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CASO CLÍNICO Embolia séptica pulmonar em uma criança com Hemofilia A. Apresentação: Victor Cabral Ribeiro Coordenação: Luciana Sugai Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SESDF www.paulomargotto.com.br Brasília, 15 de abril de 2013. Identificação. Nome: AMS - PowerPoint PPT Presentation

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CASO CLÍNICO Embolia séptica pulmonar em uma

criança com Hemofilia A

Apresentação: Victor Cabral Ribeiro

Coordenação: Luciana Sugai

Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SESDF

www.paulomargotto.com.br

Brasília, 15 de abril de 2013

IDENTIFICAÇÃO Nome: AMS

Data de nascimento: 10/09/2009;

Idade: 3 anos e 6 meses;

Peso: 12,5kg;

Procedente e natural: de Planaltina – DF;

Data da admissão: 01/03/2013

QP: “DOR ABDOMINAL HÁ 3 DIAS”

HDA: Criança portadora de Hemofilia A com quadro de distensão e

dor abdominal há 3 dias, além de um pico febril isolado há 5 dias.

Foi avaliada e medicada com dimeticona (LuftalR), óleo mineral e

dieta laxativa sem melhora. Refere ainda constipação intestinal.

Hoje foi à consulta com a hematologista, tendo sido solicitado

hemograma que evidenciou Hb de 5g%. Foi realizada uma

hemotransfusão e, devido ao quadro abdominal, foi realizado CT de

tórax e abdome.

Há duas semanas voltou a usar o cateter totalmente implantável

que havia colocado há quase um ano, mas havia tido celulite e

estava inutilizado.

EXAME FÍSICOEctoscopia: REG, hipoativo e reativo, hipocorado (++/4+), hidratado, acianótico, anictérico, afebril, sem exantemas e púrpuras;

AR: tórax com expansibilidade preservada, MVF, sem RA, sem tiragens, ou

retração de fúrcula, FR 44irpm, SatO2:98% a.a.;

ACV: RCR, 2T, BNF, s/s, FC 120bpm;

Abdome: globoso, distendido, timpânico, presença de baço

palpável a 4cm de RCE, RHA+, sem sinais de irritação peritoneal;

Extremidades: pulsos tibiais posteriores palpáveis e simétricos, sem edemas, bem perfundidas, TEC: < 2seg.

ANTECEDENTES PESSOAISParto normal, à termo (40 sem.), PN: 3420g, mãe não realizou pré-natal;Detectada ITU e Hipertertão arterial no dia do parto;Faz uso de fator VII 3 vezes por semana;Refere história prévia de infecção no cateter (2 episódios), sendo internado para antibioticoterapia;Sem outras comorbidades;Nega uso de outro medicamento.

ANTECEDENTES – 1ª COMPLICAÇÃO

Hospital Planaltina - PS - 14/09/2009;

- Irritado, chorando muito, sem mamar,

desidratado, ictérico, cianótico e hipotônico. Evolui com convulsão e posição de descerebração;

- Punção lombar (cancelada a posteriore);

- HC + bioquímica;

- Gasometria;

- Ao Berçário.

ANTECEDENTES – 1ª COMPLICAÇÃO

Berçário: - Estímulo doloroso => descerebração; - Pupilas mióticas; - Ausência de reflexos primitivos; - Fontanela anterior abaulada e tensa; - Hematomas em locais de acessos venosos; - Secreção sanguinolenta por sonda gástrica; - Não foi feita punção lombar; - À UTI Neonatal do Hospital do Santa Helena.

ANTECEDENTES – 1ª COMPLICAÇÃO

UTI Neonatal do Hospital Santa Helena: - Diagnóstico de hemofilia; - Fator VIII Recombinante; - CT com hematoma de fossa posterior volumoso,

chegando a comprimir o tronco cerebral e hidrocefalia supratentorial;

- CD: drenagem do hematoma e instalação de DVE de emergência.

ANTECEDENTES - 2ª COMPLICAÇÃO

Hospital de Base – PS – 23/01/2012 - Queda de bicicleta em 22/01; - Crise convulsiva com movimentos clônicos em

MSD; - Hemiparesia a direita; - Dislalia; - Sem receber fator VIII há 1 semana; - TC de crânio realizado na admissão mostrava

hemorragia intra-parenquimatosa fronto- parietal a E.

