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HISTÓRIA DOS DOCUMENTOS NORTEADORES DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA REDE MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE/MS
Magali Luzio Ferreira
Os documentos que regem uma sociedade estão ou estiveram formalmente
reconhecidos nas instituições. Apresentam uma organização de caráter social, religioso e
filantrópico Nestas existem um conjunto de leis, normas que regem uma sociedade política.
As escolas não fogem dos perfis das demais, seus documentos normas e regras postulam
também o ensinar e aprender contribuindo, assim com o desenvolvimento social. Isto é, as
instituições escolares passaram a existir devido a necessidade de sistematização do processo
ensino-aprendizagem que foi firmando sua utilidade com o passar do tempo.
Ensinar e aprender não são capacidades unicamente humanas, todos os animais as
possuem. Porém, existem grandes diferenças entre a maneira de aprender do ser humano para
com o aprender dos animais.
A mente humana, diversamente do que acontece com outras espécies constrói-se ou se desenvolve num contexto de acumulação cultural de conhecimentos, que permite o que Tomasello, Kruger e Ratner (1993) denominaram o efeito ratcher o efeito “engrenagem” de forma que os conhecimentos acumulados por uma geração se apóiam, como redes numa engrenagem, nos conhecimentos culturais anteriores produzindo um efeito multiplicador. (Pozo, 2004, p. 32)
Esse efeito multiplicador cultural se processa na relação humana de gerações para
gerações, e, assim também a aquisição de conhecimentos, ou seja, a cultura com sua
dinamicidade faz parte do desenvolvimento unicamente humano. Porém, isso no mundo
animal irracional não é processado desta maneira. Faz-se necessário tal comparação para que
se torne compreensível a capacidade que o ser humano possui de ensinar e aprender, sendo
que esse é um dos pontos que nos diferencia dos animais. Os animais herdam,
individualmente, suas capacidades de aprendizagem; cada rato nasce sabendo roer, cada
lhama nasce com seu casaco natural, cada peixe nasce sabendo procurar seu alimento. Mas
nenhum homem nasce sabendo construir casa, fabricar armas ou utilizar o pêlo de outro
animal. Só através do exemplo dos mais velhos, ou seja, por meio da aprendizagem, é que ele
chega a receber sua herança. (PINSKY, 1994). Assim, o processo de aprendizagem é
2
diferenciado da ontogênese humana em relação ao animal, enquanto apropriação do
conhecimento e seu uso para aferição social.
O indivíduo humano se faz humano apropriando-se da humanidade produzida historicamente. O indivíduo se humaniza reproduzindo as características historicamente produzidas do gênero humano. Nesse sentido, reconhecer a historicidade do ser humano significa, em se tratando do trabalho educativo, valorizar a transmissão da experiência histórico-social, valorizar a transmissão do conhecimento socialmente existente. (Duarte, 2001, p.03)
A aprendizagem humana tem sua história, que vem a se configurar nas criações
das instituições escolares. Mas, configuramos de primeiro, nas formas de aprendizagem
apresentadas no decorrer da história, que serve como embasamento para explicar as origens
dos documentos norteadores da rede municipal de ensino de Campo Grande/MS.
As primeiras formas de ensinar e aprender podem ter acontecido na pré-história,
isto é, não podemos afirmar com verdadeira precisão, pois as pesquisas sobre a origem da
humanidade só tiveram seu começo nos primórdios do século XIX, e, apesar de tantas
pesquisas, até agora realizadas, por pesquisadores como Charles Darwin que defende a teoria
da evolução das espécies e outros, ainda há insipiência nestas e tais estudos nos remetem
somente ao campo da ambiência das hipóteses por não possuirmos nada comprovado
cientificamente.
Mas, no campo literário, contamos com uma vasta produção de texto que autores
das mais diversas áreas explicam o comportamento humano através de vestígios deixados
pelos nossos ancestrais (pré-histórico). Assim, PROENÇA (2000), em seu livro intitulado,
“História da Arte”, mostra que o homem cria objetos não apenas para se servir utilitariamente
deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para
expressar sua visão do momento histórico em que vive.
Figura 1. Pintura pré-histórica
3
Fonte: Livro História da Arte, Proença (2000, p.7)
A figura 1, representa de forma fiel a história dos homens pré-históricos. Deve ser
vista como algo profundamente integrado na cultura de um povo, pois retrata elemento do
meio natural e conseqüentemente a história do momento. Representava em suas pinturas
rupestres (gravado, traçado ou construído na rocha), o cotidiano de busca pela sobrevivência.
Acreditavam que, registrando nas paredes das cavernas seus objetivos se realizariam. E isto
serviu para que gerações futuras pudessem compreender as primeiras formas de construção
não só da escrita pictográfica, que consiste em representar seres e idéias pelo desenho, bem
como, a capacidade humana de planejar ações e desta para os primeiros passos da formação
histórico-social educacional.
As ações humanas históricas percorreram e percorrem o meio ambiente natural
(quer aqueles naturalmente virgens ou os modificados historicamente pelos homens) em que
vivem para a subsistência, construção socialmente efetivada no transcorrer da história
humana. Esses acontecimentos históricos e delimitados geograficamente de acordo com as
ações históricas, por estudiosos é que veio a colaborar para que melhor pudéssemos entender
o transcorrer histórico dos povos do passado, e assim planejarmos as futuras ações.
