a necessidade de conservaÇÀo de Áreas naturais para a prevenÇÃo e ... · departamento de...
Post on 11-Nov-2018
215 Views
Preview:
TRANSCRIPT
1
A NECESSIDADE DE CONSERVAÇÀO DE ÁREAS NATURAIS PARA A
PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS E MELHORIA DA QUALIDADE DE
VIDA DAS POPULAÇÕES BRASILEIRAS
Marcia Chame
Fundação Oswaldo Cruz
Programa Instucional Biodiversidade & Saúde
Mariana Scheneider
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância Sanitária
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador
Texto de apoio à moção da Comissão Nacional de Biodiversidade – CONABIO a ser
encaminhada ao Senado Federal para subsídios às discussões sobre as mudanças no
Código Florestal Brasileiro, em discussão.
Em 04 de junho de 2011
A perda de habitats, a fragmentação, a conversão de ecossistemas tropicais em
agricultura, pastagem, áreas de ocupações humanas ou simplesmente áreas abertas e
abandonadas aumentam a emergência e incidência de doenças transmitidas por
vetores e patógenos (Ostfeld & Logiudice, 2003; Keesing et al., 2010, MacKensie, 2009;
2010). A capacidade de adaptação e colonização de vírus, bactérias, protozários, fungos,
helmintos e vetores não devem ser subestimadas. As transformações ambientais beneficiam
muitas destas espécies, com impactos significativos para a saúde humana e animal.
Um dos maiores benefícios da conservação da biodiversidade é o controle de
doenças. Nos ambientes nos quais o número de espécies é grande, a presença de muitos
hospedeiros e vetores diminui a chance daqueles competentes se manterem e transmitirem
um patógeno (Ostfeld & Keesing, 2000; Peixoto & Abramson, 2006; Dearing & Dizney,
2010). Espécies de hospedeiros e vetores incompetentes têm o poder de dispersar o
patógeno no ambiente criando o “efeito de diluição” (Schmidt & Ostfeld, 2001; Yahnke et
al.,2001; Armién et al., 2009, Mills, 2006; Dizney & Ruedas 2009, Johnson & Thieltges,
2010), um dos mais importantes serviços ambientais das áreas naturais.
A substituição de habitats naturais promove a dispersão de doenças para os
ambientes antrópicos e as reservas legais e áreas de preservação permanente
contribuem para a manutenção dos ciclos silvestres das doenças nos seus habitats
naturais. Na Amazônia brasileira a transformação da floresta em monoculturas de açaí,
tratadas como “atividades sustentáveis”, produz a maior causa da emergência de doença de
Chagas por transmissão oral (alimento contaminado), com mais de 100 casos novos
anualmente registrados (Ministério da Saúde MS, 2005; Nobrega et al. 2009). Os barbeiros
se abrigam naturalmente em palmeiras e por isso, são atraídos para os açaizais. No
2
processamento do açaí podem ser triturados junto com a polpa na qual o Trypanosoma
cruzi permanece resfriado até o consumo. Como os barbeiros se alimentam de sangue dos
animais silvestre que foram suprimidos destas áreas, buscam o sangue das pessoas e
animais domésticos que habitam e trabalham nos açaizais, transpondo o ciclo silvestre para
o domicílio humano (Araújo et al., 2009; Varella et al., 2009).
Os custos da doença de Chagas são altos, 30% das pessoas infectadas desenvolvem
patologias cardíacas e digestivas graves com a necessidade de implante de marcapassos e
transplantes cardíacos. De 1975 a 1995 o governo brasileiro investiu US$420 milhões no
controle da doença de Chagas, com retorno de US$3 bilhões, US$7.16 para cada dólar
investido (Akhavan, 2000). Estes custos familiares e econômicos podem ser minizados com
a preservação das áreas naturais e sua fauna nativa. As reservas legais de cada propriedade
e áreas de proteção permanente devem ser entendidas como bem preventivo de doenças.
