os desafios da escola pÚblica paranaense na … · a preservação do patrimônio...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica
PDE – Turma 2014
Título:
A preservação do patrimônio histórico-cultural de Ouro Verde do Oeste
como referencial de identidade e construção de cidadania.
Autor: Lourdes Aparecida Negrini
Disciplina/Área: História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual de Ouro Verde
Município da escola: Ouro Verde do Oeste
Núcleo Regional de Educação: Toledo
Professor Orientador: Alexandre Blankl Batista
Instituição de Ensino Superior: UNIOESTE
Relação Interdisciplinar: Geografia e Artes
Resumo:
O presente projeto de Intervenção Pedagógica justifica-se pela necessidade de se estimular a memória coletiva local como referencial de identidade e cidadania. Parte-se de uma prática familiar para repensar os conceitos de identidade, história, memória, documento e preservação como objetos coletivos, buscando alternativas ao seguinte pressuposto: Como o ensino de História pode contribuir para a preservação do patrimônio público escolar e histórico-cultural local? Assim, com pesquisas bibliográfica e exploratória com educandos do 6º ano do Colégio Estadual de Ouro Verde do Oeste (PR), pretende-se auxiliar a comunidade escolar na interpretação e conhecimento de seus bens culturais, potencialmente caracterizados como Patrimônio Histórico, ainda que não tombados. Tal reconhecimento de identidade e prática cidadã dar-se-á numa perspectiva problematizada do conhecimento e construção histórica, a partir da análise de
diferentes fontes, objetivando facilitar a compreensão da História como ciência humana, em que se escreve e preserva mediante recortes e interesses.
Palavras-chave: Identidade, História, Memória, Educação Patrimonial.
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público: Alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental
1- APRESENTAÇÃO
A escola enquanto criação humana constitui o lugar privilegiado da produção
e problematização do conhecimento científico, em cada momento histórico.
Enquanto instituição que não é neutra, ela cumpre uma função social na educação.
Assim, se compromete com uma formação significativa na prática cotidiana.
Segundo Piletti: “A educação é um processo universal do qual ninguém escapa, mas
que varia de acordo com a sociedade em que se realiza” (PILETTI, 1994, p.17).
Nesse processo de educação tem-se o ensino de História, que contribui
oferecendo o entendimento de que todos somos sujeitos históricos, que existem
diferentes concepções de um mesmo acontecimento, em virtude dos métodos,
fontes e interesses do pesquisador. Portanto, enquanto disciplina, contribui para a
formação cidadã, na medida em que compreende a história como fruto das ações e
reações humanas no tempo e no espaço.
Nesse sentido, essa produção didática pedagógica, intitulada “A preservação
do patrimônio histórico-cultural de Ouro Verde do Oeste como referencial de
identidade e construção de cidadania”, parte de um pressuposto pessoal e local da
prática de preservar objetos e memórias para problematizar a história local,
enfatizando a importância de se conhecer e valorizar a cultura local com referências
individuais e coletivas. A partir de então, acreditamos que essas ações contribuam
para a cidadania enquanto prática social, na medida em que compreendem os
procedimentos de escrita da história onde se registra e preserva mediante recortes e
interesses.
Trata-se de auxiliar o reconhecimento de todo indivíduo como sujeito histórico
a partir da valorização e reconhecimento da memória plural local; busca-se superar a
visão de localidade e regionalidade como limitador de uma identidade menos
significativa que a mundial, na medida em que, ao problematizar o conhecimento
histórico com uso de fontes orais e escritas, pretende-se possibilitar a visão de que a
história enquanto registro escrito atende a uma possibilidade de síntese para facilitar
o ensino, mas sem restringir-se apenas a essa perspectiva. A história é muito mais; é
o resultado das ações humanas no tempo e no espaço, tendo ou não o indivíduo
consciência disso, mas que ao reconhecer o seu papel e o do coletivo nos rumos da
história possibilita promover ações diferentes em relação a si, aos outros e ao
patrimônio público e histórico local.
Embora a depredação do patrimônio público seja considerada crime, tais
atitudes têm ocorrido em nossa escola nos diferentes espaços, como se isso fosse
natural, desde riscos nas carteiras, até pichações nas paredes, obrigando
investimentos em formas de controle e inibição de tais atitudes. Assim, percebe-se
que muitos educandos não reconhecem e valorizam o público como algo seu. Dessa
maneira, pretendemos problematizar a história e memória local como forma de
conhecer e valorizar os lugares de memória como espaços construídos mediante
recortes e interesses, mas que, com um entendimento histórico-crítico, possibilitem
ações que combatam qualquer tipo de depredação ou destruição, na medida em que
correspondem a interesses coletivos.
O município não dispõe de um local específico para o arquivamento dos
objetos de memória locais. Isso tem sido oneroso para o ensino de história local,
uma vez que a memória está se perdendo pela ação do tempo. Assim, as fontes
para esse estudo serão depoimentos orais, recortes de jornais, trechos de textos, a
utilização do museu virtual como fontes históricas, apontando diferentes
metodologias de construção do conhecimento histórico numa perspectiva
problematizadora, objetivando contribuir no entendimento da historiografia, como
possibilidade concreta de compreender como a história é escrita.
Por ser um tema pouco conhecido nas escolas e pela população, a Educação
Patrimonial torna-se cada vez mais necessária diante da formação cidadã, ao
reconhecer no público o seu direito à memória, existente em todos os lugares. A
Educação Patrimonial, dentro das limitações existentes, pode ser construída aqui a
partir da reflexão sobre a utilização de espaços, vestígios deixados pelo homem,
como documentos, escolhas possíveis dentro de condições materiais, recortes de
jornal, blogs e depoimentos orais, mostrando inclusive que a escrita da história não é
rígida, mas sim, depende da escolha do tema, das fontes, interesses e na busca de
resposta às inquietações do presente.
Diante dessas prerrogativas, o presente material didático pedagógico,
organizado no formato de Caderno Pedagógico, será aplicado para alunos do 6º ano
do período vespertino do Colégio Estadual de Ouro Verde do Oeste. Com base nos
conceitos de identidade, história, memória, patrimônio histórico e cidadania, propõe-
se auxiliar a comunidade escolar na interpretação e conhecimento dos seus bens
culturais, potencialmente caracterizados como Patrimônio Histórico, ainda que não
tombados, como forma de desenvolver o sentimento de pertencimento e atitudes de
cidadania frente à responsabilidade coletiva de se preservar a memória plural, a
historicidade da vida humana e o reconhecimento de que o indivíduo se constrói
como sujeito histórico. O trabalho enfatizará a reflexão sobre a realidade cidadã, a
partir de uma historicidade em que preservar a memória plural é condição sine qua
non para a construção da cidadania.
MATERIAL DIDÁTICO
TEMA: O ESTUDO DA HISTÓRIA LOCAL COMO METODOLOGIA PARA O
ENSINO DA HISTÓRIA.
TÍTULO: A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL DE OURO
VERDE DO OESTE COMO REFERENCIAL DE IDENTIDADE E CONSTRUÇÃO DE
CIDADANIA.
Unidade 1 – História, memória e identidade
Conteúdos: história, memória, fontes históricas, sujeitos históricos e cultura.
Aulas previstas: 04 aulas
Objetivos:
- Propiciar atividades que valorizem o educando, seus familiares ou conhecidos
como sujeitos históricos.
- Identificar as fontes orais, escritas e imagéticas para escrever recortes da vida, e
compreender os métodos da escrita da história a partir do trabalho do historiador.
- Valorizar a preservação da memória individual e familiar.
- Compreender que a pesquisa histórica parte de uma indagação, um
questionamento feito pelo historiador acerca de problemáticas atuais, ou temas de
interesse pessoal.
Encaminhamento metodológico
Essa etapa envolve conceitos e ações pertinentes ao trabalho escolar de
modo a informar sobre a produção didática pedagógica e diagnosticar os níveis de
conhecimento do educando em relação a temas, conceitos, percepções sobre
identidade, história, história local, patrimônio, cidadania, além de facilitar a
compreensão dos procedimentos da história na prática do educando. Para tanto,
serão utilizados alguns recursos;
1ª aula - Exposição dialogada sobre a formação continuada no contexto do PDE e
as atividades pedagógicas a serem desenvolvidas, afinal os educandos serão os
sujeitos envolvidos diretamente nesse processo. Para o levantamento diagnóstico
serão realizadas interação oral e a técnica do “caderninho de recordação”.
Encaminhamento da atividade do caderno de recordação.
2ª aula - Continuação da atividade “caderno de recordação”.
3ª aula - Leitura e interpretação de textos – Memória, recordação, persistência de
costumes, de cultura.
4ª aula - Aplicação de pesquisa com familiares, percorrendo os métodos de
pesquisa do historiador, a partir da oralidade, documentos pessoais e patrimônio
familiar.
TEXTOS E CONCEITOS
Material para as três primeiras aulas
O que a História estuda?
A História estuda os processos de mudanças e permanências ocorridas nas
sociedades ao longo do tempo. Sejam elas no campo das tecnologias, da moda, da
alimentação, da construção de moradias, do lazer, da luta por direitos das mulheres,
negros, crianças, enfim, das relações humanas entre si. Por isso, pode-se dizer que
História é o estudo dos seres humanos no tempo, em que todos são sujeitos
históricos por estarem inseridos na sociedade.
Como os conhecimentos sobre a História da Humanidade são construídos?
Os conhecimentos históricos são produto dos estudos de historiadores –
pessoas especializadas que cursaram a faculdade de História e, por isso, conhecem
as metodologias de pesquisa histórica que resultam numa narrativa dos
acontecimentos.
Essas narrativas diferenciam-se da ficção, pois o historiador realiza a
pesquisa a partir de questionamentos e inquietações reais da atualidade, ou por
interesses pessoais, mas com seriedade, selecionando fontes históricas – que
podem ser definidas como o que restou do passado, enquanto fruto da sociedade
que o fabricou. Podem ser escritas, visuais, orais e da cultura material, mantendo o
respeito ao acontecido.
Tanto por se tratar de uma ciência humana, quanto pelos diferentes tipos de
pesquisa, métodos, fontes e historiadores, a história não é uma verdade pronta e
acabada. Constantemente os acontecimentos históricos estão sendo revistos a luz
de novas fontes e pesquisas. Dessa possibilidade de renovação dos conhecimentos
advém a necessidade de preservação da memória plural das sociedades.
Para que estudar História?
Em uma sociedade capitalista, a pergunta “para que serve estudar história” já
nos conduz a uma visão utilitarista do conhecimento como forma de „lucrar algo‟,
mas em relação ao ensino de História sua principal finalidade consiste em contribuir
para a formação individual e coletiva das pessoas, independentemente de onde
nascemos ou de nossa condição social, temos necessidade de conhecer nosso
passado coletivo como forma de identificação de nossas origens, conhecendo as
diferenças e semelhanças em relação aos povos ao longo do tempo.