[...] o espaço tem sua monumentalidade que pode ser entendida como elemento revelador da história de um determinado lugar. Mas o que se revela no lugar não é apenas a história de um povo, mas o peso da história da humanidade. O lugar é também o espaço do vazio que se refere ao da monumentalidade do poder. (Carlos, 1996, p. 23).
O homem, sendo um agente social e agente histórico, ocupa o espaço geográfico
para construir sua história e assim de história em história fica construído a história do lugar e
explícito neste a sucessão de poderes do local. A história é edificada, assinalada e marcada
pelos feitos dos grandes homens pela classe social dominante. Isto é, a história oficial se
apresenta mundialmente desta maneira. Onde a participação da classe social menos
favorecida, ou seja, os dominados não são divulgados oficialmente. Sendo que, a educação
escolar institucionalmente, até bem pouco tempo era oferecida somente aos filhos de pessoas
ricas e estes só estudavam os feitos dos grandes homens que em sua maioria provinham desta
mesma classe social.
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Analisando a história educacional usaremos a divisão histórica tradicional,
delimitando o que nos conduz a uma maior compreensão da história, neste com ênfase maior
na história educacional através dos tempos.
Esta delimitação é pautada da seguinte maneira: os historiadores convencionaram
que a invenção da escrita, ocorrida por volta de 4000 a C., é o marco inicial da História. Todo
o período, anterior a este marco, denomina-se Pré-História. Já mencionado neste. Para
facilitar esse estudo, a história foi dividida em quatros grandes períodos. Como mostra o
quadro abaixo:
Quadro 01 – Divisão da história
HISTÓRIA
PRÉ-HISTÓRIA Antigüidade Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea
A educação, na Pré-história, já foi mencionada neste artigo, os comentários que se
seguem dizem respeito a educação da História propriamente dita. Começaremos pela
antiguidade, ressaltando, em primeiro, a educação da Grécia Antiga, por esta ser considerada
a origem cultural da civilização ocidental. Macdonald (1996, p. 6), em seus estudos, menciona
que os gregos, que podiam pagar pelos estudos, o valorizavam muito; os meninos eram
enviados à escola, enquanto as meninas aprendiam em casa. Todos os cidadãos comuns
apreciavam as peças e as histórias escritas pelos poetas, famosos no “mundo inteiro”. Muita
gente ainda admira.
Um detalhe curioso é que, durante muitos séculos, a língua grega não foi escrita:
poemas e canções eram memorizados e transmitidos oralmente. A escrita só aparece na
Grécia no século V a C., onde os escribas1 gregos inventaram um alfabeto de letras e sons a
partir da antiga língua fenícia2. Este fato comprova que nossa herança cultural e
provavelmente a educacional estão baseadas nas primeiras civilizações, usadas até os dias de
hoje, principalmente a grega que serviu de berço da cultura, da civilização e da educação
ocidental.
Dessa forma, todo o processo educacional, ao ser analisado, deve partir desta
premissa, preservando o patrimônio histórico-cultural educacional.
1 Escritores. 2 Atual Palestina.
5
De acordo com Dias (2006, p. 68):
O patrimônio constitui o testemunho da história, aquilo que restou de antigas sociedades e que nos possibilita compreender a relação entre esses bens - materiais ou não - e o contexto sociocultural em que foram criados, os valores simbólicos que tinham o modo de vida da comunidade.
Os bens patrimoniais constituem, portanto, uma ferramenta educacional
importante, pois permitem que os jovens professores conheçam seu passado como forma de
compreender melhor o presente e, ao mesmo tempo, consolidem-se valores e fortaleçam o
processo de construção de identidade educacional concretizando a origem histórica e as
respectivas instituições educacionais contemporâneas.
Os gregos passaram grande parte de sua cultura aos romanos, que também foram
alicerciadores na educação ocidental. Ganeri (1996, p. 26) em seus estudos afirma que,
somente os meninos de família rica, recebiam uma boa educação. As meninas tinham poucas
aulas e logo começavam a aprender com sua mãe os deveres de casa, pois eram preparadas
desde cedo para o casamento.
Nas escolas, as aulas duravam do amanhecer até ao meio-dia, onde era ensinado a
ler e escrever latim e grego, e a contar usando numerais romanos. Somente mais tarde,
estudaria as obras de dramaturgos, poetas e filósofos gregos e romanos.
Sob estas perspectivas, do ensino na Roma Antiga onde era ensinado a ler,
escrever e contar, mencionaremos o que está posto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional LDB nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Capítulo II da Educação Básica.
Seção III. Do Ensino Fundamental:
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública iniciando-se 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:18 I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; (LDB, 2007, p.31)
A presente lei, que ampara a ação educacional, nos dias atuais, busca uma
educação de qualidade e proporciona ao cidadão brasileiro o aporte básico para viver o
exercício da cidadania. Bases essas lançadas nos primórdios da formação da civilização
ocidental e que na interação histórica foram construindo uma cultura letrada. Diante desta
18 Lei nº 11. 274/2006
6
interação, Gadotti (1993, p. 34), afirma que durante o império romano a Grécia esteve sob o
domínio da filosofia da educação dos romanos.