Com a perda de ecossistemas naturais perdem-se primeiramente os grandes e
médios predadores que controlam a incidência de doenças (Packer et al., 2003;
Ostfeld & Holdt, 2004). A presença de predadores diminui a circulação e os contatos entre
pequenos hospedeiros, consequentemente diminuindo a dispersão de muitas doenças
(Dizney & Ruedas, 2009). No Brasil, além das transformações ambientais que promovem o
aumento das espécies de roedores oportunistas que também se adaptam com facilidade ao
peridomicílio (Mills & Childs, 1998; Mills, 2006), a perda de predadores determina o
aumento de algumas espécies de roedores que são os hospedeiros naturais de
HANTAVIRUS (Abramson & Peixoto, 2006), que nas Américas produz a Síndrome
Pulmonar hemorrágica com 40 a 60% de mortalidade (Costa et al., 2002). Quanto maior a
diversidade de roedores, menor é incidência de roedores infectados por Hantavirus (Mills et
al. 2005). Os surtos desta infecção pulmonar aguda e grave ocorrem nas áreas de grandes
impactos antrópicos, nas quais a biodiversidade foi suprimida. Vários tipos de Hantavirus
já foram diagnosticados no Brasil (Lemos et al., 2004; Suzuki, 2004, Rosa et al., 2005;
Figueiredo et al., 2009; Oliveira et al., 2009, 2011) e de 1993 a 2009, 1171 casos com 461
mortes foram registrados (MS, 2009).
A febre maculosa é uma infecção aguda causada pela bactéria Rickettsia rickettsii,
transmitida pela picada do carrapato infectado. Esta doença vem aumentando desde 1996
no Brasil, embora a maioria dos casos não sejam diagnosticados. A taxa de mortalidade é
de 20% e o vetor mais comum é o carrapato estrela, o Amblyomma cajennense, que infesta
galinhas, cavalos, bois, cães e porcos e animais silvestres como capivaras, gambás, tatus,
cobras e canídeos silvestres. Para infectar o homem basta que os carrapatos fiquem aderidos
a ele por 4 a 6 horas. Os casos de febre maculosa ocorridos no sudeste do Brasil em
2005 (Figura 1) exemplificam os efeitos da perda e redução das populações de
mamíferos de médio e grande porte nos pequenos fragmentos e unidades de
conservação de Mata Atlântica remanescentes, da mesma forma como ocorre com a
doença de Lyme nos EUA.
3
Figura 1: Número de casos de Febre Maculosa confirmados e notificados no SINAN por
100.000 habitantes (ha), segundo as regiões político-administrativas brasileiras durante o
período de 2001 a 2008.
Fonte: Sistema de Informação dos Agravos de Notificação (SINAN)
(http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/)
Na região amazônica o número de casos de mordeduras de morcegos em
homens aumentou nove vezes nas áreas de maior desmatamento, entre os anos de
2003 (852 casos) e 2004 (8.258 casos) (MS, 2006). No Pará, estado brasileiro com maior
taxa de desmatamento, o número de casos saltou de 383 em 2003, para 7.640 em 2004 e
mais de 15.000 casos em 2005. No Maranhão foram reportados 108 casos de mordeduras
em 2004 e 1100 casos em 2005. Cerca de 20 pessoas morreram de raiva em 2004. Esse
aumento relaciona-se a perda das espécies nativas que naturalmente são fontes de alimentos
das espécies hematófagas e a oferta de alimento humano, principalmente nos garimpos.
Apesar do aumento das freqüências de mordeduras houve queda do número de casos de
raiva sem que, no entanto, os desmatamentos tenham diminuído. Isso indica que de certa
forma há um processo de imunização das pessoas provavelmente pela repetição da
mordedura de morcegos (Schneider et al., 2001) (Figura 2).
4
Figura 2: Número de casos de Raiva confirmados e notificados no SINAN por 100.000
habitantes (ha), segundo as regiões político-administrativas brasileiras durante o período de
2001 a 2008.
