aula irpf e irrf maio 2011

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Aula sobre Imposto sobre a Renda Pessoa Física e Fonte proferida no IBET - Campo Grande em 28/05/2011

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Imposto sobre a Renda

IRPF/IRRF

Julia de Menezes Nogueira

Especialização em Direito TributárioIBET – Campo Grande

IRPF – Modelo de Análise

Modelo de Análise:

Sistema Jurídico Tributário Normas Jurídicas Regra-Matriz de Incidência Tributária

(RMIT) Normas auxiliares

Constituição Federal

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:...III – renda e proventos de qualquer natureza;...§2º O imposto previsto no inciso III:

I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

Constituição Federal

Aspectos constitucionais relevantes

Conceito constitucional de renda Periodicidade do imposto sobre a renda Princípios da generalidade e da

universalidade Indicação ou não do verbo “auferir” Princípio da capacidade contributiva

Código Tributário Nacional

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;

II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

Código Tributário Nacional

Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.

Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.

Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.

Código Tributário Nacional

Aspectos relevantes em relação ao CTN

Fato gerador = “aquisição” da disponibilidade jurídica ou econômica da renda

Conceitos de disponibilidade “jurídica” e “econômica”

Renda X “rendimentos” Base de cálculo – real, presumida ou arbitrada Sujeito passivo – “contribuinte” / “responsável”

IRPF – Legislação Ordinária

Diferentes modalidades de imposto sobre a renda da pessoa física:

IRPF mensal – “Carnê-Leão” Aplicável para todos aqueles que recebem rendimentos de pessoas físicas ou do exterior (não sujeitos à tributação na fonte) É adiantamento do imposto devido na declaração de ajuste anual.Recolhimento mensal obrigatório pelo próprio sujeito passivo.Autorizadas as deduções previstas na legislação e livro-caixa.Autorizada compensação de imposto pago no exterior.

IRPF – Legislação Ordinária

IRRF – Fonte – Antecipação do devido na declaração

Quaisquer rendimentos pagos por pessoas jurídicas a pessoas físicas estão sujeitos à incidência do IR na fonte de acordo com a tabela progressiva – 0, 7,5%, 15%, 22,5%, 27,5%.

(Lei nº 11.945/09)

Autorizadas as deduções previstas em lei.

Imposto retido e recolhido pela fonte pagadora dos rendimentos.

Adiantamento do devido na declaração de ajuste anual.

IRPF – Legislação Ordinária

IRPF – Anual Apurado na “Declaração de Ajuste Anual” no exercício seguinte ao da apuração da renda.Todos os rendimentos recebidos por pessoas físicas residentes no País, sujeitos ao Carnê-Leão e ao IRRF – Fonte – Antecipação – 0, 7,5%, 15%, 22,5%, 27,5%.Autorizadas as deduções previstas em lei.Imposto apurado e recolhido pela pessoa física.Ajuste de alíquotas.Compensação do IR pago ao longo do ano (Carnê-Leão, “Mensalão” e IRRF – Fonte – Antecipação).

IRPF – Legislação Ordinária

IRRF – Definitivo – Ganhos de CapitalIncide sobre os ganhos de capital apurados por pessoas físicas que sejam residentes fiscais no País.

Recolhido pela pessoa física, à alíquota de 15%, no mês seguinte ao da ocorrência do fato gerador.

Há isenções específicas (alienação de bens de pequeno valor, alienação do único imóvel no valor de até R$440 mil, alienação de imóvel para aquisição de outro em 180 dias, fatores de redução).

IRPF – Legislação Ordinária

IRRF – Exclusivo – Aplicações FinanceirasIncide sobre os rendimentos de aplicações financeiras auferidos por pessoas físicas residentes no País.

Recolhido pela Fonte Pagadora.

Alíquotas regressivas – aplicações financeiras de renda fixa – conforme o prazo da aplicação.

Alíquota única – 15% para aplicações financeiras de renda variável.

Não ajustável na declaração de ajuste anual.

