portfolio edison morais

Edison Morais

PortfólioRedação Publicitária e Poesia

ANÚNCIOSPublicidade

TÍTULOS CONCEITUAISPublicidade

HUM – INSTITUTO ILUMINAInstituto de desenvolvimento pessoal e espiritual

DOIS – MUSEU DO TELEFONEHistória da Telefonia

POESIALiteratura

José levanta às cinco,Vai para a escola.Limpa o chão,o portão e a privada. Final de aula,Salas vazias,lousas cheias de conhecimento,cada sala um ensinamento.Que José não aprendera, mas apaga. Corpo exausto,volta pra casa.Beija sua esposa.Lê um livro,adormece. ____________________________ Armando levanta às cinco,Vai para a escola.Ensina Geografia,História e Geometria. Final de aula.Alunos cheios de deveres,Professores vazios de obrigações. Mente exausta,volta pra casa.Brada com a esposa.Liga a tevê,adormece.

Em si na mento

Sou a ironia,tô espalhada por aí. Numa pincelada sutil,assedio a mensagem.Do mensageiro sou ferramenta,do destinatário sou miragem. Há os que me empregamde modo grosseiro.Pichada num muro,exalo mau-cheiro. Que façam bom usoe mostrem educação.Coloquem perfumee pelica na mão.

Aspas

Ser insone: É viver maispor ficar mais tempo acordado?Ou é viver menos,por ter sonhado menos? Um terço de nossas vidas no colchão,outro terço no trabalho,e o último na contramão.

Chronos Sonos

Amor, Me acordequando a noite passar.E mais tempo, de um novo diaeu precisar Me acordequando o noticiário acabar.E à novela romântica,as notícias sangrentascederem o lugar Me acordequando esse problema acabar.E menos um obstáculotiver que atravessar Me acordequando essa crise acabar.E o sentido da vidapra mim, você encontrar.

Travesseiro

Todo dia eu insisto que existoNem que para issoEu tenha que deixar registro Escrevo, fotografo e rabiscoTodo traço marcadoTem seu propósito e seu risco Registro a vida ao máximoEm suas páginas,Procurando ser um títuloE não um asterisco Todo dia eu insisto que existoEvitando a mágoa e o viscoReforço esse pensamentoSenão qualquer dia eu desisto

Posterioridade

PROSALiteratura

Chegou em casa exasperada. Deixou a bolsa e o celular na primeira superfície plana que encontrou e foi em direção a ela. Era fria, robusta, determinada à inércia.

Automaticamente estendeu seu braço à porta e o flexionou de volta com a força necessária para que a esta se abrisse. Nem mais nem menos. A força era exata conforme a prática diária dos anos lhe condicionara.

Já sabia o que encontraria lá, mesmo assim ficou estacionada em frente ao compartimento. Nada de errado: os queijos estavam na gaveta, os ovos na primeira prateleira da porta e as bebidas deitadas no último nível.

Apenas seus pensamentos estavam fora do lugar.Demorou em voltar a si. Então percebera pelo frio em seu rosto que já estava há tempo demais olhando para o

nada entre o leite longa vida e a melancia reparada com Magipack.Não conseguiu encontrar nenhum item ou combinação que lhe apetecesse. Nem estava com fome, afinal.

Seu pensamento passara do prazo de validade.

Posterioridade

Somente uma morte daquelas na empresa para o colocar em casa no meio da semana.Era tudo tão estranho. Não que se preocupasse com o defunto, mas havia décadas que não saía de casa em uma quinta-feira às nove horas. Caminhava despreocupadamente enquanto o sol que iluminava parcela de seu corpo o aquecia daquele friozinho suportável. A sombra das folhas de árvores eram mais satisfatórias que qualquer viagem de negócios.

Na padaria, o que seria uma média, se tornou uma experiência completa. O bom-dia do padeiro era mais sincero que o de sua secretária e o banquinho do balcão lhe proporcionava uma melhor vista da realidade do que a janela de seu escritório.

Passou a tarde como nenhuma outra. As futilidades dos programas femininos na melhor mistura culinária-fofoca soavam como música para alguém que só ouvia sobre relatórios, reuniões e conferências naquele horário.

Assunção estava preocupada com o patrão e decidiu lhe oferecer um café da tarde. Era impossível recusar, afinal seu estômago já indicava a insuficiência da média para a nutrição de um dia inteiro e a cafeína era um vício maior que o trabalho.

O cheirinho do café fumegante estimulava não só os sentidos, mas a conversa. Assunção pouco sabia sobre seu patrão, apenas o que sua esposa lhe contava nas vezes que seu flexível horário lhe permitia estar em casa. Sabia que seu patrão havia sido transferido de filial há pouco tempo, era o suficiente para puxar conversa:- O Senhor tá gostando do trabalho?- Sim, não muito diferente, mas ainda assim interessante.Instintivamente engatou: - E você?

Fora da média

Edison Morais+55 11 9689 1858edison.morais@gmail.com