Roma teve muitos teóricos da educação. CATÃO (234 –149 A c.), chamado “O Antigo”, distingui-se sobretudo pela importância que atribuía à formação do caráter; MARCO TERÊNCIO VARRAO (116 – 27 a C.), foi partidário de uma cultura romano-helênica, com base na “Virtus” romana: pietas, honestitas, austeristas; MARCO TÚLIO CÍCERO (106 – 43 a C.), senador proclamado pelo Senado Romano como “Pai da Pátria”, considerava o ideal da educação formar um orador que reunisse as qualidades do dialético, do filósofo, do poeta, do jurista e do ator. O orador encontrava sua base de sustentação na humanitas...(Gadotti, 1993, p.43).
A universalização da sustentação humanita era o projeto político do Império
Romano. O estudo, na Roma antiga, voltado ao humanismo culturalmente transcendia os
interesses locais e regionais levando-os a uma cultura geral. Porém, isso só veio a se
concretizar na expansão do cristianismo que atingiu seu ápice na Idade Média. Macdonald
(1996, p. 39), em suas pesquisas afirma que, no início da Idade Média, os mosteiros e os
conventos eram centros de aprendizagem, mas que aos poucos foram substituídos pelas
universidades e que todos os universitários estudavam um currículo, comum: filosofia,
gramática, lingüística, lógica, matemática, música e astronomia. Advocacia e medicina eram
disciplinas à parte.
Para Macdonald (1995):
As matérias principais eram gramática, aritmética, geometria, música e astronomia. Aprendiam também retórica e dialética – as artes da argumentação clara e vigorosa. A Igreja considerava todas essas matérias menos importantes do que a filosofia e a teologia, que os alunos deviam aprender, uma vez que revelavam muitas coisas sobre Deus e sobre o mundo criado por Ele. Com o tempo, foram introduzidas novas matérias, como geografia, zoologia, botânica e medicinas, mas a Igreja não confiava nelas. (Macdonald, 1995, p.48).
Na época medieval, a Igreja Católica tinha o domínio não somente na educação da
população, mas seu poder estava em todos os setores e estes ultrapassaram não somente a
época de sua expansão bem como atingiram lugares distantes da Europa.
Na época da Idade Moderna (já delimitado o período no quadro nº1 deste) os
europeus saíram mar adentro em busca de novas terras, sendo que, cada esquadra que saía
7
levava em sua companhia um religioso com o objetivo de difundir o catolicismo e angariar
adeptos.
Podemos afirmar que, a presença religiosa católica no Brasil, entre tantas outras
influências também lançou as bases educacionais deste país e que o objetivo dos antigos
romanos de oferecer um ensino humanístico, já mencionado, após a dominação dos europeus
vem sendo edificado nas ações educacionais brasileiras durante vários anos.
Cabe, aqui, ressaltar que a Rede Municipal de Ensino iniciou suas atividades em
1934. Sendo que, desde 1969 a educação do Município de Campo Grande defende um
pensamento pedagógico liberal-tradicional. Em 1959, foi criada a Secretaria de Educação e
Saúde, sua função era a de planejar e executar os serviços municipais de educação e cultura,
saúde pública e assistência social.
Em 1964, a Secretaria de Educação deixa de ramificar-se à saúde e passa a cultura
– Secretaria de Educação e Cultura, com a competência de coordenar a Rede Escolar através
da lotação de funcionários e da assistência de material às escolas.
Em análise aos documentos norteadores da Rede Municipal de Ensino de Campo
Grande/MS, encontramos em seus escritos evidências de uma educação voltada também ao
ensino humanístico. A função das escolas municipais, até então, era oferecer um ensino
humanístico3, de cultura geral, no qual o aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço,
sua plena realização como pessoa e se adaptar à sociedade. (Alternativa Curricular, 1992).
Percebe-se neste momento que, todo esse processo está totalmente desvinculado
da realidade e que os conteúdos, oferecidos pelo órgão central (SEMED), assim como as
orientações didáticas destoam do cotidiano do aluno e das realidades sociais.
Porém, em 1970 a REME passa a coordenar as ações educativas. Esta década é
marcada pela implantação da Supervisão (Orientação Pedagógica) que culminou com sua
rejeição pelos professores. Mesmo assim, as posturas pedagógicas começaram a modificar-
se, pois as idéias da escola novista passam a permear o ambiente educacional.
A idéia acima citada, preconizada por Carl Rogers, é acrescida às idéias de Anísio Teixeira: o conhecimento resulta da ação a partir dos interesses e necessidades; os conteúdos são estabelecidos em função de experiência que o sujeito vivencia frente a desafios cognitivos e situações problemas. Dá-se, portanto, muito mais valor aos processos mentais e habilidades cognitivas do que a conteúdos organizados racionalmente. Trata-se de “aprender a aprender”, ou seja, é mais importante o processo de aquisição do saber do que o saber propriamente dito. (Alternativa Curricular, 1992, p. 07).
