contrato de empreitada - direito civil - contratos

Post on 05-Jul-2015

4.449 Views

Category:

Education

7 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

Seminário apresentado à professora Nícia Diógenes, como nota parcial da Disciplina Direito Civil - Contratos, pelos alunos Lerroy Tomaz, Priscila Leite e Renata Araújo, amos graduandos em Direito pela Faculdade Ruy Barbosa. Salvador, 07 de novembro de 2013.

TRANSCRIPT

CONTRATO DE

EMPREITADA

Seminário de Direito Civil – ContratosFaculdade Ruy Barbosa, Novembro de 2013

FACULDADE RUY BARBOSADireito – 2013.2

CONTRATO DE EMPREITADA

Seminário apresentado por Lerroy

Tomaz, Priscila Leite e Renata

Araújo, como nota parcial da 2ª

unidade.

DIREITO CIVIL - CONTRATOS

Professora Nícia Diógenes

ORIGEM

O Contrato de Empreitada possui origem

histórica proveniente do direito romano, sob a

forma da locatio conductio operis, ou

ainda, locatio operis faciendi.

CONCEITO

Empreitada é o contrato em que uma das

partes se obriga, sem subordinação ou

dependência, a realizar certo trabalho para

outra, com material próprio ou por este

fornecido, mediante remuneração global ou

proporcional ao trabalho executado.

Caio Mário

ESTRUTURA

PARTES:

Empreiteiro;

Dono da Obra.

OBJETO:

Tarefa, trabalho, obra (lato sensu).

FORMA:

Livre;

DISTINÇÕES

CONTRATO DE COMPRA E VENDA;

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS:o Na Prestação de Serviços, o que se busca é a própriaatividade do prestador, e na empreitada o que se pretendeé um resultado certo.

QUALIFICAÇÃO

Bilateral (ou sinalagmático);

Oneroso;

Consensual;

Comutativo;

Trato sucessivo.

EMPREITADA COMO

RELAÇÃO CONSUMERISTA

DONO DA OBRA

CONSUMIDOR

EMPREITEIRO FORNECEDOR

ESPÉCIES

Art. 610, CC: O empreiteiro de uma obra pode contribuir

para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais.

§ 1º - A obrigação de fornecer os materiais não se presume;

resulta da lei ou da vontade das partes.

§ 2º - O contrato para elaboração de um projeto não implica

a obrigação de executa-lo, ou de fiscalizar lhe a execução.

EMPREITADA DE LAVOR

O empreiteiro executa a obra, utilizando materiaisfornecidos pelo dono da obra;

O empreiteiro apenas executa o trabalho;

Se apresenta como regra geral, tendo em vista que amodalidade de empreitada mista não se presume noart. 610, CC.

Trata-se de uma mera obrigação de fazer;

Todos os riscos correm por conta do dono daobra, ele se obriga por eventuais perecimentos oudeteriorização.

EMPREITADA MISTA

Constitui obrigação de Dar e Fazer;

O Empreiteiro assume o risco durante toda a

execução da obra, tendo em vista que é

responsável pelo fornecimento de material.

EMPREITADA POR

ADMINISTRAÇÃO O empreiteiro é o administrador da obra;

Recebe um valor fixo, pré acordado;

Tem como principal função reduzir custos da obracom a compra de materiais e a contratação demão de obra;

A responsabilidade do empreiteiro é reduzida;

Se aplica as regras do contrato de Lavor, onde osriscos correm por conta do dono da obra.

EMPREITADA DE

ENGINEERING

É definida como empreitada

de grande porte;

Se caracteriza por preço

certo, com data de conclusão.

PREÇO DA OBRA

POR PREÇO DETERMINADO

O preço é fixadopreviamente entreas partes;

Não contempla aprevisão dereajustes daremuneração, salvona exceção a luz doart. 619, CC.

Art. 619: Salvo estipulação em

contrário, o empreiteiro que se incumbir

de executar uma obra, segundo plano

aceito por quem a encomendou, não

terá direito a exigir acréscimo no

preço, ainda que sejam introduzidas

modificações no projeto, a não ser que

estas resultem de instruções escritas

do dono da obra.

Parágrafo Único: Ainda que não tenha

havido autorização escrita, o dono da

obra é obrigado a pagar ao empreiteiro

os aumentos e acréscimos, segundo o

que for arbitrado, se, sempre presente

à obra, por continuadas visitas, não

podia ignorar o que se estava

passando, e nunca protestou.

POR UNIDADE DE MEDIÇÃO

Art. 614: Se a obra consta de partes distintas, ou for de

natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá

direito a que também se verifique por medida, ou segundo as

partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na

proporção da obra executada.

§ 1º - Tudo o que se pagou presume-se verificado.

§ 2º - O que se mediu presume-se verificado se, em trinta

dias, a contar da medição, não forem denunciados aos vícios

ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido

da sua fiscalização.

RESPONSABILIDADE DO DONO DA

OBRA Pagar o preço expresso no contrato;

Receber a Obra;

Verificar se as especificações técnicas e instruções foramobedecidas

Essência da encomenda – aspectos técnicos, funcionais eestéticos

Obra não entregue como estipulada em contrato a mora é doempreiteiro.

Ação Redibitória ou Ação Estimatória.Art. 615. Concluída a obra de acordo

com o ajuste, ou o costume do

lugar, o dono é obrigado a recebê-la.

