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Imigrantes e Vulnerabilidade em VIH: Desafios à Prevenção

Sónia Dias

III Congresso da CPLP VIH/Sida e III Congresso da CPLP VIH/Sida e ISTIST

Abordagem clássica: O imigrante como ameaça de infecção VIH/SIDA

SaúdeSaúde e Migraçãoe Migração

Abordagem da Equidade em Saúde:

- saúde como um direito humano fundamental

- saúde debilitada como sinal de desvantagem

- cuidados de saúde adequados como um

direito básico

Desigualdades e iniquidades sociais no acesso a recursos, informação, serviços e cuidados de saúde

Migração: Fenómeno actual e complexo Diferentes tipos de migração - motivos, condições e percursos Impacto para os países envolvidos e populações

Migração e Vulnerabilidade

Não é a migração em si, mas as condições em que se processa que determinam a vulnerabilidade das populações migrantes:

- políticas de imigração- contexto socioeconómico e laboral- situação legal- diferenças culturais e linguísticas- isolamento e segregação social

Algumas dificuldades na prevenção e controlo Algumas dificuldades na prevenção e controlo do VIH/SIDAdo VIH/SIDA

• Vários determinantes de saúde concorrentes

Políticos Socio-Económicos Socio-Culturais

- Contexto socio-político: instabilidade social e política, guerra, fome, mobilização da população

- Direitos Humanos: discriminação/estigmatização de determinados grupos

Determinantes associados ao VIHDeterminantes associados ao VIH

- Pobreza, fracos recursos,

desemprego e condições

habitacionais

- Inequidade/ Desigualdade

- Comercialização do sexo

- Abuso de substâncias

- Questões culturais, religião

- Normas Sociais e relativas

aos papeis de género

- Redes sociais

- Literacia e acesso à Educação

- Acesso aos meios de

informação e comunicação

Socio-Demográficos

Epidemiológicos

Infra-Estruturas

Racismo e Segregação

- Características demográficas,

sexo, dados relativos à

fertilidade e mortalidade

- Padrões e níveis de migração

e mobilização

- Estadio da epidemia

- Prevalência de IST e VIH/SIDA

Cuidados de Saúde:

- desigualdades no acesso

a informação, prevenção

e tratamento

- pouca disponibilidade e

acessibilidade

- Programas de prevenção

e controlo da infecção

VIH/SIDA e IST´s

- Políticas de saúde na área da prevenção e controlo do VIH/SIDA

Individuais

- Predisposição genética

- Susceptibilidade individual e exposição a riscos

- Factores comportamentais e psicossociais

- Estilos de vida

Algumas dificuldades na prevenção e Algumas dificuldades na prevenção e controlo do VIH/SIDAcontrolo do VIH/SIDA

• Vários determinantes de saúde concorrentes

• Dificuldade em identificar a importância de cada determinante (prioridade da intervenção)

• Processos complexos de interdependência entre as questões de Migração Saúde

Algumas dificuldades na prevenção e Algumas dificuldades na prevenção e controlo do VIH/SIDAcontrolo do VIH/SIDA

• Pouca colaboração/cooperação intersectorial entre os diferentes promotores/doadores envolvidos nos diferentes projectos

• Pequenos projectos com pouco impacto ao nível macro (nacional)

• IMPACTO E SUSTENTABILIDADE

• Não existe uma forma simples e única para intervir nestes determinantes

• São necessárias abordagens multisectoriais e em diferentes níveis – intervenções complexas

Algumas dificuldades em Investigação:

Intervir nos determinantes reafirma um pressupostoprimordial da saúde pública:

como tomar decisões sem evidência consistente

- Dados sobre migração e saúde: informação dispersa e insuficiente

Necessidade de agir (ganhos para os países deacolhimento, de origem e migrantes)

Imigrantes e Acesso aos Serviços de Saúde na área do VIH/sida

Sónia Dias, Ana Gama & Henrique Barros

Objectivos

Descrever a procura de informação sobre VIH nos serviços de saúde por parte de uma população imigrante.

Determinar a proporção de imigrantes que realizaram o teste VIH e identificar os factores associados à sua realização.

• Inquérito por questionário aplicado a 1280 imigrantes oriundos de Países de Língua Portuguesa (522 PALOP; 758 Brasil)

• Aplicação dos questionários no Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI), em Lisboa, durante 1 mês e no horário de funcionamento do Centro.

• Questionários aplicados oralmente e preenchidos por entrevistadores treinados

• Participação anónima, confidencial e voluntária.

• Consentimento oral informado obtido.

Métodos

• Características sociodemográficas- sexo, idade, nível educacional, situação profissional;- país de origem, tempo de residência em Portugal,

situação de imigração.

• Factores relacionados com VIH/Sida e teste VIH- Serviços que utilizaria se tivesse questões relacionadas

com VIH/Sida;- Procura de informação sobre VIH/Sida: fonte preferencial

de informação e procura de informação no SNS;- Realização do teste VIH.

Questionário:

Total Africanos Brasileiros

% % %

Total 100,0 40,8 59,2

SexoMulheres 48,1 47,1 48,8Homens 51,9 52,9 51,2

Anos de escolaridade

0-4 7,3 15,4 1,75-9 30,7 38,6 25,210-12 46,0 32,4 55,313 ou mais 16,1 13,6 17,8

Situação profissional

Empregado 79,1 70,3 85,1

Não empregado 20,9 29,7 14,9

Situação de imigração

Regular 53,1 66,9 44,2

Processo de regularização/Irregular

46,9 33,1 55,8

média (d.p.) média (d.p.) média (d.p.)

