conflitos em contratos de empreitada: visão atual e perspectivas de futuro

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Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro Eduardo Grebler 2º Seminário Nacional “Arbitragem e Construção” 28 de abril de 2014 CREA-MG

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Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro. Eduardo Grebler 2º Seminário Nacional “Arbitragem e Construção” 28 de abril de 2014 CREA-MG. Áreas de Conflito Potencial. Técnicos Insumos (mão-de-obra, materiais, equipamentos) Metodologia construtiva - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão

Atual e Perspectivas de Futuro

Eduardo Grebler

2º Seminário Nacional “Arbitragem e Construção”

28 de abril de 2014CREA-MG

Page 2: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Áreas de Conflito Potencial

Técnicos Insumos (mão-de-obra, materiais, equipamentos) Metodologia construtiva Controle de qualidade

Econômicos Regime contratual Impactos da alteração de projeto e de quantitativos Equilíbrio econômico-financeiro

Jurídicos Licitação Cumprimento das obrigações contratuais (inadimplemento,

força maior, poderes exorbitantes da Administração)

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Page 3: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Método Judicial de Solução de Conflitos

Julgador generalista, sem especialização no tema Formalismo excessivo: armadilhas processuais Múltiplos recursos e graus: interlocutórios e protelatórios Tempo excessivo para a solução do litígio Litigiosidade acentuada entre as partes: cultura do

combate

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Page 4: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Consequências para o Empreendimento

  Ruptura de cronograma Potencialização do conflito Custos adicionais não previstos Prejuízos para as partes Insatisfação do cliente e do construtor Perdas para a sociedade

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Page 5: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

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Procedimentos Alternativos para Solução

de Conflitos Mediação: mediador facilita a auto-composição

negociada

Comitê de Resolução de Disputas (“DRB”): Acompanha a execução e auxilia na solução de conflitos pari-passu com o andamento da obra

Arbitragem: árbitros independentes decidem o litígio em caráter definitivo, com força de sentença judicial.

Page 6: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Como Funciona a Mediação?

Mediador deve: ser neutro e merecer a confiança das partes conhecer bem a matéria do conflito ser proativo e não emocional conduzir o procedimento com objetividade e firmeza (etapas,

prazos, resultados) saber demonstrar os riscos do conflito e os benefícios da

solução amigável

Mediação infrutífera não impede disputa futura

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Page 7: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Como Funciona o Comitê de Resolução de Disputas? Representantes das partes e um neutro Acompanha a realização do contrato desde o início Analisa e opina sobre todos os conflitos Soluções predominantemente técnicas Questões de natureza jurídica requerem

assessoramento independente Implica custos ao longo da realização da obra Decisões do DRB tendem a prevalecer em disputas

futuras

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Page 8: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Como Funciona a Arbitragem?

Tribunal Arbitral com um ou três árbitros Independentes Escolhidos pelas partes envolvidas no litígio

Requisitos Partes sejam capazes Direito seja patrimonial e disponível

Características Celeridade Especialização técnica Informalismo Sem recurso

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Page 9: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Arbitrabilidade Princípio geral da jurisdição estatal

“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (CF, art. 5º, XXXV).

Posição do Poder Judiciário: pró-arbitragem, afirmada pelo STF (SE 5.206-ES, 2001) e pelo STJ (REsp 450.881-DF, 2003)

Arbitrabilidade Objetiva: direitos patrimoniais disponíveis Subjetiva: capacidade das partes para se submeter à arbitragem

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Page 10: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Fonte Legal da Arbitragem Lei nº 9.307, de 23/9/1996 (Lei Brasileira de Arbitragem)

Art. 1º - “As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis”

Art. 5º - “Reportando-se as partes na cláusula compromissória, às regras de algum órgão institucional ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada de acordo com tais regras”

Art. 18 - “O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário”

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Page 11: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

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Validade da Arbitragem no Setor Público

Autorizações legislativas Lei federal nº 8.987, de 13/12/1995 (Lei de Concessões) Lei federal nº 9.472, de 16/7/1997 (Lei Geral de