Atividades humanas como o deflorestamento e o desenvolvimento da
agricultura são forças motrizes importantes para a emergência das
LEISHMANIOSES (Weigle et al. 1993). As transformações desenvolvimentistas dos
territórios aumentam a incidência das formas cutânea e visceral da Leishmaniose (Desjeux,
2001), especialmente nas áreas de abertura de estrada e nas residências humanas
implantadas ao longo destes empreendimentos possibilitando a adaptação de hospedeiros e
vetores ao peridomicílio (Patz et al. 2000). No Brasil, de 1980 a 2003, 51.222 casos foram
notificados oficialmente (MS, 2005). A leishmaniose visceral é endêmica em 19 estados,
com taxa de mortalidade de 10% (Queiroz et al. 2004; Maia-Elkhoury et al., 2008) e
diversos surtos foram notificados de 1981 a 1990. Em Manaus, uma área de expansão
urbana não estruturada que avançou sobre a floresta trouxe o ciclo zoonótico de Leishmania
(V). guyanensis para a população (Barret & Senra 1989).
A supressão vegetal e a destruição de habitats aumentam ainda
consideravelmente o número de casos de acidentes com animais peçonhentos como
serpentes, escorpiões, aranhas, lagartas, abelhas e peixes (MS,2008). O perfil de
ocorrência de serpentes e outros animais peçonhentos em regiões alteradas promovem a
ampliação da distribuição destas sobre ambientes favoráveis, como no caso das cascavéis
em São Paulo (Bastos et al. 2005). Há ainda o impacto da introdução e translocação de
espécies exóticas invasoras, como os de escorpiões levados em materiais de construção
para obras de grandes empreendimentos, como o Projeto de Integração do São Francisco, e
que podem gerar riscos para a saúde humana (MS, 2008).
A supressão vegetal e a destruição de habitats aumentam ainda
consideravelmente o número de casos de acidentes com animais peçonhentos como
serpentes, escorpiões, aranhas, lagartas, abelhas e peixes (MS,2008). O perfil de
ocorrência de serpentes e outros animais peçonhentos em regiões alteradas promovem a
ampliação da distribuição destas sobre ambientes favoráveis, como no caso das cascavéis
em São Paulo (Bastos et al. 2005). Há ainda o impacto da introdução e translocação de
espécies exóticas invasoras, como os de escorpiões levados em materiais de construção
para obras de grandes empreendimentos, como o Projeto de Integração do São Francisco, e
que podem gerar riscos para a saúde humana (MS, 2008).
Estudos ecológicos na Amazônia correlacionam o desmatamento, as grandes
hidrelétricas, as ocupações humanas, a presença do mosquito vetor - Anopheles
darlingi ao aumento do risco de malária (Vasconcelos et al. 2006; Vittor et al., 2009).
Diferentemente de como são divulgados, os grandes empreendimentos implantados com o
objetivo de estabelecer o desenvolvimento regional são os responsáveis pelo aumento da
MALÁRIA E ESQUSITOSOMOSE, maiores problemas de saúde e desenvolvimento
econômico em mais de 100 países (Guimarães et al., 1997; Patz et al., 2004, Meneguzzi et
al. 2009). Nestas regiões a taxa de malária é 278 vezes maior do que nas áreas florestadas
(Afrane et al., 2006). No Brasil, em 2006, 99,5% dos casos de malária notificados
5
ocorreram nas regiões endêmicas da Amazônia (MS, 2007), mas milhares de casos são
descritos para Itaipu Binacional (Couto, 1996) e outras hidrelétricas. Plantas hidrelétricas e
projetos de irrigação criam novos habitats e condições que permitem o estabelecimento de
hospedeiros e vetores de inúmeras doenças (Guimarães et al., 2004; Fernadez & Thiengo,
2002, Silva-Nunes, 2010). Projetos de irrigação promovem a alteração da biodiversidade e
a redução da corrente das águas favorecendo o molusco Biomphalaria (Tundisi et al. 2005)
hospedeiros do Schitosoma mansoni. Estas alterações no equilíbrio e na dinâmica dos
ecossistemas juntamente com o aumento do fluxo migratório e assentamento de grande
contingente de pessoas, sem imunidade, cria cenário crítico a saúde local (Guimarães et al.