ANTECEDENTES - 2ª COMPLICAÇÃO

- História familiar de irmão com inibição para o fator VIII pesquisa de inibidor +; - Síndrome compartimental em grau leve em mão. CD durante internação: - Colocação de cateter totalmente implantável => Paciente desenvolveu celulite no local; - Intervenção neurocirúrgica; - Elevar os membros, aquecimento, evitar punções no membro; - Inicio fator VIIa.

HISTÓRIA FAMILIAR

Mãe 39 anos, hígida;

Pai 30 anos, hígido;Irmãos 20 e 6 anos, portadores de Hemofilia A.

CONDIÇÕES SE

Reside em casa de alvenaria;

Saneamento básico completo com água

encanada e esgoto;

Coabita com 6 pessoas;

Nega tabagismo passivo;

Possui um cachorro.

EXAMES COMPLEMENTARES COOMBS DIRETO: Negativo; BILIRRUBINA TOTAL E FRAÇÕES: Bilirrubina Total : 0,6 mg/dL; Bilirrubina Direta : 0,3 mg/dL; Bilirrubina Indireta: 0,3 mg/dL. CREATININA: 0,4 mg/dL; DHL: 521 U/L; FERRITINA: 673,00 ug/mL; FOSFATASE ALCALINA: 208 U/L; GAMA GT: 46 U/L.

EXAMES COMPLEMENTARES

***** Eritrograma ***** Hemácias: 2,60x 106/uLHemoglobina: 5,3 g/dLHematócrito: 16,6 % VCM: 63,8 flHCM: 20,2 pgCHCM: 31,7 g/dL RDW: 17,2 %

** Leucograma**Leucócitos 12,9x 10³/uLNeutófilos Totais: 69,3 % Eosinófilos: 0,4 %Basófilos: 0,8 % Monócitos: 10,3 %Linfócitos: 19,2 %Plaquetas: 97x 10³/uL PCT: 0,060 % MPV: 6,2 flPDW: 19,7 ratio

EXAMES COMPLEMENTARES

POTÁSSIO: 3,6 mmol/L; PROTEÍNA C REATIVA : 35,10 mg/dL; RETICULÓCITOS: 3,8 %; SÓDIO: 135 mmol/L; TGO: 44 U/L; TGP: 20 U/L; URÉIA: 25 mg/dL.

LISTA DE PROBLEMAS

Hemofilia A: em uso de FVII

distensão e dor abdominal;

pico febril isolado há 5 dias;

constipação intestinal;

Anemia: Hb de 5 (HCB);

Voltou a usar o cateter totalmente implantável.

• FR 44irpm;• FC 120bpm;• Presença de baço

palpável a 4cm de RCE.

LISTA DE PROBLEMAS

DHL: 521 U/L; FERRITINA: 673,00 ug/mL; FOSFATASE ALCALINA: 208 U/L Plaquetas: 97x 10³/uL Hemácias: 2,60x 106/uL Hemoglobina: 5,3 g/dL Hematócrito: 16,6 % PROTEÍNA C REATIVA : 35,10 mg/dL; RETICULÓCITOS: 3,8 %;

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAISPULMONAR

Tromboembolismo pulmonar; Pneumonia; Asma; Neoplasia; Granulomatose de Wegener; Tuberculose; Abcesso pulmonar; Edema agudo de pulmão.

E AGORA ?????

Para que possamos elucidar melhor esse diagnóstico é necessário conhecer os diagnósticos diferenciais através da análise torácica por tomografia computadorizada.

Tuberculose

Tromboembolismo Pulmonar

Granulomatose de Wergener

Metástase Pulmonar

Abscesso Pulmonar

PneumoniaNecrosante

Edema Pulmonar

Embolia Séptica

Síndrome deLemiere

LAUDO CT CT de pulmão sem e com contraste:

Presença de múltiplas opacidades alveolares grosseiramente nodular, de distribuição aleatória, em ambos os pulmões, a maioria cavitada, estando as maiores no segmento apical do lobo superior direito e nos segmentos posterior e lateral do lobo inferior esquerdo;

Pequeno derrame pleural à esquerda. A distribuição broncovascular tem

aspecto anatômico em ambos os pulmões; Conclusão: Pequeno derrame pleural à esquerda.

Múltiplas opacidades cavitadas em ambos os pulmões, que no contexto clínico, sugere embolia séptica.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIALABDOME Constipação primária e

secundária; SII; Alergias ou intolerância

alimentar; Intoxicação alimentar; Apendicite; obstrução intestinal; Neoplasias do estômago,

cólon e de outros órgãos; Colecistite ou colelitíase; Isquemia intestinal;

• Doença inflamatória intestinal;

• Pancreatite;• Estiramento

muscular;• Infecções do trato

urinário;• Hepatite.