Nossas crenças, valores, formas de viver, alimentar, vestir, não são
unicamente nossas, foram herdadas e modificadas das gerações passadas. Assim,
formamos a nossa identidade. Por outro lado, esse conjunto de experiências que
aprendemos com nossa comunidade damos o nome de cultura.
Com estudos históricos podemos compreender as diferentes sociedades que
existem ou existiram, compreendendo a realidade presente. Assim, a História não é
simplesmente o estudo do passado pelo passado, mas sim, um subsídio
fundamental para compreensão do presente, como forma de desnaturalizar atitudes
de desrespeito para com o outro. Um exemplo importante de tal contribuição é de
que a realidade pode ser transformada com tais conhecimentos.
Desse modo, o ensino de História, pode contribuir para a formação cidadã,
não como algo dado, com roteiro pré-estabelecido, mas como fruto de processos e
disputas constantes pautadas pelas diferentes memórias que compõem determinada
sociedade.
Observação: Ler o texto coletivamente com os alunos e esclarecer as dúvidas.
Compreendendo cultura
Os seres humanos são diferentes dos animais pelo fato de serem seres
culturais. Somos iguais em necessidades e direitos, mas culturalmente diferentes de
outros povos, habitantes de outros países, cidades, bairros etc.
Os elementos de nossa cultura dizem fazer parte de nossa identidade,
maneira de ser, vestir, falar, trabalhar, enfim, tudo o que fazemos em nosso dia a dia
faz parte da nossa cultura.
Dentre esses elementos culturais temos aspectos materiais e imateriais da
cultura, os materiais referem-se ao conjunto de objetos (instrumentos de trabalho,
meios de transporte, tecidos, habitações, entre outros) produzidos pelos seres
humanos de uma determinada sociedade. Já os imateriais referem-se a tudo o que é
produzido pelo ser humano, mas que não é palpável: o jeito de fazer os alimentos,
as festas, brincadeiras de uma determinada sociedade, a forma de trabalhar, enfim,
tudo o que fazemos cotidianamente.
Bibliografia consultada:
BOULOS, Júnior Alfredo. História sociedade & cidadania – Edição reformulada 6º
Ano 2ª ed. São Paulo: FTD, 2012.
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao
terceiro milênio. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2006.
Atividades
1- Observe a imagem e responda:
Figura 1 – Cartaz divulgação do Rodeio de Ouro Verde do Oeste
Fonte: Prefeitura Municipal de Ouro Verde do Oeste - 2014
a) Quais o local e o período histórico que retrata a imagem?
b) Qual a importância dessa tradição para a localidade?
c) Copie a frase que demonstra o reconhecimento regional de Ouro Verde por causa
dessa festa.
d) Dê outros exemplos de cultura imaterial presentes na comunidade em que você
vive.
e) Reflita o que significaria para a comunidade local o fim dessa tradição por
imposição de leis em defesa dos animais?
Repensando a História do Rodeio em Ouro Verde do Oeste
HISTÓRIA DA FESTA DO PEÃO DE OURO VERDE DO OESTE
As primeiras montarias que deram origem a festa aconteceram na Fazenda Santa Rosa, pois o senhor João Cesar Alves havia comprado a tropa “Pingo de Ouro Cavalo”, em Alvorada do Sul e trouxe para sua propriedade, no então Distrito de Ouro Verde, na época, município de Toledo/Pr.
A partir de então, o Sr. João Cesar Alves, seu irmão o Sr. Leandro Alves e alguns amigos, entre eles o senhor Rubens Gonçalves, Makoto Maehara, Ernesto Backes, Benedito Ribeiro de Paula-popular Dito Boiadeiro, entre outros..., tiveram a idéia de fazer com que as montarias envolvessem toda a comunidade.
Assim, em 31 de outubro de 1982, foi realizada a primeira festa do peão de boiadeiro, envolvendo a comunidade organizada do distrito de Ouro Verde, na época, município de Toledo, que se tornou uma tradicional e grande festa popular.
Fonte: Prefeitura Municipal de Ouro Verde do Oeste - 2014
História e memória
Você já parou para pensar no que é memória, e na importância dela na sua
vida? A palavra memória tem vários significados, um deles refere-se à nossa
capacidade psíquica de lembrar e esquecer acontecimentos, conhecimentos, enfim,
de armazenar informações. Além disso, você deve estar lembrando ainda que o
computador também tem memória, mas essa já se refere a uma memória eletrônica,
onde se armazena informações. Enfim, imagine se você perdesse a memória, o que
faria, como se localizaria na cidade, na rua, na escola, ou mesmo em casa?
Ao longo do tempo as sociedades humanas sempre se preocuparam em
transmitir seus conhecimentos para as gerações futuras através de registros orais e
escritos, dependendo das tradições de cada sociedade. Assim, as memórias são
compostas pelos testemunhos que foram preservados em uma determinada
sociedade, trata-se das lembranças que permitem a reconstituição da sua história;
daí a importância sempre presente do diálogo com familiares para conhecer as
gerações passadas e compreender a nós mesmos, afinal temos heranças genéticas
e culturais.
Algumas sociedades guardam esses testemunhos nos mitos e lendas, que
são passados de geração para geração, havendo sempre uma recriação deles, pois
o relato e a compreensão do mesmo nunca são totalmente iguais. Outras
sociedades foram deixando essa memória através das obras escritas, construções,
objetos que remontam suas narrativas e lembranças. Para essas sociedades, o
registro escrito “substituiu” de certa forma os relatos orais de modo a criar uma falsa
impressão de que a palavra escrita contempla a “verdade”. Dessa reflexão deriva
questionamentos que nos fazem pensar na relação entre memória e história, que
não são sinônimos. A primeira é seletiva, escolhe o que “lembrar” e “esquecer”, seja
pela capacidade do cérebro em “apagar” certas informações, seja pelo fato de
lembrar somente o que nos interessa. Já a História tem como função problematizar
as diferentes memórias e produzir uma narrativa histórica.
Em geral, os registros que sobreviveram do passado representam apenas
uma parte da vida dessas sociedades por causa do tipo de memória preservada.
Assim, através da pesquisa histórica com critérios específicos, rigor metodológico e
conceitual, estando sujeita a frequentes questionamentos entre seus especialistas a
escrita da história está sujeita a constantes mudanças e revisões.
Bibliografia consultada:
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao
terceiro milênio. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2006.
NORA, Pierre. Entre memória e história. A problemática dos lugares. In: Projeto História. São Paulo: Projeto História n.10. Revista do Programa de Estudos dos Pós-Graduados em História do Departamento de História, 1993. Disponível em: <http://www.pucsp.br/projetohistoria/downloads/revista/PHistoria10.pdf > Acesso em: 25 jun. 2014.
Atividade
1- Pensando nos conceitos de História e Memória, no trabalho do
historiador e na história oral, vamos entrevistar uma pessoa da família
para por em prática esses conceitos.
Todos nós guardamos lembranças do passado, sejam escritas, imagéticas,
objetos, narrativas orais. Muitas vezes ficam esquecidos e até mesmo
desvalorizados diante da rapidez do mundo moderno. É o caso, por exemplo, das
pessoas idosas que gostam muito de contar histórias: elas possuem lembranças que
podem ser transmitidas às novas gerações. Essas lembranças e objetos são muito
importantes para reconstruirmos a história de nossa família, compreendendo melhor
a sociedade num passado recente.
a) Reflita sobre o que tem curiosidade de saber. Exemplo: a infância de seus
avós, a vida escolar, os divertimentos, o trabalho, as mudanças de cidade, as
dificuldades, as tecnologias da época, enfim, o que gostaria de saber, e
escolha a pessoa que irá entrevistar.
b) Comece com uma conversa informal, recorra a álbum de fotos, objetos
antigos guardados para auxiliar as lembranças do entrevistado.
c) Registre o nome da pessoa que está entrevistando com data de nascimento,
data e local de realização da entrevista. Não se esqueça, esses dados serão
importantes para situar tal acontecimento no tempo e espaço.
d) Vá perguntando conforme um roteiro pré-estabelecido. Por exemplo;
- Onde passou sua infância?
- Como eram as brincadeiras na sua infância?
- Tem algum objeto, foto que lhe traga recordações sobre sua vida?
- Frequentou a escola? Até que ano?
- Você trabalhava na sua infância?
- Quantas vezes se mudaram de cidade, ou Estado?
- Em que ano veio morar em Ouro Verde do Oeste?
- Como foi a chegada e os primeiros anos aqui?
- Como eram as festas locais?
e) Organize em forma de texto narrativo para apresentar em sala para os
colegas.
Orientações Metodológicas (professores)
Ao partir dos conhecimentos prévios do educando e do registro de sua história
familiar facilita-se a compreensão individual e coletiva como sujeito histórico,
possibilitando problematizar a memória e a escrita da história. Assim, ao repensar a
história individual e familiar, possibilita-se fazer um paralelo com o Ensino de
História, que também se pauta por escolhas, tanto no ato de ensinar, preservar,
quanto no ato de registrar.
O ensino de História, que contribui oferecendo o entendimento de que todos
somos sujeitos históricos, mostra que existem diferentes concepções de um mesmo
acontecimento, em virtude dos métodos, fontes, e interesses do pesquisador.
Portanto, enquanto disciplina, contribui para a formação cidadã, pois as ações
humanas estão abertas como possibilidade de transformação da realidade, na
medida em que toma como ponto de referência as problemáticas atuais, ao mesmo
tempo em que se compromete em pesquisar com seriedade o passado na busca de
respostas às indagações do presente.
A memória não se relaciona apenas com o passado, mas também com o
presente, já que a partir dela podemos caracterizar a nós mesmos. História e
memória não são sinônimos: a memória refere-se à capacidade de armazenar e
selecionar informações na dinâmica da lembrança e do esquecimento.
Por isso, a história se produz na crítica, na problematização, na reflexão,
construção, desconstrução da memória, considerando que, enquanto propriedade
psíquica e intelectual do passado, faz uma representação seletiva dele. Assim,
inclusive o esquecimento também se torna objeto da história.
Através da reflexão dos elementos culturais locais, possibilita-se uma
compreensão ampla de sujeito histórico, permitindo refletir a realidade local, inserida
num contexto regional, nacional e internacional, pois a medida que se pensa uma
importante festa tradicional local, possibilita-se essa relação.
Assim, espera-se que o reconhecimento de conceitos básicos como história,
memória, cidadania e cultura sejam facilitados através do diagnóstico, dos textos
complementares e da práxis a partir de situações do cotidiano e da história de sua
família.
Unidade 2 - História Regional e Local
Conteúdo: Localização geográfica de Ouro Verde do Oeste, História “oficial”,
ocupação e povoamento do Oeste paranaense, A colonização da Maripá, A
Colonização de Ouro Verde do Oeste.
