mato grosso relatorio receita publica 1 semestre2015
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SECRETARIA ADJUNTA DA RECEITA PÚBLICA
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11ºº SSeemmeessttrree
Cuiabá – Junho - 2015
PEDRO TAQUES Governador do Estado de Mato Grosso
PAULO BRUSTOLIM Secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso
MARIA CÉLIA DE OLIVEIRA PEREIRA Secretária Adjunto Executivo do Núcleo Fazendário - SAAF
CARLOS ANTONIO DA ROCHA Secretário Adjunto do Tesouro Estadual – SATE
JOSÉ ROBERTO MIORIM Secretário Adjunto da Receita Pública - SARP
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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Sumário
Resumo executivo - receita pública ................................................................................................ 7 Aspectos legais ............................................................................................................................. 12 Aspectos metodológicos ............................................................................................................... 14 Códigos das Atividades Econômicas (CNAE´s) .......................................................................... 16
Gráficos-ICMS ............................................................................................................................. 21 Tabelas .......................................................................................................................................... 26 Eficácia Tributária – 1º Sem/15 .................................................................................................... 29
Análise do Inconverso .................................................................................................................. 31
Resumos ....................................................................................................................................... 32
Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos ........................................................ 35 Modelo econométrico de previsão da arrecadação de ICMS ....................................................... 53 Transferências Constitucionais per capita .................................................................................... 58
Transferências Voluntárias. .......................................................................................................... 60 Multas, juros e dívida ativa........................................................................................................... 61 Créditos tributários “sub judice”. ................................................................................................. 62
Valores transferidos a fundos. ...................................................................................................... 64 Prognósticos e Circunstâncias Relevantes .................................................................................... 65 Anexos......................................................................................................................................... 73
Sítios consultados pela Secretaria de Fazenda ............................................................................. 77
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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EQUIPE DA SECRETARIA ADJUNTA DA RECEITA PÚBLICA - SARP
SECRETÁRIO ADJUNTO DA RECEITA PÚBLICA José Roberto Miorim
UNIDADE TÉCNICA DE NEGÓCIO DA RECEITA PÚBLICA - UNRP
Marly Aparecida Tavares Pauletti - Agente de Tributos Estaduais/Coordenadora
Maira Cristina de Santana Alves – Fiscal de Tributos Estaduais
Paulo César da Silva - Técnico em Processamento
UNIDADE DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - UPEA
Luiz Gonçalo Pereira Ormond – Agente de Tributos Estaduais/Coordenador
Emanuel Jesus Daubian Costa – Fiscal de Tributos Estaduais
Jacildo Souza – Agente de Tributos Estaduais
Eliezer Pereira da Silva - Analista Administrativo
Elizeu Gomes de Souza - Analista Administrativo
Rosimeire A.de Jesus Gonçalves - Analista Administrativo
Thaissa Radi Sposito - Analista Administrativo
Augusto Hideaki Borges Nohama – Técnico de Suporte
Rosianny Oliveira Costa - Digitadora
UNIDADE DE RELAÇÕES FEDERATIVAS FISCAIS - URFF
Fabio Fernandes Pimenta - Fiscal de Tributos Estaduais/Coordenador
Lucymar Regina Padoan S.Froés – Agente de Tributos Estaduais
Denise Alvina Cortese – Agente de Tributos Estaduais
José Humberto Oliveira de Holanda – Agente de Tributos Estaduais
Polyanna Maria de Alcântara Ribeiro Lima – Fiscal de Tributos Estaduais
Thelniza Vieira de Araújo – Agente de Administração Fazendária
Zilanda Sorai de Oliveira – Agente da Área Instrumental do Governo
UNIDADE EXECUTIVA DA RECEITA PÚBLICA - UERP
Fabio Fernandes Pimenta - Fiscal de Tributos Estaduais/Coordenador
Alexandre Paulino Monea – Fiscal de Tributos Estaduais
Marilaine Cecília Fumes – Fiscal de Tributos Estaduais
Janete Sichoski Ferro – Fiscal de Tributos Estaduais
Jose Horácio Ferreira Cerejo - Agente de Tributos Estaduais
UNIDADE DE POLÍTICA E TRIBUTAÇÃO - UPTR
Erlaine Rodrigues Silva – Fiscal de Tributos Estaduais/Coordenadora
Jorge Watanabe - Fiscal de Tributos Estaduais/Coordenador
Edgar Dias Correa – Fiscal de Tributos Estaduais
Frederica M.B.Gaiva Nadaf - Fiscal de Tributos Estaduais
Tayná Jully Ferreira Costa – Técnico de Suporte
UNIDADE DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DO NEGÓCIO – UISN
Luciney Martins de Almeida Moreira – Fiscal de Tributos Estaduais/Coordenadora
Carlos Alberto Eitaró Oshiro - Agente de Tributos Estaduais
Jader Brito Soares Fernandes - Agente de Tributos Estaduais
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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PRÓ-FISCO Marcelo Alves Almeida - Agente de Tributos Estaduais
Edson Fontana de Oliveira - Fiscal de Tributos Estaduais
APOIO DIRETO AO GABINETE Juliana Cristina Zanin Cintra – Assistente Técnica
Maria Alves da Silva – Agente da Área Instrumental do Governo
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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APRESENTAÇÃO
O presente trabalho avalia o comportamento da receita pública do Estado de
Mato Grosso no 1º Sem/15, cumprindo assim o dispositivo do Art. 12 da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). Parte do conteúdo deste documento compara as receitas
efetivamente ingressadas no erário estadual com os montantes de receitas que foram
previstas pela Secretaria de Estado de Fazenda.
Art. 12 As previsões de receita observarão as normas
técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas (LRF, 2000)
As análises da receita visam prevenir riscos futuros, além de permitirem
correções de eventuais desvios das metas legais e econômicas. Desse modo, o esforço
em antecipar as distorções das metas pode ser corrigido em tempo como tentativa de
evitar desequilíbrios das contas públicas.
Uma visão geral de receita como a elaborada neste documento é uma tentativa
de sintetizar informações e evidenciá-las a todos os gestores, possibilitando a estes o
cumprimento da gestão fiscal (acompanhamento e avaliação permanente através de
análises, estudos e diagnósticos da receita) como estabelecido no Art. 67 da LRF, inc.4.
Ao auferir resultados obtidos referentes ao ano anterior pretende-se motivar
todos os gestores públicos a realizarem as receitas cabíveis ao Estado de Mato Grosso
de acordo com os princípios tributários e com o potencial da economia.
Procurou-se identificar o potencial de algumas das Receitas Tributárias e suas
componentes (IRRF, IPVA, ITCD, ICMS e TAXAS) como também, o FETHAB que,
no presente trabalho foram denominadas “receitas analisadas”.
A distância entre a receita realizada e a analisada representa possibilidades de o
Estado avançar na arrecadação sem aumentar alíquotas dos tributos de sua competência.
A diferença entre a arrecadação realizada e a analisada representa também um desafio
para os respectivos gestores dessas contas (IRRF, IPVA, ITCD, ICMS e TAXAS).
Procura-se, assim, contribuir tanto para o aperfeiçoamento das atividades fiscais como
melhorar os mecanismos ou processos para a operacionalização das receitas.
Adilson Garcia Rubio
Secretário Adjunto da Receita Pública
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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RESUMO EXECUTIVO - RECEITA PÚBLICA
Tabela 1 – Código, Especificação e Comparação entre Receita Prevista e Realizada
no 1º Sem/2015.
A tabela 1 ressalta o peso de três contas na composição da receita. As receitas
Tributárias, de Contribuições e Transferências Correntes responderam no 1º Sem/15 por
83,33% de toda a receita estadual.
Receita Patrimonial
A receita patrimonial foi de R$ 107,76 milhões, destacando-se neste grupo as
receitas de valores mobiliários, remuneração de depósitos bancários e outras receitas de
valores mobiliários.
RECEITA AGROPECUÁRIA
A receita Agropecuária no período foi de apenas R$ 114,9 mil,
possuindo pouca representatividade do total das receitas, participando com apenas 0,001
%. As receitas que compõem este grupo são: Receita da produção animal e derivados e
Outras receitas agropecuárias.
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RECEITA INDUSTRIAL
A receita Industrial foi de R$ 1,73 milhões , sendo composta
basicamente pela receita da indústria de transformação.
RECEITA DE SERVIÇOS
A receita de Serviços foi de 257,97 milhões, representando 3,03 % do
total das Receitas do estado. Dentre as receitas deste grupo destacam-se os serviços
relativos ao trânsito, saúde e agropecuários.
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Tabela 2 - Especificação da Receita Prevista, Realizada e Participação
Percentual das Receitas no 1º Sem/2015 (em milhões de reais).
A Receita Pública Total realizada no 1º Sem/15 foi de R$ 8,5 bilhões (sem
as deduções do fundeb e as transferências aos municípos), ficando 0,1 % abaixo da
prevista na LOA (R$ 8,51 bilhões)
A tabela mostra que as receitas tributárias realizadas no período obtiveram um
valor acima do projetado na LOA em 12,7%.
TAXAS Quanto às taxas (Segurança Pública, Serviços Estaduais e Judiciárias), o valor
realizado ficou abaixo do previsto na LOA em 17,9%, haja vista que estimou-se na
LOA um montante para o período de R$ 114,32 milhões e o valor realizado foi de R$
93,86 milhões.
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Receitas de Contribuições As receitas de contribuições totalizaram R$ 764,32 milhões, contra uma
previsão de R$ 805,02 milhões, portanto 5,1 % abaixo do previsto. Destacam-se neste
grupo as receitas do Fethab, cuja previsão na LOA para o período foi de R$ 469,26
milhões, efetivando-se em R$ 435,82 milhões, 7,1% abaixo. Esta frustração na receita
do Fethab pode ser explicada em parte pela queda no consumo do diesel (2,6% no
acumulado até junho) o que fez com que se arrecadasse menos no fethab-diesel. Houve
também queda no volume médio exportado de 7%. Outro fator que pode ter contribuído
para a frustração do fethab foi a greve dos caminhoneiros na 2ª quinzena de 2.015.
IPVA
A previsão de arrecadação do IPVA para o período foi de R$ 334,23 milhões,
sendo realizados R$ 409,17 milhões, ficando 22,4% acima do previsto.
ICMS
O valor do ICMS projetado na LOA para o período foi de R$ 3,14 bilhões,
sendo realizado R$ 3,54 bilhões, portanto 12,8 % superior ao previsto, em valores
nominais. Mais a frente apresentaremos a análise do ICMS por segmento.
Imposto sobre transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos
(ITCD)
O valor do ITCD previsto na LOA para o período foi de R$ 26,88 milhões e a
realização foi de R$ 32,19 milhões, portanto 19,7% superior ao previsto na LOA.