IRPF – Legislação Ordinária

IRPF – Carnê-Leão e IRRF- Fonte – Alíquotas

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)Até 1.566,61 - -De 1.566,62 até 2.347,85 7,5 117,49De 2.347,86 até 3.130,51 15 293,58De 3.130,52 até 3.911,63 22,5 528,37Acima de 3.911,63 27,5 723,95

IRPF – Legislação Ordinária

IRRF – antecipação e IRPF – Anual - DEDUÇÕES

Dedução Mensal do Rendimento Tributável Contribuição Previdenciária Oficial e Privada Despesas escrituradas no Livro Caixa Dependentes (valor fixo de R$157,47) Pensão Alimentícia Proventos e Pensões de Maiores de 65 anos

IRPF – Legislação Ordinária

IRRF – antecipação e IRPF – Anual - DEDUÇÕES

Dedução na Declaração de Rendimentos Despesas Médicas Despesas com Educação própria (limite de R$

2.830,84) e de dependentes (limite de R$ 1.889,64) Contribuições aos Fundos de Aposentadoria

Programada Individual – FAPI Contribuição patronal ao INSS (empregados

domésticos).

IRPF – regras-matrizes

Diversidade de regras matrizes

Sujeito passivo – pessoa física• Verbo – auferir• Complemento - renda

Sujeito passivo – fonte pagadora• Verbo – pagar• Complemento - rendimentos

IRPF – regras-matrizes

Normas em que a pessoa física beneficiária dos rendimentos é sujeito passivo:

IR – mensal (“Carnê-Leão”)

IR – anual

IR – definitivo (ganhos de capital)

IRPF – regras-matrizes

Normas em que a fonte pagadora dos rendimentos é sujeito passivo:

IRRF – antecipação

IRRF – exclusivo

IRPF – regras-matrizes

Técnicas para evitar múltiplas incidências sobre a mesma base:

Exclusão da base de cálculo de rendimentos já tributados – enunciados relativos à base de cálculo;

Crédito do tributo retido contra o que será devido – Normas de Crédito.

IRPF – regras-matrizes

Técnicas para evitar que o patrimônio da fonte pagadora seja tributado:

Instituição de Norma de Retenção.

CTN – Sujeição passiva

Substituição Tributária

Sujeito Passivo – contribuinte ou responsável (art. 121 do CTN).

Definição de sujeito passivo – pessoa obrigada a pagar o tributo

Contribuinte ou responsável – relação “direta” ou “indireta” com o fato gerador

CTN – Sujeição Passiva

Responsabilidade –

Substituição

Solidariedade

Responsabilidade de terceiros

Sucessão

Substituição Tributária

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

Substituição Tributária

As situações identificadas pela Doutrina como “substituição tributária”, nada mais são, do ponto de vista normativo, que regra-matriz de incidência tributária.

Identifica-se, porém, seu sujeito passivo como substituto, quando existe outra norma jurídica que autoriza o ressarcimento, perante outrem, do montante

do tributo recolhido aos cofres públicos.

Substituição Tributária

IRRF – hipótese clara de substituição

Conseqüência – possibilidade de construção de RMIT tendo “pagar rendimentos” no antecedente

Norma de Retenção – imprescindível para: Garantir a capacidade contributiva específica da fonte pagadora; Garantir que o imposto instituído incida sobre renda, e não

sobre patrimônio, ficando respeitada a competência da União para a instituição do imposto.

Substituição Tributária - IR

Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o art. 43, sem prejuízo de a lei atribuir essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.

Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável ( = substituto) pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.

Substituição Tributária

H pagar rendimentos H Pagar rendimentos

RM

IT

Norma de

Retenção

C obrigação da fonte pagadora (sujeito passivo) de pagar à União (sujeito

ativo) o imposto

C Permissão para que a fonte pagadora (sujeito ativo) retenha do beneficiário dos rendimentos (sujeito passivo) o montante do imposto

IRRF / Substituição Tributária

Conclusão prática:

Há no direito brasileiro grande diversidade de regras-matrizes de incidência tributária do imposto sobre a renda, umas prevendo em seus antecedentes as condutas de auferir renda ou lucro, por pessoas físicas ou jurídicas, outras descrevendo as condutas de pagar rendimentos, hipóteses em que se identificará, invariavelmente, a coexistência de norma de retenção ou ressarcimento.

RMIT – IRPF mensal

A Cm - Auferir (verbo) renda proveniente do

exterior ou de pessoas físicas (complemento)

Ce – No território brasileiro ou no exterior

(residência fiscal brasileira)

Ct – Último dia de cada mês

RMIT

C Cs - Sp - beneficiário dos rendimentos (pessoa física)

Sa – União Federal

Cq – base de cálculo – rendimentos (-) deduções

alíquota – progressiva 0% a 27,5%

RMIT – IRPF anual

A Cm - Auferir (verbo) renda, exceto rendimentos sujeitos a tributação exclusiva / definitiva (complemento)

Ce – No território brasileiro ou no exterior

(residência fiscal brasileira)

