cenário vigente, desafios e planejamento...
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Cenário Vigente, Desafios e Planejamento Fiscal
IV Seminário Brasileiro de Contabilidade e Custos Aplicado ao Setor Público – Brasília/DF
Brasília, 4 de Outubro de 2017
Pedro Jucá Maciel Subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal
Tesouro Nacional
2
Sumário:
Diagnóstico do Problema Fiscal
Experiências Internacionais
Estratégias para Consolidação Fiscal
Perspectivas e Conclusões
1
2
3
4
3
14,0%
14,8% 14,6% 14,8%
15,6% 15,9%
15,1% 15,6%
16,4% 16,8% 16,9%
16,2%
17,3%
18,1%
16,7% 16,9% 17,3%
18,0%
19,3% 19,8%
14,2%
15,6%
16,4% 16,5%
17,3%
18,0%
17,4%
18,1%
18,8% 18,8% 19,0% 18,9%
18,5%
20,2%
18,9% 18,5%
18,7%
17,7% 17,4% 17,3%
12,0%
13,0%
14,0%
15,0%
16,0%
17,0%
18,0%
19,0%
20,0%
21,0%
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Despesa Total (%PIB) Receita Líquida Total (%PIB)
1. Ausência de reformas estruturais levou ao crescimento insustentável das despesas públicas
Fonte: STN
1
Receitas e Despesas Primárias do Governo Central (em % PIB)
Os problemas fiscais brasileiros não são apenas conjunturais, mas estruturais
4
1. Ausência de reformas estruturais levou ao crescimento insustentável das despesas públicas
Fonte: STN
1
Despesas do Governo Central (em R$ bilhões de junho/2017)
5
Fonte: Relatório Resumido de Execução Orçamentária
Despesas Obrigatórias do Governo Central (% da Receita Corrente Líquida)
1. Ausência de reformas estruturais levou ao crescimento insustentável das despesas públicas
1
6
1. A deterioração fiscal levou a um rápido crescimento da dívida pública
Fonte: BCB
1
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45,0
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jun-
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Dívida Bruta do Governo Geral (em % PIB)
7
1. Não há muito espaço para o ajuste fiscal ser dado pelo aumento das receitas
Fonte: BCB
1
Carga Tributária (em % PIB)
14,1 14,6 15,3 15,8 16,0 16,0 18,0 19,3 19,6 20,3 20,8 21,0 21,4 22,3 22,6 23,2 23,3
25,8 27,7 27,9 28,4
29,9 31,0 31,2 31,7 32,5 32,6
36,6 38,1 39,3
44,2 45,6
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
8
1. Assim como, não há muito espaço para expandir o endividamento
Fonte: BCB
1
13,0 14,1 17,1
20,4 21,4 26,3 27,5
31,7 32,8 33,4 35,8 39,6 39,7
43,6 46,3 47,5
51,7 51,8 52,4 56,0 56,6
63,7 64,4 66,1 68,5
75,3 77,7 78,3
86,8 92,7 94,6
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0 Dívida Bruta (em % PIB)
10
1. Experiências Internacionais: Princípios de Governança na Gestão Fiscal 2
1) Administrar os orçamentos dentro de limites fiscais claros, críveis e previsíveis
2) Alinhamento do orçamento com as prioridades do governo de médio prazo
3) Definir um arcabouço de tratamento dos investimentos de forma a resolver demandas sociais de forma coerente e custo-efetiva
4) Garantir que os documentos orçamentários sejam abertos, acessíveis e transparentes
5) Promover debate inclusivo, participativo e realista sobre as escolhas orçamentárias
6) Apresentar uma contabilidade confiável, precisa e universal sobre as finanças públicas
7) Planejar, administrar e monitorar a execução orçamentária
8) Garantir que as avaliações de performance e qualidade do gasto estejam integradas com processo orçamentário
9) Identificar, analisar e administrar prudentemente a sustentabilidade fiscal de longo prazo e riscos fiscais
10) Garantir integridade e qualidade nas previsões orçamentárias, planejamento fiscal e execução orçamentária por meio de rigoroso processo, incluindo auditoria independente.
