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Instituto Euvaldo Lodi
Belo Horizonte, 30 de outubro de 2007Belo Horizonte, 30 de outubro de 2007
Diretoria Executiva
da FIEMG
A Lei de Cotas e o Trabalho na IndústriaA Lei de Cotas e o Trabalho na Indústria
Instituto Euvaldo Lodi
Considerações a respeito das Estimativas do IBGE, 2000Considerações a respeito das Estimativas do IBGE, 2000
As estimativas dos totais dos Portadores de
Necessidades Especiais – PNEs, demonstradas neste
estudo, são significativamente inferiores aos totais dos
Portadores de Deficiência divulgados no Censo de 2000.
Estes dados não deveriam ser utilizados para respaldar a
aplicação da Lei de Cotas.
Instituto Euvaldo Lodi
Necessidade urgente de alteração / revisão da
Lei 8.213, que objetiva beneficiar a inclusão
social e trabalhista do deficiente, uma vez que
a legislação aprovada foi baseada em números
que não expressam a realidade de PNEs
disponíveis no mercado de trabalho.
Sugestões
Instituto Euvaldo Lodi
Sugestões – Projeto de Lei
Utilizar coeficiente único, não superior a 1% para as empresas de
100 e mais empregados.
Alterar o conceito de portador de deficiência contemplado pela lei,
com a finalidade de ampliar o número de deficientes disponíveis
para o trabalho, tornando os critérios mais flexíveis
(especialmente os critérios de visão e audição).
Permitir a inclusão do deficiente aprendiz na cota definida pela lei,
com a preferência de contratação, dada a disponibilidade de
vagas, para aqueles que se destacarem no treinamento técnico e
que atenderem às necessidades de qualificação exigidas pelas
empresas;
Instituto Euvaldo Lodi
Sejam instituídos benefícios fiscais e diminuição dos
encargos previdenciários e trabalhistas, para as empresas que
admitirem PNEs - em especial para aquelas que, por iniciativa
própria, empregam portadores de deficiência e tenham menos
de 100 empregados (Micro e Pequenas Empresas) - como
forma de incentivar a disseminação desta prática;
Sugestões – Projeto de Lei
Instituto Euvaldo Lodi
Que seja estabelecida a regionalização dos Portadores de Necessidades
Especiais para a aplicação da cota, levando-se em conta a localização
das empresas e dos PNEs que queiram e possam trabalhar. É necessário
considerar as diferenças regionais, as Capitais e Regiões Metropolitanas
apresentam uma dinâmica do mercado de trabalho, muito diferente dos
municípios localizados no interior do país. Além disso, os benefícios do
Governo Federal tendem a ser mais valorizados entre os PNEs
moradores do interior ;
A regionalização coincidiria com o entorno geográfico, facilitando a
locomoção dos PNEs e a “seleção” por parte das empresas; mas não
exclui, no entanto, a possibilidade daqueles que moram em certas
localidades e que possam ou queiram trabalhar em áreas mais distantes;
Sugestões – Projeto de Lei
Instituto Euvaldo Lodi
Sugestões – Projeto de Lei
Mapear as áreas de risco da indústria através dos postos de
trabalho e dos respectivos processos de produção e de
distribuição dos produtos, para definição daquelas onde
profissionais deficientes não podem / devem trabalhar (as
empresas assim classificadas deverão ser analisadas, conforme o
caso). Excluindo da base de cálculo dos PNEs da empresa, aqueles
postos classificados como de risco pelo Ministério do Trabalho.
Sugere-se que o MTE seja o órgão responsável pela avaliação de
risco.
Manter o restante do Projeto de Lei do Senador José Sarney
(terceirização, programas de profissionalização, contratação de
oficinas protegidas, etc).
Instituto Euvaldo Lodi
Quadro 1 – Resumo das Informações do Censo de 2000 e das Estimativas dos PNEs
Especificação Brasil Minas Gerais RMBH Belo Horizonte Betim Contagem
1 - Pessoas Portadoras de Deficiências - Censo 2000 24.600.256 2.667.709 580.807 277.507 40.962 71.630
Percentagem em relação à respectiva população total
14,48% 14,90% 13,33% 12,40% 13,36% 13,31%
2 - PPDs em Idade Ativa (15 a 59 anos) 15.221.712 1.635.344 426.402 195.920 31.215 55.035
Percentagem em relação ao total de PPDs 61,88% 61,30% 73,42% 70,60% 76,20% 76,83%
Percentagem em relação à respectiva população total
8,96% 9,13% 9,78% 8,75% 10,18% 10,23%
3 - Pessoas com Percepção de Incapacidade - PPIs 4.847.000 505.000 111.359 54.400 6.800 13.200
Percentagem em relação ao total de PPDs 17,26% 18,93% 19,17% 19,60% 16,60% 18,43%
Percentagem em relação à respectiva população total
2,50% 2,82% 2,56% 2,43% 2,22% 2,45%
4 - PPIs em Idade Ativa (15 a 59 anos) 2.505.300 317.050 75.2000 32.700 4.750 9.600
Percentagem em relação ao total de PPDs 10,18% 11,88% 12,94% 11,78% 11,60% 13,40%
Percentagem em relação à respectiva população total
1,47% 1,77% 1,73% 1,46% 1,55% 1,78%
5 – Pessoas com Grande Dificuldade Permanente de Enxergar e de Ouvir (15 a 59 anos)
785.779 98.197 19.892 5.438 2.117 3.158
Percentagem em relação à respectiva população total
0,47% 0,55% 0,46% 0,24% 0,69% 0,59%
6 – Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais 3.291.079 415.247 95.092 38.138 6.867 12.758
Porcentagem em relação à respectiva população total
1,94% 2,32% 2,19% 1,70% 2,24% 2,37%
Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000 FGV - CPS - Retratos da Deficiência no Brasil. Elaboração Própria
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Fatores que podem afetar a procura por trabalho dos PNEs na Indústria
Programas Sociais Governamentais:
- Benefício da Prestação Continuada – BPC (apesar da modificação que permite o retorno do deficiente após a sua saída para o mercado);
- As aposentadorias por invalidez concedidas pelo INSS.