2004; Vasconcelos et al., 2006) e aumentam o risco de introdução de doenças de veiculação
hídrica (Tundisi & Barbosa, 1995), dentre elas as doenças diarréicas agudas (DDAs). No
município de Cabrobó, da área de influência do Projeto de Integração do Rio São Francisco
(PISF), houve um aumento de 25% no número de casos de doenças diarréicas de 2008 a
outubro de 2010 (Fonte: SMS Cabrobó). Vale destacar que patógenos de veiculação hídrica
são, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os principais causadores de
mortalidade e doenças em países de menor renda.
A perda das espécies impossibilita ou reduz o uso de recursos para o
desenvolvimento de insumos para a saúde. Uma síntese realizada das drogas
desenvolvidas a partir de 1950 (Newman et al. 2007) (Figura 3) mostra a dominância do
desenvolvimento de novas drogas para o tratamento de doenças humanas a partir da
biodiversidade ou ainda da inspiração que moléculas naturais trazem à produção de drogas
sintéticas ou semi-sintéticas. A perda dessas espécies limita para sempre os estudos e uso
somente às espécies remanescentes e diminuem as possibilidades de inspiração dos
cientistas para a construção de moléculas sintéticas. Há ainda o impacto sobre a utilização
para produção de cosméticos e alimentos.
6
Figura 3: Todas as entidades químicas novas organizadas pela fonte/ano (N )
1184).
N= Produto natural; ND= Derivado de um produto natural, usualmente uma
modificação semisintética; S= Droga totalmente sintética, frequentemente
encontrada por varredura aleatória/modificação de um agente existente; NM =
Mímico de um produto natural; S* = Feito por síntese total, mas a
“pharmacophere” foi obtida ou é a partir de um produto natural.
É fundamental mobilizar o setor produtivo para implementação das ações
relacionadas ao desenvolvimento de insumos para a saúde a partir da biodiversidade,
comprometendo-os a estimular nacionalmente a conservação das espécies in situ, o
desenvolvimento técnico - cientifico nacional, a buscar a repartição justa e equitativa
de benefícios dentro do país e a coibir a evasão ou contrabando dos recursos naturais
brasileiros para países desenvolvidos, onde são prospectados e onde os medicamentos
são desenvolvidos. O entendimento da importância da conservação da biodiversidade e a
valoração da manutenção de suas espécies pode evitar situações como a do medicamento
CAPTOPRIL, um inibidor da enzima conversora de angiotensina, utilizado em tratamento
de hipertensão arterial, que teve como protótipo um polipeptídeo isolado do veneno de
serpente brasileira, Bothrops jararaca, comercializado por multinacionais farmacêuticas,
7
rendendo de 3-5 bilhões de dólares anuais (Calixto, 2003). Soma-se a esse exemplo, tantos
outras possibilidades como um metabólito extraído da planta Ouratea exasperma que
demonstrou ser um potente inibidor de células cancerosas e outro metabólito secundário,
extraído das folhas e raízes da planta Harpalyce brasiliana que demonstrou ter atividade
antivírus HIV. O estudo “Estrutura de mercado do segmento de fitoterápicos no contexto
atual da indústria farmacêutica brasileira” publicado pelo Ministério da Saúde em
(Freitas, 2007) identificou para o ano de 2006, 103 laboratórios comercializando 367
medicamentos fitoterápicos para 529 produtos analisados, referentes a 53 classes
terapêuticas. Do total de empresas produtoras 4,85%, ou seja, cinco empresas detinham
52,3% do faturamento do segmento e sete empresas, ou 6,85% do total de empresas
atuantes no setor, comercializaram 50,7% do total de apresentações de fitoterápicos, em
2006. Neste ano, as 20 maiores empresas venderam aproximadamente R$460.000.000,00
(quatrocentos e sessenta milhões de reais), o equivalente a 84,7% do total faturado pelo
segmento. O laboratório de maior representatividade é o Altana Pharma, de capital alemão,
seguido pelos laboratórios Farmasa e Marjan. O estudo revelou que no mercado nacional os
investimentos em P&D são marginais, incipientes e restritos a reduzido número de
empresas, pois são realizados nas empresas sede dos laboratórios, no país de origem.