Aulas previstas: 06 aulas
Objetivos:
- Localizar Ouro Verde do Oeste no espaço geográfico.
- Compreender a história local, a partir do âmbito regional e nacional.
- Caracterizar alguns componentes identitários no Oeste Paranaense.
- Identificar os discursos oficiais que nortearam a ocupação do Oeste Paranaense.
- Compreender o contexto que a localidade foi ocupada pelos “pioneiros”.
Encaminhamento metodológico
Essa etapa consiste em partir das reflexões pessoais e familiares produzidas
e identificadas na entrevista com familiares para estudo da história regional e local.
Busca-se compreender o processo histórico em que ocorreu a ocupação e
colonização desse espaço geográfico a partir de referências bibliográficas
previamente selecionadas, repensando a escrita da história a partir de uma visão
oficial, analisando os discursos que estiveram relacionados à ocupação regional e
local, através de atividades que possibilitem refletir a localidade a partir da
regionalidade e nacionalidade. Para tal atividade serão utilizados mapas, textos
resumidos e trechos de documentos históricos.
1ª Aula
Atividades
1- Para representar a Terra usamos o Planisfério, mapa-múndi. Com essa
afirmação pinte o planisfério conforme as orientações;
a) Use a cor azul para os oceanos e mares.
b) Use a cor marrom para os continentes.
Figura 2- Planisfério representativo do Planeta Terra
Fonte: PARANÁ, 2014
2- Use a cor amarela para pintar o continente onde estamos localizados.
Figura 3 – Planisfério representativo dos Continentes
Fonte: PARANÁ, 2014
3- Os continentes estão divididos em países. O nosso país é o Brasil. Use a cor
verde para pintar o nosso país no mapa do continente da América do Sul.
Figura 4 – Representação da América do Sul
Fonte: PARANÁ, 2014
4- Nosso país está dividido em Estados, que são as unidades da Federação.
Pertencemos ao Estado do Paraná.
a) Use a cor amarela para pintar o nosso Estado.
Figura 5 – Brasil político
Fonte: PARANÁ, 2014
5-O Paraná está dividido em regiões, localize e pinte de verde a região onde
se localiza o nosso município.
Figura 6 – Paraná Mesorregiões
Fonte: Paraná, 2014
6-Nosso município (Ouro Verde do Oeste) pertence à região Oeste do Estado do
Paraná.
a) Use a cor laranja para pintar a localização de nosso município no mapa da
região Oeste.
Figura 7 – Mesorregião Oeste do Paraná
Fonte: Adaptado pela autora.
Tabela 1 – Municípios da região Oeste do Paraná
1- Guaíra 11- Nova Santa Rosa
21 - Toledo 31- Vera Cruz do Oeste
41 – Santa Lúcia
2 – Terra Rocha 12 - Maripá 22– Ouro Verde do Oeste
32 – São Pedro do Iguaçu
42 – Capitão Leônidas Marques
3 - Palotina 13 - Tupãssi 23 - Cascavel 33 – Santa Tereza do Oeste
43 – Boa Vista da Aparecida
4 – Assis Chateaubriand
14 - Cafelândia 24 – Campo Bonito
34- - Ibema 44 – Três Barras do Paraná
5 – Formosa do Oeste
15 - Corbélia 25 - Guaraniaçu 35 - Catanduvas 45 – Foz do Iguaçu
6 – Jesuítas 16 - Iguatu 26 – Diamante do Sul
36 - Itaipulândia 46 – Santa Terezinha de Itaipu
7 – Iracema do Oeste
17 - Braganey 27 – Entre Rios do Oeste
37 - Missal 47 – São Miguel do Iguaçu
8 – Nova Aurora 18- Marechal Cândido Rondon
28 – Santa Helena
38 - Ramilândia 48 - Medianeira
9 - Anahy 19 – Quatro Pontes
29 – Diamante do Oeste
39 – Céu Azul 49 – Serranópolis do Iguaçu
10 - Mercedes 20 – Pato Bragado
30 – São José das Palmeiras
40- Lindoeste 50 Matelândia
Fonte: Adaptado pela autora.
7 – O nosso município é Ouro Verde do Oeste.
a) Destaque os limites territoriais do município, com a cor azul e cite os
municípios que são limite com Ouro Verde do Oeste.
Figura 8 – Mapa do Município de Ouro Verde do Oeste
Fonte: Prefeitura Municipal de Ouro Verde do Oeste, 2014.
TEXTOS (para 5 aulas e atividades)
A história oficial
A História enquanto produção de conhecimento está vinculada a diferentes
formas de compreender os homens em sociedade, seu registro em forma de
narrativa, contempla uma das formas de compreensão da realidade. Tem-se,
portanto, uma versão dos acontecimentos. Por exemplo, os portugueses que
chegaram nas terras brasileiras em 1500 e os indígenas que aqui estavam têm
pontos de vista diferentes sobre esse acontecimento.
Enquanto objeto de ensino, a história contribui para a formação de
identidades individuais e coletivas, possibilitando interpretar outras culturas no tempo
e no espaço, identificando as mudanças e permanências no passado e no presente.
A História ganha um caráter oficial na medida em que defende um único ponto
de vista como se fosse “a verdade”, geralmente pertencente aos grupos políticos e
elites. Nesse caso, acaba contribuindo para a manutenção do status de certos
indivíduos na sociedade, como se isso fosse natural. Diante disso, onde estão os
outros sujeitos da história?
Esse tipo de visão histórica que engloba apenas um ponto de vista é uma
visão acrítica dos acontecimentos. Ela mostra inclusive que não há conflitos,
apresenta uma sociedade harmônica, com oportunidades iguais para todos, ou seja,
a história oficial que mascara as contradições sociais.
Nesse sentido, não podemos ignorar que, mesmo sendo uma História oficial,
ela não é uma mera invenção, uma espécie de fantasia: apenas expõe os
acontecimentos diante de um determinado ponto de vista, que se torna importante
na medida em que auxilia na preservação da memória. Entretanto, essa História
oficial omite outros sujeitos históricos e impõe uma visão de Estado como redentor
de todos os males, ou responsável pelos erros, como se não fossem representados
por seres humanos.
Atividades:
1 – A história é uma verdade pronta e acabada? Justifique.
2-O que precisamos compreender para termos uma visão melhor qualificada dos
acontecimentos históricos?
O Paraná, fronteiras
O Paraná constituiu-se com suas fronteiras e divisas atuais ao longo do
tempo, definindo melhor seu espaço geográfico a partir da emancipação política em
relação à província de São Paulo a partir de 1853. Atualmente, tem como divisas os
Estados de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e, internacionalmente
como fronteira, o Paraguai e a Argentina.
Com relação à Região Oeste do Estado, local onde se localiza o nosso
município, compreende o espaço abrangido pelas cidades de Foz do Iguaçu, Guaíra,
Cascavel, Toledo, entre outros, sendo os dois primeiros localizados na área de
fronteira.
Ademais, nessa descrição simples, não se ouve falar de conflitos, mas as
divisas e fronteiras foram sendo construídas de forma turbulenta ao longo do tempo,
desde a conquista portuguesa e espanhola, intensificando-se com os processos de
independência da Argentina e do Paraguai.
Além disso, devido à própria geografia local, caracterizada pala presença de
rios navegáveis, possibilitou-se a exploração das riquezas naturais por grupos
nacionais e estrangeiros. Nessa atividade prevaleceu a exploração predatória do
mate e da madeira, ignorando, portanto, os limites das fronteiras nacionais.
Atividades
3- Cite os países e Estados que fazem fronteira e divisa com o Paraná.
4- Em que ano o Paraná tornou-se emancipado? O que isso significa?
5- As definições das fronteiras são naturais ou historicamente construídas?
Justifique com um trecho do texto.
6- O Paraná faz parte de uma região banhada por importantes rios, qual o mais
importante rio do Paraná? Qual foi a relação deles com a exploração das
riquezas naturais?
A colônia Militar
Em 1889, ano da proclamação da República, intensificaram-se no oeste
paranaense as preocupações fronteiriças, mas somente em 1943 o governo federal
fundou a Colônia Militar que deu origem à cidade de Foz do Iguaçu. A colônia tinha
como finalidade garantir a presença brasileira na região. Entretanto, o cenário pouco
mudou. A região permanecia sob o domínio de exploradores de erva mate e madeira
estrangeiros, elementos próximos à identidade brasileira eram praticamente
inexistentes: falavam espanhol, usavam o peso argentino como moeda,
comercializavam com a Argentina e exploravam a mão de obra em empresas
denominadas por obrages.
Atividade
7 – Temos certa identidade por sermos todos brasileiros. Então, quais
elementos comuns caracterizam nossa nacionalidade?
As obrages
Aproximadamente, desde 1881, grandes fazendas foram organizadas para
extração de erva mate e madeira. Argentinos próximos do local, especialmente
vindos de Corrientes e Missiones, se instalaram na região oeste com ou sem
“concessões governamentais”, dedicando-se à exploração de madeira e erva-mate
com uso de mão de obra de índios guaranis. Percebe-se, assim, que o espaço
geográfico não era um “vazio”, mas sim ocupado de forma predatória nos moldes de
semiescravidão.
Conforme Steca e Flores;
A obrage existia independente da posse legal da propriedade. Quando a erva mate e a madeira da terra ocupada esgotavam-se, eles simplesmente mudavam-se para outro lugar ou avançavam mata adentro, fora de suas posses. Entre as principais Obrages da região destacavam-se a Compañia Mercantily de Transportes Domingos Barthe; Nuñes Gibaja Martinez y Co.; a Cia. Mate Laranjeira (Miguel Matte); a Obrage de Dom Júlio Tomas Allica, sendo que esse último tinha relações com uma empresa estrangeira, a Brasil Railway Company, por meio da empresa BRAVIACO, que alugava as terras daquela empresa em questão; ainda a Fazenda Britânia (STECA, FLORES, 2002, p. 96).
Nessa região predominava uma espécie de trabalho “semiescravo”, já que a
estrutura do trabalho e as condições de vida se assemelham a condições
extremamente precárias, submetendo o trabalhador ao endividamento.
Steca e Flores definem o trabalhador das obrages da seguinte maneira:
[...] O trabalhador mensu recebia três meses de salário adiantado, chamado antecipo, mas gastava praticamente tudo, ainda em Assunção (Paraguai) ou Corrientes (Argentina), antes de ir para a Obrage. Quando chegava a esta, já precisava fazer „vale‟ para alimentação e moradia, no que era prontamente atendido pelo capataz, que tudo anotava na „caderneta‟. Como não era permitido nem ao mensu, nem à sua família, plantar hortaliças ou algo que pudesse servir no equilíbrio do orçamento doméstico, ficavam sujeitos a compras no armazém da Obrage. Acontecia então que os vales junto do capataz aumentavam, como também aumentava o tempo de trabalho gratuito do mensu, para resgate dessa mesma dívida (STECA, FLORES, 2002, p. 95).
