aprendizagem em ambientes virtuais
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Aprendizagem em Ambientes Virtuais
Maria Aparecida Trarbach
Polo: Domingos Martins
Introdução:
Pretende analisar as discussões produzidas no fórum “Ensino Tradicional em Questão” do
curso lato sensu em Mediadores da Educação a Distância, da turma “Marlim Azul” no
período de 14 a 27 de abril de 2011, como proposta da disciplina de Metodologia EaD,
coordenada pela Professora Cláudia Murta, no sentido de apontar as diferentes posturas do
mediador instrutor e o instrutor emancipador e comparar a proposta de educação
emancipadora com a proposta de ensino e aprendizagem na modalidade EAD e avalie a
postura do mediador em questão.
O fórum em questão contou com a participação de 11 cursistas e 17 postagens. A partir das
postagens, estabeleceu-se um quadro comparativo buscando apontar as diferentes posturas
do mediador instrutor e o instrutor emancipador e como a educação emancipadora se insere
na aprendizagem na modalidade EAD. Inicialmente copiamos todos os comentários,
extraindo as ideias centrais que constituíram a base para construirmos um conceito
colaborativo, como se o discurso de todos fosse o discurso de um. Como técnica do estudo
utilizamos o “discurso do sujeito coletivo” com base na Teoria da Representação Social, que
apresenta “uma adequada descrição do imaginário disponível sobre um dado tema ou
temática, numa dada formação social, num dado momento histórico” (LEFÉVRE;
LEFÉVRE; TEIXEIRA, 2000,p.34) dispondo assim, dos instrumentos adequados para
delimitar, com o devido rigor, os contornos da representação da mediação pedagógica em
EAD e os seus pressupostos, na medida em que as ideias que um grupo verbaliza pode
expressar o pensamento de um grupo maior. Esta sistematização foi usada apenas para
efeito de análise e discussão, pois as representações que compõem o discurso estão
absolutamente imbricadas.
A partir das contribuições foi possível estabelecer a concepção dos cursistas quanto às
diferenças presentes nas duas tendências apresentadas.....
2 Fórum: instrumento de interação e aprendizagem
O fórum é um recurso utilizado para apoiar a interação entre cursistas, tutores e professores
especialistas, para troca de informações, retomada de conceitos, aprofundamento de estudos,
constituindo um importante instrumento de aprendizagem na Educação a Distância (EaD)
produzido de forma colaborativa, e de certa forma propicia a presencialidade no Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA) e cria uma rede de aprendizagem online.
Para Carvalho (2009) as redes de aprendizagem são redes sociais que apresentam
características do processo de ensino como: objetivo educativo, planejamento e um ou mais
professores entre os integrantes da rede que só mantêm pela participação e interação dos
integrantes.
Para tanto, algumas dicas são importantes para uma boa participação no fórum. Costa e
Marins (on line) elencam três dicas que facilitam a interação e aprendizagem da rede:
leitura, boa redação e saber fazer perguntas.
A leitura cuidadosa dos textos auxilia na compreensão e reflexão das ideias do autor e
auxilia na elaborar das nossas próprias questões.
As mensagens devem ser curtas, claras, simples e adequadas aos argumentos, pois assim
evita-se erros de interpretação. As autoras sugerem cuidado redobrado nas respostas “ao
responder às mensagens dos outros, pense em questões interessantes. Isto ajuda todos os
participantes a refletirem sobre o assunto e aprenderem” (COSTA; MARINS, s.d. p.7). Uma
boa dica é limitar o quantitativo de palavras por post, pois ajuda na habilidade de síntese do
estudante, bem como revisar o texto antes da postagem. Ressalta-se que após o envio é
possível modificar a mensagem em até 30 minutos.
As perguntas nos ajudam a organizar a informações, avaliar e criar idéias, e, ainda “um bom
modo para ajudar outras pessoas a refletirem sobre um assunto” (COSTA; MARINS
s.d.,p.7) com a finalidade de auxiliar o processo de aprendizagem.
3. O trabalho de tutoria: instrução ou emancipação? A partir das respostas do fórum: “Comentar o texto Ensino Tradicional em questão” procurei
extrair das postagens fragmentos que pudessem 1) apontar as diferenças entre as posturas do
mediador instrutor e o instrutor emancipador; 2) estabelecer uma comparação entre a
educação emancipadora e o ensino aprendizagem na modalidade EaDe 3) avaliar a postura
do tutor a partir destas duas abordagens.