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O papel do professor agora é mediar o desenvolvimento livre e espontâneo da
criança e o seu viver social, os conteúdos são ministrados de maneira significativa e não o
conteúdo pelo conteúdo, a disciplina surge na forma de consciência dos limites da vida
grupal. A escola passa a desenvolver trabalhos onde possibilita condição para que o aluno
aprenda a viver em grupo. Neste momento a sociedade busca o trabalho em grupo e para tal
necessita de pessoas que saibam conviver em equipes.
As escolas da REME preocupadas em formar o seu aluno para a vida passa a
desenvolver o trabalho pedagógico desta maneira.
Em 80/90 a elaboração do Plano Setorial de Educação indicava à Secretaria uma tomada de posição e construção de alternativas curriculares com o objetivo de iniciar uma caminhada pedagógica em busca de uma política educacional orientada para a qualidade do ensino, tendo em vista o homem para o século XXI. (Alternativa, 1992, p.4).
Até então, as escolas da Rede Municipal de Ensino, não tinham nenhuma proposta
pedagógica única. As 55 escolas da zona urbana e 31 escolas da zona rural caracterizavam-se
pela falta de afinidade pedagógica. Para melhor cuidar da ação pedagógica criou-se em 1990 o
Laboratório de Currículo, com professores de diferents áreas curriculares, encarregados de
discutir e construir as alternativas curriculares. Proposta de trabalho voltada para a teoria do
conhecimento, numa visão interacionista. Com os seguintes objetivos:
a) discutir uma política educacional orientada para a qualidade do ensino, passando, antes pela qualificação do profissional; b) provocar uma permanente reflexão da prática pedagógica escolar sob as três dimensões do exercício docente: o saber, o saber fazer, o saber ser; c) instrumentalizar o professor para a organização da sua prática docente num processo construtivo de apropriação e reinvenção do conhecimento. (Alternativa, 1992, p.5).
Nesta época, já eram realizadas reuniões pedagógicas ministradas pelos
professores do Laboratório de Currículo, estas aconteciam uma vez por mês ou por bimestre,
ficava nítida, nestas, como os professores de uma mesma área do conhecimento desenvolviam
suas práticas pedagógicas de maneira diferente. Pois, cada escola ensinava a sua maneira e o
conteúdo era ministrado de forma diferente.
3 Domínio do saber acumulado pelas gerações anteriores. 4 A mesma citação consta na Alternativa das diversas áreas em diferentes páginas. 5 A mesma citação consta na Alternativa das diversas áreas em diferentes páginas.
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Como por exemplo, a área de História, a qual em algumas escolas estudava-se na
5ª série, história do Brasil e em outras escolas, na mesma série, a pré-história geral e história
antiga. A história antiga em algumas escolas era estudada somente na 7ª série. Tal situação
apresentava vários problemas, tais como: o aluno quando era transferido para outra escola da
rede o conteúdo que ele estava estudando muitas vezes era bastante diferente, como o caso
citado na área de história, também durante as reuniões pedagógicas de professores ficava
muito difícil ter um diálogo partindo do princípio de que as linhas históricas para se ensinar
eram bastante desiguais.
A elaboração da Alternativa Curricular veio para delinear a concepção
educacional da Rede Municipal de Ensino. Cada área elaborou seu próprio documento, sendo
que estas apresentam também suas peculiaridades.
Figura – 2 Alternativas Curriculares
A figura número 2, apresenta as Alternativas Curriculares de Língua Portuguesa,
Matemática, História, Geografia, Ciências e Artes. São livros separados, analisando-os
verificaremos que existe parte comum a todas as áreas e o desenvolvimento da área
propriamente dita.
A apresentação foi escrita pela então Secretária Municipal de Educação Profª
Edelmira Toledo Cândido. Onde é relatada a preocupação da secretária com a prática
educacional dos professores e esclarece que a proposta foi escrita na linha do pensamento
construtivista. Documento que é produto do Plano Setorial de Educação, apresentado em 1989
e que norteou quanto à necessidade de suplementarmos as ações para um trabalho que procure
sempre uma melhor qualidade. E que o mesmo são linhas norteadoras, portanto não estão
prontas e acabadas, mas que para sua execução são necessários o engajamento de professores
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e comprometimento de diretores, supervisores e orientadores. Ressaltou ainda a autonomia
recebida do então Prefeito Lúdio Martins Coelho.
Todas as Alternativas Curriculares estão divididas em capítulos. Sendo que, no
capítulo I – Documento: trata da “Trajetória e Bases Conceituais da Educação na Rede
Municipal de Ensino”. Este capítulo é comum em todas as Alternativas e o subtítulo desta
aborda temas tais como: 1 – O papel da educação na trajetória da Rede Municipal de Ensino.
2- Uma Alternativa Curricular para quê? Explicando como surgiu a idéia de escrever o
documento e o auxilio que este daria ao professor em seu fazer pedagógico. 3- A busca do
conhecimento. Fundamentando a nova prática educativa. 4- A função da escola. Apresentando
a escola como instituição responsável pela propagação do conhecimento é o espaço onde há o
confronto do saber popular com o saber sistematizado, resultando na sua reconstrução,
reinvenção. 5- A função do educador. Faz com que o professor reflita sobre sua função e o
caracteriza como organizador do conhecimento. 6- O ser humano que pretendemos. Menciona
que o sujeito é capaz de construir sua história, como elemento participativo, capaz de emitir
opinião e contribuir para o bem comum. 7- Avaliar é diagnosticar a prática para transformá-la.