Diante dessas práticas de trabalho impostas às populações locais, demonstra-
se que as condições para se exercer melhores relações de cidadania, dentro da
realidade brasileira e paranaense, eram inexistentes na região.
Atividades 8 – Com relação às obrages responda:
a) O que eram?
b) A quem pertenciam?
c) Quem eram os trabalhadores? Como eram suas condições de trabalho?
A colonização do Oeste do Paraná – “Construindo uma identidade”
A região Oeste do Estado do Paraná foi uma das últimas do Estado a ser
colonizada. Somente quando as empresas obrageiras entraram em decadência,
vinculadas a problemas internos e externos, é que essas terras foram colonizadas
nos moldes modernos capitalistas, voltados para o desenvolvimento, povoação e
industrialização, melhor direcionado a partir da década de 1930.
Dentre os fatores de sua decadência, podemos citar:
As duas guerras mundiais que enfraqueceram as empresas atuantes na
região, enfrentando crises econômicas e concorrência argentina.
O movimento tenentista que percorreu cerca de 25 mil quilômetros pelo Brasil,
motivados pelo descontentamento com o sistema político brasileiro; no
Paraná, passaram aproximadamente na região de Guaíra, onde evidenciou-
se a desnacionalização dessas fronteiras no oeste.
E, principalmente, a política nacionalista adotada durante o governo Vargas,
que atuou na região criando o Território do Iguaçu, além de ter iniciado
incentivos de ocupação através do slogan “Marcha para o Oeste”.
Embora a Marcha para o Oeste não se referisse unicamente à colonização do
Oeste Paranaense, pelo Decreto 19.842, de 12 de dezembro de 1930, houve
aberturas de rodovias que facilitaram o acesso à região. Em âmbito estadual foi
criada a Fundação Paranaense de Colonização e Imigração, contribuindo para
organizar o processo de ocupação do território.
Assim, percebemos que as migrações foram planejadas nos níveis federal,
regional e local, sendo a última migração direcionada por colonizadoras particulares,
mas vinculada a interesses nacionais e estaduais.
Historicamente, o Estado do Paraná foi sendo construído como região, e as
regiões atreladas a certas identidades, vinculadas à forma de colonização, ao
elemento humano e atividades econômicas desenvolvidas.
Atividade
9 – Para você, o que significa ser paranaense?
A MARIPÁ
Diante de endividamentos e falências de muitas obrages, essas foram sendo
adquiridas por empresas nacionais e pelo governo. Este, por sua vez, revendia para
uma empresa colonizadora, dando continuidade à exploração da madeira antes de
comercializar as terras.
Assim, no plano regional, percebe-se que as melhores terras foram
comercializadas via companhias colonizadoras com grandes vantagens econômicas,
pois adquiriam as terras a baixos preços, exploravam a madeira e vendiam essas
terras a bons preços.
Geralmente, grupos colonizadores, que haviam colonizado o oeste de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, também se encarregaram de colonizar o oeste
paranaense.
A fazenda Britânia, futura MARIPÁ, foi negociada com Alfredo Paschoal Ruaro
e Alberto Delcanale, seus acionistas Willy Barthe, os irmãos Egon e Kurt Berchet e
Leonardo Júlio Perna, que já haviam colonizado o oeste de Santa Catarina.
Conforme Steca e Flores:
Os acionistas da Maripá estavam divididos em dois grupos: os de alemães como Willy Barthe, os irmãos Berchet e Leonardo Júlio Perna; e de italianos, que era o grupo Delcanale. Todos eram gaúchos, e no momento de arrebanhar contingente humano para a colonização do Oeste Paranaense preferiram optar por trazer colonos das antigas colônias de imigrantes do Rio Grande do Sul (STECA, FLORES. 2002, p. 110).
Diante dos grupos humanos selecionados para povoar e colonizar a região,
percebe-se a intencionalidade de criar certa identidade local, ao mesmo tempo que
se confunde com os interesses da colonizadora, pois conhecendo o excedente
populacional, as condições financeiras e moldes de trabalhos dessas pessoas,
organizam-se muitas dessas companhias seguindo a lógica da pequena e média
propriedade. A propaganda era realizada pelos dirigentes da Companhia e
comerciantes do Sul, além dos próprios colonos que faziam divulgação “boca a
boca”.
Nas terras da Maripá, às margens do rio Toledo, foi fundada a cidade de
Toledo em 1951, servindo inclusive como sede da empresa.
Diante disso, podemos refletir, considerando que Ouro Verde era distrito de
Toledo, como foi a colonização e a construção da identidade local? Houve conflitos
vinculados à colonização? Que grupos humanos ocuparam a região? Houve
escolhas? Como eram vendidas as terras?
Atividades
10 – Qual a relação entre a descendência dos proprietários da colonizadora e os
grupos humanos para ocupar a região?
11- O que você sabe sobre o início da colonização de Ouro Verde?
Ouro Verde no contexto da colonização
O município de Ouro Verde do Oeste foi distrito de Toledo até sua
emancipação política em 1989. Assim, compreendemos que essas terras também
foram colonizadas pela Maripá. Conforme Steca e Flores:
Da colonização desenvolvida pela Maripá resultaram novos fluxos migratórios que levaram à fundação de cidades como: Assis Chateaubriand, Bom Princípio, Sede Alvorada, Gramado, Vista Alegre, São Luís do Oeste, Palotina, São Pedro, São Judas Tadeu, Ouro Verde, Luz Marina e São Francisco (STECA, FLORES, 2002, p. 114).
Assim, cabe questionar se em Ouro Verde predominou uma colonização
planejada assim como Toledo. Que grupos humanos colonizaram a região, quais as
motivações para virem à localidade? Como adquiriam as terras? Como foi construída
a identidade local?
Diante de tais questionamentos, podemos refletir as condições objetivas que
permearam a ocupação local. Pelos indícios, a colonização local não foi tão
planejada como em Toledo, mas evidenciam certos conflitos, visões que ao longo do
processo histórico procuraram justificar o pouco desenvolvimento local pela
variedade humana, e menos pelo direcionamento colonizador e incompetência
governamental.
ATIVIDADE - ANALISANDO DOCUMENTO
Para refletir melhor sobre isso, vamos analisar um trecho de um Documento
Histórico:
“São Francisco foi povoada a partir dos anos 60, por descendentes de origem
italiana e alemã oriundos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Situado no
extremo sul do município de Toledo, em sua colonização não houve conflitos.
A colonização do povoado de Ouro Verde e Luz Marina não teve a mesma
sorte. Ouro Verde foi ocupado em 60, por colonos de diferentes origens,
estrangeiros e nacionais vindos de diversas regiões do país (como polonês, alemão,
italiano). Estes compravam terras de corretores, sem mesmo conhecê-las. Quando
vinham tomar posse das terras, deparavam-se com jagunços, muitos impedimentos
e conflitos. O mesmo acontecendo com as terras situadas no extremo sudoeste,
pertencentes à Colonizadora Jamaica Ltda, chamadas de Luz Marina. Colonizadas
a partir de 1961, sendo ocupadas por famílias mineiras, paulistas e nordestinas.
Na colonização do Estado do Paraná os conflitos por terras foram frequentes.
No Oeste não foi diferente, embora tenha sido na sua maioria planejada, não ficou
isenta de conflitos de terras. As responsabilidades podem ser atribuídas ao governo
do Estado, hora por inapetência, hora por conveniência e/ou ganância de quem
estava na sua liderança. O conflito por terras em Porecatu foi um exemplo.”
Fonte: STECA & FLORES, 2002, p.116.
1- Com relação ao elemento colonizador é possível perceber que as empresas
escolhiam grupos humanos?
2- Qual elemento presente na região que mostra os conflitos pelo uso da terra?
3- Os textos e diferentes materiais impressos são neutros? Justifique.
4- Podemos dizer que o texto apresenta-se de modo preconceituoso para referir-
se à ocupação de Ouro Verde e de Luz Marina, no que se refere aos grupos
humanos que ocuparam a região? Por quê?
Ouro Verde – os pioneiros
Por volta de 1960, chegaram às primeiras famílias de “pioneiros” às terras que
futuramente se tornariam o atual município de Ouro Verde do Oeste. Eram de
origem alemã, italiana, polonesa e japonesa. Vieram dos estados de São Paulo, Rio
Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina e de outras regiões do Paraná e do
nordeste brasileiro, tinham como objetivo desbravar essas terras e assim conquistar
uma melhoria de vida.
Segundo pesquisas realizadas com entrevistas e outros documentos, que
deram origem ao livro Ouro Verde do Oeste, “essas terras pertenciam a um grupo de
três homens que moravam em Londrina: João Batista, Antônio Fava e Geraldo
Barbosa. Somente o filho de João Batista veio morar em Toledo para resolver
possíveis problemas” (SOUZA, 2003, p. 08).
Várias famílias foram chegando à região e adquirindo uma terra para morar e
construir suas moradias, enfrentando dificuldades com a mata fechada, mosquitos,
falta de transporte, atendimento à saúde, entre outros. Mas com muita união e
perseverança, vão construindo suas moradias, enfrentando as dificuldades e
garantindo sua sobrevivência.
REFLETINDO
Para compreendermos como a história local também acaba adquirindo certo
caráter de oficialidade, vamos analisar alguns trechos de um livro sobre Ouro Verde
do Oeste, escrito no ano de 2003. Com a pretensão de refletirmos como pessoas
simples são sujeitos históricos, na medida em que buscam seus ideais, esses
discursos tornam-se oficiais através de narrativas históricas que contribuem para dar
certa “identidade” para a localidade, oriunda de uma versão verticalizada (de cima
para baixo).
ANALISANDO DOCUMENTOS
DOC 1 - O trabalho
[...] “Nessa época ele tinha sob seu comando uma turma de peões paraguaios, que
trabalhavam arduamente no desmatamento” (SOUZA, 2003, p.10).
DOC 2 - As mulheres
“É fundamental ressaltar a importância das mulheres pioneiras: normalmente
trabalhavam lado a lado com o marido na roça, além de executarem as tarefas
domésticas. Eram mulheres fortes, corajosas, que não se intimidavam frente às
dificuldades, verdadeiras companheiras” (SOUZA, 2003, p. 20)
DOC 3 - O Portão
“Um fato, porém quebrou a rotina de trabalho dos habitantes do pequeno povoado:
de repente (a data aproximada é novembro de 1961) foi colocado um PORTÃO na
estrada que dava acesso a Ouro Verde. Esse portão barrava todas as mudanças
que chegavam, era vigiado dia e noite por pessoas armadas. Os elementos que
trabalhavam como “guardas” do PORTÃO eram o Jó e Oton (Otoniel dos Santos),
este último citado em diversas entrevistas como “gente boa”[…] (SOUZA, 2003, p.