10 Bons Princípios de Governança Fiscal (OCDE)
11
1. Experiências Internacionais de Gestão Fiscal 2
Principais tendências observadas:
Aprimoramento da produtividade do setor público
Regras Fiscais
Spending Review e Avaliação de Programas
Medium-Term Expenditure Framework
Performance Budgeting
1
2
3
4
5
12
1. Experiências Internacionais: Aumento da Produtividade do Setor Público 2
Definição:
Fatos observados:
Inputs são limitados (restrição fiscal)
Output altamente demandados (serviços públicos)
Consumo do Governo representa em média 20% do PIB. Importância de buscarmos maior retorno.
Sistema de contas nacionais não avalia o crescimento da produtividade
Referências: UK e Dinamarca
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1. Experiências Internacionais: Aumento da Produtividade do Setor Público 2
Óticas de Mensuração da Produtividade:
Fonte: OCDE
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1. Experiências Internacionais: Aumento da Produtividade do Setor Público 2
Importância da qualidade do gasto público para tornar o multiplicar fiscal positivo Tão importante como promover consolidação fiscal é estimular o crescimento, porém é preciso ter um
governo eficiente para obter ganhos efetivos.
Fonte: OCDE
Ganh
o em
Cre
scim
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do
PIB
(em
% a
.a.)
Percepção da Eficiência do Governo (índice)
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1. Experiências Internacionais: Aumento da Produtividade do Setor Público 2
1) Ter as instituições fiscais (arcabouço) funcionando apropriadamente
2) Revisão das regulamentações dentro do governo (“regulation inside government (RIG)”) • Simplificação administrativa • Avaliações de “guilhotina” para eliminar regulações desnecessárias • Avaliação da calibragem para novas regulações sobre seus impactos em termos econômicos e sociais • Vários países europeus adotam meta de reduzir 25% os custos administrativos (economia de 1% a 1,7% PIB)
3) Gerenciamento de recursos humanos no setor público • OCDE: 21% dos empregos formais e 45% dos custos de produção do governo • Identificar, padronizar e mensurar as ferramentas no setor público • Novos benchmarks internacionais para engajamento dos empregados públicos
4) Revisão dos Processos de Licitações (OCDE 29% das despesas se dão por licitações) • Avaliar os ganhos de eficiência de sistema central de compras
5) Governos Digitais • Ganhos operacionais, setoriais (ex. histórico de pacientes) e serviços compartilhados de plataformas/dados
6) Inovação no Serviço Público • Ganhos de eficiência pela inovação e “disruptive approaches”. Repensar e desenhar ao invés de melhorar.
Visão ampliada sobre as fontes de aumento da produtividade
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1. Experiências Internacionais: Regras Fiscais 2
Fonte: OCDE
Principal missão: “por a restrição orçamentária na mesa” e definir “trade-offs”, especialmente sobre regras automáticas de ampliação de despesas
94% dos países da OCDE utilizam pelo menos uma regra fiscal (2012) O número de regras fiscais tem aumentado nos últimos anos A maioria dos países dispõe de pelo menos 4 regras fiscais (2012)
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1. Experiências Internacionais: Regras Fiscais 2
É crescente o número de regras fiscais vinculadas às despesas, como o “Teto do Gasto” brasileiro
Fonte: OCDE
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1. Experiências Internacionais: Spending Review e Avaliação de Programas 2
Experiência do Reino Unido: Tesouro Britânico é o centro de coordenação Estabelece guias de avaliação Recebe avaliações dos ministérios setoriais
Fonte: OCDE
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1. Experiências Internacionais: Spending Review e Avaliação de Programas 2
Experiência do Chile: Diretoria de Orçamento é o centro de coordenação Estabelece guias de avaliação
Fonte: DIPRES/Chile
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1. Experiências Internacionais: Estratégia Fiscal de Médio Prazo 2
Principal missão: ser referência sobre a política alocativa compatibilizada com a restrição fiscal É efetiva quando impõe, de fato, uma restrição à execução orçamentária Maior parte dos países utilizam o arcabouço fiscal de médio prazo com horizonte de 4 anos
Fonte: OCDE
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1. Experiências Internacionais: Orçamento de Performance 2