LAUDO CT CT de abdome sem e com contraste: Músculo iliopsoas esquerdo com dimensões bastante

aumentadas e densidade heterogênea, em quase toda sua extensão, rechaçando o rim esquerdo anteriormente, devendo representar, no contexto clínico, hematoma intramuscular.

Também se observa pequeno aumento da musculatura adutorada raiz da coxa esquerda, em relação a contralateral, por provável hemorragia.

Pequena quantidade de líquido livre. Cateter femoral direito, com extremidade distal na veia ilíca

comum direita.

Conclusão:

Hematoma intramuscular no iliopsoas esquerdo e provável hemorragia na musculatura adutora da raiz da coxa esquerda. Hepatoesplenomegalia.

DIAGNÓSTICO DEFINITIVO

Hemofilia A com fator inibidor;

Embolia séptica;

Hematoma do músculo psoas E.

CONDUTA 01/03- Vancomicina D0- Ceftriaxone D1

02/03- Iniciou com sangramento no local onde estava puncionado o cateter totalmente implantavel;- Suspendo ceftriaxone (D2);- Inicio cefepima (D0);- Mantido Vancomicina (D1);- FVIIa 50KUI agora e observar sangramento.

CONDUTA 06/03-Retirado cateter portocath, mandado para cultura.

07/03- Devido piora da leucocitose, foi optado por iniciar Fluconazol (12/mg/kg/dia);- Recebeu um concentrado de hemácias e 3 transfusões de Fator VIIa;- Vancomicina/Cefepime (Início 02/03) - D5;- Fluconazol 12mg/kg/dia - D1; - Fator VIIa (às segundas, quartas e sextas).

CONDUTA 10/03

- Vancomicina/Cefepime (Início 02/03) - D8 

- Fluconazol 12mg/kg/dia - D4 

- Fator VIIa (às segundas, quartas e sextas)-Hemoglobina: 4,8 g/dL => Concentrado de hemácias 15ml/kg.

11/03

- Hemocultura 02/03/13: negativa; 

- Cultura de ponta de cateter 06/03/13: Cultura de cateter totalmente implantável: Candida albicans e S. aureus;

- Mantida a antibioticoterapia.

CONDUTA 12/03

-TC TÓRAX: Múltiplas opacidades cavitadas em ambos os pulmões, que no contexto clínico, sugere embolia séptica. Pequeno derrame pleural à esquerda. -TC ABDOME TOTAL: Hematoma intramuscular no iliopsoas esquerdo e provável hemorragia na musculatura adutora da raiz da coxa esquerda. Hepatoesplenomegalia. Outros achados vide laudo. -Vancomicina/Cefepime (Início 02/03) - D10-Fluconazol 12mg/kg/dia - D6-Fator VIIa 16/03-USG abdome 15/3/13: O íleo psoas D está normal. O músculo íleo-psoas E apresenta-se heterogêneo medindo aproximadamente 5,4 x 2 cm, sugerindo hematoma. Discreta quantidade de líquido livre em FID entre alças medindo 1,8cm3 de volume;

- Persiste com quadro de febre suspender antimicrobianos atuais e iniciar anfotericina lipossomal por 3 dias e meropenem por 7 dias;

 

23/03USG de abdome 22/03/2013:Músculo ileopsoas esquerdo está espessado e heterogêneo porém, menos do que no dia 15/03/2013 e identifica-se em sua região posterior alta, área heterogênea predominantemente hipoecogênica medindo 3,8x0,7 cm que sugere hematoma intramuscular.

* Medicações em uso:- Meropenem D7 (início dia 16/03)- Fator VIIa12/12h* Fez uso de:- Vancomicina/Cefepime (Início 02/03) - D14- Fluconazol 12mg/kg/dia D10- Anfotericina B lipossomal D3 CD.: Alta hospitalar com após fator VIIa e dose de meropenem da tarde.