26).
DOC 4 - A retirada do Portão
“Era domingo, dia de Santo Antônio, todos estavam jogando bola em um campinho
improvisado no descampado que chamavam de pracinha. Em consenso, revoltados
com tamanha opressão, resolveram dar um basta naquela situação que continha a
olhos vistos o desenvolvimento do lugarejo, além de reduzir o preço de suas terras
e, principalmente, ameaçar o sonho que os havia trazido para „este fim de mundo’.
E, assim, no caminhão do Sr. Ozébio Sallet, se dirigiram para o local em questão.
Muitos estavam armados, entretanto os guardas Oton e Jó não reagiram, então
arrancaram o portão” (SOUZA,2003, p. 28).
Atividades sobre os documentos
1 – Que outros sujeitos históricos o documento 1 revela presente durante a
colonização de Ouro Verde?
2 – Comente sobre a importância das mulheres baseadas no documento 2.
3 – Qual dos documentos demonstra conflitos pela terra durante a vinda dos
pioneiros? Justifique.
4 – Como a comunidade local se representa na atitude de arrancar o portão que
dificultava a entrada e a saída da localidade?
Observação: a leitura dos textos e atividades serão realizadas com
acompanhamento do professor, incluindo slides, mapas e textos complementares.
DINÂMICA DE REVISÃO
Construir um “bingo” com perguntas e respostas para revisar os conteúdos até então
trabalhados, verificando o estágio de apropriação dos conceitos e conteúdos gerais,
para posterior avaliação dos resultados.
Bibliografias consultadas:
GREGORY, Valdir. Os eurobrasileiros e o espaço colonial: migrações no oeste do Paraná (1940-1970). Cascavel: EDUNIOESTE, 2002.
STECA, Lucinéia Cunha, FLORES Mariléia Dias. História do Paraná: do século XVI à década de 1950. Londrina: Ed. UEL, 2002. SOUZA, Lucimara. Ouro Verde do Oeste. Santa Helena: Editora e Gráfica Benacchio, 2003.
Orientações Metodológicas (Professores)
Geralmente, a história local está permeada por uma visão atrelada ao senso
comum, que reduz a história da região à história da colonização, dando o aspecto de
uma história “oficial” do município. Entretanto, essa visão ignora, renega ou mesmo
esquece outras histórias, frequentemente silenciadas ou colocadas em segundo
plano. Assim, essa unidade pretendeu abordar a história local através de uma
referência nacional e regional, fazendo o aluno compreender que a localidade não
se explica por si mesma, mas ao mesmo tempo tem aspectos particulares que
caracterizam a forma como as pessoas e a História, enquanto registros escritos
esquecem ou enaltecem determinada visão acerca de um acontecimento.
As abordagens de história local são geralmente permeadas pelo discurso do
pioneirismo, esse discurso habitualmente costuma ser apropriado pelos políticos
para construírem a ideia de mudança, evolução em relação à localidade.
Dependendo da maneira como abordamos, e dos materiais didáticos que utilizamos,
acabamos por reproduzir esses discursos, não contribuindo para a compreensão
crítica da história.
Por outro lado, ao procurarmos problematizar um discurso, selecionando
trechos, relatos e questionamentos, também estamos sujeitos a equívocos e
dificuldades de síntese, devido a poucos materiais disponíveis. Entretanto, nossa
pretensão ao organizar os textos foi facilitar o diálogo com educandos do 6º ano,
sem a ambição de uma verdade absoluta dos acontecimentos. Ou seja, o objetivo é
estimular minimamente a reflexão sobre a localidade, a partir de interpretações,
trechos de textos, trabalhando com documentos e atividades.
3ª Unidade – História Oral e Patrimônio Cultural
Conteúdo: Sujeitos e representações, narrativas históricas, patrimônio Cultural e
preservação.
Aulas previstas: 06 aulas
Objetivos – Valorização do educando, familiares ou conhecidos como sujeitos
históricos.
- Compreender que a história é resultado das representações que os indivíduos e
instituições fazem de si e dos acontecimentos ao longo do tempo.
- Relacionar os saberes, vivências, práticas individuais e coletivas como patrimônio
cultural.
- Compreender a história oral como metodologia para o estudo da história mais
recente.
Encaminhamento metodológico
Leitura e atividades direcionadas sobre patrimônio/Arquivos e preservação
para conhecer a trajetória das leis preservacionistas no Brasil.
Elaboração do roteiro da entrevista para moradores antigos da localidade que
vivenciaram a história local identificando a história oral como metodologia para
estudo da história recente, ao mesmo tempo como forma de produção de
documento histórico para futuros estudos e pesquisas.
Produção de uma narrativa histórica para compreender o processo de escrita
da história a partir da entrevista oral.
Avaliação: Leitura e atividades dos textos; envolvimento e participação na
entrevista, produção da narrativa histórica.
Textos e conceitos (para 2 aulas)
O que é Patrimônio?
Minha família ao longo do tempo desenvolveu o hábito de guardar objetos,
fotografias, livros, canetas que pertenceram a pessoas que já faleceram, sendo da
família ou da comunidade. E sua família guarda pertences antigos dos
antepassados? Você já pensou em guardar alguma lembrança de sua infância ou
juventude para mostrar para seus filhos no futuro? O que você guardaria? Qual a
importância de guardarmos objetos, fotos, lembranças, memórias para a
compreensão do passado e do presente? Vamos pensar um pouco nisso?
As palavras e seus respectivos significados são polissêmicas, ou seja,
possuem sentidos diferentes conforme a época em que são utilizadas, o lugar e
contexto em que são empregadas. Compreender isso é importante para entender
que os conceitos não são sempre iguais em qualquer tempo e espaço.
A palavra patrimônio significou recentemente uma forma de distinção entre o
campo e a cidade, sendo usada pelos nossos avós, como se referindo à cidade. Leia
o trecho de Souza, referindo-se aos conflitos locais quando Ouro Verde era distrito
de Toledo:
Apesar de o distrito ser considerado pacato, alguns moradores citam a presença de „jagunços‟, „peões de trecho‟, que trabalhavam em fazendas da região e quando vinham ao „patrimônio‟, bebiam e provocavam „os homens de bem‟, criando muitas confusões, algumas delas terminando em morte (SOUZA, 2003, p.52).
Patrimônio pode ainda ser compreendido como o conjunto de bens de uma
determinada instituição, empresa, ou pessoa, estando associada a valores
monetários. Por exemplo: uma fazenda, uma casa, um carro de luxo etc. Esse
conceito se aproxima mais do que estamos pretendendo, pois, refere-se a um bem
importante para uma pessoa ou um grupo de pessoas. Enquanto uma palavra latina
significa uma herança de pai para filho.
Mas no sentido amplo Patrimônio pode ser definido segundo Machado
“enquanto conjunto de bens produzidos por outras gerações, ou seja, os bens
resultantes da experiência coletiva que um grupo humano deseja manter como
perene” (2004, p.10).
Nesse sentido, o patrimônio refere-se a uma herança que temos direito como
forma de conhecer a nós mesmos e aos outros pelo que nos identifica e nos difere.
As primeiras medidas relacionadas à proteção do patrimônio pelo poder
público remontam-se ao século XVIII, na França. Conforme Santos:
[...] a ideia de patrimônio público nasce com a Revolução Francesa
em 1789: após a morte de Luís XVI, os bens culturais que pertenciam à realeza e a nobreza e estavam nos diversos palácios e castelos foram declarados de interesse de toda a população, por sua importância histórica e artística.(SANTOS, 2010,p,8 ).
Se considerarmos que a Revolução Francesa foi importante historicamente
como marco da cidadania, pelos direitos reivindicados pela burguesia, excluída até
então dos direitos políticos, estendidos posteriormente às camadas populares,
podemos intuir certa relação entre a preservação do patrimônio e cidadania, pois,
mesmo que naquele momento histórico se preservou monumentos de interesse de
camadas privilegiadas da sociedade, a partir daí intensificaram-se os debates sobre
o que deveria ou não ser enquadrado como patrimônio internacional e nacional.
Em diferentes períodos, motivados por avanços sociais, modificaram-se as
concepções do que preservar, para que e por que preservar.
Brasil – leis patrimoniais e preservação
A história do Brasil tradicionalmente foi contada a partir da “chegada” dos
colonizadores europeus. Você sabe qual é o documento de “identidade” do nosso
país?
A carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao rei de Portugal é um importante
documento sobre a história do Brasil, sendo considerada por muitos uma espécie de
“certidão de nascimento”, pois é um dos primeiros documentos escritos que relatam
o que encontraram nessas terras.
Nesse documento comprova-se a existência de diferentes grupos humanos
vivendo nessas terras. Mas o que isso tem a ver com patrimônio? Considerando que
o patrimônio é de direito coletivo temos direito a ele como forma de conhecer a
diversidade cultural existente em outros tempos e lugares.
Vamos refletir um pouco acerca da importância de se preservar para
construção de uma memória plural. Leia o texto de Boulos:
[...] para a arqueóloga Niéde Guidon há provas de presença humana em São Raimundo Nonato, no Piauí, há pelo menos 50 mil anos! Niéde Guidon e sua equipe descobriram no sítio arqueológico de Pedra Furada pedaços de carvão e de pedra lascada que teriam pelo menos 50 mil anos! [...] Em 2006, [...], o cientista francês Eric Boeda comprovou que os artefatos de pedra encontrados pela arqueóloga brasileira foram feitos por seres humanos que viveram, onde hoje é o Brasil entre 33 e 58 mil anos. Estava comprovada, assim, a tese de Guidon de que a presença do homem na América é muito mais antiga do que se pensa. Sua tese é aceita hoje por toda a comunidade científica (BOULOS, 2012, p.68).
Analisando esse trecho, conseguimos compreender que a presença humana
em nosso país é muito mais antiga que a dos colonizadores. A pesquisa,
mencionada acima, só foi possível pela luta da equipe para preservar esse que,
atualmente, é considerado um importante Parque Nacional da Serra da Capivara, no
município de São Raimundo Nonato.
Mas o que todo isso tem a ver com patrimônio e a necessidade de preservar?
A carta de Pero Vaz de Caminha serviu a inúmeros estudos, inclusive como forma de
criar uma identidade para o Brasil. Também foi graças à preservação do patrimônio
arqueológico que foram concluídas as pesquisas que auxiliaram rever teorias
anteriores, além da conquista da declaração do Parque Nacional da Serra da
Capivara como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
No Brasil, a primeira lei de proteção ao patrimônio surge apenas em 1937,
pelo Decreto nº 25, de 30 de novembro de 1937. Segundo Oriá:
Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico (ORIÁ, 2005, p. 131).
A primeira lei de patrimônio foi importante, pois ajudou a construir novas leis e
possibilitou a criação de um órgão responsável pela proteção do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN, que tem a missão de promover e coordenar
o processo de preservação do patrimônio histórico-cultural brasileiro.