Os depoimentos não foram retirados na íntegra, pois as mensagens enviadas ao fórum foram
longas e algumas sem focar diretamente o assunto em questão. Este procedimento corrobora
com a recomendação de Costa e Marins (s.d.) de que “mensagens longas podem se tornar
pouco objetivas e desestimular nossos leitores” e, portanto, foram retirados somente os
excertos que se relacionam com os objetivos estabelecidos.
3.1 O mediador instrutor Nos fragmentos abaixo extraídos do fórum, o mediador instrutor possui as seguintes características: [...] traduz na sua relação com os alunos falta de espaço para a crítica e construção de conhecimento, fazendo intervenções como se fosse o detentor do saber; encaminham aos alunos textos imensos, sem deixar claros objetivos, e as formas de utilizá-lo; as atividades pedem em seus enunciados respostas que são meras reproduções dos textos sem a preocupação da aprendizagem para competência técnica e como pratica social emancipadora; está ausente da discussão fazendo com que o aluno se sinta sozinho (Goretti).
[...] Muitos deles ainda, querem a presença do professor, ainda não se sentem capazes de serem donos da sua busca pelo conhecimento (Liana)
[...] uma educação conteúdista onde devemos considerar que a simples transmissão de conhecimentos não pode e não deve ser algo simplesmente realizado para que acha o acúmulo de conteúdos os quais muitas das vezes são desnecessários ao cotidiano de nossos alunos [...] (Luciana) [...] se baseia na técnica da retórica,[...] método de ensino bancário ( Margareth) [...] uma mera transmissão passiva de conteúdo pelo professor ( Maria Márcia) [...] dependência dominadora, que inclui dentre outras a relação de dominação do educador sobre o educando. (Maria Eunice) [...] professor “ensinante” [...] depósitos de conhecimentos alienantes ou críticos, que são aplicados através de conteúdos e lições às pessoas, como se fossem conta bancária ( Maria Leida) [...] desempenha o papel de detentor do saber, na comunicação dirigida e na reprodução de ideias. (Maria Aparecida T) [...] impõe a presença do mestre que transmite o conhecimento; [...] aquele que é dono do saber [...] com discursos eloquentes recheados desconhecimentos subjetivos e empíricos, valores morais e éticos, visando à reprodução do pensamento [...] (Marcelo) Sintetizando o grupo entende o mediador instrutor como: “ o mestre que transmite o conhecimento”, “desempenha o papel de detentor do saber, na comunicação dirigida e na reprodução de ideias” suas aulas “se baseiam na técnica da retórica [...] no ensino bancário”, “uma mera transmissão passiva de conteúdo pelo professor”, resultando em “uma educação conteudista”, “sem espaço para a crítica e construção do conhecimento” que só se efetiva pela “presença do professor, “ ensinante”.
No discurso, percebe-se que o ato de ensinar, nesta perpectiva pressupõe uma relação dual, o
mestre e o discípulo, alguém que ensina e outro que aprende. É uma relação de
interdependência, pois estamos sempre precisando do outro para que o ensino se efetive. O
ensino é então, vinculado ao mestre que transmite conteúdos e o discípulo que os recebe
passivamente, podendo ou não ocorrer à aprendizagem. Sob essa perspectiva não se pode
ensinar quando um dos elementos (quer seja o mestre ou o aprendiz) não está presente no
processo, como bem explicitado nas mensagens deste fórum.
O ensino é um processo externo ao individuo, que deve culminar com a aprendizagem, mas
não significa necessariamente que vamos obter sucesso, por ser um processo “de fora para
dentro”. Assim a aprendizagem vincula-se ao sujeito passivo, que reproduz as ideias do
professor, podendo dar ou não significado aos conhecimentos produzidos A educação é vista
como produto pronto e acabado, pautada na instrução e memorização ou seja, conteudista,
que Freire ( 1983) denomina de bancária. A escola é um único lugar em que esta se realiza.