Transferências Correntes (Constitucionais e Legais) Estava prevista uma receita de R$ 1,78 bilhões de transferências correntes para
o período, no entanto, a realização foi de R$ 1,9 bilhões, ficando 6,4% acima do valor
orçado.
Multas e juros
Os valores efetivamente recebidos a título de Multas e Juros ficaram um pouco
abaixo do valor orçado, 3,3% aproximadamente, totalizando R$ 87,84 milhões ante os
R$ 90,88 milhões previstos na LOA.
Receita da Dívida Ativa A Receita orçada da Dívida Ativa para o período foi de R$ 16,73 milhões,
realizando-se R$ 14,73 milhões, portanto, 12 % abaixo do previsto.
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RECEITAS DE CAPITAL
As receitas de capital apresentaram um resultado inferior em relação ao
estimado na LOA para o período, ou seja, estava prevista uma receita de R$ 736,24
milhões, realizando-se, R$ 14,46 milhões, portanto, 98 % abaixo.
Salientamos que este comportamento pode ser explicado pelo fato de existirem
Operações de Crédito em andamento, principal componente de receita deste grupo, que
não foram liberadas até o período analisado.
Tabela 3 - Arrecadação ICMS, Nominal e Corrigido, para o período entre jan a
abr/2005 – jan a jun/2015 (em milhões de R$).
Observando-se o valor do ICMS, no intervalo de dez anos (jan a jun/2005 – jan
a jun/2015), verificamos uma variação nominal de 137 % e corrigida de 39,19 % na
arrecadação do referido tributo.
Comparando-se em termos nominais os valores arrecadados no período de jan
a jun/2015 com o mesmo período do ano anterior, observa-se uma variação positiva de
7,8%. Já em termos reais houve variação positiva de 3,6 %.
Tabela 4 – Tributos (ICMS, IRRF, IPVA, ITCD e Taxas), Valores Projetados na
Lei Orçamentária Anual (LOA) e a Receita Realizada no 1º Sem/15.
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Os dados mostram que o montante de arrecadação da receita tributária ficou
12,7% acima das projeções iniciais, resultando uma receita superior à prevista em R$
497,02 milhões de reais.
ASPECTOS LEGAIS E METODOLÓGICOS
ASPECTOS LEGAIS
1. DISPOSIÇÕES LEGAIS
Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/2000
A Lei de Responsabilidade Fiscal determina a realização, a cada dois meses, de
uma avaliação de desempenho da receita.
Uma das vantagens dessa análise é que ela propicia um contexto mais amplo
das causas que estão influenciando o comportamento das receitas. Naturalmente que a
observação das causas permite correção de rumos. Entre as mudanças possíveis,
destaca-se a atuação do aparelho fiscal movido pela necessidade de desdobramento e
cumprimento de metas bimestrais de receitas.
O acompanhamento da arrecadação visa garantir as metas estabelecidas na Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas
técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação,
da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção
para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de
cálculo e premissas utilizadas.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas
serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de
arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores
de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança
administrativa.
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Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos,
nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de
execução mensal de desembolso.
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a
realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas
de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes,
limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda
que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram
limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que
constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive
aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as
ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º No caso de o Poder Legislativo e Judiciário e o
Ministério Público não promoverem a limitação no prazo
estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os
valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o
Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas
fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão
referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas
Legislativas estaduais e municipais.
(Constituição Federal, art. 166, § 1º... Comissão
permanente de Senadores e Deputados).
A LRF prevê também a prestação de contas periódicas à sociedade das
realizações do Poder Executivo no campo tributário. Trata-se da divulgação do seu
programa de melhoria da arrecadação e de sua política tributária.
Conforme se interpreta o Art. 12 da LRF, caso a receita própria venha mostrar-
se declinante, o Estado poderá:
Adotar medidas para atualização do cadastro de contribuintes;
Focar o aparelho fiscalização para evitar sonegação de tributos;
Rever as isenções concedidas;
Adequar taxas ao custo real dos serviços e outras medidas.
Decidir sobre outras ações recuperadoras de créditos.
Nesse sentido, a LRF estabelece: Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho
da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências
adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à
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sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias
administrativa e judicial, bem como as demais medidas para
incremento das receitas tributárias e de contribuições.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
METODOLOGIA
Projeção da Receita do ICMS
A metodologia de estimativa da receita de ICMS adotada pela SEFAZ/MT, em
março de 2001, considerou a dinâmica macroeconômica atual e futura da base produtiva
do Estado, ao invés da tendência histórica de comportamento da receita. O acelerado
processo de crescimento e transformação produtiva da economia local, a partir da
segunda metade da década de 90, motivou essa decisão. Entendeu-se que o ritmo e a
trajetória do ICMS de hoje não guardava aderência com o verificado nos últimos 10
anos.
Assim, a previsão de receita de ICMS deu-se a partir de informações sobre o
potencial de consumo e de estimativas do comportamento do PIB setorial, em
agrupamentos denominados SEGMENTOS.
Esse agrupamento poderia ser feito sob a ótica do produto ou da sua cadeia
produtiva. Optou-se pelo agrupamento da cadeia produtiva, pois tal procedimento
guarda sintonia com a abordagem adotada pelo Governo do Estado em sua Política de
Desenvolvimento Regional. Além disso, essa estruturação contribui para a padronização
do Sistema de Administração Tributária, em consonância com o modelo de gestão da
SEFAZ/MT e permite maior eficácia na projeção e acompanhamento da receita. Permite
ainda mensurar e avaliar o efeito multiplicador da renda e de tributos decorrentes da
produção.
Apesar desse entendimento, não foi possível enquadrar todos os Segmentos no
conceito de cadeia produtiva, de modo que alguns ainda permanecem sob a ótica do
produto. Adotou-se, portanto, o conceito misto, conforme demonstrado na tabela 8.
Segmentos da Economia Mato-Grossense e seu Respectivo Conceito Misto (sob a
Ótica de Cadeia Produtiva e da Ótica de Produto)
SEGMENTO CONCEITO MISTO
1. Algodão Produção, Indústria, Comercialização
2. Arroz Produção, Indústria, Comercialização (exclusive comercialização alcançada por outros segmentos)
3. Atacado Exclusive mercadorias contempladas nos segmentos
4. Bebidas Indústria, Distribuição e Comercialização
5. Combustíveis
Diesel, Álcool, Gasolina, GLP, GNV, Querosene
6. Comunicação
Telefonia, Rádio Difusão, TV, TV a Cabo, Correios, Internet
7. Energia Elétrica
Consumo
8. Madeira Extração, Beneficiamento, Indústria Moveleira
9. Medicamentos
Distribuidores e Farmácia
10. Produção, Indústria, Exportação, Comercialização (inclusive
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Pecuária frigoríficos, casas de carnes, etc)
11. Soja Produção, Indústria, Exportação e Comercialização Mercado Interno
12. Supermercados
Hiper, Super, Produtos Alimentícios, bebidas, fumos, outros (inclusive substituição tributária)
13. Transportes
Aéreo, rodoviário de cargas e passageiros, ferroviário, fluvial
14. Varejo Exclusive mercadorias contempladas nos segmentos e inclusive substituição tributária
15. Veículos Automóveis, Motos, Ônibus, Caminhões, Auto-Peças, Pneus e Acessórios
16. Outros Outras receitas de ICMS (inclusive outros produtos agrícolas não alcançados pelos segmentos)
Os critérios para definir produto ou cadeia produtiva como Segmento foram
sua representatividade na receita tributária e/ou na economia do Estado, de modo que o
conjunto dos Segmentos representasse, no mínimo, 90% da arrecadação total.
Para os diversos PIBs setoriais – PIB dos Segmentos - adotou-se a hipótese de
elasticidade unitária PIB - receita tributária, ou seja, para cada ponto de
crescimento/redução no PIB registra-se um incremento/queda de um ponto na receita de
ICMS.
Como Proxy do PIB considerou-se a estimativa do faturamento de cada
Segmento, com base em informações sobre a demanda local, obtida a partir de
indicadores de consumo per capta e do volume de produção do Segmento. Essa
informação permitiu identificar a capacidade contributiva potencial dos agentes
econômicos.
O ICMS potencial, obtido a partir da aplicação da alíquota média do ICMS do
segmento no valor do faturamento, refere-se ao valor da arrecadação em uma situação
ideal (ausência de externalidades na gestão tributária, tais como, renúncia,
inadimplência, medidas judiciais que anulem a obrigação tributária, contencioso
administrativo e sonegação).
A renúncia por segmento foi calculada a partir de levantamento das concessões
de incentivos fiscais isolados (redução de base de cálculo, crédito presumido, crédito
outorgado, isenção, diferimento) e de programas de incentivos fiscais.
O ICMS potencial menos a renuncia, o aproveitamento de crédito é igual ao
ICMS efetivo. O Inconverso por sua vez é composto de quatro variáveis: contencioso
administrativo, contencioso judicial, conta corrente ou inadimplência e um valor
residual configurado como fraude (ver ilustração 1).
ICMS efetivo é obtido com base no registro das receitas recolhidas ao erário.
Essa metodologia permitiu identificar um importante indicador de desempenho da
receita pública, que é o de eficácia tributária, o qual estabelece uma relação entre a
receita efetiva e receita potencial, revelando o espaço ainda existente para avançar em
termos de arrecadação.