Esclarecendo que, a avaliação é fundamental para a continuidade e revisão do trabalho do
professor.
O capítulo II – trata de formar mais específica da área de conhecimento de 2ª a 8ª
série. Começaremos expondo a Alternativa Curricular de Língua Portuguesa. Essa começa
com uma justificativa esclarecendo que a proposta surgiu da necessidade de a Rede Municipal
de Ensino de Campo Grande ter um roteiro que norteasse o conteúdo programático da Língua
Portuguesa nas séries do primeiro grau. Logo em seguida vem as observações necessárias
explicando que a proposta encontra-se dividida em três segmentos: leitura, produção de texto
e gramática apenas para uma maior facilidade ou clareza na exposição dos pressupostos
teóricos de cada um deles. Os sub-itens estão divididos da seguinte maneira:
1- A Importância da Língua. 2- Objetivos Gerais e Princípios Metodológicos do Ensino da Língua
Portuguesa. 3- O que é leitura? 4- O Papel do Professor na Prática da Leitura. 5- Tipos de Leitura. 6- Objetivos da leitura em sala de aula. 7- Fases da leitura. 8- A Prática de Leitura em sala de aula 9- Texto 10- Produção de Texto 11- Gramática
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12- Anexo I – Conteúdo Programático e Alguns Procedimentos 13- Recomendações. 14- Anexo II – Tirando Dúvidas (Alternativa Curricular de Língua Portuguesa,
1992).
E finaliza o citado acima aconselhando para que o professor domine o conteúdo a
ser ministrado e que busque em outras fontes seus conhecimentos e que seu fazer pedagógico
não fique limitado no livro didático, pois este o limita fazendo com que o professor, muitas
vezes saiba pouco mais que seus alunos.
O capítulo II, da área de matemática, apresenta uma proposta curricular “O Ensino
da Matemática no Iº Grau” com considerações iniciais abordando a importância do ensino da
matemática. Logo a seguir a listagem de conteúdos sugerida nesta proposta para o ensino de
matemática de 1ª a 8ª série. Nas considerações metodológicas é abordado:
1- Histórico 2- Relações Comparativas e Posicionais 3- Construção do número 4- Operações com os números naturais 5- Números Racionais – Introduzindo frações 6- Números Inteiros 7- Cálculo Mental 8- Gráficos 9- Álgebra 10- Medidas 11- Geometria 12- Avaliação (Alternativa Curricular de Matemática, 1992)
O capítulo II, da área de História, inicia-se com um texto reflexivo sobre o ensino
da História. Trazendo como sub-iten. 1- A História da História. 2 – A História hoje no Brasil.
2.1 – O Positivismo. 2.2 – Materialismo Dialético. 2.3 – O historiador. O capítulo III –
Alternativa Curricular de História. !- Introdução. Critica a história positivista. 2- A História
tradicional. Relata que o ensino da história era tradicionalmente dividido de forma que o
aluno só estudava História do Brasil na 5ª e 6ª série, isto é, a História do Brasil era
desvinculada da História Geral. 3 – Nossa Proposta leva o aluno a conhecer a dinâmica e o
movimento das sociedades, de reconhecerem o Brasil como parte do contexto latino-
americano e do mundo capitalista. 4- Sugestões para atividades complementares tais como:
filmes e leituras complementares.
O capítulo II, da área de Geografia, consta o seguinte: 1- Mensagem ao professor.
2- Um texto para reflexão sobre o estudo da Geografia. 3- Planos de Ensino da Geografia nas
12
últimas séries do 1º grau. Sendo que, cada série de 5ª a 8ª com os objetivos gerais, conteúdos
básicos, considerações metodológicas, metodologia e avaliação.
O capítulo II, da área de Ciências, consta o seguinte: Apresentação – justificativa,
evidenciando que o ensino de ciências tem se restringindo a abordar conteúdos de forma
fragmentada, acrítica e livresca levando o professor a refletir sua prática. Ciências –
Contextualização histórica – Importância do Ensino de Ciências – Considerações
Metodológicas – Considerações sobre a abordagem dos conteúdos. 1- Matéria-Viva. 2-
Matéria não-viva. 3- Energia e Transformação. 4 – Interações. %- Implicações Sociais. A
listagem de conteúdos está disposta em quadros de 1ª a 8ª série.