3.2 O mediador emancipador
No contraponto os depoimentos relevam que o mediador emancipador:
“ participa ativamente junto aos alunos fazendo com que eles sintam sua presença, seu interesse e sua
importância no processo incentivando a aprendizagem e gerenciando o desenvolvimento do curso; [...]
estimula a crítica e a aprendizagem colocando-se como aprendiz junto ao grupo; [...] propõe atividades em
que os alunos precisam pensar e construir conhecimentos para aplicação prática em suas vidas, tanto nos
aspectos técnicos como nos políticos e sociais” (Goretti)”
“O aluno é responsável por sua aprendizagem e o tutor é um incentivador e orientador dessa
aprendizagem” (Maria Marcia)
“O mestre emancipador deve interrogar para ser instruído e não para instruir" Leomar,
“Assim como o professor, também o aluno precisa desconstruir o paradigma tradicional que experimentou,
para assimilar um novo modo de ser e aprender”. Luciana
“[...] a educação assume um papel contestador quando podemos considerar que não somente em ambientes
formais de educação ocorre o aprendizado [...] educa-se através do diálogo em meio às práticas
socioculturais e políticas, considerando ainda as experiências trazidas conosco por meio de nossas vivências
cotidianas [...] Assim considerando que “ ninguém educa ninguém”, e acreditando que a educação consiste em
um processo ora complexo,ora simplificado onde em muitas das ocasiões o que vale é o que se aprende seja
por indução , seja sozinho, seja por meios tradicionais ou modernos na educação” (Liana)
“[...] crianças livres conversando entre si, saindo e entrando enquanto aprendem. Podemos ainda perceber
a tranquilidade e facilidade da metodologia de ensino do professor que dá continuidade a sua didática sem se
preocupar com as conversas paralelas” (Marcia)
“[...] há uma mudança no foco do processo de formação dos sujeitos. Desloca-se o eixo do ensino para a
aprendizagem, do professor para o estudante, do objeto para o produto, e tudo isso, muda a partir da
forma como é realizada a mediação. Portanto, é a forma como as informações são mediadas é que difere
uma postura de outra quer seja emancipatória ou tradicional” (Maria Aparecida)
“Um professor emancipador é aquele que percebe que para aprender basta a vontade do aluno. Ao ensinar
aquilo que ignora o professor encaminha o aluno a utilizar sua própria inteligência. O mestre emancipador
deve interrogar para ser instruído e não para instruir. [...] O aluno emancipado pensa. [...] O professor
passa a ter o papel de orientador, de animador da inteligência e um incentivador da aprendizagem e do
pensamento” (Margareth)
[...] a relação entre o professor e o aluno é uma relação de troca, exigindo uma atitude de transformação da
realidade conhecida [...] É uma educação conscientizadora, emancipadora que busca transformar a
realidade onde educando e educador aprofundam seus conhecimentos em torno do mesmo objetivo para
intervir sobre eles (Maria Márcia).
[...] existe uma relação de troca horizontal entre educador e educando exigindo-se nesta troca, atitude de
transformação da realidade conhecida ( Maria Eunice)
[...] O orientador deve ser mais presente, construindo também conhecimento, pois segundo Freire há uma troca
de experiência, o mestre emancipador deve interrogar para ser instruído e não para instruir. [...] a educação é
uma conduta dialógica (Maria Leida)
[...] o mestre emancipador auxilia o estudante a descobrir caminhos e possibilidades no seu processo de
aprendizagem ( M.A.T.).
[...] o mestre como aquele que acompanha o aprendiz [...] aquele que deve dar suporte e ser capaz de
instigar seus alunos à uma investigação dos conhecimentos, a fim de construir um novo saber [...]
acompanha o interlocutor na construção do seu conhecimento e direciona o processo de aprendizagem do
aluno (Marcelo).
O discurso produzido coletivamente acerca do mediador emancipador evidencia:
“O aluno é responsável por sua aprendizagem e o tutor é um incentivador e orientador dessa
aprendizagem” que “auxilia o estudante a descobrir caminhos e possibilidades no seu processo de
aprendizagem”, “educa através do diálogo em meio às práticas socioculturais e políticas” . “Desloca-se
o eixo do ensino para a aprendizagem, do professor para o estudante, do objeto para o produto, e tudo
isso, muda a partir da forma como é realizada a mediação” pautado em “ um novo modo de ser e
aprender”, em que para “aprender basta a vontade do aluno”. A relação entre o professor e o aluno é
uma relação de troca” “[...] crianças livres conversando entre si, saindo e entrando enquanto aprendem”
“ numa relação de troca horizontal”. “É uma educação conscientizadora, emancipadora”, “ uma
conduta dialógica”, desta forma “acompanha o aprendiz e dá o suporte, instiga seus alunos à uma
investigação dos conhecimentos, a fim de construir um novo saber [...], acompanha o interlocutor na
construção do seu conhecimento e direciona o processo de aprendizagem do aluno”.