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Códigos das Atividades Econômicas (CNAE´s)
Segmento: Algodão
CNAES Descrição
1321-9/00 Tecelagem de fios de algodão
1311-1/00 Preparação e fiação de fibras de algodão
0112-1/01 Cultivo de algodão herbáceo
4623-1/03 Comércio atacadista de algodão
Segmento: Arroz
1061-9/02 Fabricação de produtos do arroz
0111-3/01 Cultivo de arroz
4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados
1061-9/01 Beneficiamento de arroz
Segmento: Atacado
0114-8/00 a 1749-4/00
2011-8/00 a 2829-1/01
3050-4/00 a 3329-5/99
4623-1/04 a 4693-1/00
Com 212 atividades
Segmento: Bebidas
1112-7/00 Fabricação de vinho
1033-3/02 Fabricação de sucos de frutas, hortaliças e legumes, exceto concentrados
1033-3/01 Fabricação de sucos concentrados de frutas, hortaliças e legumes
1122-4/01 Fabricação de refrigerantes
1122-4/03 Fabricação de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricação de outras bebidas não-alcoólicas não especificadas anteriormente
1111-9/02 Fabricação de outras aguardentes e bebidas destiladas
1113-5/01 Fabricação de malte, inclusive malte uísque
1122-4/02 Fabricação de chá mate e outros chás prontos para consumo
1113-5/02 Fabricação de cervejas e chopes
1121-6/00 Fabricação de águas envasadas
1111-9/01 Fabricação de aguardente de cana-de-açúcar
4723-7/00 Comércio varejista de bebidas
4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas não especificadas anteriormente
4635-4/03 Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral
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Segmento Combustíveis
3520-4/01 Produção de gás; processamento de gás natural
1922-5/01 Formulação de combustíveis
2021-5/00 Fabricação de produtos petroquímicos básicos
1921-7/00 Fabricação de produtos do refino de petróleo
2099-1/99 Fabricação de outros produtos químicos não especificados anteriormente
1922-5/99 Fabricação de outros produtos derivados do petróleo, exceto produtos do refino
1931-4/00 Fabricação de álcool
0600-0/02 Extração e beneficiamento de xisto
0600-0/03 Extração e beneficiamento de areias betuminosas
0600-0/01 Extração de petróleo e gás natural
3520-4/02 Distribuição de combustíveis gasosos por redes urbanas
1910-1/00 Coquerias
4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes
4784-9/00 Comércio varejista de gás liqüefeito de petróleo (GLP)
4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes
4682-6/00 Comércio atacadista de gás liqüefeito de petróleo (GLP)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante
4681-8/04 Comércio atacadista de combustíveis de origem mineral em bruto
4681-8/01 Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo, exceto lubrificantes, não realizado por transportador retalhista (TRR)
0500-3/02 Beneficiamento de carvão mineral
Segmento: Comunicação
6120-5/01 Telefonia móvel celular
6130-2/00 Telecomunicações por satélite
6110-8/01 Serviços de telefonia fixa comutada - STFC
6120-5/99 Serviços de telecomunicações sem fio não especificados anteriormente
6110-8/99 Serviços de telecomunicações por fio não especificados anteriormente
6110-8/02 Serviços de redes de transporte de telecomunicações - SRTT
6110-8/03 Serviços de comunicação multimídia - SCM
6120-5/02 Serviço móvel especializado - SME
6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP
6190-6/01 Provedores de acesso às redes de comunicações
6022-5/01 Programadoras
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicações não especificadas anteriormente
6143-4/00 Operadoras de televisão por assinatura por satélite
6142-6/00 Operadoras de televisão por assinatura por microondas
6141-8/00 Operadoras de televisão por assinatura por cabo
6022-5/02 Atividades relacionadas à televisão por assinatura, exceto programadoras
6021-7/00 Atividades de televisão aberta
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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Segmento: Energia
3512-3/00 Transmissão de energia elétrica
3511-5/00 Geração de energia elétrica
3514-0/00 Distribuição de energia elétrica
3513-1/00 Comércio atacadista de energia elétrica
Segmento: Madeira
1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira
1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira
0210-1/09 Produção de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/08 Produção de carvão vegetal - florestas plantadas
0220-9/02 Produção de carvão vegetal - florestas nativas
1622-6/99 Fabricação de outros artigos de carpintaria para construção
3101-2/00 Fabricação de móveis com predominância de madeira
1621-8/00 Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada
1622-6/02 Fabricação de esquadrias de madeira e de peças de madeira para instalações industriais e comerciais
1622-6/01 Fabricação de casas de madeira pré-fabricadas
1629-3/01 Fabricação de artefatos diversos de madeira, exceto móveis
2219-6/00 Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente
0210-1/07 Extração de madeira em florestas plantadas
0220-9/01 Extração de madeira em florestas nativas
0210-1/04 Cultivo de teca
0139-3/06 Cultivo de seringueira
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/01 Cultivo de eucalipto
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados
0230-6/00 Atividades de apoio à produção florestal
Segmento: Medicamentos
4646-0/01 Comércio atacadista de cosméticos e produtos de perfumaria
4644-3/01 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano
4644-3/02 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso veterinário
4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
4771-7/03 Comércio varejista de produtos farmacêuticos homeopáticos
4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas
4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas
2121-1/01 Fabricação de medicamentos alopáticos para uso humano
2121-1/03 Fabricação de medicamentos fitoterápicos para uso humano
2121-1/02 Fabricação de medicamentos homeopáticos para uso humano
2110-6/00 Fabricação de produtos farmoquímicos
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19
Segmento: Pecuária
0151-2/01 0322-1/99
1011-2/01 1529-7/00
1012-1/02 1012-1/01
4623-1/01 4722-9/01
63 Atividades
Segmento: Soja 1042-2/00 Fabricação de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho
1041-4/00 Fabricação de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho
0115-6/00 Cultivo de soja
4622-2/00 Comércio atacadista de soja
4637-1/03 Comércio atacadista de óleos e gorduras
Segmento: Supermercado
4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominância de revenda
4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominância de produção própria
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - supermercados
4712-1/00 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns
4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - hipermercados
4724-5/00 Comércio varejista de hortifrutigranjeiros
4637-1/99 Comércio atacadista especializado em outros produtos alimentícios não especificados anteriormente
4639-7/02 Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral, com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4639-7/01 Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral
4637-1/01 Comércio atacadista de café torrado, moído e solúvel
4621-4/00 Comércio atacadista de café em grão
Segmento: Transporte
4911-6/00 4950-7/00
5011-4/01 5320-2/02
48 atividades
Segmento: Varejo
1932-2/00
2029-1/00 2869-1/00
3102-1/00 3299-0/04
4615-0/00 4789-0/99
5611-2/01 5620-1/04
Segmento: Veículos
4511-1/01 a 4520-0/01 67 CNAES
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20
168 Atividades
Segmento: Outros
0170-9/00 a 1811-3/01 a 1830-0/03
0210-1/06 a 0220-9/99 1922-5/02
0311-6/03 a 0322-1/07 2019-3/01 a 2541-1/00
0500-3/01 a 3211-6/01 a 3900-5/00
0710-3/01 a 0729-4/05 4110-7/00 a 4618-4/99
0810-0/01 a 0899-1/99 5211-7/01 a 5920-1/00
0910-6/00 a 0990-4/03 6010-1/00 a 6920-6/02
1099-6/04 a 1340-5/99 7020-4/00 a 7990-2/00
1531-9/02 8011-1/01 a 8800-6/00
1741-9/02 9001-9/01 a 9900-8/00
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21
COMPORTAMENTO DA RECEITA TRIBUTÁRIA - ICMS
Gráficos
Gráfico 1 – Total do ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º
Sem/15– Algodão, Arroz, Atacado e Bebidas (em Milhões de Reais)
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22
Gráfico 2 – Total do ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º Sem/15
– Combustível, Comunicação e Energia (em Milhões de Reais).
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23
Gráfico 3 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º Sem/15,
segmentos de Madeira, Medicamentos, e Pecuária (em Milhões de Reais).
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24
Gráfico 4 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º Sem/15,
segmentos de Soja, Supermercado e Transporte (em Milhões de Reais).
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25
Gráfico 5 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no ano 1º Sem/15,
segmentos de Varejo, Veículos e Outros (em Milhões de Reais).
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27
Tabela 6 – Potencial, Efetivo e Eficácia Tributária do ICMS por Segmentos – 1º Sem/15 .
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28
Tabela 7 – Comparação entre Receita Projetada, Realizada e Analisada – 1º Sem/15 .
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29
Eficácia Tributária
A partir da Análise de 2010, a Unidade de Pesquisa Econômica Aplicada incorporou mudanças para obter a eficácia
da arrecadação de ICMS. Para manter a uniformidade da série, ajustes parciais foram feitos para os anos de 2007, 2008 e
2009. As referidas mudanças no procedimento de cálculo da eficácia constam do Quadro 01.
Quadro 01 – Mudanças introduzidas no cálculo da eficácia, antes e depois de 2010.
Eficácia antes Eficácia atual
E = 𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑎𝑟𝑟𝑒𝑐𝑎𝑑𝑜
𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
E = 𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑎𝑟𝑟𝑒𝑐𝑎𝑑𝑜+𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠
𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 – 𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 −𝐶𝑟é𝑑𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑈𝑠𝑢𝑓𝑟𝑢í𝑑𝑜𝑠
A eficácia consistia numa divisão entre o ICMS arrecadado e o ICMS potencial.
Soma-se ao ICMS arrecadado, os valores do FESP, FETHAB e FUNGEFAZ.
Motivo: os fundos derivam do ICMS que integram o esforço fiscal de arrecadação. Já a renúncia caracteriza uma escolha de política tributária, portanto, não está ao alcance do erário. O agente arrecadador não tem governabilidade sobre as renúncias e nem sobre os créditos usufruídos já que estes integram a atividade operacional de aquisição de insumos inerente à mediação econômica.
E = eficácia
Como se observa no quadro 01 acima, a eficácia tributária do ICMS é uma relação entre o ICMS arrecadado e ICMS
potencial. A eficácia representa o percentual de realização que o Estado arrecada em relação aquilo que seria possível, ou
seja, um valor denominado de ICMS potencial. O ICMS potencial é montante teórico de arrecadação dimensionado num
ambiente sem qualquer desvio tributário.
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30
Tabela 8 - Eficácias Tributárias por segmentos.
A Eficácia Tributária Realizada no 1º Sem/15 nos diversos segmentos que compõem o ICMS ficou em torno de 78,58 %.
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31
Análise do Inconverso
Tabela 9 – Comparação do Inconverso do ICMS entre Original, Realizado e Analisado por Segmento – 1º Sem/15
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35
Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos
Tabela 13 – Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos – jan e jun
(2007-2015).
Nom= nominal, Cor = corrigido
Na tabela 13, comparando o 1º Sem/15 com o mesmo período do ano anterior,
verificamos que os piores desempenhos em termos de arrecadação são atribuíveis aos
segmentos de madeira, soja, atacado, algodão. Os melhores desempenhos foram observados
nos segmentos de energia, bebidas, medicamentos, pecuária, supermercado e combustível.
A arrecadação do ICMS no 1º Sem/15, foi de R$ 3,54 bilhões, em valores nominais,
enquanto que no mesmo período de 2014 foi de R$ 3,29 bilhões, registrando uma variação
positiva de 7,8%. Já em termos reais a variação positiva foi de 3,6%. Vale ressaltar a forte
desaceleração econômica pela qual o país vem passando, o que está impactando diretamente
na arrecadação de alguns segmentos. O segmento de comunicação foi afetado pela queda de
alguns indicadores macroeconômicos, como o de venda de bens e serviços. Outro fator que
merece destaque no segmento de comunicação é a corrosão da base, em razão do surgimento
de novos aplicativos gratuito de envio de mensagens. Quanto ao segmento de madeira, a
principal razão para a queda na arrecadação é a migração de diversas empresas para o Simples
Nacional, regime que possui uma carga tributária menor. O segmento de transportes e
veículos, conforme dados do IBGE, registrou crescimento menor que em ano anterior, tendo
em vista que em geral também sentiu os efeitos da desaceleração econômica. No algodão
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36
observou-se queda no faturamento em função da queda na produção e nos preços. No
segmento de atacado, houve leilão pepro de milho em jan/14 (aproximadamente R$ 50
milhões), fato que não se repetiu até o período analisado de 2015. Já no segmento da soja,
houve atraso na colheita e também queda de 33% no faturamento do complexo soja (grãos,
farelo e óleo) no período analisado, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Houve também queda no volume médio exportado de 7%.