Telecomunicações) Lei mineira nº 14.868, de 16/12/2003 (Lei estadual de PPP) Lei federal nº 11.079, de 30/12/2004 (Lei de PPP) Lei mineira nº 19.477, de 12/1/2011 (Lei de arbitragem em que o

Estado de Minas Gerais seja parte)

Projeto de Reforma da Lei de Arbitragem Projeto de Lei do Senado nº 406/2013 Projeto de Lei da Câmara nº 7.108/2014

Page 12: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Inovações do Projeto de Reforma da Lei de

Arbitragem Autoriza a utilização da arbitragem pela Administração

Pública direta e indireta, desde que: Seja sempre de direito (vedada a equidade) e seja respeitado o

princípio da publicidade (vedado o sigilo)

Autoriza a arbitragem nas relações de consumo, desde que: Cláusula seja redigida em negrito ou documento apartado, e o

consumidor tome a iniciativa ou concorde expressamente

Autoriza a arbitragem trabalhista, desde que: Empregado seja administrador ou diretor estatutário e tome a

iniciativa ou concorde expressamente

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Page 13: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Validação pelo Judiciário da Arbitragem no Setor

Público Decisões do Judiciário

MS 11308-DF, 2005: “Não existe qualquer razão que inviabilize o uso dos tribunais arbitrais por agentes do Estado” (rel. Luiz Fux)

Resp 612439, STJ, 2005: as sociedades de economia mista podem validamente se submeter à solução de controvérsias

contratuais por meio da arbitragem (CCI).

REsp 612.439, STJ, 2005: “São válidos e eficazes os contratos firmados pelas sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços (CF, art. 173, §1º) que estipulem cláusula compromissória submetendo à arbitragem eventuais litígios decorrentes do ajuste.” (rel. João Otávio de Noronha).

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Page 14: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Formas de Instituição da Arbitragem

Prevista no contrato Cumprimento obrigatório Escolha prévia da entidade administradora da arbitragem

(cláusula cheia)

Não prevista no contrato Depende de aceitação das partes para ser instaurada Torna-se obrigatória com a assinatura do compromisso

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Page 15: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

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Convenção de Arbitragem

Modelo de cláusula arbitral (convenção de arbitragem, cláusula compromissória)

“Qualquer litígio emergente do presente contrato ou com ele relacionado será definitivamente resolvido por arbitragem, de

acordo com o Regulamento de Arbitragem da [nome da instituição], por um ou mais árbitros nomeados nos termos desse

Regulamento. A arbitragem terá lugar em [cidade].”

Page 16: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Câmara de Arbitragem e Tribunal Arbitral

Papel da Instituição de Arbitragem Oferece o regulamento de arbitragem Oferece lista de árbitros Organiza o procedimento arbitral

Papel do Tribunal Arbitral Julga mediante sentença final e terminativa do litígio

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Page 17: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Instituições Experientes em Arbitragem de

Construção Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio Brasil-

Canadá (SP) Câmara de Arbitragem Empresarial Brasil - CAMARB

(MG) Câmara de Arbitragem da Fundação Getúlio Vargas

(RJ) Câmara de Mediação e Arbitragem de São Paulo (SP) Câmara de Mediação e Arbitragem do CREA-MG

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Page 18: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Critérios para Escolha da Instituição Arbitral

Local da arbitragem Regulamento Lista de Árbitros Direção Técnica Experiência Custos Gestão Administrativa Infraestrutura

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Custos da Arbitragem

Depósito inicial não reembolsável

Adiantamento para despesas (dividido entre as partes)

Custas totais da arbitragem Honorários e despesas dos árbitros Taxa de administração Honorários e despesas dos peritos Outros custos razoáveis incorridos pelas partes

Page 20: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

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Custos da Arbitragem - 2 CCBC

Taxa de administração: de R$4.000,00 + R$2.000,00/mês Honorários de cada árbitro: de R$550,00/hora

Camarb Taxa de administração: de R$4.500,00 a R$200.000,00 Honorários de cada árbitro: de R$5.000,00 a R$500.000,00

Câmara FGV Taxa de administração: de R$40.000,00 a R$200.000,00 Honorários de cada árbitro: de R$21.400,00 a R$281.000,00