Para os participantes deste Fórum a educação acontece sem a figura impositiva do mestre,
ou seja, “o aluno pode aprender tão somente pela tensão de seu desejo” (MURTA, 2008,
p.33), aprende-se por necessidade ou prazer. Assim, não é preciso que o professor discorra
sobre as informações, numa concepção que Freire denomina como bancária. As informações
são acessadas à medida que o estudante sente vontade ou necessidade de fazê-la. A forma de
aquisição do saber, ocorre de forma interativa. Aprendemos nas relações com o outro, na
articulação teoria e prática, nas reflexões grupais na compreensão do contexto de estudo e
por outras formas de mediação como os livros, a internet, etc. Assim, a aprendizagem se
caracteriza como independente, autônoma e no ritmo de cada aprendiz.
3.3 Ensino –aprendizagem na Modalidade EaD
Na Educação a Distância, a mediação pedagógica pode ser realizada por diferentes mídias,
com maiores possibilidades de estudos e diferentes formas de aprendizagem. A mediação
pedagógica, nesta abordagem abre caminhos entre as relações do estudante com os materiais
de estudo e o seu contexto. É a mobilização do estudante para a investigação e a
problematização com o auxílio de diferentes mídias como: o material impresso, os recursos
audiovisuais e eletrônicos. O entendimento é que o caminho para o ato educativo envolve a
iniciativa do tutor, dos estudantes e as mídias, de forma a constituir uma rede de
interrelações de forma dialógica. Aprendemos com Freire, que no processo de aprendizagem
não há mestres nem discípulos, apenas aprendizes. Neste sentido, aprendemos nas relações e
com o outro, o ato de ensinar é um processo de mão dupla, de reciprocidade, de interação
entre tutor e estudantes.
Ações do Tutor no Ambiente Interativo de Aprendizagem
O trabalho com a Educação a Distância, constantemente vem impregnado de dúvidas quanto
à mediação pedagógica: quem ensina a distância? Qual o papel? Função e tarefas que o tutor
deve desempenhar no processo de aprendizagem? Constituem algumas das indagações.
Ao tentar dar respostas a estas indagações em torno do trabalho do tutor, procuramos
assentar a análise em três considerações propostas por Maggio (2001), quanto ao
desenvolvimento do ensino à distância:
a) A modalidade a distância requer uma definição à luz das transformações sociais e
culturais. O alerta reside no fato de estarmos em uma economia globalizada em que se
aprofundam as diferenças sociais e o poder se concentra nas mãos dos grandes capitais
transacionais. A autora cita como exemplo, a Argentina, onde é possível cursar uma
especialização a distância, via Internet, ao mesmo tempo em que a escolaridade básica não é
garantida para a população, elevando os índices de pobreza e marginalidade.
b) A modalidade a distância vem se redefinindo na base do impacto dos novos
desenvolvimentos tecnológicos. A explosão da rede mundial de computadores, tem
produzido impacto nos modos de conhecer e aprender, sem que isso ocorra necessariamente
em espaços engessados. Contudo não se pode garantir a veracidade das informações
difundidas na rede.
c) A modalidade a distância tem de ser redefinida a partir da contribuição dos
desenvolvimentos teóricos das ciências sociais e da didática. As contribuições da linguística,
da psicologia cognitiva e da antropologia social, proporcionam o entendimento do trabalho
dos professores e alunos numa perspectiva inovadora das práticas pedagógicas. Com base
nestas considerações, é que procuramos assentar o papel do tutor em um ambiente interativo
de aprendizagem.
Funções e atribuições do tutor
As pesquisas atuais sobre o ensino e a aprendizagem apoiadas no campo da didática e da
psicologia, definem como o bom docente tanto no ensino presencial quanto a distância
aquele que “ cria propostas de atividades para a reflexão, apóia sua resolução, sugere fontes
de informação alternativas, oferece explicações, facilita os processos de compreensão”
(MAGGIO,2001,p.99).
A Educação a Distância exige uma abordagem centrada sobre o ato de aprender e na
autonomia da aprendizagem. Compete ao tutor orientar, dirigir, supervisionar e avaliar o
processo de Ensino Aprendizagem dos estudantes. É um facilitador na compreensão das
atividades e um orientador quanto aos métodos de trabalho, auxiliando os estudantes a
responder de maneira adequada os objetivos do curso.
Moran (2002,p.30) define o professor como “um pesquisador em serviço” que exerce a
função de orientador, enquanto mediador intelectual, emocional, comunicacional e ético.