Quando comparado aos preços dos medicamentos tradicionais, houve uma elevação dos
preços médios dos fitoterápicos de 2003 a 2006. O faturamento do segmento de
fitoterápicos brasileiro no período de novembro de 2003 a outubro de 2006, de R$
1.840.228.655 com a venda de 122.696.549 unidades farmacêuticas, ou embalagens de
medicamento, embora tenha havido pequeno declínio em 2006. Esses dados merecem uma
avaliação cuidadosa do ponto vista estratégico do país. A maior parte da produção, geração
de renda e emprego concentra-se no sudeste, e longe das maiores reservas de
biodiversidade do país. O segmento utiliza, na maior parte de sua produção, espécies
oriundas de outros países, com ínfimo aproveitamento das espécies brasileiras. Também
aproveita, sem repartir adequadamente, os benefícios dos conhecimentos tradicionais
associados ao uso da biodiversidade que são perdidos para sempre. O planejamento do
desenvolvimento nacional deve, portanto, considerar nos seus modelos atuais, já
ultrapassados, insustentáveis ambientalmente e geradores de concentração de poder e renda,
a vocação biológica e o conhecimento tradicional existente nas áreas prioritárias para
conservação da biodiversidade para que as regiões passem do passado ao futuro, por meio
da implantação da cadeia produtiva gerada pelo uso biotecnológico da biodiversidade. O
risco da perda dessa oportunidade é evidente uma vez que para a obtenção de um
medicamento sintético são gastos cerca de US$ 500 milhões, enquanto grande parte das
plantas medicinais encontra-se associada a valores culturais e de uso imediato pelas
populações de baixa renda, necessitando de investimento consideravelmente menor, para se
chegar a um produto comercializável. No mundo, nos últimos anos o estudo da seqüência
genômica de uma série de microorganismos produziu uma dúzia de arranjos
biossintéticospara cada um dos organismos estudados (Newman et al., 2007). Vale lembrar,
adicionalmente que o tesouro também está nas pequenas moléculas, particularmente nos
organismos marinhos e microrganismos (Newman & Hill, 2006).
Os exemplos citados dos impactos gerados pela perda da biodiversidade e da
degradação ambiental sobre a saúde são pequenos frente aos inúmeros já compilados
pelo setor. A eles somam-se os impactos dos contaminantes químicos de todas as naturezas
8
e as injustiças sócio-ambientais que são mais graves onde a perda da biodiversidade já
ocorreu.
Não nos faltam exemplos de que ações predatórias à biodiversidade causam doenças e
agravam a miséria da população brasileira. Quem paga por essas injustiças são
justamente os mais desassistidos, embora muitas vezes a destruição de ambientes naturais
seja alardeada como necessária ao crescimento econômico. Temos a convicção de que o
desenvolvimento que trará qualidade de vida para todos é fortemente dependente da
conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. Novos modelos de
desenvolvimento adequados às nossas realidades devem ser gerados com a clareza de que
ecossistemas conservados fazem bem à saúde.
Referências:
Afrane, Y.A.; Zhou, G.; Lawson , B.W.; Githeko, A.K.& Yan, G. Life-table analysis of
Anopheles arabiensis in Western Kenya highlands: effects of land covers on larval
and adult survivorship. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, 77:
660-666, 2007
Akhavan D. Análise de Custo-efetividade do Programa de Controle da Doença de Chagas
no Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde, Brasília, 2000, 271 pp.
Araujo CA ; Waniek, P J ; Jansen, AM. An overview of Chagas disease and the role of
Triatomine on its distribution in Brazil. Vector Borne and Zoonotic Diseases, 9: 227-
234, 2009
Armién AG, Armién B, Koster F, Pascale JM, Avila M , Gonzalez P, de la Cruz M ,
Zaldivar Y, Mendoza Y, Gracia F, Hjelle B , Lee SJ, Yates TL & Salazar-Bravo J.
Hantavirus Infection and Habitat Associations among Rodent Populations in
Agroecosystems of Panama: Implications for Human Disease Risk. Am. J. Trop.
