições para que ainda se mantenha útil,
vale dizer, foi criação humana, vai se tornar obsoleto e precisará ser
substituído. Entretanto, não é isto que ocorre com os “objetos matemáticos”…
Historicamente, novos conceitos matemáticos só são admitidos pela
comunidade científica após um longo tempo de maturação e quando a sua
conveniência está suficientemente clara
Esta parcimônia típica dos matemáticos, sem dúvida, contribui para que a adoção
de novos objetos correlatos aos novos conceitos se processe de forma firme e
segura, mas não justifica inteiramente a incrível capacidade destes objetos de ao
longo do tempo revelarem reiteradamente novas e surpreendentes propriedades e
possibilidades sequer parcamente vislumbradas em suas origens.
Todos os objetos matemáticos, como exemplo os grupos e os números complexos,
não só não sofrem da inevitável e gradativa obsolescência ao longo do tempo que
caracteriza as criações humanas como reiteradamente revelam possuir novas e
surpreendentes propriedades. Não são, portanto, obras do homem. Mas, então,
quem os criou ? De onde eles vem ?
O Platonismo Matemático é uma corrente filosófica dentro desta ciência que
postula que os objetos matemáticos tem uma existência real, num local que lhes é
próprio e independente da observação humana, ou seja, os matemáticos nada
criam, tão somente descobrem o que já existia e existirá eternamente.
Johann Carl Friedrich Gauss
Paulo Santa Rita
Carinho de PAI nunca é de menos...
Vamos dar uma reviravolta na contracultura e oferecer aos pais carinhosos e afetivos, um
lugar no planeta de consideração e com saudáveis aplausos. Um dia como esse, vamos
homenagear o dia do Pai, que já foi revisto em filmes tantas vezes. É quando o homem
simplesmente deixa de ser o "adultescente bobão" e parte para a vida familiar. Ele cresce.
Considero que crescer é difícil, viver em grupo também. Mas amar os filhos respeitá-los e
simplesmente prepará-los para a vida, é tarefa de PAI também. Agosto vem por aí, vamos
já ligar para o Pai e dizer que desejamos com ele torcermos juntos no futebol, escolhermos
nas urnas os melhores candidatos e admirarmos o seu dia a dia de trabalho. Desejamos
dividir com ele nossas dúvidas e conversas sobre: amor, sexo, estudos e eventos sociais. E
que ele persista, insista na educação dos filhos. Entenda que caberá o amor por ele em
nossos corações. Por que afinal, como filhos, também contribuímos para o crescimento
paterno, que vai além do afetivo. É troca, comunicação e aprendizagem. E quando
percebemos que envelhecemos, podemos lembrar-nos da admiração e verificarmos, que a
espécie perpetuada, nem nos pertence. E já percebemos que viver, escolher, ser e fazer
parte do mundo adulto, também dá muito trabalho. As características que fincam são: a
educação, os conceitos de ética e respeito, o amor recebido e oferecido como troca afetiva.
Os filhos nos imitam, para após superarem em atitudes e comportamentos, com o
amadurecimento, perpetuarem os conceitos, de pai para filhos todos os ensinamentos da
vida. Comunique-se com seus filhos e insista no amor, isso importa, concorda? Abraços.
Gisele S Lemos Psicóloga.
Foto tirada no Alzirão no jogo de copa com a Bandeira Humana, jogo cooperativo do Grupo
Conto & Cena.
Gisele Lemos
PROSA DE PSICÓLOGA
Augusto Vargas nasceu e vive em Nilópolis, Baixada Fluminense, depois de
estrelar diversas campanhas de publicidade como modelo da Elite Models, viu sua
carreira tomar novos rumos, ganhando destaque na mídia, fato que chamou a
atenção da Rede Globo de Televisão que o convidou para fazer parte de sua
oficina de atores, e aonde se deu o início de sua carreira de ator. Após diversos
trabalhos na emissora, migrou para Rede Record de Televisão participando de
diversas novelas, ainda fez cinema, e teatro. Mas este ator irrequieto, ao longo de
16 anos de carreira, exerceu alguns cargos públicos. Em 2003, foi diretor do
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - INEPAC, 2009 a 2012 exerceu o cargo
de secretário de cultura de Nilópolis, e presidente do Fórum de Cultura da Baixada
Fluminense. Em 2013, indignado com a atuação da classe política brasileira,
participou de varias manifestações pelo Estado do Rio de Janeiro. Mas, acuado
entre o vandalismo e a truculência, decidiu parar de reclamar e partir para a luta. O
cidadão gritou mais forte dentro dele, e diante das desigualdades sócias tomou
uma atitude RADICAL. Resolveu se candidatar a Deputado Estadual pelo PV para
poder lutar em prol de um mundo melhor.
Inconformado com o descaso do poder público bradou:
- Se pessoas de bem, como nós, mesmo com pouca esperança, não reagirem,
bandidos e corruptos continuarão no poder, decidindo nossos destinos. Concorro à
vaga de deputado estadual, para representar as pessoas de bem que querem ter
voz, e se preocupam com o coletivo. Temos fome de cultura e educação de
qualidade. Necessitamos, com urgência, de hospitais, equipados e com médicos.
Segurança pública que nos traga a Paz. Transporte digno e barato. Ar puro,
respirável. Água nas torneiras de todos. Podemos mudar as regras deste jogo sujo.
Juntos somos fortes. Acredite!
Augusto Vargas é o filho, o irmão, o neto, o amigo, o companheiro, que todos nós
gostaríamos de ter em nossas vidas. Sua lisura, seu carisma faz com que seja
respeitado e querido por todos aqueles que têm o prazer de desfrutar do seu
convívio.
Vamos lá Augusto. Porque muitas vozes,em um só grito. Liberta!
Iolanda Brazão
Uma publicação De N.F.S
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Revista e Jornais – ME
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Diagramação e Capa:
Paulo Vieira
Reportagem: Flavia Cardin
Iolanda Brazão,Priscila Farias
Veronica Lomeu,Paulo Santa Rita,
Geórgia Aguillar
Colaboradores: Gênesis Torres
Pablo Protázio, Jéssica Trigo,Bruno
Veillard,Gisele Lemos
Fotografia:
Patrícia Munique De Lucena Da Silva
Revista Encenação – Pág 01 Julho
2014
Nossa Capa:
Apocalipse
De
Marco Angeli
A todas as pessoas envolvidas na
produção nossos agradecimentos
Nas próximas páginas...
02 - Editorial
03 - Perdas na Literatura
05- Entrevista
07- Poesia Em Cena
09- Gengibre
10- Nosso Brasil
12- Excertos
13- Ditados Populares
14 - O poder da leitura
15- Monique Oliveira
16- Curiosidades
17- Dia do Amigo
19- Relações Internacionais
20- Educação
21- Lar Feliz
22- Marco Angeli
24- Bate Papo
26- Vem Clarear!
27-Monteiro Lobato
28- Artigo
30-Prosa de Psicóloga
31- Augusto Vargas
33-Expediente
Conta Capa: Sandra Serrado
REVISTA ENCENAÇÃO
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