Intelectual, no sentido em que informa, escolhe informações, que devem ser incorporadas
aos contextos pessoais; orientador mediador emocional, quando define limites,
possibilidades, motiva, incentiva e estimula os estudantes a atingirem suas metas . É
comunicacional , quando ajuda a desenvolver grupos de pesquisa, interações, troca de
conteúdos e divulgação das informações; ético na medida em que os valores, as idéias e
atitudes têm por base a liberdade, a cooperação e a integração pessoal.
Moulin; Pereira ;Trarbach (2004) afirmam que “o tutor não ensina [...] o tutor incentiva,
orienta a elaboração do plano de estudos, aponta direções, acompanha e avalia a
aprendizagem, e, à luz dos resultados da avaliação, re-orienta e intervém.”
Para desenvolver essas habilidades aponta três funções para tutoria que se interrelacionam: o
aconselhamento, a orientação da aprendizagem e a avaliação.
A função de aconselhamento refere-se ao saber ser, abrangendo a formação de valores,
hábitos e atitudes necessárias à prática social e o valor positivo frente à vida.
A orientação da aprendizagem envolve o saber fazer e volta-se para as aptidões necessárias
ao enfrentamento das situações, isto é “conhecer os limites entre ditar ou impor caminhos e
sugerir ou propor direções” para auxiliar os estudantes em seus percursos de elaboração e
criação de novas informações.
A função de Avaliação garante a qualidade e o sucesso da aprendizagem. O tutor acompanha
e registra as atividades produzidas pelos alunos, os registros são avaliados. E os resultados
da avaliação são discutidos com o aluno. Nesse processo, a participação do aluno é
fundamental, por meio de auto-avaliação e da discussão das avaliações do tutor (MOULIN;
PEREIRA ;TRARBACH, 2004).
A tutoria apresenta-se como um instrumento dinâmico e essencial no processo ensino
aprendizagem à distância, oferecendo aos cursistas o suporte cognitivo, metacognitivo,
motivacional, afetivo e social, para que estes apresentem desempenho satisfatório ao longo
do curso.
A formação do tutor, por conseguinte é uma das mais importantes tarefas e requer uma
atenção para a consolidação de qualquer proposta educativa na modalidade de EAD.
Segundo Serrano o tutor é a “vertente humana da Educação a Distância” e “o lado humano
do processo de ensino aprendizagem” (SERRANO,1994, p.68,95), pois além de facilitar a
compreensão do aluno em relação aos conteúdos do curso, promove a comunicação e o
diálogo, supera as limitações da ausência do professor, rompendo com o isolamento do
cursista e introduz uma perspectiva humanizadora mediada pelos meios tecnológicos.
Considerações Finais A Educação a Distância possibilita a organização de novas relações paradigmáticas nas
instituições educacionais, principalmente em termos de tempo, espaço e ritmo, quebrando a
estrutura cartesiana e de racionalidade técnica, impondo interlocução permanente e,
portanto, instaurando o diálogo, a interatividade e a construção coletiva do conhecimento.
Permite maior respeito aos ritmos pessoais na medida em que, suplantando um modelo de
fluxo linear, possibilita uma dimensão cíclica com um ir e vir, um retomar, um rever, um
refazer, abertos aos acontecimentos produzidos por sujeitos culturais, na circunstancialidade
de seus tempos-espaço próprios e, portanto, diversos.
O que difere a postura do mestre instrutor e a postura do mestre emancipador é a concepção
de ensino aprendizagem utilizada pelos mestres.
Enquanto o mestre instrutor desempenha o papel de detentor do saber, na comunicação
dirigida e na reprodução de ideias, o mestre emancipador auxilia o estudante a descobrir
caminhos e possibilidades no seu processo de aprendizagem.
O mestre emancipador representa o mais um no grupo (LACAN apud MURTA, 2008) que
mobiliza os estudantes para a investigação, a problematização e consequentemente a
produção. Embora as discussões e estudos seja no grupo a produção é um produto próprio de
cada um. Podemos sintetizar que a postura do mestre instrutor é calcado na reprodução e
submissão, enquanto o emancipador trabalha no sentido da promoção da autonomia e a
autoria da aprendizagem.
A educação emancipadora pressupõe uma perspectiva humanista não diretiva da educação,
defendida por Rogers, na qual o estudante é responsável por sua aprendizagem,
determinando o ritmo e o interesse do seu objeto de estudo de modo a enfrentar
adequadamente o novo, no mundo que se descortina.