Preservar o patrimônio histórico e cultural é dever de todos, mas através dos
órgãos nacionais e internacionais e dos locais específicos mantêm-se preservados
os objetos, documentos, peças de arte e todo vestígio humano como forma de
conhecimento, estudo e visitação.
Por outro lado, na atual Constituição, a compreensão de Patrimônio vai além
dos bens edificados. Na medida em que avançaram as ciências sociais, a partir da
organização dos movimentos organizados, ampliou-se a concepção de patrimônio
com a terminologia “patrimônio cultural”. A Constituição Brasileira de 1988, em seu
Art. 216 afirma que:
Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomado individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória de diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I – as formas de expressão; II – os modos de criar, fazer e viver: III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas: IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais: V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico (BRASIL, 1988, p.86).
Com essa conceituação abre-se a noção de patrimônio cultural a todas as
manifestações culturais materiais ou imateriais, pois considera a diversidade e
ultrapassa os modelos técnicos anteriores que priorizavam a preservação de bens
relacionados aos bens culturais de uma sociedade, os documentos, arquivos
bibliográficos e visuais, depoimentos orais, artefatos, enfim, ao conjunto de bens que
atestam a história de uma dada sociedade, referente à memória construída acerca
de Patrimônio Cultural.
Vinculados à preservação temos os museus, arquivos e o tombamento.
Os museus, ao contrário do que muita gente pensa, não são lugares de um
passado “morto”, mas sim, lugares privilegiados de preservação da memória através
das escolhas para preservar. Palavra de origem grega, museu refere-se à
possibilidade de “voltar” ao passado e lembrar o acontecido à coletividade, enquanto
espaço destinado a conservar, estudar, valorizar e divulgar. Preserva-se no museu
objetos da cultura material e imaterial. Por diversas maneiras, o museu garante o
nosso direito ao passado de reconhecer nossa identidade social.
Os arquivos podem ser compreendidos “como todo e qualquer local onde
são guardados, recuperados e catalogados documentos públicos e privados”
(Ribeiro & Anastasia,2012, p.14). Atualmente os arquivos são abertos ao público e
pesquisadores de diversas áreas, demonstrando evolução de direitos ao passado e
à cidadania cultural.
Outra prática importante para a cidadania é o tombamento, isto é, registrar o
bem cultural como integrante do patrimônio nacional, estadual ou municipal.
Qualquer pessoa pode solicitar o tombamento de um bem cultural a partir do
conhecimento da legislação, mas o ato de tombar só pode ser realizado pela União,
Estados ou Municípios através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan). Após o tombamento, o bem não pode sofrer alterações, não pode
ser demolido e nem danificado. A restauração segue normas específicas para
manter a história e a originalidade.
A história da comunidade e o patrimônio Cultural
Superando uma visão tradicional de patrimônio ligado a fatos memoráveis da
história do Brasil, e considerando patrimônio como toda manifestação cultural de
uma determinada comunidade, podemos através da história oral, como metodologia
investigativa, propiciar a compreensão da identidade local. Diante disso, ela nos
possibilita conhecer o cotidiano e as representações das vivências de pessoas
comuns, caracterizando o processo de ocupação, a evolução, dificuldades, as
resistências, a construção do discurso coletivo, enfim, os modos de vida que
caracterizam identidades locais, conhecendo e valorizando os bens culturais que
queremos perpetuar.
Atividades
1- Como Machado define Patrimônio?
2- Qual a importância de debatermos sobre a preservação do Patrimônio?
3- Qual o principal órgão nacional e internacional de proteção do Patrimônio
mundial e nacional?
4- Conceitue:
a) Museu:
b) Arquivo:
c) Tombamento:
Sugestão de atividade. Pesquisar sobre um bem cultural ou natural brasileiro que é
considerado Patrimônio da Humanidade para a UNESCO e apresentar aos colegas.
Sugestão de Site: Nesse endereço é possível consultar o Patrimônio Tombado no
Estado do Paraná.
<http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=
26> Acesso em 10/10/2014.
Bibliografias consultadas:
BRASIL. Constituição de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 8 de outubro de 1988. São Paulo: Ática. BOULOS, Júnior Alfredo. História sociedade & cidadania. 6º Ano 2ª ed. São Paulo: FTD, 2012. MACHADO, Maria Beatriz Pinheiro. Educação patrimonial: orientações para professores do ensino fundamental e médio. Caxias do Sul: Maneco Livr.& Ed, 2004.
ORIÁ, Ricardo. Memória e ensino de História. In: O saber histórico na sala de aula. Bittencourt Circe (org). 10. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p.128-146. RIBEIRO, Vanise; ANASTASIA, Carla Maria Junho. Encontros com a História. 3.ed. Curitiba: Positivo, 2012. SOUZA, Lucimara. Ouro Verde do Oeste. Santa Helena: Editora e Gráfica Benacchio, 2003. PRESTES, Roberta Ribeiro. Redescobrimento do Brasil: A carta de Pero Vaz de Caminha (1971) de Glauco Rodrigues. In: VI EHA – Encontro de História da Arte. Unicamp, 2010. Disponível em: <http://www.unicamp.br/chaa/eha/atas/2010/roberta_ribeiro_prestes.pdf> Acesso em 14/10/2014.
Preparando a Entrevista (2 aulas)
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar a importância do respeito para com o
entrevistado, elaborando coletivamente as perguntas. A história oral pode ser
compreendida como disciplina ou metodologia, nesse caso ela será aplicada como
metodologia para entender a história como resultado da vida coletiva, uma forma de
registro da memória e a importância da oralidade para a história local.
Cuidados a serem considerados:
_ Verificar junto aos educandos a possível existência de avós ou bisavós que são
considerados “pioneiros” para serem entrevistados.
_ Convidar e agendar a data da entrevista antecipadamente em sala de aula para
dois ou três “pioneiros”, ou parentes próximos.
_ Anotar o nome, idade, sexo do entrevistado.
_ Comportar-se com educação e boas maneiras.
_ Deixar a pessoa à vontade para falar.
_ Ser humilde, respeitoso e interessado em ouvir o entrevistado.
_ Não fazer julgamentos.
_ Organizar e testar todos os equipamentos a serem utilizados com antecedência.
_ Agradecer à pessoa entrevistada.
_ Solicitar aos educandos que façam anotações no caderno sobre a fala do
entrevistado.
Sugestões de questionamentos
Quando veio morar na localidade?
A quem pertencia as terras que o senhor (a) comprou?
Como era a fauna e a flora local?
Como eram as condições de vida nos primeiros tempos? (Transporte, alimentação,
festas, religião, educação, diversão etc.).
Lembranças de acontecimentos importantes para a coletividade.
Atividade (2 aulas) Prática avaliativa
A partir dos relatos orais, produzir textos narrativos, usando a metodologia da
construção histórica de acordo com as leituras e pesquisas em outras fontes.
Comparar as relações entre o passado e o presente na vida do entrevistado
com a vida do educando.
Encaminhamento metodológico (professores)
A educação patrimonial “trata-se de um processo permanente e sistemático
de trabalho educacional centrado no Patrimônio cultural como fonte primária de
conhecimento e enriquecimento individual e coletivo” (HORTA,1999, p.2). Assim, ao
repensarmos a maneira que foi instituída a preservação do patrimônio no Brasil, nos
possibilita fazer uma reflexão crítica acerca da “deseducação popular” em relação à
preservação dos bens culturais coletivos.
Mas, mesmo que historicamente, tenha-se priorizado a conservação
vinculada ao poder e à elite, não se pode deixar de incentivar o reconhecimento e
valorização da memória plural como importante na formação da identidade e
cidadania.
Ao conceituar patrimônio historicamente, adota-se uma concepção que não
se limita ao patrimônio edificado, mas sim, aos bens culturais de uma sociedade, os
documentos, arquivos bibliográficos e visuais, depoimentos orais, artefatos, enfim,
ao conjunto de bens que atestam a história de uma dada sociedade. Sendo esta
aquela em que o educando está inserido, facilita-se a compreensão da importância
de se preservar a memória oral local, outros espaços e objetos que auxiliam a
compreensão dessa história.
Preservar o patrimônio é importante para o exercício da cidadania, na medida
em que, enquanto seres culturais temos direito ao passado como referencial
individual e coletivo.
Nesses termos, o conceito de cidadania está intimamente vinculado à
memória como elemento essencial para a construção da cidadania cultural, ou seja,
ao direito de acesso aos bens materiais e imateriais que representam sua história.
Assim, cidadania deixa de ser um conceito político para ser uma construção coletiva,
em que merecem destaque os direitos sociais, pois eles asseguram os princípios de
uma sociedade democrática. A cidadania social parte do pressuposto que considera
todos como produtores de cultura e, portanto, com direito de consumir e preservar
essa cultura através da memória histórica.
Assim, ao considerarmos que preservar o patrimônio histórico se refere ao
reconhecimento do direito à memória, como exercício da cidadania e, por isso,
temos também o dever de contribuir na sua preservação.
Conforme Manzini, “[...] a prática da cidadania pode ser a estratégia, por
excelência, para a construção de uma sociedade melhor” (2007, p.10).
Ao valorizar o aluno como sujeito ativo no processo de aprendizagem,
pretende-se desenvolver uma concepção de cidadania que não se restrinja à mera
teorização, mas sim problematização do conhecimento, para facilitar a compreensão
da história como ciência humana que se escreve e preserva, mediante recortes,
interesses de determinados grupos, não sendo, portanto, uma verdade pronta e
acabada.
Sem a compreensão de que fazemos parte da história, mas não nos
determinamos totalmente em razão das estruturas que existem independentes de
nossa existência, a cidadania é compreendida apenas como um conceito político
relacionado a direitos e deveres. Entretanto, se em atitudes simples do cotidiano for
possível mostrar a cidadania como ação e reação aos direitos e deveres, estaremos
contribuindo para a cidadania enquanto atitude.
Ao realizar a entrevista, pretende-se que o educando perceba os discursos
como representações do passado, em que fatos são lembrados, esquecidos e
reforçam determinada cultura, formas de viver, se relacionar. Enfim, tem-se a
possibilidade de comparar as diferenças entre a oralidade e a escrita da história a
partir da produção da narrativa histórica.
Unidade 4 – História e Arqueologia
Conteúdo: Patrimônio arqueológico, museu e lugares de memória, mitos
fundadores, história oral e escrita.
Aulas previstas: 8 aulas
Objetivos: Conhecer a história de um possível patrimônio arqueológico local.
- Relacionar a interdependência da história com a arqueologia.
- Desconstruir mitos fundadores.
- Identificar as relações entre história e memória.
- Conhecer diferentes possibilidades de preservar a memória local.