Med. Hyg., 81(1), 2009, pp. 59–66
Barret, T.V.; Senra; M.S. Leishmaniasis in Manaus, Brazil. Parasitology Today, 8: 255-
257, 1989
Bastos EGMB; Araújo AFB & Silva HRS. Records of the rattlesnakes Crotalus durissus
terrificus (Laurenti) (Serpentes, Viperidae) in the State of Rio de Janeiro, Brazil: a
possible case of invasion facilitated by deforestation. Rev. Bras. Zool. 22 (3), 2005
Calixto, J. B. – Biodiversidade como fonte de medicamentos – Cienc. Cult./ vol.55 no.3.
2003
Couto, RCS. Hidrelétricas e Saúde na Amazônia: Um Estudo sobre a Tendência da Malária
na Área do lago da Hidrelétrica de Tucuruí, Pará. Tese de Doutorado, Rio de Janeiro:
Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Instituto Oswaldo Cruz. 1996
Dearing, D.M. & Dizney, L. Ecology of hantavirus in a changing world. Annals of the New
York Academy of Sciences 1195 (1): 99-112, 2010.
Desjeux, P. The increase in risk factors for leishmaniasis worldwide. Transactions of the
Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 95(3): 239-243, 2001
9
Dizney, L. J. and Ruedas, L. A. (). Increased host species diversity and decreased
prevalence of Sin Nombre Virus. Emerg. Infect. Dis. 15: 1012-1018,2009
Fernandez MA & Thiengo SC. Susceptibility of Biomphalaria straminea (Dunker, 1848)
from Serra da Mesa Dam, Goiás, Brazil to Infection with Three Strains of
Schistosoma mansoni Sambon, 1907. Mem. Inst. Oswaldo Cruz Vol. 97(Suppl. I):
59-60, 2002
Figueiredo LT, Moreli ML, Sousa RL, Borges AA, de-Figueiredo GG, Machado AM,
Bisordi I, Nagasse-Sugahara TK, Suzuki A, Pereira LE, de-Souza RP, de-Souza LT,
Braconi CT, Harsi CM, de-Andrade-Zanotto PM, Viral diversity genetic network
consortium. Hantavirus pulmonary syndrome, central plateau, southeastern, and
southern Brazil. Emerg Infect Dis 15: 561-567. 2009
Freitas, A. Estrutura de mercado do segmento de fitoterápicos no contexto atual da
indústria farmacêutica brasileira. Ministério da Saúde, Secretaria Executiva Área de
Economia da Saúde e Desenvolvimento Núcleo Nacional de Economia da Saúde .
Outubro/2007
Guimarães AE, Mello RM, Lopes CM, Alencar J, Gentile, C. Prevalência de Anofelinos
(Diptera: Culicidae) no crepúsculo vespertino em áreas da Usina Hidrelétrica de
Itaipu, no Município de Guaíra, Estado do Paraná, Brasil Mem. Inst. Oswaldo
Cruz Vol. 92(6): 745-754, 1997
J. N. Mills. Regulation of rodent-borne viruses in the natural host: implications for human
disease In. Peters,C.J & Calisher, CH (Eds) Infectious Diseases from Nature:
Mechanisms of Viral Emergence and Persistence 2005, 45-57pp.
Johnson, PTJ & Thieltges, DW. Diversity, decoys and the dilution effect: how ecological
communities affect disease risk The Journal of Experimental Biology 213, 961-970
2010.
Keesing, F., Belden, L. K., Daszak, P., & Dobson, A. Impacts of biodiversity on the
emergence and transmission of infectious diseases. Nature , 468, 647–652, 2010
Lemos ER; D'Andrea PS; Bonvicino CR, Famadas KM, Padula P, Cavalcanti AA,
Schatzmayr HG. 2004. Evidence of hantavirus infection in wild rodents captured
in a rural area of the state of São Paulo, Brazil. Pesq. Vet. Bras. 24: 71-73.
MacKenzie, D. Disease runs riot as species disappear. New Scientist Online:
http://www.newscientist.com/article/mg20327154.800, 2009
MacKenzie, D. Losing species makes ecosystems sick. New Scientist Online:
http://www.newscientist.com/article/dn19795-losing-species-makes-ecosystems-
sick.html, 2010, December 1
Maia-Elkhoury ANS, Alves WA; Sousa-Gomes, ML, Sena JM & Luna EA. Visceral
leishmaniasis in Brazil: trends and challenges Cad. Saúde Pública vol.24 no.12 ,2008
Meneguzzi VC, Santos CB; Pinto IS, Feitoza LR; Feitoza HN & Falqueto A. Use of
geoprocessing to define malaria risk areas and evaluation of the vectorial importance
of anopheline mosquitoes (Diptera: Culicidae) in Espírito Santo, Brazil Mem. Inst.