Concursos Públicos (5% das vagas, inserção dos mais qualificados);
Absorção dos PNEs em outros setores, segmentos;
Níveis baixos de escolaridade;
Predominância de alguns tipos de PNEs.
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PNEs e o Mercado Formal
Existiam 26 milhões de trabalhadores formais ativos no Brasil em 2000*.
Destes, 537.000 eram Portadores de Deficiência, equivalente a 2,07%
dos empregos formais ativos no Brasil.
Se todas as Empresas de mais de 100 empregados cumprissem os
respectivos coeficientes da Lei 8.213, seriam gerados mais 518.000
empregos no Brasil.
Somando-se aos empregos existentes, totalizaria 1.055.000 no Brasil,
equivalente apenas a 32,06% do total dos PNEs estimados neste estudo
(Limite Máximo).
Este montante representaria apenas 0,62% da população brasileira de
169.872.856 pessoas em 2000.
Fonte: *Dados da RAIS, elaboração IEL – Minas.
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Identificar os principais obstáculos para a
Inserção do Deficiente e Cumprimento da
Legislação - Lei 8.213;
Sugerir alternativas para modificação da
legislação vigente.
Objetivos do Estudo
Instituto Euvaldo Lodi
Levantamento das informações disponíveisLevantamento das informações disponíveis
Primárias – Entrevistas com responsáveis de Bancos
Cadastrais de Deficientes e Representantes das Empresas
selecionadas;
Secundárias – Censo Demográfico de 2000 do IBGE,
Retratos da Deficiência no Brasil do CPS / Fundação
Getúlio Vargas, Estudos sobre a Deficiência na RMBH da
Fundação João Pinheiro.
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Brasil possuía 24,5 milhões de Pessoas Deficientes, equivalente a 14,5%
da População em 2000 (IBGE).
As pessoas deficientes representavam 1,15% da população brasileira
em 1991;
Aproximadamente, em 2000, 12,6 vezes o percentual de 1991;
Principal Razão: mudança de critérios metodológicos, como a introdução
do grau de intensidade em funções sensoriais e motora - enxergar, ouvir e
locomover.
Informações do Censo DemográficoInformações do Censo Demográfico
Fonte: * IBGE - Censo Demográfico de 1991 e 2000.
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A influência do fator idade no total das pessoas deficientes retrata um
fato natural, que com o “passar da idade”, as pessoas ficam mais
sujeitas à degeneração das funções sensoriais e motoras*.
A idade média das pessoas portadoras de deficiência foi a de 47,33
anos em Minas Gerais, enquanto foi de 25,74 anos para as pessoas
não deficientes, no Censo de 2000.
A “iniciativa do Censo Demográfico de 2000, em contemplar os
indivíduos com alguma ou grande dificuldade no universo das
deficiências, acabou classificando grande parte da população idosa
como tal”*.
Informações do Censo Demográfico de 2000Informações do Censo Demográfico de 2000
*Segundo os estudos da Fundação Getúlio Vargas.
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Gráfico 1 - Portadores de Deficiência em relação à População do Brasil
1,15% ou 1,7 milhões de
pessoas
14,50% ou 24,5 milhões de
pessoas
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
16,00%
1991 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 1991 e 2000
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Comércio (Supermercados); Serviços (Telemarketing e Transporte urbano e
inter-urbano);
Setores econômicos que mais empregam PNEsSetores econômicos que mais empregam PNEs
Tipos mais solicitados pelo mercadoTipos mais solicitados pelo mercado
Físicos “leves”; Auditivos; Problemas mentais leves.
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Gráfico 2 - Incidência dos Tipos de Deficiência das Pessoas na RMBH – Estimativas para 2007
Fonte: Dados do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, CPS / FGV, Retratos da Deficiência no Brasil. Elaboração Própria.
* Percentagens relativas à respectiva população total
Problema Mental
Permanente: 74.717 pessoas
ou 57,19% *
Incapaz de Enxergar: 3.303
pessoas ou 2,53%*
Tetraplegia, Paraplegia, Hemiplegia
Permanente: 22.833 pessoas
ou 17,48% *
Incapaz de Caminhar ou
Subir Escadas: 14.343 pessoas
ou 12,32% *
Falta de Membro ou Parte Dele:
11.842 pessoas ou 8,08%*
Incapaz de Ouvir: 3.614 pessoas ou
2,77%*
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Finalmente, gostaríamos de destacar que “diante das divergências entre instituições de defesa dos direitos dos portadores de necessidades especiais, as quais têm se empenhado em assegurar e ampliar as conquistas destes milhões de brasileiros, o deputado Miro Teixeira está requerendo uma comissão geral (debate do plenário com participação de convidados) para discutir o Estatuto do Deficiente, que em breve deve ir a votação”*.
Talvez fosse interessante a FIEMG, a CNI e outras Entidades, participarem deste debate.
*Coluna Panorama Político de Tereza Cruvinel, em O Globo de 28 de agosto de 2007.
Sugestão FinalSugestão Final
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