Encaminhamento metodológico
Iniciar a discussão sobre os mitos fundadores a partir do vídeo –Os Simpsons
– Lisa a iconoclasta, repensando o mito do pioneirismo destacado na história oficial
local e discutir identidade e patrimônio histórico.
Passar o filme Narradores de Javé com o objetivo de refletir sobre a tradição
oral e escrita, entendendo, assim, a história e a memória como objetos de disputas.
Questionar junto aos educandos sobre o achado arqueológico onde está
situada atualmente a PCH São Francisco, localizada entre os municípios de Ouro
Verde do Oeste e Toledo – Paraná. Problematizar sobre a importância desse
achado em relação à pré–história local, utilizando como metodologia recortes de
jornais e trechos do relatório de impacto ambiental, para discutir a importância de
preservar os sítios arqueológicos e as dificuldades relacionadas devido à falta de
conhecimento, investimento público, além de problematizar a ideia de “progresso”
econômico.
Agendar antecipadamente com o responsável uma visita à Biblioteca
Municipal Osébio Sallet, para conhecer os banners disponíveis que foram
produzidos pelo Programa de Gestão do Patrimônio Cultural da PCH São Francisco1
durante a construção da usina hidrelétrica.
Agendar uma aula no laboratório de informática para visitação do museu e
blog virtual que contemplam os resultados da pesquisa virtualmente, com imagens
dos banners, fotos e vídeos. Assim, possibilitar-se-á conhecer outra forma de
preservação da memória bastante utilizada atualmente.
Observações: Antes de passar o vídeo e o filme, deve-se dialogar com os
educandos sobre a linguagem fílmica como uma representação, com enredo,
motivações nem sempre didáticas, mas que ao analisarmos os elementos podemos
utilizar essas mídias para fins pedagógicos, orientando sempre os objetivos
esperados.
1ª - Atividades (1 aula)
Após assistir o vídeo Os Simpsons – Lisa a iconoclasta responda:
1 1- Realizado desde 2010 pela empresa DOCUMENTO em parceria com a Gênesis, teve a
finalidade de contribuir para a preservação dos patrimônios Arqueológicos, Histórico e Cultural,
localizados juntos ao empreendimento. Baseado na Arqueologia pública, fez uma pesquisa histórica e
cultural, tendo como resultado a exposição dos banners culturais, o blog e o museu virtual. Disponível
em: <http://documentocultural.net/pchsaofrancisco/ > Acesso em 08 agos.2014
Sinopse
Em homenagem ao bi-centenário da cidade de Springfield, Lisa precisa fazer uma
pesquisa escolar sobre o seu fundador, Jebediah Springfield. Durante a pesquisa,
acaba descobrindo fontes que comprovam que o lendário Jebediah era na verdade
uma fraude. Nesse episódio ela tenta avisar a todos quem realmente foi "O Herói de
Springfield", mas a tarefa é complicada, pois a maioria defende a História oficial, não
admitindo que a imagem do herói seja denegrida.
Fonte: GONGORA, Fábio Vinícius. Vídeos, Desenho: Os Simpsons - Lisa, a
iconoclasta. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Disponível em
<http://historianreldna.pbworks.com/w/page/43643622/VIDEOS> Acesso em
20/out/2014
1- Qual o significado da palavra iconoclasta?
2- Como a personagem Lisa descobriu a verdade sobre o herói fundador?
3- Por que Lisa desistiu de expor o real resultado de sua pesquisa?
4- Podemos dizer que os mitos fazem parte da memória e história dos povos,
sendo importantes para a identidade cultural? Justifique.
2ª - Atividades (2 aulas)
Após assistir o filme Narradores de Javé, responda:
Ficha Técnica
Nome: Narradores de Javé
Direção: Eliane Caffé
Elenco: José Dumont, Matheus Nachtergaele, Nelson Dantas, Gero Camilo, Nélson
Xavier
Ano de Lançamento: 2003
Gênero: Comédia/Drama
Duração: 100 min.
Sinopse
“Rodado entre junho e setembro de 2001 em Gameleira da Lapa, cidade do interior
da Bahia, Narradores de Javé conta a história de um povoado que, ao ver a
iminência de ter seu vilarejo inundado pelas águas de uma represa, vê como único
modo de impedir o acontecimento na transformação do local em um patrimônio da
humanidade.”
Fonte: (SANTOS, 2010,p.20).
1- Qual a motivação que levou a escrita da história de Javé?
2- Quantas versões sobre os fundadores de Javé você conseguiu identificar?
Cite-as. Em sua opinião, porque um mesmo fato pode ser narrado de
diferentes maneiras?
3- Comente como o filme possibilita compreender a história oral e escrita
como formas diferentes de compreender a realidade.
4- A história que está narrada nos livros que estudamos é uma verdade
absoluta? Justifique.
5- Qual a importância das pessoas comuns para a escrita das narrativas
históricas?
3ª - Atividades (2 aulas)
Patrimônio Arqueológico
Após conceituar patrimônio arqueológico e verificar os conhecimentos prévios
dos educandos sobre o achado arqueológico na região onde atualmente está
construída a Usina PCH São Francisco, ler os trechos de documentos para refletir
sobre a importância de conhecer para preservar e valorizar. Ao mesmo tempo,
pretende-se contribuir para a construção de uma problemática histórica acerca da
localidade.
Observação: os documentos 1,2,3 são trechos do Relatório de Impacto Ambiental
da PCH São Francisco – Curitiba PR – fevereiro de 2002. Já os documentos 4 e 5
são trechos de notícias do Jornal Oeste, com sede em Toledo – Paraná.
DOC 1 – Metodologia para estudo de sítio arqueológico
“Para o estudo da área do empreendimento, adotou-se como metodologia de campo
o levantamento ou detecção de ocorrências por cobertura total (KASHIMOTO, 1997)
[...] Esse encaminhamento metodológico se revelou eficiente, permitindo localizar 19
indícios arqueológicos relacionados a antigos assentamentos indígenas, que
serviram de base para a avaliação do potencial arqueológico da área. A maioria
apresentou tipologia da cultura material semelhante a grupos de caçadores
coletores. Foram encontrados também inscrições rupestres localizadas a 50 m do rio
São Francisco Verdadeiro” (RIMA, 2002,p.28).
DOC 2 – Destruição de sítios arqueológicos
“Para a implementação do projeto da PCH São Francisco prevê a instalação de
canteiro de obras, de canal de fuga e formação de reservatório em áreas onde
podem ser identificados sítios arqueológicos. Deve ser observado que foram
realizadas prospecções arqueológicas rápidas em região próxima ao
empreendimento, e que com maiores detalhamentos em estudos nessa região
poderão ser cadastrados sítios relacionados à ocupação humana pretérita.
É importante ressaltar que existe a necessidade de iniciar um Programa de
Salvamento Arqueológico quando do início da obra, para o projeto ser desenvolvido
de forma ampla e sistemática" (RIMA,2002, p.51).
DOC 3 – Programa de Salvamento e Preservação do Patrimônio Arqueológico
“Com a execução do Programa de Salvamento e Resgate Arqueológico de PCH São
Francisco, será formado um amplo acervo arqueológico sobre a região do rio São
Francisco Verdadeiro, possibilitando o estudo e melhor compreensão do processo
histórico de ocupação e utilização dos recursos naturais desde tempos remotos,
quando apenas populações indígenas habitavam a região.
Além disso, o material coletado nas campanhas que serão realizadas será
devidamente fichado e disponibilizado para estudos de uma região rica em
patrimônio arqueológico e histórico, cuja análise contribui para esclarecer a própria
história do território paranaense” (RIMA, 2002,p.66).
DOC 4 – Usina São Francisco começa a gerar energia elétrica a partir de
novembro
“Ouro Verde – Localizada na divisa entre os municípios de Ouro Verde do Oeste e
Toledo, a Pequena Central Hidrelétrica São Francisco deve começar a gerar energia
a partir do próximo mês. A usina de propriedade privada vai gerar 14
megawatts/hora, energia suficiente para suprir a necessidade de uma cidade com
120 mil habitantes. Desde a instalação do canteiro de obras em 2002, a questão
passou por diversas esferas judiciais [...]
A energia gerada será repassada à Copel e os créditos comercializados. As cidades
de Ouro Verde e Toledo receberão impostos a partir do funcionamento da usina,
responsável pela geração de 250 empregos. A obra também cogitou a existência de
um sítio arqueológico, com a presença de inscrições rupestres. A questão inclusive
chegou a adiar a construção da usina, com a realização de um estudo com a
presença de técnicos da Universidade Federal do Paraná, que recolheram as
amostras. Não ficou comprovada a existência do sítio. A construção da usina teve
sua construção paralisada por três vezes. Parte de 28 propriedades foi
desapropriada” (DUBIELA, 2010,B9).
DOC 5 – Exposição apresenta patrimônio arqueológico e cultural da PCH
“O trabalho de pesquisa histórica e arqueológica realizado durante a construção da
Pequena Central Hidrelétrica (PCH) São Francisco, está sendo exposto na
Biblioteca Municipal de Ouro Verde do Oeste. Informações que foram coletadas
durante a pesquisa do Programa de Gestão do Patrimônio Cultural/PCH São
Francisco fazem parte desta mostra [...].
História- Localizada entre os municípios de Ouro Verde e Toledo, a PCH São
Francisco foi inaugurada no ano passado. Enquanto engenheiros e demais equipes
trabalhavam na construção da usina, arqueólogos pesquisavam todos os vestígios
históricos desta região. De acordo com o técnico em arqueologia e historiador
Thiago Gramuglia, foram encontradas quatro pedras com gravuras rupestres – modo
de representação dos índios. „Tiramos moldes, marcação de altura, profundidade e
vamos representar esta pedra virtualmente‟, explicou ele”(DALLA
VECCHIA,2011,p.8).
Atividades sobre os Documentos
1- Qual o ano e local foram extraídos os documentos 1,2,3? Você sabe qual a
função e importância de um relatório de Impacto Ambiental no local onde será
modificada a natureza pela construção de uma usina Hidrelétrica, por
exemplo?
2- Você sabe qual a função social do jornal impresso e como são selecionadas
as notícias?
3- De acordo com o Documento 1, já havia evidências de indícios arqueológicos
na região? Justifique copiando um trecho que confirme sua resposta.
4- Qual a indicação do relatório, com relação aos vestígios arqueológicos,
citada no documento 2?
5- Segundo do documento 3, como serão organizados e disponibilizados os
resultados da pesquisa? Qual a importância desse arquivo?
6- Qual a data e ideia central da notícia do documento 4?
7- Pelo documento 4, como é tratado o assunto do sítio arqueológico na região?
Por quê?
8- Qual a manchete do documento 5?
9- Em que aspecto os documentos 4 e 5 se contradizem no que se refere ao
achado arqueológico?
10- Como aparece a interdependência entre história e arqueologia a partir desse
estudo?