O capítulo II da área de Educação Artística consta o seguinte: Introdução Arte, Educação, Arte-educação, Educação Artística – Reflexões Um pouco de História Abordagens psicológicas sobre a criação Artística Fig. 1 – Personalidade e aprendizagem: Estruturação Personalidade e Desenvolvimento gráfico na criança Quadro de atividades criadoras Reflexões sobre a metodologia Sugestões de atividades Expressão Plástica – Pré a 4ª série Expressão Plástica – 5ª a 8ª série Expressão Musical – Pré a 4ª série Expressão Musical – 5ª a 8ª série Artes Cênicas (Expressão Corporal – Dança) – Pré a 4ª série Artes Cênicas (Expressão Corporal – Dança) – 5ª a 8ª série Expressão plástica e Gráfica – 2º Grau Expressão Musical – 2º Grau Artes Cênicas (Expressão Corporal – Dança) – 2º Grau (Alternativa Curricular de Educação Artística, 1992)
Os professores da área mencionaram, neste documento, que só através da
integração escola/comunidade e da integração de todas as linguagens artísticas, o educando
desenvolverá plena e satisfatoriamente o seu potencial artístico.
Este documento, na época, veio a estimular a discussão e a reflexão sobre os
princípios político-pedagógicos em cada componente curricular, resultando em uma
Alternativa Curricular para que professores pudessem ter apoio e respaldo de sua prática.
Depois de oito anos do lançamento e implantação da Alternativa Curricular, fez-se
necessário, como renovação das práticas pedagógicas, outro documento norteador na Rede
Municipal de Ensino de Campo Grande/MS, elaborado por técnicos da Secretaria (SEMED) e
um grupo de professores pertencentes às escolas municipais das respectivas áreas do
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conhecimento intitulado “Seqüência Didática”. Este documento apresenta uma capa
produzida por: Lenilde Teixeira Silva, na época aluna da Escola Municipal Profª Gonçalina
Faustina de Oliveira, participante do concurso referente ao Estatuto da Criança e Adolescente
– (ECA) – Que direito é esse? 1998, como mostra a figura 03.
Figura 03 – Seqüência Didática
A Seqüência Didática é um documento único, isto é, um só livro, porém dividido
em áreas do conhecimento tais como: na parte de Educação Infantil estão as áreas de: Língua
Portuguesa, Matemática, Natureza e Sociedade, Música, Artes Visuais e Movimento. As
partes que se referem ao Ensino Fundamental estão as áreas de: Língua Portuguesa, Língua
Estrangeira Moderna, Matemática, História, Geografia, Ciências, Educação Física, Educação
Artística, Ensino Religioso, Educação de Trânsito.
Observa-se uma grande diferença da Alternativa Curricular para a Seqüência
Didática, pois esta apresenta uma parte para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental
constando como novidade maior, a parte destinada apenas à Educação de Trânsito.
A apresentação deste documento foi realizada pela então secretária de educação,
professora Maria Nilena Badeca da Costa, onde esta assinalou os problemas, não da época,
mas que já existiam ao longo do tempo, e que vem se projetando de maneira mais acentuada
em nossos ambientes escolares, como a de estabelecer uma postura crítica, não só nos
educandos, bem como nos educadores, ambas as frentes preocupadas com as desigualdades
14
sociais e ainda desenvolver nos alunos a capacidade necessária para a compreensão cientifica,
cultural e tecnológica para o exercício da cidadania e da ética. A secretária menciona que, este
documento vem para nortear as escolas da Rede Municipal de Ensino – REME, no fazer
diário em sala de aula, sem, no entanto, excluir as diferenças locais regionais de cada
estabelecimento, atendendo a direção, técnicos, docentes e discentes das escolas municipais
de Campo Grande/MS.
Além da capa, ilustrada e apresentação, o documento está estruturado da seguinte
maneira: introdução, agradecimentos, visão de área, eixos temáticos, noções e conceitos
divididos por bimestre e habilidades.
Na introdução do documento fica evidente que este vem com algumas afirmações
diferentes da Alternativa Curricular, quando faz a referência que este viabiliza a inclusão do
aluno portador de necessidades educativas especiais e que esta seqüência caracteriza-se por
estabelecer conteúdos mínimos possíveis de serem ampliados, de acordo com a Proposta
Curricular da escola.
Os agradecimentos aos elaboradores dividem-se em duas partes, uma para os
coordenadores (técnicos da SEMED) e outro aos colaboradores diretos (professores das
escolas), sendo que nas duas partes constam educadores de diversas áreas do conhecimento.
Na visão de área, ficam evidentes as peculiaridades. A alfabetização elenca-se um
ensino da língua portuguesa atrelada às regras fixas, mas com um processo de interação
verbal. No Ensino Fundamental, a Língua Portuguesa remete-nos a uma reflexão sobre a
linguagem e as articulações e relações que estabelecemos com o mundo. Na Língua
Estrangeira Moderna é possível perceber que a globalização favorece uma maior percepção de
culturas diversas. Na Matemática sua concepção é encarada como uma ciência que tem
relação com a vida, com as pessoas, com as coisas contribuindo com a construção humana. A
História é entendida, nesta, como a ciência em construção e deve ser estudada a partir de
problemáticas contemporâneas, presentes no contexto social e relacionadas a acontecimentos
de outros tempos e espaços, ou do mesmo espaço em outros tempos cronológico ou histórico.