Hemofilia A

DEFINIÇÃO

A hemofilia A é uma doença hereditária recessiva ligada ao cromossomo X que ocorre devido à deficiência do fator VIII da coagulação ou a defeitos estruturais em suas moléculas

Distúrbio clinicamente heterogêneo devido à quantidade de defeitos diferentes no gene do fator VIII

EPIDEMIOLOGIA

É uma doença que não respeita limites étnicos ou geográficos

É a principal causa de sangramentos severos e a segunda principal causa de todos os distúrbios congênitos que causam sangramentos, ficando atrás somente da doença de von Willebrand

EPIDEMIOLOGIA Incidência aproximada:

- 1 em cada 5000 crianças do sexo masculino

- em mulheres, é de 1 para cada 25.000.000

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Classificação Nível de Fator VIII (ativo)

Achados Clínicos

Severa Até 1% do normal Hemorragias e hemartroses

espontâneas, requerendo reposição de fator VIII.

Moderada 2-5% do normal Hemorragias secundárias a traumas ou cirurgias.

Leve 6-30% do normal Hemorragias secundárias a traumas ou cirurgias,

raras hemorragias espontâneas.

HEMARTROSE

HEMATOMA

HEMATOMA DO ÍLIO-PSOAS

HEMORRAGIA INTRACRANIANA

OUTROS ACHADOS

Pseudotumores Hematúria Complicações neurológicas Hemorragias em mucosas Sangramentos pós-cirúrgicos

PAPEL DO FATOR VIII NA COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA

HEMOSTASIA

Espasmo Vascular Formação do tampão plaquetário Formação do coágulo sangüíneo Organização fibrosa Dissolução da crase sangüínea

VIA INTRÍNSECA

Inicia com alteração no sangue ou exposição deste ao colágeno do vaso traumatizado

Fator VIII: cofator na via intrínseca da cascata de coagulação

FATOR VIII

Mesmo quando presente em concentrações relativamente baixas no plasma, a função de coagulação é mantida

Somente uma redução substancial (maior que 70%) leva aos distúrbios sangüíneos característicos da hemofilia A

FATOR DE VON WILLEBRAND

Circula no plasma com o fator VIII

Funções: acentuar a síntese de fator VIII proteger o fator VIII contra a proteólise aumentar a concentração do fator VIII no sítio

da lesão vascular

DIAGNÓSTICO CLÍNICO

Sangramentos

Articulações Músculos TGI

Hemorragias espontâneas

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Tempo de Coagulação e PTT aumentados

Tempo de Sangramento, TAP e plaquetas normais

Testes Específicos:

Dosagens dos fatores VII e IX e fator de von Willebrand antígeno

Se possível dosar anticorpos anti-fator VIII

DIAGNÓSTICO GENÉTICO

Mutações de base única PCR + seqüenciamento

Inversões Southern blotting (probe F8A)

Deleções:Grandes deleções Southern blottingPequenas deleções PCR +

seqüenciamento

Inserções Southern blotting

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Hemofilia B Deficiência de fator IX

Doença de von Willebrand FvW deficiente ou anormal Tempo de sangramento prolongado Padrão autossômico dominante

TRATAMENTO

Derivados Plasmáticos Fator VIII Recombinante

• segurança? (inativação viral)

• + seguros

• + baratos • + caros (2-3 vezes)

• disponibilidade maior • baixa disponibilidade

• inibidores: 10-15% • inibidores: 10-15%

• + utilizados

PACIENTE COM FATOR INIBIDOR!!!

TRATAMENTO

Desmopressina:

Análogo da vasopressina liberação e níveis de fator VIII e FvW Hemofilia A leve a moderada

TERAPIA GÊNICA

Candidatas ideais

Produção endógena contínua

Vetores virais

Introdução do gene em fibroblastos da pele ex vivo

TERAPIA GÊNICA

Roth et al.: Nonviral transfer of the gene encoding coagulation factor VIII in patients with severe hemophilia A. N Engl J Med 2001;344:1735-42.4/6 pactes: níveis detectáveis de fator VIII (2

pactes: > 1,0%)Nenhum pcte desenvolveu inibidores¾ pctes dose de fator VIII recombinante sgtos10 meses após: indetectáveis

TERAPIA GÊNICA

Introdução do gene em fibroblastos (eletroforese)

Implantação dos fibroblastos no peritôneo

TERAPIA GÊNICA

Embolia Séptica Embolia Séptica PulmonarPulmonar

EMBOLIA SÉPTICAEtiologia

- Síndrome de Lemierre => Fusobaterium;

- Endocardite => Klebsiella pneumoniae;

- Cateteres e outros dispositivos => gênero Staphylococcus.

FATORES DE RISCO

Periodontite; Consumo de estupefacientes injetáveis; Piercing na orelha; Abortos prévios; Fístulas arteriovenosas; Acessos vasculares; Portador de pacemaker; Prótese valvular cardíaca mecânica.