4ª- Atividade (2 aulas)
Visitando a “exposição” na Biblioteca Municipal Osébio Sallet
Durante a visitação, orientar para lerem os banners e refletir sobre os aspectos
materiais e imateriais da cultura local. Ao retornar para a sala, responder os
questionamentos.
1- Você tinha conhecimento desse achado arqueológico no município de Ouro
Verde do Oeste? Caso afirmativo, como ficou sabendo?
2- Cite alguns elementos da cultura local que foram contemplados nos banners.
3- Represente através de um desenho o que é Patrimônio para você.
5ª - Atividade
Conhecendo o museu e blog virtual
A partir da visitação ao museu e blog virtual, conhecer novas formas de divulgar e
preservar o patrimônio histórico cultural.
1- Comente como foi conhecer o museu virtual e o blog como forma de
preservar a memória local.
2- Qual a sua opinião sobre o fato de praticamente não haver moradores de
Ouro Verde do Oeste participando do blog ou visitando o museu?
3- Você gostaria de ter tido oportunidade de conhecer as pinturas e gravuras
rupestres antes da inundação do local? Justifique.
4- Em sua opinião como um museu virtual pode contribuir na preservação do
patrimônio histórico cultural?
Orientações Metodológicas (Professores)
Com essa unidade pretendeu-se suscitar questionamentos acerca dos mitos
fundadores, repensando a localidade a partir da arqueologia pouco conhecida e
preservada na região. Embora existam diversas evidências de sítios arqueológicos,
a maioria deles acaba se perdendo por causa de empreendimentos energéticos,
como por exemplo, a barragem de Itaipu. Por isso, optou-se pelo filme Narradores
de Javé para fazer uma reflexão sobre história e memória como objeto de disputas e
interesses. Já com o vídeo Os Simpsons Lisa – a iconoclasta, pretendeu-se refletir
sobre a importância da pesquisa e do conhecimento para a compreensão da
sociedade além dos mitos e verdades prontas e acabadas. Por outro lado,
evidencia-se certos cuidados que necessitamos ter com relação ao conhecimento
histórico para a formação cidadã, em que a história necessita ser compreendida
pelas disputas e interesses na sua preservação e escrita.
Com relação às atividades envolvendo o Patrimônio arqueológico, preocupou-
se menos em verdades, e mais em questionamentos a partir dos recortes
selecionados diante da falta de materiais concretos sobre o achado arqueológico,
uma vez que há carência, inclusive, de um local específico para acondicionamento
desses registros de memória. Assim, os próprios banners estão mal acondicionados
na biblioteca municipal. Partiu-se de uma problemática local, em que se evidenciou a
presença de vestígios arqueológicos entre os municípios de Ouro Verde do Oeste e
Toledo, na região onde foi construída uma pequena Central Hidrelétrica. Ali, por
inúmeros motivos, entre eles a necessidade de “resgate” desse achado
arqueológico, houveram várias interrupções na concretização da obra. Pela falta de
interesse da maior parte da população, não houve ação efetiva em preservar esse
achado, além de uma parcela significativa da população desconhecer essa história.
A seleção de trechos da RIMA, só foi possível graças ao auxílio de um colega
professor, e as matérias do jornal contaram com a colaboração do Museu Willy
Barth. Já o acervo, em forma de recortes de matérias de jornais, relativos a notícias
locais, foram disponibilizados pela Casa da Cultura Local. Assim, a problematização
foi possível, evidenciando a necessidade de usarmos diferentes recursos para
atingirmos os objetivos esperados.
Como, geralmente, a história local está permeada pela visão dos
colonizadores, espera-se que, com os questionamentos e recortes selecionados,
possa-se propiciar uma visão crítica acerca da história, ao mesmo tempo em que se
repensa a necessidade de preservar a memória local evitando percas na
historicidade.
Unidade 5 – Patrimônio histórico e cultural local
Conteúdo: Patrimônio material e imaterial, Educação Patrimonial, lugares de
memória, museu, arquivo, preservação, restauração.
Aulas previstas: 8 aulas
Objetivos:
- Identificar e valorizar a cultura e memória local
- Contrapor diferentes interesses em preservar a memória
- Conhecer a prática de preservação, coleta e restauração dos objetos dispostos no
museu.
- Identificar as mudanças e permanências na cultura material e imaterial local.
Encaminhamento Metodológico
Dialogar com os educandos para, coletivamente, identificar os aspectos da
cultura material e imaterial local, possíveis locais de memória, ainda que não
tombados ou oficiais, que, pelo valor histórico cultural, mereçam ser reconhecidos e
preservados. Exemplo disso seriam festas e comemorações típicas, atividades
culturais e esportivas que fazem parte do cotidiano, lugares de memória, praças,
patrimônio natural, casas dos primeiros moradores e objetos da cultura material.
Fazer o registro das falas coletivas na lousa.
Dividir os alunos em grupos de 4 ou 5 educandos para fazer um estudo da
cultura material, imaterial, “patrimônio” edificado e natural com um roteiro de
perguntas, reflexões e entrevistas com pessoas da comunidade.
Visitar o museu Willy Barth em Toledo, para conhecer a história do museu, o
acervo, identificando formas de restauração e preservação, relacionando a memória
preservada com aspectos da história narrada acerca da região e refletindo sobre o
discurso e a memória que o museu preserva.
Roteiro para pesquisa – Trabalho avaliativo
Festas, atividades culturais e esportivas (cultura imaterial)
Nome do evento, tempo de existência, como é organizado, época do ano que
acontece, público que frequenta, transformações ocorridas e lembranças que
trazem.
Patrimônio natural
Nome do local, tempo de ocupação ou exploração turística, bens materiais
construídos, público que frequenta, função social que desempenha, transformações
ocorridas, conservação e preservação, memórias que produz.
Patrimônio edificado (casas, praça)
Nome do local, ano de fundação, tempo de existência, público que frequenta, uso
que é feito, transformações ocorridas, conservação, investimentos públicos,
lembranças que trazem.
“Museu” particular
Local, responsável pelo acervo, aspecto físico, peças expostas, finalidade do acervo,
tempo de existência, público que frequenta, transformações ocorridas, lembranças
que trazem.
Observação:
Os grupos receberão uma ficha com as informações prévias que deverão
pesquisar e poderão acrescentar outras informações, conforme o patrimônio
pesquisado e a disponibilidade do entrevistado em acrescentar informações. Os
grupos serão acompanhados da professora em contra turno, em que o entrevistado
escolhido será uma pessoa vinculada ao patrimônio selecionado. Poderão ainda
fazer fotos, slides, cartazes ou vídeos para apresentar na sala de aula, como
trabalho avaliativo.
Visitando o Museu Willy Barth – Toledo - Paraná
Para o bom desenvolvimento dessa atividade, algumas medidas importantes
devem ser consideradas. Entre elas: visitar a instituição antecipadamente para
familiarizar-se com o espaço físico, objetos e pessoas responsáveis, verificando a
possibilidade de contextualização do espaço pelos profissionais do museu; deve-se
unir a teoria com a prática, refletindo-se sobre os conceitos de preservação,
restauração, formas de aquisição dos objetos expostos, pensando sobre aquela
realidade particular. Providenciar agendamento, transporte e autorização dos pais
para a visita.
Esclarecer sobre os objetivos da visita, retomando o conceito de museu –
como lugar de memórias, visitas e estudos.
Solicitar aos alunos atenção, respeito, questionamentos nos momentos
oportunos e anotações relevantes.
Avaliar o processo educativo ao retornar para a sala de aula com a finalidade
de verificar os resultados alcançados com a atividade e melhorar a prática
pedagógica com uso de museus.
Sugestão de Vídeo:
Neste endereço: <http://www.youtube.com/watch?v=tpAMAsc6HHQ> o
professor Pedro Ravelli, faz uma excelente orientação para visita crítica ao museu
do Ipiranga, apontando aspectos importantes para uma leitura crítica do espaço
museológico, podendo ser aplicada em outros espaços de memória.
Orientações metodológicas (Professores)
Com as atividades propostas nessa unidade, busca-se valorizar o educando
como sujeito ativo do conhecimento, a localidade como produtora de cultura,
incentivando-se, portanto, o reconhecimento e a valorização do patrimônio cultural
local.
Para encaminhamento das atividades, seguimos a metodologia proposta por
Maria de Lourdes Parreiras Horta, no Guia Básico de Educação Patrimonial, em que
se estabelecem os procedimentos para observar, registrar, explorar e apropriar-se
dos bens culturais.
Com a visita do museu Institucionalizado, o educando conhecerá um lugar de
memória que segue uma legislação própria, podendo comparar com o patrimônio e
memória local que também contempla aspectos da cultura material e imaterial, mas
que, por diferentes motivos, inclusive financeiro, apresenta dificuldades de
arquivamento do rico acervo local. Entretanto, com o conhecimento e iniciativas
particulares, possibilita conhecer um pouco desse acervo e repensar formas
alternativas de preservação da memória e história locais.
Ao refletir os elementos preservados, incluindo o nome do museu, possibilita-
se compreender como surgem os mitos na sociedade. Por outro lado, enquanto
espaço destinado à seleção, restauração e preservação de determinada memória,
aberto ao público e democrático de visitação às pessoas interessadas, contribui na
formação cidadã, na medida em que possibilita conhecer e repensar o passado
coletivo, além de propiciar novas pesquisar e estudos.
Segundo Horta, “O princípio básico da Educação Patrimonial é a experiência
direta dos bens e fenômenos culturais, para se chegar à sua compreensão e
valorização, num processo contínuo de descoberta” (HORTA, 1999, p.1).
Considerando a falta de esclarecimento popular sobre a importância de
preservar nosso patrimônio, como direito coletivo, considera-se imprescindível a
inserção de museus, documentos, arquivos bibliográficos e orais, enfim, diferentes
resquícios do passado que, por sua relevância social e coletiva, mereçam ser
preservados na prática pedagógica cotidiana e interdisciplinar.
Ainda que muitas cidades, de pequeno e médio porte, não possuam grandes
monumentos, museus e lugares de memória institucionalizados, é possível realizar
incentivos para a comunidade interpretar e reconhecer seus bens culturais, ainda
que não tombados, como metodologia de compreensão da identidade local,
estimulando a cidadania enquanto responsabilidade coletiva pelos bens públicos e
culturais locais, nacionais ou internacionais.
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______Secretaria de Estado da Educação. Figura 6 -– Paraná Mesorregiões. Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/8/normal_55mpprdivis5.jpg> Acesso em 24/set/2014
NEGRINI, Lourdes Aparecida – Figura 7 – Mesorregião Oeste do Paraná e Tabela 1 – Municípios da região Oeste do Paraná, Ouro Verde do Oeste, 2014.
OURO VERDE DO OESTE. Prefeitura Municipal. Figura 8 – Mapa do Município de Ouro Verde do Oeste. Ouro Verde do Oeste, 2014.
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