Ct – Último dia de cada ano

RMIT

C Cs - Sp - beneficiário dos rendimentos (pessoa física)

Sa – União Federal

Cq – base de cálculo – rendimentos (-) deduções

alíquota – progressiva 0% a 27,5%

RMIT – IRPF definitivoA Cm - Auferir (verbo) ganhos de capital na alienação de

bens (complemento)

Ce – No território brasileiro ou no exterior

(residência fiscal brasileira, ou bem localizado

no Brasil)

Ct – Instante em que é recebido o preço ajustado pela alienação do bem

RMIT

C Cs - Sp – alienante do bem (pessoa física)

Sa – União Federal

Cq – base de cálculo – ganho de capital (-) reduções

alíquota – 15%

RMIT – IRRF antecipação

A Cm - Pagar (verbo) rendimentos a pessoa física sujeitos a ajuste na declaração anual (complemento)

Ce – No território brasileiro

Ct – Momento do pagamento dos rendimentos

RMIT

C Sp – fonte pagadora (pessoa física ou jurídica)

Sa – União Federal

Cq – base de cálculo – rendimentos (-) deduções

alíquota – progressiva 0% a 27,5%

RMIT – IRRF exclusivo

A Cm - Pagar (verbo) rendimentos a pessoa física sujeitos a tributação exclusiva na fonte (complemento)

Ce – No território brasileiro

Ct – Momento do pagamento dos rendimentos

RMIT

C Sp – fonte pagadora (pessoa física ou jurídica)

Sa – União Federal

Cq – base de cálculo – rendimentos (-) deduções

alíquota – fixa ou variável

Normas de regulação

Como evitar que haja bi-tributação dos mesmos rendimentos?

Exclusão da base de cálculo.

Como permitir deduções que consideram o período de um ano após tributações mensais por IRRF e IRPF?

Ajuste na declaração com crédito do imposto pago

Como evitar que evitar que o patrimônio da fonte pagadora seja tributado, em lugar dos rendimentos pagos ao beneficiário?

Norma de retenção.

Norma da Retenção

A Cm - Pagar (verbo) rendimentos a pessoa física tributáveis na fonte – exclusivamente ou por antecipação (complemento)

Ce – No território brasileiro

Ct – Momento do pagamento dos rendimentos

RMIT

C Sp – fonte pagadora (pessoa física ou jurídica)

Sa – União Federal

Objeto da relação jurídica – permitido reter do beneficiário o montante a se recolhido a título de IRRF

Norma do CréditoA Cm - Sofrer retenção, sobre rendimentos recebidos, para

fins de recolhimento do IRF-Antecipação pela fonte pagadora, e/ou pagar IR-Mensal.

Ce – No território brasileiro

Ct – Momento do recebimento dos rendimentos

RMIT

C Sa – pessoa física que sofrer retenção de IRRF ou pagar IRPF mensal

Sp – União Federal

Objeto da relação jurídica – O beneficiário dos rendimentos terá direito, contra a União, de compensar com o IR-Anual devido, o respectivo montante

IRRF – questões relevantes

Obrigação Tributária versus Dever Instrumental – a fonte pagadora é obrigada a recolher o imposto, ainda que não o tenha retido

Consonância com o conceito de tributo do artigo 3• do CTN

Compatibilidade entre a incidência na fonte do imposto sobre a renda e as imunidades

IRRF – questões relevantes

Conseqüências da não-retenção do montante do IRRF pela fonte pagadora:

Norma do reajustamento da base de cálculo do imposto (gross up);

Presunção de retenção, pelo beneficiário dos

rendimentos.

IRRF – questões relevantes

Responsabilização pelo inadimplemento da obrigação tributária cometida à fonte pagadora:

Obrigações tributárias distintas;

Ausência de solidariedade ou subsidiariedade;

Oponibilidade ao Fisco, pela fonte, do pagamento realizado pelo beneficiário.

IRRF – questões relevantes

Posição da SRF – Parecer Normativo nº 01/2002 – “a responsabilidade da fonte vai somente até o momento em que o beneficiário fica obrigado a incluir os valores em sua declaração”;

Responsabilidade em caso de ação judicial intentada pelo beneficiário dos rendimentos, ao final julgada improcedente.

IRRF – Aferição de Validade

Incidência com Norma de Crédito (Antecipação) X Incidência sem Norma de Crédito (Exclusiva).

Capacidade Contributiva Progressividade Generalidade Universalidade

Limitação às deduções da base de cálculo do IRPF

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