Vale registrar, ainda, a greve dos caminhoneiros na 2ª quinzena de fev/15, que pode ter
refletido negativamente na arrecadação de alguns segmentos.
PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NA RECEITA DO ICMS
Tabela 14 – Segmento Econômico, Faturamento Total, Faturamento Tributável,
Renúncia Fiscal ICMS realizado – 1º Sem/2015.
A tabela 14 mostra que não há conversão proporcional do faturamento do
agronegócio em arrecadação de ICMS. São destacados os percentuais referentes à
participação relativa no faturamento e no ICMS efetivo: Agropecuária 27,3% do faturamento
tributável e 11,9% da arrecadação do ICMS efetivo; comércio 53,9% do faturamento
tributável e 64% do mesmo tributo; em serviços esses percentuais foram de 15,9 % e 22,4%,
respectivamente; já para os segmentos que integram outros, o percentual do faturamento foi
de 2,9% e 1,8% de arrecadação de ICMS.
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37
Relação entre faturamento e ICMS
Na Tabela 14, observamos que o faturamento total da agropecuária representa
49,9 %, mas a parte que se converte em ICMS é de apenas 11,9 %. Isso ocorre devido à
imunidade dos produtos exportados e ao expressivo valor da renúncia que é concedida para os
segmentos componentes da agropecuária. Uma das maiores renúncia, de 33,7%, está na
pecuária, seguida do varejo com 32,1% e do atacado, com 9,7%. O argumento justificador da
renúncia, geralmente leva em consideração os efeitos multiplicadores dessas atividades em
toda a economia, já que, em termos de arrecadação direta, há uma redução do ICMS.
As atividades ligadas ao comércio, embora tenham contribuído com 36,3% do
faturamento total neste período, apresentaram um peso de 64% na arrecadação efetiva do
ICMS.
Agrupando-se os segmentos de serviços - comunicação, energia e transportes –
cujo faturamento total representou 11,8 % , em termos de participação na arrecadação do
ICMS, tais segmentos contribuíram com 22,4% do total.
SEGMENTOS ECONÔMICOS
Segmento Algodão
Tabela 15 – Memória de Cálculo do ICMS projetada para o algodão – 1º Sem/15.
No segmento algodão, o faturamento tributável realizado ficou 31,3% inferior ao
previsto, pois, foi projetado para o período R$ 1,8 bilhões e o valor realizado foi de R$ 1,23
bilhões. Quanto ao ICMS efetivo, a LOA previu para o período R$ 36,01 milhões, realizando
em R$ 38,07 milhões, ou seja, 5,7 % acima.
É verificável também que a eficácia tributária ficou acima das projeções iniciais, pois
foi projetada em 63,4% e realizou-se em 91,56%. O índice de Inconverso ficou em 8,44%,
portanto, inferior ao projetado de 36%. A renúncia fiscal refere-se ao Proalmat agricultura, e
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38
Prodeic. Os créditos renunciados referem-se à utilização de créditos decorrentes da aquisição
de insumos. Observou-se que houve queda na produção e nos preços do algodão em relação
ao mesmo período do ano anterior (10,45% na produção e 7,13% nos preços), o que de certa
forma justifica a arrecadação do período ter ficado menor que a do ano anterior. Vale ressaltar
que embora a exportação tendo crescido 26%, não foi suficiente para anular o mau
desempenho do mercado interno e dos preços.
Segmento Arroz
Tabela 16 – Memória de Cálculo do ICMS do Arroz – 1º Sem/15.
O faturamento tributável no segmento de arroz ficou acima das projeções iniciais
para o período, pois foi previsto R$ 424,61 milhões, realizando-se R$ 493,73 milhões. A
receita realizada ficou 7,38% abaixo da prevista, ou seja previsão de R$ 66,15 milhões,
efetivando-se em R$ 61,27 milhões. A eficácia do segmento ficou abaixo das projeções
iniciais, ou seja, 82,73%, ante previsão de 90,88%, enquanto que o inconverso ficou em
17,27% ante projeção de 9,12%.
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39
Segmento Atacado
Tabela 17 - Memória de Cálculo do ICMS para o Atacado – 1º Sem/15.
Para o segmento de Atacado previa-se um faturamento de R$ 1,84 bilhões,
realizando em R$ 1,98 bilhões na análise do segmento no período, ou seja 7,1% superior, em
função do aumento do PIB (5,23%) e do IPA-DI (6,55%). A arrecadação do período, R$
186,93 milhões, ficou 11,47% abaixo da prevista na LOA. A eficácia tributária foi de
73,99%, portanto inferior a projetada na LOA para o período, que foi de 89,92%. Vale
ressaltar que este segmento vem sofrendo os impactos da desaceleração econômica que o país
vem atravessando. Houve leilão pepro de milho em jan/14, fato que não se repetiu até o
primeiro quadr/2015, fazendo com que a arrecadação desse período ficasse menor que o
mesmo período do ano anterior.
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40
Segmento: Bebidas
Tabela 18 - Memória de Cálculo ICMS do segmento de Bebidas- 1º Sem/15.
O faturamento do segmento de Bebidas previsto na LOA para o período foi de R$
1,14 bilhões, sendo realizado o montante de R$ 1,1 bilhões, ou seja 3,02% abaixo. O ICMS
arrecadado no período foi de R$ 211,92 milhões, com uma eficácia de 88,5,%, indicando que
o segmento obteve uma eficácia acima da esperada para o período, que foi de 77,75%. A
renúncia fiscal refere-se ao prodeic.
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41
Segmento: Combustíveis
Tabela 19 – Memória de Cálculo ICMS dos Combustíveis – 1º Sem/15.
O faturamento tributável no segmento de combustíveis no período obteve uma
variação positiva de 34,88% em relação ao orçado, impactando diretamente na arrecadação.
Foi prevista na LOA uma arrecadação para o período de R$ 789,77 milhões, realizando-se R$
1,02 bilhões, ou seja R$ 237 milhões acima (com a recomposição dos repasses ao fundo
Fethab-diesel). A Renúncia fiscal refere-se ao PRODEIC. Analisando o comportamento do
segmento no período, conclui-se que a eficácia tributária foi inferior à prevista na LOA, ou
seja, 91,87 % contra previsão de 96,13%, e o inconverso superior, 8,13% contra previsão de
3,87%. Vale ressaltar que este segmento respondeu no período por aproximadamente 23 % da
arrecadação total do ICMS.
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Segmento: Comunicação
Tabela 20 – Memória de Cálculo ICMS de Comunicação – 1º Sem/15.
A lei Orçamentária Anual previu para o segmento de Comunicação para o
período uma receita de R$ 307,2 milhões, sendo realizados R$ 324,74 milhões, portanto,
5,71% acima da previsão (com a recomposição dos repasses ao fundo Fungefaz). A eficácia
tributária ficou abaixo da prevista, ou seja 76,73% contra uma previsão de 87,28%. Cabe
salientar que estava previsto na LOA repasses para o Fungefaz , referentes a créditos
outorgados às Concessionárias de Serviços de Comunicação, no valor de R$ 84,42 milhões,
efetivando-se em 79,16 milhões. Vale salientar que a arrecadação do segmento, quando
comparado, em valores nominais, ao mesmo período do ano passado apresentou variação
negativa de 2,23% . Em valores reais a variação negativa foi de 6%, e isto se explica pela
queda de alguns indicadores macroeconômicos, como o de venda de bens e serviços e também
pela erosão de base, em razão do surgimento de novos aplicativos gratuito de envio de
mensagens.
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43
Segmento Energia Elétrica
Tabela 21 – Memória de cálculo ICMS da Energia Elétrica – 1º Sem/15.
A receita do ICMS deste segmento prevista para o período foi de R$ 350,37
milhões, no entanto, efetivou-se em R$ 496,45 milhões, ou 41,7% acima (com a
recomposição dos repasses aos fundos Fesp e Cultura). A eficácia tributária realizada no
período foi de 95,44%, contra previsão de 88,72%. Foram, também, recolhidos ao FESP e ao
Fundo de Fomento à Cultura, pela Rede Cemat, valores que totalizaram R$ 47,86 milhões,
gerando crédito de ICMS neste valor, enquanto na LOA tais valores foram previstos em R$
51,81 milhões.
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44
Segmento Madeira
Tabela 22 – Memória de cálculo ICMS da Madeira – 1º Sem/15.
A projeção da Lei Orçamentária para o período, deste segmento, foi de R$ 30,51
milhões, realizando-se R$ 22,36 milhões, portanto, 26,7% abaixo da LOA.
Oportuno observar, que no período analisado, aproximadamente 16,59% da madeira
foi destinada à exportação, portanto, não constitui base de cálculo para o ICMS. Com o
advento do Super Simples muitas empresas migraram para este regime, contribuindo para
redução do valor arrecadado. A análise do segmento no período mostra que o índice de
inconverso foi alto, 73,46% contra previsão de 67,41%, o que justifica o fato de a eficácia
tributária ter ficado abaixo da previsão.
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45
Segmento Medicamentos
Tabela 23 – Memória de Cálculo ICMS do Segmento Medicamentos- 1º Sem/15.
O valor do faturamento tributável no segmento de Medicamentos, previsto para o
período, foi de R$ 1,18 bilhões, realizando-se R$ 1,23 bilhões, portanto 3,82% acima. O
ICMS efetivo atingiu R$ 96,8 milhões, ficando 9,74 % acima do previsto na LOA, que foi de
R$ 88,2 milhões. A eficácia realizada foi de 80,5% contra previsão na LOA de 83,73%,
enquanto que o índice de inconverso foi de 11,5%, ficando acima da previsão de 16,3%,
justificando o bom desempenho do segmento no período.
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Segmento: Pecuária
Tabela 24 – Memória de Cálculo ICMS da Pecuária – 1º Sem/15.
O segmento da pecuária engloba a cadeia produtiva dos bovinos, das aves e dos
suínos. O faturamento tributável analisado foi idêntico ao realizado, R$ 4,2 bilhões. Vale
ressaltar que 43,47 % do faturamento foi proveniente das exportações e consumo interno,
portanto não constitui base para arrecadação de ICMS. O valor arrecadado ficou 9,12%
superior ao previsto, ou seja, R$ 193,53 milhões, contra R$ 177,36 milhões.
A renúncia de R$ 99,29 milhões refere-se aos incentivos do Programa de
Desenvolvimento Industrial e Comercial (PRODEIC).
A eficácia tributária do segmento no período foi de 54,91%, portanto, ligeiramente
abaixo das projeções iniciais, que foi de 58,74%.
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47
Segmento Soja
Tabela 25 – Memória de Cálculo do ICMS da soja- 1º Sem/15.