Como tutores estaremos preparados para sermos mediadores da cultura digital? Temos
desenvolvido as aptidões próprias desta cultura? Estamos aptos a exercer nosso papel como
interventores no processo de desenvolvimento de nossos alunos no sentido de promover a
construção da aprendizagem em ambientes colaborativos, com incentivo ao ensino com
pesquisa? Que tipo de formação deve ser propiciado ao tutor para que o “encontro” com o
estudante, seja capaz de desempenhar bem o seu papel de mediador da cultura digital, as
aptidões compatíveis a ela e que o conhecimento produzido possa ser suficientemente
utilizado em qualquer função a ser exercida?
Ao lançar o olhar sobre estas questões, apontamos possibilidades de futuras pesquisas nesta
linha e reiteramos a efemeridade da ciência.
Enquanto o mestre instrutor desempenha o papel de detentor do saber, na comunicação
dirigida e na reprodução de ideias, o mestre emancipador auxilia o estudante a descobrir
caminhos e possibilidades no seu processo de aprendizagem.
O mestre emancipador representa o mais um no grupo (LACAN apud MURTA, 2008) que
mobiliza os estudantes para a investigação, a problematização e consequentemente a
produção. Embora as discussões e estudos seja no grupo a produção é um produto próprio de
cada um. Podemos sintetizar que a postura do mestre instrutor é calcado na reprodução e
submissão, enquanto o emancipador trabalha no sentido da promoção da autonomia e a
autoria da aprendizagem.
A educação emancipadora pressupõe uma perspectiva humanista não diretiva da educação,
defendida por Rogers, na qual o estudante é responsável por sua aprendizagem,
determinando o ritmo e o interesse do seu objeto de estudo de modo a enfrentar
adequadamente o novo, no mundo que se descortina.
Como tutores estaremos preparados para sermos mediadores da cultura digital? Temos
desenvolvido as aptidões próprias desta cultura? Estamos aptos a exercer nosso papel como
interventores no processo de desenvolvimento de nossos alunos no sentido de promover a
construção da aprendizagem em ambientes colaborativos, com incentivo ao ensino com
pesquisa? Que tipo de formação deve ser propiciado ao tutor para que o “encontro” com o
estudante seja capaz de desempenhar bem o seu papel de mediador da cultura digital, as
aptidões compatíveis a ela e que o conhecimento produzido possa ser suficientemente
utilizado em qualquer função a ser exercida?
Ao lançar o olhar sobre estas questões, apontamos possibilidades de futuras pesquisas nesta
linha e reiteramos a efemeridade da ciência.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, J. de S. Indicadores de formação de comunidades virtuais de aprendizagem. XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (2009). Disponível em www.br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/1140/1043. Acesso em 27/04/2011. COSTA, R. M. E. M. da. & MARINS, V. Aula 3: Design de atividades e tarefas. Disponível em: http://www.lanteuff.org/moodle/mod/assignment/view.php?id=13544. Acesso em 19 de abril de 2011.
LEAL, Regina Barros. A importância do tutor no processo de aprendizagem à distância.
Disponível em http://www.rieoei.org/deloslectores/947Barros. acesso em 26/10/2010.
LEFÉVRE, Fernando, LEFÉVRE, Ana Maria Cavalcante, TEIXEIRA, Jorge Juares Vieira.
O discurso do Sujeito Coletivo: uma abordagem metodológica em pesquisa qualitativa.
Caxias do Sul:EDUCS, 2000.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
MAGGIO, Mariana. O tutor na educação à distância. In: Litwin, Edit (org.) Educação a
Distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: ARTMED,
2001
MCLUHAN, Marshall. Os Meios de Comunicação como extensões do homem. São
Paulo: Cultrix, 1971.
MEDEIROS, et al. Sistemas de tutoria em cursos a distância. Disponível em
http://www.lanteuff.org/moodle/file.php/285/texto_base_tutoria_pigead3.
MORAN José Manuel et al. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo:
Papirus, 2002.
MOULIN, N.; PEREIRA, V.; TRARBACH, M.A. Formação do tutor para as funções de
acompanhamento e avaliação da aprendizagem à distância. 11. Congresso Internacional de
Educação a Distância, 2004.
PRETTI, Oreste. Educação a Distancia: uma prática mediadora e mediatizada. In Pretti
(org.) Educação a Distância: indícios de um percurso. Cuiabá/MT: NEAD/IE/UFMT,1996.
SERRANO, Glória Pérez. El professor tutor.Perpesctiva humana de la Educación a
Distância. Revista Iberoamericana de Educación Superior a Distância, VI (2),
feb.1994:67-95
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