Fonte: OCDE
Alinhamento estratégico do processo orçamentário
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1. Experiências Internacionais: Orçamento de Performance 2
Fonte: OCDE
É complexa a forma de impor consequências sobre os órgãos que não performam
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1. Estratégia para a Consolidação Fiscal no Âmbito do Governo Federal 3
Estratégia Fiscal Co
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Atuação da Secretaria do Tesouro Nacional em sua Estratégia Fiscal (Consolidação Fiscal):
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1. Estratégia para a Consolidação Fiscal no Âmbito do Governo Federal 3
1) Compromisso com o resultado primário • Garantir a solvência das contas públicas e que a política econômica tenha efetividade • Processo de consolidação deve se concentrar nas despesas públicas
2) Otimização das Despesas, Gasto Tributário e Subsídios
• Reformas estruturais são essenciais (ex. previdência) • Revisão de programas e avaliação das políticas públicas
3) Otimização da Carteira de Ativos
• Tirar maior retorno do patrimônio público • Revisar participações governamentais • Expandir concessões
4) Revisão do marco regulatório das finanças públicas
• Teto da Despesa, LRF, Nova CAPAG/PAF, Nova Lei das Finanças Públicas, Relacionamento TN-BC, Conselho de Gestão Fiscal e Junta de Execução Orçamentária
5) Transparência da Gestão Fiscal
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1. Estratégia para a Consolidação Fiscal 3
Avaliar o desenho de funcionamento dos programas (“árvores”). Há exemplos de erros básicos já na etapa de concepção.
Antes da criação de qualquer programa, é preciso elaborar critérios de avaliação, bem como a disponibilização de dados para este fim.
Montar rotinas de avaliação dos programas, objetivando avaliar eficiência, eficácia e efetividade. Propor reformas micro.
Agenda de gestão pública mais eficiente
Perspectiva macro: planejamento fiscal Perspectiva micro: spending review
É preciso certificar como estará a restrição fiscal intertemporal (“tamanho da floresta”) para a definição clara de quais políticas públicas poderão ser financiadas (prioridades).
É recomendável avaliar o limite de endividamento para não comprometermos o espaço fiscal futuro.
Como a economia é cíclica, é importante ter regras que mitiguem flutuações (interrupções) no financiamento das políticas públicas.
Ter flexibilidade para fazer ajustes quando necessários.
Disciplinar a institucionalidade fiscal (regras do jogo).
27 27
4 Perspectivas e Conclusões: Iniciando um ciclo virtuoso
Ajuste Fiscal
Crescimento
Confiança
Taxa de juros
Investimento e Crédito
Caminho do crescimento sustentável:
Consolidação Fiscal
28 28
4 Consolidação Fiscal Fortalecimento de instituições da política fiscal: Contenção de gastos, compliance, transparência, prevenção de riscos Fiscais, recuperação da confiança e retorno do crescimento.
1. Teto para as Despesas (EC 95/2016) Garantir sustentabilidade fiscal de longo prazo e
reduzir necessidade de expansão da carga tributária.
2. Reforma da Previdência Convergência aos padrões internacionais e solvência
do sistema.
3. Revisão de Programas de Governo Permitir eficiência e efetividade.
4. Nova Lei das Finanças Públicas (PLP 229/2009) Racionalizar o ciclo de planejamento e orçamento.
5. Fortalecimento da LRF e Regulamentação do Conselho de Gestão Fiscal
6. Modernização do Sistema de Garantias da União Novas regras: mais justas, porém mais fidedignas.
Aumento da Produtividade 1. Reforma Tributária Simplificar, aumentar a eficiência, reduzir
contencioso. 2. Fortalecimento do arcabouço regulatório 3. Redução da Burocracia e Reforma do Estado Focar nas atividades essenciais do estado e na
prestação de serviços para o cidadão. Reduzir as rigidezes operacionais e dar os
instrumentos necessários aos gestores públicos. Ser orientado a resultados.
4. Melhoria do ambiente de negócios 5. Fortalecimento da governança e da conformidade nas
empresas públicas e seus fundos de pensão 6. Desmobilização de ativos e privatização 7. Modernização das leis trabalhistas 8. Maior integração no comércio internacional
Perspectivas e Conclusões: Iniciando um ciclo virtuoso
29 29
“O planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes”
Peter Drucker, 1980
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