CMA-SP Taxa de administração: de R$12.000,00 a R$125.000,00 Honorários de cada árbitro: de R450,00/hora

CMA-CREA Taxa de administração: de R$1.500,00 a R$120.000,00

Honorários de cada árbitro: de R$2.000,00 a 350.000,00

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O Procedimento Arbitral

Escolha dos árbitros pelas partes Recusa de uma das partes em participar não prejudica o

prosseguimento da arbitragem Alegação de nulidade do contrato não prejudica o

prosseguimento do procedimento e a decisão do tribunal arbitral

Possibilidade de arbitragens multiparte Possibilidade de reunião de arbitragens conexas Possibilidade de intervenção de terceiros

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Etapas do Procedimento Arbitral

Termo de arbitragem: identificação das partes, identificação dos árbitros, local da arbitragem, regras de procedimento, sumário dos pedidos, fixação da controvérsia, fixação do prazo e cronograma de etapas

Fase postulatória: Alegações das partes, respostas e réplicas

Fase Probatória: exibição de documentos em poder das partes, depoimento de testemunhas e das partes, perícia e laudos técnicos

Page 23: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

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Sentença Arbitral

Prazo: em princípio seis meses Pode ser deliberada por maioria Deve ser fundamentada É obrigatória para as partes Não está sujeita a recurso nem homologação (só a

esclarecimento ou correção de erro material) Pode ser anulada em casos expressamente previstos

(violação ao devido processo legal, árbitro impedido, excesso de jurisdição dos árbitros, etc.)

Page 24: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

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Medidas Cautelares em Arbitragem

Podem ser concedidas pelo Tribunal Arbitral Podem ser requeridas ao juiz antes da instalação do

Tribunal Arbitral Se não cumprida espontaneamente, o juiz estatal pode

obrigar o cumprimento forçado pela parte Projeto de Reforma da Lei de Arbitragem:

autoriza expressamente a medida cautelar pré-arbitral fixa prazo de 30 dias da decisão para que o interessado requeira

a instituição da arbitragem

Page 25: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Lei Mineira de Arbitragem(nº 19.477/2011 )

Origem no Poder Legislativo (Proposição de lei nº 20.345), por iniciativa de contratantes com o Estado de Minas Gerais

Sancionada pelo Governador em 2011 regra excepcional de publicidade prazo para prolação da sentença arbitral

Autorização para os órgãos e entidades das administrações direta e indireta optarem pela adoção da arbitragem

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Page 26: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Requisitos da Lei Mineira de Arbitragem (Lei nº

19.477/2011) Procedimento exclusivamente por meio de órgão arbitral

institucional Árbitro deve ser brasileiro, maior, capaz, deter

conhecimento técnico compatível com a natureza do contrato, não ter impedimento legal, ser membro de câmara de arbitragem inscrita no Cadastro Geral de Fornecedores de Serviços do Estado, preferencialmente com sede em Minas Gerais

Somente será admitida a arbitragem de direito

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Page 27: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Requisitos da Lei nº 19.477/2011

(Lei Mineira de Arbitragem) - 2

Procedimento condicionado à cláusula cheia ou compromisso arbitral

Câmara de arbitragem deverá estar constituída há 3 anos, em regular funcionamento, fundada ou mantida por entidade de interesse coletivo, ter reconhecida idoneidade

Despesas da arbitragem deverão ser adiantadas pelo contratado

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Page 28: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

Perspectivas de FuturoPerspectivas de Futuro

A utilização da mediação tem crescido nos contratos de empreitada A arbitragem está difundida nos contratos privados de empreitada Admite-se a arbitragem nos contratos com a Administração Pública

quando haja direito disponível e interesse público secundário A arbitragem tende a se tornar a forma preferencial de solução de

controvérsias em contratos de obra pública, e começa a ser admitida nas relações de consumo e trabalhistas

É previsível que a maioria dos litígios nos contratos de empreitada venha a ser resolvida por arbitragem

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Page 29: Conflitos em Contratos de Empreitada: Visão Atual e Perspectivas de Futuro

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Grebler Advogados

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