Foi previsto na LOA um faturamento tributável de R$ 4,96 bilhões, no entanto o
valor realizado atingiu o montante de R$ 3,7 bilhões. Já o ICMS efetivo foi de R$ 106,93
milhões, ante um valor previsto de R$ 126,68 milhões, portanto 15,59% abaixo. A eficácia
tributária do período foi de 53,46%, ficando, portanto, superior às projeções iniciais de
47,19%. A tabela acima demonstra que as exportações realizadas representaram 80,06% do
faturamento, portanto não constitui base para arrecadação de ICMS. A renúncia fiscal refere-
se ao PRODEIC. Vale registrar em relação ao segmento, que houve atraso na colheita e
também queda de 33% no faturamento do complexo soja (grãos, farelo e óleo) no período
analisado, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Houve também queda no
volume médio exportado de 7%.
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48
Segmento Supermercados
Tabela 26 – Memória de Cálculo do ICMS dos Supermercados- 1º Sem/15.
O faturamento tributável previsto para o período foi de R$ 1,77 bilhões, entretanto,
realizou-se em R$ 2,16 milhões, 21,69% acima, o que justifica parte do bom desempenho do
segmento no período. A eficácia tributária prevista foi de 76,2%, efetivando-se em 74,13%.
O índice de inconverso do segmento no período foi de 25,87%, acima das projeções iniciais
de 23,8%. O ICMS efetivo foi de R$ 169,7 milhões, ficando 18,37% superior ao valor
previsto na LOA, R$ 143,4 milhões. Importante registrar que as vendas ficaram estáveis e o
aumento do faturamento foi mais em função do aumento de preços, que tiveram uma grande
escalada no primeiro semestre, sendo o maior dos últimos cinco anos, com a combinação de
vários fatores, como a falta de água, aumento da energia elétrica, alta do dólar e aumento do
custo da mão de obra.
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49
Segmento: Transporte
Tabela 27 - Memória de Cálculo do ICMS do Transportes – 1º Sem/15.
No Segmento de Transporte, o faturamento realizado no período foi de R$ 2,89
bilhões, ficando 8,47% menor que o valor previsto na LOA, R$ 3,16 bilhões.
O ICMS efetivamente arrecadado foi de R$ 100,07 milhões, portanto, 19,48%
abaixo do valor previsto na LOA, R$ 124,28 milhões. A eficácia tributária ficou abaixo das
projeções iniciais, em torno de 55,63%. O Índice de inconverso, que foi estimado em 36,75%,
ficou em 44,37%. Este segmento, conforme dados do IBGE, registrou crescimento menor que
em ano anterior, tendo em vista que em geral também sentiu os efeitos da desaceleração
econômica. Vale ressaltar, ainda, que a greve dos caminhoneiros ocorrida na segunda
quinzena de fevereiro/15 impactou negativamente a arrecadação do segmento no período
analisado.
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50
Segmento Varejo
Tabela 28 – Memória de Cálculo do ICMS do Varejo – 1º Sem/15.
O faturamento tributável do período foi de aproximadamente R$ 6,2 bilhões,
idêntico ao analisado. O ICMS previsto de R$ 525,39 milhões, efetivou-se em R$ 520,95
milhões , ou seja, 0,85% abaixo. A eficácia tributária efetivou-se em 79,28%, portanto 10,55
pontos percentuais abaixo da prevista na LOA, que foi de 89,83%. Merece destaque,
conforme dados do IBGE, a queda nas vendas no varejo no período analisado, provocando
impacto negativo na arrecadação da receita em termos reais (2,2%), quando comparado ao
mesmo período do ano anterior.
Existem, aproximadamente, 170 atividades com CNAE’s - Código Nacional da
Atividade Econômica inseridas no segmento de varejo, entre elas: lanchonetes, produtos de
limpeza, vestuário, calçados, azulejos, pisos, móveis e material elétrico, que devem
proporcionar um acréscimo de um bilhão de reais no faturamento anual do segmento, em
relação ao ano anterior. A renúncia Fiscal do período refere-se aos programas: PRODEIC,
PRODECIT.
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Segmento Veículos
Tabela 29 – Memória de Cálculo do ICMS do segmento Veículos –1º Sem/15.
O segmento de veículos mostra sinais de desaquecimento, em que pese ter sido
responsável por aproximadamente 7,8% do Faturamento Tributável no período(dados da
SEFAZ). As vendas despencaram no primeiro semestre de 2015, em comparação com o
mesmo período no ano anterior, sendo atingidas pela forte desaceleração das atividades
econômicas. O faturamento realizado, de R$ 3,31 bilhões, ficou 6,10% inferior ao previsto
que foi de R$ 3,52 bilhões.
A projeção do ICMS deste segmento para o período foi de R$ 286,7 milhões,
realizando-se em R$ 271,24 milhões, ou seja, 5,4 % abaixo. A eficácia realizada no período
ficou em 77,96%, enquanto o inconverso em 22,04%.
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52
OUTROS
Tabela 30 – Memória de Cálculo ICMS do segmento Outros- 1º Sem/15.
A UPEA, por orientação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas,
trabalha com a seguinte premissa: quando o faturamento do segmento Outros apresentar um
ICMS cujo percentual ultrapasse 5% do valor do ICMS total, a atividade dentro do segmento
Outros que for identificada pelo desempenho será desagregada e se transformará em novo
segmento. Desse modo o segmento Outros continuará existindo como um resíduo inferior a
5%. No segmento Outros estão inseridas mais de 600 atividades em todo o Estado de Mato
Grosso.
O ICMS efetivo, no período, foi de R$ 62,83 milhões, ficando 11,69 % abaixo
do previsto que foi de R$ 71,14 milhões. A eficácia tributária ficou inferior à prevista em
16,69 pontos percentuais, 53,18% contra 69,87% , enquanto que o inconverso ficou acima na
mesma proporção, 46,82% ante 30,13% nas projeções iniciais. Vale ressaltar que a renúncia
fiscal do segmento refere-se aos programas: Prodeic, Prodetur, Proder ,Porto Seco (Trading,
Indústria, Comércio).
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53
MODELO ECONOMÉTRICO DE PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO DE
ICMS
No ano de 2003 a Secretaria de Fazenda, visando testar sua metodologia de projeção
da receita do ICMS, contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE para
desenvolver um modelo econométrico de previsão da arrecadação. O relatório foi feito com
base nos valores históricos da receita do ICMS dos anos de 1992 a 2001.
Optou-se por essa alternativa porque, embora os problemas de economia
possam ser analisados de diversas formas, uma das mais importantes dentre elas é a
econometria, que é, segundo a literatura, a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos a
problemas de economia.
A econometria é o ramo da Economia que trata da mensuração de relações
econômicas, isto é, das relações entre variáveis de natureza econômica.
O método mais importante da econometria é a análise de regressão. Ela serve para
estimar valores não conhecidos de uma variável dependente (comumente chamada de y) a
partir de uma série de valores conhecidos de uma variável independente (geralmente
denominada x).
Um das técnicas mais difundidas da econometria consiste em encontrar uma equação
que melhor descreva a relação entre os pontos distribuídos num sistema de eixo ortogonais
(uma reta horizontal e vertical). Entretanto, é comum trabalhar com um terceiro eixo, ou seja,
três variáveis independentes. Quando há mais de três variáveis, os cálculos são apenas
algébricos – sem representação gráfica.
As variáveis dependentes são aquelas que recebem influência de outras variáveis, das
independentes. As primeiras também são chamadas de variáveis endógenas, variáveis-efeitos
ou explicativas. O conjunto de variáveis explicativas mais o termo constante (não captado nas
equações) são chamados de regressores.
As etapas metodológicas para a pesquisa em economia com uso de modelos
econométricos são três:
Formulação de hipóteses sobre o comportamento da realidade. Nessa etapa aplicam-
se conhecimentos sobre a teoria econômica e/ou da observação do mundo real. A seguir essas
hipóteses estão reunidas em um modelo matemático, utilizando-se uma função definida, com
o acréscimo de um termo aleatório;
A segunda etapa consiste na coleta de dados estatísticos e estimação dos parâmetros;
A terceira e última etapa é a avaliação. No presente caso, a avaliação foi feita
comparando-se a arrecadação anual resultante da aplicação do modelo com arrecadações já
realizadas em determinado ano (valores previstos x valores observados).
As pressuposições de um modelo de regressão linear, ou seja, as premissas a serem
satisfeitas, foram atendidas no modelo. (São elas: Relação linear entre Y e X; erro aleatório
com média zero; erro aleatório com variância constante - presença de homocedasticidade;
erros aleatórios independentes; variáveis não aleatórias – fixas; os erros apresentaram
distribuição normal, com média zero e variância constante; ausência de relação linear exata
entre as variáveis explicativas).
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54
Tabela 31 – Classificação PIB per capita
A tabela 32 demonstra que a Renda média per capita anual no
Brasil é de R$ 22.646 (dados do último PIB divulgado pelo IBGE). O Estado de Mato Grosso
classifica-se acima dessa média, com R$ 25.946, na sexta posição a nível nacional. O Distrito
Federal ocupa a primeira colocação com R$ 64.653, enquanto que o Estado do Piauí ocupa a
última colocação com R$ 8.138 anual.
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55
Ranking PIB por Unidade da Federação
Tabela 32 – Ranking PIB por Unidade da Federação.
A tabela demonstra o valor do último PIB divulgado pelo IBGE por unidade da
federação. Como esperado, São Paulo lidera o ranking com um PIB de 1,408 trilhões e Mato
Grosso encontra-se em 14º lugar com PIB no valor de R$ 80,83 bilhões.
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56
Ranking Transferências Constitucionais
Tabela 33 – Ranking dos Estados Brasileiros, FPE, IOF, IPI-EXP, FUNDEB, LC 87/96,
CIDE – 1º Sem/15.
Considerando todas as rubricas da tabela, Mato Grosso foi o vigésimo em
recebimento de FPE, IOF, IPI-EXP, FUNDEB, Lei Constitucional 87/96, CIDE . Um
esclarecimento adicional deve ser feito quanto ao IPI-EXP. O critério para compor o montante
do IPI-EXP é originado de uma fração de 10% do IPI. Após a apuração desses 10%, os
Estados receberão uma parcela conforme a participação deles na exportação de produtos
industrializados. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os Estados que mais
receberam essa modalidade de transferência constitucional.
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57
Tabela 34 – Especificação das Transferências Correntes e sua Comparação entre o
valor previsto na Lei Orçamentária e o Realizado – 1º Sem/15.
As Transferências Correntes efetivadas para Mato Grosso no 1º Sem/15
ficaram 6,42 % superior ao valor consignado na LOA para o período. O Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB) são os valores mais representativos da Tabela. O FPE realizou 12,7% acima da
previsão e o FUNDEB 2,85 % acima. Nota-se que o valor de R$ 639,65 milhões do FPE
recebido por Mato Grosso (conforme tabela 34) está acima do montante de R$ 776,4 milhões
(conforme tabela 33). Essa diferença ocorre porque os dados da tabela 33 originam-se da STN
e, deles estão deduzidos os valores referente aos repasses do FUNDEB, cálculo não efetuado
na tabela 34.