Oswaldo Cruz,.104 (4), 2009
10
Mills JN & Childs JE 1998. Ecologic studies of rodent reservoirs: their relevance of human
health. Emerging Infectious Diseases 4, 529-537.
Mills, JN. 2006. Biodiversity loss and emerging infectious disease: An example from the
rodent-borne hemorrhagic fevers Biodiversity 7(1): 2006.
Ministério da Saúde, Guia de Vigilância Epidemiológica - BVS Ministério da Saúde, 6ª
edição –www. bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes, 2005
Ministério da Saúde, Guia de Vigilância Epidemiológica - BVS Ministério da Saúde, 7ª
edição. www. bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes, 2006
Ministério da Saúde, Guia de Vigilância Epidemiológica - BVS Ministério da Saúde, 10ª
edição. www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes, 2009
Ministério da Saúde, Documento Técnico da Saúde para apoiar o Projeto de Integração do
Rio São Francisco – PISF, 2008
Newman DJ & Gragg, GM. Natural products as sources of new drugs over the last 25
Years. J. Nat. Prod., 70 (3): 461-477. 2007 Downloaded from http://pubs.acs.org on
May 6,2009
Nóbrega AA, Garcia MH, Tatto E, Obara MT, Costa E, Sobel J & Araujo WN. Oral
Transmission of Chagas Disease by Consumption of Açaí Palm Fruit, Brazil. Emerg
Infect Dis. 15(4): 653–655, 2009
Oliveira RC, Padula PJ, Gomes R, Martinez VP, Bellomo C, Bonvicino CR, Freire e Lima
DI, Bragagnolo C, Caldas AC, D'Andrea PS, Lemos ER. Genetic characterization of
hantaviruses associated with sigmodontine rodents in an endemic area for hantavirus
pulmonary syndrome in southern Brazil. Vector Borne Zoonotic Dis 11: 301-314,
2011
Oliveira RC, Teixeira BR, Mello FC, Pereira AP, Duarte AS, Bonaldo MC, Bonvicino CR,
D'Andrea PS, Lemos ER. Genetic characterization of a Juquitiba-like viral lineage in
Oligoryzomys nigripes in Rio de Janeiro, Brazil. Acta Trop 112: 212-218, 2009
Ostfeld, R.S & Holdt RD Are predators good for health? Evaluating evidence for top-down
regulation of zoonotic disease reservoirs. Ecol. Evironm 2(1): 13-20, 2004
Ostfeld, R.S & Keesing, F. The function of biodiversity in the ecology of vector-borne
zoonotic diseases. Can.J.Zool., 78: 2061-1078, 2000
Ostfeld, R.S. & Logiudice , K.. Community disassembly, biodiversity loss, and the erosion
of an ecosystem service. Ecology, 84(6) : 1421–1427, 2003
Packer C, Holt RD, Hudson PJ, Kevin D, Lafferty KD & Dobson AP. Keeping the herds
healthy and alert: implications of predator control for infectious disease. Ecology
Letters, 6: 797–802, 2003
Patz JA, Graczyk TK, Geller N, Vittor AY. Effects of environmental change on emerging
parasitic diseases. Int J Parasitol. 30:1395–1405, 2000
Patz, JP, Daszak,P; Tabor, GM; Aguirre AA; Pearl, M; Epstein, J; Wolfe, ND; Kilpatrick,
AM; Foufopoulos, J; Molyneux, D & Bradley, DJ. Unhealthy Landscapes: Policy
Recommendations on Land Use Change and Infectious Disease. Environ Health
Perspect. 112(10): 1092–1098, 2004
11
Peixoto, I D.& Abramson, G. 2006. The effect of biodiversity on the hantavirus epizootic.