Na Geografia, o objetivo maior é levar o aluno à compreensão de como acontece a
organização espacial, esclarecendo alguns conceitos como o de espaço, de tempo, de
produção de necessidade e de transformação, que por se relacionarem, estão ligados aos
conceitos de sociedade, trabalho, natureza e cultura. Na Ciência, situa o estudante em seu
mundo, enfatizando conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, as relações no âmbito da
vida, do universo, do ambiente e dos equipamentos tecnológicos. Na Educação Física
observa-se uma área comprometida com a história e a explicação crítica da realidade dando
15
condições para que o aluno tome parte nos processos de produção da cultura corporal como
sujeito, agente ação. No Ensino Religioso, tem-se como referencial a capacidade de perceber
as diferenças das tradições religiosas, surgindo o diálogo; na convergência dá-se a construção
e a reconstrução do conhecimento do fenômeno religioso. Na Educação de Trânsito, remete-
se a princípios que permitem refletir sobre o homem e suas relações sociais. A locomoção, a
comunicação que orientam o trânsito e o homem.
Os Eixos Temáticos das diversas áreas apresentam-se como fio condutor do
processo de ensino-aprendizagem. Já, as “Noções e Conceitos”, contemplam o mencionado na
introdução do documento onde é afirmado que, esta seqüência caracteriza-se por estabelecer
conteúdos mínimos possíveis de serem ampliados, de acordo com a Proposta Pedagógica da
escola. No âmbito das Habilidades, cada área apresenta tudo àquilo que o aluno deve aprender
a fazer. Desenvolvendo suas capacidades intelectuais, afetivas, psicomotoras, sociais e
políticas. Por exemplo, pensar, relacionar informações, avaliar, comparar fatos e teorias,
descobrir, experimentar, criar, organizar, fundamentar suas opiniões, questionar, ser
participante, etc.
Finalizamos a análise do documento expondo que o mesmo não difere do já
mencionado aqui, quando nos referíamos a Alternativa Curricular afirmando que este também
veio a estimular a discussão e a reflexão sobre os princípios político-pedagógicos em cada
componente curricular, para que professores pudessem ter apoio e respaldo de sua prática.
Porém, a Alternativa Curricular apresenta-se como um embasamento teórico metodológico
bem mais fundamentado e crítico. Como por exemplo, onde está inserida a idéia de Carl
Rogers, psicólogo norte-americano que defende o ensino humanístico podemos dizer
renovado.
Sabemos (...) que a iniciação à aprendizagem não se baseia nas habilidades de ensinar de um líder, no seu conhecimento erudito do campo, no planejamento do currículo, no uso de subsídios audiovisuais, na programação do computador utilizado, nas palestras e aulas expositivas, na abundância de livros, embora tudo isso possa, uma vez ou outra, ser empregado como recurso importante. Não, a facilitação da aprendizagem significativa baseia-se em certas qualidades de comportamento que ocorrem no relacionamento pessoal entre o facilitador e o aprendiz. (Rogers, 1985, p.105-6).
Rogers aponta para o apreço ao aprendiz, a seus sentimentos, suas opiniões, sua
pessoa. Não fazendo deste uma Tabula Rasa. O professor deve ser em primeiríssimo lugar um
EDUCADOR, encontrar-se com o aluno na base de pessoa-a-pessoa, mostrar-se ao aluno
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como alguém que desempenha uma função de verdadeiro educador e não simplesmente como
um mero passador de conteúdos.
A abordagem parcialmente técnica da SEQUÊNCIA DIDÁTICA está nas
“entrelinhas” apresenta, sim, um relacionamento afetivo, explícito nas ALTERNATIVAS
CURRICULARES, entre educadores e educando. Sendo que após três anos em 2003, do
lançamento e implantação da Seqüência Didática, fez-se necessário, como renovação das
práticas pedagógicas e outro documento norteador na Rede Municipal de Ensino de Campo
Grande/MS foi elaborado por técnicos da Secretaria (SEMED) e um grupo de professores
pertencentes as escolas municipais das respectivas áreas do conhecimento, intitulado
“DIRETRIZES CURRICULARES DO ENSINO FUNDAMENTAL”, este apresenta uma
capa onde mostra figura nº. 04 o ambiente escolar com seus alunos.
Fig. 04 – Diretrizes Curriculares
O documento Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental é único, isto é, um
só livro, porém dividido em áreas do conhecimento tais como, Língua Portuguesa,
Matemática, História, Geografia, Ciências, Educação Artística, Educação Física, Língua
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Estrangeira – Moderna e Ensino Religioso. Saem do contexto dos documentos norteadores da
Rede Municipal de Ensino as partes referidas na seqüência didática, ensino infantil e
educação para o trânsito.
Observa-se uma grande diferença da Seqüência Didática para as Diretrizes
Curriculares, pois esta exclui a parte da a Educação Infantil e no Ensino Fundamental não
aparecem a Educação de Trânsito.
A apresentação deste documento foi realizada pela então secretária de educação,
professora Maria Nilena Badeca da Costa, onde assinalou que a escola não pode ser apenas
um local de transmissão de informações, onde a aprendizagem seja entendida como acumulo
de conteúdos. Mas sim voltada muito mais a para uma prática pedagógica.
Na introdução deste é afirmado que, os conteúdos são considerados como meio
para que o aluno por meio do professor abra as possibilidades de desenvolvimentos e
capacidades que permitem estabelecer habilidades e competências de acordo com a Proposta
Pedagógica de cada unidade escolar.