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58
Transferências Constitucionais per capita
Tabela 35 - Transferências Constitucionais per capita – 1º Sem/15.
A tabela mostra que as Transferências Correntes no Brasil no 1º Sem/15 chegaram a
R$ 66,8 bilhões. Em valores absolutos, São Paulo foi à unidade da federação que recebeu o
maior valor, cerca de R$ 9,29 bilhões. Já em termos per capita, Roraima recebeu R$ 2.262,04
reais por pessoa, sendo a unidade da federação que recebeu a maior fração per capita das
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59
transferências. Mato Grosso, com uma população de, aproximadamente, 3,1 milhões, recebeu
R$ 481,55 reais por pessoa, ficando na 13º posição do ranking nacional.
As transferências têm por finalidade amenizar as desigualdades regionais, na
busca incessante de promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e Municípios. Esse
mecanismo provê recursos adicionais aos governos subnacionais, de modo a manter os
serviços públicos sob suas competências. As transferências não constituem fonte primária de
receita, mas alteram a receita disponível dos tesouros subnacionais.
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60
Transferências Voluntárias.
Tabela 37 – Transferências de Convênios da União – 1º Sem/15.
As receitas de Transferências de Convênios estavam previstas para o período em
análise no valor de R$ 41,15 milhões, sendo realizados R$ 24,65 milhões, ou seja, 40,10%
abaixo do previsto na LOA.
Transferências voluntárias são os recursos financeiros
repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e
Municípios em decorrência da celebração de convênios,
acordos, ajustes ou outros instrumentos similares cuja
finalidade seja a realização de obras e/ou serviços de interesse
comum às três esferas de Governo. Conforme a Lei de
Responsabilidade Fiscal, entende-se por Transferência
Voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro
ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência
financeira, que não decorra de determinação constitucional,
legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
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Multas, juros de mora.
Tabela 38 – Especificação multas e juros: ICMS, IPVA, ITCD, Taxa
Fisc.Vig.Sanitária, Contribuições, Dívida Ativa e Outros Tributos – 1º Sem/15.
A receita realizada decorrente de Multas e Juros de ICMS, ITCD, IPVA, TAXA
Fisc.Vig. Sanitária, Contribuições, Dívida Ativa e Outros Tributos alcançou, no período, o
total de R$ 87,84 milhões, ante uma previsão LOA de R$ 90,88 milhões, ou seja, 3,35 %
inferior à prevista.
Dívida ativa
Tabela 39 – Código, Especificação (Receita da Dívida Ativa), Valor Previsto, Realizado
e Analisado – 1º Sem/15.
A receita da Divida Ativa no período alcançou o montante de R$ 14,73 milhões, ou
seja, 11,96 % inferior ao valor previsto na LOA, que foi de R$ 16,73 milhões.
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62
CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS “SUB JUDICE”.
Tabela 40 – Segmentos, Quantidades de Processos, Valor e Participação percentual do
Valor Econômico Sobre o Valor da Operação – 1º Sem/2015.
A tabela mostra que os contribuintes ligados aos segmentos varejo e pecuária foram
os que mais questionaram os débitos tributários no 1º Sem/15, com 126 e 75 processos,
respectivamente. O valor econômico do ICMS atualizado foi de R$ 13,67 milhões.
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63
Tabela 41– Objetos de Processo Judicial, Quantidades de Processos, Valor e
Participação percentual do Valor Econômico Sobre o Valor da Operação – 1º Sem/15.
A tabela quantifica em 779 a totalidade de processos judiciais no período analisado.
Os processos Não Incidência (ICMS) com 433 processos é o objeto que tem causado maior
quantidade de litígios. A soma de tributos em questionamento alcança mais de R$ 13,67
milhões em ICMS.
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Tabela 42 – Valores Transferidos a Fundos (FUNGEFAZ, FUPIS, FESP e FUNDO
DA CULTURA), Previstos e Realizados – 1º Sem/2015.
Como evidenciado na tabela, o FUNGEFAZ realizado no 1º Sem/15 ficou
inferior ao valor previsto na LOA em 6,2%, realizando R$ 79,2 milhões, contra previsão de
R$ 84,4milhões, FUPIS 21,1 % abaixo , FESP 4,2 % acima e Fundo da Cultura 74,4%
abaixo. A variação negativa do Fupis pode ser explicada pelo descredenciamento, pelo
CEDEM - Conselho Estadual de Desenvolvimento Empresarial, de ofício de várias empresas
que contribuíam para o fundo. Vale ressaltar que a receita do Fundo da cultura refere-se às
contribuições das empresas interessadas em participar do programa, podendo deduzir até 30%
do saldo devedor do ICMS, apurado em cada período, os valores efetivamente depositados em
benefício do referido fundo.
A Secretaria de Estado de Fazenda editará portaria para determinar os
segmentos/setores econômicos autorizados a optarem pela efetivação da contribuição ao
Fundo Estadual de Fomento à Cultura . Até que seja editada a portaria, constituirão receita do
fundo os valores advindos de créditos outorgados às concessionárias de energia elétrica, os
quais serão utilizados, exclusivamente, como dedução do valor do ICMS devido ao Estado de
Mato Grosso, conforme percentual já mencionado anteriormente.
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65
PROGNÓSTICOS E CIRCUNSTÂNCIAS RELEVANTES
Em relação ao Cenário internacional e o nacional, decidimos reproduzir abaixo as
análises da 191ª Reunião do Comitê de Política Monetária – COPOM realizada em 02 e
03/06/2015.
Evolução Recente da Economia
A inflação medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) foi de 0,71% em abril, 0,61 ponto percentual (p.p.) abaixo da registrada no mês
anterior. Dessa forma, a inflação acumulada em doze meses atingiu 8,17% em abril (6,28%
em abril de 2014), com os preços livres aumentando 6,64% (7,04% em abril de 2014), e os
administrados, 13,38% (3,79% em abril de 2014). Especificamente sobre preços livres, os de
itens comercializáveis aumentaram 5,64% em doze meses até abril (6,16% em abril de 2014),
e os de não comercializáveis, 7,53% (7,79% em abril de 2014). Note-se ainda que os preços
no segmento de alimentos e bebidas aumentaram 7,95% em doze meses até abril (7,38% em
abril de 2014), e os dos serviços, 8,34% (8,99% em abril de 2014). Em síntese, as
informações disponíveis sugerem certa persistência da inflação, o que reflete, em parte, a
dinâmica dos preços no segmento de serviços e, no curto prazo, o processo de realinhamento
dos preços administrados.
A média das variações mensais das medidas de inflação subjacente, calculadas pelo Banco
Central, deslocou-se de 0,84% em março para 0,70% em abril, e, assim, a variação acumulada
em doze meses atingiu 7,16% (0,70 p.p. acima da registrada em abril de 2014).
Especificamente, o núcleo por dupla ponderação deslocou-se de 0,78% em março para 0,74%
em abril; o núcleo por exclusão, que descarta dez itens de alimentação no domicílio, bem
como combustíveis, de 1,34% para 0,75%; o núcleo por médias aparadas sem suavização, de
0,73% para 0,70%; e o núcleo por médias aparadas com suavização, de 0,76% para 0,72%.
Por sua vez, o núcleo por exclusão de monitorados e de alimentação no domicílio deslocou-se
de 0,57% para 0,61%. O índice de difusão situou-se em 71,1% em abril (1,1 p.p. acima do
registrado em abril de 2014).
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) aumentou 0,92% em abril,
com variação acumulada em doze meses se posicionando em 3,94% (8,10% em abril de
2014). O principal componente do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA),
variou 1,85% em doze meses (8,76% em abril de 2014), 1,39% no segmento de produtos
agropecuários e 2,03% no de produtos industriais. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC),
segundo componente mais importante do IGP-DI, aumentou 8,41% em doze meses até abril
(6,36% em abril de 2014), e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), componente
de menor peso no IGP-DI, aumentou 6,89% (7,96% em abril de 2014), em parte, reflexo de
pressões de custos de mão de obra, que variaram 7,93% no período. Por sua vez, o Índice de
Preços ao Produtor/Indústria de Transformação (IPP/IT), calculado pelo Instituto Brasileiro de
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66
Geografia e Estatística (IBGE), avançou 0,31% em abril, com variação em doze meses de
5,63%. O Copom avalia que os efeitos do comportamento dos preços no atacado sobre a
inflação ao consumidor dependerão das condições atuais e prospectivas da demanda e das
expectativas dos formadores de preços em relação à trajetória da inflação.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) incorpora estimativas para a
produção mensal dos três setores da economia, bem como para impostos sobre produtos, e
constitui importante indicador coincidente da atividade econômica. Em março de 2015, o
IBC-Br avançou 0,54% em relação ao mesmo mês do ano anterior e, ajustado sazonalmente,
recuou 1,07% em relação a fevereiro. O Purchasing Managers’ Index (PMI) composto para o
Brasil se deslocou de 44,2 em abril para 42,9 em maio, indicando queda acentuada na
atividade do setor privado. Os índices de confiança da Indústria (ICI), do Consumidor (ICC) e
de Serviços (ICS), da Fundação Getulio Vargas (FGV), recuaram 1,6%, 0,6% e 1,6% em
maio, respectivamente. No que se refere à agricultura, o Levantamento Sistemático da
Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, projetava, em abril, crescimento de 4,2% na produção
de grãos em 2015, em relação à de 2014.
O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado recuou 0,2% no primeiro trimestre de
2015, comparado com o trimestre anterior (após avanço de 0,3% no quarto trimestre de 2014),
de acordo com dados dessazonalizados pelo IBGE. Na comparação interanual, houve retração
de 1,6% (retração de 0,2% no quarto trimestre de 2014, na mesma base de comparação). Sob
a ótica da demanda agregada, o consumo das famílias recuou 1,5% ante o trimestre anterior,
de acordo com dados dessazonalizados, e 0,9% em relação ao mesmo trimestre de 2014. Por
sua vez, o consumo do governo recuou 1,3% na margem e 1,5% em relação ao mesmo
trimestre do ano anterior. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou 1,3% em
relação ao trimestre anterior e 7,8% em relação ao primeiro trimestre de 2014.
A atividade fabril recuou 1,2% em abril, ante o mês anterior, após recuar 0,8% em março
último, de acordo com a série livre de influências sazonais divulgada pelo IBGE. Assim, o
setor industrial acumula, nos últimos doze meses, variação de -4,8% em abril de 2015. Na
série sem ajuste sazonal, a produção industrial recuou 7,6% em abril, em relação ao mesmo
mês do ano anterior, com resultados negativos nas quatro categorias de uso e em 23 dos 26
ramos pesquisados. De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI), o faturamento real da indústria de transformação recuou 6,4% de março para
abril de 2015, de acordo com a série livre de influências sazonais, e encontra-se em nível
10,3% menor do que o registrado em abril de 2014. O indicador PMI do setor industrial, por
seu turno, variou de 46,0 em abril para 45,9 em maio.