Ecology 87:873–879,2006
Roque, ALR ; Xavier,SC ; Durte ACM ; D’Andrea, PS & JANSEN, AM. . Trypanosoma
cruzi transmission cycle among wild and domestic mammals in three areas of orally
transmitted Chagas disease outbreaks. American Journal of Tropical Medicine and
Hygiene, 95:742-749, 2008.
Rosa ES, Mills JN, Padula PJ, Elkhoury MR, Ksiazek TG, Mendes WS, Santos ED, Araújo
GC, Martinez VP, Rosa JF, Edelstein A, Vasconcelos PF. Newly recognized
hantaviruses associated with hantavirus pulmonary syndrome in northern Brazil:
partial genetic characterization of viruses and serologic implication of likely
reservoirs. Vector Borne Zoonotic Dis 5: 11-19, 2005
Schmidt, K.A. & Ostfeld, R.S. Biodiversity and the dilution effect in disease ecology.
Ecology, 82(3): 609-619, 2001
Schneider , MC. ; Aron, J.; Santos-Burgoa, C; Uieda, W; Ruiz-Velazco, S. Common
vampire bat attacks on humans in a village of the Amazon region of Brazil. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro, 17(6):1531-1536, 2001
Silva-Nunes, M. Impacto de alterações ambientais na transmissão da malária e
perspectivas para o controle da doença em áreas de assentamento rural da amazônia
brasileira. Oecologia Australis14(3): 603-622, Setembro 2010
Suzuki A, Bisordi I, Levis S, Garcia J, Pereira LE, Souza RP, Sugahara TK, Pini N, Enria
D, Souza LT 2004. Identifying rodent hantavirus reservoirs, Brazil. Emerg Infect Dis
10 :2127-2134.
Tundisi, JG, Matsumura-Tundisi T., Tundisi, JEM, Abe DS, Vanucci D, Ducrot R.
Reservoirs: functioning, multiple use and management. Facilitating negotiations over
land and water conflicts in Latin- American peri-urban upstream catchment:
Combining agent-based modelling with role playing game. PROJECT NEGOWAT.
2005. 7pp.
Tundisi, J.G. & Barbosa, F.A.R.1995. Conservation of aquatic Ecosystems: Present Status
and Perspectives. In: Tundisi, J. G.; Bicudo, C.E.M. & Matsumura-Tundisi, T. (ed).
Limnology in Brazil, Rio de Janeiro, ABC/SBL, 365-376.
Varella, CL; Xavier, SC ; HERRERA, HM ; JANSEN, AM. The ecology of the
Trypanosoma cruzi transmission cycle : Dispersion of Zymodeme 3(Z3) in wild
hosts of Brazilian biomes. Veterinary Parasitology, 10:19-24, 2009.Costa, PSG;
Brigatte, ME; Almeida, EP & Valle,LMC. Atypical fulminant Rickettsia rickettsii
infection (Brazilian spotted fever) presenting as septic shock and Adult Respiratory
Distress Syndrome. Braz J Infect Dis, 6(2), 2002
Vasconcelos, CH; Novo, EMLM & Donalisio, MR. Uso do sensoriamento remoto para
estudar a influência de alterações ambientais na distribuição da malária na Amazônia
brasileira. Cad. Saúde Pública, 22(3): 517-526, 2006
Vittor AY, Pan W , Robert H. Gilman RH , Tielsch J, Glass G, Shields T, Sánchez-Lozano
W, Pinedo VV, Salas-Cobos E, Silvia Flores S & Patz JA . Linking deforestation to
12
malaria in the Amazon: Characterization of the breeding habitat of the principal
malaria vector, Anopheles darling. Am. J. Trop. Med. Hyg., 81(1): 5–12, 2009.
Weigle KA, Santrich C, Martinez F, et al. Epidemiology of cutaneous leishmaniasis in
Colombia: environmental and behavioral risk factors for infection, clinical
manifestations, and pathogenicity. J Infect Dis; 168:709–714, 1993
Yahnke, C, Meserve, P L, Ksiazek, T G &. Mills, J N. Patterns of infection with Laguna
Negra virus in wild populations of Calomys laucha in the central paraguayan chaco.
Am. J. Trop. Med. Hyg., 65(6): 768-776, 2001
top related