Os agradecimentos aos elaboradores se dividem em duas partes, uma para os
coordenadores (técnicos da SEMED) e outro aos colaboradores diretos (professores das
escolas). Sendo nas duas partes constam educadores de diversas áreas do conhecimento.
Igualmente como na Seqüência Didática.
A visão de área de cada disciplina permanece a mesma. Os Eixos Temáticos das
diversas áreas apresentam-se também como fio condutor do processo de ensino-
aprendizagem. As “Noções e Conceitos” era o que mais os professores reclamavam da
Seqüência Didática e por isso fizeram algumas mudanças como mostra o quadro abaixo na
área de História.
Quadro nº. 2. Exemplo de Diferenças de Noções e Conceitos.
6ª SÉRIE – PRIMEIRO BIMESTRE
SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
6ª SÉRIE – PRIMEIRO BIMESTRE
DIRETRIZES CURRICULARES
As relações de suserania e vassalagem no
mundo medieval:
- relações entre nobres e servos
Absolutismo e mercantilismo na Idade
Moderna.
-características da monarquia absolutista;
Discutir as características sócio-culturais, as
relações sociais presentes no sistema feudal.
Conceituar o sistema feudal de produção
Compreender que a Inquisição foi um
instrumento de intolerância às diferenças de
credos religiosos.
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- teorias e praticas do mercantilismo.
Reconhecer as diferenças e semelhanças nas
relações de trabalho com o fim do feudalismo.
Caracterizar o feudalismo como modelo
político-econômico, resultante da fusão da
cultura romana e bárbara.
Cada série traz o parâmetro de desempenho como mostra o exemplo abaixo na
área de Educação Física:
PARÂMETRO DE DESEMPENHO PARA A 5ª SÉRIE
• Conhecer e dominar o manejo da bola, drible e passe da modalidade do handebol,
adaptando-se as regras simplificadas e assumindo variados papéis no campo esportivo;
• Participar na organização de campeonatos dentro do contexto escolar;
• Aplicar as noções de higiene corporal, mediante cuidados específicos a serem adotados na
infância e adolescência;
• Conhecer e dominar o manejo da bola, drible e passe no contexto da modalidade de
basquetebol, adaptando-se às regras simplificadas e assumindo variados papéis no campo
esportivo;
O documento Diretrizes Curriculares foi discutido, cobrado e usado nas escolas,
como mostraremos abaixo trechos de relatórios feitos por técnicos da SEMED, durante visitas
as escolas;
“a professora está seguindo as orientações da SEMED em todos os aspectos, tais
como: 04 eixos da LP, as habilidades, a situação didática, os recursos estão todos de acordo
com as orientações da SEMED, bem como das Diretrizes Curriculares”.
“A supervisora comentou que a preocupação dos professores é cumprir as
Diretrizes Curriculares”.
“O planejamento dos professores está conforme orientação da SEMED,
contemplando os quatro eixos e a proposta das Diretrizes Curriculares”.
“Em conversa com a professora observamos que está seguindo as Diretrizes
Curriculares...”.
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Os trechos dos relatos acima comprovam que o uso das Diretrizes abre
perspectivas para buscarmos diferentes propostas. O professor, tanto individualmente como
com seus companheiros, construiu seu caminho, seu conhecimento; ampliou sua vivência,
trocou suas experiências usando os documentos ou alguns mais jovens apenas um documento
norteador da rede municipal de ensino, mas como tratamos de educação, “coisa que caminha”,
cada época que passa necessitamos renovar nossas práticas, por isso estamos construindo mais
um documento norteador para que nossa prática pedagógica continue cada vez mais
comprometida com a história da educação, com nossa cabeça aberta para o novo na certeza de
que a educação da rede municipal de ensino terá condições de responder aos desafios do
próximo milênio.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GRANDE/MS, 1992.
CARLOS, Ana Fani. O luar no mundo. São Paulo: Hucitec, 1996.
DIAS, Reinaldo. Turismo e patrimônio cultural – recursos que acompanham o crescimento
das cidades. São Paulo: Saraiva. 2006.
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E ampl. Campinas SP: Autores Associados, 2001. (Coleção polêmicas do nosso tempo: v. 55)
GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993.
GANERI, Anita. Como seria sua vida na Roma Antigas? Tradução Maria de Fátima S. M.
Marques. São Paulo: Scipione, 1996. – (Coleção como seria sua vida?).
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dezembro de 1996.
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M. Marques. São Paulo: Scipione, 1996. – (Coleção como seria sua vida?).
MACDONALD, Fiona. Como seria sua vida na Idade Média.Ttradução Maria de Fátima S.
M. Marques. São Paulo: Scipione, 1996. – (Coleção como seria sua vida?).
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Marques. São Paulo: Melhoramentos 1995. Série: Povos do Passado.
PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. 13ª ed. São Paulo: Atual, 1994. – (Discutindo a
história)
POZO, Juan Ignácio. Aquisição de conhecimento: quando a carne se faz verbo. Trad. Antonio
Feltrin. Porto Alegre: Artmed, 2004.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática, 2000.
ROGERS, Carl. Liberdade de aprender em nossa década. Porto Alegre, Artes Médicas, 1985.
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