Entre as categorias de uso, comparando-se a produção de abril com a de março, de acordo
com a série com ajuste sazonal, o setor de bens de capital assinalou a redução mais acentuada
(-5,1%), seguido pelo setor de bens de consumo semi e não duráveis (-2,2%), de bens de
consumo duráveis (-1,8%) e de bens intermediários (-0,2%). Comparando-se a produção de
abril com a do mesmo mês de 2014, houve redução nas quatro categorias: bens de capital (-
24,0%), bens de consumo duráveis (-17,1%), bens de consumo semi e não duráveis (-9,3%) e
bens intermediários (-3,2%).
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), a taxa
de desocupação no trimestre móvel encerrado em abril foi estimada em 8,0%, com aumento
de 0,9 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com a Pesquisa Mensal
de Emprego (PME), que abrange seis regiões metropolitanas, a taxa de desocupação situou-se
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
67
em 6,4% em abril, com aumento de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior e de 1,5 p.p. em
relação a abril de 2014. Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
mostram redução de 97,8 mil postos de trabalho formais em abril e fechamento de 137,0 mil
vagas nos primeiros quatro meses do ano. Em suma, dados disponíveis confirmam um
processo de distensão no mercado de trabalho.
De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o
volume de vendas do comércio varejista restrito avançou 0,4% em março, em relação ao
mesmo mês do ano anterior. Por sua vez, o volume de vendas do comércio ampliado, que
inclui o setor automobilístico e o setor de materiais de construção, diminuiu 0,7% em março,
na mesma base de comparação. As variações mensais foram de -0,9% e de -1,6%,
respectivamente, de acordo com as séries dessazonalizadas, com retração em sete dos dez
segmentos pesquisados. Em doze meses, a taxa de crescimento do comércio restrito alcançou
1,0%, e a do ampliado, -3,4%. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM), medido pela
FGV, recuou 0,3% entre abril e maio, refletindo certa estabilização no segundo trimestre, após
queda de 15,3% entre dezembro e março.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na indústria de transformação,
calculado pela FGV, sem ajuste sazonal, alcançou 78,9% em maio e, na série dessazonalizada,
79,0%. Entre as categorias de uso da indústria, de acordo com as séries com ajuste sazonal, as
que mostram Nuci mais elevado são as de material para construção (82,8%) e as de bens
intermediários (82,6%), seguidas pelas de bens de consumo não duráveis (74,1%), de
consumo duráveis (72,7%) e de capital (72,1%). Por sua vez, a absorção de bens de capital
recuou 14,7% no período de doze meses encerrado em abril.
O deficit da balança comercial atingiu US$1,5 bilhão em doze meses até maio de 2015. Esse
resultado adveio de exportações de US$209,7 bilhões e de importações de US$211,2 bilhões,
com recuo de 12,2% e de 10,5%, respectivamente, em relação ao acumulado até maio de
2014. Por sua vez, o deficit em transações correntes acumulado em doze meses atingiu
US$100,2 bilhões em abril de 2015, equivalente a 4,5% do PIB. Já os investimentos diretos
no país totalizaram US$86,1 bilhões na mesma base de comparação, equivalentes a 3,9% do
PIB.
No que se refere à economia global, indicadores antecedentes apontam, no horizonte
relevante para a política monetária, crescimento compatível com a tendência em importantes
economias maduras e emergentes. Particularmente sobre a Europa, em que pesem ações de
política monetária recentes, altas taxas de desemprego, aliadas à consolidação fiscal e a
incertezas políticas, constituem elementos de contenção de investimentos e do crescimento.
Em relação à política monetária, de modo geral, nas economias maduras e emergentes,
prevalecem posturas acomodatícias. As taxas de inflação permanecem em níveis baixos nas
economias maduras e em níveis relativamente elevados nas emergentes.
O preço do barril de petróleo do tipo Brent manteve-se em torno de US$64 desde a reunião
anterior do Copom. Cabe ressaltar que a complexidade geopolítica que envolve o setor de
petróleo tende a acentuar o comportamento volátil dos preços, que é reflexo, também, da
baixa previsibilidade de alguns componentes da demanda global e da oferta. Desde a reunião
anterior do Copom, os preços internacionais das commodities agrícolas avançaram 4,93%,
enquanto os preços das metálicas recuaram 1,91%. Por sua vez, o Índice de Preços de
Alimentos, calculado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO), recuou 19,2% em doze meses até abril de 2015.
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68
Avaliação prospectiva das tendências da inflação
Os choques identificados, e seus impactos, foram reavaliados de acordo com o novo
conjunto de informações disponível.
Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, projeta-se variação de
12,7% em 2015, ante 11,8% considerados na reunião do Copom de abril. Entre outros fatores,
essa projeção considera hipótese de variação de 9,1% no preço da gasolina e de 3,0% no
preço do gás de bujão; de -4,4% nas tarifas de telefonia fixa; e de 41,0% nos preços da
energia elétrica. Os itens para os quais se dispõe de mais informações foram projetados
individualmente e, para os demais, as projeções se baseiam em modelos de determinação
endógena de preços administrados, que consideram, entre outras variáveis, componentes
sazonais, inflação de preços livres e inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP). Com
base nesses modelos, projeta-se, para o conjunto dos preços administrados por contrato e
monitorados, variação de 5,3% em 2016.
A trajetória estimada para a taxa do swap pré-DI de 360 dias indica spread sobre a taxa
Selic, no cenário de referência, de -7 pontos base (p.b.) e de 13 p.b. para o quarto trimestre de
2015 e de 2016, respectivamente.
Considera-se como indicador fiscal o superavit primário estrutural que deriva das trajetórias
de superavit primário de R$66,3 bilhões em 2015 e de 2% do PIB em 2016. Cabe destacar,
ainda, que, em determinado período, o impulso fiscal equivale à variação do superavit
estrutural em relação ao observado no período anterior.
Desde a última reunião do Copom, a mediana das projeções coletadas pelo Departamento
de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) para a variação do IPCA em
2015 passou de 8,25% para 8,39% e, para 2016, de 5,60% para 5,50%.
O cenário de referência leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em
R$3,15/US$ e da taxa Selic em 13,25% ao ano (a.a.) em todo o horizonte relevante. Nesse
cenário, a projeção para a inflação de 2015 elevou-se em relação ao valor considerado na
reunião anterior e permanece acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN). No cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e de
juros coletadas pelo Gerin com analistas de mercado, no período imediatamente anterior à
reunião do Copom, a projeção de inflação para 2015 também se elevou em relação ao valor
considerado na reunião de abril e permanece acima da meta para a inflação. Para 2016, a
projeção de inflação mostrou estabilidade nos dois cenários, permanecendo acima da meta de
4,5% fixada pelo CMN.
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69
Implementação da política monetária
O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência
brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumento dos
riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no
encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como
na deterioração da confiança de empresários. O Comitê enfatiza, também, que taxas de
inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com
repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. Por conseguinte, taxas de
inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de
empregos e de renda.
À vista disso, o Copom avalia que a política monetária deve contribuir para a consolidação
de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Nesse sentido, reitera
que, no regime de metas para a inflação, orienta suas decisões de acordo com os valores
projetados para a inflação pelo Banco Central e com base na análise de cenários alternativos
para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica dos preços. O Comitê
entende, também, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a
reduzir incertezas em relação ao comportamento futuro da inflação plena, facilitam a
avaliação de cenários por parte da autoridade monetária, assim como auxiliam no processo de
coordenação de expectativas dos agentes econômicos, em particular dos formadores de
preços. Note-se, adicionalmente, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo
tendem a potencializar os efeitos das ações de política monetária, fazendo com que elas
possam afetar, de forma mais duradoura, a dinâmica da inflação plena no futuro. Embora
reconheça que outras ações de política macroeconômica podem influenciar a trajetória dos
preços, o Copom reafirma sua visão de que cabe especificamente à política monetária manter-
se especialmente vigilante, para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos
não se propaguem para horizontes mais longos.
O Copom considera que, desde sua última reunião, permaneceram elevados os riscos para a
estabilidade financeira global, a exemplo dos derivados de mudanças na inclinação da curva
de juros em importantes economias maduras. Apesar de identificar baixa probabilidade de
ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera
que o ambiente externo permanece complexo, com possíveis episódios de maior volatilidade.
No entanto, para o Comitê, prevalece tendência de atividade global mais intensa ao longo do
horizonte relevante para a política monetária. Nesse sentido, as perspectivas indicam
recuperação da atividade em algumas economias maduras e intensificação do ritmo de
crescimento em outras, apesar de nessas economias, de modo geral, permanecer limitado o
espaço para utilização de política monetária e prevalecer cenário de restrição fiscal.
Importantes economias emergentes experimentam período de transição e, por conseguinte, de
moderação no ritmo de atividade, em que pese a resiliência da demanda doméstica.
Ainda sobre os mercados financeiros internacionais, o Copom destaca evidências de focos
de volatilidade nos mercados de moedas e de renda fixa, bem como moderação na dinâmica
dos preços de commodities. Especificamente sobre o petróleo, o Comitê assinala que,
independentemente do comportamento dos preços domésticos da gasolina, a evolução dos
preços internacionais tende a se transmitir à economia doméstica tanto por meio de cadeias
produtivas, como a petroquímica, quanto por intermédio das expectativas de inflação.
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O Copom reitera que os indicadores disponíveis sobre as taxas de crescimento da absorção
interna e do PIB se alinharam e que o ritmo de expansão da atividade doméstica neste ano
será inferior ao potencial. Em particular, o investimento tem-se retraído, influenciado,
principalmente, pela ocorrência de eventos não econômicos, e o consumo privado mostra
sinais de moderação. Entretanto, para o Comitê, depois de um período necessário de ajustes, o
ritmo de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias
se fortaleça. Além disso, o Comitê avalia que, no médio prazo, mudanças importantes devem
ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada. O consumo tende a crescer em ritmo
moderado e os investimentos tendem a ganhar impulso. Essas mudanças, somadas a outras ora
em curso, antecipam uma composição do crescimento da demanda agregada no médio prazo
mais favorável ao crescimento potencial. No que se refere ao componente externo da
demanda agregada, o cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do
real, milita no sentido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira. Pelo
lado da oferta, o Comitê avalia que, em prazos mais longos, emergem perspectivas mais
favoráveis à competitividade da indústria e da agropecuária. O setor de serviços, por sua vez,
tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes. Para o Comitê, é
plausível afirmar que esses desenvolvimentos – somados a avanços na qualificação da mão de
obra e ao programa de concessão de serviços públicos – traduzir-se-ão numa alocação mais
eficiente dos fatores de produção da economia e em ganhos de produtividade.