QUADRO CLÍNICO AGUDO

- Febre; - Calafrio; - Dor torácica; - Tosse; - Hemoptise; - Dispnéia não é comum.

ACHADOS RADIOLÓGICOS

“Diagnostico provável” de ESP (embolia séptica pulmonar) – Febre recorrente ou persistente após terapêutica antimicrobiana, e RX de Tórax com opacidades e fator de risco predisponente.

“Diagnóstico definitivo” - Perante um diagnóstico provável de ESP, a presença de foco séptico documentado ou achados na TC torácica sugestivos de ESP são suficientes para realizar o de ESP.

PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO

1) Controlar o foco da infecção primária; ATB + Cirurgia (se necessário) 2) Trombólise geralmente não é indicada;

3) Suporte clínico conforme a necessidade individual de cada paciente.

Obrigado!

Obrigado !!

OBRIGADO!

Nota do Editor do site, Dr.Paulo R. MargottoConsultem também

Hemofilias no lactente São doenças que apresentam deficiência dos fatores VIII e IX da

coagulação, chamadas, respectivamente, de hemofilia A (hemofilia clássica) e hemofilia B (doença de Christmas).

A hemofilia A (hemofilia clássica) e a B tem caráter hereditário recessivo ligado ao X. a doença se manifesta no sexo masculino, enquanto a mulher apresenta um dos cromossomos X marcado com o gene hemofílico é apenas “portadora”. Em cerca de 1/3 dos casos, não há história familiar (mutações). Deve-se, no entanto, fazer uma anamnese completa com estudo de várias gerações anteriores antes de se admitir esta possibilidade. A incidência da hemofilia A é 1/5000 nascimentos masculinos e da hemofilia B é 1 em 30.000.

No Brasil, há cerca de 4.700 casos registrados de hemofilia, sendo 4.000de hemofilia A e 700 de hemofilia B.

O quadro clínico pode iniciar logo após o nascimento se a criança for submetida à circuncisão ou a algum ato cirúrgico. Geralmente o sangramento começa após os 06 meses de vida. Quando começa a deambulação, surgem os sangramentos, os equimoses e hematomas, às vezes volumosos, que levam à procura do médico.

HEMOFILIA NO RECÉM-NASCIDO:CASO CLÍNICOAutor(es): Ana Maria Duarte Monteiro Cândido, Residente (R2) da

Unidade d Pediatria / Paulo R. Margotto (Escola Superior de Ciências da Saúde)

As hemartroses (o sangramento articular chega a corresponder a 80% de todas as hemorragias) são dolorosas, causam deformidades anatômicas nas articulações e conseqüentemente déficits funcionais e paresias ou paralisias do membro atingido. Ordem de freqüência: joelhos, tornozelos, cotovelos, ombros, punho, quadris.

Hematomas profundos musculares (flexores de antebraço, ileopsoas) podem ocorrer e comprimir nervos e vasos sanguíneos permanentes; aqueles que envolvem o ilíaco e o psoas são importantes (simulam

abdome agudo ou apendicites). A sintomatologia caracteriza-se por dor, tumefação, calor, diminuição da motilidade.

A hematúria é relativamente freqüente, vindo logo após as hemorragias de articulações e músculos.

As hemorragias após extração dentária iniciam-se 1-2 horas após, porque o inicio da hemostasia que envolve o comprimento vascular e plaquetário, está presente, mas o segundo estágio, que requer a geração da trombina e fibrina para consolidar o coágulo plaquetário é anormal.

O quadro clínico hemorrágico depende da quantidade do fator VIII ou IX presente no paciente. Os casos mais sangrantes apresentam concentração do fator VIII ou IX inferior a 2% do normal (apresentam uma média anual de 20 a 30 episódios de sangramento espontâneo ou excessivo, após leve trauma, particularmente nos joelhos e músculos). Os de gravidade média apresentam concentração do fator entre 2% a 5% e os mais leves, entre 6% e 20%. Em 1/3 dos portadores pode-se encontrar fator entre 25% e 30%, enquanto nos não portadores, o nível é normal (50% a 200%).

Em resumo, o diagnóstico clínico pode ser feito diante do quadro hemorrágico característico no sexo masculino, história hemorrágica familiar, comprometimento principalmente das articulações, hemorragias à circuncisão, extrações dentárias ou grandes traumas e cirurgias.

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