Idade (anos) 33,0 (8,9) 33,4 (9,3) 32,6 (8,6)

Tempo de residência (anos) 7,6 (6,5) 11,0 (7,1) 5,8 (5,9)

Características sociodemográficas

Total Africanos Brasileiros

Hospital 42,3 45,8 40,0

Centro de Saúde 36,3 38,5 34,8

Medicina privada 4,2 2,9 5,1

Não sabe 8,8 6,9 10,0

Serviços que utilizaria se tivesse questões relacionadas com VIH

Fonte preferencial de informação sobre VIH/Sida

Total Africanos Brasileiros

Sim 9,9 14,8 6,5

Não 90,1 85,2 93,5

Procura de informação sobre VIH/Sida no SNS

Total Africanos Brasileiros

Médicos 63,8 70,5 59,2

Internet 20,9 14,2 25,5

Amigos e família 5,4 4,6 5,9

TV, Rádio, Jornais 2,3 2,3 2,2

Organizações na comunidade, ONG 1,4 1,9 1,1

Enfermeiros 1,4 0,8 1,8

Farmácia 0,9 0,8 1,1

Outro 1,7 2,5 1,2

Não precisa de informação 0,8 0,4 1,1

Não consegue obter informação 0,7 1,3 0,3

Total Africanos Brasileiros

Teste VIH Sim 54,2 51,7 55,9

Não 45,8 48,3 44,1

País onde fez o último teste

Portugal 62,9 83,3 49,8

Outro 37,1 16,7 50,2

Realização do teste VIH

DiscussãoDiscussão

Falta de informação sobre os serviços de saúde e VIH disponíveis• 9 % não sabem onde iriam se tivessem questões relacionadas com

VIH/Sida

Potencial lacuna no conhecimento dos imigrantes sobre VIH/Sida• Cerca de 64% recorreria aos médicos como principal fonte de informação

sobre VIH/Sida

• Apenas cerca de 10% já procuraram informação sobre VIH/Sida no SNS

Realização do teste VIH:

• Uma maior proporção de Brasileiros já fez o teste • A maioria dos africanos fez o último teste em Portugal

• Cerca de 46% dos participantes nunca fez o teste VIH

Populações imigrantes heterogéneasDiferentes

necessidades

Intervenções ao nível da prevenção e controlo do VIH/Sida ajustadas às especificidades dos diferentes grupos de imigrantes.

DiscussãoDiscussão

Oportunidades e Desafios Oportunidades e Desafios na prevenção do VIH/sida...na prevenção do VIH/sida...

InvestigaçãoInvestigação

Desenvolver sistemas de vigilância epidemiológica com indicadores de primeira e segunda geração:

- acumular dados comportamentais e biológicos- captar a heterogeneidade e explicar modificações nos padrões

epidemiológicos

Desenvolver instrumentos que permitam avaliar:- a acessibilidade e qualidade dos serviços de saúde no contexto do VIH- a eficácia das intervenções de prevenção implementadas

Necessidade de maior evidência científica:

Conduzir novas investigações para melhor compreender as barreiras e disparidades no acesso aos serviços de saúde

Acesso aos Cuidados de SaúdeAcesso aos Cuidados de Saúde

- Eliminar o estigma e discriminação associados à migração e VIH/SIDA;

- Adequar as estruturas e o seu funcionamento (horário, localização, custo);

- Garantir igual acesso a informação, prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados em VIH/SIDA.

- Sensibilizar e capacitar os profissionais de saúde;

Adequação à diversidade cultural e necessidades específicas daspopulações imigrantes serviços culturalmente sensíveis ecom meios para reduzir as barreiras linguísticas

Efectivos ganhos em saúde para os migrantes

- Promover a relação entre a comunidade e os serviços de saúde

Prevenção e controlo da infecção pelo VIH/Sida

Estratégias adequadas às diferentes populações imigrantes que permitam reduzir a sua vulnerabilidade ao VIH/Sida

Estratégias inovadoras para a promoção da utilização dos serviços de saúde para informação, prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados em VIH/Sida

Necessidade de estratégias inovadoras de prevenção e controlo do VIH:

Envolvimento e participação activa das comunidades no planeamento e desenvolvimento de intervenções para prevenção do VIH

• Identificação de necessidades, dificuldades e recursos para o desenvolvimento de estratégias adequadas de promoção do acesso e utilização dos serviços de saúde

• Estratégias para difusão de informação, melhoria do acesso e utilização dos serviços de saúde e generalização do diagnóstico

Mobilização de Parcerias Comunitárias• Comunidades imigrantes, organizações e associações, decisores

políticos, sectores público e privado, comunidade científica

• Identificação de problemas e soluções adequadas e inovadoras ao nível da prevenção e controlo do VIH/Sida nas populações imigrantes

Empowerment e participação comunitária

É necessário intervir nos determinantes de nível macro

Intervenção nos determinantes macro-sociais

É necessária uma abordagem integrada no que respeita à Migração e Saúde.

Forte impacto nas desigualdades/inequidadessociais

Redução da Vulnerabilidade em Saúde e VIH/SIDA

Cooperação internacional entre os países de origem, trânsito e destino.

smfdias@yahoo.com

sfdias@ihmt.unl.pt

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