O Copom reitera que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das
trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais. O Comitê pondera que, no horizonte
relevante para a política monetária, o balanço do setor público tende a se deslocar para a zona
de neutralidade e não descarta a hipótese de migração para a zona de contenção. O Comitê
nota ainda que a geração de superavit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho
contempladas nas projeções de inflação contribuirá para criar uma percepção positiva sobre o
ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo. Destaca, também, que essa trajetória
de superavit primários fortalecerá a percepção de sustentabilidade do balanço do setor
público. Assim, contribui para diminuir o custo de financiamento da dívida pública, com
repercussões favoráveis sobre o custo de capital de modo geral, em última instância,
estimulando o investimento privado no médio e no longo prazo. Especificamente sobre o
combate à inflação, o Comitê destaca que a literatura e as melhores práticas internacionais
recomendam um desenho de política fiscal consistente e sustentável, de modo a permitir que
as ações de política monetária sejam plenamente transmitidas aos preços.
O Copom destaca que o cenário central contempla expansão moderada do crédito, o que já
está sendo observado. A esse respeito, importa destacar que, após anos em forte expansão, o
mercado de crédito voltado ao consumo passou por moderação, de modo que, nos últimos
trimestres, observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos e, de outro,
desalavancagem das famílias. No agregado, portanto, infere-se que os riscos no segmento de
crédito ao consumo vêm sendo mitigados. Em outra dimensão, a exemplo de ações
recentemente implementadas, o Comitê considera oportuno reforçar as iniciativas no sentido
de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.
No mercado de fatores, como antecipado em Notas anteriores, o Copom observa que a
estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho tem arrefecido, com alguns dados
confirmando o início de um processo de distensão nesse mercado. No entanto, o Copom
pondera que é preciso ampliar o horizonte de observações, e que ainda prevalece risco
significativo relacionado, particularmente, à possibilidade de concessão de aumentos de
salários incompatíveis com o crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre
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a inflação. Não obstante a concessão de reajustes para o salário mínimo não tão expressivos,
bem como a ocorrência de variações reais de salários mais condizentes com as estimativas de
ganhos de produtividade do trabalho, o Comitê avalia que a dinâmica salarial ainda
permanece originando pressões inflacionárias de custos.
Para o Copom, o fato de a inflação atualmente se encontrar em patamares elevados reflete,
em grande parte, os efeitos de dois importantes processos de ajustes de preços relativos na
economia – realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e
realinhamento dos preços administrados em relação aos livres. O Comitê considera ainda que,
desde sua última reunião, entre outros fatores, esses ajustes de preços relativos na economia
tornaram o balanço de riscos para a inflação desfavorável para este ano. Nesse contexto,
conforme antecipado em Notas anteriores, esses ajustes de preços fazem com que a inflação
se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015, necessitando determinação e
perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos. Ao tempo em que
reconhece que esses ajustes de preços relativos têm impactos diretos sobre a inflação, o
Comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode e deve conter os efeitos de
segunda ordem deles decorrentes, para circunscrevê-los a 2015.
Diante do exposto, avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação,
o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 13,75% a.a., sem
viés.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini
(Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Awazu
Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Sidnei Corrêa Marques e Tony
Volpon.
O Copom avalia que a demanda agregada tende a se apresentar moderada no horizonte
relevante para a política monetária. De um lado, o consumo das famílias tende a se estabilizar,
devido a fatores como emprego, renda e crédito; de outro, o financiamento imobiliário, a
concessão de serviços públicos e a ampliação da renda agrícola, entre outros, tendem a
favorecer os investimentos. Por sua vez, as exportações devem ser beneficiadas pelo cenário
de maior crescimento de importantes parceiros comerciais e pela depreciação do real. Para o
Comitê, os efeitos conjugados desses elementos, os desenvolvimentos no âmbito parafiscal e
no mercado de ativos e, neste ano, a dinâmica de recomposição de preços administrados são
fatores importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas,
com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo
CMN, ao final de 2016.
A propósito, o Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% no final
de 2016 tem se fortalecido. Para o Comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à
inflação – a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e
longo prazo – ainda não se mostram suficientes. Nesse contexto, o Copom reafirma que a
política monetária deve manter-se vigilante.
Ao final da reunião, foi registrado que o Comitê voltará a se reunir em 28 de julho de 2015,
para as apresentações técnicas e, no dia seguinte, para deliberar sobre a política monetária,
conforme estabelecido pelo Comunicado nº 26.042, de 24 de junho de 2014.
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Cenário Estadual
Em relação à análise para o Cenário Estadual reproduzimos o Artigo abaixo publicado no
Revista da Terra, em 25-06-2015
Falta caminhões para escoar a safra de soja em Mato Grosso
.
Falta caminhões para escoar a safra de soja em Mato
Grosso
Agricultores de Mato Grosso estão com dificuldade
para escoar a safra de soja. Com o aumento da
produção, faltam caminhões para transportar os
grãos.
Com a colheita da soja a pleno vapor em Mato
Grosso, as estradas estão cheias de caminhões. Se
por um lado o produtor está satisfeito com a safra
que está maior este ano, por outro reclama dos
gastos para transportar a produção. O preço do frete
subiu em média 25% em relação ao mesmo período
do ano passado.
O produtor Sérgio Mattei já colheu 60% dos 18 mil
hectares de soja no sul do Estado, mas encontra dificuldades para retirar o produto da fazenda.
“Não estou encontrando caminhões. Quando encontro o preço é muito alto”, diz.
Para transportar uma carga de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, até o Porto de
Paranaguá, no Paraná, o agricultor paga uma média de R$ 170 por tonelada. Invertendo em
sacas de soja, significa que ele gasta R$ 10,20 por saca transportada. A saca na região está
saindo por R$ 26,80. Portanto, o produtor gasta com o frete 38% do que ganha com a venda
da soja.
Entre outros fatores, o frete está alto por causa da má condição das estradas no Estado de
Mato Grosso. Para complicar a situação, muitos armazéns estão lotados com grãos da safra
passada.
Sem ter onde guardar a produção, quem está colhendo soja tem pressa para vender. A safra de
soja aumentou em todo o país e a concorrência tem inflacionado o frete.
Apenas em uma transportadora da região são 120 carretas. O número está sendo insuficiente
para atender aos pedidos. “Houve uma demanda além do esperado na safra, então alguns
clientes não foram atendidos”, diz Adelino Bissoni, dono de transportadora.
O diretor da ATC, Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso, afirma que as
empresas não tiveram como segurar os preços e reconhece que a quantidade de veículos não é
suficiente para atender à demanda.
“Em outras regiões também tivemos super safra, isso fez com que os caminhoneiros que
vinham fazer a safra em nosso Estado acabassem ficando nas outras regiões, onde os fretes
estão mais atrativos. O diferencial é que nas outras regiões eles têm uma logística melhor e
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estradas melhores. Então, acabam incentivados a trabalhar em outros Estados”, esclareceu
Miguel Mendes, diretor da ATC - MT.
ANEXOS
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GLOSSÁRIO
Alíquota média Alíquota resultante da ponderação
de cada alíquota com o respectivo faturamento num mesmo segmento econômico
Analisada (Receita)
Dummy (Variable)
Receita obtida a partir da atualização das hipóteses utilizadas na projeção inicial da receita.
Uma variável que considera as alterações exógenas ou mudanças de inclinação de uma curva numa relação econométrica. Por exemplo: as variáveis dummy podem ser utilizadas para estimação das influências sazonais sobre um conjunto de dados. Administrando a uma dummy o valor 1 para os meses de inverno e “zero” para os demais, ela indicará em que medida uma relação econométrica (preços de produtos agrícolas e quantidades produzidas, por exemplo) se alterará durante o inverno, em relação aos demais meses do ano
Eficácia tributária Relação entre a receita efetiva e a potencial.
Elasticidade Mede a reação/sensibilidade de uma variável a uma mudança em outra, sendo as duas variações expressas em termos percentuais. A elasticidade mede um aumento ou diminuição no ICMS dos segmentos econômicos ocasionados por acréscimo ou redução do PIB.
Evasão Fuga ou subtração do contribuinte ao pagamento do tributo, que lhe é atribuído, usando para isso de meios que evitem a incidência tributária a seu cargo.
Execução Cobrança ajuizada
Faturamento tributável Faturamento do segmento econômico sobre o qual incide a alíquota média
ICMS efetivo
ICMS potencial, menos renúncia, créditos e Inconverso do ICMS.
ICMS potencial Valor obtido a partir da aplicação da alíquota média do ICMS do segmento sobre o valor do faturamento.
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Inconverso
Inconverso do ICMS
Não convertido; inconvertido. ICMS que poderia ser ou ter sido
arrecadado, mas deixou de sê-lo em virtude de contencioso administrativo, contencioso judicial, inadimplência e fraudes.
Índice de Inconverso
Relação entre o Inconverso e o
ICMS efetivo.
Renúncia A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, isenção de caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado (LRF, Art. 14, Inciso II, § 1º). Os
Programas de incentivos fiscais (PROALMAT, PRODEIC, PROARROZ, etc.) são
Isenção Dispensa legal do pagamento do
tributo. Segmento
econômico/Segmento Produto ou cadeia produtiva com
representatividade na receita tributária e/ou na economia do Estado.
Sonegação Sonegação simples: Falta de
pagamento do tributo sem qualquer malícia, ou sem o emprego de ardil, ou fraude, com que o contribuinte procura furtar-se ao cumprimento da imposição fiscal.
Sonegação dolosa (ou fraudulenta): Decorrente da fraude ou da má-fé do contribuinte, usando meios, manobras ou ardis para se furtar, ou se subtrair ao pagamento do tributo.
PIB – Produto Interno Bruto
Proxy
Valor monetário total de todos os
bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de uma Nação, mesmo que tenham sido produzidos por estrangeiros.
Variável utilizada para substituir
outra teoricamente mais satisfatória, nos casos
em que não se dispõe de dados para esta última ou estes não podem ser obtidos.
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76
Avenida Historiador Rubens de Mendonça, 3415 A
Cuiabá – MT – CEP: 78.055-500
Telefone SARP 0xx65 – 3617-2201
www.SEFAZ.mt.gov.br
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77
Sítios consultados pela Secretaria de Fazenda www.bc.gov.br
www.imf.org
www.worldbank.org/
www.ibge.gov.br
www.imea.com.br
www.tesouro.fazenda.gov.br
www.famato.org.br
www.detran.mt.gov.br
www.fiemt.com.br
www.aprosoja.com.br
www.ampa.com.br
www.seplan.mt.gov.br www.portaldoagronegocio.com.br
www.esalq.usp.br
www.agricultura.gov.br/
aliceweb.desenvolvimento.gov.br
www.uba.org.br
www.indea.mt.gov.br/
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