Poderá, porém, rejeitá-la, se o

empreiteiro se afastou das instruções

recebidas e dos planos dados, ou das

regras técnicas em trabalhos de tal

natureza.

Art. 616. No caso da segunda parte do

artigo antecedente, pode quem

encomendou a obra, em vez de

enjeitá-la, recebê-la com abatimento

no preço.

PRAZO DE GARANTIA E

RESPONSABILIDADE DO

EMPREITEIRO Habitualmente – encerra-se a responsabilidade na tradição

Para edifícios ou construções consideráveis (pontes, viadutos, estradas, etc) – 05 anos

Responsabilidade é objetiva

Prazo irredutível

Possibilidade de acréscimo com garantia contratual

Prazo decadencial de 180 dias a partir da descoberta do vício

Ação redibitória ou Ação Estimatória

Pretensão a reparação civil - após o prazo, não pode mais reclamar o desfazimento do

contrato, mas nada impede que reclame perdas e danos no prazo prescricional comum 03

anos, art. 206, § 3º, V, do Código Civil.

Responsabilidade Civil (art. 927 do Código Civil) – continuará o empreiteiro respondendo

por eventuais vícios, desde que provada sua culpa.

Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o

empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela

solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.

Parágrafo Único: Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser

a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou

defeito.

PRAZO DE GARANTIA PARA

PEQUENAS EMPREITADAS

Incidem as regras comuns dos vícios redibitórios

Vícios Ocultos (art. 441 do CC)

Vícios Aparentes (Arts. 615 e 616 do CC)

Art. 441. A coisa recebida em virtude

de contrato comutativo pode ser

enjeitada por vícios ou defeitos

ocultos, que a tornem imprópria ao

uso a que é destinada, ou lhe

diminuam o valor.

PRAZO DE GARANTIA NA RELAÇÃO

CONSUMERISTA – BASEADO NO

CDC Prazo decadencial de 90 dias para exercitar o direito potestativo de reclamação do

defeito, contando-se a partir da tradição para vícios aparentes e da descoberta para

vícios ocultos.

Se o vício gerar um acidente de consumo, surge a responsabilidade civil objetiva

(art. 12 do CDC), passível da pretensão indenizatória no prazo prescricional de

cinco anos, contados a partir da descoberta do fato (art. 27 do CDC).

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto

ou do término da execução dos serviços.

Art. 12. O fabricante, o produtor, o

construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador

respondem, independentemente da existência de

culpa, pela reparação dos danos causados aos

consumidores por defeitos decorrentes de

projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas

, manipulação, apresentação ou acondicionamento

de seus produtos, bem como por informações

insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e

riscos.

Art. 27. Prescreve em cinco

anos a pretensão à reparação

pelos danos causados por fato

do produto ou do serviço

prevista na Seção II deste

Capítulo, iniciando-se a

contagem do prazo a partir do

conhecimento do dano e de sua

autoria.

RESPONSABILIDADE DO

EMPREITEIRO PERANTE

TERCEIROS PELO FATO DA COISA

Empreiteiro e Dono da Obra respondem

solidariamente por danos causados a

terceiros ou aos prédios vizinhos, em razão

dos vícios derivados da falta de solidez e

segurança;

O proprietário terá o direito regressivo contra o

empreiteiro.

SUSPENSÃO DO CONTRATO

PELO DONO DA OBRA

Resilição Unilateral – indenização ao

empreiteiro pelos investimentos realizados na

obra e do lucro que razoavelmente auferiria

com seu trabalho, será ressarcido pelos lucros

emergente e pelo lucro cessante.

Art. 623. Mesmo após iniciada a

construção, pode o dono da obra suspendê-

la, desde que pague ao empreiteiro as

despesas e lucros relativos aos serviços já

feitos, mais indenização razoável, calculada

em função do que ele teria ganho, se

concluída a obra.

SUSPENSÃO DO CONTRATO

PELO EMPREITEIRO

Paralisação temporária da obra sem justa causa –

indenização ao dono da obra;

Autorização para suspensão da obra.

Art. 624. Suspensa a execução da empreitada sem

justa causa, responde o empreiteiro por perdas e

danos.

Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:

I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior;

II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades imprevisíveis de

execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de

modo que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser

ao reajuste do preço inerente ao projeto por ele elaborado, observados os preços;

III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza, forem

desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o

acréscimo de preço.

EXTINÇÃO DO CONTRATO

Habitualmente o contrato se extingue na entrega perfeita da obra acabada;

Demais fontes de extinção dos contratos:

Resilição unilateral do Dono da Obra, com pagamento de indenização devida ao empreiteiro;

Resilição unilateral do Empreiteiro, com pagamento de indenização devida ao contratante, salvo quando houver justa causa, ficando isento de responsabilidade por perdas e danos;

Mútuo consentimento das partes (Distrato);

Rescisão judicial do contrato, havendo imputação de culpa a uma das partes pelo descumprimento das obrigações pactuadas;

Falência do Empreiteiro ou insolvência do Dono da Obra;

Perecimento da coisa, por força maior ou caso fortuito, aplicando-se nessa hipótese as regras concernentes ao risco.

Óbito de uma das partes.

Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de

qualquer das partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades

pessoais do empreiteiro.

CONTRATO DE

EMPREITADA

Seminário de Direito Civil – ContratosFaculdade Ruy Barbosa, Novembro de 2013

top related